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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PROJETO PEDAGÓGICO CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA MODALIDADE A DISTÂNCIA 2009

PROJETO PEDAGÓGICO CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA …ucbweb.castelobranco.br/sistema/site/webroot/files/local/... · 2009-10-14 · - No modelo CEaD/UCB existe alternância de

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  • UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

    PROJETO PEDAGÓGICO

    CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

    MODALIDADE A DISTÂNCIA

    2009

  • 2

    Universidade Castelo Branco

    Vera Costa Gissoni Chanceler

    Paulo Alcantara Gomes

    Reitor

    Marcelo Hauaji de Sá Pacheco

    Vice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo Discente

    Helder Guerra de Resende

    Vice-Reitor de Ensino de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

    Marcelo Costa Gissoni

    Vice-Reitor de Gestão Administrativa e Desenvolvimento

    Sérgio Freire França Filho

    Vice-Reitor de Planejamento e Finanças

    2009

  • 3

    ÍNDICE

    Item Conteúdo Página

    1 DADOS GERAIS DA UNIVERSIDADE E DO CURSO 5

    2 APRESENTAÇÃO 6

    3 JUSTIFICATIVA 8

    4 CONCEPÇÃO 11

    5 MISSÃO E VISÃO INSTITUCIONAL DA UCB 15

    6 A EaD NA UCB 16

    7 HISTÓRICO DO CURSO 28

    7.1 – A UCB e sua Trajetória 28

    7.2 – O Curso 30

    8 OBJETIVOS DO CURSO 31

    8.1 – Geral 31

    8.2 – Específicos 31

    9 PERFIL DOS ALUNOS 32

    9.1 – Ingressantes 32

    9.2 – Egressos 33

    9.3 – Campos de Atuação 34

    10 NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE – NDE 35

    11 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 36

    12 PRINCÍPIOS, ESTRUTURAS E CONTEÚDOS CURRICULARES 37

    12.1 – Organização Curricular 37

    12.2 – Flexibilização Curricular 42

    12.3 – Estrutura Curricular 44

    12.4 – Autoestudo 49

    13 ESTÁGIO SUPERVISIONADO 50

    13.1 – Estágio: Desenvolvimento de Estratégias de Integração 51

    13.2 – Processo de Avaliação de Estágio Supervisionado 52

    13.3 – Apresentação do Relatório Final de Estágio 52

    13.4 – Estágio Obrigatório e Não Obrigatório 52

    14 MONITOR DE TUTORIA 53

    15 ATIVIDADES COMPLEMENTARES (Atividades Teórico-Práticas de Aprofundamento em Áreas Específicas de Interesse do

    54

  • 4

    Aluno)

    16 ATENÇÃO AO DISCENTE 55

    16.1 – Atendimento aos Portadores de Necessidades Especiais 65

    17 PROCESSOS, CRITÉRIOS E MECANISMOS DE AVALIAÇÃO 66

    17.1 – Avaliação Institucional e sua Articulação com a Autoavaliação do Curso

    66

    17.2 – Sistema de Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem

    70

    17.3 – Avaliação do Curso de EaD 71

    17.4 – Trabalho de Conclusão de Disciplina – TCD 73

    18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 74

    19 ANEXO I 77

    19.1 – Gestão Acadêmico-Administrativa EaD 77

    19.2 – Sistemas de Comunicação 81

    19.3 – Material Didático 83

    19.4 – Equipe Multidisciplinar – EaD 84

    19.5 – Corpo Técnico-Administrativo – EaD 87

    19.6 – Infraestrutura 88

    19.7 – Logística nas Rotinas de Segurança e Inviolabilidade das Avaliações em EaD

    89

    20 ANEXO II 91

    20.1 – Ementário (Bibliografia Básica e Complementar) 91

    20.2 – Núcleo Integrador 165

    20.3 – Atualização em Língua Portuguesa 165

    20.4 – Núcleo Temático de Tutoria – NTT 165

    20.5 – Resolução n.o 165 058/2009 – CEPE

  • 5

    1 – DADOS GERAIS DA UNIVERSIDADE E DO CURSO 1- Nome da Universidade – Universidade Castelo Branco – UCB

    2- Nome da Mantenedora – Centro Educacional de Realengo – CER

    3- Endereço – Sede da Reitoria e da Mantenedora – Av. Santa Cruz, 1631 –

    Realengo – Rio de Janeiro – CEP: 21710-250

    4- Tipo de Identidade Jurídica e de Constituição – Instituição educativa

    pluridisciplinar de formação de quadros profissionais de nível superior, de pesquisa,

    de extensão e de domínio e cultivo do saber humano.

    5- Nome do Curso – Licenciatura em História

    6- Modalidade – A Distância

    7- Regime Acadêmico – Modular

    8- Regime de Matrícula – Modular

    9- Processo Seletivo – Concurso Vestibular

    9.1- Outras Formas de Ingresso – Transferência ou portador de diploma de Ensino

    Superior para ocupação de vagas remanescentes e através do Programa

    Universidade para Todos – PROUNI

    10- Carga Horária Total do Curso – 2950 horas

    11- Composição da Carga Horária:

    - 1950 horas de Atividades Formativas (Tutoria) e Somativas (Prova)

    - 400 horas de Estágio Supervisionado

    - 400 horas de prática como componente curricular

    - 200 horas de Atividades Complementares / Enriquecedoras

    11.1- Integralização Curricular:

    - Tempo mínimo: 6 semestres letivos / 6 módulos

    Distribuição da Carga Horária na EaD

    - No modelo CEaD/UCB existe alternância de momentos presenciais (20% da

    carga horária da disciplina) com tutores presenciais, Atividades Supervisionadas

    (AS) e Atividades Individuais (AI). Ressalta-se que diante da importância da

    tutoria para o desenvolvimento de uma educação a distância de excelência,

    propõe-se que a tutoria permeie os processos e o progresso das AS e AI. A

    criação dos Núcleos Temáticos de Tutoria (NTT) foi uma proposta de

    organização, gerenciamento e planejamento pedagógico capaz de funcionar

    como tentativa de se propor uma tutoria a distância eficiente, vanguardista e

  • 6

    suficiente para atender às demandas dos alunos matriculados em seus

    respectivos Polos, cursos e disciplinas.

    12- Ato Legal de Aprovação de Autorização de Funcionamento do Curso na UCB –

    Resolução CEPE n.º 046/2007 - CEPE de 25 de Julho de 2007, a partir do Parecer

    CES/CNE 341/04, Portaria n.º 874, de 07 de abril de 2006, publicado no Diário Oficial

    da União em 11 de abril de 2006, Seção I, página 15, que credencia a UCB, pelo

    prazo de cinco anos para a oferta de cursos superiores a distância em todo território

    nacional.

    2 – APRESENTAÇÃO A Universidade Castelo Branco adota como entendimento base para a elaboração de

    seus projetos pedagógicos, que expressam a identidade dos cursos e os direciona, a

    seleção e o planejamento das ações pedagógicas, científico-tecnológicas e

    socioculturais que possibilitarão a formação acadêmica, política e profissional dos

    estudantes.

    Na mesma direção, no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) está previsto o

    Projeto Pedagógico Institucional – PPI –, que é um instrumento para a formulação de

    uma proposta de ação político-educacional-tecnológico-cultural, entendido como

    princípio básico e norteador para elaboração das diretrizes que orientem a

    organização do ensino nos cursos de graduação, nas modalidades presencial e a

    distância e, principalmente, do compromisso de implementação deste planejamento

    que funciona como alicerce para a construção de uma educação de qualidade.

    Portanto, torna-se fundamental a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa

    e extensão, garantindo a necessária unidade e autonomia das mesmas no seu

    desenvolvimento acadêmico/institucional, por meio de uma formação de inspiração

    ética e crítica, objetivando formar sujeitos capazes de intervir no desenvolvimento

    social e na melhoria das condições de vida de sua região e país, bem como

    profissionais que atendam às demandas do setor produtivo.

  • 7

    Com base nessas premissas, a UCB estruturou seu curso de Licenciatura em

    História, na modalidade a distância, a partir dos resultados dos debates dos

    representantes de seu núcleo docente estruturante, do corpo docente e as

    coordenações dos cursos a distância, respeitando-se sempre as Diretrizes

    Curriculares Nacionais, apresentando como produto o presente Projeto Pedagógico.

    O Curso de Licenciatura em História foi concebido levando-se em consideração a

    formação do docente como gestor do conhecimento, a partir de uma revisão crítica da

    literatura específica e da situação social do país. Pretende-se que este educador

    possa contribuir para o avanço das condições sociais, econômicas e políticas da vida

    brasileira, assumindo o seu papel no contexto atual da sociedade. Conforme

    orientação emanada da Resolução CNE/CNE n.º 13/2002 é fundamental que na

    formação deste profissional estejam contemplados conhecimentos, habilidades e

    atitudes em lidar com a temporalidade, bem como trabalhar as variadas formas

    documentais, considerando os parâmetros sociais e culturais e seu contexto.

    Para tanto, foi elaborado um currículo flexível, sob uma perspectiva interdisciplinar,

    fundamentado em um processo que articula teoria-prática-teoria, de maneira a

    permitir que o profissional assuma o papel de mediador na construção da cidadania e

    na transformação da realidade social de forma crítica.

    A ênfase na formação geral e pedagógica desse profissional, na qualidade de

    educador, incentivará seu comprometimento e interesse no processo coletivo de

    construção do conhecimento, fomentando o sentido educativo do mesmo e sua

    aplicação social na realidade brasileira.

    Atenta a essa política de formação do educador, a UCB investe na proposição de um

    Curso de Licenciatura em História.

    Nesta perspectiva, considera-se a Educação a Distância – EaD – como uma

    possibilidade promissora e decisiva no sentido de fazer chegar às mais remotas

    localidades do país esta formação de docentes, na qual a mediação didático-

    pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de

    meios e tecnologias da informação e comunicação, envolvendo estudantes e

  • 8

    professores no desenvolvimento de atividades educativas em lugares e

    temporalidades diversas.

