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Projeto de Protecção Social para Moçambique (P129524) QUADRO DA POLÍTICA DE REASSENTAMENTO Janeiro, 2017 República da Moçambique Ministério do Genero, Criança e Acção Social Instituto Nacional para a Ação Social SFG2931 REV Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

Projeto de Protecção Social para Moçambique …...2017/01/02  · Projeto de Protecção Social para Moçambique (P129524) QUADRO DA POLÍTICA DE REASSENTAMENTO Janeiro, 2017 República

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Projeto de Protecção Social para Moçambique (P129524)

QUADRO DA POLÍTICA DE REASSENTAMENTO

Janeiro, 2017

República da Moçambique Ministério do Genero, Criança e Acção

Social Instituto Nacional para a Ação Social

SFG2931 REVP

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Lista de Abreviaturas

AAT Avaliação de Aquisição de Terra

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

AISA Avaliação de Impacto Social e Ambiental

AP Afetados pelo Projeto

BM Banco Mundial

CICR Comité Interno de Compensação e Reassentamento

CM Conselho Municipal

CMR Comité de Monitoria do Reassentamento

CR Comité de Reassentamento

CTAS Comissão Técnica de Acompanhamento e Supervisão

DUAT Direito de Uso e Aproveito da Terra

ER Especialista em Reassentamento

GM Governo Moçambicano

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento rural

MGCAS Ministério do Género, Criança e Acção Social

ONG Organização Não-governamental

OP Política Operacional

PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social

PGS Plano de Gestão Social

PRA Plano de Reassentamento Abreviado

PR Plano de Reassentamento

QGSA Quadro de Gestão Social e Ambiental

QPR Quadro da Política de Reassentamento

SPGC Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro

UAS Unidadade Ambiental e Social

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Tabla de Conteúdo

SUMARIO EXECUTIVO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

2. DEFINIÇÕES E TERMOS DA POLÍTICA ............................................................................... 5

3. DESCRIÇÃO DO PROJETO ..................................................................................................... 7

3.1. Objetivos do Projecto .......................................................................................................... 7

3.2. Componentes ....................................................................................................................... 7

Componente 1: Fortalecimento institucional e capacitação para apoiar a consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica ................................................................................................. 7

• Sub-componente 1A: A construção de sistemas permanentes para a implementação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica ................................................................................ 7

• Sub-componente 1B: Capacitação para a implementação, monitoria e avaliação do PASP ....... 7

• Sub.componente 1C. Capacitação Institucional para Resposta ao Pós-Emergência ................... 7

Componente 2: Trabalhos Públicos com Uso de Mão-de-obra Intensiva ........................................... 7

• Sub-componente 2A: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra em zona rurais... 7

• Sub-componente 2A.1: Actividades Complementares em Áreas Rurais .................................... 7

• Sub-componente 2B: Trabalhos Públicos com uso de Mão-de-obra em zona urbanas ............... 7

• Sub-componente 2A.2: Actividades Complementares em Áreas Urbana ................................... 7

Componente 3: Resposta ao Pós-emergência ...................................................................................... 7

3.3. Actividades que causam reassentamento ............................................................................ 7

4. OBJETIVOS DO QUADRO DA POLÍTICA DE REASSENTAMENTO ................................ 9

4.1. Objetivos do Quadro da Política de Reassentamento .......................................................... 9

4.2. Princípios que governam o reassentamento ........................................................................ 9

5. ENQUADRAMENTO LEGAL ................................................................................................ 10

5.1. Leis e regulacções nacionais ............................................................................................. 10

5.2. Política de Reassentamento Involuntário do Banco Mundial OP/BP 4.12........................ 14

5.3. Comparação entre as Leis da República de Moçambique em relação à posse da Terra e do Banco Mundial OP/BP 4.12. ......................................................................................................... 14

6. PREPARAÇÃO DOS PLANOS DE ACÇÃO DE REASSENTAMENTO ............................. 16

6.1. Conteúdo dos Planos de Reassentamento (PAR) .............................................................. 16

6.2. Formação da Equipe de Trabalho ...................................................................................... 17

6.3. Informação e consulta públicas ......................................................................................... 17

6.3.1. Durante a elaboração dos estudos e desenhos ........................................................... 18

6.3.2. Durante a implementação .......................................................................................... 18

6.3.3. Mecanismos de comunicação .................................................................................... 18

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6.4. Articulação do Processo de Reassentamento com as Etapas Técnicas do Projeto ............ 19

6.5. Estudos e diagnósticos ...................................................................................................... 19

6.5.1. Estudo de títulos ........................................................................................................ 19

6.5.2. Cadastro sócio económico ......................................................................................... 20

6.5.3. Cadastro físico-fundiário ........................................................................................... 22

6.5.4. Avaliação de Propriedades e Benfeitorias ................................................................. 23

6.5.5. Elaboração de Laudos ............................................................................................... 24

6.6. Identificação de impactos e vulnerabilidades .................................................................... 24

6.7. Programas de Compensação .............................................................................................. 26

Pagamento de uma soma em dinheiro equivalente ao valor de reposição ............................. 26

6.8. Critérios de Elegibilidade .................................................................................................. 29

6.9. Orçamento ou Disposições de financiamento do PAR ..................................................... 30

6.10. Datas limites para incorporar a população afetada ........................................................ 30

7. DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DE ACÇÃO DE REASSENTAMENTO ..................................................................................................................... 31

7.1. Arranjos institucionais....................................................................................................... 31

7.2. Processo de preparação e aprovação dos planos de acção de reassentamento .................. 31

7.3. Seguimento e Monitoramento ........................................................................................... 33

7.3.1. Seguimento ................................................................................................................ 33

7.3.2. Monitoramento .......................................................................................................... 33

7.4. Avaliação Ex-Post ............................................................................................................. 34

7.5. Mecanismos de atenção de queixas e reclamações ........................................................... 34

8. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL ............................................................................... 37

APÊNDICE A – CONTEÚDO DO PLANO DE REASSENTAMENTO (COMPLETO) .............. 38

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1. INTRODUÇÃO O presente documento faz parte dos documentos de Avaliação Socio-Ambiental requeridos pelas Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial e também em conformidade com os regulamentos nacionais do País, para o financiamento do Projeto de Proteção Social para Moçambique (P129524). O Quadro de Política de Reassentamento (QPR ou RPF) complementa as disposições do Quadro de Gestão Social e Ambiental (QGAE ou ESMF) para o projeto. Quando não se conhecem inteiramente as localizações fisícas dos locais dos subprojetos, nem as necessidades de aquisição de terras e de reassentamento involuntário, um Quadro de Política de Reassentamento serve para estabelecer os princípios e linhas de orientação das políticas para a preparação dos planos de reassentamento que aplicarão aos subprojetos específicos que prevêm reassentamentos. Considerando o tipo de actividades a financiar pelo projeto, consistindo em pequenas obras com uso de mão-de-obra, tais como abertura de viveiros comunitários, construção de mangas de

tratamento de gado, limpeza de jardins, Centros de Saúde, Vilas, Municípios, Bairros, parques, abertura de valas de drenagens, multiplicação de rama de batata-doce de polpa alaranjada, multiplicação de rama de batata-doce de polpa alaranjada, multiplicação da semente de arroz, multiplicação de estacas de mandioqueira, construção de bebedouros e vedação de Fontenários, construção de tanques piscícolas, abertura e manutenção de dique de protecção, instalação de viveiros agro-florestais para multiplicação de fruteiras e espécies nativas; abertura de campos para o plantio de cajueiros, limpeza de valas de drenagem,

construção de casas mãe-espera, os impactos ambientais e sociais previstos são poucos e de pouca magnitude e abrangência. Igualmente, não estão previstos projetos que impliquem o deslocamento físico permanente de famílias ou negócios. Contudo, para garantir que Salvaguardas do Banco Mundial estejam asseguradas em caso de se apresentar alguma eventualidade, este Quadro de Política estabelece as bases para desenvolver e implementar Planos de Acção de Reassentamento (PAR). O QPR tem em consideração as provisões da legislação nacional nomeadamente, o Decreto 31/2012 Regulamento sobre o Processo de Reassentamento eo Diploma MInisterial 155/2014 - Directiva Técnica para Implamentação do Plano de Acção de Reassentamento. Os princípios descritos na Política Operacional OP/BP 4.12 sobre Reassentamento Involuntário do Banco Mundial também foram utilizados na preparação deste QPR e irão aplicar-se a todas as actividades do Projecto, quer a escala e a complexidade das questões de reassentamento exija ou não a preparação de um plano de reassentamento.

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2. DEFINIÇÕES E TERMOS DA POLÍTICA Previamente à apresentação dos objetivos e princípios, e com o propósito de lograr uma melhor compreensão dos mesmos, se apresentam as definições aplicáveis mais importantes, dentro do Quadro de Política de Reassentamento: Plano de Reassentamento Involuntário: O processo mediante o qual se apoia as pessoas afetadas, com o propósito de restabelecer os níveis de vida prévios aos deslocamentos involuntários gerados pelo projeto ou subprojeto. Trata-se de um processo complexo que deve ter uma metodologia e procedimentos definidos de forma clara, antes do início das actividades, visando garantir uma nova base produtiva e/ou melhores condições de vida ou, no mínimo, melhores do que as atuais, no que se refere à habitação, organização social e econômica e condições ambientais. Relocação de populações: é o processo de deslocamento da população residente nas áreas necessárias para a realização das obras dos subprojetos para novas áreas, ou para áreas remanescentes das propriedades afetadas. Quando existe a identificação da vontade de mudança da população com a necessidade da intervenção, governamental ou privada, o deslocamento é considerado "voluntário" e caso não ocorra, o deslocamento é "involuntário". Deslocamento económico: O impacto económico que pessoas, famílias, ou comunidades sofrem como resultado de afectações de imóvel ou área afectadas ou áreas de morada ou produção de ingresso, resultantes da implementação dos projetos ou subprojetos produtivos. O deslocamento é gerado por um agente externo sem que exista a possibilidade de recusar ou permanecer, trabalhar ou continuar com actividades produtivas. O deslocamento económico também pode resultar de restrições no acesso às áreas de trabalho ou produção. Não proprietários: não têm o direito de uso e aproveitamento da terra e residem e/ou produzem na propriedade de terceiros afetada. Incluem-se entre os não proprietários os que apenas possuem benfeitorias nas áreas a serem desapropriadas. Ocupantes: São as pessoas que moram ou residem nos propiedades/áreas afetados, sem ter títulos legais ou licença para sua utilização. Plano de reassentamento: é o instrumento metodológico e de procedimentos de orientação do processo de reassentamento. Pessoa Afetada: Pessoa afetada pela perda de seu lugar de residência, dos médios que proporcionam a subsistência, ou das fontes de trabalho e / ou ingressos, como consequência do projeto ou subprojeto. Imóvel: Unidade individual de terra com ou sem benfeitorias, identificável fisicamente e por meio de registos cadastrais. Compensação: A compensação é uma forma de se extinguir uma obrigação em que os sujeitos da relação obrigacional são, ao mesmo tempo, credores e devedores; Avaliação imobiliária: visa a estimar o valor para a compra ou venda de imóveis, na compra ou construção de um imóvel, o estudo económico e financeiro de um projecto de investimento, o cálculo de indenização por expropriação, a determinação do valor para efeitos fiscais etc;

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Cadastro Socioeconômico: Levantamento de informações sobre a população atingida e residente na área de influência direta do empreendimento, tais como: proprietários, arrendatários, locatários, residentes nas propriedades/áreas afetadas, que não possuem títulos legais ou licença para sua utilização, ocupantess, parceiros, agregados, assalariados e filhos de proprietários; Nível de Afectação: Um imóvel pode se afetar total ou parcialmente. Quando a afeção é total, todas as unidades sociais que residem o exercem alguma actividade nele, deverão se reassentar. Caso a afeção seja parcial, algumas vezes pode se continuar o uso anterior e em outras pode implicar o deslocamento de alguma ou todas as pessoas afetadas. Médios de vida ou subsistência: Se refere a aqueles activos ou actividades necessárias para atingir a supervivência pessoal ou do agregado familiar. Vulnerabilidade: Falta de capacidade de resposta frente à afetação gerada pelo reassentamento involuntário, assim como frente aos benefícios das medidas de mitigação ou compensação propostas no PR.

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3. DESCRIÇÃO DO PROJETO

3.1. Objetivos do Projecto O objetivo principal é assistir o Governo de Moçambique para escalar o Programa Nacional de Ação Social Produtiva (PNASP), mediante o desenvolvimento de instrumentos e arranjos institucionais para a implementação da Estratégia Nacional de Seguridade Social Básica (ENSSB). O PNASP procura assistir as famílias afetadas pelas falta de renda temporária nas estacoes não produtivas. O governo considera que o seu atual foco na geração de renda temporária através de intervenções de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra em áreas rurais e urbanas.

