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PROJETO DE PERFURAÇÃO DE POÇO TUBULAR PROFUNDO Interessado .............. Prefeitura Municipal de Porto União Município/UF ............. Porto União (SC) Local da Obra ........... Comunidade Bom Princípio, Interior

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PROJETO DE PERFURAÇÃO DE

POÇO

TUBULAR PROFUNDO

Interessado .............. Prefeitura Municipal de Porto União

Município/UF............. Porto União (SC)

Local da Obra ........... Comunidade Bom Princípio, Interior

INTRODUÇÃO

O presente documento tem por finalidade apresentar a viabilidade no que se refere a um projeto para perfuração de poço tubular profundo, com instalação do conjunto de bombeamento e adução de água, tomando-se como base às seguintes premissas: segurança, funcionalidade, e facilidade de execução. A implantação de este projeto objetiva atender a demanda de consumo de água, que vem sofrendo sérios problemas relacionados à falta de água potável para o consumo humano e para demais atividades de subsistência nas propriedades e empresas.

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DADOS DE SANTA CATARINA

LOCALIZAÇÃO

Santa Catarina situa-se no Sul do Brasil, bem no centro geográfico das regiões de maior desempenho econômico do país, Sul e Sudeste, e em uma posição estratégica no Mercosul. O estado faz fronteira com a Argentina na região Oeste. Florianópolis, a capital, está a 1.539 km de Buenos Aires, 705 km de São Paulo, 1.144 do Rio de Janeiro e 1.673 de Brasília. Sua posição no mapa situa-se entre os paralelos 25º57'41" e 29º23'55" de latitude Sul e entre os meridianos 48º19'37" e 53º50'00" de longitude Oeste.

O fuso horário é igual ao de Brasília: três horas a menos em relação a Greenwich - UTC-

3. Uma vez por ano - em geral entre outubro e fevereiro - adota-se o horário de verão,no qual os relógios são adiantados uma hora para poupar energia.

Ao longo do litoral, aparecem planícies, terrenos baixos, enseadas e ilhas. Essa porção

do relevo recebe o nome de Planaltos e Serras de Leste-Sudeste. No centro-leste de Santa Catarina, surge a Depressão Periférica. No oeste, sudeste e centro do estado, onde as serras são mais comuns, o compartimento de relevo são os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.

O leste do estado é drenado pelas Bacias Costeiras do Sul. O Itajaí é o principal rio

dessa parte de Santa Catarina. No centro e no oeste, localizam-se afluentes do rio Uruguai, como o Pelotas, o Canoas, o do Peixe e o Chapecó. Esses cursos d’água pertencem à Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai.

Originalmente, o estado era recoberto por florestas e campos. Nas serras litorâneas

predominava a Mata Atlântica e, nos trechos mais elevados das regiões serranas, a Mata de Araucárias. Os campos aparecem em manchas esparsas por todo o estado.

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

1) - Clima

Ao contrário do que é observado na maior parte do território brasileiro, em Santa Catarina as quatro estações são bem definidas. O clima do estado é subtropical úmido mesotérmico, apresentando duas variações, Cfa e Cfb. A variação Cfa é encontrada em praticamente todo o estado nas áreas abaixo de 800 metros de altitude. Já o Cfb encontra- se nas áres altas acima de 800 metros. As chuvas costumam ser bem distribuídas ao longo do ano com uma pequena diminuição nos meses do inverno. Entretanto, o clima não é igual em todo o Estado. Existem diferenças significativas entre as regiões. Nas zonas mais elevadas do planalto norte, o verão é fresco e o inverno frio. No litoral (devido a baixa altitude) e no Oeste (devido a continentalidade), o verão é mais quente e prolongado. No litoral, principalmente em Florianópolis, é comum ocorrer o vento sul, que traz para a atmosfera a umidade oceânica, tornando o inverno úmido. No planalto sul, devido às altitudes que variam de cerca de 800 a até 1828 metros, o frio é mais forte e dura mais tempo. Ali, é freqüente a ocorrência de geadas e neve, com temperaturas que podem atingir até -17,8°C (1996). Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urubici e Urupema são os municípios mais frios do estado e estão entre os mais frios do Brasil.