    3 – JUSTIFICATIVA

    No Mundo Contemporâneo as sociedades estão marcadas pelo desenvolvimento

    científico, tecnológico e cultural, processados pela velocidade da circulação da

    informação e da comunicação, pela reorganização do mundo do trabalho e por

    relações sociais e políticas que implicam em uma expansão das fronteiras comerciais

    e das trocas de experiências em tempo real, o que tem acentuado a importância do

    estudo da História como um fator fundamental do desenvolvimento, da construção da

    cidadania e da democratização, base da inclusão e transformação da realidade,

    especificamente aquela promovida pelo ensino da História.

    A função da educação se transforma nas sociedades atuais, em decorrência dos

    novos padrões de vida e de relacionamento que emergem nas últimas décadas. O

    desenvolvimento científico, cultural e tecnológico e a natureza das transformações

    econômicas modificaram profundamente a estrutura e funcionamento das sociedades,

    atingindo-as em seus fundamentos. Mudou a natureza da vida econômica, social e

    cultural.

    Finalmente, sob a égide do cenário nacional verifica-se que o ensino de qualidade

    não atinge a totalidade dos jovens brasileiros, exemplificada nos resultados do Enade

    (Exame Nacional de Desempenho de Estudante), instrumento de avaliação do MEC.

    As recentes discussões acerca da obrigatoriedade da Educação Básica para todos os

    cidadãos, conseqüência histórica justa e previsível para o desenvolvimento e

    consolidação do projeto político da sociedade brasileira no estado democrático de

    direito, aponta para a obrigatoriedade desse preceito legal.

    Assim, entre os grandes desafios que se colocam hoje para a educação, encontra-se

    a necessidade de articular o que acontece no mundo com os acontecimentos

    regionais e locais, com vista a auxiliar a construção da cidadania e atenuar as

    desigualdades socais. A preparação para a docência em História faz parte dessa

    construção, exigindo uma sólida formação para lidar com processos permeados pela

  • 9

    ciência, pela tecnologia, pela cultura, pelo meio ambiente e pela informação. Os

    conhecimentos oriundos da História são fundamentais para entender o presente,

    considerando o passado e, assim, planejar o futuro. Assim o papel do professor de

    História é fundamental para a construção da cidadania.

    Diante do exposto, a proposta da Universidade Castelo Branco de formação de um

    docente em História na modalidade a distância, voltada para a atuação no magistério

    da Educação Básica, se justifica na medida em que este nível de ensino é uma

    necessidade na sociedade contemporânea (PARECER CNE/CES N.º: 492/2001; Parecer CNE/ 1.363/2001; Resolução CNE/ nº 13/2002).

    Assim sendo, o profissional da educação tem necessidade de desenvolver sua

    capacidade de aprender a aprender e de buscar informações de múltiplas formas, de

    modo a ser capaz de tomar decisões autônomas e solucionar as mais variadas

    gamas de problemas e questões, enfim, de buscar a educação continuada.

    Para viabilizar a qualificação de um quantitativo adequado de professores

    geograficamente dispersos em um país como o Brasil, é importante contar com os

    recursos tecnológicos e da metodologia da educação a distância. Esta é a proposta

    do projeto deste curso.

    A visão de educação proposta pela Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9394/96 – e pelos

    Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) exige um corpo docente com capacidade

    profissional, além de incorporar os conhecimentos que se transformam, ampliam e se

    diversificam de modo acelerado, gerados permanentemente, bem como produzi-los e

    tomar decisões e desenvolver importantes ações na própria escola, cabendo-lhe, por

    exemplo, a construção coletiva do respectivo projeto pedagógico e a definição de

    diretrizes curriculares.

    Em consequência, a escola tem hoje muito maior autonomia para a organização de

    suas propostas pedagógicas, o que pressupõe educadores com formação condizente

    com as necessidades da sociedade contemporânea.

    Portanto, constata-se que as condições nas quais devem ocorrer os Ensinos

  • 10

    Fundamental e Médio exigem uma formação dos professores para o ensino de

    História que garanta aos jovens o exercício de seus direitos e deveres,

    compreendendo o que significa, efetivamente:

    • Cidadania como participação social e política; posicionando-se de maneira

    crítica e responsável em diferentes situações de vida;

    • Apresentar a noção de identidade do indivíduo como ser social;

    • Valorizar as diferenças étnicas, culturais, sociais, de gênero e de crenças

    presentes na sociedade brasileira;

    • Elaborar conhecimentos acerca dos grandes temas sociais que desafiam as

    sociedades contemporâneas;

    • Conhecer técnicas de análise histórica, aplicadas a diferentes sociedades no

    tempo e no espaço.

    Ao se propor formar tal profissional, diante deste cenário, assume-se naturalmente a

    responsabilidade social com a política de formação educacional do país.

    O professor que lecionará nos Ensinos Fundamental e Médio precisa preparar-se

    para mediar os mais variados assuntos, assumindo a posição de um indivíduo

    questionador, que defenda uma escola democrática, seja ela pública ou privada, na

    qual a seleção e o tratamento a serem dados estarão orientados por valores e

    princípios estabelecidos no projeto pedagógico, construídos com a participação dos

    docentes e de todos os envolvidos no processo de construção do ensinar e aprender.

    Diante desse quadro, a busca da qualidade impõe que a formação de professores se

    comprometa com a melhoria dos Ensinos Fundamental e Médio. Esta formação

    adquire aspecto central, uma vez que as questões às quais a educação brasileira

    deve responder irão exigir docentes que atuem no sentido de assegurar as condições

    básicas para que os alunos constituam valores e habilidades e elaborem os

    conhecimentos imprescindíveis para compreender criticamente o mundo, intervir na

    realidade e agir como sujeitos sociais.

    Compatibilizam-se, assim, com o desafio de constituir um espaço privilegiado de

  • 11

    enriquecimento permanente do debate sobre o trabalho pedagógico, articulador da

    formação de docentes para o Ensino Fundamental e Médio, que deve ter o

    compromisso de possibilitar, além do acesso ao conhecimento acerca da sociedade,

    proporcionar o direito dos jovens construírem saudável e agradavelmente suas

    identidades sociais, crescendo como cidadãos livres e conscientes.

    Atenta a essa política de formação do professor de História, a Universidade Castelo

    Branco propõe-se a investir na formação de um profissional da Educação, por meio

    da proposição de um Curso de Licenciatura em História, na modalidade a distância,

    que possibilite aos seus alunos a docência nos Ensinos Fundamental e Médio.

    A IES vem desenvolvendo suas atividades em âmbito nacional, no que tange à

    formação de professores de História que sejam capazes de educar cidadãos

    conscientes do seu papel dentro de uma realidade social, histórica e econômica, seja

    ela, regional ou nacional, que merece ser conhecida e respeitada.

    4 – CONCEPÇÃO

    A UCB concebe a educação a distância como uma modalidade de ensino capaz de

    oferecer o acesso e a permanência de estudantes no Ensino Superior, rompendo

    barreiras geográficas de tempo e espaço.

    O presente Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em História, na modalidade

    a distância, é fruto do resultado de uma construção coletiva dos representantes do

    Núcleo Docente Estruturante (NDE) em conjunto com os outros professores do Curso

    e reflete o pensamento educacional contemporâneo, em um processo de tomada de

    consciência da importância da educação a distância como estratégia de

    democratização do saber em nosso país.

    Portanto, o referido Curso foi concebido tendo como fundamento não só os princípios

    que norteiam e identificam esta Instituição e seu compromisso com o

    desenvolvimento socioeconômico e cultural das diferentes regiões do país, como

    também com os princípios e os fundamentos essenciais da educação a distância,

    além do que determinam os preceitos legais contidos no Decreto n.º 5622, de 19 de

  • 12

    dezembro de 2005, Decreto n.º 6.303, de 12 de dezembro de 2007, Portaria

    Normativa n.º 40, de 12 de dezembro de 2007 e os Referenciais de Qualidade para

    EaD, de agosto de 2007. Além disso, foi complementado pelas Resoluções CNE/CES n.º 17/2002, Parecer CNE/CES n.º 492/2001 e pelo Parecer CNE/CES n.º 1363/2001.

    Considerando-se a inserção da UCB em âmbito nacional no ensino a distância,

    elaborou-se um currículo flexível, com estratégias metodológicas diversas, de modo a

    poder adequar-se à realidade de cada região, buscando aproximar o espaço

    acadêmico ao meio social de origem, possibilitando integração entre os interesses

    específicos regionais e a formação de profissionais qualificados. Neste sentido, cabe

    ressaltar a relevância deste aspecto, na medida em que a qualificação do indivíduo

    capaz de exercer cidadania se torna de suma importância quando integrada ao grupo

    social de ação imediata; difundindo a cultura, a ciência e a tecnologia, realizando

    concretamente a ligação entre a universidade e a sociedade.

    É importante destacar, sobretudo, que a Universidade Castelo Branco pretende, com

    a educação a distância, ampliar o seu campo de alcance para o exercício da

    educação na sociedade brasileira como um todo, tendo em vista as demandas

    sociais, ratificando o papel da Universidade como agente de promoção do

    desenvolvimento social.

    Para a concretização deste projeto, a UCB acredita que a modalidade de educação a

    distância precisa ser realizada como educação e não apenas como processo de

    ensino, e muito menos como mera tecnologia instrucional.

    O Curso se propõe a dar uma formação crítica e criativa, desenvolver uma postura

    transformadora frente à realidade educacional, seguindo uma linha da educação

    integral e continuada no sentido de: a) capacitar para o exercício profissional, como

    agente de transformação; b) possibilitar ao futuro docente conhecer, discutir e refletir

    sobre várias tendências e concepções históricas, filosóficas, sociológicas,

    econômicas, pedagógicas e outras mais, que tentam explicar o fenômeno educativo;

    c) fazer emergir as potencialidades do discente; d) oferecer condições para a

    transformação do discente em analista com olhar científico sobre a realidade social;

    e) capacitar o docente a desenvolver competências e habilidades necessárias ao

  • 13

    exercício profissional e f) promover o reconhecimento de sua responsabilidade como

    cidadão integrante da sociedade em que vive, conscientizando-o da sua contribuição

    para o desenvolvimento do país.

