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EDUCAÇÃO RAIO DA # 7 NTE 03 45 escolas 21.719 em 24 municípios estudantes matriculados Chapada Diamantina As ações e os projetos desenvolvidos pela Secretaria da Educação do Estado nas 1.276 escolas espalhadas pelos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTE) são o foco dos especiais Raio-X da Educação. Nesta edição, você conhecerá alguns dos projetos desenvolvidos nos NTEs Chapada Diamantina e Portal do Sertão. Território de Identidade da Seabra Iraquara Souto Soares Bonito Utinga Wagner Lençóis Palmeiras Boninal Ibitiara Marcionílio Souza Piatã Mucugê Andarí Nova Redenção Abaíra Ibicoara Jussiape Rio de Contas Barra da Estiva Iramaia Novo Horizonte Itaetê Morro do Chapéu Portal do Sertão Território de Identidade Feira de Santana Conceição do Jacuípe Amélia Rodrigues Terra Nova Teodoro Sampaio Coração de Maria Irará Santanópolis Santa Bárbara Tanquinho Anguera Ipecaetá Santo Estêvão Antônio Cardoso Conceição da Feira São Gonçalo dos Campos Água Fria NTE 19 105 escolas 80.218 em 17 municípios estudantes matriculados PROJETO ESPECIAL SALVADOR, BAHIA, QUINTA-FEIRA, 29/03/2018 Este caderno é parte integrante do Jornal A TARDE. Não pode ser vendido separadamente.

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EDUCAÇÃORAIODA

#7

NTE 0345 escolas

21.719em 24 municípios

estudantesmatriculados

ChapadaDiamantina

As ações e os projetos desenvolvidos pela Secretaria da Educação do Estado nas 1.276 escolas espalhadas pelos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTE) são o foco dos especiais Raio-X da Educação. Nesta edição, você conhecerá alguns dos projetos desenvolvidos nos NTEs Chapada Diamantina e Portal do Sertão.

Território de Identidade da

ChapadaDiamantinaChapadaDiamantinaChapadaTerritório de Identidade da

Seabra

iraquara

Souto Soares

Bonito

utinga

Wagner

LençóisPalmeiras

Boninal

ibitiara

Marcionílio Souza

Piatã

Mucugê

Andarí

nova Redenção

Abaíra

ibicoara

JussiapeRio de Contas

Barra da Estiva

iramaia

novo horizonte

itaetê

Morro do Chapéu

Portal do Sertão

Território de IdentidadeTerritório de Identidade

Feira de Santana

Conceição do Jacuípe

Amélia RodriguesTerra nova

Teodoro Sampaio

Coração de Maria

iraráSantanópolis

Santa Bárbara

Tanquinho

Anguera

ipecaetá

Santo Estêvão

Antônio Cardoso

Conceição da feira

São Gonçalodos Campos

Água fria

NTE 19105 escolas

80.218em 17 municípios

estudantesmatriculados

PROJETO ESPECIAL SALVADOR, BAHIA, QUINTA-FEIRA, 29/03/2018

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CiênCia na EsCola

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Buscar soluções simples para problemas da comunidade, pesquisar o uso de produtos naturais e disponíveis na natureza ou desenvolver ações de conscientização em relação a questões sociais e ambientais. São estas as principais ações propostas por alunos das escolas estaduais que têm de-senvolvido dezenas de projetos, incentivados pelo programa Ciência na Escola. São iniciativas que ultrapassam o ambiente escolar e viram ações práticas, como, por exemplo, a mobilização popular para a limpeza de rios, a retirada de lixões, a redução de incêndios em reservas florestais, dentre outros. São os estudantes sendo protagonistas em um mundo com mais qualidade de vida.

soluções para a comunidade

EXPEDIENTE: Edição: Aleile Moura ([email protected]) TExTos: Claudia Lessa e Aloísio Pontes PRoJETo GRÁFiCo: Edu Argolo diAGRAMAção: Thiago Ribeiro REvisão: Gabriela Ponce FoTos: Divulgação

Alunos testam método popular no combate ao Aedes aegypti

Máquina para quebrar coco de licuri com maior segurança é criada por estudantes

iraquara

Da sabedoria popular para a sala de aula. Foi da observação de um antigo costume na região, a queima do estrume de vaca para afastar insetos, que os alunos do EMITec - Ensino Médio com Intermediação Tecnoló-gica – CEMIT – Chapada Diamantina/Escola Anexa Artemízia Rodrigues Nogueira, em Iraquara, decidiram pesquisar a eficácia des-se método em relação ao mosquito Aedes

Projeto ajuda a reduzir impactos ambientais no rio Paramirim

Reutilização do lixoé tema de projeto

CoraÇão dE maria

Um projeto de pesquisa dos alunos do Co-légio Estadual Rômulo Galvão, em Coração de Maria, transformou-se em um projeto de intervenção para reduzir os impactos ambientais no Rio Paramirim, um dos principais afluentes do Rio Pojuca. Após a identificação dos principais problemas como assoreamento, poluição por resíduos sólidos e desmatamento da mata ciliar, os estudan-tes foram para a parte prática e realizaram ações como a limpeza da área; o replantio de algumas espécies de plantas e o trabalho de conscientização sobre a importância do Rio do Neto (como é conhecido o Paramirim na comunidade) com alunos das escolas públicas de Coração de Maria.

“O projeto de intervenção foi enviado para a Prefeitura de Coração de Maria, mas até o momento não tivemos um retorno. A realização na íntegra do projeto de interven-ção não aconteceu por falta de financiamen-to para a realização de ações mais complexas como o desassoreamento do rio”, explica a professora Luciany Cerqueira. O projeto envolveu 23 estudantes do curso Técnico em Meio Ambiente, na modalidade EPI e na modalidade PROEJA; além de alunos do Ensino Médio Regular.

Promover a sensibilização ambiental e a conservação da natureza por meio da redução e da reutilização do lixo. A partir dessa necessidade e com a participação de alunos e professores do Colégio Estadual de Souto Soares nasceu o projeto “Lixo: para Onde Vai?”. A ideia surgiu em uma reunião com os líderes de classe e a própria escola foi o primeiro local a receber as ações. “Houve a participação de vários grupos envolvendo os alunos, juntamente com professores de Biologia, Educação Física, História, Língua Portuguesa e Física”, conta a professora Clarisa Araujo Sales. “Os resultados foram gratificantes, porque a partir desse momen-to os alunos cooperaram com a higiene

A pesquisa foi selecionada e participou da Feira de Ciências da Bahia (FECIBA), em 2014; foi selecionada para a 13ª Feira Brasi-leira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), em 2015; e para a Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), em 2016.

“Para mim, a pesquisa proporcionou uma experiência única de aprendizado; mostrando a realidade do Rio Pojuca. Pude observar como o patrimônio ambiental é tratado e que não tem nenhum órgão responsável para preservar o local”, denuncia Tallita Geovana Lopes, aluna do curso técnico em Meio Ambiente. “Com essa pesquisa, aprimorei os conhecimentos em relação à caracterização socioambiental do Rio Pojuca; destacamos os principais problemas e tenta-mos minimizar ao máximo o assoreamento, o desmatamento da mata ciliar, resíduos sólidos que acabaram poluindo a água do rio”. Para ela, esses problemas devem ser analisados e tratados pelas autoridades públicas em consonância com a sociedade civil. “A população de Coração de Maria deve cuidar desse patrimônio ambiental que está presente no seu território, pois os cuidados com os mananciais hídricos são importantís-simos para as gerações futuras”, finaliza.

escolar, passando a conscientizar os colegas sobre a importância da reutilização do lixo”, completa.

Para o aluno Alex Rodrigues de Souza, a conscientização foi um dos aspectos mais importantes do projeto. “Devemos continuar, pois a partir desse projeto todos perceberam a importância da reutilização do lixo”, diz.

Os resultados do projeto foram apre-sentados no pátio do colégio para alunos e comunidade. A equipe que mais se destacou ganhou como premiação um passeio promo-vido pela direção da escola. Também foram produzidos textos sobre o tema e apresenta-dos na culminância do Projeto Junino e dos Projetos Estruturantes FACE e TAL.

Clarisa Araujo Sales, professora do Colégio Estadual de Souto Soares

“Os resultados foram gratificantes, porque a partir desse momento os alunos cooperaram com a higiene escolar, passando a conscientizar os colegas sobre a

importância da reutilização do lixo”

aegypti. “Os resultados permitiram concluir que esse método pesquisado é capaz de afastar mosquitos, incluindo o Aedes aegypti transmissor da dengue, chikungunya e da zika, comprovando a relevância científica de nossa pesquisa”, conta a aluna Talita Martins Rodrigues.

Além de confirmar a eficácia do método tradicional, o projeto também serviu para

conscientizar a comunidade em relação à prevenção. “O experimento foi realizado na localidade de Santa Rita e vale ressaltar que toda a comunidade foi envolvida. Tivemos a oportunidade de levar às pessoas noções de educação em saúde na tentativa de pro-mover ações de prevenção a criadouros em diferentes espaços, promovendo iniciativas que minimizassem o aparecimento dos mos-quitos, possibilitando a valorização social e ambiental a novas pesquisas que invistam em tecnologias que sejam de fácil manejo e que tenham uma relevância positiva para toda a sociedade”, completa a estudante Gabriela Santos Silva.

“A ideia surgiu da preocupação dos alunos com os casos de dengue no Brasil. O projeto foi desenvolvido por dois alunos do 1º ano vespertino, envolvendo as matérias de Biologia e Química, e foi apresentado na escola em feiras de Educação”, explica a professora Ruane Araújo de Oliveira, que orientou os estudantes. O EMITec conta com 180 alunos, que são divididos em dois turnos, e oferece Ensino Médio, contando com sete mediadores.

Criar uma ferramenta de fácil construção e de baixo custo para quebrar o coco de licuri para a extração de óleo, uma atividade econômica muito comum na região, seja como subsistência ou complemento de renda. Este foi o desafio dos alunos do EMITec - Ensino Médio com Intermediação Tecnológica - CEMIT- Chapada Diaman-tina/Escola Anexa Artemízia Rodrigues Nogueira, em Iraquara. Os alunos partiram da própria realidade, pois muitos fami-liares exercem a atividade e observaram principalmente o risco de acidentes com o método tradicional, que utiliza pedras para a quebra do coco.

“Estudamos a elaboração de uma má-quina que poderá ajudar a retirada da pol-pa de coco. O equipamento foi produzido com base em uma chave do tipo Turquesa e o protótipo foi feito de madeira para uma demonstração de como o equipamento pode ser produzido de forma simples e ba-rata”, conta o estudante do primeiro ano, Breno Martins de Souza. “A invenção se apresenta com uma combinação de uma ferramenta, de fácil construção, que se acopla a uma madeira e auxilia a quebra do coco do licuri. Dessa forma, proporciona mais segurança para os trabalhadores, pois os acidentes são comuns com a utilização

dessas pedras, muitas vezes, levando até a amputação de membros”, complementa o outro autor do projeto, Cássio Novais Viana.

Outras vantagens da invenção dos estudantes são a melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores e o aumento da produção do óleo, agregando mais valor à atividade. “O projeto envolveu disciplinas como Biologia, Física e Matemática, e para chegar ao resultado os alunos fizeram pes-quisas teóricas sobre o produto, o mercado e formas de produção, além de irem a cam-po conhecer a realidade dos produtores do óleo”, explica a professora Ruane Araújo de Oliveira, que orientou os estudantes.

