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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MATEUS HACK DE MENDONÇA PROPOSTA DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA DAS FILIAIS DA EMPRESA LAV E LEV Biguaçu 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MATEUS HACK DE MENDONÇA

PROPOSTA DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA DAS FILIAIS DA EMPRESA

LAV E LEV

Biguaçu

2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA�

MATEUS HACK DE MENDON�A

PROPOSTA DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA DAS FILIAIS DA EMPRESA

LAV E LEV

Trabalho de Conclus�o de Est�gio apresentado ao Curso de Administra��o do Centro de Ci�ncias Sociais Aplicadas – Gest�o/ Bigua�u, como requisito para obten��o do T�tulo de Bacharel em Administra��o.Professora Orientadora: Cl�udia Catarina Pereira

Bigua�u

2010

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MATEUS HACK DE MENDON�A

PROPOSTA DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA DAS FILIAIS DA EMPRESA

LAV E LEV

Este Trabalho de Conclus�o de Est�gio foi considerado adequado para a obten��o do t�tulo

de Bacharel em Administra��o e aprovado pelo Curso de Administra��o, da Universidade do

Vale do Itaja�, Centro de Educa��o de Bigua�u.

�rea de Concentra��o: Administra��o Financeira

Bigua�u, 24 de Maio de 2010.

Prof. Msc. Cl�udia Catarina PereiraUNIVALI – CECIESA GEST�O

Orientador

Prof. Dr. ......................................

UNIVALI - CE de Bigua�u ()

Prof. Msc. ......................................UNIVALI - CE de Bigua�u ()

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Dedico este trabalho de conclusão de

estágio a minha mãe Déborah Hack, meu

irmão Lucas Hack de Mendonça, aos

meus avós Djalma Hack e Gerda Hack e a

todos os meus poucos e verdadeiros

amigos. Por todo apoio que me foi dado

ao longo desta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, que me deu o dom da vida, me

acompanhou e me guiou desde o início.

A minha mãe, que esteve comigo em todos os momentos, me dando força e

me agüentando em meio a tantas dificuldades.

Ao meu irmão, por todos os momentos que esteve junto comigo, me

passando um pouco de sua experiência.

Aos meus avós Djalma e Gerda Hack, pelo apoio dado desde o princípio,

pelos ensinamentos e carinho.

Aos meus tios Josias e Rosângela Hack que me deram muita força no início

da minha jornada acadêmica.

A minha orientadora, Cláudia Catarina Pereira, pela paciência e ensinamentos

que foram essenciais para a elaboração e conclusão desse trabalho.

A todos os meus poucos e verdadeiros amigos, que estiveram comigo me

apoiando e me dando forças a todo o momento.

Aos professores que tive ao longo da minha formação, que contribuíram muito

para meu desenvolvimento na área da Administração.

Aos proprietários da filial da empresa LAV E LEV, em especial ao

administrador e grande amigo Rene José Anderle, por ter permitido esse trabalho

em sua empresa e pela dedicação e disposição ao longo do trabalho.

E para todos meus familiares e colegas que de alguma forma contribuíram em

minha jornada acadêmica.

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“Tudo posso naquele que me fortalece”

Felipenses 4:13

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RESUMO

MENDON�A, Mateus Hack. Fluxo de caixa para a empresa LAV E LEV, localizada no centro de Florianópolis. 2010. Trabalho de Conclus�o de Est�gio (Gradua��o em Administra��o) – Universidade do Vale do Itaja�, Bigua�u. 2010.

O presente estudo foi realizado na �rea financeira e teve como principal objetivo elaborar um fluxo de caixa para uma filial da empresa LAV E LEV. A empresa na qual o projeto de est�gio foi realizado esta localizada no centro da cidade de Florian�polis, atuando no ramo de lavagem de roupas. A elabora��o do trabalho teve inicio com a realiza��o de uma pesquisa bibliogr�fica, onde foram utilizados livros das �reas da administra��o financeira. Al�m disso, foi utilizada pesquisa documental para colher os dados necess�rios para montar o fluxo de caixa e conversas informais com o administrador. Ap�s concluir o fluxo de caixa, foramutilizadas algumas ferramentas do Excel para que fossem criados os gr�ficos para analisar a situa��o financeira da empresa no per�odo abordado. Assim, foi poss�vel identificar como estavam ocorrendo os ingressos e desembolsos da empresa e com isso o administrador passou a ter uma maior clareza da situa��o financeira da empresa. Por fim, foi sugerido ao administrador que adotasse a utiliza��o da modelo de fluxo de caixa proposto para o pr�ximo per�odo e tamb�m que estendesse essa ferramenta para as demais filiais da empresa LAV E LEV.

Palavras-chaves: Administra��o financeira; fluxo de caixa.

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ABSTRACT

MENDONÇA, Mateus Hack. Cash flow for LAV E LEV, a company situated in the central region of Florianópolis. 2010. Final Internship Report (Bachelor's Degree in Business Administration) -- Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2010.

The following study was conceived under the subject field of finance, and its main objective was the elaboration of a cash flow analysis for LAV E LEV, a company that deals with laundry services. This internship project was developed by means of close monitoring of the activities of one of the company's branches during a pre-established time span. The selected branch operates in the central region of Florianópolis, Santa Catarina. The elaboration of this report begun with an extensive research on financial administration-related books. Additional documental research was performed in order to collect the necessary data for the cash flow; informal talk with the manager was also used as a method of information gathering. After the cash flow was concluded, Microsoft's Excel application was used to generate the graphs that provided a visual image of the company's financial situation during the period of observation. That way, it was possible to determine the receipts and expenditures of the company, while for the manager it represented a clearer and more detailed view of the company's financial state. Finally, it was suggested to the manager that (s)he should adopt this cash flow model for the next fiscal period, and that (s)he should also apply it on the other branches of LAV E LEV.

Keywords: Financial Administration; cash flow

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 101.1 OBJETIVOS.............................................................................................................. 11

1.1.1 Objetivo geral .................................................................................................... 111.1.2 Objetivos específicos........................................................................................ 11

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................................ 13

2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................. 132.1.1 A função do administrador financeiro ............................................................. 142.1.2 Planejamento Financeiro e seus Objetivos ..................................................... 172.2.1 Planejamento Financeiro de Longo Prazo....................................................... 182.2.2 Planejamento Financeiro de Curto Prazo........................................................ 19

2.2 FLUXO DE CAIXA .................................................................................................... 202.2.1 Objetivos do Fluxo de Caixa............................................................................. 222.2.2 Vantagens e Limitações do Fluxo de Caixa..................................................... 242.2.3 Fluxo de Caixa Direto ou de Tesouraria .......................................................... 262.2.4 Fluxo de Caixa Indireto ou Contábil................................................................. 272.2.5 Elaboração do Fluxo de Caixa.......................................................................... 292.2.6 Fatores que afetam o Fluxo de Caixa .............................................................. 302.2.7 Implantação do Fluxo de Caixa ........................................................................ 322.2.8 Projeção do Fluxo de Caixa.............................................................................. 342.2.9 Modelos de Fluxo de Caixa............................................................................... 372.2.10 Fluxo de Caixa nas Tomadas de decisão.......................................................38

2.3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL ................................................................................ 402.3.1 Análise Horizontal ............................................................................................. 402.3.2 Análise Vertical...................................................................................................41

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO .............................................................................. 42

4. RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................... 44

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.................................................................. 444.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS............................................................... 454.3 INGRESSOS.............................................................................................................. 464.4 DESEMBOLSOS........................................................................................................ 48

4.4.1 Desembolsos Administrativos ......................................................................... 484.4.2 Desembolsos com Pessoal .............................................................................. 514.4.3 Parcelamento de dívidas .................................................................................. 534.4.4 Desembolsos com fornecedores ..................................................................... 544.4.5 Desembolsos com Investimentos.................................................................... 564.4.6 Desembolsos tributários .................................................................................. 584.4.7 Total dos Desembolsos .................................................................................... 594.4.8 Ingressos e Desembolsos ................................................................................ 62

4.5 PROJEÇÕES DO FLUXO DE CAIXA ......................................................................... 634.5.1 Variação entre projetado e realizado ............................................................... 67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 71

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 73

ANEXOS ............................................................................................................................. 75

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1 INTRODUÇÃO

É muito importante que a empresa tenha total conhecimento sobre a sua

situação financeira, ou seja, é necessário, para manter a saúde financeira da

empresa, que se tenha um acompanhamento contínuo de suas entradas e saídas.

Por esse motivo, o fluxo de caixa é uma ferramenta importante para melhor

administrar as finanças da empresa, pois explica a origem dos recursos e como os

mesmos estão sendo aplicados, facilitando a tomada de decisão.

A empresa LAV e LEV foi fundada em 1990 na cidade de Porto Alegre, atua

há 20 anos no ramo de lavagem de roupas. É uma empresa familiar que possui

quatro filiais em Florianópolis, sendo que a loja que será abordada no presente

estudo é a do centro da cidade.

Pelo fato de não possuir um controle efetivo de suas contas, a empresa LAV

E LEV percebeu a necessidade de organizar suas finanças, para visualizar com

clareza o destino de suas entradas e saídas. Para conseguir essa clareza em suas

contas, foi elaborado um fluxo de caixa para ser implantado na filial da empresa em

estudo.

Assim, colocou-se a seguinte questão norteadora: Como elaborar um fluxo de

caixa que atenda às necessidades da empresa LAV E LEV?

Desse modo, a fim de melhor direcionar os estudos e atividades, referentes

ao presente estudo, definiu-se os objetivos, que serão apresentados na seqüência.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Propor um fluxo de caixa para uma franquia da empresa LAV e LEV,

localizada em Florianópolis, no período de Agosto de 2009 a Junho de 2010.

1.1.2 Objetivos específicos

Elaborar a fundamentação teórica sobre o fluxo de caixa a partir do estudo

da literatura sobre o tema;

Investigar itens relevantes para a elaboração do fluxo de caixa, entradas e

saídas da empresa LAV e LEV;

Desenvolver um modelo de fluxo de caixa para a empresa LAV e LEV;

Desenvolver a análise horizontal e vertical do fluxo de caixa;

Elaborar um fluxo de caixa projetado;

Analisar as variações entre o projetado e o realizado.

1.2 JUSTIFICATIVA

O estudo das finanças da empresa mostra como está à saúde da mesma. Por

esse motivo, é necessário que suas entradas e saídas estejam bem claras, para que

os gestores tenham facilidade em diagnosticar qualquer problema no menor tempo

possível e, através desse diagnóstico, traçar metas para melhor alocar seu capital.

A implantação de um fluxo de caixa é uma ótima alternativa para organizar as

contas da empresa LAV e LEV, que visualizou a necessidade de organizar suas

contas para conseguir identificar com clareza possíveis desperdícios e, assim,

controlar seus gastos.

Para o acadêmico, o estudo para a implantação de um fluxo de caixa na

empresa é visto como uma ótima oportunidade de aplicar os conhecimentos obtidos

ao longo do curso de Administração.

O momento atual em que se encontra a LAV e LEV é muito oportuno para a

implementação do fluxo de caixa. Por se tratar de uma empresa familiar, as suas

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contas sempre foram controladas pelos proprietários, que não possuem uma

formação adequada para aplicar as ferramentas necessárias para melhor administrar

as finanças da empresa. Por esse motivo, a empresa em 18 anos ainda não possui

um fluxo de caixa. Outro fator que torna o momento muito propício para essa

mudança é que uma das sócias está colocando seu filho para administrar sua área e

o fato do mesmo ser acadêmico de Administração, favorece a abertura a novas

idéias para que a empresa apresente cada vez melhores resultados.

A implantação de um fluxo de caixa na LAV e LEV é viável, pois o acadêmico

terá total acesso às informações da empresa pelo fato de seus gestores quererem

muito implantar um fluxo de caixa. Os conhecimentos do acadêmico na área

financeira adquiridos ao longo do curso de Administração, somado ao acesso as

informações da empresa, tornam o projeto viável.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será apresentado o referencial teórico que servirá de suporte

para a elaboração deste trabalho. Para tanto, os temas estão dispostos em seções

abordando a Administração Financeira, Finanças, Função do administrador

financeiro, Fluxo de Caixa, Planejamento do fluxo de caixa, requisitos básicos para

elaboração do fluxo de caixa e implantação do fluxo de caixa.

2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Com o mercado globalizado e as grandes concorrências dos dias atuais,

percebe-se que é imprescindível para o sucesso de uma empresa que a mesma

possua uma boa área financeira. Para controlar a saúde da organização dentro

desse mercado de altos e baixos, é necessário que se tenha pessoas capacitadas e

atualizadas com essas constantes mudanças, para que sempre se tomem as

devidas providências a tempo de evitar problemas para as finanças da empresa.

Esse papel deveria ser desempenhado pelo administrador financeiro dentro

das organizações, porém nem sempre é o que acontece, fato esse que acaba

prejudicando as finanças das empresas que tem a frente de sua área financeira,

profissionais que não são capacitados para tal função.

Segundo Hoji (2000, p. 21), para a administração financeira, as empresas têm

como principal objetivo econômico à valorização do seu valor dentro do mercado, e

através disso aumentar os lucros de seus proprietários que almejam sempre um

retorno proporcional aos riscos que a empresa ficou exposta.

Gitman (1997, p. 4) afirma que a administração financeira nada mais é do que

as responsabilidades de um administrador financeiro dentro de uma organização,

pois é através do bom desempenho dessas funções que se alcança o objetivo

principal das organizações, que é a maximização do lucro da empresa e de seus

proprietários.

O mesmo autor (1997, p. 7-11) defende também que existem três tipos de

organização, como segue: firma individual, sociedades e sociedade anônima. As

firmas individuais são as mais comuns, porém as sociedades anônimas são mais

atraentes no que se refere à criação de receitas e lucros. Independente do tipo de

organização a função da administração financeira vai sempre depender do tamanho

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da empresa, geralmente nas pequenas empresas a função da administração

financeira é realizada pela área da contabilidade, e com o crescimento da

organização é criado um setor próprio, e com isso a administração financeira passa

a ter mais autonomia.

Na mesma linha, Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 30-33) sustentam que

o principal objetivo da administração financeira é de maximizar os lucros das

empresas independente de a empresa ser uma firma individual, uma sociedade de

pessoas ou uma sociedade por ações, porém os objetivos podem variar, por

exemplo, em uma sociedade por ações o objetivo principal é a valorização de cada

ação existente, pois todo acionista compra ações buscando um retorno financeiro,

portanto para essas empresas, o principal objetivo da administração financeira é

sempre buscar maneiras de proporcionar valorização de suas ações no mercado,

para que ocorra também um aumento do capital de seus proprietários.

