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PROJETO
EDUCATIVO
2017/2021
Ag
rup
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en
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e E
sco
las
de
Ma
fra
1
Índice
Nota Introdutória ....................................................................................... 3
Missão, Visão e Valores ........................................................................... 4
Apresenta-se como MISSÃO: ............................................................................................... 4
Apresenta-se como VISÃO: .................................................................................................. 4
Apresentam-se como VALORES: ......................................................................................... 4
Caracterização do Agrupamento ............................................................ 5
Composição ............................................................................................................................. 5
Escola Inclusiva ...................................................................................................................... 5
Oferta Educativa e Formativa ............................................................................................... 6
Parcerias e Protocolos ............................................................................................................ 7
Liderança e gestão organizacional/motivação ..................................... 8
Resultados escolares e educativos .......................................................... 9
Áreas de intervenção prioritária ........................................................... 12
I – Práticas Promotoras de Sucesso .................................................................................... 14
II – Aprendizagens e Formação Integral do Aluno ......................................................... 16
III – Autoavaliação e Melhoria Contínua .......................................................................... 20
Linhas de orientação organizacional e pedagógica ......................................................... 22
Calendarização da ação estratégica ...................................................... 23
Avaliação do Projeto Educativo ............................................................ 23
Divulgação e execução ............................................................................ 24
Notas Finais .............................................................................................. 25
2
“Para ser grande, sê inteiro…”
Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
3
Nota Introdutória
Neste Projeto Educativo procurou-se que a complexidade de conteúdo, inerente a um documento
desta natureza, se objetivasse no rigor da sua simplicidade. Assumindo este documento um papel
estruturador e essencial para a ação do Agrupamento, considera-se que “toda a orientação da
atividade educativa e escolar [deve ser] construída de forma partilhada, realista, motivadora e
avaliável, no sentido de poder ser melhorada”1. Por isso, tratando-se de um documento marcadamente
pedagógico, o mesmo pressupõe, na sua elaboração, a participação da comunidade educativa, bem
como a monitorização da sua implementação, conferindo uma identidade própria a este Agrupamento.
Um Projeto Educativo não deverá esgotar-se na intenção, mas antes, “estruturar-se em torno de um
eixo de linhas de ação orientadoras que prolonguem estrategicamente o presente mas que, gradual e
principalmente, permitam concretizar o futuro”2, pelo que se organiza este documento orientador, em
três áreas de intervenção: Práticas Promotoras de Sucesso; Aprendizagens e Formação Integral do
Aluno e Autoavaliação e Melhoria Contínua.
Na elaboração deste documento foram tidos em conta os acordos estabelecidos com o Ministério da
Educação e as parcerias com a Câmara Municipal de Mafra. Recorreu-se ainda ao Projeto de
Intervenção e à Carta de Missão da Diretora, às orientações educativas definidas na Lei de Bases do
Sistema Educativo e ao Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória. O Projeto Educativo
Municipal constituiu-se também como um documento fundamental na elaboração deste Projeto
Educativo, bem como o Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar, na convicção
de que nos permitirão dar respostas educativas mais eficazes e estabelecer novos padrões de
qualidade e exigência.
O diagnóstico relativo à realidade e às necessidades do Agrupamento teve por base a avaliação
efetuada em vários órgãos e domínios:
● Equipa de Autoavaliação:
- Relatório de Avaliação do anterior Projeto Educativo (2013/2017);
- Diagnóstico Organizacional – Relatório de Autoavaliação (2015-2016), o qual reflete a
auscultação realizada a docentes e encarregados de educação;
- Questionário para avaliação qualitativa do grau de concretização do Projeto Educativo
(2016/2017);
- Relatório dos Resultados Escolares (2016/2017), o qual estabelece uma análise comparativa
entre os resultados escolares do quadriénio 2013/2017.
● Conselho Pedagógico:
- Relatórios trimestrais dos resultados das aprendizagens;
- Relatórios anuais referentes ao impacto das medidas de promoção do sucesso educativo, em
moldes a (re)definir planos de ação, estratégias e metodologias, com vista a mobilizar recursos
necessários para caminhar no sentido da melhoria das aprendizagens e, naturalmente, reduzir as
taxas de insucesso e diminuir o desvio dos resultados escolares em relação às metas propostas.
1 Albalat, 1989, in “Projetos Educativos: elaboração, monitorização e avaliação – Guião de apoio” 2011.
2 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.
4
Esta diagnose permitiu contemplar, no documento que agora se apresenta, sugestões e
recomendações incluídas nos referidos documentos de diagnóstico e avaliação, tendo em vista a
construção e a implementação de um Projeto Educativo pedagogicamente coerente e adequado às
necessidades expressas pela comunidade educativa a que se destina, baseando-se em instrumentos
de avaliação, cujos indicadores nos permitem estabelecer uma trajetória para o sucesso educativo.
Missão, Visão e Valores
Assumindo como pertença da comunidade educativa a Missão, Visão e Valores preconizados pela
Diretora, aquando da sua eleição, o “AEM deve rever-se numa Unidade Orgânica e não num mero
somatório de subsistemas” 3 , uma vez que esta instituição se constrói em interligação com a
comunidade educativa, dando-se destaque à relação com a família, ao sucesso educativo e à formação
integral dos discentes. Assim, o Projeto Educativo perspetiva o futuro, estruturando-se no presente
“em torno de um eixo de linhas de ação orientadoras”4, numa procura de respostas eficazes face às
mudanças, promovendo práticas inovadoras em sintonia com as exigências do contexto social atual.
Apresenta-se como MISSÃO5:
- Prestar um serviço público de Educação de reconhecido mérito, com vista à construção de uma
“Escola de Sucesso”, cientes do sentido de responsabilidade que é o serviço público e o impacto que
tem na comunidade e na sociedade.
- Formar cidadãos, transmitindo conhecimentos e saberes facilitadores da sua inserção na sociedade,
de maneira ativa e crítica, capacitando-os para o desempenho dos mais diversos papéis sociais e
profissionais.
Apresenta-se como VISÃO6:
- Promover uma Escola de qualidade, onde se aprende a ser, conviver, comunicar, trabalhar e valorizar
a diversidade. Uma Escola onde se estimule a autonomia, a crítica, a criatividade e o desenvolvimento
de estratégias inovadoras, para explorar, descobrir e resolver problemas. Uma Escola onde os valores
e princípios sociais, humanos e ambientais constituam o eixo transversal das aprendizagens.
Apresentam-se como VALORES7:
- O Gosto de Aprender – indução e valorização de um clima de aprendizagem em continuidade, como
fator de autorrealização e valorização individuais;
- A Cultura de Trabalho – apropriação, uso dos conhecimentos, treino de capacidades;
- O Trabalho Colaborativo e em Equipa – desenvolvimento coletivo de práticas, salvaguardando-se a
consistência e a coerência dos propósitos educativos;
3 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.
4 Carta de Missão da Diretora. 5, 6 e 7 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.
5
- Uma Escola de Todos e para Todos – pluralista, diversificada, integradora e multicultural;
- A Formação Integral – vertentes cognitiva, cultural, ambiental e humanista;
- A Equidade e a Inclusão – igualdade de oportunidades para o desenvolvimento da cidadania e
participação ativa;
- A Liberdade Individual – possibilidade de cada um desenvolver o seu projeto de vida e as suas
capacidades, com base na integridade e responsabilidade.
Caracterização do Agrupamento
O Agrupamento de Escolas de Mafra (AEM) é uma unidade orgânica que se constituiu como
agrupamento vertical, com sede na Escola Básica de Mafra, em 2004, e integra nove estabelecimentos
de educação e ensino, caracterizados por construções modernas, resultantes de novas edificações ou
de requalificações de antigos edifícios. Constata-se que o parque escolar do Agrupamento tem vindo
a ser continuamente melhorado, verificando-se no entanto que a grande maioria das escolas deste
território educativo se encontra na sua capacidade máxima, no que respeita ao número de
crianças/alunos, registando mesmo a escola sede, quase desde sempre, uma situação de
sobrelotação.
