Proposta Curricular de Química – Ensino Médio

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO DE MINAS GERAIS

PROPOSTA CURRICULAR

QUMICACBC

ENSINO MDIO

AutorasLilavate Izapovitz Romanelli Coordenadora Marciana Almendro David Maria Emlia Caixeta de Castro Lima Penha Souza Silva Andra Horta Machado

Governador

Acio Neves da CunhaVice-Governador

Antnio Augusto Junho AnastasiaSecretria de Estado de Educao

Vanessa Guimares PintoChefe de Gabinete

Felipe Estbile MoraisSecretrio Adjunto de Estado de Educao

Joo Antnio Filocre SaraivaSubsecretria de Informaes e Tecnologias Educacionais

Snia Andre CruzSubsecretria de Desenvolvimento da Educao Bsica

Raquel Elizabete de Souza SantosSuperintendente de Ensino Mdio e Prossional

Joaquim Antnio Gonalves

SumrioEnsino Mdio1 - Introduo 2 - Os Contedos Bsicos Comuns e os Contedos Complementares de Qumica 3 - Processos de Ensino e Aprendizagem em Sala de Aula 4 - Aspectos Relacionados ao Trabalho Dirio do Professor 5 - Aspectos Relacionados ao Desenvolvimento de Habilidades Gerais e ao Acompanhamento da Aprendizagem 11 14 20 22 24 29 30 37 42 46 47 55 58

Contedo Bsico Comum de Qumica - 20071 - Eixo Temtico I - Materiais 2 - Eixo Temtico II - Modelos 3 - Eixo Temtico III - Energia

Contedo Complementar de Qumica1 - Eixo Temtico IV - Materiais - Aprofundamento 2 - Eixo Temtico V - Modelos - Aprofundamento 3 - Eixo Temtico VI - Energia - Aprofundamento

Bibliograa Bibliograa

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ApresentaoEstabelecer os conhecimentos, as habilidades e competncias a serem adquiridos pelos alunos na educao bsica, bem como as metas a serem alcanadas pelo professor a cada ano, uma condio indispensvel para o sucesso de todo sistema escolar que pretenda oferecer servios educacionais de qualidade populao. A denio dos contedos bsicos comuns (CBC) para os anos nais do ensino fundamental e para o ensino mdio constitui um passo importante no sentido de tornar a rede estadual de ensino de Minas num sistema de alto desempenho. Os CBCs no esgotam todos os contedos a serem abordados na escola, mas expressam os aspectos fundamentais de cada disciplina, que no podem deixar de ser ensinados e que o aluno no pode deixar de aprender. Ao mesmo tempo, esto indicadas as habilidades e a competncia que ele no pode deixar de adquirir e desenvolver. No ensino mdio, foram estruturados em dois nveis, para permitir uma primeira abordagem mais geral e semiquantitativa no primeiro ano, e um tratamento mais quantitativo e aprofundado no segundo ano. A importncia dos CBCs justica tom-los como base para a elaborao da avaliao anual do Programa de Avaliao da Educao Bsica (PROEB), para o Programa de Avaliao da Aprendizagem Escolar (PAAE) e para o estabelecimento de um plano de metas para cada escola. O progresso dos alunos, reconhecidos por meio dessas avaliaes, constitui a referncia bsica para o estabelecimento de sistema de responsabilizao e premiao da escola e de seus servidores. Ao mesmo tempo, a constatao de um domnio cada vez mais satisfatrio desses contedos pelos alunos gera conseqncias positivas na carreira docente de todo professor. Para assegurar a implantao bem-sucedida do CBC nas escolas, foi desenvolvido um sistema de apoio ao professor que inclui: cursos de capacitao, que devero ser intensicados a partir de 2008, e o Centro de Referncia Virtual do Professor (CRV), o qual pode ser acessado a partir do stio da Secretaria de Educao (http://www.educacao.mg.gov.br). No CRV encontra-se sempre a verso mais atualizada dos CBCs, orientaes didticas, sugestes de planejamento de aulas, roteiros de atividades e frum de discusses, textos didticos, experincias simuladas, vdeos educacionais, etc., alm de um Banco de Itens. Por meio do CRV, os professores de todas as escolas mineiras tm a possibilidade de ter acesso a recursos didticos de qualidade para a organizao do seu trabalho docente, o que possibilitar reduzir as grandes diferenas que existem entre as vrias regies do Estado. Vanessa Guimares Pinto

Ensino Mdio1. IntroduoEste documento apresenta uma Proposta Curricular de Qumica Ensino Mdio. Contm o Contedo Bsico Comum (CBC) para o ensino de Qumica nas escolas do Estado de Minas Gerais, uma proposio de Contedos Complementares, alm de discusses que fundamentam e orientam, de maneira geral, as escolhas feitas.

A Histria deste Documento Na gesto 2002-2006, a Secretaria de Estado da Educao de Minas Gerais iniciou um movimento de inovao curricular para o ensino mdio em todo o Estado. Vrios documentos foram produzidos, e o documento que aqui apresentamos resulta de um processo de elaborao e reelaborao que envolveu consultores e professores da Rede. O primeiro documento desta srie de verses Verso preliminar para discusso - foi produzido pelos consultores e discutido, a partir de maio de 2004, com 187 professores de Qumica do ensino mdio, participantes do Projeto de Desenvolvimento Prossional (PDP), implementado nas Escolas-Referncia e Escolas Associadas, nas diversas regies de Minas Gerais. A partir dessas discusses, um segundo documento foi publicado em 2005. Em janeiro de 2006, nova verso da proposta curricular foi gerada a partir da necessidade de ajustar melhor o tempo para o desenvolvimento da proposta curricular nas escolas. Esta verso foi disponibilizada apenas eletronicamente no Centro de Referncia Virtual do Professor (CRV). Ao longo de 2006, a Secretaria de Estado da Educao de Minas Gerais iniciou um programa para que os professores de Escolas-Referncia da rede pudessem compreender melhor a proposta curricular, aprofundando tambm seus conhecimentos de Qumica e Metodologia de Ensino dessa disciplina. O programa recebeu o nome de Educao Continuada de Professores: Estudo dos Contedos Bsicos Comuns da SEEMG , carinhosamente apelidado de Imerso.

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As discusses estabelecidas com as quatro primeiras turmas que estiveram neste programa de educao continuada possibilitaram um novo redimensionamento da proposta curricular. A partir deste longo caminho que podemos, agora, em 2008, compartilhar com os professores de Qumica da SEE-MG esta ltima elaborao. As Idias Bsicas do Texto As idias e sugestes, apresentadas ao longo das verses dos documentos citados anteriormente, esto de acordo com a losoa dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCN, PCN+ e PCN 2006) (BRASIL, Ministrio da Educao, 2002 e 2006) e com os pressupostos e princpios que orientaram a formulao do Projeto de Reformulao Curricular e de Capacitao de Professores do Ensino Mdio da Rede Estadual de Minas Gerais (PROMEDIO,1997). Para que haja um melhor entendimento do contedo, recomendamos a leitura desses documentos. Consideramos que essa iniciativa de denir contedos bsicos comuns foi uma deciso importante para a qualicao dos programas de ensino. O que se espera que esses contedos propiciem ao estudante uma viso geral da qumica, ainda na primeira srie do ensino mdio.Alm disso, temos expectativa de que tais contedos que forneam as bases do pensamento qumico, seja para estudos posteriores, seja para interpretar os processos qumicos que permeiam a vida contempornea, formando uma conscincia de participao e de transformao da realidade. Desse modo, no se trata, em absoluto, de promover uma simplicao ou um aligeiramento, mas de promover-se uma qualicao de idias bsicas, de potencializar o pensamento e a capacidade de relacionar, sintetizar, propor explicaes a partir do que j se conhece. importante considerar que o que alguns elegem como contedo bsico pode no s-lo para outros, do mesmo modo que o que est proposto como complementar pode se mostrar essencial em funo dos compromissos que rmamos e das demandas especcas de cada escola. As Razes para Ensinar Qumica O ensino da Qumica, como uma das disciplinas da rea Cincias da Natureza, Matemtica e suas Tecnologias, tem a responsabilidade de prover um programa conceitual adequado para atender a diferentes necessidades de indivduos ou de grupos, promovendo tambm situaes favorveis superao de provveis diculdades em relao aprendizagem e ao desenvolvimento dos alunos. muito comum atribuir-se Qumica e s cincias ans a responsabilidade pelo 12

desenvolvimento de materiais e pelo avano tecnolgico, que tanto contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Entretanto, essa mesma qualidade de vida afetada pelas formas dos sistemas econmicos vigentes, pelas mudanas nas estruturas de organizao social e pela produo e consumo de bens de forma desarticulada e desequilibrada. E ento, novamente, voltam-se para a Qumica os olhares, mas, desta vez, de censura. Seria a Qumica e outras cincias ans responsveis pelo mal ou bem-estar social e econmico e pela degradao da natureza, ou seria o uso que fazemos delas que tem comprometido a qualidade de vida de todos? Acreditamos que no somente a aprendizagem do contedo de qumica que afeta a formao do prossional e, antes de tudo, a do ser humano. A maneira como o processo de ensinoaprendizagem ocorre e a natureza dos outros contedos, que fazem parte da constituio almejada do sujeito, so determinantes da qualidade e das competncias humanas a serem desenvolvidas. , ento, desejvel que o ensino da Qumica estimule e exercite atitudes que favoream: Em termos da individualidade: O desenvolvimento do respeito prprio e da auto disciplina; O uso responsvel de nossos talentos, direitos e oportunidades; A conscincia da responsabilidade por nossa prpria vida, dentro de nossas capacidades. Em termos das relaes interpessoais: O respeito ao prximo e s diferenas individuais; O trabalho cooperativo e a solidariedade; O respeito privacidade e aos direitos dos outros. Em termos da nossa sociedade: A compreenso e a conscientizao de responsabilidades como cidados; A rejeio a valores ou a aes que podem prejudicar indivduos ou comunidades; O respeito diversidade cultural e religiosa; A participao nos processos democrticos por meio de todos os setores da comunidade; A priorizao da verdade, integridade, honestidade e bondade na vida pblica e privada. Em termos do ambiente: A compreenso do lugar dos diversos seres na natureza; A compreenso da nossa responsabilidade para com todas as espcies; 13

A conscincia de nossa responsabilidade para manter um ambiente sustentvel para geraes futuras; A conscincia para a preservao do balano e da diversidade na natureza; A preservao de reas de beleza e interesse para geraes futuras.

