PROPOSTA DE UMA COLETÂNEA PARA SISTEMATIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS BÁSICOS DO COORDENADOR REGIONAL DE DEFESA CIVIL

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  • 8/3/2019 PROPOSTA DE UMA COLETNEA PARA SISTEMATIZAO DOS PROCEDIMENTOS BSICOS DO COORDENADOR REGION

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    POLCIA MILITAR DO ESTADO DE SO PAULO

    CENTRO DE APERFEIOAMENTO E ESTUDOS SUPERIORES

    CURSO SUPERIOR DE POLCIA

    CSP-I/2000

    PROPOSTA DE UMA COLETNEA PARA SISTEMATIZAO DOS

    PROCEDIMENTOS BSICOS DO COORDENADOR REGIONAL DE

    DEFESA CIVIL

    AUTOR: TEN CEL PM ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES

    ORIENTADOR: CEL PM CLODOMIR RAMOS MARCONDES

    SO PAULO

    2000

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    POLCIA MILITAR DO ESTADO DE SO PAULO

    CENTRO DE APERFEIOAMENTO E ESTUDOS SUPERIORES

    CURSO SUPERIOR DE POLCIA

    CSP-I/2000

    PROPOSTA DE UMA COLETNEA PARA SISTEMATIZAO DOS

    PROCEDIMENTOS BSICOS DO COORDENADOR REGIONAL DE

    DEFESA CIVIL

    Monografia elaborada pelo TEN CEL

    PM ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA

    BORGES, no Curso Superior dePolcia do Estado de So Paulo

    SO PAULO

    2000

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    D E D I C A T R I A

    Meu amor, carinho e admirao

    minha mulher Maz e minhas filhas

    Vanessa, Priscilla e Danielle, pelo

    apoio e incentivo sempre presentesem minha vida.

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    SUMRIO

    RESUMO ..................................................................................................... 9

    INTRODUO...........................................................................................10

    1 A DEFESA CIVIL NO ESTADO DE SO PAULO ................................13

    1.1 O Estado de So Paulo .............................................................................13

    1.2 Origem da Defesa Civil no Estado de So Paulo .......................................141.3 Composio do Sistema Estadual de Defesa Civil .....................................17

    1.3.1 Coordenadorias Regionais de Defesa Civil.............................................18

    1.4 Centro de Gerenciamento de Emergncia da CEDEC................................20

    2 ORGANIZAO E ATUAO DA COMUNIDADE NAS AES DE

    DEFESA CIVIL ..........................................................................................21

    2.1 Comit de Coordenao...........................................................................212.1.1 Avaliao das necessidades ...................................................................21

    2.1.1.1 Informaes gerais .............................................................................22

    2.1.1.2 Solicitaes de Auxlio .......................................................................22

    2.1.1.3 Solicitaes de sade, pelo pessoal local, com base no nmero de

    pessoas que precisam de atendimento e no tipo de cuidados de sade

    requeridos.....................................................................................................232.1.2 Assistncia Externa...............................................................................23

    2.1.3 Coordenao dos grupos de ajuda externa..............................................24

    2.1.4 Agrupamento das famlias .....................................................................25

    2.1.5 Abrigos provisrios e saneamento..........................................................26

    2.1.6 Pessoas deslocadas ...............................................................................28

    2.1.7 Monitorizao dos estoques de alimentos...............................................30

    2.1.8 Distribuio de alimentos......................................................................30

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    2.1.9 Procedimento com animais ....................................................................31

    2.1.10 Desenvolvimento aps o desastre.........................................................33

    3 CONCEITOS ESTABELECIDOS PELA POLTICA NACIONAL DE

    DEFESA CIVIL ..........................................................................................36

    3.1 Desastre: Classificao Geral...................................................................36

    3.1.1 Classificao dos desastres quanto intensidade ....................................37

    3.1.1.1 Desastres de nvel I ............................................................................37

    3.1.1.2 Desastres de nvel II ...........................................................................38

    3.1.1.3 Desastres de nvel III..........................................................................38

    3.1.1.4 Desastres de nvel IV..........................................................................39

    3.1.2 Classificao dos desastres quanto evoluo........................................39

    3.1.3 Classificao dos desastres quanto origem...........................................39

    3.2 Risco ......................................................................................................40

    3.3 Dano .......................................................................................................41

    3.4 Vulnerabilidade.......................................................................................41

    3.5 Ameaa...................................................................................................42

    3.6 Segurana................................................................................................42

    3.7 Defesa Civil.............................................................................................42

    3.8 Situao de Emergncia ...........................................................................42

    3.9 Estado de Calamidade Pblica..................................................................43

    4 VARIVEIS E MODELO NO PLANEJAMENTO DE DEFESA

    CIVIL ..........................................................................................................44

    4.1 Levantamento Estrutural..........................................................................44

    4.1.1 Dimensionamento .................................................................................44

    4.1.2 Comunicaes ......................................................................................44

    4.1.3 Energia Eltrica....................................................................................45

    4.1.4 Transportes...........................................................................................46

    4.1.5 Economia .............................................................................................47

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    4.1.6 Educao..............................................................................................47

    4.1.7 Sade..................................................................................................47

    4.1.8 Meio Ambiente.....................................................................................48

    4.1.9 Segurana.............................................................................................48

    4.1.10 rgos Pblicos no Municpio .............................................................49

    4.1.11 Meios de Comunicao Social.............................................................49

    4.1.12 Entidades Comunitrias.......................................................................50

    4.1.13 Defesa Civil........................................................................................50

    4.2 Plano Preventivo de Defesa Civil..............................................................534.2.1 Modelo de Plano Preventivo de Defesa Civil ( PPDC )...........................54

    4.2.1.1 Legislao e rgos Componentes......................................................55

    4.2.1.2 Organizao do Plano Preventivo de Defesa Civil................................56

    4.2.1.3 A Comunidade na Operao do PPDC................................................57

    4.3 Precipitaes Pluviomtricas ...................................................................57

    4.3.1 Inundaes ...........................................................................................584.3.2 Principais fatores que agravam as inundaes urbanas............................59

    4.3.2.1 Solues para as inundaes urbanas ..................................................60

    4.3.2.1.1 Solues Estruturais ........................................................................60

    4.3.2.1.2 Solues No-Estruturais .................................................................61

    5 DECLARAO DE SITUAO DE EMERGNCIA OU ESTADO DE

    CALAMIDADE PBLICA E SEUS EFEITOS LEGAIS ...........................635.1 Efeitos Legais na inobservncia dos preceitos doutrinrios e jurdicos na

    Decretao da Situao de Emergncia ou Estado de Calamidade Pblica........65

    5.1.1 Mandado de Segurana..........................................................................65

    5.1.2 Ao Popular........................................................................................66

    5.1.3 Ao Civil Pblica................................................................................67

    5.1.4 Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Pblicas...................................68

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    5.2 Implicaes Jurdicas com o reconhecimento da situao de emergncia ou

    calamidade pblica........................................................................................69

    5.2.1 Lei 8.666/93 alterada pela Lei 8.883/94...............................................69

    5.2.2 Decreto Federal n. 66.204/70, alterado pelo Decreto n. 91.198/85.........69

    5.2.3 Artigos 136, 148 I e 167 3 da Constituio Federal........................70

    5.2.4 Decreto n. 3.365/41 Dispe Sobre Desapropriao por Utilidade

    Pblica..........................................................................................................71

    5.2.5 Decreto n. 84.685/90 Regulamenta a Lei n. 6.746/79, que trata do

    Imposto sobre a Propriedade Rural ITR.......................................................715.2.6 Cdigo de Processo Civil.......................................................................72

    6 COMISSO MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL CRIAO DE

    FUNDOS ESPECIAIS DE DEFESA CIVIL ...............................................73

    6.1 Implantao.............................................................................................73

    6.2 Organizao ............................................................................................74

    6.2.1 Seo de Apoio Administrativo .............................................................75

    6.2.2 Seo de Minimizao de Desastres ......................................................75

    6.2.3 Seo de Operaes ..............................................................................76

    6.3 Atribuies..............................................................................................76

    6.4 Disque Defesa Civil Telefone 199..........................................................78

    6.5 Fundo Especial para Calamidades ............................................................79

    6.5.1 Dispositivos legais ................................................................................796.5.2 Criao de Fundo Especial de Defesa Civil ............................................81

    7 CONVNIOS COM OS MUNICPIOS ...................................................86

    7.1 Documentos Necessrios para Assinatura de Convnio para Aquisio de

    Material de Construo..................................................................................87

    7.1.1 Documentos Necessrios Quando da Assinatura do Convnio.................89

    7.2 Documentos Necessrios para Assinatura de Convnio para Outras Obras

    Preventivas ou Recuperativas de Defesa Civil.................................................89

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    7.2.1 Documentos Necessrios Quando da Assinatura do Convnio.................91

    7.3 Liberao de Recursos Materiais pela CEDEC..........................................92

    8 JUSTIFICATIVAS ...................................................................................93

    CONCLUSO .............................................................................................98

    BIBLIOGRAFIA.......................................................................................100

    ANEXO I- Modelo de Mensagem Cmara Municipal...........................102

    ANEXO II- Modelo de Projeto de Lei......................................................103

    ANEXO III- Modelo de Decreto de Organizao.....................................106

    ANEXO IV- Modelo de Portaria de Nomeao........................................118

    ANEXO V- Modelo de Decreto Municipal - Situao de Emergncia .....120

    ANEXO VI- Modelo de Decreto Municipal - Calamidade Pblica ..........122

    ANEXO VII- Relatrio de Avaliao de Danos.......................................124

    ANEXO VIII- Relatrio de Primeiro Atendimento.................................136

    ANEXO IX- Portaria CEDEC - 9 -610, de 11/12/95 ................................140

    ANEXO X- Resoluo CMIL - 4 - 610, de 16/11/95.................................143

    ANEXO XI- Resoluo CEDEC - 001/DIPLAN, de 10/09/97...................152

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    RESUMO

    A presente monografia "Proposta de uma Coletnea para

    Sistematizao dos Procedimentos Bsicos do Coordenador Regional de Defesa

    Civil", desenvolvida em oito captulos, uma contribuio para a consolidao

    do futuro Manual do REDEC.