As temperaturas médias variam bastante de acordo com o local: são mais baixas nas

regiões serranas (onde pode nevar no inverno) e mais elevadas no litoral, no sudeste e no oeste catarinense. As chuvas são bem-distribuídas durante o ano, atingindo, em média, 1.500 mm anuais.

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2) - Solo e Subsolo

O solo catarinense se presta às mais diversas culturas agrícolas e ainda tem muitas áreas a cultivar. Seu subsolo é um dos mais ricos do país. Santa Catarina possui a terceira maior reserva de argila cerâmica do Brasil, a segunda maior de fosfatados naturais e de quartzo e a primeira em carvão mineral para siderurgia, de fluorita e de sílex. Todas essas reservas são economicamente viáveis e estão em processo de produção.

3) – Relevo

O estado é uma das unidades da federação com relevo mais elevado; Com 77% de seu território acima de 300m de altitude e 52% acima de 600m, sendo a estreita faixa litorânea a região mais baixa, praticamente ao nível do mar, onde existem muitas lagoas, algumas de água doce outras de água salobra.

Quatro unidades, que se sucedem de leste para oeste, compõem o quadro morfológico:

a baixada litorânea, a serra do Mar, o planalto paleozóico e o planalto basáltico.

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Baixada Litorânea

A baixada litorânea compreende as terras situadas abaixo de 200m de altitude. Ao norte, alarga-se bastante, penetrando no interior ao longo dos vales dos rios que descem da serra do Mar. Para o sul, estreita-se progressivamente.

Serra do Mar

A serra do Mar domina a baixada litorânea a oeste. Salvo no norte do estado, onde forma o rebordo escarpado de um planalto mais ou menos regular, a serra tem caráter muito diverso do que apresenta em outros estados, como Paraná e São Paulo. Em Santa Catarina, forma uma faixa montanhosa, de aproximadamente mil metros de altitude, constituída por um conjunto de maciços isolados pelos vales profundos dos rios que drenam para o Atlântico.

Planalto Paleozóico

Por trás da serra do Mar estende-se o planalto paleozóico, cuja superfície plana encontra-se fragmentada em compartimentos isolados pelos rios que correm para leste. O planalto paleozóico perde altura de norte para sul; na parte meridional do estado confunde- se com a planície litorânea, uma vez que a serra do Mar não chega até essa parte de Santa Catarina.

Planalto Basáltico

O planalto basáltico ocupa a maior parte do estado. Formado por camadas de basalto (derrames de lavas), intercaladas com camadas de arenito, é limitado a leste por um rebordo escarpado a que se dá o nome de serra Geral. No norte do estado, o rebordo do planalto basáltico se encontra no interior; para o sul vai-se aproximando gradativamente do litoral até que, no limite com o Rio Grande do Sul, passa a cair diretamente sobre o mar. A superfície do planalto é regular e se inclina suavemente para oeste. Os rios que correm para o Paraná abriram nele profundos vales.

O ponto mais alto do estado de Santa Catarina é o Morro da Boa Vista, situado entre

os municípios de Urubici e Bom Retiro, com uma altitude de 1.827 m. O segundo ponto mais elevado do estado é o Morro da Igreja, situado em Urubici, com 1.822 m, sendo considerado o ponto habitado mais alto da Região Sul do Brasil.

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4) - Hidrografia

1. Rio Uruguai 2. Rio Paraguai 3. Rio Iguaçu 4. Rio Paraná 5. Rio Tietê 6. Rio Paranapanema 7. Rio Grande 8. Rio Parnaíba 9. Rio Taquari 10. Rio Sepotuba

A bacia platina, ou do rio da Prata, é constituída pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Os rios que correm pelo território catarinense pertencem a dois sistemas

independentes, que têm como divisores de águas a serra Geral e a serra do Mar.

