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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO Projeto FEED de uma Unidade de Separação de Propeno Monografia submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a aprovação da disciplina: DAS 5511 Projeto de Fim de Curso Ricardo Seiti Gondo Florianópolis, Abril de 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Projeto FEED de uma Unidade de

Separação de Propeno

Monografia submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a aprovação da disciplina:

DAS 5511 Projeto de Fim de Curso

Ricardo Seiti Gondo

Florianópolis, Abril de 2008

Projeto FEED de uma Unidade de Separação de Propeno

Monografia submetida à Universidade Federal de Santa Catarina

como requisito para a aprovação da disciplina:

DAS 5511: Projeto de Fim de Curso

Ricardo Seiti Gondo

Florianópolis, abril de 2008

Projeto FEED de uma Unidade de Separação de Propeno

Ricardo Seiti Gondo

Esta monografia foi julgada no contexto da disciplina DAS 5511: Projeto de Fim de Curso

e aprovada na sua forma final pelo Curso de Engenharia de Controle e Automação

Banca Examinadora:

Eng. Raul Sudré Filho Orientador Empresa

Prof. Agustinho Plucênio Orientador do Curso

Prof. Augusto Humberto Bruciapaglia Responsável pela disciplina

Prof. Daniel Juan Pagano, Avaliador

Eduardo Alexandre Raduenz, Debatedor

Humberto Leitão Riella, Debatedor

i

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, que sempre iluminou o meu caminho,

possibilitando a conclusão de mais esta importante etapa de minha vida.

Agradeço à minha família, por estar sempre ao meu lado, apoiando minhas

escolhas e fornecendo todo o suporte necessário para que estas escolhas se

tornassem realidade.

Ao meu orientador Raul Sudré Filho, por sua imensa ajuda no

desenvolvimento deste trabalho e por sua grande dedicação em passar a todos o

seu enorme conhecimento profissional.

Ao meu orientador Prof. Agustinho Plucênio, pelas importantes sugestões

dadas para o desenvolvimento deste trabalho.

A todos da equipe de Instrumentação do projeto, que sempre tiveram

disposição para passarem o conhecimento que possuem.

Aos amigos que me acolheram na Chemtech, tornando mais agradáveis a

adaptação à empresa e o trabalho no projeto.

Aos meus amigos, que comigo compartilharam estes anos de universidade,

sempre presentes tanto nos momentos de descontração quanto nos momentos de

empenho.

Agradeço ainda ao apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP),

por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor do Petróleo e

Gás PRH-34 ANP/MCT.

A todos, meus sinceros agradecimentos.

ii

Resumo

O atual crescimento econômico do Brasil aponta para um aumento

considerável na demanda por poliolefinas. Dessa forma, é exigido um aumento na

produção de petroquímicos básicos, dentre os quais o propeno. Devido à

característica do petróleo brasileiro, o Brasil necessita de fontes alternativas para a

obtenção deste derivado. Para evitar a dependência e os altos custos da

importação, procuram-se alternativas de processos de produção dos petroquímicos

básicos, entre eles o Craqueamento Catalítico em Leito Fluidizado (FCC). O

presente trabalho apresenta o projeto FEED de uma unidade de separação de

propeno em uma refinaria, que produzirá propeno a partir de GLP proveniente de

uma unidade de FCC. O trabalho foi realizado como Projeto de Fim de Curso do

curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC). Em relação ao projeto, o trabalho foi realizado na disciplina de

Instrumentação. Serão apresentados a empresa em que o projeto foi desenvolvido,

a Unidade de Separação de Propeno, conceitos de Instrumentação Industrial,

conceitos de projetos de empreendimentos industriais e projeto FEED e o trabalho

realizado pelo autor no projeto.

iii

Abstract

The Brazilian current economic growth points to a considerable increase in the

demand for polyolefins. Thus, it is required an increase in the production of basic

petrochemicals, including propylene. Due to the Brazilian petroleum characteristics,

the country needs alternative sources for obtaining this product. To avoid the

dependence and the high importation costs, alternative production processes of

basic petrochemicals are searched, including the Fluid Catalytic Cracking (FCC).

This paper shows the FEED project of a Propylene Production Unit in a refinery that

will produce propylene from LPG produced in a FCC unit. The work was developed

as the Final Project of the Control and Automation Engineering course at

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). The work was performed in the

Instrumentation area of the FEED project. This document covers a presentation of

the company where the work was developed, explain the nature of FEED projects,

the Propylene Production Unit, concepts of Industrial Instrumentation, concepts of

industrial ventures projects and FEED projects and finally the work performed by the

author in the project.

iv

Sumário

Agradecimentos................................................................................................. i

Resumo ............................................................................................................ ii

Abstract ........................................................................................................... iii

Sumário ........................................................................................................... iv

Simbologia...................................................................................................... vii

Capítulo 1: Introdução ......................................................................................1

1.1: Contextualização ...................................................................................2

1.1.1: Contextualização no Projeto............................................................2

1.1.2: Contextualização no Curso .............................................................2

Capítulo 2: A Empresa .....................................................................................4

2.1: Chemtech...............................................................................................4

2.2: REGAP ..................................................................................................6

2.2.1: Unidade de Separação de Propeno ................................................7

2.2.1.1: Seção de Alimentação de Carga ..............................................7

2.2.1.1.1: FCC – Craqueamento Catalítico em Leito Fluidizado ........8

2.2.1.2: Seção de Depropanização........................................................8

2.2.1.3: Seção de Tratamento Cáustico ................................................8

2.2.1.4: Seção de Desetanização..........................................................9

2.2.1.5: Seção de Separação de C3 ......................................................9

Capítulo 3: Fundamentação Teórica ..............................................................10

3.1: Instrumentação Industrial.....................................................................10

3.2: Instrumentação Convencional .............................................................14

3.2.1: Protocolo HART ............................................................................16

v

3.3: Redes de Campo .................................................................................19

3.3.1: Vantagens da instrumentação em rede ........................................20

3.3.2: FOUNDATION Fieldbus ................................................................24

3.3.2.1: A Tecnologia FOUNDATION Fieldbus....................................25

3.3.2.1.1: Camada Física .................................................................28

3.3.2.1.2: Pilha de Comunicação .....................................................30

3.3.2.1.3: Camada do Usuário .........................................................32

3.3.2.2: Vantagens do FOUNDATION Fieldbus ..................................33

3.3.2.2.1: Redução de equipamentos ..............................................33

3.3.2.2.2: Redução de cabos ...........................................................35

3.3.2.2.3: Quantidade e qualidade dos dados..................................35

3.3.2.2.4: Manutenção .....................................................................36

3.3.2.2.5: Interoperabilidade ............................................................36

Capítulo 4: Projeto FEED ...............................................................................37

4.1: FEED ...................................................................................................41

4.2: FEED da Unidade de Separação de Propeno da REGAP...................42

Capítulo 5: Trabalho Desenvolvido.................................................................43

5.1: Documentos elaborados ......................................................................44

5.1.1: Detalhes Típicos de Instalação .....................................................44

5.1.1.1: Exemplos de Detalhes Típicos de Instalação .........................46

5.1.1.1.1: Detalhes Típicos de Instalação ao Processo ...................48

5.1.1.1.2: Detalhes Típicos de Instalação Elétrica ...........................51

5.1.1.1.3: Detalhes Típicos de Instalação Pneumática ....................53

5.1.2: Levantamento de Quantitativos de Materiais ................................55

5.1.2.1: Eletrodutos Rígidos.................................................................56

5.1.2.2: Envelopes de concreto ...........................................................58

vi

Capítulo 6: Conclusões e Perspectivas ..........................................................62

Bibliografia:.....................................................................................................63

Anexo A: Detalhe Típico de Instalação ao Processo ...................................65

Anexo B: Detalhe Típico de Instalação Elétrica ...........................................66

Anexo C: Detalhe Típico de Instalação Pneumática....................................67

Anexo D: Exemplo de folha de sumário.......................................................68

Anexo E: Levantamento de Quantitativos de Materiais ...............................69

vii

Simbologia

CLP - Controlador Lógico Programável

FCC – Fluid Catalytic Cracking (Craqueamento Catalítico em Leito Fluidizado)

FEED – Front End Engineering Design

FSK – Frequency Shift Keying (Chaveamento por Deslocamentos de

Freqüência)

HART – Highway Addressable Remote Transducer

IEC – International Electrotechnical Commission

ISA – The Instrumentation, Systems, and Automation Society

ISO – International Organization for Standardization

GLP – Gás Liquefeito de Petróleo

LAS – Link Active Scheduler

OSI – Open System Interconnection

REGAP – Refinaria Gabriel Passos - PETROBRAS

SDCD - Sistema Digital de Controle Distribuído

1

Capítulo 1: Introdução

O atual crescimento econômico do Brasil aponta para um aumento

considerável na demanda por poliolefinas1. No ano de 2007, por exemplo, houve um

aumento de 10,2% na demanda por polipropileno, e foram consumidas 1,227 milhão

de toneladas do produto [ 1 ]. Dessa forma, é exigido um aumento na produção de

petroquímicos básicos, dentre os quais o propeno. Devido à característica naftênico-

aromática do petróleo brasileiro, que gera não só um rendimento menor de nafta2,

mas também a produção de nafta de qualidade inferior, o Brasil necessita de fontes

alternativas para obtenção deste derivado. Para evitar a dependência e os altos

custos da importação, procuram-se alternativas de processos de produção dos

petroquímicos básicos, entre eles o Craqueamento Catalítico em Leito Fluidizado

(FCC).

Este trabalho visa mostrar o que é e como foi realizado o projeto FEED de

uma unidade de separação de propeno em uma refinaria. O projeto foi realizado no

escopo da disciplina Projeto de Fim de Curso, com o objetivo de consolidar os

conhecimentos adquiridos durante o curso de Engenharia de Controle e Automação,

desenvolvendo também capacitação e autoconfiança na geração de soluções

através da execução de um projeto prático.

O documento está estruturado da seguinte forma: ainda neste capítulo, o

trabalho será contextualizado dentro do projeto e do curso; no Capítulo 2:, será

apresentada uma visão geral da empresa, do cliente e da unidade projetada; no

Capítulo 3:, será mostrada a fundamentação teórica de alguns aspectos

relacionados com o projeto; então, no Capítulo 4:, apresentar-se-á o projeto em que

o trabalho foi realizado e, logo após, no Capítulo 5:, a área envolvida e as atividades

1 Polímeros que têm como monômero uma olefina, um hidrocarboneto de cadeia aberta que

apresenta pelo menos uma ligação dupla entre carbonos.

2 Derivado de petróleo utilizado principalmente como matéria-prima da indústria petroquímica

("nafta petroquímica" ou "nafta não-energética") na produção de eteno e propeno, além de outras

frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos.

2

desenvolvidas no projeto; por final, no Capítulo 6:, será apresentada uma conclusão

sobre o trabalho e perspectivas futuras.

1.1: Contextualização

1.1.1: Contextualização no Projeto

O trabalho foi desenvolvido no escopo do projeto FEED REGAP, que será

mais bem explicado no Capítulo 4. A área técnica do projeto é dividida em

disciplinas, como pode ser observado na Figura 1.1, e o trabalho faz parte da

disciplina de Instrumentação.

Figura 1.1 – Disciplinas do projeto FEED REGAP

1.1.2: Contextualização no Curso

O projeto desenvolvido enquadra áreas relacionadas com diversas disciplinas

do curso de Engenharia de Controle e Automação. Têm-se envolvidos:

• conceitos de arquitetura de computadores industriais e de Controladores

Lógicos Programáveis (CLP), abordados em Informática Industrial I;

3

• conceitos de mecânica dos fluidos vistos em Fenômenos de Transporte,

já que o processo envolve transporte de fluidos e medição de suas respectivas

variáveis;

• conceitos de processos químicos, propriedades e características de

funcionamento de instrumentos e representação de sistemas, expostos em

Processos em Engenharia;

• alguns conceitos de Eletrônica Básica, utilizados para o entendimento do

funcionamento dos transmissores e atuadores;

• assuntos abordados em Medição de Grandezas Mecânicas, tais como

transdução, transmissão e tratamento de sinais, instrumentos e técnicas de

medição;

• conceitos de controle vistos nas disciplinas de Sinais e Sistemas Lineares

e Sistemas Realimentados;

• conceitos como redes de comunicação e redes locais industriais,

expostos em Redes de Computadores para Automação Industrial;

• assuntos abordados em Instrumentação em Controle;

Estão envolvidas também, sem dúvida, áreas relacionadas com as disciplinas

do PRH-34, o Programa de Formação de Engenheiros nas Áreas de Automação,

Controle e Instrumentação para a Indústria de Petróleo e Gás:

• conceitos de petróleo e gás vistos em Fundamentos de Engenharia de

Petróleo e Gás;

• assuntos abordados em Tópicos Especiais em Informática Industrial:

Automação Aplicada à Indústria do Petróleo e Gás, como instrumentação para a

indústria de Petróleo e Gás e redes de campo;

• conceitos de controle expostos em Tópicos Especiais em Controle:

Técnicas de Controle Aplicadas à Indústria de Petróleo e Gás.

4

Capítulo 2: A Empresa

Neste capítulo, serão apresentadas a empresa onde o projeto foi

desenvolvido, a unidade do cliente que receberá a nova planta e a planta cujo

projeto foi realizado.

2.1: Chemtech

Fundada no Rio de Janeiro em 1989 por três engenheiros químicos formados

pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), a Chemtech é uma empresa especializada

em serviços e em soluções de TI para indústrias de processo (óleo e gás,

petroquímica e química, metais e mineração, papel e celulose, alimentos e bebidas).

Em março de 2001, a empresa passou a fazer parte do grupo Siemens e foi inserida

na divisão I&P (Industry and Plants) do grupo I&S (Industrial Solutions and

Services). No início deste ano de 2008, com a reestruturação da Siemens mundial, a

empresa passou para a divisão Oil & Gas do setor Energy.

Entre seus clientes estão Petrobras, Ambev, Nestlé, Monsanto, ExxonMobil,

Saudi Aramco, Shell e ChevronTexaco. A empresa trabalha ainda com as 10

maiores empresas químicas e petroquímicas do Brasil, com as 5 maiores papeleiras,

as 4 maiores mineradoras, 3 das 5 maiores siderúrgicas e 4 das 6 maiores

indústrias de produtos para consumidores, de acordo com ranking da revista Exame.

Com mais de 15 anos de atuação no mercado de óleo e gás, a Chemtech

possui larga experiência e comprovada atuação no desenvolvimento de soluções

para refinarias de petróleo no mundo inteiro. Só no Brasil, 90% das unidades de

refino da Petrobras já contam com as soluções e com o suporte técnico da

Chemtech, gerando um total de mais de 30 projetos desenvolvidos para este

mercado. Entre estas unidades de refino com soluções da Chemtech, encontra-se a

REGAP, onde a nova planta, alvo deste projeto, será construída.

5

Com escritórios no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA), Belo

Horizonte (MG), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Houston (Texas, EUA), a

Chemtech atua em diversas áreas, como pode ser visto na figura seguinte.

Figura 2.1 – Áreas de atuação da Chemtech

A Chemtech oferece basicamente três grandes grupos de soluções:

• Conceituar e projetar

No projeto conceitual e na engenharia básica é feito um uso intensivo da

simulação de processos e da fluidodinâmica computacional. O objetivo é chegar aos

melhores arranjos e dimensões de equipamentos e às melhores condições

operacionais para os processos de transformação e agregação de valor que

ocorrem nas indústrias.

