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Projeto - Inventário Florestal de Minas Gerais Project - Forest Inventory of Minas Gerais Livro Equações de Volume, Peso de Matéria Seca e Carbono para Diferentes Fisionomias da Flora Nativa Book Volume Equations, Dry Matter Weight and Carbon for the Different Physiognomies of the Native Flora Capítulo VII Volume, peso de matéria seca e produção de óleo para candeia (Eremanthus erythropappus) em Minas Gerais Chapter VII Volume, dry matter weight and oil production equations for candeia (Eremanthus erythropappus (Benth.)) in Minas Gerais

Projeto - Inventário Florestal de Minas Gerais Project ... · H 6,68 6,96 7,28 10,90 10,69 10,66 VTcc 0,01849 0,04916 0,09248 0,26100 0,36336 0,51118 VTsc 0,01438 0,03975 0,07766

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Projeto - Inventário Florestal de Minas GeraisProject - Forest Inventory of Minas Gerais

Livro

Equações de Volume, Peso de Matéria Seca e

Carbono para Diferentes Fisionomias da Flora Nativa

Book

Volume Equations, Dry Matter Weight and Carbon

for the Different Physiognomies of the Native Flora

Capítulo VII

Volume, peso de matéria seca e produção de óleo para

candeia (Eremanthus erythropappus) em Minas Gerais

Chapter VII

Volume, dry matter weight and oil production equations for

candeia (Eremanthus erythropappus (Benth.)) in Minas Gerais

Resumo do livro

Inventário Florestal de Minas Gerais - Equações de Volume, Peso de Matéria Seca e Carbono para Diferentes Fisionomias da Flora Nativa

Este volume da série “Inventário Florestal de Minas Gerais”, apresenta equações ajustadas para estimar o volume

total e o volume de fuste, com e sem casca. Elas permitem inferir sobre o volume de galhos, a porcentagem de

casca, o peso de matéria seca e o teor de carbono contido nas plantas. Também, são realizadas análises da

similaridade dessas variáveis entre as diferentes regiões das fitofisionomias Cerrado Sensu Stricto, Cerradão,

Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila e Floresta Estacional Decidual. Equações também foram

ajustadas para estimar o volume, o peso de matéria seca e o teor de tanino nas espécies Anadenanthera colubrina

(Benth.) Brenan (angico vermelho) e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (barbatimão), a cortiça em

Kielmeyera coriacea (pau-santo), a produção de óleo em Eremanthus erythropappus (Benth.) (candeia), e o

sistema radicular de Eucalyptus spp, e das espécies do Cerrado e da Floresta Estacional Decidual, entre outros.

Book Abstract

Forest Inventory of Minas Gerais – Volume Equations, Dry Matter Weight and Carbon for the

Different Physiognomies of the Native Flora

This volume of the series "Forest Inventory of Minas Gerais" presents equations adjusted to estimate the total

and stem volume, with and without bark. They permit the estimation of branch volume, bark percentage, dry

matter weight and carbon stock contained in plants. Also, analyses of the similarity of these variables are carried

out between the different regions of the physiognomies Cerrado Sensu Stricto (Brazilian Savanna), Cerradão

(Arboreal Savanna), Seasonal Semideciduous Forest, Ombrophylous Forest (Atlantic Rain Forest) and Seasonal

Deciduous Forest. Equations have also been adjusted to estimate the volume, dry matter weight and tannin

content of the species Anadenanthera colubrina (Benth.) Brenan (angico vermelho) and Stryphnodendron

adstringens (Mart.) Coville (barbatimão), cork content in Kielmeyera coriacea (pau-santo), oil production of

Eremanthus erythropappus (Benth.) (candeia), and root system for Eucalyptus spp., Cerrado and Seasonal

Deciduous Forest species, among others.

* Este capítulo é um componente do Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas

Gerais e, deve ser citado quando parte desta publicação for reproduzida.

* This Chapter is a component of Mapping and Inventory of Native Flora and Refosrestation of Minas Gerais, and

should be cited when part of this publication is reproduced.