Composição
Atualmente integram o Agrupamento os seguintes Estabelecimentos de Educação e Ensino,
abrangendo a Educação Pré-Escolar e o Ensino Básico, configurando-se uma capacidade instalada
global de 123 turmas:
Estabelecimentos de Educação e Ensino Capacidade instalada
Escola Básica de Mafra 46 turmas de 2.º e 3.º Ciclos
Escola Básica Dr. Sanches de Brito 6 salas de Pré-Escolar + 14 turmas de 1.º Ciclo
Escola Básica Hélia Correia 24 turmas de 1.º Ciclo
Escola Básica de Igreja Nova e Cheleiros 5 salas de Pré-Escolar + 11 turmas de 1.º Ciclo
Escola Básica de São Miguel de Alcainça 2 salas de Pré-Escolar + 5 turmas de 1.º Ciclo
Escola Básica do Sobral da Abelheira 1 sala de Pré-Escolar + 2 turmas de 1.º Ciclo
Jardim de Infância da Barreiralva 1 sala de Pré-Escolar
Jardim de Infância de Mafra 4 salas de Pré-Escolar
Jardim de Infância do Quintal 2 salas de Pré-Escolar
Escola Inclusiva
O conceito de Escola Inclusiva aponta para a igualdade de oportunidades educativas para todas as
crianças/jovens que se encontrem em situação de maior vulnerabilidade e/ou que se deparem, em
qualquer momento, com dificuldades e obstáculos no seu percurso educativo, bem como no acesso à
saúde, assente numa intervenção de apoio integrado, articulada com a família. Este conceito
concretiza-se também na atenção diferenciada dirigida a alunos de diferentes nacionalidades e
culturas, a alunos que revelem elevadas competências académicas, ou que, por alguma razão,
6
justifiquem uma atuação particularizada por parte da escola. Uma escola inclusiva garante o acesso
ao sucesso educativo, à autonomia, à estabilidade emocional, à promoção da igualdade de
oportunidades, à preparação para o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação
para a vida profissional, permitindo, assim, a transição da escola para a vida ativa.
Dado que o número de crianças/alunos com necessidades educativas especiais (NEE) tem vindo a
aumentar no Agrupamento, tornou-se premente a criação de estratégias e condições adequadas aos
diferentes contextos educativos. Como resposta especializada, têm sido criadas no Agrupamento, no
âmbito da Educação Especial, Unidades de Apoio Especializado, para a educação de alunos com
multideficiência (UAAM), Unidades de Ensino Estruturado (UEE) para a educação de alunos com
perturbações de Espectro de Autismo e Unidade de Apoio Especializado – Projeto Socializar, Educar e
Reintegrar (SER), para alunos com Currículo Específico Individual (CEI) dos 2.º e 3.º Ciclos. A
Educação Especial acompanha também um número significativo de alunos em diferentes contextos de
aprendizagem.
São estabelecidos protocolos de parceria com várias instituições que avaliam e acompanham alunos
abrangidos pela Educação Especial e outros, ainda que os mesmos não tenham Necessidades
Educativas Especiais de caráter permanente, mas necessitem de uma intervenção especializada em
diferentes áreas, tais como Terapia da Fala, Terapia Ocupacional e Psicologia.
Oferta Educativa e Formativa
No Agrupamento proporcionam-se aos alunos atividades organizadas sob a forma de projetos ou
clubes, desenvolvidos por docentes, as quais têm como objetivo promover o sucesso educativo,
estimular o desenvolvimento socioafetivo dos alunos, complementar a sua formação pessoal, social e
artística e contribuir para a plena integração na escola. Destacamos, de entre outras, as seguintes
estruturas/iniciativas/projetos:
Educação Especial Unidades de Apoio Especializado SPO- Serviço de Psicologia e Orientação Equipa Multidisciplinar Bibliotecas Escolares SEI+ Clubes Desporto Escolar Disciplinas de Oferta de Escola Atividades de Enriquecimento Curricular Apoio Educativo/Apoio ao Estudo Coadjuvação Tutorias e Mentorias Plano de Intervenção Prioritária da Matemática Plano de Ação Estratégica Plano de Intervenção Prioritária da Indisciplina Educação para a Saúde LER na pont@ dos dedos Projeto a Ler+2027 Mat m App Icar Programa Eco Escolas Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar
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7
Parcerias e Protocolos
O Projeto Educativo deve ser aberto e contar com a participação de toda a comunidade, procurando
potencializar as sinergias que advêm dessa cooperação. Esta tem sido a atitude adotada ao longo da
vigência dos anteriores Projetos Educativos, através dos protocolos estabelecidos com os diversos
parceiros de referência na comunidade, os quais têm enriquecido de sobremaneira as vivências
pedagógicas, sociais e técnicas neste Agrupamento. Assim, considerando um recurso inestimável
aquele que decorre da existência das parcerias e protocolos assumidos com algumas entidades do
meio, destacamos a proximidade com as seguintes:
Agrupamento de Escolas de
Mafra
Associações de Pais
GNR Escola Segura
APERCIM CRI
ELI
Centro de Saúde de Mafra Saúde Escolar -
CLAS
Agrupamentos de Escolas do concelho de
Mafra e ES José
Saramago
Rede de Bibliotecas
Escolares de Mafra
Centro de Formação
Rómulo de Carvalho
Centro de Competências "Entre Mar e
Serra"
ITAD PSILEXIS
CLDS
Desporto Escolar
Segurança Social
CPCJ
Órgãos da Comunicação
Social local
Câmara Municipal /
Juntas de Freguesia
Proteção Civil
DICAD
Legenda: • APERCIM - Associação Para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de
Mafra • CLAS – Conselho Local de Ação Social • CLDS – Contrato Local de Desenvolvimento Social • CPCJ – Comissão de Proteção de Crianças e Jovens • CRI - Centro de Recursos para a Inclusão • DICAD - Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências • ELI - Equipa Local de Intervenção • GNR - Guarda Nacional Republicana • ITAD – Instituto de Apoio e Desenvolvimento • PSILEXIS – Centro de Psicologia e Terapia da Fala
8
Liderança e gestão organizacional/motivação
Uma das principais características associadas ao conceito de escola eficaz é a liderança profissional8,
como fator determinante na definição das dinâmicas internas, quer pelos modelos pedagógicos e de
gestão/organização inovadores que favorecem a autonomia da escola, quer por que acrescentam valor
para os alunos, levando à diferenciação da escola.
A importância da Direção da escola é destacada tanto no sentido pedagógico da liderança, como pela
firmeza, determinação, abordagem participativa e exercício de autoridade. Esta perspetiva de
liderança pedagógica acentua três das competências de um diretor: o conhecimento profissional, a
capacidade para aplicar esse seu conhecimento ao serviço da resolução dos problemas e situações
escolares e, por fim, o seu saber fazer acontecer9, mobilizando os outros, promovendo a liderança
partilhada, confirmando que “a melhoria de um estabelecimento de ensino depende, de forma
significativa, da capacidade para dinamizar, apoiar e incentivar do seu líder”10.
Assim, considerando a liderança como um vetor fundamental ao bom funcionamento de um
Agrupamento, que influencia e orienta a comunidade no sentido da consecução estabelecida, “ela é
de per si, indissociável da definição clara da missão e dos princípios estratégicos e operacionais
adequados à criação de um clima de cooperação, que fomente o sentido de pertença e o empenho
das equipas”11.
