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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA: GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA JUNHO DE 2011 Nivalde J. de Castro Hugo Bertha Bastos

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR … · Dados provenientes da Resenha mensal da EPE publicada no dia 28 de junho, o consumo nacional de energia em maio totalizou 35.221

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA:

GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

JUNHO DE 2011

Nivalde J. de Castro

Hugo Bertha Bastos

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ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO................................................................................................................................................ 3

1 – GERAL...........................................................................................................................................................................4

2 - METALURGIA............................................................................................................................................................6

2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL E OUTROS METAIS 7

2.2 – AÇO 9

2.3 – MINÉRIO de FERRO 13

3 – SETOR AUTOMOTIVO.......................................................................................................................................17

4 – PAPEL e CELULOSE.............................................................................................................................................18

5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA......................................….................................................................................20

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SUMÁRIO EXECUTIVO Neste mês de abril o mundo ainda aguarda apreensivo um desfecho para a conturbada

crise da dívida grega, que por vezes trouxe ondas de pessimismo e retração econômica para toda a zona do euro, refletindo volatilidade e incertezas em quase todo o globo. Com o pior de sua crise política para trás, o FMI já estrutura um plano de ajuda, mas as expressivas revoltas da população grega contra os ajustes de austeridade exigidos pelo fundo colocam em xeque a ajuda internacional e ameaça uma nova onda de desestabilização do sistema monetário mundial. O desenvolvimento econômico global continua sendo puxado pelos países emergentes, e não há sinais que indique que os países centrais retornarão à posição de locomotivas do mundo em um horizonte temporal próximo. Essa mudança nos papéis que cada nação vem representando traz consigo uma relevante mudança de paradigmas geopolíticos, onde os agentes econômicos vêm reorganizando suas expectativas e atividades, o que sugere que passará ainda algum tempo de incertezas e previsões descompassadas até que o mundo realinhe suas previsões e o cenário econômico encontre maior estabilidade.

O cenário político brasileiro, previamente conturbado por conta da queda do ex-ministro Antonio Palocci da Casa Civil, gradativamente se estabiliza, e os núcleos políticos convergem para novas bases de sustentação. Um cenário político mais coeso e estável é indispensável para o amplo debate político que precisa ser realizado, principalmente nos âmbito tributário e fiscal, em busca da redução da carga tributária sufocante e o desenvolvimento da incipiente infraestrutura que tanto pesa no progresso das indústrias do país. É importante ressaltar que o país se encontra frente a uma oportunidade única para transformar sua realidade industrial: O processo de renovação de concessões de geração e transmissão e o terceiro ciclo de revisão tarifária promovido pela Aneel. Eventos cuja boa condução é indispensável para atenuar os principais fatores responsáveis pelo baixo desempenho industrial do país, que representa além de tudo, um conjunto de agentes mais que fundamentais no consumo de energia elétrica.

Dados fornecidos pela EPE demonstram que o país diminui o ritmo de crescimento do consumo de energia elétrica, registrando uma expansão de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado, baixando o acumulado de 12 meses de 6,7% para 5,6%. O crescimento foi sustentado pelo consumo das famílias e pelo setor de comércio. Em via oposta, o consumo industrial apresentou baixíssimo desempenho que foi causado por um misto de problemas conjunturais e estruturais.

O setor metalúrgico brasileiro voltou a apresentar reduções em suas atividades, e apesar do bom momento do mercado doméstico – que prevê expansões de demanda acompanhada de previsões de manutenção da mesma em altos patamares – os altos custos energéticos vem exercendo pressões crescentes sobre o setor, atrasando investimentos e direcionando parte destes para eficiência e auto-geração, em detrimento de aumentos na capacidade produtiva para atender essas demandas esperadas.

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1 – GERAL

Dados provenientes da Resenha mensal da EPE publicada no dia 28 de junho, o consumo nacional de energia em maio totalizou 35.221 GWh, o que representa um acréscimo de 2,8% em relação ao apurado em maio de 2010. No acumulado do ano, o consumo total aponta para um aumento de 3,8% e, em 12 meses, de 5,6%

Fonte: EPE - 2011

Ainda segundo dados apurados na pesquisa mensal realizada pela EPE, o crescimento do consumo de eletricidade está sendo sustentado pelas famílias e pelo setor de comércio e serviços. Entre as principais classes de consumo, a comercial registrou o maior crescimento em maio, com taxa de 6,0%. O consumo residencial, por sua vez, aumentou 5,0%, sendo responsável por 1,3 p.p da taxa global. Regionalmente, a maior expansão de demanda ocorreu no Centro-Oeste, com 8,6%, puxada pelo forte desempenho das classes industrial (16,9%) e comercial (11,0%). O Nordeste, por outro lado, apresentou decréscimo do consumo total (-1,2%), decorrente do desempenho negativo do segmento industrial.

Preocupam os dados provenientes do setor industrial, que registrou o menor crescimento do ano, com um total de 15.168 GWh, valor 1,0% superior ao do mesmo mês de 2010. O Nordeste impactou bastante o resultado global, com taxa no mês de - 4,0%. Em Alagoas, o consumo decresceu 41% na comparação com o ano passado, reflexo, principalmente, da parada temporária da unidade da Braskem após acidente ocorrido em suas instalações. Em maio, o consumo dessa indústria foi quase 50% menor que o seu consumo médio mensal.