Defendendo sua visão Zdanowicz (2000, p. 22-23) afirma que a administração

financeira tem a função de melhor captar e distribuir recursos visando o melhor

desempenho de suas atividades, buscando alcançar seus objetivos. Tendo como

prioridade honrar seus deveres com terceiros e maximizar o lucro dos acionistas ou

proprietários da empresa.

Baseado nas afirmações dos autores acima descritos, conclui-se que a

administração financeira tem como principal objetivo à maximização dos lucros da

empresa, através do trabalho do administrador financeiros, buscando sempre novas

formas de se adaptar ao mercado, para valorizar suas ações e consequentemente

aumentar o capital financeiro de seus acionistas e proprietários.

2.1.1 A função do administrador financeiro

De acordo com Hoji (2000, p. 23), o administrador financeiro tem três funções

primordiais, que são:

Analisar, planejar e fazer o controle financeiro: tem a função de controlar

todas as atividades financeiras da empresa, fazendo a análise através dos

dados financeiros e controlando a quantidade de capital necessária, para

que ocorram as atividades normais da empresa.

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Tomar as decisões de investimento: acompanhar as atividades da

empresa de tal forma que identifique o momento oportuno para realizar

investimentos, sempre analisando se o mesmo é viável medindo seu grau

de risco e retorno.

Tomar as decisões de financiamento: analisar as necessidades de

obtenção de recursos financeiros para financiamento de ativos correntes e

não correntes da empresa.

Segundo o mesmo autor Hoji (2000, p. 23), o administrador financeiro recebe

suporte de outras áreas da empresa, como a área de Controladoria e Tesouraria,

para que realize essas funções com maior nível de acerto possível.

Na mesma abordagem, Gitman (1997, p. 4-14) sustenta que o administrador

financeiro administra as atividades financeiras de todos os tipos de empresas, desde

as empresas privadas ou públicas, até as sem fins lucrativos. E para desempenhar

tal atividade, utilizam variadas ferramentas como: previsões financeiras,

visualizações de balanços, administração do crédito, entre outras.

O mesmo autor (1997, p. 4) afirma também que nos últimos anos, a função do

administrador financeiro se tornou muito mais complexa e suas responsabilidades

aumentaram muito, devido às mudanças no ambiente econômico. Fatos esses que

mostram cada vez mais a importância desse profissional para as empresas de todos

os tipos.

Gitman (1997, p. 13-14), semelhante a Hoji, também cita as três funções

básicas do administrador financeiro, que são:

Realizar análise e planejamento financeiros: onde o administrador

financeiro organiza os dados financeiros da empresa, de forma que fique

mais fácil a compreensão da situação financeira da mesma; avalia se é

necessário aumentar ou reduzir a capacidade de produção da empresa; e

visualiza a necessidade ou não de buscar financiamentos.

Tomar decisões de investimento: esse tipo de decisão parte da

combinação entre ativos circulantes e permanentes, e do tipo de

investimento que estão no balanço patrimonial da empresa. O

administrador financeiro deve fazer uma análise geral dos ativos

permanentes da empresa, e verificar a necessidade de manter os já

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existentes, ou de adquirirem novos. De acordo com o autor essas decisões

estão relacionadas com o lado esquerdo do balanço.

Tomar decisões de financiamento: para tomar uma decisão de

financiamento é necessário que o administrador financeiro faça uma forte

análise do mercado, para saber quais são as melhores fontes de

financiamento disponíveis. Essas tomadas de decisão partem da melhor

combinação entre financiamentos de curto e de longo prazo, e também da

análise da atratividade das fontes individuais de financiamento de curto ou

de longo prazo. De acordo com o autor, essa atividade está ligada ao lado

direito do balanço patrimonial da empresa.

O mesmo autor (1997, p. 13) afirma que essas decisões devem sempre ter

foco no efeito que terão sobre o fluxo de caixa, independente de serem visualizadas

através dos balanços da empresa.

Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 29-30) sustentam que o administrador

financeiro tem três preocupações básicas, que são:

Orçamento de capital: onde o administrador financeiro tem que fazer a

análise do investimento, procurando verificar se o ganho em valores

monetários que a empresa terá com esse investimento, será maior do que

o custo para arcar com o mesmo.

Estrutura de capital: o administrador financeiro deve fazer o levantamento

da situação, para saber quanto de financiamento será necessário para

cobrir os investimentos a longo prazo, e quais são os meios mais

econômicos para cobrir tal ação.

Administração do capital de giro: o administrador financeiro deve fazer um

controle minucioso e diário, para ter certeza que a organização tenha

capital imediato suficiente para continuar suas atividades do dia-a-dia, sem

que nenhum problema financeiro possa vir a abalar de uma hora para a

outra suas atividades. Para isso, o administrador financeiro deve visualizar

quanto deve ser mantido em caixa e estoque; se a empresa deve vender a

prazo; e como conseguir um financiamento de curto prazo de imediato

caso ocorra uma emergência.

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Analisando as posições dos autores, conclui-se que existem três funções

básicas que devem ser desempenhadas pelo administrador financeiro, que são:

controlar toda a área financeira da empresa; tomar decisões de investimentos; e de

financiamento.

Conclui-se também que a administração financeira trabalha diretamente com

outras áreas da organização, para melhor desempenhar suas funções. A tesouraria,

a contabilidade e controladoria são exemplos dessas áreas que estão intimamente

ligadas à administração financeira. Outro fator que fica claro nas afirmações dos

autores é que a função do administrador financeiro tem conquistando cada vez

maior importância dentro das organizações.

2.1.2 Planejamento Financeiro e seus Objetivos

Sanvicente (1997, p. 208) afirma que é necessário planejar de que forma os

orçamentos da empresa serão utilizados, sendo importante traçar de maneiras

claras os objetivos da empresa, bem como definir que recursos utilizar e qual o

prazo de tempo para realizar determinada tarefa. Para o autor o planejamento pode

ser de longo prazo, ou planejamento de curto prazo.

O mesmo autor (1997, p. 209) define que os planejamentos têm por objetivo

definir quais são as metas da empresa para o futuro, e que o objetivo dominante da

empresa, deve ser o retorno dos investimentos realizados por seus proprietários.

Defendendo outra posição, Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 82)

conceituam que o planejamento financeiro define de que forma os objetivos

financeiros de uma organização podem ser alcançados. Sendo que geralmente

essas decisões sobre o futuro da empresa tendem a ser demoradas, por esse

motivo o planejamento deve ser feito sempre com antecedência, para se ter uma

boa análise da situação.

Sobre os objetivos do planejamento financeiros, Ross, Westerfield e Jordan

(1998, p. 83) compartilham da mesma opinião de Sanvicente, e afirmam que o

principal objetivo dos planejamentos é o aumento do capital dos proprietários.

Compartilhando da mesma idéia, Hoji (2007, p.415) afirma que o

planejamento nada mais é do que definir com antecedência os objetivos e metas a

serem atingidos, que recursos serão utilizados, levando em consideração os

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acontecimentos do mercado e estabelecendo funções claras aos envolvidos para

que as metas sejam alcançadas.

Partindo de outro princípio, o mesmo autor (2007, p. 416-417) define que

existem três níveis de planejamento, que são:

Planejamento estratégico: é um tipo de planejamento que envolve a alta

cúpula da organização, estando geralmente ligado às linhas de produtos

ou mercados. Envolvem decisões estratégicas que são muito difíceis, pois

envolvem um alto custo e risco, sendo geralmente irreversíveis. Esse tipo

de planejamento é de longo prazo;

Planejamento tático: é um planejamento que necessita de menos tempo

relacionado com o estratégico. E tem por objetivo realizar de melhor forma

o que foi definido estrategicamente;

Planejamento operacional: tem como objetivo maximizar recursos que

foram aplicados em operações de períodos estabelecidos. Sendo um

planejamento que varia de curto a médio prazo, que envolve não somente

a alta cúpula da empresa e de melhor reversão caso necessário.

O processo de planejamento inicia-se com plano financeiros a longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de plano e orçamentos operacionais a curto prazo. De forma geral, é por meio desses planos e orçamentos a curto prazo que se implementam os objetivos estratégicos a longo prazo na empresa (GITMAN, 1997, p.588).

Nas próximas seções serão detalhados os principais aspectos do

planejamento de Longo Prazo e Curto Prazo.

2.2.1 Planejamento Financeiro de Longo Prazo

Segundo Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 82), é por falta de um

planejamento financeiro de longo prazo bem formulado, que muitas empresas

encontram dificuldades financeiras e muitas vezes fecham suas portas

prematuramente. O planejamento financeiro de longo prazo visa uma análise

criteriosa do mercado e de suas tendências, buscando antecipar possíveis

problemas futuros, antes que os mesmos surjam. No caso de a empresa visar

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adquirir ativos, é importante ter o planejamento, para verificar se a empresa terá

como custear os mesmos no futuro.

Partindo de uma visão semelhante, Sanvicente (1997, p. 208) afirma que o

planejamento financeiro de longo prazo possui três etapas, que são:

Avaliar o mercado atuante: acompanhar as tendências do mercado

atuante, através de um acompanhamento contínuo;

Estabelecer objetivos; definir metas e objetivos claros, bem como formas

de alcançá-los;

Documentação do planejamento: elaborar documentos que regulamentem

tudo o que foi planejado.

Compartilhando da mesma linha de raciocínio, Gitman (1997, p. 588) afirma

que o planejamento financeiro de longo prazo é um conjunto de ações que focam o

futuro da empresa, sendo esses períodos geralmente de dois a dez anos. O

planejamento de longo prazo parte de estratégias definidas para alcançar os

objetivos da empresa, e para ter sucesso nas metas estabelecidas são

acompanhados vários fatores como: marketing, desperdício de recursos, pesquisas,

desenvolvimento de produtos, e fontes de financiamento.

Com base no que foi apresentado pelos autores, percebe-se que o

planejamento de longo prazo é de muita importância para as empresas, pois através

dele os gestores visualizam em que posição pretendem que a empresa esteja no

futuro, e estabelecem metas e objetivos para que essas previsões ocorram conforme

planejado.

2.2.2 Planejamento Financeiro de Curto Prazo

Segundo Gitman (1997, p. 588-599), o planejamento financeiro de curto prazo

é estabelecido para períodos de um a dois anos, tendo como base para esse tipo de

planejamento previsão de vendas, dados operacionais e financeiros, orçamentos e

demonstrações financeiras. Com base na análise desses documentos, é avaliada a

situação da empresa quais planos de curto prazo podem ser desenvolvidos sem

comprometer a parte financeira da organização.

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Partindo do mesmo princ�pio, Sanvicente (1997, p. 208-209) defende que o

planejamento de curto prazo define objetivos de imediato para a empresa, tendo

como primeiro passo uma avalia��o criteriosa da situa��o financeira da empresa, e

do ambiente organizacional, usando como base o planejamento futuro da

organiza��o, ou seja, s�o trabalhados de imediato, projetos que venham a viabilizar

o planejamento realizado para o futuro da organiza��o.

Defendendo sua vis�o, Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 336) afirmam

que o planejamento financeiro de curto prazo esta intimamente ligado ao capital de

giro liquido da empresa. Sendo que esse tipo de planejamento ocorre geralmente

em um per�odo de um ano, visando melhorias imediatas na organiza��o.

Analisando as afirma��es dos autores, conclui-se que o planejamento

financeiro de curto prazo � uma ferramenta de muita utilidade para a empresa, pois a

partir da mesma s�o detectadas as necessidades mais urgentes da organiza��o

como melhorias em sua estrutura, por exemplo, e s�o estipuladas metas para

alcan��-las em um per�odo curto de tempo. Esse planejamento passa por uma

criteriosa an�lise financeira para ver sua viabilidade, sendo que satisfazendo essas

necessidades mais urgentes da empresa, suas atividades tendem a melhorar.

2.2 FLUXO DE CAIXA

De acordo com Zdanowicz (2000, p. 19), em meio a um mercado t�o

competitivo, a fun��o da administra��o financeira vem sendo cada vez mais ligada a

sobreviv�ncia das empresas. Pois atrav�s de algumas t�cnicas e ferramentas esse

tipo de gest�o tem gerado muita seguran�a para manter a empresa com uma boa

parte financeira. Os fluxos de caixa representam muito bem essa seguran�a na

organiza��o das contas das organiza��es.

Segundo o mesmo autor (2000, p. 19), “o fluxo de caixa � o instrumento que

permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar

os recursos financeiros de uma empresa para determinado per�odo”. O fluxo de

caixa tamb�m � conceituado pelo autor (2000, p. 23), como um instrumento que

pode ser utilizado pelo administrador financeiro para controlar as entradas e sa�da

de recursos, bem como diagnosticar se est� havendo algum tipo preju�zo para a

empresa.

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Zdanowicz (2000, p. 23) também afirma que o fluxo de caixa pode ser

desenvolvido para atender períodos de curto prazo, visando organizar os objetivos

da empresa em um período de curto espaço de tempo; ou pode também ser

elaborado para longos períodos de tempo, para fins de investimentos no ativo

permanente.

Em perspectiva similar Oliveira (2006, p.117-118) sustenta que o fluxo de

caixa tem como função deixar claro todo o dinheiro que irá entrar e que irá sair do

caixa, possibilitando dessa forma que o administrador financeiro identifique possíveis

gastos futuros e consiga se organizar com antecedência para pagá-los, ou seja, no

fluxo de caixa ficarão explicitado todas as entradas e saídas de caixa e através da

análise do fluxo de caixa poderá ser verificado se existe ou não o equilíbrio dessas

contas.

Partindo de um mesmo princípio, Hoji (2007, p. 76) defende que o fluxo de

caixa é uma ferramenta que descreve de forma clara as entradas e saídas de capital

de uma empresa dentro de um determinado período pré-estabelecido. O autor

reforça que em um fluxo de caixa é necessário que se tenha descrito pelo menos

uma saída e uma entrada.

Apresentando sua visão, Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 46) afirmam

que o fluxo de caixa nada mais é do que a diferença de capital que entra na

empresa e a que sai. Sendo que a empresa gera recursos através de diversas

atividades e que esse capital é utilizado para pagar terceiros ou é distribuído aos

acionistas da empresa.

Na mesma concepção Assaf e Silva (2007, p. 40) enfatizam que o fluxo de

caixa tem como objetivo principal manter a liquidez imediata da organização, para

que a mesma possa manter suas atividades, honrando com seus pagamentos e

melhor organizando suas entradas.

Os mesmo autores ( 2007, p. 41) afirmam que para um bom desempenho do

fluxo de caixa é importante que todos os setores da empresa estejam envolvidos, e

através dessa união dos setores sejam obtidas togas as informações necessárias

para que o fluxo de caixa tenha a maior precisão possível e com isso reduzindo as

necessidades de financiamento e seus custos financeiros.