    Apresentam-se ao Coordenador Regional, os conhecimentostcnicos mnimos, para que, junto da iniciativa privada e da comunidade,

    possibilitem o desenvolvimento de aes voltadas proteo civil e reduo de

    desastres, objetivo principal da Defesa Civil.

    Com metodologia de coleta de dados baseada em pesquisa de

    mesa, bibliogrfica e documental, abrangendo:

    - o ambiente estadual na viso da defesa civil, relacionamentos e

    gerenciamentos;

    - a participao da comunidade;- conceitos doutrinrios;- variveis no planejamento de defesa civil;- implicaes legais nas emergncias;- fluxo de recursos financeiros;- a participao municipal;- normas para convnio.

    Apresenta-se um conjunto interdependente de assuntos,

    propiciando aos voluntrios de Defesa Civil em nvel de REDEC, condies de

    preparar-se para o atendimento de emergncias e desastres.

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    INTRODUO

    O Sistema Estadual de Defesa Civil constitui-se no instrumento

    de coordenao dos esforos de todos os rgos estaduais com os demais

    segmentos pblicos, privados e com a comunidade em geral, tendo como

    principal objetivo, a reduo de desastres, atravs da preveno para

    emergncia, ou oferecendo resposta aos desastres e ou providenciando a

    reconstruo da rea atingida.

    O Sistema Estadual de Defesa Civil, reorganizado atravs do

    Decreto Estadual n. 40.151, de 16 de junho de 1995, estabelece, entre outros

    artigos, os rgos regionais do Sistema Estadual e sua composio:

    Artigo 10 O Sistema Estadual de Defesa Civil tem a

    seguinte estrutura:

    I ...

    II rgos Regionais: as Coordenadorias Regionais de

    Defesa Civil REDEC, distribudas no interior do Estado e na

    Regio Metropolitana da Grande So Paulo, vinculada

    Coordenadoria Estadual de Defesa Civil CEDEC;

    III - ...

    Artigo 14 As Coordenadorias Regionais de Defesa Civil

    REDEC so rgos regionais do Sistema Estadual, cabendo-lhes

    atuar dentro da respectiva regio em apoio s Comisses

    Municipais de Defesa Civil, sempre em regime de cooperao

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    Artigo 15 O Coordenador Regional de Defesa Civil ser

    designado, preferencialmente, dentre os representantes regionais

    das Secretarias de Estado e das entidades da Administrao

    indireta do Estado.

    Conforme estabelece o artigo 15, o Coordenador Regional ser

    nomeado dentre os representantes dos rgos do Estado na regio, portanto nem

    sempre, apesar do voluntariado, com os conhecimentos tcnicos suficientes para

    a funo, pois os assuntos envolvidos so bastante complexos, exigindoconhecimentos de grande amplitude ou especializao, onde se confirma a

    necessidade de aglutinao das normas e procedimentos, otimizando a

    familiarizao dos assuntos e programas envolvidos, facilitando o aprendizado.

    O objetivo desse trabalho monogrfico, em oito captulos, por

    meio de uma ampla pesquisa de mesa, reunir a legislao e os fundamentostericos bsicos, necessrios a um coordenador regional de defesa civil, na sua

    tarefa de assessorar os municpios no planejamento e promoo da defesa da

    populao contra desastres naturais ou provocados pelo homem, alm da

    preveno ou minimizao de danos, socorro e assistncia s populaes

    atingidas e recuperao das reas afetadas por desastres.

    O presente trabalho, no primeiro captulo, situa o leitor nos

    aspectos gerais da Defesa Civil: a estrutura do Estado, origem da Defesa Civil,

    composio do sistema e seu gerenciamento.

    A organizao e atuao da comunidade so apresentadas no

    segundo captulo.

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    Os conceitos estabelecidos pela poltica nacional de Defesa Civil

    so vistos no terceiro captulo.

    No quarto captulo, so apresentadas as variveis e o modelo no

    planejamento de defesa civil.

    O quinto captulo aborda a Declarao de Situao de

    Emergncia e Estado de Calamidade Pblica e os efeitos legais na inobservncia

    dos preceitos doutrinrios.

    A implantao de uma Comisso Municipal de Defesa Civil e a

    criao de Fundo Especial Municipal de Defesa Civil compem o sexto captulo.

    O stimo captulo traz as normas para convnio do Estado com as

    Prefeituras, nas rea da Defesa Civil.

    Finalmente, o oitavo captulo traz as justificativas dos assuntos

    compostos da coletnea.

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    1 A DEFESA CIVIL NO ESTADO DE SO PAULO

    1.1 O Estado de So Paulo1

    Ocupando 3% do territrio brasileiro e com 34 milhes de

    habitantes ( 21 % da populao brasileira) distribudos em 645 municpios e 15

    regies administrativas, a maior concentrao produtiva e de mercado do Pas.

    Seu PIB de ordem de US$ 240 bilhes, ou seja, 1/3 do PIB

    nacional, gerando 50% do PIB industrial brasileiro.

    A regio metropolitana da Capital, com 16 milhes de habitantes,

    o terceiro aglomerado do planeta. O Estado possui 29 mil Km de rodovias

    pavimentadas, s quais se somam outras 170 mil de estradas secundrias. Sua

    malha ferroviria tem 5,5 mil Km. Seus portos de Santos e So Sebastio

    movimentam cerca de 20% da carga porturia brasileira.

    Possui 33 aeroportos, dos quais 02 internacionais, sendo que um

    deles, o de Guarulhos, o que apresenta maior movimento da Amrica Latina.

    O Estado dispe, ainda, de quatro refinarias de petrleo e 1.750

    Km de oleodutos.

    Conta, tambm, com 22 grandes usinas hidroeltricas,

    responsveis pelo fornecimento de 79 mil gigawatts/hora/ano.

    1 O texto que se segue foi adaptado de uma publicao da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.

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    A rede de Ensino conta com 9,7 milhes de alunos no ensino

    bsico e fundamental e 540 mil em cursos superiores.

    Est em So Paulo a maior rea contnua de mata Atlntica. So

    mais de 900 mil hectares de floresta, gerenciados pelo Estado.

    1.2 Origem da Defesa Civil no Estado de So Paulo

    Conforme Clodomir Ramos Marcondes, na monografia

    "Orientao Legal nas Aes de Emergncias", a Defesa Civil do Estado de So

    Paulo teve como origem a ocorrncia de precipitaes pluviomtricas anormais

    e grandes incndios urbanos.

    Afirma que na anlise deste sculo vai-se encontrar eventos

    danosos, verdadeiras catstrofes, sensibilizando o povo paulista para a

    necessidade de um organismo capaz de prevenir tais acontecimentos ou, diante

    de eventos imprevisveis, minimizar as perdas humanas e materiais, atender aos

    necessitados, restabelecendo a normalidade na rea atingida.

    Dentre estes eventos, lista os seguintes:

    Em 1967, a ocorrncia de chuvas intensas em Caraguatatuba, que

    vieram provocar a necessidade de inmeras providncias de socorro, que,

    embora improvisadas, controlaram a situao;

    Em 1969, chuvas intensas atingindo o interior e mesmo a Capital,

    determinando a criao, pelo governo, da 1 Comisso de Defesa Civil, auto-

    limitada pela sua prpria finalidade;

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    Em 1972, violento incndio irrompe no Edifcio Andraus, e nada

    preparado havia para atender tal situao;

    Em 1974, novamente a Capital sacudida por catastrfico

    acontecimento, desta vez foi o incndio do Edifcio Joelma, que, uma vez mais,

    fez inmeras vtimas.

    Observa que, alm de diversos organismos pblicos e entidades

    destinadas assistncia e filantropia, a comunidade em geral manifestavainteresse em participar das atividades de socorro e assistenciais, mas tudo isso

    acontecia de forma desorganizada e at com desperdcio de meios.

    Diante dos fatos, foi criado, na Secretaria de Economia e

    Planejamento, um grupo de trabalho para estudar medidas frente a essas

    ocorrncias, onde o item relativo mobilizao e participao comunitria foientregue Casa Militar, que concluiu pela necessidade de um trabalho mais

    amplo, redundando em 1976 na criao do Sistema Estadual de Defesa Civil,

    operacionalizado por um departamento da Casa Militar.

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    Figura 1: Placa alusiva em homenagem s dezenas de vtimas esobreviventes do evento calamitoso de Caraguatatuba em 1967.

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    O evento calamitoso de Caraguatatuba, em 1967, certamente foio marco da criao do Sistema Estadual de Defesa Civil no Estado de So Paulo.

    A placa alusiva materializa a homenagem prestada porautoridades s dezenas de vtimas, aos sobreviventes e pessoal de socorro.

    1.3 Composio do Sistema Estadual de Defesa Civil

    CEDEC Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, o rgocentral, subordinada diretamente ao Governador do Estado;

    REDEC Coordenadorias Regionais de Defesa Civil, so rgos

    regionais, localizados em cada regio administrativa do Estado e regio

    Metropolitana de So Paulo;

    COMDEC Comisso Municipal de Defesa Civil, poder ser

    criada em todos os municpios do Estado, caso desejam integrar o sistema

    Estadual.