3.2. Componentes As componentes do projecto reestruturado são: Componente 1: Fortalecimento institucional e capacitação para apoiar a consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica

• Sub-componente 1A: A construção de sistemas permanentes para a implementação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica

• Sub-componente 1B: Capacitação para a implementação, monitoria e avaliação do PASP • Sub.componente 1C. Capacitação Institucional para Resposta ao Pós-Emergência

Componente 2: Trabalhos Públicos com Uso de Mão-de-obra Intensiva

• Sub-componente 2A: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra em zona rurais • Sub-componente 2A.1: Actividades Complementares em Áreas Rurais • Sub-componente 2B: Trabalhos Públicos com uso de Mão-de-obra em zona urbanas • Sub-componente 2A.2: Actividades Complementares em Áreas Urbana

Componente 3: Resposta ao Pós-emergência

3.3. Actividades que causam reassentamento As actividades produtivas financiadas pelo projeto são trabalhos públicos intensivos em mão-de-obra com uma percentagem alta de transferências de dinheiro dirigidas as famílias beneficiarias. Os trabalhos são de pequena escala e curta duração cujo objetivo principal é transferir dinheiro as famílias para contribuir a seguridade alimentaria. Os tipos de obras incluem manutenção de caminhos rurais, limpeza de ruas, parques, espaços públicos, manutenção e limpeza de esgotos, escavação de latrinas, de poços, de canais de água, pequena manutenção de edifícios públicos ou de serviços públicos. Este tipo de obras não tem impactos ambientais importantes, mais ainda quando o projeto não financia obras em parques naturais ou ecossistemas críticos, nem que apresentem deslocamentos permanentes de pessoas. Em qualquer caso, considerando que ao menos 70% dos recursos devem ser para o pagamento dos beneficiários, e que os projetos são muito pequenos em escala para favorecer uma distribuição mais abrangente de beneficiários, as obras não podem gerar maior impacto nas populacções. No entanto, tem algumas obras que poderiam gerar algum deslocamento económico, como o caso de novos canais que pudessem precisar de terra ou de servidões, ou que pudessem interromper o acesso a residências ou trabalhos. Outro tipo de afecção potencial é a restrição temporal de acesso ao trabalho ou meios de vida, durante a execução das obras.

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4. OBJETIVOS DO QUADRO DA POLÍTICA DE REASSENTAMENTO

4.1. Objetivos do Quadro da Política de Reassentamento Os objectivos deste QPR sao:

• Mitigar e compensar os impactos potenciais dos deslocamentos físicos e económicos resultantes da implementacao de subprojetos financiados pelo projeto; e

• Restabelecer as condições de qualidade de vida e subsistência de quem vê afetadas as suas fontes de ingresso como resultado da implementacao do projeto.

Para atingir os objetivos, este documento estabelece os critérios e processos, para que fazendo o rastreio das alterções no uso da terra e das melhorias das infraestruturas, e identificando os casos em que a aquisição dos direitos de uso da terra para uso público seja inevitável, possam conceber-se e efectuar-se actividades de mitigação de uma forma socialmente sustentável.

4.2. Princípios que governam o reassentamento Os princípios do QPR orientadores para o Projecto são:

• Evitar deslocamentos. O reassentamento involuntário e a aquisição de terras devem ser minimizados ou evitados sempre que seja possível.

• Minimizar Impacto. Nas situações em que a aquisição dos direitos de uso das terras seja inevitável, os projetos serão concebidos para minimizar os impactos adversos.

• Restabelecer condições pré-existentes. O projeto deve procurar o restabelecimento das condições sociais e económicas prévias. Compensações económicas pela perda de imóveis ou fontes de ingresso não são suficientes para mitigar os impactos. Assim, os Planos de Reassentamento devem incluir medidas de apoio e assistência social.

• Inclusão. Todas as pessoas afetadas pelos subprojetos terão direito a receber uma compensação justa e a participar nos Planos de Reassentamento.

• Participação. As pessoas afectadas devem ser consultadas e devem ter a oportunidade de participar na planificação e implementação dos planos de reassentamento.

• Informação. Todos os afetados pelos subprojetos serão informados deforma antecipada e clara, sobre seus direitos, oportunidades, e vulnerabilidades, assim como as soluções previstas no QPR.

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5. ENQUADRAMENTO LEGAL

5.1. Leis e regulacções nacionais

A Constituição de Moçambique (2004) estabelece que os recursos naturais e os meios de produção são propriedade pública de interesse colectivo. Especificamente, a terra pertence ao Estado e o direito de uso apenas pode ser atribuído pelo Estado. O Artigo 111 clarifica que o Estado concessiona títulos de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) e também reconhece e protege os direitos adquiridos por herança e por ocupação.

A Lei de Terra 19/1997 providencia a base para definir os direitos de uso e aproveitamento da terra das pessoas, os detalhes dos direitos baseados em reivindicacções costumeiras e os processos para a aquisição do título de uso para comunidades e indivíduos. A Lei recomenda um processo de consulta que reconhece direitos costumeiros como forma de identificar reivindicacções das comunidades e dos membros individuais das comunidades sem título. No art. 24, identifica que nas áreas rurais as comunidades locais participam: a) na gestão dos recursos naturais; b) na resolução de conflitos; c) no processo de obtenção do título conforme estabelecido no nº 3 do art. 13 da Lei; e d) na identificação e definição dos limites da terra que ocupam.

A Lei define que o direito de uso e usufruto da terra pode ser adquirido através da ocupação por indivíduos moçambicanos que utilizaram a terra em boa-fé, por um período de pelo menos 10 anos, e por comunidades locais com o direito de uso e benefício da terra que obedece aos princípios da co-titularidade. Como tal, a Lei reconhece e protege o direito de utilizar o terreno adquirido por herança ou ocupação, excepto em reservas designadas legalmente, ou em áreas que foram legalmente transferidas para outra pessoa ou corpo.

Os direitos existentes do uso e aproveito da terra podem terminar através de uma revogação do direito por razões de interesse público, após o pagamento de uma compensação justa. A Lei confere a responsabilidade dalocação de direitos e a revogação dos direitos em diferentes níveis do Governo. Onde estão envolvidas pequenas áreas (menos de 100 hectares), o Governador Provincial pode tratar destas questões e declarar que os direitos foram retirados a um indivíduo, entidade ou comunidade. A Lei não refere a possibilidade de recorrer contra a revogação dos direitos.

Guias básicas sobre compensações existem de forma tabular na Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER), incluindo valores produtivo de vários cultivos. Guias para avaliar moradas rurais são fornecidas pela Diretoria Provincial de Obras Publicas e Recursos Gídicos (DPOPHRH), com base no Diploma Ministerial 119/94. O valor por metro quadrado é baseado na estrutura atual de custos de reposição no mercado.

A Política Nacional da Terra (Conselho de Ministros, Resolução n° 10/1995) estabelece que o Estado deve providenciar terra para cada família, para a construção ou tenência de morada própria. O solo urbano não pode ser transferido se não tiver construções ou outras infraestruturas públicas. Em caso de se precisar ocupar terra que tivesse outros usos, deve se considerar as pessoas que moram no lugar, e os investimentos previamente feitos por elas, excepto em casos de conflito com planos de uso anteriores.

A Regulamentação da Lei de Terras (Decreto 66/1998) regula os processos para obter os direitos de uso da terra. São aplicáveis para áreas rurais e dentro dos municípios, mas fora do serviço cadastral. A regulamentação também se aplica para áreas semiurbanas sem planeamento e é raramente aplicada em áreas urbanas. Os aspectos relevantes da regulamentação incluem:

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� Onde existe uma titularidade compartida, o título pertence a todos os titulares de forma igual.

Quando um dos titulares morre, os outros titulares continuam como legítimos titulares; � A consulta entre os requerentes da terra e a comunidade local é obrigatória antes da decisão de

cedência feita pelo Governador da Província ou a autoridade superior; � Os ocupantes da terra em boa-fé e as comunidades locais podem requerer a delimitação e o título

da propriedade. O processo de requerimento é simplificado e é dada uma autorização definitiva em vez de uma autorização provisória; e

� Aos detentores de títulos são instados a pagar uma taxa de autorização do direito de uso da terra, acrescido de um imposto anual. Os negócios de família e das comunidades locais estão isentos de tais impostos.

Quando se precisa construir rodovias principaís (autoestradas), as Regulacções sobre uso de solo providenciam a criação de uma Reserva Parcial de Proteção de 50 metros. Para rodovias primárias 30 metros, e para as secundarias e terciarias 15 metros. Os direitos de uso e aprovitamento da terra não podem ser adquiridos e nenhuma actividade pode ser feita sem licença.

O Decreto-lei 15/2000 descreve a articulação entre as autoridades locais do Estado e a liderança comunitária, especialmente em áreas rurais, através dos conselhos locais, líderes tradicionais da comunidade, e secretários do bairro. O Art. 24 da Lei de Terras lhes outorga poderes para participar na resolução de conflitos, apresentar as opiniões das comunidades nos requerimentos para terras e identificar e delimitar as terras comunitárias.

O Regulamento do Solo Urbano (Decreto nº 77/2006) regula os planos de estrutura urbana, os planos gerais e parciais de urbanização, e os planos de detalhe. Os vários tipos de plano urbano são organizados hierarquicamente e uma vez aprovados a nível da autoridade local, são ractificados pelo Ministro da Administração Estatal e Função Pública. O plano de urbanização tem enfoque nos usos e funções urbanas e define as necessidades de serviços com atenção especial nas áreas de ocupação espontânea. A planificação deve ser um processo participativo e consultivo. Para a tomada de decisões é usada informação de base sócio espacial obtida da consulta com as partes interessadas e do governo. Os resultados da consulta são disseminados e disponibilizados publicamente, antes da aprovação, e é organizada uma audiência pública para juntar os comentários.

Os direitos de uso da terra podem ser atribuídos por requerimento oficial, sorteio, leilão pública, (20% reservado para os mais pobres), negociação particular, ou pela ocupação de boa fé. O decreto define claramente os direitos de uso da terra dos titulares (incluindo aqueles com direitos pela ocupação em boa fé) quando cumprem com os planos de ordenamento territorial urbano. Quando os planos mudam, aqueles que estavam usando a terra e que não podem ser razoavelmente incluídos devem ser priorizados na atribuição de novas áreas de ocupação e compensados pelas suas perdas. A terra e a propriedade urbana podem ser expropriadas para projectos de interesse nacional ou público, ou como servidões. Nesses casos, deve haver compensação por a perda da propriedade.

A Lei do Enquadramento Municipal nº 2/97 responsabiliza as municipalidades pela urbanização, habitação e licenciamento da construção, de acordo com a sua capacidade e em coordenação com outros órgãos do Estado. Às municipalidades são também atribuídas competências para exercer os poderes que lhes são atribuídos pelo Regulamento da Lei de Terras.

A Lei das Finanças Municipaís nº 11/97 concede poderes às municipalidades para preparar e aprovar planos gerais e parciais de uso da terra, e programas de desenvolvimento urbano em colaboração com os organismos relevantes do governo central. O cumprimento desses planos está

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sujeito a ratificação pelo Governo. O Artº 56 estabelece que serão elaborados regulamentos apropriados para a avaliação do valor do imobiliário urbano. Porém, enquanto esses regulamentos não estiverem disponíveis, a avaliação provisória será feita dacordo com as normas para a avaliação de estruturas urbanas destinadas à alienação pela Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE).

A Lei do Ordenamento Territorial nº 19/2007 foi desenhada para promover o uso racional e sustentável dos recursos naturais e a preservação do ambiente através do ordenamento e planejamento territorial, para promover a qualidade de vida em espaços rurais e urbanos, optimizar habitacções, infraestruturas e sistemas de serviços urbanos, segurança pública e reduzir a vulnerabilidade à catástrofes naturais e acidentes. Faz com que o ordenamento espacial seja obrigatório em áreas rurais e identifica os mecanismos para a legalização de vários planos territoriais.

Os princípios de participação pública e a sensibilização sobre os direitos à informação e a igualdade de oportunidade de acesso à terra, às infraestruturas e aos serviços, são complementados pelo objetivo do uso sustentável dos recursos. Em caso de dano ambiental ou degradação de uma área territorial, a entidade responsável pública ou privada é solicitada a reparar tais danos e a pagar compensação por danos na qualidade de vida dos cidadãos afetados. O art. 20 da Lei refere que quando os projetos de desenvolvimento identificados em solo rural ou urbano pelo sector público requerem a expropriação com base no interesse público, necessidade ou uso, estes devem ser amplamente justificados. Também, deve ser calculada e paga uma compensação justa pelas perdas de propriedade tangível e intangível, a quebra da coesão social e a perda dativos produtivos. A Lei clarifica canais de recurso para os cidadãos com reclamos justificados contra o uso de instrumentos de planeamento territorial, e para exercer o direito de todos os cidadãos à informação, incluindo detalhes do cadastro de planeamento e os processos, bem como os seus direitos de participação na produção e implementação dos planos.