• Negócios e processos

Fluxo de informação entre o chão de fábrica e o nível corporativo do cliente.

Inclui desde o serviço de automação industrial até a integração com os sistemas

ERP, envolvendo a implantação dos sistemas de informação e de sistemas LIMS e

MES. O objetivo é desenvolver a integração entre as diversas áreas da empresa a

fim de maximizar seu desempenho como um todo.

6

• Operação e produção

Otimização do processo e da produção. Inclui a sintonia de malhas de

controle, o controle avançado do processo, a otimização e o planejamento e a

programação avançada de produção. O objetivo é elaborar e executar estratégias

para o melhor aproveitamento das oportunidades da empresa em relação aos

recursos e às restrições existentes.

2.2: REGAP

A Refinaria Gabriel Passos – REGAP está localizada no município de Betim,

MG. Ela possui uma área de aproximadamente 12,5 km² e tem uma capacidade

instalada de 151 mil barris/dia. A refinaria tem o nome do engenheiro Gabriel

Resende Passos que, ao ocupar o cargo de Ministro das Minas e Energia, lutou pela

instalação da unidade em Minas Gerais. As obras começaram em 1962 - pouco

antes da morte dele. Em 30 de março de 1968, a refinaria foi inaugurada, no que na

época era considerada zona rural. Hoje, tudo faz parte da área metropolitana de

Belo Horizonte [ 2 ].

Figura 2.2 – Vista aérea de uma área da Refinaria Gabriel Passos

7

2.2.1: Unidade de Separação de Propeno

A Unidade de Separação de Propeno é a unidade de processo que compõe o

projeto, ou seja, é a unidade onde o propeno será produzido. As demais unidades

que fazem parte do projeto são unidades de utilidades (vapor, água, ar comprimido),

unidades fornecedoras de matéria-prima, unidades recebedoras do propeno e

unidades de interligação entre estas e a unidade de propeno.

A Unidade de Separação de Propeno da REGAP foi projetada para ter a

capacidade de produzir 112.000 toneladas de propeno de alta pureza (95% molar no

mínimo) por ano. Ela consiste em uma Seção de Alimentação de Carga, três

diferentes colunas de destilação (Depropanizadora, Desetanizadora e Separadora

de C3) e uma Seção de Tratamento Cáustico, conforme pode ser visto na Figura 2.3.

O processo será explicado nos próximos subitens.

GLPGLPGLPGLP

ALIMENTAÇÃO

DEPROPANIZAÇÃO

DEETANIZAÇÃO

TRATAMENTOCÁUSTICO

SEPARAÇÃO

DE

C

C CUT

PROPANO

PROPENOPROPENOPROPENOPROPENO

3

C CUT4C3

C2

3

Figura 2.3 – Esquemático da Unidade de Separação de Propeno

2.2.1.1: Seção de Alimentação de Carga

A Unidade de Separação de Propeno será alimentada por GLP (Gás

Liquefeito de Petróleo) das unidades de FCC (Fluid Catalytic Cracking) existentes na

REGAP. O GLP será acumulado em um vaso, como representado na Figura 2.3, e

será bombeado para a Seção de Depropanização.

8

2.2.1.1.1: FCC – Craqueamento Catalítico em Leito Fluidizado

Durante os anos, a proporção de hidrocarbonetos leves que o mercado

consumidor necessita aumentou em relação aos hidrocarbonetos pesados. Tornou-

se claro que, destilando óleo bruto suficiente para satisfazer este mercado de

hidrocarbonetos leves, haveria muita abundância dos componentes pesados. E isso

inverteu a situação vista no século XIX, quando literalmente gasolina foi jogada fora

já que era processado óleo bruto suficiente para a produção de óleo combustível. A

nova economia viu os preços da gasolina subirem, ao passo que os preços dos

componentes pesados caíram [ 3 ].

Para se lidar com este problema, várias técnicas de craqueamento foram

desenvolvidas, sendo a mais popular o craqueamento catalítico. O Craqueamento

Catalítico em Leito Fluidizado (FCC) é um processo que permite, através da quebra

de moléculas pesadas presentes nos gasóleos e resíduos, a produção de derivados

nobres de alto valor, como gasolina, GLP e petroquímicos básicos, como eteno e

propeno [ 4 ]. Dessa forma, o FCC contribui para solucionar o problema, ajustando a

produção da refinaria às necessidades do mercado consumidor, devido à sua

grande flexibilidade operacional.

2.2.1.2: Seção de Depropanização

O GLP vindo da Seção de Alimentação alimenta a Coluna Depropanizadora.

Nesta coluna, é realizada a separação de C3 dos componentes mais pesados. O

produto de topo, denominado C3 Cut, é bombeado para a Seção de Tratamento

Cáustico, e tem no máximo 0,1% molar de hidrocarbonetos pesados. Já o produto

de fundo, denominado C4 Cut, não interessa ao processo e é bombeado para a

tancagem de armazenamento de GLP da REGAP.

2.2.1.3: Seção de Tratamento Cáustico

Antes de ir para a Seção de Desetanização, o produto de topo da Coluna

Depropanizadora passa por um tratamento cáustico. Tratamentos cáusticos são

9

usualmente utilizados para a remoção de compostos ácidos como gás carbônico

(CO2), gás sulfídrico (H2S), mercaptans (RSH) e fenóis (AROH) [ 5 ]. Neste caso, o

tratamento é utilizado para a remoção dos compostos de enxofre.

Os compostos sulfurados, além de indesejáveis, pois concorrem para

aumentar a polaridade dos óleos (aumentando a estabilidade das emulsões), são os

responsáveis pela corrosividade dos produtos do petróleo, contaminam os

catalisadores utilizados nos processos de transformação e determinam a cor e o

cheiro dos produtos finais. São tóxicos e produzem SO2 e SO3 por combustão,

gases altamente poluentes da atmosfera, os quais formam H2SO3 e H2SO4 em meio

aquoso [ 6 ].

Após o tratamento cáustico, a corrente tem, no máximo, 4 ppm em base

mássica de enxofre.

2.2.1.4: Seção de Desetanização

Depois de passar pela Depropanização e pelo Tratamento Cáustico, o fluido

de processo segue para a Desetanização. Nesta etapa, o etano é separado como

produto de topo da Coluna Desetanizadora e é direcionado para as unidades de

FCC para ser utilizado posteriormente. O produto de fundo, composto

majoritariamente por propano e propeno, segue para a Seção de Separação de C3.

2.2.1.5: Seção de Separação de C3

Neste processo, a corrente vinda da Seção de Desetanização alimenta a

Coluna de Separação de C3, que a separa em propano e propeno. O propano,

produto de fundo da coluna, é bombeado para a tancagem de armazenamento de

GLP da refinaria. O produto de topo é retirado da coluna com especificação de, no

mínimo, 95% molar de propeno, e é o produto final da unidade.

10

Capítulo 3: Fundamentação Teórica

No escopo do projeto da Unidade de Separação de Propeno, o trabalho foi

desenvolvido na disciplina de Instrumentação. Assim, neste capítulo serão

apresentados tópicos referentes a Instrumentação Industrial, que auxiliarão no

entendimento deste projeto.

Em Instrumentação Industrial, serão detalhados dois tipos de tecnologias: a

instrumentação analógica convencional e a instrumentação em rede, com destaque

para FOUNDATION Fieldbus.

Segundo especificações do projeto, a instrumentação das novas unidades de

processo deve utilizar a tecnologia FOUNDATION Fieldbus. A Unidade de

Separação de Propeno será uma das primeiras unidades da Petrobras a utilizar esta

tecnologia.

Entretanto, em alguns casos será utilizada instrumentação analógica

convencional. Para o Sistema Instrumentado de Segurança – SIS 1 e para as

alterações nas unidades existentes (que utilizam instrumentação convencional), por

exemplo, deve ser usado este tipo de instrumentação. Também para as unidades

novas, nos casos de instrumentos que não estão disponíveis em tecnologia

FOUNDATION Fieldbus, deve ser utilizada instrumentação convencional.

3.1: Instrumentação Industrial

No fim do século XVIII, James Watt foi responsável pelo projeto do primeiro

sistema de controle conhecido. Utilizando técnicas de realimentação, ele

desenvolveu um equipamento para controle de velocidade de um motor a vapor. O

sistema consiste em um par de esferas em aço acopladas a um eixo vertical

1 Sistema eletrônico projetado para responder a condições anormais de processo, prevenindo

o perigo ou reduzindo as conseqüências potenciais desse perigo. Um SIS é composto por sensores,

executores da lógica e elementos finais.

11

giratório. Duas hastes verticais são usadas para ligar as esferas a um anel

deslizante conectado ao eixo vertical. Este anel, por sua vez, está ligado à válvula

de vapor. Dessa maneira, a força centrífuga causada pela rotação do eixo faz com

que as esferas se afastem do eixo e a vazão de vapor fornecida para o motor seja

regulada pela válvula. O sistema pode ser visto na Figura 3.1.

Figura 3.1 – O regulador de velocidade de James Watt

Em todos os tipos de processos, é desejável que se mantenham diversas

variáveis em um valor pré-determinado – no caso do sistema de Watt, a velocidade.

O objetivo de controlar estas variáveis pode ser o aumento de produtividade, a

melhoria na qualidade do produto, segurança, proteção do meio ambiente. E, para

isso, são utilizados os instrumentos de medição e controle e são desenvolvidas as

estratégias de controle.

O sistema desenvolvido por Watt reunia as funções de medição, controle e

atuação em um só equipamento. E tais instrumentos de controle de processos

diretamente conectados dominaram o controle de processos até o fim da década de

1930. Nos anos 40, com o desenvolvimento dos sistemas com transmissão

12

pneumática, tornou-se possível o surgimento de redes complexas e salas de

controle centrais. A instrumentação eletrônica tornou-se disponível a partir da

década de 1950, e a sua popularidade cresceu rapidamente, deixando obsoletos os

instrumentos com transmissão pneumática. Nas últimas décadas, houve o

desenvolvimento de técnicas de instrumentação digital, que pôde melhorar o

desempenho de processos mais complexos. Entretanto, a tendência atual não é o

desaparecimento da instrumentação analógica, e sim a combinação de ambas as

tecnologias [ 7 ].

Em um sistema de controle em malha fechada, existem três etapas

fundamentais, como pode ser visto na Figura 3.2: medição da variável a ser

controlada, comparação com um valor desejável (setpoint) e atuação no processo.

Nestas três etapas, tem-se a presença da instrumentação.

ATUAÇÃO PROCESSO MEDIÇÃO

CONTROLE

Figura 3.2 – Sistema de controle em malha fechada

• Medição: para realizar esta função, são utilizados sensores e

transmissores. Estes instrumentos determinam o valor da variável de processo, o

transformam para um sinal de saída, usualmente elétrico, e o transmitem para o

sistema de controle. Um transmissor de pressão diferencial é mostrado na Figura 3.3

como exemplo de elemento de medição.

13

Figura 3.3 – Exemplo de transmissor

• Controle: os controladores são os responsáveis por receber o valor da

variável de processo através do transmissor e o comparar com o valor desejado, e

geração de um sinal para atuação no processo. Um exemplo de controlador é

mostrado na Figura 3.4.

Figura 3.4 – Exemplo de controlador

14

• Atuação: os elementos finais de controle são os responsáveis pela

atuação no processo. Eles recebem o sinal do controlador e interferem no processo

de forma a modificar o valor da variável manipulada. Estes elementos em sua

grande maioria são válvulas de controle, mas podem também ser bombas, motores,

resistências elétricas. Na Figura 3.5, é mostrado um exemplo de válvula de controle

pneumática.

Figura 3.5 – Exemplo de elemento final de controle

3.2: Instrumentação Convencional

Por volta de 1950, já estava consolidado o uso de instrumentação

pneumática, com sinal de saída de ar normalizado entre 3-15 psi para sensores e

atuadores. Os sinais de medição e de controle, pneumáticos, eram reunidos na sala

de operação, onde existia uma grande quantidade de indicadores, registradores e

controladores pneumáticos, sendo o controle, na maioria dos casos, feito variável a

variável.

Em torno de 1960, começou a se popularizar a instrumentação eletrônica, em

que o sinal pneumático foi substituído por um sinal elétrico contínuo. Neste tipo de

sistema, a medida variável de processo é transformada em um sinal de corrente na

faixa 4-20 mA. Foi muito grande, e continua a ser, a quantidade de instrumentos que

15

utiliza o sinal em corrente. Este tipo de instrumentação analógica é conhecido como

Instrumentação Convencional.

No sistema de Instrumentação Convencional, a transmissão dos dados é

realizada a partir de um par de fios elétricos. Para a transmissão de cada variável, é

utilizado um par de fios que liga o sensor aos controladores da sala de controle. Da

mesma forma, um par de fios é utilizado para a transmissão do sinal de controle do

controlador para o atuador no campo. Esta arquitetura pode ser vista na Figura 3.6.

XT XT

Controladores

Indicadores

Registradores

Alarmes

Figura 3.6 - Sensores e atuadores conectados aos controladores da sala de controle

Um “transmissor de 4 a 20”, como é usualmente chamado, recebe o sinal do

transdutor e o converte em sinal de corrente, da seguinte forma: 4 mA para o valor

mínimo a ser medido pelo sensor, e 20 mA para o valor máximo a ser medido. Os

valores intermediários normalmente são proporcionais, com função de transferência

linear. Se este não for o caso, a função de transferência deve ser conhecida (ou ter

16

valores pontuais tabelados), para que se efetue a correta correlação entre a corrente

e a grandeza que está sendo medida.

A utilização da corrente de 4 mA como valor mínimo, ao invés de 0 mA, deve-

se principalmente a dois fatores. O primeiro é que, na maioria dos casos, a

alimentação dos sensores é realizada pelo mesmo par de fios que transmite o sinal.

Dessa forma, utilizando-se o valor mínimo de 4 mA, é possível garantir a

alimentação do circuito do transmissor mesmo quando o valor medido é o mais

baixo da faixa de medição. Além disso, o sinal mínimo de 4 mA permite a distinção

entre o valor mínimo medido e a presença de algum problema no sensor, no circuito

ou na linha de transmissão, como o rompimento dos cabos de transmissão,

detectado quando se recebe qualquer sinal abaixo de 4 mA.

A razão para se utilizar um sinal de corrente, e não um sinal de tensão, é que

sinais de corrente não sofrem o efeito da queda de tensão na linha, nas conexões e

nos demais elementos do circuito. Se fosse transmitido um sinal de tensão, para

cada comprimento de linha de transmissão, haveria diferentes quedas de tensão, o

que produziria erros difíceis de serem identificados no sinal recebido. Com o sinal de

corrente, isso não acontece, uma vez que o transmissor irá manter a corrente

constante e proporcional à variável do processo.

Com o passar dos anos, tornou-se cada vez maior a necessidade de se

trocar mais dados entre os sistemas de controle e os instrumentos. Com o sinal

analógico de corrente, era possível a transmissão de somente um sinal, o valor

medido da variável de processo.

Para suprir essa necessidade por um maior fluxo de informações, começaram

a surgir as redes de campo. O protocolo HART foi um dos primeiros a serem

desenvolvidos, e apresentava a vantagem de utilizar o mesmo par de fios dos

instrumentos analógicos 4-20 mA para a comunicação.