    Outros rgos podero ser acrescentados ao sistema, com a

    finalidade de se ampliarem as condies de preveno e combate scalamidades, tais como: entidades pblicas e privadas, organizaes no

    governamentais (ONGs) etc.

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    1.3.1 Coordenadorias Regionais de Defesa Civil

    As Coordenadorias Regionais de Defesa Civil (REDEC)

    atuam no interior e na regio metropolitana de So Paulo e so em nmero de

    quatorze ( veja mapa na pgina seguinte), tendo como principal atribuio a

    formao e o apoio s Comisses Municipais de Defesa Civil (COMDEC),

    uma em cada municpio. As aes de Defesa Civil, com a funo bsica de

    proteger a vida, desenvolvem-se nas seguintes fases: preventiva, para preparar as populaes, operada em situao

    de normalidade, sugerindo-se medidas e obras pblicas para os pontos crticos,

    elaborando planos operacionais especficos;

    socorro, conduzindo as vtimas aos hospitais; assistencial,

    encaminhando os flagelados a locais e abrigos seguros e atendendo-os com

    medicamentos, agasalhos, alimentos e conforto moral; recuperativa, que possibilita o retorno normalidade e, se

    possvel, executando obras que, alm de recuperar a rea atingida pelo desastre,

    tenham carter preventivo quanto a outros eventos adversos que possam assolar

    a comunidade, fechando-se, desta maneira, o crculo em que se inserem as fases

    de atuao de Defesa Civil.

    Um dos problemas mais srios para a organizao dos trabalhos

    de preveno e combate s calamidades obter a participao da comunidade.

    Isso porque, na poca atual, especialmente nas grandes cidades, por suas

    caractersticas psicossociais, os cidados so levados a se situar em um universo

    maior, neutralizando a sua sensibilidade e reduzindo sua ateno a interesses

    mais prximos e imediatos ou a problemas locais de pequeno porte. O homem,

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    cada vez mais, tende a preocupar-se com assuntos estranhos e distantes e chega

    a desconhecer as dificuldades de seus vizinhos.

    Figura 2: Mapa do Estado de So Paulo com as reas geogrficas

    das Coordenadorias Regionais de Defesa Civil.

    As Coordenadorias regionais de defesa Civil tm suas reas

    coincidentes com as da administrao do Estado, possibilitando perfeito

    entrosamento entre ambas atravs da designao honorria de membros das

    diversas Secretarias e Empresas do Estado, como Coordenadores Regionais deDefesa Civil. Estes profissionais passaram, juntamente com os tcnicos da

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    Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, a exercer estreita ligao com as

    prefeituras, orientado-as quanto s suas necessidades no tocante execuo de

    obras preventivas (galerias, muros de arrimo, casas) e recuperativas (pontes e

    reconstrues em geral) de Defesa Civil.

    1.4 Centro de Gerenciamento de Emergncia da CEDEC

    A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) dispe de

    um Centro de Gerenciamento de Emergncias (CGE), com planto 24 horas.

    Para receber as informaes e acionar os meios necessrios e os rgos

    competentes para um pronto atendimento s regies afetadas por desastres, o

    CGE conta com pessoal altamente qualificado e com vasta experincia. Alm

    disso, em situaes especficas, como por exemplo quando da vigncia dos

    Planos Preventivos, o CGE conta com apoio de tcnicos do IPT (Instituto de

    Pesquisas Tecnolgicas) e IG (Instituto Geolgico), que saem a campo para

    vistoriar determinado local de risco e, se for o caso, fazer a remoo de pessoas,

    interditar a rea, tudo visando preservao de vidas humanas.

    Outro instrumento importante disposio do CGE a

    meteorologia. Atravs de informaes recebidas dos radares meteorolgicos de

    Bauru, Ponte Nova (Salespolis), de rgos como o INPE, INMET, duas

    meteorologistas elaboram boletins que so repassados s REDEC, diretamente

    s COMDEC nas prefeituras e at mesmo para algumas Secretarias de Estado.

    Em posse de tais boletins, providncias podem ser tomadas com antecedncia, a

    exemplo do que ocorreu no incio de 1998, quando dezenas de famlias do Vale

    do Ribeira foram removidas para abrigos, antes que as guas cobrissem suas

    casas.

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    2 ORGANIZAO E ATUAO DA COMUNIDADE NAS AES DE

    DEFESA CIVIL

    Com o advento de um desastre, a comunidade a primeira a

    sofrer os seus efeitos nocivos; portanto, as atividades de preveno e preparao

    para emergncias e desastres se constituem em algo de extrema importncia.

    2.1 Comit de Coordenao

    A fim de que os esforos da comunidade, mobilizada aps o

    desastre, sejam mais eficazes, as autoridades locais devero estabelecer

    imediatamente um comit encarregado de coordenar as aes relacionadas com

    o desastre. O comit dever avaliar as conseqncias do desastre e lidar com os

    problemas essenciais, como o resgate de pessoas em desabamentos de edifcios,

    deslizamentos de terra, famlias isoladas, incndios, etc.

    Que meios devem ser utilizados ?

    2.1.1 Avaliao das necessidades

    Logo aps ter estabelecido contato com as autoridades de nveis

    intermedirios e central, o comit de coordenao informar-lhes- as

    necessidades, com o intuito de evitar enganos e obter assistncia externa

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    adequada. Devero ser prestadas informaes relativas aos problemas gerais e

    s aes de sade.

    2.1.1.1 Informaes gerais

    Avaliao do nmero de desabrigados;

    Estimativa do nmero de vtimas; Avaliao do tipo, da extenso e da gravidade dos danos

    materiais;

    Informaes relativas a lugarejos isolados; Informaes relativas a pessoas separadas das suas famlias; Previso a respeito da evoluo do fenmeno natural

    responsvel pelo desastre.

    2.1.1.2 Solicitaes de Auxlio

    Mquinas para trabalhar nos escombros; Meios de transporte, combustvel; Abrigos (tendas, material para construo de abrigos,

    Trailers, etc.);

    Cobertores, roupas, botas, capas de chuva; Alimentos; Ferramentas, baterias, containers, materiais; Pessoal especializado em trabalhos de resgate;

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    Outros.

    2.1.1.3 Solicitaes de sade, pelo pessoal local, com base no nmero depessoas que precisam de atendimento e no tipo de cuidados de saderequeridos

    Equipamentos e material de sade; Remdios; Pessoal de sade necessrio; Hospitais adequadamente equipados para o encaminhamento

    dos pacientes que no possam ser atendidos localmente;

    Meios e organizao na evacuao dos feridos e enfermos.

    No caso de no haver comunicao telefnica ou das linhas

    estarem interrompidas, o contato s poder ser feito pelo rdio. Se a comunidade

    no tiver equipamento de rdio, os rdio-amadores algumas vezes podero

    restabelecer o contato. Em todo caso, o comit dever ter um centro de

    comunicaes ao seu dispor.

    2.1.2 Assistncia Externa

    A solidariedade regional ou estadual certamente de grande

    importncia para as comunidades atingidas por um desastre. Pode ocorrer,

    contudo, que a assistncia externa esteja calcada na idia que os doadores

    externos se fazem do desastre, ou naquilo que estiverem dispostos a doar, em

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    vez de espelhar as verdadeiras necessidades da comunidade atingida. Alis,

    certas formas de assistncia inadequada so uma constante, como lotes de

    remdios no solicitados, hospitais de campanha que permanecem vazios e

    pessoal mdico desnecessrio.

    Conseqentemente, importante que a comunidade solicite, o

    mais cedo possvel, o tipo de auxlio de que realmente precisa. A fim de

    canalizar mais eficazmente a assistncia externa durante o perodo aps o

    desastre, a comunidade poder pedir aos doadores que enviem, inicialmente, umespecialista encarregado de ajudar a avaliar as necessidades e a formular

    programas de reabilitao/reconstruo que a assistncia externa possa sustentar.

    A experincia demonstra que a assistncia internacional muito mais importante

    no perodo aps o desastre do que como auxlio de emergncia.

    2.1.3 Coordenao dos grupos de ajuda externa

    A assistncia de grupos externos (voluntrios, associaes)

    importante.

    Entretanto, devero ser tomadas medidas para evitar que cada

    grupo aja por conta prpria, sem qualquer coordenao, e algumas vezes

    competindo ou em evidente conflito entre si. Especialmente quando a

    comunidade pobre ou mal organizada, os grupos externos podero provocar

    graves desequilbrios e rixas, ou induzir dependncia.

    O ideal que o grupo de coordenao oriente as atividades

    destes grupos. Quando a comunidade est desnorteada, uma tarefa essencial dos

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    grupos externos ser incentivar a ao das autoridades locais, do pessoal local de

    sade e da comunidade, e ajud-los a se organizarem, de modo que possam

    retomar o controle da situao.

    As entidades internacionais podem desempenhar um importante

    papel, ao consultar os comits locais e convidar os doadores e os grupos

    externos a fazer o mesmo.

    2.1.4 Agrupamento das famlias

    O comit de coordenao dever agir rapidamente para

    estabelecer um sistema de contato permanente com as famlias vtimas do

    desastre. Uma maneira eficaz de montar esse sistema subdividindo a

    comunidade em grupos que consistam de ncleos familiares vizinhos, e tendo

    uma pessoa encarregada de cada grupo. Essa pessoa poder ser designada pelo

    grupo ou, se impraticvel, ser selecionada pela autoridade local. Cada

    encarregado poder delegar tarefas especficas aos diferentes membros do

    grupo.

    Os encarregados dos grupos devero entrar em contato

    diariamente com o comit de coordenao. Esse tipo de sistema permite:

    Obter informaes a respeito das necessidades; Passar informaes ou instrues populao; Quando necessrio, distribuir meios de sobrevivncia

    (roupas, cobertores, alimentos, etc.).

