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Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

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Prospecção pesqueira de espéciespelágicas de pequeno porte com rede de meia-água na Zona Econômica Exclusiva daRegião Sudeste-Sul do Brasil

SÉRI

EDO

CUM

ENTO

SRE

VIZE

E–

SCOR

ESU

L

Editores:

Roberto Ávila Bernardes

Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Lauro Saint-Pastous Madureira

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SÉRIE REVIZEE SUL

Comitê Executivo do Programa REVIZEE

Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM

Ministério do Meio Ambiente – MMA

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

Ministério de Minas e Energia - MME

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA

Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT

Marinha do Brasil – MB

Ministério da Educação – MEC

Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP

Ministério das Relações Exteriores – MRE

Programa REVIZEE – Score Sul

Coordenador: Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski - IOUSP

Vice Coordenador: Lauro Saint Pastous Madureira – FURG

Série Documentos REVIZEE – Score Sul

Responsável – Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Comissão Editorial

Jorge Pablo Castello – FURG

Paulo de Tarso Cunha Chaves – UFPR

Sílvio Jablonski – UERJ

Impresso no Brasil – Printed in Brazil 2007

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SUMÁRIO

Apresentação do Programa Revizee . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

Resumo, Abstract e Palavra-chave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13

Características do Ecossistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17

Materiais e Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23

Grupos funcionais do model0o ecotrófico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23

Descrição dos parâmetros adotados para cada grupo, e as adaptações

realizadas para a estruturação do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25

Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

Ajuste dos parâmetros e “balanceamento” do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

Discussão e Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41

Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA REVIZEE

4 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA REVIZEE

5SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Rudolf de NoronhaDiretor do Programa de

Gerenciamento Ambiental

Territorial – SQA/MMA

Os ambientes costeiros e oceânicos contêm a maior parte da biodiversidade dispo-

nível no planeta. Não obstante, grande parte desses sistemas vem passando por algum ti-

po de pressão antrópica, levando populações de importantes recursos pesqueiros, antes

numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção.

Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em desequilíbrio, com a dominância de es-

pécies de menor valor comercial, ocupando os nichos liberados pelas espécies sobreexplo-

tadas, o que representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável.

Tal situação levou a comunidade internacional a efetuar esforços e a pactuar nor-

mas para a conservação e exploração racional das regiões costeiras, mares e oceanos,

plataformas continentais e grandes fundos marinhos, destacando-se a Convenção das

Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o Capítulo 17 da Agenda 21 (Proteção dos

Oceanos, de Todos os Tipos de Mares e das Zonas Costeiras, e Proteção, Uso Racional e

Desenvolvimento de seus Recursos Vivos), além da Convenção da ONU sobre Diversidade

Biológica. O Brasil é parte desses instrumentos, tendo participado ativamente da elabo-

ração de todos eles, revelando seu grande interesse e preocupação na matéria.

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar – CNUDM, ratificada por

mais de 100 países, é um dos maiores empreendimentos da história normativa das rela-

ções internacionais, dispondo sobre todos os usos, de todos os espaços marítimos e oceâ-

nicos, que ocupam mais de 70% da superfície da Terra. O Brasil assinou a CNUDM em 1982

e a ratificou em 1988, além de ter incorporado seus conceitos sobre os espaços marítimos

à Constituição Federal de 1988 (art. 20, incisos V e VI), os quais foram internalizados na le-

gislação ordinária pela Lei No- 8.617, de 4 de janeiro de 1993. A Convenção encontra-se em

vigor desde 16 de novembro de 1994.

A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) constitui um novo conceito de espaço marítimo

introduzido pela Convenção, sendo definida como uma área que se estende desde o limi-

te exterior do Mar Territorial, de 12 milhas de largura, até 200 milhas náuticas da costa, no

caso do nosso país. O Brasil tem, na sua ZEE de cerca de 3,5 milhões de km2, direitos exclusi-

vos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos re-

cursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito e seu

subsolo, bem como para a produção de energia a partir da água, marés, correntes e ventos.

Ao lado dos direitos concedidos, a CNUDM também demanda compromissos aos

Estados-partes. No caso dos recursos vivos (englobando os estoques pesqueiros e os de-

mais recursos vivos marinhos, incluindo os biotecnológicos), a Convenção (artigos 61 e 62)

estabelece que deve ser avaliado o potencial sustentável desses recursos, tendo em conta

os melhores dados científicos disponíveis, de modo que fique assegurado, por meio de me-

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6 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

didas apropriadas de conservação e gestão, que tais recursos não sejam ameaçados por

um excesso de captura ou coleta. Essas medidas devem ter, também, a finalidade de resta-

belecer os estoques das espécies ameaçadas por sobreexploração e promover a otimiza-

ção do esforço de captura, de modo que se produza o rendimento máximo sustentável dos

recursos vivos marinhos, sob os pontos de vista econômico, social e ecológico.

Para atender a esses dispositivos da CNUDM e a uma forte motivação interna, a

Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM aprovou, em 1994, o Programa

REVIZEE (Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica

Exclusiva), destinado a fornecer dados técnico-científicos consistentes e atualizados, essen-

ciais para subsidiar o ordenamento do setor pesqueiro nacional.

Iniciado em 1995, o Programa adotou como estratégia básica o envolvimento da

comunidade científica nacional, especializada em pesquisa oceanográfica e pesqueira,

atuando de forma multidisciplinar e integrada, por meio de Subcomitês Regionais de Pes-

quisa (SCOREs). Em razão dessas características, o REVIZEE pode ser visto como um dos pro-

gramas mais amplos e com objetivos mais complexos já desenvolvidos no País, entre aque-

les voltados para as ciências do mar, determinando um esforço sem precedentes, em ter-

mos da provisão de recursos materiais e da contribuição de pessoal especializado.

Essa estratégia está alicerçada na subdivisão da ZEE em quatro grandes regiões, de

acordo com suas características oceanográficas, biológicas e tipo de substrato dominante:

1. Região Norte – da foz do rio Oiapoque à foz do rio Parnaíba;

2. Região Nordeste – da foz do rio Parnaíba até Salvador, incluindo o arquipélago de

Fernando de Noronha, o atol das Rocas e o arquipélago de São Pedro e São Paulo;

3. Região Central – de Salvador ao cabo de São Tomé, incluindo as ilhas de Trindade e

Martin Vaz;

4. Região Sul – do cabo de São Tomé ao Chuí.

Em cada uma dessas regiões, a responsabilidade pela coordenação e execução do

Programa ficou a cargo de um SCORE, formado por representantes das instituições de pes-

quisa locais e contando, ainda, com a participação de membros do setor pesqueiro regional.

O processo de supervisão do REVIZEE está orientado para a garantia, em âmbito na-

cional, da unidade e coerência do Programa e para a alavancagem de meios e recursos, em

conformidade com os princípios cooperativos (formação de parcerias) da CIRM, por meio

da Subcomissão para o Plano Setorial para os Recursos do Mar – PSRM e do Comitê Execu-

tivo para o Programa. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, esse fórum é com-

posto pelos seguintes representantes: Ministério das Relações Exteriores (MRE), Secretaria

Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), Ministério da Educação (MEC), Ministério da Ciência

e Tecnologia (MCT), Marinha do Brasil (MB/MD), Secretaria da Comissão Interministerial

para os Recursos do Mar (SECIRM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), Bahia Pesca S.A. (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura,

Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, coordenador operacional do REVIZEE.

A presente edição integra uma série que traduz, de forma sistematizada, os resul-

tados do Programa REVIZEE para as suas diversas áreas temáticas e regiões, obedecendo às

seguintes grandes linhas: caracterização ambiental (climatologia,circulação e massas d’água,

produtividade, geologia e biodiversidade); estoques pesqueiros (abundância, sazonalidade,

biologia e dinâmica); avaliação de estoques e análise das pescarias comerciais; relatórios

regionais, com a síntese do conhecimento sobre os recursos vivos; e, finalmente, o Sumário

Executivo Nacional, com a avaliação integrada do potencial sustentável de recursos vivos na

Zona Econômica Exclusiva.

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7SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A série, contudo, não esgota o conjunto de contribuições do Programa para o co-

nhecimento dos recursos vivos da ZEE e das suas condições de ocorrência. Com base no

esforço de pesquisa realizado, foram, e ainda vêm sendo produzidos, um número significa-

tivo de teses, trabalhos científicos, relatórios, apresentações em congressos e contribuições

em reuniões técnicas voltadas para a gestão da atividade pesqueira no país, comprovando

a relevância do Programa na produção e difusão de conhecimento essencial para a ocupa-

ção ordenada e o aproveitamento sustentável dos recursos vivos da ZEE brasileira.

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9SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

PREFÁCIO

Desde 2004, a coordenação do Programa REVIZEE Score Sul vinha se empenhando

para que um modelo do ecossistema marinho, que representasse e sintetizasse os co-

nhecimentos adquiridos sobre a área coberta pelas pesquisas do Programa, fosse elabora-

do. Em 2006, com essa finalidade, foi formada uma equipe composta por pesquisadores de

diversas especialidades que haviam atuado no Programa e, em particular, de dois especia-

listas em modelagem ecológica que, juntos, puderam contribuir com seus respectivos co-

nhecimentos e experiências para a elaboração do referido modelo. O trabalho geral foi

coordenado a partir do Laboratório de Ecossistemas Pesqueiros (LabPesq), no Instituto

Oceanográfico da Universidade de São Paulo.

Foi, assim, realizada uma primeira modelagem do ecossistema correspondente à

área entre as isóbatas de 100 e 1000 m, entre Cabo Frio (RJ – 22°52’S) e Chuí (RS – 33°41’S),

utilizando não só as informações obtidas pelas diversas áreas do Programa REVIZEE, mas

também dados constantes na literatura correlata, cujos resultados são aqui apresentados.

A modelagem de um ecossistema vai muito além da simples compilação de

parâmetros e estimativas produzidas de modo independente por diferentes trabalhos de

pesquisa: ela implica em recalcular e interpretar informações sobre biologia populacional,

interações tróficas, ecologia de comunidades, variáveis ambientais e funcionamento do

ecossistema, de modo que elas se tornem compatíveis e forneçam uma representação

adequada e coerente dos processos que ocorrem na natureza. Ao compatibilizar infor-

mações de diferentes fontes e componentes do ecossistema, incluindo a pesca, pode-se

obter uma imagem inédita do mesmo. Contudo, a modelagem só se torna possível após

serem realizados numerosos estudos, trabalhos de campo, embarques, triagem de

amostras e diversas contribuições ao conhecimento sobre o ecossistema em análise.

Nesse sentido, o presente trabalho só foi possível graças à contribuição de

inúmeros pesquisadores, alunos e estagiários participantes do Programa REVIZEE. A todos

eles nosso profundo reconhecimento.

Os autores

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10 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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CAPÍTULO 1PROSPECÇÃO ACÚSTICA DE ORGANISMOS PELÁGICOS E SUA INTEGRAÇÃO COM OS PROCESSOS FÍSICOS DEENRIQUECIMENTO NO ATLÂNTICO SUDOESTE BRASILEIRO

11SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Fabrício C. GandiniLauro S. P. Madureira

Resumo

A acumulação de organismos vivos em sistemas frontais e seus aspectos dinâmicos,

envolvendo ambientes que propiciam o aumento de produtividade biológica, têm sido

tema de diversas investigações. Neste estudo, foram analisados dados acústicos obtidos

com uma ecossonda científica e dados hidrográficos coletados em três campanhas

oceanográficas de mesoescala, realizadas na região da plataforma externa e do talude da

Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Região Sudeste-Sul do Brasil, entre 1996 e 1997. Duran-

te os cruzeiros de prospecção pesqueira foram efetuadas 479 estações com CTD que permi-

tiram caracterizar as condições hidrográficas através da análise conjunta dos campos hori-

zontais de temperatura, salinidade e densidade em diversas profundidades. Foram carac-

terizados cinco processos oceanográficos de fertilização, baseados nas propriedades de

seus sistemas frontais: (1) ressurgência na Bacia de Santos; (2) focos isolados de ressurgên-

cia sobre a plataforma; (3) ressurgência de quebra de plataforma; (4) transferência de águas

costeiras para o oceano na plataforma sudeste e (5) enriquecimento causado por águas de

plataforma, oriundas de maiores latitudes. Associados a esses processos foram analisados

dados acústicos referentes ao parâmetro acústico NASC (índice de Retroespalhamento

Acústico por Área), proporcional à densidade de organismos nos primeiros 100 metros de

coluna de água. Das cinco feições oceanográficas descritas para a área, somente a região de

ressurgência de quebra de plataforma apresentou menores densidades de organismos

quando comparada àquelas regiões onde não foram observados processos de enriqueci-

mento. A presente investigação aborda os locais com maior acumulação biológica à luz da

dinâmica dos processos físicos de enriquecimento no Atlântico Sudoeste Brasileiro.

Abstract

The accumulation of organisms at fronts and the role of ocean processes on the

biological productivity has been discussed in several investigations. This study analyzed

accoustic and hydrographic data from three pelagic surveys carried on along the south

and southeast continental shelves and continental slopes of the Brazilian Exclusive

Economic Zone (EEZ). A total of 479 CTD oceanographic stations allowed to define the

hydrographic conditions taking into account horizontal and vertical profiles of temperature,

salinity and density.The present analysis described five different oceanographic processes

of enrinchment based upon its frontal systems: (1) upwelling along the Santos Bight; (2)

smaller-scale upwelling over the shelf; (3) shelf-break upwelling; (4) exportation of coastal

water towards the adjacent oceanic region and; (5) enrichment due to the presence of

southern mixed waters. A scientific echosounder was used to obtain the acoustic parameter

NASC (Nautical Area Scattering Coefficient) wich were used to indicate accoustical concentration

in and out of the boundaries of the observed processes, for every event, in the first 100 m

of the water column .The present analysis offers an interpretation of the ocean environment

with an ocean processes dynamics approach. Four of five oceanographic processes

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12 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

INTRODUÇÃO

described revealed straight association with high NASC values. In the area immediate

besides the system the values were lower.The shelf-break upwelling system did not showed

the same relation, indicating that physical parameters and biological association were in a

delay turn. In the other hand the results show that rich biological patches were associated

with areas where enrichment processes were observed, the shelf break up-welling being the

exception with lower values of NASC than the surronding areas.

Palavras-chave: hidroacústica, interação físico-biológica, processos físicos, frentes oceânicas

Keywords: hydroacoustic, bio-physical interaction, ocean processes, fronts

Nas margens oeste dos oceanos, devido à ocorrência das correntes de contorno, há

um aprofundamento da termoclina que distancia as águas subjacentes, ricas em nutri-

entes, da zona eufótica, determinando uma baixa produtividade. Por essa razão, a margem

continental brasileira, especialmente na zona pelágica, é pouco produtiva (Teixeira e Tundisi,

1967; Signorini, 1976; Merle e Arnault, 1985; Brandini, 1990; Bakun, 1996). Nesse ambiente,

longe da influência de águas costeiras, grande parte da energia provém da Produção

Regenerada a partir da incessante reciclagem de nutrientes por parte da microfauna

(Dugdale e Goering, 1967). Por outro lado, a chegada da Produção Nova, vinculada funda-

mentalmente a processos físicos de enriquecimento, pode criar cenários com substancial

aumento da produtividade biológica (Metzler et al. 1997).

A presença de sistemas frontais em superfície, tais como ressurgências, frentes

oceânicas, descargas de rios em regiões costeiras e/ou em subsuperfície, como domos

frios, ondas internas e termoclinas, podem indicar a ocorrência de mecanismos físicos de

enriquecimento nos oceanos. O fato de, em um reduzido espaço geográfico, os sistemas

frontais determinarem fortes mudanças nas características físico-químicas do oceano, con-

tribui para que intensos processos de mistura e renovação de nutrientes propiciem um

aumento na capacidade produtiva nos mesmos (Le Fèvre, 1986). A Produção Nova é res-

ponsável por sustentar redes tróficas simples, com a presença de diatomáceas maiores,

muitas vezes associadas a importantes recursos pesqueiros (Legendre e Le Fèvre, 1987).

Na costa brasileira, estudos para mapeamento de estoques marinhos com hidro-

acústica tiveram início em meados da década de 70 (SUDEPE, 1975; Rijavec e Amaral, 1977;

Johanesson et al., 1979; Castello e Habiaga, 1982; Habiaga e Castello, 1985; Projeto ECOSAR,

1990). Mais recentemente, com o estabelecimento da nova jurisdição da Zona Econômica

Exclusiva (CNUDM, 1982) o governo brasileiro organizou e financiou o Programa REVIZEE

com o objetivo de inventariar os recursos vivos da Zona Econômica Exclusiva e relacionar

suas ocorrências às condicionantes ambientais. Nesse contexto, foram realizadas pros-

pecções hidroacústicas para avaliação dos recursos pelágicos, inicialmente entre a fron-

teira com o Uruguai e o Cabo de São Tomé (RJ) e posteriormente até o Ceará, as quais cons-

tituem as mais recentes investigações oceanográficas de larga escala realizadas no país

(Madureira et al., 1997; Madureira e Habiaga, 1998; Fuse, 2000; Greig, 2000; Eliseire, 2001;

Madureira e Habiaga, 2004; Madureira e Habiaga, 2005; Madureira e Rossi-Wongtschowski,

2005; Ferreira et al., 2005)

O presente trabalho relaciona a distribuição e as variações nas densidades de

organismos pelágicos, quantificadas por método hidroacústico, com processos físicos de

enriquecimento de ocorrência no Atlântico Sudoeste Brasileiro, a partir de informações

obtidas em três cruzeiros de larga escala realizados entre 1996 e 1997.

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13SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

METODOLOGIA DE TRABALHO

Para o desenvolvimento do estudo foram utilizados dados coletados ao longo de três

cruzeiros de prospecção hidroacústica pelágica do Programa REVIZEE, realizados no inver-

no/1996 (I), no outono/1997 (II) e no verão/1997 (III), todos obedecendo ao mesmo desenho

amostral (Figura 1).Dados proporcionais à densidade de organismos foram coletados com uma

ecossonda científica Simrad EK-500,operando na freqüência de 38 kHz. Para a descrição das car-

acterísticas físico-químicas do ambiente foram realizadas 479 estações oceanográficas e ainda

leituras da temperatura superficial do mar (TSM), a partir de um termógrafo fixo a 3 m de pro-

fundidade no casco do navio.Para a interpretação da região,em uma escala mais abrangente do

que a escala dos cruzeiros, foram utilizadas imagens de satélite de TSM do INPE1. A embarcação

utilizada foi o N/Oc. Atlântico Sul da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

1 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Ministério da Ciência e Tecnologia.

23˚ S

25˚ S

27˚ S

29˚ S

31˚ S

33˚ S

35˚ S

53˚ W 51˚ W 49˚ W 47˚ W 45˚ W 43˚ W 41˚ W

51˚ W 49˚ W 47˚ W 45˚ W 43˚ W 41˚ W

23˚ S

25˚ S

27˚ S

29˚ S

31˚ S

33˚ S

35˚ S

21˚ S

Cabo de São ToméCabo Frio

Santos

Paranaguá

Santa Marta

Rio Grande

Chuí

Oceano Atlântico

Derrota REVIZEE I

Derrota REVIZEE II

Derrota REVIZEE III

Lances de meia-água

Isóbatas de 100,200 e 2000 m

Dados físicos

Para a coleta dos dados físicos foi utilizado um CTD modelo Sea-bird SBE-19, em esta-

ções distanciadas 20 mn (milhas náuticas) entre si. Os dados entre a superfície e os 10 m de

profundidade foram descartados devido à oscilação do aparelho como resultado do balan-

ço da embarcação. Para a interpolação de dados foi utilizado o método krigging do Progra-

ma Surfer Golden Software Versão 7.0, com espaçamento de linhas e colunas de 100 3 100

entre os limites geográficos de latitude e longitude do cruzeiro.

Figura 1 – Mapa com a localização da área de estudo.

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14 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Com os dados de temperatura obtidos com o termógrafo, foi possível identificar a

posição dos fortes gradientes de temperatura superficial, contribuindo de maneira rele-

vante para a identificação dos sistemas frontais de superfície e sub-superfície. Infelizmente,

somente parte dos dados do termógrafo pôde ser utilizada devido à falha ocorrida no

equipamento durante o cruzeiro.

Nos locais onde foram diagnosticadas frentes oceânicas, foi dada especial atenção

à dinâmica das massas de águas e seus graus de mistura com massas de água vizinhas. Os

índices termohalinos utilizados são apresentados no quadro abaixo (Tabela 1).

No presente trabalho, o termo feição oceanográfica ou massas d’água identifica um

setor do oceano delimitado por sistemas frontais, tanto de superfície como de subsuperfície.

Tabela 1 – Limites de temperaturas e salinidades adotados para caracterização das feições oceanográficas

Dados acústicos

No trabalho foi utilizada uma ecossonda científica digital com ecointegrador mode-

lo SIMRAD EK500, conectada a um transdutor SIMRAD ES38B do tipo “split-beam”, operando

na freqüência de 38 kHz, com ângulo de feixe simétrico de 220,8 dB e duração de pulso de

1 ms (milisegundo). O transdutor estava fixo ao casco da embarcação com transmissão de

som dirigida verticalmente em direção ao fundo, e, consequentemente as detecções de

alvos somente ocorreram nessa direção. A calibração da ecossonda foi efetuada antes de

cada cruzeiro, utilizando-se uma esfera de carbedo de tungstênio e seguindo metodologia

proposta por Foote (1982) e MacLennan e Simmonds (1992).

Os valores de energia acústica proporcionais à densidade dos alvos pelágicos

foram armazenados como o parâmetro acústico NASC (Nautical Area Scattering

Coefficient) ou Índice de Retroespalhamento Acústico por Área. Esse índice representa as

contribuições, a cada pulso da ecossonda, das energias retro-espalhadas por alvos detec-

tadas no volume do feixe acústico e são expressas em unidades de área (m2/mn2). Esta

unidade representa as áreas das seções acústicas de retroespalhamento dos alvos, por área

prospectada. Ao final de cada intervalo acústico amostral ou ESDU (Echo Sampling

Distance Unit) de 1 mn, é obtido o NASC médio, proporcional à densidade acústica média

naquele intervalo amostral (Simrad, 1991 e MacLennan e Simmonds, 1992).

A coluna de água foi estratificada em 8 camadas de 50 m e uma de 100 m, sendo

esta última a mais profunda. Dessa forma, a amostragem acústica refere-se a um total má-

ximo de 500 m de lâmina de água. Os ESDU foram computados em ordem crescente, da

primeira à última milha de cada cruzeiro, são referidos ao longo do texto como Log, e as

camadas foram numeradas consecutivamente de 1 a 9. Consequentemente, todos os

dados de NASC estão associados a um número referente à posição horizontal ao longo da

varredura (Log) e a um intervalo de profundidade (camada).

Para a avaliação da resposta biológica aos processos de enriquecimento, foram utili-

zadas as camadas 1 e 2,ou seja,aquelas camadas referentes aos primeiros 100 m de coluna de

água, por se encontrarem na camada eufótica superior do oceano. Os dados acústicos foram

mantidos na sua unidade original (m2/mn2) uma vez que representam a totalidade das con-

tribuições dos alvos detectados na sonda no estrato de interesse, a cada milha prospectada.

A delimitação das feições oceanográficas

A delimitação das feições oceanográficas foi desenvolvida a partir da identificação

de Sistemas Frontais, tanto de superfície como de subsuperfície. Os limites foram definidos

Massas d´água Índices termohalinos adotados

Água Central do Atlântico Sul (ACAS) Temperaturas entre 6º e 20 ºC Salinidade entre 34.3 e 36

Água Tropical (AT) Temperatura superior a 20 ºC

Águas Costeiras e de Plataforma Salinidade inferior a 35

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15SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

como sendo a margem (boundary) entre mecanismos físicos de enriquecimento, tanto de

gênese costeira quanto de maiores profundidades. Através de análises integradas dos per-

fis horizontais de temperatura, salinidade e densidade, foi possível delimitar aqueles ambi-

entes que recebiam influência de algum mecanismo físico de enriquecimento (Feição

Oceanográfica) através da análise das isolinhas. A análise das isolinhas permite detectar os

ambientes que recebem contribuições de mecanismos físicos de enriquecimento daque-

les que não apresentam variações nas condições físicas (Figuras 2 e 3).

Figura 2 – Desenho esquemático indicando a camada de integração considerada para avaliação dos dadosacústicos. O limite entre a ACAS e as águas tropicais, indica a frente oceânica (ocean front) que separa a fei-ção oceanográfica das demais áreas do oceano.

0 m

100 m

água tropical

ACAS

Camada deintegraçãoconsiderada

14

44

42

44

44

3

Sistema frontal

Feição oceanográfica��

Figura 3 – Projeção Horizontal. Exemplo de setor da costa com forte gradiente térmico que permite delimitardois ambientes oceanográficos distintos. A área correspondente a cada ambiente, delimitada pelo sistemafrontal, é denominada de Feição Oceanográfica, onde ocorrem interações físico-biológicas de forma diferen-ciada das que ocorrem nas áreas a ela adjacentes.

21.50

isóbata de 200 m

23˚ S

24˚ S

45˚ W 43˚ W 42˚ W44˚ W46˚ W

25˚ S

latit

ude

longitude

Os resultados referentes aos eventos oceanográficos identificados, relativos à ocorrên-

cia das feições oceanográficas, são ilustrados na forma de mapas, apresentando-se para cada

evento os valores de densidade acústica obtidos, um mapa contendo as feições oceano-

gráficas de enriquecimento e em outro a distribuição dos dados acústicos. A Tabela 2 suma-

riza as informações relativas à ocorrência dos eventos por cruzeiro.

RESULTADOS

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16 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A seguir, são descritos os cinco tipos de feições oceanográficas identificadas. As

ocorrências das feições nos diferentes cruzeiros são referidas como Eventos para os quais

serão apresentados os resultados. Para cada Feição são referidas as figuras nas quais são

ilustrados os respectivos eventos.

Intrusão de ACAS sobre a plataforma sudeste brasileira

A penetração de ACAS na plataforma sudeste-sul do Brasil é um mecanismo físico

característico de épocas de ventos favoráveis de NE, quando as águas da plataforma inter-

na são deslocadas para regiões oceânicas por deriva de Ekman (Signorini, 1978; Merle,

1985). O empilhamento de águas costeiras em direção ao oceano aberto provoca a infil-

tração de ACAS (upwelling) sobre a plataforma, resultando em uma ampla ressurgência ao

longo da região (Figuras 4 e 5).

Eventos Oceanográficos por cruzeiroFeições Oceanográficas

Intrusão de ACAS na plataforma sudeste-sul 3 3

Ressurgência de quebra da plataforma 3

“Focos” de ressurgência de ACAS 3

Fertilização oceânica com águas costeiras 3

Águas de plataforma ao sul do Cabo de Santa Marta Grande 3 3 3

REVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III(ago-set/96) (mar-abr/97) (nov-dez/97)

Tabela 2 – Feições oceanográficos identificados nos Cruzeiros REVIZEE I, II e III, ao longo da plataforma exter-na e talude do Atlântico Sudoeste Brasileiro.

Figura 4 – Representação das isotermas a 50 m durante o cruzeiro REVIZEE II. A frente oceanográfica posi-cionada no limite entre as cores azul e vermelha indica a passagem da região dominada por Água Central doAtlântico Sul (ACAS) para regiões com predomínio de Águas Tropicais. Os círculos nas cores preta, verde evermelha, posicionados sobre a derrota do navio, representam proporcionalmente as densidade acústicas,conforme a escala apresentada.

longitude

latit

ude

Distribuição dos valores acústicos relacionados à densidadede organismos entre 0 e 100 metros de profundidade

2000 a 400000 a 1000 1000 a 2000

23˚ S

24˚ S

43˚ W 42˚ W44˚ W

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17SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

isóbata de 200 m

21º C23

º C

19º C

17º C

17º C

21º C23º C

19º C

22˚ S

24˚ S

45˚ W 43˚ W49˚ W

26˚ S

28˚ S

47˚ W 41˚ W

latit

ude

longitude

REVIZEE II / outono 1997temperatura a 50 m

Figura 5 – Representação das isotermas a 50 metros de profundidade durante o REVIZEE II. A frente oceâni-ca pode ser reconhecida ao longo do forte gradiente térmico entre as cores azul e vermelha indicando a pas-sagem da região dominada por Água Central do Atlântico Sul (ACAS) para regiões com predomínio de ÁguasTropicais (T . 20 ºC), no domínio oceânico.

“Focos” de ressurgência de ACAS ao sul da Ilha de São Sebastião

Sob a denominação de “focos de ressurgência”procurou-se indicar mecanismos locais de

ressurgência de ACAS sobre a plataforma intermediária,dissociados da já bem descrita infiltração

sazonal de ACAS na região sudeste, típica de verão. Na análise dos três cruzeiros, a ocorrência de

domos frios foi observada somente no cruzeiro de inverno (ago-set/96) indicando um mecanis-

mo de bombeamento de ACAS em direção a superfície,ao sul da Ilha de São Sebastião (Figura 6).

24˚ S

25˚ S

45˚ W48˚ W 47˚ W

latit

ude

longitude46˚ W

26˚ S

Distribuição dosvalores acústicosrelacionados àdensidadede organismosentre 0 e 100 metrosde profundidade

0 a 1000

1000 a 2000

2000 a 40000

Ilha deSão Sebastião

18.0

19.0

20.0

21.0

20.0

21.0

20.0

19.0

Figura 6 – Representação das isotermas a 70 m de profundidade. As isolinhas de temperatura em formato con-cêntrico identificam a feição oceanográfica “focos de ressurgência”. A temperatura da água é indicada pornúmeros em cor preta. Os círculos com diferentes diâmetros nas cores preta, verde e vermelha, posicionadossobre a derrota do navio, representam proporcionalmente as densidade acústicas, conforme escala apresentada.

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18 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 7 – Distribuição dos valores acústicos durante o cruzeiro REVIZEE II representando a densidade deorganismos nos primeiros 100 metros da coluna de água. No lado direito da figura, na região da quebra deplataforma, observa-se a presença de baixos valores acústicos na região de ressurgência evidenciada poráguas frias a 70 metros de profundidade.

17º C

16º C

17º C

18º C

19º C

20º C

18º C

19º C

20º C

21º C

47˚ W 46˚ W49˚ W

27˚ S

48˚ W 45˚ W

latit

ude

longitude

27.5˚ S

26˚ S

26.5˚ S

25.5˚ S

Distribuição dosvalores acústicosrelacionados àdensidadede organismosentre 0 e 100 metrosde profundidade

0 a 1000

1000 a 2000

2000 a 40000

isóbata de 200 m

30 metros

25˚ S

25˚ S

27˚ S

49˚ W48˚ W

47˚ W46˚ W

25˚ S

25˚ S

27˚ S

49˚ W48˚ W

47˚ W46˚ W

25˚ S

25˚ S

27˚ S

49˚ W48˚ W

47˚ W46˚ W

25˚ S

25˚ S

27˚ S

49˚ W48˚ W

47˚ W46˚ W

25˚ S

25˚ S

27˚ S

49˚ W48˚ W

47˚ W46˚ W

50 metros

70 metros

85 metros

100 metros

Figura 8 – Representação dasisotermas, espaçadas em 0,25ºC, para o cruzeiro REV II de out-ono de 1997. De cima para baixo:representação dos estratos térmi-cos a 30, 50, 70, 85 e 100 metrosde profundidade. O esquemaexpõe os perfis horizontais detemperatura apontando para a for-mação de ressurgência de quebrade plataforma na região pelágicana latitude de São Francisco doSul 26º 40’S (cilindro em detalheindicando presença de ACAS).

Ressurgência de quebra da plataforma

Outro mecanismo caracterizado por ressurgência de ACAS foi observado durante o

cruzeiro REVIZEE II, de outono, quando um domo frio profundo foi encontrado na região

da quebra da plataforma, separado da feição oceanográfica associada à penetração de

ACAS sobre a plataforma (Figura 7). A partir da profundidade de 50 m, pode ser observa-

do um núcleo frio de ACAS, apresentado nas Figuras 7 e 8.

Page 20: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

19SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Águas costeiras na plataforma externa do sudeste brasileiro

O transporte de águas costeiras em direção à plataforma transfere águas ricas em com-

ponentes terrígenos para regiões oligotróficas da plataforma externa, dominadas por águas

tropicais.A presença de uma pluma de água menos densa (Figura 9),observada sobre a platafor-

ma sudeste, chama a atenção para a influência do aporte de águas continentais na dinâmica

oceanográfica da plataforma, sobretudo nas primeiras dezenas de metros da superfície. Na

referida figura, uma lente de água menos salina a 30 m de profundidade, sobre a plataforma

externa, indica a ocorrência de drenagem (runoff) costeira oriunda dos complexos estuarinos de

Cananéia-Iguape e Paranaguá,associada ainda,a águas de plataforma vindas do sul.Essa obser-

vação permitiu caracterizar as águas de influência costeira como sendo aquelas cujos valores de

salinidade são inferiores a 36,4, destacando-se por permanecerem completamente envolvidas

por águas tropicais de salinidade superior ao longo da plataforma continental (Figuras 9 e 10).

Figura 9 – Representação das isohalinas a 10 metros de profundidade durante o REV III na primavera-verãode 1997. É notável a projeção de águas costeiras de menor salinidade (cor marrom) em direção à plataformaexterna a região do talude.