Entretanto, nem todo o fraco desempenho advém de fatores conjunturais, simulando-se a retirada do consumo de Alagoas da estatística do Nordeste obtém-se uma alteração da taxa regional no mês dos -4,0% para -1,3%. A Bahia seguiu com variação negativa na comparação com o ano 2010 (taxa de -8,6%), causada pelo fechamento da planta da Novelis (alumínio primário) no estado. O Sudeste, responsável por 55% do consumo industrial nacional, também exerceu forte influência no resultado global, crescendo apenas 1,2% em maio, sendo o Rio de

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Janeiro o maior responsável pelo desempenho, com variação negativa da ordem de 6%. Trata-se de uma base de comparação bastante elevada, pois em maio de 2010 uma grande indústria siderúrgica iniciou parada para manutenção em sua unidade geradora, passando a puxar da rede elétrica de distribuição. A região Centro-Oeste registrou aumento da ordem de 17% para o consumo industrial em maio. Goiás, que concentra aproximadamente 50% do consumo industrial da região, ampliou o consumo em 23% no mês, refletindo, em grande parte, a agregação do consumo de mineradora que entrou em operação em meados de 2010, portanto não compondo a base de comparação. Pelo mesmo motivo, o estado se destaca no dado acumulado do ano, com taxa próxima dos 14%.

O consumo de energia elétrica nas residências brasileiras totalizou 9.141 GWh em maio de 2011, um aumento de 5,0% em relação ao mesmo mês de 2010. O Sudeste liderou essa expansão, com taxa de 5,7%, enquanto no Norte e no Nordeste o consumo apresentou modestos crescimentos, respectivamente de 1,3% e 2,7%.

Entre os principais segmentos do mercado, a classe comercial registrou o maior aumento do mês de maio, com taxa de 6,0%. A expansão foi puxada pelo desempenho no Sul (10,0%) e pelo Centro-Oeste (11,0%), enquanto no Nordeste observou-se estabilidade do consumo (taxa de -0,1%).

É relevante a constatação da EPE que avalia as possibilidades de economia de energia nas residências com sistemas de aquecimento solar. Segundo texto publicado na resenha deste mês, o uso de aquecedores híbridos de água — equipamento que combina as vantagens do aquecimento solar direto com as do chuveiro elétrico — em 20% das residências da região Sudeste permitiria poupar o equivalente à geração anual de uma usina hidrelétrica com capacidade de 400 MW, ou ainda adiar investimentos em geração de energia de R$ 1,4 bilhão.

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84,0

85,0

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89,0

90,0

Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Nov/10 Dez/10 Jan/11 Fev/11 Mar/11 Abr/11 Mai/11

Metalurgia

2 – METALURGIA

Uma análise do setor de metalurgia aponta para um índice de utilização de capacidade instalada de 86,5% em maio de 2011, representando uma diminuição de 0,6% em relação a abril desde ano. Nos últimos 12 meses, a série marca uma redução de 1,2% de utilização da capacidade instalada

Fonte: FGV – 2011

O setor metalúrgico continua sob fortes pressões internacionais, advindas do câmbio valorizado, e pressões ainda mais graves no mercado doméstico, pois apesar da forte demanda, com previsões de expansão e manutenção em patamares elevados próximos anos, a indústria vem sendo fortemente pressionadas pelos altos custos energéticos, que vêm se apresentando como fortes obstáculos ao investimentos na ampliação da capacidade produtiva que buscar atender a essas demandas em expansão.

2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS

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As commodities desenham no último terço do mês um movimento de alta depois de uma forte correção nas últimas semanas. Os analistas acreditam que mesmo com a má influência dos problemas fiscais europeus sobre o mercado acionário, empresas ligadas ao setor de commodities irão se sobressair às demais, por conta de um crescimento da demanda mundial por matérias-primas. Mas os horizontes turbulentos da situação econômica internacional continuam trazendo forte volatilidade aos mercados das commodities metálicas. Grandes obras de infra-estrutura e as perspectivas de um expressivo aumento na demandas nos próximos anos têm segurado o crescimento do setor, que vem sendo crescentemente sufocado pela questão dos custos energéticos.

Variação dos Preços do cobre no mercado internacional:

Fonte: ADVFN - 2011

Com relação ao cobre, é relevante no cenário internacional o anuncio feito pelo governo chinês no dia 9 de maio, onde o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação afirmou que planeja eliminar 291 mil toneladas de capacidade de fundição de cobre neste ano.

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Variação dos preços do alumínio no mercado internacional:

Fonte: ADVFN – 2011

A questão dos altos custos energéticos vem afetando a indústria do alumínio como nenhuma outra. O viés internacional das cotações da commodity tem estado em alta, e a demanda mundial tem crescido, uma vez que o alumínio é visto como um ativo que agrega valor. No cenário nacional empreendimentos como o programa Luz para Todos do governo federal e a construção de grandes usinas hidroelétricas tem impulsionado fortemente a demanda pelo alumínio e levado as indústrias do setor a realizarem investimentos bastante relevantes buscando a atender a demanda que deve se manter em patamares elevados no próximo ano. Porém, os altos custos energéticos vêm impondo sérias dificuldades a essas indústrias, e refreando investimentos em novas unidades e ampliações de capacidade produtiva e estimulando investimentos em inovações, reciclagem, geração própria, entre outras formas de se contornar o problema que se avoluma. Um amplo debate seguido de sólidas reformas terá que ser feito pelos agentes do setor junto ao governo federal para que as previsões de alguns especialistas, que apontam para o desaparecimento do setor de alumínio dento do país em algumas décadas se nada for feito, não se concretize.