Assim sendo, consideramos adequado nos apoiarmos nas premissas dos PCN+, armando que: A Qumica pode ser um instrumento de formao humana que amplia os horizontes culturais e a autonomia no exerccio da cidadania, se o conhecimento qumico for promovido como um dos meios de interpretar o mundo e intervir na realidade, se for apresentado como cincia, com seus conceitos, mtodos e linguagens prprios, e como construo histrica, relacionada ao desenvolvimento tecnolgico e aos muitos aspectos da vida em sociedade (PCN+). De maneira especial espera-se: Que o aluno reconhea e compreenda, de forma integrada e signicativa, as transformaes qumicas que ocorrem nos processos naturais e tecnolgicos em diferentes contextos, encontrados na atmosfera, hidrosfera, litosfera, e suas relaes com os sistemas produtivo, industrial e agrcola (PCN+). Em vista do exposto, consideramos que a organizao do programa e do ensino precisa responder demanda atual de possibilitar ao aluno: A compreenso tanto dos processos qumicos em si, quanto da construo de um conhecimento cientco em estreita relao com as aplicaes tecnolgicas e suas implicaes ambientais, sociais, polticas e econmicas (PCN+). Alm disso, desejvel que o aluno possa ter condies de julgar com fundamentos as informaes advindas da tradio cultural, da mdia e da prpria escola e tomar decises autonomamente, enquanto indivduos e cidados (PCNEM, 1999).

2. Os Contedos Bsicos Comuns e os Contedos Complementares de QumicaA proposta de serem apresentados os Contedos Bsicos Comuns (CBC) proporcionar ao estudante uma viso bem geral da qumica no primeiro ano do ensino mdio. Isto se ancora no pressuposto, revelado por pesquisas da SEE-MG (2005), de que h uma grande evaso de alunos ainda no primeiro ano. importante destacar que o CBC o contedo mnimo que deve ser abordado no 1 ANO do ensino mdio para todos os alunos das escolas da Rede Estadual. A escola que possuir condies favorveis pode e deve avanar mais.

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Os Contedos Complementares foram pensados para serem abordados ao longo do 2 e do 3 anos do ensino mdio. Cada escola tem a liberdade para organizar a abordagem dos Contedos Complementares de acordo com as opes de sua Proposta Pedaggica. A Organizao da Proposta Esta proposta curricular est organizada em torno de trs eixos: Eixo 1 - Materiais Eixo 2 - Modelos Eixo 3 - Energia Estes eixos aparecem tanto no CBC quanto nos Contedos Complementares. Os eixos so organizados em temas, desdobrados em tpicos/habilidades e detalhamento de habilidades. A proposio dos eixos Materiais, Modelos e Energia considera que a Qumica, embora tendo o seu prprio objeto de estudo, comporta um dilogo amplo e interdisciplinar com a Biologia e com a Fsica. Portanto, a opo apresentada para o ensino a de favorecer uma abordagem interdisciplinar e contextualizada, cuidando para que a Qumica no perca sua especicidade, esforo que se fez ao explicitar as habilidades a serem promovidas. Os Focos Conceituais Ao pensarmos na seleo e organizao dos contedos que, no nosso entendimento, seriam fundamentais para dar uma viso geral da Qumica no 1 ano, tivemos que fazer opes. Fazer opes no fcil e nossa tendncia considerar tudo como importante. Para nossa orientao, seguimos alguns critrios. Explicitaremos estes critrios para que voc, professor, possa compreender o que determinou nossas escolhas. Esses critrios no so novos e muitos de vocs j devem ter familiaridade com eles. Eles tm sido para ns o indicador de uma busca de inovao curricular, j desencadeada em 1997 pela prpria Secretaria de Estado da Educao de Minas Gerais com o Promdio (PROMDIO, 1997). Muito do que vamos aqui reapresentar foi extrado do documento do Promdio e, trata-se, portanto de uma rearmao daqueles mesmos princpios, que tm como base avaliaes da tradio estabelecida no ensino de Qumica em nosso pas, que apontavam aspectos que necessitavam ser ultrapassados1.1* As caractersticas e tendncias dos currculos de Qumica da maioria das escolas brasileiras de ensino mdio esto apresentadas e discutidas detalhadamente em artigo publicado na revista cientca Qumica Nova, peridico produzido pela Sociedade Brasileira de Qumica, intitulado A proposta curricular de Qumica do Estado de Minas Gerais: Fundamentos e Pressupostos (MORTIMER, MACHADO e ROMANELLI, 2000).

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Nosso primeiro critrio considera os focos de interesse do conhecimento qumico no nvel mdio de ensino. Consideramos que, para que um estudante compreenda o objeto de conhecimento da Qumica, os materiais e as substncias, fundamental que ele compreenda a articulao que existe entre as propriedades, constituio e transformaes dos materiais. Como um recurso, apresentamos esses aspectos sob forma de um tringulo:

Como descrito na proposta do Promdio (1997), o conhecimento das substncias e dos materiais diz respeito a suas propriedades, tais como dureza, ductibilidade, temperaturas de fuso e ebulio, solubilidade, densidade e outras passveis de serem medidas e que possuem uma relao direta com o uso que se faz dos materiais. Os conhecimentos que envolvem os modelos explicativos, relativos ao mundo dos tomos e das partculas subatmicas, as propostas para conceber a sua organizao e interaes so determinantes para a compreenso dos fenmenos da Qumica. A partir desses conhecimentos pode-se, ento, compreender e at planejar a execuo das transformaes dos materiais. As inter-relaes desses conhecimentos so fundamentais para que muitos conceitos da Qumica possam ser compreendidos. Enm, as relaes entre os conceitos so to importantes quanto o prprio conceito, uma vez que as relaes constituem o amlgama a partir do qual os conceitos adquirem signicados especcos. As Formas de Abordagem Para os focos conceituais adotados (constituio, propriedades e transformao de materiais) didaticamente interessante distinguir as trs formas de abordagem para os conceitos qumicos: os fenmenos; as teorias e modelos explicativos; e as representaes. 16

Formas de AbordagemFenmenos

Teorias Modelos

Representaes

Envolvendo tais aspectos conceituais, as diferentes formas de abordagem possibilitam ao estudante o desenvolvimento de habilidades e atitudes de investigao e compreenso acerca dos fenmenos associados Qumica. Tais aquisies baseiam-se na convivncia com a linguagem simblica/representacional dessa cincia e na apropriao de conceitos e sistemas tericos que capacitam o aluno a dar explicaes lgicas dentro desse campo de estudo e dos fenmenos que o cercam em sua vida em sociedade. Como concebemos os trs aspectos do conhecimento qumico: O aspecto fenomenolgico se refere aos fenmenos de interesse da qumica, sejam aqueles concretos e visveis, como a mudana de estado fsico de uma substncia, sejam aqueles a que temos acesso apenas indiretamente. Por exemplo, as interaes radiao-matria como os raios X no podem ser vistas, mas podem ser detectadas por espectroscopia. Os fenmenos da qumica tambm no se limitam queles que podem ser reproduzidos em laboratrio. Falar sobre o supermercado, sobre o posto de gasolina , tambm, uma recorrncia fenomenolgica. Neste caso o fenmeno est materializado na atividade social. E isso que vai dar signicado para a Qumica do ponto de vista do aluno. So as relaes sociais que ele estabelece atravs da Qumica que mostram que a Qumica est na sociedade, no ambiente. A abordagem da Qumica do ponto de vista fenomenolgico tambm pode contribuir para promover habilidades especcas, tais como controlar variveis, medir, analisar resultados, fazer grcos, etc.( PROMEDIO, 1997). A tradio que a maioria dos professores de Qumica ainda mantm, por motivos que ora no discutiremos, a de no fazer presentes, em sala de aula ou no seu ensino, fenmenos relacionados com essa cincia. O aspecto representacional da Qumica sobremaneira enfatizado, em detrimento dos outros dois. 17

A ausncia dos fenmenos nas salas de aula pode fazer com que os alunos tomem por reais as frmulas das substncias, as equaes qumicas e os modelos para a matria. necessrio, portanto, que os trs aspectos compaream igualmente. A produo de conhecimento em Qumica resulta sempre de uma [unidade] dialtica entre teoria e experimento, pensamento e realidade. Mesmo porque no existe uma atividade experimental sem uma possibilidade de interpretao. Ainda que o aluno no conhea a teoria cientca necessria para interpretar determinado fenmeno ou resultado experimental, ele o far com suas prprias teorias implcitas, suas idias de senso comum. (PROMDIO, 1997) Como destacamos anteriormente, a ida ao supermercado ou a uma farmcia, a visita a uma indstria ou a uma estao de tratamento de gua, a investigao da corroso de um objeto de ferro ou a da degradao de um monumento tambm so atividades que se caracterizam pela ao de experienciar, vivenciar, em geral de forma sistematizada. Nas atividades realizadas em sala de aula ou laboratrio, pode-se desenvolver, com maior orientao, habilidades especcas, como controlar variveis, organizar dados em tabelas e construir grcos, etc. Esses so contedos procedimentais extremamente relevantes na sociedade atual. A convivncia do estudante com uma atividade prtica ou um experimento, de forma orientada, promove uma maneira de pensar em qumica como uma constante interlocuo entre teoria e realidade, ou, em outras palavras, a conscincia da viso da realidade como permanentemente dialtica.Assim, o exerccio de formular hipteses, desenvolver formas de test-las, modic-las de acordo com os resultados, etc., faz parte da constituio do sujeito prossional e social. O aspecto terico relaciona-se a informaes de natureza atmico-molecular, ou seja, quando se trata de propor explicaes dos fenmenos, baseadas em modelos abstratos que envolvem entidades no diretamente perceptveis ou hipotticas, como tomos, molculas, ons, eltrons, etc., o professor ou o estudante est focalizando o aspecto terico do conhecimento. Assim tambm ocorre quando frmulas ou funes matemticas so aplicadas no estudo e na explicao dos fenmenos. O aspecto representacional compreende informaes inerentes linguagem qumica, tais como as frmulas das substncias, equaes qumicas, representaes dos modelos, grcos e equaes matemticas. Os Diferentes Nveis de Profundidade Os conceitos podem ser abordados em diferentes momentos e nveis de profundidade.Eles emergem, submergem e emergem novamente nos diferentes eixos do CBC e dos Contedos Complementares. 18