35.5

35.8

36.036.3

36.5

36.8

36.3

35.5

35.8

35.8

36.0

36.5

36.8

36.0

isóbata de 200 m

47˚ W

27˚ S

48˚ W

latit

ude

longitude

28˚ S

26˚ S

25˚ S

REVIZEE III / verão 1997salinidade a 10 m

49˚ W 46˚ W

35.5

35.8

36.036.3

36.5

36.8

36.3

35.5

35.8

35.8

36.0

36.5

36.8

36.0

isóbata de 200 m

Distribuição dosvalores acústicosrelacionados àdensidadede organismosentre 0 e 100 metrosde profundidade

0 a 1000

1000 a 2000

2000 a 40000

47˚ W

27˚ S

48˚ W

latit

ude

longitude

28˚ S

26˚ S

25˚ S

REVIZEE III / verão 1997

49˚ W 46˚ W

Figura 10 – Distribuição dos valores acústicos representando a densidade de organismos nos primeiros 100metros da coluna de água. A linha escura de cor marrom delimita a frente oceânica entre águas costeiras eáguas tropicais. Os círculos vermelhos indicam alta densidade de organismos e os valores em preto represen-tam valores de baixa acumulação biológica.

Page 21: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

20 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Águas de plataforma ao sul de 28º30’S

Enquanto ao norte das latitudes 28ºS-29ºS as condições oceanográficas apresen-

tam variações fundamentalmente causadas pela presença de ACAS e, em menor grau, por

águas costeiras, ao sul dessa região (imediações do Cabo de Santa Marta Grande), as con-

dições oceanográficas são regidas pratica-

mente pela mistura de grandes corpos

d’água (Sistema Estuarino do Prata,

Sistema Lagunar Patos-Mirim, ramo

costeiro da Corrente das Malvinas, Água

Subantártica de Plataforma e Água

Subtropical de Plataforma), que ali incidem

e nutrem, em maior ou menor grau, as

águas da região sul ao longo do tempo. No

presente trabalho, o limite norte dessa

feição foi estabelecido em 28º 30’S

(Figuras 11 e 12).

33

35

36

isóbata de 200 m

32

33

34

33

3434

35

48˚ W

33˚ S

50˚ W

latit

ude

longitude

35˚ S

31˚ S

29˚ S

REVIZEE I / inverno 1996salinidade a 10 m

52˚ W 46˚ W

Figura 11 – Representação das isohalinas locali-zadas a 10 metros de profundidade durante o REV Ino inverno de 1996. As isohalinas encontram-seespaçadas a cada 0,5 unidade de salinidade. Aisohalina de 35,5 (cor azul) determina a frenteoceânica divisora de águas de plataforma (cor ver-melha) e águas tropicais (cor preta). A feiçãooceanográfica apresentada aqui tem o predomíniode águas de mistura oriundas do sul.

isóbata de 200 m

48˚ W

33˚ S

50˚ W

latit

ude

longitude

35˚ S

31˚ S

29˚ S

REVIZEE I / inverno 1996

52˚ W 46˚ W

Distribuição dosvalores acústicosrelacionados àdensidadede organismosentre 0 e 100 metrosde profundidade

0 a 10001000 a 2000

2000 a 40000

Figura 12 – Distribuição dos valores acústicos durante o cruzeiro de inverno REV IZEE I. Os círculos com dife-rentes diâmetros, nas cores preta, verde e vermelha posicionados sobre a derrota do navio, representam pro-porcionalmente as densidades acústicas, conforme a escala apresentada. Os valores acústicos indicandomaiores densidades de organismos apresentam-se distribuídos por toda a plataforma sul brasileira.

Page 22: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

21SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Estatísticas dos resultados

As análises estatísticas realizadas buscaram diferenciar os valores de NASC (Índice

de Retroespalhamento Acústico por Área) observados dentro e fora dos limites das Feições

Oceanográficas. O limite entre as feições oceanográficas foi considerado como exatamente

o centro geométrico entre as duas estações oceanográficas mais próximas do sistema

frontal. Para a análise estatística dos resultados, foram utilizados dois testes paramétricos

para diferenças de medianas.

Para a diferenciação dos grupos, foi aplicado o teste de Kruskal-Wallis ao nível de

significância p , 0,05.

No cruzeiro REVIZEE I (Figura 13), a feição oceanográfica caracterizada como “Águas

ao sul de 28º 30´S” apresentou os maiores valores de NASC.

No REVIZEE II (Figura 14), as feições oceanográficas “Infiltração de ACAS na platafor-

ma sudeste “ e “Águas ao sul de 28º 30´S” apresentaram os maiores valores de NASC, en-

quanto a feição oceanográfica “ressurgência de quebra de plataforma” apresentou os me-

nores valores. A região fora dos limites das feições , apresentou valores intermediários.

No REVIZEE III (Figura 15), as diferenças entre os valores de NASC não foram signifi-

cativos; no entanto, os valores das medianas de NASC em áreas compreendidas por feições

oceanográficas foram mais altos do que fora das feições.

índi

ce d

e re

troes

pelh

amen

to a

cúst

ico

por á

rea

500

0

1000

1500

2000

2500

3000

Intrusão de ACASna plataformasudeste-sul

“Focos” deressurgência

de ACAS

Águas de Plataformaao sul do Cabo de

Santa Marta Grande

mín. – máx.

25% – 75%

valor médio

Análise de Kruskal-Wallis apresentou diferença significativaentre medianas ao nível de p(0,05) para as feições oceanográficas

encontradas no cruzeiro de inverno de 1996 (REVIZEE I).

índi

ce d

e re

troes

pelh

amen

to a

cúst

ico

por á

rea

500

0

1000

1500

2000

2500

3000

Águas de Plataformaao sul do Cabo de

Santa Marta Grande

ACAS Fora da feiçãooceanográfica

mín. – máx.

25% – 75%

valor médioRessurgênciade quebra de

plataforma

Análise de Kruskal-Wallis apresentou diferença significativaentre medianas ao nível de p(0,05) para as feições oceanográficas

encontradas no cruzeiro de outono de 1997 (REVIZEE II).

índi

ce d

e re

troes

pelh

amen

to a

cúst

ico

por á

rea

500

0

1000

1500

2000

2500

3000

Águas de Plataformaao sul do Cabo de

Santa Marta Grande

InfiltraçãoACAS

Fora da feiçãooceanográfica

mín. – máx.

25% – 75%

valor médio

Análise de Kruskal-Wallis apresentou diferença significativaentre medianas ao nível de p(0,05) para as feições oceanográficas

encontradas no cruzeiro de verão de 1997 (REVIZEE III).

Fertilizaçãooceânica com

águas costeiras

Figura 13 – Análise comparativa dos valores de NASC durante ocruzeiro REVIZEE I.

Figura 14 – Análise comparativa dos valores de NASC durante ocruzeiro REVIZEE II.

Figura 15 – Valores de NASC observados durante o cruzeiro REVIZEE III.

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22 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Uma série de eventos físicos de enriquecimento são conhecidos no Atlântico

Sudoeste, tais como a Convergência Subtropical (Hubold, 1980b; Podesta, 1989), e a Frente

Subtropical de Plataforma (Piola et al.1999; Piola et al.2000), as intrusões de águas frias oriun-

das do sul (Castello e Moller,1977; Stevenson et al. 1999,Soares e Moller,2004),a frente defini-

da pela separação de águas costeiras de plataforma e águas oceânicas (Brandini, 1990). No

domínio mais costeiro, são notáveis as frentes formadas por aportes de água continental

costeira do Brasil (Miranda, 1972; Castello e Moller, 1977; Castello, 1991).Tais sistemas frontais

são geralmente explicados pela penetração da Água Central do Atlântico Sul sobre a

plataforma sudeste-sul ou associados a ressurgências de quebra de plataforma (Mesquita et

al. 1983, Campos et al. 1995), tendo importante papel no estabelecimento da biota demersal

e pelágica (Castro Filho, 1987; Aidar et al., 1993; Pires-Vanin et al., 1993; Matsuura, 1996).

Diversos autores já enfocaram a interação entre os processos oceanográficos e biológi-

cos presentes no Atlântico Sul Brasileiro entre os quais, Gonzales-Rodrigues et al. (1992), na

região da ressurgência de Cabo Frio,Aidar et al.( 1993),Pires Vanin et al. (1993),Matsuura (1996),

ao largo de Ubatuba (24°S) e Hubold (1980); Castello et al. (1990); Lima, (1992); Ciotti et al.,

(1995); Odebrecht e Djurfeldt, (1995), Brandini, (1990), Metzler et al. (1997), para o sul do Brasil.

No presente estudo, o espaçamento das estações hidrográficas permitiu detectar

processos oceanográficos na escala de centenas de metros a dezenas de quilômetros.

Embora os dados acústicos possam ser processados na escala de metros, dada a intensa

coleta de dados acústicos por minuto, para poder associá-los a processos físicos de

enriquecimento, foi adotada a escala observada para os fenômenos físicos. Desse modo, a

interpretação de acúmulos biológicos na forma de valores de NASC pôde ser realizada

considerando-se a presença das feições oceanográficas na escala de centenas de metros,

típicos dos fenômenos físicos de mesoescala.

Com base nas estações hidrográficas processadas, na região sudeste pôde ser cons-

tatada na época dos cruzeiros de outono/97 e primavera-verão 97, relação direta entre a

presença de Água Central do Atlântico Sul (ACAS) sobre a plataforma sul-sudeste brasileira

e uma alta densidade de organismos. Os cruzeiros de outono/97 e verão/97 apresentaram

condições hidrográficas típicas de infiltração de ACAS, associadas a acumulações biológi-

cas na plataforma sudeste. A condição predominante nessa região é de deriva em direção

à costa (downwelling), resultando em um aprofundamento da termoclina com conse-

qüente diminuição da produtividade biológica (Merle e Arnault, 1985; Bakun, 1996). No

entanto, a intrusão de ACAS em regime favorável de ventos da altera as condições

oceanográficas, resultando em aumento da produtividade biológica.

Ainda que fortes ressurgências possam ser identificadas em superfície, e, portanto,

visíveis através de imagens AVHRR-NOAA (TSM), os mecanismos de ressurgência de subsu-

perfície e, aqueles encontrados em maiores profundidades e dentro da camada eufótica,

indicaram maior relevância biológica quando comparados àqueles de superfície. As análises

de imagens de satélite da TSM da região, nas épocas dos cruzeiros, pouco contribuíram para

identificação das frentes oceânicas. Desse modo, foi possível constatar que a dinâmica dos

processos físicos de profundidade por vezes gera aumento da produtividade biológica sem

que as águas superficiais tenham a temperatura alterada. A presença de “focos de ressurgên-

cia de ACAS”, observados durante o cruzeiro de inverno/96 (Figura 5), havia sido identificada

anteriormente por outros autores na região sudeste. Os domos frios encontrados ao sul de

Ilhabela, durante esta investigação, assemelham-se ao descrito por Pires-Vanin et al. (1993),

que constataram a presença de vórtices ciclônicos na zona nerítica, na região de Ubatuba.

Estes autores sugerem que os vórtices frontais, formados pelo meandramento da CB, podem

DISCUSSÃO

Page 24: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

23SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

se desprender do meandro principal e formarem giros ciclônicos independentes, devido à

brusca mudança de orientação da linha de costa, de sul para leste-oeste, na altura de Cabo

Frio. Os domos frios encontrados a 50/70 m de profundidade no inverno/96 parecem análo-

gos aos vórtices ciclônicos encontrados por Pires-Vanin et al. (1993). A importância biológica

destes domos frios em ambientes de plataforma está diretamente relacionada à chegada da

nutriclina na camada eufótica, o que contribui para a produção nova, principalmente nas

épocas de inverno, quando não há estratificação da coluna de água (Figura15).

As infiltrações de ACAS, observadas nos cruzeiros de outono/97 (Figura 4), são o

reflexo de eventos meteorológicos de mesoescala que estariam atuando em toda a região

sudeste, conforme apresentado por Castro Filho et al. (1987). Por outro lado, a presença de

domos frios, durante o inverno/96 (Figura 6), seria provocada por mecanismos físicos de

ressurgências locais de menor escala que estariam gerando aumento de produtividade

biológica em períodos distintos do típico evento anual de verão.

O fenômeno de bombeamento de ACAS, durante o inverno, sugere um importante

mecanismo de enriquecimento da plataforma sudeste nessa época do ano, em geral mais

pobre devido à ausência dessa massa de água. As análises da área ao sul de Ilhabela, durante o

inverno, permitem inferir que as densidades biológicas encontradas estariam associadas a dois

diferentes mecanismos físicos de enriquecimento: (1) intrusão de águas da plataforma argenti-

na e uruguaia somada à descarga de rios e,em menor escala; (2) os “focos”de ressurgência,pos-

sivelmente associados à presença de ventos de NE na região mesmo durante o inverno.

Durante o cruzeiro de outono/97, grande parte da plataforma sudeste apresentava

forte infiltração de ACAS. A região oceânica próxima à quebra de plataforma, em torno de

26° 45’S, apresentou um domo frio, observável a partir dos 70 m (Figura 7). Essa feição ocea-

nográfica é semelhante àquela descrita por Mesquita et al. (1983) na latitude de 26° 07’ S

como sendo um mecanismo de ressurgência de quebra da plataforma. Campos et al. (1995),

estudando a região entre 25°S e 27°S, sugeriram haver uma relação entre o meandramento

da CB (Garfield,1990) e os referidos locais de ressurgência (Osgood et al. 1987).

Recentemente, o fenômeno de ressurgência da quebra da plataforma ao longo da região

sudeste-sul tem recebido muita atenção (Campos et al. 1999 e Silveira 2001). No entanto,

não foi possível associar um aumento de densidade de organismos a essa região, conforme

esperado. Essa ausência de organismos, pelo menos sob o ponto de vista de sensibilidade

do equipamento e freqüência acústica utilizada, pode estar relacionada ao momento em

que se mapeou a ocorrência da feição oceanográfica e o aparecimento dos organismos.

Outro mecanismo de fertilização encontrado foi o transporte de águas salobras

costeiras para regiões oceânicas. Ao longo da plataforma continental, durante as campanhas

oceanográficas, foi notável a presença de águas com mistura de águas continentais. A

pluma de águas costeiras na altura da Baía de Paranaguá (26°30’S), observada no cruzeiro

de verão/97, apresentou um prolongamento em direção à plataforma externa, indicando

um mecanismo de transferência de águas costeiras para porções mais externas da

ACAS

camadaeufótica

14

24

3 nutriclina

giro ciclônico

Figura 16 – Esquema indicando a contribuição do vórtice frontal no bombeamento de ACAS para a camada eufótica.

Page 25: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

24 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

plataforma (Figura 9). Esse fato se torna mais evidente pela observação do perfil horizon-

tal a 10 m, no qual o núcleo de água costeira aparece completamente isolado da massa de

água da região costeira, indicando exportação dessas últimas para regiões oceânicas

(Figura 17). Qui et al. (1988) observaram também o aprisionamento de águas costeiras em

regiões externas no Mar da China, através desse importante mecanismo de transferência

de águas costeiras para regiões externas da plataforma continental (Blanton, et al.,1989).

Cabe mencionar que, durante o cruzeiro de primavera-verão 97, as grandes precipitações

registradas na bacia de drenagem do sul do país, devido à ocorrência do ENSO 1997/1998

(El Niño Southern Oscillation) (McPhaden, 1999; Grim et al., 2000) podem ter contribuído

com um aumento no volume de águas de baixa salinidade através da drenagem continen-

tal. Segundo esses autores, esse evento foi registrado como um dos mais fortes do século,

provocando significativas anomalias meteorológicas na região sul brasileira.

Figura 17 – Mapas evidenciando isohalinas a 10 metros de profundidade. Da esquerda para a direita:Cruzeiros inverno/96, outono/97 e verão/97. A contribuição de águas costeiras (cor marrom) no cruzeiro deinverno/96 é visivelmente maior do que nos demais cruzeiros.

Na porção ao sul das imediações do Cabo de Santa Marta Grande , grande parte da

plataforma continental permanece coberta por águas costeiras ricas em material terrígeno

(Castello e Moller, 1997; Odebrecht e Castello, 2001). A presença de estuários com grande

drenagem continental, associada à dinâmica das águas de plataforma são determinantes

para que essas águas apresentem alta produtividade durante grande parte do ano

(Castello e Moller, 1977, Castello et al. 1990, Ciotti et al. 1995, Lima, 1992).

O cruzeiro de inverno/96 evidenciou o predomínio de águas costeiras estendendo-

se do limite sul da área de estudo até latitudes, médias ao norte do Cabo de Santa Marta

(Figura 11). Os resultados apresentados confirmam a forte influência sazonal que a

Convergência Antártica impõe à região sul. A atuação desse sistema frontal faz com que

durante o inverno a Confluência Brasil-Malvinas, ou Convergência Subtropical (CST),

alcance menores latitudes devido ao congelamento da calota Antártica (White e Peterson,

1996). Durante as épocas de inverno, a CST atinge menores latitudes, favorecendo a chega-

da de águas frias no sul do Brasil. Essa grande quantidade de águas ricas em nutrientes,

associada à maior descarga de água doce do Sistema Estuarino do Rio da Prata (Guerrero

22˚ S

24˚ S

26˚ S

latit

ude

28˚ S

49˚ W 47˚ W 45˚ W 43˚ W 41˚ Wlongitude

22˚ S

24˚ S

26˚ S

latit

ude

28˚ S

49˚ W 47˚ W 45˚ W 43˚ W 41˚ Wlongitude

33

34

3433

35

34 34

36

36

35

36

37

35

3637

37

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25SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 18 – No detalhe em vermelho, observa-se um giro anticiclônico gerando elevação do nível do mar iden-tificado por altimetria por satélite na cor mais escura. A figura da direita apresenta a mesma região, no mesmomomento, observando-se um vazio biológico, possivelmente gerado pelo empobrecimento das águas costei-ras por águas tropicais externas.

et al. 1997) e, em uma ordem de magnitude dez vezes menor, do Sistema Patos-Mirim

(Costa et al., 1988; Ciotti et al. 1995), são determinantes para a formação da feição

oceanográfica Águas ao Sul de 28º 30’S descrita neste trabalho.

Um outro mecanismo oceanográfico diferenciado foi diagnosticado na platafor-

ma externa pelos estudos de Franco et al. (2006), dentro da área compreendida pela a

feição oceanográfica Águas ao Sul de 28º 30’S . Os pesquisadores, utilizando sensores remo-

tos de altimetria para diagnosticar elevação no nível do mar, sugeriram a presença de um

giro anticiclônico ocasionando o acúmulo de águas quentes no interior, com gênese na re-

gião oceânica adjacente rica em águas tropicais, facilmente identificadas nas imagens TSM

apresentadas. Para este mesmo cruzeiro, comparando-se os valores de NASC (Figura 18)

analisados na presente investigação, constata-se um vazio biológico, com baixos valores

acústicos, sugerindo que o vórtice quente tenha ocasionado, de fato, diminuição na produ-

tividade biológica conforme sugerido por Franco et al. (2006).

(m)isóbata de 200 m

0.15

0.1

0.05

0

–0.05

–0.1

–0.15

–0.2

28˚ S

49˚ W 47˚ W51˚ W

30˚ S

32˚ S

34˚ S

53˚ W

29˚ S

48˚ W 46˚ W50˚ W

31˚ S

33˚ S

35˚ S

52˚ W

REVIZEE III / verão 1997dezembro 1997

Distribuição dosvalores acústicosrelacionados àdensidadede organismosentre 0 e 100 metrosde profundidade

0 a 10001000 a 20002000 a 40000

(m)isóbata de 200 m

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REVIZEE III / verão 1997dezembro 1997

Distribuição dosvalores acústicosrelacionados àdensidadede organismosentre 0 e 100 metrosde profundidade

0 a 10001000 a 20002000 a 40000

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26 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

O formato dos dados acústicos do presente trabalho refere-se à densidade acústi-

ca e não densidade biológica, ou seja, são dados brutos processado, de unidades de ener-

gia acústica , não convertidos em número de organismos por área ou volume, ou ainda bio-

massa. Essa escolha está fundamentada no fato de que os dados acústicos brutos proces-

sados contêm contribuições de componentes do mesozooplâncton ao nécton, detectados

ao longo da propagação do som originado pelos pulsos da sonda. Assim sendo, o dado

bruto processado contém informações relativas à produção secundária e a níveis tróficos

superiores. Por outro lado, a conversão de densidade acústica em densidade biológica

somente seria justificável para o componente nécton, devendo-se descartar o compo-

nente mesozooplâncton devido à ausência de linearidade entre o tamanho do alvo e o

Índice de Retroespalhamento destes últimos, na freqüência utilizada (Madureira et al.,

1997). Assim, a conversão dos dados acústicos do componente nectônico em dados de

densidade biológica necessariamente excluiria a informação referente à produção secun-

dária. Resultados referentes a esse processamento podem ser verificados para a mesma

série de cruzeiros em Madureira et al. (1998). A proposta do presente trabalho foi interpre-

tar as informações referentes aos “patches acústicos” que são necessariamente “patches

biológicos”, sem exclusão de informações. Essa opção permitiu gerar uma interpretação do

ambiente biológico a partir da Produção Nova gerada pelos mecanismos oceanográficos

de enriquecimento e as concentrações de níveis tróficos superiores.

Novos trabalhos, que venham a estudar o ambiente pelágico e seus processos de

enriquecimento na região,deverão utilizar multifreqüências acústicas para identificar espécies e

tamanhos de organismos do meso e macroplâncton assim como do micronécton.

Paralelamente,deverão ser utilizadas redes múltiplas de fechamento para amostragem estratifi-

cada dos organismos do ambiente pelágico. Dessa forma, será possível associar organismos e

classes de tamanho aos ambientes enriquecidos por processos físicos.Um maior conhecimento

dos processos físicos de menor escala será possível se o espaçamento das estações hidrográfi-

cas for menor do que as 20 mn da presente base de dados e se forem utilizados equipamentos

para registros oceanográficos contínuos, do tipo UOR (Undulating Oceanographic Recorders).

A presente investigação permitiu associar locais onde foram observadas densidades

elevadas de organismos, identificados acusticamente, a processos físicos de enriquecimen-

to, responsáveis por gerar Produção Nova no ambiente pelágico.A hidroacústica, por permi-

tir a identificação de acumulações biológicas de vários níveis tróficos (secundários), pode

ser utilizada como uma importante ferramenta rastreadora de áreas recentemente favoreci-

das por mecanismos físicos de fertilização. De modo geral, as regiões pelágicas nas quais os

processos físicos de enriquecimento foram identificados estiveram associadas a concen-

trações mais elevadas de organismos do que aquelas onde os processos oceanográficos de

enriquecimento não foram observados.

SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

CONCLUSÕES

Page 28: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

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CAPÍTULO 2DISTRIBUIÇÃO E ASPECTOS BIOLÓGICOS DAS PRINCIPAISESPÉCIES DE PEIXES PELÁGICOS DE PEQUENO PORTE NA ZONAECONÔMICA EXCLUSIVA DA REGIÃO SUDESTE-SUL DO BRASIL

29SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Roberto Ávila BernardesCarmen L. D. B. Rossi-Wongtschowski

Resumo

São apresentados os resultados sobre a composição dos cardumes amostrados em

três cruzeiros de ampla varredura realizados entre o Cabo de São Tomé (22° S) e o Chuí

(34°), e aspectos biológicos das principais espécies capturadas. A detecção dos cardumes

foi realizada através de prospecção acústica e a captura das espécies componentes com

rede de meia-água entre as profundidades de 82 e 1 480 m. Foram capturadas 172 espé-

cies, sendo 17 novos registros para o Brasil. Em geral, os cardumes foram multiespecíficos.

Destacaram-se por sua freqüência numérica o peixe-lanterna, Maurolicus stehmanni, a

anchoíta, Engraulis anchoita, o peixe-espada, Trichiurus lepturus, peixes da familia Mictophidae,

o peixe-lagarto, Saurida caribaea, Bregmacerus heterurus, Synagrops spinosus, a merluza,

Merluccius hubbsi, a cabrinha Prionotus punctatus e o peixe-porco, Balistes capriscus. A

maior parte dessas espécies, de vida curta, com tamanho reduzido e com elevada freqüên-

cia reprodutiva, pode ser considerada como forrageira, sendo responsável pela

manutenção da produção pesqueira dos grandes peixes pelágicos e demersais presentes

na plataforma externa e no talude da Região Sudeste-Sul. Com relação à presença de esto-

ques de peixes pelágicos com potencial de exploração, na região pesquisada, os únicos

que podem ser assim denominados são: a anchoíta, o peixe-espada e a merluza, por suas

elevadas abundâncias e possibilidade de comercialização. Os demais, embora abundantes,

não apresentam condições de explotação.

Abstract

This paper describes the fish aggregations composition obtained from three

hydro acoustic pelagic fish surveys carried from São Tomé Cape (22°S) to Chuí (34° S),

along the external shelf, the self break and adjacent waters between 82 and 1,480 m

depth. A mid-water-trawl was used for sampling the aggregations components. Biological

data are registered for the most frequent species. 172 species were sampled, with 17 new

occurrences for Brazilian waters. Most of the aggregations were multiespecific. Maurolicus

stehmanni, Engraulis anchoíta, Trichiurus lepturus, Mictopohidae, Saurida caribaea,

Bregmacerus heterurus, Synagrops spinosus, Merluccius hubbsi, Prionorus punctatus and

Balistes capriscus were the most frequent species and biological data are available for them.

The majority of this pelagic fauna is composed of small size, short life span and

higth fecundity fishes which represent an important source of food for the big pelagic and

demersal fish captured at the South-Southeast Brazilian region. As commercial stocks only

Engraulis anchoíta,Trichiurus lepturus and Merluccius hubbsi could be nominated, since their

sizes, abundance and value permit it; the other species consist of very important forage

species for these ecosystems.

Page 31: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

30 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Até 1996, os levantamentos efetuados na Região Sudeste-Sul do Brasil, visando ao

conhecimento dos pequenos peixes pelágicos ali presentes, estiveram restritos à profun-

didade máxima de 100-150 m, havendo informações biológicas apenas para aquelas espé-

cies com valor comercial, como a sardinha e a anchoíta.

Com o advento do Programa REVIZEE, em 1996 e 1997, foram realizados cruzeiros

de prospecção hidroacústica objetivando o conhecimento da ictiofauna e avaliação do

potencial de explotação dos recursos pelágicos localizados além dos 100 m de profundi-

dade, e valiosas informações vieram somar àquelas existentes, revelando uma fauna rica,

em geral composta por espécies de pequeno porte, agregadas em extensos cardumes, na

maioria multiespecíficos, que realizam migrações verticais diárias e que constituem impor-

tante elo entre os componentes da cadeia trófica dos ambientes pelágico e demersal.

Até o momento, sobre essa fauna, haviam sido publicados resultados sobre o inven-

tário das espécies naqueles cruzeiros (Figueiredo et al., 2002) e sobre a distribuição e a bio-

massa das cinco espécies mais abundantes (Madureira et al., 2005).

Considerando a importância em divulgá-los para a comunidade científica e para o

público em geral, são agora apresentados os resultados obtidos sobre a composição dos

cardumes amostrados em três cruzeiros de ampla varredura, abrangendo águas entre 100

e 1.800 m de profundidade na Região compreendida entre o Cabo de São Tomé (22 °S) e o

Chuí (34°S) e sobre aspectos biológicos das principais espécies de peixes capturadas.

Esta publicação representa a finalização de um longo processo iniciado em 1996,

envolvendo prospecção acústica e pesca (mapeamento e avaliação de estoques) dos

pequenos peixes pelágicos presentes na ZEE da Região Sudeste-Sul do Brasil.

Tendo em conta seu papel fundamental como espécies forrageiras no ambiente

marinho (a maioria delas constitui a base da alimentação de peixes pelágicos e demersais

de grande valor comercial presentes na plataforma externa e no talude), são aqui descritas

as variações espaço-temporais de suas distribuições e as características biológicas que elas

apresentavam no momento dos cruzeiros realizados, bem como informações gerais sobre

sua alimentação.

Acredita-se que tais resultados trazem informação científica inédita sobre essa

fauna de peixes de pequeno porte. No entanto, é preciso deixar claro que os resultados ora

divulgados, sobre a distribuição dessas espécies, representam apenas e tão somente as

características das capturas efetuadas, estando algumas informações quantitativas

disponíveis em Madureira et al. (2005).

Este estudo teve como objetivos principais: verificar a proporção das espécies nas

capturas realizadas com rede de arrasto de meia-água; analisar as variações espaciais e

estacionais na distribuição das espécies; e identificar e caracterizar quanto a alguns

aspectos biológicos (como sexo e estádio de maturação gonadal) as principais espécies

de peixes responsáveis pelos registros acústicos detectados durante os cruzeiros de

prospecções.

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS

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31SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Coleta de material biológico e dados ambientais

A área investigada abrangeu a Região Sudeste-Sul situada entre o Cabo de São

Tomé (RJ) e o Arroio Chuí (RS, divisa Brasil-Uruguai), entre as isóbatas de 100 e 1 500 m. A

linha de costa dessa região apresenta cerca de 2 000 km de extensão e área total de aproxi-

madamente 700.000 km2.

Os cruzeiros de prospecção foram realizados com o N/Oc. “Atlântico Sul” (FURG)

entre agosto e setembro de 1996 (cruzeiro de inverno REVIZEE I); maio e junho de 1997

(cruzeiro de outono REVIZEE II); e entre novembro e dezembro de 1997 (cruzeiro de pri-mavera-verão REVIZEE III). Os cruzeiros seguiram desenho amostral semelhante, com

derrota planejada e perfis distribuídos em 54 radiais perpendiculares à costa (Figura 1). A

distância entre radiais foi de 20 milhas náuticas. Os limites costeiro e oceânico para navega-

ção foram as isóbatas entre 100 e 1.500 m, respectivamente, mas nem todos os perfis atin-

giram esta maior profundidade. Além dos 500 m, os transectos foram prolongados até pro-

fundidades maiores em direção ao limite da ZEE (200 milhas náuticas), sempre que na

ecossonda foi constatada a presença de biomassa expressiva; indícios indiretos da pre-

sença de cardumes, tais como avistagem de grandes grupos de aves, baleias ou barcos de

pesca em operação e a existência de altos fundos na linha dos transectos de trabalho. Nos

locais de mudança de direção da linha de costa os perfis foram executados em “zigue-

zague”. O cruzeiro REVIZEE III teve sua derrota deslocada 5 milhas para o sul a fim de se

obter outra seqüência de dados batimétricos. A execução dos cruzeiros foi planejada para

distribuir o esforço amostral de forma homogênea, sendo os perfis desenhados para cruzar

os máximos gradientes de densidade, i.e., perpendicularmente ao continente e, com um

“fechamento de triângulos”, nos pontos onde a costa muda de direção, a fim de permitir a

mudança de rumo.

MATERIAL E MÉTODOS

Figura 1 – Ilustração do desenho amostral dos cruzeiros de prospecção pesqueira de recursos pelágicos naRegião Sudeste-Sul.

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32 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A varredura acústica foi realizada de maneira contínua, durante 24 horas, com uma

ecossonda científica digital provida de ecointegrador (modelo EK-500), acoplada a um

transdutor de casco tipo split-beam, operando à freqüência de 38 kHz. Sempre que regis-

tros expressivos eram observados no monitor da sonda, os perfis foram interrompidos

para amostragem dos alvos (cardumes) com rede de arrasto de meia-água. Decisões sobre

a profundidade e direção das amostragens foram tomadas de acordo com as observações

da sonda e das direções do vento e correntes. Durante os arrastos, a ecossonda permane-

cia coletando informações e, após a operação de pesca, retornava-se ao ponto onde o per-

fil fora interrompido, retomando-se a seqüência de coleta de dados.

Figura 2 – Ilustração do método de varredura hidroacústica realizado com o N.Oc. “Atlântico Sul”.

A velocidade da embarcação durante as varreduras acústicas foi, em média, de 10

nós, e, durante as operações de pesca, variou entre 3 e 4 nós. O tempo de arrasto foi depen-

dente do posicionamento dos alvos, de suas reações de escape e das necessárias modifi-

cações na profundidade de operação da rede ao longo de um mesmo lance. De posse dessas

informações, em cada operação foi avaliada a profundidade da rede e do ecorregistro e se

o lance ocorrera de forma correta. Em todas as operações de arrastos, em que a rede ope-

rou na profundidade pretendida e nos quais a observação do registro foi adequada, o

lance foi considerado válido.

A rede utilizada para a pesca foi desenhada especialmente para o N/Oc. Atlântico

Sul, visando à captura de clupeídeos, engraulídeos e lulas (Figura 3), apresentando as

seguintes características: 268 m de circunferência, com malhas de 400 mm na boca e nas

asas, diminuindo gradualmente até 50 mm no túnel e 20 mm no saco. As portas, respon-

sáveis pela abertura da rede, mediam 3 m 3 1,35 m e pesavam 380 Kg cada uma. Devido

ao escape de peixes pequenos, a partir do segundo cruzeiro (REVIZEE II), foi adaptada uma

panagem interna (com malha de 6 mm) ao saco da rede, melhorando a eficiência de cap-

tura de espécies de pequeno porte.

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33SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tratamento do material biológico a bordo e em laboratório

A bordo, os peixes coletados em cada lance foram separados por espécie (quando

possível), contados e pesados; uma subamostra foi guardada em freezer e outra em formol

para identificação (especialmente os da família Myctophidae por serem frágeis). Ainda a

bordo, obteve-se o peso total da amostra por espécie e o comprimento individual dos

exemplares, medidos ao milímetro inferior. No caso de espécies muito numerosas, efetuou-

se subamostragem visando à realização da amostragem biológica em terra.

No laboratório de biometria do Instituto Oceanográfico (USP), os exemplares foram

identificados, medidos, pesados, classificados em relação ao sexo (macho, fêmea ou inde-

terminado). Foram também obtidas informações biológicas sobre o estágio de maturação

gonadal e o grau de repleção estomacal. Otólitos e estômagos de pelo menos 40 exem-

plares de cada espécie, por amostra, foram retirados para estudos sobre crescimento e ali-

mentação.