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    O pessoal local de sade tambm poder utilizar esse sistema

    para atividades sanitrias.

    2.1.5 Abrigos provisrios e saneamento

    Quando o desastre exige a evacuao das casas, mas no da rea,

    ser necessrio providenciar abrigo provisrio para aqueles obrigados a deixarsuas residncias e que, geralmente, preferem ficar por perto. Esses abrigos

    provisrios devero estar localizados nas propriedades abandonadas ou perto

    destas. Poder ocorrer que a populao se espalhe pelo local (lotes vazios,

    jardins, parques, praas, estacionamentos, quadras de esportes, etc.), utilizando

    qualquer coisa que estiver mo (tbuas, plsticos, tendas, automveis,

    containers, barcos, vages de estada de ferro, edifcios em construo, escolas,

    edifcios pblicos, etc.). As condies sanitrias podero, ento, sofrer rpida

    deteriorao e ser muito difcil avaliar as necessidades.

    As comunidades em risco ( e aqueles que se propuserem a

    abrigar populaes deslocadas ) devero selecionar os locais de abrigo

    provisrio (antes de o desastre ocorrer) e empreender as obras preparatrias

    requeridas. As reas onde sero localizados os abrigos provisrios devero

    preencher os seguintes requisitos:

    Estar a salvo de inundaes, acima do mais alto nvel deenchente;

    Estar situadas, de preferncia, em reas com um pequenodeclive, que facilite a drenagem das guas pluviais e servidas;

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    No estar muito prximas do lenol fretico, a fim de evitarque o solo fique alagado durante a estao chuvosa;

    Estar protegidas de queda de barreiras e no sujeitas aafundamento;

    Ser facilmente acessveis e estarem perto do centro urbano; Estar a um nvel acima dos desaguadouros; Estar a jusante das fontes de gua potvel.

    Os locais para abrigos provisrios devero estar dotados de

    abastecimento d'gua, sanitrios e depsito para lixo.

    Durante os primeiros dias, s vezes necessrio utilizar carros-

    pipa para o transporte d'gua, mas, assim que possvel, devero ser estabelecidos

    pontos de gua, mediante a perfurao de poos artesianos ou poos comuns, ou

    a construo de aqueduto. Se o suprimento for deficiente, as pessoas congregar-se-o perto dos locais de abastecimento. Dever haver um ponto de

    abastecimento com sadas mltiplas para cada 200/250 pessoas, mas algumas

    vezes difcil atingir essa razo.

    O mtodo mais simples de instalar os sanitrios fazer valas de

    aproximadamente 2m de profundidade por 80cm de largura (com comprimentovarivel) e cobri-las com pranchas, dotadas de assentos ou tbuas para agachar-

    se. As coberturas devero estar cobertas por tampa para impedir que as moscas

    entrem na vala. Os sanitrios no devem ser instalados muito afastados dos

    abrigos provisrios.

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    Devero ser estabelecidos locais de depsito de lixo, onde os

    resduos slidos (lixo slido) sero queimados e depois cobertos com terra para

    evitar a proliferao de moscas e roedores.

    Ao planejar os acampamentos provisrios, dever evitar-se a

    disposio geomtrica dos abrigos e sua distribuio em fileiras indistintas. Pelo

    contrrio, devero ser incentivados os agrupamentos familiares e a escolha

    espontnea das vizinhanas, embora mantendo um controle rigoroso das

    condies sanitrias. Se o acampamento tiver que ser utilizado durante um longoperodo, o planejamento dever contemplar acomodaes para uma

    administrao local, um centro de sade e hospital, uma escola e, na medida do

    possvel, outros servios e atividades comunitrias.

    2.1.6 Pessoas deslocadas

    Neste item so considerados apenas indivduos deslocados como

    resultado de secas ou fome. Em geral, os fluxos migratrios esto alm das

    possibilidades das comunidades. Os governos devem planejar o assentamento

    das pessoas deslocadas, distribuindo-as nas reas que melhor se adaptem a tais

    assentamentos ( com gua, terra cultivveis, pastos, possibilidades de

    desenvolvimento, condies socioculturais favorveis, etc.).

    Entretanto, quando no h planejamento, as pessoas deslocadas

    acabam nas periferias das cidades, em locais sem qualquer infra-estrutura.

    Quando a populao migrante muito grande, ocorre uma situao de

    emergncia que se caracteriza por graves problemas sanitrios e de

    sobrevivncia. fundamental comear a agir assim que possvel, enquanto se

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    espera interveno governamental e auxlio internacional. As autoridades locais

    precisam estabelecer um comit de coordenao para lidar com as emergncias.

    Quando as entidades internacionais intervierem, devero trabalhar em estreita

    colaborao com o comit. essencial tomar as seguintes medidas:

    a- Avaliar o local. Se no for possvel prover gua ao local de

    assentamento espontneo ou se houver qualquer risco de inundao,

    afundamento do solo, etc., um outro local dever ser escolhido e equipado, com

    a participao da populao deslocada. As caractersticas dos locais adequados

    foram descritas na seo anterior.b- Organizar a populao deslocada em agrupamentos familiares

    e selecionar os encarregados dos diversos grupos. Isso significa fazer um censo

    da populao deslocada e daqueles que forem chegando.

    c- Unir a comunidade e a populao deslocada na soluo dos

    problemas mais iminentes:

    Instalao dos pontos de abastecimento d'gua; Cavar as valas para os sanitrios; Organizar a coleta e eliminao do lixo.

    d- O pessoal local de sade dever estabelecer um sistema de

    vigilncia de:

    Doenas transmissveis, dando prioridade s doenasendmicas, inclusive quelas do local de origem da populao deslocada;

    As condies de sade e de nutrio das crianas.

    As vantagens de estabelecer um posto de sade provisrio perto

    da populao deslocada devero ser consideradas. Deve-se tratar de cumprir os

    itens relacionados a seguir:

    Ateno de rotina; Imunizao que acompanhe o plano nacional de vacinao;

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    Educao sanitria; Atividades comunitrias.

    Voluntrios da comunidade e a organizao da populao

    deslocada devero auxiliar o pessoal local de sade.

    2.1.7 Monitorizao dos estoques de alimentos

    Se houver risco de falta de alimentos, as autoridades locais e a

    comunidade devero organizar um sistema de monitorizao, a fim de evitar a

    especulao. Principalmente, muito importante controlar os preos e

    monitorizar os dispositivos de abastecimento, armazenamento e distribuio dos

    alimentos a fim de impedir que estes desapaream do mercado e seja vendidos

    por baixo do pano.

    2.1.8 Distribuio de alimentos

    Se houver risco de m nutrio resultante de escassez de

    alimentos, poder ser necessrio distribuir alimentos populao. Isso acontece,

    em especial, no caso de populaes deslocadas. Na maioria dos casos, os

    alimentos vm de fora. Entretanto, importante que a comunidade se engaje

    ativamente na organizao da distribuio dos alimentos. Poder se estabelecer

    um comit local, constitudo por representantes da comunidade, indivduos

    dentre a populao flagelada e doadores. A constituio desse comit, que

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    dever coordenar a distribuio de alimentos, provavelmente ajudar a eliminar

    falhas, assim como a prevenir favoritismo e abusos.

    importante que os alimentos distribudos sejam culturalmente

    aceitveis, assim como conhecidos e utilizados pela populao. Quando for

    necessrio distribuir alimentos vindos do exterior, que a populao flagelada

    desconhea, devero ser feitas demonstraes sobre sua preparao. Em

    comunidades muito pobres, dever evitar-se a distribuio de alimentos

    manufaturados, de modo a no interferir com os hbitos alimentares e acapacidade de usar alimentos frescos locais.

    Na medida do possvel, a distribuio de alimentos preparados

    dever ser evitada, uma vez que poder sugerir que a populao flagelada ser

    assistida em massa. No campo da nutrio tambm importante a afirmao do

    princpio de que a comunidade deve ser auxiliada a retomar suas atividadesnormais, sua autonomia e suas iniciativas.

    2.1.9 Procedimento com animais

    Tambm poder ocorrer a disperso ou a morte de animais ( em

    grande nmero nas enchentes, por exemplo). Os animais podem perder seus

    abrigos. Pode ocorrer a disseminao de zoonoses. Os cachorros podem voltar

    vida selvagem e andar em matilhas. A comunidade, possivelmente mediante

    grupos de voluntrios ( que sero mais eficazes se tiverem sido treinados

    antecipadamente), dever tomar medidas para executar as tarefas essenciais

    relacionadas a seguir:

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    destruir as carcaas dos animais: isso no fcil porque sodifceis de queimar, e enterr-las implica uma grande mo-de-obra. Com

    freqncia, as carcaas precisam ser borrifadas com gasolina e cobertas com

    terra para proteg-las dos predadores, at que possam ser destrudas ou

    enterradas;

    destruir partes de animais. O mesmo tratamento descrito paraas carcaas dever ser dado aos pedaos de animais em aougues, matadouros e

    casas, quando no possvel manter a refrigerao;

    Dar abrigo a animais desgarrados; captur-los e trat-los. Osanimais devero ser reunidos em instalaes especficas para esta finalidade,

    assim como alimentados.

    Assim que for possvel, os servios veterinrios devero:

    Organizar a vigilncia das zoonoses transmissveis e dosmatadouros;

    Realizar vacinao em massa, dependendo dos riscos locais,de raiva, febre aftosa, febre suna, pestes das aves, etc.;

    Eliminar os animais doentes ou isolar as propriedades ruraisafetadas.

    As medidas para salvar os animais podem ser muito importantesnas reas rurais e tm um grande impacto no moral e na recuperao econmica

    da comunidade.