É através do desempenho de todos os atores educativos e do cumprimento dos seus deveres e tarefas
que se concretizam as decisões, se traçam caminhos que conduzem ao sucesso, ancorados na
colaboração e envolvimento de toda a comunidade. Dessa mobilização depende a conquista da
eficiência e da eficácia, alcançando o melhor nível possível, alicerçada no pensamento em que “um
dos aspetos mais importantes do esforço de criação de escolas eficazes é a corresponsabilização dos
diferentes atores educativos”12.
Pelo exposto, impõe-se “a apologia da liderança transformacional, caraterizada por ser uma gestão
partilhada a que se juntam a cooperação, o compromisso, a flexibilidade, a parceria e a confiança
conectados num projeto centrado no sucesso dos alunos e no capital humano deste Agrupamento”13.
Uma das metas do Agrupamento tem sido criar e desenvolver uma dinâmica em que a qualidade
educativa constitua uma mais-valia reconhecida pela comunidade, tendo a sua identidade
organizacional sido construída e definida pela preservação da sua memória e pela avaliação do seu
percurso, fatores que alicerçam o projeto de futuro.
Pretende-se continuar a requalificar o serviço educativo prestado, entendendo-se que este é o fator
decisivo para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem e, consequentemente, para a
8 Características chave das escolas eficazes, segundo Sammons, Hillman e Mortimore (1995), in: Lima (2008, 193), Atas do I Seminário
Internacional. Vol. II. Educação, Territórios e Desenvolvimento Humano, Editor: Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Educação e Psicologia, Porto, 2015. 9 e 10 Machado, J.; · Alves, J. M. [orgs.], Melhorar a Escola - Sucesso Escolar, Disciplina, Motivação, Direção de Escolas e Políticas Educativas,
Universidade Católica Editora, Porto, 2014. 11 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017. 12 Nóvoa, António (org.). As Organizações Escolares em Análise. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992. 13 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.
9
garantia de um futuro melhor para as nossas crianças e jovens. Ao procurar-se uma maior
rentabilização e racionalização dos meios e recursos disponíveis, articulados e complementares,
reforça-se o espírito de comunidade, a sociabilização e interação de alunos, famílias, docentes, não
docentes e parceiros, destacando-se em todo este percurso a colaboração da Autarquia, das famílias
e das Associações de Pais do AEM.
É neste sentido que surge a consciência de que quando todos valorizam o trabalho da escola, se
constrói “uma clara afirmação do impacto que os docentes têm na sociedade e da responsabilidade
que têm na formação de gerações futuras” . Compreende-se então que um clima de colaboração
construtiva e alinhada, entre a escola e a comunidade, terá reflexo nas aprendizagens dos alunos,
permitindo-lhes que tirem o maior proveito da sua formação.
É fundamental que todos se impliquem na vida do Agrupamento de forma adequada e empenhada,
sendo que, como docentes, “temos plena consciência da responsabilidade que nos é confiada
diariamente à entrada de cada estabelecimento escolar do Agrupamento. Por isso, confiamos que
confiam em nós”.
Resultados escolares e educativos
Presentemente deparam-se-nos novos desafios, considerando-se que, muito provavelmente, o maior
de todos será o de continuar a afirmar o Agrupamento na comunidade, pela qualidade do seu ensino
e contributo para uma melhor cidadania, enquadrando as suas práticas num contexto cada vez mais
específico, mas direcionado para políticas educativas locais, numa concertação de sinergias e
perspetivação global da Educação no concelho de Mafra.
Atendendo ao expresso em Conselho Pedagógico face aos desafios que nos são colocados, impõe-se
uma reflexão sobre o(s) motivo(s) pelo(s) qual(is), apesar de todas as estratégias e medidas de
promoção do sucesso educativo implementadas e de todos os projetos desenvolvidos e monitorizados,
se continua a verificar algum insucesso, não só dos resultados escolares, mas dos resultados
educativos, se tivermos como referência que sucesso educativo pressupõe o desenvolvimento integral
dos alunos.
Relativamente aos resultados escolares é de “destacar a valorização transversal das aprendizagens e
das competências pessoais e sociais dos alunos. Ao longo do tempo, esta valorização tem vindo a
traduzir-se nos resultados escolares, que apresentam, relativamente às médias nacionais e no que
concerne às Taxas de Sucesso no Ensino Básico, valores superiores na unidade orgânica (fonte:
MISI)”14.
De acordo com os pressupostos consignados nas Orientação Curriculares para a Educação Pré-Escolar,
o trabalho realizado na avaliação das crianças sustenta-se no princípio de que a avaliação neste nível
de educação “é uma avaliação para a aprendizagem e não da aprendizagem”, considerando-se que
“não envolve nem a classificação da aprendizagem da criança, nem o juízo de valor sobre a sua
14 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.
10
maneira de ser, centrando-se na documentação do processo e na descrição da sua aprendizagem, de
modo a valorizar as suas formas de aprender e os seus progressos”15.
Encontra-se plasmada no quadro abaixo a taxa de sucesso (em percentagem) dos alunos deste
Agrupamento, dos últimos quatro anos letivos, tendo-se estabelecido, como meta anual, a melhoria
global dos resultados em 2%:
Taxa de sucesso: comparação dos resultados nacionais com os do Agrupamento, fonte MISI.
No 1.º Ciclo a taxa de sucesso tem-se mantido com ligeiras oscilações. No 2.º Ciclo a taxa de sucesso
aumentou sempre, tendo a meta de 2% sido alcançada a partir do ano letivo 2015/2016. No 3.º Ciclo
a meta de aumento da taxa do sucesso em 2% foi alcançada no final do quadriénio em análise.
O Relatório dos Resultados das Aprendizagens, aprovado em Conselho Pedagógico (julho, 2017),
expressa que “considerando as avaliações realizadas relativamente ao Plano de Ação Estratégica, às
medidas definidas no Relatório dos Resultados das Aprendizagens de julho de 2017, aos Planos de
Ação dos Departamentos, ao Plano Anual de Atividades e ao desenvolvimento dos diversos projetos
do Agrupamento, pode-se inferir que os mesmos terão sido um dos fatores que concorreram para a
melhoria das aprendizagens, da diminuição do desvio da taxa de insucesso em relação à meta dos 2%
e da taxa de retenção global do Agrupamento”.
Há a referir, como fator de sucesso educativo, que “na generalidade das escolas é conferida especial
importância à inclusão dos alunos que apresentam Necessidades Educativas Especiais, que convivendo
com os restantes incutem nestes comportamentos de aceitação e de valorização e respeito pela
diferença”16.
Num trabalho pautado pelos princípios do sucesso dos alunos, os resultados escolares são indicadores
para estes se autorregularem e melhorarem as suas aprendizagens, sendo para os docentes a
possibilidade de refletirem, equacionarem e redefinirem as suas estratégias e práticas pedagógicas.
Como instrumento útil para a análise do nível de aquisição das aprendizagens dos alunos apresentam-
se-nos os resultados dos Provas Finais/Avaliação Externa, que demonstram o grau de harmonia e
15 Orientação Curriculares para a Educação Pré-Escolar -2016
16 “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.