O sistema da vertente do Atlântico é formado por bacias isoladas entre si, como as dos rios Itajaí-Açu, Tubarão, Araranguá, Tijucas e Itapocu.

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No interior do estado, duas bacias se unem para formar a bacia do Prata: a do rio

Paraná, que tem como principal afluente o rio Iguaçu, e a do rio Uruguai, cujos afluentes mais importantes são o rio Pelotas, o Canoas, o Chapecó e o do Peixe.

O rio Uruguai, possui uma extensão da ordem de 1.600 km, drenando uma área em

torno de 385.000 km², dos quais 174.612 km² situam-se dentro do Brasil, abrangendo 384 municípios dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. As principais cidades brasileiras localizadas na bacia do rio são: Lajes, Chapecó, Uruguaiana, Bagé e Santana do Livramento. Possui dois principais formadores, os rios Pelotas e Canoas, nascendo a cerca de 65 km a oeste da costa do Atlântico. Fazem parte da sua bacia os rios Peixe, Chapecó, Peperiguaçu, Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini.

O rio Uruguai forma em parte a fronteira entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, do

Brasil com a Argentina e, mais ao sul, a fronteira entre Argentina e Uruguai, sendo navegável desde sua foz até a cidade de Salto, cerca de 305 km a montante.

5) - Vegetação

A cobertura vegetal original do estado compreende dois tipos de formação: florestas e campos. As florestas, que ocupavam 65% do território catarinense, foram bastante reduzidas por efeito de devastação. Contudo, o plantio de árvores tem crescido, graças aos incentivos governamentais e ao desenvolvimento da indústria madeireira. No planalto, apresentam-se sob a forma de florestas mistas de coníferas (araucárias) e latifoliadas e, na baixada e encostas da serra do Mar, apenas como floresta latifoliada. Os campos ocorrem como manchas dispersas no interior da floresta mista. Os mais importantes são os de São Joaquim, Lages, Curitibanos e Campos Novos.

6) - Demografia

Segundo o IBGE, o estado tem uma população de 5.866.568 de habitantes (2005), (mas já existem alguns dados de 2006, com fonte do IBGE [1] que dizem que a população de Santa Catarina é de 5.958.295 habitantes) e uma densidade populacional de 61,53 hab./km². As cidades mais populosas de Santa Catarina são: Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Criciúma, Lages, Itajaí, Chapecó, Jaraguá do Sul, Palhoça e Tubarão.

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DADOS MUNICIPAIS - HISTÓRICOS

Como povoado, a cidade começa em 1842, em descoberta do Vau, no Rio Iguaçu, - lugar

no rio de baixa profundidade que facilitou as passagens das tropas que vinham dos campos de Palmas. Esse lugar era também o ponto de embarque e desembarque para quem se vali do Iguaçu como meio de transporte. Daí o primeiro nome: Porto da União.

A pequena vila cresce e em 1855 tem seu nome mudado para Porto União da Vitória. Em

1880 chegam de Palmas para se estabelecer no comércio, com a compra e venda de sal, o Coronel Amazonas Marcondes. No ano seguinte tem início a navegação a vapor no Rio Iguaçu transportando passageiros e mercadorias.

O grande rio sempre esteve ligado à vida e a história da cidade, desde suas origens, acariciando ou castigando-a, às vezes. A partir deste ano chegam os primeiros colonos de origem européia, na maioria alemã. Mais tarde aportam outras etnias: poloneses, ucranianos, austríacos e russos. No início do século XX, chegam os libaneses. Acidade desenvolveu-se e em 1901, é criado o município de União da Vitória.

Em 1912 tem início conflitos do Contestado que se prolongam até 1916. Em 5 de setembro de 1917 é criado o município de Porto União que a partir daí, passa a conviver, em todos os aspectos, com a parte da cidade que ficou do lado paranaense. É paradoxal, mas é verdadeira, a linha que divide os municípios, une as comunidades.