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    2.1.10 Desenvolvimento aps o desastre

    Os danos estruturais (casa, prdios pblicos, fbricas, armazns

    etc), e os danos s culturas e s criaes, associados interrupo das atividades

    de produo e comercializao, trazem graves dificuldades econmicas s

    comunidades atingidas. Alguns pases possuem mecanismos jurdicos

    especficos para situaes de calamidade, mediante os quais as reas atingidas

    por um desastre, no apenas recebem auxlio financeiro, como tambm medidasessenciais ao retorno vida econmica e social normal: reconstruo,

    construo de casas, planos de desenvolvimento, medidas de proteo e

    concesses temporrias s populaes flageladas.

    Entretanto, certos perigos devem ser evitados. Com freqncia

    necessrio verificar se os trmites burocrticos no esto colocando empecilhos

    real disponibilidade dos recursos destinados s comunidades locais. Devero

    ser desenvolvidos procedimentos administrativos e de controle para a situao

    de emergncia que no prejudiquem as atividades de campo.

    Algumas vezes os recursos financeiros disponveis para atender a

    emergncia podem provocar especulao ou atividades ilegais (preos

    exorbitantes, corrupo, crime organizado). Isso tanto um problema poltico

    quanto de segurana pblica, e ser necessrio estar preparado para agir com o

    maior rigor, no apenas porque essas atividades podem atrasar, prejudicar ou

    desencaminhar a recuperao econmica durante uma fase precria e difcil, j

    que traz desnimo populao, como tambm porque tira da ao pblica toda

    sua credibilidade e cria condies para a desintegrao e degradao da

    comunidade.

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    Devero ser evitadas as atividades econmicas inadequadas que

    criam distrbios e desequilbrios na comunidade, no que diz respeito aos

    recursos e ao potencial locais. Algumas vezes, a presso de determinadas

    empresas ou grupos comerciais, atrados pela possibilidade de grandes lucros,

    pode influenciar as autoridades pblicas ou os indivduos, instando-os a

    desenvolver atividades ou fazer escolhas que no esto de acordo com as

    necessidades prioritrias da rea atingida pelo desastre. Ocasionalmente, a

    alocao de subsdios ou de auxlios especiais individuais ou familiares acaba

    afundando a populao num estado de dependncia. Esse tipo de fenmeno,criado por doaes inadequadas, em qualidade e quantidade, deve ser vetado, a

    fim de evitar que o desenvolvimento da rea seja gravemente prejudicado ou

    completamente bloqueado.

    Os recursos destinados retomada do desenvolvimento devero

    ser utilizados, principalmente, para: iniciar e sustentar atividades locais de produo e

    comercializao, baseadas na utilizao e explorao dos recursos existentes na

    rea ( devero ser evitados os esquemas cujo xito dependa, principalmente, de

    suprimentos, mquinas ou peas vindas do exterior);

    Ministrar treinamento profissionalizante relativo s atividadeseconmicas mencionadas anteriormente e os empregos que forem criados emconsonncia com a realidade local;

    estabelecer a infra-estrutura e os servios essenciais comunidade;

    melhorar o transporte e as comunicaes entre a comunidadeatingida pelo desastre e o restante do pas.

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    A experincia demonstra que a recuperao facilitada pela

    participao ativa dos diversos segmentos da comunidade na preparao e

    implementao dos planos de reconstruo e desenvolvimento.

    O pessoal local de sade poder fazer uma importante

    contribuio no desenvolvimento atravs das suas aes junto comunidade e

    pela integrao das atividades sanitrias s atividades projetadas para melhorar a

    qualidade de vida da populao.

    Quanto aos servios de sade, o principal perigo est na

    restaurao da ateno de sade aos nveis que prevaleciam anteriormente, sem

    a devida anlise crtica do funcionamento das estruturas preexistentes. muito

    importante que a fase de reabilitao e reconstruo permita ir alm das

    limitaes dos servios de sade reveladas pelo desastre. Um desastre ter

    conseqncias muito mais graves numa regio em que os recursos e os serviosexistentes so insuficientes para atender s necessidades normalmente. Os

    desastres provem uma oportunidade, que no deve ser desperdiada, de dar

    prioridade s polticas de estabelecimento e organizao de servios de sade

    coerentes com os objetivos, as estruturas e os mtodos de trabalho da ateno

    primria de sade.

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    3 CONCEITOS ESTABELECIDOS PELA POLTICA NACIONAL DEDEFESA CIVIL

    3.1 Desastre: Classificao Geral

    Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo

    homem, sobre um ecossistema vulnervel, causando danos humanos, materiais e

    ambientais e conseqentes prejuzos econmicos e sociais.

    A intensidade de um desastre depende da interao entre a

    magnitude do evento adverso e a vulnerabilidade do sistema e quantificada em

    funo de danos e prejuzos.

    Embora para o leigo a idia de desastre esteja intimamenterelacionada com a de subitaneidade, do ponto de vista tcnico, os desastres no

    so necessariamente sbitos.

    importante frisar que a intensidade do desastre no depende

    apenas da magnitude do fenmeno adverso, mas, principalmente, do grau de

    vulnerabilidade do cenrio do desastre e do grupo social atingido.

    Embora clssica, a classificao dos desastres quanto tipologia

    em naturais, humanos e mistos, vem sendo contestada por autores modernos,

    que tendem a rotular todos os desastres como mistos, mas ainda permanece em

    vigor a classificao clssica estabelecida.

    Os desastres so classificados quanto:

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    - intensidade;

    - evoluo;

    - origem.

    3.1.1 Classificao dos desastres quanto intensidade

    Quanto intensidade, os desastres so classificados em 4 nveis:- nvel I, desastres de pequena intensidade ou acidentes;

    - nvel II, desastres de mdia intensidade;

    - nvel III, desastres de grande intensidade;

    - nvel IV, desastres de muito grande intensidade.

    3.1.1.1 Desastres de nvel I

    Os desastres de pequena intensidade ou acidentes so

    caracterizados quando os danos causados so pouco importantes e os prejuzos

    so pouco vultosos e, por estes motivos, so mais facilmente suportveis e

    superveis pelas comunidades afetadas.

    Nessas condies, a situao de normalidade facilmente

    restabelecida com os recursos existentes e disponveis na rea (municpio)

    afetada e sem necessidade de grandes mobilizaes.

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    3.1.1.2 Desastres de nvel II

    Os desastres de intensidade mdia so caracterizados quando os

    danos causados so de alguma importncia, e os prejuzos, embora no vultosos,

    so significativos. Apesar disso, esses desastres so suportveis e superveis por

    comunidades bem informadas, preparadas, participativas e facilmente

    mobilizveis.

    Nessas condies, a situao de normalidade pode ser

    restabelecida com os recursos existentes e disponveis na rea (municpio),

    desde que sejam racionalmente mobilizados e judiciosamente utilizados.

    3.1.1.3 Desastres de nvel III

    Os desastres de grande intensidade so caracterizados quando os

    danos causados so importantes, e os prejuzos so vultosos. Apesar disso, esses

    desastres so superveis e suportveis por comunidades bem informadas,

    preparadas, participativas e facilmente mobilizveis.

    Nessas condies, a situao de normalidade pode ser

    restabelecida, desde que os recursos mobilizados na rea (municpio) afetada

    sejam reforados com o aporte de recursos estaduais e federais.

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    3.1.1.4 Desastres de nvel IV

    Os desastres de muito grande intensidade so caracterizados

    quando os danos causados so muito importantes e graves, e os prejuzos so

    muito vultosos e considerveis. Nessas condies, esses desastres no so

    superveis e suportveis pelas comunidades, mesmo que bem informadas,

    preparadas, participativas e facilmente mobilizveis, a menos que recebam ajuda

    de fora da rea afetada.

    Nessas condies, o restabelecimento da situao de normalidade

    depende da mobilizao e da ao dos trs nveis do Sistema Nacional de Defesa

    Civil e, em alguns casos, de ajuda internacional.

    3.1.2 Classificao dos desastres quanto evoluo.

    I - Desastres sbitos ou de evoluo aguda

    II- Desastres de evoluo crnica e gradual

    III-Desastres por somao de efeitos parciais

    3.1.3 Classificao dos desastres quanto origem

    I - Desastres naturais

    II - Desastres humanos ou Antropognicos

    III Desastres mistos

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    QUADRO 1 - RESUMO

    1. Evoluo 1. Desastres sbitos ou de evoluo aguda 2. Desastres de evoluo crnica e gradual 3. Desastres por somao de efeitos parciais

    2. Intensidade

    1. Acidentes 2. Desastres de mdio porte 3. Desastres de grande porte 4. Desastres de muito grande porte

    3. Origem

    1. Desastres naturais 2. Desastres humanos ou antropognicos 3. Desastres mistos

    3.2 Risco

    Medida de danos ou prejuzos potenciais, expressa em termos de

    probabilidade estatstica de ocorrncias e de intensidade ou grandeza das

    conseqncias previsveis.

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    Relao existente entre a probabilidade de que uma ameaa de

    evento adverso ou acidente determinado se concretize, com o grau de

    vulnerabilidade do sistema receptor a seus efeitos.

    3.3 Dano

    Medida que define a intensidade ou severidade da lesoresultante de um acidente ou evento adverso.

    Perda humana, material ou ambiental, fsica ou funcional, que

    pode resultar, caso seja perdido o controle sobre o risco.

    Intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais,

    induzidas s pessoas, comunidades, instituies, instalaes e ou ecossistemas,

    como conseqncia de um desastre.

    3.4 Vulnerabilidade

    Condio intrnseca ao corpo ou sistema receptor que, em

    interao com a magnitude do evento ou acidente, caracteriza os efeitos

    adversos, medidos em termos de intensidade dos danos provveis.

    Relao existente entre a magnitude da ameaa, caso ela se

    concretize, e a intensidade do dano conseqente.