A Regulamentação da Lei do Ordenamento Territorial (Decreto 23/2008) especifica nos artigos 70 a 72 que a compensação tem de ser paga antes da transferência de propriedade por expropriação. O processo deve assegurar que o valor real da propriedade expropriada seja aplicado e que tome em consideração os danos indiretos e as perdas de lucros causadas. A informação providenciada às partes afetadas tem de incluir uma cópia do requerimento legal do promotor à terra, a base de cálculo da compensação proposta, as formas de pagamento, e o tempo até que o pagamento seja feito, quando a propriedade seja tomada em posse pelo promotor e por último, o período em que os reclamos das partes afetadas contra a proposta de compensação podem ser apresentados.

MITADER, o Ministério das Finanças, e o Ministério da Justiça sob o Diploma Ministerial 181/2010 providenciam conjuntamente os instrumentos para atribuição de compensação causada por acções de desenvolvimento requerendo o planeamento territorial e desencadeado pela aquisição de locais para interesse público para a instalação de infraestrutura social ou económica de maior benefício social. O Diploma contém princípios de expropriação, procedimentos e bases de cálculo de compensação para perdas dactivos como habitação. O Diploma clarifica que a declaração de uma área para expropriação com base no interesse público e com objectivo de planeamento territorial é levado ao cabo pelo Concelho de Ministros e deve ser publicado no Boletim de República. Um guia orientador básico sobre compensação para culturas permanentes e anuais é providenciado e actualizado por cada DPTADER. Este cobre o preço corrente no mercado e os valores de produtividade de vários produtos anuais e de culturas permanentes.

A Lei da Família nº 10/2004 estipula que ambos os parceiros podem legitimamente tratar de transacionar a propriedade enquanto salvaguardam os direitos do outro. Os bens imóveis, tanto da

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pertença da esposa individualmente ou de propriedade comum, poderão ser apenas transferidos a outros com a expressa autorização de ambos parceiros:

� A titularidade compartida da propriedade, incluindo casas, é a tipologia mais comum e está

associada ao primeiro casamento. Neste caso, todas as propriedades trazidas ao casamento pelos dois parceiros, e a casa e outros itens adquiridos durante o casamento, incluindo os direitos do uso e aproveitamento da terra, pertencem ao marido e à esposa em partes iguais.

� A comunhão de propriedade acumulada por direitos anteriores. Especificamente inclui propriedades adquiridas através da ocupação de terras em boa-fé, que se iníciou antes do casamento, embora a compensação por perdas possa ser paga como propriedade comum (art. 1717, n° 2). No entanto, um parceiro, neste caso, não ganha metade da quota da terra ou de outra propriedade adquirida através da ocupação em boa-fé. A lei define este tipo de propriedade como o normal para uniões de facto ou casamentos tradicionais, ou ainda no caso em que nada seja especificado. Isto é importante dado que uma mulher pode reter titularidade das suas posses dantes do casamento, bem como ser automaticamente titular de metade da propriedade conjugal.

� Finalmente, sob o modelo de separação de bens, cada parte retém a posse dos seus actuais e futuros activos e podem os dispensar como a bem quiser.

A Lei da Proteção do Património Nacional nº 10/1988 tem como objetivo proteger todo o património cultural e histórico e as antiguidades nacionais. Este tipo de áreas protegidas deve ser evitado na selecção dos sítios para implementação dos subprojetos.

O Regulamento de avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015) obriga o proponente do projeto a efetuar consulta e participação pública, particularmente no caso em que seja restringido o uso dos recursos naturais pelo projeto ou em caso de deslocação física de pessoas como consequência da implementação do projeto.

Decreto 31/2012 O Regulamento Sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas Este regulamento providencia regras e princípios para o reassentamento, com vista à promoção da qualidade de vida dos cidadãos e a proteção do ambiente. Cria a Comissão Técnica de Acompanhamento e Supervisão (CTAS), órgão multissectorial, o qual deve acompanhar, supervisionar e dar recomendações metodológicas sobre o processo de reassentamento. Além da CTAS, no processo de reassentamento também participam representantes da população afetada, da sociedade civil, líderes comunitários, e representantes do sector privado. Segundo o decreto, no caso de reassentamento, o proponente da actividade económica deve elaborar e implementar um plano de reassentamento, que será parte integrante do processo de avaliação de impacto ambiental, e vem depois da emissão da licença ambiental.

O regulamento providencia direitos para a população afetada, para ver restabelecido o nível de renda, o padrão de vida, para viver num espaço físico infraestruturado, com equipamentos sociais, para ter espaço para praticar suas actividades de subsistência, e para dar opinião sobre todo o processo de reassentamento. O processo deve conter pelo menos 4 consultas públicas, para garantir o direito dos cidadãos à informação. O processo está sujeito à Inspecção de ambiente, e estabelece multas pecuniárias para infracções. A aprovação do Plano de Reassentamento compete ao Governo do Distrito, uma vez se tenha a conformidade emitida pelo sector que superintente a área de Ordenamento do Território.

Diploma Ministerial 156/2014. Directiva Técnica Sobre a Preparação dos Planos de Reassentamento e Processo de Implementação. Esta Directiva auxilia a: assegurar e avaliar a

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conformidade com as metas incluídas nos planos de acção e reassentamento; avaliar o nível de satisfação das necessidades das populações reassentadas; a avaliação técnica e validação da informação recebida a partir do processo de implementação do plano.

Além da orientação legal para os aspectos sociais do reassentamento, a ratificação por Moçambique das Convenções Internacionais dos Direitos da Criança e dos Direitos Humanos, a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação da Mulher, a Agenda sobre Assentamentos Humanos de Moçambique e a Lei do Trabalho, definem direitos específicos baseados na igualdade de oportunidades sem descriminação em benefício de empresários privados e investimentos.

5.2. Política de Reassentamento Involuntário do Banco Mundial OP/BP 4.12

Os objetivos da OP/BP 4.12 do Banco Mundial são: � Evitar ou minimizar o reassentamento involuntário, explorando todas as alternativas de desenho

do projeto. � Ajudar as pessoas deslocadas no melhoramento do seu nível de vida, na sua capacidade de geração

de renda e nos seus níveis de produção ou, pelo menos restaura-os. � Promover a participação da comunidade na planificação da implementação do reassentamento: e, � Providenciar assistência para as pessoas afetadas independentemente da legalidade da sua

vinculação com a terra.

Esta Política é acionada não apenas pela necessidade de transferência física, mas também por qualquer perda de terra ou outros bens que resulte em: � Transferência ou perda de abrigo; � Perda de bens ou acesso aos bens; e � Perda de renda ou meios de subsistência, independentemente se as pessoas afetadas devem mudar-

se para outra localização.

5.3. Comparação entre as Leis da República de Moçambique em relação à posse da Terra e do Banco Mundial OP/BP 4.12.

Em Moçambique, o direito ao pagamento duma compensação é essencialmente baseado no direito do uso e aproveito da terra, a qual é propriedade do Estado. A OP/BP 4.12 do Banco Mundial refere que todas os AP têm direito a uma forma ou outra de compensação, independentemente de terem ou não título legal sobre a terra que ocupam. Nos casos onde os AP não terem direitos de uso e aproveitamento de acordo com a Lei de Moçambique, aplica-se a OP/BP 4.12 nos termos dos seus direitos de compensação, consulta e mecanismos de reclamação. Nos casos em que se verifique conflito entre a legislação moçambicana e a OP/BP 4.12 do Banco Mundial, esta última terá precedência a partir do momento em que o Banco financie o Projeto.

Os requisitos de sustentabilidade da OP/BP 4.12 indicam que os residentes locais das comunidades afetadas que são obrigados a parar ou a reduzir as suas actividades, devem estar confiantes de que podem encontrar fontes alternativas de alimentação e/ou meios de subsistência. Caso não sejam acessíveis, serão providenciados no plano de reassentamento com mecanismos de compensação. O enquadramento legal de Moçambique para Terras, Ordenamento Territorial e Ambiente, apoia esta abordagem de desenvolvimento sustentável humano e de gestão ambiental. No entanto, na Lei Moçambicana, só as afectações totais não parciais tem direito a compensações. Uma outra diferença importante é que o regulamento local só considera os casos de deslocamento físico de um lugar para outro como resultado de actividades económicas. Todavia, na Política OP/BP 4.12 entende-se como reassentamento não só aos deslocamentos físicos, económicos, como resultado de reduções nos fluxos

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de ingresso que são consequência de interromper acesso a, ou actividades económicas relacionadas com as terras utilizadas pelos projetos.

No caso de investimentos em infraestruturas, planos espaciais ou projetos que possam envolver o reassentamento involuntário, mesmo quando não sejam conhecidos os números exatos de pessoas deslocadas e a dimensão dos impactos, o proponente do subprojeto deve apresentar um PR de acordo com este Quadro de Política de Reassentamento, antes da avaliação (da viabilidade de financiar o subprojeto) pelo Banco Mundial. O PR estima, até onde seja viável, a população total a deslocar (económica e fisicamente) e os custos globais do reassentamento.

A legislação moçambicana concernente ao reassentamento é mínima. No entanto, exige o pagamento de compensação e sublinha que a deslocação potencial desencadeia automaticamente a realização de um Estudo de Impacto Ambiental e Social e a produção de um Plano de Gestão Ambiental. Porém, a legislação sobre o EIAS não faz referência distinta ao processo de planeamento do reassentamento. Não havendo tal orientação, prevalecerão os princípios estipulados na OP/BP 4.12 que suplementarão todas as omissões para os subprojetos.

Resumo da comparação entre as Leis da República de Moçambique em relação à posse da Terra e do Banco Mundial OP/BP 4.12.

Questão Legislação de Moçambique

Requisitos de salvaguardas do WB

As lacunas/conflitos

Categorização de projeto

EIA exigido pela Lei do Ambiente N. º 20/97, de 7 de outubro de 2007 e Decreto N. 45/2004 e o próximo Decreto N. º 54/2015. O Regulamento para o processo EIA classifica os projetos em 3 categorias: um EIA completo e agora (Decreto N. º 54/2015 A outra ' categoria sujeita a revisão por avaliadores profissionais) é necessária para a categoria A. Um EIA simplificado é necessário para a categoria B e EIA não é necessário para a categoria C.

Sob o OP 4.01, um EIA completo é necessário para todos os projetos selecionados como categoria A. Para projetos de categoria B, alguma forma de avaliação ambiental é necessária, geralmente menos rigorosa do que um EIA completo e frequentemente assume a forma de um plano de gestão ambiental (EMP). Além da triagem, não mais ESMF/ESIA ou ESMP ou RPF/RAP são necessários para um projeto de categoria "C" e num projeto é classificado como categoria FI se envolve o investimento de fundos do Banco através de um intermediário financeiro

Apesar de algumas pequenas diferenças, não há nenhum conflito entre os dois conjuntos de legislação

Autoridade ambiental deve fornecer uma licença ambiental

A emissão da licença ambiental deve preceder qualquer

OP 4.01 requer a aprovação e a divulgação das avaliações pelas

Em ambos os processos, a divulgação tem lugar antes da aprovação e,

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para projetos antes da avaliação.

outra licença necessária.

autoridades governamentais competentes.

portanto, qualquer preocupação levantada é tratada antes de aprovação do projeto.

Normas e diretrizes nacionais existem para saúde ocupacional e segurança (SOS).

Legislação de OHS em aplicação; (Lei n º 23/2007, de 1 de agosto de 2007) e implementação da responsabilidade dos Ministérios do trabalho e Saúde. Diretrizes de padrões de segurança para a qualidade ambiental e de emissão de efluentes em aplicação (grau n º 18/2004, de 2 de junho de 2004) e a implementação está sob responsabilidade do MITADER.

As diretrizes de OHS (Occupational, Health, and Safety Guidelines) devem ser aplicadas para todos os projetos de infra-estrutura.

Moçambique não preparou as normas específicas para a gestão de resíduos e emissões de ruído para diferentes indústrias. Portanto, podem ser aplicadas normas do Banco Mundial (IFC OHS guidelines and IFC Environmental, Health and Safety guidelines). Normas ambientais nacionais (Decreto n. º 18/2004, de 2 de junho de 2004 desenvolvido para outras indústrias (plástico, indústria de energia e emissões de ar) existem e podem ser aplicadas.

6. PREPARAÇÃO DOS PLANOS DE ACÇÃO DE REASSENTAMENTO Os planos de acção de reassentamento resultarão da necessidade de compensar ou mitigar os impactos sobre pessoas que se vejam afeitadas pelos actividades dos subprojetos. As afectacções podem ser causadas pela aquisição de terras que resultará na restrição no uso ou acesso aos bens ou meios de vida, como consequência da implementação dos subprojetos. Será o gestor do subprojeto quem terá que desenvolver planos de reassentamento (PR), os quais podem ser Planos de Acção de Reassentamento (PAR) Detalhado (se afectam mais de 200 pessoas) ou Abreviados (se afectam menos de 200 pessoas). Cada PAR será submetido ao MITADER e ao Banco Mundial para aprovação antes da implementação do processo de compensação e o início das obras fisicas de construção civil.