Esse movimento possibilitar uma viso geral no CBC e um aprofundamento nos Contedos Complementares. Alm disso, apresenta-se como um recurso de democratizao e de incluso, pois quem no aprendeu no momento em que foi ensinado tem nova oportunidade de aprender. Quem j aprendeu tem possibilidade de aprofundar, ampliar e estabelecer novas relaes. No se emerge ou submerge no mesmo contexto, mas em outros nos quais os contedos so vistos em funcionamento. fundamental promover um envolvimento mais estreito da disciplina Qumica com a proposta pedaggica de cada escola, estimulando a participao dos estudantes em projetos de trabalho voltados para o que prprio de cada contexto. As diferenas das condies e das culturas regionais em nosso Estado podem, assim, ser respeitadas, bem como os interesses mais especcos dos estudantes e professores. A Abordagem de Conceitos em Relao a Situaes Concretas de Vida Conforme o resultado das discusses junto aos professores, cou evidente que a contextualizao favorece aprendizagem de conceitos. Muitas so as estratgias e os motivos para se eleger um assunto ou problema para estudo e pesquisa. Uma metodologia que muito adequada a esse tipo de abordagem o trabalho com projetos. Os projetos, quando bem planejados, envolvem uma diversidade de aes e de reas do saber. Portanto, congura-se como uma especial condio para a construo de conhecimento, bem como momento privilegiado para incorporar-se a dimenso afetiva na formao dos alunos. Provavelmente os prprios alunos j do indicadores de seus interesses. Muitas vezes o que se deseja no ir muito alm no aprofundamento do contedo em si, mas o estabelecimento de relaes entre temas cujas fronteiras no se limitam Qumica ou a contedos formais da escola. O nosso cotidiano e a vida em geral j se constituem em um frtil campo para gerar idias. A Abordagem Investigativa A natureza investigativa, comum a tantas mentes jovens, deixa-os inquietos, pois vivemos um momento de grande saturao de informaes e de poucas relaes e condies determinantes sedimentao do saber cientco propriamente dito. 19

Devido s condies tecnolgicas atuais, as redes de relaes entre fatos e fenmenos do mundo inteiro esto mais explcitas e disponveis. Em conseqncia disso e de outras razes econmicas, sociais e histricas, somos, na maioria das vezes, apenas usurios do conhecimento e raramente senhores da construo e transformao dos saberes. A mudana desse quadro passa pela inventividade, pela abertura para o novo e pela formao de um sujeito crtico, capaz de desenvolver, apropriar, produzir e interagir com os tantos saberes desejveis para estabelecer uma comunidade mais harmoniosa e com maior qualidade social.

3. Processos de Ensino e Aprendizagem em Sala de AulaEm um sentido geral, o trabalho coletivo entre os vrios atores que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem infelizmente no faz parte de nossa cultura escolar e precisa ser estimulado. A sala de aula um sistema social onde signicados e entendimentos so negociados e desenvolvidos. H uma multiplicidade de vozes em jogo, conceituais, ideolgicas, etc., constituindo apoios e disputas. Essa complexidade feita de interaes, signicaes e diferentes vozes precisa ser considerada para que possamos compreender a dinmica do ensino e aprendizagem escolar. Formas de Compreender o Ensino e a Aprendizagem Acreditamos que a prtica docente, em geral, fortemente inuenciada por teorias de aprendizagem, mesmo quando no nos damos conta disso ou quando apresentamos restries a elas. A reexo que fazemos sobre a nossa prtica como professores e dos processos de aprendizagem dos alunos, seguramente, pode auxiliar-nos, minimizando as aes de ensaio-e-erro, os modismos ou a repetio inconsistente da prtica. Por vezes, fazemos uso de textos e outros materiais instrucionais, sem nos darmos conta dos pressupostos tericos e orientaes metodolgicas que os sustentam. Nossa atividade, possivelmente, ser mais ecaz se conduzida conscientemente a partir de uma reexo terica acerca do ensino e da aprendizagem e de como se concebe a produo do conhecimento humano. Ter conscincia de nossa funo social como educadores, implica saber identicar fatores envolvidos tanto em nossa formao quanto na de nossos alunos.

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As relaes interpessoais que se estabelecem em sala de aula so fundamentais na congurao do clima de convivncia e, portanto, da aprendizagem. Contribuies de Vygotsky e Bakhtin A introduo, na dcada de 80, das idias do psiclogo russo L. S. Vygotsky no mundo acadmico ocidental levou reconsiderao do papel do professor na sala de aula e, conseqentemente, redirecionou e ampliou a viso de muitos trabalhos de investigao nesta rea. Esse o caso da nova dimenso que a linguagem adquiriu nas anlises dos processos de signicao. As relaes entre os sujeitos passaram a ser foco de estudo e a considerao da constituio social dos sujeitos levou valorizao dos espaos coletivos de interao. Nesta perspectiva scio-interacionista de aprendizagem, podemos destacar dois aspectos fundamentais da aprendizagem humana: Apresenta uma natureza individual, concebida no aprendiz, que um organismo biolgico, um sistema aberto para interagir. Encontramos este indivduo embebido neste meio de natureza social, que um campo de estimulao com o qual constantemente interage.

A partir dessas interaes, as pessoas constroem e reconstroem suas identidades e idias. medida que o professor se encontra nesse campo, ele passa a ser participante irremedivel dos processos de co-construo vividos pelo aluno como aprendiz. Nessa perspectiva, o trabalho em sala de aula implica a necessidade de dar mais ateno natureza dialgica das interaes. Isso signica que fundamental que se ofeream oportunidades nas quais alunos e professores tenham espao para expressar o que pensam e ouvir o que os outros pensam. A qualidade dessa mediao / interao depende de como o professor entende o que a qumica e a sua relevncia para o contexto em que vive. assim que vamos ensinando qumica: ouvindo o que os alunos pensam sobre os fenmenos e apresentando a forma como a Qumica fala desses fenmenos. As situaes nas quais os jovens so colocados em contato com as formas sistematizadas do conhecimento so fundamentais para que eles elaborem internamente as idias que tm sobre o mundo. A nossa presena, os textos que trazemos, os projetos que desenvolvemos em sala de aula so vozes de muitos lugares e saberes, so mltiplas linguagens em interao. 21

Por meio da linguagem, estamos sempre atribuindo signicado ao do outro e essa nossa iniciativa permite que o outro transforme a sua ao. Se isso ocorre na escola, de forma sistematizada, estamos promovendo situaes de instruo e de desenvolvimento. Ao enriquecer a escola com a diversidade textual de fora, tarefa de todos professores, dos diversos campos do saber, trazemos o mundo para dentro da escola, criando-se condies para que os alunos se apropriem do conhecimento sistematizado.

4. Aspectos Relacionados ao Trabalho Dirio do ProfessorSabemos que cabe ao professor a tarefa do dia-a-dia, do contato permanente com o aluno e da gesto do trabalho educativo dentro de sua comunidade escolar. Dentre os seus saberes fala muito alto o conjunto de atitudes e a postura afetiva que o professor dispe em sala de aula. Em vista da organizao e elaborao do trabalho e do desenvolvimento das atividades, explicitamos, a seguir, alguns pressupostos ou princpios que acreditamos auxiliar o professor a atingir tais objetivos. Em termos do valor formativo dos contedos Assegurar clareza nas ligaes do contedo de um eixo com os outros e com os temas do programa; Identicar os conceitos e idias centrais, distinguindo o essencial do secundrio; Identicar as idias cientcas, sua relevncia e seu nvel de abordagem para cada estgio de desenvolvimento do aluno, ou seja, considerar sempre a relao estabelecida com as idias prvias do aluno sobre tal contedo; Dar nfase ao fato de que a compreenso da Qumica depende da apropriao de uma linguagem correspondente, de smbolos, frmulas e algoritmos que foram convencionados e universalmente estabelecidos; Manter a abordagem do contedo tal que seja ampla o suciente para contextualizar a cincia em nossa vida, seus usos tecnolgicos e suas implicaes para a nossa sade e a do ambiente; Conceber que o ensino e a aprendizagem so processos mediados por linguagens e emoo.

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Em termos da seqenciao do contedo e progresso do aluno Identicar que idias dependem fundamentalmente da compreenso de outras; Estar atento aos conhecimentos prvios dos alunos e dar condies s elaboraes mentais necessrias ao processo de desenvolvimento e formao dos conceitos cientcos; Manter condies para a reviso e o reforo das idias dos estudantes; Diagnosticar freqentemente a compreenso e o grau de diculdade de aprendizagem dos alunos sobre as idias centrais para as necessrias reformulaes do ensino.

Em termos da metodologia e interaes subjetivas em sala de aula Admitir a existncia de vrias vozes e linguagens na construo coletiva do conhecimento na aula de Qumica; Assegurar a manifestao do aluno ou de grupos de alunos sobre suas idias ou dvidas durante as atividades, conferindo-lhes signicados e revendo as formas e linguagem de ensino; Assegurar oportunidades para o aluno se desenvolver nas vrias linguagens (Portugus, Matemtica, Artes, etc.); Assegurar as condies e idias que oportunizem o exerccio da investigao cientca pelo aluno; Prover atividades que garantam ao aluno o acesso a diversas fontes de consulta (jornais, revistas, livros para-didticos, etc.), bem como a pessoas, grupos ou instituies que possam contribuir para o desenvolvimento de valores sociais e culturais. Disponibilizar condies e atividades que possibilitem o desenvolvimento de competncias relacionadas representao e comunicao, investigao e compreenso, contextualizao scio-histrica-cultural; Admitir que os sujeitos (da comunidade da escola) so tambm constitudos a partir de seu meio social, cultural e histrico; Admitir que o estudante um co-partcipe de seu processo de formao integral e que o professor um mediador na construo do saber na escola.

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5. Aspectos Relacionados ao Desenvolvimento de Habilidades Gerais e ao Acompanhamento da AprendizagemAo longo do estudo da Qumica, h diversas oportunidades para se desenvolverem habilidades e aprendizagem de contedos cientcos, uma vez que o processo de construo e aquisio dessas gradual. Muito embora as habilidades que quase sempre so avaliadas sejam as correlacionadas aos tpicos de contedo, entendemos que h aquelas de espectro mais amplo. So vetores para a mudana ou estabelecimento de atitudes favorveis ao desenvolvimento do aluno como ser humano, crtico e aberto a novos saberes. Tais habilidades, quase sempre, podem ser reunidas em categorias, logo a seguir apresentadas. Consideramos importante que o professor tenha em vista esta congurao, pois tal se presta como matriz para a sua organizao cotidiana, em vista dos saberes a serem exercitados, saberes estes que, quase nunca, esto em livros ou materiais didticos. So as seguintes as habilidades que denominamos gerais, por categoria: Representao e comunicao Ter participao oral; Ler textos de diversos gneros; Sintetizar o contedo de um texto ou fala do professor; Desenvolver a capacidade de fazer inferncias a partir de leitura de textos; Elaborar exposio oral ou escrita sobre assuntos divulgados por texto; Descrever fenmenos observados ou fatos presenciados; Registrar dados de fenmenos observados; Produzir textos na composio de trabalhos.

Investigao e compreenso 24 Realizar experimentos; Utilizar instrumentos e equipamentos adequadamente; Observar os fenmenos criteriosamente; Fazer generalizaes a partir de observaes, anlise de fenmenos, resultados ou explicaes; Classicar fenmenos ligados a um mesmo princpio organizador de um contedo; Reconhecer aspectos fenomenolgicos e representacionais do contedo qumico; Estabelecer relao de dados obtidos e generalizaes possveis sobre os contedos;

Analisar dados coletados ou resultados obtidos; Reconhecer o papel das suposies e hipteses para a construo de explicaes sobre fenmenos estudados; Propor explicaes tericas para fenmenos; Fazer comparaes entre textos que abordam o mesmo contedo; Localizar conceitos gerais em textos diversos; Discutir resultados para emitir opinies ou tirar concluses; Analisar logicamente o contedo; Estabelecer relaes entre conceitos no interior de matrizes tericas; Formar e emitir opinio sobre contedos que l em diversas fontes de divulgao de conhecimento.

