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Propostas de redação Tema: Agrotóxicos Num cenário em que a produção de alimentos é dominada pelo agronegócio, a quem interessaria a manutenção de uma legislação pouco rigorosa em relação aos agroquímicos? http://pt.slideshare.net/flaviosantos90226/poluio-do-solo-causada-por-agrotxicos. Acesso em 01 nov. 2015 Este bloco de atividades aborda este tema a partir da análise discursiva de textos que, estruturados em diferentes gêneros, veiculam posicionamentos distintos em relação ao uso dos agrotóxicos no Brasil. O material não foi produzido com o objetivo de ser aplicado integralmente a um grupo de alunos. O que se sugere é que o professor selecione os textos e questões mais adequados a suas turmas e que insira outras, que atendam a demandas que não contempladas neste material. A atividade direciona-se, sobretudo ao Ensino Médio, e está dividida em 3 partes: - banco de questões para simulados; - questões discursivas; - propostas de redações.

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Propostas de redação

Tema: Agrotóxicos Num cenário em que a produção de alimentos é dominada pelo agronegócio, a quem

interessaria a manutenção de uma legislação pouco rigorosa em relação aos agroquímicos?

http://pt.slideshare.net/flaviosantos90226/poluio-do-solo-causada-por-agrotxicos. Acesso em 01 nov. 2015

Este bloco de atividades aborda este tema a partir da análise discursiva de textos que,

estruturados em diferentes gêneros, veiculam posicionamentos distintos em relação ao uso

dos agrotóxicos no Brasil.

O material não foi produzido com o objetivo de ser aplicado integralmente a um grupo de

alunos. O que se sugere é que o professor selecione os textos e questões mais adequados

a suas turmas e que insira outras, que atendam a demandas que não contempladas neste

material.

A atividade direciona-se, sobretudo ao Ensino Médio, e está dividida em 3 partes:

- banco de questões para simulados;

- questões discursivas;

- propostas de redações.

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PROPOSTAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO

PROPOSTA I Rede de supermercados alerta sobre desperdício e cria campanhapara vender frutas e legumes “feios”

Você não trocaria a sua maçã bonita por uma deformada? Assista ao vídeo e prepare-se para mudar de opinião: https://youtu.be/rTXgcQXc_Zs

Produza o layout de um outdoor ou um vídeo que estimule a aquisição de legumes feios como forma de reduzir o desperdício e o uso de agrotóxico.

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PROPOSTA II Esta proposta tem por objetivo oferecer aos estudantes a oportunidade de informação, leitura e reflexão acerca de fatos relevantes da atualidade. Propomos, pois, que o tema que aqui se apresenta seja debatido em classe, depois de feita leitura dos textos motivadores sugeridos a seguir e de outros que a turma julgar relevantes.

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao

longo de sua formação, redija uma CARTA ABERTA aos pequenos agricultores alertando-os da

realidade relatada no excerto a seguir.

“O uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio ambiental que torna os agricultores e camponeses vítimas de um ciclo vicioso, em que a cada dia as ‘pragas’ geradas pelo próprio uso de agrotóxicos exigem que sejam feitas aplicações com mais frequência, e com maiores doses.”

Cléber Folgado é dirigente do MPA/Via Campesina e Coordenador da Campanha Permanente Contra os

Agrotóxicos e Pela Vida.

http://www.brasildefato.com.br/node/11533 Acesso 15 nov. 2015

INSTRUÇÕES:

- o rascunho é obrigatório; - o texto definitivo deve ser feito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas; - o texto com até 7 linhas será considerado insuficiente e receberá zero; - a redação que fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

A luta constante contra os agrotóxicos

País lidera ranking mundial de uso de venenos na agricultura, prática impulsionada pelo

agronegócio

11/01/2013

Cleber Folgado

Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. As quantidades jogadas

nas lavouras equivalem a cerca de 5,2 litros de veneno por habitante ao ano e, no entanto, o

Brasil representa apenas 5% da área agrícola entre os 20 maiores países produtores agrícolas

do mundo; ou seja, nossa produtividade não justifica nossa posição de “liderança” no ranking de

uso de venenos.

Essa quantidade absurda de venenos não se deu de forma natural. Ao contrário, é resultado de

um processo de imposição que surge com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os restos

de armas químicas utilizados na guerra foram adaptados para a agricultura com o objetivo

principal de resolver o problema das empresas que ficariam com seus estoques e complexos

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industriais obsoletos com o fim da guerra. Esse processo, ocorrido em nível mundial, ficou

conhecido como Revolução Verde.

No Brasil, para que esse processo fosse efetivado, teve papel determinante a criação do

Sistema Nacional de Crédito Rural, em 1965, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à

obrigatoriedade da compra de insumos químicos pelos agricultores. Outro elemento chave foi a

criação do II Programa Nacional de Desenvolvimento em 1975, que por sua vez disponibilizou

recursos financeiros para a criação de empresas nacionais produtoras de agrotóxicos, bem

como a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas.