EdiÇão 07nTEs Chapada diamantina e Portal do sertão

O projeto também serviu para conscientizar a comunidade em relação à prevenção

O equipamento foi produzido com base em uma chave do tipo Turquesa

O projeto, que envolveu 23 estudantes, foi selecionado e participou de feiras como FECIBA e FEBRACE

souTo soarEs

Vini PuBLiCiDADE/DiVuLGAção

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Impactos da eletrificação em comunidade quilombola é tema de pesquisa

Alunos criam rádio escolar com conteúdo sobre sustentabilidade

A chegada da eletricidade no meio rural traz sempre grandes impactos sociais econômicos e culturais. Quando se trata de comunidades tradicionais esses im-pactos tendem a ser mais profundos. Este foi o objeto de estudo de dois alunos do Colégio Estadual Itan Guimarães Cerquei-ra, em Feira de Santana, que realizaram o projeto de pesquisa “Impactos da Eletrificação no Desenvolvimento Rural da Comunidade Quilombola de Matinha dos Pretos”, em que observaram, principal-mente, aspectos referentes à educação, saúde, renda, mobilidade e cultura.

“A atividade consistiu em entrevistas e aplicações de questionários a fim de comparar as informações obtidas com a história oral e a percepção dos morado-res mais jovens e as marcas deixadas na paisagem local. Os resultados alcança-dos demonstram que a chegada da luz elétrica trouxe impactos, em sua maioria positivos, que significaram uma melhoria na qualidade de vida das pessoas da comunidade”, concluem os estudantes Cleiton Lima Mercês e Klaudisson Ribeiro Souza, autores do projeto.

A pesquisa dos alunos permitiu coletar dados anteriores ao ano de 1982, ocasião em que se deu a chegada da luz elétrica na comunidade. Os relatos apresentados trazem a percepção da in-

Uma iniciativa que une educação ambien-tal e comunicação. Assim é o projeto “Edu-comunicação na Escola: Disseminando Estilos de Vida Sustentáveis com a Rádio Escolar”, desenvolvido pelos alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Teotônio Vilela, em Feira de Santana, que reativaram a emissora escolar e criaram a Rádio Ação Jovem CETV. Iniciado em 2016, o projeto teve um up no ano passado com a realização do Ecobairro Brasil, oficinas voltadas para o funcionamento da rádio escolar, através do projeto Rede de Rádio Geração Sustentável, do Ecobairro Brasil, em parceria com uma rádio aberta de Feira de Santana. “Durante o projeto, a rádio escolar funcionou nos horários de intervalo, levando uma programação vol-tada para a educação para a sustentabili-dade e cultura de paz, envolvendo cultura, saúde, educação ambiental, literatura, economia verde, entre outros”, explica a professora de Português, Consuelo Penelu Bitencourt.

A rádio Ação Jovem CETV surgiu quan-do os alunos participaram de outro proje-to envolvendo linguagens, mídias e novas tecnologias com foco na educação para a sustentabilidade, em que estudaram documentos importantes como a Carta da Terra e os Objetivos de Desenvolvimen-to Sustentável aprovados pelas Nações

fância dos moradores. Dentre os impactos positivos, os estudantes destacaram o acesso a eletrodomésticos e a maior ofer-ta de empregos com a implantação de pequenas indústrias de processamento de frutas (doces e polpas), além da implan-tação de serviços públicos como Correios e posto de saúde. Dentre os impactos negativos, o estudo aponta o aumento da violência e a redução de algumas práticas cotidianas como as rodas de conversa, que outrora eram uma prática corriqueira, responsável pela socialização e manifestação cultural, mas que hoje esporadicamente acontecem.

O Relatório de Pesquisa foi apresenta-do durante a Feira de Ciências Escolar do Colégio Estadual Itan Guimarães Cerquei-ra, como pré-requisito para a participação na 6ª Feira de Ciências da Bahia (FECIBA). “Foi uma ideia que surgiu nas discussões em sala de aula nas aulas de Ciências e depois também foi discutida nas aulas de Geografia. A proposta surgiu a partir da temática geral para a Feira de Ciências da escola, em 2016, que foi “Energia que Transforma”. Além da participação na FECIBA, o estudo foi classificado no projeto estruturante FESTE, ficando em 3° lugar no NTE 19”, comemora a orientado-ra do projeto, a professora de Geografia Rosângela de Souza Almeida.

Estudantes do CEMIT buscam preservar moinhos tradicionais em Mercês

Projeto ambiental visa preservar e evitar incêndios na Serra da Águia

ibiCoara

fEira dE sanTana

sEabra

Alertar para a importância da preservação de um patrimônio imaterial da região, os moinhos tradicionais, é o principal objetivo de um projeto desenvolvido por duas alunas do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITec), que fazem aula no Centro Regional de Ensino Médio com Inter-mediação Tecnológica (CEMIT) da Chapada Diamantina. “A maioria das pessoas está substituindo os equipamentos tradicionais por elétricos. Por isto a gente se propôs a resgatar o conhecimento popular acerca dos engenhos tradicionais na comunidade de Mercês”, conta a estudante Silvana da Silva Santos, que propôs o projeto intitulado “Engenho Tradicional em Declínio: Conhe-cer para Preservar”. A ideia surgiu porque Silvana é neta de uma tradicional dona de engenho e que observou, após a morte da avó, dona Maria Madalena, a quase extin-ção, na própria família, da atividade com a

qual a avó sustentou os sete filhos.A partir da ideia, as alunas mape-

aram os engenhos tradicionais ativos e inativos da comunidade, bem como os elétricos, buscando compreender os motivos da atual escassez dos engenhos tradicionais. O objetivo é conscientizar a população e os governantes sobre a necessidade de uma casa cultural com engenho e objetos de funcionamento do mesmo para o conhecimento das futuras gerações. “Fomos a cada engenho e com-provamos que no povoado ficou somente um tradicional ativo, o de Dona Ana Fran-cisca, que na entrevista mostrou muito amor pelo engenho. Ficamos apaixona-das pelo trabalho, principalmente por ela dizer que não deixará a cultura morrer. Divertimo-nos nas reuniões e entrevistas com as pessoas, e quando terminamos a elaboração ficamos encantadas com

os resultados”, afirma a outra estudante, Maria Luciana da Silva Lima.

Para a professora Ana Paula Vieira da Silva Cavalcante, um dos resultados eviden-tes foi a conscientização da comunidade em relação ao declínio dos engenhos tradicio-nais em Mercês.

“Espera-se que o projeto seja imple-mentado na prática. Ele foi apresentado na Feira de Ciências Escolar para a comunidade e representantes do CEMIT da Chapada Dia-mantina. Na seleção, entre quatro projetos, ficou em 1º lugar e foi apresentado para a secretária de Educação e para a diretora de Cultura do município de Novo Horizonte”, conta a professora. “O projeto também foi encaminhado com carta de apresentação para a Câmara de Vereadores de Novo Hori-zonte e segue em análise, conforme fomos informados”, complementa.

Os estudantes do Colégio Estadual Demo-crático de Ibicoara, na Chapada Diamanti-na, desenvolveram um projeto ambiental que visa preservar, evitar incêndios e pro-teger a Serra da Águia, importante reserva florestal da região. “Além do nosso, houve vários projetos interessantes que mostra-vam formas diferentes de preservar o meio ambiente. O mais importante foi poder conscientizar e informar a população com o nosso trabalho, mostrando os impactos que as queimadas provocam no solo, subsolo, na água e no ar e que afetam todos os seres vivos”, afirma o estudante Henrique Ribeiro Silva.

“O interessante do projeto foi que nos instigou a pesquisar sobre maneiras de preservação ambiental, não só o que foi apresentado, mas também outras. Em nosso trabalho apresentamos uma maneira simples de evitar que o fogo se

PiaTã fEira dE sanTana

Projeto estudantil pode dar fim em lixão na comunidadeO programa Ciências na Escola vem despertando nos estudantes o interesse em usar os seus conhecimentos na busca de soluções para os problemas de suas comunidades. Foi a partir de uma ação do programa que surgiu o projeto “O Impacto do Lixão na Comunidade do Sumidouro, em Piatã”, desenvolvido pela estudante Verailza Oliveira Santos, do Colégio Esta-dual Coronel Horácio de Mattos. “Mesmo morando próximo, nunca havia entrado no lixão”, conta a aluna, que realizou a pesquisa de campo no local.

Apresentado na feira escolar, o projeto envolveu toda a escola e muitas ações de conscientização foram realizadas junto à comunidade que sofre diretamente os impactos do lixão no local. Mas a mais importante delas poderá ser o fim desse depósito de lixo. “O projeto de Verailza despertou na comunidade o interesse em fazer um abaixo-assinado solicitando a retirada do lixão do local”, afirmou o estudante Jhon Gleisson, aluno do projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA), que reside próximo à localidade do Sumidouro.

alastre, que tome proporções maiores e gere acidentes ecológicos”, complementa o aluno Artur Guimarães, que também apresentou o projeto.

Segundo a professora que orientou o projeto, Rilce Maria Rocha Aguiar, outro objetivo da iniciativa foi diversificar o cur-rículo escolar. “Uma forma de incentivar o protagonismo juvenil, fazendo com que os alunos se envolvam nos problemas de sua comunidade, de modo a motivá-los para uma investigação científica, de forma crítica e autônoma”, explica a professora. “O projeto surgiu a partir da proposta do Programa Ciência na Escola da Secretaria de Educação da Bahia e a ideia do tema partiu dos próprios alunos. O melhor foi que envolveu todos os 500 alunos da es-cola, da 1ª, 2ª e 3ª séries, distribuídos nos turnos matutino, vespertino e noturno”, comemora.

3O Ciência na Escola traz iniciativas que ultrapassam o ambiente escolar e viram ações práticas, como, por exemplo, a mobilização popular para a limpeza de rios, a retirada de lixões, a redução de incêndios em reservas florestais, dentre outros.

SALVADoR, BAhiA, quinTA-fEiRA, 29/03/2018

O trabalho buscou mostrar como as queimadas afetam todos os seres vivos

O projeto “Educomunicação na Escola” foi desenvolvido pelos alunos da 2ª série do Ensino Médio

Unidas em 2015. Eles viram na rádio uma ferramenta ideal para disseminar esses e outros conhecimentos.

“Com o projeto, buscamos contribuir com a conscientização para a construção de hábitos de vida sustentáveis no am-

biente escolar, a partir da produção e da divulgação de programas com conteúdos socioambientais; desenvolver a escrita e a leitura dos estudantes; e incentivar o pro-tagonismo juvenil, tornando-os também produtores de conhecimento”, explica a professora Consuelo.

A estudante Jovelina Pinto Ferreira Netta, 18 anos, destaca a união dos alunos e a aprendizagem como principais pontos do projeto. “Tudo foi realizado com a ajuda e a união dos nossos colegas de turma. Juntos, reunimos os nossos conhecimentos em um só propósito, o de facilitar a transmissão de conhecimentos aos alunos do CETV, principalmente sobre os temas ambientais e sociais”, relata. “Assim, atraímos a atenção para proble-mas atuais que os jovens devem debater e agir em favor da sociedade. Os jovens são o futuro da nossa nação. E cada um deve ter o seu espaço e fazer a sua diferença, contribuindo para a comunidade”, com-pleta a estudante.

O projeto envolveu 35 alunos da 2ª série do Ensino Médio na disciplina de Língua Portuguesa. Duas alunas que ide-alizaram o projeto (Jovelina Pinto Ferreira Netta e  Simone Santos de Jesus) foram monitoras e coordenaram, junto com a professora,  todas as atividades, fazendo, também, anotações no diário de bordo. 