Baseado nas definições dos autores, conclui-se que o fluxo de caixa é uma

ferramenta de muita utilidade para as empresas, principalmente nos dias de hoje

essa ferramenta se torna de imprescindível valor, pois detalha todas as entradas e

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saídas financeiras da empresa, evitando com que ocorram desfalques que podem

ser decisivos para a saúde financeira da empresa, ainda mais com mercados cada

vez mais competitivos, onde pequenos desfalques geram enormes problemas.

Portanto, esse instrumento deveria ser obrigatório na área financeira de todas as

empresas, independente de seu tamanho e área de atuação.

Com o fluxo de caixa se obtém um controle real das entradas e saídas de

capital da empresa, possibilitando um diagnóstico da saúde financeira da mesma.

Mediante esse controle, podem-se alocar melhor os recursos da empresa, evitando

desperdícios e investindo da melhor forma possível, para que se obtenham bons

resultados em aplicações, caso seja viável.

2.2.1 Objetivos do Fluxo de Caixa

De acordo com Zdanowicz (2000, p. 23-24), o fluxo de caixa tem como

principal função controlar as entradas e saídas de recursos da empresa,

identificando as necessidades de se solicitar empréstimos ou disponibilidades para

fazer aplicações em outras áreas, porém outros objetivos podem ser citados como:

Realizar uma análise dos recursos financeiros disponíveis e que serão

utilizados no desenvolvimento das operações da organização e transações

financeiras;

Evitar que recursos fiquem parados na empresa enquanto podem estar

gerando lucro em outras aplicações, bem como apresentar estudo das

melhores aplicações, analisando seu tempo de investimento e sua

oscilação;

Organizar da melhor forma os recursos financeiros da empresa de acordo

com um acompanhamento rigoroso das áreas de vendas, produção e

despesas, acompanhando sempre a rotatividade do estoque e prazos de

recebimento e pagamento de valores;

Caso necessário alavancar recursos através de financiamentos, o fluxo de

caixa analisa as melhores opções para que se evite desperdício com altas

taxas de juros;

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Evitar desfalques atrav�s de grandes desembolsos, em �pocas de

instabilidade.

Segundo Matarazzo (2007, p. 364) o fluxo de caixa tem como principais

objetivos dentro da empresa:

Analisar dentro das necessidades da empresas as melhores alternativas

de investimentos;

Acompanhar de perto as decis�es importantes tomadas na organiza��o

que envolva capital e recursos financeiros da empresa;

Fornecer informa��es detalhadas do presente e do futuro do caixa da

empresa, trazendo uma an�lise criteriosa para que sejam evitados

problemas financeiros;

Avaliar como vem sendo aplicado os recursos da empresa, bem como

evitar que ocorra excesso de capital parado em caixa, buscando sempre a

melhor aplica��o.

O mesmo autor (2007, p. 364) afirma que, “de acordo com a utilidade que se

pretende obter, existem duas demonstra��es de fluxo de caixa: Demonstra��o das

Entradas e Sa�da de Caixa; e Demonstra��o do Fluxo L�quido de Caixa”.

Segundo Matarazzo (2007, p. 364) a demonstra��o de entradas e sa�das de

caixa � uma ferramenta muito importante, pois avalia quanto entra e quanto sai do

caixa da empresa, fazendo um diagn�stico da situa��o da empresa que facilita a

tomada de decis�es por parte dos administradores. Geralmente essa demonstra��o

� voltada para o futuro sendo avaliados per�odos curtos.

Para finalizar, Frezatti (1997, p. 27) afirma que o fluxo de caixa � muito

importante para uma organiza��o independente do tempo em que a mesma esta

ativa no mercado. Sendo que esse instrumento tem o objetivo de auxiliar os gestores

nas tomadas de decis�o. Pois fornece uma vis�o clara, da situa��o financeira da

empresa ao administrador financeiro.

O mesmo autor (1997, p. 28) defende que � interessante aumentar a

efici�ncia do fluxo aliando o mesmo a contabilidade e os relat�rios gerenciais que a

mesma fornece, pois o fluxo de caixa n�o substitui essa �rea dentro da organiza��o.

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Na mesma concepção, Fretta e Souza (2008, p. 86) salientam que o fluxo de

caixa auxilia no controle das finanças da empresa e na visualização do que pode vir

a ocorrer no futuro, ajudando o administrador financeiro a tomar as decisões mais

corretas e assim deixar a empresa preparada para li dar com situações adversas.

Os mesmos autores Fretta e Souza (2008, p. 86) acrescentam que o fluxo de

caixa auxilia nas tomadas de decisão, tanto em situações em que a empresa está

com superávit, que é quando a empresa está com uma boa saúde no caixa, nessa

situação, o fluxo de caixa explicita quais são as melhores formas de alocar esses

recursos que estão disponíveis, visando trazer maior retorno para a empresa. Pode

ser comprando estoques, aplicando em ações, aplicando em novos investimentos.

Quanto em situações que a empresa está em déficit, que é quando a saúde do caixa

da empresa não está muito boa, nessa situação o fluxo de caixa mostra quais são as

melhores formas de enxugar o orçamento da empresa, através da diminuição do

prazo de vendas, aumento do prazo de compras, encontrar melhor forma de

financiamento, etc.

Com base no que os autores afirmam, conclui-se que o fluxo de caixa possui

inúmeros objetivos dentro da organização, sendo que é unanimidade entre os

autores que essa ferramenta tem como principal objetivo auxiliar o administrador

financeiro nas tomadas de decisão e deixar claro todas as entradas e saídas

financeiras que a empresa possui em um determinado período de tempo.

2.2.2 Vantagens e Limitações do Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa, como já foi descrito, é uma ferramenta muito útil para se

manter um bom controle das finanças da empresas, porém não existe nenhum tipo

de ferramenta que seja perfeita na área administrativa, por esse motivo no quadro 1

é apresentado a posição de alguns autores, sobre as vantagens e limitações que o

fluxo de caixa pode apresentar dentro da organização.Autor Vantagens LimitaçõesYOSHITAKE e HOJI (1997, p.149)

Somente através do fluxo de caixa que se pode saber a real capacidade que uma organização tem de gerar receita. Por esse motivo é que essa ferramenta é tão utilizada por investidores e banqueiros para fazer a avaliação de se é interessante, ou não aplicar na empresa estudada.

Não há.

ASSAF e SILVA Auxílio nas tomadas de decisão, Não há.

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Autor Vantagens Limitações(2007, p, 39) planejamento e total controle de todas as

entradas e sa�da de recursos financeiros da empresa, sendo poss�vel assim ter uma boa vis�o e controle da parte financeira da empresa em um determinado per�odo de tempo.

FREZATTI (1997, p. 28 e 77)

Visualiza��o dos resultados pretendidos e assim auxilia nas tomadas de decis�o.

Horizonte: a probabilidade de ocorrerem distor��es no fluxo de caixa � proporcional ao per�odo que o mesmo abrange, ou seja, quanto maior for o per�odo que o fluxo de caixa abrange maior ser� a chance de apresentar falhas;Complexidade e estrutura: a clareza do fluxo de caixa vai depender do tamanho e estrutura da empresa, empresas grandes ter�o fluxos de caixa maiores e de maior dificuldade de compreens�o;“Prefer�ncias”: quando algum gerente escolhe o formato de fluxo de caixa de acordo com o que ele acredita ser o melhor, sem explicar motivos ou se preocupar com a opini�o dos demais.

KARKOTLI (2008, p.11-12)

Mostra as melhores alternativas de investimento;Auxilia nas tomadas de decis�es;Fornece uma vis�o do presente e projeta o futuro, precedendo problemas;Analisa o caixa, evitando que fiquem excessos no caixa, que podem ser aplicados de forma mais rent�vel.

No caso de ocorrer erro do administrador financeiro no momento em que lan�ar as informa��es, as proje��es poder�o apresentar erros;Algumas empresas poder�o apresentar algum tipo de resist�ncia � mudan�a, na ado��o dessa ferramenta na �rea financeira;Compara��o dos resultados obtidos com os projetados;Varia��es no mercado podem distorcer os resultados que foram projetados.

ZDANOWICZ(2000, p 283-286)

Mostra o melhor momento para que possam ocorrer as retiradas de caixa, sem comprometer as finan�as da empresa;Possibilita que o administrador financeiro visualize as disponibilidades de capital da empresa, bem como, auxilia na escolha das melhores op��es de investimentos.Permite que o gestor acompanhe todos os compromissos da empresa, tanto presente quanto futuros, com isso o caixa da empresa pode ser organizado de modo a n�o ocorrer nenhuma surpresa negativa, pois estar�o especificadas todas as entradas e sa�das de caixa, juntamente com suas datas. Sendo que realizando pagamentos no prazo, a empresa pode conseguir descontos e tamb�m criar uma boa imagem no mercado.Atrav�s do fluxo de caixa o administrador

As informa��es contidas no fluxo de caixa s�o vinculadas aos planejamentos dos gestores, portanto se os mesmos cometerem erros, as informa��es do fluxo de caixa poder�o tamb�m conter distor��es e gerar erros decis�rios;Muitas empresas apresentam resist�ncia a mudan�as, principalmente na �rea financeira;O fluxo de caixa requer de tempo para apresentar os resultados esperados, esse fator pode ser um complicador uma vez que a maioria dos gestores espera resultados imediatos;O mercado e sua instabilidade podem prejudicar o desempenho do fluxo de caixa.

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Autor Vantagens Limitaçõesfinanceiro poderá visualizar a necessidades financeiras futuras, permitindo assim que sejam buscadas alternativas para solucioná-las, antecedendo assim o problema.

Quadro 1: Análise comparativa das vantagens e limitações do fluxo de caixa.Fonte: Zdanowicz (2000); Assaf e Silva (2007); Frezatti (1997); Yoshitake e Hoji (1997); Karkotli (2008).

Com base nas afirmações dos autores, conclui-se que o fluxo de caixa é uma

ferramenta de muita importância para a organização, pois apresenta inúmeras

vantagens, sendo uma unanimidade entre os autores que essa ferramenta auxilia

muito o administrador financeiro nas tomadas de decisão, pois através do fluxo de

caixa se tem uma visão geral das entradas e saídas da empresa, e

consequentemente se entende a saúde financeira da mesma.

Referente às limitações do fluxo de caixa, nem todos os autores pesquisados

se manifestaram, porém o que esses autores deixaram claro referente às limitações

do fluxo de caixa é que o mesmo deve ser elaborado com muita atenção para não

serem lançados dados incorretos que podem vir a fazer a diferença em uma análise

financeira futura.

Partindo dessas conclusões, pode-se afirmar que o fluxo de caixa dentro de

uma empresa traz mais vantagens do que limitações, fato esse que comprova a

importância desse instrumento gerencial dentro das organizações.

2.2.3 Fluxo de Caixa Direto ou de Tesouraria

Segundo Frezatti (1997, p.35), o fluxo de caixa da tesouraria é bastante

detalhado, para que se possa ter um acompanhamento diário, de todas as entradas

e saídas que a empresa tem, deixando bem claro todos os seus compromissos a

cumprir.

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Partindo de um pensamento semelhante, Yoshitake e Hoji (1997, p, 152)

afirma que o fluxo de caixa direto detalha todas as movimenta��es financeiras de

uma empresa em um determinado per�odo de tempo. Sendo que em alguns casos,

as informa��es mais detalhadas s� poder�o ser adquiridas na �rea cont�bil da

empresa ou nos controles internos da mesma.

J� na vis�o de Assaf e Silva (2007, p. 48), o fluxo de caixa direto deve levar

em conta o saldo l�quido que permanece depois de realizados todas as obriga��es

financeiras da empresa, ou seja, ap�s ser apurado o saldo remanescente entre

recebimentos e pagamentos em um dado per�odo.

Na mesma concep��o, Perez (2005, p. 247) trata o fluxo de caixa direto como

o verdadeiro “fluxo de caixa”, pois trata todas as entradas e sa�das de caixa com

muito detalhamento, onde s�o contabilizados os verdadeiros valores de entrada e

sa�da e n�o o seu lucro l�quido.

Em perspectiva similar, Perez e Begalli (1999, p. 183-184) comentam que o

m�todo direto do fluxo de caixa, abrange todas as entradas e sa�das provenientes

da atividade operacional da organiza��o. Esse m�todo � o mais utilizado pelas

empresas, pois � de mais f�cil entendimento, entretanto sua elabora��o � bastante

trabalhosa devida a grande quantidade de informa��es necess�rias.

De forma mais sucinta, Hoji (2007, p. 314) enfatiza “que o fluxo de caixa direto

facilita a visualiza��o e a compreens�o do fluxo financeiro, pois demonstra os

recebimentos e pagamentos provenientes das atividades operacionais.”

Atrav�s das observa��es dos autores, pode-se afirmar que o fluxo de caixa

direto ou de tesouraria � bastante detalhado, e por esse motivo traz informa��es

completas relacionadas aos valores que entraram e sa�ram da empresa, sem dar

�nfase ao lucro l�quido. Por ser t�o detalhado, � muitas vezes necess�rio buscar

informa��es juntamente � �rea cont�bil da empresa.

2.2.4 Fluxo de Caixa Indireto ou Contábil

Segundo Yoshitake e Hoji (1997, p.150), o fluxo de caixa indireto tamb�m �

chamado de fluxo de caixa l�quido, pois o mesmo � uma complementa��o das

demonstra��es de entradas e sa�das da organiza��o. Esse m�todo utiliza como

base o lucro l�quido das opera��es da empresa, que s�o ajustados por fatores que

n�o afetam o capital circulante l�quido.

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Partindo da visão de Assaf e Silva (2007, p. 50) o fluxo de caixa indireto tem

como ponto de partida o lucro líquido do exercício.

Simplificadamente, devem-se agregar ao valor líquido as variações do capital de giro, exceto os empréstimos bancários; somar (ou subtrair) as despesas e receitas que não representam desembolso de recursos; e retirar itens que estão na demonstração do resultado que não estão diretamente relacionados com as operações da empresa, como por exemplo, o resultado da venda de imóveis.

Partindo da sua visão, Frezatti (1997, p. 36-37) afirma que o fluxo de caixa

contábil é elaborado através da análise dos balanços patrimoniais e demonstrações

de resultados, sendo que analisa um período mais longo como: meses, semestres,

anos, etc. Através desse tipo de fluxo de caixa é possível perceber a geração de

liquidez da empresa, sendo que tem como principal objetivo o resultado da diferença

entre as entradas e saídas.

Em perspectiva similar, Perez (2005, p. 249) menciona que o fluxo de caixa

indireto é o método onde o lucro líquido é ajustado pelo valor das receitas e

despesas que não afetaram as disponibilidades, de forma que fique claro as

oscilações do período.

