Proposta ARU da Vila de Ouriquecms.cm-ourique.pt.vf-host.com/upload_files/client... · memÓria descritiva e justificativa proposta de delimitaÇÃo de Área de reabilitaÇÃo urbana

PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DE ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DA VILA DE OURIQUE

1

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DE ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA EM OURIQUE

ARU DA VILA DE OURIQUE

AO ABRIGO DO DECRETO-LEI Nº 307/2009, DE 23 DE OUTUBRO

ALTERADO PELA LEI N.º 32/2012, DE 14 DE AGOSTO

AGOSTO DE 2013


2

ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................... 3

ÍNDICE DE QUADROS ................................................................................................................. 3

EQUIPA TÉCNICA ........................................................................................................................ 4

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5

1. DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................... 7

1.1. Enquadramento Geográfico do Concelho de Ourique ....................................................... 7

1.2. Enquadramento Histórico do Concelho de Ourique .......................................................... 8

1.3. Demografia no Concelho de Ourique ................................................................................. 9

1.4. Povoamento no Concelho de Ourique ............................................................................. 11

1.5. A Vila de Ourique ............................................................................................................. 15

2. PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DA VILA DE

OURIQUE .................................................................................................................................... 18

2.1. Metodologia ...................................................................................................................... 18

2.2. Delimitação e Fundamentação da ARU ........................................................................... 19

3. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO ................................................................... 24

3.1. Visão e Objetivos Estratégicos para a Vila de Ourique ................................................... 24

3.2. Articulação com Políticas e Instrumentos Estratégicos e de Financiamento .................. 25

4. LINHAS PROGRAMÁTICAS ................................................................................................... 30

4.1. Operações Previstas a Desenvolver ................................................................................ 30

5. PROPOSTA PRELIMINAR DE MODELO DE OPERACIONALIZAÇÃO ................................ 34

5.1. Prazo de execução da operação de reabilitação urbana ................................................. 34

5.2. Entidade Gestora ............................................................................................................. 34

5.3. Quadro de benefícios fiscais municipais à reabilitação ................................................... 34

ANEXO A – PLANTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA ABRANGIDA (ARU DA VILA DE

OURIQUE) ................................................................................................................................... 35

ANEXO B – QUADRO DE BENEFÍCIOS FISCAIS MUNICIPAIS À REABILITAÇÃO ................ 36


3

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Localização do Concelho de Ourique .......................................................................... 7

Figura 2 – Variação da População no Concelho de Ourique (2001 – 2011) .............................. 10

Figura 3 – Lugares do Concelho de Ourique por número de habitantes (2011) ........................ 11

Figura 4 – Variação dos Edifícios nas freguesias do Concelho de Ourique (2001-2011) e

Número de Edifícios nos Lugares (2011) .................................................................................... 13

Figura 5 – Variação dos Alojamentos nas freguesias do Concelho de Ourique (2001-2011) e

Número de Alojamentos nos Lugares (2011) ............................................................................. 14

Figura 6 – Planta dos Equipamentos Coletivos localizados na Vila de Ourique ........................ 16

Figura 7 – Planta Complementar de Ordenamento da Vila de Ourique ..................................... 17

Figura 8 – Planta de Localização da ARU na Vila de Ourique ................................................... 19

Figura 9 – Ruas Abrangidas pela ARU ....................................................................................... 20

Figura 10 – Extrato de Planta Complementar de Ordenamento de Ourique para a ARU .......... 22

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – População Residente em 2001 e 2011 e Variação da População para Portugal,

Baixo Alentejo, Concelho de Ourique e Freguesias ..................................................................... 9

Quadro 2- Ruas Abrangidas pela ARU ....................................................................................... 20


4

EQUIPA TÉCNICA

Vereador do Pelouro:

Fernando Romba

Técnicos:

Luís Pinheiro

Marta Afonso

Rodolfo Machado

Sara Rodrigues


5

INTRODUÇÃO

No sentido da melhor compreensão do âmbito e da causa do presente documento torna-se

importante contextualizar e enquadrar o conceito de reabilitação urbana.

Conforme Decreto-Lei 306/2009 de 23 de outubro, “a reabilitação urbana assume-se hoje como

uma componente indispensável da política das cidades e da política de habitação, na medida

em que nela convergem os objetivos de requalificação e revitalização das cidades, em

particular das suas áreas mais degradadas, e de qualificação do parque habitacional,

procurando-se um funcionamento globalmente mais harmonioso e sustentável das cidades e a

garantia, para todos, de uma habitação condigna”.

Em Portugal tem-se assistido a diversos processos de intervenção nas áreas centrais e

históricas das cidades, numa perspetiva de reabilitação urbanística, ambiental, do edificado e

das infraestruturas aliada à revitalização social, cultural e económica. Essas intervenções são

justificadas pela existência de sintomas de degradação ao nível do espaço urbano

acompanhados, normalmente, de abandono e progressivo envelhecimento da população

residente, fato que se reflete na perda da dinâmica populacional, económica e social.

As zonas urbanas históricas (as zonas assim classificadas em sede de plano municipal de

ordenamento do território) são, normalmente, as áreas em que as ações consertadas de

conservação, recuperação e readaptação constituem imperativo nacional.

Nos últimos anos o Município de Ourique tem vindo a desenvolver várias intervenções, no

sentido da qualificação e revitalização urbana, programadas para dar resposta a várias

problemáticas e colmatar deficiências existentes.

Apesar dos investimentos realizados nos últimos anos no centro histórico e centro urbano da

vila de Ourique, numa perspetiva de reabilitação urbanística, ambiental, do edificado e das

infraestruturas e equipamentos, a vila continua a debater-se com sintomas de degradação ao

nível do espaço urbano e da insuficiência de espaço verdes e de lazer acompanhado, do

abandono e progressivo envelhecimento populacional traduzindo-se na perda da dinâmica

populacional, económica e social.

Tendo em conta este cenário, a autarquia de Ourique pretende aprofundar o processo de

reabilitação urbana já iniciado, através da definição de uma área de reabilitação urbana (ARU)

que não só abranja o Centro Histórico de Ourique, mas igualmente uma área consolidada

contígua ao Centro Histórico, que integra vários serviços públicos, espaços verdes e eixos

principais de acesso ao centro da vila.


6

Pretende-se concretizar no terreno os objetivos da política urbana nacional e municipal (com

resultados imediatamente visíveis e reprodutíveis), assim como estimular o investimento e o

envolvimento de outros stakeholders (públicos e privados) em projetos de reabilitação urbana e

do edificado e de revitalização de funções sociais, culturais, económicas e residenciais.

A entrada em vigor do RJRU e do Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de outubro, alterado pela Lei

nº 32/2012, de 14 de agosto criou novas perspetivas de reabilitação urbana e colocou aos

municípios a “responsabilidade” pela delimitação de áreas de reabilitação urbana em

instrumento próprio ou através da aprovação de um plano de reabilitação urbana”. Além disso,

a necessidade de recorrer aos apoios financeiros do QREN e futuro QEC exigem a elaboração

de ARU pelo que o Município de Ourique considera que é fundamental a elaboração de uma

estratégia de reabilitação urbana da Vila de Ourique.