    Para implantar e ampliar as atividades necessárias para o desenvolvimento da EaD, a

    Chancelaria da Universidade Castelo Branco criou a Coordenação de Educação a

    Distância (CEaD) – por meio da Portaria n.º 012/2007, de 29/03/2007 – para

    coordenar todas as atividades dessa modalidade de atendimento educacional.

    Entendendo a Educação como compromisso entre a formação profissional e as

    demandas da própria sociedade, o Curso de Licenciatura em História fundamenta-se

    na perspectiva de uma atuação profissional competente e comprometido com a

    educação democrática e de qualidade, tendo como eixo articulador o entendimento da

    História como reflexão que identifica as práticas que ocorrem no seio da sociedade e,

    por isso, permite a compreensão do sistema de relações humanas, culturais e

    sociopolíticas.

    Para a concretização deste projeto, o curso possui uma direção que propicia uma

    formação crítica e criativa e uma postura transformadora da realidade educacional.

    Dessa forma, são adotadas as seguintes diretrizes para a ação pedagógica do Curso

    de Licenciatura em História, na modalidade a distância, da Universidade Castelo

    Branco:

    1- Busca da qualidade e da excelência da formação, comprometida com os padrões

    hodiernos das transformações socioculturais e do desenvolvimento científico e

    tecnológico;

    2- Formação do profissional “generalista”, que subentende ampla e sólida base

    teórica, capacidade de análise do social e domínio dos procedimentos técnicos

    necessários ao exercício profissional;

    3- Valorização da dimensão sócio-político-cultural, desenvolvendo a capacidade de

    leitura crítica dos problemas de sua área e seus impactos locais, regionais e

    nacionais, que subsidiará a inserção do egresso no mundo do trabalho como sujeito

    partícipe de sua construção, assumindo, portanto, o exercício profissional na direção

  • 14

    da resolução dos problemas da sua profissão de atuação e da cidadania referenciado

    por sólidos padrões éticos.

    Caminhar na direção desse projeto supõe estabelecer um conjunto de princípios e

    procedimentos prioritários à ação, entre os quais cabe destacar:

    I. Interdisciplinaridade, entendida como esforço que busca a visão global, como

    superação do pensar simplificador e fragmentado da realidade, como forma de

    administrar a ótica pluralista das concepções de ensino, do saber e da prática;

    II. Articulação entre o ensino, a pesquisa e as atividades de extensão e de prestação

    de serviços à sociedade;

    III. Fornecimento de sólida formação geral, em estreita interação com os

    conhecimentos, competências e habilidades necessários à formação do profissional;

    IV. Conhecimento e análise problematizada das condições de sua região e do país,

    de seus determinantes sociais, econômicos e culturais, em suas relações com a

    promoção da inclusão social;

    V. Integração aos contextos reais de vida da comunidade, na rede de serviços e com

    profissionais em exercício, como espaços privilegiados do processo de ensino-

    aprendizagem, de forma contínua;

    VI. Desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender, que engloba o aprender

    a ser, aprender a fazer, aprender a viver junto e aprender a conhecer, conforme

    caracterização das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação e,

    ainda do aprender a desaprender, resultado dos crescentes avanços da ciência e da

    tecnologia;

    VII. Diversificação dos contextos de ensino e dos cenários de prática profissional, que

    engloba diferentes modalidades de trabalho pedagógico e inserção do aluno em

    campos de prática com graus crescentes de complexidade.

    O curso segue uma linha da educação integral, no sentido de possibilitar ao futuro

    docente em História:

    • Conhecer, discutir e refletir sobre várias tendências e concepções históricas,

    sociológicas, antropológicas e políticas que tentam explicar o fenômeno social;

    • Desenvolver as suas potencialidades;

  • 15

    • Oferecer condições para o seu crescimento profissional;

    • Promover o reconhecimento de sua responsabilidade como cidadão integrante

    da sociedade em que vive, conscientizando-o da sua contribuição para o

    desenvolvimento do país. 5 – MISSÃO E VISÃO INSTITUCIONAL DA UCB A Universidade Castelo Branco tem como Missão formar profissionais para as diferentes áreas, tendo como princípios uma perspectiva de educação continuada, de

    construção e socialização de conhecimentos comprometidos, em seu conjunto, com

    os problemas da sociedade, da cultura, do meio ambiente, da ciência e da tecnologia,

    pautando a formação dos profissionais com princípios humanísticos, éticos e de

    exercício da cidadania.

    Considera, em consonância com o Plano Nacional de Graduação, que a formação

    graduada de ensino não deve restringir-se à perspectiva de uma profissionalização

    estrita especializada, mas há que propiciar a aquisição de competências de longo prazo,

    o domínio de métodos analíticos, de múltiplos códigos e linguagens, uma qualificação

    intelectual de natureza suficientemente ampla e abstrata para constituir, por sua vez,

    base sólida para a aquisição contínua e eficiente de conhecimentos específicos1

    .

    Além das atribuições definidas em capítulo próprio da Constituição promulgada em 05 de

    outubro de 1988, as universidades devem procurar definir suas missões considerando as

    peculiaridades particulares existentes na região geoeconômica onde se localiza o curso e

    suas inserções no desenvolvimento local e regional. Neste contexto, a Universidade

    Castelo Branco considera que além de ser uma instituição plural e multidisciplinar,

    apresenta-se à sociedade como um de seus instrumentos de mudança, capaz de

    contribuir com a eliminação das desigualdades existentes.

    Para tanto, torna-se imperioso que a universidade atue:

    1 César, E. E. B. “Princípios e Fundamentos do Plano Nacional de Graduação: uma introdução crítica no contexto

    de um processo em construção”. IN RODRIGUES, M. E. F. Resgatando espaços e construindo ideias: ForGRAD

    1997 a 2002. Niterói, Ed. UFF, 2002: pág. 35.

  • 16

    Com competência, que deve ser demonstrada pela sua capacidade de gerar novos conhecimentos, de produzir teses e dissertações e de qualificar

    profissionais aptos ao enfrentamento das novas condições impostas pelos

    avanços da ciência e da técnica e pelas grandes mudanças verificadas nas

    relações de trabalho;

    Com pertinência, capaz de permitir a rápida resposta às demandas e necessidades de governos e da própria sociedade, contribuindo efetivamente para

    a solução de problemas locais, regionais e nacionais e propondo soluções

    inovadoras;

    Com equidade, capaz contribuir decisivamente para a igual distribuição de oportunidades.

    A Universidade Castelo Branco tem como Visão ser reconhecida como referência na promoção plena das potencialidades individuais e na capacitação para o trabalho e a

    cidadania, por meio do ensino e da produção científica e tecnológica, integrados sob

    a mediação da extensão, à cultura e às demandas do desenvolvimento regional e, em

    especial, da zona oeste do Município do Rio de Janeiro.

    E é neste contexto que o Curso de História da UCB tem como missão formar indivíduos

    preparados para lidar com os desafios da vida contemporânea, para atuar com

    competência nos diferentes âmbitos em que exercerá a prática profissional, tendo como

    princípios uma perspectiva de educação continuada e de construção e socialização de

    conhecimentos.

    6 – A EaD NA UCB

    A partir de 2002, quando foi autorizada pelo CNE a oferta de cursos de pós-graduação

    lato sensu na modalidade de EaD, a UCB decidiu organizar as suas ações,

    estabelecendo uma estratégia de expansão que possibilitasse a ampliação da oferta

    para os cursos de graduação e superiores de tecnologia e, ainda, que viabilizasse a

    articulação entre o setor público e privado, no intuito de oferecer aos quadros das

  • 17

    organizações programas de qualificação profissional e de capacitação, determinantes

    para a modernização das suas práticas e para o aumento da competitividade.

    Dessa forma, a EaD passou a ser encarada como uma das prioridades da UCB, tanto

    pela inovação que passou a trazer para o processo pedagógico, mesmo para os cursos

    presenciais, como pelos seus reflexos sobre as relações da universidade com a

    sociedade.

    As fases de implantação da EaD na UCB podem ser descritas a partir da edição da

    Portaria n.º 1247/2002, que homologou o Parecer da Câmara de Educação Superior –

    CES do Conselho Nacional de Educação – CNE/CES Nº 0145/2002 –, o qual

    credenciava o Programa de EaD ao nível de Pós-graduação Lato Sensu da UCB. A

    partir daí, a universidade iniciou seu processo de instalação, expansão e consolidação

    dos programas de EaD, considerando como parâmetros determinantes do êxito os

    conceitos, objetivos gerais e as diretrizes norteadoras fixadas nos itens anteriores

    citados.