Perez e Begalli (1999, p. 183-184) afirmam que o método indireto do fluxo de

caixa se sustenta no lucro líquido do período, sendo que o mesmo sofre um ajuste

das entradas e saídas que não interferem diretamente nas disponibilidades e no

caixa da empresa.

Na mesma linha, Hoji (2007, p. 315) afirma que o fluxo de caixa indireto,

calcula todos os recursos financeiros gerados pela área operacional da empresa

com base no lucro líquido, levando em consideração e ajustando-o de acordo com

os aumentos ou reduções no ativo e passivo circulante da empresa.

Verifica-se, nas perspectivas dos autores, que o fluxo de caixa indireto ou

contábil tem como principal objetivo à visualização do lucro líquido da empresa,

através da confrontação das suas entradas e saídas. Através desse método se

observa a liquidez da organização.

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2.2.5 Elaboração do Fluxo de Caixa

Zdanowicz (2000, p. 129-131) afirma que para elaborar um fluxo de caixa o

administrador financeiro terá de coletar dados em diversos setores da organização,

baseado no cronograma de entradas e saídas do setor financeiro. Sendo que o

mesmo aponta as seguintes informações para elaboração do fluxo de caixa:

Fazer uma análise das vendas a prazo e à vista;

Analisar as compras da empresa, bem como as condições oferecidas

pelos seus fornecedores;

Acompanhar de perto os valores a receber de clientes;

Determinar o tamanho necessário do fluxo de caixa e seu tempo de

abrangência, de acordo com as características da empresa;

Detalhar através de orçamentos todo e qualquer tipo de entrada e saída de

caixa, no período estipulado.

O mesmo autor Zdanowicz (2000, p. 131) observa que para a elaboração do

fluxo de caixa, é necessário se aplicar um método mais flexível, pois podem vir a

ocorrer variações que venham a provocar alterações nos dados projetados.

Aliás, Zdanowicz (2000, p.131) salienta que os dados coletados não devem

apresentar erros, por esse motivo a empresa como um todo deve estar ciente da

importância de passar os dados corretos ao administrador financeiro, pois ele irá

coletar dados em outros setores da organização.

Em perspectiva similar, Karkotli (2008, p. 6-7) salienta que para elaborar um

fluxo de caixa proveniente das operações, é necessário somar o lucro líquido com as

despesas não desembolsáveis pertencentes ao mesmo período abordado, desse

resultado são subtraídas todas as entradas que não participaram no ingresso de

recursos e que fizeram parte da apuração do lucro.

Assaf e Silva (2007, p. 44) compartilham do mesmo pensamento de Karkotli,

porém acrescentam que para elaborar o fluxo de caixa é necessário confrontar os

demonstrativos contábeis da inicio e do final do período abordado, sendo que um

detalhamento maior somente será possível com acesso as informações geradas

pelos demonstrativos convencionais.

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Na mesma concepção, Marion (1997, p. 381) salienta que para elaborar o

fluxo de caixa é necessário ter acesso ao livro caixa, onde serão extraídas todas as

informações necessárias para que se possam ordenar as operações de acordo com

suas origens, sendo possível assim elaborar o fluxo de caixa.

Na mesma linha de pensamento, Fretta e Souza (2008, p. 88) enfatizam que

para elaborar o fluxo de caixa, alguns objetivos devem ser levados em consideração,

que são:

Fazer um levantamento geral do valor necessário para realizar as

operações e transações financeiras da empresa;

Utilizar da melhor forma os recursos da empresa, evitando que os mesmos

fiquem ociosos e que sejam aplicados de maneira mais rentável possível;

Fazer um controle e planejamento de todos os recursos financeiros da

empresa através das informações das áreas de vendas, produção e

operacional, bem como os dados do índice de atividades;

Honrar os compromissos da empresa sempre na data do vencimento;

Em caso de necessidade de empréstimo avaliar qual a melhor fonte para o

mesmo;

Ter total controle sobre as saídas e entradas de caixa;

Com base nas afirmações dos autores, observa-se que para elaborar o fluxo

de caixa, é necessário coletar as informações em diversas áreas da empresa, por

esse motivo o mesmo deve ser bem detalhado contendo todas as receitas e

despesas da organização, pois se faltar alguma informação relevante na elaboração

do mesmo, essa ferramenta pode perder sua utilidade e gerar informações

distorcidas que acarretaram em problemas futuros.

2.2.6. Fatores que afetam o Fluxo de Caixa

Segundo Berti (1999, p. 39) e Marion (1997, p. 382), existem algumas

transações que afetam o caixa aumentando-o, que são:

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Integralização do capital pelos sócios ou acionistas: são somente os

investimentos feitos em dinheiro pelos proprietários;

Empréstimos bancários e financiamentos: é todo recurso que é buscado

em instituições financeiras;

Venda de itens do ativo permanente: podem ocorrer entradas em caixa

devido à venda de alguns itens do ativo fixo;

Vendas a vista e recebimento de duplicatas a receber: entradas

financeiras no caixa da empresa provenientes de vendas;

Outras entradas: Entradas referentes a juros recebidos, indenizações, etc.

Os mesmos autores Berti (1999, p. 39) e Marion (1997, p. 383) afirmam que

existem algumas transações que afetam o caixa diminuindo-o, que são:

Pagamentos de dividendos aos acionistas: valores são pagos aos

acionistas ao final de cada exercício;

Pagamento de juros: todo tipo de pagamento de juros são saidas que

afetam o caixa;

Aquisição de item do ativo permanente: todo tipo de aquisição feito pela

empresa gera saída de caixa;

Compras a vista e pagamentos a fornecedores: são as saída de caixa

referente à matéria-prima e outros materiais necessários para o

funcionamento da empresa;

Pagamentos de despesa/custo: são todos os pagamentos que a empresa

faz referente a despesas administrativas de vendas, e outros gastos em

geral.

Na mesma perspectiva Zdanowicz (2004, p. 42) aborda alguns dos principais

fatores que podem ocasionar falta de recursos financeiros no caixa da empresa:

Falta de controle sobre as vendas, compras e custos da empresa;

Endividamentos, devido à empresa possuir pouco capital próprio e devido

a esse fator recorrer a muito capital de terceiros;

Aumento excessivo de prazo de pagamento para os clientes;

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Compras de grandes proporções;

Disparidade entre as entradas e saídas de caixa devido a prazos

estipulados para essas operações;

Estoque e produção com baixo giro;

Distribuição de lucro desordenada;

Planejamentos e controles de caixa com altos custos.

Zdanowicz (2004, p. 42-43) afirma que, em resumo, os principais fatores que

afetem o fluxo de caixa são externos: inflação, volatilidade do mercado que pode

elevar ou reduzir os preços, alto nível de concorrência, redução das vendas, etc. E

também podem ser internos, onde entra fortemente o papel do administrador

financeiro, pois as tomadas de decisões podem mexer com vários setores da

empresa afetando diretamente o fluxo de caixa, portanto é de extrema importância

que o mesmo seja capaz de lidar com as conseqüências dessas decisões.

Verifica-se, na perspectiva dos autores, que existem muitos fatores que

podem afetar o fluxo de caixa, esses fatores podem partir da dentro da própria

organização sendo considerados fatores internos, ou podem partir de fora da

empresa, sendo considerados fatores externos. Independente de serem fatores

internos ou externos, o administrador financeiro deve estar sempre alerta,

acompanhando de perto o fluxo de caixa da empresa e suas entradas e saídas, para

evitar assim problemas futuros

2.2.7 Implantação do Fluxo de Caixa

Frezatti (1997, p. 117) aborda que a implantação ou aprovação do fluxo de

caixa é um processo importante, pois é nessa fase de implantação que costumam

aparecer alguns problemas e questionamentos que podem ser discutidos e

resolvidos.

O mesmo autor (1997, p. 117-118) afirma que esse tipo de decisão parte do

mais alto nível hierárquico da organização, sendo que ocorrido a implantação com

consentimento de todos os envolvidos na empresa, as metas traçadas passam a ser

o objetivo principal, sempre buscando o máximo de transparência.

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33

De forma mais abrangente, Zdanowicz (2000, p. 132-133) afirma que existem

requisitos básicos para a implantação do fluxo de caixa, que são:

Consentimento da diretoria da empresa;

Definição das responsabilidades de cada área;

Todas as áreas da empresa devem estar cientes da importância do fluxo

de caixa, agindo de forma integrada;

Definir quem será responsável pelos formulários e projeções, bem como

seu período de entrega;

Treinamento para o pessoal que estiver envolvido com a implantação do

fluxo de caixa;

Elaboração de um manual para que seja melhor compreendido as

operações financeiras;

Total comprometimento da chefia de cada área da empresa, para tornar

realidade os objetivos traçados no fluxo de caixa;

Controle das movimentações bancárias;

Projetar com antecedência qual será o impacto das decisões que afetam a

área financeira;

Elaborar um fluxograma das atividades da empresa.

O mesmo autor Zdanowicz (2000, p. 133) menciona que a implantação do

fluxo de caixa parte do princípio de apropriar as contas que foram fornecidas pelas

diversas áreas da empresa, de acordo com o regime de caixa e conforme os

períodos em que irão ocorrer suas entradas e saídas. Sendo que a implantação do

fluxo de caixa cria dois grandes itens que são: o planejamento dos ingressos e o

planejamento dos desembolsos.

Na mesma concepção, Fretta e Souza (2008, p. 85) sustentam que o

processo de implantação do fluxo de caixa em uma empresa, tem como primeiro

passo convencer seus proprietários de que esse instrumento terá muita importância

nas tomadas de decisão, bem como convencê-los de organizar e acompanhar os

dados obtidos. Depois de implantado o fluxo de caixa na empresa, resta ao

administrador financeiro distribuir de forma adequada as despesas e receitas da

mesma.

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Com base nas afirmações dos autores, convém enfatizar que a implantação

do fluxo de caixa é uma etapa muito importante, que tem como ponto de partida,

convencer a alta cúpula da organização das vantagens de possuir essa ferramenta,

tão importante para as tomadas de decisão da empresa.

2.2.8 Projeção do Fluxo de Caixa

Hoji (2007, p. 160) afirma que a projeção do fluxo de caixa é também

conhecida como orçamento de caixa ou previsão de caixa. Nesse tópico será

abordado primeiramente o período de abrangência do orçamento de caixa e em

seguida será explanada sua forma de projeção.

De acordo com Zdanowicz (2004, p.176), o fluxo de caixa é projetado de

acordo com o período que irá abranger, podendo ser de curto prazo ou longo prazo:

Curto prazo: realiza um controle detalhado de todos os recebimentos e

pagamentos da empresa, estabelecendo quais são as necessidades de

créditos em um período curto de tempo, e estabelecendo o controle de

caixa para esse mesmo período. Sendo que essa projeção poderá ser

mensal, trimestral, ou até mesmo diário, dependerá das necessidades da

empresa;

Longo prazo: é uma projeção sintética dos recebimentos e pagamentos da

empresa, onde são alocados projetos de expansão, modernização,

melhorias ou mudanças para novas instalações. Esse tipo de projeção de

fluxo de caixa trabalha geralmente com um período de dois a cinco anos,

tendo grande importância para as tomadas de decisão sobre as linhas de

crédito e de financiamento que serão utilizadas.

Na sua linha de pensamento, Karkotli (2008, p. 7-8) afirma que o período de

projeção do fluxo de caixa dependerá do levantamento de todos os recebimentos e

pagamentos previstos para um determinado período. Sendo que para aumentar a

eficiência dessa projeção divide-se um período grande de planejamento em

intervalos menores como meses, por exemplo, dessa forma, o administrador

financeiro tem um melhor controle dos valores que foram previstos e os reais,

entretanto, caso seja detectado na empresa incertezas sobre sua situação

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35

financeira, � mais prudente que se trabalhe com proje��es com menores espa�os de

tempo, semanas, por exemplo.

O mesmo autor Karkotli (2008, p. 8) enfatiza que proje��es de caixa de

prazos curtos s�o muito importantes para a empresa, pois tr�s um detalhamento

muito bom das entradas e sa�das da empresa, fator esse que facilita a visualiza��o

de pequenas falhas de controle das mesmas.

Em perspectiva similar, Hoji (2007, p. 160) define que a proje��o de fluxo de

caixa que visa uma melhor aloca��o de seus recursos financeiros deve abranger um

per�odo de at� tr�s meses, onde s�o repassados os dados diariamente nos

primeiros 15 ou 30 dias, e a cada 15 dias a um m�s no restante do per�odo

estipulado, entretanto podem ser utilizados per�odos maiores do que tr�s meses

caso seja da necessidade da empresa.

O mesmo autor Hoji (2007, p. 60) salienta que � muito importante que seja

feito um rigoroso acompanhamento do mesmo, sendo necess�rio que se fa�a uma

atualiza��o e revis�o semanal com base no fluxo efetivo e nas proje��es feitas

anteriormente, para que se chegue o mais pr�ximo poss�vel do que foi tra�ado,

sendo que quanto melhor for a qualidade e o poder de previs�o dessa proje��o

melhor ser� a maximiza��o de recursos financeiros.

Segundo Fernandes e Pigatto (2008, p. 105), o or�amento de caixa �

projetado com base na an�lise de entradas e sa�das que foram projetadas em

per�odos anteriores pela empresa. Esse � um m�todo muito simples e �til, que �

utilizado por muitas empresas para se fazer um comparativo com as proje��es feitas

em outros per�odos, e identificar poss�veis falhas nas proje��es anteriores, visando o

m�ximo de acerto poss�vel nas novas proje��es.

Uma vis�o similar � apresentada por Hoji (2007, p. 484), que afirma que para

projetar um or�amento de caixa � de extrema import�ncia que se apurem os dados

“nos quadros anal�ticos de movimenta��es financeiras complementada com as

movimenta��es financeiras das atividades de Investimentos e Financiamentos

(exceto novas aplica��es financeiras e novos empr�stimos em R$).” Sendo que

atrav�s do or�amento de caixa ser� poss�vel que seja identificado a situa��o geral

do caixa da empresa, e se a mesma encontra-se em super�vit ou d�ficit.

De forma mais abrangente, Zdanowicz (2004, p. 263) considera que existem

alguns procedimentos que devem ser seguidos para elaborar um or�amento de

caixa. S�o eles:

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É de muita importância que antes de elaborar o orçamento de caixa, seja

feito um estudo detalhado referente às vendas realizadas a prazo pela

empresa, que irão ser recebidas dentro do período orçado;

O mesmo estudo deve ser aplicado para os pagamentos a fornecedores,

pois podem ocorrer compras que foram realizadas anteriormente a

elaboração do orçamento de caixa, que serão pagas dentro do período

que foi orçado e afetará diretamente as saídas financeiras;

O nível projetado para o caixa para o próximo exercício dependerá das

entradas e saídas de caixa e das políticas estipuladas pela empresa;

Baseado no que a empresa tem disponível em caixa e com o nível que foi

desejado para ter em caixa, a empresa tomará a decisão de buscar

recursos financeiros em caso de pouco caixa disponível, ou irá aplicar da

melhor forma possível seu caixa excedente, visando à melhor

lucratividade;

Quando a empresa for projetar vários períodos pelo orçamento de caixa,

sempre o saldo inicial de cada novo período será o salda final do período

anterior;

É importante um acompanhamento das diferenças financeiras que

aparecerem no orçamento de caixa, visando identificar os pontos fortes e

fracos desse instrumento, buscando soluções para essas diferenças não

ocorreram novamente.