“Com o projeto, buscamos contribuir com a

conscientização para a construção de hábitos

de vida sustentáveis no ambiente escolar, a partir da

produção e da divulgação de programas com

conteúdos socioambientais; desenvolver a escrita e a leitura dos estudantes; e

incentivar o protagonismo juvenil, tornando-os

também produtores de conhecimento”

“Fomos a cada engenho e comprovamos que no povoado ficou somente um tradicional

ativo, o de Dona Ana Francisca, que na entrevista mostrou muito

amor pelo engenho. Ficamos apaixonadas pelo trabalho,

principalmente por ela dizer que não deixará a cultura morrer. Divertimo-nos nas reuniões e entrevistas com as pessoas, e

quando terminamos a elaboração ficamos encantadas com os

resultados”

Consuelo Penelu Bitencourt, professora do Colégio Estadual Teotônio Vilela

Maria Luciana da Silva Lima, aluna participante do projeto

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A vivência prática do mundo do trabalho já começa na escola para os alunos das unidades de Educação Profissional e Tecnológica do Estado. Criar mecanismos para incentivar o setor turístico, prestar consultoria e fazer projetos para empresas ou levar informações e serviços de saúde à população são alguns bons exemplos que destacamos nesta edição. Seja na criação de um “Escri-tório Criativo” ou na pesquisa de campo para revelar e resgatar o patrimônio histórico e arqueoló-gico como potencial turístico, os estudantes estão colocando cada vez mais cedo a mão na massa.

vivência prática

Alunos são preparados para o mundo do trabalhoPara todo jovem estudante o futuro profi ssio-nal é uma questão sempre presente, e com as rápidas e constantes mudanças no mundo do trabalho ele precisa estar cada vez mais preparado. E foi sobre estas questões que os alunos do CETEP da Chapada Diamantina, situado no município de Wagner, se debru-çaram durante o ano passado para realizar o Projeto Empregabilidade, um evento para o qual pesquisaram e puderam debater temas importantes e atuais como profi ssões do futuro e trabalho escravo, conhecer setores econômicos específi cos como uma fábrica de cimento ou uma padaria e ainda conhecer regras básicas para uma boa entrevista de emprego.

Aluna do Curso Técnico em Administra-ção, Jennifer Bispo participou do grupo que fi cou responsável pelo tema “Como Se Com-portar em uma Entrevista de Emprego”. “A feira com o tema Empregabilidade me deu uma visão mais ampla do mercado de tra-balho, um assunto necessário a ser discutido, além de orientações e projetos, como, por exemplo, o subtema pelo qual minha turma fi cou responsável, que trouxe informações muito importantes de comportamento, ves-timenta, como falar de maneira correta e até

técnicas na hora de responder as perguntas mais temidas. Foi gratifi cante ver o resultado do nosso trabalho”, avalia a estudante.

A professora Eliane Soares, que coordena o projeto, explica o seu funcionamento.

Feirinha do CETEP incentiva o empreendedorismo

Mostra de Saúde é realizada por alunos do CEEP

Ecotrilha valoriza a riqueza natural do CETEP do Portal do Sertão

Projeto une preservação e turismo

Escritório Criativo benefi ciaestudantes e sociedade

Alunos criam projeto para divulgarpotencial turístico da Serra da Cotréa

Incentivar o empreendedorismo, promover a valorização da Agricultura Familiar e o protagonismo juvenil no mundo de trabalho. Foi com estes objetivos que nasceu o Projeto Feirinha do CETEP Chapada Diamantina II, em Morro do Chapéu. A ideia deu tão certo que a ação, que começou com 12 alunos dos cursos técnico em Agroecologia, técnico em Meio Ambiente, técnico em Agropecuária e técnico em Alimentos, terminou o ano de 2017 com 25 participantes e já articulada para continuar este ano.

Compartilhar com a comunidade o conhecimento adquirido pelos estudantes, prestando serviços na área de Saúde, e ao mesmo tempo proporcionar aos alunos uma vivência prática, preparando-os melhor para o mundo do trabalho. Foi com estes objetivos que o CEEP em Saúde do Centro Baiano, em Feira de Santana, promoveu a “Mostra de Conhecimento Sociedade, Saúde e Qualida-de de Vida”, projeto que envolveu todos os alunos da escola e centenas de moradores do entorno. Os estudantes apresentaram te-mas como Saúde Bucal, Depressão, Violência contra a Mulher, campanhas como Outubro Rosa e Novembro Azul, além de serviços como tipagem sanguínea.

“Escolhemos o tema da Depressão por se tratar da doença do século, e enfrentada, cada vez mais, por jovens e adultos. Além do mais, quisemos alertar pais e familiares que este problema pode estar entre nós e, muitas vezes, não o percebemos, por acharem que

Com uma área de 60 hectares, o CETEP do Portal do Sertão, em Feira de Santana, pos-sui uma localização privilegiada que compre-ende uma parte de caatinga relativamente alta, uma lagoa e um trecho de uma estrada histórica do município. Foi nesse cenário inspirador que surgiu o projeto I Ecotrilha da Memória, com o objetivo geral de promover a construção da memória ambiental, históri-ca e cultural relacionada à área do CETEP do Portal do Sertão.

“Temos como objetivos mais específi cos estimular a consciência ecológica através da observação direta do ambiente; elaborar uma memória sobre a relação entre o espa-ço escolar e a história feirense; aproveitar de modo mais integral o espaço da escola como recurso pedagógico; e, até mesmo, propor-cionar uma atividade física coletiva”, detalha

Patrimônio arqueológico da região, o Lajedo Bordado, localizado no povoado de Brejões, em Morro do Chapéu, foi escolhido por três alunos do Curso de Agroecologia do CETEP II, na Chapada Diamantina, para desenvolver um projeto que visa à preservação do local e à sua transformação em ponto turístico sustentável. “É uma trilha de Lages, onde, no decorrer do local, se encontra um grande lajedo com gravuras de vários formatos, que provavelmente foram feitas por povos que ali habitaram. Tem também uma caverna que ainda não foi explorada e que pode conter alguns vestígios desses povos”, explica o estudante Alex Carvalho Trindade. “O que pretendemos com este projeto é a preser-vação do local e que venha a ser um ponto turístico. Também queremos ter palestras so-

Criar um espaço para que os estudantes pos-sam colocar em prática o seu aprendizado, ampliando as oportunidades de estágio para os alunos dos cursos técnicos em Administra-ção e Contabilidade do Centro Estadual de Educação Profi ssional em Gestão e Negócios Letice Oliveira Maciel. Foi dessa necessidade que surgiu o projeto “Escritório Criativo”, uma iniciativa coletiva dos alunos e professores do Centro Estadual de Educação Profi ssional em Gestão e Negócios Letice Oliveira Maciel, em Seabra.

“O Escritório Criativo caracteriza-se por compor três núcleos básicos de atendimen-to voltados para o exercício da cidadania, práticas e soluções empreendedoras”, explica a vice-diretora técnico-pedagógica, Mislene Teles dos Anjos. Segundo ela, dentro dos segmentos de cidadania, empresarial e turismo, os serviços contarão com consul-

Divulgar a Serra da Cotréa como patrimônio geológico e turístico da cidade de Seabra, buscando reconhecê-la como potencialidade turística do Território da Chapada Diaman-tina. Este é um dos principais objetivos de um projeto desenvolvido pelos alunos do 3º ano do curso técnico em Guia de Turismo do Centro Estadual de Educação Profi ssional em Gestão e Negócios Letice Oliveira Maciel, localizado em Seabra.

“Além dos estudos na Serra, o projeto busca a ampla divulgação da potencialidade turística, o desenvolvimento da conscien-tização de toda a comunidade local, bem como oportunizar aos estudantes da rede pública de ensino a apreciação dessa riqueza natural”, explica a vice-diretora técnico-pe-dagógica, Mislene Teles dos Anjos. “A turma idealizadora do projeto deseja dar continui-dade neste ano de 2018 às ações que visam à socialização do roteiro turístico criado e o guiamento dos estudantes, buscando parce-ria com a Secretaria Municipal de Educação”, complementa.

“Outro objetivo do projeto é aumentar o fl uxo de turistas em Seabra e, dessa forma, tornar a Serra um futuro potencial turístico

E a iniciativa já está fomentando noções práticas de empreendedorismo. “A feirinha do empreendedor me ajudou muito, pois pude ver que não basta ter um produto para vender, você tem que olhar o que gastou para fazer o produto e daí ver se terá lucro ou prejuízo. Para se tornar um bom empreen-dedor você tem que observar os mínimos detalhes para ter sucesso”, avalia a estudante Cristiane Ferreira de Souza. “Ao longo da feirinha, pude aprender a melhorar o meu produto e ouvir opiniões de pessoas que ser-

depressão é frescura e não é. É uma doença séria que se não for tratada, pode trazer consequências graves”, explica Carolina Silva Moreira, aluna do 1º ano do curso técnico em Análises Clínicas.

Outro grupo de alunos optou por conscientizar a população sobre a doação de sangue. “Nosso objetivo foi chamar a atenção para os baixos índices de doação de sangue no Brasil e, através dessa informação e quebrar os mitos dessa ação. Conscienti-zar que ter sangue tipo O- é essencial para qualquer hospital, pois além de ser um tipo raro, as pessoas que têm esse tipo sanguíneo têm medo de doar sangue. Assim, tentamos quebrar os mitos e incentivar a doação”, ensina Patrícia Jesus da Conceição, que cursa o 3º Ano do curso técnico em Enfermagem.

A estudante Tamires Queiroz Santos, que também faz o curso técnico de Enfermagem falou da importância da Mostra: “No evento, pudemos apresentar a necessidade de mu-

Jhonatas Monteiro, coordenador do projeto.A primeira edição do Ecotrilha contou

com 150 alunos e consistiu em uma cami-nhada guiada pela chamada área de campo do CETEP, iniciada dentro do prédio escolar, seguindo através do pomar e de antigos currais até a lagoa; e fi nalizada no limite da escola com a velha Estrada dos Boiadeiros.

Durante o trajeto, os professores-guias, em cada parada, abordaram um aspecto signifi cativo em relação aos objetivos da Ecotrilha. No percurso, foram abordados os cinco temas centrais escolhidos: “Memória da Escola”, relativa ao antigo uso das insta-lações e áreas abandonadas das escolas por quais passamos; “Dinâmica Espacial”, tema relativo ao impacto de atividades de expan-são urbana e industrial no entorno imediato da escola; “Lagoa”, referente à relevância

bre a importância de preservar o local, para não deixar ir por água abaixo os registros de um povo que habitou ali há milhares de anos”, completa.

Lajedo Bordado é o maior sítio de gravuras rupestres conhecido na Bahia, com grande potencial para o desenvolvi-mento de produto turístico. “O projeto foi encantador para os alunos da localidade de Brejões, pois os mesmos veem uma grande oportunidade de melhorias para a comuni-dade local como um futuro polo turístico”, conta a professora Ana Paula Pereira Rocha Lima. Ela explica, ainda, que a ideia surgiu do Projeto de Educação Patrimonial e Artística (EPA), que faz parte dos Projetos Estruturantes desenvolvidos pela Secretaria de Educação do Estado.

torias, assessorias, projetos sociais, ações e atividades desenvolvidas pelos estudantes, que atenderão às demandas e problemáticas encontradas em sua região, seja no âmbito social, econômico e ambiental. “Esperamos que o Escritório Criativo seja um espaço de integração entre a escola e a comunidade, ou seja, que as aprendizagens construídas em sala de aula sejam socializadas com a comunidade, buscando a intervenção social, um dos princípios da Educação Profi ssional”.

As empresas e a comunidade também poderão ser benefi ciadas com os projetos desenvolvidos pelos alunos, cujas caracte-rísticas são a alta qualidade, garantida pela orientação dos professores, e o baixo inves-timento, uma vez que os Escritórios Criativos não visam ao lucro. “Assim, as empresas e comunidades conseguem bons projetos a um custo muito baixo”, analisa a professora.

para a cidade, gerando mais renda para o setor”, explica a professora que orientou o projeto, Paloma Prado Santos. A professora detalha que o projeto surgiu em sala de aula, sendo sugestão do aluno Lucas Oliveira Góes, e envolveu outros 16 estudantes e as disciplinas Pesquisa, Orientação Profi ssional e Iniciação Científi ca; Intervenção Social; Tecnologia Social; Atividade de Campo e Visitas Técnicas e Planejamento de Roteiros Turísticos.