Análise de dados

Para cada lance de pesca efetuado foi verificada a composição em espécies e calcu-

lada a proporção em peso e em número das mesmas.

As gônadas foram classificadas quanto ao estádio de maturidade com base na escala

macroscópica de desenvolvimento ovocitário proposta por Vazzoler (1996) (Anexo 1).

Foram considerados de sexo indeterminado aqueles exemplares que apresen-

tavam as gônadas tão pouco desenvolvidas que se tornava difícil a identificação do sexo.

Os exemplares jovens foram aqueles cujas gônadas se encontraram no estádio A (ima-turo). A partir do estádio B, os indivíduos foram considerados adultos. Alguns exemplares,

devido ao reduzido tamanho, não tiveram suas gônadas classificadas macroscopicamente,

sendo as gônadas retiradas, pesadas e guardadas para estudos microscópicos posteriores.

A relação peso/comprimento das espécies principais foi calculada para cada

cruzeiro, sendo posteriormente utilizada no cálculo de suas biomassa através de método

hidroacústico (Madureira et al., 2005).

Neste estudo foram consideradas como espécies principais, aquelas que represen-

taram pelo menos 1% da captura em número e em peso, em cada cruzeiro e no total dos

três cruzeiros. Para elas, foram elaborados mapas apresentando a distribuição espacial e

temporal de jovens e adultos e de machos, fêmeas e indivíduos de sexo indeterminado.

Figura 3 – Rede de arrasto de meia água.

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34 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tais mapas mostram suas ocorrências nos lances de pesca efetuados ao longo da área

prospectada. Análises quantitativas das capturas não foram aqui realizadas, em virtude do

esforço de amostragem ser diferente para cada lance de pesca e de difícil padronização,

mas as estimativas de densidade e biomassa de algumas espécies encontram-se em

Madureira et al., (2005).

Considerando que a área do estudo é bastante heterogênea, tanto na largura de

plataforma quanto nas feições oceanográficas (ocorrência de infiltrações de ACAS, focos

de ressurgência de ACAS, ressurgência de quebra da plataforma e presença de águas

costeiras na plataforma externa no SE e água de plataforma no Sul), para a análise dos

dados biológicos optou-se por dividi-la em três áreas, dentro das quais as características

são relativamente mais homogêneas. Dessa forma, foram agrupados os lances de pesca

entre o Cabo de São Tomé (RJ) e a Baía de Santos (SP); entre a Baía de Santos e o Cabo de

Santa Marta Grande (SC); e, entre Cabo de Santa Marta Grande e o Chuí (RS) (Figura 4).

Figura 4 – Agrupamento dos lances de pesca utilizados no estudo (em azul: cruzeiro REVIZEE I; em verme-lho: cruzeiro REVIZEE II; em verde: cruzeiro REVIZEE III).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

100 m200 m

1500 m

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

Foram efetuados 20 lances de pesca durante o cruzeiro REVIZEE I, 35 lances no

REVIZEE II e 52 lances no REVIZEE III. A maior parte dos mesmos foi realizada entre as isó-

batas de 100 e 500 m. Apenas um lance foi efetuado além de 500 m de profundidade no

cruzeiro REVIZEE I (675 m), 8 no REVIZEE II ( chegando até 1 480 m) e 13 no REVIZEE III (até

1 454 m).

RESULTADOS

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35SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Composição e proporção de espécies capturadas nos cruzeiros

No total, foram capturadas nos três cruzeiros 172 espécies, pertencentes a 71

famílias (Anexo 2). Dessas, 17 espécies ainda não haviam sido registradas anteriormente

para a Região Sudeste-Sul do Brasil (Anexo 3 – fotos).

As espécies consideradas principais foram: o peixe-lanterna, Maurolicus stehmanni, o

peixe espada, Trichiurus lepturus, a anchoíta, Engraulis anchoíta, a merluza, Merluccius hubbsi,

o mictofídeo, Diaphus dumerilii, Synagrops spinosus, os peixes-lagarto, Bregamacerus cantori e

Saurida caribbaea, o peixe-porco, Balistes capriscus e a cabrinha, Prionotus punctatus.

Tabela 1 – Número de indivíduos, espécies, famílias e códigos das espécies capturadas nos cruzeiros deprospecção de recursos pesqueiros pelágicos na ZEE da Região Sudeste-Sul do Brasil.

Espécies Famílias CódigosREVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III

TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Acanthurus chirurgus Acanthuridae ACCH 6 6Aluterus monocerus Monacanthidae ALMO 1 1Anoplogaster cornuta Anoplogasteridae ANCO 3 3Anthias menezesi Serranidae ANME 1 1Antigonia capros Caproidae ANCA 3 107 5 115Apogon pseudomaculatus Apogonidae APPS 3 3Argentina striata Argentinidae ARST 1 6 29 36Argyropelecus aculeatus Sternoptychidae ARAC 7 7Ariomma bondi Ariommidae ARBO 29 69 1060 1158Ariomma melanum Ariommidae ARME 2 2Astronesthes macropogon Stomiidae ASMA 1 1Auxis rochei Scombridae AURO 2 34 36Auxis thazard Scombridae AUTH 85 85Balistes capriscus Balistidae BACA 1063 1063Bellator brachychir Triglidae BEBR 2 2Bembrops heterulus Percophidae BEHE 14 1 15Benthodesmos elongatus Trichiuridae BEEL 18 4 1 23Benthodesmus tenuis Trichiuridae BETE 3 3Bolinichthys phototborax Myctophidae BOPH 1 1Brama brama Bramidae BRBR 3 3 6Brama caribbea Bramidae BRCA 4 4Bregmacerus atlanticus Bregmacerotidae BREAT 9 176 63 248Bregmacerus cantori Bregmacerotidae BRECA 119 2766 11904 14789Caulolatilus chrysops Branchiostegidae CACH 1 18 19Centropyge aurantonotus Pomacanthidae CEAU 3 3Cephalopholis fulva Serranidae CEFU 1 1Ceratoscopelus warmingii Myctophidae CEWA 11 235 246Chaetodipterus faber Chaetodontidae CHFA 1 1Chauliolus sloani Chauliodontidae CHSL 3 3Chlorophthalmus agassizi Chlorophthalmidae CHAG 1 13 14Ciclichthys spinosus Diodontidae CISP 17 17Coccorella atlantica Evemannellidae COAT 4 2 6Cookeolus japonicus Priacanthidae COJA 4 4Coryphaena hippurus Coryphaenidae COHI 2 2Cubiceps pauciradiatus Nomeidae CUPA 1 3 4Cynoscion guatucupa Sciaenidae CYGU 3 189 192Cynoscion jamaicensis Sciaenidae CYJA 2 2Decapterus tabl Carangidae DETA 48 48Desmodena polysticum Trachipteridae DEPO 1 1Diaphus bertelseni Myctophidae DIBE 1 4 5Diaphus brachycephalus Myctophidae DIBR 1 60 61Diaphus dumerilii Myctophidae DIDU 158 401 41075 41634Diaphus fragilis Myctophidae DIFR 1 28 29Diaphus garmani Myctophidae DIGA 30 1 147 178Diaphus meadi Myctophidae DIME 86 86Diaphus metopoclampus Myctophidae DIMET 5 5

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36 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Espécies Famílias CódigosREVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III

TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Diaphus mollis Myctophidae DIMO 1 1 2Diaphus perspicillatus Myctophidae DIPE 4 6 214 224Diaphus problematicus Myctophidae DIPR 2 65 67Diaphus taaningii Myctophidae DITA 24 24Dibranchus atlanticus Ogcocephalidae DIAT 1 1Diplophos australis Gonostomatidae DIAU 2 2Diplophos taenia Gonostomatidae DITAE 2 1 3Engraulis anchoita Engraulidae ENAN 997 54799 34631 90427Epinephelus morio Serranidae EPMO 4 4Epinephelus nigritus Serranidae EPNI 1 1 2Etropus longimanus Paralichthyidae ETLO 2 2Eumecichthys fiski Lophotidae EUFI 1 1Euthinnus alleteratus Scombridae EUAL 4 4Evoxymetopon taeniatus Trichiuridae EVTA 2 2Fistularia petimba Fistulariidae FIPE 3 13 16Gempylus serpens Gempylidae GESE 1 1Glossanodon pygmaeus Argentinidae GLPY 2 2Gonostoma elongatum Gonostomatidae GOEL 1 1Gymnoscopelus nicholsi Myctophidae GYNI 1 1Helicolenus lahillei Scorpaenidae HELA 36 36Hygophum heinhardtii Myctophidae HEHE 77 77Hygophum hygomii Myctophidae HYHY 134 1138 1272Hygophum reinhardtii Myctophidae HYRE 1 1Hygophum taaning Myctophidae HYTA 1 1 2Labrisomus nuchipinnis Labrisomidae LANU 1 1Lagocephalus laevigatus Tetraodontidae LALA 5 102 107Lampichthys procerus Myctophidae LAPR 219 219Lampris guttatus Lamprididae LAGU 1 1Lepidophanes guentheri Myctophidae LEGU 226 268 3492 3986Lepidopus altifrons Trichiuridae LEAL 38 15 53Lestidiops affinis Paralepididae LEAF 2 2Lestidiops jayakari Paralepididae LEJA 1 14 15Lestidium atlanticum Paralepididae LEAT 1 7 29 37Lestrolepis intermedia Myctophidae LEIN 3 172 132 307Lobianchia dofleini Myctophidae LODO 7 7Lobianchia gemellarii Myctophidae LOGE 16 16Lophius gastrophysus Lophiidae LOGA 5 24 29Luciosudis normani Notosudidae LUNO 1 1Luvarus imperialis Luvaridae LUIM 1 1Manducus maderensis Gonostomatidae MAMA 3 2 5Margrethia obtusirostre Gonostomatidae MAOB 1 1Maurolicus stehmanni Sternoptychidae MAST 46999 779850 581147 1407996Melanostomias niger Melanostomiidae MENI 1 1Merluccius hubbsi Merlucciidae MEHU 554 743 581 1878Micropogonias furnieri Sciaenidae MIFU 1 1Mustelus schmitti Triakidae MUSC 2 2Myctophum affine Myctophidae MYAF 11 169 594 774Myctophum nitidulum Myctophidae MYNI 24 24Myctophum obtusirostre Myctophidae MYOB 36 55 48 139Myctophum phengodes Myctophidae MYPH 1 5 6Myctophum selenops Myctophidae MYSE 40 44 84Nealotus tripes Gempylidae NETR 9 4 13Neoepinnula americana Gempylidae NEAM 1 1Notoscopelus caudispinosus Myctophidae NOCA 382 382Notoscopelus resplendes Myctophidae NORE 76 123 199Ogcocephalus vespertilio Ogcocephalidae OGVE 1 1Paratractichthys atlanticus Trachichtyidae PAAT 1 2 3Peprilus paru Stromateidae PEPA 45 1 46Peristediom altipinne Peristediidae PEAL 100 100

Tabela 1 – Continuação.

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37SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Espécies Famílias CódigosREVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III

TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Peristediom sp. Peristediidae PESP 1 1Pollichthys mauli Phosichthyidae POMA 279 11 85 375Polymixia lowei Polymixiidae POLO 1 6 7Pomacanthus tricolor Pomacanthidae POTR 1 1Pomatomus saltatrix Pomatomidae POSA 2 140 142Porichthys porosissimus Batrachoididae POPO 18 206 3 227Priacanthus arenatus Priacanthidae PRAR 4 4Prionotus nudigula Peristediidae PRNU 5 5Prionotus punctatus Peristediidae PRPU 73 73Pristimoides freemani Lutjanidae PRFR 3 3Pronotogrammus martinicensis Serranidae PRMA 4 4Psenes arafurensis Nomeidae PSAR 3 3Psenes cyanophrys Nomeidae PSCY 1 1Pseudoscopelus altipinnis Chiasmodontidae PSAL 12 1 13Pteraclis carolinus Bramidae PTCA 1 1Pterycombus petersii Bramidae PTPE 4 4Remora brachyptera Echeneidae REBR 2 2Sarda sarda Scombridae SASA 1 5 6Sardinella brasiliensis Clupeidae SABR 30 30Saurida brasiliensis Synodontidae SAUBR 110 496 509 1115Saurida caribbaea Synodontidae SAUCA 2 3087 5539 8628Scomber japonicus Scombridae SCJA 6 39 45Scopelopsis multipunctatus Myctophidae SCMU 549 576 1125Scopelosaurus meadi Notosudidae SCME 1 1Scopelosaurus herwigi Notosudidae SCHE 1 1Selar crumenophthalmus Carangidae SECR 1 1Selene setapinis Carangidae SESE 1 22 23Serranus atrobranchus Serranidae SEAT 1 7 8Serranus phoebe Serranidae SEPH 4 4Setarches guentheri Scorpaenidae SEGU 1 18 19Sphoeroides dorsalis Tetraodontidae SPDO 1 1Sphoeroides pachygaster Tetraodontidae SPPA 1 5 46 52Sphyraena tome Sphyraenidae SPTO 17 17Squaliolus laticaudatus Dalatiidae SQLA 1 1Stemonosudis intermedia Paralepididae STIN 1 1 2Stephanolepis hispidus Monacanthidae STHI 2 8 10Stomias affinis Stomiidae STAF 12 4 16Sudis atrox Paralepididae SUAT 1 1Symbolophoros barnardi Myctophidae SYBA 334 4 338Symbolophorus rufinus Myctophidae SYRU 12 12Synagrops bellus Acropomatidae SYBE 1 40 17 58Synagrops spinosus Acropomatidae SYSP 135 1014 6985 8134Taractichythys longipinnis Bramidae TALO 1 1Thyrsitops lepidopoides Gempylidae THLE 3 40 795 838Trachipterus jacksonensis Trachichthyidae TRJA 1 1 2Trachurus lathami Carangidae TRLA 2 81 3063 3146Trichiurus lepturus Trichiuridae TRLE 7386 1667 629 9682Umbrina canosai Sciaenidae UMCA 1 10 11Upeneus parvus Mullidae UPPA 1 17 18Urophycis mystacea Phycidae URMY 3 4 1 8Vicinguerria attenuata Phosichthyidae VIAT 805 805Vicinguerria nimbaria Phosichthyidae VINI 34 205 239Xenodermichthys copei Alepocephalidae XECO 13 13Xenolepidichthys dalgleishi Grammicolepididae XEDA 1 1 2Zenopsis conchifera Zeidae ZECO 45 22 14 81

número total de indivíduos 57279 850268 696594 1604141

número de espécies 49 111 106 172

número de famílias 31 54 41 71

Tabela 1 – Continuação.

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38 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Cruzeiro REVIZEE I

Nesse cruzeiro foram coletados 57.320 exemplares (peso total de 919 kg) perten-

centes a 31 famílias e a 49 espécies (Anexo 2), sendo 10 espécies da família Myctophidae.

As espécies mais importantes nas capturas em número foram Maurolicus stehmanni

(82%), Trichiurus lepturus (12,9%), Engraulis anchoíta (1,7%) e Merluccius hubbsi (1%). Em

peso, T. lepturus representou 93,2% do total capturado, M. stehmanni 3,6% e Engraulis

anchoíta 2,2% (Figura 5).

Figura 5 – Proporção em número (a) e em peso (b) das espécies capturadas no cruzeiro REVIZEE I.

0% número

Maurolicusstehmanni

A

20 40 60 80 100

outras

Trichiuruslepturus

Merlucciushubbsi

Engraulisanchoita

0% peso

Maurolicusstehmanni

B

20 40 60 80 100

outras

Trichiuruslepturus

Engraulisanchoita

O número de espécies em cada lance variou entre 2 e 17. Para cada espécie, a com-

posição em número e peso dos exemplares de cada espécie, por lance de pesca, consta dos

Anexos 4 e 5.

Na maior parte dos lances, as espécies mais importantes foram M. stehmanni e T.

lepturus, as quais apresentaram ampla distribuição ao longo da área, estando presentes

em pelo menos 50% dos lances efetuados (Figuras 6 e 7).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 6 – Lances de pesca com captura de Maurolicus stehmanni,cruzeiro REVIZEE I.

Figura 7 – Lances de pesca com captura de Trichiurus lepturus,cruzeiro REVIZEE I.

A anchoíta, Engraulis anchoita ocorreu ao sul da baía de Santos (Figura 8), e a mer-

luza, Merlucius hubbsi na mesma área e também ao largo do Cabo de Santa Marta e ao sul

de Rio Grande (Figura 9). O mictofídeo Diaphus dumerilii, foi encontrado ao largo de Cabo

Frio, Ubatuba e Rio Grande (Figura 10); Bregamacerus cantori ao largo da baía de Santos e de

Rio Grande (Figura 11); Synagrops spinosus ao sul da Baía de Santos e na área do Rio Grande

do Sul (Figura 12); o peixe-lagarto, Saurida caribbaea entre Santos e Rio Grande (figura 13).

Page 40: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

39SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 8 – Lances de pesca com captura de Engraulis anchoíta,cruzeiro REVIZEE I.

Figura 9 – Lances de pesca com captura de Merlucius hubbsi,cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 10 – Lances de pesca com captura de Diaphus dumerilii,cruzeiro REVIZEE I.

Figura 11 – Lances de pesca com captura de Bregamacerus cantori,cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 12 – Lances de pesca com captura de Synagrops spinosus,cruzeiro REVIZEE I.

Figura 13 – Lances de pesca com captura de Saurida spp, cruzeiroREVIZEE I.

Page 41: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

40 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

O peixe-porco, Balistes capriscus e a cabrinha,

Prionotus punctatus, não foram capturados neste

cruzeiro.

Destaca-se que nos extremos norte (Cabo de São

Tomé) e sul (Chuí) da área a composição da captura em

espécies foi diferenciada, predominando espécies da

família Myctophidae, principalmente em profundidades

maiores do que 650 m (Figura 14).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 14 – Lances de pesca com captura de espécies da famíliaMyctophidae, cruzeiro REVIZEE I.

Cruzeiro REVIZEE II

Foram capturados 850.270 exemplares (pesando 2.018 kg), pertencentes a 54

famílias. Foram identificadas 111 espécies de peixes (Anexo 2), sendo 28 pertencentes à

família Myctophidae. A composição, em número e peso de exemplares de cada espécie

está apresentada nos Anexos 6 e 7.

A espécie mais importante nesse cruzeiro foi Maurolicus stehmanni (peixe-lanterna),

constituindo 91,7% do total em número e 25% do total em peso das capturas. Além dessa

espécie, Engraulis anchoíta, Balistes capriscus (peixe-porco), Trichiurus lepturus e Prionotus

punctatus (cabrinha), em conjunto, compuseram 72% da captura em peso (Figura 15).

Figura 15 – Proporção em número (a) e em peso (b) das espécies capturadas no cruzeiro REVIZEE II.

B

0% número

Maurolicusstehmanni

A

20 40 60 80 100

outras

Engraulisanchoita

0% peso

Maurolicusstehmanni

20 40 60 80 100

outras

Engraulisanchoita

Trichiuruslepturus

Prionotuspunctatus

Balistescapriscus

Provavelmente, em virtude da colocação do

sobre-saco na rede de arrasto, nesse período os lances

de pesca foram mais diversificados em termos de com-

posição (de 1 a 38 espécies por lance). Cardumes consti-

tuídos por muitas espécies da família Myctophidae

foram capturados além da isóbata de 900 m, ao largo de

Cabo Frio (RJ), de Rio Grande e do Chuí (RS) (Figura 16).

Figura 16 – Lances de pesca com presença de espécies da famíliaMyctophidae, cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Page 42: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

41SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Maurolicus stehmanni predominou em 31% dos

lances ao longo da área, algumas vezes formando car-

dumes monoespecíficos, outras coocorrendo com o

peixe-espada, T. lepturus (Figuras 17 e 18), o qual ocorreu

em maior número ao largo de Santa Catarina e do Rio

Grande do Sul. Cardumes de E. anchoíta foram encon-

trados somente entre Paranaguá e Itajaí, entre 97 e 250

m de profundidade (Figura 19).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 17 – Lances de pesca com presença de Maurolicus stehmanni,cruzeiro REVIZEE II.

Figura 18 – Lances de pesca com presença de Trichiurus lepturus,cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 19 – Lances de pesca com presença de Engraulis anchoita,cruzeiro REVIZEE II.

O mictofídeo Diaphus dumerilii, ocorreu nas capturas ao sul de Cabo Frio, ao

nordeste do Rio Grande do Sul e ao largo do Chuí (Figura 20). Bregmacerus cantori foi cap-

turada entre Paranaguá e Cabo de Santa Marta e na costa do Rio Grande do Sul (Figura 21).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 20 – Lances de pesca com presença de Diaphus dumerilii,cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 21 – Lances de pesca com presença de Bregmacerus cantori,cruzeiro REVIZEE II.

Page 43: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

42 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Synagrops spinosus foi encontrada predominantemente ao largo de Santa Catarina

e em alguns locais da região de Rio Grande do Sul (Figura 22); e Saurida caribbaea ocor-

reu em Cabo Frio, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (Figura 23).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 22 – Lances de pesca com presença de Synagrops spinosus,cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 23 – Lances de pesca com presença de Saurida caribbaea,cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 25 – Lances de pesca com presença de Balistes capriscus,cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 26 – Lances de pesca com presença de Prionotus punctatus,cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 24 – Lances de pesca com presença de Merluccius hubbsi,cruzeiro REVIZEE II.

A merluza, Merluccius hubbsi, foi capturada em

maior número sobre a plataforma de Santa Catarina e

em algumas áreas do Rio Grande do Sul (Figura 24).

Foi registrado um cardume formado apenas

pelo peixe-porco, B. capriscus, na região de Cabo Frio,

sendo também capturado ao largo de Santa Marta e do

Rio Grande do Sul junto com a cabrinha, Prionotus punc-

tatus (Figuras 25 e 26).

Page 44: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

43SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Na região de Cabo Frio, foi detectada pela ecossonda do navio uma grande “man-

cha”, cujo sinal sonoro correspondia à cavalinha, Scomber japonicus (Madureira1; com.

pess.). Como essa espécie apresenta comportamento bastante reativo à rede de pesca e

alta velocidade de escape, apenas seis exemplares foram capturados. Juntamente com

esse foram encontrados outros Scombridae como Auxis rochei (bonito-cachorro) e Sarda

sarda (serra). Nos locais de captura desses peixes foram coletadas salpas, cefalópodes (lulas

e argonautas), camarões, siris (portunídeos), eufasiáceos e larvas de peixes. Possivelmente

esses organismos fazem parte da alimentação desses escombrídeos.

Cruzeiro REVIZEE III

Nesse cruzeiro foram coletados 696 797 exemplares (1463,4 kg), correspondendo a

44 famílias e a 105 espécies (Anexo 2). A família Myctophidae apresentou maior número de

espécies, 22 no total.

As espécies numericamente mais importantes nas capturas foram Maurolicus

stehmanni (83,4%), Diaphus dumerilii (5, 9%), Engraulis anchoíta (5%), Bregmacerus cantori

(1,7%) e Synagrops spinosus (1%). Em peso, Engraulis anchoíta representou 41% do total

capturado, Maurolicus stehmanni 28%, Trichiurus lepturus 23,3%, Diaphus dumerilii (2,8%) e

Synagrops spinosus (1,2%) (Figura 27 ).

1 Lauro S. P. Madureira – FURG

Figura 27 – Proporção em número (a) e em peso (b) das espécies capturadas no cruzeiro REVIZEE III.

0% número

Maurolicusstehmanni

A

20 40 60 80 100

outras

Engraulisanchoita

B

% peso

Synagropsspinosus

Diaphusdumerilii

Bregmaceruscantori

0

Maurolicusstehmanni

20 40 60 80 100

outras

Engraulisanchoita

Synagropsspinosus

Diaphusdumerilii

Trichyuruslepturus

Em termos de composição, os lances de pesca se

apresentaram bastante diversificados, estando esses

dados apresentados nos Anexos 8 e 9.

O número de espécies em cada lance variou

entre 1 (ao largo de Ilha Comprida e da Ilha de

Florianópolis, sendo capturado somente Maurolicus

stehmanni) e 39 (ao largo de Cabo Frio, onde predomi-

naram espécies da família Myctophidae).

Comparativamente com os demais cruzeiros, nesse as

espécies da família Myctophidae ocorreram em um

número maior de lances ao longo da área prospectada

(Figura 28).

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 28 – Lances de pesca com presença de espécies da famíliaMyctophidae, cruzeiro REVIZEE III.

Page 45: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

44 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Maurolicus stehmanni apresentou ampla distribuição, estando presente em 35,2% dos

lances efetuados, muitas vezes formando cardumes monoespecíficos (Figura 29). O peixe-

espada, Trichiurus lepturus, foi capturado em 44,4% dos lances (Figura 30), estando em maior

abundância ao largo da Ilha Grande (RJ), ao sul de Santa Catarina e no sul da Lagoa dos Patos.

Na área ao largo de Ilha Comprida (SP),Paranaguá

e Florianópolis (SC) foram capturados grandes quanti-

dades de Engraulis anchoíta (Figura 31). A espécie ocor-

reu em menor número ao largo de Cabo Frio.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 29 – Lances de pesca com presença de Maurolicus stehmanni,cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 30 – Lances de pesca com presença de Trichiurus lepturus,cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 31 – Lances de pesca com presença de Engraulis anchoíta,cruzeiro REVIZEE III.

Bregmacerus cantori foi capturado em 24% dos lances efetuados (Figura 32), apre-

sentando-se em maior número na área entre São Paulo, Paranaguá e o Cabo de Santa Marta.

O mictofídeo, Diaphus dumerilli, ocorreu em 24% dos lances (Figura 33), sendo mais

abundante na área entre Cabo de Santa Marta e o Chuí.

A merluza foi encontrada em 16,7% dos lances realizados (Figura 34), estando em

maior número na área entre Ilha Comprida e Paranaguá e ao sul do Rio Grande do Sul. No

Rio de Janeiro, a espécie ocorreu em pequeno número.

Synagrops spinosus foi capturado em 29,6% dos lances realizados (Figura 35), ocor-

rendo desde Cabo Frio até o Cabo de Santa Marta e ao sul do Rio Grande do Sul.

Embora tenham representado menos de 1% das capturas, Ariomma bondi e Saurida

caribbaea foram as espécies que apresentaram maior freqüência de ocorrência na área,

estando presentes em 72,2% e 59,3%, respectivamente, dos lances efetuados (Figuras 36 e

37). O peixe-lagarto apresentou ampla distribuição ao longo da área, mas foi abundante

entre São Sebastião (SP) e o Cabo de Santa Marta.

Page 46: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

45SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 32 – Lances de pesca com presença de Bregmacerus can-tori, cruzeiro REVIZEE III.

Figura 33 – Lances de pesca com presença de Diaphus dumerilii,cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 34 – Lances de pesca com presença de Merluccius hubbsi,cruzeiro REVIZEE III.

Figura 35 – Lances de pesca com presença de Synagrops spin-osus, cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

RioGrande

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

100 m200 m

1500 m

Figura 36 – Lances de pesca com presença de Arioma bondi,cruzeiro REVIZEE III.

Figura 37 – Lances de pesca com presença de Saurida caribbaea,cruzeiro REVIZEE III.

Page 47: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

46 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Aspectos biológicos das principais espécies

A seguir serão descritas alguns aspectos biológicos das espécies: Maurolicus

stehmanni, Trichiurus lepturus, Engraulis anchoita, Diaphus dumerilii, Bregamacerus

cantori, Saurida caribbaea, Synagrops spinosus, Merluccius hubbsi, Prionotus puncta-

tus e Balistes capriscus capturadas em cada cruzeiro de prospecção.

Maurolicus stehmanni Parin & Kobyliansky, 1993

Família: Sternoptychidae

Nome popular: Peixe-lanterna.

O peixe-lanterna, Maurolicus stehmanni, é uma espécie mesopelágica presente no

Atlântico Sul Ocidental, de 22° a 40° S de latitude, onde apresenta grande biomassa (Madu-

reira et al., 2005). Durante o dia forma cardumes muito densos próximos ao substrato quan-

do sobre a plataforma e a quebra-de-plataforma e um pouco mais distantes do fundo quando

sobre o talude. Ao entardecer, o cardume se desloca até estratos superficiais da coluna de

água, permanecendo à noite em forma de camadas estratificadas entre 50 e 200 m de pro-

fundidade. A espécie tem importante papel no ecossistema de plataforma e talude, servindo

de alimento para várias espécies pelágicas e demersais (Zavala-Camin, 1981; Muto, et al.,

2005; Nascimento, 2006). Na região, atinge a primeira maturação sexual com 32 mm de com-

primento padrão (Almeida, 2001) e com menos de um ano de idade (Belluco et al., 2004).

Ao longo de toda a Região Sudeste-Sul foi a principal espécie, dominando em número

e em peso sobre a plataforma, quebra de plataforma e em áreas oceânicas, tendo sido coleta-

dos 46.999 indivíduos no cruzeiro REVIZEE I; 779 850 no REVIZEE II e 581 147 no REVIZEE III.

No cruzeiro REVIZEE I foram capturados exemplares medindo entre 18 e 57 mm de com-

primento total e pesando de 0,05 a 1,48 gramas. Os menores indivíduos foram capturados ao

largo da costa do Rio Grande do Sul e os maiores ao largo de Florianópolis (Figura 37). A equa-

ção que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 8 3 10–6 3 Lt 3,0178 (R2 5 0,9613; n 5 1 689).

Figura 37 – Maurolicus stehmanni: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

24 28 32 36 40 44 48 52 56 600

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 381

24 28 32 36 40 44 48 52 56 600

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 390

24 28 32 36 40 44 48 52 560

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 914

2016

Page 48: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

47SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os cardumes amostrados ao norte de Santos (área 1) eram formados principal-

mente por peixes adultos, tanto fêmeas como machos, enquanto, grande quantidade de

jovens compunha aqueles presentes ao sul do Cabo de Santa Marta (área 3). Nessas duas

áreas houve equilavência entre as porcentagens de jovens e adultos, sem predomínio de

fêmeas ou machos (Figura 38).

Figura 38 – Maurolicus stehmanni: distribuição de jovens, adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 48%

IND 3%F 49%

A 97%

J 3%

M 29%

IND 37%F 34%

A 62%

J 38%

A 45%J 55%

M 22%

IND 48%F 30%

100 m200 m

1500 m

No cruzeiro REVIZEE II a introdução da panagem no saco da rede favoreceu a cap-

tura de indivíduos menores do que os do cruzeiro anterior. Os comprimentos variaram

entre 16 e 60 mm e os pesos entre 0,04 e 1,85 gramas. Os menores exemplares foram cap-

turados ao sul de Rio Grande e os maiores, ao largo da Baía de Paranaguá e na região de

Cabo Frio (Figura 39). A equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm)

da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 1 3 10–5 3 Lt 2,9498 (R2 5 0,9472; n 5 1 868).

Figura 39 – Maurolicus stehmanni: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

24 28 32 36 40 44 48 52 56 600

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 420

24 28 32 36 40 44 48 52 56 600

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 639

24 28 32 36 40 44 48 52 560

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 816

2016100 m

200 m1500 m

Page 49: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

48 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A maioria dos cardumes presentes na área 1 (ao norte de Santos) era composta por

adultos em proporções equivalentes de machos e fêmeas. Jovens foram mais capturados

nas áreas 2 e 3, nas quais a proporção entre jovens e adultos foi semelhante, bem como a

de fêmeas e de machos (Figura 40).

Figura 40 – Maurolicus stehmanni: distribuição de jovens, adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 48%

IND 3%F 49%

A 97%

J 3%

M 29%

IND 37%F 34%

A 62%

J 38%

A 45%J 55%

M 22%

IND 48%F 30%

100 m200 m

1500 m

No cruzeiro REVIZEE III, o comprimento total dos exemplares capturados variou de

18 a 59 mm e seus pesos de 0,04 a 1,81 gramas. Os menores peixes foram capturados na

área entre Ilha Bela e Itajaí e os maiores, ao largo de Florianópolis (Figura 41). A equação

que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 4 3 10–6 3 Lt 3,2198 (R2 5 0,9628; n 5 2 524).

Figura 41 – Maurolicus stehmanni: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

24 28 32 36 40 44 48 52 560

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 229

2016 60

24 28 32 36 40 44 48 52 560

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 1461

2016 60

24 28 32 36 40 44 48 52 560

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 391

2016 60100 m200 m

1500 m

Page 50: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

49SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Ao longo de toda a área predominaram peixes adultos, havendo pequena domi-

nância de machos (Figura 42).

Figura 42 – Maurolicus stehmanni: distribuição de jovens, adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 32%

IND 40% F 28%A 60%

J 40 %

M 33%

IND 39%F 28%

A 61%

J 39%

A 70%

J 30%

M 50%

IND 30%F 20%

100 m200 m

1500 m

Engraulis anchoita Hubbs & Marini, 1935

Família: Engraulididae

Nome popular: Anchoíta

A anchoíta habita o Atlântico Sul Ocidental, do Rio de Janeiro até a Argentina,

sendo que nos meses de maio e dezembro ocorrem condições oceanográficas favoráveis

à espécie, o que resulta em maior abundância da espécie na Região Sul brasileira (Castello,

1997). No Brasil, alcança aproximadamente 16 cm de comprimento total, bastante menor

do que o encontrado em águas uruguaias e argentinas, onde atinge 24 cm. Apresenta

importante papel na transferência de energia no ecossistema de plataforma (Muto et al.,

2005; Schwinguel, 1991) realizando migrações verticais diárias. Forma densos cardumes

entre 30 a 200 m de profundidade e alimenta-se de organismos planctônicos.