Convém enfatizar, com análise das idéias dos autores, que a projeção do

fluxo de caixa ou orçamento de caixa, irá abranger um período de acordo com as

necessidades da empresa na qual essa ferramenta está inserida. Existem projeções

de fluxo de caixa que abrangem curtos períodos de tempo que variam de dias,

meses e no máximo dois anos, esse tipo de projeção é importante, pois explícita de

forma clara todas as entradas e saídas de caixa, possibilitando ao administrador

financeiro corrigir pequenas falhas. E também existem as projeções de fluxo de

caixa que abrangem períodos mais longos que geralmente são superiores há dois

anos, esse tipo de projeção auxilia o administrador financeiro nas tomadas de

decisão que giram em torno de investimentos de longo prazo, sendo que através

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dessa ferramenta que são escolhidos as melhores fontes de recursos para alcançar

os objetivos traçados.

Com base nas afirmações dos autores, pode-se concluir também que para

projetar o orçamento de caixa é de extrema importância que sejam analisadas as

projeções anteriores feitas pela empresa, para que seja feito um comparativo do que

foi projetado e do que foi realmente alcançado pela organização e através dessa

análise, fazer uma melhor projeção do período atual, buscando o máximo de acerto

na mesma.

2.2.9 Modelos de Fluxo de Caixa

Considerando os vários modelos de fluxo de caixa abordados na literatura

específica da área, este trabalho irá aplicar o modelo utilizado por Zdanowicz (2004),

conforme quadro abaixo:

PERÍODOS JAN FEV MAR ... TOTAL

ITENS P R D P R D P R D P R D P R D

1. INGRESSOS

Vendas à vista

Cobranças em carteira

Cobranças bancárias

Descontos de duplicatas

Vendas de itens do ativo permanente

Aluguéis recebidos

Aumentos do capital social

Receitas financeiras

Outros

SOMA

2. DESEMBOLSOS

Compras à vista

Fornecedores

Salários

Compras de itens do ativo permanente

Energia elétrica

Telefone

Manutenção de máquinas

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas tributárias

Despesas financeiras

Outros

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PERÍODOS JAN FEV MAR ... TOTAL

ITENS P R D P R D P R D P R D P R D

SOMA

3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1-2)

4. SALDO INICIAL DE CAIXA

5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (+_3 + 4)

6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO

7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR

8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO

9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS

10. RESGATES DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

11. SALDO FINAL DO CAIXA PROJETADO

Legenda: P = projetado; R = realizado; D = defasagem

Quadro 2: Modelo de Fluxo de CaixaFonte: Zdanowicz (2004, p.145).

2.2.10 Fluxo de Caixa nas tomadas de decisões

O fluxo de caixa é um instrumento que auxilia o administrador financeiro nas

tomadas de decisão, Segundo Zdanowicz (2004, p. 41), o fluxo de caixa pode

auxiliar as tomadas de decisão em alguns casos, como:

Auxilia na escolha da instituição financeira na qual a empresa deve pegar

empréstimos caso necessária, analisando quais linhas de crédito e

instituições serão as melhores opções;

Permite que o administrador financeiro planeje as saídas de caixa, de

forma a evitar grandes saídas em tempos de pouca entrada de recursos

financeiros;

Auxilia o administrador financeiro a alocar os recursos financeiros

disponíveis no caixa da empresa da melhor forma possível, visando uma

melhor rentabilidade, e evitando que esses recursos fiquem ociosos;

Nas tomadas de decisão que envolvem os demais setores da empresa e

que afetam a área financeira;

Em épocas de sazonalidade, permitindo ao administrador financeiro tomar

medidas a prevenir problemas nesses períodos;

Em casos de modernização, expansão, mudança de instalação etc;

Auxilia no controle de valores a receber, a pagar e estoques;

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Facilita todas as tomadas de decisão, pois fornece um controle total das

finanças da empresa.

Em perspectiva similar, Karkotli (2008, p. 3) afirma que o fluxo de caixa

possibilita aos interessados, visualizar todas as entradas e saídas financeiras de

caixa da empresa no período que esse método esta abrangendo, através disso o

administrador financeiro poderá tomar as devidas decisões para evitar problemas no

caixa da empresa.

O mesmo autor Karkotli (2008, p. 4) defende que o fluxo de caixa auxilia nas

decisões de aplicação financeira dos recursos próprios da empresa e de terceiros,

mostrando o melhor investimento a ser feito, sendo um método muito preciso tanto

para aplicações de curto, quanto de longo prazo.

Na mesma linha de pensamento, Assaf Neto e Silva (2007, p. 40) salientam

que o fluxo de caixa é uma ferramenta de muita utilidade para as empresas pois

ajuda em todo processo decisório da empresa na área financeira, auxiliando os

gestores a controlar e planejar as finanças da empresa. Através desse controle os

gestores conseguem identificar se ocorrerá falta de recursos financeiros ou se irá

sobrar, e a partir disso, poderá tomar a melhor decisão referente a buscar recursos

financeiros ou a aplicar os recursos financeiros que estão ociosos, evitando assim

problemas futuros e dando um rumo mais segura para as finanças da organização.

Com base nas afirmações dos autores, conclui-se que o fluxo de caixa é uma

ferramenta indispensável para o administrador financeiro, principalmente no que

tange a tomada de decisões que está ligada as finanças da empresa. Por se tratar

de um setor vital para a organização, a área financeira necessita que sejam

utilizados instrumentos como o fluxo de caixa para melhor administrá-la, pois assim

o administrador financeiro poderá sempre antever o problema, identificando a

necessidade de alocar recursos financeiros de terceiros ou identificando a

necessidade de aplicar recursos financeiros, que estão parados e poderiam estar

trazendo lucro para a empresa. Nessas situações o fluxo de caixa auxilia o gestor a

tomar as melhores decisões para buscar créditos, com as melhores taxas, ou o

melhor meio de se aplicar seus excedentes, visando uma maior rentabilidade para a

empresa.

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2.3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL

Para que os gestores consigam entender as necessidades da empresa e

tomar as decisões mais corretas, é necessário que sejam analisados os

demonstrativos dos diferentes períodos em estudo, essas análises são chamadas de

análise horizontal e vertical.

Assaf (2002, p. 100) afirma que a comparação é a base das análises, pois um

grupo de contas quando analisados separadamente, não trás uma visão adequada

de seu valor e também não consegue visualizar seu desenvolvimento ao passar do

tempo. Por esse motivo, a comparação dos valores de grupo de contas com

períodos mais longos e com outros grupos de contas é importante, pois essa

comparação trás aos envolvidos uma visão geral de como está a empresa, sendo

essas análises conhecidas como análise horizontal e vertical.

Em perspectiva similar, Silva (2000, p. 208) observa que as análises

horizontais e verticais são técnicas que se complementam e trazem muito benefícios

para a empresa que as utiliza, pois facilitam no entendimento da estrutura da

empresa e quais os rumos que os seus números estão levando.

2.3.1 Análise Horizontal

De acordo com Silva (2000, p. 212), a análise horizontal tem como objetivo

traçar o histórico de um conjunto de valores, permitindo que seja identificada a

evolução dos mesmos dentro do período desejado.

Na mesma concepção, Assaf (2002, p.100) salienta que a análise horizontal,

é a comparação realizada entre os valores de um mesmo grupo de contas em

diferentes períodos.

Em perspectiva similar, Leite (1994, p. 42) sustenta que a análise horizontal

tem como objetivo apresentar as variações que ocorrem nos grupos de contas, em

períodos consecutivos.

Com base nas afirmações dos autores, conclui-se que a análise horizontal é

uma ferramenta interessante para a empresa, pois através dessa técnica é possível

fazer uma comparação entres os valores apresentados por um determinado grupo

de contas em diferentes períodos, com isso o administrador financeiro poderá

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acompanhar como tem sido desenvolvimento desse grupo de contas ao passar do

tempo.

2.3.2 Análise Vertical

Segundo Hoji (2007, p. 281), “a an�lise vertical facilita a avalia��o da

estrutura do Ativo e do Passivo, bem como a participa��o de cada item da

Demonstra��o de Resultado na forma��o de lucro ou preju�zo.”

Hoji (2007, p. 281) afirma que a an�lise vertical se torna mais eficaz quando

trabalha juntamente com a an�lise horizontal.

Em perspectiva similar, Leite (1994, p. 63) salienta que a an�lise vertical tem

como objetivo realizar uma compara��o das contas do Ativo e do Passivo, em um

determinado per�odo.

De forma mais abrangente, Assaf (2002, p. 108) afirma que a an�lise vertical

tem como objetivo realizar uma compara��o entre uma conta ou grupo de contas

relacionando com um valor afim, sendo que esses valores s�o expressos em

percentuais. Atrav�s dessa compara��o se alocam os valores absolutos de forma

vertical, e se pode identificar a participa��o de cada item em seu grupo

(Ativo,Passivo ou Demonstra��o de resultado) sendo poss�vel assim acompanhar

seu desenvolvimento com o passar do tempo.

Pode-se concluir a partir das afirma��es dos autores, que a an�lise vertical, �

um m�todo que utiliza a compara��o entre per�odos para se acompanhar o

desenvolvimento das contas ou grupo de contas do Ativo, Passivo ou

Demonstra��es cont�beis. Essa an�lise ocorre de forma vertical e trabalha com

percentuais, que facilita identificar quanto cada conta ou grupo de conta utilizou em

percentual do total de seu grupo.

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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A tipologia utilizada no projeto é a Proposição de plano. De acordo com

Roesch (1999, p. 75-76), a proposição de planos tem como objetivo apresentar

idéias, para solucionar problemas diagnosticados dentro da organização.

A elaboração de um fluxo de caixa para a empresa LAV E LEV ocorreu em

Florianópolis, na filial localizada no centro da cidade. O período de elaboração desse

projeto se estendeu de Agosto de 2009 a Junho de 2010. O projeto foi

acompanhado de perto por um dos sócios Rene José Anderle, que forneceu todas

as informações necessárias para a realização do mesmo.

Os instrumentos que foram utilizados para coletar os dados para elaborar este

trabalho foram: a pesquisa bibliográfica; pesquisa documental e conversas informais

com os gestores.

De acordo com Cervo e Bervian (1996, p. 48), a pesquisa bibliográfica tem

como objetivo discorrer sobre determinado assunto, explicando o mesmo e

apresentando soluções para problemas através de documentos já publicados.

Na mesma abordagem, Gil (1995, p. 71-72) afirma que a pesquisa

bibliográfica é feita baseada em livros e artigos científicos. O mesmo autor afirma

que esse tipo de pesquisa tem como maior vantagem, a grande quantidade de

informações que esses documentos trazem, sendo que se fosse feito uma pesquisa

direta o autor da pesquisa não teria tantas informações e necessitaria de bastante

tempo. Entretanto, é necessário que se tenha muito cuidado com as fontes de

pesquisa, sempre verificando se não existem incoerências.

Para a elaboração de um trabalho, nem sempre todas as informações

necessárias serão encontradas em livros e artigos científicos. Por esse motivo a

Pesquisa documental é muito utilizada também.

Mattar (2002, p. 150-151) afirma que existem muitas fontes de informações

que estão além das bibliotecas e que são muito pouco exploradas pelos

pesquisadores, como por exemplo: tabelas e fontes estatísticas; relatórios diversos

da empresa em estudo; contratos; acervos públicos ou particulares; entres muitas

outras fontes, que se bem utilizadas, trazem muita riqueza ao trabalho.

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das

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contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com objetivos da pesquisa (GIL, 1995, p. 73).

Para a elaboração do trabalho também foi utilizado à conversa informal com

os gestores. Desde a decisão de fazer um fluxo de caixa para uma filial da empresa

LAV E LEV, um dos gestores esteve sempre em contato com o acadêmico, trocando

informações sobre a empresa, informando como estava a situação da mesma no

período em que o trabalho estava sendo realizado. Essas conversas agregaram

muito valor ao projeto, uma vez que através dessas informações, o acadêmico

estava sempre atualizado com o que acontecia na empresa em estudo.

Para a elaboração do fluxo de caixa foi utilizado o software Excel, onde foi

feito todo o tratamento dos dados coletados.

Por meio dos dados coletados através dos instrumentos utilizados, o

acadêmico conseguiu alcançar o objetivo do estudo, que foi elaboranr um fluxo de

caixa para a filial da empresa. Com isso o administrador agora pode organizar de

melhor forma as contas da filial da LAV E LEV, e consequentemente ter um melhor

controle dos ingressos e desembolsos da empresa.

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4. RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos são apresentados de forma clara, com o intuito

proporcionar um bom entendimento por parte do administrador da empresa.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A logomarca LAV E LEV foi criada em 1990 na cidade de Porto Alegre. Osmar

Coppi, sócio da LAV E LEV, foi responsável por trazer a franquia para Florianópolis e

junto à Marisa Furlaneto criou a primeira loja na cidade em 1994, localizada no

centro de Florianópolis, sendo a mesma o objeto de estudos desse projeto.

O ramo de lavagem de roupas na cidade de Florianópolis vem crescendo

cada vez mais, principalmente pelo fato de o atual mercado de trabalho exigir cada

vez mais tempo das pessoas, o pouco tempo que resta acaba servindo para serviços

domésticos como lavagem de roupas, e isso impossibilita o lazer necessário a todo

ser humano. As pessoas têm percebido esse fato, preferindo a praticidade e a

facilidade de lavar suas roupas em uma lavanderia ao invés de perder seu tempo em

casa lavando, secando e passando suas roupas.

Devido a essa oportunidade muitas pequenas lavanderias artesanais têm sido

criadas, fator que torna esse mercado muito competitivo, por esse motivo a LAV E

LEV busca o diferencial. É visando esse diferencial que a empresa dá muita atenção

na individualidade e intimidade de cada um de seus clientes, por esse motivo,

diferentemente da maioria dos concorrentes que lavam as roupas em grandes

máquinas industriais, que misturam as roupas de diversos clientes, a LAV E LEV

lava em máquinas individuais, ganhando a preferência do consumidor que crê ser

essa uma maneira mais higiênica e que mantêm sua privacidade.