6.1. Conteúdo dos Planos de Reassentamento (PAR) O nível de detalhe do PR varia em função da complexidade do reassentamento envolvido. No caso do projeto, considerando o tamanho e escopo reduzido das intervenções, se espera que os planos de reassentamento que se precisa, sejam de caráter abreviado. Os PRAs incluem:

• Uma descrição da actividade do subprojeto e as acções de minimização do reassentamento; • Um levantamento oficial certificado das pessoas afetadas do subprojeto (cadastro), um

inventário dos bens e sua avaliação, e se a escala dos impactos merece, ainda uma avaliação socioeconómica;

• Uma descrição detalhada da compensação e outros apoios ao reassentamento, incluindo o direito de participação no desenvolvimento de actividades alternativas de subsistência providenciadas;

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• Resultados das consultas com as pessoas afetadas do subprojeto sobre as alternativas aceitáveis.

• Uma descrição da responsabilidade institucional para a implementação e procedimentos para responder às queixas ;

• Orçamento/Custos do PAR • Mecanismo de geastão dos conflictos/das grievancias • Arranjos para a implementação e monitoria; e • A cronologia e orçamento, detalhando todos os custos, incluindo a localização, a

compensação, e os custos administrativos e de monitoria. Em caso de se precisar um PAR completo (caso de afetar mais de 200 pessoas), o conteúdo é apresentado no Apêndice A. Os princípios, e os procedimentos que seguem são comuns aos dois tipos de planos de reassentamento. Uma atenção particular deve ter dado as mulheres, os povres e grupos mais vulneraveis, incluindo a communidada hopedagem no caso dum reasentamento physico das pessoas dum lugar ao outro.

6.2. Formação da Equipe de Trabalho Os Planos de Reassentamento, entendidos como processos de apoio para a restituição ou melhoria das condições anteriores a afetação, serão elaborados por uma equipe multidisciplinar seja contratada ou formada com pessoal dos Governos Locais. O número e composição de cada equipe dependerá do número e características da população afetada.

6.3. Informação e consulta públicas O Artigo 14 do Capítulo I (Direito a Informação) do Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas ( decreto 31/2012) estabelece que: As partes interessadas e afectadas têm direito à informação, sobre os conteúdos dos estudos referentes ao processo de reassentamento; De modo a incentivar e a permitir a participação pública, no processo, as entidades responsáveis pela sua elaboração, devem divulgar os principais aspectos do plano em questão, através dos meios de informação adequados a cada contexto e facultar toda a documentação relevante para consulta pelos interessados; Os órgãos de Administração Pública têm o dever de responder aos pedidos de esclarecimento referidos no número anterior, pela forma que lhes for endereçado, bem como de ponderar e tomar posição sobre as observações, sugestões e recomendações apresentadas durante o processo de participação pública, no prazo de quinze dias úteis, contados a partir da data da solicitação; É obrigatória a divulgação, através de todos os meios que se revelarem necessários os seguintes aspectos: a decisão de desencadear o processo, identificando os objectivos a prosseguir; A comunicação de início do processo de reassentamento ao sector de Ordenamento do Território; a abertura e a duração da fase de consulta pública e respectivas conclusões; Os mecanismos de execução utilizados. O Artigo 23do capítulo II ( Consulta Pública) do Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas ( decreto 31/2012) estabelece que:

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O processo de elaboração, implementação do plano de reassentamento abrange a realização, de pelo menos, quatro consultas públicas, publicitadas nos principais meios de comunicação social existentes e nos locais de intervenção; A divulgação deste processo, pelos meios que se mostrem adequados para garantir a participação pública, com vista a recolher observações, sugestões ou recomendações em relação à proposta do plano de reassentamento, constitui garantia do direito à informação por parte dos cidadãos, em particular das pessoas afectadas ou interessadas; Para cada consulta pública devem ser exaradas, no prazo de cinco dias úteis, as respectivas actas que devem ser assinadas pelos membros das Comissões Técnicas de Acompanhamento e Supervisão do Reassentamento, representantes dos afectados e dos proponentes e afixadas nos locais de estilo para conhecimento público.

6.3.1. Durante a elaboração dos estudos e desenhos

• Informar sobre as características das obras previstas e sobre os resultados da avaliação ambiental e social

• Informar as comunidades a reassentar ou a compensar sobre suas opções e direitos relacionados com o reassentamento, fornecendo informação relevante e oportuna.

• Reduzir a ansiedade da população potencialmente afetada • Gerar um ambiente favorável a realização dos estudos e contar com a participação ativa dos

interessados • Coletar informação relevante para o subprojeto e para o Plano de Reassentamento e comparar

as diversas percepções sobre a realidade da intervenção prevista • Estabelecer canais formais de comunicação que facilitem a resolução das preocupações da

população, incluindo mecanismos de recepção e atenção de reclamações.

6.3.2. Durante a implementação

• Oferecer a população que reside ou trabalha na área afetada, informação que seja verídica, oportuna e permanente sobre o conteúdo dos planos

• Promover processos de consulta e participação em torno as soluções propostas. • Oferecer uma atenção particular as mulheres, pobres e grupos mais vulneraveis, incluindo a

comunidade de hospedagem no caso dum reasentamento fisíco das pessoas de um lugar para o outro.

6.3.3. Mecanismos de comunicação A informação aos proprietários, residentes e usuários dos imóvel ou área afectadas e imóveis afetados, trabalhadores e pessoas desenvolvendo actividades econômicas, educativas, ou culturais nas áreas afetadas deve se fornecer de maneira direita e pessoal, mediante reuniões com grupos específicos. Também, e recomendado estabelecer pontos de contato nas áreas onde se desenvolverão as obras, para que os interessados possam expressar suas opiniões, preocupacções, e apresentar reclamos. A criação de mecanismos de comunicação e relacionamento é uma necessidade para interagir com a sociedade atingida, de forma a esclarecer suas dúvidas em momento oportuno e difundir políticas, por

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meio de diálogo e negociação. Os mecanismos de comunicação adotados devem ir além da forma eletrônica e impressa. A comunicação interpessoal é prioritária, por intermédio de conversas, encontros, visitas dos profissionais de campo ou atendimento nos escritórios. É obrigação do promotor do subprojeto a transmissão de informacções básicas. Quanto mais informados sobre as etapas da obra e programas ambientais, maior é o entendimento pela população atingida, o que gera confiança e cooperação com o subprojeto. A distribuição de cartazes nas escolas, igrejas, postos de saúde, mercados e no transporte escolar que percorre diariamente (com exceção do período de férias) os ramais rurais é um eficiente meio de comunicação.

6.4. Articulação do Processo de Reassentamento com as Etapas Técnicas do Projeto Tem que existir relacção entre as etapas de implementação das obras dos subprojetos e a formulação e a execução dos Planos de Reassentamento. Isto para garantir a disponibilidade das terras requeridas no momento começar a execução das obras. Também para assegurar uma boa coordenação entre os desenhos técnicos e as realidades sociais da zona de influencia dos subprojetos. Uma vez que os desenhos dos subprojetos estejam prontos, o diagnóstico social, económico, e legal é conduzido nas áreas afetadas e sobre a população afetada. Igualmente, deve se desenvolver o Estudo Ambiental Simplificado (EAS) para as actividades identificadas com impacto ambiental médio (Categoria B). Nesse estudo, deve se avaliar os impactos ambientais mais importantes para a população na área de influencia, e as medidas de mitigação correspondentes. O EAS deve produzir um Plano de Gestão Ambiental (PGA) para aplicar essas medidas. Segundo o Quadro de Gestão Social e Ambiental (QGSA) do projeto, que complementa este QPR, todos os subprojetos devem passar por um processo de avaliação ambiental ceda, ou triagem, o qual tem como objetivo determinar a elegibilidade ambiental dos subprojetos, o tipo de impacto, a categoria ambiental, e as medidas de mitigação necessárias. Nesse momento já se deve conhecer se o subprojeto vai gerar deslocamentos da população ou não. Se há deslocamentos menores, ou de tipo económico como resultado da aquisição da parcela, o subprojeto poder ser elegível, mas precisa do desenvolvimento de um Plano de Reassentamento. Com base nesses diagnósticos, os impactos são identificados e as alternativas de solução ou compensação a incluir nos Planos de Reassentamento podem ser formuladas e acordadas com a comunidade. O Plano de Acção de Reassentamento deve iniciar a sua execução antes do início das obras, quer dizer que nehuma actividade do projecto pode ser inicializada sem a confirmação que a última pessoa afectada pelo projecto (PAP) foi bem compensada. As etapas de estudo e desenho são descritas abaixo.

6.5. Estudos e diagnósticos Vários estudos e diagnósticos são precisos para estabelecer os níveis de vulnerabilidade das pessoas afetadas pelos subprojetos, e baseado nesses desenvolver os planos de compensação e assistência correspondentes.

6.5.1. Estudo de títulos Se deverá analisar a origem e situação de tenência dos imóvel ou área afectadas a ser afetados, já seja parcialmente, totalmente o com uma servidão. Esta análise permitirá determinar os direitos de uso da propriedade, e servirá para determinar se os imóvel ou área afectadas devem ser comprados ou expropriados, e compensados. O estudo incluirá os direitos costumeiros relacionados com o uso da

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terra e a herança de propriedade entre os grupos patrilineares e matrilineares. A alocação de terra informal normalmente realiza-se pelas autoridades tradicionais locais ou pelos secretários da zona. Algum pagamento normalmente está envolvido, mas nenhum título é fornecido através deste sistema. O estudo de títulos procura identificar titulares e não titulares com direitos reais, presença de imóveis públicos, e situações jurídicas que podem precisar de manejo especial, como caso ondas posses não sejam de boa fé, ou não correspondam com os títulos ou direitos costumeiros. Também avalia casos em que reivindicações de titularidade de uso se encontrem em processo em tribunais locais.

6.5.2. Cadastro sócio económico O cadastro socioeconómico e censitário tem como público-alvo os residentes/moradores (proprietários, locatários, posseiros, parceiros, agregados, familiares) e trabalhadores da área diretamente atingida. Por meio deste censo será possível identificar as pessoas elegíveis para assistência e/ou compensação. O censo populacional permitirá inventariar as pessoas afetadas pelos subprojetos, e permitirá estabelecer uma data limite para compensação, o qual servirá para minimizar ocupações vantajosas. O cadastro subministra informação sobre as características demográficas, sociais e económicas da população que será deslocada física o economicamente pelos subprojetos. O cadastro deve incluir a todas as pessoas que moram ou tem direitos sobre imóveis afetados, qualquer que seja sua condição jurídica. Objetivos

• Quantificar de maneira estimativa o número de persoas possivelvente affectadas pelo projecto (PAP);

• Quantificar e registrar as unidades sociais que tem direitos sobre imóveis afetados e sobre as que residem ou trabalham no lugar

• Elaborar o listado oficial dos proprietários e residentes dos imóvel ou área afectadas requeridos pelo subprojeto e dos prováveis beneficiários dos programas de reassentamento

• Identificar os trabalhadores e assalariados vinculados aos imóvel ou área afectadas • Dispor de uma Linha de Base a partir da qual se identifiquem e avaliem os impactos que gera

o reassentamento • Descrever e analisar as características demográficas, sociais, económicas e culturais da

população residente e trabalhadora • Conhecer as expectativas da população

Dentre as informações que serão coletadas teremos:

• Identificação da propriedade (endereço, formas de contato, localização); • Endereço e contacto do proprietário (quando residir fora da propriedade); • Identificação dos usos da propriedade; • Identificação da relação dos moradores e/ou trabalhadores com a propriedade; • Identificação da relação dos moradores e/ou trabalhadores com os demais espaços ecológicos

a serem afetados pelo empreendimento; • Identificação das relações entre moradores e/ou trabalhadores (laços familiares e

trabalhistas); • Identificação dos moradores e trabalhadores (nome, faixa etária, género, posição no núcleo

familiar, nível de escolaridade, documentos, data de nascimento, estado civil, procedência

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imediatamente anterior, actividade produtiva principal, posição na estrutura produtiva, tempo que exerce a actividade principal, local de trabalho);

• Identificação do tempo de residência ou trabalho na propriedade; • Situação da escolaridade (grau em que se encontra, frequenta escola, onde); • Identificação da existência de moradores com necessidades especiais (portadores de

necessidades especiais, idosos, portadores de doenças graves); • Identificação dos gastos mensais com serviços básicos (luz, água, telefone, impostos); • Identificar se os serviços de água, energia, e saneamento são tirados diretamente do médio

natural; • Identificação dos gastos mensais com mercadorias, remédios, vestuário, combustível; • Identificação dos meios para adquirir mercadorias e de comercialização da produção; • Identificação da renda média familiar/individual e fontes de renda (incluindo ganhos fixos

como aposentadorias, pensões, salários ou ganhos em diárias, empreitadas ou por produtividade);