Contextualizao scio-histrica Respeitar o outro; Participar do trabalho e contribuir para a execuo em grupo; Estabelecer relao entre contedos de aula e fatos de sua vida; Compreender o papel da tecnologia na construo e apropriao do conhecimento cientco; Reconhecer e compreender a cincia e a tecnologia qumicas como criao humana, portanto inseridas na histria e na sociedade em diferentes pocas; Reconhecer o papel do conhecimento qumico no desenvolvimento tecnolgico atual, em diferentes reas do setor produtivo, industrial e agrcola; Desenvolver uma viso crtica sobre a interao do ser humano com os materiais do planeta Terra; Contribuir com fontes diversas para a construo do conhecimento em sala de aula; Fazer uso do conhecimento da Qumica nos cuidados com a sade e segurana; Compreender e avaliar a cincia e tecnologia qumica sob o ponto de vista tico para exercer a cidadania com responsabilidade, integridade e respeito; Emitir julgamento com base em argumentao de conhecimento de causa. Quando analisamos tais habilidades, naturalmente reconhecemos que a maioria de natureza formativa e, portanto, a formao delas um processo gradual e contnuo e no so, tal como as relacionadas aos conceitos qumicos, mensurveis de maneira quantitativa. Assim, a avaliao s pode ser processual, permanente e contnua. O que o aluno faz e revela, em muitos momentos do processo, constitui-se em indicadores de como ele est se desenvolvendo ou como se conguram suas idias a propsito de determinados conceitos cientcos ou relacionados a atitudes. 25

No planejamento dos trabalhos para o aluno, podem ser previstas atividades que so especialmente adequadas para evidenciar se o aluno aprendeu, ou para prover indicativos da sua evoluo parcial e do seu desenvolvimento naquele momento. O resultado dessas atividades pode ser um recurso para uma avaliao diagnstica. Prestam-se especialmente para subsidiar movimentos de retomada e/ou reforo em momentos especcos do processo de ensino e aprendizagem. Por outro lado, existem aquelas atividades que, realizadas e registradas, indicam uma etapa completa de formao do estudante: estas podem servir de recurso para uma avaliao formativa. A criao e o uso de instrumentos diversicados de avaliao pelo professor possibilitam aos alunos acompanharem seus prprios avanos, suas diculdades e suas possibilidades de aprendizagem. Se o professor planeja instrumentos ou atividades que favoream a emergncia de momentos em que o aluno possa socializar a sua aprendizagem ou reetir sobre o seu desenvolvimento, ele est promovendo no aluno a construo de sua autonomia e autoconana, to desejveis para a sua formao. Critrios para o Planejamento do Ensino Em vista do que foi discutido nas sees anteriores deste documento, muitas argumentaes foram-se constituindo em bases de referncia para o trabalho do professor em relao s reexes sobre os contedos qumicos, tanto conceituais quanto os relacionados a atitudes e valores. Para contribuir, portanto, para o planejamento do ensino, apresentamos, a seguir, alguns critrios de seleo de contedos. Eleio de Contedos a Partir de Temas de Estudo Os estudantes, com freqncia, apresentam diculdades em estabelecer relaes entre os contedos da cincia escolar e situaes da vida cotidiana. Uma das formas de enfrentar tal situao a organizao dos contedos em torno de temas vinculados vivncia dos estudantes ou ao universo cultural da humanidade, o que estamos chamando de contextos de signicado (APEC, 2003). Integrao dos Saberes Disciplinares Esse critrio importante na superao da fragmentao com que vm sendo tratados os contedos. Nessa perspectiva importante estabelecer dilogos e conexes entre as abordagens de contedos qumicos, fsicos e biolgicos, sem nos esquecermos das dimenses histricas, dos aspectos ticos e dos interesses diversos que esto por trs do conhecimento cientco.

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Verticalizao dos Contedos Ao introduzir um assunto novo, desejvel faz-lo primeiro de um modo mais geral e qualitativo e, depois, caminhar para uma verticalizao conceitual em nvel crescente de complexidades. O tratamento interdisciplinar no um critrio exclusivo e seletivo para o desenvolvimento do currculo. H especicidades que precisam ser observadas e enfrentadas como conhecimentos disciplinares. Relevncia dos Contedos O ensino da Qumica precisa ter uma forte insero em questes da vida cotidiana e tambm em questes que envolvem segurana pessoal e social. No podemos nos esquecer de que lidamos com jovens em momentos importantes da formao intelectual e moral da vida deles e que, junto com a famlia e com a sociedade em geral, somos co-responsveis pelos sujeitos que estamos formando. Cabe lembrar que grande parte da vida deles passada no mbito da escola, o que nos imprime uma maior responsabilidade como formadores. Recursividade dos Contedos A recursividade um instrumento de promoo da aprendizagem e do desenvolvimento progressivo do estudante em seus processos de socializao. A abordagem de certos contedos feita de modo recursivo permite o tratamento de contedos em diferentes nveis de complexidade e em diferentes contextos, ao longo do processo de escolarizao. O currculo recursivo gera oportunidade de aprender para aqueles que ainda no tenham aprendido. E permite, queles que j aprenderam, alargar suas construes conceituais e explicativas em novos contextos de aprendizagem. Comeo, Meio e Fim Todo contedo a ser eleito precisa estar circunstanciado histria daqueles alunos de modo que no terminem a educao bsica com um pedao de informao que no foi pensada na sua totalidade. H que se elegerem os contedos com base nas necessidades formativas dos estudantes, dos tempos e espaos escolares, entre outros. Interao entre os Discursos Cotidiano e Cientco Considerando esse conjunto de aspectos, a organizao e o desenvolvimento do currculo de Qumica podem possibilitar uma interao entre o discurso cientco da Qumica e o discurso cotidiano.

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Isso s acontecer se o discurso cientco zer sentido para os estudantes. Isso pode ser alcanado tanto problematizando as idias informais dos estudantes quanto criando contextos que sejam signicativos para eles. Contudo, a educao em Qumica s se justica se ela for capaz de conferir outros sentidos e modos alternativos de explicar os fenmenos para alm daqueles que os estudantes j utilizam no seu cotidiano. Para que um currculo estabelea um maior sentido social, ele precisa considerar os contextos de vivncia dos estudantes, bem como os contextos mais distantes, que tm signicao para a humanidade como um todo. Alm disso, para promover o desenvolvimento dos contedos cientcos, necessrio que o currculo seja bem dimensionado em relao ao que se ensina e quantidade e complexidade dos conceitos que so abordados. Certamente isso no se atinge por intermdio de um currculo que apresente uma estrutura conceitual carregada, quando o signicado de aprender Qumica se reduz a aprender o contedo qumico desvinculado de situaes concretas da vida.

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Contedo Bsico Comum de Qumica - 2007 Os tpicos obrigatrios so numerados em algarismos arbicos Os tpicos complementares so numerados em algarismos romanos

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Eixo Temtico IMateriaisTema 1: Propriedades dos MateriaisTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES

1. Materiais: propriedades - n. de aulas sugeridas: 20 1.1.1. Identificar os materiais mais abundantes no planeta: rochas, minerais, areia, gua e ar.

1.1.2. Relacionar a constituio dos seres vivos com os materiais existentes no ambiente. 1.1. Reconhecer a origem e ocorrncia de materiais. 1.1.3. Relacionar as propriedades dos materiais como plsticos, metais, papel e vidro aos seus usos, degradao e reaproveitamento.

1.1.4. Apontar, por exemplo, a diversidade de usos dos materiais e suas conseqncias ambientais, principalmente relacionadas ao aquecimento global. 1.2.1. Identificar Temperatura de Fuso (TF), Temperatura de Ebulio (TE), Densidade e Solubilidade como propriedades especficas dos materiais.

1.2. Identificar propriedades especficas e a diversidade dos materiais.

1.2.2. Diferenciar misturas de substncias a partir das propriedades especficas.

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1.3.1. Reconhecer que a constncia das propriedades especficas dos materiais (TF, TE, densidade e solubilidade) serve como critrio de pureza dos materiais e auxiliam na identificao dos materiais.

1.3.2. Caracterizar, a partir do uso de modelos, os estados fsicos dos materiais.

1.3. Identificar as propriedades fsicas: temperaturas de fuso e ebulio.

1.3.3. Nomear as mudanas de fase e associar essas mudanas com a permanncia das unidades estruturais, isto , reconhecer que a substncia no muda.

1.3.4. Realizar experimentos simples sobre as mudanas de estado fsico e interpret-los de acordo com as evidncias empricas.

1.3.5. Construir e interpretar grficos como recurso de apresentao de resultados experimentais.

1.3.6. Construir e interpretar tabelas como recurso de apresentao de resultados experimentais. 1.3.7. Reconhecer as variaes de energia envolvida nas mudanas de fase.

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1.3.8. Relacionar a variao da presso atmosfrica com os efeitos na variao da TE. 1.3.9. Construir e analisar grficos relativos s mudanas de fase. 1.3.10. Prever os estados fsicos de um material em funo das suas TF e TE. 1.4.1. Aplicar o conceito de densidade em situaes prticas. 1.4. Identificar a propriedade fsica densidade. 1.4.2. Realizar experimentos simples, envolvendo a densidade. 1.4.3. Analisar as relaes massa, volume e densidade por meio de grficos. 1.5.1. Aplicar o conceito de solubilidade em situaes prticas. 1.5.2. Realizar experimentos simples, envolvendo a solubilidade. 1.6.1. Identificar mtodos fsicos de separao em situaes-problemas. 1.6.2. Relacionar o tipo de processo de separao com as propriedades fsicas dos materiais. 1.6.3. Associar alguns fenmenos do cotidiano a processos de separao. 1.6.4. Realizar e interpretar procedimentos simples de laboratrio para separao de misturas. 1.6.5. Identificar os equipamentos mais utilizados para separao de misturas.

1.5. Identificar a propriedade fsica solubilidade.

1.6. Reconhecer mtodos fsicos de separao de misturas.

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1.7.1. Reconhecer materiais de uso comum que apresentem comportamento cido, bsico e neutro. 1.7. Reconhecer o comportamento cido, bsico e neutro de materiais. 1.7.2. Associar o carter cido, bsico e neutro ao valor de pH. 1.7.3. Reconhecer alguns indicadores mais comuns e seus comportamentos em meio cido, bsico e neutro. 2. Materiais: constituio - n. de aulas sugeridas: 6 2.1.1. Admitir que os materiais so constitudos por partculas e espaos vazios - modelo cintico molecular.

