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CURSO DE PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS PARA EDUCADORES DE ESCOLAS PÚBLICAS ESCOLA MUNICIPAL ADVOGADO OTÁVIO AMORIM Cursistas Kézia Barbosa de Queiroz Maria Luzinete Pordeus Lisboa Tutora: Pavla Goulart Hunka Apoio: PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência Endereço da Instituição de Ensino: Rua: Frei Geraldo, S/N – Malvinas, Campina Grande, Paraíba

Projeto de Prevenção ao Uso das Drogas

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Page 1: Projeto de Prevenção ao Uso das Drogas

CURSO DE PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS PARA EDUCADORES DE ESCOLAS PÚBLICAS

ESCOLA MUNICIPAL ADVOGADO OTÁVIO AMORIM

Cursistas

Kézia Barbosa de Queiroz

Maria Luzinete Pordeus Lisboa

Tutora: Pavla Goulart Hunka

Apoio: PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência

Endereço da Instituição de Ensino:

Rua: Frei Geraldo, S/N – Malvinas, Campina Grande, Paraíba

Código do INEP: 25072170

Previsão para conclusão do projeto: Outubro de 2013

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INTRODUÇÃO

A Escola Municipal Advogado Otávio Amorim, fundada há 28 anos, possui 10

salas de aula e conta, atualmente, com 360 alunos matriculados na Educação Infantil,

Ensino Fundamental I e EJA Noturno, com faixa etária predominante entre 8 e 10 anos.

Entre o alunado, o sexo masculino se apresenta como maioria, ainda que de forma

equilibrada com o feminino.

Em relação ao nível socioeconômico dos alunos, podemos afirmar que a maioria

dos alunos é de baixa renda e que suas famílias vivem em situação de risco. Grande

parte dos alunos mora nas imediações das escolas, mas há aqueles que moram distante,

apresentando dificuldades para freqüentar as aulas.

No que diz respeito à realização das atividades escolares, percebemos que alguns

alunos apresentam certo interesse pela sua realização em sala, sejam elas individuais ou

em grupo, mas é perceptível que as disciplinas de Artes e Educação Artística são as

preferidas por eles. Podemos também afirmar que temos alunos com um bom

rendimento escolar, sendo capazes de atender as expectativas dos professores e da

escola. Entretanto, a grande maioria está com baixo desempenho, precisando melhorar

sua aprendizagem, seu interesse e sua participação nas atividades escolares.

Nossa escola implantou desde o ano de 2011 o Programa Mais Educação, criado

pelo governo federal por meio da Portaria Interministerial nº 17/2007, desenvolvendo

oficinas de teatro, dança, pintura, letramento, recreação e horta escolar. Levando em

consideração tais oficinas, destacamos que os jogos (vôlei e futebol), a dança e a pintura

são as preferidas pelos alunos. A escola também foi contemplada com o Jornal Porta

Aberta, que corresponde um jornal com publicação bimestral em que são divulgadas

algumas produções textuais dos alunos do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

Fazendo referência às relações interpessoais, notamos que os alunos mantêm um

relacionamento satisfatório com professores e funcionários, porém, há os que ainda não

adquiriram gestos de gentileza. A educação doméstica não é satisfatória, isso faz com

que aconteçam entraves na relação aluno-aluno.

Contudo, temos um bom conhecimento de nossos alunos. No entanto, essa

afirmação ainda não pode ser estendida às famílias, uma vez que ainda não se fazem

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presentes em nossa escola, fato que fica constatado quando muitos alunos não têm

acompanhamento familiar.

A relação família/escola/comunidade ainda precisa se fortalecer. A ausência de

um envolvimento efetivo e sistemático da escola com essas redes externas coloca a

mesma numa posição de extrema fragilidade. Assim sendo, faz-se necessário, a

construção de uma parceria de cooperação entre a escola/ família/comunidade de forma

a oportunizar a discussão de alternativas para o desenvolvimento de ações de caráter

preventivo ao uso das drogas, bem como, de ações que possibilitem a reinserção de

dependentes químicos na vida social sob todas as suas dimensões.