SCOLFORO, J. R. et al. Volume, peso de matéria seca e produção de óleo para candeia (Eremanthus

erythropappus), em Minas Gerais. In: SCOLFORO, J. R.; OLIVEIRA, A. D.; ACERBI JÚNIOR, F. W.(Ed.). Inventário

Florestal de Minas Gerais - Equações de Volume, Peso de Matéria Seca e Carbono para Diferentes Fisionomias da

Flora Nativa. Lavras: UFLA, 2008. cap. 7, p.171-179.

171

CAPÍTULO VII

VOLUME, PESO DE MATÉRIA SECA E PRODUÇÃO DE ÓLEO PARA CANDEIA (Eremanthus erythropappus)

EM MINAS GERAIS

José Roberto ScolforoJosé Fábio Camolesi

Antonio Donizette de OliveiraJosé Márcio de Mello

Fausto Weimar Acerbi JúniorCharles Plínio de Castro Silva

Ivonise Silva AndradeVanete Maria de Melo

Elizabeth C.Rezende Abreu

A candeia é uma espécie florestal de múltiplos usos, sendo utilizada predominantemente como moirão de cerca pela sua alta durabilidade e, também, na extração de óleos essenciais, cujo principal princípio ativo é o alfabisabolol, empregado na fabricação de medicamentos e cosméticos (cremes, bronzeadores, protetores solares, veículo), além de uso na profilaxia e cuidados da pele de bebês e adultos, entre outros.

A candeia (Eremanthus erythropappus) é classificada como da família Asteraceae, é uma espécie precursora de campo, típica de encraves entre a mata e os campos abertos (cerrado e campos de altitude). Esta espécie se desenvolve rapidamente em campos abertos, formando povoamentos mais ou menos puros. Isto também acontece dentro da floresta quando há alguma perturbação, pois, é uma espécie heliófila e a entrada de luz a beneficia. É uma árvore cuja altura varia de 2 a 10 m, e o seu diâmetro pode atingir 35cm. Em sítios especiais pode chegar eventualmente a 16 metros de altura e 65 cm de diâmetro. Neste capítulo serão apresentadas informações que permitem análises sobre o potencial da candeia. Serão apresentadas quantidades médias de volume, peso de matéria seca e qualidade de óleo para a candeia nativa.

7.1 VALORES MÉDIOS OBTIDOS DA CUBAGEM RIGOROSA DE ÁRVORES

São apresentadas para as regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto os valores médios, por classe de diâmetro, para volume com casca, volume sem casca, fator de empilhamento, porcentagem de casca e número de moirões obtidos através de cubagem rigorosa (Tabela 7.1).

172

Tabela 7.1 - Valores médios por árvore, classe diamétrica e região para altura total (H), volume total com cas-ca (VTcc), volume total sem casca (VTsc), percentual de casca (% casca) e número de moirões (NM) para a

candeia(Eremanthus erythropappus).

Região VariávelClasses de diâmetro

7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5

Delfim Moreira(1)

DAP 7,69 12,45 17,65 22,09 27,02 32,12

H 6,64 8,41 9,05 9,67 9,67 10,32

VTcc 0,01758 0,05893 0,12444 0,20459 0,31278 0,42635

VTsc 0,01440 0,04859 0,10913 0,17486 0,27598 0,38811

% Casca 21,36 20,24 15,58 18,58 14,96 13,89

NM 1,70 3,55 5,20 8,40 13,14 15,00

Aiuruoca (2)

DAP 7,47 12,67 17,37 22,54 27,40 31,49

H 6,68 6,96 7,28 10,90 10,69 10,66

VTcc 0,01849 0,04916 0,09248 0,26100 0,36336 0,51118

VTsc 0,01438 0,03975 0,07766 0,21983 0,31602 0,44973

% Casca 25,03 21,95 20,94 18,11 15,96 14,35

NM 2,10 3,60 5,20 10,10 12,80 19,30

OuroPreto

(3)

DAP 7,67 12,40 17,26 22,61 27,50 32,64

H 6,13 7,54 8,04 10,72 11,11 12,25

VTcc 0,01718 0,05271 0,12921 0,24570 0,41238 0,59058

VTsc 0,01361 0,04428 0,11314 0,21832 0,36814 0,52935

% Casca 23,50 18,24 15,34 13,75 12,71 12,39

NM 1,60 2,91 4,45 7,80 11,20 18,70

Classe de diâmetro com intervalo fechado à esquerda.