2.1.2. Reconhecer a relao entre as partculas que constituem os materiais e a diversidade de tipos de tomos (elementos qumicos).

2.1. Saber como so constitudas as substncias.

2.1.3. Entender que a combinao de tomos do mesmo tipo ou de tomos diferentes d origem s substncias simples ou compostas.

2.1.4. Reconhecer os principais cidos, bases sais e xidos.

2.1.5. Identificar as principais diferenas entre materiais de natureza orgnica e inorgnica.

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2.2.1. Identificar os smbolos dos elementos qumicos mais comuns. 2.2.2. Localizar elementos qumicos mais comuns na Tabela Peridica. 2.2. Conceituar elemento qumico. 2.2.3. Utilizar o conceito de elemento qumico em situaes-problema. 2.2.4. Reconhecer que as substncias podem ser representadas por frmulas e reconhecer frmulas de substncias mais comuns. 2.3.1.Reconhecer que a maior parte dos materiais constituda de misturas homogneas ou heterogneas de diferentes substncias. 2.3.2. Reconhecer que soluo uma mistura homognea na qual os constituintes so substncias diferentes. 2.3.3. Saber que, em uma soluo, d-se o nome de soluto substncia que se encontra em menor quantidade, e solvente quele que a dissolve. 2.3. Saber como so constitudas as misturas. 2.3.4. Realizar clculos simples envolvendo a relao entre o valor da massa do soluto e a massa ou volume do solvente. 2.3.5. Saber que a concentrao da soluo pode ser dada como massa(g)/massa(g) ou massa(g)/volume(L). 2.3.6. Identificar solues mais e menos concentradas em funo das relaes entre soluto/ solvente. 2.3.7. Fazer clculos que envolvam proporcionalidade para determinar o valor da concentrao de solues. 2.3.8. Prever a solubilidade de uma substncia por meio de curvas de solubilidade.

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3. Materiais: transformaes qumicas (TQ) - n. de aulas sugeridas: 14

3.1.1.Relacionar TQ com a formao de novos materiais, cujas propriedades especficas so diferentes daquelas dos reagentes.

3.1.2.Reconhecer evidncias como indcios da ocorrncia de reao.

3.1.3. Inferir sobre a ocorrncia de TQ a partir da comparao entre sistemas inicial e final. 3.1. Reconhecer a ocorrncia de TQ. 3.1.4. Reconhecer a ocorrncia de uma TQ por meio de um experimento ou de sua descrio.

3.1.5. Planejar e executar procedimentos experimentais simples, envolvendo TQ.

3.1.6. Reconhecer a decomposio por meio de aquecimento ou da biodegradao como evidncia de transformao de energia nos processos qumicos.

3.2. Reconhecer e representar TQ por meio de equaes.

3.2.1. Reconhecer uma TQ como uma transformao que envolve o rearranjo de tomos.

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3.3.1. Reconhecer que os elementos qumicos e o nmero de tomos se conservam nas TQ, mas que as substncias mudam.

3.3. Reconhecer a conservao do nmero de tomos nas TQ.

3.3.2. Compreender que em uma TQ a massa se conserva porque ocorre um rearranjo dos tomos.

3.3.3. Saber interpretar equaes qumicas balanceadas como representaes para TQ mais comuns.

3.4. Reconhecer a conservao da massa nas TQ.

3.4.1. Propor e reconhecer procedimentos experimentais simples para a determinao das quantidades envolvidas nas transformaes qumicas.

3.5. Propor modelos explicativos para as TQ.

3.5.1. Explicar TQ usando um modelo e saber represent-lo adequadamente. 3.5.2. Entender alguns aspectos das TQ relacionados velocidade

3.6. Reconhecer que h energia envolvida nas TQ.

3.6.1. Reconhecer que uma TQ pode ocorrer com liberao ou absoro de energia na forma de calor e/ou luz.

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Eixo Temtico IIModelosTema 2: Constituio e a Organizao dos materiaisTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES

4. Modelo cintico molecular - n. de aulas sugeridas: 8 4.1.1.Compreender que os materiais so constitudos por partculas muito pequenas e que se movimentam pelos espaos vazios existentes nos materiais. 4.1.2. Reconhecer que o movimento das partculas est associado sua energia cintica e que partculas diferentes se movimentam com velocidades diferentes. 4.1.3. Associar o aumento da temperatura de um sistema com o aumento da velocidade com que as partculas se movimentam. 4.1. Caracterizar o modelo cintico-molecular. 4.1.3. Reconhecer que as partculas de um sistema em equilbrio trmico tm todas a mesma energia cintica mdia. 4.1.4. Compreender que as partculas interagem entre si e que a formao de uma nova substncia resulta da combinao de tipos distintos de partculas. 4.1.5. Representar, por meio do modelo cintico-molecular, os estados fsicos dos materiais. 4.1.6. Utilizar o modelo cintico-molecular para representar os estados fsicos e mudanas de fases.

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4.2.1. Entender, por meio do modelo cinticomolecular, propriedades especcas dos materiais, tais como a constncia da temperatura durante as mudanas de fase. 4.2.2. Entender, por meio do modelo cintico-molecular, propriedades especcas dos materiais, tais como a inuncia da presso atmosfrica na temperatura de ebulio. 4.2. Aplicar o modelo cintico molecular para compreender e explicar algumas propriedades especficas dos materiais. .

4.2.3. Entender, por meio do modelo cinticomolecular, propriedades especcas dos materiais, tais como a densidade dos materiais, como resultado do estado de agregao das partculas.

4.2.4. Entender, por meio do modelo cintico-molecular, propriedades especcas dos materiais, tais como as variaes de volume de gases em situaes de aquecimento ou resfriamento. 4.2.5. Entender, por meio do modelo cinticomolecular, propriedades especcas dos materiais, tais como o processo de dissoluo. 5. Modelos para o tomo - n. de aulas sugeridas:10 5.1.1. Associar as concepes sobre as partculas dos materiais e suas representaes aos contextos histricos correspondentes. 5.1. Conceber as partculas dos materiais e suas representaes nos contextos histricos de suas elaboraes. 5.1.2. Conhecer, de forma geral, a histria do desenvolvimento das idias e das tecnologias, empregadas em seu tempo, que levaram elaborao de cada um dos modelos.

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5.2. Compreender o Modelo de Dalton.

5.2.1. Caracterizar e representar simbolicamente o modelo atmico de Dalton. 5.2.2. Estabelecer relaes entre ele e as propriedades das substncias para explic-las. 5.3.1. Caracterizar e representar simbolicamente o modelo atmico de Thomson.

5.3. Compreender o Modelo de Thomson.

5.3.2. Estabelecer comparaes entre ele e o modelo de Dalton. 5.3.3. Explicar fenmenos relacionados com partculas carregadas eletricamente usando o modelo de Thomson. 5.4.1. Caracterizar e representar simbolicamente o modelo atmico de Rutherford. 5.4.2. Estabelecer comparaes entre ele e os modelos de Dalton e Thomson. 5.5.1. Caracterizar e representar simbolicamente o modelo atmico de Bohr. 5.5.2. Estabelecer comparaes entre ele e o modelo de Dalton, Thomson e Rutherford. 5.5.3. Saber que eltrons so as partculas atmicas mais facilmente transferidas nas interaes dos materiais.

5.4. Compreender o Modelo de Rutherford.

5.5. Compreender o Modelo de Bohr.

5.5.4. Saber que o tomo pode perder ou ganhar eltrons tornando-se um on positivo (ction) ou negativo (nion). 5.5.5. Prever os ons formados pela perda ou ganho de eltrons de um tomo neutro. 5.5.6. Reconhecer a formao de ons por meio de processos fsico-qumicos, por exemplo, a eletrlise. 5.5.7. Distribuir os eltrons de tomos neutros e de ons de acordo com o Modelo de Rutherford-Bohr.

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5.6.1. Compreender a nalidade de cada um dos modelos. 5.6.2. Usar cada um dos modelos adequadamente para explicar fenmenos observveis, tais como a emisso de luz de diferentes cores. 5.6.3. Usar cada um dos modelos adequadamente para explicar fenmenos observveis, tais como a conduo de corrente eltrica. 5.6.4. Reconhecer o uso dos diferentes modelos na explicao de teorias, tais como o modelo de Dalton para a teoria cintica dos gases. 6. Representaes para tomos - n. de aulas sugeridas: 2 6.1.1. Identicar o smbolo dos principais elementos qumicos na Tabela Peridica; relacionar suas propriedades com a sua posio na Tabela. 6.1.2. Identicar a massa atmica de um elemento qumico na Tabela Peridica. 6.1.3. Identicar o nmero atmico de um elemento qumico na Tabela Peridica. 6.2.1. Entender que o conceito de elemento qumico est associado ao de nmero atmico. 6.2. Representar as partculas do tomo: prtons, eltrons e nutrons. 6.2.2. Entender a carga eltrica das espcies qumicas elementares e os ons que podem formar. 6.2.3. Utilizar o conceito de elemento qumico em situaes-problema. 6.3.1. Saber que um mesmo elemento qumico pode existir tendo diferentes nmeros de nutrons.

5.6. Empregar os modelos atmicos na explicao de alguns fenmenos.

6.1. Representar um elemento qumico qualquer a partir de seu smbolo e nmero atmico.

6.3. Representar istopos.

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6.4.1. Utilizar sistematicamente a TP como organizadora dos conceitos relacionados aos elementos qumicos. 6.4.2. Utilizar sistematicamente a TP como organizadora dos conceitos relacionados ao grupo em que se encontram os elementos qumicos. 6.4.3. Utilizar sistematicamente a TP como organizadora dos conceitos relacionados ao perodo em que se encontram os elementos qumicos. 6.4.4. Utilizar sistematicamente a TP como organizadora dos conceitos relacionados a algumas propriedades fsicas das substncias elementares que formam e s frmulas dessas substncias. 7. Modelos para transformaes qumicas (TQ) - n. de aulas sugeridas: 4 7.1.1. Utilizar o modelo de Dalton para justificar que as TQ ocorrem por meio de rearranjo de tomos. 7.1.2. Utilizar o modelo de Dalton para explicar a conservao do nmero de tomos em uma TQ. 7.2.1. Compreender a Lei de Lavoisier utilizando o modelo de Dalton. 7.2.2. Explicar a conservao da massa em uma TQ utilizando o modelo de Dalton. 7.3.1. Compreender que existem propores fixas entre as substncias envolvidas em uma TQ utilizando o modelo de Dalton. 7.3.2. Explicar a Lei de Proust utilizando o modelo atmico de Dalton.