Durante o levantamento realizado, sua ocorrência esteve limitada à plataforma

continental entre 100 e 300 m de profundidade, sendo capturados 997 indivíduos no

cruzeiro REVIZEE I, 54.799 no REVIZEE II e 34.631 no REVIZEE III.

No REVIZEE I, as anchoítas capturadas mediram entre 117 e 170 mm de comprimento

total e pesaram de 20,5 a 28,7 gramas, sendo os maiores peixes coletados na área 3, ao sul de

Rio Grande (Figura 43). A equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm)

da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 5 3 10–5 3 Lt 3,0372 (R2 5 0,8642; n 5 231).

Page 51: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

50 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Nesse período foram capturados apenas exemplares adultos, sendo que na área 1,

predominaram indivíduos machos e na área 3, fêmeas (Figura 44).

Figura 43 – Engraulis anchoita: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

110 120 130 140 150 160 170 1800

10

5

15

20

30

Lt (mm)

%

N = 3

25

35

110 120 130 140 150 160 170 1800

10

5

15

20

30

Lt (mm)

%

N = 231

25

35

Figura 44 – Engraulis anchoita: distribuição de jovens, adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo indeter-minado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 67%

F 33%A 100%

M 46%

F 54%A 100%

100 m200 m

1500 m

Page 52: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

51SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No cruzeiro REVIZEE II uma grande concentração de anchoíta foi detectada na área

2, ao largo de Itajaí. Os indivíduos deste cardume apresentaram comprimento total entre

107 e 151 mm (Figura 45) e peso total de 13,7 a 17,1 gramas. A equação que representou

a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 2 3 10–5 3 Lt 3,2115 (R2 5 0,8288; n 5 815).

Figura 45 – Engraulis anchoita: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

105 115 125 135 145 155 165 1750

10

5

15

20

Lt (mm)

%

N = 81525

Nesse cruzeiro predominaram peixes adultos, sendo que as fêmeas foram mais nume-

rosas (Figura.46).A maioria das fêmeas mostraram-se em processo de desova (estádio C de ma-

turação gonadal) e o estudo de Muelbert1 (com. pess.) mostrou elevada concentração de ovos

nos primeiros estádios de desenvolvimento em amostras coletadas com rede Bongo na área.

1 J. H. Muelbert – FURG

Figura 46 – Engraulis anchoita: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 36%

IND 40% F 62%A 98%

J 2 %

100 m200 m

1500 m

Page 53: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

52 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No cruzeiro REVIZEE III, as anchoítas capturadas mediram de 84 a 155 mm de

comprimento total (Figura 47) e pesaram de 3,2 a 24,9 gramas. A equação que represen-

tou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 3 3 10–7 3 Lt 3,6396 (R2 5 0,9528; n 5 672).

Figura 47 – Engraulis anchoita: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

115 145130 160 1750

10

5

15

20

Lt (mm)

%

N = 67225

70 85 100

Os exemplares capturados na área de Cabo Frio não puderam ser analisados devi-

do ao estado de conservação; aqueles capturados ao largo de Paranaguá eram adultos,

predominando fêmeas (Figura 48).

Figura 48 – Engraulis anchoita: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 28%

F 72%A 100%

100 m200 m

1500 m

Page 54: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

53SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Diaphus dumerilii (Bleeker, 1856)

Família: Myctophidae

Espécie forrageira que habita os oceanos Índico e Atlântico tropical, ocorre em toda

a costa leste da América do Sul. Atinge cerca de 87 mm de comprimento padrão. Foi cap-

turada ao longo de toda a área de estudo, entre 200 e 900 m de profundidade (Figura 49).

No cruzeiro REVIZEE I, foram capturados 158 indivíduos medindo entre 38 e 95 mm

de comprimento total com 0,4 a 3,1 g de peso, os maiores indivíduos ocorreram na Região

Sul (Figura 49). A equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da

espécie, nesse período, foi:

Wt 5 3 3 10–6 x Lt 3,1625 (R2 5 0,9265; n 5 53).

Figura 49 – Diaphus dumerilii : distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiroREVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

%

100 m200 m

1500 m

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

%

N = 5050

20 30 40

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

N = 350

20 30 40

Devido à má conservação, os indivíduos coletados não apresentaram condições

para classificação quanto ao sexo e estádio de maturação gonadal.

No cruzeiro REVIZEE II foram capturados 401 exemplares com comprimento total

entre 28 e 95 mm e peso entre 0,18 e 6 gramas, estando os menores indivíduos na região

oceânica do Rio Grande do Sul (Figura 50). A equação que representou a relação peso (g)

– comprimento (mm) da espécie, nesse período, foi:

Wt 5 1 3 10–5 3 Lt 2,8448 (R2 5 0,9578; n 5 78).

Page 55: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

54 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 50 – Diaphus dumerilii: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiroREVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

%

N = 2150

20 30 40 100

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

%

N = 5750

20 30 40 100

Figura 51 – Diaphus dumerilii: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiroREVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

%

N = 11950

20 30 40 100

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

%

N = 30450

20 30 40 100

50 7060 80 900

20

10

30

40

Lt (mm)

%

N = 33950

20 30 40 100

Também não foi possível classificar os indivíduos coletados quanto ao sexo e está-

dio de maturação gonadal. A delicada constituição física dessa espécie requer maior cuida-

do para conservação e menor tempo para análise.

No cruzeiro REVIZEE III, foram capturados 41.075 indivíduos, cujos comprimentos

totais variaram entre 25 e 95 mm e os pesos entre 0,1 e 7,2 g (Figura 51). Os menores indi-

víduos foram capturados entre Paranaguá e Cabo de Santa Marta. A equação que repre-

sentou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie nesse período foi:

Wt 5 5 3 10–6 3 Lt 3,0739 (R2 5 0,821; n 5 762).

Page 56: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

55SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Nesse cruzeiro, a maioria dos exemplares capturados era jovem. Com relação aos

adultos, que também estavam em toda a região, as fêmeas ocorreram em maior número

(Figura 52).

Figura 52 – Diaphus dumerilii: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo indeter-minado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 5%IND 47%

F 48%

A 34%

J 66%

M 9%

IND 42% F 49%A 34%

J 66%

A 23%

J 77% M 1%IND 48%

F 51%

100 m200 m

1500 m

Bregmacerus cantori Milliken & Houde, 1984

Família: Bregmacerotidae

Espécie de hábitos pelágicos, comum no sudeste do Brasil, ocorre no Atlântico

Ocidental, desde o Golfo do México até o sul do Brasil. Alcança cerca de 57 mm de com-

primento-padrão. Foi encontrada na Região Sudeste-Sul do Brasil, entre 100 a 545 m de

profundidade.

Foram capturados 119 indivíduos no cruzeiro REVIZEE I, ao largo da Baía de Santos

e de Rio Grande, que mediram de 27 a 52 mm de comprimento total e pesaram de 0,09 a

0,82 g (Figura 52). A equação da relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse

período foi:

Wt 5 2 3 10–5 3 Lt 3,2584 (R2 5 0,9404; n 5 101).

Os exemplares coletados na área 3, Região Sul, apresentaram problemas de conser-

vação e não puderam ser analisados.

Page 57: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

56 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No REVIZEE II, não foi possível classificar os indivíduos com relação ao sexo e à

maturidade gonadal. Foram capturados 2.766 exemplares medindo de 34 a 59 mm de com-

primento total e pesando de 0,22 a 1,3 gramas. Os maiores indivíduos ocorreram na área

Figura 54 – Bregmacerus cantori: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 21% F 58%

A 96%

J 4%

IND 21%

100 m200 m

1500 m

Houve predominância de fêmeas adultas na área 2 (Figura 54); na área 3, as más

condições de conservação dos exemplares não permitiram a verificação dos sexos e a clas-

sificação dos estádios de maturidade das gônadas.

Figura 53 – Bregmacerus cantori: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

26 30 34 380

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 101

42 46 50 54

Page 58: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

57SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 55 – Bregmacerus cantori: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S26 30 34 38

0

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 118

42 46 50 54 58 62100 m200 m

1500 m

26 30 34 380

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 357

42 46 50 54 58 62

Figura 56 – Bregmacerus cantori: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

26 30 34 380

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 34

42 46 50 54 58 62100 m200 m

1500 m

26 30 34 380

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 93

42 46 50 54 58 62

26 30 34 380

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 699

42 46 50 54 58 62

No cruzeiro REVIZEE III foram capturados 11 905 exemplares da espécie, sendo a

grande maioria fêmeas. Os peixes mediram de 31 a 68 mm de comprimento total e pe-

saram de 0,1 a 1,9 gramas (Figura 56). A maior amplitude de comprimentos ocorreu na

área ao largo da Baía de Paranaguá. A equação que representou a relação peso (g) –

comprimento (mm) da espécie, nesse período foi:

Wt 5 2 3 10–6 3 Lt 3,2169 (R2 5 0,7198; n 5 826).

entre Paranaguá e Cabo de Santa Marta (Figura 55). A equação que representou a relação

peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período foi:

Wt 5 3 3 10–6 3 Lt 3,1235 (R2 5 0,8418; n 5 475).

Page 59: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

58 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

As gônadas analisadas apresentavam-se deterioradas, o que impediu sua classifi-

cação, mas, assim mesmo, foi possível verificar fêmeas maduras nessa época do ano.

Figura 56a – Bregmacerus cantori: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexoindeterminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 2%

F 96%

IND 2%

100 m200 m

1500 m

Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758

Família: Trichiuridae

Nome popular: Peixe-espada

O peixe-espada, Trichiurus lepturus, é uma espécie de hábitos demerso-pelágicos

que vive em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos. No Atlântico Ocidental

ocorre de Cape Cod (nordeste dos Estados Unidos), ao norte da Argentina. Alcança cerca

de 2 m de comprimento. Os jovens formam cardumes junto ao fundo durante o dia e à

noite deslocam-se para a superfície. Os adultos migram da superfície para o fundo à

noite. Alimentam-se de peixes e ocasionalmente de lulas e crustáceos. A espécie foi

encontrada ao longo de toda a área, sobre a plataforma (100 m) e no talude (1.098 m) da

Região do estudo.

Foram capturados 7.386 indivíduos no cruzeiro REVIZEE I em toda a área, os quais

apresentavam comprimento total variando de 45 a 1.560 mm e peso entre 0,9 e 2.478,6

gramas. Os menores indivíduos ocorreram na área 2 (Santa Catarina) e área 1 (Cabo Frio),

(Figura 57). A equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espé-

cie, nesse período foi:

Wt 5 1 3 10–6 3 Lt 2,5635 (R2 5 0,8076; n 5 22).

Page 60: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

59SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Nesse período, os exemplares capturados eram jovens (imaturos), sendo equiva-

lente a proporção entre fêmeas e machos (Figura 58).

Figura 57 – Trichiurus lepturus: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 22

60

70

80

250 450 650 850 1050 1250 1450

500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 371

60

70

80

300 550 800 1050 1300 1550

500

10

20

30

40

50

%

N = 912

60

70

80

300 550 800 1050 1300 1550Lt (mm)

Figura 58 – Trichiurus lepturus: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

IND 100%

J 100%

M 25%

IND 45%

F 30%

J 100%

J 100%

M 31%

IND 37%F 32%

100 m200 m

1500 m

No cruzeiro REVIZEE II, foram capturados 1 667 indivíduos que mediam de 130 a 2 040

mm de comprimento total e pesavam de 0,4 a 1 380 gramas. Os maiores ocorreram ao largo de

Florianópolis, enquanto os menores ao largo de Cabo Frio e no Rio Grande do Sul (Figura 59).A

equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie nesse período foi:

Wt 5 8 3 10–6 3 Lt 3,3078 (R2 5 0,9461; n 5 595).

Page 61: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

60 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No cruzeiro REVIZEE III houve captura de 629 indivíduos com comprimento total

variando de 38 a 1 415 mm e peso entre 0,02 e 1 958,7 gramas. Os menores ocorreram ao

largo do Rio Grande do Sul e os maiores no Rio de Janeiro (Figura 61). A equação que

Figura 59 – Trichiurus lepturus: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 760

200 350 500 650 800 950 11001250

500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 36660

200 350 500 650 800 950 11001250

500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 22260

300 550 800 1050 1300 1550 1850 2050

Figura 60 – Trichiurus lepturus distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

A 100%

M 52%

F 48%

A 100%

J 52%M 25%

IND 42%

F 33%

A 48%

M 67%

F 33%

100 m200 m

1500 m

A maior parte dos cardumes era composta por exemplares adultos, exceto na área

sul (Figura 60). Os machos predominaram na área 1 e 2 (entre Cabo Frio e Cabo de Santa

Marta) e as fêmeas na área 3. Do total de fêmeas, 17% apresentavam-se em estádio C de

maturação gonadal (em desova).

Page 62: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

61SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 61 – Trichiurus lepturus : distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

500

10

5

15

20

Lt (mm)

%

N = 125

250 450 650 850 10501250 1450

500

10

5

15

20

Lt (mm)

%

N = 248

250 450 650 850 10501250 1450

500

10

5

15

20

Lt (mm)

%

N = 216

200 400 600 800 10001200 1400 1600

Nesse período, a maioria dos exemplares capturados era adulta, sendo que fêmeas

e machos apresentavam-se em quantidades semelhantes ao longo de toda a Região

(Figura 62). Do total das fêmeas capturadas, 52,5% apresentavam-se em estádio C de matu-

ração gonadal. Como a captura de T. lepturus não foi afetada pela introdução da panagem

no saco da rede, esses dados indicam atividade reprodutiva da espécie.

Figura 62 – Trichiurus lepturus: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

A 87%

M 59%

F 41%

A 99 %

J 15% M 39%

IND 15%

F 46%

A 85%

M 63%

F 46%

J 13%

IND 1%

J 1%

100 m200 m

1500 m

representou a relação peso (g)-comprimento (mm) da espécie, nesse período foi:

Wt 5 8 3 10–7 3 Lt 3,287 (R2 5 0,9923; n 5 589).

Page 63: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

62 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Saurida caribbaea Breder, 1927

Família: Synodotidae

Nome popular: Peixe-lagarto

Espécie demersal encontrada entre 20 e 460 m de profundidade, alcança cerca de

18 cm de comprimento total. Ocorre no oceano Atlântico Ocidental, da Flórida até o

Uruguai. Duas espécies do gênero Saurida ocorreram na área do estudo: S. brasiliensis e S.

caribbaea. No primeiro cruzeiro (REVIZEE I), esses peixes estiveram presentes em poucos

lances e a maioria foi identificada apenas ao nível de gênero (Saurida spp).

No cruzeiro REVIZEE I, foram capturados e identificados 110 exemplares da espécie

S. caribbaea, medindo de 50 a 107 mm de comprimento total e pesando de 0,6 a 6,1 gra-

mas (Figura 63). A equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da

espécie, nesse período foi:

Wt 5 1 3 10–5 3 Lt 2,8222 (R2 5 0,9512; n 5 110).

Figura 63 – Saurida caribbaea: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

100

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 5060

30 50 70 90 110 130 150

100

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 6060

30 50 70 90 110 130 150

Na área 2, os peixes capturados eram na maioria adultos com predominância de

fêmeas. Na área 3, houve equivalência entre o número de peixes jovens e adultos, sendo

que dos adultos a maior quantidade era composta por fêmeas (Figura 64).

Page 64: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

63SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 64 – Saurida caribbaea: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, ao longo da área de estudo, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 31%

F 53%A 65%

J 35%

IND 16%

M 21%

F 46%

A 45%

J 55%

IND 33%

100 m200 m

1500 m

No cruzeiro REVIZEE II, os 3 087 exemplares capturados apresentaram comprimen-

tos variando de 50 a 127 mm e peso de 0,5 a 10,7 gramas. Os menores ocorreram na área

3, ao largo do Rio Grande do Sul (Figura 65). A equação que representou a relação peso (g)

– comprimento (mm) da espécie, nesse período foi:

Wt 5 4 3 10–6 3 Lt 3,0435 (R2 5 0,9697; n 5 308).

Figura 65 – Saurida caribbaea: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

100

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 28860

30 50 70 90 110 130 150

Lt (mm)10

0

10

20

30

40

50

%

N = 2060

30 50 70 90 110 130 150

Page 65: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

64 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A maioria dos exemplares capturados era formada por jovens com sexo indetermi-

nado. As fêmeas foram maioria na costa do Rio Grande do Sul (Figura 66).

Figura 66 – Saurida caribbaea: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 15%F 25%

A 11%

J 89% IND 60%

M 8%

F 50%

A 25%

J 75%

IND 42%

100 m200 m

1500 m

No cruzeiro REVIZEE III, a espécie apresentou distribuição mais ampla, ocorrendo ao

longo de toda a área do estudo. Foram capturados 5.539 indivíduos, com comprimentos va-

riando de 22 a 137 mm e peso de 0,02 a 12,3 gramas (Figura 67). A equação que representou

a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período foi:

Wt 5 2 3 10–6 3 Lt 3,1878 (R2 5 0,9845; n 5 841).

Figura 67 – Saurida caribbaea: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

100

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 7060

30 50 70 90 110 130 150

Lt (mm)10

0

10

20

30

40

50

%

N = 54060

30 50 70 90 110 130 150

Lt (mm)10

0

10

20

30

40

50

%

N = 20460

30 50 70 90 110 130 150

Page 66: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

65SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Nesse período, a maioria dos indivíduos era jovem com sexo indeterminado. Os

adultos ocorreram em maior número na área ao norte do Cabo de Santa Marta até Cabo

Frio (Figura 68).

Figura 68 – Saurida caribbaea: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 7%

IND 62% F 31%

A 36%

J 64%

M 22%

IND 51%

F 27%

A 42%

J 58%

A 5%

J 95%

M 2%

IND 93%

F 5%

100 m200 m

1500 m

Synagrops spinosus Schultz, 1940

Família: Acropomatidae

Espécie demersal que habita regiões com fundos de areia ou lama entre 70 e 600

m de profundidade, ocorre nos oceanos Pacífico e Atlântico Ocidental, distribuindo-se,

neste último, desde o Golfo do México até o Uruguai.

No cruzeiro REVIZEE I, foram capturados 135 exemplares cujos comprimen-

tos variaram de 42 a 86 mm e pesos de 1,5 a 12,9 gramas (Figura 69). A equação que

representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, nesse período foi:

Wt 5 2 3 10–5 3 Lt 3,071 (R2 5 0,9731; n 5 116).

Page 67: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

66 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

S. spinosus ocorreu apenas em três lances de pesca, sendo que ao sul de Santos

todos os exemplares eram adultos. No sul de Rio Grande houve captura de jovens, mas pre-

dominaram peixes adultos, sendo a maioria fêmeas (Figura 70).

Figura 69 – Synagrops spinosus: distribuição de freqüência de comprimento, ao longo da área de estudo, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 1360

40 60 80 100 120

100 m200 m

1500 m

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 10360

40 60 80 100 120

Figura 70 – Synagrops spinosus: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

IND 8%

F 92%

A 100%

M 12%

F 62%A 61%

J 39%

IND 26%

100 m200 m

1500 m

Page 68: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

67SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No cruzeiro REVIZEE II, foram coletados 1 014 exemplares, que mediram de 36 a 102

mm e pesaram de 0,5 a 11,8 gramas (Figura 71). A equação que representou a relação peso

(g) – comprimento (mm) da espécie, neste período foi:

Wt 5 1 3 10–5 3 Lt 2,9322 (R2 5 0,9757; n 5 258).

Figura 71 – Synagrops spinosus: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 6660

40 60 80 100 120

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 19260

40 60 80 100 120

100 m200 m

1500 m

Essa espécie ocorreu principalmente na costa de Santa Catarina e Rio Grande do

Sul, predominando os indivíduos fêmeas e jovens (Figura 72).

Figura 72 – Synagrops spinosus: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

IND 66%

F 29%

J 100%

M 5%

F 48%

J 81%

A 19%

IND 52%

100 m200 m

1500 m

Page 69: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

68 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No cruzeiro REVIZEE III, 6 985 exemplares coletados apresentaram comprimento

total variando de 29 a 119 mm e peso de 0,2 a 19 gramas (Figura 73). A equação que repre-

sentou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie nesse período foi: Wt 5 7 3

10–6 3 Lt 3,0993 (R2 5 0,9758; n 5 1 113).

Figura 73 – Synagrops spinosus: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 36760

40 60 80 100 120

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 38660

40 60 80 100 120

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 36060

40 60 80 100 120

A espécie foi capturada entre Cabo Frio e Florianópolis e ao sul de Rio Grande, pre-

dominando indivíduos jovens de sexo indeterminado (Figura 74).

Figura 74 – Synagrops spinosus: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 14%

IND 63%

F 23%

A 23%

J 77%

M 3%

IND 87%

F 10%

A 10%

J 90%

A 13%

J 87% M 4%

IND 74%

F 22%

100 m200 m

1500 m

Page 70: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

69SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Merluccius hubbsi Marini, 1933

Família: Merlucciidae

Nome popular: Merluza

Espécie demersal-pelágica que habita a plataforma e o talude continental entre 50

e 500 m de profundidade. Durante o dia, esta espécie se encontra nas proximidades do

fundo e, à noite, migra para camadas mais superficiais. Ocorre no Atlântico Sul Ocidental,

do Estado do Rio de Janeiro até 54° S, na Argentina. Atinge cerca de 1 m de comprimento

total, os adultos se alimentam de peixes e lulas e os jovens de crustáceos pelágicos.

No cruzeiro REVIZEE I, 477 exemplares dessa espécie foram capturados, predomi-

nantemente ao sul de Rio Grande, com comprimentos variando de 38 a 325 mm (Figura 75)

e pesos de 0,2 a 243,6 gramas. A equação que representou a relação peso (g) – comprimen-

to (mm) da espécie, neste período foi:

Wt 5 2 3 10–6 3 Lt 3,2554 (R2 5 0,9856; n 5 6).

Figura 75 – Merluccius hubbsi: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

IND 67%

J 100%

M 33%

J 67%

A 33%

IND 100%

100 m200 m

1500 m

A maioria dos peixes coletados era jovem, exceto por dois indivíduos adultos (de

256 e 325 mm de comprimento total) capturados na região ao sul da Ilha de Florianópolis

(Figura 76).

Page 71: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

70 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

No cruzeiro REVIZEE II, a espécie foi capturada principalmente na costa de Santa

Catarina, ocorrendo também no Rio Grande do Sul em menor número. Os indivíduos cap-

turados (173) mediram de 32 a 160 mm de comprimento total (Figura 77) e pesaram de 0,2

a 26 gramas. A equação que representou a relação peso (g) – comprimento (mm) da espé-

cie, nesse período foi:

Wt 5 3 3 10–6 3 Lt 3,1314 (R2 5 0,9741; n 5 173).

Figura 76 – Merluccius hubbsi: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE I.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

IND 67%

J 100%

M 33%

J 67%

A 33%

IND 100%

100 m200 m

1500 m

Figura 77 – Merluccius hubbsi: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 146

60

70

80

50 80 110 140 170 200 230 260 290 320

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 27

60

70

80

50 80 110 140 170 200 230 260 290 320

Page 72: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

71SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

As amostras foram representadas por indivíduos jovens, sendo identificadas

fêmeas apenas na área sul (Figura 78).

Figura 78 – Merluccius hubbsi: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

J 100%

F 15%

IND 85%

J 100% IND 100%

100 m200 m

1500 m

No cruzeiro REVIZEE III, 190 exemplares foram capturados ao sul de Rio Grande,

entre Santos e Itajaí (SC) e ao largo da Baía de Guanabara. Os indivíduos mediram de

24 mm (0,07 gramas) a 142 mm (19,5 gramas), (Figura 79). A equação que representou a

relação peso (g) – comprimento (mm) da espécie, neste período foi:

Wt 5 3 3 10–6 3 Lt 3,144 (R2 5 0,9883; n 5 180).

Figura 79 – Merluccius hubbsi: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 4

60

70

80

50 80 110 140 170 200 230 260 290 320

200

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 92

60

70

80

50 80 110 140 170 200 230 260 290 320

200

10

20

30

40

50

%

N = 84

60

70

80

50 80 110 140 170 200 230 260 290 320Lt (mm)

Page 73: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

72 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os indivíduos coletados eram jovens, sendo a maioria com sexo indeterminado;

fêmeas foram identificadas em pequeno número na áreas 2 e 3 e machos, somente na área

3 (Figura 80).

Figura 80 – Merluccius hubbsi: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE III.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

IND 97%

F 3%A 2%

J 98%

M 2%

IND 95%

F 3%

J 100% IND 100%

J 100%100 m200 m

1500 m

Balistes capriscus Gmelin, 1788

Família: Balistidae

Nome popular: Peixe-porco

O peixe-porco é uma espécie demersal-pelágica que vive no Atlântico Ocidental,desde

Nova Scotia (Canadá) até a Argentina. Alcança pelo menos 44 cm de comprimento furcal e ali-

menta-se preferencialmente de invertebrados.Estudos anteriores indicaram que a espécie vive

em águas de até 50 m de profundidade sobre fundos de areia e lama.Entretanto,neste estudo,

sua ocorrência foi registrada em áreas com profundidades entre 116 e 719 m.

A espécie foi capturada somente no cruzeiro REVIZEE II, no qual 1.063 indivíduos

mediram entre 135 e 349 mm de comprimento furcal e pesaram de 54,8 e 816,5 gramas. A

maior abundância foi encontrada formando cardume mono-específico ao largo de Cabo

Frio, na profundidade de 719 m, onde predominaram indivíduos entre 230 e 240 mm de

comprimento furcal (Figura 81). A equação que representou a relação peso (g) – compri-

mento (mm) da espécie, neste período foi:

Wt 5 5 310–5 3 Lf 2,8581 (R2 5 0,9826; n 5 63).

Page 74: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

73SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A maioria dos peixes coletados na área 1, Cabo Frio, era adulta, sendo que alguns

apresentaram gônadas desovadas (estádio D de maturação). Houve equivalência entre o

número de fêmeas e machos capturados. Na área 3, ao sul do Cabo de Santa Marta Grande,

foram capturados somente dois indivíduos jovens.

Figura 81 – Balistes capriscus: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

1200

1020304050

Lt (mm)

%

N = 213

60708090

100

140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

1200

1020304050

Lt (mm)

%

N = 2

60708090

100

140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

Figura 82 – Balistes capriscus: distribuição de jovens e adultos, machos, fêmeas e indivíduos de sexo inde-terminado, na Região Sudeste-Sul, no cruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S

M 55%

F 45%A 100%

J 100%

100 m200 m

1500 m

Page 75: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

74 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Prionotus punctatus (Bloch, 1797)

Família: Triglidae

Nome popular: cabrinha

Espécie demersal que ocorre no Atlântico Ocidental, da América Central (Belize) até a

Argentina,alcança pelo menos 43 cm de comprimento e vive em fundos de areia e lama,entre

10 e 190 m de profundidade. Alimenta-se de crustáceos em geral e de pequenos peixes.

Somente no cruzeiro REVIZEE II houve captura da espécie, sendo coletados 73 exem-

plares sobre a plataforma continental (120 m), na área 2 e 3, cujos comprimentos e pesos

variaram de 270 a 410 mm e de 221,2 a 870 gramas. A equação que representou a relação

peso-comprimento da espécie, nesse período foi:

Wt 5 9 3 10–6 3 Lt 3,0511 (R2 5 0,9294; n 5 73).

Não foi realizada a análise dos estádios de maturação sexual dos exemplares.

Figura 82 – Prionotus punctatus: distribuição de freqüência de comprimento, na Região Sudeste-Sul, nocruzeiro REVIZEE II.

Santos

Paranaguá

Cabo de São Tomé

Cabo de Santa Marta

Rio Grande

Bco. Alm.Saldanha

50˚ W 44˚ W 42˚ W48˚ W 46˚ W 40˚ W 38˚ W52˚ W54˚ W

28˚ S

30˚ S

26˚ S

32˚ S

24˚ S

34˚ S

22˚ S

36˚ S100 m

200 m1500 m

2500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 6960

270 290 310 330 350 370 390 410

2500

10

20

30

40

50

Lt (mm)

%

N = 460

270 290 310 330 350 370 390 410

Page 76: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

75SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A captura de 172 espécies de peixes de pequeno porte traz importante conheci-

mento sobre a diversidade dessa fauna que habita a plataforma externa e o talude da

Região Sudeste-Sul. Nesse sentido, a introdução de um saco interno à rede, a partir do

segundo cruzeiro, muito contribuiu para a captura de 17 espécies ainda não registradas

para o Brasil e uma espécie nova, ainda não descrita (Peristedion sp).

A maioria das espécies capturadas é normalmente encontrada em águas tropicais

e subtropicais de outros oceanos, com exceção de Anthias menezesi, Peristedion altipinnis,

Sardinella brasiliensis e Sphyraena tome, que são endêmicas do Brasil.

O maior número de espécies capturadas no cruzeiro REVIZEE II (outono de 1997)

pode ser atribuído à intrusão da ACAS sobre a plataforma na baía de Santos, à ressurgên-

cia de quebra de plataforma em Santa Catarina e a águas frias presentes na plataforma ao

sul do Cabo de Santa Marta Grande (Gandini & Madureira, este volume).

De acordo com Soares et al. (2005), a diminuição do número de espécies compon-

do os cardumes das águas costeiras para as águas oceânicas está relacionada com a maior

estabilidade oceanográfica desse último ambiente. Os mesmos autores citam a com-

posição diferenciada dos cardumes presentes em áreas costeiras (onde predominam espé-

cies das ordens Clupeiformes, Perciformes e Tetraodontiformes) daqueles presentes na

plataforma externa, quebra da plataforma e no talude (que são constituídos por Perci-

formes, Aulopiformes, Gadiformes, Stomiiformes e Myctophiformes).

Os cardumes capturados nos três cruzeiros foram, em geral, multiespecíficos, com-

postos por um número muito variável de espécies sendo poucos os monoespecíficos

como alguns de M. stehmanni e E. anchoita, (e um caso de B. capriscus). A maioria das espé-

cies encontradas realiza migração nictemeral, concentrando-se durante o dia no fundo e à

noite na superfície (Soares et al., 2005), o que explica a presença de algumas espécies dem-

ersais junto à fauna pelágica.

O peixe-lanterna, Maurolicus stehmanni, foi a espécie mais abundante e com dis-

tribuição mais ampla ao longo da área pesquisada, tendo sido capturado em todos os

períodos de amostragem. Presentes desde os 100 até os 1.480 m de profundidade, as den-

sidades dessa espécie variaram entre as épocas do ano, tendo sido estimados valores de

biomassa entre 456 760 e 1 047 289 toneladas (Madureira et al, 2005).

De modo geral, os maiores indivíduos da espécie foram encontrados na área entre

Santos e o Cabo de Santa Marta Grande, e os menores entre Cabo Frio e Santos. A presença

de exemplares imaturos (jovens) em toda a área do estudo, nas três épocas de coleta, per-

mitiu especular sobre o fato de a desova e o recrutamento se darem ao longo do ano todo,

fato comprovado por Almeida (2001) através da análise de cortes histológicos de gônadas

e da distribuição espaço-temporal de estádios de maturidade de fêmeas.

Com relação à proporção sexual, não foi constatado qualquer padrão na distribui-

ção de machos e fêmeas que revelasse segregação sexual dos cardumes em algumas

épocas do ano, fato relatado por Young et al. (1987) para M. muelleri.

O peixe-lanterna se alimenta de zooplâncton e é componente da dieta de várias

espécies pelágicas de grande porte capturadas na área investigada, como Thunnus

albacares, T. alalunga, T. obesus, T. atlanticus, Katsuwonus pelamis, Xyphias gladius, Istiophorus

albicans, Coryphaena hippurus, Trichiurus lepturus), de espécies de fundo como Beryx splen-

dens, Bembrops heterurus, Polymixia lowei, Lophius gastrophysus, Zenopsis conchifera,

Helicolenus lahillei, Antigonia capros, Urophycis mystacea (Zavala-Camim, 1981; Muto et

al.,2005; Nascimento, 2006), bem como de lulas (Santos & Haimovici, 1997).

A espécie apresenta alta resiliência e o tempo mínimo de duplicação da população

DISCUSSÃO

Page 77: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

76 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

é menor do que 15 meses (www.FishBase.org).Tem ciclo de vida curto de oito meses, com-

primento máximo de 55 mm (Bellucco et al., 2004), sendo a primeira maturação alcançada

aos 32 mm (Almeida, 2001).

A anchoíta, E. anchoita, cuja principal área de ocorrência era considerada como

sendo a plataforma interna, desde 20 até 150 m de profundidade (Castello, 2005), teve seu

limite batimétrico estendido para os 200 m, sendo que no cruzeiro REVIZEE II (out-

ono/1997) uma biomassa de 470.000 toneladas foi detectada na área entre Paranaguá e

Florianópolis, associada a uma intrusão de ACAS sobre a plataforma (Madureira et al., 2005;

Gandini & Madureira, este volume). A maioria dos peixes dessa agregação estava em

processo de desova, fato corroborado pela presença de ovos em início de desenvolvimen-

to coletados por rede tipo Bongo e relatada por Muelbert e colaboradores (com. pess.)

Essa concentração de anchoíta traz novos dados sobre a hipótese da existência de

dois estoques da espécie ao longo da Região Sudeste-Sul: um ao norte do Cabo de Santa

Marta Grande e outro ao sul, compartilhado com o Uruguai e a Argentina (Lima & Castello,

1995; Vaz-dos-Santos et al.,2006). Neste sentido, a grande biomassa desovante detectada

pertenceria ao primeiro estoque, cujo pico de desova ocorre no outono; o segundo

estoque, teria desova no inverno-primavera, quando peixes adultos migram de águas

argentinas e uruguaias, em conseqüência da entrada de águas frias provindas das

Malvinas, mas não foi observado durante os cruzeiros.