Segundo o Artigo 7.º do DL 307/2009 “A reabilitação urbana é promovida pelos municípios

através da delimitação de áreas de reabilitação urbana em instrumento próprio ou através da

aprovação de um plano de reabilitação urbana.”

É neste âmbito que é apresentada a presente proposta de delimitação de ARU, em instrumento

próprio, para o concelho de Ourique correspondente a uma ORU.

Neste sentido, a ORU é o conjunto articulado de intervenções, que de uma forma integrada

visam a reabilitação da ARU. A ORU integrará um Programa Estratégico de Reabilitação

Urbana da Vila Ourique, o qual definirá uma visão e uma estratégia para a reabilitação urbana

da área de intervenção delimitada, operacionalizada através da concretização de uma carteira

integrada de projetos e ações, sendo igualmente estruturante e decisivo para a consolidação

da trajetória de evolução da zona e para a definição de novos rumos e desafios de

desenvolvimento.

Para além disso, esse documento fundamenta as intervenções de reabilitação urbana de

Ourique e permite operacionalizar um conjunto de operações a candidatar ao QREN 2007-

2013, ao QEC 2014-2020, a Programas de Apoio Financeiro à Reabilitação Urbana ou outros

programas definidos pelo Governo Português, por parte de diferentes índoles (públicas e

privadas) e pessoas singulares e em momentos temporais distintos.

Todas as ações de reabilitação urbana preconizadas no âmbito da ARU da Vila de Ourique

devem obedecer aos princípios da responsabilização dos proprietários e titulares de outros

direitos, ónus ou encargos sobre os edifícios; da subsidiariedade da ação pública; da

solidariedade intergeracional; da sustentabilidade; da integração; da coordenação; da

contratualização; da proteção do existente; da justa ponderação; e da equidade, conforme o

definido no artigo 4º do Decreto-Lei 307/2009 de 23 de outubro.


7

1. DIAGNÓSTICO

1.1. Enquadramento Geográfico do Concelho de Ourique

O concelho de Ourique, com uma área de 663,4 km², localiza-se numa zona de transição entre

a planície alentejana e a serra algarvia e está inserido em termos administrativos na NUT II

Alentejo, na NUT III Baixo Alentejo e no Distrito de Beja. O concelho é composto por 6

freguesias, sendo delimitado a Norte pelo concelho de Aljustrel, a Noroeste pelo concelho de

Santiago do Cacém, a Oeste pelo concelho de Odemira, a Nordeste pelo concelho de Castro

Verde, a Este pelo concelho de Almodôvar e a Sul pelo concelho de Silves (figura 1).

Figura 1 – Localização do Concelho de Ourique

Existe uma clara diferenciação entre os setores norte, de relevo pouco acentuado e onde

predomina a planície, e o setor sul do concelho, onde o relevo é mais acentuado e irregular,

traduzindo-se também em diferentes classes ou formas de ocupação e uso do solo.

A sede do concelho situa-se a cerca de 60 km de Beja (sede de Distrito), a 190 km de Lisboa,

junto do entroncamento do IC1 e do IP2 (Sines – Beja) e a cerca de 5 km do acesso à

Autoestrada.


8

1.2. Enquadramento Histórico do Concelho de Ourique

A fundação de Ourique surge normalmente datada de 711 (data de entrada dos muçulmanos

na Península Ibérica) embora existam vários fatores, autores e publicações que referem uma

existência mais recuada (desde o Paleolítico, Calcolítico, Idade do Ferro e do Bronze, às

presenças proto-históricas, romanas, celtas ou árabes).

A importância geográfica e estratégica de Ourique tem sido reconhecida ao longo dos séculos,

dado o importante papel militar e comercial que tem desempenhado no sul ao estabelecer

ligação entre o vale do Sado e com a serra algarvia.

O Castelo de Ourique com edificação muçulmana, estrutura militar lendária que terá alternado

entre o Crescente e a Cruz, consoante a sorte de armas, desempenhou em tempos da

reconquista um papel essencialmente de atalaia defensiva, tendo como guarda avançada o

Castro da Cola.

Ourique desempenhou um papel central na conquista do território aos muçulmanos, tendo sido

testemunha da Batalha de Ourique, ocorrida nos Campos de Ourique a 25 de julho de 1139,

decisiva para a Independência de Portugal e aclamação de Afonso Henriques como Rei de

Portugal.

Ourique revela grande tradição pecuária resultante da concessão da Carta de Feira Anual por

D. Dinis, em 14 de junho de 1288, numa zona que corresponde aos Campos de Ourique. Na

primeira metade do século XIII, Ourique foi frequentemente zona de atrito entre oficiais régios

interessados na atividade pecuária e a Ordem de Santiago interessados em conservar os

montados ameaçados pela pressão dos pastores e dos seus gados.

Em 1290 com a Carta de Foral que lhe foi concedida, Ourique foi elevada a Vila, tornando-se

depois Cabeça de Comarca com jurisdição sobre alguns dos concelhos limítrofes. Pertenceu à

Ordem de Santiago, andando a sua Comenda na Casa dos Condes de Unhão.

Gozava de voto em Cortes, com assento no banco 15º (o que demonstra a sua importância

política), onde se fazia representar por procuradores eleitos pela Câmara. Em 1510, D. Manuel

I atribuiu novo Foral a Ourique, renovando assim os privilégios cedidos por D. Dinis.

Num dos primeiros “numeramentos” (contagens mais ou menos extensas promovidas após a

fundação da nacionalidade que por não serem exaustivos e/ou não se apoiarem em princípios

estatísticos científicos credíveis, não podem ser considerados equivalentes à série de

recenseamentos iniciada em 1864) – Numeramento ou Cadastro Geral do Reino, de D. João

III (1527) – Ourique contabilizava 582 habitantes, sendo esta uma das Vilas mais povoadas do

território Além-Tejo.


9

Tal como os outros concelhos do País, no séc. XX, Ourique viveu a sua economia agrária e

sofreu as consequências do seu enfraquecimento quando a produção industrial ocupou a

liderança no desenvolvimento económico (EGA, 2011).

Em 1900 a população do concelho era de 9.143 habitantes, tendo a maioria a agricultura e a

criação de gado como atividade profissional ou económica. O crescimento da população levou

a um máximo em 1950 quando o concelho contava com 16.685 habitantes. A população tem

vindo gradualmente a diminuir nos últimos 50 anos, devido à emigração e migração promovida

pelo desemprego na zona rural (NERSO, 2006).

1.3. Demografia no Concelho de Ourique

Atualmente, conforme dados dos últimos Censos (2011) residem no concelho 5389 habitantes.

A freguesia de Ourique é a mais populosa com 53,3% do total da população do Concelho.

No período compreendido entre 1991 e 2001, contrariamente à tendência ao nível do país (que

regista uma variação positiva de 5%), mas à semelhança do que acontece no Baixo Alentejo

(que revela uma variação negativa de 5,6%), o concelho de Ourique tem sofrido um

progressivo despovoamento, por razões variadas, registando uma variação negativa de 6%.

Mantendo conformidade com as tendências registadas anteriormente, entre 2001 e 2011,

Portugal continua a registar uma variação positiva (embora com valores na ordem dos 2%), e à

semelhança do que se verifica no Baixo Alentejo (que regista um reforço da variação negativa

6,2%) o concelho de Ourique regista um decréscimo acentuado da população situando-se na

ordem dos 13,1%, conforme tabela 1 e figura 2.