Segundo informações divulgadas dia 11 de maio, a produção de alumínio na China atingiu o recorde de 1,46 milhões de toneladas em abril, renovando o recorde de 1,43 milhões de toneladas de março, graças a retomada em fevereiro de parte da produção de 1,5 milhão de

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toneladas da produção que estava parada por conta de falta de abastecimento de eletricidade. De janeiro a abril, a China produziu 5,51 milhões de toneladas de alumínio, aumento de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Participantes da indústria estimam que cerca de 500 mil toneladas da produção parada de alumínio foi retomada entre janeiro e abril, enquanto um total de 3 milhões de toneladas deve voltar a ser produzido até o final do ano. Por outro lado, o governo chinês anunciou que planeja eliminar 600 mil toneladas de capacidade de fundição do alumínio ainda este ano.

A conclusão da venda de ativos de alumínio, junto com a alta dos preços do minério de ferro, impulsionaram um lucro líquido recorde da Vale, registrado em R$ 11,3 bilhões.

Já no cenário nacional de níquel, a australiana Mirabela, que já investiu mais de US$ 800 milhões no Brasil, vai aportar mais US$ 200 milhões para ampliar a produção do metal em suas reservas em Santa Rita (BA). A empresa é controlada por diversos fundos de pensão, entre eles um private equity do JP Morgan.

2.2 – AÇO

A produção brasileira de aço bruto em maio de 2011 foi de 3,3 milhões de toneladas, representando aumento de 9,6% em relação a abril e de 14,7% quando comparada com o mesmo mês em 2010. Em relação aos laminados, a produção de maio de 2,2 milhões de toneladas, apresentou aumento de 5,2% na comparação com o mês anterior e queda de 2,5% quando comparada com maio do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada em 2011 totalizou 14,8 milhões de toneladas de aço bruto e 10,8 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumentos de 9,0% e 0,1%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2010.

Quanto às vendas internas, o resultado de maio de 2011 foi de 2,0 milhões de toneladas de produtos, aumento de 3,9% sobre o mês anterior. Quando comparado com igual período de 2010, registra-se queda de 0,4%. As vendas acumuladas em 2011, de 9,3 milhões de toneladas, mostram crescimento de 4,8% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de produtos siderúrgicos em maio de 2011 atingiram 948,1 mil toneladas no valor de 773,7 milhões de dólares. Com esse resultado as exportações em 2011 totalizaram 4,6 milhões de toneladas e 3,5 bilhões de dólares, representando aumento de 33,4% em volume e de 71,4 % em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

No que se refere às importações, registrou-se em maio volume de 284,6 mil toneladas (US$ 354 milhões) totalizando 1,4 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, 38,9% abaixo do mesmo período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em maio foi de 2,3 milhões de toneladas, totalizando 10,7 milhões de

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toneladas em 2011. Esses valores representaram queda de 6,8% e 3,0%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.

Evolução Comparativa da Produção de Aço Bruto no Brasil 2010/2011

Fonte: IBS - 2011

Na primeira semana do mês já ficou clara o descasamento das expectativas dos grandes players do setor. No primeiro dia, a siderúrgica sul-coreana Posco elevou os preços de seus produtos entre 16% e 18%, repassando assim para seus clientes os custos mais elevados de matérias-primas como minério de ferro e carvão de coque. A empresa, maior de seu setor no país asiático, disse que os novos preços entraram em vigor no dia 22 de abril, podendo se refletir no início de maio. O aumento generalizado de 160 mil won (US$ 150) por tonelada elevou os preços dos laminados a quente em até 18%, para 1,06 milhões de won por tonelada. Os preços de placas laminadas a frio saltaram 16%, para 1,8 milhões de won por tonelada e os de aço plano subiram até 17%, para 1,11 milhões de won a tonelada. Juntamente com o reajuste, a siderúrgica elevou sua meta de receita em 2011 para 40 trilhões de won, dos 36 trilhões de won de antes. O lucro operacional deverá ficar perto dos 5,47 trilhões de won do ano passado. A sul-coreana tem como meta atingir um volume de produção de aço bruto de 37,1 milhões de toneladas este ano. No dia 04, foi publicado que novas altas de custos de matérias-primas como carvão estão abrindo espaço para a CSN avaliar novos aumentos de preços de aço no segundo trimestre, segundo um diretor da empresa. "Estamos trabalhando de maneira muito cirúrgica no que diz respeito a aumento de preços (...). Implementamos um aumento na distribuição e para a construção civil e por uma questão de custo teria espaço para a gente mexer mais alguma coisa no segundo trimestre", afirmou o diretor comercial, Luis Fernando Martinez.Em abril, a CSN promoveu aumentos de preços da ordem de 5% e, com isso, a diferença entre o preço interno e o de material importado, chamada de "prêmio" pelo setor, no caso de laminados a quente é de cerca de 7 a 10%, nível que a empresa não considera que estimule aumento de importações. "Vamos acompanhar o movimento do mercado, não vamos permitir que entre material importado no país. No ano passado, 25 por