Nos demais períodos de coleta, a presença da espécie foi esporádica e limitada a

pequenas concentrações localizadas principalmente ao sul da área prospectada, mas é

preciso lembrar que os cruzeiros dessa prospecção se limitaram as isóbatas maiores do

que 100 m, sendo realizadas poucas coletas sobre a plataforma continental, na qual E.

anchoita é normalmente encontrada em maior densidade.

A anchoíta é uma importante espécie forrageira na plataforma interna e parte da

externa da Região pesquisada. Para sua alimentação, que varia conforme a fase de vida, uti-

liza copépodos calanoides, eufausiáceos e anfípodas e, raramente, diatomáceas e dinofla-

gelados (Schwingel, 1991). Entre seus principais predadores no ambiente pelagial está o

peixe-espada, Trichiurus lepturus (Martins, 1992) e entre os peixes demersais estão

Cynoscion guatucupa, Merluccius hubbsi, Scomber japonicus, Sarda sarda e o peixe-sapo, L.

gastrophysus (Castello, 1997; Muto et al., 2005).

Esse Engraulididae apresenta resiliência média e o tempo mínimo de duplicação da

população é de 1,4 a 4,4 anos, sendo que no Brasil não foram encontrados exemplares com

idade superior a 3 anos (www.FishBase.org). O período reprodutivo é extenso, durante o

qual cada fêmea desova a cada 15 dias. No Brasil, não foram encontrados exemplares com

idade superior a três anos (Castello, 1997).

O peixe-espada, Trichiurus lepturus, apresenta ampla distribuição, desde águas estu-

arinas até regiões oceânicas, sendo capturado por quase todas as modalidades de pesca

utilizadas na Região Sudeste-Sul (Magro, 2006). Segundo Haimovici et al. (1996), a espécie

é encontrada principalmente na quebra da plataforma continental e desova na região

costeira. Durante os levantamentos realizados, a espécie foi localizada ao longo de toda a

área do estudo, de 100 até 1.098 m de profundidade.

Durante as prospecções realizadas as maiores biomassas do peixe-espada estavam

localizadas nas áreas de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde havia dom-

inância de águas com temperaturas inferiores a 20 °C; ao norte de São Paulo, com domínio

de água tropical (Madureira et al., 2005) as capturas foram menores. A biomassa variou em

torno de 150.000 toneladas, sendo a estimativa máxima para o cruzeiro REVIZEE III (de pri-

mavera-verão de 1997) e mínima de 109 076 toneladas no REVIZEE II (de outono)

(Madureira, op cit.)

Até pouco tempo, essa espécie não era alvo específico das pescarias na Região

Sudeste-Sul, sendo os exemplares pequenos descartados pela maioria dos barcos das fro-

tas. No entanto, informações recentes mostram que a influência dessa prática estaria levan-

do o estoque à sobrepesca, mesmo antes de se tornar alvo das pescarias (Magro, 2006).

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77SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

A dominância nas capturas de peixes adultos corrobora as evidências apresentadas

por Haimovici et al. (1998) e Magro (2005), de que os jovens dessa espécie ficam concen-

trados, para seu crescimento na área costeira e sobre a plataforma interna, enquanto os

adultos habitam áreas mais profundas, onde se reproduzem. No cruzeiro de REVIZEE III (pri-

mavera-verão) foram registradas 52,5 % de fêmeas em estádio de desova.

A espécie apresenta hábito demerso-pelágico, formando cardumes que realizam

migrações verticais para alimentação, a qual é constituída de pequenos peixes pelágicos

(Magro, 2005). Sobre esse assunto deve ser apontado o fato da presença conjunta da espé-

cie e de Maurolicus stehmanni, em muitos cardumes, mostrando a relação predador-presa

existente entre elas na plataforma externa, também analisada por Martins (1992) e Muto et

al. (2005). Por sua vez, o peixe-espada serve de alimento para alguns atuns como: Thunnus

alalunga, T. albacares, T.obesus, Xiphias gladius, e para os agulhões Istiophorus albicans e

Tetrapterus albidus (Zavala-Camim, 1981).

O peixe-espada apresenta resiliência média e tempo de duplicação da população

variável entre 1,4 e 4,4 anos (www. FishBase.org). A idade máxima registrada para o Brasil é

14 anos (Magro, 2006).

Arioma bondi, no cruzeiro REVIZEE III, destacou-se por ter sido relativamente abun-

dante e apresentar ampla distribuição na plataforma externa e no talude, havendo regis-

tros anteriores para as profundidades entre 54 e 220 m (Figueiredo & Menezes, 2000).

Podendo chegar a 23 cm de comprimento-padrão, os adultos desta espécie são demer-

sais ou batipelágicos, enquanto os jovens são epipelágicos. Alimenta-se de crustáceos bentôni-

cos e são de grande importância na alimentação de grandes peixes pelágicos, como Thunnus

albacares, T. alalunga, Katsuwonus pelamis, Xiphias gladius, Istiophorus albicans, Tetrapterus

albidus, Coryphaena hippurus e de Acanthocybium salandri, comuns na área prospectada

(Zavala-Camim,1981).A espécie também faz parte da dieta de dois peixes demersais de importân-

cia comercial na Região,L.gastrophysus e a merluza,conforme relatado por Muto et al.(2005).

A resiliência de A. bondi é alta e o tempo médio de duplicação da população é

menor do que 15 meses (www. FishBase.org).

Por seu tamanho, aspecto/consistência (semelhantes ao da sardinha verdadeira e

da anchoíta) e quantidade capturada, A. bondi merece estudos mais detalhados sobre seu

ciclo de vida e sobre a avaliação do estoque, antes que se torne alvo da pesca, que já existe,

por exemplo, em alguns países da África (www. FishBase.org).

O mictofídeo, Diaphus dumerilli, foi capturado em profundidades superiores a 200

m durante todo o período do estudo, compondo cardumes multiespecíficos (Soares et al.,

2005). A grande maioria de exemplares jovens nos três cruzeiros, bem como a presença de

fêmeas adultas e maduras, sugere que essa espécie, assim como outros mictofídeos, se

reproduz o ano todo. A idade máxima registrada é de um ano, a resiliência é alta e o tempo

mínimo de duplicação da população é menor do que 15 meses (www. FishBase.org).

D. dumerilli alcança no máximo 60 mm de comprimento e faz parte daquele grupo

de espécies forrageiras com importância na alimentação de outras espécies. Assim, no

ecossistema investigado, entre os peixes que dela se alimentam são encontrados: Thunnus

albacares, Coryphaena hippurus, Merluccius hubbsi, Zenopsis conchifera, Caelorinchus marinii,

Malacocephalus occidentalis, Helicolenus lahillei, Polymixia lowei e Trichiurus lepturus e lulas

(Zavalla Camim, 1981; Muto et al., 2005; Santos & Haimovici, 1997), A alimentação desse

Myctophidae é composta por crustáceos planctônicos.

Saurida caribbaea (peixe-lagarto) embora considerada como espécie de fundo, foi

capturada pela rede de arrasto de meia-água devido às migrações verticais diárias que real-

iza. Chega a 18 cm de comprimento, apresenta resiliência alta e o tempo mínimo de dupli-

cação da população é inferior a 15 meses (www. FishBase.org). Na área entre 100 e 900 m

foram coletadas fêmeas adultas.

Essa espécie de Synodontidae é importante alimento para Thunnus albacares, Xiphias

gladius, Coryphaena hippurus, Istiophorus albicans, (Zavala-Camim, 1981) e, por sua vez se ali-

menta de peixes.

Page 79: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

78 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Synagrops spinosus é uma espécie demersal, que foi encontrada desde 100 até 600

m de profundidade e chega a atingir 13 cm de comprimento. Nos arrastos de meia-água

foram capturados exemplares entre 2,9 e 11,9 cm, havendo predomínio de jovens no out-

ono e na primavera-verão. A predominância nas capturas de fêmeas adultas no outono

sugere desova neste período. Apresenta resiliência média e o tempo mínimo de dupli-

cação da população é estimado entre 1,4 e 4,4 anos (www. FishBase.org).

Essa espécie constitui importante item alimentar do peixe sapo, Lophius gastro-

physus, do cara-de-rato, Malacocephalus occidentalis, de Polymixia lowei e da merluza (Muto

et al., 2005).

A cabrinha, Prionotus punctatus, espécie que, em virtude da escassez de outros

recursos, tornou-se um importante recurso demersal para a frota de arrasto (Haimovici,

2005), foi capturada no talude. Alcança cerca de 45 cm em 8 anos e tem desovas múltiplas,

principalmente no verão (Haimovici, 2005). Apresenta resiliência baixa e tempo mínimo de

duplicação entre 4,5 e 14 anos (www. FishBase.org). Esse Triglidae é consumido por

Squatina guggenheim e outros eslamobrânquios (www. FishBase.org).

Fazendo parte de cardumes com dominância de M. stehmanni e/ou de E. anchoita,

Bregmacerus cantori foi capturado apenas entre 100 e 200 m de profundidade (Soares et

al., 2005). Constitui alimento de Thunnus albacares e dos agulhões, entre os peixes pelági-

cos e de Caelorinchus marinii, Malacocephalus occidentalis, do sarrão, Helicolenus lahillei e de

Polymixia lowei, entre os peixes demersais, utilizando em sua dieta Maurolicus stehmanni

(Zavala-Camim, 1981; Muto et al., 2005).

Os Myctophidae em geral, dentre eles Diaphus dumerilii, que se alimentam de

crustáceos planctônicos, têm elevada resiliência e tempo mínino de duplicação da popu-

lação em torno de 15 meses (www.FishBase.org). São encontrados no estômago da grande

maioria dos atuns e afins, principalmente de Thunnus albacares, e de Coryphaena hypurus,

bem como no de vários peixes demersais (Beryx splendens, Caelorinchus marinii,

Malacocephalus occidentaleis, Helicolenus lahillei, Zenopsis cpnchifera, Lophius gastrophysus,

Cynoscion guatucupa, Squatina sp), além de serem muito importantes na dieta das lulas (

Zavala-Camim, 1981, Muto et al, 2005; Santos & Haimovici, 1997).

A merluza, Merluccius hubbsi, tem resiliência baixa e o tempo mínimo de duplicação

da população varia entre 4,5 e 14 anos (www. FishBase.org). No Brasil, não são encontrados

exemplares com idade superior a 6 anos (Vaz-dos-Santos, 2006). A espécie, considerada

demersal, foi relativamente freqüente nos arrastos de meia-água principalmente na fase

jovem. Serve de alimento para T. albacares, T. alalunga e Xiphias gladius e se alimenta prin-

cipalmente de anchoíta e de mictofídeos, ocorrendo também canibalismo.

Como foi apresentado, muitos são os exemplos de relações tróficas existentes entre

as espécies pelágicas de pequeno, médio e grande porte encontradas na plataforma exter-

na e no talude superior da Região Sudeste-Sul brasileira. Dessa forma, acredita-se que a

maior parte das espécies capturadas nos lances com rede de meia-água, e que apresentam

tamanho reduzido, ciclo de vida curto e elevada freqüência reprodutiva é provavelmente

a responsável pela manutenção da produção de peixes do ecossistema de profundidade,

tanto ao nível do ambiente pelágico quanto do de fundo. Entretanto essa hipótese merece

estudos e deve ser investigada para que seja melhor compreendida o papel dessas espé-

cies no ambiente pelágico.

A presença ou ausência dessa fauna de peixes denominados de forrageiros, é

uma medida ou indicador da distribuição e da abundância dos grandes peixes de

importância comercial, bem como de aves e mamíferos marinhos; variações em suas dis-

tribuições espaço-temporais podem refletir mudanças ambientais e afetar a abundância

de seus predadores.

Com relação á presença de estoques com potencial de exploração, os únicos que

podem ser assim considerados são: o da anchoíta, o do peixe-espada e o da merluza. Os

demais, embora abundantes não apresentam, no momento, condições de explotação.

Page 80: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

79SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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80 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

ANEXOS

Anexo 1Escala macroscópica de desenvolvimento gonadal.

• A 5 imaturo ou virgem – os ovários são muito pequenos, dispostos bem juntos

à parede dorsal, ocupando menos de 1/3 da cavidade celomática; são filamen-

tosos, translúcidos, sem sinais de vascularização, não sendo observados ovóci-

tos a olho nu. As gônadas não atingem o poro genital, estando ligadas a este

pelos ovidutos, de diâmetro muito reduzido. Os testículos são reduzidos, fili-

formes, translúcidos, com posição semelhante à do ovário.

• B 5 em maturação – os ovários são maiores, ocupando de 1/3 a 2/3 da cavidade

celomática, intensamente vascularizados, aproximando-se mais do poro geni-

tal, sendo que o oviduto apresenta-se como uma lâmina delgada, em forma de

tubo, transparente e vazia. A olho nu observam-se ovócitos opacos, pequenos e

médios. Os testículos apresentam-se desenvolvidos, com forma lobulada, e sua

membrana rompe-se sob forte pressão, eliminando esperma leitoso e viscoso.

• C 5 maduro – os ovários apresentam-se túrgidos, ocupando de 2/3 à totalidade

da cavidade celomática, podendo-se visualizar um grande número de ovócitos

grandes opacos e/ou translúcidos, que podem ocupar, inclusive, os ovidutos.

Inicialmente, a vascularização é reduzida, tornando-se imperceptível no final. Os

testículos apresentam-se túrgidos, esbranquiçados, ocupando grande parte da

cavidade celomática; com fraca pressão rompe-se sua membrana, fluindo

esperma menos viscoso que no estádio anterior.

• H 5 hidratado – Ovários maduros, apresentando ovócitos hidratados, translúci-

dos, que indicam desova iminente.

• D 5 esvaziado “em recuperação” – os ovários apresentam-se flácidos, com

membranas distendidas e aspecto hemorrágico, ocupando menos de 1/3 da

cavidade celomática; observam-se poucos ovócitos (em absorção), muitas

vezes formando grumos esbranquiçados; a característica mais marcante é a pre-

sença de grumos hemorrágicos. Os testículos apresentam-se flácidos, com

aspecto hemorrágico; a membrana não se rompe sob pressão.

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81SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Espécies FamíliasREVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III

TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Anoplogaster cornuta Anoplogasteridae 3 3

Ariomma melanum Ariommidae 27 27

Chauliolus sloani Chauliodontidae 3 3

Desmodena polysticum Trachipteridae 1 1

Diplophos australis Gonostomatidae 2 2

Diplophos taenia Gonostomatidae 2 1 3

Eumecichthys fiski Lophotidae 1 1

Gonostoma elongatum Gonostomatidae 1 1

Gymnoscopelus nicholsi Myctophidae 1 1

Lestidiops jayakari Paralepididae 1 14 15

Margrethia obtusirostre Gonostomatidae 1 1

Peristedium sp. Peristediidae 1 1

Psenes arafurensis Nomeidae 3 3

Pseudoscopelus altipinnis Chiasmodontidae 12 1 13

Pteraclis carolinus Bramidae 1 1

Sargocentron bullisi Holocentridae 3 3

Stemonosudis intermedia Paralepididae 1 1 2

número total de indivíduos 4 28 49número de espécies 2 11 8número de famílias 2 9 8

Anexo 2 Número de indivíduos das espécies e famílias registradas pela 1ª vez na RegiãoSudeste-Sul.

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82 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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83SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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Anexo 4Peso dos exemplares (gramas) capturados em cada lance de pesca, no CruzeiroREVIZEE I (inverno/1996).

1 Anoplogaster cornuta 1.1

2 Antigonia capros 0.3

3 Argentina striata 0.1

4 Ariomma bondi 0.7 46.4 1.8

5 Benthodesmos elongatus 3.6

6 Bregmacerus atlanticus 8.2

7 Bregmacerus cantori 36.6 3.2

8 Caulolatilus chrysops

9 Chlorophthalmus agassizi 0.4

10 Coccorella atlantica 29.4

11 Cynoscion guatucupa

12 Cynoscion jamaicensis

13 Diaphus brachycephalus

14 Diaphus dumerilii 168.3 5.1

15 Diaphus garmani 26.2

16 Diaphus holti 1.5

17 Diaphus mollis

18 Diaphus perspicillatus 2.8

19 Diaphus problematicus 10.2

20 Diplophos maderensis 36.4

21 Engraulis anchoita 39.4

22 Evoxymetopon taeniatus

23 Lepidophanes guentheri 275.3

24 Lepidopus altifrons

25 Lestidium atlanticum 0.3

26 Lestrolepis intermedia 1.6

27 Lophius gastrophysus 2.0

28 Maurolicus stehmanni 1.0 11113.0 8770.0 108.6 1680.0

29 Merluccius hubbsi 11.2

30 Micropogonias furnieri

31 Myctophum affine 11.6

32 Myctophum obtusirostre 123.2

33 Pollichthys mauli 127.4

34 Porichthys porosissimus 16.2

35 Saurida brasiliensis 206.8 8.0

36 Saurida caribbaea

37 Setarches guentheri

38 Sphoeroides pachygaster

39 Stomias affinis 27.4 24.6

40 Synagrops bellus

41 Synagrops spinosus 121.2

42 Thyrsitops lepidopoides 1.4

43 Trachurus lathami

44 Trichiurus lepturus 10.2 3833.9 9.2 1994.1 12869.9

45 Umbrina canosai

46 Urophycis mistacea 1.2

47 Xenodermichthys copei 25.0

48 Xenolepidichthys dalgleishi

49 Zenopsis conchifera 1.5 5.0 4.6

TOTAL 879.5 11149.6 8775.4 0.0 0.0 4267.2 0.0 172.6 3680.6 12881.1

ESPÉCIES #104 #106 #110 #115 #117 #123 #138 #139 #147 #151

84 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Page 86: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

85SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

1.145.0 45.3

0.12.8 51.7

2.4 6.08.2

1.6 1.6 43.00.00.429.4

671.5 671.558.2 58.2

0.0173.426.21.50.02.810.236.4

19836.0 19875.40.0

275.38.0 8.0

0.31.6

4.0 1.2 7.24734.0 434.5 9.4 179.6 32.0 2165.6 1899.6 2098.4 33225.7375.0 39.2 4.2 20.2 2314.0 2763.8

1422.0 1422.011.6123.2127.4

1.8 141.0 159.02.6 91.2 14.2 134.4 457.2

3.6 3.60.8 0.8

0.052.0

6.8 6.897.2 584.0 802.4

1.415.0 21.0 36.0

27925.4 34309.1 120600.0 122400.0 1.2 114700.0 32.4 366500.0 49980.9 1723.8 856890.181.6 81.6

1.225.00.0

855.2 1.6 5.0 11.0 16.0 2.4 210.2 1112.5

33945.8 0.0 34745.2 123028.5 122418.4 291.0 114770.2 2171.2 2142.2 366615.8 52088.7 2462.4 22150.0 918635.4

#153 #159 #162 #170 #173 #175 #177 #178 #182 #185 #186 #188 # 190 TOTAL

Anexo 4 – Continuação.

Page 87: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

86 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 5Número de exemplares capturados em cada lance de pesca, no Cruzeiro REVIZEE II(outono/1997).

1 Aluterus monocerus2 Antigonia capros 1 1 3 12 88 1 13 Argentina striata 14 Argyropelecus aculeatus 5 25 Ariomma bondi 3 5 96 Auxis rochei7 Balistes capriscus 1 18 Bellator brachychir9 Bembrops heterulus 3 11

10 Benthodesmos elongatus 211 Bolinichthys phototborax 112 Brama brama 1 213 Bregmacerus atlanticus 6 1 2814 Bregmacerus cantori 20 135615 Ceratoscopelus warmingii 1116 Chauliolus sloani 2 117 Ciclichthys spinosus18 Cookeolus japonicus 1 119 Coryphaena hippurus20 Cubiceps pauciradiatus 121 Cynoscion guatucupa 187 222 Desmodena polysticum 123 Diaphus bertelseni24 Diaphus brachycephalus 39 2125 Diaphus dumerillii 31 22826 Diaphus fragillis27 Diaphus garmani28 Diaphus holti 81 1 429 Diaphus metopoclampus 530 Diaphus mollis 131 Diaphus perspicillatus32 Diaphus problematicus33 Dibranchus atlanticus 134 Diplophos australis35 Diplophos taenia 236 Engraulis anchoita37 Epinephelus nigritus 138 Etropus longimanus 239 Fistularia petimba 2 140 Gempylus serpens41 Gonostoma elongatum 142 Gymnoscopelus nicholsi 143 Hygophum hygomii 1 2344 Hygophum reinhardtii 145 Hygophum taaningii 146 Lagocephalus laevigatus47 Lampichthys procerus 21948 Lepidophanes guentheri 155 4249 Lestidiops affinis50 Lestidiops jayakari 151 Lestidium atlanticum 252 Lestrolepis intermedia 2 16053 Lobianchia dofleini 754 Lobianchia gemellarii 655 Luciosudis normani 156 Manducus maderensis57 Margrethia obtusirostre 158 Maurolicus stehmanni 1563 94 18 21670 538 250205 136564 3709959 Melanostomias niger 160 Merluccius hubbsi 30 11161 Mustelus schmitti 262 Myctophum affine 2 23

ESPÉCIES #201 #203 #204 #207 #208 #209 #212 #213 #217 #218 #219 #221 #222 #224 #225

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87SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 5 – Continuação.

1 110767

1 15 3 20 7 3 3 692 2

1061 10632 2

142 4

13

141 176355 531 187 135 182 2766

113

17 171 1 4

2 21

1891

1 160

142 40111 1

8651

6 665 65

2 22

1109 12444 7974 2698 20607 9386 581 54799

23

1 111

110 13411

5 5219

71 2682 2

1510 172

710 16

21

4466 76388 3 1457 47333 75056 29270 98126 7798501

7 88 507 7432

144 169

#227 #228 #229 #231 #232 #233 #234 #237 #238 #239 #240 #241 #242 #250 #251 #257 #258 #259 #260 #261 TOTAL

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88 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 5 – Continuação.

63 Myctophum obtusirostre 4664 Myctophum phengodes 165 Myctophum selenops 37 266 Nealotus trips 6 267 Notoscopelus resplendes 7668 Ogcocephalus vespertilio 169 Paratrichthys atlanticus 170 Peprilus paru 11 3471 Pollichthys mauli 172 Polymixia lowei 173 Pomatomus saltatrix74 Porichthys porosissimus 168 10 2875 Prionotus nudigula 1 476 Prionotus punctatus 4 12 5777 Pristimoides freemani 1 178 Pseudoscopelus altipinnis 11 179 Pteraclis carolinus80 Pterycombus petersii 3 181 Remora brachyptera 282 Sarda sarda83 Saurida brasiliensis 15 3 47784 Saurida caribbaea 4 2 4 2385 Scomber japonicus86 Scopelopsis multipunctatus 234 1 31487 Scopelosaurus meadi 188 Scopelosaurus herwigi 189 Selene setapinnis90 Serranus atrobranchus 191 Setarches guentheri 1892 Sphoeroides dorsalis 193 Sphoeroides pachygaster 4 194 Squaliolus laticaudatus 195 Stephanolepis hispidus96 Stomias affinis 197 Sudis atrox98 Symbolophorus veranyi 12 32299 Synagrops bellus 1

100 Synagrops spinosus 2 63 16101 Thyrsitops lepidopoides 1 1 5102 Trachipterus jaksonensis 1103 Trachurus lathami 72 9104 Trichyurus lepturus 1 327 22 44 576105 Umbrina canosai 10106 Upeneus parvus 1107 Urophycis mystacea 2 2108 Vicinguerria attenuata 29 750 26109 Vicinguerria nimbaria 5110 Xenolepidichthys dalgleishi 1111 Zenopsis conchifera 4 3 1 10

TOTAL 1635 1027 35 22478 1355 250228 223 89 4 35 1204 3 136564 2699 37110

ESPÉCIES #201 #203 #204 #207 #208 #209 #212 #213 #217 #218 #219 #221 #222 #224 #225

Page 90: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

89SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 5 – Continuação.

9 55

1 401 9

761145

10 111

1 1 2206573

1 312

1 142

1 11 4963 7 10 1473 1234 326 1 3087

1 5 654911

1 1

51

1 1 23 41 1

33437 2 40

4 1 228 541 157 2 101431 1 1 40

181

98 23 144 53 8 10 4 4 1 349 1 2 16671014

80529 34

1 1 2 22

457 5040 156 3198 76389 12452 10401 2704 20642 9391 2727 47 47684 75056 18 1061 30008 98126 7 15 850268

#227 #228 #229 #231 #232 #233 #234 #237 #238 #239 #240 #241 #242 #250 #251 #257 #258 #259 #260 #261 TOTAL

Page 91: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

90 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 6Peso dos exemplares (grama) capturados em cada lance de pesca, no cruzeiroREVIZEE II (outono/1997).

1 Aluterus monocerus2 Antigonia capros 0.8 0.5 0.6 4.8 9.1 0.1 1.83 Argentina striata 0.3 2.04 Argyropelecus aculeatus 23.6 14.65 Ariomma bondi 1.6 10.0 10.26 Auxis rochei7 Balistes capriscus 55 165.88 Bellator brachychir9 Bembrops heterulus 11.2 57.8

10 Benthodesmos elongatus 5.6 0.311 Bolinichthys phototborax 1.312 Brama brama 1.7 0.413 Bregmacerus atlanticus 3.8 0.5 23.214 Bregmacerus cantori 9.8 753.515 Ceratoscopelus warmingii 3.316 Chauliolus sloani 1.3 0.517 Ciclichthys spinosus18 Cookeolus japonicus 5.819 Coryphaena hippurus20 Cubiceps pauciradiatus 2.221 Cynoscion guatucupa 4514.8 59.222 Desmodena polysticum 3.623 Diaphus bertelseni24 Diaphus brachycephalus 15 4.325 Diaphus dumerillii 63.45 371.026 Diaphus fragillis27 Diaphus garmani28 Diaphus holti 105.8 1.0 4.029 Diaphus metopoclampus 6.730 Diaphus mollis 0.731 Diaphus perspicillatus32 Diaphus problematicus33 Dibranchus atlanticus 10534 Diplophos australis35 Diplophos taenia 1.536 Engraulis anchoita37 Epinephelus nigritus 138 Etropus longimanus 7.239 Fistularia petimba 0.6 1.240 Gempylus serpens41 Gonostoma elongatum 7.242 Gymnoscopelus nicholsi 8.843 Hygophum hygomii 1.4 118.744 Hygophum reinhardtii 0.445 Hygophum taaningii 0.346 Lagocephalus laevigatus47 Lampichthys procerus 446.548 Lepidophanes guentheri 172.2 167.249 Lestidiops affinis50 Lestidiops jayakari 0.951 Lestidium atlanticum 1.252 Lestrolepis intermedia 4.6 41853 Lobianchia dofleini 3.954 Lobianchia gemellarii 9.555 Luciosudis normani 0.256 Manducus maderensis57 Margrethia obtusirostre58 Maurolicus stehmanni 944.3 58.0 3.9 10534.0 92.1 153500.0 44556.0 27279.059 Melanostomias niger 51.460 Merluccius hubbsi 453.5 1262.061 Mustelus schmitti 2336.062 Myctophum affine 0.4 9.2

ESPÉCIES #201 #203 #204 #207 #208 #209 #212 #213 #217 #218 #219 #221 #222 #224 #225

Page 92: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

91SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

138.0 138.017.72.338.2

0.2 193.2 95.0 611.0 13.8 241.2 210.0 1386.2576.0 576.0

351000.0 351220.82 2.2

69.02.5 2.8

1.32.1

86.9 114.4177.4 224.6 93.6 67.6 96.0 1422.5

3.31.8

601.7 601.726.4 144.5 176.7

1812.0 1812.02.2

4574.03.6

2.9 2.919.3

352.0 786.50.0

1.9 1.9110.86.70.7

15.7 15.7457.2 457.2

105.018.1 18.1

1.319800.0 204000.0 91258.2 53135.0 301907.0 129000.0 9803.0 808903.2

0.07.21.8

1.8 1.87.28.8

253.3 355.40.40.3

2.0 2.0446.5

70.7 410.12.0 2.0

0.92.9 4.1

125.2 547.83.9

16.2 25.70.2

24.9 24.90.0

1425.2 48500.0 4.0 410.0 21300.0 66800.0 15513.6 115200.0 506120.151.4

11.2 145.2 473.2 2345.12336.0

90.8 100.4

#227 #228 #229 #231 #232 #233 #234 #237 #238 #239 #240 #241 #242 #250 #251 #257 #258 #259 #260 #261 TOTAL

Anexo 6 – Continuação.

Page 93: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

92 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

63 Myctophum obtusirostre 125.264 Myctophum phengodes65 Myctophum selenops 181.8 6.666 Nealotus trips 199.4 74.067 Notoscopelus resplendes 549.468 Ogcocephalus vespertilio 109.669 Paratrichthys atlanticus 0.370 Peprilus paru 6500.0 71.671 Pollichthys mauli 0.172 Polymixia lowei 5.773 Pomatomus saltatrix74 Porichthys porosissimus 2075.0 421.0 1191.275 Prionotus nudigula 15.4 100.676 Prionotus punctatus 2669.0 6366.0 25500.077 Pristimoides freemani 0.6 3.678 Pseudoscopelus altipinnis 65.2 0.679 Pteraclis carolinus80 Pterycombus petersii 2.6 0.681 Remora brachyptera 126.882 Sarda sarda83 Saurida brasiliensis 20.0 4.9 654.084 Saurida caribbaea 1.4 34.7 17.5 89.785 Scomber japonicus86 Scopelopsis multipunctatus 1423.6 3.0 999.087 Scopelosaurus meadi 0.288 Scopelosaurus herwigi 20.089 Selene setapinnis90 Serranus atrobranchus91 Setarches guentheri 5.892 Sphoeroides dorsalis 1.0493 Sphoeroides pachygaster 1.4 4.494 Squaliolus laticaudatus 13.895 Stephanolepis hispidus96 Stomias affinis 7.697 Sudis atrox98 Symbolophorus veranyi 160.0 3927.099 Synagrops bellus 6.1

100 Synagrops spinosus 5.7 264.6 61.8101 Thyrsitops lepidopoides 179.2 67.4 3.4102 Trachipterus jaksonensis 5.7103 Trachurus lathami 635.3 100.0104 Trichyurus lepturus 0.4 45500.0 8500.0 2126.0 45000.0105 Umbrina canosai 256.7106 Upeneus parvus 38.2107 Urophycis mystacea 24.2 0.8108 Vicinguerria attenuata 7.4 258.4 11109 Vicinguerria nimbaria 3.0110 Xenolepidichthys dalgleishi 0.06111 Zenopsis conchifera 8.0 0.1 624.0

TOTAL 975.7 3581 16.9 75.316.9 391.8 162003.9 10371 14.9 0 19.9 6267.8 126.8 44556 74777.4 27906.6

ESPÉCIES #201 #203 #204 #207 #208 #209 #212 #213 #217 #218 #219 #221 #222 #224 #225

Anexo 6 – Continuação.

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93SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 6 – Continuação.

14.5 139.70.0

9.7 198.111.0 284.4

549.4109.60.3

6571.61.6 1.7

5.70.2 2150.0 2150.2

3687.2116

34535.04.5 8.7

65.80.3 0.3

3.2126.8

1825.0 1825.01 683.9

5.3 24.8 24.6 6500.0 4404.9 1720.0 3.9 12826.8222.4 939.0 1161.4

2425.60.220.0

0.4 0.40.05.81.05.813.8

1.0 0.7 1.712.9 20.56.3 6.3

4087.0405.8 10.0 421.9

12.8 4.8 576.2 1436.7 716.0 29.2 3107.81467.0 62.4 1779.4

5.7735.3

17500.0 2470.0 22000.0 24000.0 6000 9500.0 4900.0 4000.0 802.0 57800.0 1064.0 2360.0 253522.4256.738.225.0276.8

16.6 19.60.1

36.6 668.7

17687.7 4168.8 22055.8 53534.24 48536.6 210000 107140.6 53234 308274 133000 14230.4 185.5 79100 66800 746.2 351000 17060.04 115202.5 5502.6 4118.1 2017898.36

#227 #228 #229 #231 #232 #233 #234 #237 #238 #239 #240 #241 #242 #250 #251 #257 #258 #259 #260 #261 TOTAL

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94 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 7Número de exemplares capturados em cada lance de pesca, no cruzeiro REVIZEE III(primavera-verão/1997).