• Identificação das actividades económicas voltadas para o consumo desenvolvidas em época de seca, locais onde são desenvolvidas; do padrão de consumo/forma de alimentação;

• Caracterização e quantificação de produção agropecuária, de rebanho, pesqueira, extrativista mineral e vegetal com dados sobre despesas, lucros e valores de comercialização que variam em função de oferta e demanda;

• Identificação dos vínculos religiosos, das actividades de lazer, seus recursos (igrejas, praças, rios, igarapés, praias, campos, quadras, etc.) e detalhamento das características de cada grupo religioso encontrado;

• Identificação de equipamentos sociais utilizados na localidade e em outras localidades (escolas, postos de saúde, comércio, cemitério, igreja);

• Estratificação socioeconómica (bens, eletrodomésticos, veículos); • Situação dos equipamentos de produção agrícola; • Identificação da infraestrutura disponível na propriedade e na localidade (água, esgoto, luz,

telefone, coleta de lixo, pavimentação, comércio, segurança); • Identificação do nível tecnológico de produção; do tipo de conservação do solo; assistência

técnica; área cultivada (em hectares); crédito agrícola/seguro agrícola; uso de mão de obra de fora; vinculação a sindicatos, cooperativas e sistemas de integração; caracterização da cadeia produtiva em que as actividades se inserem;

• Expectativas e percepções das famílias quanto ao empreendimento e suas interferências; • Identificação de associativismo e outras formas de organização social; • Caracterização dos meios de transporte – distância entre morada-trabalho e morada-escola; • Caracterização física da residência, com as seguintes informações: luz elétrica, água, esgoto,

destino do lixo, tipologia, padrões construtivos; • Identificação da infraestrutura utilizada pelos moradores fora de sua localidade (comércio,

telefone, etc); • Identificação de dados sobre saúde, com as seguintes informações: ocorrência de óbitos na

família nos últimos 2 anos; ocorrência de doenças nos membros da família nos últimos 2 anos (o órgão licenciador definirá o prazo); levantamento na Secretaria de Saúde local sobre a situação geral da saúde: pode considerar dados secundários (IBGE, Ministério da Saúde, da Educação...)

• Quando necessita de algum tratamento de saúde, quais as formas que utiliza; a família utiliza postos de saúde e/ou ambulatórios; em que localidade?

• Caracterização do estabelecimento e número de funcionários, quando imóvel de pessoa jurídica;

• População ausente, com as seguintes informações: nome, parentesco, sexo, idade, ano de saída, destino, motivo, previsão de retorno.

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Premissas e Procedimentos Para o Cadastro Socioeconómico

• Todas as famílias devem ser fotografadas. Todas as propriedades e residências pesquisadas terão sua localização registrada por meio de utilização de GPS.

• Os dados levantados pelo cadastro são baseados em depoimento do cadastrado e se possível em observação e registro fotográfico.

• Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, infraestrutura urbana, social e de lazer também deverão ser cadastrados e seus proprietários ou instituições responsáveis contatados.

• Se deverão identificar as actividades econômicas sazonais que são determinantes para algumas actividades econômicas.

6.5.3. Cadastro físico-fundiário O cadastro físico-fundiário dos imóvel ou área afectadas afetados pelo subprojeto começa com o levantamento topográfico para confirmação das dimensões das propriedades, acompanhados, sempre que seja possível, pelos proprietários ou residentes. O cadastro físico-fundiário permite:

• Identificação da propriedade; • Endereço do proprietário (quando residir fora da propriedade); • Informações sobre as características físicas da propriedade, como materiais, tamanho, idade,

usos, tipologia, luz elétrica, água, esgoto; • Produção agropecuária; • Produção de rebanho (quantidade de cabeças, valor da produção, estimativa de receitas, com

vista às compensações financeiras) • Produção mineral, com especificação do tipo de extrativismo; • Actividade pesqueira; • Indicação das benfeitorias; • Croquis da propriedade.

Para caracterizar os imóvel ou área afectadas, é preciso:

• Reconhecer as propriedades e entrevistar o proprietário ou o seu preposto; • Demarcar integralmente os limites das propriedades com GPS, gerando uma poligonal

fechada para cada propriedade, mesmo para aquelas parcialmente atingidas; • Coletar documentação da propriedade (escritura, posse ou outro), que comprove seu(s)

proprietário(s) o posseiros; • Copiar documentação do proprietário (titulo, licença); • Identificar conflito entre proprietários quanto aos limites das propriedades; • Indicar qualquer conflito relativo à posse ou tenência da propriedade; • Registrar estado da propriedade, idade, tipologia e materiais; • Identificar e tipificar benfeitorias; • Identificar o uso da propriedade, data de aquisição e forma de aquisição.

Premissas/Procedimentos para cadastro físico-fundiário Deve-se checar as informações de campo, verificando coerência com registros oficiais. Recomenda-se elaborar para cada propriedade uma planta georreferênciada indicando o código da propriedade, endereço, nome do proprietário, nome do ocupante/morador/arrendatário, informações cartoriais

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(número do registro, cartório etc), seus limites, confrontantes, reserva legal, área da propriedade registrada, área da propriedade calculada, área remanescente e localização das benfeitorias. Deve-se realizar um relatório fotográfico das sedes das propriedades e na ausência destas, deverá ser feita uma fotografia da vista geral da propriedade. Todas as residências terão sua localização registrada por meio da utilização de GPS.

6.5.4. Avaliação de Propriedades e Benfeitorias Terminada a fase de cadastramento, passa-se à fase de avaliação do valor da propriedades e benfeitorias. Basicamente, tanto os imóveis rurais quanto os urbanos terão seus valores de avaliação determinados com fins essencialmente indenizatórios, necessariamente calculados por métodos diretos e subdivididos em Terras e Benfeitorias. Os bens não são avaliados para atender interesses de oferta e demanda, mas sim para restabelecer ou melhorar as condições sócioeconómicas dos afetados. Como se trata de restituir os serviços prestados por as estruturas, imóvel ou área afectadas, meios de vida, ou moradas, a avaliação do valor devem contar com equipes compostas principalmente de engenheiros e técnicos. Avaliação de terras Esta fase precisa de um método objetivo e científico, tendo em conta as dificuldades de documentação sobre os valores reais dos imóvel ou área afectadas, as expectativas em relação aos valores a serem Pagamento , e a diferencia entre propriedades. Assim, deve se atender as seguintes critérios:

• Rapidez para realizar as compensações • A avaliação deve ter a participação do atingido, no possível • Se apoiar em valorações globais ou de referência (benchmarking) • Utilizar normas locais de avaliação • Atender pareceres técnicos • Os métodos o algoritmos utilizados devem ser racionais e entendidos • A informação sobre propriedades deve se elaborar de maneira clara e transparente

Para realizar uma avaliação adequada é necessário contar com á seguinte informação:

• Localização do imóvel ou área afectada, distância a centros de consumo ou demanda, vocação agrícola das terras, qualidade do solo, topografia, disponibilidade de recursos hídricos, presença ou proximidade infraestruturas, incluindo vias, bebedouros, aquedutos, ponto de energia elétrica, acessibilidade

• Valores de referência de terras com serviços e características similares, realizado para cada imóvel ou área afectada1

Avaliação de benfeitorias A categoria das benfeitorias pode incluir estruturas e construções, assim como cultivos2. Também se devem avaliar recursos naturais presentes com potencial de aproveitamento como florestas primárias

1 A avaliação comercial deve usar os preços de referencia de base, considerando as condições de produtividade, ubiquação e acesso em cada caso 2Os cultivos se discriminam em este documento, considerando que tem uma complexidade particular, e que seguramente estarão presentes em muitos dos prédios a afetar pelos subprojetos

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ou secundárias, ou recursos do solo, isto é, bancos de argila o materiais de construção. O critério principal é a reposição dos activos como fontes de ingresso, já que são as pessoas afetadas a unidade principal. Desta forma se trata de avaliar os activos para repor a capacidade de geração de ingresso dos afetados. A Seguir se apresentam as pautas principais:

• Benfeitoria. E necessário estabelecer uma metodologia de avaliação das benfeitorias, de maneira que se possa aplicar a vários casos de maneira similar. Custos ou valores unitários pode ser uma maneira transparente para referenciar o uso de materiais.

• Benfeitoria produtivas. Se precisa usar dados de produção e comercialização presentes em entidades do Estado ou dos mercados municipais. Esta categoria inclui ateliers, restaurantes, negócios comerciais.

• Cultivos. Seu valor de indemnização incluindo cultivos de subsistência se calculará a partir do custo de reposição (aquisição de plântulas, sementes, viveiros, transplantes, insumos, traçado, plantação, mantimento e outros). Além disso se reporá a produção perdida, calculada a partir da taca de produção do cultivo, e dos valores de mercado locais.

• Pastos. Seu valor de reposição será o patamar de compensação. • Florestas. Se avaliarão em função de seu custo de reposição e lucro cessante • Árvores nativos. Deve-se avaliar segundo idade e valor de reposição, já que a idade do

árvore está normalmente relacionada com a quantidade de madeira ou a produção de casca. • Estruturas e construções. Se avaliará o valor do metro quadrado de construção, tomando

em conta a tipologia do imóvel, em função do custo de reposição sem depreciação. Para estabelecer os patamares de custos deve se usar informação fornecida por professionais da construção, assim como dos preços de venda dos materiais.

• Estabelecimentos comerciais ou de uso misto (morada e comercio). deve-se avaliar tomando em conta a combinação de fatores.

6.5.5. Elaboração de Laudos Elaboração de Laudos: Com base no levantamento topográfico, fotográfico, e no cadastro físico-fundiário serão elaborados os laudos de cada propriedade considerando a área do imóvel ou área afectada, área inundada, benfeitorias e activos tangíveis, caminhos de acesso, serviços públicos próximos, fontes de água e serviços básicos. O processo de elaboração dos laudos atenderá as informações obtidas dos moradores e trabalhadores da área afetada.

6.6. Identificação de impactos e vulnerabilidades Caso do subprojeto precisar de imóvel ou área afectadas e/ou servidões, gerará impactos nas pessoas que vivem, possuem, trabalham, utilizam, ou circulam a través das terras afetadas. Em geral, os AP apresentam diferentes graus de vulnerabilidade em função das seguintes condições básicas:

o Perda total ou parcial do imóvel ou área afectada ou do seu uso o Perda de vivenda e estruturas ou benfeitorias o Perda de negócio ou de fluxo de ingresso derivado do uso do imóvel ou área

afectada o Perda temporal ou total de cultivos o Perda de acesso a vivenda, médios de vida, serviços, tradições culturais ou

sociais Os AP podem apresentar combinações de afectações ou impactos, segundo sua relação com os imóvel ou área afectadas ou terras afetadas. Podem apresentar impactos pela perda do imóvel ou área

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afectada, por restrições em seu uso, por afeções as estruturas de vivenda o negócio, ou por restrições de acesso derivadas dos subprojetos. A continuação se apresentam as variáveis que determinam o impacto gerado pelos subprojetos e as unidades sociais ou categorias de pessoas afetadas pelo mesmo (AP). As categorias específicas, assim como os impactos associados para cada subprojeto específico resultam das informações e dados resultantes dos censos dos imóveis, inventários dos bens afetados, e dos cadastros sócio económicos.

Variáveis que determinam o

impacto

Impacto Categoria daAP

Afetação parcial do imóvel

Perda parcial do imóvel

Proprietários ou possuidores com afetação parcial

Afetação total do imóvel

Perda total do imóvel

Proprietários, possuidores

Residência no imóvel Perda do lugar de residência

Proprietários, possuidores, arrendatários, usufrutuários, residentes

Actividade económica no imóvel afectado, ou na área afectada, ou renda derivada do imóvel

Perda parcial ou total dos ingressos

Senhorio/arrendatário, Proprietários de comércios, industrias ou serviços

Trasferência ou encerramento de comércio ou serviços que requer liquidação de empregados

Perda do emprego Empregados e trabalhadores de comércios o estabelecimentos de serviço que serão liquidados

Restrições de acesso a terra de pastoreio ou de médios de vida

Perda de acesso a terras de pastoreio ou médios de vida como cultivos o fontes de Ingresso ou incremento nos custos

População que deriva seu sustento do passageio a terras que agora tem restrição de acesso

Restrições de acesso a escolas

Perda de acesso a educação ou incremento em custos de transporte para poder assistir

População em idade escolar que estuda perto de sua vivenda e vê seu acesso afetado pelo projeto

Restrições de acesso a centros de saúde

Perda de acesso aos serviços ou incremento em custos de transporte

População que assiste a centros de Saúde ou Hospitais e não utiliza transporte

Restrições de acesso a serviço de agua (poço)

Perda de acesso a serviço de agua ou incremento de custos de transporte

População que aceda poço ou fonte de agua e não utiliza transporte

Restrições de acesso a Perda de redes População que recebe apoio de

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Variáveis que determinam o

impacto

Impacto Categoria daAP

redes sociais sociais de apoio e Incremento em custos para cobrir falta de apoio.

familiares ou vizinhos

Restrições de acesso a centros religiosos ou culturais

Perda de acesso a centros cerimoniais ou religiosos ou incremento em custos para assistir

População que assiste regularmente a centros religiosos o cerimoniais3

Participação comunitária

Perda de organizações comunitárias

População que participa em as organizações sociais locais

6.7. Programas de Compensação Segundo a política do Banco Mundial e do Governo de Mocambique, especialmente o Decreto 31/2012, de 8 de Agusto de 2012 sobre o Reasentamento Involuntario, sempre deve-se procurar uma compensação para os moradores ou usuários dos imóvel ou área afectadas afetados, bem seja, como uma compra a preços de reposição comercial, ou como o reconhecimento pecuniário ou em espécie das perdas de benfeitorias e investimentos fundiários. Segundo os impactos que se gera, o Reassentamento involuntário nas unidades sociais ou nas pessoas afetadas pelo projeto, se estabelecerão se diferentes formas de Compensação, segundo a tabela sumária apresentada a seguir.