3.2.1: Protocolo HART

O protocolo de comunicação HART (Highway Addressable Remote

Transducer) é mundialmente reconhecido como um padrão da indústria para

comunicação de instrumentos de campo inteligentes 4-20 mA microprocessados. O

17

uso dessa tecnologia vem crescendo rapidamente e hoje virtualmente todos os

maiores fabricantes de instrumentação mundiais oferecem produtos dotados de

comunicação HART [ 8 ].

O Protocolo HART possibilita a comunicação digital bidirecional em

instrumentos de campo inteligentes sem interferir no sinal analógico de 4-20 mA.

Tanto o sinal analógico 4-20 mA como o sinal digital de comunicação HART podem

ser transmitidos simultaneamente na mesma fiação. A variável primária e a

informação do sinal de controle podem ser transmitidas pelo 4-20 mA, se desejado,

enquanto que as medições adicionais, parâmetros de processo, configuração do

instrumento, calibração e as informações de diagnóstico são disponibilizados na

mesma fiação e ao mesmo tempo.

A comunicação digital é realizada através de sobreposição do sinal digital ao

sinal de 4-20 mA, utilizando-se o padrão Bell 202, de chaveamento por

deslocamentos de freqüência (FSK – Frequency Shift Keying). Por ser o sinal digital

FSK simétrico em relação ao zero, não existe nível DC associado ao sinal e,

portanto, ele não interfere no sinal de 4-20 mA. A lógica “1” é representada por uma

freqüência de 1200 Hz e a lógica “0” é representada por uma freqüência de 2200

Hz, como mostrado na Figura 3.7. O sinal HART FSK possibilita a comunicação

digital em duas vias, o que torna possível a transmissão e recepção de informações

adicionais, além da normal que é a variável de processo em instrumentos de campo

inteligentes.

Figura 3.7 – Tecnologia FSK utilizada pelo protocolo HART para codificar a informação digital

sobre o sinal de corrente

18

O HART é um protocolo do tipo mestre / escravo, o que significa que um

instrumento de campo (escravo) somente “responde” quando “perguntado” por um

mestre. Dois mestres (primário e secundário) podem se comunicar com um

instrumento escravo em uma rede HART. Os mestres secundários, como os

terminais portáteis de configuração 1 , podem ser conectados normalmente em

qualquer ponto da rede e se comunicar com os instrumentos de campo sem

provocar distúrbios na comunicação com o mestre primário. O mestre primário é

tipicamente um SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído), um CLP

(Controlador Lógico Programável), um controle central baseado em computador ou

um sistema de monitoração. Uma instalação típica com dois mestres é mostrada na

Figura 3.8.

Figura 3.8 – Dois equipamentos mestres acessando o mesmo equipamento de campo (escravo)

Até hoje, o Protocolo HART ainda se apresenta aos usuários um ótimo

caminho de migração da instrumentação analógica para usufruir os benefícios da

comunicação digital para a instrumentação inteligente. Mesmo com o surgimento

das redes de campo, que serão apresentadas na próxima seção, o HART ainda

continuará bastante presente, pois permite os benefícios da comunicação remota, a

flexibilidade e a precisão da comunicação de dados digital, o diagnóstico dos

1 Equipamentos portáteis que permitem a configuração, a calibração e o acesso às

informações dos equipamentos de campo.

19

instrumentos de campo e o uso de poderosos instrumentos com múltiplas variáveis,

sem que haja a necessidade de trocar sistemas inteiros.

3.3: Redes de Campo

O surgimento de sistemas híbridos HART, que utilizam a sobreposição de

sinal digital ao sinal analógico, foi um grande passo no sentido da evolução da

instrumentação industrial. Com a instrumentação inteligente, tornou-se possível

efetuar diagnósticos, usar indicadores locais digitais que mostram o nome da cadeia

de medição, as unidades utilizadas na apresentação das grandezas, a validade da

medição e efetuar a calibração numericamente.

Entretanto, com o aumento do número de instalações de grande porte, em

que o custo dos cabos de ligação dos instrumentos constitui uma fração significativa

do custo de um sistema de controle, houve a necessidade de diminuir a quantidade

de cablagem numa instalação. Neste sentido, iniciaram-se as pesquisas para o

desenvolvimento de uma instrumentação ligada em rede.

A instrumentação em rede começou a aparecer por volta de 1990/1995 [ 9 ].

Uma vez que se trata de instrumentação exclusivamente digital, surgiu o seguinte

problema: qual o protocolo que deve ser utilizado de modo a haver

interoperabilidade, ou seja, um instrumento de um determinado fabricante possa ser

substituído por outro de outro fabricante sem que haja qualquer problema de

compatibilidade. Apesar de ter havido um grande esforço com o objetivo de se

utilizar apenas um tipo de rede, com apenas um protocolo, não tem sido possível

alcançar este objetivo, devido tanto a considerações de ordem técnica quanto a

conflitos de interesses econômicos e políticos. Dessa forma, surgiram diversos tipos

de redes, conforme a aplicação a que se destinam e a zona econômica em que

estão inseridos os fabricantes. São exemplos as redes AS-i, DeviceNet,

FOUNDATION Fieldbus, Modbus, PROFIBUS. Por ser a tecnologia escolhida para a

instrumentação do projeto desenvolvido, a rede FOUNDATION Fieldbus será

apresentada ainda neste capítulo.

20

3.3.1: Vantagens da instrumentação em rede

A instrumentação em rede tem diversas vantagens quando comparada com a

instrumentação convencional. Algumas destas vantagens, citadas por BERGE [ 10 ],

serão apresentadas a seguir.

• Quantidade de informações transmitidas

Com a utilização da comunicação digital, toda a informação de centenas de

malhas e pontos de monitoração pode ser transmitida para o console do operador

na sala de controle com uma única rede. Ela transporta não somente informações

de entradas e saídas como variáveis manipuladas e de processo, mas também

informação operacional, como referência (setpoint), modo de operação, alarmes e

ajuste em ambas as direções, para e da sala de controle. Assim, tornou-se possível

o processamento distribuído, como também informações de diagnóstico,

configuração, alcance, identificação puderam ser adicionadas, primeiramente nos

controladores, mas depois também nos instrumentos de campo, como os

transmissores e posicionadores de válvulas. Graças às redes, instrumentos de

campo podem realizar não apenas operações de medição e atuação, mas também

têm características e funções de controle e gerenciamento de ativos1.

• Comunicação multiponto

Um segundo grande benefício da comunicação digital é a capacidade de

conectar diversos equipamentos ao mesmo par de fios formando uma rede

multiponto (multidrop) que divide um meio de comunicação comum, como pode ser

visto na Figura 3.9. Comparada com a comunicação analógica, que necessitava de

um par de fios para cada instrumento, isso reduz a quantidade de cabos necessária,

especialmente para a instrumentação em campo envolvendo grandes distâncias e

grande número de instrumentos. Até mesmo para uma quantidade pequena de

1 Utilização de informações presentes e associadas aos ativos (instrumentos) em questão

para predizer uma falha futura, de modo a realizar uma manutenção preditiva ou até pró-ativa, ou seja,

atuando na causa e não somente na conseqüência.

21

instrumentos, a quantidade de cabo necessária é bastante reduzida, traduzindo em

economias em equipamentos e instalação.

Figura 3.9 – Equipamentos dividindo um meio de comunicação comum

Na forma mais simples de comunicação, um equipamento atua como mestre,

solicitando a leitura ou a escrita de um valor em outro equipamento, como um

instrumento de campo, que age como escravo. O escravo, então, responde à

solicitação. Um exemplo deste modo de comunicação é um equipamento de

tecnologia HART ou PROFIBUS agindo como mestre e escrevendo um parâmetro

em um posicionador escravo de tempos em tempos. Outro exemplo é um CLP

mestre lendo uma variável de processo de um transmissor escravo e, após calcular

o algoritmo de controle, escrevendo a saída em um posicionador escravo. Este

modo pode ser visto na Figura 3.10.

22

Figura 3.10 – Modo de comunicação mestre / escravo

Um outro modo de comunicação é o publisher / subscriber. Neste modo, um

equipamento, atuando como publisher publica um valor no meio de comunicação, e

esta informação é utilizada por todos os equipamentos interessados, que atuam

como subscribers. Esse modo é bastante eficiente, pois o valor é transmitido por um

instrumento em campo diretamente para outros em uma transmissão única,

atingindo vários subscribers de uma só vez. Este método, utilizado pelo

FOUNDATION Fieldbus para o controle em malha fechada, por exemplo, pode ser

visto na Figura 3.11.

Figura 3.11 – Modo de comunicação publisher / subscriber

23

• Robustez

Em um sistema analógico 4-20 mA, os valores são transmitidos em uma

variação infinita de corrente. Um erro no sinal simplesmente leva um sinal válido

para outro sinal válido. Mesmo o sinal do mais exato transmissor analógico pode ser

totalmente incerto quando ele chega ao controlador. A comunicação digital tem a

vantagem de ter um sinal muito robusto, com apenas dois estados válidos (um e

zero). Ele é transmitido diretamente ou codificado de alguma forma, e é, assim,

menos sensível a perturbações que um sinal analógico. Ainda mais importante,

usando-se técnicas de detecção de erros, é possível reconhecer se o sinal foi

distorcido, e, se ele foi, descartar a mensagem e possivelmente pedir para ela ser

retransmitida. Uma distorção em um sinal analógico não pode ser detectada porque

um sinal distorcido ainda tem a forma de um sinal válido. Por exemplo, um sinal

analógico que deveria ser 19 mA pode variar entre 18,97 e 19,03 mA devido à

interferência elétrica, ou estar limitado a 18 mA por insuficiência no fornecimento de

tensão. Entretanto, não há como perceber este problema, já que o sinal recebido

ainda é um sinal válido.

• Interoperabilidade

Um problema potencial na comunicação digital é que existem várias maneiras

diferentes de fazê-la. O método de representação, codificação e transmissão de

dados é chamado de protocolo. Fabricantes criaram diferentes protocolos, e os

produtos desenvolvidos para um protocolo não se comunicam com aqueles

desenvolvidos para outro. Um dos objetivos dos grupos de padronização é definir

um protocolo padrão ao qual todos os equipamentos possam seguir, tornando,

assim, possível que produtos de diferentes fabricantes comuniquem entre si. Um

ponto chave é que o poder de um sistema não está na capacidade individual de

cada um dos equipamentos, mas na habilidade destes equipamentos de

comunicarem um com o outro. Dois dos melhores e mais poderosos equipamentos

que não se integrem perfeitamente não criam uma solução tão poderosa quanto

dois equipamentos mais simples que usam um protocolo padrão.

24

3.3.2: FOUNDATION Fieldbus

Durante os anos 80, um grande esforço foi aplicado no desenvolvimento de

um padrão para comunicação digital de instrumentos de campo. O crédito para este

desenvolvimento vai para os membros do comitê SP501 da ISA2, que gastaram anos

definindo os requisitos técnicos e chegar a um consenso para redes de campo.

Neste meio tempo, fabricantes começaram a desenvolver seus próprios

padrões proprietários de comunicação digital. Esses esforços múltiplos resultaram

em uma série de protocolos concorrentes, nenhum deles compatível entre si.

No fim do ano de 1994, o caminho para as redes de campo tomou uma nova

e promissora direção. Dois consórcios de fabricantes – a InterOperable Systems

Project (ISP) e a WorldFIP North America – se uniram para formar a Fieldbus

Foundation. Essa nova organização imediatamente aplicou todos os seus esforços

para alcançar um padrão aceito internacionalmente. A Fieldbus Foundation

organizou programas de desenvolvimento, conduziu testes de campo, e estabeleceu

o mais rigoroso programa de testes e registros de equipamentos de campo da

indústria.

Trabalhando lado a lado, fabricantes, usuários, instituições acadêmicas e

outras partes interessadas tornaram-se membros da Fieldbus Foundation e

desenvolveram um padrão aberto, não-proprietário, conhecido como FOUNDATION

Fieldbus. Esta avançada solução foi criada para possibilitar aplicações críticas de

controle em que a transferência e a manipulação dos dados são essenciais. A

tecnologia FOUNDATION foi criada para substituir redes e sistemas incompatíveis

por uma arquitetura aberta e totalmente integrada para o controle distribuído em

tempo real e a convergência de informações do empreendimento.

Ao lado da tecnologia PROFIBUS, o FOUNDATION Fieldbus é a tecnologia

mais utilizada na instrumentação de plantas industriais atualmente.

1 ISA-SP50, Signal Compatibility of Electrical Instruments – comitê criado com o objetivo de

definir uma interface comum entre componentes de sistemas eletrônicos de medição e/ou controle.

2 The Instrumentation, Systems, and Automation Society < www.isa.org >

25

3.3.2.1: A Tecnologia FOUNDATION Fieldbus

O FOUNDATION Fieldbus é um sistema de comunicação totalmente digital,

serial e bidirecional, que interconecta equipamentos de campo, como sensores,

atuadores e controladores. Ele é uma rede local (LAN – Local Area Network) para

instrumentos usada tanto na automação de processos quanto da manufatura, com a

capacidade de distribuir o controle através da rede. A hierarquia de uma rede

utilizando FOUNDATION Fieldbus pode ser observada na Figura 3.12.

Figura 3.12 – Hierarquia de rede utilizando FOUNDATION Fieldbus

Dois níveis do protocolo FOUNDATION Fieldbus foram desenvolvidos, cada

um para diferentes aplicações na automação de processos. Esses dois níveis

utilizam diferentes meios físicos e velocidades de comunicação:

• H1: trabalha a uma velocidade de 31,25 kbit/s e é utilizada para conectar a

instrumentação de campo. Geralmente utiliza como meio físico um par trançado de

fios, e provê comunicação e alimentação pelo mesmo par de fios.

• HSE (High Speed Ethernet): empregada para conectar o nível H1 às

estações de operação, aos controladores mais rápidos como CLPs, além de permitir

a conexão entre diferentes níveis H1. Tem velocidade bastante superior, de 100

Mbit/s, e utiliza geralmente cabo Ethernet padrão como meio físico – não provendo

alimentação pelo mesmo meio.

26

Figura 3.13 – Os níveis HSE e H1 da rede FOUNDATION Fieldbus

Na Figura 3.13, pode-se observar a topologia de uma rede FOUNDATION

Fieldbus. O Linking Device é o dispositivo responsável pela ligação entre os níveis

H1 e HSE. Neste trabalho, será dado maior foco à rede H1, por ser esta a rede que

interliga a instrumentação de campo.

A arquitetura de rede é baseada no modelo de referência OSI – Open System

Interconnection – estabelecido pela ISO1 e recomendado como uma arquitetura

padrão para redes. O modelo OSI estabelece, na ligação de um dispositivo a uma

rede, um conjunto de sete camadas hierarquizadas. Todos os dispositivos que

possam ser ligados à rede têm camadas análogas. A informação circula dentro de

cada dispositivo entre camadas hierarquicamente adjacentes, do nível mais alto

para o mais baixo quando é enviada, e do nível mais baixo para o mais alto quando

é recebida [ 9 ].

1 International Organization for Standardization < www.iso.org >

27

Figura 3.14 – Camadas do modelo OSI e do modelo FOUNDATION Fieldbus

Para a rede FOUNDATION Fieldbus, são utilizadas três das sete camadas do

modelo OSI e uma camada adicional, como pode ser visto na Figura 3.14. A camada

de nível hierárquico mais baixo, designada por Camada Física, é a que se encontra

fisicamente ligada à rede. É por esta camada que transitam os sinais físicos de

comunicação entre os diversos dispositivos ligados à rede. A camada

imediatamente acima da camada física é a Camada de Enlace de Dados (data link

layer – DLL). Esta camada controla o envio e o recebimento de mensagens na rede.