    Pode-se, então, ao longo dos últimos cinco anos, caracterizar cinco fases distintas

    nesse processo:

    • Fase I ― Instalação ― a Portaria n.º 1247/2002 outorgou à UCB a possibilidade

    de organizar Cursos de Pós-graduação Lato Sensu na modalidade EaD. As

    primeiras iniciativas verificaram-se já no decorrer do ano de 2003, focadas em

    sua quase totalidade na oferta de cursos voltados para o aperfeiçoamento no

    magistério, de modo a atender o elevado contingente de professores de

    educação básica que necessitavam de qualificação em práticas pedagógicas ou

    em supervisão escolar. Nessa fase, a universidade procurou experimentar as

    diferentes metodologias disponíveis, tanto no que concerne à utilização das

    novas Tecnologias de Informação e de Comunicação – TIC –, por exemplo, a

    internet, como no que diz respeito às chamadas metodologias convencionais,

    que utilizam encontros presenciais que se valem de meios como a produção de

    vídeos (na época ainda de uso generalizado) e de DVD. Em ambos os casos, os

    cursos sempre foram realizados com o apoio de materiais instrucionais, com

    conteúdos que atendiam aos requisitos estabelecidos acima;

  • 18

    • Fase II ― A utilização da EaD nos cursos presenciais ― em sua reforma

    curricular de 2003, a UCB dividiu as estruturas curriculares em três grupos de

    disciplinas: disciplinas de formação geral, voltadas para a formação para a

    cidadania; disciplinas de formação profissional geral, destinadas ao atendimento

    a estudantes de um mesmo campo de saber; e as disciplinas de formação

    profissional específica, que visam à formação especializada dos futuros

    profissionais. As características das disciplinas de formação geral, que passaram

    a ser parte do que foi convencionado denominar de Núcleo Integrador – NI –

    constituíram um forte motivo para a aplicação da Portaria MEC n.º 2253/2001,

    posteriormente alterada pela Portaria MEC n.º 4059/2004, que prevê a

    possibilidade de oferta de até 20% da carga horária dos cursos de graduação na

    modalidade EaD. Nessa fase, a UCB procurou adotar como estratégias básicas:

    i) elaborar conteúdos de qualidade e ii) introduzir no planejamento acadêmico as

    “Aulas Magnas”, oferecidas por renomados professores e sempre tratando dos

    temas fundamentais de cada uma das disciplinas de formação geral. Ao mesmo

    tempo, a UCB começou a desenvolver os procedimentos que deveriam ser

    adotados para atendimento aos alunos, na forma de tutoria presencial e a

    distância – elaboração de ambiente virtual de aprendizagem para os alunos,

    denominado WEBCAF;

    • Fase III ― Expansão da Pós-graduação Lato Sensu ― o ano de 2003 abriu uma

    nova oportunidade para a UCB, em virtude de sua efetiva aproximação com o

    Exército Brasileiro, que, em parceria com a universidade, passou a oferecer um

    conjunto de quatro cursos de especialização (Gestão de Marketing, Docência do

    Ensino Superior, Administração Municipal e Gestão de Recursos Humanos).

    Nesses cursos, a UCB, ainda em fase de expansão de seus programas, utilizou

    a base logística oferecida pelo Exército Brasileiro, centrada nos “Tiros de

    Guerra” e na possibilidade de apoio computacional por meio de uma plataforma

    construída pelo próprio Exército;

    • Fase IV ― Implantação dos cursos de graduação na modalidade EaD ― dois

    fatos alteraram consideravelmente o planejamento acadêmico da UCB nos

    cursos a distância: i) a publicação do Decreto n.º 5622/2005 em dezembro de

  • 19

    2005 e ii) a publicação da Portaria n.º 874/2006 no DOU de 11 de abril de 2006,

    que homologou os Pareceres CNE/CES n.º 0145/2002, n.º 297/2003 e n.º

    301/2003, que autorizou “... a oferta de cursos a distância, podendo estabelecer

    parcerias com instituições para a realização de momentos presenciais, ofertando

    seus cursos a distância em Polos de outras unidades da federação”.

    Inicialmente, a UCB ofereceu os cursos de graduação em Pedagogia e Letras,

    todos em parceria com a instituição denominada Inteligência Educacional e

    Sistemas de Ensino – IESDE. Considerando ainda a sua forte inserção no

    cenário regional da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a UCB passou a desenvolver,

    sempre em conjunto com prefeituras, cursos de licenciatura voltados para o

    atendimento às necessidades dos municípios das diferentes regiões. No

    primeiro caso, a logística (gravação das aulas, elaboração e impressão dos

    conteúdos e distribuição do material) ficou a cargo do IESDE. No segundo caso,

    as Prefeituras ficaram encarregadas de assegurar a infraestrutura nos Polos

    presenciais, cabendo as demais atividades, inclusive as de apoio, à UCB;

    • Fase V ― A fase atual de desenvolvimento da EaD na UCB ― início do

    processo de reformulação dos programas e cursos na modalidade EaD. Dois

    novos fatos contribuíram fortemente para uma mudança considerável do cenário

    até então verificado, e para o redirecionar das ações em curso no programa de

    educação a distância da UCB, são eles: a) a edição da Portaria n.º 02/2007, em

    janeiro de 2007, que exigiu a inscrição de todos os Polos ativos no MEC,

    concedendo um prazo até agosto de 2007, posteriormente prorrogado para

    outubro, para inclusão e aglutinação de Polos em funcionamento efetivo e b) a

    publicação, a partir do segundo semestre de 2007, dos padrões de qualidade a

    serem adotados e seguidos pelos Polos e cursos na modalidade EaD. Nesse

    momento, iniciou-se um profundo processo de mudanças na organização da

    EaD na UCB, com as seguintes providências:

    • Definição clara das articulações entre os cursos presenciais e a distância, de

    forma a envolver o maior número de professores na oferta de cursos de EaD;

    • Estabelecimento de novas relações com os parceiros, fixando responsabilidades

    e atribuições para Polos e organizações de apoio logístico. Ao longo de 2008, na

    medida em que as relações com os Polos ficavam mais intensas, em face do

  • 20

    crescimento da demanda pelos cursos, a UCB decidiu promover um conjunto de

    mudanças estruturantes, de forma a assegurar, por um lado, o cumprimento das

    determinações contidas na Portaria MEC n.º 02/2007 e nos instrumentos

    definidores dos padrões de qualidade, e, por outro lado, garantir o cumprimento

    dos objetivos e diretrizes norteadoras, fixados no PDI, em 2002. Assim, no

    decorrer do primeiro semestre de 2008, foi alterada a composição da equipe

    encarregada do gerenciamento dos programas de EaD e tomadas as seguintes

    medidas, algumas ainda em andamento:

    1) A concepção do Projeto Geral de EaD na UCB, entendida a partir da

    consideração dos seguintes fundamentos: a) estabelecimento e adoção de base

    conceitual; b) definição dos objetivos gerais; c) adoção dos critérios de qualidade

    para os conteúdos e outros materiais instrucionais e d) definição das ações a serem

    realizadas de forma a assegurar a adequabilidade logística à oferta de cursos na

    modalidade EaD.

    No que diz respeito a:

    a) Base Conceitual:

    Considera-se que a perspectiva indicada pela Lei 9394/96 sustenta a proposta de

    EaD da UCB e que a define como:

    • Uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de

    recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes

    suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados

    pelos diversos meios de comunicação2

    • Na mesma direção, como reforço, a partir da pesquisa apresentada na

    dissertação de mestrado de Paula Tavares Mello, na COPPE-UFRJ

    [1].

    3

    [2], admite-

    se a seguinte definição de EaD:

    2[1] BRASIL. Leis, Decretos. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 3[2] Instituto Alberto Luiz Coimbra de pós-graduação e Pesquisa em Engenharia - COPPE/UFRJ.

  • 21

    "Entende-se o ensino a distância como um sistema tecnológico de comunicação

    bidirecional (ou multidimensional, como a UCB já vem adotando), que pode ser de

    massa, e que substitui a interação pessoal entre professor e aluno, típica de uma

    aula, como meio primordial de ensino, por uma ação sistemática e conjunta de

    diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização e tutoria,

    proporcionando um aprendizado independente e flexível aos estudantes".

    • Procurando atender às necessidades de educação de uma população dispersa

    geograficamente e, em particular, às pessoas que se encontram em regiões

    onde não existem ainda Instituições de Ensino Superior ou programas de

    qualificação e de capacitação empresarial, a EaD acaba por se constituir no

    meio mais eficaz de oferta de novas oportunidades para aqueles que não

    tiveram a chance de realizar seus estudos superiores, transformando-se assim,

    em parâmetro determinante para igual distribuição de oportunidades a todos os

    cidadãos, dessa forma, pode-se citar:

    “Quando tratamos de mudança não pensamos naquela em que se altera apenas a superfície para que a essência não se mude e tudo fique como está. Pinta-se a casa, mas não se alteram as estruturas. Pensamos numa mudança mais profunda em que a sociedade se torne mais justa, democrática, com suas riquezas mais bem distribuídas” (ALMEIDA, F. J, 2008). 4

    [3]

    Os sistemas de EaD procuram gerar a cultura da educação continuada, transformando

    o aluno em ator efetivo no seu próprio processo de formação. Com base nestas

    4[3] Entrevista concedida por Fernando José de Almeida, formado em Filosofia e Pedagogia. Mestrado e doutorado

    na área de Informática e Tecnologias aplicadas à Educação na PUC-SP, onde leciona desde 1976. Fez seu pós-

    doutorado na França, em Lyon, no IEPEACS-CNRS. Atualmente é professor no programa de Pós-graduação em

    Educação e trabalha em Moçambique, desde 1998, com a formação de doutores e mestres em Educação. Foi

    Vice-Reitor Acadêmico da PUC-SP (1994-1996) e Secretário da Educação da cidade de São Paulo (2001-2002).

    Atualmente é Vice-Presidente da Fundação Padre José de Anchieta Centro Paulista de Rádio e TV Educativas –

    TV Cultura; Coordenador do Programa Tecnologias e Gestão Escolar Microsoft/CONSED/PUC-SP; membro do

    Fórum de Líderes da Microsoft; presidente do Instituto Lumiar e membro fundador do Instituto DNA-BRASIL.

    Membro do corpo editorial da Revista Cenpec, da revista Informática e Educação da SBIE e da Revista Eletrônica

    e-Curriculum.

  • 22

    citações, a UCB se propõe a desenvolver o espírito crítico e a autonomia intelectual,

    para que, por intermédio do questionamento permanente dos fatos, o aluno possa ser o

    sujeito de sua aprendizagem criando, assim, a autonomia de estudo.