O fator de empilhamento médio para a conversão de volume em metro estéreo para volume em metro cúbico é 2,46. O valor expressivo de conversão deve-se a forma irregular da candeia nativa o que gera muitos espaços vazios quando a madeira é acomodada na pilha de madeira com 1 metro de largura por 1 metro de comprimento e 1 metro de altura.

Na Figura 7.1, constata-se graficamente, a tendência do volume total com casca, volume total sem casca e número de moirões à medida que aumenta a classe de diâmetro para as três regiões de estudo.

(a) (b)

(c)

Figura 7.1 - Comportamento para a candeia (Eremanthus erythropappus) das variáveis, volume da árvore com casca até 3 cm de diâmetro com casca (VTcc), volume da árvore sem casca até 3 cm de diâmetro com casca (VTsc) e número de moirões (NM) em função da classe de diâmetro, para as regiões de Delfim Moreira (R1), Aiuruoca (R2) e

Ouro Preto (R3).

Vo

lu

me

Vo

lu

me

R1R2R3

173

7.2 EQUAÇÕES PARA ESTIMAR VOLUME DE ÁRVORES

Pela Tabela 7.2, verificam-se as equações selecionadas, oriundas do modelo logarítmico definido por Spurr denominado de variável combinada, para estimar volume da árvore com casca até 3 cm de diâmetro com casca, volume da árvore sem casca e número de moirões gerados por árvore, para as regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto. As medidas de precisão, coeficiente de determinação ajustado (R2 ajust.), erro padrão da estimativa em m3 e porcentagem (Syx), destas equações também são apresentadas nessa Tabela, e a distribuição gráfica de seus resíduos na Figura 7.2.

A eficiência da equação de Spurr Logarítmica foi comprovada pela análise da distribuição gráfica dos resíduos (Figura 7.2). Nota-se que, embora o erro de estimativa de um único indivíduo para as variáveis ajustadas possa ser alto, os gráficos de resíduo não demonstram haver tendenciosidade, indicando que, os erros de estimativa anulam-se, quando se considera que o interesse está na estimativa do volume de todas as árvores contidas na parcela. Isto garante que as equações podem ser usadas com segurança nas regiões de estudo. Os gráficos de resíduos mostram o comportamento do erro padrão da estimativa em porcentagem em função do Dap. Este tipo de representação ajuda a visualizar a qualidade do ajuste, que deverá produzir um erro que esteja dentro do aceitável quando aplicado à população.

Tabela 7.2 - Equações de volume da árvore com casca até 3 cm de diâmetro com casca (VTcc), volume da árvore sem casca até 3 cm de diâmetro com casca (VTsc) e número de moirões (NM) em função da classe de diâmetro, para

as regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto, para candeia (Eremanthus erythropappus).

Região Variável Equações R2 ajust. Syx(m3) Syx(%)

Delfim MoreiraVolume da árvore cc Ln(VTcc) = -10,0428800+1,004040*Ln(Dap2*H) 98,44 0,03513 20,46Volume da árvore sc Ln(VTsc) = -10,4450669+1,0302480*Ln(Dap2*H) 98,60 0,02590 19,23Número de Moirões Ln(NM)= -3,53798588+0,6680710*Ln((Dap2*H) 88,93 1,88672 28,52

Aiuruoca

Vol ume da árvore cc Ln(VTcc) = -10,069537+1,010656*Ln(Dap2*H) 98,18 0,04888 21,93Volume da árvore sc Ln(VTsc) = -10,5667586+1,0461081*Ln(Dap2*H) 98,28 0,04312 23,15

Número de Moirões Ln(NM)= -3,15318629+0,6367788*Ln(Dap2*H) 88,71 3,05510 34,52

Ouro Preto

Volume da árvore cc Ln(VTcc) = -9,9469247+0,9997888*Ln(Dap2*H) 98,50 0,06185 25,50Volume da árvore sc Ln(VTsc) = -10,4144580+1,0365443*Ln(Dap2*H) 98,16 0,05288 25,17

Número de Moirões Ln(NM)= -3,6098768+0,66437647*Ln((Dap2*H) 86,50 2,77959 36,36VTcc - volume total com casca; VTsc – volume total sem casca; NM – número de moirões; Dap – diâmetro a altura do peito a 1,30 m de altura do solo; H – altura total; Ln logaritmo neperiano.