No turno noturno, fomos informados de que quatro alunos estavam fazendo uso

de maconha dentro do banheiro da escola, porém não foi feita nenhuma avaliação com

relação ao problema. Ainda podemos afirmar que, além da maconha as drogas mais

consumidas pelos alunos da noite são: o álcool e o tabaco, sendo considerados

experimentadores. Dentro desse contexto, a escola convidou a Patrulha Escolar para a

realização de uma palestra com os alunos desse turno e convocou os pais desses alunos

para uma conversa, na qual ficou acordado que os alunos não iriam mais em grupos ao

banheiro e que o aspecto vigilância ia ser reforçado no sentido de prevenir o uso das

drogas dentro da escola.

Durante o período matutino e vespertino, apesar de não ter observado no

contexto escolar casos de uso recreativo, experimental, funcional ou abusivo de drogas,

sentimos a necessidade de ações preventivas, tendo em vista que o uso de drogas tem se

constituído numa ameaça a vida dos nossos jovens, independente de cor, raça, credo,

posição social etc. Aliado a esse fator, a violência gratuita que ocorre dentro do espaço

escolar, pode ser um sinalizador da presença de drogas no seio da família e/ou da

comunidade na qual estamos inseridos.

No que concerne a rede interna da escola, pontuamos que há uma necessidade

urgente de um maior envolvimento de todos, cada um em sua especificidade, no sentido

de darmos respostas às questões que vem comprometendo a princípio a aprendizagem

escolar, um maior envolvimento dos pais e na busca e consolidação de uma parceria

com alguns setores que compõem a rede externa, como forma de estabelecermos metas

bem definidas de forma a solucionar ou prevenir práticas que venham a colocar os

nossos educandos em situação de risco.

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REFERENCIAL TEÓRICO

A nossa constituição já afirma no Art. 6º que “são direitos sociais a educação, a

saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a

proteção à maternidade e à infância, (...)”. Dessa forma, entendemos que a educação é

um direito de todos e deve ser oferecida pelo Estado e pela família em colaboração com

a sociedade.

Nesse sentido, acreditamos que a escola precisa estar mais aberta para todos os

atores da sociedade nesse processo, pois ao abrir espaços para essa participação através

de ações e projetos que visem a transformação social e a resolução de problemas da

comunidade, essa instituição passa a ser concebida como um ambiente que promove

práticas inclusivas e práticas de promoção à saúde.

De acordo com Brusamarello et al (2008) a família e a escola podem juntas atuar

na promoção da saúde e prevenção ao uso das drogas, bem como na identificação de

sinais precoces de comportamento das crianças e adolescentes em relação às drogas.

Isso se torna necessário para que ambas possam se antecipar ao envolvimento e/ou

tomar as providências necessárias quando já houver a iniciação, com maiores chances

de sucesso.

O trabalho coletivo daqueles que fazem a escola pode mudar o destino de muitos

de nossos educandos. Entretanto, para que isso aconteça é preciso que a escola assuma a

sua função social e desenvolva estratégias que permitam que seus alunos possam

expressar suas opiniões, questionamentos, sugestões.

O diálogo e a interação são cruciais para a construção de uma relação de

confiança com os jovens. Por serem geralmente inseguros precisam ser acolhidos e

ouvidos para se sentirem integrados a um ambiente seguro. A família, a escola e a

sociedade precisam juntas perceber o poder de transformação social dos adolescentes e

entender que eles são capazes não só de surpreender, mas de fazer acontecer coisas boas

em nossa sociedade.

Para Conceição (2005), o problema das drogas não é apenas da pessoa, mas sim

da família, escola e comunidade. No contexto social de qualquer cidade a escola se

apresenta como um espaço propício para o desenvolvimento de programas de prevenção

das enfemidades psicossociais uma vez que atende durante longo período um grupo

compacto de indivíduos (população “cativa”) e tem uma estrutura de funcionamento que

permite a continuidade desses programas. Além disso, o atendimento da escola abrange

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crianças, adolescentes pais, docentes, auxiliares e é o principal espaço para a

socialização da criança.

