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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA DEZEMBRO DE 2012 Nivalde J. de Castro Adriana Maria Dassie

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR … · Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral, segundo informou Elmer Prata Salomão, presidente da entidade. João

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:

GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

DEZEMBRO DE 2012

Nivalde J. de Castro Adriana Maria Dassie

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ÍNDICE: SUMÁRIO EXECUTIVO......................................................................................................................................... 3

1 - GERAL ................................................................................................................................................................ 4

2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS .................................................................................6

2.2 – MINÉRIO DE FERRO...........................................................................................................................7

2.3 – AÇO ..................................................................................................................................................9

3- SETOR AUTOMOTIVO ................................................................................................................................. 10

4 - PAPEL E CELULOSE .................................................................................................................................... 11

5 - QUÍMICA E PETROQUÍMICA .................................................................................................................... 13

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Este relatório tem por objetivo informar e contextualizar o acompanhamento conjuntural do

segmento produtivo dos grandes consumidores de energia elétrica durante o mês de outubro

de 2012. O relatório está dividido nas seguintes seções: questões gerais; metalurgia; alumínio,

cobre, níquel e outros metais; setor automotivo; papel e celulose e química e petroquímica.

Na seção Questões Gerais pode-se constatar a demanda total por eletricidade registrada pela

EPE no mês de novembro. Segundo dados publicados na resenha mensal da EPE, o consumo

de energia elétrica na rede aumentou 6,3% em novembro em comparação com o mesmo mês

do ano anterior, alcançando 38,7 mil gigawatts-hora

A ABAL divulgou a produção do alumínio primário de outubro de 2012. No mês, foram

produzidas 120 mil toneladas, volume 3,6 % inferior ao registrado em outubro de 2011. O

volume produzido no acumulado janeiro-outubro somou 1.206 mil toneladas, um crescimento

de 0,9 % em relação ao volume produzido no mesmo período do ano anterior.

A produção brasileira de aço bruto alcançou 2,8 milhões de toneladas em novembro, o

equivalente a um crescimento de 2,4% em relação ao verificado no mesmo mês de 2011,

segundo dados do IABr.

Até 2013, segundo dados da consultoria Risi, haverá um adicional de 5 milhões de toneladas

de matéria-prima globalmente. Porém, no mesmo intervalo, 1,2 milhão de toneladas sairão do

mercado ou por causa do fechamento de fábricas ou por conversão de unidades para a

produção

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1 - GERAL

Segundo dados publicados na resenha mensal da EPE, o consumo de energia elétrica na rede

aumentou 6,3% em novembro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, alcançando

38,7 mil gigawatts-hora (GWh). Esta é a maior taxa registrada no ano.

A ocorrência de um maior número de dias quentes influenciou significativamente a alta do

consumo residencial em novembro, sobretudo no Sudeste e no Sul. O aumento da renda e a

estabilidade no emprego são fatores que explicam o aumento estrutural do consumo das

famílias: aumentou o estoque de eletrodomésticos nas residências, especialmente de

condicionadores de ar. Conjuntamente, porém, temperaturas mais elevadas justificam o

aumento observado no final do ano de 2012.

O consumo do setor de comércio e serviços aumentou 13,7% em novembro frente ao mesmo

mês do ano anterior, com 851 GWh consumidos. O resultado significa não só a maior taxa de

crescimento do ano, mas também a melhor taxa para o mês de novembro na série constituída

pela EPE desde 2005. A classe comercial vem crescendo em ritmo forte, como demonstram as

taxas acumuladas no ano (7,8%) e em 12 meses (7,4%), refletindo o destaque que o segmento

tem apresentado no ambiente econômico.