(a) (b)

Figura 7.2 - Distribuição gráfica de resíduos para as estimativas do volume da árvore com casca até diâmetro de 3 cm com casca para a região 1 (a), 2 (b), 3 (c), volume da árvore sem casca até diâmetro de 3 cm com casca para

a região 1 (d), 2 (e), 3 (f), e número de moirões para a região 1 (g), 2 (h), 3 (i), para a candeia (Eremanthus erythropappus). Sendo 1. Delfim Moreira, 2. Aiuruoca e 3. Ouro Preto

Continua...

174

(c) (d)

(e) (f)

(h)(g)

(i)

Figura 7.2 - Continuação.

175

7.3 DENSIDADE BÁSICA

O comportamento da densidade básica da madeira e da casca de candeia está apresentado na Tabela 7.3. Os valores da densidade média ponderada para os municípios de Delfim Moreira (0,63 g/cm3) e Aiuruoca (0,64 g/cm3) foram muito próximos. Já no município de Ouro Preto, a densidade média foi 0,68 g/cm3. Os valores de densidade encontrada por este estudo assemelham-se aos do estudo de Perez et al. (2004), cuja densidade atingiu 0,67 g/cm3, para árvores de candeia amostradas no município de Baependi, Minas Gerais.

Os valores da densidade básica da casca foram de 0,44 g/cm3 em Delfim Moreira, 0,41 g/cm3 em Aiuruoca e 0,49 g/cm3 em Ouro Preto. Este comportamento foi semelhante ao da densidade básica da madeira.

No sentido longitudinal, a densidade básica da madeira tende a aumentar no sentido base-topo, porém com algumas variações que ocorrem principalmente, à 75% da altura. Segundo Palermo, Latorraca et. al. (2006), uma explicação para o aumento da densidade a 75% da altura comercial, pode estar relacionado à copa, pois é uma região de inserção dos ramos, onde ocorrem alterações na estrutura anatômica da madeira, provocando aumento da densidade. A formação de lenho de reação ou outros fatores como ação do vento na copa da árvore, também pode influenciar o comportamento da densidade ao longo do tronco e entre árvores.

Tabela 7.3 - Valores médios da densidade por altura e classe de diâmetro, da densidade média ponderada e densidade da casca para a candeia (Eremanthus erythropappus), nas regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto.

Região Valor central da classe de diâmetro

DelfimMoreira

(1)

7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5Dap (cm) 7,69 12,45 17,65 22,09 27,02 32,12

H (m) 6,64 8,41 9,05 9,67 9,67 10,32

Dens.Básica(kg/m3)

Alturas

0% 660 650 640 640 640 65025% 630 610 620 630 650 62050% 610 590 620 640 650 64075% 630 600 610 670 640 650100% 580 560 580 620 590 630

Densidade Média Ponderada 630 610 620 640 640 640Densidade Média da Casca 440 420 520 420 430 400

Aiuruoca(2)

Dap (cm) 7,47 12,67 17,37 22,54 27,40 31,49H (m) 6,68 6,96 7,28 10,90 10,69 10,66

Dens.Básica(kg/m3)

Alturas

0% 670 640 680 680 640 66025% 630 620 690 670 630 66050% 640 610 680 650 640 65075% 620 580 650 640 650 650100% 580 540 620 600 600 610

Densidade Média Ponderada 630 610 670 660 640 650Densidade Média da Casca 390 390 480 470 370 380

OuroPreto

(3)

Dap (cm) 7,67 12,40 17,26 22,61 27,50 32,64H (m) 6,13 7,54 8,04 10,72 11,11 12,25

Dens.Básica(kg/m3)

Alturas

0% 740 720 720 710 680 70025% 640 670 690 700 650 71050% 670 660 680 680 660 70075% 660 680 660 700 700 690100% 650 630 640 640 690 690

Densidade Média Ponderada 670 670 680 690 670 700Densidade Média da Casca 460 540 480 480 500 460

Classe de diâmetro com intervalo fechado à esquerda.