PRODUÇÃO DE AÇO BRUTO

2.200

2.400

2.600

2.800

3.000

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J F M A M J J A S O N D2011 2010

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cento do mercado foi importado, hoje o nível caiu para 12 por cento. O razoável seria de 8 a 9 por cento", afirmou Martinez. Em desacordo com essa avaliação, O vice-presidente executivo de Finanças, Controladoria & Relações com Investidores da Gerdau, Osvaldo Schirmer, disse no dia seguinte que a companhia "não vê modificações no quadro geral de preços" do aço. "Os preços têm apresentado muita volatilidade no mercado internacional, é muito difícil qualquer previsão. A tendência é para os preços continuarem estáveis lá fora", afirmou o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter. Reajustes ou novas retiradas de descontos no Brasil dependem de custos, segmentos e volumes, segundo o executivo. "No início do ano, retiramos alguns descontos, que foram escalonados nos meses seguintes", disse o diretor-presidente. Em meados de fevereiro, a Gerdau confirmou a redução de descontos praticados no mercado brasileiro para produtos de aços longos, variando conforme a região e os volumes demandados pelos clientes. Porém, cerca de vinte dias depois a posição de CSN foi a mais alinhada com as posições dos outros agentes do setor, culminando no anúncio do presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, no dia 25, que afirmou que os distribuidores de aço informaram ao setor de máquinas e equipamentos um aumento de 20% nos preços do aço forjado e laminado. De acordo com o presidente do órgão, haverá alta de 10% a partir de 1º de junho e outros 10% a partir de 1º de julho. É o primeiro reajuste no preço do aço feito para o setor em 2011, segundo ele, que informou que as distribuidoras atribuíram esse aumento às altas realizadas pelas usinas. Procurado no dia seguinte, o presidente do Inda, Carlos Loureiro, negou que haja aumentos e disse que a informação não faz sentido. No dia 25, Loureiro disse que a distribuição não tem conseguido repassar, integralmente, para seus clientes os aumentos feitos pelas usinas. Segundo o executivo, os distribuidores repassaram metade das altas de 6% a 10% realizadas pelas siderúrgicas. "Os estoques em patamares altos impedem que os distribuidores briguem por seus preços. Enquanto os níveis de volumes estocados permanecerem elevados, a capacidade de repassar os aumentos é muito pequena", afirmou.

Como informação relevante no cenário internacional, a China anunciou no dia 10 que planeja eliminar 26,27 mi de toneladas de capacidade de produção de aço ainda este ano.

Com relação aos desempenhos e resultados particulares dos grandes agentes, o mês de maio traz informações relevantes sobre a Gerdau, CSA, Usiminas, Posco, ArcelorMittal e CSN:

A Gerdau aproveitou a solenidade de inauguração de uma unidade de corte e dobra de aços longos, no dia 24 de maio, em Pernambuco, para anunciar a ampliação da fábrica. Localizada no Cabo de Santo Agostinho, a unidade terá a capacidade atual ampliada em cerca de 40%. A expansão da empresa visa o atendimento da demanda da construção civil em Pernambuco, que no ano passado cresceu 26%. Por esse mesmo motivo, a Gerdau também vai aumentar a produção de telas e treliças da Açonorte, primeira usina da Gerdau fora do Rio Grande do Sul, instalada no Recife. Segundo André Gerdau, a companhia adquiriu o terreno vizinho à Açonorte para viabilizar a sua expansão. A área abrigava uma fábrica de lâmpadas da Philips que fechou as portas no ano passado, sufocada pela concorrência chinesa.

Sobre a novata CS, suas exportações já ultrapassaram as de gigantes tradicionais do setor siderúrgico brasileiro, como Gerdau, Usiminas e CSN. A siderúrgica, situada em Santa

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Cruz, oeste do Rio, iniciou os embarques em setembro de 2010 e já é a segunda maior exportadora de aço do Brasil, atrás apenas da ArcelorMittal Brasil. No primeiro trimestre, somou US$ 362,5 mi. E a expectativa do vice-presidente financeiro da CSA, Rodrigo Tostes, é alcançar a quinta posição do ranking geral das empresas brasileiras no próximo ano. "Ao final de 2012, quando a usina estiver operando com o total da capacidade instalada [5 mi de toneladas/ano], a previsão é exportar de US$ 3 bi a US$ 3,5 bi", diz. Tendo como referência o resultado acumulado em 2010, significaria dizer que à frente da CSA estariam só Vale (US$ 24 bi), Petrobras (US$ 18,2 bi), Bunge (US$ 4,3 bi) e Embraer (US$ 4,2 bi). Com isso, a CSA deve contribuir anualmente com R$ 2 bi para a balança comercial do País, já incluída a diferença da matéria-prima usada para a produção. Foi ponderado, no entanto, que pode haver alguma variação nestas estimativas conforme as oscilações no preço do aço. A CSA, empreendimento resultado de parceria da Vale (27%) com o grupo alemão ThyssenKrupp (73%), foi inaugurada em junho do ano passado.

