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Administração para resultados O Ministério da Saúde deu um passo importante este ano para qualificar a gestão hospitalar no Rio de Janeiro. O Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão dos Hospitais Federais, lançado há seis meses, inicia um processo que irá fortalecer o atendimento do Sistema Único de Saúde, trazer melhorias para servidores e a população e integrar a Rede Federal Hospita- lar do Rio de Janeiro. O projeto prevê o investimento de cer- ca de R$ 400 milhões, em até dois anos, para a contratação e capacitação de profissionais, qualificação da infraestrutura, aquisição de equipamentos e revisão de protocolos de ges- tão. A iniciativa do Ministério da Saúde contempla especifica- Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão busca melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão nos hospitais federais mente os Hospitais Federais do Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores. As reformas e melhorias passam por licitação e a parceria com seis hospitais privados de excelência já está em andamento, com a qualificação em gestão para 60 profissionais da rede, realizada pelo Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Os gestores contratados por con- curso público e os consultores do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) concluem o primeiro diagnóstico do desem- penho dos hospitais, o que permitirá a reformulação em todo o processo de gestão. Saiba mais sobre a reestruturação da Rede na página 3. Atendimento Domiciliar Recorde no atendimento. Nova unidade do serviço será inaugurada em Ipanema. Página 4. Dia mundial de luta contra a Aids Atendimentos diferenciados para grávidas e adolescentes soropositivos. Página 4. Edição 1 – Dezembro 2009 Fotos ilustrativas do Projeto de Reestruturação

Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão busca ... · representante do Estado do Rio de Janeiro a receber homenagem. Em 2008 foram realizados 56 transplantes de fígado

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Administração para resultados

O Ministério da Saúde deu um passo importante este ano para qualificar a gestão hospitalar no Rio de Janeiro. O Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão dos Hospitais Federais, lançado há seis meses, inicia um processo que irá fortalecer o atendimento do Sistema Único de Saúde, trazer melhorias para servidores e a população e integrar a Rede Federal Hospita-lar do Rio de Janeiro. O projeto prevê o investimento de cer-ca de R$ 400 milhões, em até dois anos, para a contratação e capacitação de profissionais, qualificação da infraestrutura, aquisição de equipamentos e revisão de protocolos de ges-tão. A iniciativa do Ministério da Saúde contempla especifica-

Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão busca melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão nos hospitais federais

mente os Hospitais Federais do Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores. As reformas e melhorias passam por licitação e a parceria com seis hospitais privados de excelência já está em andamento, com a qualificação em gestão para 60 profissionais da rede, realizada pelo Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Os gestores contratados por con-curso público e os consultores do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) concluem o primeiro diagnóstico do desem-penho dos hospitais, o que permitirá a reformulação em todo o processo de gestão. Saiba mais sobre a reestruturação da Rede na página 3.

Atendimento DomiciliarRecorde no atendimento. Nova unidade do serviço será inaugurada em Ipanema. Página 4.

Dia mundial de luta contra a AidsAtendimentos diferenciados para grávidas e adolescentes soropositivos. Página 4.

Edição 1 – Dezembro 2009

Fotos ilustrativas do Projeto de Reestruturação

Caros colegas,tenho dito com frequência que a informação de qualidade é um poderoso instrumento de ges-tão da saúde pública. O advento da Internet, o fortalecimento das redes sociais, por exemplo, constituem um novo espaço que impõe desa-

fios ao Ministério da Saúde no que diz respeito à nossa capacidade de adequar a linguagem e a racionalidade da saúde pública à exi-gência de uma maneira diferente de se comunicar.

Ao mesmo tempo que nos desafiam, a profusão de canais de co-municação e a velocidade de divulgação das informações aumen-tam a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de comunicação com o nosso próprio público. Acredito que a divulgação eficaz dos resultados de nosso trabalho passa pelo desafio de manter nossos colegas, funcionários e servidores bem informados sobre o que está sendo feito.