Na rede FOUNDATION Fieldbus não se utilizam as camadas 3, 4, 5 e 6 do modelo

OSI. As camadas 2 e 7 estão agrupadas numa única, a Pilha de Comunicação, ou

communication stack. Há ainda uma camada que não existe no modelo OSI, a

Camada do Usuário, ou user application. O tráfego de informações entre os

dispositivos e as camadas pode ser observado na Figura 3.15.

28

Figura 3.15 – Fluxo de mensagens entre os dispositivos e as camadas

3.3.2.1.1: Camada Física

A camada física recebe a informação codificada da pilha de comunicação,

convertendo-a em sinais físicos (tensões e correntes) que circulam através do meio

físico de comunicação e vice-versa. O meio físico utilizado pelas redes

FOUNDATION Fieldbus é definido pela IEC1 e pela ISA. Para a rede H1, o meio

especificado é o par trançado, que permite também alimentar os dispositivos ligados

à rede.

Como a alimentação dos dispositivos é realizada pela própria rede, esta deve

estar ligada a pelo menos uma fonte de alimentação. A tensão de alimentação é

contínua e varia entre 9 e 32 V – para aplicações de Segurança Intrínseca, esta

tensão de alimentação depende da barreira de segurança intrínseca2. O sinal de

informação é transmitido por meio de corrente na linha. O transmissor modula o

sinal variando a corrente em +10 mA ou -10 mA. Como a linha tem impedância de

50 Ω, estas variações de corrente originam variações de +0,5 V e -0,5 V na tensão.

Observa-se, assim, na rede, uma tensão contínua a que se sobrepõe um sinal de

1.0 V pico a pico. Este funcionamento pode ser visto na Figura 3.16.

1 International Electrotechnical Commission < www.iec.ch >

2 O assunto será abordado posteriormente, no item 3.3.2.2.1:.

29

Figura 3.16 – Corrente e tensão para comunicação na rede FOUNDATION Fieldbus

A codificação do sinal é feita utilizando-se a técnica Manchester Bifase-L.

Trata-se de uma comunicação síncrona, já que o sinal de clock é enviado

juntamente com o sinal de dados. Como pode ser visto na Figura 3.17, o sinal

enviado corresponde à função XOR negada dos sinais de clock e de dados. O

dispositivo receptor do sinal fieldbus interpreta uma transição positiva na metade do

tempo do bit como um “0” lógico, e uma transição negativa como um “1” lógico.

Figura 3.17 – Codificação Manchester Bifase-L

30

3.3.2.1.2: Pilha de Comunicação

A pilha de comunicação efetua a interligação entre a camada do usuário e a

camada física. Esta camada está dividida em três subcamadas: subcamada de

ligação ou enlace de dados, subcamada de acesso à rede e subcamada de

especificação de mensagens.

• Subcamada de enlace de dados

A subcamada de enlace de dados (data link layer – DLL) controla a

transmissão de mensagens para a rede. O controle de acesso ao meio é realizado

por um controlador determinístico centralizado designado de Link Active Scheduler

ou LAS. Existem tipos de dispositivos FOUNDATION Fieldbus: Basic Devices e Link

Masters. Todos os dispositivos do tipo Link Master podem se tornar Link Active

Schedulers (LAS).

Existem dois modos de comunicação: programada e não-programada. O LAS

tem uma lista de tempos de transmissão para todos os dispositivos que têm que

ciclicamente transmitir informações. Quando é a vez de transmissão de um

determinado dispositivo, o LAS o envia uma mensagem chamada Compel Data

(CD), e o dispositivo publica na rede os dados que estão no seu buffer. Este é o

modo de comunicação programada. O modo de comunicação não-programada

acontece nos intervalos do modo de comunicação programada, como pode ser visto

na Figura 3.18. Ele serve para que os instrumentos tenham a chance de enviar outras

mensagens, além das mensagens programadas. A permissão para um dispositivo é

concedida pelo LAS através do envio de mensagens de pass token (PT). Quando o

dispositivo recebe o PT, ele está autorizado a enviar mensagens até que tenha

terminado ou até o tempo máximo permitido, o que acontecer antes.

31

Figura 3.18 – Algoritmo do Link Active Scheduler (LAS)

• Subcamada de acesso à rede

A subcamada de acesso à rede fornece serviços à subcamada de

especificação de mensagens. Os tipos de serviços são descritos como relações

virtuais de comunicações (Virtual Communications Relationship – VCR) e são as

seguintes:

Cliente / servidor – Este serviço é usado para mensagens não-programadas

iniciadas pelo usuário. Estas mensagens vão para um buffer, são enviadas por um

dispositivo e se destinam apenas a um dispositivo. São exemplos destas

mensagens mudanças de setpoint, do modo de operação – por exemplo, manual

para automático –, mudanças nos parâmetros dos controladores.

Distribuição de informação – Este serviço é usado para mensagens não-

programadas, que vão para a fila de espera, enviadas por um dispositivo e que se

destinam a vários dispositivos. É um serviço usado para notificar eventos, registros

de tendências, alarmes do processo, histogramas.

Publisher / subscriber – Este serviço é usado para mensagens em buffer,

são enviadas por um dispositivo e se destinam a vários dispositivos. Um exemplo

deste serviço é o envio de valores das variáveis do processo, process values – PV,

para controladores e de saídas para atuadores.

32

• Subcamada de especificação de mensagens

A subcamada de especificação de mensagens (Fieldbus Message

Specification – FMS) permite que os dispositivos ligados à rede enviem mensagens

uns aos outros utilizando um conjunto de formatos de mensagens padrão. O FMS

descreve os serviços de comunicação, os formatos de mensagens e o protocolo

necessários para construir mensagens de e para a camada de aplicação.

O protocolo FOUNDATION Fieldbus é orientado a objetos, isto é, a

informação dentro dos equipamentos da rede é acessada desta forma. Na

subcamada FMS, os parâmetros dos blocos funcionais, para configuração dos

dispositivos e construção de estratégias, são representados por objetos e listados

em um dicionário. O dicionário de objetos mapeia os dados reais contidos na

memória de cada equipamento fieldbus e os tipos de dados dos parâmetros dentro

dos blocos de função, permitindo ao usuário o acesso a essas informações.

3.3.2.1.3: Camada do Usuário

A Fieldbus Foundation definiu uma Camada do Usuário baseada em blocos.

Os blocos representam as diferentes funções da camada do usuário, e são divididos

em três tipos:

• Resource Block: descreve as características do dispositivo fieldbus, como

nome do dispositivo, fabricante, número de série. Há apenas um Resource Block em

cada dispositivo.

• Function Blocks: representam as funções ou algoritmos a serem

executados pelo sistema. A Fieldbus Foundation definiu conjuntos de Function

Blocks padrões. Entre eles, podemos citar blocos de entrada analógica (Analog

Input – AI), saída analógica (Analog Output – AO), entrada digital (Digital Input – DI),

saída digital (Digital Output – DO), controlador PID (Proportional/Integral/Derivative).

Os Function Blocks para cada dispositivo podem ser selecionados conforme a

funcionalidade desejada. Por exemplo, um simples transmissor de temperatura

precisa conter apenas um bloco AI. Já uma válvula de controle pode conter um

33

bloco PID, além do bloco AO. Dessa forma, uma malha de controle completa pode

ser realizada utilizando apenas um transmissor de temperatura e uma válvula de

controle, como pode ser visto na Figura 3.19.

Figura 3.19 – Exemplo de uma malha de controle completa utilizando function blocks

localizados nos dispositivos fieldbus

• Transducer Blocks: conectam os Function Blocks ao mundo externo,

cuidando de detalhes relativos ao hardware de cada equipamento, como calibração

do sensor, tipo do sensor, diagnóstico, faixa de operação. Existe normalmente um

Transducer Block para cada Function Block de entrada ou saída.

3.3.2.2: Vantagens do FOUNDATION Fieldbus

Neste item, serão apresentadas algumas vantagens da utilização de

instrumentação FOUNDATION Fieldbus em relação à instrumentação analógica

convencional e a outros tipos de redes de campo.

3.3.2.2.1: Redução de equipamentos

O FOUNDATION Fieldbus utiliza Function Blocks para implementar a

estratégia de controle. Muitas das funções do sistema de controle, como entrada

analógica, saída analógica, controlador PID, podem ser realizadas pelos

34

instrumentos, através do uso dos Function Blocks. Dessa forma, equipamentos

utilizados na instrumentação convencional – e também em instrumentação

PROFIBUS, já que esta tecnologia não oferece funções de controle nos

instrumentos – não são mais necessários, como pode ser observado na Figura 3.20.

Figura 3.20 – Redução de equipamentos proporcionada pelo FOUNDATION Fieldbus

O controle distribuído nos instrumentos de campo pode reduzir o

equipamento de controle necessário, incluindo cartões de entradas e saídas, painéis

e fontes de alimentação.

Devido à alimentação dos instrumentos por um barramento, e não um a um,

pode-se reduzir consideravelmente o número de barreiras de segurança intrínseca.

A segurança intrínseca é uma forma de possibilitar o funcionamento de um

dispositivo elétrico em uma área classificada – um ambiente sujeito à presença de

atmosferas potencialmente explosivas – garantindo que ele não tem condições de

iniciar uma explosão. Barreiras de segurança intrínseca devem ser usadas nestas

áreas, como ocorre nas plantas de óleo e gás. As barreiras de segurança intrínseca

limitam a energia do circuito de alimentação dos instrumentos, de forma que estes,

mesmo em situação de falha, não liberem energia suficiente para provocar a ignição

da atmosfera explosiva. Em instrumentação convencional, como a alimentação é

individual para cada instrumento, deve haver uma barreira de segurança intrínseca

para cada instrumento que esteja em uma área classificada. Já para instrumentação

FOUNDATION Fieldbus, em que a alimentação é realizada pela rede, deve haver

apenas uma barreira de segurança intrínseca por segmento da rede. Esta redução

35

de barreiras de segurança intrínseca (representadas por I.S.) pode ser vista na

Figura 3.21.

Figura 3.21 – Redução de barreiras de segurança intrínseca

3.3.2.2.2: Redução de cabos

Para a instrumentação analógica convencional, é necessária a utilização de

um par de fios para a ligação entre cada instrumento e o sistema de controle. Já

para a instrumentação em rede, como FOUNDATION Fieldbus, os instrumentos são

ligados em um barramento, reduzindo bastante a quantidade de cabos necessária.

Além dos custos, a quantidade menor de cabos reduz também o trabalho de

instalação, reduzindo o tempo de construção e partida da planta.

3.3.2.2.3: Quantidade e qualidade dos dados

Na instrumentação convencional, a quantidade de informação disponível ao

usuário não ia muito além das variáveis de processo. Com o FOUNDATION

Fieldbus, esta quantidade é muito maior, devido principalmente às facilidades da

comunicação digital.

36

Além disso, o Fieldbus aumentou a resolução e minimizou a distorção dos

dados, o que dá maior confiabilidade ao controle. Aliado a isso, existe o fato de o

controle ocorrer nos dispositivos de campo, o que melhora o desempenho da malha

de controle.

O Fieldbus permite que múltiplas variáveis de cada instrumento sejam

enviados ao sistema de controle, para arquivamento, análise de tendência, estudos

de otimização do processo, geração de relatórios. As características de alta

resolução e ausência de distorção da comunicação digital melhoram a qualidade do

controle, o que pode aumentar o rendimento da produção.

3.3.2.2.4: Manutenção

Dispositivos Fieldbus, com comunicação microprocessada, permitem que os

erros de processo possam ser reconhecidos mais rapidamente e com uma maior

certeza. Como conseqüência, os operadores de planta são notificados de condições

anormais ou da necessidade de manutenção preventiva, e podem tomar melhores

decisões sobre a produção. Os problemas que diminuem a eficiência operacional

são corrigidos mais rapidamente, permitindo um aumento no rendimento.

As potencialidades ampliadas de diagnóstico dos dispositivos de campo

possibilitam monitorar e registrar condições como desgastes de válvulas e mau

funcionamento de transmissores. O pessoal da planta pode executar a manutenção

proativa sem esperar uma parada programada, evitando ou reduzindo assim o

tempo ocioso da planta.

3.3.2.2.5: Interoperabilidade

Como o FOUNDATION Fieldbus é um protocolo aberto, fabricantes podem

fornecer dispositivos que operarão juntos com dispositivos de outros fabricantes.

Além disso, o fato de os dispositivos oferecerem sempre os Function Blocks

básicos, um instrumento que esteja operando na planta pode ser substituído por um

outro de um fabricante diferente, mantendo a operabilidade da planta.

37

Capítulo 4: Projeto FEED

Grandes empresas geralmente possuem uma equipe ou um departamento

que desempenha a função de Planejamento, responsável pela coordenação de

estudos e projetos de expansão industrial. Também empresas industriais bem

administradas devem possuir funções, processos ou mesmo um departamento de

Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos ou processos.

Essas duas funções, Planejamento e Pesquisa, gerarão grande parte das

idéias de mudanças na empresa, principalmente se atuarem com sinergia. Algumas

vezes, um estudo de Planejamento gera um assunto de Pesquisa. Outras vezes,

uma descoberta de Pesquisa leva a um estudo por parte do Planejamento. São

essas ações que levam a empresa a uma decisão estratégica a ser concretizada por

um empreendimento industrial.

A partir de estudos de Planejamento sobre as idéias geradas pelo conjunto

Planejamento-Pesquisa, tem início a implantação de um empreendimento industrial.

CASAROTTO [ 11 ] divide este processo de implantação em oito etapas, que podem

ser vistas na Figura 4.1 e que serão brevemente explicadas na seqüência.

38

INÍCIO

DECISÃO ESTRATÉGICA

ANTEPROJETO

ENGENHARIA BÁSICA

ENG. DE DETALHAMENTO

ENG. DE COMPRAS

MONTAGEM

POSTA EM MARCHA

OPERAÇÃO

PROJETO ORGANIZACIONAL

GERÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO

(1)

(2)

(3)(4)

(5)

(6)

(7)

(8)

Figura 4.1 – Etapas de um empreendimento industrial

1. Anteprojeto

O Anteprojeto tem o objetivo de levantar os parâmetros do empreendimento

que levam à alternativa ótima. Ele deve contemplar: Estudo de Mercado, definindo

produtos, faixas de mercado e condições de comercialização; Estudo de

Localização; Estudo de Engenharia, visando definir a tecnologia e caracterizar o

processo produtivo; Estudo do Tamanho, definindo escala de produção; e Estudo

Econômico-Financeiro, visando definir investimentos e recursos financeiros.