7.4 RENDIMENTO DE ÓLEO BRUTO E PESO DE MATÉRIA SECA

A Tabela 7.4 mostra as informações sobre quantidade de óleo, em Kg, obtidas para cada metro cúbico sólido e, cada metro estéreo de madeira empilhada (RO), a quantidade de óleo em litros (LO), para as árvores de candeia até diâmetro de 3 cm de diâmetro com casca. A Tabela mostra também, a quantidade de óleo, em Kg, existente em cada metro cúbico de casca. A abordagem das informações é por classe de diâmetro e se referem às árvores obtidas nas regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto.

176

A Tabela 7.5 mostra as informações sobre peso de matéria seca, em Kg, para a árvore média de cada classe de diâmetro considerada na Tabela 7.1, referentes às regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto.

Tratando-se de plantios de candeia, estas informações indicam o diâmetro médio a ser usado como referência para conduzir o plantio, de forma a assegurar um bom rendimento de óleo bruto por hectare. Por exemplo, considerando um plantio com 1.600 plantas por hectare, cujo diâmetro médio em determinada idade seja de 12,5 cm. Neste caso, o volume médio de cada árvore será de 0,05893 m3 (Tabela 7.1 - Delfim Moreira) e o peso médio de matéria seca (volume x densidade básica – Tabela 7.4) será de 35,947 kg. Assumindo um rendimento de óleo bruto de 1,64% (Tabela 7.6), chega-se a uma média de 943,24 Kg de óleo bruto por hectare. Vale a pena ressaltar que o rendimento de óleo para a candeia oriunda de plantios homogêneos ainda não foi determinado.

Tabela 7.4 - Informações médias de peso de óleo (kg), litros de óleo, peso de matéria seca (kg) e peso de óleo na casca (kg), para a candeia (Eremanthus erythropappus), nas regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto.

Região Classe de diâmetro (cm)

7,5 12,5 17,5 2,5 27,5 32,5

DelfimMoreira

RO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/m3 c/c) 10,5840 10,0040 9,3000 11,3280 8,5760 11,5200RO do fuste + galhos≥3 cm (Kg/mst c/c) 4,3024 4,0667 3,7805 4,6049 3,4862 4,6829LO do fuste + galhos≥3 cm (Kg/m3 c/c) 11,3780 10,7540 9,9975 12,1776 9,2192 12,3840LO do fuste + galhos≥3 cm (Kg/mst c/c) 4,6251 4,3717 4,0640 4,9502 3,7476 5,0341

ROcasca do fuste + galhos3 cm (Kg/m3 c/c) 7,3920 6,8880 7,8000 7,4340 5,7620 7,2000

Aiuruoca

RO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/m3 c/c) 8,7570 9,6990 11,2560 14,3220 8,8320 9,9450RO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/mst c/c) 3,5598 3,9427 4,5756 5,8220 3,5902 4,0427LO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/m3 c/c) 9,4137 10,4264 12,1002 15,3961 9,4944 10,6909LO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/mst c/c) 3,8267 4,2384 4,9188 6,2586 3,8595 43,4590

ROcasca do fuste + galhos 3 cm (Kg/m3 c/c) 5,4210 6,2010 8,0640 10,1990 5,1060 5,8140

Ouro Preto

RO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/m3 c/c) 10,5860 11,9260 10,9480 11,4540 14,4720 13,8600RO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/mst c/c) 4,3033 4,8480 4,4504 4,6561 5,8829 5,6341LO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/m3 c/c) 11,3799 12,8204 11,7691 12,3130 15,5574 14,8995LO do fuste + galhos ≥3 cm (Kg/mst c/c) 4,6260 5,2116 4,7842 5,0053 6,3241 6,0567

ROcasca do fuste + galhos 3 cm (Kg/m3 c/c) 7,2680 9,6120 7,7280 7,9680 10,8000 9,1080Em que: RO rendimento médio de óleo por CLD; LO litros médio de óleo por CLD; PS peso seco médio de madeira por CLD.*valores obtidos por meio da tendência das classes anterioresClasse de diâmetro com intervalo fechado à esquerda.