É nesse contexto que vejo a relevância desta publicação que circula a partir de hoje. De uma forma dinâmica, ela dá a servidores e fun-cionários dos hospitais federais do Rio de Janeiro a oportunidade de receber mensalmente dados precisos sobre ações e programas que estamos conduzindo.

E se estamos falando de um instrumento de comunicação que é fundamental, ele ganha ainda mais importância neste momento de profundas modificações no setor saúde, especialmente no Rio de Janeiro, onde o Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão dos Hospitais Federais é um exemplo relevante e atual.

Parabéns ao Núcleo Estadual do Rio de Janeiro pela iniciativa. Que a nova ferramenta traga bons resultados para a gestão da saúde pública no Estado.

Boa leitura.

José Gomes Temporão Ministro da Saúde

Editorial

O Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) foi destaque no Con-gresso Brasileiro de Transplantes, em Recife. O evento condeco-rou as instituições que mais contribuíram para o crescimento do número de transplantes de órgãos no Brasil em 2009. Ao todo, foram premiados seis hospitais em todo o país, e o HFB foi o único representante do Estado do Rio de Janeiro a receber homenagem. Em 2008 foram realizados 56 transplantes de fígado no hospital e, até outubro deste ano, foram feitos mais 49.

Dia Nacional do DiabetesOs Hospitais Federais da Lagoa e de Bonsucesso ade-riram ao Dia Internacional do Diabetes, celebrado em 14 de novembro. Pela primeira vez, suas fachadas foram iluminadas de azul, engajando as instituições na campa-nha mundial de prevenção ao diabetes, que coloriu mo-numentos e prédios em todo o mundo. Projetados por holofotes, os fachos de luz fizeram movimentos sincroni-zados e refletiram a nova logomarca da Rede Hospitalar Federal. A campanha tem como objetivo alertar a socieda-de sobre a doença, que, se evitada, além de minimizar os riscos à saúde, diminui a sobrecarga nos hospitais.

Saiba +

2 + Saúde Dezembro 2009

O Hospital Federal do Andaraí ganhou nota máxima no aten-dimento à população e foi considerado a melhor unidade da área, que compreende os bairros do Alto da Boa Vista, Andaraí, Grajaú, Maracanã, Praça da Bandeira, Tijuca e Vila Isabel. Os dados foram apresentados na Conferência Distrital de Saúde, que avaliou outras 20 unidades de assistência à saúde, incluindo postos de atenção básica e hospitais universitários.

Andaraí: Melhor unidade da região

A Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), do Ministério da Saúde, ga-nhou mais uma estação de consulta. O novo espaço, localizado no Hospital Federal de Ipanema, oferece serviço de orientação aos usuários, que podem consultar informações acadêmicas e institu-cionais, envolvendo as políticas, programas e ações do SUS. Desde 2005, já foram instaladas 58 estações em todo o país, entre elas no Hospital Federal do Andaraí e no Núcleo Estadual do Ministé-rio da Saúde no Rio de Janeiro. A Biblioteca Virtual disponibiliza coleções de publicações, folhetos, cartazes, vídeos e legislação.

Ipanema ganha Biblioteca Virtual em Saúde

Bonsucesso é destaque nacional em transplantes

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O serviço de odontologia do Hospital Federal Cardoso Fontes – único da Rede Federal especializado no atendimento de pes-soas com deficiência, inclusive sob anestesia geral – recebeu três cadeiras odontológicas completas do programa Brasil Sorriden-te. O investimento do Governo Federal possibilitou ampliar a agenda para pacientes de diversas clínicas da unidade, como oncologia, imunodeficiência e nefrologia, aumentando em 30% o número de atendimentos no hospital.

Cardoso Fontes amplia serviço de odontologia

+ Saúde Dezembro 2009 3

Trabalho em rede nos hospitais federaisQualificação da gestão hospitalar no Rio de Janeiro será modelo para o SUS

O Projeto de Reestruturação da Rede Federal Hospitalar no Rio de Janeiro concentra esforços de uma série de setores e parceiros do Ministério da Saúde, visan-do aprimorar o processo de gestão e integração das

unidades, que servirá de modelo para todo o Sistema Único de Saúde no país. Estão previstas reformas de 62 serviços, incluindo novas instalações nos setores de emergência, central de este-rilização, centro de tratamento de queimados, centro cirúrgi-co, centro de tratamento intensivo e oncologia, entre outros. As obras, orçadas em cerca de R$ 200 milhões, serão licitadas até o fim de dezembro com início e conclusão em 2010, propor-cionando aos servidores e usuários mais qualidade e conforto.