1 Acanthurus chirurgus 6 5 12 Anthias menezesi 13 Antigonia capros 54 Apogon pseudomaculatus 3 1 15 Argentina striata 296 Ariomma bondi 1060 1 3 2 30 4 1 17 Ariomma melanum 2 28 Astronesthes macropogon 1 19 Auxis rochei 34

10 Auxis thazard 8511 Bembrops heterulus 112 Benthodesmus elongatus 113 Benthodesmus tenuis 3 214 Brama brama 315 Brama caribbea 416 Bregmacerus atlanticus 63 417 Bregmacerus cantori 11904 89 9 1 181018 Caulolathilus chrysops 1819 Cephalopholis fulva 120 Ceratoscopelus warmingii 235 22921 Chaetodipterus faber 1 122 Chlorophthalmus agassizi 1323 Coccorella atlanticus 2 224 Cubiceps pauciradiatus 2 125 Decapterus tabl 48 1226 Diaphus bertelseni 4 427 Diaphus dumerilii 41075 36 32228 Diaphus fragilis 28 2829 Diaphus garmani 147 5230 Diaphus perspicillatus 214 19731 Diaphus taaningii 24 2432 Diplophos taenia 133 Engraulis anchoita 34631 56 3100434 Epinephelus morio 435 Epinephelus nigritus 136 Eumecichthys fiski 137 Euthinnus alleteratus 438 Fistularia petimba 1339 Glossanodon pygmaeus 240 Helicolenus lahillei 3641 Hygophum hygomii 1138 61942 Hygophum reinhardtii 77 6443 Hygophum taaning 1 144 Labrisomus nuchipinnis 1 145 Lagocephalus laevigatus 102 1 146 Lampris guttatus 147 Lepidophanes guentheri 3492 98148 Lepidopus altifrons 15 1 249 Lestidiops jayakari 14 1 350 Lestidium atlanticum 29 2 2 251 Lestrolepis intermedia 132 152 Lophius gastrophysus 24 7 153 Luvarus imperialis 154 Maurolicus stehmanni 581146.6 49534 15398 23734 3652355 Merluccius hubbsi 581 4 1056 Myctophum affine 594 68

Espécies #312 #313 #314 #321 #323 #324 #325 #326 #330 #335 #337 #339 #340

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95SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

11

1

5 70 45 1 21 23 42 1 1 2 115

21 1 9 171 3 9

111

458 1

138 6164 416 1 944 171 4 1

16

120 1221 59 44

13 1

2309 612 650

31 2

2

1 5 68 2 3

23

113 1

29 48 15 1 2 1

27125 143 61792 57552 968 14694161 18 43

1

#341 #342 #343 #344 #345 #346 #347 #348 #349 #351 #353 #355 #356 #357

Anexo 7 – Continuação.

Page 97: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

96 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

57 Myctophum nitidulum 24 2458 Myctophum phengodes 559 Myctophum obtusirostre 48 1660 Myctophum selenops 44 4461 Nealotus tripes 4 1 162 Neoepinnula americana 1 163 Notoscopelus caudispinosus 382 37464 Notoscopelus resplendes 12365 Paratractichthys atlanticus 2 1 166 Peprilus paru 167 Peristedium altipinne 100 168 Peristedium sp. 169 Pollichthys mauli 85 870 Polymixia lowei 671 Pomacanthus tricolor 1 172 Pomatomus saltatrix 140 1 7473 Porichthys porosissimus 3 2 174 Priacanthus arenatus 4 475 Pronotogrammus martinicensis 4 176 Psenes arafurensis 377 Psenes cyanophrys 178 Pseudoscopelus altipinnis 179 Sarda sarda 580 Sardinella brasiliensis 30 21 981 Saurida brasiliensis 509 3 2 10682 Saurida caribbaea 5539 6 1 4 43 16 1 1383 Scomber japonicus 39 2 684 Scopelopsis multipunctatus 576 34285 Selar crumenophthalmus 186 Selene setapinis 22 1 2 1 2 187 Serranus atrobranchus 7 188 Serranus phoebe 489 Sphoeroides pachygaster 32 190 Sphyraena tome 17 1791 Stemonosudis intermedia 1 192 Stephanoleps hispidus 8 1 1 5 193 Symbolophoros barnardi 494 Symbolophorus rufinus 12 1295 Synagrops bellus 17 296 Synagrops spinosus 6985 184 50 90 1659 2597 Taractichythys longipinnis 198 Thyrsitops lepidopoides 795 23 16 12 138 4 4499 Trachipterus jacksonensis 1

100 Trachurus lathami 3063 10 129 71 148 86101 Trichyurus lepturus 629 53 8 60 4 1 23102 Upeneus parvus 17 1 3 1103 Urophycis mystacea 1104 Vinciguerria nimbaria 205 80105 Zenopsis conchifera 14

TOTAL 49767 84 3523 208 139 88 580 17094 23753 2239 31027 36523

Espécies #312 #313 #314 #321 #323 #324 #325 #326 #330 #335 #337 #339 #340

Anexo 7 – Continuação.

Page 98: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

97SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

1

14 9 13 42

29

43 21

2

1

4143 395 2 914 9 1407 1 405

4 21 6

13 4 1 2 3

1

2 2 2 14

62800 29 127 150 40

69 269 1 18 2 6 271

19 78.7 1429 20 3624 15 31 3 42 40

11 1

5 1 2

30535 9199 25 269 63248 2380 57553 279 1488 2715 1035 60 14702 1403

#341 #342 #343 #344 #345 #346 #347 #348 #349 #351 #353 #355 #356 #357

Anexo 7 – Continuação.

Page 99: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

98 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

1 Acanthurus chirurgus2 Anthias menezesi3 Antigonia capros 1 14 Apogon pseudomaculatus5 Argentina striata 296 Ariomma bondi 65 1 26 1 8 14 26 104 90 2 6 57 Ariomma melanum8 Astronesthes macropogon9 Auxis rochei 1 1

10 Auxis thazard11 Bembrops heterulus12 Benthodesmus elongatus13 Benthodesmus tenuis14 Brama brama 115 Brama caribbea16 Bregmacerus atlanticus17 Bregmacerus cantori 2220 3318 Caulolathilus chrysops 4 3 319 Cephalopholis fulva 120 Ceratoscopelus warmingii 621 Chaetodipterus faber22 Chlorophthalmus agassizi 1323 Coccorella atlanticus24 Cubiceps pauciradiatus 125 Decapterus tabl 1 5 126 Diaphus bertelseni27 Diaphus dumerilii 1359 123 120928 Diaphus fragilis29 Diaphus garmani 65 130 Diaphus perspicillatus 16 131 Diaphus taaningii32 Diplophos taenia 133 Engraulis anchoita34 Epinephelus morio 435 Epinephelus nigritus 136 Eumecichthys fiski 137 Euthinnus alleteratus 138 Fistularia petimba 1 1 3 1 2 139 Glossanodon pygmaeus40 Helicolenus lahillei41 Hygophum hygomii 6642 Hygophum reinhardtii 1343 Hygophum taaning44 Labrisomus nuchipinnis45 Lagocephalus laevigatus 6 2 5 1 6 146 Lampris guttatus 147 Lepidophanes guentheri 1759 34048 Lepidopus altifrons 2 3 3 149 Lestidiops jayakari50 Lestidium atlanticum 6 1 251 Lestrolepis intermedia 5 5 2 152 Lophius gastrophysus 5 1 153 Luvarus imperialis 154 Maurolicus stehmanni 4133 458 136951 10354 3 456255 Merluccius hubbsi56 Myctophum affine 485 11

Espécies #362 #363 #364 #366 #367 #368 #369 #370 #371 #372 #373#377 #378 #379 #381

Anexo 7 – Continuação.

Page 100: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

99SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 7 – Continuação.

61

2 5329

1 160 48 12 7 24 60 32 10602134

1 1 85113

1 1 3463

62 119042 18

123511322

13 484

1784 34770 28 4107528

15 147214241

346314114

1 132

36 36453 1138

7711

1021

410 349215

9 1429

29 11 132241

53024 24067 60132 58114751 32 188 18 56 581

29 594

#382 #385 #386 #389 #390 #392 #393 #394 #396 #397 #399 TOTAL

Page 101: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

100 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

57 Myctophum nitidulum58 Myctophum phengodes 559 Myctophum obtusirostre 1660 Myctophum selenops61 Nealotus tripes 1 162 Neoepinnula americana63 Notoscopelus caudispinosus 864 Notoscopelus resplendes 665 Paratractichthys atlanticus66 Peprilus paru67 Peristedium altipinne 16 3 1 168 Peristedium sp.69 Pollichthys mauli 45 370 Polymixia lowei 171 Pomacanthus tricolor72 Pomatomus saltatrix73 Porichthys porosissimus74 Priacanthus arenatus75 Pronotogrammus martinicensis 376 Psenes arafurensis 177 Psenes cyanophrys 178 Pseudoscopelus altipinnis79 Sarda sarda80 Sardinella brasiliensis81 Saurida brasiliensis 6982 Saurida caribbaea 1161 8 3 2 1 10 39 14 14 383 Scomber japonicus84 Scopelopsis multipunctatus 8 785 Selar crumenophthalmus86 Selene setapinis 1 187 Serranus atrobranchus 4 188 Serranus phoebe89 Sphoeroides pachygaster 1 1 2 1 5 190 Sphyraena tome91 Stemonosudis intermedia92 Stephanoleps hispidus93 Symbolophoros barnardi 1 194 Symbolophorus rufinus95 Synagrops bellus 196 Synagrops spinosus 2 55 4 29697 Taractichythys longipinnis 198 Thyrsitops lepidopoides 18 25 5 4 199 Trachipterus jacksonensis

100 Trachurus lathami 1 22 1 1 1 19101 Trichyurus lepturus 96 1 13 23102 Upeneus parvus103 Urophycis mystacea104 Vinciguerria nimbaria 125105 Zenopsis conchifera 3 3

TOTAL 4234 471 136951 3704 10358 3922 596 20 35 1253 5109 160 6 37 13

Espécies #362 #363 #364 #366 #367 #368 #369 #370 #371 #372 #373#377 #378 #379 #381

Anexo 7 – Continuação.

Page 102: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

101SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

245

15 484441

382117 123

21 1

1001 1

855 6

11 140

344311

5 530

325 50973 360 296 36 26 132 1 5539

39219 576

1227

4 4321718

2 412

8 17255 812 24 91 292 6985

123 4 1 13 72 795

1678 308 4 1 306340 55 25 65 1 6 629

171 1

20514

747 3161 87794 25645 24 1217 60497 8 181 638 101 696797.5

#382 #385 #386 #389 #390 #392 #393 #394 #396 #397 #399 TOTAL

Anexo 7 – Continuação.

Page 103: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

102 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 8Peso dos exemplares (gramas) capturados em cada lance de pesca, no CruzeiroREVIZEE III (primavera-verão/1997).

1 Acanthurus chirurgus 4.9 1.42 Anthias menezesi3 Antigonia capros4 Apogon pseudomaculatus ? ?5 Argentina striata6 Ariomma bondi 3.4 14.2 8.6 1230.0 61.1 4.5 16.47 Ariomma melanum 8.08 Astronesthes macropogon 15.49 Auxis rochei

10 Auxis thazard11 Bembrops heterulus12 Benthodesmus elongatus13 Benthodesmus tenuis ?14 Brama brama15 Brama caribbea16 Bregmacerus atlanticus 3.717 Bregmacerus cantori 55.4 3.9 0.8 628.018 Caulolathilus chrysops19 Cephalopholis fulva20 Ceratoscopelus warmingii 167.621 Chaetodipterus faber 0.322 Chlorophthalmus agassizi23 Coccorella atlanticus 1.224 Cubiceps pauciradiatus 1.425 Decapterus tabl 2394.426 Diaphus bertelseni 27.727 Diaphus dumerilii 210.0 420.028 Diaphus fragilis 164.429 Diaphus garmani 39.830 Diaphus perspicillatus 476.631 Diaphus taaningii 23.732 Diplophos taenia33 Engraulis anchoita 1100.0 551250.034 Epinephelus morio ? ?35 Epinephelus nigritus36 Eumecichthys fiski37 Euthinnus alleteratus38 Fistularia petimba39 Glossanodon pygmaeus40 Helicolenus lahillei41 Hygophum hygomii 1045.342 Hygophum reinhardtii 45.443 Hygophum taaning44 Labrisomus nuchipinnis ?45 Lagocephalus laevigatus 0.4 0.746 Lampris guttatus47 Lepidophanes guentheri 682.048 Lepidopus altifrons 1.4 0.149 Lestidiops jayakari 6.1 3.050 Lestidium atlanticum 11.1 1.7 1.251 Lestrolepis intermedia 7.252 Lophius gastrophysus 8.7 0.453 Luvarus imperialis54 Maurolicus stehmanni 31550.0 7079.0 29050.055 Merluccius hubbsi 0.6 11.056 Myctophum affine 88.4

Espécies #312 #313 #314 #321 #323 #324 #325 #330 #335 #337 #339

Page 104: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

103SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 8 – Continuação.

?0.2

?

23.9 4174.0 1455.8 30.4 84.8 58.6 26.2 0.6 0.2 0.7 218.49.2

26.4 0.9 14.8 1.2

0.3??

146.061.1 0.2

126.0 2908.2 215.9 0.2 374.5 8.62.3 1.6 0.9

390.0

405.0 1759.3 40.4 17.2

4.7 0.2

35514.7 7841.5 5094.5?

?0.6 1.2

?

0.1 8.2 93.3 2.2 4.3

1.1?

1.223.6 1.5

29.1 47.0 2.23.2 0.2 7.0 1.4

27100.0 19373.5 85.0 89210.8 60200.0 592.5 7200.0320.9 28.4 212.2

0.3

#340 #341 #342 #343 #344 #345 #346 #347 #348 #349 #351 #353 #355 #356 #357

Page 105: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

104 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

57 Myctophum nitidulum 30.558 Myctophum phengodes59 Myctophum obtusirostre 69.560 Myctophum selenops 167.261 Nealotus tripes 13.1 2.562 Neoepinnula americana 15.963 Notoscopelus caudispinosus 499.964 Notoscopelus resplendes65 Paratractichthys atlanticus 0.5 0.666 Peprilus paru67 Peristedium altipinne 1.768 Peristedium sp.69 Pollichthys mauli 3.670 Polymixia lowei71 Pomacanthus tricolor 0.372 Pomatomus saltatrix 0.5 32.773 Porichthys porosissimus 10.0 2.274 Priacanthus arenatus 1.475 Pronotogrammus martinicensis ?76 Psenes arafurensis77 Psenes cyanophrys78 Pseudoscopelus altipinnis79 Sarda sarda80 Sardinella brasiliensis 4.5 1.181 Saurida brasiliensis 7.6 4.5 290.882 Saurida caribbaea 24.4 0.2 9.8 141.5 64.6 0.3 82.183 Scomber japonicus 2.8 10.584 Scopelopsis multipunctatus 399.185 Selar crumenophthalmus86 Selene setapinis 0.9 1.2 0.6 1.1 0.687 Serranus atrobranchus 0.288 Serranus phoebe89 Sphoeroides pachygaster 1.190 Sphyraena tome 5.591 Stemonosudis intermedia 3.392 Stephanoleps hispidus 0.0 0.1 1.2 0.693 Symbolophoros barnardi94 Symbolophorus rufinus 18.995 Synagrops bellus 2.496 Synagrops spinosus 1262.6 212.0 43.1 3636.0 69.097 Taractichythys longipinnis98 Thyrsitops lepidopoides 13.5 1.6 4.1 20.4 5.9 10.299 Trachipterus jacksonensis

100 Trachurus lathami 0.6 39.9 27.2 28.3 8.9101 Trichyurus lepturus 21580.0 6358.0 49942.0 2770.0 1007.0 25.8102 Upeneus parvus 2.0 6.0 0.7103 Urophycis mystacea104 Vinciguerria nimbaria 36.6105 Zenopsis conchifera

TOTAL 33056.4 21602.4 4501.5 6658.4 53.7 41.7 51430.5 13638.8 31453.4 3260.5 551275.8

Espécies #312 #313 #314 #321 #323 #324 #325 #330 #335 #337 #339

Anexo 8 – Continuação.

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105SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Anexo 8 – Continuação.

1.3

7.2 8.4 9.6 16.0

14.5

25.2 6.9

0.2

2.3365.0 2899.5 0.5 5154.3 1.4 1092.1 0.4 208.8

27.8 19.9 2.4

1.13.1 2.4 1.4 1.2 3.6

0.7

3.8 5.5 0.1 4.3 66.3

181.53710.1 197.7 132.1 1387.8 96.4

160.9 1969.3 0.3 5.4 1.6 1.6 5.28.6

3.4 11.8 831.0 3.6 35.829700.0 19900.0 26900.0 1713.0 13300.0 22400.0

28.6 1.3

10.1 3.2 23.4

27100.0 53884.6 63244.7 7.4 499.2 95982.5 41818.7 60230.4 275.0 922.0 5271.1 13899.1 40.3 7211.7 28107.9

#340 #341 #342 #343 #344 #345 #346 #347 #348 #349 #351 #353 #355 #356 #357

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106 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

1 Acanthurus chirurgus2 Anthias menezesi3 Antigonia capros 0.1 0.24 Apogon pseudomaculatus5 Argentina striata 6.66 Ariomma bondi 226.4 0.2 16.8 1.0 3.8 6.0 1538.0 44.2 16.27 Ariomma melanum 0.58 Astronesthes macropogon9 Auxis rochei 0.5 0.7

10 Auxis thazard11 Bembrops heterulus12 Benthodesmus elongatus13 Benthodesmus tenuis14 Brama brama 2.215 Brama caribbea16 Bregmacerus atlanticus17 Bregmacerus cantori 1077.5 13.618 Caulolathilus chrysops 1.2 1.819 Cephalopholis fulva20 Ceratoscopelus warmingii 1.421 Chaetodipterus faber22 Chlorophthalmus agassizi 39.623 Coccorella atlanticus24 Cubiceps pauciradiatus25 Decapterus tabl 0.9 0.526 Diaphus bertelseni27 Diaphus dumerilii 886.3 169.4 2100.028 Diaphus fragilis29 Diaphus garmani 16.8 0.330 Diaphus perspicillatus 17.3 0.831 Diaphus taaningii32 Diplophos taenia 0.433 Engraulis anchoita34 Epinephelus morio35 Epinephelus nigritus 0.336 Eumecichthys fiski 26.037 Euthinnus alleteratus ?38 Fistularia petimba 0.1 0.4 2.0 1.2 1.639 Glossanodon pygmaeus40 Helicolenus lahillei41 Hygophum hygomii 131.442 Hygophum reinhardtii 2.443 Hygophum taaning44 Labrisomus nuchipinnis45 Lagocephalus laevigatus 1.4 0.3 0.446 Lampris guttatus47 Lepidophanes guentheri 771.6 256.248 Lepidopus altifrons 0.9 0.5 3.6 1.449 Lestidiops jayakari50 Lestidium atlanticum 3.5 0.6 5.351 Lestrolepis intermedia 5.0 6.4 2.2 1.652 Lophius gastrophysus 4.5 0.2 0.653 Luvarus imperialis ?54 Maurolicus stehmanni 857.5 143.6 56826.0 1376.0 0.6 1728.055 Merluccius hubbsi56 Myctophum affine 156.2 2.9

Espécies #362 #363 #364 #366 #367 #368 #369 #370 #371 #372 #373 #377

Anexo 8 – Continuação.

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107SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

6.3?

0.1 0.7?

6.60.5 1.5 2.5 0.8 252.0 22.4 5.6 3.6 43.2 28.0 23.4 9647.9

7.8 25.515.444.5

1188.0 956.0 2144.00.3??

0.4 2.2 4.7146.065.0

30.8 5443.40.5 0.8 9.1

?169.00.339.61.21.4

0.9 3.7 2790.427.7

1623.3 33801.4 80.0 41512.3164.4

4.4 66.3494.723.70.4

600800.7?

0.326.0

?0.2 0.6 7.9

?10.6 10.6

783.9 1960.647.8

??

0.2 1.1 0.2 112.80.4 0.4

327.6 2038.57.8

5.1 15.548.5

58.5 8.2 167.426.2

?22398.6 12814.3 42647.6 410233.0

15.3 111.2 1456.0 15.2 340.0 2510.810.2 258.0

#378 #379 #381 #382 #385 #386 #389 #390 #392 #393 #394 #396 #397 #399 TOTAL

Anexo 8 – Continuação.

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108 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

57 Myctophum nitidulum58 Myctophum phengodes 47.459 Myctophum obtusirostre 58.860 Myctophum selenops61 Nealotus tripes 10.0 11.662 Neoepinnula americana63 Notoscopelus caudispinosus 2.264 Notoscopelus resplendes 1.465 Paratractichthys atlanticus66 Peprilus paru67 Peristedium altipinne 9.8 0.4 0.4 0.668 Peristedium sp.69 Pollichthys mauli 2.4 0.570 Polymixia lowei 5.071 Pomacanthus tricolor72 Pomatomus saltatrix73 Porichthys porosissimus74 Priacanthus arenatus75 Pronotogrammus martinicensis ?76 Psenes arafurensis77 Psenes cyanophrys 436.578 Pseudoscopelus altipinnis79 Sarda sarda80 Sardinella brasiliensis81 Saurida brasiliensis 233.282 Saurida caribbaea 587.0 2.2 1.0 0.1 0.2 3.0 14.8 2.283 Scomber japonicus84 Scopelopsis multipunctatus 5.4 4.885 Selar crumenophthalmus86 Selene setapinis 1.6 1.487 Serranus atrobranchus 2.5 0.788 Serranus phoebe89 Sphoeroides pachygaster 2.6 0.4 0.5 5.690 Sphyraena tome91 Stemonosudis intermedia92 Stephanoleps hispidus93 Symbolophoros barnardi 8.1 12.294 Symbolophorus rufinus95 Synagrops bellus 11.096 Synagrops spinosus 1.1 78.0 2.4 1635.097 Taractichythys longipinnis 1.298 Thyrsitops lepidopoides 2.9 2.9 1.699 Trachipterus jacksonensis

100 Trachurus lathami 0.5 4.1 0.3 0.2 0.1 3.6101 Trichyurus lepturus 32600.0 169.2 5600.0 11200.0102 Upeneus parvus103 Urophycis mystacea104 Vinciguerria nimbaria 14.1105 Zenopsis conchifera 2.6 5.2

TOTAL 1108.7 148.4 56826.0 34610.1 1378.0 2391.6 658.9 10.4 181.9 3662.5 9095.3 11258.2

Espécies #362 #363 #364 #366 #367 #368 #369 #370 #371 #372 #373 #377

Anexo 8 – Continuação.

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109SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

30.547.4

4.4 134.0167.237.215.9502.1

172.6 174.01.0

0.2 0.254.2

? ?21.0

3.0 8.00.3

798.0 863.312.21.4?

0.2 0.2436.50.2

3722.0 3722.05.5

748.0 1286.41.9 0.4 21.9 386.0 204.0 188.8 15.2 116.0 1.0 11590.7

63.4159.4 568.7

1.119.24.1

1.2 1.290.25.53.31.9

15.0 35.318.9

94.7 289.6193.8 1340.0 285.3 297.0 2312.0 16891.4

1.20.5 0.1 8.6 69.6 0.6 71.8 15.2 2373.8

8.6319.0 180.7 0.8 0.4 1500.22796.0 31200.0 15700.0 37600.0 667.5 7800.0 340928.5

38.50.2 0.2

50.744.5

1.7 5.8 3.5 4314.0 3181.2 56200.0 46618.9 8.3 17447.2 82358.8 4.2 5788.5 10612.4 57.2 1463174.7

#378 #379 #381 #382 #385 #386 #389 #390 #392 #393 #394 #396 #397 #399 TOTAL

Anexo 8 – Continuação.

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110 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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CAPÍTULO 3ASSEMBLÉIAS DE PEIXES PELÁGICOS NA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA DA REGIÃO SUDESTE-SUL DO BRASIL.

111SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Carmen L.D.B. Rossi-WongstchowskiEduardo Machado de AlmeidaRoberto Ávila Bernardes

Resumo

Análises de agrupamento (nodal e CCA) aplicadas aos dados de espécies de peix-

es pelágicos capturadas na plataforma externa, no talude e águas adjacentes indicaram a

presença de quatro grupos de espécies denominados: 1- nerítico de água quente, 2- neríti-

co de água fria, 3- de ampla distribuição e, 4- oceânico, cujas distribuições espaciais e tem-

porais estão intimamente associadas à profundidade, temperatura e latitude.

São aqui apresentadas as composições em espécies de cada grupo e discutidas as

variações que ocorrem sazonalmente entre e dentro dos grupos.

Abstract

Cluster (Nodal) and Canonical Corresponcence Analysis (CCA) applied to data

for pelagic fish species sampled at the outer shelf, the shelf break and adjacent

waters showed four groups nominated: 1-neritic of warm waters, 2- neritic of cold

waters, 3- large distribution, and 4- oceanic, which distribution is associated to

depth, temperature and latitude.

The species composition of each group is presented and its seasonal variation

inside and between groups is discussed.

INTRODUÇÃO

O estudo das comunidades de peixes marinhos adquiriu especial importância nos

últimos anos, principalmente nos ambientes tropicais de alta diversidade, pelo fato de que,

para a gestão pesqueira dos mesmos, os modelos de dinâmica populacional clássicos e

monoespecíficos têm-se mostrados inadequados (Caddy & Sharp, 1986).

A estrutura de uma comunidade, ou seja, de um conjunto de espécies que per-

manecem juntas, regidas pelos mesmos fatores, permite entender o padrão de alocação

dos recursos existente entre as mesmas, o qual é afetado por uma série de elementos, den-

tre eles: variações das condições ambientais, densidade populacional, poluição e pesca

(Cody & Diamond, 1975).

Ainda, segundo Paine (1984), as populações de peixes exploradas comercialmente

podem declinar por: alterações ambientais, esforço de pesca muito elevado e por modifi-

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112 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

OBJETIVO

Este estudo teve como objetivo identificar as assembléias de peixes pelágicos pre-

sentes na Região Sudeste-Sul brasileira, a composição espaço-temporal das mesmas e as

condicionantes ambientais que sobre elas atuam.

MATERIAL E MÉTODOS

Obtenção de amostras e de dados biológicos

Para as análises foram utilizados os dados obtidos em três cruzeiros de ampla

varredura executados durante as Prospecções de Recursos Pelágicos da Zona Econômica

Exclusiva (ScoreSul), os quais abrangeram a área entre Cabo de São Tomé (22°S) e o Arroio

Chuí (34°S). Esses cruzeiros foram realizados com o N.Oc. “Atlântico Sul” nas seguintes

épocas: REVIZEE I – inverno de 1996; REVIZEE II - outono de 1997 e REVIZEE III – primavera-

verão de 1997 (Madureira & Rossi-Wongtschowski, 2005).

Durante as varreduras acústicas efetuadas, quando cardumes eram detectados pela

ecossonda, sempre que possível foram efetuados lances de pesca com rede de meia-água

para a coleta e a identificação das espécies componentes dos cardumes e o conhecimen-

to da biologia das mesmas. Maiores detalhes sobre o equipamento e procedimentos de

obtenção das amostras e de dados biológicos constam de Madureira & Rossi-

Wongtschowski (2005) e de Bernardes & Rossi-Wongtschowski (neste volume).

cações nas relações estruturais da comunidade. Estudos que analisam as comunidades são

imprescindíveis para uma adequada gestão pesqueira.

No Brasil, a maioria dos estudos sobre padrões de distribuição e estrutura da ictio-

fauna foram realizados para as espécies presentes na plataforma continental, para espécies

demersais ou para larvas de peixes. Para peixes pelágicos, apenas o trabalho de Castello

(1998) apresentou as associações encontradas na Região Sul brasileira. Para a Região

Sudeste, nota-se um vazio de conhecimentos sobre a estrutura das comunidades de peix-

es pelágicos da plataforma e do talude, fato que pode ser explicado pela pequena atenção

que eles receberam até antes do início do Programa REVIZEE.

A partir de então, os cruzeiros de Prospecção de Recursos Pelágicos realizados entre

1996 e 1997 permitiram o levantamento da ictiofauna presente na coluna de água, o

inventário das mesmas, a avaliação de seus potenciais produtivos, o entendimento de seu

comportamento em relação às condicionantes ambientais e sobre o importante papel que

elas têm na trama trófica dos ambientes pelágico e demersal na região (Figueiredo et al.

2002; Madureira et al, 2005; Bernardes & Rossi-Wongtschowski, neste volume).

No presente estudo são descritas a composição em espécies e as variações das

comunidades compostas pela ictiofauna pelágica presentes entre Cabo de São Tomé e

Chuí, entre as isóbatas de 100 e 1.500 m, procurando sanar a falha assinalada e como sub-

sídio ao manejo dos recursos presentes na Região.

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113SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 1 – Mapa com a localização dos lances de pesca efetuados na área do estudo (em azul: cruzeiroREVIZEE I, em vermelho: cruzeiro REVIZEE II, em verde: cruzeiro REVIZEE III).

Dado o grande número de espécies coletadas, 172, apresentadas em Bernardes &

Rossi-Wongtschowski (neste volume) foi necessário selecionar aquelas com maior im-

portância na área prospectada, tendo-se calculado a freqüência de ocorrência (F) de cada

espécie, por cruzeiro, através da equação:

F = Oc/Nt x 100,

onde Oc representa o número de lances de pesca nos quais houve a presença de uma deter-

minada espécie e Nt o número total de lances realizados em um determinado cruzeiro.

Foi também calculada a freqüência de ocorrência total média de cada espécie (FT),

isto é, a freqüência com que ela ocorreu no conjunto dos três cruzeiros, pela equação:

FT = (Fcruzeiro I + Fcruzeiro II + Fcruzeiro III) / 3

Nas análises subseqüentes, foram apenas consideradas aquelas espécies com val-

ores de FT iguais ou superiores a 4% (ou seja, aquelas cujos valores numéricos mostravam

serem as mais representativas dentro do conjunto de espécies capturadas). Por esse

critério, foram selecionadas, 30, 43 e 45 espécies para os cruzeiros REVIZEE I (Inverno),

REVIZEE II (Outono) e REVIZEE III (Primavera-verão), respectivamente.

Coleta e obtenção de dados ambientais

As variáveis ambientais consideradas no estudo foram a temperatura e a salinidade

da água do mar, a profundidade do local e a localização geográfica (latitude) do cardume.

Dados sobre a temperatura e a salinidade foram obtidos através do lançamento de

CTD a cada 20 milhas náuticas, sendo construídos perfis verticais dessas variáveis ao longo

da coluna de água, para toda a área investigada. Posteriormente, os valores de temperatu-

ra e salinidade utilizados nas análises, foram estimados a partir do posicionamento dos car-

dumes nesses perfis.

Os lances de pesca foram efetuados sobre cardumes encontrados entre 97 e

1.480 m de profundidade, na plataforma externa, no talude e na região oceânica adjacente

(Figura 1), sendo no cruzeiro I realizados entre as profundidades entre 97 e 647 m; no

cruzeiro II, entre 97 e 1.480 m e no cruzeiro III, entre 102 e 1.454 m.

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114 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Análise dos dados

Foram utilizados dois métodos de agrupamento para identificar grupos (assem-

bléias) de peixes e seus padrões de distribuição:

I) Análise nodal (Boesch, 1977):

Neste caso, foram realizadas análises de agrupamento segundo os modos Q e R,

pelo método UPMGA, a partir de uma matriz de similaridades calculada pelo coeficiente de

Pearson. Para cada cruzeiro foram obtidos dois dendrogramas, um de espécies e outro de

lances de pesca.

Estes dois dendrogramas foram cruzados para o cálculo da constância nodal (C) de

cada um dos cruzamentos (nodos): do grupo de espécies (E) e dos lances de pesca (L),

através da equação:

C = Noc / (nl x ne) onde,

Noc é o número de vezes em que a espécie ocorreu dentro do nodo;

nl é o número de lances de pesca do grupo de lances relacionado com esse nodo e;

ne é o número de espécies do grupo de espécies relacionado a esse nodo.

Por essa análise, foi possível verificar a ocorrência de um determinado grupo de

espécies dentro de cada grupo de lances (estações).

II) Análise de Correspondência Canônica (CCA, ter Break, 1997):

O emprego desta análise teve como objetivo detectar as variáveis ambientais que

melhor explicassem a estrutura da(s) comunidade(s).

Foi utilizada a mesma planilha de dados das espécies e uma planilha de dados

ambientais, estes últimos com seus valores transformados em Ln (x + 1).Para comparar os resultados das duas análises (A e B), os grupos obtidos na análise

nodal foram identificados nos diagramas obtidos na análise canônica. Para mostrar a dis-

tribuição espacial dos grupos foram elaborados mapas da área do estudo descriminando

os grupos de estações (lances de pesca) formados em cada cruzeiro.

As análises multivariadas (Análise Nodal e CCA) foram realizadas a partir dos valores

de abundância relativa (Nr) das espécies, calculados através da equação:

Nr = Ne/Nt

onde, Ne é o número de exemplares da espécie e Nt é o número total de indivíduos cap-

turados no lance de pesca.

RESULTADOS

Ao longo da área do estudo foram realizados 20 lances de pesca no cruzeiro

REVIZEE I, 35 lances no REVIZEE II e 52 lances no REVIZEE III. Nesses lances foram capturadas

no total 172 espécies, sendo 49 no REVIZEE I, 111 no REVIZEE II, e 105 no REVIZEE III. O

Tabela 1 apresenta a relação das espécies, famílias, número de exemplares coletados e o

código das espécies utilizados nas análises.

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115SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 1 – Continuação.