Ano Letivo
2013/2014
Ano Letivo
2014/2015
Ano Letivo
2015/2016
Ano Letivo
2016/2017
Taxa de Sucesso % Taxa de Sucesso % Taxa de Sucesso % Taxa de Sucesso %
Ciclo/ Ano AEM Nacional Desvio AEM Nacional Desvio AEM Nacional Desvio AEM Nacional Desvio
1.º
Ciclo
1.º 99,30 100,00 -0,70 99,20 100,00 -0.80 100,0 100,00 0 100,0 100,00 0
2.º 89,18 88,00 1,18 90,73 89,60 1,13 93,27 90,4 2,87 90,66 92.0 -1,34
3.º 94,01 94,70 -0,69 96,88 95,60 1,28 98,31 96,9 1,41 98,02 97.8 0,22
4.º 98,97 96,10 2,87 99,32 97,40 1,92 97,65 97,6 0,05 99,02 98.0 1,02
2.º
Ciclo
5.º 90,51 88,20 2,31 91,57 90,70 0,87 93,57 92,4 1,17 94,84 93.3 1,54
6.º 89,34 86,70 2,64 93,77 90,10 3,67 89,35 92,7 -3,35 95,2 93.9 1,30
3.º
Ciclo
7.º 81,10 82,10 -1,00 87,35 83,70 3,65 87,8 86,4 1,40 89,92 87.8 2,12
8.º 82,38 86,00 -3,62 93,13 89.20 3,93 86,72 91,5 -4,78 94,29 92.9 1,39
9.º 88,00 83,60 4,40 91,62 88,30 3,32 90,25 90,0 0,25 90,28 92.0 -1,72
11
ajuste das práticas pedagógicas aos níveis de exigência esperados na avaliação dos conhecimentos
adquiridos. Atentos à máxima em que “a familiaridade provoca a cegueira” equaciona-se a avaliação
externa como uma prática que visa garantir a confiança social e procura responder à necessidade de
regulação.
Deste modo o relatório de autoavaliação que se define como “o documento que procede à identificação
do grau de concretização dos objetivos fixados no projeto educativo, à avaliação das atividades
realizadas pelo agrupamento de escolas ou escola não agrupada e da sua organização e gestão,
designadamente no que diz respeito aos resultados escolares e à prestação do serviço educativo”17,
regista a informação relativa aos resultados da avaliação externa, ao longo do último quadriénio18:
Cumpriu-se a meta de subida da média das classificações das Provas Finais, em 1%, nos 1.º e
2.º Ciclos, na disciplina de Português, enquanto estas se realizaram.
Na disciplina de Matemática verificou-se o mesmo no 1.º Ciclo, tendo havido alguma oscilação
no 2.º Ciclo, enquanto se realizaram.
Nos 1.º e 2.º Ciclos os resultados obtidos nas Provas Finais, nos anos letivos em que foram
realizadas, foram sempre superiores à média nacional.
No 3.º Ciclo a média das classificações das Provas Finais oscilou e não se cumpriu a meta
estabelecida para estas duas disciplinas em todos os anos, contudo nunca excedeu os 5% de défice,
relativamente à média nacional. No ano letivo 2016/2017 a classificação média a Matemática
superou a meta estabelecida.
Quanto à evolução do sucesso nas Provas Finais do 9.º ano, nos últimos cinco anos letivos,
constata-se o seguinte:
o Comparando os resultados entre as duas disciplinas, vinha a registar-se, ao longo dos
últimos quatro anos letivos, um aumento do sucesso na disciplina de Português. Porém, esta
tendência foi contrariada em 2016/2017, em que se verificou uma descida nas percentagens de
sucesso.
o Na disciplina de Matemática, 2016/2017 foi o ano em que se verificaram os melhores
resultados dos últimos cinco, tendo mesmo superado os resultados do ano letivo 2013/2014, o
único dos primeiros quatro anos em que a percentagem de sucesso se situou acima dos 50%.
o Nas Provas Finais de Matemática a média do sucesso no Agrupamento aumentou 16,7
pontos percentuais de 2015/2016 para 2016/2017.
A par dos resultados escolares, surgem as questões de gestão da (in)disciplina com um grande
impacto no quotidiano das escolas, continuando a ser um foco de preocupação, no qual é centrada
grande parte da atenção e energia dos órgãos de gestão e pedagógicos, das estruturas intermédias,
dos docentes de todos os Departamentos Curriculares, do pessoal não docente e das famílias. Este
facto está registado no Relatório dos Resultados das Aprendizagens, onde consta que “tem sido
dedicado muito tempo à identificação e compreensão dos fatores conducentes ao insucesso, bem como
17 Decreto-Lei n.º 75/2008, 22 abril, na sua atual redação, artigo 9.º, 2, c).
18 Equipa de Autoavaliação – Relatório dos Resultados Escolares e Relatório de Autoavaliação do Projeto Educativo. agosto, 2017.
12
à definição, aplicação, monitorização e avaliação de estratégias de prevenção e/ou remediação, ou
pelo menos, de controlo e diminuição dos efeitos desses fatores”19.
Esta preocupação é manifestada no Relatório de Autoavaliação do Projeto Educativo ao identificar que
“da reflexão efetuada, tendo em conta a análise dos inquéritos de satisfação, dos resultados escolares
e a avaliação do projeto educativo, conclui-se que a indisciplina é um aspeto a melhorar”,
acrescentando que “este é um dos fatores que influencia o aproveitamento escolar e em última análise
os resultados escolares” e que “há que ter em conta outras medidas, além das já praticadas, com o
objetivo de diminuir a indisciplina”20.
A insatisfação sentida poderá ser o ensejo para que todos os atores do contexto educativo identifiquem
e destaquem quais os fatores que levam alunos, num mesmo contexto escolar, a conseguirem marcas
de sucesso, não só académico, mas também social, enquanto outros alunos, na mesma turma/escola,
não o conseguem, nem numa dimensão nem na outra.
Áreas de intervenção prioritária
Questões conceptuais tais como liderança, organização, definição do currículo e dos seus objetivos,
envolvimento das famílias, expetativas positivas, regulação do trabalho dos alunos e dispositivos
promotores do desenvolvimento de equipas multidisciplinares e colaborativas que reforcem a
articulação vertical e horizontal, bem como práticas conducentes à realização de aprendizagens
significativas, são aspetos fundamentais para uma Escola de Sucesso.
Das várias análises efetuadas, por diferentes estruturas e em Conselho Pedagógico, ressalta sempre
a necessidade de uma reflexão continuada sobre a multicausalidade do fator insucesso, em termos de
resultados escolares e educativos, se tivermos como referência que sucesso educativo pressupõe o
desenvolvimento integral dos alunos, que se plasma no Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer,
Aprender a Viver com os Outros e Aprender a Ser – os quatro pilares da Educação do séc. XXI
(UNESCO).
Por outro lado, apesar de uma das conclusões do Relatório Final da Equipa Multidisciplinar do
Agrupamento referir que os níveis de indisciplina, maioritariamente os da pequena indisciplina,
diminuíram, todas as reflexões e análises feitas nos Departamentos Curriculares, com uma maior
ênfase nos dos 2.º e 3.º Ciclos, identificam a indisciplina como o principal fator do insucesso,
impedindo a consecução plena dos objetivos de aprendizagem, tendo também expressão, neste
insucesso, a falta de interesse de alguns alunos pelas aprendizagens e o diminuto envolvimento de
um número considerável de encarregados de educação na vida escolar dos seus educandos.
Face às características, identidade e resultados do Agrupamento, apresentam-se propostas,
estratégias e medidas que, numa perspetiva de continuidade e de forma articulada, sistémica e
dinâmica, procuram dar resposta aos problemas identificados e estabelecer novos padrões de
qualidade, exigência e sucesso, consubstanciando o trabalho a desenvolver em torno de três Áreas de
Intervenção Prioritárias que visem a:
19 Relatório dos Resultados das Aprendizagens. Conselho Pedagógico, janeiro 2017. 20 Relatório de Autoavaliação do Projeto Educativo, Equipa de Autoavaliação do Agrupamento, agosto, 2017.
13
Identificação e Sistematização de Práticas Promotoras da Qualidade do Sucesso;
Promoção da Melhoria das Aprendizagens e da Formação Integral do Aluno;
Implementação de Planos de Ação, consubstanciados na Autoavaliação e em indicadores que
permitam avaliar o seu impacto, de modo a sustentar Opções Estratégicas de Melhoria.