A Usiminas inaugurou em meados do mês de maio sua segunda linha de produção de aço galvanizado, de olho em retomar participação de mercado perdida para rivais nos últimos anos. A companhia pretende com a nova linha conquistar um terço do mercado doméstico de aço galvanizado para setores não automotivos que incluem linha branca e construção civil. Atualmente, a participação da empresa nesses segmentos é de cerca de 5%. "Queremos alcançar isso (fatia de 30%) o mais rápido possível... Talvez já em 2012", afirmou o futuro vice-presidente de siderurgia da Usiminas, Sergio Leite, a jornalistas. "No início dos anos 2000 a nossa participação em aços galvanizados não automotivos era de 30%." Além de retomar a presença da empresa nos segmentos não automotivos, o investimento de R$ 914 mi na linha de 550 mil toneladas anuais também servirá para recuperar terreno perdido junto às montadoras de veículos, disse Leite. A empresa anunciou também planos para chegar a 2015 com valor de mercado de R$ 50 bi e um Ebitda da ordem de R$ 8 bi. A meta, explicou Wilson Brumer, presidente da companhia, será impulsionada por várias ações nos seus negócios, que vão de aço a extração de minério de ferro e logística. Atualmente, a empresa vale na bolsa em torno de R$ 20 bilhões. "É uma aspiração que traçamos e anunciamos aos nossos acionistas", informou o executivo. O conselho da empresa se reuniu em Belo Horizonte para discutir estratégias de futuro. A Usiminas é controlada por grupos japoneses liderados por Nippon Steel, pela Votorantim, por Camargo Corrêa e pelo Clube dos Empregados (CEU).

A Posco afirmou que seu conselho diretor decidiu investir em uma fatia de 20% no projeto de uma usina de aço no Brasil. A companhia também decidiu que vai participar de uma rodada final de propostas para adquirir uma fatia controladora na Korea Express. Apesar de não informar o tamanho de seu investimento, a Posco anunciou que vai participar da construção da Companhia Siderúrgica do Pecém junto com a Dongkuk Steel Mill, também sul-coreana. A Vale terá 50% de participação e a Dongkuk terá 30%. As decisões do conselho diretor da Posco vieram depois que a companhia prometeu gastar 2 trilhões de wons (US$ 1,8 bilhão) em novos negócios de crescimento e fusões e aquisições neste ano, como parte dos planos para buscar ativos no exterior e diversificar suas operações para ajudar a melhorar sua eficiência.

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A siderúrgica ArcelorMittal teve um aumento de 67% em seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano, para US$ 1,07 bi ante US$ 640 mi no mesmo período de 2010, ajudado pela inclusão de um ganho extraordinário de cerca de US$ 400 mi relacionado à cisão de sua divisão de aço inoxidável Aperam em janeiro. As vendas da companhia no primeiro trimestre cresceram 27% para US$ 22,18 bi, enquanto o Ebitda subiu para 52% para US$ 2,58 bi. A alta do Ebitda foi impulsionada pela inclusão de um ganho de cerca de US$ 300 mi relacionado a uma reversão de provisões.

A CSN encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 616 mi, alta de 38% sobre igual período de 2010. Segundo a companhia, o crescimento nos ganhos ocorreu "basicamente em função do melhor resultado operacional dos segmentos de siderurgia e mineração, aliado a reduções nas despesas gerais, administrativas e em Outras Receitas e Despesas". A empresa registrou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,529 bi, avançando 19% na comparação anual. No período, a margem ficou estável em 40%. A companhia produziu 1,132 mi de toneladas de aço bruto de janeiro a março, queda de 4% sobre 2010. As vendas totais de aço totalizaram 1,22 mi de toneladas, numa baixa de 3% na comparação anual. A receita líquida somou R$ 3,789 bi ante R$ 3,185 bi no mesmo período de 2010 e R$ 3,444 bi nos três últimos meses do ano passado.

2.3 – MINÉRIO de FERRO

As exportações brasileiras de minério de ferro somaram 24,66 mi de toneladas em abril, contra 21,36 mi de toneladas um ano antes e praticamente estáveis ante as 24,78 mi de toneladas registradas em março, informou a Secex nesta segunda. Representadas quase que totalmente pelas vendas da Vale, as exportações brasileiras da commodity significaram em valores US$ 3,13 bi em abril, contra os US$ 2,885 bi obtidos no mês anterior. Em abril de 2010, as vendas representaram US$ 1,44 bi. O minério de ferro está submetido a ajuste trimestral baseado em uma fórmula que leva em consideração o preço no mercado à vista na China nos três meses anteriores pulando o mês imediatamente anterior. A alta de preços no início do ano garantiu ajustes positivos para as mineradoras no primeiro e no segundo trimestres, e sinaliza para aumento de cerca de 30% no terceiro trimestre.