A sociedade precisa intervir nesse problema social com políticas públicas de

intervenção e de prevenção. A família e o contexto em que os nossos alunos estão são

muito importantes na forma de abordar esse assunto. Não podemos permitir que esse

tema seja tratado como algo distante ou que fique apenas no plano da imaginação, do

discurso. Tratar do tema drogas não requer a repressão sobre o uso, mas implica na

reflexão desse uso e de suas conseqüências mostrando as crianças e jovens que existem

diferentes tipos de drogas com diferentes usuários e diferentes formas de uso e abuso.

Eles precisam saber que seu consumo induz a dependência causando diferentes efeitos

no dependente, os quais, na maioria das vezes  são graves ou irreversíveis.  O uso de

algumas drogas dificulta o processo de aprendizagem e as funções motoras, outras

causam sérios prejuízos a alguns órgãos internos e outras trazem danos irreversíveis ao

cérebro.

As ações preventivas devem começar em idades precoces com a orientação dos

pais através do diálogo, pois é na família que encontramos suporte, apoio, carinho,

respeito e limites. No que diz respeito à escola, afirmamos o quanto seu papel é

importante e o quanto os educadores podem contribuir no trabalho de prevenção às

drogas, fornecendo informações sobre o uso e suas conseqüências, realizando ações

interessantes e que visem não o amedontramento , mas uma reflexão sobre as drogas.

Com isso, a escola estará desenvolvendo práticas de promoção à saúde e pode contar

com alguns parceiros para atingir seus objetivos, entre eles citamos as Unidades de PSF,

o CAPS ad, Conselhos Tutelares, entre outros.

Os jovens precisam sentir que estão sendo aceitos pela sociedade e conviver com

atitudes e comportamentos que valorizem a vida. Eles precisam sentir prazer em estar

com a família, na escola, pois é na medida em que eles interagem positivamente com

essas instituições que se mantém cada vez mais distante das drogas.

A escola é importante e pode contribuir para a proteção de crianças e

adolescentes em situação de risco ou de vulnerabilidade social, já que de diversas

formas essa instituição pode atuar: seja com ações de prevenção, seja com o

acolhimento ou com denúncias aos órgãos competentes.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Informar e sensibilizar a comunidade escolar disponibilizando subsídios e estratégias de

prevenção do uso do álcool e outras drogas, através do acolhimento, orientação e

proteção das crianças e adolescentes em situação de risco, numa perspectiva de

valorização de ações de promoção à saúde na Escola Municipal Advogado Otávio

Amorim, localizada na cidade de Campina Grande/PB.

Objetivos Específicos

Integrar ações de promoção de saúde e prevenção do uso de drogas no projeto da

escola.

Mobilizar a comunidade escolar para o desenvolvimento um trabalho coletivo e

compartilhado que assegure ações planejadas, fortalecendo assim, os laços com as redes

sociais.

Identificar alunos em situação de risco, oferecendo acolhimento e proteção em

consonância com as redes sociais de forma compartilhada.

Articular ações viabilizando a melhor forma de prevenção proporcionando a

comunidade escolar uma melhor proteção das crianças e dos adolescentes.

Promover ações educativas valorizando o protagonismo infanto-juvenil, para que

nossos alunos tornem-se propagadores da prevenção do uso das drogas juntos aos

colegas e familiares.

Inserir os alunos em situação de risco no Programa Mais Educação para garantir a

permanência e ampliar as oportunidades dos mesmos na escola.

METODOLOGIA

Nosso projeto contemplará o Eixo 2: Integrando a prevenção no currículo

escolar. A escolha por este eixo deve-se ao fato de termos alunos com faixa etária em

que já há certa maturidade para trabalharmos com essa temática, que tem em suas redes

sociais pessoas que fazem o consumo de drogas lícitas e ilícitas e, aliado a isso, estamos

revisando e atualizando o nosso Projeto Político Pedagógico - PPP, no qual estamos

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propondo que essa temática seja inclusa para que possamos ter o trabalho sistemático de

prevenção ao uso das drogas em nossa escola.

Dentro desse contexto, nosso projeto de intervenção será desenvolvido numa

perspectiva sistêmica e terá como público alvo alguns segmentos da comunidade escolar

interna. Dentre os vários segmentos iremos priorizar as turmas do EJA e as turmas de 3º

ao 5º ano. Caracterizamos este grupo como um público em que há crianças (de 08 a 12

anos), jovens (de 14 a 18 anos) e adultos (de 18 a 65 anos). Alguns desses sujeitos

vivem em situação de vulnerabilidade social, uma vez que estão inseridos em

comunidades e famílias onde a presença das drogas lícitas e ilícitas pode ser uma

constante aliada à necessidade de auto-afirmação perante os seus pares ou aos grupos

sociais do qual fazem parte.