As Áreas de Intervenção, acima referidas, tendo subjacentes os problemas diagnosticados,
contemplam metas/prioridades, objetivos e estratégias que devem ser observados por toda a
comunidade educativa, durante a vigência deste Projeto Educativo, mobilizando os recursos
financeiros, humanos e materiais disponíveis.
Apesar de cada Área de Intervenção Prioritária identificar determinados problemas e definir as
respetivas metas/prioridades, objetivos, estratégias e indicadores de avaliação, cada uma delas
deverá ser entendida como um projeto de ação articulada que contribui para a consecução das outras
áreas de intervenção, constituindo-se como um sistema de vasos comunicantes.
14
ÁREA DE
INTERVENÇÃO I – Práticas Promotoras de Sucesso
PROBLEMA (S)
IDENTIFICADO (S)
Insuficiente interiorização de uma verdadeira CULTURA DE SUCESSO,
com dispositivos de monitorização e avaliação rigorosos e sistemáticos
do estabelecimento e cumprimento de metas, prioridades e objetivos.
METAS/PRIORIDADES
Identificar, valorizar e potenciar práticas, atitudes e atuações que
propiciem o Sucesso.
Otimizar a mobilização/gestão/rentabilização de todos os recursos
disponíveis.
Comprometer toda a comunidade educativa na procura do Sucesso.
Operacionalizar uma eficaz articulação horizontal e vertical.
OBJETIVOS
-Envolver toda a comunidade na definição de metas, prioridades e
objetivos.
-Mobilizar todas as estruturas para uma eficiente e eficaz definição de
estratégias de supervisão e de articulação.
-Assegurar e reforçar a articulação curricular e a coordenação
pedagógica interdisciplinar entre níveis e Ciclos de ensino.
-Promover o espírito de trabalho de equipa e colaborativo entre o
pessoal docente e não docente.
-Exercer uma liderança partilhada que vá ao encontro das expectativas
de todo o pessoal docente e não docente, conduzindo à dignificação do
papel de todos os intervenientes.
-Assegurar uma gestão integrada de recursos técnicos especializados,
em particular no âmbito da Educação Especial e dos Serviços de
Psicologia e Orientação.
ESTRATÉGIAS Indicadores de
Avaliação
-Participação de toda a comunidade na conceção, aplicação e
avaliação dos documentos estruturantes da vida do Agrupamento.
-Nº de estruturas
pedagógicas e setores da
comunidade envolvidos na
auscultação e recolha de
contributos;
-Nº de contributos
recolhidos.
-Promoção de iniciativas que envolvam elementos da comunidade, em
particular os encarregados de educação, nas atividades / projetos do
Plano Anual de Atividades.
-Nº de atividades anuais
envolvendo Enc. Educação/
Comunidade.
-Fomento do trabalho colaborativo, como prática corrente,
conducente a uma efetiva partilha do conhecimento:
. promoção da articulação vertical e horizontal entre as diferentes
estruturas;
. constituição de equipas de trabalho colaborativo, através da
compatibilização de horários;
. partilha de práticas pedagógicas potenciadoras do sucesso e
formação interpares;
. otimização de espaços e equipamentos facilitadores do trabalho
individual e de equipa.
-Nº e tipo de grupos
constituídos;
-Nº de reuniões anuais;
-Nº de convocatórias
emitidas e registos
efetuados;
-Percentagem de horários
compatibilizados;
-Nº de atividades
desenvolvidas em
colaboração.
15
-Definição e utilização de critérios potenciadores de sucesso na
constituição de turmas, organização de horários e distribuição de
serviço.
-Critérios elaborados;
-Nº de critérios
implementados (partição de
turmas na mudança de ciclo
de aprendizagem; enfoque de
horário nobre para
componente letiva em
detrimento das AEC).
-Elaboração e implementação de um plano de supervisão pedagógica. -Nº de iniciativas
implementadas.
-Elaboração e implementação de Planos de Ação e de Melhoria nas
várias estruturas.
-Nº de Planos de
Ação/Melhoria
implementados.
-Implementação de iniciativas que promovam a motivação, o convívio
e a partilha formal e informal de saberes entre pessoal docente e não
docente valorizando os contributos de todos;
-Nº de iniciativas
implementadas.
-Definição de orientações claras relativamente ao papel de cada um,
bem como a definição objetiva dessas orientações. -Documentos orientadores
elaborados;
-Nº de ações de divulgação. -Definição clara das linhas orientadoras para a distribuição de serviço
docente e não docente, tendo em vista a optimização dos recursos
disponíveis.
-Gestão articulada entre o Agrupamento e a Autarquia no que diz
respeito a pessoal não docente. -Nº de reuniões realizadas.
-Constituição de parcerias com vista ao reforço de recursos humanos
especializados.
-Nº e tipo de parcerias;
-Nº de recursos
obtidos/otimizados.
-Gestão, de forma integrada, de todos os recursos humanos
disponíveis (pessoal docente, não docente e técnico).
-Mapas de distribuição de
serviço.
16
ÁREA DE
INTERVENÇÃO II – Aprendizagens e Formação Integral do Aluno
PROBLEMA (S)
IDENTIFICADO (S)
Insucesso.
Indisciplina.
Expressão insuficiente de valores humanistas.
METAS/PRIORIDADES
Garantir um ensino de qualidade, adaptado aos novos desafios e
realidades.
Promover o sucesso educativo.
Construir uma Escola de valores.
Manter padrões de referência enquanto Escola inclusiva.
Fazer da Escola um espaço de liberdade, mas também de
responsabilidade.
Garantir uma Escola segura.
Estimular o espírito de tolerância, respeito e solidariedade, através de
vivências partilhadas, dentro e fora da sala de aula.
OBJETIVOS
-Promover o desenvolvimento integral das crianças e jovens.
-Melhorar o nível de cumprimento das orientações
curriculares/programas/metas (macro planificação).
-Interiorizar, nos alunos, a consciência de que os resultados obtidos
dependem, entre outros fatores, da valorização do saber e do seu empenho
nas aprendizagens.
-Garantir rigor científico na transmissão e aquisição de conhecimentos
(micro planificação).
-Garantir rigor na avaliação, nas suas diferentes modalidades.
-Implementar mecanismos eficazes no cumprimento das regras
estabelecidas.
-Garantir o sucesso/inclusão de crianças com necessidades educativas
especiais de carácter permanente.
-Valorizar os resultados de aprendizagem dos alunos.
-Racionalizar recursos como forma de otimizar resultados.
-Valorizar as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), articulando-as
com as práticas letivas dos docentes titulares de turma.
-Aprofundar mecanismos no âmbito da aferição de critérios e instrumentos
de avaliação, de modo a reforçar a confiança na avaliação interna e nos
resultados.
-Intensificar uma análise reflexiva sobre o processo de ensino e de
aprendizagem, com vista à intensificação e sistematização de práticas
promotoras da qualidade e do Sucesso.
-Valorizar as atitudes conducentes a uma formação pessoal, social e cívica.
-Fomentar a autoestima e promoção pessoal no respeito pelos outros.
-Desenvolver valores pessoais/sociais e atitudes autónomas.
-Fomentar atitudes cívicas, para combater casos problemáticos de
comportamento/indisciplina.
-Prevenir/dissuadir comportamentos desajustados.
-Combater a indisciplina e a insegurança.
-Melhorar a eficácia dos procedimentos disciplinares.
17
ESTRATÉGIAS Indicadores de
Avaliação
-Rigoroso levantamento de dificuldades de aprendizagem e de
adaptação. -Bases de dados elaboradas.
-Implementação de medidas significativas de promoção do sucesso
educativo (PPSE).
-Nº alunos com
aprendizagens diferenciadas;
-Nº de PPSE;
-Nº de coadjuvações;
-Nº de apoios ao estudo e
educativos;
-Frequência da Sei+;
-Frequência da Biblioteca
Escolar.