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    3.5 Ameaa

    Estimativa de ocorrncia e magnitude de um evento adverso,

    expressa em termos de probabilidade estatstica de concretizao do evento e da

    provvel magnitude de sua manifestao.

    3.6 Segurana

    Estado de confiana, individual ou coletivo, baseado no

    conhecimento e no emprego de normas de proteo e na convico de que os

    riscos de desastres foram reduzidos, em virtude de terem sido adotadas medidas

    minimizadoras.

    3.7 Defesa Civil

    Conjunto de aes preventivas, de socorro, assistenciais e

    reconstrutivas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moralda populao e restabelecer a normalidade social.

    3.8 Situao de Emergncia

    Reconhecimento legal pelo poder pblico de situao anormal,

    provocada por desastre, causando danos suportveis comunidade afetada

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    3.9 Estado de Calamidade Pblica

    Reconhecimento legal pelo poder pblico de situao anormal,

    provocada por desastre, causando srios danos comunidade afetada, inclusive

    incolumidade ou vida de seus integrantes.

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    4 VARIVEIS E MODELO NO PLANEJAMENTO DE DEFESA CIVIL

    4.1 Levantamento Estrutural

    So atividades de prevenes desencadeadas nos municpios no

    sentido de promover levantamentos de dados, cadastramento de rgos e

    entidades, visando promoo da Defesa Civil no Municpios, traar planos

    emergnciais e projetos destinados implantao de obras de carter preventivo.

    Essas atividades esto especificadas a seguir.

    4.1.1 Dimensionamento

    Qual a rea do municpio?

    Qual o nmero de habitantes na zona urbana e rural?

    Qual a distncia do municpio capital?

    Quais so os municpios limtrofes?

    Qual a distncia do municpio a outro mais prximo,visando ajuda mtua numa emergncia? (identificao desse municpio).

    4.1.2 Comunicaes

    Qual a companhia telefnica que atende o municpio?

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    Qual o nmero de telefones instalados? ( Zona urbana e

    rural)

    Qual a extenso da rede telefnica (Km) ? (zona urbana e

    rural)

    Quais so as estaes de radioamadores? (freqncia, banda,

    prefixo)

    Quais so as estaes de rdio da polcia? (Civil e Militar

    freqncia, banda)

    Quais so as estaes de rdio de outros rgos pblicos?

    (principais: rgos, freqncia, banda)

    Quais so os nmeros de telex e telefax de importncia em

    caso de emergncia? (rgos detentores)

    4.1.3 Energia Eltrica

    Qual a companhia de fornecimento? (Zona urbana e rural)

    Qual a extenso da rede? (Zona urbana)

    Qual o nmero de famlias beneficiadas? (Zona urbana)

    Quais so as localidades rurais beneficiadas? ( extenso darede, famlias beneficiadas, distritos, vilas...)

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    4.1.4 Transportes

    Quais so as rodovias federais? (denominao, Km no

    municpio e acessos)

    Quais so as rodovias estaduais? (denominao, Km no

    municpio e acessos)

    Quais so as rodovias municipais? (denominao e acessos)

    Quais so as ferrovias que servem o municpio? (Km nomunicpio, linhas mortas, desvios...)

    Quais so as aerovias? (servio de transporte areo)

    Quais so as empresas de transporte areo que operam?

    Quais so as caractersticas do aeroporto? (pista, tipos de

    aeronave que operam, operao diurna e ou noturna e outros)

    Quais so as hidrovias do municpio? (incluindo servio debalsa)

    Quais so as empresas de transporte fluvial? (pblico e

    particular)

    Quais so os percursos e tempo?

    Quais so as linhas de transporte rodovirio que atendem o

    municpio? (de carga e de passageiros)

    Quais so as empresas de transporte rodovirio? ( de carga e

    de passageiros)

    Quantos veculos? ( de carga e de passageiros ).

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    4.1.5 Economia

    Agricultura: Quais so os tipos de cultura? Qual a mais

    importante?

    Pecuria: Quais so as criaes existentes? Qual a mais

    importante?

    Indstria: Quais so as indstrias instaladas? Quais as

    maiores? Comrcio: Qual o nmero de estabelecimento comerciais?

    Qual principal atividade comercial?

    4.1.6 Educao

    Quantas Escolas Estaduais? (Zona urbana e rural, nomes,

    localizao, quantidade de sala e de alunos)

    Quantas Escolas Municipais? (Zona urbana e rural, nomes,

    localizao, quantidade de sala e de alunos)

    4.1.7 Sade

    Quantos hospitais tem o municpio? Quais so?

    H quantos leitos disponveis por especialidade?

    Quantos e quais so os Centros e Postos de Sade?

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    As Unidades Hospitalares e Centros de Sade contam com

    servio de urgncia ( Pronto Socorro)?

    Dispem de ambulncia? Quantas? (rgos detentores)

    A Prefeitura tem Secretaria de Sade? Tem mdico

    contratado? Mantm convnio com alguma entidade de sade? Quais?

    4.1.8 Meio Ambiente

    A prefeitura tem rgo prprio que trate de meio ambiente?

    Qual?

    Existe equipe, patrulha, ncleo ou Conselho de Meio

    Ambiente?

    Houve algum caso de poluio ambiental no municpio? Deque espcie? (do ar, gua ou solo) Houve vtimas?

    Que rio foi atingido?

    Que rea foi afetada?

    Qual foi o agente poluidor? (qumico, fsico e biolgico)

    Outros dados de interesse.

    4.1.9 Segurana

    Quais so as Unidades de Polcia Militar existentes no

    municpio? (denominao, endereo e telefone)

    Existe delegacia de polcia? (distritos, endereo e telefone)

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    Existe Unidade do Corpo de Bombeiros? (denominao,

    endereo e telefone)

    Existe Guarda Municipal? ( endereo, telefone e efetivo

    aproximado)

    Existe Tiro de Guerra? (especificar)

    4.1.10 rgos Pblicos no Municpio

    Quais so os rgos Federais? (denominao, endereo,

    telefone)

    Quais so os rgos Estaduais? (denominao, endereo,

    telefone)

    Quais so as Secretarias e os rgos Municipais? (endereo,telefone)

    4.1.11 Meios de Comunicao Social

    Quais so as emissoras de TV captadas?

    Quais so as retransmissoras de TV?

    Quais so as estaes de rdio do municpio?

    Quais so as outras estaes de rdio ouvidas?

    Quais so os jornais existentes no municpios? (tiragem,

    periodicidade)

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    Quais so os jornais da capital mais lidos? (horrio de

    chegada)

    Qual o jornal do municpio vizinho mais lido?

    4.1.12 Entidades Comunitrias

    Quais so os clubes sociais? (denominao, endereo,telefone)

    Quais so as entidades beneficentes? (denominao,

    endereo, telefone)

    Quais so as associaes voluntrias? (denominao,

    endereo, telefone)

    Quais so as associaes amigos de bairro ou congneres?(denominao, endereo, telefone)

    Quais so as entidades religiosas? (denominao, endereo,

    telefone)

    4.1.13 Defesa Civil

    Quais so os tipos de riscos mais comuns no municpio?

    (reas inundveis, reas de alagamento, reas de risco geolgico

    deslizamentos, eroso...)

    H estudos de riscos e de vulnerabilidade?

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    H sistemas de monitoramento de riscos? Se positivo, como

    feito o alerta e o alarme?

    Quais foram os principais desastres e como foi a atuao de

    Defesa Civil Municipal?

    Que reas foram mais atingidas? (dimensionamento e

    comprometimento)

    Quais foram as providncias adotadas? (socorro, assistncia e

    recuperao)

    Quais foram as medidas preventivas adotadas para esses

    casos?

    Existem reas perigosas com provveis desmoronamentos?

    Quais? (estimar nmero de desabrigados)

    Existem reas sujeitas a inundaes? Quais? ( estimar

    nmeros de desabrigados)

    Existem estudos ou projetos para a construo de obras

    preventivas?

    Existem reas e plos petroqumicos ou similares que

    envolvam riscos?

    Existem aglomerados urbanos prximos?

    H levantamento dos corredores de transporte de produtos

    perigosos?

    Existem rotas alternativas para transporte de produtos

    perigosos? Quais?

    Existem Planos de Auxlio Mtuo nessas reas de risco?

    Em caso de desastres, h rotinas de procedimentos

    preventivos ou especficos para a coordenao da emergncia? Quais?

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    Quais so os recursos de que a prefeitura dispe? (humanos e

    materiais, especialmente em equipamentos)

    Existe estoque mnimo de alimentos e ou agasalhos para

    atender desabrigados numa emergncia? Quantos e de que tipo?

    No exaurimento dos recursos existentes, quais os municpios,

    rgos ou entidades que poderiam auxiliar?

    Diante desses eventos, quais seriam as vias de acesso

    alternativas?

    Quais so os hospitais que apoiariam o municpio no

    esgotamento de seus recursos?

    Quantas famlias, em caso de emergncia, podem ser

    abrigadas em prdios pblicos? (identificao dos prdios, o nmero de famlias

    e sua localizao)

    Quais seriam outras edificaes utilizveis para abrigos de

    emergncia? (identificao, capacidade e localizao)

    Existe um plano de emergncia municipal?

    H um plano de chamada organizado e atualizado dos

    responsveis ou representantes dos rgos integrantes do sistema?

    Existem meios de comunicao disponveis de modo a reunir

    os integrantes do sistema o mais rpido possvel, sempre que a atuao assim o

    exigir?

    Campanhas de divulgao e conscientizao so

    desenvolvidas visando a motivar a colaborao e participao da comunidade?

    So desenvolvidos treinamentos visando a preparar as

    comunidades para as emergncias?