Além disso, é importante lembrar que até 1989 – quando foi aprovada a lei 7.802 – tínhamos no

país um marco regulatório defasado, o que facilitou o registro de centenas de substâncias

tóxicas, muitas das quais já proibidas em outros países.

O uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio ambiental que torna os agricultores e camponeses

vítimas de um ciclo vicioso, em que a cada dia as “pragas” geradas pelo próprio uso de

agrotóxicos exigem que sejam feitas aplicações com mais frequência, e com maiores doses.

Pronaf

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é mais um exemplo de

como o sistema de crédito agrícola está submisso ao pacote tecnológico, pois para que os

agricultores acessem linhas de crédito para custeio e investimento no sistema produtivo, é

preciso apresentar as notas de comprovação das compras de agrotóxicos, bem como outros

insumos, sob o risco de não ter os recursos liberados pelo banco. Este processo fez com que o

uso de venenos agrícolas fosse imposto aos pequenos agricultores. Ainda que existam linhas de

crédito do Pronaf destinadas a uma produção sem veneno, em geral a burocracia para a

liberação destes recursos é enorme, bem como é pequena a quantidade de recursos

disponíveis.

No entanto, a grande quantidade de agrotóxicos utilizada no país é resultado das plantações do

agronegócio, que é dependente do uso de venenos, já que não se pode garantir a produção de

monocultivos sem a aplicação destes produtos. Segundo dados do ultimo Censo Agropecuário

do IBGE, 30% das pequenas propriedades declararam usar agrotóxicos, enquanto que 70% das

grandes propriedades adotam esta prática.

O aumento do uso de agrotóxicos no Brasil é reflexo direto da prioridade que o governo deu ao

modelo de agricultura adotado pelo agronegócio, que tem a produção monocultora voltada para

a exportação com base nas grandes propriedades, com utilização de maquinários pesados que

degradam o meio ambiente, e com uso intensivo de agrotóxicos. Essa forma de produzir, ao

longo dos anos, tem gerado sérios problemas no campo brasileiro: um dos principais é a

contaminação das pessoas e do meio ambiente.

O crescimento desenfreado de uso de agrotóxicos no Brasil aumentou, principalmente, no

período de liberação das sementes de variedades transgênicas, pois a maioria destas sementes

é adaptada para utilização de algum tipo de agrotóxico. Segundo dados do IBGE e do Sindicato

Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), entre 2004 e 2008 o

crescimento da área cultivada no país foi de 4,59%, enquanto que no mesmo período o

crescimento das quantidades de agrotóxicos vendidas foi de 44,6% – um aumento de quase dez

vezes.

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Cléber Folgado é dirigente do MPA/Via Campesina e Coordenador da Campanha Permanente Contra os

Agrotóxicos e Pela Vida.

http://www.brasildefato.com.br/node/11533 Acesso 15 nov. 2015

TEXTO II

http://www.brasildefato.com.br/node/9809 Acesso em 14 nov. 2015

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TEXTO III

http://www.materiaincognita.com.br/triplica-o-uso-de-agrotoxicos-cancerigenos-nas-lavouras-brasileiras/#axzz3rhB569hz cesso em 15 nov 2015

PROPOSTA III Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema AGROTÓXICO NO BRASIL: UM BEM OU UMA MAL?, apresentando proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. INSTRUÇÕES: - o rascunho da redação deve ser feita no espaço apropriado; - o texto definitivo deve ser feito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas; - o texto com até 7 linhas será considerado insuficiente e receberá zero; - a redação que fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.

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TEXTO I

https://assementeiras.wordpress.com/2013/10/08/e-la-vem-mais-veneno-a-caminho-da-nossa-mesa/ Acesso em 08 nov. 2015

TEXTO II

Enem coloca questão sobre os agrotóxicos como vilão do agronegócio

EM 07 DE NOVEMBRO DE 2015 AS 04H55

Fonte: José Luiz Tejon Megido

O tema agrotóxico é dominado por busca de bruxas para serem lançadas às fogueiras das análises, sem racionalidade científica. O tema, por si só altamente venenoso, para ambos os lados, atacantes e defensores. Considere, também, que os chamados agrotóxicos ou defensivos agrícolas são produzidos por grandes grupos multinacionais, o que por isso só incita um olhar de ódio ideológico de alguns, e quando odiamos o criador, desejamos matar as suas criaturas. Ou seja, o inseticida, o fungicida, o herbicida. Vamos buscar o meio dessas emoções, a turma do meio, da razão científica. O CCAS (Conselho Científico para a Agricultura Sustentável) emitiu uma nota explicando: "No último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) há uma questão que coloca o agrotóxico como vilão. Isso induz, erroneamente, os estudantes sobre o assunto. Ao contrário do que sugere a pergunta, associando o uso de agrotóxicos as desgraças alimentares e à saúde humana, os químicos são analisados no Brasil por três ministérios: Agricultura, Meio Ambiente e Saúde por meio da Anvisa." Ou seja, este tema, agrotóxicos, engenharia genética, tudo o que significa a ciência e a tecnologia no campo, precisaremos abrir um diálogo direto com a sociedade urbana o mais cedo