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POÇO TUBULAR PROFUNDO (ARTESIANO)

Segundo Albuquerque e Oliveira, 1999, os principais fatores favoráveis à exploração das águas subterrâneas são os seguintes:

1. Volumes estocados muito grandes (192.000 Km³ no Brasil) e suas velocidades

de fluxo muito baixas (cm/dia) resultam em que o manancial é pouco afetado pelas variações sazonais de pluviometria, podendo propiciar um abastecimento regular durante os períodos de seca ou estiagem prolongados.

2. Pelo fato de ocorrerem no subsolo sob uma zona de material rochoso não saturado ou camadas rochosas pouco permeáveis, as águas subterrâneas encontram-se relativamente melhor protegidas contra agentes potenciais ou efetivos de poluição.

3. Quando captadas de forma adequada, na sua utilização, geralmente, não se tem custos de clarificação, tratamento ou purificação – Os processos de filtração e biogeoquímicos de depuração do subsolo proporcionam um alto nível de purificação e potabilidade das águas subterrâneas.

4. A forma de ocorrência extensiva possibilita sua captação nos locais de onde são geradas as demandas.

5. Os prazos de execução das obras de captação são relativamente curtos – da ordem de dias a alguns meses.

6. Os investimentos em geral são relativamente pequenos, com relação a custo e benefício.

7. Os custos de operacionalização e de manutenção de todo o sistema são de pequena monta.

8. Os aqüíferos não sofrem processos de assoreamento, nem perdem grandes volumes de água por evaporação.

CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS E HIDROGEOLÓGICAS

As características da região do entorno é formada por:

JKsg (Formação Serra Geral)

Rochas vulcânicas em derrames basálticos, de textura afanítica, amigdaloidal no topo dos derrames, coloração cinza escura a negra, com intercalações de arenitos intertrapeanos (JKsg).

A Formação Serra Geral constitui expressivo registro de vulcanismo básico que

recobriu extensivamente rochas sedimentares paleozóicas e mesozóicas da Bacia do Paraná. Segundo Almeida (1986), a espessura média dos derrames da Formação Serra

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Geral é de cerca de 650 metros. Além da extensa área de derrames, devem ser também destacadas as inúmeras ocorrências de rochas intrusivas ligadas ao mesmo evento magmático.

Dados geocronológicos indicam que a Formação Serra Geral possui idade

eocretácea, do Hauteriviano (130 ± 1,5 Ma.).

A Formação Serra Geral é caracterizada por três litotipos:

• Rochas básicas – intermediárias

• Rochas ácidas do Tipo Chapecó (ATC)

• Rochas ácidas do Tipo Palmas (ATP)

As rochas básicas – intermediárias representam 97% de todo volume de rochas da unidade, enquanto as ácidas dos tipos Chapecó e Palmas representam, respectivamente, 2,5% e 0,5% do volume, segundo Bellieni et al. (1986) e Nardy et al. (2002).

O modelo das plumas mantélicas foi proposto por Richards et al. (1989), para as

grandes províncias ígneas, sem relação direta com processo de ruptura litosférica. Neste modelo, a litosfera sofreria um soerguimento em função do impacto da pluma. Segundo White & Mckenzie (1989), estas plumas, relacionadas à presença de um hotspot, tem uma área de influência térmica próxima a 2000 Km de diâmetro.

Em províncias ígneas com origem relacionada a processos distensivos, a distensão

(abertura) litosférica precede o magmatismo, ocasionado por alívio de pressão.

A designação de Formação Serra Geral (White, 1906), refere-se à província magmática relacionada aos derrames e intrusivas que recobrem 1,2x106 km2 da Bacia do Paraná, (Melfi et al., 1988), abrangendo toda a região centro-sul do Brasil e estendendo-se ao longo das fronteiras do Paraguai, Uruguai e Argentina. Esta unidade está constituída dominantemente por basaltos e basalto-andesitos de filiação toleiítica, os quais contrastam com riolitos e riodacitos aflorantes na região dos Aparados da Serra, um dos enfoques desta excursão, e que caracterizam uma associação litológica bimodal (basalto - riolito).