    H incentivo para criao e organizao das CODDEC e

    NUDEC? prestada orientao tcnica e apoio em pessoal?

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    4.2 Plano Preventivo de Defesa Civil

    Inicia-se pelo levantamento do MAPA DE AMEAAS

    MLTIPLAS (MAM), tambm, chamado de mapa composto, sinttico ou de

    superposio de ameaas, utilizado para analisar a vulnerabilidade e o risco de

    ocorrncia de processos tecnolgicos ou naturais no Municpio.

    Figura 3: Processos Tecnolgicos

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    Com este instrumento de planejamento possvel reunir, em um

    s mapa, as informaes mais precisas de uma rea determinada, identificando

    as que requerem maiores informaes ou ateno.

    O MAM facilita o planejamento da Defesa Civil nas aes de

    preparao de atendimento s emergncias, medida que proporciona

    informaes tcnicas para enfrentamento dos desastres.

    O MAM tem por objetivos:- avaliar as vulnerabilidades;- identificar a necessidade de novas informaes;- economizar meios e esforos;- visualizar os riscos potenciais;- identificar o perigo;- difundir fontes geradoras de informaes;- difundir tcnicas de Defesa Civil,- indicao da necessidade de elaborao de planejamento

    especfico ou Plano Preventivo de Defesa Civil para reas dos Municpios

    identificados como de risco.

    4.2.1 Modelo de Plano Preventivo de Defesa Civil ( PPDC )

    Em 1988, chuvas muito intensas provocaram vrios

    escorregamentos na Serra do Mar, ocasionando mortes no bairro Cota,

    municpio de Cubato. Em decorrncia destes graves acidentes, o Governo do

    Estado solicitou a elaborao do relatrio Instabilidade da Serra do Mar no

    Estado de So Paulo-Situaes de Risco, cujo objetivo era a identificao de

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    reas ocupadas submetidas a riscos frente a processos de instabilizao,

    principalmente escorregamentos, e a proposio de medidas que possibilitassem

    a preveno, reduo e eliminao destes riscos. Uma destas propostas foi a

    elaborao do Plano Preventivo de Defesa Civil PPDC.

    O PPDC um dos poucos trabalhos, seno o nico, efetivamente

    colocado em ao e que vem obtendo significativo xito na preveno de

    desastres naturais.

    O PPDC operado atravs do acompanhamento das chuvas,

    previso de meteorologia e vistorias de campo. O objetivo principal evitar a

    ocorrncia de mortes, atravs da remoo da populao antes que

    escorregamentos atinjam suas moradias. Alm disso o PPDC responsvel por

    dotar as Comisses Municipais de Defesa Civil COMDEC - de instrumentos

    de ao, de modo a saber como proceder em situaes de risco.

    4.2.1.1 Legislao e rgos Componentes

    Amparo Legal: Decreto Estadual n. 42,565, de 1 de dezembro

    de 1997.

    Perodo de Operao: 1 de dezembro a 31 de maro do ano

    subseqente, podendo ser prorrogado.

    Instituies Participantes:

    CEDEC - Coordenadoria Estadual de Defesa Civil: coordenao

    geral do PPDC;

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    REDEC Regional de Defesa Civil: coordenao regional do

    PPDC;

    IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas;

    IG Instituto Geolgico: assessoria tcnica CEDEC, REDEC e

    COMDEC;

    COMDEC Comisso Municipal de Defesa Civil: coordenao

    local do PPDC.

    4.2.1.2 Organizao do Plano Preventivo de Defesa Civil

    O PPDC est organizado em 4 nveis: Observao, Ateno,

    Alerta e Alerta Mximo. Cada nvel prev vrias aes. A principal ao de cada

    nvel apresentada no quadro a seguir.

    QUADRO 2: PRINCIPAIS AES

    NVEL PRINCIPAIS AES

    OBSERVAES Acompanhamento dos ndices pluviomtricos

    ATENO Vistoria de campo nas reas anteriormente identificadas

    ALERTA Remoo preventiva da populao das reas de risco

    iminente indicadas pelas vistorias

    ALERTA MXIMO Remoo de toda a populao que habita reas de risco

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    4.2.1.3 A Comunidade na Operao do PPDC

    Os moradores das reas de risco tm um papel fundamental na

    operao do PPDC. Eles podem manter os locais de risco sob observao,

    procurando os indcios de movimentao nas encostas. Estes indcios so:

    trincas no solo e nas casas, degraus de abatimento, rvores e postes inclinados,

    muros embarrigados, gua das enxurradas mais barrentas que o normal.

    4.3 Precipitaes Pluviomtricas

    Uma tempestade se caracteriza por uma intensa e, por vezes,

    prolongada chuva, acompanhada de ventos fortes, granizo, troves e

    relmpagos. Nem sempre todos estes elementos esto presentes.

    Mas o excesso de chuvas o principal componente da

    tempestade.

    A CEDEC informa rotineiramente quanto aproximao das

    tempestades, mas durante o dia pode-se ver, de longe, que a nuvem que traz atempestade alta, volumosa e cinzento-escura e seu nome tcnico cmulo-

    nimbo, ou CB.

    A par da beleza dessa pujante manifestao da natureza, a

    tempestade pode ser considerada um desastre natural pelos prejuzos em vidas e

    propriedades que causa nas reas mais frgeis.

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    De um ponto de vista tcnico, uma tempestade pode ser estudada

    como no quadro a seguir.

    QUADRO 3: COMO A DEFESA CIVIL V UMA TEMPESTADE

    DESASTRE COMPONENTES CONSEQNCIAS PROBLEMAS AENFRENTAR

    Tempestade

    Chuvas pesadas;Ventos fortes;Raios;Granizo;Frio intenso.

    Inundaes;Deslizamento de

    encostas;Danos parciais outotais s estruturas;Cortes nas linhas de

    abastecimento;Baixa visibilidade.

    Mortos;Feridos;

    Contaminados;Desabrigados;

    falta de energia;Falta de

    Comunicaes;

    Falta econtaminao dagua;

    prejuzos morais,materiais e

    psicolgicos;Congestionamentos

    de trnsito.

    4.3.1 Inundaes

    So cheias excepcionais, fazendo com que os rios extravasem,

    ocupando reas maiores, formando os chamados leitos maiores. Se as margens

    foram ocupadas, as guas invadem ruas, avenidas, indstrias, residncias, etc.

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    um dos maiores problemas urbanos, redundando nos seguintes

    danos:

    - mortes por afogamento;

    - mortes por escorregamento de morros;

    - mortes por contaminao ( leptospirose e outras doenas );

    - danos materiais ( moradias, comrcio, indstrias, etc )

    - congestionamentos;

    - perdas no trnsito ( cargas, veculos, etc. );

    - destruio de veculos;- desvalorizao comercial de reas;

    - diversos outros fatores que deterioram ainda mais o padro de

    vida urbano.

    4.3.2 Principais fatores que agravam as inundaes urbanas

    - impermeabilizao do solo;

    - urbanizao sem o devido cuidado com a drenagem;

    - falta de planejamento urbano;

    - ocupao das reas marginais;

    - traado de avenidas, ruas, etc.

    - problema habitacional: ocupao de reas marginais e morros

    (reas de risco) por favelas;

    - grande produo de sedimentos (solos) provenientes de

    loteamentos e outros tipos de movimento de terra;

    - grande quantidade de lixo (resduos de todos os tamanhos:

    carros, utenslios domsticos, pneus, sacos de lixo, plsticos, restos vegetais,

    etc.);

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    - qualidade das guas (esgoto, poluio difusa, etc.);

    - obras de drenagem mal projetadas;

    - obras de drenagem com problemas de execuo;

    - canalizao de crregos sem a devida anlise de impactos

    jusante ( transferncia de inundaes de um ponto a outros);

    - solues imprprias de canalizao;

    - participao da sociedade (lixo, educao ambiental, etc.).

    4.3.2.1 Solues para as inundaes urbanas

    Podem ser classificadas em dois grandes grupos:

    - Solues Estruturais;

    - Solues No-Estruturais.

    4.3.2.1.1 Solues Estruturais

    As medidas estruturais, tambm chamadas de pedra e cal , tm

    por finalidade aumentar a segurana da comunidade, por intermdio deatividades construtivas.

    Obras de Engenharia:

    - Canalizao;

    - Barragens;

    - Galerias;- Retificao de crregos e rios;

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    - Outras melhorias em crregos e rios;

    - Dragagem ( desassoreamento);

    - Obras de reteno (reservatrio);

    - Drenagem forada em reas baixas;

    - Bombeamento;

    - Tneis;

    - Microdrenagem.

    4.3.2.1.2 Solues No-Estruturais

    As medidas no-estruturais relacionam-se com a urbanizao,

    com a mudana cultural e comportamental e com a implementao de normas

    tcnicas e de regulamento de segurana, e tm por finalidade permitir o

    desenvolvimento das comunidades em harmonia com os ecossistemas naturais

    ou modificadas pelo homem:

    - Planejamento da Macro e Microdrenagem Urbana;

    - Leis de Uso e Ocupao do Solo (preservao das reas

    marginais, manuteno de reas verdes, disciplinamento da ocupao urbana,

    etc.);

    - Integrao da drenagem urbana com outras intervenes

    urbanas;

    - Regras operativas de obras hidrulicas que considerem o

    controle de cheias;

    - Deteno do escoamento superficial gerado pela ocupao

    (parcela de solo impermevel) no prprio lote;

    - Adoo de pavimentos permeveis;

    - Fiscalizao intensa;

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    - Educao Ambiental;

    - Sistema de coleta de lixo adequado;

    - Sistema eficiente de manuteno de obras de drenagem;

    - Participao da sociedade;

    - Sistema de Alerta (previso de eventos hidrolgicos crticos);

    - Plano de Aes Civis para minimizar os impactos das

    inundaes (defesa civil, polcia, trnsito, servio social, abrigos, hospitais,

    engenharia, etc.).