A Serra da Cotréa está localizada a, apro-ximadamente, 6 km da cidade de Seabra, apresentando uma grande variedade de fl ora, tais como samambaia, rainha da serra, orquídeas, xique-xique, ervas medicinais, bromélias gigantes e ainda algumas diversi-dades de cactos e frutas como cambuí, bo-quinha doce, pitanga, entre outras. Do alto da Serra é possível avistar alguns municípios e pontos turísticos como: Iraquara, Seabra, Morro do Pai Inácio e Morro do Camelo. Em alguns pontos da serra é possível encontrar pinturas rupestres, pequenas cavernas e grutas, e até um desfi ladeiro de pedras que chega a formar uma pequena cachoeira em períodos chuvosos.

EduCaÇão Profissional4

EduCaÇão Profissional E TECnolÓGiCa

WaGnEr

morro do CHaPÉu

fEira dE sanTana

sEabra

viram de exemplo para melhorar e continuar as minhas vendas” completa.

A feirinha, que no ano passado acontecia quinzenalmente, este ano deverá ser sema-nal. “Uma das principais metas é desenvolver a capacidade de aproveitar oportunidades, de inovar e de criar estratégias para agregar valor aos produtos locais”, conta a professora Ana Paula Pereira Rocha Lima. “O melhor é que o projeto já tem desdobramentos, como o bazar que os alunos realizaram para custear a sua formatura”, comemora.

ambiental de mananciais semelhantes no município e à própria situação precária da lagoa da escola; “Vegetação”, tema ligado à caracterização da fl ora na área da escola e sua relação com o bioma da caatinga; e “Estrada dos Boiadeiros”, abordagem da reconstrução da importância histórica da via que serve de limite à área da escola.

“O projeto da Ecotrilha ainda está ama-durecendo e foi pensado coletivamente para produzir resultados mais de médio prazo, mas já é possível perceber em parte dos estudantes e professores uma consciência maior acerca do uso do próprio escolar como recurso didático. Em particular, os estudantes relatam que passaram a ver com outros olhos o que antes entendiam simplesmente como mato em volta do prédio principal”, relata o professor Jhonatas.

dar hábitos, praticando uma atividade física e adotando uma alimentação saudável para que tenhamos mais qualidade de vida”.

Para a diretora Márcia Suely Barbosa Mota, a Mostra de Conhecimento trouxe resultados muito positivos. “Valorizou o protagonismo dos alunos, enquanto sujeitos ativos na construção de seu conhecimento, sendo corresponsáveis em seu processo de aprendizagem. Além disso, propiciou a troca de conhecimento entre os seus pares, sendo uma partilha de conhecimentos e de descobertas de aluno para aluno. Os profes-sores foram os mediadores desse processo, orientando, sugerindo acerca da organi-zação, das metodologias adequadas para cada apresentação dos conteúdos/temas escolhidos pelas turmas”, conta. “A Mostra foi implementada em 2017 e já está prevista para acontecer novamente em 2018, devido ao grau de satisfação de alunos e professores com o resultado”, adianta.

“Eu, anualmente, trabalho um tema com a turma, em 2016 foi Empreendedorismo, em 2017, Empregabilidade. Dentro desse tema realizamos seminários e trabalhos em equipes, com a participação dos professores das outras disciplinas. Eu passo para os estu-dantes o tema e eles decidem de que forma vão apresentá-lo na feira. No meu caso é a disciplina Gestão de Negócios, com as turmas do curso técnico em Administração”.

Para os alunos, a ação é uma oportu-nidade de serem protagonistas da própria formação escolar. “Para nós que fi zemos e nos esforçamos para a realização da feira foi uma experiência ótima, além da obtenção de mais conhecimentos na área da Adminis-tração e em outras, pois sem a administra-ção nada corre na devida ordem”, ensina a estudante Brena Soares de Jesus, aluna do 1º ano. “Acreditamos que esse tema foi muito importante para os alunos, pois todo jovem tem dúvidas ao escolher uma carreira, com certeza, ajudamos a tirá-las. Algumas dessas dúvidas mais comuns são: que curso fazer ou até que profi ssão escolher; qual é a melhor profi ssão que cabe bem a você e qual gera a melhor renda e nunca vai sair de alta no mercado”, completa.

A padaria foi um dos estandes criados pelos alunos do 1º ano

O objetivo dos alunos é divulgar a Serra da Cotréa como patrimônio geológico e turístico de Seabra

morro do CHaPÉu

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Estudantes revelam talento para a arte literária nas apresentações do TAL

Obras de arte são produzidas por estudantes da rede estadual

Teatro: uma prática artística ecultural que democratiza saberes

Projetos valorizam o patrimônio cultural dos municípios

A estudante Larissa Oliveira Novais, 16, 3º ano, costuma colocar no papel as suas emoções e percepções de mundo. Uma de suas poesias, batizada de “Entre dois pontos”, fala da importância de viver com plenitude e determinação o caminho entre a vida e a morte. “Muita gente fica gastando a vida com coisas irrelevantes, deixando a sua tra-jetória passar em vão, em vez de correr atrás de seus objetivos e valorizar as conquistas. Meus versos falam sobre isso”, revela a aluna do Colégio Estadual Edilson Joaquim dos Santos, no município de Nova Redenção. No Encontro Estudantil, realizado anualmente na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela Secre-taria da Educação do Estado, ela representou a sua escola, dentro do projeto Tempos de Artes Literárias (TAL).

“Posso garantir que foi uma das minhas maiores experiência de vida até aqui. Apren-di muito, convivi com pessoas de diversas partes do Estado, troquei muitas informações e conheci algo essencial na vida humana: o respeito às diferenças. Com a minha poesia “Ente dois pontos”, dei o meu recado e acre-dito que fui compreendida”, revela Larissa.

A estudante Allana Santos Reis, 15, também viveu a experiência de participar do TAL, cujo objetivo é fomentar a arte poética e

As obras de arte produzidas pelos estudantes da rede estadual impressionam pela técnica e beleza. Com estilos e técnicas diferenciadas - a exemplo de pinturas em tela, esculturas com materiais recicláveis, colagens com papel e grafite -, os trabalhos produzidos pelos alunos passam por seleções escolares e regionais até chegarem à Arena Fonte Nova, onde acontece, todos os anos, o Encontro Estudantil, realizado pela Secretaria da Educação do Estado. No evento, os autores se integram à exposição Artes Visuais Estu-dantis (AVE). Foi nessa oportunidade que o estudante Lázaro Mineiro Araújo, 20, 2º ano do Colégio Estadual Carlos Souto, em Rio de Contas, mostrou o seu talento para as artes plásticas.

Lázaro apresentou uma escultura, que batizou de “Mendigo”. A obra, confeccionada em papelão, papel-madeira e saco de cimen-to, traz à tona um problema social comum ao Brasil, que é a situação de indigência, que força o indivíduo a viver na rua. “Quis

Flávia Luiza Fonseca, 17, Vitor Manoel Santos, 17, e Nicássio dos Santos Júnior, 18, cursavam o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Esta-dual Antônio Carlos Magalhães, no municí-pio de Iramaia, no sudoeste baiano, quando resolveram participar do Festival Estudantil de Teatro (FESTE). Para isto, eles montaram a peça “Da Escravidão à Liberdade em 5 Minutos” e se apresentaram, no ano passado, no 5º Encontro Estudantil Estadual, realizado anualmente na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela Secretaria da Educação do Estado. A iniciativa valeu pela experiência de trabalhar com as artes cênicas e rendeu aos estudantes a seleção da montagem entre os 15 melhores do evento estadual.

Flávia, que fez o papel da escrava Coló, conta o que representa o conteúdo da peça e o significado do FESTE na sua vida escolar. “Nossa intenção foi mostrar a realidade dessa mulher negra escravizada que viveu na região, simbolizando um período triste do nosso país, que foi a escravidão. Na peça, a sua luta pela liberdade é traduzida em um golpe de capoeira, protagonizado por ela

mesma. Para nós, que não temos a cultura das artes, do teatro na nossa cidade, foi muito importante a oportunidade do FESTE na escola. Foi uma experiência com a qual aprendi muito sobre expressão corporal, desenvoltura no palco e técnica vocal, além de ter me aprofundado em um tema que tem um grande significado social”.

Por meio do Festival Estudantil de Teatro, os estudantes são estimulados a compreen-der a arte cênica como um processo artístico educativo; um meio de comunicação, expressão e representação das distintas formas de manifestação da vida cultural. Deste modo, ressaltam os organizadores do FESTE, a dramaturgia é tratada como uma importante área do conhecimento que, por meio de suas teorias e conceitos, expressa a pluralidade cultural das sociedades. No contexto escolar, os alunos protagonizam os diversos gêneros teatrais (auto, monólogo, comédia, drama, fantoche, ópera, revista, tragédia, tragicomédia), considerando o teatro uma prática artística e cultural que democratiza saberes.

As estudantes Laís Caires, 17, Elaine Silva, 19, Lívia Santos, 17, Raíssa Rodrigues, 17, e Vitória Caires, 18, concluíram o Ensino Médio no final do ano passado com chave de ouro. Então alunas do Colégio Estadual Nercy Antônio Duarte, em Barra da Estiva, elas são as autoras do trabalho Igreja matriz: devoção e referência, com o qual participaram do projeto estruturante Educação Patrimonial e Artística (EPA), da Secretaria da Educação do Estado. Inserir a Paróquia de Bom Jesus de Barra da Estiva no foco de suas pesquisas foi uma forma que encontraram para valorizar o patrimô-nio, que se tornou um ponto turístico na cidade.

Com o projeto, Laís Caires revela que ela e as colegas buscaram conta a história da formação da igreja matriz, que come-çou como Capela em Louvor ao Bom Jesus,

a literatura entre os estudantes da rede esta-dual. A aluna do 2º ano do Colégio Estadual Eduardo Fróes da Motta, em Feira de Santa-na, apresentou no Encontro Estudantil o texto de sua autoria “Minha primeira crônica”, com o qual ficou entre os cinco premiados. “Esta minha crônica foi inspirada em um diálogo que tive com uma priminha de três anos. Ela me ouviu dizer que gostaria de escrever uma crônica e ela quis saber do que se tratava aquela palavra, até então desconhecida do seu vocabulário infantil. Aquele diálogo inesperado acabou virando uma crônica, que foi a minha primeira”, conta.

O projeto estruturante Tempos de Arte Literária, criado pela Secretaria da Educação do Estado, busca reafirmar a experiência literária, a criatividade e a consciência crítica e social dos estudantes, além de exaltar a diversidade literária e cultural do Estado. En-tre as produções, os estudantes apresentam narrativas, poemas, cordéis, crônicas, prosas, contos, cartas literárias e textos ficcionais, abordando temas dos mais diversos. O TAL acontece por etapas: primeiro nas escolas, depois os estudantes passam pelas seletivas escolares e territoriais até chegar à culminân-cia, que acontece no Encontro Estudantil da Rede Estadual.

mostrar um pouco da realidade do nosso país, que tem um triste quadro social que está relacionado à pobreza”, explica o aluno, que defende a arte como instrumento para a mudança de vida das pessoas e, se trabalha-da nas escolas, contribui para potencializar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.