Quadro 1 – População Residente em 2001 e 2011 e Variação da População para Portugal,

Baixo Alentejo, Concelho de Ourique e Freguesias

Unidade Territorial População Residente (n.º) Variação População

2001-2011 (%) 2001 2011 Portugal 10356117 10561614 2,0

Baixo Alentejo 135105 126692 -6,2 Ourique (concelho) 6199 5389 -13,1

Conceição 141 86 -39,0 Garvão 851 731 -14,1 Ourique 3041 2874 -5,5 Panóias 634 496 -21,8

Santa Luzia 393 352 -10,4 Santana da Serra 1139 850 -25,4

Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, 2001 e 2011


10

Figura 2 – Variação da População no Concelho de Ourique (2001 – 2011)

Nas últimas décadas, à semelhança do contexto regional e sub-regional, o concelho de

Ourique tem assistido a um progressivo e acentuado grau de envelhecimento da população

que se reflete na diminuição progressiva do número de jovens e no aumento do número de

idosos. Em 2011, tal como verificado para 2011, os indivíduos pertencentes ao grupo etário dos

15 aos 64 anos representam 57,0%, os jovens 10,2% e os idosos 32,8% da população total do

concelho. Por outro lado o Índice de Envelhecimento do concelho de Ourique, ou seja, a

relação entre a população com idade superior a 65 anos e a inferior a 14 anos, tem sofrido um

aumento significativo, sendo 287,5 em 2001 e 321 em 2011. Ao nível das freguesias, de uma

forma geral, pode-se afirmar que todas registaram um aumento progressivo deste índice.

De igual modo, o Índice de Dependência Total, ou seja, a relação entre a população jovem e

idosa e a população em idade ativa, tem assistido a um aumento progressivo entre 2001 e

2011, com valores na ordem dos 70 e 75, respetivamente.


11

1.4. Povoamento no Concelho de Ourique

Particularmente acima do rio Mira (área propícia à atividade agrícola) crê-se que a rede urbana

de Ourique está implantada há muitos séculos, tendo a ocupação humana do concelho

permanecido apoiada nesta antiga rede de povoações (CMO, 2000).

Em termos gerais, o concelho de Ourique é um território predominantemente rural. Apresenta

uma dispersão clara da população, em montes, muitas vezes isolados (com maior

expressividade na setor Sul do concelho) – questão confirmada pelo facto dos lugares com

menos de 100 habitantes representarem 73,1% dos lugares existentes, nos quais reside 9,1%

da população concelhia e pelo facto da população isolada ser de 19,1% do total de população

residente no concelho em 2011 (INE, 2011).

Para além do povoamento disperso, o concelho apresenta ainda uma concentração da

população em aglomerados de pequena e muito pequena dimensão, num total de 26 lugares.

Segundo dados provisórios dos Censos de 2011, relativamente ao concelho de Ourique realça-

se a inexistência de aglomerados com 2000 ou mais habitantes; a Vila de Ourique, sede de

concelho, é o único aglomerado em que o número de habitantes é superior a 1000 habitantes

contabilizando, em 2011, 1724 habitantes e também o único que se manteve nessa classe

desde 1960, fato que permite afirmar que é o único aglomerado considerado de cariz urbano

em todo o concelho; o número de habitantes que vive fora dos aglomerados na ordem dos

1029 efetivos populacionais (figura 3).

Figura 3 – Lugares do Concelho de Ourique por número de habitantes (2011)


12

Ourique apresentava em 2001 uma densidade populacional de 9,33 habitantes por km² e em

2011 esse número desce para 8,0 habitantes por km², indicador que expressa a intensidade do

povoamento através da relação entre o número de habitantes de uma área territorial

determinada e a superfície desse território. Deduz-se, por isso, que o povoamento além de

disperso e envelhecido tende para o despovoamento.

A população imigrante poderá constituir de futuro um bom recurso de povoamento desde que

se criem incentivos à sua fixação, que para além de constituir mão-de-obra em idade ativa,

assegure o repovoamento e a continuidade das gerações futuras. Acresce que, por via da

redução da taxa de natalidade, as famílias apresentam menos indivíduos jovens.

A região apresenta um elevado despovoamento e envelhecimento da população, onde a

agricultura extensiva de subsistência tem grande peso, a par com um setor de serviços

centrado na sede de concelho. Se considerarmos o abandono crescente das atividades e do

emprego agrícola, temos despovoamento.

Importa ainda contextualizar o conceito de edifício, conforme definição do INE “construção

independente, compreendendo um ou mais alojamentos, divisões ou outros espaços

destinados à habitação de pessoas, coberta e incluída dentro de paredes externas ou paredes

divisórias, que vão das fundações à cobertura, independentemente da sua afectação principal

ser para fins residenciais, agrícolas, comerciais, industriais, culturais ou de prestação de

serviços” (Censos 2001, 2002).

Em termos de edificação, no período compreendido entre 2001 e 2011, o concelho de Ourique

regista um crescimento de 3,3% do número de edifícios, contabilizando atualmente 3967

edifícios (mais 128 edifícios do que em 2001). Tendo em conta que este valor percentual

esconde as assimetrias registadas ao nível da freguesia importa referir que as freguesias de

Ourique e Santa Luzia registam o maior aumento do número de edifícios (10% e 8%,

respetivamente) enquanto as freguesias de Conceição e Santana da Serra registam o maior

decréscimo (na ordem dos -9 a -6%), conforme figura 4.

Por outro lado, do total de edifícios existentes no concelho de Ourique 45,3% localizam-se na

freguesia de Ourique e cerca de 20% especificamente na Vila de Ourique. À semelhança do

referido anteriormente e na mesma linha de análise relativamente ao tipo de povoamento bem

como à concentração da população por lugares, verifica-se o predomínio de lugares com

menos de 100 edifícios (pequenos povoados), ocupando novamente a Vila de Ourique um

lugar de destaque no concelho, com cerca de 776 edifícios.

De assinalar que o edificado do concelho de Ourique foi essencialmente construído entre 1946

e 1970 (22,9%) e entre 1991 e 2011 (27,9%). Período que pode corresponder à construção do

edifício propriamente dito, à construção da parte principal do edifício (quando diferentes partes


13

de um edifício correspondem a épocas distintas) ou à reconstrução do edifício que sofreu

transformação completa.

Figura 4 – Variação dos Edifícios nas freguesias do Concelho de Ourique (2001-2011) e Número de Edifícios nos Lugares (2011)

Relativamente aos alojamentos, entendidos como “local distinto e independente que, pelo

modo como foi construído, reconstruído, ampliado ou transformado, se destina à habitação

humana e, no momento censitário, não está a ser utilizado totalmente para outros fins; ou

qualquer outro local que, no momento censitário, estivesse a ser utilizado como residência de

pessoas”, importa realçar que, no período compreendido entre 2001 e 2011, o concelho de

Ourique regista um crescimento de 3,3% do número de alojamentos, contabilizando à data do

último período censitário 4187 alojamentos (mais 134 alojamentos do que em 2001). As

freguesias de Ourique e Santa Luzia registam o maior aumento do número de alojamentos


14

(11,6% e 9,9%, respetivamente) enquanto as freguesias de Conceição e Santana da Serra

registam o maior decréscimo (na ordem dos -8,8 a -6,1%), conforme figura 5.