Tabela 7.5 - Informações de peso de matéria seca (kg) para a árvore média e para o seu fuste, referentes a candeia (Eremanthus erythropappus), na região de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto.

Classe de diâmetro (cm)Região 7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5

Delfim Moreira

PS do fuste + galhos≥ 3 cm (Kg/m3 c/c) 11,0750 35,9470 77,1520 130,9370 200,1790 272,8640

PS do fuste + galhos≥ 3 cm (Kg/mst c/c) 4,5022 14,6127 31,3629 53,2267 81,3737 110,9203

Aiuruoca≥ 3 cm (Kg/m3 c/c) 11,6487 29,9876 61,9616 172,2600 232,5504 332,2670

PS do fuste + galhos≥ 3 cm (Kg/mst c/c) 4,7352 12,1901 25,1876 70,0244 94,5327 135,0679

Ouro Preto

PS do fuste + galhos≥ 3 cm (Kg/m3 c/c) 11,5039 35,3157 87,8628 169,5330 276,2940 413,4060

PS do fuste + galhos≥ 3 cm (Kg/mst c/c) 4,6760 14,3560 35,7160 68,9150 112,3140 168,0510

Em que: PS = peso seco médio de madeira por classe de diâmetro.Classe de diâmetro com intervalo fechado à esquerda.

177

7.5 TEOR DE ÓLEO BRUTO E QUALIDADE DO ÓLEO

A Tabela 7.6 apresenta o rendimento de óleo bruto em porcentagem, o teor de alfabisabolol em porcentagem e o coeficiente de variação por classe de diâmetro para as regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto. O rendimento de óleo bruto tende a crescer com aumento das classes de diâmetro, apesar de haver flutuação do mesmo das menores para as maiores classes, decorrentes da amostra. Pérez et al. (2004), trabalhando com a candeia Eremanthus erythropappus, em Baependi-MG, encontrou comportamento semelhante a este, em relação ao rendimento de óleo.

Tabela 7.6 - Rendimento em óleo bruto, teor de alfabisabolol e os respectivos coeficientes de variação por classe de diâmetro, para a árvore de candeia (Eremanthus erythropappus) até 3cm com casca na árvore, para 3 regiões.

Classe de diâmetro (cm)Região 7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5

DelfimMoreira

(1)

Rendimento de óleo bruto (%) 1,68 1,64 1,50 1,77 1,34 1,80CV do óleo bruto (%) 14,94 13,47 17,97 10,75 31,35 2,71

Teor médio de alfabisabolol (%) 88,30 88,96 90,38 88,65 86,34 89,73CV do alfabisabolol (%) 3,48 4,23 2,16 1,54 1,87 0,52

Aiuruoca(2)

Rendimento de óleo bruto (%) 1,39 1,59 1,68 2,17 1,38 1,53CV do óleo bruto (%) 27,62 48,91 35,00 10,92 12,20 13,52

Teor médio de alfabisabolol (%) 87,65 88,42 85,66 91,79 90,16 89,83CV do alfabisabolol (%) 0,65 2,42 0,20 1,24 2,49 4,11

OuroPreto

(3)

Rendimento de óleo bruto (%) 1,58 1,78 1,61 1,66 2,16 1,98CV do óleo bruto (%) 5,03 6,41 34,23 14,62 5,70 12,93

Teor médio de alfabisabolol (%) 86,25 85,72 86,17 89,52 89,80 89,34CV do alfabisabolol (%) 2,33 2,27 2,50 0,18 1,72 2,53

Classe de diâmetro com intervalo fechado à esquerda.

O teor de alfabisabolol encontrado neste estudo, para as três regiões, indica que a porcentagem deste produto aumenta discretamente das menores para as maiores classes de diâmetro. Expressam também que há similaridade entre as regiões para o teor de alfabisabolol. Os valores encontrados variaram de 85,5 a 92%, aproximadamente.