Outro diferencial é que o cliente que desejar um serviço mais barato pode

optar pelo auto-atendimento, dessa forma com exceção da passagem das roupas,

todos os outros serviços podem ser efetuados pelos próprios clientes, gerando uma

maior privacidade e menor custo para estes.

Dentre os serviços prestados pela lavanderia, estão:

Lavagem e secagem de roupas em geral;

Passagem de todos os tipos de roupa, inclusive peças delicadas.

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A empresa não possui o serviço de tele-entrega, que é proporcionada por

algumas lavanderias concorrentes, sendo esse um fator muito negativo para a LAV

E LEV, estudos estão sendo feitos para a implantação desse serviço, porém ainda

nada foi definido.

A lavanderia possui fornecedores de amaciante, cabides, sacolas plásticas,

gás e água.

A empresa possui duas atendentes, as quais são responsáveis pela parte

operacional da lavanderia, como lavar e passar as roupas, além de recepcionar os

clientes e controlar o caixa.

As decisões gerenciais cotidianas são de responsabilidade de um sócio no

período matutino e de outro no período vespertino. Esses sócios são as maiores

autoridades dentro da organização, sendo eles responsáveis por todos os setores na

empresa. Porém, pelo fato de nenhum dos dois sócios terem uma formação

adequada para melhor administrar a empresa, os mesmos vêm passando por

diversas dificuldades na administração da filial. Entretanto, é de interesse dos

mesmos a continuação da empresa e sua inovação. Por esse motivo, uma das

sócias passou o controle de sua parte na sociedade para que seu filho que cursa

Administração gerencie, com idéias novas e uma visão mais ampla do mercado o

mesmo está buscando formas de melhorar a empresa, a começar por um melhor

controle de seus gastos e lucros, e por esse motivo se tornou necessário à

implantação de um fluxo de caixa.

4.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Após a apresentação da empresa, foi feito a análise e interpretação dos

dados obtidos ao longo do trabalho, pois o propósito da realização deste trabalho foi

ter identificado junto ao administrador da lavanderia LAV E LEV a necessidade de

melhor organizar suas contas, tanto as entradas quanto as saídas de caixa. Esse

controle era feito em cadernos, fato esse que dificultava um controle eficaz, pois

muitas vezes folhas ou notas eram perdidas em meio ao montante de papel, que era

arquivado dentro de cada caderno que continha as informações dos ingressos e

desembolsos financeiros de cada mês do ano.

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Visando organizar esse setor da empresa verificou-se a necessidade a

utilização de um fluxo de caixa em planilha do Excel, sendo assim, foi implantado um

fluxo de caixa no período de Março de 2009 à Fevereiro de 2010.

O fluxo de caixa proposto para a empresa tem é composto pelos ingressos e

desembolsos. Os ingressos são todas as entradas de dinheiro no caixa da empresa,

sendo que no caso da empresa em estudo a totalidade desses ingressos ocorre em

dinheiro à vista.

Os desembolsos referem-se a todas as saídas de dinheiro do caixa da

empresa, sendo que esses desembolsos são divididos em grupos de contas para

melhor controle por parte do administrador, esses grupos são: desembolsos

administrativos, desembolso com pessoal, parcelamento de dívidas, desembolso

com fornecedores, desembolso com investimentos, desembolsos tributários e

desembolsos financeiros. Todos os grupos de desembolsos serão detalhados ao

longo da análise.

Abaixo é desenvolvida a análise dos grupos de contas, ingressos e despesas

contidos no fluxo de caixa elaborado para a empresa, através de gráficos que

mostraram o desempenho e composição desses grupos de contas ao longo do

período.

4.3 INGRESSOS

Por se tratar de uma lavanderia, a composição dos ingressos da LAV E LEV é

feita em sua totalidade por vendas à vista conforme ilustra o gráfico 1 que segue

abaixo.

Gráfico 1: Composição dos IngressosFonte: Dados Primários

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47

De acordo com o administrador da empresa essa é uma característica não só

da sua empresa, mas como também de seus clientes, que efetuam o pagamento à

vista sempre que vão buscar as suas roupas.

O gráfico 2, mostra com clareza o desempenho dos ingressos que a empresa

teve ao longo do período alocado no fluxo de caixa,

Gráfico 2: Desempenho dos IngressosFonte: Dados Primários

Percebe-se através da análise do gráfico 2, que os meses em que ocorrem

um maior número de ingressos são os meses de Junho,Julho e Agosto, que são os

meses mais frios do ano,em que os clientes tem maior dificuldade de lavar roupas

em casa principalmente pela dificuldade que encontram para secar as mesmas. O

mês de Julho que geralmente é o mais frio do ano, foi o mês do período em que

ocorreu a maior entrada em caixa.

Pode-se verificar também que os meses mais quentes do ano que são

Dezembro, Janeiro e Fevereiro, são os meses em que ocorreram os menores

ingressos no caixa da empresa, no período o mês que menos teve entrada em caixa

foi o mês de Janeiro que é um mês bastante quente, o que facilita com que os

clientes possam lavar mais roupas em casa, outro fator é que esses meses também

são meses festivos, onde muitos dos clientes da lavanderia tiram férias e viajam, e

com isso acabam não utilizando os serviços da lavanderia.

Com base na análise do desempenho dos ingressos da empresa, pode-se

verificar com clareza a sazonalidade pela qual a empresa passa durante o ano. Fica

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explícito que em meses mais frios a demanda por serviços da lavanderia aumenta,

enquanto nos meses mais quentes essa demanda reduz significativamente.

Na análise seguinte serão abordados os desembolsos que a empresa teve ao

longo do período estudado.

4.4. DESEMBOLSOS

Os desembolsos referem-se a todas as saídas de caixa que a empresa teve

ao longo do período estudado. Nas análises a seguir são abordados todos os grupos

de contas que constam nos desembolsos da empresa, de forma a deixar claro que

destinos tiveram essas saídas de caixa.

4.4.1 Desembolsos Administrativos

Os desembolsos Administrativos são compostos pelas seguintes contas:

Indenizações: que são re-embolsos feitos aos clientes quando alguma

roupa é danificada nos processos de lavagem ou secagem;

Pró- labore Sócios: é a participação dos dois sócios no mês vigente, esse

valor é sempre 5% das entradas do mês em vigência;

Publicidade: valor gasto com panfletos e cartazes;

Franquia: valor mensal pago para manter a franquia da empresa;

Manutenção de máquinas: desembolsos com peças e mão de obra para

consertar as máquinas;

Desembolsos diversos: desembolsos com aniversários dos funcionários,

enfeites datas comemorativas, cestas de natal e doação de roupas antigas

que foram lavadas e abandonadas pelos clientes, portanto já foi realizado

o serviço.

Advogado: desembolsos com advogado quando a lavanderia necessita de

serviços judiciais;

Contabilidade: desembolsos com contabilidade;

CDL: valor pago a câmara de dirigentes lojistas;

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Contas de Tel/Luz/Água: gastos com telefone, água e luz, para o

funcionamento da lavanderia;

Condomínio: Desembolsos com condomínio, que surgiram somente a

partir do mês de Outubro de 2009, quando a lavanderia mudou de

endereço;

Contas de gás: gastos com gás para o funcionamento das máquinas;

Aluguel: valor que era pago com o aluguel do endereço onde a lavanderia

se encontrava até o mês de Setembro de 2009, conta essa que foi

substituída no mês de Outubro de 2009 pela conta de condomínio.

No gráfico 3, é representado a porcentagem de desembolsos que cada uma

dessas contas teve dentro do grupo de desembolsos administrativos durante o

período estudado.

Gráfico 3: Composição dos Desembolsos AdministrativosFonte: Dados Primários

Como pode-se observar no gráfico 3, os desembolsos de menor expressão

são: as indenizações, desembolsos diversos e advogado, todas representam 1%

dos desembolsos da empresa no ano, pois tratam-se de despesas corriqueiras que

acontecem esporadicamente, como: festas de funcionários, enfeites e decoração de

datas comemorativas. É possível visualizar também que os maiores desembolsos

administrativos são respectivamente: os desembolsos com CDL que representa 27%

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dos desembolsos da empresa no ano e os desembolsos com o pró-labore dos

sócios que representa 16% dos desembolsos da lavanderia no ano.

O gráfico 4 é representado o desempenho dos desembolsos administrativos

durante o período, detalhando de forma clara os valores dos desembolsos que a

empresa teve com esse grupo de contas em cada mês do período em que o fluxo de

caixa foi aplicado.

Gráfico 4: Desempenho dos Desembolsos AdministrativosFonte: Dados Primários

Com base no gráfico 4, é possível verificar mais uma vez a sazonalidade pela

qual a lavanderia passa, pois os três meses no qual os desembolsos administrativos

apresentaram os menores valores, foram os meses de Dezembro de 2009, Janeiro

de 2010 e Fevereiro de 2010, que são os meses mais quentes do ano, e

consequentemente os meses em que a empresa tem a menor demanda de serviços

de lavagem, devido ao fato da facilidade que as pessoas encontram em lavar roupas

em casa. Por esse motivo, os seus desembolsos com as contas administrativas

também diminuíram nesses meses.

Entre os meses que tiveram os maiores gastos administrativos foram os

meses mais frios Junho de 2009, Julho de 2009 e agosto de 2009, meses em que a

demanda pelos serviços da lavanderia aumentam pois as pessoas encontram mais

dificuldades de lavar suas roupas em casa. Curiosamente no exercício em estudo o

mês que teve o maior gasto com os desembolsos administrativos, foi o mês de

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Outubro de 2009, fato esse que chamou a atenção do administrador da empresa ao

analisar o fluxo de caixa, o motivo de esse mês ter tido o maior volume de

desembolsos administrativos, se deu pelo fato da mudança de endereço da

lavanderia, que no mês de Outubro de 2009 teve que pagar aluguel da antiga

instalação e condomínio da nova instalação, também teve que pagar a conta de gás

duas vezes, assim como as contas de água, luz e telefone.

4.4.2 Desembolsos com Pessoal

No gráfico 5 , é representado a composição dos desembolsos com pessoal da

empresa LAV E LEV no período de Março de 2009 à Fevereiro de 2010, elucidando

qual a porcentagem que cada uma dessas contas teve dentro deste grupo de

desembolso.

Gráfico 5: Composição dos Desembolsos com PessoalFonte: Dados Primários

Pode-se verificar com base no gráfico 5, que desembolsos com pessoal

dentro da lavanderia possui as seguintes contas em sua composição:

Sindicatos: Pagamento do sindicato só ocorreu uma vez no período, com

um valor de R$ 20,35 no mês de Abril de 2009, por ser um valor baixo

essa conta aparece com 0% na composição dos desembolsos com

pessoal ao longo do período;

FGTS: Desembolsos com o Fundo de garantia de serviço dos funcionários

representa 6% dos desembolsos com pessoal no período em estudo;

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INSS: Os desembolsos com INSS para os funcionários da empresa

formam, um total de 10% da composição dos desembolsos com pessoal

que a empresa teve ao longo do período estudado;

Vale Transporte: O vale transporte oferecido aos funcionários da LAV E

LEV, representam 10% dos desembolsos com pessoal ao longo do

período;

Décimo terceiro salário: Os desembolsos com décimo terceiro salário, que

são pagas aos funcionários uma vez por ano, resultaram em 5% da

composição dos desembolsos com pessoal;

Férias: As férias dos funcionários também pagas uma vez ao ano

representaram para a empresa 4% dos desembolsos com pessoal ao

longo do período;

Salários: Para a LAV E LEV os salários dos funcionários representa a

maior parte dos desembolsos com pessoal, com um total de 65% da

composição desse grupo de contas ao longo do período em que o fluxo de

caixa abrange.

O gráfico 6 é representado quanto foi gasto pela LAV E LEV em cada mês do

período estudado com os desembolsos com pessoal.

Gráfico 6: Desempenho dos Desembolsos com PessoalFonte: Dados Primários

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No gráfico 6, observa-se o desempenho dos desembolsos com pessoal ao

longo do período estudado. Percebe-se uma grande variação nesse grupo de contas

ao longo do período, essas constantes variações se devem ao fato de que a

empresa não possui um dia fixo para pagamento do salário dos funcionários,

levando em conta que esse desembolso é o de maior representatividade deste

grupo é que ocorrem essas variações. As funcionárias pegam vales ao longo do mês

de acordo com as suas necessidades, ou seja, existem meses em que uma

funcionária pega mais vale do que o total de seu salário, então no mês seguinte terá

de abater esse valor extra que pegou no mês anterior.

O administrador da LAV E LEV confessa que esse é um método complicado,

e tentou alterar para um dia de pagamento fixo, porém suas duas funcionárias não

se adaptaram, pois gastavam tudo muito rápido e acabavam pedindo

adiantamentos, portanto por se tratar de um acordo antigo com os funcionários que

antecedia sua gestão e funcionava bem desta maneira, o mesmo preferiu não alterar

essa situação.

Outro fator que pesa nessas variações foi pagamento do décimo terceiro

salário que ocorreram nos meses de Novembro e Dezembro de 2009 e o pagamento

das férias que ocorreu no mês de Janeiro, despesas essas que aumentaram o total

das despesas com pessoal nesses três meses.

Portanto analisando o gráfico 6, percebe-se que o mês onde ocorreu o menor

desembolso com pessoal foi o mês de Maio de 2009, pois nesse mês as

funcionárias pegaram um menor valor em vale. Já o mês em que ocorreu o maior

desembolso deste grupo foi o mês de Novembro de 2009, onde além das

funcionárias terem pegado um valor superior aos seus salários em vale, também

ocorreu pagamento de parte do décimo terceiro salário das mesmas.

4.4.3 Parcelamento de dívidas

A composição do parcelamento de dívidas da LAV E LEV é composto em sua

totalidade por empréstimos, conforme se pode verificar no gráfico 7.

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Gráfico 7: Composição doa Parcelamentos de Dívidas (empréstimos)Fonte: Dados Primários

Conforme pode ser analisado no gráfico 8 que segue abaixo, o desempenho

do grupo de conta parcelamento de dívidas, fica claro que só houve um mês durante

o período em que ocorreu despesas nesse grupo.

Gráfico 8: Desempenho dos Parcelamentos de dívidasFonte: Dados Primários

Esse desembolso se trata da última parcela de um empréstimo que a LAV E

LEV tinha feito junto a uma instituição financeira para adquirir uma nova máquina de

lavar roupas, esse empréstimo ocorreu no período anterior a implantação do fluxo de

caixa e a última parcela foi quitada no mês de Março de 2009, mês esse em que se

inicia o período abrangido pelo fluxo de caixa.