39

2. Engenharia Básica

A partir dos parâmetros gerais de produto, tamanho, localização e processo

produtivo gerados no Anteprojeto, a etapa de Engenharia Básica normalmente

abrange os seguintes itens:

a) Definição exata das características do(s) produto(s)

b) Engenharia Conceitual, definindo a concepção da fábrica (por exemplo,

optar entre uma linha de processo para 50 ton/dia ou duas linhas de 25 ton/dia em

uma indústria química)

c) Projeto Básico, definindo o fluxo de produção, as unidades auxiliares e os

parâmetros básicos de cada equipamento ou conjunto de equipamentos. O Projeto

Básico deve conter os fluxogramas qualitativo e quantitativo de equipamentos,

arranjo físico, balanços materiais e de utilidades, esquemas de transporte interno,

definição das características dos sistemas de utilidades, diagramas de tubulações,

unifilares e de instrumentação e definição dos fatores de produção, incluindo mão-

de-obra. Em relação aos equipamentos, devem ser definidos os parâmetros

necessários à compra ou ao seu projeto de produto, se não for um equipamento de

série. Tomando como exemplo um evaporador, os parâmetros seriam:

- vazão de entrada e saída das fases

- vazão de vapor

- faixas de temperatura

- faixas de pressão

- materiais para carcaça e tubos

- modelo aproximado

d) Revisão dos parâmetros econômicos: investimentos, recursos, análise

financeira.

3. Engenharia de Compras

Com as especificações do Projeto Básico, é possível pesquisar junto aos

fabricantes quais os modelos disponíveis de equipamentos que se adaptam ao

40

processo. Como existem normalmente variações de preços, de qualidade, de prazos

de entrega, de risco e outras características associadas aos diversos modelos, há a

necessidade de uma função específica que conjugue os aspectos técnicos com os

aspectos econômicos e financeiros da compra: a Engenharia de Compras. Também

envolve a compra de todos os suprimentos necessários às instalações industriais,

mas isso só possível após sua caracterização na Engenharia de Detalhamento.

4. Engenharia de Detalhamento

O Projeto Detalhado parte das especificações do projeto básico e das

características dos equipamentos já comprados e se caracteriza por ser um conjunto

de documentos com os detalhes de interligação, desenhos de montagem, listas de

materiais, especificações de instalações (elétricas, hidráulicas, de vapor e outras) e

seus materiais, projetos arquitetônicos, cálculo estrutural, entre outros. O projeto

deve ser detalhado o suficiente para permitir a montagem com segurança.

5. Montagem

Também chamada de Engenharia de Construção e Montagem, é a

materialização de tudo que até então havia sido feito no papel. O grau de liberdade

da fase de montagem é inversamente proporcional ao grau de detalhamento do

projeto.

6. Projeto Organizacional

Antes da posta em marcha é necessário que a nova empresa ou a nova

unidade esteja organizada. É necessário definir o organograma, as funções e a

necessidade de recursos humanos para cada setor. É igualmente necessário

contratar e treinar pessoal operacional e administrativo. E tudo isso, é feito

paralelamente à implantação, de modo a não atrasar o início da posta em marcha.

41

7. Posta em Marcha

É a fase de partida das máquinas, em que a planta é testada. Nessa etapa

são consumidos recursos materiais (matérias-primas), horas de mão-de-obra e

outros fatores para a produção de produtos em fase de testes, quando são

analisados, principalmente, performance dos equipamentos, qualidade dos

produtos, adequação de matérias-primas e adequação de mão-de-obra.

8. Gerenciamento da Implantação

A administração de todo o processo de implantação, que compreende a

organização da equipe participante da implantação, o planejamento (fluxo de

trabalho, prazos, orçamentos e contratos) e o controle do andamento, é uma função

que tem importância diretamente proporcional ao porte do projeto. Após o término

da engenharia, inicia o processo de implantação e, a partir daí, é exigida com mais

ênfase a função Gerenciamento da Implantação.

4.1: FEED

Atualmente, grandes empresas têm optado pela adição de mais uma etapa

neste processo de implantação de empreendimentos industriais. O Projeto de Pré-

Detalhamento, ou FEED – Front End Engineering Design, é uma fase híbrida entre o

Projeto Básico e o Projeto Detalhado.

Na etapa de FEED, é realizado um detalhamento maior do Projeto Básico,

porém não tão aprofundado quanto o Projeto Detalhado. A vantagem do FEED em

relação ao Projeto Básico tradicional é que o maior nível de detalhamento atingido

permite prever com mais precisão qual será o custo final do empreendimento e

também reduzir o tempo total necessário para a entrega do empreendimento. Isto

significa antecipar a entrada em operação da planta, afinal vários fatores que

demandam muito tempo para serem determinados ao longo do Projeto Detalhado já

são resolvidos antecipadamente no FEED. Da mesma forma, alguns problemas

podem ser evitados ou solucionados de melhor maneira se forem atacados mais

cedo no ciclo de vida do empreendimento.

42

Um dos principais objetivos do FEED é levantar dados para que possa ser

realizada uma estimativa de custos do empreendimento. Isto é feito realizando-se

um pré-detalhamento de tudo que é necessário para a construção da unidade. Esta

estimativa de custos servirá tanto para rever a viabilidade econômica do

empreendimento quanto para avaliar a proposta da empresa de Construção e

Montagem, conhecida como “EPCista”. Esta empresa é a responsável pela próxima

etapa do projeto. O contrato de EPC contempla o projeto detalhado (Engineering),

fornecimento de equipamentos e materiais (Procurement) e a contratação dos

serviços para a construção da obra (Construction).

4.2: FEED da Unidade de Separação de Propeno da REGAP

Segundo a empresa contratante, o FEED da Unidade de Separação de

Propeno da REGAP deveria ser desenvolvido com os objetivos de identificar

inconsistências na documentação dos projetos básicos, elaborar um projeto básico

complementar (off-site da Planta de Propeno), elaborar um projeto de pré-

detalhamento que possibilitasse o levantamento mais apurado dos quantitativos de

materiais, equipamentos e serviços técnicos a serem desenvolvidos nas fases

seguintes e elaborar um projeto detalhado de terraplanagem e das fundações

profundas e pontilhões.

Para a disciplina de instrumentação, deveriam ser levantados os dados de

todos os instrumentos constantes nos fluxogramas de engenharia e nas plantas de

segurança do Projeto Básico e do Projeto Básico Complementar. Características

como tipo de instrumento, diâmetro, classe de pressão e material deveriam ser

especificadas. Além disso, outros equipamentos, como caixas de junção, unidades

terminais remotas, câmeras do circuito fechado de TV e analisadores deveriam ser

especificados. Também os materiais necessários para a instalação dos instrumentos

e demais equipamentos, como cabos, eletrodutos rígidos, eletrodutos flexíveis,

eletrocalhas e tubos deveriam ser levantados.

43

Capítulo 5: Trabalho Desenvolvido

Um dos principais objetivos de um Projeto de Pré-Detalhamento é o

levantamento dos quantitativos de equipamentos, materiais e serviços. Para a

disciplina de Instrumentação, este levantamento de quantitativos é realizado em três

partes:

• Levantamento de Quantitativos de Instrumentos:

O Levantamento de Quantitativos de Instrumentos especifica todos os

instrumentos de campo que deverão ser comprados para a construção da planta.

Para cada um destes instrumentos, devem ser levantadas todas as características

necessárias para a cotação de preços. Por exemplo, para uma válvula de controle,

deve-se especificar tipo da válvula (globo, gaveta, esfera), tipo de atuador

(pneumático, elétrico, hidráulico), diâmetro, classe de pressão, tipo de flange e

material do corpo e dos internos.

• Levantamento de Quantitativos de Cabos:

O Levantamento de Quantitativos de Cabos especifica as características e a

quantidade de cabos de comunicação, de alimentação elétrica e de instrumentação

necessários para a interligação entre os instrumentos e os demais equipamentos do

sistema de controle. Características como tipo de cabo, quantidade de condutores

(um par, uma terna, multicabo com 12 pares, etc.), blindagem (individual, total)

devem ser especificadas.

• Levantamento de Quantitativos de Materiais:

O Levantamento de Quantitativos de Materiais especifica e quantifica os

demais materiais necessários para a instalação dos instrumentos na planta. Entre

estes materiais, podemos citar eletrodutos, eletrocalhas, caixas de ligação, tubos,

flanges, juntas, válvulas manuais. Todas as características necessárias para a

44

cotação de preços destes materiais, como material, diâmetro e tipo de conexão

devem ser especificadas.

Os levantamentos de quantitativos da disciplina de Instrumentação levaram

em consideração toda a instrumentação constante no projeto básico fornecido pela

Petrobras e no projeto básico complementar desenvolvido pela disciplina de

Processo da Chemtech. Desta instrumentação fazem parte o Sistema Digital de

Controle Distribuído – SDCD, responsável pelo controle dos processos; o Sistema

Instrumentado de Segurança – SIS, responsável por manter a integridade das

unidades no caso de falha de outros sistemas; e o Sistema de Detecção de Fogo e

Gás, responsável pela detecção e extinção de incêndios. No total, são cerca de 700

instrumentos.

Este trabalho teve como objetivo a elaboração do Levantamento de

Quantitativos de Materiais. Dessa forma, esta parte será o foco principal deste

capítulo. O Levantamento de Quantitativos de Materiais é bastante importante para

a estimativa de custos do empreendimento, já que nele constam todos os materiais

necessários para a instalação dos instrumentos.

5.1: Documentos elaborados

Como foi dito, o objetivo deste trabalho foi a elaboração do Levantamento de

Quantitativos de Materiais. Para a elaboração deste documento, primeiramente

foram elaborados os Detalhes Típicos de Instalação, que servem de fonte de dados

para o levantamento, e são apresentados no item seguinte.

5.1.1: Detalhes Típicos de Instalação

Estes documentos têm como objetivo mostrar como é a instalação dos

instrumentos de campo, assim como quais os materiais necessários para isso. No

projeto de detalhamento, estes documentos são bastante importantes para o

momento da construção da unidade, pois mostram como deve ser feita a montagem

45

dos instrumentos. Já para o projeto de pré-detalhamento, a importância maior deles

é na quantificação dos materiais necessários para a instalação dos instrumentos, já

que os detalhes típicos de instalação fornecem dados para o Levantamento de

Quantitativo de Materiais.

Para a elaboração destes documentos, existem duas alternativas. A primeira

é a consulta ao cliente. Se o cliente já possui uma filosofia de como os instrumentos

são instalados em sua planta, procura-se seguir esta mesma filosofia. A maneira

com que os instrumentos são instalados em campo pode variar de planta para

planta, e não se deve projetar uma nova instalação que não seja condizente com a

filosofia da planta existente. Entretanto, se o cliente ainda não possuir uma cultura

definida de instalação dos instrumentos, a equipe do projeto elabora um modelo de

instalação a partir de uma base de dados proveniente da experiência de projetos

anteriores da empresa.

Além disso, diversas normas devem também ser seguidas na elaboração dos

documentos. Alguns exemplos podem ser citados: a norma N-76 da Petrobras,

denominada “Materiais de Tubulação para Instalações de Refino e Transporte”, que

padroniza os materiais para tubulações em instalações de refino e transporte; a

norma N-1882, também da Petrobras, denominada “Critérios para Elaboração de

Projetos de Instrumentação”, que contém informações como critérios de seleção e

especificação de instrumentos e requisitos para instalação de instrumentos; também

são utilizadas normas específicas da unidade, neste caso, da REGAP.

Os Detalhes Típicos de Instalação são divididos em três documentos:

• Detalhes Típicos de Instalação ao Processo:

Os Detalhes Típicos de Instalação ao Processo mostram a instalação dos

instrumentos à tubulação ou aos equipamentos do processo. Neste projeto, foi

seguida a filosofia da refinaria, que tinha documentada a forma de instalação

usualmente utilizada por eles.

• Detalhes Típicos de Instalação Elétrica:

46

Os Detalhes Típicos de Instalação Elétrica mostram a instalação da parte

elétrica dos instrumentos, tanto da parte de comunicação quanto da parte de

alimentação de energia. A filosofia da refinaria foi também seguida para estes

documentos.

• Detalhes Típicos de Instalação Pneumática:

Os Detalhes Típicos de Instalação Pneumática mostram a instalação dos

dutos para a condução de fluidos pneumáticos de acionamento, como o ar de

instrumento. Este é o documento mais simples dos três detalhes típicos, já que

apenas as válvulas com acionamento pneumático necessitam de ar de instrumento.

Foram adotados também os típicos existentes na refinaria.

No próximo item, serão mostrados exemplos de documentos elaborados para

alguns instrumentos. Para justificar a utilização destes instrumentos, será mostrada

uma malha de controle que os utiliza. Deve-se ressaltar que a especificação e a

sintonia das malhas de controle não são escopo deste trabalho. A malha de controle

será apresentada apenas para mostrar a aplicação dos instrumentos cujos detalhes

típicos de instalação serão mostrados.

5.1.1.1: Exemplos de Detalhes Típicos de Instalação

Para o melhor entendimento dos Detalhes Típicos de Instalação, serão

mostrados como exemplo os documentos elaborados para alguns instrumentos.

Como justificativa para a utilização destes instrumentos, será apresentada a malha

de controle em que eles se encontram.

A malha de controle que será mostrada é uma malha de controle de

especificação do produto de topo de uma torre de destilação. O objetivo desta

malha é manter a concentração do produto de topo dentro dos limites desejáveis.

Um esquemático do processo com a malha de controle é mostrado na Figura 5.1.

47

TORRE

REFERVEDOR

VASO DE TOPODA TORRE

AT

001

AE

001

AI

001

AIC

001

FV

001

*

FT

001

FIC

001

FY

001

<

LT

001

LIC

001

M

Figura 5.1 – Malha de controle de especificação do produto de topo de uma torre de destilação

Nesta torre, primeiramente o produto de topo é utilizado como fonte de calor

no refervedor da torre. Resfriado, então, o fluido segue para o vaso de topo da torre.

Deste vaso, uma parte do fluido é direcionada para o armazenamento, como

produto, e a outra parte volta para a torre como refluxo.

O controle da especificação do produto é realizado através da vazão de

refluxo da torre. Para isso, são utilizados dois controladores em cascata. O primeiro

(AIC-001) recebe o valor da concentração do produto, medida por um analisador

(AT-001). Este controlador calcula, então, quanto deve ser a vazão do refluxo para a

torre, de modo a manter a concentração do produto dentro dos limites

especificados. O segundo controlador (FIC-001) utiliza esta vazão calculada pelo

controlador AIC-001 como setpoint. O valor da vazão é medido pelo transmissor de

vazão FT-001 e a atuação é realizada através da válvula FV-001.

A vazão de refluxo, entretanto, está sujeita a uma restrição do processo. O

nível no vaso de topo da torre não deve ficar abaixo de um limite especificado.

Dessa forma, a atuação na válvula FV-001 é realizada através de um controle por

override. Este tipo de controle envolve tipicamente uma variável primária (vazão) e

uma variável de restrição (nível), associadas a malhas de controle PID, um seletor

48

de sinais e apenas um elemento final de controle. Enquanto a variável de restrição

permanece dentro de seus limites de controle, a variável primária é controlada e a

malha de restrição é ignorada. Se a variável de restrição se aproxima ou ultrapassa

um limite de controle, a saída do controlador correspondente é priorizada pelo

seletor de sinais e enviada para o elemento final de controle, e a variável de

restrição passa a ser controlada. A malha de restrição neste exemplo é composta

pelo transmissor de nível LT-001, pelo controlador LIC-001 e pela válvula FV-001,

que é compartilhada com o controlador de vazão. O seletor de sinais responsável

pelo controle por override é o FY-001.

Os detalhes típicos de instalação para alguns dos instrumentos destas

malhas de controle serão mostrados nos itens seguintes.

5.1.1.1.1: Detalhes Típicos de Instalação ao Processo

Para os transmissores de vazão com placa de orifício, como o FT-001, são

utilizadas duas linhas de impulso para a conexão com a tubulação do processo.