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possível, pois será impossível imaginar alimentar 10 bilhões de seres humanos, e a China agora abrindo a lei para que os chineses tenham o segundo filho, fora do estado da arte científica. Sobre agrotóxicos, a diferença entre o que mata e o que salva está na dose, na consciência do uso e, sem dúvida, numa integração sistêmica com as melhores práticas conservacionistas. E, claro, recursos humanos preparados para realizar as dosagens e as aplicações em lavouras e animais. E quanto mais soubermos produzir com segurança orgânicos, biodinâmicos, ótimo. Mas que fique claro: não se trata deste ou daquele. No agronegócio precisamos tanto do nicho, do artesanato rural, quanto da escala intensiva e tecnológica. Finalizo: educação, acima de tudo educação. E viva a Pátria Educadora. José Luiz Tejon Megido é Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rádio Jovem Pan. http://agriculturasustentavel.org.br/artigos/enem-coloca-questao-sobre-os-agrotoxicos-como-vilao-do-agronegocio Acesso em 09 nov. 2015

TEXTO III

Kátia Abreu pede empenho no combate ao preconceito contra agroquímicos

Ministra defendeu o uso de agroquímicos nas lavouras Kátia disse que é preciso empenho para combater o "preconceito" contra os agrotóxicos. "Só venceremos preconceito contra agroquímicos se nos unirmos à ciência", afirmou a ministra.

"Usamos agroquímicos não porque gostamos de gastar um pouco mais produzindo alimentos; usamos como os humanos usam medicamentos: para combater pragas e doenças nos alimentos", completou.

04/11/2015 - 15H20 - POR ESTADÃO CONTEÚDO

KÁTIA ABREU (FOTO: ANTÔNIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL)

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, defendeu nesta quarta-feira (04/11) o uso de agroquímicos nas lavouras e disse que o Brasil tem uma das leis mais rigorosas do mundo para o registro desses defensivos. "Temos uma lei que proíbe o registro de qualquer produto com

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características carcinogênicas", afirmou durante evento de apresentação de novos laboratórios da Bayer CropScience, em Paulínia (SP). A ministra avaliou que há uma "campanha muito organizada contra a utilização de agroquímicos no país" e convocou os representantes do setor a trabalharem estrategicamente para combater o preconceito, juntamente com a ciência. "Só venceremos preconceito contra agroquímicos se nos unirmos à ciência", afirmou a ministra, antes de citar uma série de dados para justificar o uso dos agroquímicos e rebater as críticas de que os produtos aplicados nas lavouras fazem mal à saúde. "Somos grandes exportadores de alimentos e não aplicando agroquímicos de forma incorreta, com dolo à saúde.

Somos grandes porque temos produtos confiáveis e o mundo sabe o que estamos fazendo", disse. "Usamos agroquímicos não porque gostamos de gastar um pouco mais produzindo alimentos; usamos como os humanos usam medicamentos: para combater pragas e doenças nos alimentos", completou.

Campanha A ministra informou ainda que o governo lançará, no próximo dia 25, uma campanha para desburocratizar o Registro Experimental Temporário (RET) de agroquímicos utilizados nas lavouras e reduzir o tempo do registro final dos defensivos. Ela adiantou que os produtos importados para o estudo de moléculas e desenvolvimento de novos produtos serão tratados como químicos convencionais, o que facilitará as pesquisas.

Kátia Abreu afirmou também que o Ministério da Agricultura duplicará o número de agrônomos para agilizar análise de produtos antes da liberação comercial. "Cada técnico analisa 40 processos por ano e duplicaremos o número de agrônomos para que tenham número maior de produtos analisados", explicou a ministra. "Temos não mais de que 100 técnicos operando agroquímicos no País e vamos ainda formar pessoas no Brasil todo para multiplicar esses operadores", completou.

http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2015/11/katia-abreu-pede-empenho-no-combate-ao-preconceito-contra-agroquimicos.html Acesso em 11 nov 2015.