Variável Categoría Tipo de Compensação (*) Perda dos terrenos -Proprietário

-Possuidor Compensação por tipo (in-kind), garantir

que o PAP receba um terreno de igual

dimensão e capacidade produtiva como

prioridade; Pagamento de uma soma em

dinheiro equivalente ao valor de reposição

Perda da estrutura ou da morada

-Proprietário -Possuidor -Usuário ou População vulnerável em situação irregular

Compensação por tipo (in-kind), garantir que o PAP recebe uma estrutura ou morada de igual dimensão e qualidade como prioridade; Pagamento de uma soma de dinheiro equivalente al valor de reposição em os mercados locais

Perda da renda que recebe por sua casa

-Proprietário não residente

Reconhecimento de uma soma equivalente a 1 ano do aluguer que recebe ou um montante a estabelecer para cada PR

3 Em o desarrollo dos PAR se debe analizar a dimensión cultural com profundidad ya que es um tema especialmente sensible em a zona do projeto

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Variável Categoría Tipo de Compensação (*) Perda do lugar de residência:

⌂ Permanente ⌂ Temporal ⌂ Esporádica

-Proprietário -Possuidor -População vulnerável em situação irregular

Compensação com uma soma que será calculada de acordo com as categorias e condições de vulnerabilidade:

a) Tempo de residência: morrou a sua vida toda, morou mais da metade de sua vida, etc.

b) Tamanho do grupo familiar que habita na casa; + de 10, entre 5 e 10, etc.

c) Incapacidade, restrições de mobilidade

Arrendatário Pagamento de uma soma igual a um número de meses do aluguer que paga no lugar, segundo se acorde em cada PR

Perda dos cultivos ⌂ Permanente ⌂ Transitórios

Proprietários, possuidores arrendatários

Pagamento de soma a estabelecer com base em custo e tempo de restituição de cultivos mais fluxo de ingresso deixado de perceber

Perda de outros médios de vida

Proprietários, possuidores arrendatários

Recuperação dos meios de vida afectados; ou pagamento de uma soma a estabelecer com base em custo de reposição de estruturas e fluxo de ingresso

Perda de acesso a médios de vida, infraestrutura comunitária e social, serviços de saúde e educação, centros religiosos o cerimoniais

Proprietários, possuidores arrendatários

Pagamento de umasoma a estabelecer conjuntamente com afetados com base em custo de transporte, ou de reposição de estruturas ou moradas no caso que a impossibilidade de acesso gere a necessidade dum Reassentamento físico

(*) Em todos os casos prevê-se acompanhamento ou assessorias jurídicas, sociais, económicas, psicológicas ou alavancagem de projetos económicos. Em todos os casos devem-se atender as condições de vulnerabilidade particulares dos APs As compensações se podem agrupar em programas, a os quais poderão aceder os APs segundo os diferentes impactos identificados e acordados. Apresentam-se a seguir os programas tipo, que deverão se precisar e acordar com a comunidade e pessoas afetadas no desenvolvimento de cada PAR. Uma unidade social o AP pode aplicar a vários programas segundo sua elegibilidade ou aplicação aos mesmos. a. Programa de Informação e Consulta:

O programa tem o objeto de oferecer aos Proprietários, titulares de direitos e residentes dos Imóvel ou área afectadas requeridos pelas obras, a informação adequada, oportuna e permanente sobre o conteúdo do Plano de Reassentamento, sobre o processo de aquisição de Imóvel ou área afectadas, sobre os cronogramas previstos ,e sobre os direitos e deveres de cada uma das partes. Por isso, este programa encontra-se presente em todas as etapas de preparação e execução do Reassentamento.

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As estratégias de divulgação de cada subprojeto, devem responder tanto as particularidades do projeto como as características da População. Para o desenvolvimento deste programa é necessário:

• Instalar uma oficina de atenção e informação dentro da zona do subprojeto • Levar a cabo reuniões comunitárias no início de cada etapa do processo (estudos preliminares,

diagnósticos, consulta e validação do Plano). • Registrar a participação das pessoas a os diferentes eventos (registros d assistência) e das

opiniões e conclusões (atas de reuniões). • Desenhar um sistema de atenção e seguimento a queixas e reclamações que se possam

apresentar durantes o processo. b. Programa de aquisição de Imóvel ou área afectadas Para a Aquisição de Imóvel ou área afectadas afetados por parte dos Governos Locais, se deverão realizar as seguintes actividades:

• Divulgação dos procedimentos estipulados para a venda voluntária e para a expropriação por via administrativa.

• Elaboração do documento legal para oficializar a oferta e compra. • Resolução de conflitos sobre o imóvel ou área afectada (conciliação, arbitragem). • Elaboração de documentos de conciliação entre arrendadores e arrendatários, ou entre

coproprietários para facilitar a entrega do imóvel ou área afectada. • Orientação e apoio jurídico sobre os títulos dos Imóvel ou área afectadas • Pagamento do valor da avaliação e das compensações económicos APlicaveis. • Recepção do imóvel ou área afectada (uma vez a unidade social tenha o imóvel de reposição). • Demolição do imóvel ou área afectada • Vigilância até ao início das obras. • Registro legal do imóvel ou área afectada.

c. Programa de Reposição de Imóveis

Para Proprietários e Possuidores:

• Assessoria imobiliária para responder as características dos imóveis requeridos pela População que se deve deslocar.

• Assessoria técnica para avaliar a qualidade do imóvel selecionado. • Assistência legal para a revisão de títulos e tradição do imóvel de reposição, revisão de

documentos de compra do imóvel e registro do mesmo. • Pagamento de compensações para reposição de vivenda.

Para Arrendatários:

• Os arrendatários serão informados com a devida antecipação sobre a entrega dos imóveis alugados e contarão com assessoria imobiliária para a procura de um novo imóvel para alugar, o qual deverá responder a suas necessidades, expectativas e possibilidades.

• Os arrendatários receberão compensação económica que cubra o valor do traslado. • Se no diagnóstico socioeconómico e na identificação de impactos se encontra que os

arrendatários tem uma alta vulnerabilidade pelo tempo vivido no lugar, por sua dependência económica do imóvel ou do sector ou por outra condição de tipo socioeconómico, se

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desenharão programas específicos para apoiar os AP a reestabelecer suas moradas e actividades.

Reconstrução de imóveis afetados parcialmente: Se assessorará aos Proprietários e pessoas com direitos sobre imóveis afetados parcialmente para os reconstruir e os adaptar a área disponível segundo o subprojeto. d. Programa de Compensação por Impactos Económicos e Reestabelecimento de Ingressos:

Este Programa tem o objetivo de compensar os custos associados com a venda do imóvel afetado, a compra do imóvel de reposição, o traslado e a Perda de ingressos derivados do imóvel. Estas compensações são as seguintes:

Compensação de Impactos Económicos: Estas compensações estão dirigidas aos gastos incorridos na venda e Aquisição de imóveis e pela transferência /delocamento. Estas compensações são as seguintes: • Compensação pelo custo de tramitação : Corresponde ao pagamento dos gastos em que incorre

o Proprietário do imóvel com motivo da venda, assim como na aquisição da morada de reposição. Esta Compensação é dirigida aos Proprietários e possuidores.

• Compensação pelos custos de transferência/deslocamento: Corresponde ao pagamento por concepto de gastos de mudança que será entregue no momento do transferência/deslocamento das unidades sociais objeto de deslocamento. A compensação varia conforme as características da população e aos custos do transporte relacionados com cada subprojeto.

Assessoria e Apoio para o Reestabelecimento de Ingressos • Para Proprietários de actividades produtivas: De acordo as características da actividade

produtiva, assim como com os impactos identificados, se desenharão actividades específicas de assessoria para o reestabelecimento destas actividades. poderão também ser desenhados programas de capacitação, ou fazer convênios com entidades apropriadas (ONGs, etc.) para melhorar a capacidade de gestão dos Proprietários de actividades produtivas para que possam reestabelecer seus ingressos.

• Para arrendadores: Para estes casos, a assessoria deverá ter em conta que o imóvel ou terreno de reposição possa permitir o reestabelecimento de ingressos por concepto de renda.

• Para trabalhadores cujo contrato seja liquidado: Para Empregados e trabalhadores que percam seu emprego por motivo do traslado do estabelecimento comercial ou de serviços, serão apoiados na consecução de emprego alternativo, ou se capacitarão sobre formas alternativas de geração de ingresso.

e. Programa de Reestabelecimento de Serviços Sociais

Através deste programa se restabelecerá o acesso a serviços de educação e saúde para aquelas pessoas que sejam afetadas por motivo do deslocamento, ou de falta de acesso como consequência do subprojeto. O cadastro ou diagnóstico socioeconómico identificará a população em idade escolar que atenda centros educativos pertos de suas moradas e que não precisam de transporte para chegarr a estes centros.

6.8. Critérios de Elegibilidade Os critérios de elegibilidade utilizados para participar no Plano de Reassentamento, são os seguintes:

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• Estar registrado na lista dos afetados • Possuir título sobre os imóveis afetados • Residir de forma permanente numa vivenda localizada na área requerida para o subprojeto,

independentemente do estado legal da posse • Desenvolver actividades económicas comprováveis, nas terras ou imóvel ou área afectadas

requeridos para o subprojeto • Trabalhar e obter o sustento familiar na área dos subprojetos que vão ter restrições de uso

como consequência dos subprojetos

6.9. Orçamento ou Disposições de financiamento do PAR Os subprojectos que estão a ser implementados no âmbito do Projecto de Protecção Social não prevêm reassentamentos físicos e nem económicos. Porém, um orçamento mínimo esmado em cerca de 50.000 dólares está previsto para a uma eventual necessidade de reassentamento.

6.10. Datas limites para incorporar a população afetada Deve-se estabelecer a população afetada, segundo o lista do diagnóstico ou cadastro socioeconómico, validada através de uma consulta pública ou pelas autoridades tradicionais confirma-se a data limite. Esta data serve para prevenir assentamentos oportunistas nas áreas dos subprojetos. Assim, é importante ter acordo com os líderes das comunidades locais, já que se espera contar com o próprio controle dos afetados para impedir assentamentos adicionais.

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7. DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DE ACÇÃO DE REASSENTAMENTO

7.1. Arranjos institucionais Se sugere utilizar a mesma equipa que participa na elaboração do diagnóstico e desenvolvimento dos Planos de Reassentamento (PR), na fase de implementação.