Cada linha de impulso é composta por uma parte em pipe e outra parte em tubing1.

A montagem de um transmissor de vazão é mostrada na Figura 5.2.

1 O pipe, historicamente, foi desenvolvido para utilização na distribuição de água nas cidades,

e, portanto, a dimensão mais importante para o escoamento é o diâmetro interno. Já a aplicação do

tubing não envolve primordialmente um escoamento. São utilizados, por exemplo, em acionamentos

pneumáticos e linhas de impulso. Há uma transmissão de sinal de pressão pelo tubing. Assim, a

dimensão mais importante de um tubing é o diâmetro externo, de forma a permitir maior flexibilidade

em suas interconexões.

49

INSTR.

TUB.

Figura 5.2 - Detalhe típico de instalação para um transmissor de vazão

A parte da instalação do transmissor de vazão começa com um pipe (item 1)

conectado a uma válvula ligada à tubulação. Esta válvula e sua conexão com a

tubulação são escopos da disciplina de Tubulação – esta divisão de escopos pode

ser vista na Figura 5.2. A seção de pipe é ligada à parte em tubing através de uma

conexão flangeada (itens 15, 15A, 16 e 17) e um conector de compressão (item 8).

O tubing é, então, conectado ao instrumento e também a um vent, utilizando-se

também de conectores (fittings) de compressão (Itens 8, 8A 10 e 11). O vent é uma

abertura controlada normalmente por uma válvula de bloqueio e tampões, que

permite a exaustão/alívio das linhas de impulso/processo. Os materiais utilizados

neste detalhe típico de instalação ao processo são mostrados na Tabela 5.1 e as

siglas utilizadas podem ser vistas na Tabela 5.2.

50

1716

15A151211109

8A87531

ITEM

½" RO x CCT½" ES x CCT

½" RO½" ES

FLANGE, AFO, ASTM A105"MANIFOLD" INTEGRAL, 3 VIAS, AI ASTM A182 Gr F316LTÊ DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316L

VPL, AI ASTM A182 Gr F316L, INT. AISI 316, SEDE PEEK

TUBO, AC API 5L Gr B, PSL1, SC, ASME B36.10DESCRIÇÃO DIMENSÃO

ؽ" x 2½" COMP½" P/ FLG - FR

ؽ" RO x PL½" PL

½" ES - FR½" ES - FR½" FLG x RO

½" CCT

TUBING, AI ASTM A269 Gr TP316, SC, RECOZIDO

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316TAMPÃO, AFO, ASTM A105

NIPLE, AI ASTM A312 Gr TP316L, SC, COMPRIMENTO 4"

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316

½" CCT½"

UNIÃO DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316L

PAE, AL ASTM A193 Gr B7, C/ 2 PORCAS ASTM A194 Gr 2H, HEX. SÉRIE PESADAJUNTA ESPIRALADA, AISI 304, ENCHIMENTO GRAFITE FLEXÍVEL, ANEL EXT. ACFLANGE, AI ASTM A182 Gr F316L

Tabela 5.1 – Materiais para instalação do transmissor de vazão ao processo

Materiais Extremidades AC Aço-Carbono COMP Comprimento

AFO Aço Forjado ES Encaixe para solda AI Aço Inoxidável FLG Flange / Flangeado AL Aço Liga FR Face com ressalto

PAE Parafuso Estojo PL Ponta lisa SC Sem Costura RO Roscado VPL Válvula Plug

Tabela 5.2 – Siglas para materiais e extremidades do detalhe típico de instalação ao processo

Para os transmissores de nível, como o LT-001, a montagem é idêntica, já

que, como os transmissores de vazão com placa de orifício, estes transmissores são

transmissores de pressão diferencial.

Já para as válvulas de controle, não foram elaborados detalhes típicos de

instalação ao processo. Isso porque as válvulas de controle são instaladas

diretamente na tubulação através de flanges, e o material necessário para essa

conexão são somente os flanges, as juntas e os parafusos. Neste caso, os flanges e

as juntas são do escopo da disciplina de Tubulação, já que estão instalados

diretamente na tubulação. Já os parafusos foram indicados no Levantamento de

Quantitativos de Instrumentos, juntamente com as respectivas válvulas.

Um exemplo de uma folha do documento de Detalhe Típico de Instalação ao

Processo pode ser visto no Anexo A:.

51

5.1.1.1.2: Detalhes Típicos de Instalação Elétrica

Conforme definido pela refinaria, o encaminhamento dos cabos deveria ser

feito por eletrodutos rígidos até o pipe rack1. No pipe rack, os cabos seguem por

eletrocalhas até o limite da unidade, onde entram em eletrodutos envelopados em

concreto, enterrados, e assim são encaminhados até a sala de controle local. A área

da Unidade de Separação de Propeno, com o pipe rack assinalado, podem ser

vistos na Figura 5.3.

Figura 5.3 – Área da Unidade de Separação de Propeno, com o pipe rack em destaque

O Detalhe Típico de Instalação Elétrica mostra o encaminhamento dos cabos

até o pipe rack. Como tanto os transmissores de vazão FT-001 e nível LT-001

quanto a válvula de controle FV-001 são instrumentos ligados a 2 fios ao sistema de

controle, o detalhe típico de instalação elétrica deles é idêntico, e pode ser visto na

Figura 5.4.

1 Estrutura aérea que tem como função principal a sustentação da tubulação, mas é utilizada

também para sustentar outros elementos, como leitos de cabos elétricos e ópticos e eletrocalhas.

52

Figura 5.4 – Detalhe típico de instalação elétrica para instrumento 2 fios

O encaminhamento dos cabos para o pipe rack é feito por meio de

eletrodutos rígidos (item 5). Uma caixa de ligação (item 3) é utilizada para a

mudança de direção dos cabos. Para ligar a caixa de ligação ao instrumento, é

utilizado um eletroduto flexível (item 1), que é conectado através de um prensa-

cabos (item 4) e uma bucha de redução (item 2). Os materiais são mostrados em

detalhes na Tabela 5.3.

54321

ITEM

3/4" NPT

TUBO ELETRODUTO FLEXÍVEL 600 mm COMP. AI/LATÃO NID. 1/2" NPTDIMENSÃO

3/4" x 1/2" NPTBUCHA DE REDUÇÃO AL. FUND.

ELETRODUTO AC GALV SC TIPO PESADO (ABNT NBR 5597) (NOTA GERAL 2)

DESCRIÇÃO

1/2" NPTPRENSA-CABO UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIACAIXA DE LIGAÇÃO "TÊ" AL. FUND.

3/4" NPT

Tabela 5.3 – Materiais para instalação elétrica dos instrumentos 2 fios

Como exemplo de um detalhe típico um pouco mais complexo, será mostrada

a válvula motorizada. Válvulas motorizadas são utilizadas como válvulas de

bloqueio, por exemplo, no sistema de manifold1 . Estes instrumentos têm sua

alimentação elétrica realizada separadamente, em 440 Vca, com uma terna (3

condutores em um mesmo cabo) exclusiva. Assim, deve haver um eletroduto para o

1 Sistema de dutos com diversas entradas e saídas laterais que permite que o desvio do fluido

para o local desejado.

53

cabo de comunicação serial (para comando remoto da válvula) e outro eletroduto

para o cabo de alimentação. Esta configuração é mostrada na Figura 5.5.

Figura 5.5 – Detalhe típico de instalação elétrica para instrumento 4 fios

A parte da instalação correspondente ao cabo de alimentação é a da

esquerda da Figura 5.5. A caixa de ligação desta parte está com o eletroduto rígido

apontado para baixo devido ao encaminhamento dos cabos de alta tensão na

unidade, que é subterrâneo.

Um exemplo de uma folha do documento de Detalhe Típico de Instalação

Elétrica pode ser visto no Anexo B:.

5.1.1.1.3: Detalhes Típicos de Instalação Pneumática

Na Unidade de Separação de Propeno, a distribuição de ar será realizada

diretamente dos headers de ar de instrumento. Este header é uma tubulação em

anel fechado, que circula por todas as seções da unidade, disponibilizando ar de

instrumento para os respectivos consumidores. A distribuição é realizada por meio

de pipes, que captam o ar de instrumento do header em ponto próximo ao

instrumento. O detalhe típico para a distribuição de ar é igual para todos os

instrumentos pneumáticos, e pode ser visto na Figura 5.6.

54

Figura 5.6 – Detalhe típico de instalação pneumática para a distribuição de ar

Para as válvulas de controle pneumáticas, como a FV-016 da Figura 5.1, os

materiais utilizados para a ligação do pipe, mostrada no detalhe típico da

distribuição de ar até o instrumento, são idênticos e bastante simples – são

utilizados apenas conectores de compressão (item 1) e tubing (item 2). A diferença

entre os detalhes típicos de instalação pneumática de válvulas é que algumas delas

necessitam de acessórios diferentes. Na Figura 5.7, é mostrado o detalhe típico de

uma válvula de controle que utiliza apenas um filtro regulador como acessório. A

lista dos materiais utilizados pode ser vista na Tabela 5.4 – o filtro regulador não é

considerado por ser fornecido com sua respectiva válvula.

Figura 5.7 – Detalhe típico de instalação pneumática para válvula de controle sem válvula

solenóide

55

21

ITEM

TUBING COBRE CAPA DE PVC (NOTA GERAL 2)1/4" DE x 1/4" NPT

DIMENSÃOCONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO

DESCRIÇÃO

1/4" DE

Tabela 5.4 – Materiais para instalação de ar de instrumento para válvula de controle sem

válvula solenóide

As válvulas relacionadas ao Sistema Instrumentado de Segurança,

responsável pela lógica de intertravamento da planta, utilizam também uma válvula

solenóide. Esta, como o filtro regulador de ar, é fornecida junto com a sua respectiva

válvula, então os materiais considerados são os mesmos do detalhe típico anterior.

O detalhe típico para estas válvulas é mostrado na Figura 5.8.

Figura 5.8 – Detalhe típico de instalação pneumática para válvula de controle com válvula

solenóide

Um exemplo de uma folha do documento de Detalhe Típico de Instalação

Pneumática pode ser visto no Anexo C:.

5.1.2: Levantamento de Quantitativos de Materiais

O Levantamento de Quantitativos de Materiais tem como objetivo quantificar

os materiais necessários para a instalação dos equipamentos em campo. Como foi

56

dito no início deste capítulo, este levantamento faz parte de um dos objetivos

principais de um projeto FEED, que é o levantamento de quantitativos de

equipamentos, materiais e serviços para a estimativa de custos do empreendimento.

Conforme as orientações da Petrobras, os Levantamentos de Quantitativos

deveriam ser divididos de acordo com suas unidades. Foram elaborados então um

documento para a Unidade de Separação de Propeno, um para o Sistema de

Transferência de Produtos e um para as demais unidades. Cada um destes

documentos deveria conter o total de cada um dos materiais necessários para

sua(s) respectiva(s) unidade(s) e a descrição completa destes materiais, de forma

que eles pudessem ser cotados com os fornecedores.

A maioria dos materiais listados no Levantamento de Quantitativos de

Materiais vem dos Detalhes Típicos de Instalação mostrados no item 5.1.1:. Para

que a totalização da quantidade de materiais para cada unidade fosse feita de forma

mais rápida e menos susceptível a erros, foi elaborada uma macro em VBA (Visual

Basic for Applications). Esta macro toma como entrada as planilhas dos Detalhes

Típicos de Instalação (elaboradas em Excel) e gera um sumário com as quantidades

totais de cada tipo de material. Um exemplo de sumário é mostrado no Anexo D:.

Alguns outros materiais, no entanto, não são quantificados nos Detalhes

Típicos de Instalação. Exemplos destes tipos de materiais e a forma como eles são

quantificados serão mostrados nos itens a seguir.

5.1.2.1: Eletrodutos Rígidos

Os eletrodutos rígidos são utilizados para o encaminhamento dos cabos dos

equipamentos até o pipe rack – a localização deste na Unidade de Separação de

Propeno pode ser vista na Figura 5.3. Como a quantidade destes eletrodutos varia de

acordo com a distância de cada instrumento ao pipe rack, eles não foram contados

diretamente nos Detalhes Típicos de Instalação Elétrica.

Neste projeto, foram utilizados eletrodutos rígidos em aço carbono,

galvanizados a fogo, semelhantes aos mostrados na Figura 5.9.

57

Figura 5.9 – Eletrodutos rígidos em aço carbono

Na Unidade de Separação de Propeno, os cabos saem de cada instrumento,

passam pelo pipe rack e de lá são encaminhados por meio de envelopes de

concreto enterrados até a sala de controle local. Um esquemático do

encaminhamento dos cabos até os envelopes de concreto pode ser visto na Figura

5.10.

Figura 5.10 – Esquemático do encaminhamento de cabos na Unidade de Separação de Propeno

58

Saindo dos instrumentos (1), os cabos vão através de eletrodutos rígidos (2)

até as eletrocalhas no pipe rack (3). Do pipe rack, os cabos seguem novamente por

eletrodutos rígidos para as caixas de junção (4). As caixas de junção são utilizadas

para agrupar os cabos singelos dos instrumentos convencionais em multicabos ou

agrupar no barramento os sinais dos instrumentos de um mesmo segmento

Fieldbus. Das caixas de junção, os cabos vão também por meio de eletrodutos

rígidos para as eletrocalhas no pipe rack e, então, são encaminhados por meio de

envelopes de concreto até a sala de controle local. Desta forma, a quantidade total

de eletrodutos rígidos depende da elevação dos instrumentos, da distância deles até

o pipe rack, da elevação do pipe rack e da elevação das caixas de junção.

5.1.2.2: Envelopes de concreto

Os envelopes de concreto são utilizados quando o encaminhamento dos

cabos deve ser subterrâneo. Para a Unidade de Separação de Propeno, o

encaminhamento é realizado desta forma da saída da unidade até a sala de controle

local – os envelopes de concreto projetados podem ser vistos na Figura 5.11.

Figura 5.11 – Envelopes de concreto para a Unidade de Separação de Propeno

59

Os envelopes de concreto contêm diversos eletrodutos rígidos com diâmetros

que variam de acordo com a necessidade. A quantidade de eletrodutos varia

também conforme a necessidade, mas deve respeitar um limite estabelecido pela

norma N-1996 (“Projeto de Redes Elétricas em Envelopes de Concreto e com

Cabos Diretamente no Solo”) da Petrobras. Esta norma define também outros

diversos parâmetros para os envelopes, como as dimensões deles de acordo com

os eletrodutos rígidos, as distâncias a outros elementos subterrâneos e os limites de

profundidade. A chegada de um envelope de concreto de pequeno porte na Sala de

Controle Local, com quatro eletrodutos de 2” de diâmetro, de uma outra unidade da

REGAP é mostrada na Figura 5.12.

Figura 5.12 – Exemplo de envelope de concreto

O primeiro passo no projeto dos envelopes de concreto é definir por onde

estes envelopes devem passar. A norma N-1996 define vários critérios para a

escolha do encaminhamento dos envelopes, entre eles:

- evitar passagem por áreas destinadas a futuras instalações;

- evitar passagem em unidades de processo, casas de bombas, áreas,

áreas pavimentadas;

- minimizar o comprimento da rede;

60

- permitir ampliações;

- facilitar o lançamento e a manutenção dos cabos e redes.