As perspectivas para o segmento que trabalha com ferro são excelentes quando analisadas em contexto global. O processo de urbanização dos países emergentes deve garantir a manutenção da demanda por minério de ferro nos próximos anos, acreditam executivos da Vale. Isso deve fazer com que os preços do minério de ferro fiquem acima dos US$ 100 por tonelada. Em teleconferência em inglês com analistas, o diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da companhia, José Carlos Martins, afirmou que atualmente o mundo todo está tendo uma performance melhor e que os fundamentos para o minério de ferro continuam “muito bons”, e as perspectivas de preço, em sua opinião, continuam “no mínimo” estáveis. “Eu

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não perco o sono por conta do preço de minério de ferro, não”, disse a analistas. O diretor-executivo de Operações Integradas da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou que tanto a visão para o minério de ferro como para outras commodities continuam muito positiva. “Temos um processo de urbanização no mundo. O consumo na Europa e nos Estados Unidos ainda está abaixo dos níveis registrados antes da crise, mas está crescendo no leste asiático, na Índia, no Brasil e na América do Sul. Com as economias crescendo, vão precisar de infraestrutura e isso não vai mudar”, afirmou. O presidente da empresa, Murilo Ferreira, reafirmou essa percepção no último dia do mês de maio ao dizer que os preços do minério de ferro deverão permanecer inalterados para o terceiro trimestre. "Ainda falta amanhã, mas o preço fica praticamente inalterado para o próximo trimestre. É uma generalização para o próximo trimestre, mas não existe nenhuma mudança substancial", disse o executivo. Amanhã fecha a média de preço do minério de ferro do período março-maio que servirá de base para o reajuste dos contratos de longo prazo no terceiro trimestre. Para o segundo semestre, a expectativa de Ferreira é para uma demanda mais forte por parte do mercado chinês. No ano passado o país asiático viveu um período de restrições ao crédito por iniciativa do governo local, mas a projeção do presidente da Vale é por uma demanda local mais forte no segundo semestre. "Prevejo um grande segundo semestre para a China, que hoje está com mais de 48% da produção mundial de aço. É uma economia que todos nós estamos sempre acompanhando de perto".

A Vale divulgou no dia 5 de maio o balanço do primeiro trimestre de 2011, com resultados ligeiramente abaixo do trimestre anterior, mas muito acima dos números do mesmo período de 2010. As projeções de analistas apontam para um lucro no patamar de R$ 8 bilhões, abaixo dos R$ 10 bilhões do último trimestre do ano, mas quase 200% acima dos R$ 2,8 bilhões no mesmo período de 2010. O preço médio do minério de ferro no mercado à vista chinês alcançou o patamar de US$ 150 a tonelada. O preço médio de venda da Vale saltou de US$ 122 no ultimo trimestre de 2010 para US$ 132 a tonelada. O níquel, segunda maior receita da Vale, subiu 14,75% e 36,1% ante o quarto trimestre e o primeiro de 2010, respectivamente. A margem Ebitda da companhia está estimada em 62%, acima das margens anteriores, de 55% e 41% do ultimo trimestre e do primeiro de 2010. No que tange os investimentos da empresa, a dificuldade para obter mão de obra, licenciamentos ambientais, matéria-prima e equipamentos levou o grupo a divulgar atrasos em projetos e informar que poderá não cumprir o orçamento de investimentos para este ano na totalidade. Em teleconferência, executivos divulgaram que, até agora, a expectativa é que os investimentos fiquem mais perto de US$ 20 bilhões no ano do que dos US$ 24 bilhões inicialmente estipulados. "Vemos que é muito difícil conseguir manter prazos em todos os projetos", disse o diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da companhia, José Carlos Martins. Apesar do lucro líquido recorde de R$ 11,3 bilhões no primeiro trimestre, impulsionado por preços do minério de ferro mais elevados e pelos ganhos com a conclusão da venda de ativos de alumínio, o impacto das chuvas sobre as operações de Carajás fez com que o resultado operacional da empresa ficasse abaixo do esperado pelo mercado. A Vale informou que investirá US$ 2,9 bi para transformar o terminal privado de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), no maior porto do país em capacidade e volume de movimentação de cargas. Esses investimentos serão

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direcionados à instalação de um novo píer de atracamento e obras de dragagem, que aumentam a profundidade do canal de navegação. Os aportes também incluem a duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Outra informação importante no que diz respeito a Vale, foi um anuncio feito sobre os custos de produção, que segundo a empresa caíram 7,6% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre do ano passado, para US$ 5,576 bilhões. Segundo a companhia, a queda deveu-se ao menor volume de vendas na comparação dos dois intervalos, que resultaram em redução de US$ 796 milhões. Esse efeito foi parcialmente compensado por crescimento de materiais de manutenção de minério de ferro e pelotas (US$ 93 milhões), depreciação do dólar (US$ 79 milhões), maiores custos com combustível e gás (US$ 78 milhões) e aumento dos custos com compras de produtos de terceiros (US$ 35 milhões), devido ao ciclo de preço de metais.

A Samarco Mineração anunciou no inicio do mês que vai investir R$ 5,4 bi em um plano de expansão para elevar em 37% sua capacidade de produção de pelotas de minério de ferro, dos atuais 22,5 milhões para 30,5 milhões de toneladas/ano até 2014. Batizado de Projeto Quarta Pelotização, o programa de investimentos prevê também a construção de um terceiro mineroduto, com cerca de 400 quilômetros, ligando as unidades industriais em Minas e no Espírito Santo. De acordo com o presidente da empresa, José Tadeu de Moraes, o quarto ciclo de expansão da Samarco vinha sendo gestado há três anos, mas foi retardado em razão da crise internacional, que em 2008 e 2009 derrubou as vendas da mineradora para a faixa de 16 milhões a 17 milhões de toneladas. No ano passado, a comercialização fechou próximo da capacidade instalada - 21,5 milhões de toneladas de pelotas. "Nosso mercado já retornou aos patamares antes da crise", observou Moraes. "Estamos no limite da capacidade".