7.2. Processo de preparação e aprovação dos planos de acção de reassentamento O artigo 19 (Fases da eleboração do Plano de Reassentamento) da Secção III do Decreto 31/2012 estabelece as fases para a elaboração do Plano de Reassentamento. Constituem fases para a elaboração do Plano de Reassentamento, as seguintes: A colecta e análise de dados , na área do projecto ou empreendimento, inclui os seguintes elementos: a) Identificação e delimitação da área de intervenção, considerando sempre que possível as zonas mais próximas da área do projecto ou empreendimento; b) Quantificação das famílias afectadas e seu perfil sócio-económico; c) Caracterização físico-ambientais; d) Ocupação actual; e) Identificação das necessidades e preferências da população afectada. Os estudos sócio-económicos a serem efectuados, devem focalizar a: a) Situação actual dos afectados; b) Característica - padrão das famílias, incluindo uma descrição da organização dos sistemas de produção, do trabalho e informação básica sobre os modos de vida. No âmbito do disposto na alínea b) do número anterior são incluídos, como relevantes: a) os níveis de produção e de rendimento obtidos de actividades económicas formais e informais, bem como os padrões de vida, sem prejuízo do estado de saúde da população a deslocar; b) a dimensão das perdas esperadas totais ou parciais do activo, e a dimensão física ou económica dos afectados; c) a Informação sobre grupos e pessoas vulneráveis; d) o levantamento das formas de acesso a terra, habitação, água, estradas, serviços sociais, escolas e saúde. O artigo 19 (Elaboração do Plano de Reassentamento) da Secção III do Decreto 31/2012 Artigo 21 estabelece que: A elaboração do plano de reassentamento obedece aos seguintes elementos: a) Análise do perfil sócio-económico das famílias afectadas; b) Avaliação e análise dos bens tangíveis e intangíveis; c) Definição do grau de afectação – quantitativa e qualitativa; d) Definição dos critérios de compensação; e) Apresentação de soluções e alternativas técnicas e economicamente viáveis que permitam manter ou melhorar o actual nível de vida das famílias afectadas. Para efeitos do disposto na alínea a) do número anterior, por famílias afectadas refere-se as famílias do local de partida e do local de reassentamento. O Artigo 22 (Plano de Acção) do decreto 31/2012 estabelece que a elaboração do Plano de Acção deve obedecer aos seguintes itens: a) Matriz Institucional - deve apresentar os órgãos envolvidos na elaboração e implementação do plano, suas competências e responsabilidades, claramente especificadas e divulgada junto à comunidade;

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b) Cronograma – deve apresentar o tempo de realização das tarefas e que servirá como um importante instrumento de controlo, monitoria e avaliação do processo de reassentamento. c) Orçamento - o orçamento deverá contemplar além das despesas referente à construção dos conjuntos habitacionais e das infraestruturas, o pagamento das compensações e outros encargos inerentes ao processo. O promotor do subprojeto deve formular o Plano de acção de Reassentamento e obter a aprovação das comunidades ou afetados pelo projeto. Em caso de não ter a capacidade requerida para desenvolver o PR, o INAS desenvolverá o Plano de acção de Reassentamento, ou contratará o pessoal necessário para o efeito. Os subprojetos não envolvem reassentamentos entendidos, como deslocamentos físicos e económicos de famílias segundo a legislação moçambicana. Caso o subprojeto implicasse o desenvolvimento dum Plano de Reassentamento, a Comissão Técnica de acompanhamento e Supervisão (CTAS), órgão multissectorial estabelecido por MITADER, deve acompanhar, supervisionar e dar recomendações metodológicas sobre o processo de reassentamento. Além da CTAS, no processo de reassentamento também participam representantes da população afetada, da sociedade civil, líderes comunitários, e representantes do sector privado. O plano de reassentamento, deverá ser parte integrante do processo de avaliação de impacto ambiental, e vem depois da emissão da licença ambiental. Considerando que a regulação de Moçambique sobre Reassentamentos, se o subprojeto tem impactos moderados ambientais, e os deslocamentos gerados são só temporais ou só económicos, os Planos de Reassentamento só precisam a aprovação do INAS e do Banco Mundial. A triagem feita no Quadro de Gestão Social e Ambiental do projeto, poderá se determinar o tipo de impacto social, e a necessidade e classe de reassentamento. Assim, logo da aprovação do Plano de Reassentamento por parte do INAS, e se é preciso da CTAS (MITADER), o Banco Mundial dará sua Não Objeção. A seguir, apresentam-se as etapas técnicas da obra e as actividades de Reassentamento associadas.

Etapas de Preparação de Planos de Acção de Reassentamento DESLOCAMENTOS FÍSICOS E ECONÓMICOS PERMANENTES

DESLOCAMENTOS ECONÓMICOS

AVALIAÇÃO SOCIO-AMBIENTAL SIMPLIFICADA AVALIAÇÃO SOCIO-AMBIENTAL SIMPLIFICADA CONSULTA E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA CONSULTA E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DESENHO DE PAR

• CADASTRO SÓCIO ECONÓMICO • CADASTRO FÍSICO FUNDIÁRIO • ESTUDO DE TÍTULOS

DESENHO DE PAR • CADASTRO SÓCIO ECONÓMICO • CADASTRO FÍSICO FUNDIÁRIO • ESTUDO DE TÍTULOS APROVAÇÃO CTAS

APROVAÇÃO INAS APROVAÇÃO INAS NÃO OBJEÇÃO DO BM NÃO OBJEÇÃO DO BM

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7.3. Seguimento e Monitoramento

7.3.1. Seguimento As actividades de seguimento tem os seguintes objetivos:

• Verificse as actividades e acções programadas estão a ser executadas e propor medidas corretivas caso apresentem distorções ou incumprimentos

• Identificar dificuldades, obstáculos assim como oportunidades para a implementação das acções, indicando oportunamente as estratégias para superar os obstáculos e aproveitar as oportunidades

• Preparar uma Base de Dados para que a experiência possa ser digitalizada Os temas mais importantes e sobre oo quais azer seguimento são:

• Informação sobre o subprojeto e estudos • Notificação de afetação às unidades sociais afetadas • Levantamentos topográficos • Estudo de títulos • Cadastro e diagnóstico socioeconómico • Cadastro físico fundiário • Elaboração de Laudos • Negociação • Elaboração de PR • Firma dos contratos de compra ou convênios para compensação • Elaboração, firma e registro de escritura • Pagamento do Imóvel • Pagamento de reconhecimentos económicos • Assistência imobiliária e legal para selecionar o imóvel de restituição • Traslado • Entrega do imóvel ou área afectada • Retiro dos medidores de serviços públicos e demolição • Implementação dos programas e acções de reestabelecimento, das condições

socioeconómicas de População reassentada

7.3.2. Monitoramento As actividades de monitoramento tem os seguintes objetivos:

• Identificar a tempo mudanças não previstas nas condições sócioeconómicas das unidades sociais afetadas

• Formular e propor, nos casos em que se observe uma deteriorização das condições sócioeconómicas da população afetada, medidas corretivas

Para verificar o nível de reestabelecimento das condições socioeconómicas da população afetada, se ecfetuará um monitoramento das seguintes variáveis:

• Morada (qualidade, localização, superfície)

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• Serviços Públicos (agua, luz, telefono, transporte, recolecção de lixo) • Acesso a Educação e saúde (distância aos estabelecimentos, custos de transporte, tempo de

trasladação) • Ocupação económica • Nível de satisfação

Para o monitoramento do reestabelecimento das actividades produtivas deslocadas serão consideradas as seguintes dimensões:

• Ingressos (ingresso médio mensal familiar, estabilidade do ingresso) • Localização das actividades económicas (distância da vivenda, dos provedores e

compradores, alterações nos custos de funcionamento, condições de trabalho e seguridade) A equipa responsável pelo monitoramento do Plano de Reassentamento definirá indicadores confiáveis para medir essas variáveis assim como os instrumentos que se utilizarão na obtenção de informação necessária para as medições. O monitoramento será feito pela equipe integrada pelos especialistas sociais do INAS e do município/distrito. É conveniente incorporar à comunidade no processo de monitoramento através de sua participação em seminários ou grupos focais, por exemplo, com o qual aumenta a confiabilidade e a validez dos resultados ao tempo que se difundem os avanços do processo.

7.4. Avaliação Ex-Post

Seis a oito meses depois do transferência/deslocamento da totalidade das unidades sociais e da reposição das actividades económicas se realizará a avaliação ex-post sobre a eficácia e eficiência da execução do Plano, o qual fará especial ênfases no reestabelecimento das condições sócioeconómicas da população que foi objecto do PR. O objetivo da avaliação ex-post é avaliar os efeitos das diferentes acções ou programas que compôem o PR sobre as condições de vida da população afetada. A avaliação final do Plano a realizará, dependendo do número de unidades sociais afetadas, um professional ou uma equipe de professionais das ciências sociais que não estejam vinculados com a sua execução. O professional ou equipe de professionais poderão pertencer a uma universidade local, uma ONG ou consultores independentes com experiência comprovada na avaliação de processos de Reassentamento.

7.5. Mecanismos de atenção de queixas e reclamações O procedimento para a atenção de reclamações e a resolução das diferençaas durante o processo de negociação de acordos sobre indemnização, compensações, apoio e assistência, é o seguinte:

• Na publicação da lista de Proprietários, possuidores, residentes, trabalhadores e ocupantes, se informarão as opções de Compensação, assistência e apoio que existem para cada um.

• 1 mês após a publicação das listas será levado a cabo visitas domiciliarias, nas quais os interessados poderão manifestar suas preocupações, perguntas e desacordos; ou aceitar as ofertas

• Dentro dos três meses seguintes à publicação das listas as autoridade local ou o promotor do subprojeto dará resposta, fazendo o possível por lograr um acordo entre as partes

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Para a atenção de reclamações se deverá estabelecer um programa de atenção a Comunidade no qual se considere o procedimento para atender sugestões, solicitudes de informação, e as queixas e reclamações que se apresentem antes, durante, e depois do Reassentamento e da execução das obras. O objetivo deste Programa de atenção é prevenir e minimizar conflitos e reclamações das comunidades da área de influência direta do subprojeto. Será considerada como queixa um reclamação ou inconformidade sobre a informação dada ou omitida, sobre acordos estabelecidos não cumpridos, afectações causadas sobre pessoas, bens ou entorno físico ambiental, que vulnerem os direitos humanos, sociais, patrimoniais e/ou culturais de terceiros relacionados diretamente com o subprojeto. Se preveem os possíveis tipos de reclamações a atender: Pela forma em que se realizem poderiam ser:

• Informais, quando sejam inquietudes, duvidas e/ó solicitudes de informação nas que se pode dar resposta verbal imediata, sempre registrando a solicitude e resposta.

• Formais, quando sejam queixas que requeiram resposta ou constância por escrito com suporte da informação brindada, visita a terreno para revisão, arreglo, reposição, intervenção e possivelmente requerem tempo para se resolver.

• Individuais, cada caso que seja presentado requer manejo independente caso por caso. • Coletivos, nos casos em que a solicitude seja realizada por vários membros da comunidade e

seja sobre um só tema de afetação o impacto; se se trata de temas diferentes deverão se atender tema por tema.

Pelo tipo de reclamações que se poderiam apresentar:

• Relacionados com terrenos, cultivos, árvores e demais conexos, no referente a ser incluido ou não como afetados, ao processo de aquisição, valoração, negociação, compensação, Pagamento e legalização.

• Relacionados com o processo de reassentamentos de imóvel ou área afectadas ou negócios, tanto na preparação como na execução, no referente à informação, processos de divulgação, comunicação e participação oportunos, inclusivos, equitativos, e dando cumprimento ao informado e acordado. Também, reclamações sobre os processos de selecção, valoração, compensação, Pagamento e finalização do reassentamento.

• Relacionados com a execução da obra, com o referente ao impacto ou dano ou a terceiros, qualidade e garantia da obra, implementação das medidas de prevenção e proteção pela obra civil, bom trato, informação e orientação à comunidade.

Pela etapa ou momento do Projeto em que se apresentem:

• Durante e depois da Preparação do Plano de Reassentamento. • Antes, durante e depois da construção das obras

Os mecanismos de reclamação devem considerar:

• Procedimentos acessível para solucionar as reclamações ou conflitos derivados do Reassentamento ou da execução das obras. Estes procedimentos devem ser divulgados às comunidades antes de se iniciar as intervenções de reassentamento e construção, devem-se deixar por escrito, e devem-se divulgar e publicar para informar a comunidade em geral e os mais afectados em partocular.

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• Para a atenção de reclamações é importante prever uma equipe técnica social por parte do INAS com o apoio da municipalidade/distrito para que o contratista, construtor ou executor, junto com a supervisão ou a interventora, tenha controle sobre as queixas presentadas e resolvidas. Esta equipe técnica social deverá capacitar antes do início da intervenção a todos os executores, contratados e/ou operários que estejam em contato directo com a comunidade no referente ao subprojeto, seus objetivos e canais e formas adequadas de informação e atenção. Isto, para reduzir e canalizar no possível os reclamações e queixas oportunamente.

• Evidência escrita (cartas, registros, documentos, fotos, etc.), embora possam se receber verbalmente.

• A disponibilidade de recursos de conciliação direta, de mecanismos comunitários e tradicionais de solução de conflitos e judiciais ou legais.

• Processos de seguimento e controle de tempos e responsáveis definidos. • O resultado da reclamação com a respectiva constância escrita de arreglo, aceitação de parte

dos afetados e as condições de garantia do arreglo realizado, de existir garantia.

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8. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL Os Governos Locais deverão contar dentro de sua estrutura organizacional com os recursos humanos, físicos e financeiros necessários para a coordenação, supervisão , seguimento e monitoramento do Plano de Reassentamento Involuntário. A modalidade para o desenho e execução do Plano será pela modalidade de contrato externo. Actualmente INAS conta com um especialista em salvaguardas encarregado de supervisar a implementação das políticas de salvaguardas do Projecto. Além disto, INAS formou a dois quadros do Governo na gestão de salvaguardas ambientais e sociais. Sessões de capacitação tem sido feitas com o pessoal dos serviços distritais que estão a implementar o Projecto e para divulgação dos documentos e ferramentas de salvaguardas. Com o propósito de fortalecer a gestão socioambiental dos Governos Locais, se tem proposto no Quadro de Gestão Socioambiental, o fortalecimento do INAS, e dos distritos e municípios, para que possam assumir o antes possível, a responsabilidade da liderança em reassentamentos involuntários dentro de seu âmbito de competência. Também se propõe: • Divulgar os conteúdos do Quadro de Política de Reassentamento Involuntário. Uma vez seja

aprovado o Quadro, será necessário desenvolver actividades com os Governos Locais, dirigidas à divulgação do documento QPR.