O consumo de eletricidade pela indústria brasileira foi de 15.508 GWh em novembro, 0,2%

acima do mesmo mês do ano anterior. É a primeira taxa positiva após cinco quedas

consecutivas. Na série livre de influencias sazonais houve avanço de 0,6% frente a outubro,

podendo ser um sinal de recuperação do nível de atividade industrial uma vez que, em

outubro, fora apurado crescimento de apenas 0,1%. Contudo, a recuperação da atividade

industrial ainda mostra sinais contraditórios. A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE apresenta

resultado positivo em outubro (+2,3%), porém dados da CNI indicam que, em novembro, a

produção manteve-se estável. Esse quadro de incerteza se reflete na confiança do empresário

industrial (ICEI/CNI), cujo índice recuou um ponto entre novembro e dezembro. Há

segmentos com boa atividade, por exemplo, móveis e eletrodomésticos, mas há também

segmentos que ainda seguem ritmo relativamente lento, como os setores de máquinas e

equipamentos, químico e a cadeia mínero-metalúrgica.

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Tabela 1: Comparação do Consumo de Energia Elétrica na Rede: Novembro 2011- Novembro 2012 (em GWh)

Fonte: Resenha Mensal, Dezembro de 2012 (EPE)

Gráfico 1: Taxas de crescimento sobre mesmo mês do ano anterior

Fonte: Resenha Mensal, Dezembro de 2012 (EPE)

Os grandes consumidores de energia, conhecidos como eletrointensivos, vão ter de aguardar

uma nova oportunidade para conseguir atingir os 28% de redução no custo da eletricidade,

índice anunciado em setembro pela presidente Dilma Rousseff. Fabricantes de alumínio,

cimento, petroquímicos, aço e outros produtos obtiveram desconto de apenas 11% na tarifa

decorrente do processo de renovação das concessões. Nem mesmo uma audiência especial

com o relator da MP 579, Renan Calheiros, antes da votação da medida provisória, foi

suficiente. O intuito era incluir a Emenda 019, do deputado Armando Monteiro, que previa a

transferência de uma cota de energia (em torno de 3,5 mil MW) do mercado cativo para o

mercado livre. Com isso, se previa conseguir os 28% de redução na tarifa que foi prometido ao

setor industrial. “A estratégia do governo foi de não abrir brechas: se fizesse para um, teria de

fazer para outros”, disse Franklin Feder, presidente da Alcoa na América Latina e Caribe.

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2 - METALURGIA

A análise do setor de metalurgia aponta para um índice de utilização de capacidade instalada

de 85,9% em dezembro de 2012, representando uma leve queda de 0,1% em relação a

novembro de 2012 e aumento de 3,0% em relação a dezembro do ano anterior.

Gráfico 2: Utilização Média de Capacidade Instalada – Metalurgia: Novembro 2011 – Dezembro 2012 (em %)

85,1

82,982,4

84,1 83,984,4

85,384,7

84,3

86,7 86,587,1

86,0 85,9

80,0

81,0

82,0

83,0

84,0

85,0

86,0

87,0

88,0

nov/1

1

dez/1

1jan

/12fev

/12

mar/12

abr/1

2

mai/12

jun/12 jul/

12ag

o/12

set/1

2ou

t/12

nov/1

2

dez/1

2

Fonte: FGV – 2012.

2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS

O conselho de administração da Vale aprovou o orçamento de investimentos para 2013 no

valor de US$ 16,3 bilhões. A maior parcela, de US$ 10,1 bilhões, vai para a execução de

projetos, outros US$ 5,1 bilhões serão dedicados à sustentação das operações existentes e US$

1,1 bilhão serão destinados à pesquisas e desenvolvimento. O valor total dos investimentos

para 2013 é um pouco menor que o de 2012, que deverá alcançar US$ 17,5 bilhões, valor

máximo previsto para os próximos anos e abaixo dos US$ 18 bilhões atingidos em 2011. “As

perspectivas de uma expansão moderada da demanda global por minérios e metais no médio

prazo requerem rígida disciplina na alocação de capital e maior foco em maximizar eficiência e

minimizar custos”, afirmou a empresa. Por área de negócio, a Vale investirá US$ 7,65 bilhões

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em minerais ferrosos, US$ 3,78 bilhões em metais básicos, US$ 1,73 bilhão em carvão, US$

1,33 bilhão em fertilizantes, entre outros.