4.4.4 Desembolsos com fornecedores

A composição das despesas com fornecedores e sua porcentagem para esse

grupo de contas durante o período é apresentada no gráfico 9,

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Gráfico 9: Composição dos Desembolsos com FornecedoresFonte: Dados Primários

Pode-se perceber no gráfico 9 ,esse grupos de contas possui somente duas

contas em sua composição, que são:

Frete: São todas as despesas que a empresa teve, relacionado a entrega

de produtos adquiridos junto aos seus fornecedores;

Fornecedores: Despesas relacionadas aos produtos que a LAV E LEV

adquiriu junto aos fornecedores para a realização de seus serviços.

O gráfico 10 é representado o desempenho dos desembolsos com

fornecedores ao longo do período em que o fluxo de caixa foi aplicado. Detalhando

quanto foi gasto pela empresa em cada mês do período com esse desembolso.

Gráfico 10: Desempenho das Despesas com FornecedoresFonte: Dados Primários

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Pode-se verificar ao analisar o gráfico 10 que ocorrem variações constantes

nesse grupo de desembolsos ao longo do ano, isso se deve ao fato de que a

empresa compra os produtos de acordo com suas necessidades, tendo fornecedor

fixo somente para a aquisição de sacolas plásticas, cabides e para comprar um

produto que deixa as roupas mais macias e cheirosas, esses três gastos com

fornecedores são os mais altos e também os únicos que necessitam de frete,

contudo não ocorrem todo mês, varia de acordo com o estoque da lavanderia.

Para outros tipos de produtos utilizados pela empresa para a lavagem de

roupas, o administrador compra nos supermercados aproveitando as promoções. De

acordo com o mesmo à lavanderia não compra em grande quantidade esses

produtos, por esse motivo o mesmo prefere comprar em supermercados à medida

que vai necessitando, do que ter um fornecedor, pois o mesmo afirma ter feito

pesquisas e se comprasse tudo de fornecedor sairia mais caro pelo fato de não

comprar em grandes quantidades.

Pode-se perceber que os meses de Maio e Junho de 2009 foram os meses

em que a empresa teve maior desembolso com fornecedores, pois são os meses em

que o clima começa a ficar mais frio e onde a lavanderia mais fornece serviços,

portanto a empresa reforça seus estoques de produtos para que não venham a faltar

principalmente os produtos mais caros comprados de fornecedores fixo e que

geralmente demoram um pouco a mais para serem entregues. Já o os meses em

que ocorreram os menores desembolsos com fornecedores, foram os meses de

Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010, meses mais quentes do ano onde a

lavanderia tem uma queda em seus serviços prestados e consequentemente não

necessita adquirir tantos produtos.

4.4.5 Desembolsos com Investimentos

Os desembolsos com investimentos durante o período foi em sua totalidade

composto por obras,onde 100% do investimento foi custeado pelo saldo disponível

que a empresa possuía, conforme o gráfico 11.

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Gráfico 11: Composição dos Desembolsos com InvestimentosFonte: Dados Primários

O desempenho dos desembolsos de investimentos durante o período de

Março de 2009 à Fevereiro de 2010 é evidenciado no gráfico 12, que detalha

claramente o quanto foi gasto com as obras em cada mês do período estudado.

De acordo com o gráfico 12 de desempenho verifica-se que nos meses de

Agosto à Novembro de 2009 a LAV E LEV teve um valor significativo de despesas

com obras, essa fato decorreu da necessidade que a empresa teve de trocar de

endereço, portanto foi alugado um novo local para as instalações da lavanderia e foi

feita toda a adaptação desse local. No mês de Setembro de 2009 foi onde ocorreu o

maior valor relacionado às despesas com as obras, pois tudo tinha que ficar pronto

para no mês de Outubro a lavanderia já funcionar no novo endereço.

Gráfico 12: Desempenho dos Desembolsos com InvestimentosFonte: Dados Primários

Todas as despesas com investimentos nessa troca de endereço foram

custeadas pelo caixa inicial que a empresa já possuía.

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4.4.6 Desembolsos tributários

Os desembolsos tributários são compostos em sua totalidade pelo DAM -

documento de arrecadação municipal e pelo DAS - documento de arrecadação do

simples nacional. A pedido do administrador essas duas despesas tiveram que ficar

no mesmo item das despesas tributárias para que ele melhor se organizasse,

mesmo fato que ocorreu com as contas de água, luz e telefone.

O gráfico 13, é representado à composição dos desembolsos tributários que a

LAV E LEV teve no período, deixando claro que esses desembolsos foram na sua

totalidade referentes ao pagamento do DAS e DAM.

Gráfico 13: Composição dos Desembolsos TributáriosFonte: Dados Primários

O desempenho dos desembolsos tributários ao longo do período que consta

no fluxo de caixa está explicado no gráfico 14, detalhando quanto foi gasto em cada

mês do período com esse desembolso.

Gráfico 14: Desempenho dos Desembolsos TributáriosFonte: Dados Primários

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No gráfico 14 pode-se observar que os desembolsos tributários são bastante

equilibrados ao longo do período, sendo observado um mês atípico que foi o mês de

Junho de 2009, onde foram pagas taxas do exercício anterior que não haviam sido

quitadas. A diferença que ocorre entre os meses de Março à Maio de 2009 e os

meses de Julho de 2009 à Fevereiro de 2010, é que teve meses em que foram

pagos tanto o DAS quanto o DAM e em outros meses que só foi pago um dos dois.

4.4.7 Total dos Desembolsos

O gráfico 15 representa a composição do total dos desembolsos da LAV &

LEV no período em estudo, bem como mostra o quanto cada um desses grupos de

contas representou das despesas da empresa nesse período.

De acordo com o gráfico 15, pode-se perceber que os grupos de contas que

fazem parte da composição dos desembolsos financeiros são:

Desembolsos Administrativos: São julgados necessários para melhor gerir

a empresa, ex: contas de água, luz e telefone, entre outros;

Desembolsos com Pessoal: São relacionados a manutenção dos

funcionários, ex: salários, vale transporte, entre outro;

Desembolsos com Fornecedores: São os produtos necessários para

prestar seus serviços, ex: sabão, amaciante, entre outros;

Desembolsos Financeiros: são relacionados a pagamentos a capital de

terceiros, ex: tarifas bancárias;

Desembolsos com Investimentos: estão voltadas a expansão da empresa,

ex: obras;

Desembolsos Tributários: São taxas para o funcionamento do negócio, ex:

DAM - documento de arrecadação municipal e pelo DAS - documento de

arrecadação do simples nacional.

Parcelamento de Dívidas: Estão relacionados a dívidas contraídas pela

organização, ex: pagamento de empréstimos a instituições financeiras.

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Gráfico 15: Composição do Total dos DesembolsosFonte: Dados Primários

Com base no gráfico 15 pode-se afirmar também, que o grupo de desembolso

quem representou o maior valor dentro do período foi o grupo dos desembolsos

administrativos, esse resultado se dá pelo fato de esse grupo possuir um número

grande de contas, e muitas dessas contas com valores expressivos como: aluguel,

água, luz e telefone, CDL e Pró-labore dos sócios. Já os grupos de contas que

representaram o menor gasto percentual durante o período foram os desembolsos

financeiros e o parcelamento de dívidas, a primeira pelo fato de somente possuir

uma conta que é a tarifa bancária com valor irrisório a cada mês, e a segunda pelo

fato de somente ter aparecido no primeiro mês em que o fluxo de caixa foi

implantado, sendo a última parcela de um empréstimo feito pela empresa.

O gráfico 16 representa o desempenho total dos desembolsos feitos pela

empresa no período, mostra com clareza o quanto a empresa teve de gasto em cada

mês do período estudado.

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Gráfico 16: Desempenho do Total dos DesembolsosFonte: Dados Primários

Observa-se que os meses em que ocorreram os maiores valores de

desembolso foram os meses Agosto, Setembro e Outubro de 2009 devido às obras

que a empresa teve de fazer para mudar a loja para um novo endereço, sendo

desses três meses o mês de Setembro de 2009 o que mais a empresa teve gastos,

pois gastou R$ 8.699,70 em obras. Entretanto, fica claro que as despesas

obedecem à sazonalidade pela qual a empresa passa ao longo do período, pois

caso não tivesse ocorrido o investimento em obras, os meses que mais teriam

despesas seriam os meses de Junho e Julho de 2009, que são os meses mais frios

do período e onde a lavanderia tem uma maior demanda por seus serviços, fator

esse que aumenta os desembolsos.

Os meses em que ocorreram os menores valores relacionados os

desembolsos da empresa, foram os meses de Dezembro de 2009 e Janeiro de

2010, meses mais quentes do ano em que a empresa tem uma menor demanda por

seus serviços e consequentemente tem menos desembolsos.

Portanto, o gráfico 16 revela uma visão geral para o administrador da

empresa, do total de seus desembolsos, facilitando assim a visualização dos meses

em que sua empresa teve os maiores desembolsos.

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4.4.8 Ingressos e Desembolsos

O gráfico 17 faz um confronto entre os ingressos e desembolsos que a

empresa teve no período de Março de 2009 à Fevereiro de 2010, a fim de deixar

claro o desempenho financeiro da LAV E LEV no período estudado.

Gráfico 17: Desempenho dos Ingressos e DesembolsosFonte: Dados Primários

Com base em análise do gráfico 17, pode-se afirmar que ao longo do período

a empresa possuiu oscilações grandes tanto em seus ingressos quanto em seus

desembolsos.

Percebe-se que os ingressos foram maiores aos desembolsos até o mês de

Agosto de 2009, ou seja, a lavanderia estava tendo um bom desempenho até então

principalmente no mês de Julho que foi o mês mais frio do período e

consequentemente trouxe uma maior demanda dos serviços da lavanderia, porém

no mês de Agosto de 2009 teve início os investimentos em obras, fator esse que fez

os desembolsos aumentarem, tendo seu ápice no mês de Setembro de 2009.

Enquanto os desembolsos aumentavam, os ingressos diminuíam devido a

proximidade dos meses mais quentes e também pelo fato de que a mudança de

endereço da LAV E LEV acarretou em uma perda de clientes, então a empresa teve

de investir em publicidade e começar a conquistar novos clientes em seu novo

endereço.

Conforme se pode observar no gráfico, a recuperação da empresa foi rápido,

pois mesmo nos meses mais quentes Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010, onde a

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demanda por serviços da lavanderia ficam mais escassos, a empresa conseguiu

equilibrar seus ingressos e desembolsos, tendo em vista que mudou de endereço e

teve de conquistar uma nova clientela.

Diante dos resultados apresentados no gráfico 17 de desempenho dos

ingressos e desembolsos, pode-se identificar que a empresa não teve um

desempenho bom no período, porém isso se deu pelo fato extraordinário de a

organização ter tido de mudar de endereço ao longo do período e

consequentemente ter tido um alto valor de desembolso em obras, e no pós obras

buscando conquistar a nova clientela.

Acredita-se que caso não tivesse ocorrido essa mudança, os resultados da

empresa seriam bastante satisfatórios, por esse motivo os resultados apresentados

ao final do período deixaram o administrador da empresa muito confiante para o

desempenho da empresa no próximo período, pois mesmo nos meses de menor

demanda a empresa conseguiu praticamente igualar seus ingressos e desembolsos.

4.5 PROJEÇÕES DO FLUXO DE CAIXA

Para verificar o desempenho da empresa, depois de feito as análises e

interpretações dos dados, foi elaborada uma projeção do fluxo de caixa da empresa

LAV E LEV para os dois meses seguintes ao término do período no qual o fluxo de

caixa foi aplicado, ou seja, foram projetados os ingressos e desembolsos da

empresa nos meses de Março e Abril de 2010, com base em informações da análise

horizontal que representa uma tendência de comportamento anterior e também de

acordo com a sazonalidade pela qual a empresa passa ao longo do período. De fato,

a tabela 1 elucida essa projeção.

FLUXO DE CAIXA - LAV E LEV mar/10 abr/101 INGRESSOS1.001 Vendas A Vista 11765,60 12280,951.002 Vendas A Prazo 0,00 0,00

Total de Ingressos 11765,60 12280,95

2 DESEMBOLSOS ADMINISTRATIVOS2.001 Aluguel 0,00 0,002.002 Contas de Tel/luz/água 412,14 432,752.003 Conta de Gás 889,24 933,702.004 Condomínio 883,00 883,002.005 CDL 2.046,06 2.046,062.006 Contabilidade 240,00 240,00

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2.007 Advogado 0,00 0,002.008 Despesas diversas 103,90 16,832.009 Manutenção das Máquinas 169,40 186,622.010 Franquia 240,00 240,002.011 Publicidade 180,06 180,022.012 Pró-labore Sócios 1.100,00 1.210,002.013 Indenizações 0,00 0,00

TOTAL 6.263,79 6.368,97

3 DESEMBOLSO COM PESSOAL3.001 Salários 1302,84 1591,153.002 Férias 0 03.003 13. Salário 0 03.004 Vale Transporte 246,62 106,263.005 INSS 152,075 146,33.006 FGTS 59,455 53,683.007 Sindicatos 0 22,39

TOTAL 1.760,99 1.919,784 PARCELAMENTO DE DÍVIDAS4.001 Empréstimos 0 0

TOTAL 0 0

5 DESEMBOLSO COM FORNECEDORES5.001 Fornecedores 1.557,93 1.284,975.002 Frete 0,00 0,00

TOTAL 1.557,93 1.284,97

6 DESEMBOLSO COM INVESTIMENTOS6.001 Obras 0 0

TOTAL 0 0

7 DESEMBOLSO TRIBUTÁRIOS7.001 Simples Federal (DAS/DAM) 284,11 284,11

TOTAL 284,11 284,11

8 DESEMBOLSOS FINANCEIROS8.003 Tarifas Bancárias 6,12 6,12

TOTAL 6,12 6,12

SALDO INICIAL 15.108,02 17.000,67

TOTAL DOS DESEMBOLSOS 9.872,95 9.863,94

SALDO DISPONÍVEL 26.873,62 29.281,62

SALDO FINAL 17.000,67 19.417,69Tabela 1: Projeção do fluxo de caixaFonte: Dados primários

Como se pode observar na tabela 1, a projeção do fluxo de caixa dos meses

de Março e Abril de 2010, foram feitas baseadas em um aumento de cerca 10% nos

ingressos dos mesmos meses do período passado baseado na análise horizontal,

estimou-se esse aumento de 10% em uma alta na demanda de serviços da

empresa, devido a proximidade dos meses mais frios e pelo fato de a empresa ter

apresentado ao final do período anterior uma melhora significativa mesmo se

tratando de meses mais quentes onde a demanda é menor pelos serviços da

lavanderia e a mudança de endereço e obras que trouxeram muitos desembolsos e

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mudanças para a empresa. Acredita-se que a alta na economia, também seja um

fator que pode influenciar esse aumento de ingressos na organização, uma vez que

muitos de seus clientes poderão estar passando por uma relativa calmaria em seus

orçamentos pessoais, e com isso solicitariam os serviços da empresa com mais

frequência.