6.4. Usar a Tabela Peridica para reconhecer os elementos, seus smbolos e as caractersticas de substncias elementares.

7.1 Explicar uma TQ utilizando o Modelo de Dalton.

7.2. Aplicar modelos para compreender a Lei de Lavoisier.

7.3. Aplicar modelos para compreender a Lei de Proust.

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Eixo Temtico IIIEnergiaTema 3: A Energia Envolvida nas Transformaes dos MateriaisTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES

8. Energia: transformaes - n. de aulas sugeridas: 4 8.1.1. Compreender que a dissoluo de substncias envolve variao de energia. 8.1.2. Identicar as variaes de energia nas representaes de processos de dissoluo e nas mudanas de fase. 8.2.1. Saber que nas TQ a energia trmica do sistema inicial pode ser diferente da energia do sistema do nal.

8.1. Compreender aspectos relacionados energia envolvida na dissoluo de substncias.

8.2. Compreender que h calor envolvido nas transformaes de estado fsico e transformaes qumicas.

8.3. Identicar transformaes endotrmicas e exotrmicas.

8.3.1. Reconhecer, por meio de experimentos simples, quando h produo ou consumo de calor em uma TQ. 8.3.2. Saber diferenciar processo endotrmico de exotrmico. 8.4.1. Reconhecer que toda TQ ocorre com consumo ou com produo de energia. 8.4.2. Reconhecer que em toda TQ ocorre absoro e produo de energia por causa do rearranjo dos tomos. 8.4.3. Distinguir TQ endotrmica e exotrmica pela quantidade de calor gerada ou absorvida ao nal do processo.

8.4. Saber que para cada TQ existe um valor de energia associado.

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9. Energia: movimento de eltrons - n. de aulas sugeridas: 2 9.1. Identicar espcies presentes em transformaes de oxidaoreduo. 9.1.1. Identicar espcies qumicas resultantes das possveis alteraes na carga eltrica de tomos ou de grupos de tomos.

9.2.1. Classicar os processos qumicos como oxidao ou reduo de acordo com a variao de carga eltrica das espcies. 9.2. Reconhecer processos de oxidao e reduo. 9.2.2. Relacionar a formao de ons ao movimento de eltrons. 9.2.3. Relacionar a formao de ons relao entre o nmero de prtons e eltrons. 9.2.4. Relacionar o movimento de eltrons e de ons com a conduo de corrente eltrica. 10. Energia: combustveis fsseis - n. de aulas sugeridas: 6 10.1.1. Reconhecer o petrleo como combustvel fssil. 10.1.2. Conhecer o uso do petrleo como fonte esgotvel de energia. 10.1.3. Conhecer os principais derivados do petrleo, como, por exemplo, os combustveis e os plsticos. 10.1.4. Relacionar aspectos do uso industrial dos derivados de petrleo com os impactos ambientais.

10.1. Reconhecer o petrleo como fonte de combustveis fsseis.

10.1.5. Relacionar aspectos do uso social dos derivados de petrleo com os impactos ambientais.

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10.2.1. Reconhecer reaes de combusto. 10.2.2. Saber que reaes de combusto liberam energia. 10.2.3. Entender que os produtos de uma reao de combusto so substncias cuja energia associada menor do que a das substncias reagentes. 10.2.4. Conhecer as frmulas de alguns combustveis mais comuns, como os hidrocarbonetos.

10.2. Saber que reaes de combusto e queima de combustveis fsseis liberam energia.

10.2.5. Conhecer as frmulas de alguns combustveis mais comuns, como o lcool etlico. 10.3.1. Associar efeito estufa com a queima de combustveis fsseis. 10.3.2. Conhecer os processos fsico-qumicos que provocam o efeito estufa. 10.3.3. Reconhecer nos produtos de combusto dos derivados de petrleo aquelas substncias comuns que provocam o efeito estufa. 10.3.4. Relacionar os fenmenos de efeito estufa e de Aquecimento Global. 11. Energia: alimentos - n. de aulas sugeridas: 4

10.3. Associar aquecimento global com a queima de combustveis fsseis.

11.1.1. Conhecer, de maneira geral, como os processos do organismo animal demandam energia. 11.1. Reconhecer a relao entre a alimentao e produo de energia. 11.1.2. Reconhecer, de maneira geral, a funo dos alimentos para o provimento dessa energia.

11.2.1. Compreender os diferentes valores calricos dos alimentos em rtulos de diferentes produtos. 11.2. Compreender informaes sobre o valor calrico dos alimentos. 11.2.2. Reconhecer a pertinncia do consumo de grupos de alimentos diferentes.

11.3. Entender que a produo de energia a partir dos carboidratos se d pela combusto.

11.3.1. Compreender que a produo de energia pela ingesto de alimentos est associada sua reao com o oxignio do ar que respiramos.

11.3.2. Identicar equaes que representem reaes de combusto de carboidratos simples.

11.4.1. Relacionar a fotossntese com a fonte primria de energia renovvel: o Sol.

11.4. Reconhecer a fotossntese como um processo de TQ associado energia.

11.4.2. Identicar as substncias e a equao da TQ que representam a fotossntese.

11.4.3. Relacionar a produo da glicose pelos vegetais por meio da fotossntese com os processos do metabolismo animal.

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Contedo Complementar de Qumica Os tpicos obrigatrios so numerados em algarismos arbicos Os tpicos complementares so numerados em algarismos romanos

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Eixo Temtico IV

Materiais AprofundamentoTema 4: Propriedades dos MateriaisTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES12.1.1. Exemplificar as substncias metlicas importantes. Exemplos: ferro,cobre, zinco, alumnio, magnsio, ouro, prata, titnio, ferro, estanho, platina e suas propriedades. 12.1. Reconhecer substncias metlicas por meio de suas propriedades e usos. 12.1.2. Relacionar as propriedades aos usos das substncias e ligas metlicas. 12.1.3. Propor experimentos simples que envolvam propriedades dos metais. 12.1.4. Exemplificar as ligas metlicas mais importantes: bronze, amlgamas, lato, ao. Explicitar seus usos mais comuns. 12.2. Reconhecer os constituintes dos metais e sua representao por meio de frmulas. 12.3.Caracterizar as substncias metlicas por meio de modelos. 12.2.1. Relacionar os constituintes das substncias metlicas aos elementos e sua posio na Tabela Peridica e compreender a sua tendncia a formar ctions. 12.3.1. Compreender o modelo de ligao metlica. 12. Materiais: Substncias metlicas - n. de aulas sugeridas: 4

13. Materiais: Substncias inicas - n. de aulas sugeridas: 4 13.1.1. Exemplificar as substncias inicas mais importantes como, por exemplo, cloretos, carbonatos, nitratos e sulfatos e suas propriedades. 13.1. Reconhecer substncias inicas por meio de suas propriedades e usos. 13.1.2. Relacionar as propriedades aos usos das substncias inicas. 13.1.3. Propor experimentos simples que envolvam propriedades das substncias inicas. 13.1.4. Reconhecer as espcies qumicas (ons) que constituem as substncias inicas mais comuns.

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Eixo IV

13.2.1. Materiais Aprofundamento Relacionar

13.2. Reconhecer os constituinTema 4:substncias inicasdos materiais tes das Propriedades e sua representao por meio de frmulas. Tpicos / Habilidades Detalhamento das Habilidades 13.2.2. Identicar, a partir de frmulas, substncias 12. Materiais: Substncias metlicas - no. de aulas sugeridas: 04 inicas. 12.1.1. Exemplificar as substncias metlicas importantes. Exemplos: ferro,cobre, zinco, alumnio, magnsio, ouro, prata, titnio, ferro, 13.3. Caracterizar as substncias estanho, platina e suas propriedades. 13.3.1. Compreender o modelo de ligao inica. inicasReconhecer substncias por meio de modelos. 12.1. 12.1.2. Relacionar as propriedades aos usos metlicas por meio de suas das substncias e ligas metlicas. propriedades e usos. 12.1.3. Propor experimentos simples que 14. Materiais: Slidos covalentes - n. de aulas sugeridas: 04 envolvam propriedades dos metais.

os constituintes das substncias inicas aos elementos e sua posio na Tabela Peridica.

12.2. Reconhecer os 14.1.Reconhecer slidos covalenconstituintes dos metais e sua tes por meio de suas propriedarepresentao por meio de des e usos. frmulas.. 12.3.Caracterizar as 12.3.1. Propor experimentos simples que envolvam 14.1.3. Compreender o modelo de ligao substncias metlicas por meio metlica. propriedades dos slidos covalentes. de modelos 13. Materiais: Substncias inicas - no. de aulas sugeridas: 04 14.2. Reconhecer os constituintes dos slidos covalentes e sua representao por meio de frmulas. 13.1. Reconhecer substncias inicas por meio de suas propriedades e usos. 14.3. Caracterizar os slidos covalentes por meio de modelos 14.2.1.Relacionar os as substncias slidos 13.1.1. Exemplificarconstituintes dos inicas covalentes aos elementos e sua posio na mais importantes como, por exemplo, Tabela Pecloretos, carbonatos, nitratos e sulfatos e suas ridica. propriedades. 14.2.2. Relacionar partir de frmulas, slidos 13.1.2. Identicar, aas propriedades aos usos covalentes. das substncias inicas. 13.1.3. Propor experimentos simples que envolvam propriedades das substncias inicas. 14.3.1. Compreender o modelo de ligao covalen13.1.4. Reconhecer as espcies qumicas (ons) te. que constituem as substncias inicas mais comuns.

12.1.4. Exemplificar as ligas metlicas mais 14.1.1.Exemplicar os slidos covalentes ao. importantes: bronze, amlgamas, lato,mais importantes seus usos mais comuns. Explicitar e suas propriedades. 12.2.1. Relacionar os constituintes das substncias metlicas aos elementos usos dos s14.1.2. Relacionar as propriedades aos e sua posio na Tabela Peridica e compreender a lidos covalentes. sua tendncia a formar ctions.

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15. Materiais:Substncias moleculares - n. de aulas sugeridas: 12

15.1.Reconhecer substncias moleculares por meio de suas propriedades e usos.

15.1.1. Exemplicar as substncias moleculares mais importantes: gua, os gases do ar atmosfrico, amnia, cidos (cido carbnico, cido clordrico, cido sulfrico, cido ntrico e fosfrico), alcois, hidrocarbonetos, acares, carboidratos, compostos orgnicos mais comuns ( formol, acetona, ter, clorofrmio), alguns cidos carboxlicos mais comuns (actico, ltico, olico, etc.), alguns combustveis fsseis mais comuns, presentes no gs veicular, gs de cozinha, gasolina, etc., e suas propriedades.

15.1.2. Relacionar as propriedades aos usos das substncias moleculares. 15.1.3. Propor experimentos simples que envolvam propriedades das substncias moleculares.

15.2. Reconhecer os constituintes das substncias moleculares e sua representao por meio de frmulas.

15.2.1. Relacionar os constituintes das substncias moleculares aos elementos e sua posio na Tabela Peridica.

15.3.1. Compreender o modelo de ligao covalente e interaes intermoleculares. 15.3. Caracterizar as substncias moleculares por meio de modelos.