A siderúrgica de aços planos Usiminas anunciou hoje plano para chegar a 2015 com valor de mercado de R$ 50 bi e um Ebitda da ordem de R$ 8 bi. A meta, explicou Wilson Brumer, presidente da companhia, será impulsionada por várias ações nos seus negócios, que vão de aço a extração de minério de ferro e logística. Atualmente, a empresa vale na bolsa em torno de R$ 20 bilhões. "É uma aspiração que traçamos e anunciamos aos nossos acionistas", informou o executivo. Na quarta-feira, o conselho da empresa se reuniu em Belo Horizonte para discutir estratégias de futuro. A Usiminas é controlada por grupos japoneses liderados por Nippon Steel, pela Votorantim, por Camargo Corrêa e pelo Clube dos Empregados (CEU).

O Cade aprovou no dia 4 de maio, sem restrições e por unanimidade, o acordo entre a Usiminas e a MMX para exploração conjunta e um contrato de arrendamento na área de Pau Vinho (Serra Azul), em Minas. Pelo acerto, caberá à MMX fazer investimentos necessários para a lavra, ressarcindo a outra companhia com 13,5% do minério extraído. No contrato de arrendamento, que é válido por 30 anos, a MMX compromete-se a entregar 1,080 mi de toneladas de minério de ferro por ano a partir de 2021. O caso, que estava com o conselheiro Carlos Ragazzo, foi votado em bloco.

A MMX, por sua vez, registrou um lucro líquido de R$ 63,8 mi no primeiro trimestre de 2011, revertendo o prejuízo de R$ 76,1 mi apurado no mesmo período de 2010. A mineradora apresentou um Ebitda de R$ 39,7 mi no trimestre passado, ante Ebitda negativo de R$ 23,4 mi

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em igual intervalo do ano passado. Segundo a empresa, os resultados "evidenciam que a companhia continua entregando resultados de forma consistente, como já apresentado nos últimos trimestres". A receita bruta da MMX totalizou R$ 195,6 mi entre janeiro e março deste ano, o que indica um crescimento de 86% ante os três primeiros meses de 2010. As vendas de minério de ferro somaram 1,607 mi de toneladas no trimestre, com alta de 7% ante o período de janeiro a março do ano passado.

A Severstal informou que adquiriu uma fatia de 25% na SPG Mineração por US$ 49 mi, marcando a primeira investida da siderúrgica russa no Brasil. O valor total do acordo pode ser pago em parcelas relacionadas ao desempenho, com parte do dinheiro sendo destinado a financiar o primeiro estágio da exploração geológica. A companhia russa também entrou em um acordo de opção de compra por mais 50% de participação na SPG, sujeito ao cumprimento de certas condições. A Severstal afirmou que a produção anual potencial da base de recursos estimada da SPG é de entre 10 mi de toneladas e 20 mi de toneladas de minério de ferro concentrado.

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Mecânica

3 – SETOR AUTOMOTIVO

A capacidade instalada da indústria ficou em 87,0% no mês de maio. O que, com relação ao mês de abril, representa um aumento de 0,7%. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a indústria apresenta um expressivo aumento de 6,6%.

Utilização Média da Capacidade Instalada – Mecânica

Fonte: FGV – 2011

O setor automotivo mantém o viés de alta de suas atividades, embora com um vigor pouco menor que nos dois meses anteriores. A produção física de autoveículos no mês de maio foi de 303,5 mil unidades, representando um expressivo aumento de 8,4%, parte do qual se deve provavelmente ao fator sazonal, mas não todo. É relevante ressaltar a inegável eletrointensividade do setor, de modo que a crescente ocupação de sua capacidade instalada, antes ociosa, é espelhada imediatamente por um efeito de igual natureza na demanda por energia elétrica.

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Papel E Celulose

4 – PAPEL e CELULOSE

O nível de utilização da capacidade instalada se expandiu em 1,6% em relação a abril desde ano, ficando em 91,4% contra 89,8% no mês passado. O resultado representa uma retração de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o nivel de utilização da capacidade instalada estava em 92,7%.

Utilização Média da Capacidade Instalada – Papel e Celulose

Fonte: FGV - 2011

Os preços da celulose de fibra curta no mercado devem se manter estáveis nos próximos meses ou até mesmo registrar alta, diante dos estoques abaixo da média histórica e os recentes aumentos da celulose de fibra longa, avaliou o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto. O presidente da Suzano explicou que a relação entre os preços da fibra longa e da fibra curta, no Brasil, produzida a partir do eucalipto, está em cerca de 160 dólares. "Quando ocorre isso normalmente começa a ter bastante substituição, passam-se mais a usar a fibra curta, e aí tem uma tendência de diminuição dos estoques", explicou. "Para

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frente, a tendência são de patamares (de preço) estáveis ou mais altos. Não estou dizendo que os preços vão subir porque nós estamos ainda no início do mês", disse o presidente. A empresa recebeu, na primeira semana de maio, aprovação do BNDES para um limite de crédito de R$ 1,2 bilhão, que serão destinados ao plano de investimentos da empresa até 2015. A companhia prevê aportes da ordem de R$ 2,2 bilhões nos próximos cinco anos, nas áreas industrial e florestal e em projetos sociais. Os recursos, segundo o BNDES, serão voltados à formação de base florestal para suprimento das cinco fábricas da empresa nos Estados de São Paulo e da Bahia, assim como das novas unidades no Maranhão e no Piauí.