    A autonomia significa ser autor da própria fala e do próprio agir, sendo coerente na

    integração do conhecimento com a ação e nas decisões profissionais.

    b) Objetivos Gerais:

    • Democratizar o acesso à educação;

    • Assegurar uma aprendizagem autônoma e associada à experiência;

    • Possibilitar um ensino participativo, pelo uso intensivo das novas TICs;

    • Estimular a geração de uma cultura da educação continuada;

    • Formar para a cidadania e para o compromisso social integrado à realidade

    socioeconômica brasileira;

    • Articular a organização curricular com o mundo do trabalho e as demandas da

    sociedade organizada.

    c) Qualidade do conteúdo:

    O material instrucional impresso, utilizado nos cursos da UCB de EaD, propõe-se a

    estabelecer uma inter-relação entre os diferentes atores que participam deste processo.

    Para tanto, estes textos foram organizados em uma linguagem “dialógica”, onde o autor

    estabelece uma “conversa pedagógica” com os alunos. Os textos objetivam criar um

    espaço de aprendizagem para que o aluno possa desenvolver reflexões e análises

    críticas, além de provocar a busca de novos conhecimentos. A ênfase dada a este

    processo privilegia a aprendizagem, buscando desenvolver um aluno independente e

    crítico.

    É importante salientar que os meios instrucionais por si (rádio, televisão, internet) não

    podem ser considerados como um programa de EaD. Para que se torne um programa

    desta natureza, é necessário que haja uma base teórica explícita, os objetivos

    definidos, uma utilização de metodologia adequada, um apoio institucional, e a

  • 23

    existência de tutor, capaz de fomentar e facilitar o aprendizado, de motivar o aluno a

    buscar o conhecimento permanente. Dessa forma:

    • Os conteúdos deverão ser efetivamente capazes de assegurar a aprendizagem

    nos níveis exigidos pelas Diretrizes Curriculares e pelos padrões exigidos na

    UCB, em seu PDI;

    • Os textos devem ser estruturados de forma adequada à metodologia utilizada

    em EaD, contendo atividades de estudo, estudos de caso, exercícios de fixação

    da aprendizagem, além de outras estratégias específicas de cada conteúdo.

    Todas as estratégias selecionadas devem ser organizadas para atingir as

    competências e objetivos propostos, possibilitando ao aluno inserir-se no campo

    de estudo e posicionar-se em relação às suas grandes questões.

    d) Adequabilidade Logística:

    Para atender aos objetivos acima, a UCB está sempre buscando:

    • Concepções gráficas e editoração que sejam instrumentos de motivação para o

    aluno;

    • Excelente qualidade na imagem das aulas transmitidas, com a supervisão

    pedagógica adequada e com a preparação do conferencista, no que concerne à

    apresentação na televisão;

    • Eficiência na distribuição dos materiais de ensino, fazendo com que os mesmos

    cheguem ao aluno em boas condições e nos prazos previstos;

    • Oferecimento de diversos meios de comunicação entre alunos e tutores ou

    professores, de forma a assegurar rápida resposta às dúvidas;

    • Sistema eficaz de auditoria e supervisão dos Polos para assegurar o

    cumprimento dos padrões e das normas acadêmicas;

    • Modernização constante dos equipamentos utilizados nos Polos;

    • Acesso presencial facilitado às Bibliotecas nos Polos e à Biblioteca da UCB.

    2) Em relação às providências e medidas corretivas, visando ao atendimento dos

    padrões de qualidade fixados pela Secretaria de Educação a Distância – SEED/MEC –,

    com base nos diagnósticos elaborados pela nova Equipe de Coordenação da EaD na

  • 24

    UCB e pelos fundamentos estabelecidos e descritos anteriormente, a EaD/UCB se

    apresenta hoje com as seguintes características:

    a) No que concerne ao Processo Pedagógico e às Metodologias Utilizadas:

    • Conteúdos: são elaborados por professores da UCB, ou ainda por especialistas

    renomados que, pela sua experiência e conhecimento, poderão contribuir

    efetivamente para o aprendizado dos estudantes. Em todas as disciplinas

    oferecidas são indicadas referências bibliográficas básicas, devidamente

    formatadas para uso na EaD, de forma a possibilitar a interatividade exigida em

    programas dessa natureza; a impressão dos conteúdos desenvolvidos é

    realizada em gráfica contratada pela universidade; a universidade tem também

    adquirido material impresso, sempre nos padrões exigidos para os cursos na

    modalidade EaD, no intuito de assegurar aos estudantes os meios

    indispensáveis a uma efetiva aprendizagem.

    • Avaliação do Desempenho do Estudante: as questões dos testes de avaliação

    são selecionadas de um banco de questões da própria universidade, que poderá

    ser analisado quando da visita dos avaliadores. Quando assumiu a gestão dos

    Programas de EaD, a atual coordenação da CEaD/UCB chamou a si tal

    responsabilidade e hoje as questões disponíveis no Banco Institucional de

    Questões – BIQ/UCB – são propostas pelos professores dos cursos oferecidos

    pela universidade, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Para a

    gestão desse banco foi designado o Coordenador do Curso de Informática da

    Universidade; para a distribuição das provas, a UCB se vale de empresa

    especializada no atendimento logístico, que tem por responsabilidade o

    encaminhamento das provas aos Polos, bem como de seu recolhimento, para

    correção;

    b) No que concerne ao Atendimento ao Discente:

    • Como a UCB utiliza na sua metodologia os encontros presenciais, tanto para a

    apresentação dos videoaulas, como para as aulas dos professores, tem sido

    desenvolvido um grande esforço para capacitar os tutores presenciais, no caso

  • 25

    das videoaulas, para a realização de outras atividades que estimulem a

    aprendizagem.

    • A capacitação dos tutores presenciais vem ocorrendo por meio de Cursos de

    Didática na EaD, oferecidos nas sedes regionais (os Polos são agregados em

    regiões e em cada região é definida uma sede regional, que tem as missões de

    supervisão e de acompanhamento das atividades administrativas dos Polos); a

    tutoria a distância é hoje realizada na sede da UCB em Realengo, Rio de

    Janeiro e, para tanto, a UCB oferece aos estudantes o atendimento por

    intermédio de um portal, chamado de Portal EaD/UCB5

    • Polos: para a consecução de seus objetivos, a UCB conta com o apoio de seus

    Polos, todos devidamente registrados no Sistema Integrado de Informações da

    Educação Superior – SIED/SUP – do MEC, sendo que as condições para o

    credenciamento de Polos na UCB compreendem:

    [4], que conta

    permanentemente com tutores em regime de plantão, para atendimento dos

    núcleos temáticos de tutoria e, de acordo com as normas internas estabelecidas,

    o tempo máximo permissível para a resposta a uma dúvida é de 48 horas;

    elevado quantitativo de monitores foi selecionado para a realização de algumas

    das atividades de apoio; um estúdio e especialistas na direção de programas

    televisivos para a realização de suas próprias gravações.

    o Existência de contrato firmado com o CER, em que o Polo se

    compromete a atender aos requisitos fixados pelo MEC nos Instrumentos

    de Qualidade da EaD e às recomendações da universidade;

    o Infraestrutura em consonância com os Padrões de Qualidade do MEC:

    biblioteca; laboratório de informática, sala para encontros presenciais,

    sala para permanência dos tutores presenciais, equipamentos de

    multimídia, sistema de comunicação bidirecional com a UCB;

    5[4] O portal do estudante ainda oferece o acesso virtual a exercícios, ao sistema de registro acadêmico (situação do

    estudante), ao sistema administrativo e financeiro, à biblioteca virtual e às videoaulas, por meio da utilização, ainda

    em fase experimental, da TV Castelo, já em pleno funcionamento. Até recentemente, estas videoaulas eram

    gravadas exclusivamente no IESDE; videoaulas oferecidas no presente período letivo poderão ser vistas no portal,

    nas pastas referentes a cada um dos cursos.

  • 26

    o Recursos humanos compatíveis com as exigências dos padrões de

    qualidade: tutores com os níveis de titulação adequados, formação em

    EaD, permanência nos Polos nos horários previstos.

    As ações detalhadas de atendimento ao discente estão descritas neste projeto no item

    16 ATENDIMENTO AO DISCENTE.

    c) No que concerne ao Controle Acadêmico dos Estudantes:

    O registro acadêmico dos estudantes de graduação na modalidade a distância utiliza o

    mesmo sistema construído para os alunos dos cursos presenciais denominado

    WEBCAF, e descrito detalhadamente no item 16 ATENDIMENTO AO DISCENTE do

    presente projeto;

    Visando a assegurar o atendimento aos padrões fixados, tanto pelo MEC como pela

    UCB, a CEaD instituiu em 2009 uma Comissão Permanente de Auditoria Acadêmica

    dos Polos, presidida pelo Vice-Reitor de Ensino de Pós-graduação Pesquisa e

    Extensão, e que tem por atribuição visitar os Polos e verificar o cumprimento das

    condições de oferta, comprovado o não atendimento, a CEaD estabeleceu a seguinte

    sistemática:

    o Informar ao polo, em notificação extrajudicial, do descumprimento das

    condições contratuais, dando-lhes um prazo para o saneamento das falhas

    observadas e suspendendo a realização dos processos seletivos para

    aquele polo (como já realizado conforme documentos anexo);

    o Caso seja verificada uma eventual terceirização do polo, encerrar as

    atividades, denunciando o contrato.

    Ainda em 2006, a UCB reafirmou com as instituições conveniadas, anteriormente

    citadas, a viabilização da sua atuação, com qualidade, em todas as unidades da

    Federação, garantindo o funcionamento de seus Polos de Apoio Presencial.

  • 27

    Os 246 Polos de Apoio Presencial estão localizados nas regiões onde há siglas, em

    letra preta, dos respectivos Estados, sendo distribuídos por municípios, conforme

    tabela a seguir mostrada:

    UF MUNICÍPIO

    AC 1

    AL 1

    AM 1

    CE 6

    DF 6

    ES 6

    GO 13

    MA 2

    MG 45

    PA 3

    PB 2

    PE 7

    PI 2

    PR 65

    RJ 32

    RN 2

    RO 1

    RS 37

    SC 13

    SE 1

    TOTAL 246 Fonte: CEaD, 2009 (esta informação foi atualizada no segundo semestre de 2008).