A ABAL divulgou a produção do alumínio primário de outubro de 2012. No mês, foram

produzidas 120 mil toneladas, volume 3,6 % inferior ao registrado em outubro de 2011. O

volume produzido no acumulado janeiro-outubro somou 1.206 mil toneladas, um crescimento

de 0,9 % em relação ao volume produzido no mesmo período do ano anterior. Segundo a

ABAL, o aumento do volume registrado no período acumulado refere-se a uma recuperação da

produção de 2011, que foi prejudicada por ajustes operacionais das fábricas de alumínio e,

portanto, não deve ser considerado como expansão da capacidade instalada.

Gráfico 3: Variação dos preços do alumínio no mercado internacional: Janeiro a Dezembro 2012

Fonte: London Metal Exchange (LME)

2.2 – MINÉRIO DE FERRO

A cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços para a indústria de mineração já começa

a sentir o reflexo de um ano de suspensão das autorizações de pesquisa e portarias de lavra

pelo DNPM. Empresas de sondagem do país, que atuam diretamente na exploração mineral,

têm operado em média com uma taxa de ocupação de 50%. O levantamento foi feito pela

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral, segundo informou Elmer Prata

Salomão, presidente da entidade. João Luiz Nogueira de Carvalho, presidente executivo da

Geosol, maior empresa de sondagem e outros serviços na área mineral e extrativa, disse que a

falta de definição do governo sobre o marco regulatório da mineração já apresenta impacto

considerável nos negócios ligados ao setor. Nos cálculos do executivo, são mais de 5.300

alvarás de pesquisa e mais de 30 decretos de portaria de lavra não publicados hoje travados

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no DNPM, com reflexos negativos em toda a cadeia de fornecedores de serviços para

exploração.

A Bamin, mineradora baiana de médio porte controlada pela ENRC, um grupo do Cazaquistão

com ações na bolsa de Londres, quase teve seu projeto no Brasil engavetado dadas as

incertezas que pairam hoje sobre o setor. A notícia que circulou nos mercados foi negada por

José Francisco Martins Viveiros, presidente executivo da empresa. A companhia, que já

investiu no negócio US$ 1,3 bilhão, é uma das mineradoras que está há meses dependendo de

um alvará de portaria de lavra para começar a explorar sua jazida mineral. O projeto da Bamin

é para produzir 20 milhões de toneladas de minério de ferro em Caetité (BA), um investimento

total de US$ 2,8 bilhões que inclui mina e porto nas proximidades do município de Ponta de

Tulha, em Itaguá. O minério será transportado pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste. A

Votorantim Metais e a Mineração Caraíba também estão com problemas de liberação de alvará

de portaria de lavra.

O presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, afirmou que não acredita que o atual

patamar de preços do minério de ferro no mercado spot, em torno de US$ 122 por tonelada

métrica, seja baixo. Segundo ele, esse valor é suficiente para remunerar adequadamente as

operações brasileiras da companhia. O executivo, no entanto, destacou que não tem como

afirmar se tal valor é suficiente para sustentar uma futura produção de minério de ferro na

região de Simandou, na Guiné. “Minério de ferro não está com preço baixo. Não sabemos como

vai ser o retorno com esse preço com o projeto na Guiné, porque não sabemos quanto vai

custar [o projeto] na Guiné”, disse Ferreira.