15.3.2. Explicar as propriedades das substncias moleculares por meio de modelos de ligaes qumicas.

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15.4. Compreender a polaridade de molculas.

15.4.1. Reconhecer que, na constituio de substncias moleculares, pode ocorrer o fenmeno de polarizao de cargas eltricas, em funo da arquitetura molecular e do tipo de tomo constitutivo da substncia.

16. Materiais: Velocidade das TQ - n. de aulas sugeridas: 12

16.1. Reconhecer a variao na velocidade das TQ.

16.1.1. Reconhecer que as TQ podem ocorrer em diferentes escalas de tempo.

16.2.1. Reconhecer que a modicao na temperatura afeta a velocidade das TQ. 16.2. Identicar fatores que afetam a velocidade das TQ: temperatura.

16.2.2. Identicar o efeito da variao da temperatura sobre a velocidade de TQ por meio de execuo ou descries de experimentos. 16.2.3. Analisar o efeito da temperatura na velocidade de TQ por meio de grcos.

16.3. Identicar fatores que afetam a velocidade das TQ: superfcie de contato.

16.3.1. Reconhecer que a modicao na superfcie de contato afeta a velocidade das TQ.

16.3.2. Identicar o efeito da modicao na superfcie de contato sobre a velocidade de TQ por meio de execuo ou descries de experimentos.

16.3.3. Analisar o efeito da superfcie de contato na velocidade de TQ por meio de grcos

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Tema 5: Transformaes dos Materiais16.4.1. Reconhecer que a modicao na concentrao afeta a velocidade das TQ. 16.4. Identicar fatores que afetam a velocidade das TQ: concentrao. 16.4.2. Identicar o efeito da variao da concentrao sobre a velocidade de TQ por meio de execuo ou descries de experimentos. 16.4.3. Analisar o efeito da concentrao na velocidade de TQ por meio de grcos. 16.5. Caracterizar a variao da velocidade das TQ por meio de modelo explicativo. 16.5.1. Utilizar a teoria das colises para explicar a ocorrncia de transformaes qumicas em diferentes escalas de tempo. 16.5.2. Reconhecer o papel dos catalisadores nas reaes qumicas.

17. Materiais: Equilbrio nas TQ - n. de aulas sugeridas: 06 17.1.1. Identicar os fenmenos que concorrem para que uma reao qumica seja reversvel ou no. 17.1.2. Reconhecer o equilbrio qumico nas reaes qumicas e fazer previses sobre sua mudana. 17.1. Identicar fatores que afetam o equilbrio e usar o Princpio de Le Chatelier. 17.1.3. Prever o sentido do deslocamento de um equilbrio qumico, aplicando o Princpio de Le Chatelier. 17.1.4. Identicar os fatores que afetam o estado de equilbrio, a partir de equaes que representam sistemas em equilbrio. 17.1.5. Utilizar tabelas de constantes de equilbrio para identicar ou fazer previses sobre o comportamento de substncias nas reaes qumicas. 17.2.1. Identicar cidos e bases fortes de cidos e bases fracos, com base em constantes de equilbrio. 17.2.2. Escrever a equao de dissociao de cidos e bases e a correspondente expresso da constante de equilbrio.

17.2. Reconhecer o equilbrio inico H+ e OH- (pH e pOH).

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Tema 6: Medidas das Quantidades dos MateriaisTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES

18. Materiais: Solues - n. de aulas sugeridas: 14 18.1.1. Compreender a relao entre as quantidades de massa envolvidas nas solues: concentrao em g/L. 18.1.2. Calcular a concentrao de solues em g/L. 18.1.3. Interpretar dados sobre a concentrao de solues expressa nas unidades g/L. 18.1.4. Compreender a relao entre as quantidades de massa envolvidas nas solues: concentrao percentual. 18.1.5. Calcular a concentrao de solues em percentual. 18.1.6. Interpretar dados sobre a concentrao de solues expressa em percentual. 18.2. Compreender informaes contidas em rtulos relacionadas a solues. 18.2.1. Compreender unidades de concentraes expressas em rtulos. 18.2.2. Interpretar dados sobre a concentrao de solues expressas em rtulos e relacion-las concentrao em g/L e percentual. 18.3.1. Calcular a quantidade de calor absorvida ou liberada na dissoluo aquosa de substncias. 18.3.2. Explicar a dissoluo aplicando o modelo cintico molecular e de interaes intermoleculares.

18.1. Reconhecer relaes entre quantidades de massa e volume envolvidas em uma soluo.

18.3. Compreender os aspectos relacionados quantidade de energia absorvida ou liberada no fenmeno da dissoluo.

19. Materiais: Quantidade de matria - n. de aulas sugeridas: 12 19.1.1. Compreender e efetuar clculos que envolvam as grandezas: quantidade de matria, massa molar, volume molar e constante de Avogadro.

19.1. Conceituar a grandeza quantidade de matria (mol).

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19.2. Aplicar o conceito de quantidade de matria.

19.2.1. Compreender a relao entre as quantidades de matria e massa envolvida nas solues: concentrao mol/L. 19.2.2. Compreender os procedimentos utilizados para efetuar clculos de concentrao de solues.

Tema 7: Comportamento cido-Bsico das SoluesTPICOS / HABILIDADES20.1. Compreender que as solues apresentam comportamento cido, bsico ou neutro.

DETALHAMENTO DAS HABILIDADES20.1.1. Propor e/ou executar procedimentos simples para a identicao do carter cido, bsico ou neutro de solues por meio de indicadores. 20.1.2. Representar ou identicar, por meio de equaes ou frmulas qumicas, sistemas que apresentem carter cido, bsico ou neutro.

20. Materiais: Acidez e basicidade - n. de aulas sugeridas: 4

21. Materiais: Neutralizao de solues n. De aulas sugeridas: 4 21.1. Reconhecer transformaes qumicas que envolvem a neutralizao de solues. 21.1.1. Representar, por meio de equaes qumicas, as reaes de neutralizao cido-base.

22. Materiais: Carter cido ou bsico de solues - n. de aulas sugeridas: 6 22.1.1. Compreender os procedimentos utilizados para calcular valores de pH e pOH, partindo de concentraes de H+ (H3O+) e OH, e vice-versa. 22.1.2. Identicar o carter cido ou bsico de uma soluo a partir de valores de pH. 22.1. Conceituar pH e pOH. 22.1.3. Utilizar frmulas para determinao de pH e pOH a partir da concentrao de suas solues. 22.1.4. Identicar e utilizar frmulas para determinao de pH de cidos e bases a partir dos valores da concentrao de suas solues.

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Tema 8: Propriedades ColigativasTPICOS / HABILIDADES23.1. Identificar os fenmenos de volatilidade e presso de vapor. 23.2. Reconhecer os processos que alteram os valores da temperatura de ebulio e congelamento de substncias lquidas.

DETALHAMENTO DAS HABILIDADES23.1.1. Identificar as razes e os efeitos de variaes de presso sobre a volatilidade e presso de vapor de lquidos volteis. 23.2.1. Identificar as razes e os efeitos de variaes da temperatura de ebulio e congelamento de lquidos.

23. Materiais: Propriedades coligativas de solues - n. de aulas sugeridas: 4

Tema 9: Substncias OrgnicasTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES

24. Materiais: Principais grupos de substncias orgnicas - n. de aulas sugeridas: 8 24.1. Reconhecer as substncias que apresentam as principais funes orgnicas e algumas de suas caractersticas. 24.1.1. Identificar o grupo funcional das substncias orgnicas mais comuns (hidrocarbonetos, alcois, fenis, cetonas, aldedos, ter, steres, cidos carboxlicos, amidas e aminas). 24.1.2. Relacionar as propriedades fsicas de diferentes substncias orgnicas ao modelo de interaes intermoleculares. 24.2.1. Identificar as frmulas estruturais de sabes e detergentes mais comuns. 24.2. Reconhecer sabes detergentes mais comuns. e 24.2.2. Relacionar a ao de sabes com as propriedades dos grupos funcionais presentes em suas estruturas, considerando as interaes intermoleculares. 24.3.1. Reconhecer as frmulas estruturais de alguns polmeros mais comuns. 24.3. Reconhecer polmeros mais comuns. 24.3.2. Identificar o uso de alguns polmeros como: celulose, polietileno, poliestireno, PVC, nilon e borrachas.

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Eixo Temtico V

Modelos - AprofundamentoTema 10: Constituio e Organizao das SubstnciasTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES25.1.1. Identificar substncias metlicas, caracterizando o tipo de ligao entre os tomos. 25.1. Caracterizar o modelo da ligao metlica. 25.1.2. Explicar as ligaes metlicas por meio de modelo. 25.1.3. Fazer previses do modelo de ligao metlica entre elementos para formar substncias, a partir da descrio das caractersticas atmicas desses elementos. 25.2.1. Propor explicaes sobre as propriedades fsicas (temperatura de fuso, temperatura de ebulio, densidade, condutibilidade) dos metais a partir do modelo de ligao entre os tomos.

25. Modelos: Ligao metlica n. de aulas sugeridas: 4

25.2. Compreender a relao entre as propriedades dos metais e o modelo de ligao.

26.Modelos: Ligao inica - n. De aulas sugeridas: 4 26.1.1. Identificar substncias inicas caracterizando o tipo de ligao entre as espcies qumicas (ons). 26.1.2. Explicar a ligao inica por meio de modelo. 26.2.1. Explicar as temperaturas de fuso altas e a solubilidade de alguns slidos inicos em gua, relacionando o modelo e as propriedades.

26.1. Caracterizar o modelo da ligao inica.

26.2. Compreender a relao entre as propriedades dos slidos inicos e o modelo de ligao.

26.3. Reconhecer diferentes formas de agregao entre ons.

26.3.1. Reconhecer que h diferentes formas de agregao entre ons que constituem redes cristalogrficas diferentes.

55

26.4. Fazer previses sobre a presena de ons em soluo.

26.4.1. Diferenciar, por meio de experimentos de condutibilidade em soluo aquosa, substncias inicas de no-inicas.

27. Modelos: Ligao covalente - n. de aulas sugeridas: 10 27.1. Caracterizar o modelo da ligao covalente. 27.2. Identificar tomos que formam ligaes covalentes. 27.3. Compreender a relao entre as propriedades dos slidos covalentes e o modelo de ligao. 27.4. Compreender as caractersticas do modelo de ligao covalente entre os tomos de substncias moleculares. 27.5. Conceituar ligaes covalentes polares e apolares. 27.1.1. Compreender as caractersticas do modelo de ligao covalente entre os tomos de slidos covalentes. 27.2.1. Compreender que em um slido covalente no h formao de molculas. 27.3.1. Explicar as temperaturas de fuso altas e a insolubilidade de compostos covalentes, relacionando o modelo e as propriedades.