O Artes Visuais Estudantis é considerado um projeto pioneiro, de caráter educativo, artístico e cultural, concebido a partir de uma perspectiva abrangente. Por meio dele, a Secretaria da Educação do Estado propõe estimular a criação de obras de artes visuais nos contextos escolares, assim como valorizar as expressões culturais, regionais e estimular o processo de embelezamento e estetização da escola e da vida. Além disso, o AVE busca promover exposições das obras de arte estudantis nos contextos escolares; estimular a produção artística, tida como um instrumento de ampliação do conhecimento e de mudanças.

que é o padroeiro da cidade. “Foi muito in-teressante participar do EPA, que nos deu a oportunidade de mostrar o valor do nosso patrimônio cultural, porque, muitas vezes, passamos pelos lugares e não sabemos a história que tem por trás daquelas constru-ções. Para regatarmos a história da igreja matriz, além das pesquisas, entrevistamos moradores mais antigos”, relata a aluna.

As curiosidades e belezas do bairro Campo do Gado, em Feira de Santana, fo-ram objetos de estudo de Bárbara Silveira, 18, Clarissa da Silva, 17, Crismara Campos, 18, Felipe de Jesus, 18, e Juliana Adorno, 17, estudantes que acabaram de concluir o Ensino Médio no Colégio Estadual Edith Machado Boaventura, no município. “Nes-se conhecido bairro da cidade é forte o comércio do gado e foi ali onde começou a história de Feira de Santana, tendo o lugar

5SALVADoR, BAhiA,

quinTA-fEiRA, 29/03/2018

nova rEdEnÇão/fEira dE sanTana

barra da EsTiva/fEira dE sanTana

rio dE ConTas

iramaia

assumido, no século 19, uma importante posição nas atividades econômicas da ci-dade, que não tem atrativos turísticos, mas tem um comércio forte. Através do nosso projeto, mostramos, por exemplo, como se dá a comercialização dos animais, como são criados”, conta a aluna Crismara, comemorando o fato de o projeto ter sido premiado no Encontro Estudantil, através do EPA.

O projeto Educação Patrimonial e Artís-tica foi criado com o objetivo de promover o desenvolvimento de ações essenciais para o exercício do direito à cultura e para a defesa dos patrimônios históricos e artís-ticos, com vistas à formação de uma nova mentalidade cultural e ao estímulo das práticas culturais de identificação, reco-nhecimento e preservação do patrimônio cultural baiano.

Laís Caires, integrante da equipe do trabalho “Igreja matriz: devoção e referência”

“O EPA nos deu a oportunidade de mostrar o valor do nosso patrimônio cultural, porque, muitas

vezes, passamos pelos lugares e não sabemos a história que tem por trás daquelas construções. Para

regatarmos a história da igreja matriz, além das pesquisas, entrevistamos moradores mais antigos”

forTalECimEnTo daEduCaÇão bÁsiCa

os estudantes da rede estadual participam, desde 2007, dos projetos estruturantes artísticos e culturais que a Secre-taria da Educação do Estado da Bahia promove em etapas escolares, regionais e estadual. Trata-se de uma iniciativa pioneira no campo de políticas culturais com a juventude estudantil, como explica a coordenadora dos Projetos interse-toriais da Secretaria da Educação do Estado, nide nobre: “A arte e a cultura são componentes essenciais para a matriz do conhecimento na Educação Básica das escolas da rede estadual. A iniciativa busca diversificar os currículos escolares, promovendo o acesso dos estudantes ao conhecimento científico, às artes e à cultura”. Confira alguns projetos apresen-tados pelos alunos, ligados às áreas de teatro, dança, música, artes plásticas, patrimônio e vídeos.

arte e cultura

Alana Reis, de Feira de Santana

O estudante Lázaro Araújo apresentou no AVE uma escultura, que batizou de Mendigo

Flávia Luiza encenou a peça “Da Escravidão à Liberdade em 5 Minutos”

Larissa Novais,

de Nova Redenção

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Educação Integral: estudantes protagonizam o seu processo de ensino e aprendizagem

Vídeoseducativos

Uma aprendizagem para a vida. Um processo signifi cativo e cidadão, que integre os diferentes saberes, espaços educativos, sujeitos e conhecimentos, ampliando a jornada escolar, criando possibilidades para uma nova organização curricular nas escolas públicas de Educação Básica. É dentro desta concepção pedagógica que o Colégio Estadual Juiz Jorge Farias Góes, localizado no município de Feira de Santana, vem realizando um trabalho integrado e atrativo, protagonizado pelos estudantes da unidade.

Os alunos da unidade encontram na lin-guagem do teatro, por exemplo, uma forma particular de abordar temas atuais e refl etir sobre eles, como aconteceu no recital “Temos Todo o Tempo do Mundo”. Foram 28 estu-dantes em cena, realizando performances ar-tísticas e convidando os presentes na plateia a pensarem sobre como estão empregando e aproveitando o seu tempo. João Pereira, 18, 3º ano, lembra sobre os preparativos do evento que acabaram fortalecendo os seus laços com os colegas e com a escola: “Foram dois meses de ensaio. Tive que memorizar muitas coisas, aprender sobre poema, como colocar a entonação da voz e como levá-la ao público. E o trabalho em grupo foi muito bom. Acabamos aprendendo a dividir espaço, a entender a individualidade para tudo dar certo”.

Já a colega Ana Jaqueline Araújo, 17, conta que aproveitou o tempo oposto às aulas regulares que tinha na escola para aprender a cantar, a dançar, a recitar poemas e a atuar. “Foi muito estimulante participar do recital porque a gente acaba percebendo que tem vários talentos. Eu mesma não sabia cantar e achava que não conseguiria, mas aprendi. A partir daí, percebi que posso ir além e aprender tudo o que eu quiser fazer, principalmente quando temos um ambiente

Estudantes do Colégio Estadual Cônego Cupertino de Lacerda, da Escola Helena Assis Suzarte e do Colégio Estadual Imacu-lada Conceição, localizados no município de Feira de Santana, se destacaram na terceira edição do Concurso de Vídeo Edu-cativo, realizado em 2017, pela Secretaria da Educação do Estado. Debruçados no tema geral “Educação para a Saúde”, eles foram selecionados na etapa regional da ação pedagógica cujo objetivo é pro-mover a refl exão sobre a temática entre alunos e professores, bem como estimu-lar atitudes de prevenção de doenças e de promoção da saúde e hábitos saudáveis.

Os alunos Reinaldo Júnior e Leandro Souza, da Escola Helena Assis, focaram no tema “Prevenção ao Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas. Da mesma unidade escolar, Jonathan Santos e João Vitor Santos recorreram à temática “Controle do Aedes aegypti – Prevenção das Arboviroses”, e Lays Guimarães e Arla Pereira decidiram elaborar um vídeo sobre “Promoção e Cultura de Paz”. Já Fabiana Santos e Letícia Nascimento, do Cônego Cupertino, optaram pelo tema “Saúde Ambiental e Desenvolvimento Sustentável”. “Promovendo a Saúde na Escola – Medicina Tradicional” foi o foco do vídeo de Daniel Batista e Jéssica Barbosa, do Imaculada Conceição.

O coordenador de Educação Ambien-tal e Saúde da Secretaria da Educação, Fábio Barbosa, fala sobre a importância do concurso: “A escola tem um papel fundamental na formação integral dos nossos estudantes. E trabalhar a temática da Saúde é o principal objetivo desta ação, que incentiva o protagonismo juve-nil através de uma ferramenta com a qual eles têm familiaridade, que é o audiovi-sual”. Ele ressalta que as inscrições para o concurso anual são feitas diretamente nas unidades escolares da rede estadual.

Os vídeos, feitos em formato de curta-metragem, são produzidos nas unidades escolares ou em seu entorno, por meio de aparelhos celulares, tablets, máquinas fotográfi cas digitais ou fi lmadoras e gravados em CD ou DVD. São feitos em dupla de alunos dos Ensinos Fundamen-tal e/ou Médio e de outras modalidades da Educação Básica e orientados por um professor. Cada estudante autor e o orientador dos vídeos selecionados pela comissão julgadora estadual recebem, cada um, um notebook.

de aprendizado favorável”, considera.A Educação Integral proporcionou aos

estudantes da unidade outros projetos estimulantes como o “Matemática em Toda Parte”. Com ele, os alunos compreenderam que é possível aprender a disciplina, de forma lúdica e divertida, a partir de aulas de campo em diferentes locais da cidade, como o Mercado das Artes, o museu, bibliotecas e até em feiras livres. A estudante Emilly Fiuza, 17, conta que, depois das aulas práticas, não mais entrará em uma loja sem prestar atenção aos números, principalmente no que se refere aos percentuais dos descontos. “O projeto nos fez perceber que em nosso cotidiano são encontradas várias formas da Matemática, até mesmo em uma compra de um sapato, porque envolve preço, cálculo do desconto e prazo para o pagamento, por exemplo”. O estudante Marlon Oliveira, 19, reforça que as atividades de campo “ajudam o estudante a sair da rotina, incentivam a pesquisa e melhoram o aprendizado”.

A professora de Matemática, Maria do Carmo Ferreira, idealizadora do projeto, explica porque a experiência torna o processo de ensino e aprendizado dos estudantes mais fácil. “A minha intenção com as visitas foi que eles percebessem que tudo no nosso cotidiano envolve a Matemática. Mostrei exemplos nas obras, nos preços dos produtos na feira, nos cálculos de porcentagem nas lojas e nas datas”. Aluna do colégio, Flávia Araújo completa: “Essas atividades são im-portantes porque mexem com a criatividade dos estudantes e é visível a evolução escolar de cada um. Além disso, acreditamos que a arte pode mudar vidas e temos trabalhado e investido muito na descoberta do talento desses meninos e tudo isto está sendo possí-vel graças à oportunidade de termos a oferta de Educação Integral na escola”.

Com diferentes vozes e estilos musicais variados - MPB, hip hop, reggae, pop-rock e forró, dentre outros -, o Festival Anual da Canção Estudantil (FACE) tem revelado, a cada edição, novos jovens talentos da rede estadual de ensino. É o caso de Aliel Melo Barboza, 18, intérprete e autor do baião “Paredões de Fogo”, com o qual foi classifi cado entre as 15 melhores da etapa regional do festival, em 2016. Também compositor e intérprete do rap “Subcons-ciente”, Daniel Lima Batista, 17, fi cou entre os cinco melhores cantores na fi nal nessa mesma edição do FACE.

Empenhados em mostrar as suas competências musicais, os estudantes da rede estadual se envolvem nas três etapas do Festival Anual da Canção Estudantil: a da criação musical e realização de mi-nifestivais escolares; a das apresentações regionais, promovidas pelos Núcleos Ter-ritoriais de Educação (NTE); e a do festival estadual, realizado na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela Secretaria da Educação do Estado. Os 15 classifi cados na fi nal têm as suas canções gravadas em CD e DVD.Aliel Barboza, que acaba de concluir o

curso técnico em Guia de Turismo do Centro Estadual de Educação Profi ssional (CEEP) em Turismo do Centro Baiano Letice Oliveira, no município de Seabra, conta que desde 2010 participa do FACE e que a última vez teve um gosto especial por ter tido a sua música classifi cada para a etapa estadual (até então, havia chegado até a etapa regional). “O FACE me trouxe uma experiência muito importante que levarei por toda a vida. Através desse festival, tive a oportunidade de mostrar o meu potencial artístico. Em “Paredões de Fogo” trouxe à tona o tema das queima-das na Chapada Diamantina, em forma de protesto”, relata o músico, que atua na área como freelancer e pode ser contacta-do através da sua conta no Instagram (@aliel_barboza).

Com a emoção de estreante no FACE, Daniel Batista conta que compôs “Subconsciente” para falar da importância do autoconhecimento. “Isto faz com que a gente seja autor da nossa própria história, ganhe mais maturidade, lide bem com os próprios sentimentos e tenha a noção exata do nosso potencial, dos nossos

talentos, além de contribuir para abrir a nossa mente contra o preconceito”, expli-ca. Sobre a sua participação, pela primeira vez, no festival, ele comenta: “Foi uma experiência maravilhosa, amei. Acredito que o evento proporciona aos estudan-tes uma oportunidade ímpar de ter um contato direto com a música. Graças ao FACE, estreei em um palco e a emoção foi indescritível”.