O preço do minério de ferro atingiu uma máxima de vários meses, enquanto os futuros do

vergalhão em Xangai subiram mais de 1% à maior cotação desde outubro, depois que novos

dados aumentaram o otimismo sobre a recuperação econômica da China, o que aumentaria a

demanda tanto pelo aço quanto por sua matéria-prima. A tonelada do minério com 62% de

teor de ferro atingiu 123,40 dólares, segundo dados do Steel Index, pouco abaixo do preço de

123,60 dólares registrado em 23 de julho. No início de setembro, o minério chegou a ser

negociado a menos de 87 dólares por tonelada, menor valor em cerca de três anos. A produção

industrial da China e as vendas do varejo cresceram ao ritmo mais acelerado em oito meses

em novembro, enquanto as importações de minério saltaram 17%, ao maior patamar desde

janeiro de 2011, ajudando na recuperação do valor da commodity.

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2.3 – AÇO

Dois lobbies muito poderosos estão travando uma guerra silenciosa nos gabinetes de Brasília.

Os fabricantes de aço pressionam o governo federal a adotar barreiras contra a importação,

mas encontraram um adversário de peso pela frente: as montadoras. As siderúrgicas sofreram

um importante revés. No fim de setembro, a administração Dilma Rousseff negou um pedido

da CSN, apoiado por Usiminas e Arcelor Mittal, para adotar uma tarifa antidumping contra a

importação de aço revestido, o mais utilizado por fabricantes de veículos e eletrodomésticos,

vindo, principalmente, da China. Em manifestações no processo, a Volkswagen afirmou que a

imposição de medida antidumping neste caso seria "catastrófica" para a indústria

automobilística nacional. A Renault informou que o mercado brasileiro "é um dos mais caros

do mundo para adquirir aço".

A produção brasileira de aço bruto alcançou 2,8 milhões de toneladas em novembro, o

equivalente a um crescimento de 2,4% em relação ao verificado no mesmo mês de 2011,

segundo dados do IABr. No acumulado dos onze meses de 2012, a produção correspondeu a

32,1 milhões de toneladas, com queda de 1,4% na comparação anual.

Gráfico 4: Evolução Comparativa da Produção de Aço Bruto no Brasil: 2011-2012 (em 10³ ton.)

Fonte: IABr – 2012

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3- SETOR AUTOMOTIVO

A capacidade instalada da indústria automotiva ficou em 81,0% no mês de dezembro de 2012,

o que demonstra uma queda de 1,1% em relação ao mês de novembrode 2012. Em

comparação a dezembro de 2011, a indústria automotiva apresentou uma redução 3,0%.

Gráfico 5: Utilização Média da Capacidade Instalada – Mecânica: novembro 2011 – dezembro 2012 (em %)

84,0

82,2 82,4

83,2

85,9

83,6 83,683,2 83,1

81,6 81,4

82,782,1

81,0

78,0

79,0

80,0

81,0

82,0

83,0

84,0

85,0

86,0

87,0

nov/1

1

dez/1

1jan

/12fev

/12

mar/12

abr/1

2

mai/12

jun/12

jul/12

ago/1

2se

t/12

out/1

2no

v/12

dez/1

2

Fonte: FGV – 2012

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4 - PAPEL E CELULOSE

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de papel e celulose ficou em 93,6%

em dezembro de 2012, o que representa um aumento de 0,4% em relação a novembro de

2012. O aumento também representa um crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período

do ano passado, quando o nível de utilização da capacidade instalada estava em 92,1%.

Gráfico 6: Utilização Média da Capacidade Instalada – Papel e Papelão: novembro 2011 – dezembro 2012 (%)

91,3

92,1

90,891,0 91,1

92,6

93,6

91,191,4

91,8 91,7

92,893,2

93,6

89,0

89,5

90,0

90,5

91,0

91,5

92,0

92,5

93,0

93,5

94,0

nov/1

1

dez/1

1jan

/12fev

/12

mar/12

abr/1

2

mai/12

jun/12

jul/12

ago/1

2se

t/12

out/1

2no

v/12

dez/1

2

Fonte: FGV – 2012

Até 2013, segundo dados da consultoria Risi, haverá um adicional de 5 milhões de toneladas