Deve-se definir também a quantidade e a localização dos manholes. Os

manholes são caixas de passagem subterrâneas que permitem o acesso aos cabos

que estão nos envelopes de concreto. Eles devem ser utilizados sempre que seja

necessária uma mudança na direção dos envelopes. Além disso, a norma N-1996

exige manholes também sempre que houver trechos retos de envelopes maiores de

100m. Os manholes possibilitam a instalação dos cabos nos envelopes, operação

que é feita por tração dos cabos através dos dutos.

Posteriormente, define-se o agrupamento dos cabos nos envelopes. Apenas

podem seguir pelo mesmo eletroduto cabos que transmitam o mesmo tipo de sinal,

ou tipos de sinais compatíveis. Por exemplo, cabos de alimentação não devem

seguir pelo mesmo eletroduto que cabos com sinal analógico, para evitar que haja

interferência entre os sinais. Outro critério para se definir a quantidade e o diâmetro

dos eletrodutos dos envelopes é a taxa de ocupação permitida. Esta taxa é definida

também pela norma N-1996, e varia de acordo com o número de cabos. Eletrodutos

reservas devem também ser previstos. A quantidade destes eletrodutos depende

dos critérios de projeto específicos para a instalação.

Na Figura 5.13, é mostrada a seção de um dos envelopes projetados, com

suas dimensões em milímetros, o tipo de sinal transmitido pelos respectivos cabos e

os diâmetros dos eletrodutos.

Figura 5.13 – Seção de um envelope de concreto projetado

61

Terminado o projeto dos envelopes de concreto, podem-se definir o volume

de concreto e a quantidade de cada tipo de eletroduto rígido, elementos do

Levantamento de Quantitativos de Materiais. Um exemplo de Levantamento de

Quantitativo de Materiais é apresentado no Anexo E:.

62

Capítulo 6: Conclusões e Perspectivas

O trabalho desenvolvido durante este período de estágio na Chemtech foi

uma ótima oportunidade de crescimento profissional, permitindo o contato com o

mercado de trabalho e com um importante projeto de engenharia.

A indústria de Petróleo e Gás é uma área muito interessante para a

engenharia. Com processos bastante complexos e utilização das mais recentes

tecnologias, a área oferece muitas oportunidades de aplicação do conhecimento

obtido durante o curso de Engenharia de Controle e Automação. O interesse pela

área de Petróleo e Gás, despertado durante a graduação, como integrante do

PRH-34 – Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis (ANP) –, tornou-se ainda maior com este projeto.

A experiência de participar do projeto de uma nova unidade em uma refinaria

foi muito interessante. Foi bastante grande o conhecimento adquirido, não somente

na área técnica, como também na visão do planejamento que projetos deste tipo

necessitam.

Ao fim do projeto, considero que o trabalho foi desenvolvido com sucesso. Os

prazos de entrega foram cumpridos e todos os documentos elaborados foram

aprovados em suas versões finais pela equipe da Petrobras. Como o projeto de

detalhamento desta unidade de separação de propeno não será realizado pela

Chemtech, nossa participação no projeto está aqui encerrada no FEED.

Para a Chemtech, o sucesso em projetos deste tipo tem grande importância.

A realização de projetos com qualidade e respeitando os prazos aumenta a

visibilidade e o reconhecimento da empresa junto aos seus clientes. A experiência e

o sucesso nestes projetos de engenharia possibilitaram à Chemtech expandir sua

atuação nesta área. O próximo projeto na área contemplará o projeto de pré-

detalhamento e também o detalhamento de uma refinaria completa – a Refinaria do

Nordeste – Abreu e Lima (RNEST), que entrará em operação em 2011 –,

abrangendo todas as unidades de processo e o off-site. Neste novo projeto, a

participação do autor deste trabalho continuará na disciplina de Instrumentação.

63

Bibliografia:

[ 1 ] Produtores de resinas prevêem demanda em alta. Gazeta Mercantil, São

Paulo, 8 fev. 2008. Disponível em <http://www.gazeta.com.br/integraNoticia.aspx?

Param=35%2c0%2c1484348%2cUIOU>. Acesso em: 23 fev. 2008.

[ 2 ] Refinarias PETROBRAS. Disponível em <http://www2.petrobras.com.br/

minisite/refinarias/portugues/refinarias/regap.asp>. Acesso em: 30 jan. 2008.

[ 3 ] LEFFER, William L. Petroleum Refining in Nontechnical Language. 3rd ed.

Tulsa, EUA: PennWell, 2000.

[ 4 ] PEREIRA, Roberta Alves et al. Tendências Tecnológicas e Mercadológicas

dos Principais Produtos Petroquímicos Básicos: Eteno e Propeno. 2007. In:

Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás -

PDPETRO, 4., 2007, Campinas.

[ 5 ] AFONSO, Maria L.; TRISTÃO, Maria L.; DUNLOP, Maria B. Caracterização

de Soda Gasta dos Tratamentos Cáustico e Merox. Boletim Técnico PETROBRAS,

Rio de Janeiro, n. 43, p. 137-140, jul./dez. 2000.

[ 6 ] THOMAS, José Eduardo (Org.). Fundamentos de engenharia de petróleo.

Rio de Janeiro: Interciência: PETROBRAS, 2001.

[ 7 ] ANDERSON, Norman A. Instrumentation for Process Measurement and

Control. 3rd ed. Boca Raton, EUA: CRC Press, 1997.

[ 8 ] HELSON, Ron. Os Benefícios do Protocolo de Comunicação HART® em

Sistemas de Instrumentação Inteligentes. Austin, EUA: HART Communication

Foundation, 2004.

[ 9 ] DA SILVA, Gustavo M. As Redes de Campo em Instrumentação e

Controlo Industrial. Lisboa, Portugal: Escola Superior de Tecnologia de Setúbal,

2004.

64

[ 10 ] BERGE, Jonas. Fieldbuses for Process Control: Engineering, Operation,

and Maintenance. Research Triangle Park, EUA: ISA, 2004.

[ 11 ] CASAROTTO FILHO, Nelson. Anteprojeto Industrial: Das Estratégias

Empresariais à Engenharia. Tese submetida à Universidade Federal de Santa

Catarina para obtenção do título de Doutor em Engenharia – Programa de Pós -

Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis, 1995.

[ 12 ] RIBEIRO, Marco Antônio. Válvulas de controle e Segurança. 5. ed.

Salvador: Tek, 1999.

65

An

exo A

: Detalh

e Típ

ico d

e Instalação

ao P

rocesso

BbBbBb

17 2416 06

15A 0615 0612 0311 0610 -9 -

8A 068 127 065 063 061 -

ITEM TOTALTÍTULO: N° FOLHA

N° REGAP REV.

½" RO x CCT½" ES x CCT

02

QUANT.-

02½" RO½" ES

PROGRAMA:

FLANGE, AFO, ASTM A105"MANIFOLD" INTEGRAL, 3 VIAS, AI ASTM A182 Gr F316LTÊ DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316L

VPL, AI ASTM A182 Gr F316L, INT. AISI 316, SEDE PEEK

TUBO, AC API 5L Gr B, PSL1, SC, ASME B36.10

020102--

020402

SPEC.DESENHO DE LOCAÇÃO

EQUIPAMENTO TOMADA

DESENHO DE LOCAÇÃO

EQUIPAMENTOSPEC.

TOMADA

IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

DESCRIÇÃO CLIENTE:

DIMENSÃO

ؽ" x 2½" COMP½" P/ FLG - FR

ؽ" RO x PL½" PL

½" ES - FR½" ES - FR½" FLG x RO

½" CCT

IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

XXXX-FE/FT-XXXXXXXX-FE/FT-XXXXXXXX-FE/FT-XXXX

T-02CÓDIGO

P-150-01J-150-02F-150-J7F-150-J2

TUBING, AI ASTM A269 Gr TP316, SC, RECOZIDO

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316

N-15

C11-02 TAMPÃO, AFO, ASTM A105

NIPLE, AI ASTM A312 Gr TP316L, SC, COMPRIMENTO 4"

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316

02

½" CCT½"

UNIÃO DE COMPRESSÃO, AI ASTM A182 Gr F316L

PAE, AL ASTM A193 Gr B7, C/ 2 PORCAS ASTM A194 Gr 2H, HEX. SÉRIE PESADAJUNTA ESPIRALADA, AISI 304, ENCHIMENTO GRAFITE FLEXÍVEL, ANEL EXT. ACFLANGE, AI ASTM A182 Gr F316L

DETALHES TÍPICOS DE INSTALAÇÃO (PROCESSO)

DETALHE TÍPICO Nº. X - TRANSMISSOR DE VAZÃO (Ba, Bb, Bf)

02

08

INSTR.

TUB.

66

An

exo B

: Detalh

e Típ

ico d

e Instalação

Elétrica

5 -4 033 032 031 03

ITEM TOTALTÍTULO: N° FOLHA

N° REGAP REV.

XXXX-FE/FT-XXXXXXXX-FE/FT-XXXXXXXX-FE/FT-XXXX

LOCAÇÃOIDENTIFICAÇÃO

QUANT.

01

01

01

01

DESCRIÇÃO

1/2" NPTPRENSA-CABO UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIACAIXA DE LIGAÇÃO "TÊ" AL. FUND.

3/4" NPT

PROGRAMA

CÓDIGO

LOCAÇÃO

CLIENTE

IDENTIFICAÇÃO

DETALHE TÍPICO Nº. X - INSTRUMENTO 2 OU 3 FIOS

IDENTIFICAÇÃOLOCAÇÃO

01BUCHA DE REDUÇÃO AL. FUND.

ELETRODUTO AC GALV SC TIPO PESADO (ABNT NBR 5597) (NOTA GERAL 2)

NOTAS: 1 - SINAL DIGITAL (24 Vcc), ANALÓGICO (4-20 mA) OU FOUNDATION FIELDBUS.

DETALHES TÍPICOS DE INSTALAÇÃO (ELÉTRICA)

3/4" NPT

TUBO ELETRODUTO FLEXÍVEL 600 mm COMP. AI/LATÃO NID. 1/2" NPTDIMENSÃO

3/4" x 1/2" NPT

67

An

exo C

: Detalh

e Típ

ico d

e Instalação

Pn

eum

ática

2 -1 06

ITEM TOTALTÍTULO: N° FOLHA

N° REGAP REV.

NOTAS: 1 - FILTRO REGULADOR FORNECIDO COM A VÁLVULA. 2 - VÁLVULA SOLENÓIDE FORNECIDA COM A VÁLVULA.

XXXX-FV-XXXXXXXX-FY-XXXX

LOCAÇÃO

XXXX-FV-XXXXXXXX-FY-XXXXXXXX-FV-XXXXXXXX-FY-XXXX

CLIENTE

CÓDIGOPROGRAMA

IDENTIFICAÇÃOLOCAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃOLOCAÇÃO

1/4" DE -

QUANT.DIMENSÃO02CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO

DESCRIÇÃO

DETALHES TÍPICOS DE INSTALAÇÃO (PNEUMÁTICO)

DETALHE TÍPICO Nº. X - VÁLVULA COM SOLENÓIDE

TUBING COBRE CAPA DE PVC (NOTA GERAL 2)1/4" DE x 1/4" NPT

68

An

exo D

: Exem

plo

de fo

lha d

e sum

ário

- - - - 49 45 51 57 58 13 60 60 60 29 22 01 12 - - 36 553

- - - - 49 45 51 57 58 13 60 60 60 29 22 01 12 120 96 36 769

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - 12

- - - - - - - - - - - - - - - 02 12 - - - 14

- - - - - - - - - - 60 60 60 29 - - 12 - - - 221

- - - - 49 45 51 57 58 13 - - - - 22 01 - - - 36 332

- - - - - - - - - - - - - - - - - 120 96 - 216

- - - - 49 45 51 57 58 13 60 60 60 29 22 01 12 - - 36 553

- - - - - - - - - - - - - - - - - 120 96 - 216

TÍTULO: N°

N° REGAP

11 14135 6 12

DETALHES TÍPICOS DE INSTALAÇÃO (ELÉTRICA)

769

7 8 9 10 18 19 20

553

15 16 17TOTAL

SUB TOTAL

REV.

CÓDIGO DESCRIÇÃO DO MATERIAL DIMENSÃOQUANTIDADE POR FOLHA

1 2 3 4

BUCHA DE REDUÇÃO AL. FUND. 3/4" x 1/2" NPT

CAIXA DE LIGAÇÃO "TÊ" AL. FUND. 3/4" NPT

ELETRODUTO AC GALV SC TIPO PESADO (ABNT NBR 5597) (NOTA GERAL 2) 3/4" NPT -

PRENSA-CABO AI/LATÃO 1/2" NPT 12

PRENSA-CABO AI/LATÃO, BR Exd IIC 1/2" NPT 14

PRENSA-CABO UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIA 1/2" NPT 221

PRENSA-CABO UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIA, BR Exd IIC 1/2" NPT 332

PRENSA-CABO UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIA, BR Exd IIC 3/4" NPT 216

TUBO ELETRODUTO FLEXÍVEL 600 mm COMP. AI/LATÃO NID. 1/2" NPT 553

TUBO ELETRODUTO FLEXÍVEL 600 mm COMP. AI/LATÃO NID. 3/4" NPT 216

FOLHACLIENTE PROGRAMA

69

Anexo E: Levantamento de Quantitativos de Materiais

REV.

Instrumentação - Materiais Diversos Nº do Projeto:

Unidade : Órgão/Cliente: DATA:CÓDIGO UNID. QUANT.

01

01.01

01.01.095 Un 736

04

04.01

04.01.245 m 570

04.01.250 m 2930

04.01.255 m 304

18

18.01.000 Un 2

18.01.005 Un 2

18.01.010 Un 2

18.01.015 Un 2

18.01.020 Un 6

18.01.025 Un 51

20

20.01.000 Un 72420.01.005 Un 55

20.01.010 Un 67

20.01.015 Un 2120.01.020 Un 14020.01.025 Un 33020.01.030 Un 110

20.01.035 Un 110

20.01.040 m 1183520.01.045 m3 15120.01.050 Un 10220.01.055 Un 420.01.060 Un 25720.01.065 Un 3420.01.070 Un 220.01.075 Un 4820.01.080 Un 10920.01.085 Un 55

20.01.090 Un 76

20.01.095 Un 183

20.01.100 Un 2

20.01.105 Un 17

20.01.110 Un 1920.01.115 Un 4420.01.120 Un 2820.01.125 Un 1520.01.130 Un 3820.01.135 Un 2420.01.140 Un 220.01.145 Un 14720.01.150 Un 15620.01.155 Un 3620.01.160 Un 30420.01.165 Un 66420.01.170 Un 13620.01.175 Un 820.01.180 Kg 128720.01.185 Un 12

20.01.190 Un 12

20.01.195 Un 192

20.01.200 Un 170

20.01.205 Un 6

20.01.210 Un 76

20.01.215 Un 23

20.01.220 Un 240

PRENSA-CABO UNIÃO EM AÇO INOXIDÁVEL/LATÃO , DN 2" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, COM CERTIFICADO INMETRO CEPEL PARA UTILIZAÇÃO EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (BR EXD IIC), TIPO A2F, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

NIPLE DE REDUÇÃO CONCÊNTRICO, ASTM A234 Gr. WPB, SEM COSTURA, GALVANIZADO, MSS SP-95, SCH 160, DIÂMETRO 2" x 1/2" PONTA LISA

JOELHO 90°, FERRO MALEÁVEL, ASTM A197, GALVANIZADO, 300#, DIÂMETRO ½" NPT EXTREMIDADE ROSCADA

FLANGE, AÇO FORJADO, ASTM A105, SCH 160, 300#, DIÂMETRO 3/4" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO

FLANGE, AÇO INOXIDÁVEL, ASTM A182 Gr F316L, SCH 80S, 150#, DIÂMETRO 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO

JUNTA ESPIRALADA, AISI 304, ENCHIMENTO GRAFITE FLEXÍVEL, ANEL EXTERNO AÇO CARBONO, ESPESSURA 4,4 mm, DIÂMETRO 1/2" PARA FLANGE FACE RESSALTO, 300#

JUNTA ESPIRALADA, AISI 304, ENCHIMENTO GRAFITE FLEXÍVEL, ANEL EXTERNO AÇO CARBONO, ESPESSURA 4,4 mm, DIÂMETRO 3/4" PARA FLANGE FACE RESSALTO, 150#

FLANGE, AÇO FORJADO, ASTM A105, SCH 160, 150#, DIÂMETRO 3/4" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO

FLANGE, AÇO FORJADO, ASTM A105, SCH 160, 300#, DIÂMETRO 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO

CAIXA DE LIGAÇÃO (CONDULETE) EM LIGA DE ALUMÍNIO FUNDIDO A PROVA DE TEMPO, UMIDADE, GASES, VAPORES E PÓS, COM JUNTA DE VEDAÇÃO EM NEOPRENE, ENTRADAS ROSQUEADAS, ROSCA NPT EM "T" COM DIÂMETRO DE 3/4" TGVP REF.: PETERCO TIPO R-15/T-33 OU SIMILAR

CAIXAS E CONDULETESCAIXAS

DESCRIÇÃO

ELETRODUTOS & CONEXÕESELETRODUTOS

ELETRODUTO RÍGIDO DE AÇO GALVANIZADO, COM COSTURA, CONFORME ABNT NBR 5597, CLASSE PESADA, EXTREMIDADES COM ROSCA, COM AS REBARBAS REMOVIDAS, FORNECIDO EM PEÇA DE 3 m , COM UMA LUVA EM UMA DAS EXTR DIÂMETRO 1" .