FESTIVAL ESTUDANTIL - Criado em 2008, o Festival Anual da Canção Estudantil é um projeto de natureza educativa, artística e cultural e promove o desenvolvimento das diversas expressões da arte literária e musi-cal no currículo escolar, como orienta a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/1996) e, mais recentemente, a Lei nº 11.769/2008, que institui o ensino de música nas esco-las. O festival foi concebido pela Secretaria da Educação do Estado para ser realizado em todas as escolas da rede, com os estu-dantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio e equivalentes (Educação de Jovens e Adultos - EJA, Ensino Normal e Tecnológico).

6

faCE abre oportunidades para os estudantes que têm talento musical

sEabra

“Entrei aqui em 2014, para cursar a 7ª série, e desde então aprendi muito sobre a importância do fortalecimento da Agricultura familiar. Com isso, tenho aproveitado os conhecimentos téc-nicos para ajudar o trabalho na roça do meu pai, levando para ele formas mais adequadas de plantio da horta, irrigação e manejo com os animais. Ou seja, a escola tem me ajudado a melho-rar a vida da minha família, assim como tem contribuído para o meu convívio social”

Davi Buson,aluno 2º ano do Ensino Médio da Escola Família Agrícola de Seabra

Jovens aspirantes a cineastas retratam a realidade com identidade própria

Projetos pedagógicos associados à realidade dos estudantes são o mote da Educação no Campo

A oportunidade de vivenciar experiências fílmicas, utilizando recursos tecnológicos como celulares, câmeras fotográfi cas ou fi lmadoras, entusiasmou os estudantes Edilson Gomes, 17, Artur do Carmo, 17, e Vitória Menezes, 18, que concluíam o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Teotônio Marques Dourado Filho, no muni-cípio de Morro do Chapéu. Eles se juntaram para produzir o vídeo “Vida Remota”. A mo-tivação maior foi apresentar o trabalho no Encontro Estudantil Estadual, em Salvador, por meio do projeto Produção de Vídeos Estudantis (PROVE).

Os jovens aspirantes a cineastas mos-

tram em “Vida Remota” as suas percepções de mundo ao retratarem temas cotidianos a partir da linguagem audiovisual dos curtas-metragens. Para a realização do vídeo, eles se dividiram nas atividades de fi lmagem, direção, edição, roteiro, atuação e produção. Com espírito de equipe e sensibilidade para captar as imagens, eles focaram sobre a infl uência da mídia na vida de uma pessoa. “O meio infl uencia a gente. Então, a gente pode ser o que assiste na TV, por exemplo. Daí a importância de termos senso crítico, para que a gente não absorva tudo o que é nos imposto sem uma análi-se”, pontua Vitória Menezes.

morro do CHaPÉu/amÉlia rodriGuEs

sEabra

Geisa Silva, coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Educandário Imaculado

Coração de Maria

“Eles já eram bons alunos e fi caram ainda mais

interessados no processo de ensino e aprendizagem, percebendo que educação

não se faz só dentro da sala de aula. Percebi que eles

ampliaram os horizontes”

O investimento da Educação no Campo nas escolas da rede estadual tem como propósito a universalização do acesso dos povos que vivem e trabalham no campo, envolvendo o diálogo permanente com os movimentos sociais. Os estudantes dessas unidades esco-lares são estimulados a participar de projetos pedagógicos associados à sua realidade, fazendo com que eles se identifi quem com o processo de ensino e aprendizagem, com ênfase na sua formação profi ssional. É dentro desta perspectiva que os alunos da Escola Família Agrícola de Seabra convivem com a proposta educacional de alternância com organização de tempo e currículo, atenden-do as suas especifi cidades de vida.

Filho de agricultor, Davi Buson, 16, 2º ano do Ensino Médio, conta que a Escola Família Agrícola de Seabra é a sua segunda casa. “Entrei aqui em 2014, para cursar a 7ª série, e desde então aprendi muito sobre a importância do fortalecimento da Agricultura familiar. Com isso, tenho aproveitado os co-nhecimentos técnicos para ajudar o trabalho na roça do meu pai, levando para ele formas mais adequadas de plantio da horta, irriga-ção e manejo com os animais. Ou seja, a escola tem me ajudado a melhorar a vida da minha família, assim como tem contribuído para o meu convívio social”.

A colega Verônica Xavier, 15, também fala de sua experiência com entusiasmo. “A escola tem me proporcionado um grande de-senvolvimento nos estudos e me ensinando a lidar mais com a vida social. As atividades práticas na horta comunitária, por exemplo, tem me trazido muitos conhecimentos importantes que levo para meu pai, que é agricultor. Ele fi ca muito orgulhoso de mim porque eu tenho o ajudado na plantação dele. Por exemplo, levei a técnica de como fazer a curva de nível, que é para evitar a

erosão do solo, e ele achou muito interessan-te. Quero me tornar engenheira agrônoma e estou estimulada para vencer”.

PEDAGOGIA DE ALTERNÂNCIA - A diretora Vanuzia Alves explica que a pedagogia aplicada na Escola Família Agrícola de Seabra é a de alternância, por meio da qual os estudantes permanecem 15 dias na unidade, em tempo integral, inclusive pernoitando, e outros 15 dias eles voltam para suas casas para aplicarem os conhecimentos teóricos aprendidos. “Atuamos de uma forma mais humanizada, pensando na vivência do estudante dentro e fora da escola. Ou seja, nosso objetivo é preparar os alunos para a vida, com foco na Educação do Campo. Mais de 80 % dos nossos estudantes são da zona rural, fi lhos de agricultores. Então, traba-lhamos de acordo com a realidade deles, relacionando a teoria à prática. Assim, eles vivenciam o que aprendem”.

A Escola Família Agrícola de Seabra tem uma gestão compartilhada com a Associa-ção Educacional Agrícola do Território da Chapada, que é a mantenedora da unidade e estabelece convênio com os municípios de Boninal, Iraquara, Souto Soares e Palmeiras, além de Seabra. O presidente da entidade, João Evangelista Souza, reforça a importân-cia do trabalho pedagógico que é feito na unidade no âmbito da aplicação das técnicas agrícolas. “Os alunos são a maioria fi lhos de agricultores familiares da região da Chapada Diamantina, com concentração nos assenta-mentos de Itaquara, bem como remanescen-tes de quilombolas de Seabra, entre outras regiões. A proposta de colocar em prática na terra de seus familiares o que aprendeu na escola no que se refere às técnicas agrícolas é algo de muito valor para essas comunida-des”, afi rma.

fEira dE sanTana

Aliel Melo Barboza é intérprete e

autor do baião Paredões de Fogo

Por meio do PROVE, os estudantes contam que passam a ver o mundo com outro olhar, com identidade própria. Através da captação de imagens, eles contam histórias, mostram pontos de vista ou trazem dicas de forma divertida. É o que fi zeram os estudantes do Colégio Estadual Educandário Imaculado Coração de Maria, no município de Amélia Rodri-gues, Emerson da Hora, 18, João Pedro de Souza, 14, e Alessandro Silva, 17, com o vídeo “Mágica de Edição”. A coordenadora pedagógica da unidade escolar, Geisa Silva, conta que eles optaram por fazer um curta cômico para apresentar alguns

truques sobre edição de vídeo.“O estalar dos dedos, por exemplo,

pode ser um sinal de que é hora de trocar o fi gurino em uma encenação. Eles se envolveram em um trabalho totalmente novo que lhes deu a oportunidade de conhecer outras experiências durante a participação no Encontro Estudantil, no qual eles fi caram entre os 15 selecionados. Eles já eram bons alunos e fi caram ainda mais interessados no processo de ensino e aprendizagem, percebendo que educa-ção não se faz só dentro da sala de aula. Percebi que eles ampliaram os horizontes”, relata Geisa.

As atividades em campo incentivam a pesquisa e melhoram o aprendizado Os estudantes convivem com a proposta educacional de alternância

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Educação de Jovens e adultos foca na pedagogia da inclusão

Sustentabilidade e qualidade de vida sãotemas de projetos ligados à Educação Ambiental

Escolas da rede estadual se envolvem com a campanha “Quem Ama Abraça – Fazendo Escola”

Esporte na escola melhora hábitos e atitudes dos estudantes

Alunos de localidades distantes têm aulas através do EMITec

O ex-estudante do Centro Noturno do Esta-do da Bahia (CENEB) de Feira de Santana, o hoje cabeleireiro Yhan Costa, voltou, re-centemente, à unidade onde foi aluno entre 2014 e 2016 para prestigiar um evento fes-tivo-pedagógico. Para ele, rever o ambiente escolar que lhe deu “régua e compasso” para que viesse a se tornar um profi ssional qualifi cado tem um forte signifi cado. “Tudo o que sou hoje devo ao CENEB, que sempre promoveu muitos projetos e cursos, como o de Empreendedorismo, que foi decisivo para a minha profi ssão, pois me deu outra visão sobre negócios para administrar o meu salão de beleza. Tenho muito orgulho de ter feito parte dessa história e sou grato pela oportunidade de ter sido estimulado a progredir na vida”, relata.

Com foco na pedagogia de inclusão, no sentido de garantir o acesso e a permanên-cia do aluno na escola, unidades escolares como o Centro Noturno do Estado da Bahia de Feira de Santana se destacam na Educa-ção de Jovem e Adultos (EJA). São escolas que promovem um processo de ensino

No Colégio Estadual Rodolfo de Abreu, no município de Jussiape, os estudantes têm no meio ambiente uma importante fonte de inspiração para o seu processo de ensino e aprendizagem. A partir de atividades coleti-vas, tendo como foco a qualidade de vida e a construção de valores sociais, no âmbito da sustentabilidade socioambiental, os alunos da unidade abraçaram o projeto es-truturante “Juventude em Ação: Construindo a Agenda 21 na Escola”, que impulsionou o desenvolvimento de um trabalho cujo tema é “Meio Ambiente: Conviver com Sustentabi-lidade”. Uma das ações foi o refl orestamento do Rio da Barra, bem como a limpeza da cidade com a retirada de lixo em locais inapropriados, levando para as comunida-des o debate sobre questões sociais para o bem viver.

Com esse projeto, ressaltam os professo-res, o objetivo é desenvolver nos alunos uma consciência refl exiva, por meio de atividades propostas no ambiente escolar, e fornecer aos estudantes informações sobre como reciclar, reutilizar, preservar e agir correta-mente no processo de preservação do meio ambiente, como também colaborar com o despertar dessa consciência junto às suas famílias e à comunidade local.

No embalo da campanha “Quem Ama Abraça – Fazendo Escola”, realizada pela Secretaria da Educação do Estado em par-ceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), escolas da rede estadual se envolveram em uma série de atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher (8 de março). A iniciativa tem como propósito o fortalecimento do espaço escolar como campo privilegiado para a refl exão e a su-peração das diferentes formas de violência contra a mulher, bem como discutir o papel social da escola no combate às práticas dis-criminatórias, racistas e sexistas que trazem repercussões negativas no fazer pedagógico e no rendimento dos estudantes.

No Colégio Estadual Edivaldo Machado Boaventura, no distrito de Ipuaçu, em Feira de Santana, por exemplo, na campanha “Quem Ama Abraça – Fazendo Escola”, temas como gênero; enfrentamento da vio-lência contra as mulheres, empoderamento feminino, gravidez na adolescência e Doen-ças Sexualmente Transmitidas (DSTS) foram discutidos por meio de diversas atividades como palestras, mesas-redondas e debates.