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    5 DECLARAO DE SITUAO DE EMERGNCIA OU ESTADO DECALAMIDADE PBLICA E SEUS EFEITOS LEGAIS

    A Resoluo CMIL-4-610-CEDEC, de 16 de novembro de 1995,

    (anexo X pg 147) em consonncia com o disposto em legislao federal,

    estabeleceu critrios para a homologao da Declarao de Situao de

    Emergncia ou Estado de Calamidade Pblica, no Estado de So Paulo.

    Situao de Emergncia: Reconhecimento legal de situao

    anormal provocada por desastre, dando origem a prejuzos vultosos e causando

    danos suportveis e ou superveis pela comunidade afetada.

    Estado de Calamidade Pblica: Reconhecimento legal de

    situao anormal provocada por desastre, dando origem a prejuzos muito

    vultosos e causando danos dificilmente suportveis e ou superveis pela

    comunidade afetada, inclusive incolumidade e vida de seus integrantes.

    O fato adverso acontece no municpio e, evidentemente, cabe

    COMDEC coordenar as atividades e reunir os recursos para enfrentar o

    problema. Esgotados os meios locais, o municpio solicita auxlio

    Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, orientado pelo REDEC, que seencarregar de coordenar os esforos dos rgos estaduais. Na eventualidade

    dos danos serem de maior monta, a CEDEC solicita a colaborao da Defesa

    Civil federal.

    Cabe ao Prefeito Municipal, ouvida a COMDEC, baixar decreto

    municipal considerando todo o municpio ou apenas determinada rea dele emsituao de emergncia ou em estado de calamidade pblica.

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    O prazo de vigncia desse decreto variar em funo do ciclo

    evolutivo do desastre, entre 30, 60 e 90 dias, podendo ser prorrogado pelo prazo

    mximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos, contados a partir da

    caracterizao do desastre.

    O Decreto Municipal deve ser encaminhado CEDEC, a fim de

    que o Governo do Estado, por sua vez, homologue atravs de decreto a Situao

    de Emergncia ou Estado de Calamidade Pblica existente no municpio,

    conforme estabelece o artigo 12 do Decreto Federal n. 845, de 16 de agosto de1993.

    Caso necessrio, ambos os decretos ( municipal e estadual )

    devem ser encaminhados pela CEDEC ao Departamento de Defesa Civil

    DEDEC/SEPRE/MPO -, a fim de que o rgo federal baixe PORTARIA

    MINISTERIAL reconhecendo o fato adverso acontecido no municpio. ODEDEC/SEPRE/MPO necessita receber:

    - o Decreto do Prefeito;

    - o Decreto do Governador ( homologando );

    - a publicao deste no Dirio Oficial do Estado;

    - ofcio da CEDEC solicitando o reconhecimento por Portaria

    Federal.

    Os modelos de Decreto Municipal para declarao de Situao de

    Emergncia e Estado de Calamidade Pblica esto anexos a este trabalho de

    Relatrio de Primeiro atendimento e de Avaliao de Danos ( anexos: V - pg

    123; VI pg 125; VII pg 127; VIII pg 139, respectivamente ).

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    5.1 Efeitos Legais na inobservncia dos preceitos doutrinrios e jurdicos naDecretao da Situao de Emergncia ou Estado de Calamidade Pblica

    A inobservncia dos preceitos doutrinrios ou legais de Defesa

    Civil, que definem a ao supletiva do Estado e ou Unio nos municpios

    assolados por desastres que configurem a situao de emergncia ou estado de

    calamidade, ou destinao supletiva de recursos, a fim de atenderem obras

    preventivas, no intuito de prevenir ou minorizar as conseqncias danosas de

    eventos previsveis, pode sujeitar a administrao pblica, bem como aos

    administradores, a vrias medidas jurdicas.

    5.1.1 Mandado de Segurana

    Previsto no art. 5, inciso LXIX da Constituio Federal, assim

    como na Lei Complementar N. 1.533/51, confere aos indivduos, admitindo-se

    tambm as entidades de direito pblico, instrumento legal para se defenderem de

    atos ilegais ou praticados com abuso de poder, por parte do poder pblico.

    Assim, se reconhecido o Estado de Calamidade Pblica, ficaautorizada, de acordo com o Art. 5 do Decreto Lei 3.365/41, a desapropriao

    por utilidade pblica de qualquer bem.

    Suponha-se, a ttulo ilustrativo, que o prefeito de determinado

    municpio queira com a decretao do Estado de Calamidade Pblica

    devidamente reconhecido ( antes j homologado pelo Governador do Estado)

    atingir a desafeto poltico. Assim, o ato, embora eivado de forma legal, est

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    totalmente contaminado pelo desvio da finalidade, podendo, a partir da

    decretao do Estado de Calamidade pelo Municpio, ser objeto de mandado

    de segurana, o qual ter como autoridades coatoras as responsveis pela

    decretao, homologao e reconhecimento do Estado de Calamidade Pblica.

    Da mesma forma, a declarao ou manifestao do no-

    atendimento com recursos suplementares por parte do Estado e ou da Unio,

    quando homologada e reconhecida a Situao Anormal ( Situao de

    Emergncia ou Estado de Calamidade ), poder acarretar mandado desegurana; pois, segundo os aspectos legais doutrinrios, no h de se contestar

    nestas situaes a falta do atendimento, pois trata-se de direito lquido e certo,

    uma vez que no h dvida quanto verdadeira situao de fato.

    5.1.2 Ao Popular

    Prevista no Art. 5, LXXIII da Constituio Federal, e

    regulamentada na esfera infraconstitucional pela Lei 4.717/65, d capacidade a

    qualquer cidado em promov-la, no intuito de anular ato lesivo ao patrimnio

    pblico ou moralidade pblica.

    Para tanto, entende-se como patrimnio pblico bens e direitos

    de valor econmico, artstico, esttico ou histrico.

    Ressalta-se que o mandado de segurana no obsta a

    possibilidade da promoo da ao popular ( smula 101 do STF ).

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    Assim, destinar Recurso Suplementar do Estado e ou Unio, por

    intermdio da Defesa Civil, sem contudo observar a tipicidade legal e

    doutrinria que possibilita tal destinao, faz com que as autoridades pblicas

    que promovem o atendimento dos petitrios municipais, bem como estes,

    fiquem sujeitos fiscalizao popular, atravs da citada ao.

    Para tanto, a documentao pertinente fica disposio de

    qualquer cidado, estando as entidades pblicas obrigadas a fornecerem

    certides e informaes no prazo de 15 ( quinze ) dias, ficando sujeitas s penasda lei, no caso de desobedincia.

    Aliada anulao do ato lesivo ou imoral ocorrer a

    responsabilizao administrativa, ficando o Ministrio Pblico obrigado a

    promover a devida responsabilizao civil ou criminal das partes envolvidas, no

    caso contra as autoridades pblicas, funcionrios ou administradores queautorizam, aprovam, ratificam ou praticam o ato impugnado, ainda que por

    omisso tiverem dado a oportunidade leso e contra os beneficirios diretos

    do mesmo.

    5.1.3 Ao Civil Pblica

    Prevista na Lei 7.347/85, responsabiliza sem prejuzo da ao

    popular os danos causados ao patrimnio pblico que atinjam qualquer interesse

    difuso ou coletivo. Uma diferena entre a ao popular e ao civil pblica que

    qualquer cidado pode promover a ao popular, j a ao civil pblica s pode

    ser promovida pelos legitimados no art. 5 da retrocitada Lei (Ministrio

    Pblico, Unio, Estado, Municpios, Autarquia, Empresa Pblica, Fundao,

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    Sociedade de Economia Mista ou Associao, que estejam constitudos pelo

    menos h um ano e incluam entre suas finalidades institucionais a proteo ao

    Meio Ambiente, ao Consumidor, ao Patrimnio Artstico, Esttico, Histrico,

    Turstico e Paisagstico ou a qualquer outro interesse Difuso ao Coletivo). Da

    mesma forma, o atendimento descabido, em desacordo com a Legislao e

    Doutrina de Defesa Civil, aliado aos outros efeitos civis, criminais e

    administrativos, acarretar a anulao do ato.

    Por exemplo, o repasse de recurso suplementar do Estado e ou daUnio ao Municpio, atravs dos rgos de Defesa Civil, sem contudo este no

    estar em situao legal que autorize o auxlio; neste caso, poder ser o ato

    jurdico alvo de uma Ao Civil Pblica.

    5.1.4 Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Pblicas

    um tipo penal, previsto no art. 315 do Cdigo Penal Brasileiro,

    que tem como objetivo manter os atos jurdicos que envolvam o errio pblico

    em consonncia com a sua destinao legal.

    Assim, a destinao de recursos pela Defesa Civil, em desacordo

    com sua doutrina e legislao, poder desencadear fato tpico previsto no citado

    dispositivo de Lei. Quando a autoridade praticante do ato lesivo ao errio for

    Prefeito Municipal, dever observar-se o contido no artigo 1, inciso III, do

    Decreto Lei n. 210/67.

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    5.2 Implicaes Jurdicas com o reconhecimento da situao de emergnciaou calamidade pblica

    A decretao com a subseqente homologao e reconhecimento

    da situao anormal poder implicar uma srie de direitos e at isenes de

    determinadas obrigaes.

    5.2.1 Lei 8.666/93 alterada pela Lei 8.883/94

    A presente Lei regulamenta o art. 37, inciso XXI da Constituio

    Federal, instituindo normas para licitaes e contratos da administrao pblica.

    O art. 24, inciso IV, em situaes definid