ELETRODUTO RÍGIDO DE AÇO GALVANIZADO, COM COSTURA, CONFORME ABNT NBR 5597, CLASSE PESADA, EXTREMIDADES COM ROSCA, COM AS REBARBAS REMOVIDAS, FORNECIDO EM PEÇA DE 3 m , COM UMA LUVA EM UMA DAS EXTR DIÂMETRO 4".

ELETRODUTO RÍGIDO DE AÇO GALVANIZADO, COM COSTURA, CONFORME ABNT NBR 5597, CLASSE PESADA, EXTREMIDADES COM ROSCA, COM AS REBARBAS REMOVIDAS, FORNECIDO EM PEÇA DE 3 m , COM UMA LUVA EM UMA DAS EXTR DIÂMETRO 2".

CAIXA DE JUNÇÃO PARA SEGMENTOS FOUNDATION FIELDBUS H1, COM 4 CONEXÕES PARA PLUG DE 7/8", GRAU DE PROTEÇÃO IP-65, ADEQUADA PARA ZONA 1 & 2 GRUPO IIA T3, SIMILAR AO MODELO ABB NFJ420-NE, COM 20 TERMINADORES SIMILARES AO MODELO NPZ 100-EX.

CAIXA DE JUNÇÃO DE POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO, COR CINZA RAL 7024, RESISTENTE À CHAMA, AUTO-EXTINGÜÍVEL, GRAU DE PROTEÇÃO IP-65, COM FLANGE EM POLIÉSTER REFORÇADO, GAXETA ADEQUADA PARA ZONA 1 & 2 GRUPO IIA T3, EX d, COM 1 X 6 PRENSA CABOS EX d PARA CABO DE 1 PAR #1,0mm2, 1 X 6 PRENSA CABOS EX d PARA CABO DE 1 PAR #1,5mm2, PRENSA CABO EX d PARA 1 MULTICABO 12 PARES BLINDAGEM INDIVIDUAL E TOTAL # 1,5 mm2 - REFERENCIA 8146 DA STAHL OU SIMILAR

CAIXA DE JUNÇÃO DE POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO, COR CINZA RAL 7024, RESISTENTE À CHAMA, AUTO-EXTINGÜÍVEL, GRAU DE PROTEÇÃO IP-65, COM FLANGE EM POLIÉSTER REFORÇADO, GAXETA ADEQUADA PARA ZONA 1 & 2 GRUPO IIA T3, EX d, COM 1 X 12 PRENSA CABOS EX d PARA CABO DE 1 PAR #1,5mm2, PRENSA CABO EX d PARA 1 MULTICABO 12 PARES BLINDAGEM TOTAL # 1,5 mm2 - REFERENCIA 8146 DA STAHL OU SIMILAR

CAIXA DE JUNÇÃO DE POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO, COR CINZA RAL 7024, RESISTENTE À CHAMA, AUTO-EXTINGÜÍVEL, GRAU DE PROTEÇÃO IP-65, COM FLANGE EM POLIÉSTER REFORÇADO, GAXETA ADEQUADA PARA ZONA 1 & 2 GRUPO IIA T3, EX d, COM 1 X 12 PRENSA CABOS EX d PARA TERNAS #1,0mm2, PRENSA CABO EX d PARA 1 MULTICABO 12 PARES BLINDAGEM INDIVIDUAL E TOTAL # 1,5 mm2, PRENSA CABO EX d PARA 1 MULTICABO 12 PARES BLINDAGEM INDIVIDUAL E TOTAL # 0,75 mm2 - REFERENCIA 8146 DA STAHL OU SIMILAR

CAIXA DE JUNÇÃO DE POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO, COR CINZA RAL 7024, RESISTENTE À CHAMA, AUTO-EXTINGÜÍVEL, GRAU DE PROTEÇÃO IP-65, COM FLANGE EM POLIÉSTER REFORÇADO, COM A INSCRIÇÃO “SEGURANÇA”, AFIXADA NO FLANGE, GAXETA ADEQUADA PARA ZONA 1 & 2 GRUPO IIA T3, EX d, COM 1 X 12 PRENSA CABOS EX d PARA CABOS #1,5 mm2, PRENSA CABO EX d PARA 1 MULTICABO 12 PARES BLINDAGEM INDIVIDUAL E TOTAL # 1,5 mm2 - REFERENCIA 8146 DA STAHL OU SIMILAR

CAIXA DE JUNÇÃO DE POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO, COR CINZA RAL 7024, RESISTENTE À CHAMA, AUTO-EXTINGÜÍVEL, GRAU DE PROTEÇÃO IP-65, COM FLANGE EM POLIÉSTER REFORÇADO, COM A INSCRIÇÃO “SEGURANÇA”, AFIXADA NO FLANGE, GAXETA ADEQUADA PARA ZONA 1 & 2 GRUPO IIA T3, EX d, COM 1 X 12 PRENSA CABOS EX d PARA CABOS #1,0 mm2, PRENSA CABO EX d PARA 1 MULTICABO 12 PARES BLINDAGEM INDIVIDUAL E TOTAL # 0,75 mm2 - REFERENCIA 8146 DA STAHL OU SIMILAR

CAIXA DE LIGAÇÃO (CONDULETE) EM LIGA DE ALUMÍNIO FUNDIDO A PROVA DE TEMPO, UMIDADE, GASES, VAPORES E PÓS, COM JUNTA DE VEDAÇÃO EM NEOPRENE, ENTRADAS ROSQUEADAS, ROSCA NPT EM "T" COM DIÂMETRO DE 2" TGVP REF.: PETERCO TIPO R-15/T-33 OU SIMILAR

ELETRODUTO RÍGIDO EM AÇO CARBONO GALVANIZADO A FOGO (TIPO PESADO), SEM COSTURA CONFORME ABNT NBR 5597, DIÂMETRO DE 3/4"

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AÇO INOXIDÁVEL ASTM A182 Gr F316, 6000#, DIÂMETRO 1/4" DIÂMETRO EXTERNO x 1/4" NPT

BUCHA DE REDUÇÃO, ALUMÍNIO FUNDIDO, 3/4" x 1/2" NPT

CONECTOR FÊMEA DE COMPRESSÃO, AÇO INOXIDÁVEL ASTM A182 Gr F316, 6000#, DIÂMETRO 1/2" CONEXÃO ROSQUEADA x COMPRESSÃO

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AÇO INOXIDÁVEL ASTM A182 Gr F316, 6000#, DIÂMETRO 1/2" CONEXÃO ROSQUEADA x COMPRESSÃO

CONECTOR MACHO DE COMPRESSÃO, AÇO INOXIDÁVEL ASTM A182 Gr F316, 6000#, DIÂMETRO 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA x COMPRESSÃO

ELETROCALHA PERFURADA COM TAMPA, FABRICADA EM CHAPA DE AÇO 14 MSG, DOBRADA TIPO C, GALVANIZADA A FOGO, LARGURA 200mm, ABA RETA ALTURA 100mm, FORNECIDO EM PEÇA DE 3 m, REF.: MARVITEC TIPO 4200/200/100/3000 OU SIMILAR

BUCHA DE REDUÇÃO, ALUMÍNIO FUNDIDO, 1/2" x 1/4" NPT

FLANGE, AÇO FORJADO, ASTM A350, Gr LF2 CL1, SCH 160, 150#, DIÂMETRO 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO

FLANGE, AÇO INOXIDÁVEL, ASTM A182 Gr F316L, SCH 80S, 300#, DIÂMETRO 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO

JUNTA ESPIRALADA, AISI 304, ENCHIMENTO GRAFITE FLEXÍVEL, ANEL EXTERNO AÇO CARBONO, ESPESSURA 4,4 mm, DIÂMETRO 1/2" PARA FLANGE FACE RESSALTO, 150#

NIPLE DE REDUÇÃO CONCÊNTRICO, ASTM A234 Gr. WPB, SEM COSTURA, MSS SP-95, SCH 160, DIÂMETRO 3/4" x 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA

TAMPÃO, AÇO FORJADO, ASTM A105, 6000#, DIÂMETRO 1/2" EXTREMIDADE ROSCADA

MEIA LUVA, AÇO INOXIDÁVEL ASTM A182, Gr. F316L, 1/2" EXTREMIDADE ROSCADA, 3000#

CAIXAS DE JUNÇÃO (Especificar principais características técnicas, unidade e quantidade)

OUTROS ( Materiais não relacionados. Especificar descrição, unidade e quantidade)

PARAFUSO TIPO ESTOJO, AÇO LIGA, ASTM A193 Gr. B7, COM 2 PORCAS ASTM A194 Gr. 2H, HEXAGONAL SÉRIE PESADA, 300#, DIÂMETRO 5/8", COMPRIMENTO 2 1/2"

PARAFUSO TIPO ESTOJO, AÇO LIGA, ASTM A320 Gr. L7, COM 2 PORCAS ASTM A194 Gr. 4L, HEXAGONAL SÉRIE PESADA, 150#, DIÂMETRO 1/2", COMPRIMENTO 2 1/2"

NIPLE, AÇO INOXIDÁVEL, ASTM A312 Gr. TP316L, SEM COSTURA, COMPRIMENTO 4", SCH 80S, DIÂMETRO 1/2" EXTREMIDADE ROSCADA x PONTA LISA

JUNTA ESPIRALADA, AISI 304, ENCHIMENTO GRAFITE FLEXÍVEL, ANEL EXTERNO AÇO CARBONO, ESPESSURA 4,4 mm, DIÂMETRO 3/4" PARA FLANGE FACE RESSALTO, 300#

NIPLE DE REDUÇÃO CONCÊNTRICO, ASTM A234 Gr. WPB, SEM COSTURA, GALVANIZADO, MSS SP-95, SCH 160, DIÂMETRO 3/4" x 1/2" PONTA LISA

NIPLE DE REDUÇÃO CONCÊNTRICO, ASTM A234 Gr. WPB, SEM COSTURA, GALVANIZADO, MSS SP-95, SCH 80, DIÂMETRO 3/4" x 1/2" EXTREMIDADE ROSCADA

PRENSA-CABO UNIÃO EM LATÃO NIQUELADO, DN 1/2" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, FORNECIDOS COM UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIA INCORPORADA, ROSCA DN 1/2" NPT, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

PRENSA-CABO UNIÃO EM AÇO INOXIDÁVEL , DN 1/2" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, COM CERTIFICADO INMETRO CEPEL PARA UTILIZAÇÃO EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (BR EXD IIC), TIPO A2F, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

PRENSA-CABO UNIÃO EM AÇO INOXIDÁVEL/LATÃO , DN 1" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, COM CERTIFICADO INMETRO CEPEL PARA UTILIZAÇÃO EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (BR EXD IIC), TIPO A2F, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

PRENSA-CABO UNIÃO EM LATÃO NIQUELADO, DN 1/2" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, FORNECIDOS COM UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIA INCORPORADA, ROSCA DN 1/2" NPT, COM CERTIFICADO INMETRO CEPEL PARA UTILIZAÇÃO EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (BR EXD IIC), TIPO A2F, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

PRENSA-CABO UNIÃO EM LATÃO NIQUELADO, DN 3/4" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, FORNECIDOS COM UNIÃO MACHO-FÊMEA GIRATÓRIA INCORPORADA, ROSCA DN 3/4" NPT, COM CERTIFICADO INMETRO CEPEL PARA UTILIZAÇÃO EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (BR EXD IIC), TIPO A2F, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

VOLUME DE CONCRETO PARA CONSTRUÇÃO DOS ENVELOPES

PRENSA-CABO UNIÃO EM AÇO INOXIDÁVEL, DN 1/2" NPT, PARA CABOS NÃO ARMADOS, ATENDENDO INTEGRALMENTE A NBR-10861.

NIPLE DE REDUÇÃO CONCÊNTRICO, ASTM A420 Gr. WPL6, MSS SP-95, SCH 160, DIÂMETRO 3/4" x 1/2" PONTA LISA

NIPLE, AÇO INOXIDÁVEL, ASTM A312 Gr. TP316L, SEM COSTURA, COMPRIMENTO 4", SCH 80S, DIÂMETRO 1/2" EXTREMIDADES ROSCADAS

PARAFUSO TIPO ESTOJO, AÇO LIGA, ASTM A193 Gr. B7, COM 2 PORCAS ASTM A194 Gr. 2H, HEXAGONAL SÉRIE PESADA, 150#, DIÂMETRO 1/2", COMPRIMENTO 2 1/2"

PARAFUSO TIPO ESTOJO, AÇO LIGA, ASTM A193 Gr. B7, COM 2 PORCAS ASTM A194 Gr. 2H, HEXAGONAL SÉRIE PESADA, 300#, DIÂMETRO 1/2", COMPRIMENTO 3"

NIPLE, AÇO CARBONO, ASTM A106 Gr. B, SEM COSTURA, COMPRIMENTO 4", SCH 160, DIÂMETRO 1/2" EXTREMIDADE ROSCADA x PONTA LISA

NIPLE DE REDUÇÃO CONCÊNTRICO, ASTM A234 Gr. WPB, SEM COSTURA, MSS SP-95, SCH 160, DIÂMETRO 3/4" x 1/2" PONTA LISA

PEDESTAL PARA 1 INSTRUMENTO, TUBO AÇO CARBONO 2" SCH10S

FLANGE, AÇO FORJADO, ASTM A105, SCH 160, 150#, DIÂMETRO 1/2" ENCAIXE PARA SOLDA - FACE RESSALTO