27.4.1. Usar o grfico com o poo de potencial para explicar a formao de uma ligao covalente. 27.4.2. Compreender a relao entre as propriedades de substncias moleculares e o modelo. 27.5.1. Reconhecer substncias polares e apolares mais comuns, compreendendo, de forma geral, os modelos explicativos para a ocorrncia de tais substncias.

28. Modelos: Interaes intermoleculares - n. de aulas sugeridas: 12 28.1.1. Caracterizar as interaes intermoleculares (dipolo permanente - dipolo instantneo - dipolo induzido, ligao de hidrognio). 28.1.2. Compreender as caractersticas do modelo de interaes intermoleculares. 28.1.3. Identificar a relatividade da intensidade das interaes nas substncias moleculares.

28.1. Compreender modelos de interaes intermoleculares.

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28.2. Explicar o fenmeno da solubilidade para substncias moleculares.

28.2.1. Compreender a relao entre o fenmeno da solubilidade e os modelos explicativos. 28.2.2. Sugerir explicaes sobre a solubilidade das substncias moleculares em gua e em outros solventes familiares. 28.3.1. Explicar a solubilidade das substncias moleculares em solventes polares e apolares. 28.3.2. Explicar os valores das temperaturas de fuso e ebulio dessas substncias tendo em vista as suas estruturas.

28.3. Relacionar o modelo de interaes intermoleculares com propriedades e transformaes envolvendo substncias moleculares.

Tema 11: Transformaes das SubstnciasTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES29.1.1. Admitir que em substncias reagentes as partculas esto em constante movimento e s reagem em virtude de colises energeticamente favorveis e efetivas. 29.2.1. Identicar o efeito do aumento e da diminuio da temperatura de um sistema sobre as colises efetivas entre as partculas das substncias, que participam de TQ nesse sistema. 29.3.1. Identicar o efeito do aumento e da diminuio da superfcie de contato entre espcies reagentes sobre as colises efetivas entre as partculas das substncias que participam de TQ de um sistema. 29.4.1. Identicar o efeito do aumento e da diminuio da presso em um sistema sobre as colises efetivas entre as partculas das substncias que participam de TQ nesse sistema.

29. Modelos: Teoria das colises - n. de aulas sugeridas: 6 29.1. Caracterizar o modelo de colises entre as partculas nas TQ. 29.2. Reconhecer como a variao da temperatura afeta as colises efetivas.

29.3. Reconhecer como a variao da superfcie de contato afeta as colises efetivas.

29.4. Reconhecer como a variao da presso afeta as colises efetivas.

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29.5. Reconhecer como a variao da concentrao afeta as colises efetivas.

29.5.1. Identicar o efeito do aumento e da diminuio da concentrao de substncias que participam de TQ sobre as colises efetivas entre as partculas dessas substncias.

Eixo Temtico VI

Energia - AprofundamentoTema 12: Energia nas Transformaes QumicasTPICOS / HABILIDADES DETALHAMENTO DAS HABILIDADES

30. Energia: Energia de ativao - n. de aulas sugeridas: 4 30.1.1. Compreender que as partculas das substncias devem apresentar-se com certa energia de tal maneira que choques efetivos entre elas provoquem TQ. 30.1.2. Saber que essa energia chamada de Energia de Ativao (EA) e que seu valor mensurvel. 30.2. Reconhecer representaes grficas para TQ que envolvem energia. 30.3. Entender a funo dos catalisadores. 30.2.1. Identificar e interpretar representaes grficas de TQ que envolvem Energia X Tempo transcorrido dela. 30.3.1. Identificar que catalisadores so substncias que atuam diminuindo a EA de uma TQ.

30.1. Usar o conceito de energia de ativao (EA).

30.4. Reconhecer representaes grficas para TQ que indicam o efeito de catalisadores.

30.4.1. Identificar, interpretar e fazer representaes grficas de TQ que apresentam a EA dela e o efeito de catalisadores sobre ela.

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31. Energia: Entalpia - n. de aulas sugeridas: 12

31.1.1. Reconhecer que h TQ que ocorrem com consumo ou produo de energia e que esta pode ser medida.

31.1. Conceituar entalpia.

31.1.2. Saber que para cada TQ existe um valor de energia associado.

31.1.3. Compreender a representao da variao de energia de uma TQ por meio de grcos.

31.2.1. Compreender os procedimentos utilizados para efetuar clculos de calores de reao: combusto formao.

31.2.2. Compreender os procedimentos utilizados para efetuar clculos, utilizando a Lei de Hess. 31.2. Compreender os aspectos quantitativos relacionados variao de energia em uma transformao qumica Lei de Hess.

31.2.3. Compreender os procedimentos utilizados para efetuar clculos utilizando as energias de ligao.

31.2.4. Utilizar dados tabelados para os procedimentos de clculos de variao de energia.

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32. Energia: Movimento de cargas eltricas - n. de aulas sugeridas: 14 32.1.1. Compreender o princpio bsico de funcionamento de uma pilha eletroqumica. 32.1.2. Representar as TQ por meio de semi-reaes. 32.1.3. Consultar tabelas de potencial eletroqumico para fazer previses da ocorrncia das transformaes. 32.1.4. Compreender os procedimentos utilizados para efetuar clculos de fora eletromotriz de pilhas. 32.1.5. Conhecer os constituintes e o funcionamento bsico das pilhas e das baterias mais comuns. 32.1.6. Conhecer o impacto ambiental gerado pelo descarte de pilhas e das baterias no ambiente. 32.2.1. Compreender o princpio bsico de funcionamento de uma eletrlise. 32.2 Transformaes que envolvem consumo de energia. 32.2.2. Exemplificar o processo de eletrlise a partir de processos de obteno de alumnio. 32.2.3. Conhecer o impacto ambiental gerado pelo processo de obteno do alumnio.

32.1. Transformaes que envolvem produo de energia.

Temas sugeridos para projetosConsiderando que o ensino possa ocorrer sob a forma de projetos, podemos destacar algumas idias a partir das quais podem ser congurados projetos. Contudo, h que se considerar o contexto da escola e o seu projeto poltico pedaggico. Condies Bsicas de Vida gua: as muitas guas do Planeta. gua: tratamento de gua. 60

guas Usadas: Tratamento de Esgotos Combustveis bioenergticos. Alimentos: como esto as nossas fontes. Alimentos: o que vemos e o que no vemos. O ar que respiramos. Interaes Vida x Consumo Alimentos: o que pagamos e o que compramos. Alimentos: do gro de trigo ao po. Investigando as Embalagens: de onde vm, para onde vo? Investigando a produo de lixo. A Qualidade de nossas Possveis Escolhas Calorias na alimentao. Corantes alimentares: valor esttico e efeitos sobre a sade. Xampus. Refrigerantes e outras bebidas. Solues nos produtos de supermercado. Detergentes. Rtulos de produtos comercializados. Elementos e substncias fundamentais na alimentao. A funo da desidratao dos alimentos. O Ambiente Modicado Mineraes e impactos ambientais e sociais. Investigando a corroso de metais. 61

Oznio: do bem ou do mal? Chuva cida. Os bioindicadores. Tecnologias de Ponta Pilhas e baterias. Tintas. Polmeros. Fibras orgnicas. Novos materiais: cermicas condutoras. A Qumica na Medicina. A Extenso do Saber Conservao de alimentos atravs da histria. A Qumica nas artes plsticas. Tinturas vegetais. O emprego da Qumica por outras culturas. A Qumica do espao sideral. Outros Materiais em nossa Vida Ligas; papel; plsticos, vidro, polmeros. Constituio, propriedades, usos e transformaes, reciclagens. Implicaes desses processos no aumento da poluio do Planeta. Combustveis renovveis no Brasil.

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Outros Fenmenos Fsicos e Qumicos Radioatividade. Elementos radioativos, istopos mais empregados. Minrios radioativos. Produo de energia nuclear. Aplicaes da radioatividade. A Manuteno da Vida no Corpo O equilbrio de ons nos lquidos do corpo humano. Implicaes do equilbrio O2/CO2 nas funes vitais. Soluo tampo. A presena de substncias sintticas nos alimentos e demais produtos que ingerimos e seus provveis efeitos no organismo. O uso de defensivos agrcolas e os riscos para a sade humana. Aprofundando o Conhecimento do Planeta Constituio bsica da atmosfera. Efeito estufa, chuva cida e camada de oznio: principais gases e processos envolvidos. A gua: diferentes composies das guas existentes. Indicadores de qualidade de gua. Tratamento de gua. gua como meio de vida para uns e perigo para outros.

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BibliograaAPEC Ao e Pesquisa em Ensino de Cincias. Por um novo currculo de cincias voltado para as necessidades de nosso tempo. Presena Pedaggica. Belo Horizonte, vol 9, n.51, p43-55, mai/jun, 2004 BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e losoa da linguagem. So Paulo: Hucitec, 1992. 196p. BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, Senado, 1988. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, Lei n 9394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio, Resoluo CEB no 3 de 26 de junho de 1998. BRASIL. Ministrio da Educao MEC, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica Semtec. Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio. Braslia: MEC/Semtec, 1999a. . Ministrio da Educao MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais INEP. Matrizes Curriculares de Referncia para o SAEB.2 ed. Braslia: MEC/INEP, 1999b. Plano Nacional de Educao. Braslia, Cmara dos Deputados, 2000. . Ministrio da Educao MEC, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica Semtec. PCN + Ensino Mdio: orientaes educacionais complementares aos Parmetros Curriculares Nacionais Cincias da Natureza,Matemtica e suas Tecnologias. Braslia: MEC/Semtec, 2002. . Ministrio da Educao MEC, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica Semtec. PCN Ensino Mdio: orientaes educacionais complementares aos Parmetros Curriculares Nacionais Cincias da Natureza, Matemtica e suas Tecnologias. Braslia: MEC/Semtec, 2006. FISCHER, R. M. B. A Questo das Tcnicas Didticas Uma proposta comprometida em lugar da decantada neutralidade das tcnicas didtico-pedaggicas. Iju: mimeo, nov. 1978. KLEIMAN, A . Ocina de Leitura teoria e prtica. Ed. Pontes, Campinas, SP, 2000. LORNS MOLINA, J. A. Comezando a aprender Qumica - ideas para el diseo curricular. Madrid: Visor, 1991. MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H.; ROMANELLI, L. I. A proposta curricular de qumica do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Qumica Nova, v. 23, n. 2, p.273-83, 2000. PERRENOUD, P. et alli (org.) Formando professores prossionais Quais estratgias? Quais competncias? Art. Med . Porto Alegre. 2001. SANTOS, M E. V. M. Pedaggicos para o sculo XXI: suas razes em foras de mudana de natureza cientca, tecnolgica e social. Livros Horizontes. Lisboa. 1999 TARDIF, M. ;GAUTHIER, C. O Professor como Ator Racional: que racionalidade, que saber, que julgamento? In PERRENOUD, P. et alli (org.) Formando professores prossionais Quais estratgias? Quais competncias? Art. Med . Porto Alegre. 2001

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