Em termos gerais, à semelhança do verificado em termos da edificação, no concelho de

Ourique, por um lado, predominam os lugares com menos de 100 alojamentos e por outro os

alojamentos concentram-se maioritariamente na freguesia de Ourique (46,9%) e na Vila de

Ourique (22%).

Figura 5 – Variação dos Alojamentos nas freguesias do Concelho de Ourique (2001-2011) e Número de Alojamentos nos Lugares (2011)

Conforme referido no Relatório de 2000 aquando da elaboração do Plano Diretor Municipal de

Ourique (PDMO), o parque habitacional do concelho de Ourique era já descrito como

degradado, envelhecido e em alguns casos sem condições mínimas de habitabilidade e


15

conforto. O investimento na melhoria do parque habitacional surge associado quase

exclusivamente a uma necessidade básica e urgente na melhoria das condições de vida das

populações residentes. Neste sentido, pese embora as igualmente importantes iniciativas dos

particulares, realce para o papel da autarquia na promoção de loteamentos habitacionais e

industrial.

Ourique está inserido no sistema urbano regional do Baixo Alentejo que se encontra polarizado

por Beja – centro de ordem superior que presta funções mais especializadas, quando

comparado com centros urbanos complementares, fato que desencadeia e justifica

deslocações para este centro a partir de centros de hierarquia inferior.

À semelhança do que acontece no concelho, a freguesia de Ourique tem uma estrutura de

povoamento assente na Vila de Ourique, polo principal de atração, que alberga 60% e 32% da

população residente na freguesia e do concelho, respetivamente. Este polo conjuga-se com

mais 11 aglomerados com menos de 400 habitantes, dos quais de destaca a Aldeia de

Palheiros. Realce, novamente, para a percentagem de habitantes que vive em montes quer na

freguesia de Ourique (15,8%) quer no concelho de Ourique (19,1%).

1.5. A Vila de Ourique

A Vila de Ourique enquanto sede de concelho é o aglomerado mais importante do concelho e

com interesse enquanto conjunto arquitetónico e urbano, embora já não apresente as

características físicas relacionadas com as muralhas do Castelo de Ourique. Refira-se,

portanto, a possibilidade da área muralhada na Vila de Ourique compreender as principais

artérias incluídas no núcleo histórico de Ourique definido em PDM (Rua Afonso Henriques, Rua

Gago Coutinho, Praça do Município e Praça D. Dinis) e a antiga vila medieval (CMO, 2000).

Desde a sua génese até à atualidade, a vila de Ourique tem sofrido grandes mudanças no seu

tecido urbano. A título de exemplo refira-se o explanado no trabalho de recolha fotográfica

realizada e editada, em 2002, pela Orik – Associação de Defesa do Património de Ourique –

onde se verifica que o que hoje corresponde à “baixa” de Ourique correspondia outrora a áreas

de cercas e campos. “À vila de pequenas casas de feição tradicional, apinhadas entre a

encosta de S. Luís e o Cerro do Castelo, sucedeu uma vila de casas mais modernas, nem

sempre mais belas, mas seguramente sinal de crescimento e desenvolvimento que a região

tem vindo a sentir. Outro aspeto importante que a vila de Ourique encerra está relacionado com

o seu papel de núcleo central do território, pelo que congrega as funções artesanais e

comerciais” (EGA, 2011).


16

Pelo dito e constatado que está, a Vila de Ourique desempenha o papel de núcleo central e

polarizador ao nível do concelho, já que congrega os principais equipamentos e funções

públicas e privadas, numa rede urbana caracterizada pela inexistência de aglomerados com

dimensão significativa. É, portanto, possível identificar na Vila de Ourique os principais polos de

atração que reforçam a sua posição, por tipologia: ensino (desde o 2º Ciclo ao Secundário);

saúde (Centro de Saúde); de serviços públicos e administrativos (Câmara, Tribunal, Repartição

de Finanças, Instituto do Emprego e Formação Profissional); desportivos (Piscina Coberta,

Pavilhões/Salas de Desporto); culturais (Cineteatro, Biblioteca); empresarial e/ou comercial

empresas e estabelecimentos existentes e Zona Industrial, conforme figura 6.

Neste sentido, Ourique, enquanto sede de concelho, exerce funções para os bens e serviços

de nível mais baixo e para alguns de nível intermédio, preenchendo de forma razoável o papel

administrativo e social, estendendo-se a sua influência a toda a área do concelho. (CMO,

2000).

Figura 6 – Planta dos Equipamentos Coletivos localizados na Vila de Ourique


17

Figura 7 – Planta Complementar de Ordenamento da Vila de Ourique


18

2. PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DA

VILA DE OURIQUE

2.1. Metodologia

O projeto de delimitação da ARU é definido em conformidade com o disposto no ponto 2 do

artigo 13.º da Lei n.º32/2012 de 14 de agosto e o seu desenvolvimento surgirá com a definição

da Operação de Reabilitação Urbana a desenvolver para essa área, no prazo máximo de três

anos, após aprovação da delimitação. A aprovação da ORU a desencadear em instrumento

próprio, vigorará por um prazo a fixar nos instrumentos de programação, mas nunca superior a

15 anos.

A ORU a preconizar assumirá uma índole sistemática já que se estima a integração de

intervenções de reabilitação urbana dirigida não só ao edificado mas também à qualificação de

infraestruturas, equipamentos, espaços verdes e espaços urbanos de utilização coletiva, numa

ótica de requalificação e revitalização do tecido urbano mais representativo em termos de

perceção humana de ocupação do espaço, associada a um programa de investimento público

e privado, dos potenciais interessados.

A caracterização da área de reabilitação urbana da Vila de Ourique teve por base fontes de

informação distintas, tais como:

• Recenseamento Geral da População e da Habitação de 2001, à escala da subsecção e

do edifício;

• Resultados Definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação de 2011, à

escala da subsecção;

• Levantamento in situ especificamente levado a cabo pela equipa técnica deste plano;

• Levantamentos de campo dos Equipamentos, preconizados outrora pelo Serviço de

Informação Geográfica da CMO;

• Cartografia e Ortofotocartografia à escala 1/2000, de 2010;

• Agenda 21 Local de Ourique.


19

2.2. Delimitação e Fundamentação da ARU

A ARU proposta (Figura 8, Figura 9 e Quadro 2) abrange os edifícios com interesse patrimonial

e arquitetónico, identificados em sede de caracterização do PDMO (CMO, 2000): Igreja Matriz

de Ourique – segundo edifício religioso mais imponente do concelho, provavelmente do séc.

XVIII; Paços do Concelho em Ourique – típico edifício municipal provavelmente dos finais do

séc. XIX; Misericórdia de Ourique – edifício no Largo D. Dinis com portal do séc. XVIII; Torre do

Largo D. Dinis em Ourique – possibilidade acerca da índole da torre (torre de atalaia e alerta

medieval) e do arco ser uma das portas da muralha; Frontaria Nobre na Rua Gago Coutinho

em Ourique – edifício onde funciona a ação social da CMO.