O plano de expansão da Suzano prevê a construção de uma fábrica em Imperatriz (MA), que terá capacidade anual de 1,5 milhão de toneladas de celulose, cuja entrada em operação está prevista para 30 de abril de 2013. De acordo com o banco de fomento, esta é a segunda operação de limite de crédito concedida à Suzano, sendo que a primeira ocorreu em 2009, no valor de R$ 705 milhões. Com relação aos desempenhos da empresa, a Suzano Papel e Celulose informou que registrou lucro líquido de R$ 143,789 mi no primeiro trimestre de 2011, expansão de 16,9% ante o mesmo intervalo do ano passado. Os números deste ano, assim como os dados comparáveis de 2010, já estão ajustados ao novo padrão contábil em vigência no Brasil, o IFRS. A companhia reportou Ebitda de R$ 349,300 mi no trimestre, com retração de 30,7% sobre o registrado no primeiro trimestre de 2010. A margem Ebitda trimestral foi de 33,0%, ante 51,9% do primeiro trimestre de 2010 e 31,7% do quarto trimestre do ano passado. A receita líquida trimestral totalizou R$ 1,057 bi nos três primeiros meses de 2011. O resultado representa expansão de 8,9% em relação ao mesmo período de 2010, quando a receita totalizou R$ 970,604 milhões. No primeiro trimestre de 2011, o resultado financeiro da Suzano ficou negativo em R$ 1,372 mi, ante resultado negativo de R$ 171,065 mi registrado em igual intervalo de 2010.

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Química

5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA

Na indústria química, o nível de utilização da capacidade instalda registrou 84,3%, representando uma expansão sutil, de 0,8% em relação ao mês passado, que foi de 83,5%, e uma redução de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado 84,8% de capacidade média instalada em uso. Descacelerando, mas não eliminando o viés de baixa que se impõe sobre as atividades do setor.

Utilização Média da Capacidade Instalada – Indústria Química

Fonte: FGV – 2011

Segundo informações da Abiquim, O Brasil importou mais de US$ 3,3 bilhões em produtos químicos no mês de abril. O valor, recorde para o ano, é 10,9% superior ao de março. Em relação a abril de 2010, o crescimento é de 39,5%. No quadrimestre, as compras externas somaram US$ 11,8 bilhões, o que representa aumento de 21,8% na comparação com igual período do ano passado. As exportações alcançaram US$ 1,2 bilhão em abril, recuando 3,1% ante março. Em relação a abril de 2010, as vendas externas cresceram 15,4%. De janeiro a abril, as exportações, de US$ 4,7 bilhões,

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tiveram incremento de 14,8% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado. O déficit na balança comercial de produtos químicos, até abril, chegou a US$ 7,1 bilhões.

A diretora de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, observa que o déficit até abril poderia ter sido maior, caso o preço médio das importações não tivesse caído 4,2% e o das exportações aumentado 17%. “O recuo no preço médio das importações, em relação ao primeiro quadrimestre de 2010, reflete a existência de estoques de diversos produtos químicos no mercado internacional, ocasionados pela queda na demanda mundial. Entretanto, há preocupações com o atual aumento nos preços do petróleo e da nafta petroquímica no mercado internacional”. Denise ressalta que o crescimento no preço médio das exportações decorre da venda de produtos químicos de maior valor agregado, como gases industriais, fibras e fios sintéticos, intermediários para resinas termoplásticas e cloro e álcalis.

Os produtos químicos representaram 17,8% do total de US$ 66,4 bilhões em importações e 6,5% dos US$ 71,4 bilhões em exportações realizadas pelo País de janeiro a abril. As importações de produtos químicos movimentaram 10,2 milhões de toneladas. O volume das exportações chegou a 4 milhões de toneladas.

É relevante no setor a associação da Unigel Química com a Abrace, que forma agora um grupo de 45 grandes indústrias que é responsável por 20% do consumo total de energia do país e que tenta convencer o governo federal que são necessárias medidas para reduzir o custo do insumo no país. A Abrace está agora em busca de sócios no setor automotivo para chegar ao número de 50 associados.

Se tratando de resultados de agentes divulgados em maio, o lucro líquido consolidado da petroquímica Braskem atingiu R$ 305 mil no acumulado do ano até março, influenciado pelo resultado financeiros do primeiro trimestre do ano, segundo informações divulgadas no dia 12 do mês. A Companhia registrou EBITDA de R$ 919 mi, com alta de 1% sobre o mesmo período de 2010. A margem EBITDA do primeiro trimestre foi de 14,1%. A Braskem alcançou receita líquida consolidada de R$ 7,4 bi, o que representou alta de 3% sobre o quarto trimestre de 2010 e de 12% na comparação com o primeiro trimestre daquele ano. A receita em dólares totalizou US$ 4,4 bi e as exportações representaram 30% desse valor (US$ 1,3 bi), com avanço de 47% sobre o mesmo período de 2010.