Os desembolsos administrativos foram projetados da mesma forma que os

ingressos, com um aumento de 10% de acordo com os mesmos meses do período

anterior, exceto as contas que tem o valor de desembolso fixo, essas mantiveram

seus valores, que foram: condomínio, CDL, contabilidade e franquia. Essa projeção

de um aumento de 10% nas contas com desembolso variável se deve ao fato de que

se a empresa teve uma projeção da maior valor de ingressos em caixa,

consequentemente terá um maior valor em seus desembolsos, pois ofereceu mais

serviços.

Os desembolsos com pessoal foi projetado em sua totalidade com o mesmo

critério adotado aos ingressos, ou seja, foi acrescido um aumento de 10% nessas

contas de acordo com os mesmos meses do período anterior, levando em

consideração possíveis reajustes nas tarifas do transporte urbano, que afetaria

diretamente o valor pago aos funcionários referente ao vale transporte.

Para a projeção dos desembolsos com fornecedores, foi utilizado o mesmo

critério adotado nos ingressos, com o aumento de 10% nessas contas baseado nos

mesmos meses do período anterior, esse aumento é justificado pela projeção de

maiores demandas de serviços para a lavanderia, fator esse que consequentemente

acarretaria em uma maior necessidade de a empresa adquirir os produtos

necessários para que a mesma preste seus serviços. A conta de frete foi zerada da

mesma forma que ocorreu nos mesmos meses do período anterior, devido ao fato

de que essa conta somente ocorre para a entrega de cabides, sacolas e um produto

especial para lavar roupas e estima-se que nesses meses projetados os estoques da

lavanderia irá suprir essas necessidades, sendo somente necessário adquiri-los em

meses posteriores.

Na projeção dos desembolsos tributários foi utilizado a critério de aumentar

em 10% o total deste desembolso, tendo em vista que essa conta oscilou muito ao

longo do período estudado, sendo que ocorreram meses em que a empresa não

pagou esses impostos, fator esse que deverá acarretar em cobranças de parcelas

atrasadas para o próximo período.

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No grupo de contas dos desembolsos financeiros, foi utilizados o critério de

acrescer 10% em relação aos mesmos meses do período anterior, tendo em vista

que essas tarifas bancárias sempre sofrem reajustes em inícios de ano.

O grupo de contas de parcelamento de dívidas e desembolsos com

investimentos, não tiveram projeções, pois a empresa não tem nenhum empréstimo

a pagar e também já finalizou suas obras, portanto não existe previsão de

desembolsos com esses grupos de contas tão cedo.

No gráfico 18, fica claro a projeção do fluxo de caixa para os meses de Março

e Abril de 2010, onde se espera mostrar o desempenho esperado para o início do

novo período para a LAV E LEV.

Gráfico 18: Projeção dos Ingressos e DesembolsosFonte: Dados primários

Percebe-se que nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2009, que pertencem

ao período abrangido pelo fluxo de caixa, a empresa estava equilibrando seus

ingressos com seus desembolsos, mesmo se tratando de meses quentes onde a

demanda por serviços da lavanderia é menor. Através da constatação desse fator

somado ao fato de que nos meses de Março e Abril de 2009 a empresa teve seus

ingressos superiores aos seus desembolsos, é que foi possível realizar essa

projeção.

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4.5.1 Variação entre projetado e realizado

Feitas as projeções de ingressos e desembolsos da empresa LAV E LEV para

os meses de Março e Abril de 2010, percebeu-se a necessidade de retornar a

organização e fazer um levantamento real dos ingressos e desembolsos que a

empresa teve nesses dois meses projetados, para verificar o grau de acerto que

essas projeções tiveram.

O quadro 4, elucida o que foi projetado e o que realmente foi realizado nesses

dois meses, deixando em evidencia as variações entre projetado e realizado em

cada um dos grupos de contas dos meses de Março e Abril de 2010.

mar/10 abr/10

FLUXO DE CAIXA - LAV E LEV Proje. Realizado Variação Proje. Realizado Variação1 INGRESSOS

1.001 Vendas A Vista 11.765,00 11.570,50 194,50 12.280,95 12.210,00 70,95

1.002 Vendas A Prazo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total de Ingressos 11.765,00 11.570,50 194,50 12.280,95 12.110,00 170,95

2 DESEMBOLSOS ADMINISTRATIVOS2.001 Aluguel 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

2.002 Contas de Tel/luz/água 412,14 427,30 -15,16 432,75 447,89 -15,14

2.003 Conta de Gás 889,24 823,70 65,54 933,70 890,23 43,47

2.004 Condomínio 883,00 883,00 0,00 883,00 883,00 0,00

2.005 Cdl 2.046,06 2.046,06 0,00 2.046,06 2.046,06 0,00

2.006 Contabilidade 240,00 240,00 0,00 240,00 240,00 0,00

2.007 Advogado 0,00 200,00 -200,00 0,00 0,00 0,00

2.008 Despesas diversas 103,90 58,60 45,30 16,83 145,30 -128,47

2.009 Manutenção das Máquinas 169,40 157,25 12,15 186,62 225,00 -38,38

2.010 Franquia 240,00 240,00 0,00 240,00 240,00 0,00

2.011 Publicidade 180,06 200,00 -19,94 180,02 200,00 -19,98

2.012 Pró-labore Sócios 1.100,00 1.100,00 0,00 1.210,00 1.200,00 10,00

2.013 Indenizações 0,00 0,00 0,00 0,00 80,00 -80,00

TOTAL 6.263,80 6.375,91 -112,11 6.368,98 6.597,48 -228,50

3 DESEMBOLSO COM PESSOAL3.001 Salários 1.302,84 1.225,35 77,49 1.591,15 1.487,86 103,29

3.002 Férias 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

3.003 13. Salário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

3.004 Vale Transporte 246,62 173,20 73,42 106,26 146,80 -40,54

3.005 INSS 152,08 149,80 2,27 146,30 181,50 -35,20

3.006 FGTS 59,46 104,90 -45,45 53,68 104,90 -51,22

3.007 Sindicatos 0,00 0,00 0,00 22,39 30,00 -7,61

TOTAL 1.760,99 1.653,25 107,74 1.919,78 1.951,06 -31,28

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mar/10 abr/10

FLUXO DE CAIXA - LAV E LEV Proje. Realizado Variação Proje. Realizado Variação4 PARCELAMENTO DE DÍVIDAS

4.001 Empréstimos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

TOTAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

5 DESEMBOLSO COM FORNECEDORES

5.001 Fornecedores 1.557,93 1.265,26 292,67 1.284,97 1.574,20 -289,23

5.002 Frete 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

TOTAL 1.557,93 1.265,26 292,67 1.284,97 1.574,20 -289,23

6DESEMBOLSO COM INVESTIMENTOS

6.001 Obras 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

TOTAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

7 DESEMBOLSOS TRIBUTÁRIOS7.001 Simples Federal (DAS/DAM) 284,11 310,80 -26,69 284,11 290,75 -6,64

TOTAL 284,11 310,80 -26,69 284,11 290,75 -6,64

8 DESEMBOLSOS FINANCEIROS8.001 Tarifas Bancárias 6,12 5,76 0,36 6,12 5,76 0,36

TOTAL 6,12 5,76 0,36 6,12 5,76 0,36

SALDO INICIAL 15.108,02 15.108,02 0,00 17.000,67 17.067,54 -66,87

TOTAL DOS DESEMBOLSOS 9.872,95 9.610,98 261,97 9.863,94 10.419,25 -555,31

SALDO DISPONÍVEL 26.873,62 26.678,52 195,10 29.281,62 29.177,54 104,08

SALDO FINAL 17.000,67 17.067,54 -66,87 19.147,69 18.758,29 389,40Quadro 4: Variações entre Projetado e RealizadoFonte: Dados Primários

Como se pode observar no quadro 4, os ingressos que foram projetados para

os meses de Março e Abril de 2010, estiveram bem próximos dos ingressos reais

que a empresa teve nesses dois meses, sendo que a variação no mês de Março foi

de R$194,50 a mais do que o realizado e no mês de Abril foi de R$ 170,95 a mais do

que o realizado, verifica-se assim que as projeções para os ingressos desses dois

meses estavam bem próximas do que a empresa realizou, fato esse muito positivo

tendo em vista que a empresa teve um aumento nos ingressos como era esperado,

mesmo que não tenha alcançado a margem de crescimento de 10% que fora

projetado.

Com relação aos desembolsos administrativos é possível identificar que no

mês de Março de 2010, o que foi projetado para desembolso com esse grupo de

contas, ficou muito próximo do valor que a empresa realizou de desembolso neste

período, salvo a exceção do desembolso com advogado que a empresa teve no

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valor de R$ 200, que não era esperado. Já o mês de Abril de 2010 apresentou uma

projeção com um valor de R$ 228,50 menor do que a empresa realizou de

desembolso com esse grupo de contas nesse mês, essa diferença se deve ao fato

de a empresa ter tido de pagar uma indenização a um cliente referente a uma

camisa que manchou e também por ter tido um desembolso maior nas despesas

diversas, pois foi mês em que ocorreu a páscoa e a lavanderia foi enfeitada para

esta data.

O grupo de contas de desembolso com pessoal teve uma projeção de

desembolso bem próximo ao que foi realizado no mês de Março de 2010, sendo que

a diferença de R$ 107,34 a mais que foi projetado se deve ao fato de que os salários

das duas funcionárias variam de acordo com os vales que elas pegam ao longo do

mês, como foi acordado com o administrador da empresa, portanto esse

desembolso era de difícil projeção, outro fator que causou essa diferença no

projetado e no realizado foi o desembolso com vale transporte onde foi projetado

que haveria um aumento nas passagens do transporte urbano, fato que não ocorreu.

Já o mês de Abril de 2010, apresentou um valor total dos desembolsos com pessoal

projetado muito próximo ao valor total que foi realizado de desembolso pela empresa

nesse mês.

Em relação ao grupo de contas de desembolso com fornecedores a projeção

do mês de Março de 2010 teve um valor de R$ 292,67 a mais do que a empresa

realizou de desembolso com fornecedores neste mês e no mês de Abril de 2010 a

projeção de desembolso com esse grupo de contas foi R$ 289,23 a menos em

relação ao que a empresa realizou de desembolso com essa conta no mês de Abril,

essa diferença entre os valores projetados e realizados para esse grupo de contas,

se deve ao fato de que a empresa não possui fornecedores fixos para comprar os

seus produtos, portanto o administrador compra os produtos que a empresa está

necessitando, aproveitando promoções e comprando em maiores quantidades

quando interessante para a empresa, por esse motivo esse grupo de contas não

oferece muita estabilidade para se efetuar uma projeção mais precisa.

As projeções dos desembolsos tributários e financeiros chegaram bem

próximo ao que a empresa realizou de desembolsos com esses dois grupos de

contas nos meses de Março e Abril de 2010.

Já os desembolsos com investimentos conforme foi previsto não ocorreu, fato

esse que não trouxe nenhum tipo de variação entre projetado e realizado.

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Com base no que foi analisado conclui-se que as projeções feitas para os

ingressos e desembolsos da empresa nos meses de Março e Abril de 2010, ficaram

bem próximas ao que a empresa realizou de ingressos e desembolsos nesses dois

meses. Esse bom desempenho na projeção somente foi possível realizando as

projeções com base na análise horizontal efetuada em cima do período abrangido

pelo fluxo de caixa e levando em consideração a sazonalidade pela qual a empresa

passa ao longo do período.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração deste estudo teve como objetivo propor um fluxo de caixa para

uma filial da empresa LAV E LEV, visando uma melhor organização dos ingressos e

desembolsos da empresa, de forma que o administrador da empresa conseguisse

visualizar onde estão sendo alocadas as entradas e saídas financeira de caixa com

uma maior facilidade.

Antes da realização do estudo, os ingressos e desembolsos da empresa eram

controlados por meio de anotações em cadernos, de modo que qualquer valor de

entrada ou saída de caixa era anotado, fato esse que gerava um acúmulo de papéis

e também um pouco de dificuldade de organização, identificado este problema foi

proposta ao administrador da empresa a utilização de um fluxo de caixa.

Primeiramente foi pensado na utilização de um software chamado DM3, porém foi

identificado que a empresa possuía poucos grupos de contas, e que a elaboração de

uma planilha em Excel seria mais interessante, fato esse apoiado prontamente pelo

administrador.

Visando alcançar o objetivo geral proposto no trabalho, foi utilizada a

pesquisa bibliográfica, com a perspectiva de se buscar o conhecimento de vários

autores para enriquecer o trabalho e agregar maior credibilidade ao mesmo. Além da

pesquisa bibliográfica, foi necessário também um maior conhecimento da empresa

em si, por esse motivo o acadêmico teve de conhecer um pouco do dia a dia da

organização e de seus colaboradores internos e externos.

Desenvolver o fluxo de caixa para a empresa foi uma etapa que exigiu um

acompanhamento criterioso por parte do administrador da empresa, para que o fluxo

ficasse de bom entendimento para o mesmo, portanto o mesmo deu algumas

sugestões para melhor organizar alguns grupos de contas, no final o fluxo foi bem

aceito pelo mesmo.

Ao finalizar o trabalho pode-se verificar que o objetivo geral e objetivos

específicos foram todos atendidos, bem como a questão norteadora. O fluxo de

caixa proposta conseguiu solucionar o problema na organização dos ingressos e

desembolsos da empresa, tornando a visualização e o controle dessas entradas e

saídas de caixa muito mais simples para o administrador.

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Espera-se que a empresa venha a implantar a fluxo de caixa proposto no

estudo para o próximo período, e que essa ferramenta venha a auxiliar o

administrador nas tomadas de decisão em frente a sua empresa, pois conforme

relatado na pesquisa a utilização do fluxo de caixa como ferramenta de gestão é de

grande utilidade para qualquer empresa, pois através dessa ferramenta pode-se

fazer um diagnóstico da saúde financeira da empresa.

O trabalho de estágio para o acadêmico foi de extrema importância, pois foi

possível que o mesmo colocasse em prática as teorias estudadas ao longo do curso,

vivenciando o dia a dia de uma organização, acompanhando os altos e baixos da

mesma ao longo do período do estágio, fatores esses muito importantes para o

acadêmico, que passou por uma ótima experiência prática dentro da administração e

que com certeza levará para sua vida profissional.

Por fim, sugere-se que a empresa implante o fluxo de caixa, e que seja feito

um acompanhamento rigoroso dos ingressos e desembolsos da empresa, bem como

as outras filiais também adotem esta ferramenta, que com certeza irá auxiliar e muito

seus administradores a gerir o setor financeiro das mesmas.

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ANEXOS