  • 28

    7 – HISTÓRICO DO CURSO 7.1 – A UCB e sua Trajetória

    A UCB, mantida pelo CER, desenvolve há três décadas, atividades educacionais,

    integrando os Ensinos Fundamental, Médio e Superior nas Zonas Oeste e Norte da

    cidade do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro. Teve origem no Centro de

    Estudos Universitários Paulo Gissoni, fundado em 07/03/1971, conforme decisão da

    Assembleia Geral, realizada ao dia 23/02/1973, sendo denominada inicialmente de

    CER.

    Os primeiros cursos implantados foram nas áreas de Educação, Ciências e Letras ―

    na Faculdade Marechal Castelo Branco e de Educação Física ― na Faculdade de

    Educação Física da Guanabara. Em 1975, as duas Faculdades passaram a constituir

    as Faculdades Integradas Castelo Branco – FICAB –, com aprovação do Regime

    Unificado, pelo parecer do Conselho Federal de Educação – CFE n.º 2903/71, de

    01/07/75.

    Em 1976, houve a expansão das FICAB com a criação dos Cursos Superiores de

    Matemática e Pedagogia e, em 1989, dos Cursos Superiores de Serviço Social,

    Administração e Tecnólogo em Processamento de Dados. Iniciou-se então o processo

    formal da criação da UCB, com o acolhimento das FICAB, pelo CFE em 18/02/91. No

    ano seguinte, foi aprovada a implementação do projeto da UCB, o qual incluiu a

    autorização para o funcionamento dos Cursos de Física e Ciências Biológicas, ambos

    fundados em 1992.

    O processo de desenvolvimento da UCB prosseguiu com o reconhecimento em 1993

    dos Cursos de graduação plena em Serviço Social, Administração, Tecnólogo em

    Processamento de Dados, bacharelado em Educação Física (com ênfase em Ciência

    da Performance Humana e Educação Física Especial) e em Pedagogia (com ênfase

    em Educação Especial).

    A instalação oficial da UCB ocorreu após a publicação da Portaria MEC n.º 1834, no

    DOU, do dia 29 de dezembro de 1994.

  • 29

    A partir daí, a UCB criou novas unidades nos bairros do Recreio dos Bandeirantes, da

    Vila da Penha, do Centro e posteriormente em Rocha Miranda.

    Em 1997, foi elaborado o projeto pedagógico do Curso de Medicina Veterinária, no

    campus Penha, em parceria com a Sociedade Nacional da Agricultura – SNA, o qual

    obteve autorização para funcionamento pela Resolução n.º 02/97 do Conselho

    Universitário – CONSUN.

    A UCB foi credenciada no MEC em 2006, para oferta de cursos de pós-graduação e

    graduação a distância, gerenciados pela CEaD.

    A UCB oferece atualmente os Cursos presenciais de graduação em Administração,

    Biomedicina, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Direito,

    Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Letras, Matemática, Medicina

    Veterinária, Nutrição, Pedagogia, Serviço Social, Sistemas de Informação e Terapia

    Ocupacional, além de Cursos Superiores de Tecnologia. Os Cursos de Pós-

    graduação são oferecidos tanto na modalidade Lato Sensu (desenvolvidos

    prioritariamente em parcerias com outras instituições de ensino) como na

    modalidade Stricto Sensu, em Motricidade Humana, na área das Ciências da Saúde,

    em Educação Física, no campus do Recreio dos Bandeirantes.

    Em função da constante evolução dos métodos de ensino-aprendizagem e da

    transformação da sociedade na sociedade do conhecimento, a UCB vem

    promovendo ampla discussão acerca de seu Projeto Político Institucional – PPI – e

    do Projeto de Desenvolvimento Institucional – PDI –, reestruturando sua política de

    graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão e ampliando suas atividades

    acadêmicas.

    A UCB tem como finalidade formar profissionais para as diferentes áreas do

    conhecimento, tendo como princípios uma perspectiva de educação continuada, de

    construção e socialização de conhecimentos comprometidos, em seu conjunto, com os

    problemas da sociedade, da cultura, do meio ambiente, da ciência e da tecnologia,

    pautando a formação dos profissionais em princípios humanísticos, éticos e de

  • 30

    exercício da cidadania.

    Considera, em consonância com o Plano Nacional de Graduação6, que a formação

    graduada de ensino não deve restringir-se à perspectiva de uma profissionalização

    estrita especializada, mas há que propiciar a aquisição de competências de longo

    prazo, o domínio de métodos analíticos, de múltiplos códigos e linguagens, uma

    qualificação intelectual de natureza suficientemente ampla e abstrata para constituir,

    por sua vez, base sólida para a aquisição contínua e eficiente de conhecimentos

    específicos7

    .

    Além das atribuições definidas em capítulo próprio da Constituição Federal8

    , as

    universidades devem procurar definir suas missões considerando as peculiaridades

    próprias e suas inserções no desenvolvimento local e regional.

    7.2 – O Curso

    A experiência em Educação a Distância da Universidade Castelo Branco se fez,

    inicialmente, em 1995, quando criou em sua estrutura a Coordenação de Educação a

    Distância – CEaD, com a finalidade de implantar o ensino a distância no âmbito da Universidade. A primeira medida para implementar esta modalidade de ensino foi

    debater e discutir no âmbito da universidade, com docentes e gestores, sobre as

    diretrizes que deveriam nortear a CEaD.

    Considerando os indicadores sociais e educacionais de nosso país, a nova LDB e as

    diretrizes de políticas educacionais, a UCB, na qualidade de Universidade, atuando

    na formação de Recursos Humanos, se propôs a desenvolver um Programa de

    Educação a Distância iniciando com cursos de Especialização para o qual obteve

    6 BRASIL, Lei 10172 de 9 de janeiro de 2001, aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras

    providências.

    7 César, E. E. B. “Princípios e Fundamentos do Plano Nacional de Graduação: uma introdução crítica no contexto de

    um processo em construção”. IN RODRIGUES, M. E. F. Resgatando espaços e construindo ideias: ForGRAD 1997 a

    2002. Niterói, Ed. UFF, 2002: pág. 35. 8 Promulgada em 5 de outubro de 1988.

  • 31

    credenciamento pelo parecer CES 0145/2002 publicado no DOU de 17/07/2002 e

    parecer CES 0297/2003. Na ocasião, firmou convênio para efetividade do processo,

    no referente à editoração de materiais didáticos e aos serviços associados à logística

    e tecnologias da informação e comunicação.

    Em 2005, ao aporte da legislação, Portaria do MEC n.º 4059 de 10/12/2004, de

    acordo com o seu PDI, instituiu na modalidade a distância, para todos os cursos de

    graduação presencial, o Núcleo Integrador (NI), constituído por disciplinas de

    formação geral, que compõem a base para a construção da cidadania, com os

    objetivos de proporcionar uma visão integrada dos temas que são determinantes para

    a vida na sociedade contemporânea, e de oferecer um referencial de estímulo a

    outros estudos e assuntos da atualidade. A partir de então, desenvolveu, em seu

    sistema WEBCAF9

    , um ambiente de aprendizagem para facilitação do processo.

    Em 2007, o Curso de Licenciatura em História a distância foi aprovado pela

    RESOLUÇÃO n.º 046/2007 (CEPE de 25 de Julho de 2007) da UCB.

    8 – OBJETIVOS DO CURSO 8.1 – Geral

    • Formar professores para atuarem na docência de História nos Ensinos

    Fundamental e Médio, conscientes de sua responsabilidade político-social,

    capazes de assumir de maneira crítica, criativa e construtiva o trabalho

    pedagógico.

    8.2 – Específicos Os objetivos específicos do Curso de Licenciatura em História são:

    • Formar educadores que sejam capazes, na prática, de demonstrar elevado

    nível de consciência crítica e criativa face à história e as reais condições de

    vida da sociedade brasileira (aprimoramento em práticas investigativas);

    9 A partir de seu Controle Acadêmico Financeiro (CAF), a UCB integrou ao seu site o WEBCAF, um espaço

    acadêmico-financeiro com possibilidades comunicacionais on-line entre docentes e discentes.

  • 32

    • Assegurar uma aprendizagem autônoma associada à experiência;

    • Preparar docentes para o magistério respeitando e considerando as diferenças

    dos portadores de necessidades especiais, tendo em vista a abrangência e a

    diversidade da sua ação profissional diante da educação, entendida como

    atividade política que se realiza no âmbito da sociedade;

    • Mediar a construção de uma prática pedagógica que demonstre fidelidade aos

    princípios fundamentais de uma educação humanística e cidadã, com o

    desenvolvimento de hábitos de colaboração em equipe;

    • Estimular a geração de uma cultura de educação continuada;

    • Possibilitar um ensino participativo, pelo uso intensivo das novas tecnologias.

    • Estabelece articulações da História com as áreas das Ciências Humanas e

    Sociais.

    • Articular os conteúdos de Letras, Ciências Sociais, Geografia, Pedagogia,

    Psicologia, Informática, Economia e Filosofia de forma a possibilitar a

    organização de um conjunto de temas que visam proporcionar uma formação

    ampla e diversificada, buscando oferecer subsídios ao profissional docente

    necessários para análise e intervenção social.

    9 – PERFIL DOS ALUNOS 9.1 – Ingressantes

    Os ingressantes do Curso de Licenciatura em História são, em sua maioria, oriundos

    de diferentes estabelecimentos de ensino e localidades que pretendem se inserir no

    mercado de trabalho do magistério em História, e que, atraídos pela oportunidade de

    uma capacitação adequada e maior qualificação, buscam seu crescimento

    profissional, por meio desta licenciatura. Nesta visão, o ingressante busca um

    aprofundamento teórico/prático, integrando-se à utilização de pesquisas e aos

    conhecimentos científicos, políticos, pedagógicos e sociais que permeiam o processo

    educacional.