Espécies Famílias Códigos REVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Acanthurus chirurgus Acanthuridae ACCH 6 6Aluterus monocerus Monacanthidae ALMO 1 1Anoplogaster cornuta Anoplogasteridae ANCO 3 3Anthias menezesi Serranidae ANME 1 1Antigonia capros Caproidae ANCA 3 107 5 115Apogon pseudomaculatus Apogonidae APPS 3 3Argentina striata Argentinidae ARST 1 6 29 36Argyropelecus aculeatus Sternoptychidae ARAC 7 7Ariomma bondi Ariommidae ARBO 29 69 1060 1158Ariomma melanum Ariommidae ARME 2 2Astronesthes macropogon Stomiidae ASMA 1 1Auxis rochei Scombridae AURO 2 34 36Auxis thazard Scombridae AUTH 85 85Balistes capriscus Balistidae BACA 1063 1063Bellator brachychir Triglidae BEBR 2 2Bembrops heterulus Percophidae BEHE 14 1 15Benthodesmos elongatus Trichiuridae BEEL 18 4 1 23Benthodesmus tenuis Trichiuridae BETE 3 3Bolinichthys phototborax Myctophidae BOPH 1 1Brama brama Bramidae BRBR 3 3 6Brama caribbea Bramidae BRCA 4 4Bregmacerus atlanticus Bregmacerotidae BREAT 9 176 63 248Bregmacerus cantori Bregmacerotidae BRECA 119 2766 11904 14789Caulolatilus chrysops Branchiostegidae CACH 1 18 19Centropyge aurantonotus Pomacanthidae CEAU 3 3Cephalopholis fulva Serranidae CEFU 1 1Ceratoscopelus warmingii Myctophidae CEWA 11 235 246Chaetodipterus faber Chaetodontidae CHFA 1 1Chauliolus sloani Chauliodontidae CHSL 3 3Chlorophthalmus agassizi Chlorophthalmidae CHAG 1 13 14Ciclichthys spinosus Diodontidae CISP 17 17Coccorella atlantica Evemannellidae COAT 4 2 6Cookeolus japonicus Priacanthidae COJA 4 4Coryphaena hippurus Coryphaenidae COHI 2 2Cubiceps pauciradiatus Nomeidae CUPA 1 3 4Cynoscion guatucupa Sciaenidae CYGU 3 189 192Cynoscion jamaicensis Sciaenidae CYJA 2 2Decapterus tabl Carangidae DETA 48 48Desmodena polysticum Trachipteridae DEPO 1 1Diaphus bertelseni Myctophidae DIBE 1 4 5Diaphus brachycephalus Myctophidae DIBR 1 60 61Diaphus dumerilii Myctophidae DIDU 158 401 41075 41634Diaphus fragilis Myctophidae DIFR 1 28 29Diaphus garmani Myctophidae DIGA 30 1 147 178Diaphus meadi Myctophidae DIME 86 86Diaphus metopoclampus Myctophidae DIMET 5 5Diaphus mollis Myctophidae DIMO 1 1 2Diaphus perspicillatus Myctophidae DIPE 4 6 214 224Diaphus problematicus Myctophidae DIPR 2 65 67Diaphus taaningii Myctophidae DITA 24 24Dibranchus atlanticus Ogcocephalidae DIAT 1 1Diplophos australis Gonostomatidae DIAU 2 2Diplophos taenia Gonostomatidae DITAE 2 1 3Engraulis anchoita Engraulidae ENAN 997 54799 34631 90427Epinephelus morio Serranidae EPMO 4 4Epinephelus nigritus Serranidae EPNI 1 1 2Etropus longimanus Paralichthyidae ETLO 2 2Eumecichthys fiski Lophotidae EUFI 1 1Euthinnus alleteratus Scombridae EUAL 4 4Evoxymetopon taeniatus Trichiuridae EVTA 2 2Fistularia petimba Fistulariidae FIPE 3 13 16Gempylus serpens Gempylidae GESE 1 1Glossanodon pygmaeus Argentinidae GLPY 2 2

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116 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 1 – Continuação.

Espécies Famílias Códigos REVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Gonostoma elongatum Gonostomatidae GOEL 1 1Gymnoscopelus nicholsi Myctophidae GYNI 1 1Helicolenus lahillei Scorpaenidae HELA 36 36Hygophum heinhardtii Myctophidae HEHE 77 77Hygophum hygomii Myctophidae HYHY 134 1138 1272Hygophum reinhardtii Myctophidae HYRE 1 1Hygophum taaning Myctophidae HYTA 1 1 2Labrisomus nuchipinnis Labrisomidae LANU 1 1Lagocephalus laevigatus Tetraodontidae LALA 5 102 107Lampichthys procerus Myctophidae LAPR 219 219Lampris guttatus Lamprididae LAGU 1 1Lepidophanes guentheri Myctophidae LEGU 226 268 3492 3986Lepidopus altifrons Trichiuridae LEAL 38 15 53Lestidiops affinis Paralepididae LEAF 2 2Lestidiops jayakari Paralepididae LEJA 1 14 15Lestidium atlanticum Paralepididae LEAT 1 7 29 37Lestrolepis intermedia Myctophidae LEIN 3 172 132 307Lobianchia dofleini Myctophidae LODO 7 7Lobianchia gemellarii Myctophidae LOGE 16 16Lophius gastrophysus Lophiidae LOGA 5 24 29Luciosudis normani Notosudidae LUNO 1 1Luvarus imperialis Luvaridae LUIM 1 1Manducus maderensis Gonostomatidae MAMA 3 2 5Margrethia obtusirostre Gonostomatidae MAOB 1 1Maurolicus stehmanni Sternoptychidae MAST 46999 779850 581147 1407996Melanostomias niger Melanostomiidae MENI 1 1Merluccius hubbsi Merlucciidae MEHU 554 743 581 1878Micropogonias furnieri Sciaenidae MIFU 1 1Mustelus schmitti Triakidae MUSC 2 2Myctophum affine Myctophidae MYAF 11 169 594 774Myctophum nitidulum Myctophidae MYNI 24 24Myctophum obtusirostre Myctophidae MYOB 36 55 48 139Myctophum phengodes Myctophidae MYPH 1 5 6Myctophum selenops Myctophidae MYSE 40 44 84Nealotus tripes Gempylidae NETR 9 4 13Neoepinnula americana Gempylidae NEAM 1 1Notoscopelus caudispinosus Myctophidae NOCA 382 382Notoscopelus resplendes Myctophidae NORE 76 123 199Ogcocephalus vespertilio Ogcocephalidae OGVE 1 1Paratractichthys atlanticus Trachichtyidae PAAT 1 2 3Peprilus paru Stromateidae PEPA 45 1 46Peristediom altipinne Peristediidae PEAL 100 100Peristediom sp. Peristediidae PESP 1 1Pollichthys mauli Phosichthyidae POMA 279 11 85 375Polymixia lowei Polymixiidae POLO 1 6 7Pomacanthus tricolor Pomacanthidae POTR 1 1Pomatomus saltatrix Pomatomidae POSA 2 140 142Porichthys porosissimus Batrachoididae POPO 18 206 3 227Priacanthus arenatus Priacanthidae PRAR 4 4Prionotus nudigula Peristediidae PRNU 5 5Prionotus punctatus Peristediidae PRPU 73 73Pristimoides freemani Lutjanidae PRFR 3 3Pronotogrammus martinicensis Serranidae PRMA 4 4Psenes arafurensis Nomeidae PSAR 3 3Psenes cyanophrys Nomeidae PSCY 1 1Pseudoscopelus altipinnis Chiasmodontidae PSAL 12 1 13Pteraclis carolinus Bramidae PTCA 1 1Pterycombus petersii Bramidae PTPE 4 4Remora brachyptera Echeneidae REBR 2 2Sarda sarda Scombridae SASA 1 5 6Sardinella brasiliensis Clupeidae SABR 30 30Saurida brasiliensis Synodontidae SAUBR 110 496 509 1115Saurida caribbaea Synodontidae SAUCA 2 3087 5539 8628

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117SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 1 – Continuação.

Espécies Famílias Códigos REVIZEE I REVIZEE II REVIZEE III TotalINVERNO/96 OUTONO/97 VERÃO/97

Scomber japonicus Scombridae SCJA 6 39 45Scopelopsis multipunctatus Myctophidae SCMU 549 576 1125Scopelosaurus meadi Notosudidae SCME 1 1Scopelosaurus herwigi Notosudidae SCHE 1 1Selar crumenophthalmus Carangidae SECR 1 1Selene setapinis Carangidae SESE 1 22 23Serranus atrobranchus Serranidae SEAT 1 7 8Serranus phoebe Serranidae SEPH 4 4Setarches guentheri Scorpaenidae SEGU 1 18 19Sphoeroides dorsalis Tetraodontidae SPDO 1 1Sphoeroides pachygaster Tetraodontidae SPPA 1 5 46 52Sphyraena tome Sphyraenidae SPTO 17 17Squaliolus laticaudatus Dalatiidae SQLA 1 1Stemonosudis intermedia Paralepididae STIN 1 1 2Stephanolepis hispidus Monacanthidae STHI 2 8 10Stomias affinis Stomiidae STAF 12 4 16Sudis atrox Paralepididae SUAT 1 1Symbolophoros barnardi Myctophidae SYBA 334 4 338Symbolophorus rufinus Myctophidae SYRU 12 12Synagrops bellus Acropomatidae SYBE 1 40 17 58Synagrops spinosus Acropomatidae SYSP 135 1014 6985 8134Taractichythys longipinnis Bramidae TALO 1 1Thyrsitops lepidopoides Gempylidae THLE 3 40 795 838Trachipterus jacksonensis Trachichthyidae TRJA 1 1 2Trachurus lathami Carangidae TRLA 2 81 3063 3146Trichiurus lepturus Trichiuridae TRLE 7386 1667 629 9682Umbrina canosai Sciaenidae UMCA 1 10 11Upeneus parvus Mullidae UPPA 1 17 18Urophycis mystacea Phycidae URMY 3 4 1 8Vicinguerria attenuata Phosichthyidae VIAT 805 805Vicinguerria nimbaria Phosichthyidae VINI 34 205 239Xenodermichthys copei Alepocephalidae XECO 13 13Xenolepidichthys dalgleishi Grammicolepididae XEDA 1 1 2Zenopsis conchifera Zeidae ZECO 45 22 14 81

número total de indivíduos 57279 850268 696594 1604141número de espécies 49 111 106 172número de famílias 31 54 41 71

A seguir, são apresentados os resultados sobre os grupos dos lances de pesca (L), o

grupo de espécies (E) componentes de cada um deles, bem como as características ambi-

entais relativas aos mesmos.

Cruzeiro REVIZEE I – Inverno/96

As análises de agrupamento mostraram no cruzeiro de inverno 5 grupos de espé-

cies (E1 a E5) e 4 grupos de lances de pesca (L1 a L4), (Figura 2).

Grupo L1: relacionado apenas a um lance, estava localizado no extremo sul da

região (Chuí, RS), próximo aos 100 metros de profundidade, em água de baixa temperatu-

ra e composto apenas pelo grupo de espécies E5 (representado pela merluza, Merluccius

hubbsi e pela anchoita, Engraulis anchoita).

Grupo L2: predominante ao sul do Cabo de Santa Marta (RS), na porção nerítica da

Região, apresentava maior ocorrência do grupo de espécies E4, e, em seguida do grupo E5.

Grupo L3: localizado nas proximidades dos 200 metros de profundidade, apresen-

tava maior ocorrência dos grupos de espécies E1 e E2.

Grupo L4: relacionado apenas com uma estação, estava localizado no extremo norte

da área (próximo a Cabo Frio, RJ),em profundidades maiores do que 200 metros, em águas de

baixa temperatura e apresentava maior ocorrência de espécies do grupo E3, seguido pelo E1.

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118 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 2 – Análise nodal para o cruzeiro REVIZEE I, inverno de 1996.

190177173188185170151123162175186153139182178147110106104

190177173188185170151123162175186153139182178147110106104

ANCA

SYBE

LEAT

MAST

SAUCA

ARBO

THLE

LOGA

ZECO

BEEL

BRAT

DI

PE

LEGU

MYOB

DI

GA

MYAF

POMA

STAF

DI

DU

LEI

N

LEAL

BRECA

SAUBR

POPO

SYSP

PRPU

TRLA

TRLE

ENAN

MEHU

ANCA

SYBE

LEAT

MAST

SAUCA

ARBO

THLE

LOGA

ZECO

BEEL

BRAT

DI

PE

LEGU

MYOB

DI

GA

MYAF

POMA

STAF

DI

DU

LEI

N

LEAL

BRECA

SAUBR

POPO

SYSP

PRPU

TRLA

TRLE

ENAN

MEHU

E 1 E 2 E 3 E 4 E 51,00

0,06 0,18 0,01 0,45 0,29

0,28 0,30 0,08 0,17 0,10

0,20 1,00

L1

L2

L3

L4

An·lise NodalREVIZEE I

NerÌtico, ·guaquenteAmpladistribuiÁ„o Oce‚nico NerÌtico, ·guafria

Figura 3 – Diagrama da ordenação CCA (eixo 1 e eixo 2), dispersão das espécies e das variáveis ambientaisanalisadas para o cruzeiro REVIZEE I, Inverno de 1996.Figura 3: Diagrama da ordenaÁ „o CCA (eixo 1 e eixo 2), dispers„ o das espÈ cies e das vari· veis ambientais analisadas para o cruzeiro REVIZEE I, Inverno de 1996.

CCA variable scoresREVIZEE I

ANCAARBO

BEEL

BRAT

BRECA

DIDU

DIGA

DIPE

ENAN

LEGU

LEAL

LEAT

LEIN

LOGA

MAST

MEHU

MYAF

MYOB

POMA

POPO

PRPU

SAUBRSAUCA

STAF

SYBE

SYSP

THLE

TRLA

TRLE

ZECO

-2.7

1.6

2.7

-1.6-2.7 0.5 1.6 2.7

Latitude

Prof. local

Temperatura Sal

E1

NerÌtico, ·gua fria

NerÌtico, ·gua quente

Ampla distribuiÁ„o

Oce‚nico

Os valores da Constância nodal (C) obtidos na análise nodal (Figura 2) permitiram

verificar em que grupos de lances de pesca os grupos de espécies apresentavam maiores

ocorrências. A partir dos diagramas da ordenação com a CCA, do “biplot” dos lances de

pesca (estações) e das variáveis ambientais (Figura 3) foram identificadas as características

de cada grupo de estações resultantes do agrupamento.

As variáveis ambientais analisadas explicaram 48% da variação dos dados das espécies.

A variável mais importante foi a profundidade do local seguida pela temperatura (Figura 3).

A figura 4 apresenta a localização espacial desses grupos de lances de pesca na

Região investigada, no cruzeiro REVIZEE I (inverno/96).

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119SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 4 – Localização dos grupos de estações na área pesquisada no cruzeiro REVIZEE I, inverno de 1996.

REVIZEE II – Outono/97:

As análises de agrupamento mostraram no cruzeiro de outono 6 grupos de espé-

cies (E1 a E6) e 6 grupos de lances de pesca (L1 a L6), (Figura 5).

Grupo L1: localizado próximo a Paranaguá (PR), em águas de baixa temperatura e

com predominância do grupo de espécies E6 (Engraulis anchoita), seguido pelo grupo E5.

Grupo L2: localizado apenas no extremo norte da área, na região nerítica com dom-

inância de águas quentes, caracterizado pela maior presença do grupo de espécies E5.

Grupo L3: predominante ao sul do Cabo de Santa Marta (SC), em águas mais

quentes do ambiente nerítico, com maior ocorrência do grupo de espécies do grupo E5.

Grupo L4: presente ao sul do Cabo de Santa Marta, no talude inferior, em águas

quentes com alta ocorrência do grupo de espécies E1 (no caso, representado apenas por

Antigonia capros).

Grupo L5: presente ao sul do Cabo de Santa Marta, no talude inferior, mas em águas

com temperaturas mais baixas em relação ao grupo L4, apresentando todos os grupos de

espécies, mas com maior ocorrência do grupo E3.

Grupo L6: distribuído por toda a área, de norte a sul, e em todas as isóbatas (de 100

a 1.500 metros), caracterizado pela presença de todos os grupos de espécies, com maior

ocorrência do grupo E4 (Maurolicus stehmanni).

As variáveis ambientais analisadas explicaram 20% da variação dos dados das espé-

cies. A variável mais importante foi a profundidade do local seguida pela temperatura.

Os valores da Constância nodal (C) obtidos na análise nodal (Figura 5) permitiram

verificar em que grupos de lances de pesca os grupos de espécies apresentavam maiores

ocorrências. A partir dos diagramas da ordenação com a CCA, do “biplot” dos lances de

pesca (estações) e das variáveis ambientais (Figura 6) foram identificadas as características

de cada grupo de estações resultantes do agrupamento.

A figura 7 mostra a distribuição espacial dos grupos de lances de pesca formados

no cruzeiro REVIZEE II (outono/97).

Page 121: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

120 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 5 – Análise nodal para o cruzeiro REVIZEE II, outono de 1997.

ANCA

BEEL

FIPE

LALA

LEJA

NETR

VINI

BRAT

SPPA

DIDU

HYHY

MYAF

LEAT

STAF

MYOB

LEGU

SCMU

LEIN

PRFR

DIGA

DIPE

POMA

MAST

ARBO

POSA

AURO

SYBE

SCJA

BRECA

SAUBR

MEHU

SYSP

POPO

PRPU

TRLA

UPPA

ZECO

THLE

TRLE

SENAN

AUCA

SESE

STHI

234237238239233231261260229227224212218213219203241208240204228207258242225232259250222209201

E1 E2 E3 E4 E5 E6

0,01 0,04 0,18 0,42

0,28 0,13

0,25 0,04 0,02 0,41 0,25

1,0 0,08 0,060,50 0,25 0,71 0,13 0,06 0,25

0,20 0,10 0,08 0,28 0,12 0,08

L1

L2

L3

L4L5

L6

An·lise NodalREVIZEE II

NerÌtico,·gua friaNerÌtico, ·guaquenteAmpladistribuiÁ„oOce‚nico

Figura 6 – Diagrama da ordenação CCA (eixo 1 e eixo 2), dispersão das espécies e das variáveis ambientaisanalisadas para o cruzeiro REVIZEE II, outono de 1997.

CCAREVIZEE II

ANCA

ARBO AURO

BEEL

BRAT

BRECA

DIDU

DIGADIPE

ENAN

FIPEHYHY

LALA

LEGU

LEJA

LEAT

LEIN

MAST

MEHU

MYAF

MYOB

NETR

POMA

POSA

POPOPRPU

PRFR

SAUBR

SAUCA

SCJA

SCMU

SESE

SPPA

STHI

STAF

SYBESYSP

THLE

TRLA

TRLE

UPPA

VINI

ZECO

-2.05

-4.11

2.05

4.11

-2.05-4.11 2.05

LatitudeProf. local

Temperatura

Salinidade

Ampla distribuiÁ„oNerÌtico, ·gua fria

NerÌtico, ·gua quenteOce‚nico

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121SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 7 – Localização dos grupos de estações na área pesquisada no cruzeiro REVIZEE II, outono de 1997.

REVIZEE III – Primavera-verão97

As análises de agrupamento mostraram no cruzeiro de primavera-verão 6 grupos

de espécies (E1 a E6) e 6 grupos de lances de pesca (L1 a L6), (Figura 8).

Grupo L1: encontrado em frente a Paranaguá, no ambiente nerítico, em águas frias,

foi caracterizado pela maior ocorrência de Engraulis anchoita (E5).

Grupo L2: distribuído em todas as isóbatas entre 100 e 1.500 metros, presente no

sul do Cabo de Santa Marta, com maior presença do grupo de espécies E1.

Grupo L3: localizado no extremo sul da região e também nas proximidades de

Paranaguá e do Rio de Janeiro, na região nerítica, apresentava maior ocorrência do grupo

de espécies E2, seguido do grupo E4 (Engraulis anchoita).

Grupo L4: localizado na região nerítica nas latitudes ao norte do Cabo de Santa,

com maior ocorrência dos grupos de espécies E2 e E3.

Grupo L5: encontrado na área oceânica entre Santos e Cabo de Santa Marta, com

predomínio do grupo de espécies E5.

Grupo L6: distribuído por toda a região, de norte a sul, e em todas as isóbatas (100

a 1.500 m), apresentava maior ocorrência do grupo de espécies E6 (Maurolicus stehmanni).

As variáveis ambientais analisadas explicaram 15% da variação dos dados das espé-

cies. A variável mais importante foi a profundidade do local seguida pela latitude (localiza-

ção geográfica das espécies).

Os valores da Constância nodal (C) obtidos na análise nodal (Figura 8) permitiram

verificar em que grupos de lances de pesca os grupos de espécies apresentavam maiores

ocorrências. A partir dos diagramas da ordenação com a CCA, do “biplot” dos lances de

pesca (estações) e das variáveis ambientais (Figura 9) foram identificadas as características

de cada grupo de estações resultantes do agrupamento.

A figura 10 mostra a distribuição espacial dos grupos de lances de pesca formados

no cruzeiro de primavera-verão/97.

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122 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 8 – Análise nodal para o cruzeiro REVIZEE III, outono de 1997.

Figura 9 – Diagrama da ordenação CCA (eixo 1 e eixo 2), dispersão das espécies e das variáveis ambientaisanalisadas para o cruzeiro REVIZEE III, primavera de 1997.

CCAREVIZEE III

ANCAARBO

AUROBEEL

BRAT

BRECA

CACH

DETA

DIDU

DIGA

DIPE

ENAN

FIPE

HYHY

LALA

LEGU

LEAL

LEJA

LEAT LEINLOGA

MAST

MEHU

MYAFMYOB

NETR

PEAL

POMA

POSA

POPO

SAUBR

SAUCA

SCJASCMU

SESE

SPPA

STHI

SYBE

SYSP

THLE

TRLATRLE

UPPA

VINI

ZECO

-2.4

-4.7

2.4

3.6

-2.4 2.4 4.9

Lat

Prof.local

Temp

Sal

NerÌtico, ·gua quente

Ampla distribuiÁ„o

Oce‚nicoNerÌtico, ·gua fria

Page 124: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

123SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 10 – Localização dos grupos de estações na área pesquisada no cruzeiro REVIZEE III, outono de 1997.

Das figuras 3, 6 e 9 constam os diagramas obtidos na análise de ordenação canôni-

ca (CCA) para cada cruzeiro, nos quais foram plotadas as espécies e as variáveis ambientais,

assim como os grupos de espécies formados nas análises de agrupamento.

A partir dos resultados obtidos sobre a distribuição batimétrica, distribuição ao longo

da área temperatura e salinidade, pôde-se constatar a ocorrência de 4 grupos de espécies,

que foram denominados: Nerítico de água quente; Nerítico de água fria; de ampla dis-tribuição e Oceânico, estando as características de cada um deles descritas a seguir:

O grupo Nerítico é constituído por aquelas espécies cuja ocorrência foi predomi-

nante entre 100 e 200 m de profundidade;

De ampla distribuição, é o grupo composto por espécies que ocorreram predom-

inantemente na proximidade dos 200 m de profundidade, mas que também estavam pre-

sentes sobre a Plataforma Continental ou sobre o Talude;

Oceânico, é o grupo formado por aquelas espécies que ocorreram além da isóba-

ta de 200 m.

Da tabela 2 consta a relação das espécies que compuseram cada um desses grupos,

nos diferentes cruzeiros.

As espécies mais importantes do grupo nerítico foram: o peixe-espada, Trichiurus

lepturus; a anchoita, Engraulis anchoíta; a merluza, Merluccius hubbsi; Synagrops spinosus;

Thyrsitops lepidopoides; o xixarro, Trachurus lathami; o peixe-sapo, Lophius gastrophysus e o

galo-de-profundidade, Zenopsis conchifera; Outras espécies também foram predominan-

temente neríticas, mas em alguma época estiveram mais relacionados com outra área,

como foi o caso de Ariomma bondi, Synagrops bellus e Saurida caribbaea.

Na região nerítica foi possível verificar que a temperatura influenciou a formação

de um grupo presente em águas com baixas temperaturas, dominado pela anchoíta, o

qual esteve presente nas proximidades de Paranaguá no outono e no limite sul da região,

na primavera-verão.

O grupo oceânico foi representado, principalmente, por espécies da família

Myctophidae, seguido por espécies da ordem Stomiformes (Famílias Stomidae e

Phosichthyidae).

Page 125: Prospecção pesqueira de espécies · numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em

124 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Grupos

Nerítico de ÁguaFria (até 200 mde profundidade)

Inverno de 1996

Engraulis anchoita;Merluccius hubbsi

Outono de 1997

Engraulis anchoita;Saurida caribaea;Selene setapinnis

Primavera de 1997

Engraulis anchoita

Nerítico de ÁguaQuente (até200m de profundidade)

Ariomma bondi;Bregmacerus cantori;Lophius gastrophysus(juvenil); Saurida brasiliensis;Synagrops spinosus;Thyrsitops lepidopoides;Trachurus lathami(xixarro); Trichiurus lepturus(peixe espada); eZenopsis conchifera(peixe-galo)

Ariomma bondi; Auxis rochei;Bregmacerus cantori;Merluccius hubbsi;Saurida brasiliensis;Scomber japonicusSynagrops bellus;Synagrops spinosus;Thyrsitops lepidopoides;Trachurus lathami (xixarro); Trichiurus lepturus(peixe espada);Zenopsis conchifera(peixe-galo)

Antigonia Capros; Ariommabondi; Bregmacerus cantori;Lophius gastrophysus(juvenil); Merluccius hubbsi; Saurida brasiliensis;Scomber japonicus; Selene setapinnis; Synagrops bellus; Synagrops spinosus;Thyrsitops lepidopoides;Trachurus lathami (xixarro);Trichiurus lepturus (peixe espada); Zenopsis conchifera(peixe-galo)

Tabela 2 – Grupos de espécies de peixes pelágicos da ZEE sudeste/sul do Brasil.

AmplaDistribuição

Engraulis anchoita;Merluccius hubbsi

Engraulis anchoita;Saurida caribaea; Selene setapinnis

Engraulis anchoita

Nerítico de ÁguaQuente (até200m de profundidade)

Antigonia Capros;Maurolicus stehmanni(ligthfish); Saurida caribbaea;Synagrops bellus

Diaphus garmani;Maurolicus stehmanni(ligthfish)

Maurolicus stehmanni(ligthfish)

Oceânico (a partir dos 200mde profundidade)

Espécies das ordensMyctophiformes(lanternfishes);Stomiiformes

Espécies das ordensMyctophiformes(lanternfishes),Stomiiformes; Antigonia capros

Espécies das ordensMyctophiformes (peixe-lanterna);Stomiiformes; Auxis rochei

DISCUSSÃO

Os resultados obtidos com uso de rede de arrasto-de-meia-água mostram que na

Região Sudeste-Sul brasileira, entre 100 e 1.500 m de profundidade, estiveram presentes 4

assembléias de peixes de pequeno porte. As espécies-chave dessas assembléias podem

variar sazonalmente mas, de modo geral, são as seguintes:

1. Nerítica de água fria, presente entre 100 e 200 m de profundidade, cuja espécie chave

é Engraulis anchoita;

2. Nerítica de água quente, presente entre 100 e 200 m de profundidade, cujas espécies-

chave são: Arioma bondi, Bregmacerus cantori, Thyrsitops lepidopoides, Trachurus lathami,

Trichiurus lepturus, juvenis de Lophius gastrophysus Synagrops spp e, Zenopsis conchifera,

O peixe-lanterna, Maurolicus stehmanni foi a espécie mais importante no grupo deampla distribuição, ocupando a região da quebra da plataforma, e alguma vezes pene-

trando na plataforma continental. Dessa forma sua presença foi detectada tanto em zonas

neríticas como no talude continental, mas sua maior ocorrência foi nas proximidades da

isóbata de 200 m.

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125SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

3. Ampla distribuição, da qual Maurolicus stehmanni é a espécie-chave;

4. Oceânica, localizada a partir dos 200 m de profundidade, sendo chaves as espécies das

ordens Myctophiformes e de Stomiiformes.

Em relação ao estudo das assembléias das espécies de pequeno porte, as técnicas

analíticas ora aplicadas permitiram, de forma relativamente simples, a identificação dos

padrões de distribuições dessas assembléias, bem como a compreensão de seus compor-

tamentos espaço-temporais.

Os grupos de espécies apresentados não são fechados, isto é, algumas espécies

ocorrem ora em um grupo, ora em outro. No entanto, algumas delas foram exclusivas de

um determinado grupo, ou seja, ocorreram sempre no mesmo grupo independentemente

da época do ano. Como exemplo tivemos: Maurolicus stehmanni (sempre fazendo parte do

grupo de ampla distribuição); Engraulis anchoita (sempre no grupo nerítico de água fria);

Trichiurus lepturus (sempre no grupo nerítico de água quente) e as espécies da família

Myctophidae (ocorrendo sempre no grupo oceânico).

O fato de terem sido encontrados apenas quatro grupos de espécies no cruzeiro I e

nos demais 5 pode ser creditado à menor profundidade das coletas realizadas no primeiro,

entre 97 e 647 m, enquanto nos demais foram feitas entre 97 e aproximadamente 1.500 m.

Embora haja uma forte influência da profundidade do local separando os grupos

encontrados, a distribuição das espécies também é influenciada pela dinâmica oceano-

gráfica da área. Segundo Lowe-McConnel (1999), a região de quebra de plataforma é

uma área de transição entre o ambiente nerítico (com maior variabilidade de condições

oceanográficas) e o ambiente oceânico (com maior estabilidade), especialmente em

áreas tropicais.

Reid et al. (1991) propuseram a existência de “comunidades mesopelágicas limites”

que estariam representadas por espécies associadas ao talude continental e que ocupari-

am uma região de transição entre a zona nerítica e a oceânica; esses autores apontaram

Maurolicus muelleri como uma das principais espécies de tal comunidade.

A região do estudo sofre forte influência da Corrente do Brasil (CB), que flui para

sudoeste carregando na porção superior (de 0 até 100 metros de profundidade) água

quente e oligotrófica (Água Tropical, AT) e abaixo desta, uma massa de água com temper-

atura mais baixa e mais rica em nutrientes (Água Central do Atlântico Sul, ACAS). Durante

seu deslocamento, a CB pode formar vórtices ciclônicos que fazem com que a ACAS

alcance menores profundidades chegando até a zona eufótica, promovendo estratificação

da coluna de água e enriquecimento biológico. Outra importante ação nas condições

oceanográficas da área ocorre pela presença de águas provindas das Malvinas (CM), frias e

ricas em nutrientes. Na porção sul da região, o encontro da CM com a CB forma a

Convergência Subtropical (CS), que constitui uma zona com grande variação de temper-

atura e salinidade. A localização da CS varia ao longo do ano e entre anos, dependendo

muito das condições meteorológicas (Campos et al, 2000; Selliger et. al., 1997; Pires Vanin &

Matsuura, 1993).

Durante os cruzeiros realizados, as condições oceanográficas foram praticamente

constantes nas áreas oceânicas, à exceção da porção onde houve diferenças devido ao

deslocamento da CS, a qual esteve localizada mais ao sul no cruzeiro de inverno (REVIZEE

I) do que nos demais. Outra característica importante foi a presença de ACAS sobre a

plataforma continental nos cruzeiros de primavera-verão (REVIZEE III) e outono (REVIZEE

II), ao passo que no cruzeiro de inverno ela esteve restrita à quebra da plataforma (Meyre,

1986; Almeida, 2001; Gandini & Madureira, este volume).

Os resultados mostram que no período do estudo, 1996/1997, as condições

oceanográficas presentes na Região Sudeste-Sul foram os principais responsáveis pela dis-

tribuição das espécies de peixes pelágicos, sendo elas fortemente relacionadas com as

massa de água presentes na região e, portanto do maior ou menor potencial de produção

que as mesmas são capazes de sustentar.

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126 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Castello (1998) classificou os teleósteos pelágicos da Região Sul em 3 grupos: 1-ha-

bitantes das águas costeiras e da plataforma até aproximadamente 30 m de profundidade;

2- habitantes entre a costa e a quebra da plataforma em águas de 200 m e 3- habitantes

do oceano sobre o talude continental e águas mais profundas. Dentre os habitantes da

plataforma incluiu: a anchoíta, Engraulis anchoita, ressaltando sua importância quanto à

abundância e sua função como consumidora secundária; a anchova, Pomatomus saltatrix;

o serrinha, Sarda sarda, a cavalinha, Scomber japonicus; o xixarro, Trachurus latami; o boni-

to-listado, Katsuwonus pelamis; 3 espécies de tainha do gênero Mugil; e os juvenis de

Cynoscion guatucupa, a pescada-olhuda; Trichiurus lepturus (o peixe-espada); e da merluza,

Merluccius hubbsi. O autor descreve para todas as espécies citadas deslocamentos latitudi-

nais ou longitudinais sazonais.

Com relação aos arrastos com rede de meia-água, o mesmo autor cita as assem-

bléias formadas por Engraulis anchoita,Trachurus lathami, Loligo sanpaulensis,Trichiurus lep-

turus, Cynoscion guatucupa e Merluccius hubbsi, como freqüentes no inverno e na primav-

era e, ainda na primavera, uma outra assembéia constituída por Peprilus paru, Balistes sp.,

Pomatomus saltatrix, Sarda sarda, Katsuwonus pelamis e Anchoa marini.

Como habitantes do talude e de águas profundas, Castello (1998) apresenta os

atuns e espécies afins, os tubarões pelágicos e outros peixes menores, citando nestes últi-

mos o peixe-lanterna Maurolicus muelleri (=stehmanni), diversos gêneros de

Mycthophidae (Diaphus, Symbolophorus, Myctophum, Diogenichthys) e Lampanyctinae,

todos estes efetuando acentuada migração vertical e, ocasionalmente, alcançando

grande abundância.

Em relação ao alimento da maioria das espécies analisadas, os valores de biomassa

total do zooplâncton são mais elevados nas regiões costeira, geralmente relacionados à

AC, diminuindo em relação às demais massas de água. No entanto, tem sido reconhecida a

existência de máxima abundância sobre a plataforma intermediária e no talude devido a

processos de ascensão de águas profundas ricas em nutrientes nestas regiões. Em geral, o

gradiente costa-oceano é a característica mais marcante na distribuição do zooplancton

na Região Sudeste-Sul, com aumentos localizados, eventualmente expressivos nas áreas

de ressurgência na plataforma externa e sobre o talude (Lopes et al., 2006). Estes gradi-

entes de zooplancton poderiam, também, ter influência na distribuição das espécies estu-

dadas, por constituírem importante item alimentar para as mesmas (Bernardes & Rossi-

Wongtschowski, neste volume).