-Reforço dos recursos humanos e materiais necessários à
implementação e execução de Planos de Promoção do Sucesso
Educativo.
-Nº de recursos
disponibilizados pelo Plano
estratégico, pela Autarquia
no âmbito do Plano de
combate ao insucesso, pelo
Ministério da Educação, por
outros parceiros sociais.
-Continuação da implementação dos Planos de Intervenção Prioritária
(Matemática e Indisciplina). -Nº de ações dos Planos
implementadas.
-Implementação de estratégias definidas ao abrigo do Dec. Lei nº
3/2008 visando o sucesso e a inclusão de crianças com necessidades
educativas especiais de carácter permanente.
-Nº de PEI;
-Nº de CEI;
-Nº de unidades específicas;
-Nº de atividades no âmbito
do Projeto Todos juntos
podemos ler.
-Valorização e incentivo à integração das TIC nos processos de ensino-
aprendizagem, cujo caráter é transversal ao currículo.
-Nº de ações previstas nos
Planos Curriculares de
Turma;
-Nº de atividades promovidas
por diferentes estruturas.
-Preconização de um maior envolvimento dos encarregados de
educação relativamente ao processo de ensino/ aprendizagem dos
seus educandos.
-Nº de Contactos/
atendimentos realizados.
- Nº de EE presentes em
reuniões
-Criação de ofertas de formação correspondentes às
necessidades/expectativas dos alunos. -Nº de ofertas criadas.
-Identificação e encaminhamento de alunos para outras vias de
ensino/formação, correspondentes ao seu perfil.
-Nº de alunos abrangidos por
atividades da Orientação
Vocacional;
-Nº e tipo de
encaminhamentos.
-Promoção de atividades diferenciadas com vista a aprendizagens de
sucesso dos discentes independentemente da sua origem cultural e
social.
-Nº de atividades previstas
no Plano Curricular de
Turma;
-Nº de alunos com
estratégias diferenciadas.
-Gestão dos recursos humanos e materiais necessários, no sentido de
facilitar a integração social e cultural de discentes estrangeiros.
-Nº de apoios de Português
Língua Não Materna
-Contribuição para a implementação do Plano Integrado e Inovador de
Combate ao Insucesso Escolar definido e protocolado com a Câmara
Municipal de Mafra e os Agrupamentos de Escolas e Escola Não
Agrupada.
-Nº de medidas/ações
implementadas.
-Articulação dos conteúdos curriculares dos diferentes níveis de
educação/ensino com as atividades das Bibliotecas.
-Nº de atividades de
articulação realizadas.
-Planificações conjuntas por grupos disciplinares/anos de
escolaridade. -Nº de planificações
produzidas conjuntamente.
18
- Reforço da adoção de critérios e instrumentos de avaliação comuns
(ano/disciplina).
-Realização de Teste de
Diagnóstico, Testes de
Aferição, Critérios de
avaliação, Fichas Formativas.
-Adequação dos critérios de avaliação aos perfis de aprendizagem.
-Produção de critérios/perfil
das aprendizagens por
disciplina, ciclo e/ou ano
escolaridade.
-Implementação de ações/projetos que visem a articulação vertical e
horizontal. -Nº de ações/projetos
implementadas anualmente.
-Construção de instrumentos de avaliação e diagnóstico articulados
entre níveis de educação /ensino, promovendo a sequencialidade das
aprendizagens significativas.
-Nº de testes de avaliação e
diagnose elaborados entre
níveis de ensino.
-Aplicação de instrumentos de aferição e regulação dos resultados
internos.
-Testes de Aferição, Fichas
Formativas, Critérios de
avaliação.
- Análise e reflexão dos resultados escolares em Departamento
Curricular e em Conselho Pedagógico, comparando-os com os
concelhios e os nacionais.
-1 análise interna trimestral;
-1 análise comparativa anual.
-Implementação e desenvolvimento de parcerias de apoio com
Instituições - CPCJ, Escola Segura, Instituto de Apoio à Criança, Santa
Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro (CLDS), Divisão de
Intervenção nos Comportamentos Aditivos (DICAD), Saúde Escolar,
entre outros.
-Nº de parcerias
implementadas.
-Nº de atividades
desenvolvidas.
-Valorização e divulgação anual dos comportamentos de mérito e dos
resultados de sucesso nas vertentes Valor e Excelência.
-Nº de alunos em Quadro de
Valor e Excelência;
-Nº de iniciativas
desenvolvidas.
-Incentivo à participação em projetos/iniciativas extra letivas que
promovam o gosto pelos saberes e desenvolvimento de capacidades.
-Nº de iniciativas
desenvolvidas;
-Nº de alunos que participam
em iniciativas que
representem o Agrupamento.
-Manutenção e consolidação de medidas e atividades que promovam:
. a literacia da informação e dos média;
. a literacia financeira;
. hábitos e comportamentos saudáveis;
. a prática desportiva;
. hábitos no âmbito da segurança;
. uma cidadania ativa, responsável e participativa;
. competências e os hábitos de leitura;
. uma educação ambiental orientada para o desenvolvimento
sustentável;
. a apropriação da herança cultural (tradições e património).
-Nº de medidas e atividades
implementadas.
-Elaboração de projetos que visem o envolvimento do Agrupamento
em causas sociais. -Nº de projetos
elaborados/implementados.
-Desenvolvimento de iniciativas que visem a mobilização coletiva em
prol do bem comum.
Melhorias efetuadas na
escola e/ou aquisição de bens
e serviços.
-Criação de mecanismos de diagnose e prevenção da indisciplina,
dentro e fora da sala de aula tendo em conta, entre outros, os
contextos socioculturais e económicos.
-Levantamento, nas atas de
Conselho de Turma, dos
alunos com problemas
disciplinares;
-N.º de ações/reuniões
realizadas com EE e/ou
educandos;
-Nº de registos de falta de
assiduidade, de vigilância de
19
-Reforço do exercício do poder disciplinar, previsto na legislação e no
do Regulamento Interno do Agrupamento (RIA) e responsabilização
de toda a comunidade pelo cumprimento dos deveres neles
estipulados:
. Reforço das ações de vigilância e controlo dos espaços escolares
por parte do pessoal docente e não docente;
. Melhoria dos sistemas de controlo, acesso e vigilância;
. Registo de todas as ocorrências e resolução das mesmas de forma
célere;
. Divulgação do RIA e de critérios de atuação pedagógica, face a
situações de indisciplina;
. Treino de competências sociais, procedimentos e condutas
adotadas como regras por toda a comunidade;
. Implementação da mediação, no âmbito da Equipa Multidisciplinar
do Agrupamento, como meio de resolução de conflitos e de
promoção de cidadania participativa.
intervalos realizado pela
EQM;
-Livros de Ponto – sumários;
-Registos de atendimento a
EE e/ou alunos;
-Base de dados da
indisciplina: nº de alunos com
medidas corretivas; nº de
alunos com medidas
sancionatórias- repreensões
registadas e suspensões da
atividade letiva;
-Relatórios da EQM;
-Nº de registos de ocorrência
(ROND);
-Nº de registos de ocorrência
da portaria;
-Nº de assembleias de turma
realizadas (atas, livros de
ponto).
-Envolvimento e responsabilização de todos os parceiros da
comunidade educativa na definição e adoção de regras, procedimentos
e condutas a adotar por toda a comunidade.
-Nº de ações de divulgação e
sensibilização junto de EE. e
em turma (1.º, 5.º e 7.º anos
no âmbito do Plano de Ação
Estratégica);
-Nº de ações de divulgação e
sensibilização junto de EE e
em turma dos restantes anos
de escolaridade.
-Reforço dos recursos humanos e/ou técnicos na Equipa
Multidisciplinar em articulação com os recursos previstos no Plano
Inovador de Combate ao Insucesso Escolar.