A ARU abrange ainda a zona da vila de Ourique onde atualmente estão concentrados a

maioria dos serviços públicos, comércio e zonas de lazer (restauração, cafés e jardins).

Figura 8 – Planta de Localização da ARU na Vila de Ourique


20

Figura 9 – Ruas Abrangidas pela ARU

Quadro 2- Ruas Abrangidas pela ARU

ID RUAS ARUVO 1 ARCO DA VILA 2 AVENIDA 25 DE ABRIL 3 AZINHAGA DOS MOUROS 4 BECO DA ADEGA DOS MACIÉIS 5 LARGO 5 DE OUTUBRO 6 LARGO DO CALABOUÃO 7 PÁTIO DA TIA CAMÉLIA 8 PRAÇA DO MUNICÍPIO 9 PRACETA DA IGREJA VELHA 10 RUA ALEXANDRE HERCULANO


21

11 RUA ANTÓNIO VITORINO DE MATOS 12 RUA BASÍLIO DA ROSA LOURES 13 RUA BATALHA DE OURIQUE 14 RUA CERCA CURRAL CONCELHO 15 RUA DA ACADEMIA PORTUGUESA DA HISTÓRIA 16 RUA DA COMENDA 17 RUA DA CRUZ 18 RUA DA MISERICÓRDIA 19 RUA DA UMBRIA 20 RUA DE ALMODÔVAR 21 RUA DE ARMAÇÃO DE PÊRA 22 RUA DE GARVÃO 23 RUA DE ODEMIRA 24 RUA DE OLIVENÇA 25 RUA DO CALABOUÇO 26 RUA DO COMIÇO 27 RUA DO FORNO 28 RUA DO MERCADO 29 RUA DO PAÇO 30 RUA DO REGEDOR 31 RUA DO SERRO DE SÃO LUIZ 32 RUA DOM AFONSO HENRIQUES 33 RUA DOM MANUEL I 34 RUA DR. ANTÓNIO AFONSO NOBRE SEMEDO 35 RUA DR. FRANCISCO SÁ CARNEIRO 36 RUA DR. JOÃO PEREIRA DUARTE 37 RUA DR. JOSÉ MARTINS DIAS SERPA 38 RUA DR. VIRGÍLIO SAQUE 39 RUA ENG.º DUARTE PACHECO 40 RUA FREI AMADOR ARRAIS 41 RUA GAGO COUTINHO 42 RUA GENERAL NORTON DE MATOS 43 RUA GONÇALO NOBRE VALENTE 44 RUA JOÃO AFONSO 45 RUA JOSÉ GUERREIRO DE BRITO 46 RUA MAJOR BRISSOS DE CARVALHO 47 RUA PROFESSOR EGAS MONIZ 48 RUA S. JOÃO DE DEUS 49 RUA TENENTE PEREIRA 50 SEM NOME 51 TRAVESSA DA PALMEIRA 52 TRAVESSA DO CASTELO 53 TRAVESSA DO REGEDOR 54 TV. DO CALABOUÇO 55 PRAÇA D. DINIS 56 PRAÇA PADRE ANTÓNIO PEREIRA 57 PARQUE NORA


22

A área de reabilitação urbana delimitada incide sobre elementos do espaço urbano que em

virtude da insuficiência, degradação ou obsolência de conservação urbana justificam uma

intervenção integrada, abrangendo para tal a totalidade da área definida como “núcleo

histórico” e parcialmente as áreas definidas como “área de proteção do património”, “áreas

consolidadas” e “espaços verdes” em sede de PDMO (conforme figura 10).

Figura 10 – Extrato de Planta Complementar de Ordenamento de Ourique para a ARU

No processo de delimitação da área de intervenção para a reabilitação urbana foi tido em linha

de conta o estabelecido em PDM, a génese, organização, tipologia e estado de conservação

do edificado, malha urbana e infraestruturas e o disposto e efetiva realidade atual da vila de

Ourique.

Já em sede de PDMO, mais especificamente no seu Relatório de 2000, foram identificadas

algumas estratégias/metas/orientações de desenvolvimento, as quais correspondem à:


23

• Identificação da necessidade de proteger todos os núcleos históricos/tradicionais, como

seja a zona histórica da Vila de Ourique;

• Igreja Matriz de Ourique como elemento a classificar em Imóvel de Interesse Público;

• Edifício dos Paços do Concelho, Misericórdia de Ourique (fachada e portal), Torre do

Relógio, Fontanário Nobre na Rua Gago Coutinho, Correios de Ourique como

elementos a classificar como Imóveis de Interesse Concelhio;

• Implementar 3 planos de salvaguarda, um dos quais correspondentes ao núcleo

histórico/tradicional de Ourique;

• Promoção da qualidade de vida deverá pautar-se, entre outros aspetos, pelo controlo,

orientação e exigência arquitetónica na construção de segunda habitação nos núcleos

históricos e ou tradicionais;

• Garantir a existência de redes públicas e tratamento adequado nomeadamente através

da renovação do sistema existente na Vila de Ourique;

• Valorização do centro urbano, com expressão rural da Vila de Ourique, solucionando

as carências locais em infraestruturas, equipamentos e espaços culturais e de lazer,

problemas de estacionamento e circulação de trânsito.

A ARU compatibiliza-se igualmente com a área estratégica “Identidade Cultural” inscrita na

Estratégia de Desenvolvimento Sustentável, definida no âmbito da Agenda 21 Local de

Ourique – instrumento “que estabelece linhas orientadoras para que os governos, juntamente

com outras entidades, cooperarem no alcance do desenvolvimento sustentável e integração do

desenvolvimento económico e social com a proteção do ambiente, no sentido da reconversão

da sociedade industrial rumo a um novo paradigma económico e social, que exige uma

redefinição do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio entre o todo e

as partes, promovendo a qualidade, e não apenas a quantidade de crescimento” – e que deu

origem a um Plano de Ação para a Sustentabilidade, o qual encerra no seu corpo a ação 2.2

“Requalificação do Património Edificado”.

No âmbito do diagnóstico realizado sobre a área estratégica “Identidade Cultural” identificou-se

como um dos pontos fracos “O estado de conservação de parte do património existente”, do

qual resultou a definição da ação 2.2 “Requalificação do Património Edificado”. Esta ação tem

como objetivo reforçar a imagem identitária do concelho através da requalificação do

património edificado mantendo a traça original, com recurso à identificação e seleção do

património edificado a necessitar de requalificação e da criação de condições para a sua

efetiva requalificação, aproveitando as parcerias possíveis pela disponibilidade e abrangência


24

territorial e temática dos agentes de desenvolvimento e associativismo com intervenção no

concelho de Ourique, com modelos de gestão e financiamento a definir e com indicadores

específicos de monitorização.

A ARU da Vila de Ourique coaduna-se ainda com o disposto no Projeto Mobilidade

Sustentável do Concelho de Ourique, elaborado pelo Instituto de Dinâmica do Espaço –

Faculdade de Ciências sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, para a Agência

Portuguesa do Ambiente e Município de Ourique, em novembro de 2008.