  • 33

    9.2 – Egressos Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais e com a Missão da UCB,

    os concluintes do Curso de Licenciatura em História deverão ser tanto um professor,

    bem como um intelectual consciente de sua responsabilidade político-social,

    assumindo de maneira transformadora o seu papel em práticas educativas. Deverá,

    portanto, ser aquele educador que, na permanente investigação de sua prática

    pedagógica, repense e recrie a teoria, na relação entre o saber e o fazer.

    O Curso de Licenciatura em História visa à formação do educador que possa:

    • Assumir atividades didático-pedagógicas, em suas diferentes dimensões;

    • Desenvolver, a partir da reflexão sobre sua prática e seus conhecimentos e do

    compromisso político com as diferentes classes sociais, uma ação

    transformadora, contribuindo para o desenvolvimento pleno do homem e da

    sociedade;

    • Exercer a docência, desenvolvendo uma prática social voltada para a

    intervenção transformadora da realidade e comprometida com os anseios de

    uma sociedade mais justa, equânime igualitária e ética;

    • Utilizar as linguagens dos meios de comunicação na educação, nos processos

    didático-pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias de informação e

    comunicação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagem significativas;

    • Demonstrar consciência da diversidade, respeitando as diferenças de natureza

    ambiental-ecológica, étnico-racial, de gênero, faixas geracionais, classes

    sociais, religiões, necessidades especiais, escolhas sexuais, entre outras;

    • Dominar os conhecimentos específicos de sua área para enfrentar os desafios

    das rápidas transformações da sociedade e das condições de exercício

    profissional;

    • Reconhecer que o trabalho pedagógico do docente licenciado em História, que

    busca a identificação dos fenômenos sociais em suas transformações e

    permanências, está presente não apenas na educação escolar, mas se

    estende, na dinâmica sociocultural da contemporaneidade, a diversas esferas

    da atividade humana;

  • 34

    • Exercer a profissão com compromisso, competência e ética, desenvolvendo

    em seus alunos a prática da cidadania.

    O curso busca, portanto, um perfil que privilegia a formação do profissional, do

    docente e do cidadão, tendo a ética como princípio norteador de suas ações. Compõe

    esse perfil a possibilidade de tomar decisões, com base em investigação, análise e

    avaliação de problemas relativos a esta área de conhecimentos e ações pautadas

    pelo rigor científico e intelectual, e por princípios éticos rigorosos, visando à qualidade

    de vida e a melhoria do nível educacional.

    O Curso de Licenciatura em História visa à formação do educador que possa, de

    forma específica:

    a - Dominar as diferentes concepções metodológicas que referenciam a construção

    de categorias para a investigação e a análise das relações sócio-históricas;

    b - Problematizar, nas múltiplas dimensões das experiências dos sujeitos históricos, a

    constituição de diferentes relações de tempo e espaço;

    c - Conhecer as informações básicas referentes às diferentes épocas históricas nas

    várias tradições civilizatórias assim como suas interações;

    d - Transitar pelas fronteiras entre a História e outras áreas do conhecimento;

    e - Desenvolver práticas investigativas, produção do conhecimento e sua difusão não

    só no âmbito acadêmico, mas também em museus, em órgãos de preservação de

    documentos e no desenvolvimento de políticas e projetos de gestão do patrimônio

    cultural.

    9.3 – Campos de Atuação Os formados em licenciatura podem atuar como docentes nos Ensinos Fundamental

    e Médio. É necessário salientar ainda que a História constitui-se em área de

    conhecimento básico na formação de diversas profissões. Nesse sentido, o Curso de

    Licenciatura em História, modalidade EaD, cumpre com o importante papel de

    atender também a um público já graduado em outras áreas, interessado na ampliação

    de seu conhecimento como forma de aperfeiçoamento profissional.

  • 35

    10 – NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE - NDE Entende-se o NDE como um conjunto de professores de elevada formação e

    titulação, contratados em tempo integral e parcial e que respondem mais diretamente

    pela criação, implantação e consolidação do Projeto Pedagógico do Curso de

    Licenciatura em História.

    São atribuições do NDE:

    a - Elaborar o projeto pedagógico do curso, sob a supervisão da Coordenação do

    Curso e orientação e acompanhamento da Assessoria de Desenvolvimento e

    Planejamento Pedagógico, definindo sua concepção e fundamentos;

    b - Estabelecer o perfil profissional do egresso do curso;

    c - Atualizar periodicamente o projeto pedagógico do curso;

    d - Conduzir os trabalhos de reestruturação curricular para análise da Assessoria de

    Desenvolvimento e Planejamento Pedagógico e posterior aprovação no Colegiado de

    Curso, sempre que necessário;

    e - Supervisionar as formas de avaliação, de ensino e acompanhamento do curso,

    definidas pelo Colegiado;

    f - Analisar e avaliar, sob a supervisão da Assessoria de Desenvolvimento e

    Planejamento Pedagógico, os Planos de Ensino dos componentes curriculares;

    g - Promover a integração horizontal e vertical e a interdisciplinaridade proposta pelo

    Curso, a interdisciplinaridade, respeitando os eixos estabelecidos pelo projeto

    pedagógico;

    h - Acompanhar as atividades do corpo docente, recomendando ao Colegiado de

    Curso a indicação ou substituição de docentes, quando necessário;

    i - Elaborar e implementar o acompanhamento do desempenho docente e discente,

    por meio de dados fornecidos pela Avaliação Institucional;

    j - Elaborar diagnóstico anual de aproveitamento discente por meio de diferentes

    instrumentos avaliativos.

    A designação dos representantes do NDE é feita pelo Vice-Reitor de Ensino de

    Graduação e Corpo Discente.

  • 36

    11 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

    O Curso de Licenciatura em História deve abranger conteúdos e atividades que

    constituam sólida base conceitual para a formação do educador capaz de atender ao

    perfil do profissional pretendido pela Universidade Castelo Branco.

    Nessa direção, algumas competências e habilidades devem ser desenvolvidas,

    destacando:

    • Refletir, como professor/educador, a partir de um pensamento coordenado e

    em bases lógicas, sobre a transformação dos paradigmas que possibilitam o

    exercício aprimorado da cidadania e a emergência de novas formas de saber e

    suas possíveis implicações na realidade brasileira;

    • Reconhecer o impacto de novas tecnologias de comunicação e entender a

    percepção do homem contemporâneo em relação a este fato, buscando

    estratégias inovadoras de utilização dessas tecnologias no processo de

    ensino-aprendizagem;

    • Compreender e valorizar as diferentes linguagens manifestadas nas

    sociedades contemporâneas e sua função na produção de conhecimento;

    • Articular ensino e as práticas investigativas na produção do conhecimento da

    História e na prática pedagógica;

    • Dominar os conhecimentos específicos da área de História para enfrentar os

    desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo do trabalho e

    das condições do exercício profissional;

    • Problematizar, nas múltiplas dimensões das experiências dos sujeitos

    históricos, a constituição de diferentes relações de tempo e espaço;

    • Dominar os conteúdos básicos que são objetos de ensino/aprendizagem nos

    Ensinos Fundamental e Médio;

    • Conhecer as informações básicas referentes às diferentes épocas históricas

    nas várias tradições civilizatórias assim como sua inter-relação;

    • Exercer a docência, tendo uma prática que colabore na transformação da

    realidade, na direção de uma sociedade mais equânime;

  • 37

    • Analisar criticamente as transformações e as permanências sociais fazendo

    uso da tecnologia educacional;

    • Demonstrar e disseminar a consciência da diversidade, respeitando as

    diferenças de natureza ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros, faixas

    etárias, classes sociais, religiões, necessidades especiais, opções sexuais;

    • Colaborar efetivamente na elaboração do projeto pedagógico,

    • Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área da

    História e as demais áreas do conhecimento;

    • Identificar problemas socioculturais e educacionais, propondo respostas

    criativas às questões da qualidade do ensino e medidas que visem a superar a

    exclusão social;

    • Utilizar as ferramentas básicas da informática.

    12 – PRINCÍPIOS, ESTRUTURAS E CONTEÚDOS CURRICULARES 12.1 – Organização Curricular O currículo deve caracterizar as bases processuais da formação acadêmica e

    profissional. É um complexo dos diversos processos relacionados com a formação

    profissional, cultural e humanística dos estudantes que deve ser traduzido por

    componentes curriculares que se organizam a partir de disciplinas, eixos, ênfases

    e/ou núcleos, que contemplem a inclusão desses diferentes componentes, os quais

    integram conteúdos em projetos, experiências e atividades acadêmicas, pesquisa e

    extensão, expressando a tradução das ações e movimentos necessários ao ensino e

    à aprendizagem.

    Para construí-lo, é necessária uma seleção de conhecimentos, competências,

    habilidades, atitudes, valores, metodologias e situações de aprendizagem

    consideradas importantes. Tem por referência determinados destinatários e contextos

    do estado do conhecimento elaborado e da realidade cotidiana dos sujeitos, do futuro

    docente, da cultura e da ciência em suas diferentes dimensões. Também é importante

    frisar que a referida seleção deve ser um processo coletivo, pois selecionar,

    classificar, distribuir e avaliar conteúdos curriculares põe em ação as múltiplas

    representações que percorrem os espaços culturais.

  • 38

    São princípios estruturantes dos Cursos de Licenciatura em História conforme o

    PARECER CNE/CES n.º 492/2001:

    • Propiciar aos estudantes uma formação teórico-metodológica sólida em torno

    dos eixos que formam a identidade do curso (Antropologia, Ciência Política e

    Sociologia) e fornecer instrumentos para estabelecer relações com a pesquisa

    e a prática social;

    • Criar uma estrutura curricular que estimule a autonomia intelectual, a

    capacidade analítica dos estudantes e uma ampla formação humanística.