Professores e gestores da rede estadual afi r-mam que o esporte é incentivado nos colé-gios como uma maneira de mudar e melho-rar hábitos e atitudes dos estudantes, tanto no ambiente escolar quanto no dia a dia fora da escola. Segundo eles, a prática esportista tem resultado em um maior comprometi-mento dos alunos com o seu processo de ensino e aprendizagem. No Colégio Estadual Paulo VI, em Feira de Santana, por exemplo, o projeto “Mais Futebol na Educação” os tem motivado a se interessarem mais pela escola, aumentando a sua autoestima.

É o que testemunha o estudante Douglas Henrique Bezerra, 14, 7ª série. “Sempre gos-tei de jogar bola, mas esse projeto agregou outros elementos importantes para a minha vida estudantil e pessoal. Hoje, sou mais disciplinado, socializo mais com os colegas e o meu comportamento em sala de aula é outro. O trabalho que o professor Henrique realiza nos faz entender a importância de cumprir regras para sermos bem-sucedidos na vida, tal como é no futebol”.

O colega Mateus Alves, 16, 7ª série, tam-

O projeto pedagógico adotado pelo Colégio Estadual Edivaldo Machado Boaventura, localizado no distrito de Ipuaçu, em Feira de Santana, é um exemplo de que, aliando tecnologia e interatividade, é plenamente possível que estudantes residentes em áreas remotas da Bahia estudem e concluam o Ensino Médio com sucesso. Com o programa Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITec), os alunos assistem às aulas que são transmitidas diretamente dos estúdios de TV instalados no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, via satélite e em tempo real, para as telessalas de aulas espalhadas no Estado. Desde 2011, quando foi criado, até o fi nal de 2017, a rede pública estadual já formou 32.352 mil alunos pelo EMITec.

Com o EMITec, que chega a 414 localidades, em 150 municípios, a Educação chega a toda parte, inclusive a locais de difícil acesso, permitindo a inclusão de pessoas que, pelo simples fato de morarem em áreas rurais, historicamente vinham sendo excluídas do processo educacional. Há também casos de alunas que por conta da maternidade não conseguiram concluir os estudos. É o caso de Maria Helena dos Santos, 35 anos, aluna do 2º ano, no Ma-

O vice-diretor da unidade, Adilson Kléber Cunha, conta que para a realização dessas ações colaboraram psicólogas do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e do Programa de Saúde da Família (PSF), professores da unidade escolar, a infl uen-ciadora digital Vanessa Pérola e integrantes dos movimentos Negro e Quilombola da Lagoa Grande.

A estudante Claudiane de Souza, 16, 2º ano, considera que a campanha está sendo importante para a mudança de comportamento e paradigmas no ambiente escolar. “Tivemos debates interessantes que contribuíram para a mudança de compor-tamento dos nossos colegas, que passaram a ter um tratamento de mais respeito com a gente. As discussões sobre temas como violência contra a mulher e empodera-mento feminino têm que estar presentes no nosso dia a dia porque não é de um dia para o outro que as pessoas se tornam mais conscientes”.

O gestor completa que não há como demonstrar os resultados obtidos de forma ampla, já que mudanças de atitudes de-

bém compartilha a opinião de que o esporte trouxe ganhos à sua vida escolar e pessoal. “O projeto trouxe o futebol para a Educação e isto nos fez ver a importância que devemos dar aos estudos. Até porque se não formos bons alunos, não podemos participar dos jogos. Hoje, sou um aluno melhor, com mais disciplina, com um comportamento melhor e os nossos professores nos incentivam mui-to. Sem falar que o futebol na escola distrai a nossa mente e fazemos mais amizades”.

A diretora Ana Verena Amorim explica que o projeto “Mais Futebol na Educação” - que acontece de segunda a sexta, das 15 às 17h, sob a responsabilidade do profes-sor Henrique Rocha, - é abraçado pelos estudantes com muita dedicação. “O esporte é essencial para a saúde física e mental. E quando o trazemos para o ambiente escolar os alunos percebem que para participar precisam mudar o comportamento em sala de aula. Sem falar que os jogos promovem uma maior integração com a comunidade do entorno, que participa dos campeonatos que realizamos na escola”.

chado Boaventura. Ela conta que graças ao incentivo da professora mediadora Antônia Marilza Mota, ela voltou à sala de aula e diz não pretender mais parar de estudar.

“Tive dois fi lhos e aí tive que interrom-per por um bom tempo os estudos, até porque tive que trabalhar para sustentar eles. Mas agora abracei a oportunidade e já sonho em fazer uma faculdade em breve. As aulas no EMITec são estimulantes, sem falar nas atividades dirigidas, que são as que a gente vai a campo a partir de um tema sugerido”, conta a estudante. Ela destaca a oportunidade, também, de participar de uma série de atividades que são realizadas no colégio, a exemplo de palestras voltadas para o empreendedorismo e para a eco-nomia solidária, da Caminhada Ecológica 2017, do projeto Transformaê e das ofi cinas de artesanato.

A professora Antônia Marilza ressalta que as atividades práticas são muito partici-pativas porque há uma enorme identidade dos alunos com os temas propostos. “Eles recebem o tema, pesquisam, vão a campo e depois o expõem, mostrando todo um potencial e interesse pelos assuntos, já que são voltados para a sua realidade, têm a ver com a realidade deles”, afi rma.

7SALVADoR, BAhiA,

quinTA-fEiRA, 29/03/2018Com foco na pedagogia de inclusão, no sentido de garantir o acesso e a permanência do aluno na escola, unidades escolares como o Centro Noturno do Estado da Bahia de Feira de Santana se destacam na Educação de Jovem e Adultos (EJA).

fEira dE sanTana

JussiaPE/morro do CHaPÉu

mandam tempo e maturação para serem avaliadas. “Mas percebemos bastante interesse e participação durante os eventos e na execução das atividades propostas. Além disso, notamos uma melhoria por parte de alguns estudantes no tratamento com as colegas e funcionárias no ambiente escolar”, avalia o gestor.

Já no Colégio Estadual Coroliano Carva-lho, em Feira de Santana, por exemplo, os estudantes se envolveram no projeto “Corpo e Sexualidade na Adolescência”, realizado em parceria com a Faculdade de Tecno-logia e Ciências (FTC), dentro do tema da campanha “Quem Ama Abraça – Fazendo Escola”. “Esse trabalho teve como objetivo oferecer assistências de Enfermagem, como vacinação, aferição da pressão arterial, glicemia e orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis; a descoberta e o cuidado com o corpo; doenças mais in-cidentes na infância e adolescência. Foram práticas voltadas para os cuidados com a saúde feminina, o seu bem-estar e a sua autoestima”, relatou a diretora da escola, Ediann Almeida.

O estudante Jonatas Santos, 16, 3º ano e membro do Colegiado Escolar, destaca que as práticas pedagógicas voltadas para a Educação Ambiental têm sempre uma ligação com a cultura e a comunidade local. “A gente busca envolver as comunidades do entorno para despertá-las para a refl exão crítica e transformadora do seu ambiente, vi-sando à preservação do meio ambiente para que tenham uma melhor qualidade de vida. Um exemplo de ação que fi zemos junto à população foi sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Foi um trabalho de conscientização sobre o cuidado com a sua saúde e a do próximo”, relata o aluno.

A diretora Jussimara Marques fala sobre a importância de se trabalhar na escola o eixo temático da Educação Ambiental. “De caráter transversal e interdisciplinar, nossos projetos buscam a contextualização do compromisso com a mudança de valores, comportamentos e atitudes dos nossos estudantes, respeitando a diversidade biológica, a cultura e a etnia do seu entorno. Nosso objetivo é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com

o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Os alunos, assim, se tornam agentes multiplicadores de ações que visam a um mundo mais sustentável”.

A comunidade escolar do Colégio Estadual Edigar Dourado Lima, no distrito de Fedegoso, em Morro do Chapéu, também é um exemplo de comprometimento o meio ambiente. É na escola que os estudantes encontram um lugar de aprendizado para, inclusive, obterem uma alimentação saudá-vel, a partir do plantio de hortaliças, frutas e raízes na horta escolar. “A nossa gestão é pautada no estímulo da autoestima dos nossos alunos e, com isso, eles ganharam a consciência de que o colégio é deles, deixan-do de lado aquela mentalidade de que, por ser um bem público, não deve ser preserva-do”, observa o diretor Edson de Oliveira.

Dentre os projetos trabalhados mais relevantes protagonizados pelos estudantes o gestor cita a limpeza do Açude Público de Fedegoso, o replantio na cidade e a campanha de prevenção como principal forma de erradicar doenças como a dengue. “Para isto, eles foram de casa em casa, em Fedegoso, alertando as famílias sobre a prevenção e o combate ao mosquito Aedes aegypti”, conta o diretor escolar.

e aprendizagem no qual os estudantes se identifi cam e, consequentemente, se sentem estimulados e comprometidos.

Para isto, explica a diretora do CENEB, Rosane Boaventura, diversas ações são de-senvolvidas ao longo do ano, como gincana, bazar pedagógico e o já citado projeto de Empreendedorismo. “O pedagógico é pensa-do para atender às necessidades dos nossos 495 alunos, levando em conta que 85% deles são originários da zona rural, buscando reorganizar tempos e espaços de aprendiza-gem e oferecer uma estrutura pedagógica capaz de assegurar um ambiente favorável à construção de conhecimentos, articulados aos saberes práticos da vida dos nossos estudan-tes”, explica a gestora.

O também ex-estudante do CENEB de Feira de Santana, Renato Souza, 43 anos, é testemunha de que a unidade signifi cou a oportunidade de retomar os estudos na unidade, dentro do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade da Educação Básica destinada a pessoas com ex-periências diferenciadas de vida e de trabalho,

que garante a jovens e adultos (a partir de 15 anos) o direito à formação na especifi -cidade de seu tempo humano e assegura-lhes a permanência e a continuidade dos estudos ao longo da vida.

“Por falta de oportunidade, pela necessidade de trabalhar para sustentar a família, a gente deixa de estudar e só depois percebe que a vida fi cou estagnada. Só mais tarde é que a gente vai correr atrás para tentar melhorar de vida. E foi o que eu fi z. Depois que cursei o CENEB, onde concluí o Ensino Médio, as portas se abriram para mim. Hoje, faço faculdade de Administra-ção, graças ao meu bom desempenho no ENEM e trabalho no setor de planejamento de uma empresa de transporte coletivo aqui em Feira”, conta Renato.

AÇÕES PEDAGÓGICAS - No CENEB, destaca a diretora Rosane Boaventura, as ações peda-gógicas são pensadas e efetivadas a partir dos quatro eixos articuladores: Orientação Pedagógica; Mundo do Trabalho; Ciência e Tecnologia; e Arte e Cultura. “As dimensões

trabalho, cultura, ciência e tecnologia são assumidas como articuladoras das atividades de produção docente e de construção do conhecimento por parte dos estudantes. Estes eixos dinamizam o fazer pedagógico como catalisadores do processo de aprendizagem em um mo-vimento interdisciplinar, estabelecendo a relação entre os saberes da experiência de vida, os conhecimentos escolares, o mundo do trabalho, da ciência e tecnologia, arte e cultura, preparando os estudantes para o enfrentamento

das situações exigidas pela sociedade contemporânea”.

Para dar conta da escolarização/for-mação dos estudantes que frequentam a escola no período da noite, completa a gestora, é considerado um currículo integrado às diferentes dimensões da vida humana, o que signifi ca redimensio-nar os conceitos de cultura, identidade, cidadania, trabalho, diversidade, ciência e tecnologia como eixos norteadores que estruturam as diferentes propostas curri-culares, para o Ensino Médio ofertado.