O sistema de derrames em platô é alimentado através de uma intensa atividade

intrusiva, normalmente representada por diques (afloramento 02) e sills (afloramento 01) que acompanham, grosseiramente, as principais descontinuidades estruturais da bacia. Esta estruturação tectônica esta diretamente conectada à junção tríplice gerada pela ação do hot spot de Tristão da Cunha, o qual estabelece um sistema do tipo rift-rift-rift (Morgans, 1971 e Rezende, 1972). Este sistema de fraturamentos, complementares ao rift Atlântico, é o responsável pela abertura, fragmentação e espalhamento dos “fragmentos” gondwanicos e separação das bacias do Paraná e Etendeka.

As variações composicionais, os dados geocronológicos, as características

texturais e o arranjo entre derrames e intrusivas da bacia, possibilitaram a divisão deste magmatismo Serra Geral em oito fácies distintas, cinco relacionadas ao magmatismo máfico (fácies Gramado, Paranapanema, Pitanga, Esmeralda, Campo Erê e Lomba Grande) e quatro ao magmatismo intermediário a félsico (fácies Palmas, Chapecó, Várzea do Cedro e Alegrete).

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Geralmente, encontram-se bastante fraturados, exibindo fraturas conchoidais características. Esta formação é conseqüência de um intenso magmatismo de fissura, correspondendo ao encerramento da evolução gonduânica da bacia do Paraná.

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GEOLOGIA ESTRUTURAL

A geologia estrutural é a parte da geologia que estuda as deformações das rochas, segundo os esforços que estas sofrem, sendo de fundamental importância para a capacidade armazenadora de água, bem como vazão e recarga do aqüífero. No caso da área em estudo, a geologia estrutural está definida por alinhamentos e fraturamentos tectônicos, sendo estes locais viáveis para a captação de água subterrânea através de poços tubulares profundos.

As águas nesses tipos de rochas são encontradas preenchendo estas fraturas e

apresentam características bem distintas daquelas dos aqüíferos contínuos.

Uma fratura representa o resultado de uma deformação sofrida por uma rocha quando esta é submetida a esforços tensionais de naturezas diversas. Uma rocha pode "quebrar" de várias formas podendo haver ou não deslocamento dos blocos. No caso de deslocamento, as fraturas são denominadas de falhas, podendo ser classificadas como normal, inversa ou transcorrente, dependendo do movimento relativo daqueles blocos.

Com relação ao potencial hidrogeológico, dentre os tipos de falhas, as normais

são as que apresentam as melhores características em função de se originarem a partir de esforços tracionais (setas em preto na figura 1), tendendo a apresentar maiores aberturas. As do tipo inversa e transcorrente, são frutos de esforços compressivos gerando planos de falha muito fechados, sendo as do tipo transcorrente as de menor potencialidade uma vez que são associadas a processos de milonitização. Com respeito às fraturas, devem sempre ser consideradas aquelas resultantes de esforços de tração por se mostrarem mais abertas, e com isso possuem maior potencial hidrogeológico, e quanto mais fechadas, resultantes de cisalhamento, menor seu potencial hidrogeológico.

O fluxo da água subterrânea em aqüíferos fraturados depende essencialmente

das características das fraturas presentes cujos principais elementos são a sua abertura, rugosidade das paredes e material de preenchimento. A abertura é a medida de separação média entre as paredes de uma fratura, sendo de importância fundamental para as questões de infiltração e armazenamento de água. A rugosidade das paredes pode ser definida como a distância entre duas linhas paralelas à linha média e que tangencia a saliência mais pronunciada e a reentrância mais profunda, e dependem da origem da fratura e da granulometria, mineralogia e alteração da rocha. A rugosidade de uma fratura influencia diretamente a condutividade hidráulica podendo acarretar perdas elevadas de carga quando a água tende a circular acompanhando o relevo da parede da fratura.

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Falha Normal: um bloco desce em relação ao outro bom potencial para água subterrânea

Falha Inversa: um bloco sobe em relação ao outro com potencial para água subterrânea.