O Projeto Mobilidade Sustentável do Concelho de Ourique define em termos de diagnóstico

como pontos fracos a “Existência de condicionantes no acesso a edifícios públicos e à

mobilidade no espaço público” e “Inexistência de infraestruturas pedonais nos principais

percursos pedonais interurbanos“. De forma a transformar estes pontos fracos em pontos

fortes, no estudo foram definidos os objetivos de “Mobilidade pedonal melhorada na Vila de

Ourique através do redimensionamento de infraestruturas pedonais” e “Acessibilidade no

espaço público para cidadãos com mobilidade reduzida melhorada através da eliminação de

barreiras arquitetónicas”, os quais deram origem à planificação/definição das seguintes ações:

“Reordenamento da circulação automóvel no núcleo consolidado da Vila de Ourique”, “Projeto

de redimensionamento e requalificação das infraestruturas pedonais na Vila de Ourique” e

“Projeto de eliminação de barreiras arquitetónicas no concelho de Ourique”.

3. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO

3.1. Visão e Objetivos Estratégicos para a Vila de Ourique

VISÃO: A Vila de Ourique reforçar-se-á como um espaço urbano privilegiado, em termos da

qualidade de vida, seja através das suas estruturas edificadas e urbanas, das funções aí

instaladas, ou dos modos, formas e expressões de vivência urbana e culturais.

A ARU de Ourique tenderá a fixar:

• Novos residentes;

• Atividades económicas,

• Visitantes e turistas.

NA ARU serão oferecidos:

• Novos conceitos de oferta habitacional, comercial e de lazer,

• Espaços públicos e coletivos confortáveis, atrativos e estimulantes,


25

• Uma oferta cultural diversificada e multifacetada;

• Acessibilidade para todos;

• Uma identidade reconhecida nos seus diversos ícones (históricos, religiosos, científicos e tecnológicos),

• Uma cidadania ativa e participante.

A ARU da Vila de Ourique estrutura-se nos seguintes OBJETIVOS ESTRATÉGICOS:

OE1| Promover a regeneração da Vila de Ourique e melhorar a sua funcionalidade;

OE2| Reabilitação do edificado, das infraestruturas e serviços urbanos;

OE3| Reforço da inserção da Vila na estrutura e dinâmicas sociais e económicas do território

envolvente;

OE4| Adotar padrões de mobilidade urbana mais seguros e sustentáveis.

3.2. Articulação com Políticas e Instrumentos Estratégicos e de Financiamento

Para que os resultados da Estratégia de Reabilitação da Vila de Ourique sejam os estimados é

fundamental a sua articulação com as diferentes políticas e instrumentos estratégicos.

Os objetivos desta estratégia relacionam-se com os Objetivos de Convergência da Política

de Coesão e com a Estratégia de Lisboa, uma vez que esta é protagonizada sobre um

território deprimido, no qual se pretende estimular o tecido empresarial, reforçar a capacidade

empreendedora e inovadora do capital humano, reforçar a atratividade através da melhoria das

acessibilidades, assegurando serviços de qualidade e preservando o ambiente e contribuir para

uma maior estimulação do mercado no sentido de garantir o crescimento e desenvolvimento

económico do território de intervenção.

Ao nível das políticas e instrumentos nacionais, a estratégia apresentada, pretende ir de

encontro das prioridades estratégicas inscritas no Quadro de Referência Estratégica

Nacional (QREN) e no futuro QEC 2014-2020, nomeadamente: promover o crescimento

sustentado e assegurar a qualificação do território e cidades.

A ARU da Vila de Ourique refletirá as opções de desenvolvimento ao nível do território

inseridas ao nível do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

(PNPOT), instrumento “de desenvolvimento territorial de natureza estratégica que estabelece

as opções com relevância para a organização do território nacional” e que se constitui como o

quadro de referência para todos os outros planos inferiores, incluindo os de nível municipal –

especialmente na opção estratégica territorial relacionada com a “valorização e integração dos


26

centros urbanos mais pequenos, nomeadamente as sedes de concelho que possuem funções

fundamentais de integração e mobilização dos espaços rurais para o desenvolvimento do

território”, das demais definidas para a região do Alentejo.

Existirá igualmente uma forte relação com o definido no Plano Estratégico Nacional para o

Turismo (PENT), “documento de referência para as políticas públicas de incentivo e de

ordenamento do território no que respeita à atividade turística, tendo definido como modelo de

desenvolvimento de curto prazo do Alentejo a diversificação da oferta e o contraste entre um

ambiente tranquilo e uma região playground, com diversas atividades ao ar livre, sendo o

produto core da região o Touring Cultural e Paisagístico, secundado pelo sol e mar, o golfe, o

turismo náutico, a saúde e o bem-estar, os resorts integrados e turismo residencial e a

gastronomia e vinhos”.

Tendo em conta que o concelho de Ourique corresponde a uma área passível de sofrer

processos como a desertificação, seca e erosão dos solos, a ARU da Vila de Ourique reflete

ainda as estratégias inseridas no Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação

(PANCD) – instrumento cujo objetivo consiste “na promoção e coordenação de ações de

combate à desertificação e minimização dos efeitos da seca em zonas semi-áridas e sub-

húmidas, assente em cinco eixos de intervenção para a luta contra a desertificação e a seca” –

especialmente nas linhas de orientação específica relativas à garantia do correto ordenamento

e gestão do território, melhoria das infraestruturas de base e das acessibilidades,

desenvolvimento e consolidação das cidades, vilas e demais centros populacionais de pequena

e média dimensão e apoio de ações de reabilitação imobiliária e de recuperação do património

e espaços construídos, definidas no Eixo 2 – “Manutenção da população ativa nas zonas

rurais”.

No que concerne à região do Alentejo, as orientações estratégicas para o período de 2007 a

2013 constam no Programa Operacional Regional do Alentejo – INALENTEJO. Dos

diferentes eixos que compõem o INALENTEJO ressalta a complementaridade com o eixo 9 –

Coesão Local e Urbana e, em particular com o objetivo específico do PO de “Promover o

Desenvolvimento Urbano Sustentável” e com o objetivo específico do eixo de “Promover a

regeneração urbana e a requalificação de áreas específicas”.

Os objetivos e ações definidas nesta estratégia articulam-se, igualmente, com o Programa de

Desenvolvimento Rural para Região Alentejo de 2007-2013 e contribuem para o objetivo

estratégico definido para a região de “Revitalizar económica e socialmente as zonas rurais”,

através da promoção e melhoria da qualidade de vida, como é exemplo a refuncionalização de

edifícios e construções de traça tradicional. Esta estratégia articula-se especificamente com o

eixo 3 do PRODER de “Dinamização das Zonas Rurais”, com as medidas 3.1

“Diversificação da Economia e Criação de Emprego” e 3.2 “Melhoria da Qualidade de


27

Vida”. Esta estratégia pretende ser um instrumento enquadrador que possibilite e fomente o

surgimento de iniciativas e projetos no âmbito das ações 3.1.2. “Criação e Desenvolvimento de

Microempresas”, 3.1.3 “Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer”, 3.2.1.

“Conservação e Valorização do Património Rural” e 3.2.2. “Serviços Básicos para a População

Rural”.

A Estratégia Local de Desenvolvimento do GAL PRODER eixo 3, gerido pela ESDIME,

consubstancia-se em dois objetivos estratégicos “promover o desenvolvimento sustentável” e

“melhorar a qualidade de vida no território”.