• Capacitação de funcionários. A capacitação de funcionários dos Governos Locais, especialmente

daqueles que pertençam as Oficinas encarregadas da gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, assim como os gestores de Infraestruturas, mediante a participação em fóruns e seminários, e assistência a cursos sobre temas afins.

• Transferência de conhecimentos entre instituições. Consistirá na promoção e apoio à participação em actividades que estimulem a transferência de experiências e conhecimentos, a través da participação em fóruns, congressos e cursos a nível nacional e internacional.

• Fortalecimento institucional aos Governos Locais. Consiste no desenho e a execução de actividades, como o desenvolvimento de modelos de gestão, para sistematizar processos ou actividades de controle, da execução dos Planos de Gestão Ambiental e Social, e de Reassentamento.

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Orçamento estimado para divulgação e capacitação

ACTIVIDADE TIMING MONTANTE TOTAL

EM US$

PREPARAÇÃO DUMA BASE DE DADOS DOS

PAPS E DOS ACTIVOS AFECTADOS

AVRIL 2017 10,000

WORKSHOPS DE DIVULGAÇÃO E REUNIÕES

COM

OS PAPS E OUTRAS PARTES INTERESSADAS

JULHO 2017 20,000

FORMAÇÃO DE COMITÊS DE

REASSENTAMENTO EM QUESTÕES DE

PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

AGOSTO 2017 25,000

IDENTIFICAÇÃO DAS TERRAS DE

REASSENTAMENTO, COM O APOIO DAS

AUTORIDADES LOCAIS

OUTUBRO 2017 10,000

FORMAÇÃO DO PESSOAL DO INAS JULHO 2017 15,000 TROCAS DE EXPERIENCIA SETEMBRO 2017 15,000 ASSISTÊNCIA TÉCNICA CONTÍNUA 50,000

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO CONTINUA 45,000

TOTAL 190,000

APÊNDICE A – CONTEÚDO DO PLANO DE REASSENTAMENTO (COMPLETO) Introdução Breve descrição do projeto com a lista das componentes do projeto, incluindo as instalações associadas. Descrição das componentes do projeto que causam impactos em conjunto com as estimativas totais dos impactos sociais e se será necessário o reassentamento físico. Minimização do Reassentamento Esforços realizados para minimizar a deslocação, os resultados esperados desses esforços e os mecanismos a serem utilizados para minimizar a deslocação durante a implementação. Cadastro e Diagnóstico Socioeconómico Devem ser apresentados todos os dados respectivos aos resultados do cadastro, inventários de propriedade, avaliação de recursos naturais e inquéritos socioeconómicos. Todas as categorias dos impactos e das pessoas afetadas devem ser identificadas e deve ser feito um sumário das consultas sobre os resultados dos vários inquéritos, com as populações afetadas pelo projeto. Caso haja necessidade de se proceder a uma atualização do censo, inventários de propriedade, avaliação de recursos e inquéritos socioeconómicos, tal deve ser mencionado e planeado como parte da monitoria e avaliação do PR. Direitos à Compensação

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Descreve as políticas de direito à compensação para cada uma das categorias de impacto e especifica que a implementação da compensação será baseada nas disposições específicas do PR acordado. Descreve o método de avaliação utilizado para as estruturas, a terra, as árvores e os outros bens afetados. Prepara uma matriz de direitos à compensação. Medidas de Reassentamento e Restauração de Receitas Os direitos à compensação são suficientes para restaurar os fluxos de rendimento e o padrão de vida para cada uma das categorias do impacto? Que medidas adicionais de reabilitação são necessárias? Enuncie resumidamente os pacotes de compensação e as estratégias de restauro para cada uma das categorias do impacto e descreva os seus aspectos institucionais, financeiros e técnicos. Descreva o processo de consulta com as populações afetadas e a sua participação na finalização das estratégias para a recuperação de receitas. Inclua os mecanismos utilizados para assegurar que os grupos vulneráveis são participantes ativos. De que forma variam essas estratégias por cada área de impacto? A recuperação de receitas requer alterações nos meios de subsistência, desenvolvimento de terras agrícolas alternativas ou qualquer outra actividade que exija uma quantidade substancial de formação, tempo para preparação e implementação. Como serão abordados os riscos de empobrecimento? Quais são os principais riscos institucionais e outros riscos associados à boa implementação dos programas de reassentamento? Descreva o processo de monitoria da eficácia das medidas de recuperação do rendimento. Descreva os programas de desenvolvimento social ou comunitário atualmente em actividade na área do projeto, ou ao seu redor. Caso existam programas, reúnem as prioridades de desenvolvimento das suas comunidades alvo? Estão contempladas oportunidades para que o proponente do projeto apoie novos programas ou expanda os programas existentes, de forma a atender as prioridades de desenvolvimento das comunidades na área do projeto? Locais de Reassentamento O projeto exige locais de reassentamento da comunidade? As pessoas deslocadas foram envolvidas em algum processo participativo para identificar os locais, avaliar as vantagens e desvantagens de cada local e selecionar o local preferido? As populações deslocadas foram envolvidas no desenvolvimento de uma estratégia aceitável para a substituição da habitação? Serão construídas/alocadas novas moradas? O projeto envolve alocação ou atribuição de terra agrícola ou pastagens? As famílias individuais a quem serão atribuídas terras foram envolvidas na identificação de novos locais potenciais, e aceitaram explicitamente os locais selecionados? Todos os membros domésticos da família foram informados e envolvidos? Descreva o processo específico de envolvimento das populações afetadas na identificação de potenciais locais residenciais, da avaliação das vantagens e desvantagens e, da selecção dos locais. Descreva os estudos de viabilidade conduzidos, de forma a determinar a sua adequação local proposto, incluindo a avaliação dos recursos naturais (inquéritos de solos e capacidade de uso do solo, vegetação e capacidade de pastagem, recursos hídricos) e a avaliação de impacto ambiental e social dos locais. Demonstre que a qualidade e a área do solo são adequadas para o reassentamento de todas as pessoas elegíveis para alocação de terra agrícola. Forneça dados sobre a qualidade e a capacidade da terra, o potencial de produtividade e a quantidade. Apresente cálculos relativamente aos requisitos e à disponibilidade do local. Descreva mecanismos para: 1) aquisição, 2) desenvolvimento e 3) atribuição de locais de reassentamento, incluindo a atribuição do título ou direito de uso das terras para o reassentamento.

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Forneça uma descrição detalhada dos regimes para o desenvolvimento do local para a agricultura, incluindo o financiamento dos custos de desenvolvimento. As comunidades de acolhimento foram consultadas acerca do PR? Participaram na identificação de potenciais impactos nas suas comunidades, as medidas apropriadas de mitigação, e a preparação do PR? As comunidades anfitriãs têm direito a uma quota-parte dos benefícios do reassentamento? Habitação, Infraestruturas e Serviços sociais Descreva os planos para fornecer ou financiar aos reassentados a habitação, o abastecimento de água e as infraestruturas de acessos rodoviários e serviços sociais, tais como escolas e serviços de saúde; Descreva os planos para assegurar serviços comparáveis às populações hospedeiras; Forneça informação acerca das necessidades do desenvolvimento do local, engenharia e arquitetura para essas mesmas instalações Proteção e Gestão Ambiental Descreva os limites da área de reassentamento; Avalie os impactos ambientais do reassentamento proposto e as medidas para mitigar e gerir esses impactos (coordenados de forma apropriada com a avaliação do impacto ambiental do projeto principal). Participação, Consulta e Apoio Comunitário Descreva as várias partes interessadas. Descreva o processo de promoção da consulta/participação das populações afetadas e partes interessadas na preparação e planificação do reassentamento, com especial enfoque nos grupos vulneráveis. Descreva o envolvimento das pessoas afetadas e das comunidades hospedeiras na preparação do PR, um resumo das suas opiniões e escolhas feitas a respeito dos locais e organização do reassentamento, a compensação e assistência, o acesso ao património cultural. Descreva o processo de envolvimento das populações afetadas e outras partes interessadas na implementação e monitoria. Descreva o plano para disseminar a informação do PR às populações afetadas e às partes interessadas, incluindo informação acerca da compensação por bens perdidos, elegibilidade para compensação, assistência ao reassentamento, e reparação de queixas. Assegure alternativas para que os grupos vulneráveis sejam informados. Medidas para Mitigar o Impacto do Reassentamento nas Comunidades Hospedeiras Descreva e prepare relatórios das consultas com as comunidades hospedeiras e com os governos locais; Descreva os arranjos para uma rápida adjudicação de qualquer pagamento devido aos anfitriões, para terra ou outros bens fornecidos às populações afetadas; acordos para lidar com conflitos que possam surgir entre as populações afetadas e as comunidades anfitriãs; e medidas necessárias para aumentar os serviços nas comunidades anfitriãs de forma a torna-os pelo menos comparáveis aos serviços disponíveis às populações afetadas. Arranjos Institucionais Descreva a ou as instituições responsáveis pela entrega de cada item/actividade na política de direito à compensação; a implementação dos programas de recuperação de rendimento; e a coordenação das actividades associadas a e descritas no PR. Justifique como as questões de coordenação serão tratadas em casos em que os impactos são distribuídos a um número de jurisdições, ou quando a compensação for implementada em etapas durante um período de tempo.

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Identifique a agência que irá coordenar todas as agências de implementação. Possui a autoridade e os recursos necessários? Descreva as instituições externas (fora do projeto), envolvidas no processo de recuperação de rendimentos (desenvolvimento da terra, alocação da terra, crédito, formação) e os mecanismos para assegurar o desempenho adequado dessas instituições. Discuta a capacidade institucional e o comprometimento para com o reassentamento. Descreva os mecanismos para assegurar de forma independente a monitoria, a avaliação e, se necessário, a auditoria do PR e para assegurar que as medidas corretivas estão a ser feitas nos respectivos prazos. Mecanismos de Reparação da Reclamação Descreva o processo passo a passo para registar e responder às reclamações e forneça detalhes específicos relativamente aos processos livres de custos para registar queixas, tempo de resposta e modos de comunicação. Descreva os mecanismos de recurso. Descreva as disposições para abordar tribunais civis, caso as restantes opções falhem. Calendário de Implementação Liste as etapas cronológicas na implementação do PR, incluindo a identificação das agências responsáveis por cada actividade e uma breve explicação de cada uma das actividades. Prepare um calendário de implementação mensal (através de um diagrama de Gantt, por exemplo) das actividades a realizar no âmbito da implementação do reassentamento. Descreva a articulação entre a implementação do reassentamento e a iniciação das actividades do projeto de desenvolvimento. Custos e Orçamentos Forneça uma declaração clara da responsabilidade e da autoridade financeira. Liste as fontes dos fundos para o reassentamento e descreva os fluxos de fundos. Assegure-se que o orçamento para o reassentamento é suficiente e está incluído no orçamento do projeto geral. Identifique os custos de reassentamento a serem financiados pelo governo e os mecanismos que irão ser estabelecidos de forma a assegurar a coordenação de despesas com o PR e o calendário do projeto. Estime um orçamento, por custo e por item, para todos os custos da compensação e reassentamento, incluindo a planificação e a implementação, gestão e administração, monitoria e avaliação e, as contingências. Descreva os mecanismos específicos para ajustar os custos estimados e as despesas de compensação, em função da inflação e das flutuações monetárias. Descreva as provisões a considerar em caso de contingências físicas e de preços. Descreva os arranjos financeiros para avaliação e monitoria externa, incluindo o processo de concessão e manutenção dos contratos durante todo o período de reassentamento. Monitoria e Avaliação Descreva o processo interno de monitoria e de desempenho. Defina os indicadores-chave para a monitoria derivados dos inquéritos sobre a situação de referência inicial. Forneça uma lista de indicadores que serão utilizados para a monitoria interna. Descreva os arranjos institucionais (financeiros inclusive). Descreva a frequência dos relatórios e o seu conteúdo para a monitoria interna. Descreva o processo para integrar na implementação as experiências provenientes da monitoria interna. Defina a metodologia para a monitoria externa.

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Defina os indicadores-chave para a monitoria externa. Descreva a frequência dos relatórios e o conteúdo para a monitoria externa. Descreva os processos para a integração na implementação as experiências provenientes da monitoria externa. Descreva os arranjos para a avaliação externa final. Anexos Cópias dos instrumentos do censo e dos inquéritos, formatos de entrevistas e outras ferramentas de pesquisa. Informação sobre toda a consulta pública, incluindo anúncios e calendários das reuniões públicas. Indicadores para monitoria.