Para desenvolvermos este projeto, a escola dispõe como recursos físicos de 10

salas de aula, 1 sala de leitura, 1 pátio e 1 campo de futebol. Contando também com

alguns recursos materiais, entre eles mencionamos: data show, computadores, acesso a

internet, torso humano, acervo literário, som ambiente, mapas, globo iluminado, câmera

fotográfica, filmadora, TV e DVD, Jornal Escolar Porta Aberta, papel, lápis, giz,

revistas. Em relação aos recursos humanos, colocamos professores, funcionários, equipe

técnica-pedagógica, gestores, alunos e a equipe do PROERD.

Em relação ao PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas e a

Violência, um programa aplicado nas Escolas Públicas por policiais militares treinados

e preparados para desenvolver atividades lúdicas, foi estabelecida uma parceria

objetivando a transmissão de uma mensagem de valorização da vida e da importância de

manter-se longe das drogas e da violência por meio de lições lúdicas e práticas efetivas.

Dessa forma, serão realizadas pela equipe desse programa diversas atividades, nas quais

serão utilizados cartazes ilustrados, vídeos, palestras adequadas às faixas etárias e outras

estratégias voltadas ao atendimento das necessidades dos alunos.

Além dessa parceria, estaremos no decorrer do nosso projeto desenvolvendo

algumas ações, entre elas citamos:

Selecionar o material educativo adequado à faixa etária e ao nível de

desenvolvimento dos alunos para serem trabalhados pelos professores em sala de

aula. Dessa forma, serão selecionados filmes, textos, revistas, livros, jogos

educativos e outros recursos que abordem a temática.

Trabalhar com a comunidade escolar, em parceria com o PROERD, os principais

aspectos teóricos relacionados às drogas: o que são? classificação em lícitas ou

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ilícitas, diferenças entre usuário e traficante, além de abordarmos os fatores de

risco e de proteção.

Fortalecer a inclusão das ações de prevenção às vulnerabilidades estudantis e as

ações de promoção à saúde no Projeto Político da escola.

Desenvolver ações de prevenção ao uso das drogas nas oficinas do Programa

Mais Educação. Assim, serão realizadas reflexões a partir da leitura de textos,

interpretação de canções e poesias, dramatizações, peças teatrais, danças e

atividades recreativas envolvendo esportes, passeios ciclísticos, panfletagens,

caminhadas, etc.

Apresentar uma peça teatral, transmitindo a importância do combate às drogas,

bem como as conseqüências de seu uso;

Publicar no Jornal Porta Aberta e nas redes sociais da escola as produções

textuais dos alunos e demais ações desenvolvidas durante a execução do projeto.

CRONOGRAMA

Datas Ações

15 a 22 de abril de 2013 Selecionar material didático a ser trabalhado com

alunos e professores.

02 a 05 de maio de 2013 Trabalhar com professores e funcionários os

principais aspectos teóricos sobre as drogas.

De abril a outubro de 2013 Desenvolvimento de ações preventivas com os

alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Constituição da República federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

________, Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas. – Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre as Drogas, 2010. 286p.

 _________. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. 4 ed. Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2003.

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_________. Prevenção ao uso indevido de drogas: Curso de Capacitação para Conselheiros Municipais. Brasília: Presidência da República, Secretaria Nacional Antidrogas, 2008

Brusamarello T, et al.Papel da família e da escola na prevenção do uso de drogas pelo adolescente estudante. Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article. Acesso em: 06 mar. 2013.

CONCEIÇÃO, Adaylton de Almeida. Drogas e prevenção. Introdução.O que é uma droga? Informar não é educar; A Educação –Tarefa Educativa; A família e a Prevenção. I Congresso sobre Prevenção e Tratamento de Dependência de Drogas, Punta del Leste – Uruguay, 2005. Disponivel em: < www.br.monografias.com/trabalhos>. Acesso em: 02/03/2013