de matéria-prima globalmente. Porém, no mesmo intervalo, 1,2 milhão de toneladas sairão do

mercado ou por causa do fechamento de fábricas ou por conversão de unidades para a

produção de outro tipo de fibra, caso da Jari Celulose, que pretende migrar da celulose de

eucalipto para a solúvel. Dessa forma, a oferta adicional líquida de celulose ficará em 3,8

milhões de toneladas até o fim do próximo ano. Ao mesmo tempo, no segmento de papel,

haverá adição de 4,3 milhões de toneladas líquidas em capacidade produtiva, acima da nova

oferta de celulose. "Nossa visão de mercado balanceado extrapola 2013", afirmou Alexandre

Yambanis, diretor executivo da Unidade de Negócios Celulose da companhia. "A curva de

aprendizagem dos projetos anunciados vai acompanhar de maneira harmônica a relação entre

oferta e demanda."

A Eldorado Celulose e Papel inaugurou dia 12 de dezembro, em Mato Grosso do Sul, sua

primeira fábrica - atualmente a maior linha única de produção de celulose do mundo, e terá

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pela frente um cenário desafiador. Embora a expectativa seja a de sustentação de preços nos

próximos meses, a entrada em operação de pelo menos mais quatro unidades fabris, todas na

América do Sul, entre 2013 e 2015, vai exercer pressão sobre as cotações da matéria-prima.

Ao todo, pelo menos 7,3 milhões de toneladas por ano de celulose serão adicionadas nesse

intervalo. O mercado cresce à média anual de 1 milhão de toneladas. A própria indústria

admite que o próximos três anos serão incertos e dividiu-se entre companhias que apostam

em investimentos em expansão e as que defendem na consolidação. Diante das incertezas,

Fibria e Suzano - que vão iniciar as operações de uma nova linha no Maranhão em 2013 -

colocaram projetos na geladeira e tomarão uma decisão sobre levá-los adiante em 2014.

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5 - QUÍMICA E PETROQUÍMICA

Na indústria química, o nível de utilização da capacidade instalada registrou 83,9% no mês de

dezembro de 2012, representando queda de 1,0% em relação ao mês de novembro de 2012,

quando foram registrados 84,9%. Em relação a dezembro de 2011, foi contabilizada redução

de 0,2%, quando foram registrados 84,1% de uso da capacidade instalada.

Gráfico 7: Utilização Média da Capacidade Instalada – Química e Petroquímica: novembro 2011 – dezembro 2012 (%)

85,1

84,1

83,5

83,8

83,483,7

84,4

85,185,3

84,684,9 84,8 84,9

83,9

82,0

82,5

83,0

83,5

84,0

84,5

85,0

85,5

nov/1

1

dez/1

1jan

/12fev

/12

mar/12

abr/1

2

mai/12

jun/12

jul/12

ago/1

2se

t/12

out/1

2no

v/12

dez/1

2

Fonte: FGV – 2012

Com potencial de expansão enorme, os investimentos anunciados pelo setor químico nos

últimos meses foram apenas pontuais. A Basf anunciou a construção de um complexo de ácido

acrílico na Bahia, com um investimento estimado em € 500 milhões. A Braskem, maior

petroquímica das Américas, que concluiu este ano dois projetos importantes - a fábrica de

PVC, em Alagoas, e a de butadieno, no Rio Grande do Sul, que somam quase R$ 1,5 bilhão em

investimento -, mantém discurso conservador para 2013. Segundo Carlos Fadigas, presidente

do grupo, os acionistas da companhia vão se reunir amanhã para discutir com o conselho da

empresa o planejamento para 2013. O mercado de resinas, no qual a petroquímica atua,

deverá crescer 1% neste ano. Para 2013 a estimativa é de avanço de 3%. Em 2012, a Braskem

avançou em participação de mercado e pode registrar expansão maior no próximo ano,

quando entra em vigor o aumento da taxa de importação de polietileno (PE), de 14% para

20%.