O CENEB promove muitos projetos e cursos, entre eles o de Empreendedorismo

O projeto de esporte na escola é abraçado pelos estudantes com muita dedicação

O objetivo dos projetos é desenvolver nos alunos uma consciência refl exiva, por meio de atividades propostas no ambiente escolar

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Estudantes do TOPA são alfabetizados e resgatam cidadania

Formação presta assistência técnica sobre elaboração, monitoramento e avaliação dos Planos Municipais de Educação

“O TOPA mudou a minha vida. Tive uma infância muito difícil, nunca fui à escola, sequer sabia segurar o lápis. Hoje, graças às aulas do TOPA, já assino o meu nome e compreendo a leitura. Choro de emoção quando falo desse programa, que é muito bom para toda a comunidade, assim como está sendo para mim. Eu devo tudo a esse programa, porque hoje me sinto cidadão”. O depoimento emocionado é do aposentado Lauriano Fernandes, 76 anos, um dos mais de 1,5 milhão de pessoas – entre jovens aci-ma de 15 anos, adultos e idosos – que foram alfabetizadas pelo Programa Todos pela Alfa-betização (TOPA), implantado pelo Governo do Estado, em 2007, através da Secretaria da Educação, em regime de colaboração entre os municípios.

Ao assegurar a alfabetização para as pessoas que não tiveram a oportunidade de se alfabetizar na idade certa, explica a professora alfabetizadora Luciana Correia, o TOPA promove, sobretudo, o resgate da cidadania, dentro da perspectiva de interven-ção socioeducacional, como aconteceu com o seu aluno Lauriano. O programa, que é realizado em parceria entre o Estado e prefei-turas municipais, entidades dos movimentos sociais e sindicais e universidades públicas e institutos de Educação sem fi ns lucrativos, conta, por exemplo, com a colaboração

Gestores e professores de 30 municípios das regiões da Chapada Diamantina e do Piemonte do Paraguaçu participaram, entre 2015 e 2017, de três ciclos de formação para o processo de monitoramento dos Planos Municipais de Educação (PME), um instrumento norteador para o trabalho educacional até 2025. Promovidas pela Coordenação de Programa Especiais (COPE) da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, as capacitações têm como objetivo fortalecer a rede de assistência, visando à implementação e avaliação dos Planos Estadual e Municipais de Educação.

A avaliadora educacional técnica da Rede de Monitoramento e Avaliação do Estado da Bahia, Zuma Silva, explica que a formação é o momento de esclarecimentos e subsídios sobre o papel dos coordena-dores e técnicos municipais, cumprindo o papel de prestar uma assistência técnica aos municípios no sentido de acompanhar a execução dos PME. A ação faz parte da rede de assistência da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação do SASE-MEC, dentro de uma parceria em regime de colaboração. “A

da Associação Comunitária Rural de Bento Simões, em Irará, onde a docente alfabetiza os seus alunos do TOPA.

“É muito gratifi cante ser professora do TOPA porque temos um público que não teve a oportunidade de frequentar uma escola quando crianças e jovens e chegam aqui, sem qualquer conhecimento, e dão um show de interesse, de dedicação, de apren-dizagem. A gente acompanha o esforço e o sucesso deles. São pessoas que, como Lauriano, não sabiam nem pegar no lápis, muito menos assinar o seu próprio nome. E quando vejo o desenvolvimento deles na escrita e na leitura só tenho a agradecer pela oportunidade de contribuir nesse processo”, relata a professora Luciana, que ensina para alunos entre 49 e 77 anos, entre aposenta-dos, donas de casa e agricultores.

MARCANDO VIDAS - No Colégio Municipal de Colônia, no município de Itaetê, na Chapada Diamantina, o programa de alfabetização de jovens e adultos também marca a vida de pessoas que não tiveram a oportunidade de se alfabetizar na idade cer-ta. É o caso da dona de casa Urânia Jesus Santos, 53 anos. “Estudei muito pouco na vida. Na época em que devia ter frequenta-do a escola, já tinha que trabalhar em casa de família para ajudar em casa. O TOPA

formação visa munir os técnicos para que eles possam fazer o trabalho na ponta de monitorização da execução das metas dos Planos Municipais de Educação, que estão ligados ao Plano Estadual de Educação e ao Plano Nacional de Educação”, detalha.

Durante os dois anos, conta a avalia-dora, houve formações específi cas para a elaboração dos PME nos municípios que ainda não o tinham e para os que já o tinham elaborado a capacitação foi uma ação de atualização em consonância ao Plano Nacional de Educação (PNE), que foi sancionado em 2014. Participaram técnicos de Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, Iramaia, Iraquara, Itaetê, Jussiape, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapeu, Mucugê, Nova Reden-ção, Novo Horizonte, Palmeiras e Piatã, Rio de Contas e Seabra, entre outros.

UNIVERSALIZAÇÃO - Nas aulas, foram discutidas, por exemplo, as 20 metas do plano, entre as quais as cinco primeiras, consideradas algumas das mais relevantes. “Elas tratam da universalização da Educa-ção Infantil; do Ensino Fundamental; do

inTEGraÇão famÍlia-EsCola

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chegou agora para melhorar a minha vida. Hoje, já consigo até escrever um bilhete, fazer contas, já leio um pouco, mas a minha meta é ler um livro inteiro e vou conseguir, porque comecei em agosto do ano passado e já progredi bastante, graças ao TOPA”.

A também dona de casa Iva de Oliveira Alves, 50, tem uma história de vida parecida com a da colega de turma. “Não tive muita oportunidade de prosseguir nos estudos; estudei só até a 4ª série do primário, como se chamava. Sempre fui fraca em Mate-mática e nas aulas do TOPA aprendi a fazer contas e agora escrevo o meu nome mais caprichado e já consigo até pegar em um livro para ler. Não quero nunca mais largar os estudos, quero me aperfeiçoar cada vez mais. O TOPA está mudando a minha vida porque hoje eu tenho mais interesse em evoluir, em crescer”.

A coordenadora do programa, em Ita-etê, Antônia Pereira dos Santos, conta que a proposta pedagógica segue o método do educador Paulo Freire e considera o rendimento dos estudantes do TOPA satisfa-tório. “As aulas da 10ª etapa do programa terminam em abril e os alunos já fi cam preocupados porque pela vontade deles as aulas não teriam fi m. Eles têm no TOPA um programa que os alfabetiza, mas que, sobretudo, eleva a autoestima deles”.

iTaETê

atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos; do acesso à Educação de todos os estudantes com defi ciência matriculados na rede, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, além da meta de alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o fi nal do Ensino Fundamental”, destaca Zuma Evangelista.

Outros pontos importantes discutidos nas formações, complementa, têm a ver com as metas 17 e 18, relativas, respecti-vamente, à valorização dos profi ssionais do magistério das redes públicas de Edu-cação Básica, de forma a equiparar o seu rendimento médio ao dos demais profi s-sionais com escolaridade equivalente, até o fi nal do sexto ano de vigência desses PME, e a garantia, também no prazo de dois anos, da elaboração do Plano de Carreira dos Profi ssionais da Educação Básica Pública, tomando como referência o piso salarial nacional profi ssional. “A consolidação da gestão democrática da educação, que está relacionada à meta 19, também foi um diálogo importante durante as formações”, enfatiza.

“A formação visa munir os técnicos para que eles possam

fazer o trabalho na ponta de monitorização da execução

das metas dos Planos Municipais de Educação,

que estão ligados ao Plano Estadual de Educação e ao

Plano Nacional de Educação”

Zuma Evangelista, avaliadora educacio-nal técnica da Rede de Monitoramento e

Avaliação do Estado da Bahia

fEira dE sanTana/morro do CHaPÉu

família na escola garante um melhor rendimento escolar dos alunosConsciente de que a presença da família na vida escolar de seus fi lhos é fundamental para o seu crescimento educacional, Iremar Moreira da Silva, pai da estudante Letícia Moreira, 16 anos, 2º ano do Instituto de Educação Gastão Guimarães, no município de Feira de Santana, participa assiduamente das atividades às quais é convidado pela unidade. Ele considera tão importante acom-panhar o desenvolvimento da fi lha e dos estudantes em geral que não hesitou em se candidatar para atuar no Colegiado Escolar, do qual hoje é representante dos pais.

“Acho muito importante os pais estarem presentes no processo educativo de seus fi lhos na escola. O colégio é a sua segunda casa, então, temos que estar aten-tos a tudo, porque é ali onde eles recebem formação, e a ausência dos seus responsá-veis, tanto na escola quanto em casa, acaba prejudicando a educação dos jovens, que tanto precisam de apoio como de limites”, opina o pai de Letícia, para quem a fi lha é um exemplo de aluna nota dez.

A dedicação à vida escolar da estudante está presente nas reuniões de pais, nos encontros do Colegiado Escolar e nas ações promovidas pela escola, como o evento “A Família na Escola”, no qual os pais e respon-sáveis mostraram os seus talentos por meio de declamação de poesia, apresentações de música e dança, exposição de crochê e culinária, além de terem usufruído dos

serviços de saúde oferecidos.A coordenadora pedagógica Andréa

Carvalho confi rma que a unidade escolar tem como proposta pedagógica a aproxi-mação, cada vez mais estreita, da família à vida escolar de seus fi lhos. “Estamos sempre disponíveis para receber os pais; temos uma sala de recursos multifuncionais, com professores especializados, para dar suporte aos pais; realizamos uma gincana cultural, na qual os pais também recebem tarefas; e na aula inaugural do ano letivo, os pais acolhem o nosso convite e participam de verdade. Tudo isso para dizer que quando a escola faz uma parceria com a família, os resultados são muito positivos: os alunos melhoram o seu aprendizado, a frequência e o comportamento; preocupam-se com a conservação do patrimônio escolar. Enfi m, eles fi cam mais comprometidos. Quando percebemos que os pais acreditam na escola, nós, professores e direção, nos senti-mos mais seguros no processo de ensino e aprendizagem”.

DIA D DA FAMÍLIA - No Colégio Estadual Edgar Dourado Lima, localizado no povoado de Fedegoso, em Morro do Chapéu, as atividades que proporcionam a partici-pação dos pais também são estimuladas com diversas ações. É o caso do “Dia D da Família”, realizado no fi nal de 2017, em sua segunda edição. O evento, que este ano

volta a acontecer, explica o diretor Edson Gonçalvez, visa promover a integração de pais e responsáveis dos estudantes junto à instituição escolar, a partir do programa “To-dos pela Escola”, do Governo do Estado, que propõe uma educação e uma escola pública de qualidade a partir do envolvimento da família e da comunidade em geral. “Pro-movemos o “Dia D da Família” para trazer os pais para dentro da escola, mostrando a eles a importância de viver a instituição, de acompanhar a vida dos seus fi lhos e o seu desempenho escolar”, afi rma.

Os estudantes consideram importante a presença dos seus pais na escola. “Minha mãe participa sempre do meu dia a dia aqui na escola, quer saber como eu estou indo nas disciplinas, e isso ajuda no meu desenvolvimento”, garante Kaliane Santos, 13 anos, 7ª série. A aluna Ana Barberino, 15 anos, 1º anos, também valoriza a iniciativa da escola. “Meus pais participam bastante do meu dia a dia no colégio e eu acho isso importante porque contribui para que eu seja uma boa aluna, pois me sinto mais comprometida”. Para o gestor Edgar, as atividades que congregam escola, pais, estudantes e funcionários “contribuem para se manter viva a chama do interesse coleti-vo de desenvolver um ensino de qualidade e o sentimento de pertencimento entre os alunos, que passam a se preocupar em valorizar a sua escola e a cuidar dela”. A estudante Letícia Moreira e seu pai, Seu Iremar Moreira

Mais de 1,5 milhão de pessoas já foram alfabetizadas pelo TOPA