Os principais eixos do projeto são a modernização dos pro-cessos de gestão, a inserção dessas unidades no contexto de rede de saúde local e regional e o alcance de acreditação hospitalar. Além disso, a recomposição da força de trabalho, a remuneração adequada, a gestão logística e de custos e o fortalecimento das ações de humanização da assistência estão entre as prioridades, como explica Márcia Bassit, secre-tária executiva do Ministério da Saúde.

“Estão constituídas linhas de ação que abrangem gestão de pessoas como o redimensionamento da força de trabalho e a composição de remuneração adequada. Há a atuação tam-bém nos processos de gestão logística, de custos e de re-cursos, como na tecnologia da informação, estrutura física, entre outros.”

A contratação de 105 gestores (servidores temporários) está viabilizando a realização do diagnóstico da rede coordenado por profissionais do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), consultoria especializada contratada em parceria – por meio de renúncia fiscal – com seis hospitais filantrópi-cos: Sírio Libanês, Oswaldo Cruz, Samaritano, Albert Einstein, Moinhos de Vento e Hospital do Coração. A análise está sen-do feita com o objetivo de se definir a vocação e perfil de cada hospital. Depois desse processo, inicia-se a adequação das estruturas internas, abrangendo processos de gestão, infraestrutura, captação de recursos humanos e tecnologia hospitalar. A exemplo dos hospitais de excelência, as unida-des federais também passarão por processo de certificação de qualidade (acreditação hospitalar), após a conclusão do diagnóstico de gestão.

A parceria se baseia na transferência de tecnologia para a gestão dos hospitais federais. Entre os resultados esperados, estão a modernização dos protocolos de gestão e a melhoria das rotinas assistenciais. “Com o apoio do Estado e do Muni-cípio do Rio de Janeiro, rediscutiremos o papel dos hospitais federais, respeitadas suas vocações, com o objetivo de inseri-los no contexto da rede de saúde local e regional”, explica a secretária executiva do Ministério da Saúde.

Capa

A recomposição da força de trabalho dos profissionais de saúde é uma das principais preocupações do Ministério. Em janeiro de 2010 será realizado o concurso público para o preenchimento de mil e cem vagas para a Rede Federal, sendo 50% delas destinadas a médicos. Para que o projeto atinja seus objetivos é fundamental a parti-cipação de todos os servidores, como afirma Oscar Berro, diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Minis-tério da Saúde. “Embora seja de fundamental importân-cia a renovação do parque tecnológico e a manutenção das plantas físicas das unidades, o projeto tem como eixo mais importante o reconhecimento e o investimen-to do seu maior tesouro: o profissional da nossa rede. Historicamente, esse personagem tem sido responsável pelo que de melhor existe na promoção, manutenção e resgate da saúde e da vida. É nele que o projeto de reestruturação está calcado”, completa Berro.

Papel fundamental dos servidores

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Serviço que transforma vidasServiço de Atendimento Domiciliar comemora 20 mil atendimentos até outubroO Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) da Rede Hospita-lar Federal do Rio de Janeiro comemora a marca de 20 mil atendimentos até outubro de 2009. Composta por médicos, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, en-fermeiros e assistentes sociais, a equipe atende 620 pacientes em suas residências, em 156 bairros do Rio de Janeiro.

Grande parte dos pacientes assistidos pelo programa tem al-gum tipo de doença crônico-degenerativa ou trauma ortopédi-co. Portadora do mal de Alzheimer, Juraci Ferreira, de 69 anos, é atendida há um ano e quatro meses. Seu marido e cuidador, Antonio Ferreira Filho, elogia o atendimento a sua esposa. “Eles são excelentes. Com 78 anos de vida achei que sabia tudo, mas eles me ensinaram muitas coisas. Esse serviço tem que ser ampliado para todos os hospitais do país”, destaca.