O objetivo estratégico “promover o desenvolvimento sustentável” operacionaliza-se através de

três objetivos específicos, nomeadamente: criação e aumento de novas fontes de rendimento e

de emprego nas explorações agrícolas, densificação e diversificação do tecido empresarial do

território e aumento e diversificação da oferta turística rural. O segundo objetivo estratégico

“melhorar a qualidade de vida no território” segmenta-se em três objetivos específicos:

promoção do património rural, aumento da acessibilidade da população rural aos serviços

básicos e aumento da capacidade de usufruto/ execução da abordagem Leader.

Esta estratégia articula-se muito estreitamente com os objetivos estratégicos e específicos

definidos pelo GAL para este território, entre 2007 e 2013, especificamente “na promoção do

desenvolvimento sustentável” e na “melhoria da qualidade de vida no território”. Por outro lado,

as ações inscritas neste documento contribuirão para o cumprimento das metas definidas pelo

GAL para este território, uma vez que se identificam ações a ser desenvolvidas por diferentes

agentes locais e enquadradas em diferentes medidas de apoio, do GAL.

A ARU da Vila de Ourique articula-se igualmente com o Plano Regional de Ordenamento do

Território do Alentejo (PROTA), instrumento que “define a estratégia regional de

desenvolvimento territorial, integrando as opções estabelecidas ao nível nacional e

considerando as estratégias municipais de ordenamento do território e de desenvolvimento

local, constituindo o quadro de referência para a elaboração dos planos especiais do

ordenamento do território e dos planos municipais de ordenamento do território”.

Relaciona-se diretamente com o preconizado no PROTA, nomeadamente no Eixo Estratégico

IV — “Afirmação do Policentrismo e do Desenvolvimento Rural”, incorporados no Objetivo

Estratégico de Base Territorial (OEBT) IV.3 — “Garantir a qualificação das concentrações

urbanas estruturantes através da regeneração e valorização urbanística e da potenciação dos

valores patrimoniais existentes”. Para além disso, relaciona-se ainda com o disposto para as

temáticas: “Desenvolvimento Turístico”, no qual a reabilitação do património edificado em

espaço rural deve contribuir para a valorização e reforço da imagem de marca do território;

“Sistema Urbano e de Suporte à Coesão Territorial”, a reabilitação urbana deve contribuir para

melhorar a qualidade de vida, potenciar os recursos patrimoniais edificados e históricos,


28

favorecer o crescimento urbano compacto e promover a identidade e a singularidade da

paisagem urbana e rural; “Planeamento e edificação em solo urbano”, estabelecendo medidas

de discriminação positiva para a reabilitação dos tecidos habitacionais existentes, promovendo

ações de reabilitação urbana e dando prioridade à intervenção e requalificação dos espaços

públicos em áreas consolidadas, em prol de um reforço da qualidade residencial; e

“Planeamento Urbano, Urbanização e Edificação”, o qual pressupõe uma melhor gestão das

funcionalidades no edificado dos aglomerados urbanos, o incentivo da inserção e a reutilização

do património (arquitetónico, arqueológico ou etnográfico), em meio urbano no sentido

urbanístico, arquitetónico e social, e enquanto elemento da própria regeneração urbana.

Em última análise, existe uma forte articulação da ARU da Vila de Ourique com o Plano

Diretor Municipal de Ourique (PDMO), “instrumento de gestão territorial que define o regime

de ocupação, uso e transformação do solo do concelho de Ourique”, que se encontra neste

momento em fase de revisão. Para além disso refira-se ainda que dada a índole do PDMO,

documento regulamentar, todas as intervenções preconizadas no âmbito do da reabilitação

urbana da Vila de Ourique devem obedecer ao disposto no Regulamento do PDMO publicado

no Aviso n.º 25833/2010 - Alteração por adaptação do Plano Diretor Municipal de Ourique de

10 de dezembro de 2010, e consequentemente ao disposto nos artigos relativos às classes de

solo definidas em Planta Complementar de Ordenamento de Ourique que se sobrepõem com a

área delimitada para as intervenções de reabilitação urbana: Núcleos Históricos, Áreas Verdes

Equipadas, Áreas Verdes Urbanas e Área de Proteção do Património.

Este documento compatibiliza-se igualmente com a área estratégica “Identidade Cultural”

inscrita na Estratégia de Desenvolvimento Sustentável, definida no âmbito da Agenda 21

Local de Ourique – instrumento “que estabelece linhas orientadoras para que os governos,

juntamente com outras entidades, cooperarem no alcance do desenvolvimento sustentável e

integração do desenvolvimento económico e social com a proteção do ambiente, no sentido da

reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma económico e social, que exige

uma redefinição do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio entre o

todo e as partes, promovendo a qualidade, e não apenas a quantidade de crescimento” – e que

deu origem a um Plano de Ação para a Sustentabilidade, o qual encerra no seu corpo a ação

2.2 “Requalificação do Património Edificado”.

No âmbito do diagnóstico realizado sobre a área estratégica “Identidade Cultural” identificou-se

como um dos pontos fracos “O estado de conservação de parte do património existente”, do

qual resultou a definição da ação 2.2 “Requalificação do Património Edificado”. Esta ação tem

como objetivo reforçar a imagem identitária do concelho através da requalificação do

património edificado mantendo a traça original, com recurso à identificação e seleção do

património edificado a necessitar de requalificação e da criação de condições para a sua

efetiva requalificação, aproveitando as parcerias possíveis pela disponibilidade e abrangência


29

territorial e temática dos agentes de desenvolvimento e associativismo com intervenção no

concelho de Ourique, com modelos de gestão e financiamento a definir e com indicadores

específicos de monitorização.

A ARU da Vila de Ourique coaduna-se com o disposto no Projeto Mobilidade Sustentável do

Concelho de Ourique, elaborado pelo Instituto de Dinâmica do Espaço – Faculdade de

Ciências sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, para a Agência Portuguesa do

Ambiente e Município de Ourique, em novembro de 2008.

O Projeto Mobilidade Sustentável do Concelho de Ourique define em termos de diagnóstico

como pontos fracos a “Existência de condicionantes no acesso a edifícios públicos e à

mobilidade no espaço público” e “Inexistência de infraestruturas pedonais nos principais

percursos pedonais interurbanos“. De forma a transformar estes pontos fracos em pontos

fortes, no estudo foram definidos os objetivos de “Mobilidade pedonal melhorada na Vila de

Ourique através do redimensionamento de infraestruturas pedonais” e “Acessibilidade no

espaço público para cidadãos com mobilidade reduzida melhorada através da eliminação de

barreiras arquitetónicas”, os quais deram origem à planificação/definição das seguintes ações:

“Reordenamento da circulação automóvel no núcleo consolidado da Vila de Ourique”, “Projeto

de redimensionamento e requalificação das infraestruturas pedonais na Vila de Ourique” e

“Projeto de eliminação de barreiras arquitetónicas no concelho de Ourique”.

Salienta-se ainda a articulação da estratégia com os diferentes programas de apoio do Instituto

da Habitação e Reabilitação Urbana, IP.