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Falha Transcorrente: um bloco desloca-se lateramente em relação outro lateralmente. Baixo potencial para água subterrânea

Sistema de fraturas tração e cisalhamente

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Juntas de alívio em rocha dura com potencial para água subterrânea

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NOMENCLATURA

Para um bom entendimento do presente relatório, torna-se necessário o conhecimento de alguns termos técnicos, adotadas pela “ABNT – NBR 12244 - Construção de um poço para captação de água subterrânea.”

Amostra de calha: Material fragmentado proveniente da perfuração, coletado em intervalos

representativos das formações geológicas atravessadas.

Arenitos: Quando as partículas de areia, misturadas com minerais do tipo de cimento, como o quartzo e a calcita, são comprimidas sob grande pressão, durante longos períodos de tempo, elas aderem umas às outras, transformando-se em pedra.

“Areia acumulada + minerais de cimentação + pressão + tempo = arenito”

Os arenitos são rochas sedimentares lapidificadas constituídas por areias aglutinadas

por um cimento natural, que geralmente caracteriza a rocha. São rochas também designadas por grés e muitas vezes são classificadas pela natureza do cimento. Os arenitos argilosos têm um cimento constituído por argilas. Quando bafejados, dependendo da quantidade do cimento, cheiram a barro. O arenito é uma rocha sedimentar que resulta da compactação e litificação de um material granular da dimensão das areias. O arenito é composto normalmente por quartzo, mas pode ter quantidades apreciáveis de feldspatos, micas e/ou impurezas. É a presença e tipo de impurezas que determina a coloração dos arenitos; por exemplo, grandes quantidades de óxidos de ferro, fazem esta rocha vermelha.

O arenito é depositado em ambiente continental, nos rios e lagos, ou em ambiente

marinho, em praias, deltas ou nas sequências turbidíticas do talude continental.

Fluido de perfuração: Fluido composto de argila hidratável e/ou polímeros com aditivos químicos especiais utilizados na perfuração, com a finalidade de resfriar e lubrificar as ferramentas, transportar os resíduos de perfuração à superfície, estabilizar o furo impedindo desmoronamentos, controlar filtrações e espessura do reboco, inibir e encapsular argilas hidratáveis.

Nível Dinâmico (ND): Profundidade do nível de água de um poço bombeado a uma dada

vazão, referida ao correspondente tempo de bombeamento, medida em relação à superfície do terreno no local. O nível dinâmico é variável em função da taxa de bombeamento ou vazão, que é o volume de água bombeada por unidade de tempo, normalmente expresso em litros por hora (l/h) ou metros cúbicos por hora (m³/h). O nível dinâmico representa o vértice do cone de rebaixamento.

Nível Estático (NE): Profundidade do nível de água de um poço em repouso,isto é, sem

bombeamento, medida em relação à superfície do terreno no local. Nesse caso, o nível estático coincide com o nível freático.

Revestimento: Tubulação com diâmetro e composição variados (PVC ou metal, liso ou

ranhurado), aplicada na perfuração, com finalidade de sustentar as paredes do poço em formações inconsolidades e desmoronantes, manter a estanqueidade, isolar camadas indesejáveis e aproveitar camadas produtoras.

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NORMAS GERAIS

A empreiteira contratada deverá executar a obra de acordo com a norma de construção de poços tubulares para captação de água subterrânea – ABNT – NBR 12244.

Caberá à contratante, a construção e manutenção de todos os caminhos de serviço que se fizerem necessários para ter acesso aos locais de trabalho os equipamentos, e também instalação da rede de energia elétrica, para execução dos serviços, dos equipamentos de perfuração, acessórios e do canteiro de obras.

A contratada deverá contar com pessoal e equipamento de construção adequado aos serviços a serem realizados de acordo com os projetos e especificações, dentro do prazo indicado.

Os serviços de mobilização e desmobilização de pessoal, ferramentas, equipamentos e demais necessidades deverão ser de responsabilidade da contratada, devendo exercer total vigilância no canteiro de obra, responsabilizando-se por roubos e atos de vandalismo que por ventura vierem ocorrer durante a execução da obra.