7.6 EQUAÇÕES PARA ESTIMAR PESO DE MATÉRIA SECA E PESO DE ÓLEO BRUTO DE ÁR-VORES EM PÉ

Pela Tabela 7.7, verificam-se as equações selecionadas para estimar o peso de matéria seca em Kg e o rendimento de óleo em Kg para as regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto, bem como, suas respectivas medidas de precisão. O modelo de Spurr logarítmico foi o que melhor se ajustou à base de dados, conforme indicaram suas medidas de precisão.

Por meio da distribuição gráfica dos resíduos apresentada na Figura 7.3, comprova-se que o modelo ajustado de Spurr logarítmico, permite uma boa estimativa para as variáveis peso de matéria seca e peso de óleo.

Tabela 7.7 – Equações para estimar o peso de matéria seca (PS) em Kg e peso de óleo (RO) em Kg, e respectivas medidas de precisão, considerando a árvore de candeia (Eremanthus erythropappus) até um diâmetro mínimo de 3

cm com casca, para as regiões de Delfim Moreira, Aiuruoca, e Ouro Preto.

Região Variá-veis Equações R2 ajust. Syx

(Kg) Syx (%)

DelfimMoreira

(1)

PS Ln PS = -3,6776993+1,0141433*Ln (Dap2*H) 98,48 21,1746 20,71

RO Ln RO = -7,8573267+0,981953*Ln (Dap2*H) 97,84 0,2980 24,80

Aiuruoca(2)

PS Ln PS = -3,695112+1,0221402*Ln (Dap2*H) 98,05 33,5544 23,24RO Ln RO = -12,957923+1,524742*Ln (Dap2*H) 96,37 0,5497 43,74

Ouro Preto

(3)

PS Ln PS = -3,513087+1,0109135*Ln (Dap2*H) 98,40 46,1944 27,62

RO Ln RO = -8,205267+1,0496572*Ln (Dap2*H) 98,47 0,6684 30,24

178

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Figura 7.3 - Distribuição gráfica dos resíduos para peso de matéria seca para a árvore até 3 cm de diâmetro com casca, nas regiões (1a), (2c) e (3e), e de óleo bruto nestas mesmas regiões (1 b), (2d) e (3f), referentes à candeia

(Eremanthus erythropappus).

179

SÍNTESE

Foram realizadas cubagens rigorosas de 174 árvores de candeia (Eremanthus erythropappus), distribuídas nos municípios de Delfim Moreira, Aiuruoca e Ouro Preto.

Para cada um dos municípios estudados foi estabelecido o peso do óleo bruto e o rendimento de óleo bruto por classe de diâmetro. Estes apresentaram valores variando entre 8,576Kg/m3 para a classe de 25 a 30cm na região de Delfim Moreira, até 14,472Kg/m3 para Ouro Preto para a classe de 25 a 30cm. Estes valores representam respectivamente 1,34% e 2,17% do peso de matéria seca das árvores que resultam em óleo bruto. E tanto o peso do óleo bruto, quanto o rendimento do óleo bruto não apresentaram uma tendência clara de acréscimo ou decréscimo com o aumento da classe de diâmetro nos três municípios estudados.

O teor de alfabisabolol encontrado nesse estudo, para as três regiões, indica que a porcentagem desse produto aumenta discretamente das menores para as maiores classes de diâmetro. Sendo que os valores encontrados variaram de 85,5% a 92%.

Foram realizados ajustes dos modelos existentes na literatura para estimar peso de óleo bruto, o peso de matéria seca, e o volume total com e sem casca nas regiões que envolvem os três municípios. As equações resultantes para cada região tiveram o modelo de Spurr em sua forma logarítmica como o selecionado.

Foi ainda avaliada, através da identidade de modelos, a possibilidade de agrupar as equações de cada uma das regiões.

Exemplificando o tema equações de peso de óleo bruto para as três regiões adotadas nesse estudo, apresenta-se para os municípios de:

Delfim Moreira, a equação: Ln(RO) = -7,8573267 + 0,981953*Ln(Dap• 2*H ), R2 ajustado = 97,84%. Aiuruoca, a equação: Ln(RO) = -12,957923 + 1,524742*Ln(Dap• 2*H), R2 ajustado = 96,37%. Ouro Preto, a equação: Ln(RO) = -8,205267 + 1,0496572*Ln(Dap• 2*H ), R2 ajustado = 98,47%.

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