30

4. LINHAS PROGRAMÁTICAS

4.1. Operações Previstas a Desenvolver

A ARU apresentada será operacionalizada através da definição de uma ORU que integrará um Programa Estratégico, a partir do qual será concretizado um

conjunto de projetos e ações a candidatar ao QREN/ QEC ou outros programas nacionais e comunitários de apoio. Da carteira de projetos destacam-se:

Operação Breve Descrição Promotor Prazo

Pedonalizar arruamentos Esta ação consiste em requalificar algumas ruas e adaptá-las para

circulação de peões. Apenas será permitida a circulação pontual de veículos.

Município de

Ourique

A médio/

longo prazo

Reordenamento da circulação automóvel

dentro da ARU e alteração/substituição

da sinalização horizontal e vertical

Alterar a acessibilidade nalguns arruamentos do núcleo consolidado da Vila

de Ourique, classificando-os como Arruamentos de Acesso Automóvel

Condicionado (AAAC) ou de só um sentido. Assim como, rever e substituir a

sinalização de trânsito, procurando uma maior eficiência na circulação

automóvel.

Município de

Ourique

A curto prazo

Repavimentar as ruas do Centro

Histórico

Pretende-se retirar o pavimento de alcatrão e substituí-lo por pedras locais

como ainda é visível em algumas ruas.

Município de

Ourique A curto prazo

Obra de requalificação da Praça Dom

Dinis

Reformulação do sentido viário, alteração de passeios, instalação de

mobiliário urbano.

Município de


Recuperação da Torre do Relógio Com esta operação pretende-se restaurar um imóvel com valor patrimonial. Município de

Ourique

A médio/

longo prazo


31


Obra de recuperação da fachada e

cobertura da Igreja da Misericórdia Arranjo da fachada, recuperação de janelas e pintura

Santa Casa da

Misericórdia de

Ourique

A curto prazo

Recuperação de fachadas e coberturas Esta ação traduz-se na conservação de fachadas, coberturas e chaminés de

prédios urbanos

Pessoas

singulares e

coletivas de

direito privado

A curto prazo

Requalificação da Igreja Matriz

Esta intervenção pretende recuperar o interior e o exterior da igreja, através

da recuperação de elementos patrimoniais (ex: imagens, talha), conservação

de mobiliário e aquisição de novos equipamentos.

Santa Casa da

Misericórdia de

Ourique

A médio/

longo prazo

Recuperação de Edifício da Paróquia Pretende-se recuperar um edifício para instalação de vários serviços e

valências de apoio às atividades da Paróquia de Ourique.

Fábrica da

Igreja

Paroquial da

Freguesia de

Ourique

A curto prazo

Equipamento de apoio ao

desenvolvimento

Consiste na recuperação de um dos edifícios notáveis de Ourique, dando-lhe

diferentes funções: acolhimento de atividades económicas, sociais,

pedagógicas ou outras.

Município de

Ourique

A médio/

longo prazo

Eliminação de barreiras arquitetónicas

em edifícios e espaços públicos

Aumento de passeios, construção de rampas de acesso a edifícios públicos

e a passeios.

Município de



32


Reabilitação da Praça do Município Substituição de pavimento, alteração de passeios, alteração do lago,

substituição de mobiliário urbano, alteração do trânsito.

Município de


Requalificação Urbanística da Avenida 25

de Abril

Substituição de pavimento, alteração de passeios, substituição de mobiliário

urbano

Município de


Requalificação Urbanística da Praça

Padre António Pereira e Parque da Nora

Alteração da organização de espaços físicos, substituição de mobiliário

urbano e de lazer.

Município de


Execução de acesso viário à vila

Pretende-se retirar algum trânsito do centro da vila através da execução de

um acesso viário desde a rotunda da entrada sul da vila até à zona dos

estaleiros da CMO.

Município de


Iluminação Pública Eco eficiente Pretende-se substituir as atuais luminárias públicas por luminárias LED, com

elevado índice de poupança e durabilidade

Município de


Rede de Ecopontos subterrâneos Pretende-se construir ecopontos subterrâneos de forma a melhor o grau de

higiene e segurança nas ruas.

Município de


Requalificação de prédios municipais em

habitações sociais

O Município é detentor de alguns edifícios com adequabilidade a ser

adaptados a casas de habitação. Considerando a importância de revitalizar o

centro histórico e responder a necessidades habitacionais, o Município

propõe-se a adaptar alguns edifícios para habitação social.

Município de

Ourique

A médio/

longo prazo


33


Casa da Música e do Cante

Os cantares alentejanos e a viola campaniça são exemplos de símbolos

identitários da memória coletiva da população. A existência de uma forte

dinâmica associativa, cultural e social nesta área avivam esta simbologia,

fatores fundamentais para promover e dar a conhecer.

Município de

Ourique, em

parceria com

Associações

Locais

A médio/

longo prazo


34

5. PROPOSTA PRELIMINAR DE MODELO DE OPERACIONALIZAÇÃO

5.1. Prazo de execução da operação de reabilitação urbana

A aprovação da ORU terá lugar no prazo máximo de três anos após aprovação da delimitação

da ARU.

As operações de reabilitação urbana a desencadear através de instrumento próprio, vigorarão

por um prazo a fixar nos instrumentos de programação, mas nunca superior a 15 anos.

5.2. Entidade Gestora

Prevê-se que a gestão da ORU da vila de Ourique, seja assumida pelo Município de Ourique

com as competências definidas no RJRU.

5.3. Quadro de benefícios fiscais municipais à reabilitação

A delimitação de uma ARU obriga à definição pelo município de um quadro de benefícios

fiscais associados aos impostos municipais sobre o património (IMI, IMT) nos termos da alínea

a) do artigo 14.º. Ver informação no anexo B.


35

ANEXO A

PLANTA DE DELIMITAÇÃO DA

ÁREA ABRANGIDA (ARU DA VILA

DE OURIQUE)


36

ANEXO B

QUADRO DE BENEFÍCIOS FISCAIS MUNICIPAIS À REABILITAÇÃO


37

ANEXO B – QUADRO DE BENEFÍCIOS FISCAIS MUNICIPAIS À REABILITAÇÃO

A delimitação de uma ARU obriga à definição pelo município de um quadro de benefícios

fiscais associados aos impostos municipais sobre o património (IMI, IMT) nos termos da alínea

a) do artigo 14.º.

Neste sentido, as operações de reabilitação urbana beneficiarão dos seguintes benefícios

fiscais:

• IMI Isenção por um período de 5 anos, prorrogável por mais 5 anos a contar da data de

conclusão da ação de reabilitação.

• IMT Isenção na 1ª transmissão do imóvel reabilitado, quando destinado exclusivamente

a habitação própria e permanente.

Para aceder aos benefícios fiscais, o imóvel terá de se localizar na ARU e a ação de

reabilitação do imóvel deve resultar numa subida de 2 níveis na conservação do imóvel,

conforme estatui o artigo n.º 33 do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).

Nível Nível de Conservação Coeficiente

5 Excelente 1,2

4 Bom 1

3 Médio 0,9

2 Mau 0,7

1 Péssimo 0,5

Documents

Proposta ARU da Vila de Ouriquecms.cm-ourique.pt.vf-host.com/upload_files/client... · memÓria descritiva e justificativa proposta de delimitaÇÃo de Área de reabilitaÇÃo urbana