TEXTO IV

Alienação

Para o promotor, a sociedade brasileira está em grande parte alienada em relação aos agrotóxicos – o que se deve principalmente à fragilidade do sistema educacional, sem compromisso com o desenvolvimento de uma consciência mais crítica. "Nem as tais campanhas de 'conscientização' da população e dos agricultores sobre o perigo dos agrotóxicos funcionam mais. É lógico, uma nação que figura no 88º lugar no ranking mundial da educação é incapaz de qualquer processo de transformação para melhor; a tendência é piorar", lamenta. "Desses raros processos e inquéritos, 99% foram abertos pelo próprio do Ministério Público, Polícia Ambiental ou alguma organização. A sociedade brasileira está completamente alheia a esse grave problema que é de todos". Para ele, isso justifica as pouquíssimas denúncias envolvendo agrotóxicos, em geral relacionadas apenas a prejuízo financeiro. Ou seja, as pessoas só vão à polícia ou ao Ministério

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Público denunciar quando o veneno da lavoura do vizinho danificou sua plantação, seus animais, ou quando alguém da família sofreu intoxicação aguda. Num cenário assim tão favorável, a indústria e o comércio de agrotóxicos nem precisam se esforçar no assédio aos produtores. Isso porque, conforme o promotor, o agronegócio já é absolutamente dependente do poder econômico das megacorporações transnacionais detentoras das marcas de sementes, adubos e venenos agrícolas. Todos os produtores rurais brasileiros, diz, trabalham como num sistema integrado de produção a exemplo do que ocorre com criadores de frango e suínos para os grandes frigoríficos. Na prática, trabalham para essas empresas multinacionais já que nenhum produtor possui insumos próprios (se guardar a semente, ela não nasce, é estéril), nem podem adquirir semente, adubo químico ou veneno de outro eventual fornecedor. "Todos dependem absolutamente da Monsanto, Bayer, Basf, Syngenta, FMC, Du Pont, Dow e mais duas ou três. A curto ou a médio prazo nada pode ser feito para minar esse quadro sombrio de dependência econômica e tecnológica do Brasil em relação a esse aspecto do capital internacional. Isso equivale a dizer que não só nossa segurança alimentar desapareceu por completo, como também nossa soberania nacional vem se debilitando progressivamente. E de forma acelerada".

http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2015/10/lei-dos-agrotoxicos-e-descumprida-em-sua-totalidade-2865.html Acesso em 10 nov 2015.

TEXTO V

Senadores criticam proposta de restrição a agrotóxicos

Iara Guimarães Altafin | 29/10/2015, 14h03 - ATUALIZADO EM 29/10/2015, 16h21

O senador Acir Gurgacz, ao lado da presidente da CRA, senadora Ana Amélia, apresentou

voto pela rejeição do PLS 541/2015

Pedro França/Agência Senado

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As restrições ao registro e uso de agrotóxicos, previstas no PLS 541/2015, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), foram criticadas pelos participantes da reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) nesta quinta-feira (29).

O texto proíbe o registro de agrotóxicos que tenham como ingredientes ativos glifosato, triclorfom, carbofuran cihexatina, abamectina, fosmete e lactofen. Também veda a pulverização aérea de pesticidas.

- O projeto trata da proibição de uso de moléculas extremamente importantes e necessárias para a agricultura, não há condição de fazer agricultura no Brasil se banirmos esses produtos – afirmou o senador Blairo Maggi (PR-MT).

O relator do projeto, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), apresentou voto pela rejeição da matéria, mas acatou pedido de Valadares e submeteu requerimento à CRA para discutir o assunto em audiência pública. No entanto, o requerimento foi rejeitado.

– Vamos ficar num debate sem resultado prático, exclusivamente com o intuito de tentar denegrir quem defende a agropecuária brasileira, um setor capaz de alimentar 200 milhões de brasileiros e o único capaz de dar sustentação às exportações – disse Ronaldo Caiado (DEM-GO), em argumentação contrária à realização da audiência pública.

Mesmo sendo contra o projeto, o senador Donizeti Nogueira (PT-TO) apoiou o debate.

– Não tenho posição favorável ao projeto, mas negar fazer a audiência pública não é o melhor caminho. É fugir do debate, que temos obrigação de fazer – opinou.

Também os senadores Dário Berger (PMDB-SC), José Medeiros (PPS-MT), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Lasier Martins (PDT-RS) consideraram o debate desnecessário, alegando que não mudaria o voto do relator e dos integrantes da comissão que são contrários ao projeto.

A presidente da CRA, senadora Ana Amélia (PP-RS), informou que a proposta retornará à Mesa do Senado, a pedido de Antônio Carlos Valadares, que solicitou o exame da matéria também pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), antes da votação na Comissão de Agricultura.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/10/29/senadores-criticam-proposta-de-restricao-a-agrotoxicos Acesso em 09 nov. 2015

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TEXTO VI

http://www.lapisdeolho.com/2015/09/quando-o-agrotoxico-entra-na-nossa-mesa.html Acesso em 03 nov 2015