    • Partir da ideia de que o curso é um percurso que abre um campo de

    possibilidades com alternativas de trajetórias e não apenas uma grade

    curricular;

    • Estimular a produção de um projeto pedagógico que explicite os objetivos do

    curso, a articulação entre disciplinas, as linhas e núcleos de práticas

    investigativas, as especificidades de formação, a tutoria e os projetos de

    extensão;

    • Estimular avaliações institucionais no sentido do aperfeiçoamento constante do

    curso.

    Essa é a perspectiva da UCB, em torno da qual se organizam os seus cursos, os

    quais assumem alguns princípios que permeiam toda sua organização curricular e

    que direciona, portanto, o Curso de Licenciatura em História proposto, definindo-se

    como uma de suas vertentes estruturantes:

    • Indissociabilidade entre ensino, práticas investigativas e extensão

    O ensino deve ser compreendido como o espaço da produção do saber, por meio da

    centralidade da investigação como processo de formação para que se possam

    compreender fenômenos, relações e movimentos de diferentes realidades e, se

    possível e necessário, transformar tais realidades.

  • 39

    • Interdisciplinaridade

    A integração disciplinar possibilita a análise dos objetos de estudo sob diversos

    olhares, constituindo-se questionamentos permanentes que permitam a (re) criação

    do conhecimento.

    • Formação profissional para a cidadania

    As instituições têm o compromisso de desenvolver o espírito crítico e a autonomia

    intelectual, para que, por intermédio do questionamento permanente dos fatos, o

    profissional possa contribuir para o atendimento das necessidades sociais e

    educacionais.

    • Autonomia intelectual

    A autonomia significa ser autor da própria fala e do próprio agir, sendo coerente na

    integração do conhecimento com a ação e nas decisões profissionais. O

    desenvolvimento de uma postura investigativa por parte do estudante é fundamental

    para que construa sua autonomia intelectual e profissional.

    • Responsabilidade, compromisso e solidariedade social

    A compreensão da realidade social e o estímulo à solidariedade social devem ser

    pontos integradores das ações de extensão vinculadas ao currículo.

    O Curso de Licenciatura em História caracteriza-se como um campo científico no qual

    a multiplicidade de orientações teóricas – com suas implicações práticas – traduz a

    diversidade de saberes que tem sido sua marca. Os estudos da epistemologia da

    ciência têm mostrado que essa diversidade de saber em História é fundamentada em

    princípios científicos proporcionados pelas tentativas de abarcar de forma crítica as

    sociedades e seus indivíduos.

    Diante de concepções de natureza humana, éticas e práticas distintas, um currículo

  • 40

    que sustente as grandes correntes teóricas, tanto quanto as novas tendências na

    História como o que se apresenta, permitirá ao futuro docente na área conhecer e

    reconhecer os referenciais próprios do saber e lhe possibilitará instrumentais

    eficientes, para construir uma prática crítica, seja qual for a abordagem escolhida.

    As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Licenciatura em História que são

    expressas na Resolução CNE/CES 13, de 13 de março de 2002, constituem o eixo

    central que possibilita, incorporando as vertentes anteriormente apresentadas no

    Parecer CNE/CES n.º 492/2001 e Parecer nº 1363/2001, de 12 de dezembro de 2001,

    dão solidez ao Projeto de Curso.

    O currículo proposto toma como referência os princípios e compromissos que devem

    nortear a formação do licenciando em História conforme estabelecido na referida

    resolução e Parecer.

    A atuação junto aos jovens exige que o professor tenha uma competência polivalente

    e isso significa que ele deva trabalhar com conteúdos de diferentes naturezas, que

    vão desde cuidados básicos até conhecimentos específicos de diversas áreas do

    saber, passando pela constituição de valores que a cada dia se constituem em

    atribuição da escola.

    Dessa forma, é preciso que seja oferecida ao futuro profissional uma formação

    abrangente e que permita constante reflexão sobre sua prática. Com esse objetivo, o

    currículo proposto teve o cuidado de contemplar:

    1 - Um enfoque multidisciplinar que possibilite ao aluno articulação com outros

    saberes indispensáveis à compreensão da atividade docente;

    2 - A integração ensino – práticas investigativas – extensão, através das atividades

    acadêmicas capaz de desenvolver no aluno o espírito científico, encorajando-o a

    manter permanente diálogo com a teoria para que alie prática profissional e produção

    de conhecimento;

    3 - Uma perspectiva não dogmática que permita ao aluno diálogo com diferentes

    teorias, facilitando suas opções posteriores e evitando precipitações na adoção de

    limitados referenciais teóricos;

  • 41

    4 - O compromisso com as questões sociais, estimulando uma perspectiva crítica,

    de cidadão responsável pela construção de uma sociedade justa e solidária;

    5 - A inclusão da ética permeando a formação acadêmica para oferecer

    oportunidade de reflexão sobre a conduta humana, discussões sobre a liberdade de

    escolha e desenvolvimento da autonomia;

    6 - Uma perspectiva de constante busca a novos conhecimentos (educação

    continuada), novas metodologias e novas tecnologias.

    Para a estruturação curricular do curso, foram obedecidas as Diretrizes Curriculares

    Nacionais para os Ensinos Fundamental e Médio. Estas diretrizes nortearam a

    elaboração do currículo que possibilitará, por certo, ao futuro professor dar conta de

    atender ao paradigma proposto nacionalmente. Assim, os componentes curriculares

    do curso de formação garantem discussões sobre os diferentes ramos do

    conhecimento que visam assegurar aos alunos do Ensino Médio o acesso à base

    nacional comum e à parte diversificada do currículo.

    Os princípios norteadores das ações pedagógicas desenvolvidas junto aos

    professores que a UCB pretende formar são os mesmos propostos pela Resolução

    CNE/CEB n.º 02/98:

    a) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; b) os princípios políticos dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; c) os princípios estéticos da sensibilidade, da criticidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

    Tais princípios integram a formação pedagógica e o domínio dos saberes

    disciplinares do curso e permitem o desenvolvimento das competências para o

    exercício profissional e a produção do conhecimento pedagógico.

    Além desse objetivo, o curso se propõe a preparar um profissional para atuar na

    gestão do trabalho pedagógico, em processo educativo formal e não formal, que

    possa articular projetos construídos nesta mesma perspectiva, isto é, que expressem

    respeito à ordem e à diversidade cultural e se constituam em verdadeiras opções

    quanto ao bem comum, a relações solidárias, autônomas, garantindo variadas formas

  • 42

    de expressão e de construção de conhecimentos e valores.

    O curso se desenvolverá em, no mínimo, três anos (seis módulos) obedecendo à

    estrutura curricular que se segue:

    Atividades Obrigatórias Referentes às Diversas Dimensões do Conhecimento

    Atividades Formativas e Somativas – Encontros Presenciais,

    Atividades Supervisionadas e Individuais/Colaborativas 1860 horas

    Estágio Supervisionado 490 horas

    Atividades Complementares 200 horas

    Prática Pedagógica 400 horas

    Total 2950 horas

    12.2 – Flexibilização Curricular

    A “flexibilidade das unidades de estudo, possibilitando distintas ênfases de

    formação, aprofundamento, ampliação do conhecimento e desenvolvimento de

    competências específicas, desenvolvimento de atividades integradoras do

    conhecimento dentro e fora do ambiente acadêmico, flexibilidade na organização e

    hierarquização do currículo” (Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação,

    2006) são alguns dos itens destacados pelo MEC para caracterizar a necessidade

    de flexibilização que inclui, portanto, dimensões e aspectos muito diferentes.

    Tem como propósitos mais abrangentes, por um lado, o de atender à

    heterogeneidade dos alunos – que hoje caracterizam um público bastante

    diversificado, não só econômica e social, mas culturalmente –, no que diz respeito

    aos interesses, expectativas, experiências e formação prévias (à instituição cabe

    decidir, em primeira instância, sobretudo nesse caso, como essas experiências

    serão atendidas). Por outro lado, o de responder às necessidades de formação

    profissional compatível com transformações continuadas, decorrentes das

    mudanças ocorridas na sociedade e dos avanços nos campos do conhecimento,

    da ciência e da tecnologia.

  • 43

    A necessidade de flexibilizar cursos e currículos com vistas à efetividade da

    formação é um dos pilares em que se apoiam as DCN para os cursos de

    graduação. Está presente em diferentes pareceres que as antecedem – nesse

    sentido, as DCN são, em si mesmas, uma primeira instância de flexibilização (ver,

    por exemplo, entre outros, os Pareceres MEC/CNE/CES 776/97 e 583/2001). É

    importante sublinhar que tais pareceres associam sempre a flexibilidade à

    necessidade de garantir a qualidade da formação – esta seria, aliás, sua primeira

    justificativa. Preconizam ainda a necessidade de enfatizar, nos cursos de

    graduação, a perspectiva da formação continuada do profissional. É nesse sentido

    que os cursos de graduação passam a ser entendidos como etapa de formação

    inicial, o que implica criar nos alunos a postura de que a formação é um processo

    que se desdobra pela vida profissional.

    Posta nesses termos, a flexibilidade envolve a tomada de decisões por diferentes

    níveis institucionais, desde aquelas que implicam diretamente os conselhos

    superiores, como se exemplificou anteriormente, até os segmentos diretamente

    envolvidos com a gestão das unidades de ensino.

    Ao estabelecer a necessidade de flexibilizar cursos e currículos, as DNC, com base

    na LDB, abrem a possibilidade e recomendam diferentes modalidades de

    articulação e diferentes arranjos institucionais, curriculares e de ensino para a

    formação profissional, com ênfase na integração entre formação teórica e aquela

    que se realiza nos campos de prática, a que ocorre na própria instituição e fora do

    contexto universitário, entre conteúdos previstos para os diferentes cursos e

    atividades previstas para os mesmos, entre várias outras modalidades previstas.

    Recaem nessa situação o aproveitamento de atividades desempenhadas em