-Nº recursos afetos à Equipa
Multidisciplinar;
-Nº de reforços obtidos.
20
ÁREA DE
INTERVENÇÃO III – Autoavaliação e Melhoria Contínua
PROBLEMA (S)
IDENTIFICADO (S)
Insuficiente dinâmica e estruturação de uma cultura de autorregulação.
Inconsistentes mecanismos de aperfeiçoamento de processos e práticas.
METAS/PRIORIDADES
Melhorar o sistema de autorregulação e avaliação do AEM.
Fomentar no Agrupamento uma interpelação sistemática sobre a
qualidade das suas práticas e dos seus resultados.
Promover a formação contínua do pessoal docente e não docente.
Incentivar a promoção da excelência e do mérito em toda a
comunidade.
OBJETIVOS
-Assegurar o processo de autoavaliação do AEM.
-Incentivar a melhoria contínua da qualidade do desempenho
profissional (conhecimento e desenvolvimento profissional).
-Instituir dispositivos rigorosos, sistemáticos e reguladores da
qualidade do serviço prestado.
-Evidenciar e clarificar, num plano de melhoria contínua, as
preocupações e as aspirações do pessoal docente e não docente, alunos,
encarregados de educação e de outros elementos que integram a
comunidade educativa.
-Contribuir para o melhor conhecimento do AEM e do serviço público de
Educação, fomentando a participação social nas suas dinâmicas.
-Implementar planos de ação e de melhoria consubstanciados em
indicadores que permitam avaliar o seu impacto, de modo a sustentar as
opções estratégicas de melhoria.
-Avaliar o impacto dos projetos e atividades na melhoria das
aprendizagens e na qualidade do Sucesso.
ESTRATÉGIAS Indicadores de
Avaliação
-Otimização dos instrumentos de gestão estratégica do AEM.
-Nº de instrumentos de
gestão estratégica:
. Planos de Intervenção
Estratégica;
. Planos de Supervisão;
. Planos de promoção do
sucesso escolar.
-Fomento da realização de ações de formação contextualizadas sobre
dinâmicas de autorregulação e planos de melhoria. -Nº de ações realizadas.
-Criação de condições para monitorização/avaliação regular e
sistemática, tendo em vista o aperfeiçoamento de processos e práticas
de melhoria da qualidade de serviço prestado.
-Nº de reuniões realizadas.
- Conhecimento e análise, numa perspetiva de melhoria contínua, do
nível de satisfação da comunidade servida pelo Agrupamento. -Um questionário de
satisfação à comunidade
educativa a meio do
quadriénio. -Implicação estratégica dos Serviços Administrativos na qualidade do
atendimento prestado nos serviços.
-Identificação das necessidades de formação para elaboração de um
Plano de Formação do Agrupamento.
-Levantamento das necessidades
em Departamento Curricular e
junto dos assistentes técnicas e
operacionais.
21
-Promoção da formação, quer interna quer externa, no âmbito das
áreas funcionais do pessoal não docente. -Nº formações promovidas;
-Nº de propostas solicitadas
junto das estruturas
competentes.
-Promoção de formação, quer interna quer externa, relacionada com
a implementação e operacionalização dos modelos organizativos da
avaliação do desempenho do pessoal docente.
-Gestão dos recursos financeiros provenientes do Orçamento do
Estado, da Autarquia e de receitas próprias, garantido o pleno
funcionamento do AEM.
-Balancetes e Contas de
Gerência.
- Reforço da interação e partilha da informação com o meio social,
cultural e económico em que o Agrupamento se insere. -Atualização regular dos
sites, páginas e facebook;
-Nº de ações de divulgação. -Divulgação, junto da comunidade, do trabalho desenvolvido no
Agrupamento, promovendo a valorização da Escola enquanto principal
veículo e motor da “Educação”, nos seus diferentes domínios.
-Realização periódica de reuniões de aferição de estratégias e
balanços, numa perspetiva partilhada e construtiva de encontrar
caminhos de melhoria contínua.
-Nº de reuniões realizadas
pelas estruturas e órgãos
pedagógicos.
-Manutenção e desenvolvimento do processo de autoavaliação do
Agrupamento. -Relatórios elaborados pela
equipa de autoavaliação.
-Reflexão e avaliação anual do impacto dos projetos e atividades na
melhoria das aprendizagens e na qualidade do sucesso. - Relatórios elaborados.
22
Linhas de orientação organizacional e pedagógica
Os procedimentos relativos à organização do trabalho escolar deverão ser pautados por critérios de
natureza pedagógica e adequação científica. A constituição de turmas, a elaboração de horários e a
distribuição de serviço docente devem reger-se por princípios em que deverão prevalecer critérios de
ordem pedagógica, em consonância com a legislação em vigor, reconhecidos como potenciadores de
sucesso.
Relativamente à constituição de turmas, deve observar-se globalmente o seguinte:
1 – Na transição entre níveis/Ciclos (Pré-Escolar, 1.º, 2.º e 3.º Ciclos) não deverá ficar junta a totalidade
de crianças/alunos provenientes da turma do ano anterior, salvaguardando-se que ninguém fique
sozinho relativamente ao seu grupo de origem.
2 – A separação deverá ocorrer aleatoriamente, respeitando-se previamente a localidade de residência
e a disponibilidade de transportes, sempre que necessário.
3 – Deverão ser respeitadas, sempre que possível, as recomendações dos Conselhos de
Turma/Docentes Titulares de Turma constantes das respetivas atas de final do ano letivo e/ou
documento próprio.
4 – Os alunos retidos de uma mesma turma deverão ser distribuídos equitativamente pelas novas
turmas respeitando, sempre que possível, as propostas do Conselho de Turma/Docentes Titulares de
Turma.
5 – Deverá existir equilíbrio, sempre que possível, no número de alunos de ambos os sexos.
6- Deverá respeitar-se a proveniência das crianças (amas, creches ou Jardins de Infância), mantendo-
as, sempre que possível, juntas.
7- No caso de irmãos, poderá atender-se a solicitações devidamente fundamentadas dos encarregados
de educação.
8- A distribuição das crianças pelos vários grupos deverá ser realizada tendo em conta a data de
nascimento, procurando constituir-se grupos heterogéneos.
9- No 1.º Ciclo, deverão constituir-se turmas com o menor número de anos de escolaridade possível,
analisando-se caso a caso e sempre que se justifique pedagogicamente, privilegiando-se a constituição
de turmas de um só ano de escolaridade.
10- Nas turmas de 1.º ano, deverá observar-se uma distribuição equilibrada do número de alunos de
matrícula não obrigatória.
11- Quando numa turma, em qualquer nível de educação/ensino, inicialmente constituída por mais de
20 alunos, um deles venha a ser considerado redutor, a turma não deve integrar mais nenhum aluno
em resultado de transferências, reorganizando-se, no ano seguinte, a turma de forma a cumprir-se o
limite de 20 alunos por turma.
Em respeito pelos critérios gerais, aqui definidos, o Conselho Pedagógico definirá anualmente critérios
específicos de constituição de turmas.
23
Calendarização da ação estratégica
A calendarização da ação estratégica, tendo como pano de fundo os quatro anos de vigência do Projeto
Educativo, deverá decorrer da ação contínua e sequencial de todos os atores educativos e da articulação
entre as estratégias definidas para cada Área de Intervenção Prioritária, concorrendo para o
cumprimento das metas e objetivos estabelecidos. A calendarização será simplificada e global,
procurando adaptar-se às reais necessidades que venham a emergir da imprevisibilidade do quotidiano
complexo de um agrupamento de escolas.