Criado em 2006, o SAD tem a finalidade de racionalizar a uti-lização dos leitos hospitalares e manter o usuário integrado ao ambiente familiar. Hoje o serviço de acompanhamento funcio-na em cinco hospitais federais da rede: Lagoa, Andaraí, Car-doso Fontes, Servidores e Bonsucesso. Devido ao sucesso do serviço, o Ministério da Saúde irá inaugurar, no início de 2010,

Luta contra a AidsHospital dos Servidores se destaca no controle de transmissão vertical da doença

A Organização Mundial da Saúde divulgou, no fim de no-vembro, a queda de 17% no número de pessoas infectadas com o vírus HIV, nos últimos oito anos, em todo o mundo. O relatório aponta, no Brasil, a preocupação com a transmis-são do vírus nas adolescentes. Pensando na prevenção da doença de jovens e grávidas, o Hospital Federal dos Servi-dores desenvolve há 13 anos o controle de transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV. O programa se desta-

ca por conseguir uma redução significativa dos recém-nascidos contaminados com o vírus. No período de gestação, o índice de contaminação caiu de 3,5% para menos de 1%.

A transmissão vertical do HIV ocorre da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. Desde o início do tra-balho, em 1996, aproximadamente 1.680 gestantes portadoras do vírus – a maioria delas adolescentes – foram assistidas por uma equipe formada por infectologistas, obstetras, psicólogos e assistentes sociais.

O controle da transmissão do vírus se torna mais eficaz quan-do detectado no início da gestação, por isso a importância de

se realizar o exame pré-natal. Nas grávidas que só descobrem a infecção na hora do parto, através do teste rápido, o risco de contaminação dos bebês pode atingir até 25%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Enquanto o programa tem obtido resultados de 8,9% no controle da taxa de transmissão.

Durante as consultas ambulatoriais, as pacientes realizam exa-mes e outros procedimentos necessários. Após o parto, o tra-tamento continua também para a criança. Com dois meses de vida, os bebês são encaminhados para a pediatria. “Temos a missão de manter tanto os pais quanto os filhos firmes no tra-tamento, seguindo as orientações e o acompanhamento mé-dico”, afirma Dr. Leon Claude Sidi, coordenador do Centro de Pesquisa do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Destaque

Ampliação

4 + Saúde Dezembro 2009

Conheça os tratamentos específicos da Aids oferecidos pelos hospitais federais:

Além de atendimento para as gestantes e adolescentes realizado pelo Servidores, os Hospitais Federais da Lagoa e Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, fazem o acompa-nhamento periódico dos pacientes portadores do vírus HIV nos ambulatórios adulto e pediátrico. Os portadores chegam até o ambulatório após confirmação do exame, podendo ser encaminhados pela UPA, emergência ou qualquer ambulatório da unidade.

mais uma unidade no Hospital de Ipanema, única na rede que não conta com o atendimento. “Teremos um profissional res-ponsável pela análise dos pacientes que podem desocupar um leito e receber o atendimento em casa. Isso reduz ainda os ris-cos de infecção e facilita a recuperação”, explica Midori Uchi-no, coordenadora do serviço.

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Expediente | O +Saúde é uma publicação mensal da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde

Conteúdo | Redação: Arthur Vainfas, Ana Paula Gama, Cauan Ahmed, Daiana Ribeiro, Daniel Oliveira, Danielle Fernandes, João Borges, Geiza Araújo, Thaís Borges e Verônica Mondarto Foto: Adriano Schimit, Thaís Martinelli | Edição: Franco Thomé, Liliane Mafort, Mariana Oliveira, Maria Beatriz Fafiães e Mônica Pettinelli Projeto gráfico: Jan Athayde | Diagramação: Antônio Souza | Tiragem: 25 mil exemplares | Envie comentários e sugestões para [email protected]