O pagamento dos serviços de mobilização e desmobilização será conforme o preço proposto nas planilhas de preços apresentadas pela contratada, compreendendo o fornecimento de equipamentos, materiais, ferramentas, mão-de-obra e tudo o que se fizer necessário para a execução dos mesmos.

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DOS SERVIÇOS

Profundidade do Poço

A profundidade do poço tubular está prevista para 100 (cem) metros, podendo variar, dependendo das condições hidrogeologias do local, a ser verificada durante a construção do poço pelo geólogo responsável da obra e pelo sondador.

Diâmetro, Fase e Tempo da perfuração

Item Descrição Unidade Tempo Previsto

1 Montagem dos equipamentos no canteiro de obras

1 1 hora

2 Perfuração 12” (reabertura) 10 metros 2 horas

3 Perfuração 6.½” 100 metros 8 horas

4 Limpeza do poço 1 1 hora

5 Descida do revestimento e cimentação 10 metros 2 horas

6 Montagem dos equipamentos do teste de vazão

1 1 hora

7 Teste de bombeamento 1 24 horas

8 Coleta amostra de água para análise 1 15 minutos

9 Desmontagem dos equipamentos do teste de vazão

1 2 horas

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Coleta e acondicionamento das amostras

As amostras dos materiais perfurados deverão ser coletadas sempre que ocorrer qualquer mudança litológica, de coloração dos materiais ou na velocidade de avanço da perfuração.

As amostras coletadas serão acondicionadas em sacos plásticos, etiquetados com as seguintes informações: número do poço, local, data, município, localidade e número de ordem e intervalo amostrado. Deverá ser mantida no canteiro de obra embalado, e organizado em ordem crescente de profundidade, a disposição do geólogo para elaboração do perfil.

Laje de proteção e boca do poço

Ao redor da boca do poço será cimentadas a laje de proteção, com 1 m² (um metro quadrado) por 0,15m (quinze centímetros) de espessura cada, com caimento do centro para as bordas, visando evitar acumulo de água.

Os tubos de revestimentos deverão estar a 1,0 metro acima da laje de proteção sanitária podendo ser aumentada a critério da fiscalização.

A altura da boca do poço deverá ser descontada da profundidade do poço. Deverá ser instalada uma tampa de segurança no poço até a instalação.

Teste de bombeamento

O teste de bombeamento deverá ser executado com bomba submersa com capacidade de vazão coerente com a vazão do poço e com duração de 24:00 horas, ou mais quando se fizer necessário.

Não deve haver interrupção durante o bombeamento, caso ocorra, deverá ser iniciado novo teste.

As medições de nível da água no poço deverão ser feitas com medidor elétrico com fio numerado de metro em metro, e auxílio de um metro numerado em centímetros. Na medição de vazão serão utilizados recipientes de volume aferido (tambor de 220 litros x cronômetro).

A recuperação será iniciada imediatamente após o término do teste de bombeamento, com duração de 02:00, 06:00, 12:00 ou 24:00 horas consecutivas dependendo do comportamento do mesmo.

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Instalação do Conjunto Eletro-mecânico

O bombeamento da água será feito de uma bomba submersa, 380V, para vazão de 5 m³/h, suspensa por tubos de aço galvanizado, presos a um flange de boca de poço. Serão instaladas, após o flange, luvas, curva e níples, todos galvanizados, isso para facilitar a manutenção, e um painel de comando completo, que alimentará o conjunto eletro- mecânico.

Abertura e Fechamento de Valas – Responsabilidade da Contratante

A abertura e fechamento de valas serão necessários para a passagem da rede hidráulica, bem como a colocação manual de uma camada de terra de aproximadamente 10 cm (dez centímetros) a 20 cm (vinte centímetros) sobre a tubulação antes do fechamento das valas.

Serão abertos 50 metros lineares de valas para a rede adutora na comunidade, com profundidade de 80cm (oitenta centímetros) e com largura de 40cm (quarenta centímetros).

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