A abordagem que se pretende dinâmica, flexível, reflexiva e interativa de ações conjuntas e individuais,
não cabe numa calendarização limitada em tempos pré-definidos, mas sim realizada, avaliada,
reajustada e continuada, numa espiral onde a reflexão antes, durante e após a ação, será o motor que
define o passo seguinte, moldando-a num sentido e visão sequencial.
Avaliação do Projeto Educativo
A Escola, prestando um serviço público, tem como dever conhecer o grau da eficiência e impacto das
suas ações, serviços e atividades, sendo, para tal, necessário proceder à avaliação das mesmas,
predispondo o melhor serviço público de educação.
A avaliação do serviço prestado conduz ao reforço da liderança escolar, da autonomia e ao aumento da
responsabilidade. É neste sentido que o Agrupamento deverá dispor de mecanismos de autorregulação
e autoavaliação, que integrem diferentes elementos da comunidade educativa, objetivando-se o
desenvolvimento de uma cultura institucional de autorreflexão, autoconhecimento e
autoenriquecimento. Estes mecanismos, realizados de uma forma sistemática, conduzem a um
conhecimento reflexivo que permite à escola saber onde está e por onde deverá ir, identificando os
pontos fortes e fracos do funcionamento da organização, quais os obstáculos à melhoria da qualidade
do ensino e das aprendizagens dos alunos e ao reconhecimento das reformulações necessárias.
O Projeto Educativo do Agrupamento, enquanto documento que reflete a filosofia educativa da
comunidade em que se insere e que orienta a ação educativa, terá de ser sujeito a uma monitorização
reguladora, de forma a identificar os aspetos positivos/negativos e os constrangimentos encontrados
ao longo da sua implementação. A monitorização, inserida num processo e numa lógica de
autoavaliação, permitirá a identificação dos objetivos e metas cumpridas e não cumpridas, num
contínuo aperfeiçoamento e reajustamento e sempre que se afigure necessário, em função das
realidades emergentes, das novas circunstâncias ou dos novos contextos. Assim sendo, a monitorização
e a avaliação no final da sua vigência, assentarão num trabalho de campo, efetuado por uma equipa
multidisciplinar, composta por representantes do Conselho Geral, da Direção, do Conselho Pedagógico,
das Associações de Pais, do Pessoal não Docente e da Equipa de Autovaliação21.
Esta equipa definirá um plano de operacionalização da avaliação do Projeto Educativo, composto por
diferentes fases que abrangem a construção de instrumentos de recolha e análise da informação, a
21 Conselho Geral – dois representantes; Conselho Pedagógico – três representantes; Associações de Pais e Encarregados de Educação – três
representantes; Pessoal não Docente – um representante; Direção – um representante; Equipa de Autoavaliação - um representante.
24
consulta documental22, o levantamento e tratamento dos dados recolhidos trimestral ou anualmente,
relativos aos indicadores definidos para cada uma das estratégias das Áreas de Intervenção Prioritária.
Elaborará, anualmente, um relatório que sintetize e ilustre o grau de concretização da implementação
das estratégias e ações, em relação ao inicialmente previsto. Esse relatório será apresentado à Diretora,
que o enviará aos órgãos e estruturas do Agrupamento e divulgará junto da comunidade educativa.
Objetiva-se, com o trabalho desta equipa e a divulgação dos relatórios, o cruzamento de dados e de
perspetivas, o envolvimento e a interação entre todos os setores da comunidade nas ações a
desenvolver. Procura-se também uma visão globalizante da relação entre os meios e os processos com
os resultados obtidos, bem como do respetivo impacto na melhoria das aprendizagens e dos resultados
escolares. Essa dinâmica de interação permitirá a identificação das dificuldades encontradas e o
comprometimento de todos os atores educativos nos reajustes necessários para a concretização dos
objetivos, ambicionando-se um contínuo aperfeiçoamento e promoção das boas práticas pedagógicas,
numa sinergia cujo intento será adequar o Projeto Educativo à realidade escolar do Agrupamento.
Por sua vez, a avaliação do Projeto Educativo, no final do quadriénio, basear-se-á na reflexão e análise
da eficácia das estratégias aplicadas para atingir as metas e objetivos previamente definidos e na
apreciação dos eventuais obstáculos para a sua concretização plena, comparando o desenvolvimento
do projeto no fim da sua vigência com os objetivos inicialmente definidos. Integrará, ainda, um conjunto
de recomendações que poderão servir de base para nova edição deste documento.
Divulgação e execução
A metodologia de trabalho subjacente à elaboração deste Projeto Educativo baseou-se na participação
e auscultação de diferentes interlocutores da comunidade educativa, pelo que, seguindo a mesma
coerência, após a sua aprovação, este documento orientador será dado a conhecer a toda a
comunidade, agregando-a na visão estratégica do Agrupamento, promovendo o sentido de pertença,
a mobilização, a maximização e a otimização de recursos em torno da consecução das metas, objetivos
e estratégias nele definidos.
Com a divulgação do presente documento pretende-se, para além de chegar a toda a comunidade
educativa, possibilitar o fácil acesso a quem procure consultá-lo.
Será divulgado junto dos Departamentos Curriculares, das Associações de Pais e Encarregados de
Educação, dos Representantes de Pais e Encarregados de Educação e da Autarquia. Será alojado na
página do Agrupamento de Escolas de Mafra e existirá uma cópia em formato papel em cada
Estabelecimento de Educação e Ensino. No início de cada ano letivo, será dado a conhecer aos
pais/encarregados de educação, bem como aos novos docentes e não docentes colocados em exercício
de funções neste Agrupamento.
22 Recolha de informação em documentos, tais como: atas, relatórios produzidos pelo Conselho Pedagógico, Equipa Multidisciplinar, Serviço de
Psicologia e Orientação, Departamentos Curriculares e Equipa de Autoavaliação, Protocolo de Colaboração no Âmbito do Plano Integrado e Inovador
de Combate ao Insucesso Escolar, Contrato de Autonomia, Plano de Ação Estratégica.
25
Notas Finais
Importa esclarecer que o Projeto Educativo, e por inerência da intervenção que aqui se apresenta, não
pretende ser hermético, mas sim uma base de trabalho, pronta a integrar outros contributos que
possam imbricar nas metas e nos objetivos aqui propostos, ou em outros que venham a ser adotados
em sede de reformulação do Projeto Educativo ou dos restantes instrumentos de autonomia,
nomeadamente do Regulamento Interno, do Plano Plurianual de Atividades e, porventura, de um “novo”
Contrato de Autonomia.
Impõe-se, por isso, a apologia da liderança transformacional, caraterizada por ser uma gestão
partilhada a que se juntam a cooperação, o compromisso, a flexibilidade, a parceria e a confiança,
conectados num projeto centrado no Sucesso dos alunos e no capital humano deste Agrupamento.
Atendendo a que em Educação todas as ideias e ideais estão em permanente reformulação e
reinvenção, e estando cientes das dificuldades que se encontrarão ao longo da implementação de um
projeto com estas características, só com a cooperação, resiliência, disponibilidade, determinação e
vontade de todos se poderão atingir as metas e objetivos e cumprir as intenções a que este projeto se
propõe, porque “há sempre um momento no tempo em que uma porta se abre e deixa entrar o
FUTURO”23.
O desafio que se coloca ao AEM, neste momento de nova demanda, é o de olhar para o futuro e o de
continuar a criar o seu próprio sentido- Cultura e Identidade - agregador de vontades, concretizando
expetativas de Sucesso com a participação de TODOS.
Todos têm direito ao ensino com garantia do
direito à igualdade de oportunidades de acesso
e êxito escolar.
Constituição da República Portuguesa. Artigo 74.º, nº1.
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Geral em 8 de março de 2018
A Presidente do Conselho Geral
Aida Maria Adrião Ferreira
23 Graham Green, citado em “Traçando caminhos para o sucesso” – Projeto de Intervenção da Diretora, abril de 2017.