Quanto ao ictioplâncton, ou seja as larvas das espécies estudadas da Região

Sudeste-Sul, a composição e abundância ou freqüência relativa das mesmas mostram-se,

em geral, distintas, sendo que na área costeira predominam espécies das familias

Clupeidae, Sciaenidae e Engraulidae; na plataforma externa, às famílias anteriormente

citadas se somam as espécies de Carangidae, Paralichtidae; no talude dominam

Myctophidae e Sternoptychidae e na área oceânica estão em maior abundância os

Scombridae. (Katsuragawa et al., 2006).

Com relação a associações de larvas, Itagaki (1999) identificou três associações prin-

cipais até a isóbata de 100 m, que foram denominadas costeira, nerítica e oceânica da

Região Sudeste. Uma quarta assembléia, entre a costeira e a nerítica foi denominada tran-

sicional. Na área dominada pela assembléia costeira (< 50 m), sob influência da AC, as prin-

cipais espécies eram Harengula jaguana, Synodus foetens, Chloroscombrus chrysurus, entre

outros, além das famílias Sciaenidae, Gerreidae, Migilidae, Blenniidae e Gobiidae. A assem-

bléia nerítica incluiu larvas de grupos cujos adultos apresentam ampla distribuição na

plataforma brasileira: Engraulis anchoita, Bregmacerus cantori, Trichiurus lepturus, Auxis sp., e

outras das famílias Ophidiidae,Triglidae, Serranidae. Esta assembléia ocupou uma área sob

forte influência da ACAS. Já a assembléia oceânica foi caracterizada pela predominância de

larvas de peixes mesopelágicos como Maurolicus stehmanni, Diaphus dumerilii,

Paralepididae e Nomeidae. Este último grupo esteve associado à AT, que é carreada pela

corrente do Brasil.Os componentes da assembléia transicional, formada em alguns anos,

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127SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

pertenciam tanto à costeira quanto à nerítica, destacando-se: Sardinella brasiliensis,

Euthynnus alletteratus, Etropus longimanus e Syacium papillosum.

Segundo Katsuragawa et al. (2006) a CB desempenha papel fundamental na dis-

tribuição do ictioplâncton da região sudeste-sul como um todo, devido às massas de água por

ela transportadas, assim como aos seus meandros ciclônicos e anticoclônicos que sucedem

desde Cabo de São Tomé até o sul. Os vórtices ciclônicos, com núcleo de água fria induzem

ressurgência na borda da plataforma, contribuindo para a penetração da ACAS em áreas mais

rasas. Neste sentido Weiss et al (1988) sugeriram que após a eclosão no talude, as larvas de

Maurolicus muelleri (= stehmanni) seriam transportadas para a plataforma. Por outro lado, o

transporte de ovos e larvas de Harengula jaguana e Sardinella brasiliensis, da região costeira

para a oceânica, devido ao transporte de Ekman, foi um fato constatado por Spach (1996).

Embora em pequena escala, através de estudos realizados na plataforma interna de

São Sebastião, Katsuragawa et al. (no prelo) identificaram quatro assembléias de larvas

relacionadas à profundidade local e à distância da costa: uma costeira, composta pela asso-

ciação Sciaenidae-Carangidae, formada por espécies encontradas em condições de salin-

idade mais baixas; uma assembléia formada por espécies relacionadas aos locais da

plataforma média sob influência da ACAS (Engraulis anchoita, Saurida brasiliensis,

Euthynnus alletteratus, Stephanolepis hispidus) e duas assembléias cujas larvas apresen-

tavam distribuição mais ampla sobre a plataforma interna porém com abundância diferen-

ciada em relação à costa (Harengula jaguana, Caranx sp., Stellifer rastrifer e Isopisthus parvip-

innis) ou mais relacionada a região nerítica (Synodus foetens, Sphyraena guachancho,

Bregmacerus cantori e Balistes capriscus).

Na região Sul, Muelbert & Sinque (1995) mostraram que a distribuição de diferentes

grupos de larvas de peixes é influenciada por processos oceanográficos.

Ainda na Região Sul, através da descrição e composição do ictioplâncton, coletado

paralelamente aos dados do presente estudo, Franco et al. (2005), constataram que a diver-

sidade no número de famílias e o padrão de suas abundâncias estava relacionado aos

processos de mistura resultantes do aporte de água costeira para a região oceânica. Os

estratos superficiais da plataforma sob domínio de águas tropicais (AT e APST- água de

plataforma subtropical), e os estratos superficiais e águas subtropicas (ACAS) em profundi-

dade, além de apresentarem maior abundância de larvas, favorecem a presença de diver-

sas famílias, dentre as quais se destacaram Engraulididae, Synodontidae, Bregmacerotidae,

Clupeidae e até grupos mesopelágicos como Myctophidae. Quando predominavam águas

costeiras (AC) e águas de mistura (APST), houve inversão nesse padrão, sendo as maiores

concentrações encontradas principalmente na quebra da plataforma. Nestas condições,

havia redução do número de famílias e predomínio de Engraulidae, representados por

Engraulis anchoita e de Bregmacerotidae.

As análises efetuadas sobre dados acústicos (que levaram em conta forma, aspecto,

comportamento, distribuição vertical e horizontal de eco-registros), obtidos durante a

prospecção de peixes pelágicos, bem como sobre a composição dos mesmos, permitiram

o diagnóstico de seis “ecotipos”, que representam ocorrências de espécies ou de assem-

bléias de peixes características da Região Sudeste-Sul, e que se distribuem, preferencial-

mente, ao longo de um gradiente batimétrico perpendicular à costa. Tais ecotipos, com

marcado comportamento nictemeral, incluíram principalmente espécies pelágicas e

mesopelágicas. Os ecotipos foram denominados: Costeiro, “Maurolicus stehmanni”,

“Engraulis anchoita”, Nerítico, Oceânico e Registros acústicos profundos e a com-

posição em espécies dos mesmos consta de Soares et al. (2005).

Em geral, com variações no espaço e no tempo, o padrão de distribuição horizontal

dos ecotipos ao longo do gradiente batimétrico foi: costeiro, Engraulis anchoita, nerítico,

Maurolicus stehmanni e registros acústicos profundos e oceânicos.

Inicialmente, com base na dieta e hábito das espécies capturadas pela rede de

meia-água Madureira et al. (2005) procuraram reuní-las, tendo chegado a 11 grupos (ver

anexo II do trabalho citado). Dada a dificuldade em separar tais grupos dentro dos cardu-

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128 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

mes amostrados, esses autores analisaram apenas a distribuição e a abundância das es-

pécies mais importantes e mostraram que os cardumes de anchoita detectados durante o

levantamento realizado estavam restritos a plataforma, em águas com domínio da ACAS.

O peixe-lanterna estava associado ao talude, no limite entre ACAS e AT, penetrando na pla-

taforma em profundidades menores, quando houve intrusão da AT. Os peixes deno-

minados pelos autores como “mesopelágicos planctívoros”, ocuparam preferencialmente

os limites externos dos cruzeiros, em áreas com predomínio de AT, mas freqüentemente

bordeando os limites AT e ACAS. Este grupo foi eventualmente registrado sobre a platafor-

ma, associado às intrusões de AT. O peixe-espada ocupou preferencialmente a plataforma,

em águas com temperaturas inferiores a 20°C,estando ausente em áreas sob domínio da AT.

Comparando os resultados dos autores acima citados, com os do presente estudo,

que usaram a mesma base de informações, aparentemente não se observa similaridade,

porque os objetivos eram distintos. Assim, Soares et al. (2005), partiram da “interpretação

visual de ecogramas, definindo e descrevendo padrões de detecção de diferentes origens,

com base em informações sobre a estrutura e comportamento dos registros”. Com base

nos dados de captura, os eco-registros detectados tiveram sua composição relacionada à

presença de determinadas espécies ou assembléias de espécies. Por outro lado, devido à

inerente complexidade da metodologia de trabalho aplicada, aqueles autores não analis-

aram os dados obtidos sazonalmente. Como resultado, constata-se que nas tabelas de

composição em espécies de cada ecotipo, apresentadas por Soares et al. (2005), entre out-

ros exemplos, a presença das espécies Engraulis anchoita se deu em 3 ecotipos (costeiro,

Engraulis anchoita e neritico); a de Maurolicus em 2 ecotipos (nerítico e Maurolicus); a

de Trichiurus em 5 ecotipos (costeiro, Engraulis, nerítico, Maurolicus e oceânico), resul-

tados plenamente aceitos para os fins daquele trabalho. Os próprios autores ressaltam a

sobreposição de diferentes ecotipos em diferentes profundidades, com relação aos perío-

dos dia/noite e à forma dos registros.

Por sua forma de abordagem, os resultado obtidos no presente estudo apresentam

semelhança com aqueles encontrados, sobre larvas por Itagaki (1999), Katsuragawa et al.

(no prelo) e Franco et al. (2005) e com os apresentados para peixes adultos por Castello

(1998), com exceção dos grandes peixes pelágicos, que não foram capturados porque

reagem de forma diferenciada ao ecointegrador e à rede-de-meia-água, extrapolando os

limites apresentados pelos primeiros autores. Assim, Engraulis anchoita, considerada como

costeira por estar até os 200 m de profundidade, foi aqui considerada nerítica de água fria.

Devido à cobertura da área do presente estudo, não foi detectada a assembléia

costeira descrita por Itagaki (1999), Katsuragawa et al. (no prelo), Castello (1998) e, Soares

et al. (2005), que certamente existe em profundidades inferiores a 100 m.

Comparando as informações apresentadas, constata-se que muitas são as formas

de análise de comunidades e grande é a dificuldade deste estudo para espécies

mesopelágicas que se agregam em cardumes multiespecíficos, realizam migrações verti-

cais diárias diferenciadas e têm sua movimentação e distribuição latitudinal associadas a

complexos processos oceanográficos. A forma de análise das informações deste estudo

pode ser considerada a mais simples delas.

Os resultados apresentados trazem ainda, importante informação para orientar

estudos sobre os ecossistemas da plataforma e do talude, os quais, de forma indepen-

dente, venham a ser desenvolvidos para embasar a adoção de estratégias de manejo ori-

entadas para o ecossistema.

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129SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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(Teleostei, Sternoptychidae) in the southwest Atlantic. Meeresforchung 32: 53:60.

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CAPÍTULO 4COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES, DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIARELATIVA DE CEFALÓPODES DO AMBIENTE PELÁGICO DAPLATAFORMA EXTERNA E TALUDE SUPERIOR DA REGIÃOSUDESTE E SUL DO BRASIL

131SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Roberta Aguiar dos Santos Manuel Haimovici

Resumo

A fauna de cefalópodes pelágicos da plataforma externa e águas oceânicas adja-

centes foi prospectada em três levantamentos: em agosto e setembro de 1996 (inverno),

abril e maio de 1997 (outono) e o em novembro e dezembro de 1997 (primavera-verão).

Foram registrados 19 famílias, 28 gêneros e 27 espécies, sendo 13 famílias e 23 espécies nas

capturas de 126 lances com rede de arrasto de meia-água e 15 famílias e 14 espécies nos

142 lances com as redes de plâncton. A maior parte das capturas da rede de meia-água foi

de juvenis e adultos de quatro espécies: Loligo sanpaulensis, Illex argentinus, Abralia redfieldi

e Ornitoteuthis antillarum.Entre as paralarvas, foram predominantes as de Illex argentinus,do

gênero Abralia e Argonauta nodosa. Vários cefalópodes pelágicos oceânicos como

Brachioteuthis sp, Chiroteuthidae, Liocranchia reinhardti, Octopoteuthis sp, Cycloteuthis sp,

Ctenopteryx sicula, os ommastrefídeos Ommastrephes bartrami e Hyaloteuthis pelagica,

Onychoteuthidae, Thysanoteuthis rhombus e Tremoctopus violaceus foram capturados ape-

nas na forma de paralarvas. Quase todas as espécies capturadas são de águas tropicais e

subtropicais de ambos os hemisférios, com exceção de duas das mais abundantes: Loligo

sanpaulensis e Illex argentinus, endêmicas de águas subtropicais a subantarticas do

Atlântico Sudoeste. A abundância de paralarvas no inverno ressalta a importância do

estoque desovante nesta época do ano no litoral brasileiro. A ampla distribuição geográfica

na distribuição de paralarvas, juvenis e subadultos de Illex argentinus nos três cruzeiros

pelágicos, confirmam a existência de vários grupos de desovantes em diferentes épocas do

ano na região sul e estende para toda a região sudeste a área de desova e criação de par-

alarvas e juvenis de Illex argentinus. A freqüência de ocorrência de juvenis e subadultos em

toda a região sul e sudeste do Brasil aponta Illex argentinus como a espécie de maior

importância ecológico-pesqueira na plataforma externa e talude superior.

Abstract

The pelagic cephalopod fauna along the outer shelf and nearby oceanic waters of

southeastern and southern Brazil was surveyed in three cruises August-September of 1996

(winter), April-May 1997 (autumn) and November-December 1997 (spring-summer). A

total of 28 families and 27 species were captured, 13 families and 23 species in 126 hauls

of a midwater trawl and 15 families and 14 species in 142 hauls with a plankton bongo net.

Most of the midwater trawl catches was composed by adults and juveniles of Loligo san-

paulensis, Illex argentinus, Abralia redfieldi e Ornitoteuthis antillarum. Among paralarvae

caught by the bongo nets, the dominant were Illex argentinus, Abralia sp and Argonauta

nodosa. Several oceanic pelagic cephalopods as Brachioteuthis sp, Chiroteuthidae,

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132 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Liocranchia reinhardti, Octopoteuthis sp, Cycloteuthis sp, Ctenopteryx sicula, Ommastrephes

bartram, Hyaloteuthis pelagica, Thysanoteuthis rhombus and Tremoctopus violaceus were

caught only as paralarvae. Most of the species have a tropical and subtropical distribution

in both hemispheres. Exceptions were two of the most abundant, Loligo sanpaulensis, in

the shelf and Illex argentinus, in the upper slope, both endemic of subtropical and suban-

tartic waters of the Southwestern Atlantic.The presence of paralarvae of this species in all

three cruises confirm the existence of several groups being the winter spawning group

the most abundant. The frequency of occurrence and relative abundance in all its life

stages, points Illex argentinus as the species of higher ecological and fishery importance

in the region.

INTRODUÇÃO

Os cefalópodes são invertebrados marinhos e ocupam vários ambientes, desde

poças-de-marés a fontes hidrotermais de grande profundidade (Nesis, 1987; Sweeney &

Roper, 1998). Esses moluscos fazem parte de importantes pescarias ao redor do mundo,

representadas principalmente pelas famílias Ommastrephidae, Loliginidae e Octopodidae

(Caddy & Rodhouse, 1998). Com cerca de 1000 espécies descritas, desempenham um papel

importante nas relações tróficas, tanto por serem predadores ativos e eficientes de uma

grande diversidade de animais, como por fazerem parte da dieta de muitas espécies, espe-

cialmente no ambiente oceânico, onde a disponibilidade de alimento é menor, quando

comparada às áreas produtivas de plataforma (Amaratunga, 1983; Clarke, 1996).

A fauna de cefalópodes da região Sudeste-Sul é relativamente bem conhecida

(Palacio, 1977; Haimovici & Perez, 1991a; Haimovici, 1998; Haimovici et al., 1994). Essa foi

estudada a partir de exemplares depositados em coleções de museus, prospecções

pesqueiras de arrasto e a análise de conteúdos estomacais de predadores. O papel das

lulas nas relações tróficas do ecossistema marinho do extremo sul foi estudado por Santos

(1999) e Santos e Haimovici (2001, 2002) e sua participação nas comunidades pelágicas e

demersais por Mello et al. (1992) e Martins (2000).

As espécies dominantes na plataforma continental são lulas da família Loliginidae, em

especial Loligo sanpaulensis e Loligo plei, e os polvos bentônicos Octopus vulgaris, Octopus

tehuelchus, Eledone massyae e Eledone gaucha (Juanicó, 1979; Haimovici & Andriguetto, 1986;

Haimovici et al.,1989;Haimovici & Perez,1991a).Polvos e lulas de plataforma têm uma importân-

cia pesqueira limitada no sul do Brasil representando menos de 2 % dos desembarques totais.A

pesca industrial de lulas na plataforma atua sobre estoques de L.plei e L.sanpaulensis e são cap-

turadas principalmente por arrasteiros na costa do Rio de Janeiro à Santa Catarina (Costa &

Haimovici, 1990; Gasalla et al.., 2005; Perez et al., 2005). Entre os polvos, a principal espécie e

Octopus vulgaris, capturada no arrasto e mais recentemente com armadilhas (potes) em toda a

região Sudeste e Sul (Costa & Haimovici, 1990;Tomas & Ávila-da-Silva, 2006).

A composição da fauna da região do talude continental e águas oceânicas adjacentes

foi estudada através de cruzeiros de prospecção de arrasto-de-fundo no extremo sul entre

1986 e 1987 (Haimovici & Perez, 1991b; Perez & Haimovici, 1993) e do estudo da dieta de

diversas espécies de predadores desses invertebrados, onde foi observada sua importância

nas cadeias tróficas destas regiões (Santos, 1999; Santos & Haimovici, 2001, 2002). Nesses

estudos, as principais espécies de cefalópodes encontrados foram lulas pertencentes à

família Ommastrephidae, como Illex argentinus, pescado esporadicamente no arrasto nos

anos de maior abundância (Haimovici et al., 2006), Ornithoteuthis antillarum, e à família

Enoploteuthidae, como Abralia redfieldi e Abralia veranyi.

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133SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Os estágios iniciais dos cefalópodes, também conhecidos como paralarvas, foram estu-

dados na região sul do Brasil a partir de amostras de zooplâncton e ictioplâncton com redes do

tipo Bongo em diversos projetos de pesquisa desenvolvidos com o N/Pq Atlântico Sul nas

décadas de 1980 e 1990. As paralarvas encontradas com maior freqüência pertenciam às

famílias Ommastrephidae, já indicando a presença de Illex argentinus em densidades consid-

eráveis nos períodos de inverno e primavera, seguidos por Enoploteuthidae, Octopodidae,

Argonauta nodosa e Loliginidae (Haimovici et al., 1995; Haimovici & Santos, 1998).

A partir do projeto de prospecções de pequenos peixes pelágicos do Programa

REVIZEE Score Sul, foi realizada uma série de três cruzeiros que abrangeram toda a região

da plataforma externa até as águas oceânicas do Sudeste e Sul do Brasil (Madureira &

Rossi-Wongtschowski, 2005), tendo sido de particular importância por ter contribuído a

um melhor conhecimento da distribuição e abundância dos cefalópodes do ambiente

pelágico da plataforma externa e águas oceânicas adjacentes.

No presente estudo é apresentada a composição de espécies e distribuição de

cefalópodes coletados com os dois tipos de redes utilizadas: de meia-água para a captura

de juvenis e adultos e redes tipo Bongo para a captura de paralarvas.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dados sobre a presença de cefalópodes no pelagial da região Sudeste e Sul foram

obtidos em três cruzeiros de prospecção pesqueira de pequenos peixes pelágicos realizados

a bordo do N/Pq Atlântico Sul na plataforma externa e talude continental entre o Cabo São

Tomé - RJ e Chuí - RS. O primeiro cruzeiro foi realizado em agosto e setembro de 1996 (inver-

no), o segundo em abril e maio de 1997 (outono) e o terceiro em novembro e dezembro de

1997 (primavera-verão) (Tabela 1).Maiores detalhes sobre o desenho amostral e sobre as car-

acterísticas do ambiente na área de estudo durante os cruzeiros realizados se encontra em

Madureira e Rossi-Wongtschowski (2005) e Gandini & Madureira (este volume).

Área do estudo

A área investigada encontra-se na região Sudeste e Sul do Brasil entre o Cabo de

São Tomé - RJ (22°00’S) e Chuí – RS (33°44’S) entre as isóbatas de 80 e 2400 m. Nesta região

a plataforma é mais extensa em frente a Santos (230 km) estreitando-se na região de Cabo

Frio (50 km) e Cabo de Santa Marta Grande (70 km), alargando-se ao sul até 170 km, com a

quebra de plataforma delimitada pelas isóbatas de 120 e 180 m, aproximadamente. Os

principais fatores que influenciam na distribuição das feições oceanográficas encontradas

nesta região estão altamente correlacionados com o regime de ventos, com o fluxo das

grandes correntes com Água Tropical e Subtropical e, também, com a contribuição das

descargas de água doce dos sistemas lagunares e estuarinos (Castro et al., 2003). Na que-

bra de plataforma, a Água Tropical (AT), de águas quentes e mais salinas (T° > 20°C; S >

36,4), é transportada nas camadas superficiais (0-200 m), sendo a camada intermediária

(200-500m) relativamente fria (< 20°C) dominada pela Água Central do Atlântico Sul,

enquanto a água costeira resulta da mistura das águas de aporte continental com águas

da plataforma com salinidades inferiores a 36,4 (Miranda, 1982; Castro et al., 2003).

Entre as principais características associadas a processos de fertilização e incremento da

produtividade se destacam: (1) o deslocamento para o norte do aporte continental do Rio da

Prata (Piola et al.,2000), (2) o encontro das Correntes do Brasil, fluindo para o sul,e das Malvinas,

fluindo para o norte formando o limite ocidental da Convergência Subtropical (Emilson, 1961).

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134 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

(3) as ressurgências ao longo da quebra de plataforma resultado de meandramentos e vórtices

formados no talude pela Corrente do Brasil em seu fluxo para o sul (Campos et al., 1995) (4) a

penetração sazonal de águas frias, ricas em nutrientes da ACAS na plataforma provocada pelo

regime de ventos com destaque para região de Cabo Frio, o embaiamento no litoral sudeste e

a região próxima ao Cabo de Santa Marta (Castro et al., 2003).

Segundo Caldeira (2001) o cruzeiro REVIZEE I, de agosto-setembro de 1996 (inverno)

caracterizou-se por apresentar como principais feições oceanográficas, em seus estratos

superficiais, focos de ressurgência de ACAS ao norte e sul do Cabo de Santa Marta Grande.

No cruzeiro REVIZEE II, abril-maio de 1997 (outono) foi registrada a intrusão de ACAS na

plataforma continental, ressurgência de quebra de plataforma, entrada de águas costeiras

na região oceânica e a predominância de Águas de Plataforma ao sul do Cabo de Santa

Marta Grande. O cruzeiro REVIZEE III, de novembro-dezembro de 1997 (primavera-verão)

caracterizou-se pela intrusão de ACAS na plataforma continental e de águas costeiras na

região oceânica, com Águas de Plataforma ao sul do Cabo de Santa Marta Grande.

Coletas com redes de meia-água.

Os juvenis e adultos de cefalópodes foram coletados com uma rede de meia-água de

malhas de 400 mm nas asas e no quadrado, diminuindo para 50 mm no túnel e 20 mm no

saco, com uma cobertura interna com malha de 12 mm, todas medidas entre nós opostos

com a malha esticada.Foram utilizadas portas de 3,00 x 1,35 m e pesando,aproximadamente,

380 kg cada uma. A profundidade alvo máxima dos arrastos de meia-água foi de 250 m.

Os lances foram realizados em intervalos irregulares sobre um roteiro de derrotas

préestabelecidas (em grega) para prospecção hidroacústica, em função da presença de

indícios de cardumes nos registros das ecossondas científicas (Madureira & Rossi-

Wongtschowski, 2005). Este desenho amostral apenas indica os locais onde cada uma das

espécies ocorreu e os fatores ambientais aos quais estas ocorrências estavam associadas.

Os juvenis e adultos de cefalópodes das capturas com rede de meia-água foram

separados etiquetados e congelados a bordo. No laboratório foram descongelados, identi-

ficados, medidos e fixados com solução aquosa de formalina a 10% neutralizada com

bórax, e posteriormente preservados em álcool 70°. Foram registrados o comprimento dor-

sal do manto (CM), medido em milímetros e o peso total (PT) em gramas.

Coletas de paralarvas com redes de plâncton.

As paralarvas foram coletadas com redes bongo de 70 cm de diâmetro e malha de

300 micrômetros, com um fluxômetro, sendo arrastadas obliquamente entre o fundo e a

superfície ou entre os 200 m de profundidade e a superfície. Em cada cruzeiro, foram efet-

uados lances de rede Bongo em estações prédefinidas ao longo de seis perfis entre, aprox-

imadamente, os 23ºS e 34ºS de latitude, complementados com os lances realizados para

relacionar capturas com registros hidroacústicos.

As capturas das redes bongo foram fixadas a bordo em solução aquosa de formali-

na a 4%. No laboratório os cefalópodes foram separados e identificados a partir de uma

coleção de referência e bibliografia, com destaque para o trabalho editado por Sweeney et

al. (1992). Todas paralarvas tiveram o comprimento dorsal do manto medido em milímet-

ros. Também foram registradas outras medidas, como comprimento total, diâmetro do

olho, tamanho de ventosas, comprimento dos braços e probóscide, consideradas como

importantes na identificação, juntamente com caracteres morfológicos, como a presença

ou não de fotóforos, disposição de cromatóforos entre outros. A classificação sistemática

segue a proposta por Sweeney & Roper (1998).

As figuras de cefalópodes reproduzidas foram desenhadas por R. A. Santos ou J.A.A.

Perez , ou redesenhadas a partir daquelas contidas em Roper et al. (1984), Nesis (1984;

1987), Sweeney et al. (1992) e Vidal (1994a).

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135SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

RESULTADOS

Foram realizados 126 lances com rede de meia-água, sendo que em 90 deles foram

capturados 9145 cefalópodes (Tabela 1) e identificadas 23 espécies pertencentes a 13

famílias (Tabela 2) ilustradas na Figura 1. Na Tabela 3 são apresentadas as espécies, os

números por cruzeiros, com as amplitudes de comprimentos e profundidades onde ocor-

reram juvenis e adultos de cefalópodes. Em sua maioria foram coletados pequenos exem-

plares, sendo o CM médio dos cefalópodes capturados de 31,6 mm, variando de 5,2 a 443,0

mm. Do total, 44,3% pertenciam à família Loliginidae, 26,7% à Ommastrephidae, 25,7% à

Enoploteuthidae e 3,2% às outras famílias (Fig. 2a). A espécie mais abundante foi Loligo

sanpaulensis seguido de Abralia redfieldi e Illex argentinus. A localização dos lances e as

ocorrências de cefalópodes ao longo da área amostrada e as respectivas composições de

tamanhos são apresentadas nas Figuras 3 a 14.

Dos 142 arrastos de rede Bongo realizados, em 114 foram capturados um total de

1525 paralarvas de cefalópodes, desse total 95,4% puderam ser classificadas ao nível de

família, 81,5% ao nível de gênero e 64,9% ao nível de espécie (Tabela 4). Foram registradas

15 famílias, 19 gêneros e 14 espécies ilustradas na Figura 15. Os CM variaram entre 0,5 e

17,7 mm (Tabela 4). Do total, 66,8% pertenciam à família Ommastrephidae, 16,3% à

Enoploteuthidae, 5,9% Argonautidae e 11,0% às outras famílias (Fig. 2b). A espécie mais

abundante foi Illex argentinus. A localização das estações de coleta e as densidades, em

número de organismos por 100m3 de água filtrada, dos principais grupos encontrados nos

três cruzeiros, são apresentadas nas Figuras 16 a 18.

Tabela 1 – Ocorrência de cefalópodes nos três cruzeiros de prospecção de pequenos peixes pelágicos doPrograma REVIZEE com rede de meia-água, realizados entre agosto de 1996 e dezembro de 1997 entre Chuí-RS e o Cabo de São Tomé-RJ.

Cruzeiros Ago-Set Abr-Mai Nov-Dez Total1996 1997 1997

Arrastos com rede de meia-águaAmplitude de profundidade (m) 82 a 1118 96 a 1800 93 a 2370 82 a 2370lances realizados 26 40 60 126lances com captura 21 35 57 113lances com cefalópodes 19 28 43 90famílias de cefalópodes 6 10 12 13gêneros de cefalópodes 7 17 16 23espécies de cefalópodes 9 17 18 23juvenis e adultos capturados 1955 1506 5684 9145

Arrastos de rede BongoAmplitude de profundidade (m) 93 e 1600 99 a 2000 82 e 1875 82 a 2000lances realizados 45 33 54 132lances com cefalópodes 37 29 48 114famílias de cefalópodes 12 10 10 15gêneros de cefalópodes 14 10 9 19espécies de cefalópodes 8 10 6 14Número de paralarvas capturadas 972 116 437 1525Número médio de paralarvas /100 m3 filtrados 5,69 1,14 0,73 2,52

Total meia-água e Bongofamílias de cefalópodes 13 15 16 19gêneros de cefalópodes 18 20 18 28espécies de cefalópodes 16 22 19 27

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136 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 2 – Famílias, gêneros e espécies de cefalópodes capturados com rede de meia-água e Bongo nos trêscruzeiros de prospecção de pequenos peixes pelágicos do Programa REVIZEE, realizados entre agosto de1996 e dezembro de 1997 entre o Chuí-RS e o Cabo de São Tomé-RJ.

Família Gênero e espécie

Sepiolidae Leach, 1817 Semirossia tenera (Verrill, 1880)

Heteroteuthis dispar (Rüppell, 1844)

Loliginidae Lesueur, 1821 Loligo plei Blainville, 1823

Loligo sanpaulensis Brakoniecki, 1984

Ancistrocheiridae Pfeffer, 1912 Ancistrocheirus lesueurii (Orbigny, 1842)

Brachioteuthidae Pfeffer, 1908 Brachioteuthis sp Verrill, 1881

Chiroteuthidae Gray, 1849 Chiroteuthis veranyi (Ferussac, 1835)

Chtenopterigidae Grimpe, 1922 Chtenopteryx sicula (Verany, 1851)

Cranchiidae Prosch, 1847 Liocranchia reinhardti (Steenstrup, 1856)

Megalocranchia oceanica (Voss, 1960)

Cycloteuthidae Nef, 1923 Cycloteuthis sp Joubin, 1919

Enoploteuthidae Pfeffer, 1900 Enoploteuthis anapsis Roper, 1964

Abralia veranyi (Rüppell, 1844)

Abralia redfieldi Voss, 1955

Abraliopsis pfefferi Joubin, 1896

Pholidoteuthidae Adam, 1950 Pholidoteuthis adami Adam, 1950

Lycoteuhtidae Pfeffer, 1908 Lycoteuthis lorigera (Steenstrup, 1875)

Octopoteuthidae Berry, 1912 Octopoteuthis sp Rüppell, 1844

Ommastrephidae Steenstrup, 1857 Illex argentinus (Castellanos, 1960)

Todarodes filippovae Adam, 1975

Ommastrephes bartramii (Lesueur, 1821)

Sthenoteuthis pteropus (Steenstrup, 1855)

Ornithoteuthis antillarum Adam, 1957

Hyaloteuthis pelagica (Bosc, 1802)

Onychoteuthidae Gray, 1849

Pyroteuthidae Pfeffer, 1912 Pyroteuthis margaritifera (Rüppell, 1844)

Pterygioteuthis sp Fischer, 1896

Thysanoteuthidae Keferstein, 1866 Thysanoteuthis rhombus Troschel, 1857

Argonautidae Tryon, 1879 Argonauta nodosa Lightfoot, 1786

Octopodidade Orbigny, 1840 Octopus vulgaris tipo Cuvier, 1797

Octopus defilippi Verany, 1851

Tremoctopodidae Tryon, 1879 Tremoctopus violaceus Chiaie, 1830

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137SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 3 – Cefalópodes capturados com rede de meia-água nos três cruzeiros de prospecção de pequenospeixes pelágicos do Programa REVIZEE com rede de meia-água, realizados entre agosto de 1996 e dezem-bro de 1997 entre Chuí-RS e o Cabo de São Tomé-RJ. (Prof: profundidades do local onde foram realizadosos lances; CM: comprimento do manto).

Cruzeiros Ago-Set 96 Abr-Mai 97 Nov-Dez 97Prof (m) Amplitude de Total

Gênero e espécie n° Lances n° Lances n° Lances CM (mm)

Semirossia tenera 23 3 23 5 117-268 6,5 23,7

Heteroteuthis dispar 2 1 940 15,4 19,5

Loligo plei 8 1 174 10 13 6 97-917 11,0 220,0

Loligo sanpaulensis 1123 12 474 8 2257 15 97-750 7,0 79,0

Ancistrocheirus lesueurii 1 1 215 14,0

Chiroteuthis veranyi 1 1 997 65,0

Liocranchia reinhardti 1 1 60 6 1 1 116-1273 16,0 170,0

Megalocranchia oceanica 2 2 940-983 34,0 94,0

Cranchiidae não identificado 1 1 1 1 940-1454 40,0 42,0

Enoploteuthis anapsis 3 1 2 1 125-1246 20,0 32,0

Abralia veranyi 31 2 26 5 392-1105 13,0 47,0

Abralia redfieldi 125 2 159 7 1845 13 110-1273 6,0 39,0

Abraliopsis pfefferi 34 4 121 8 125-1273 9,0 36,0

Pholidoteuthis adami 2 1 1 1 2 2 158-940 25,0 71,0

Lycoteuthis lorigera 4 1 940 76,0 94,0

Illex argentinus 655 12 128 14 801 26 97-1273 8,0 232,0

Todarodes filippovae 5 1 940 290,0 369,0

Ommastrephes bartramii 36 5 187-1454 49,1 443,0

Sthenoteuthis pteropus 1 1 985 22,6

Ornithoteuthis antillarum 5 3 420 13 391 18 116-1454 6,0 250,0

Pyroteuthis margaritifera 1 1 4 1 800-940 16,0 37,4

Thysanoteuthis rhombus 2 2 2 2 10 6 97-1098 28,0 105,0

Teuhida não identificado 3 3 4 4 5 5 108-940 9,0

Argonauta nodosa 8 2 141 12 100-917 5,2 85,0

Tremoctopus violaceus 3 3 178-545 9,5 20,0

Totais 1955 26 1506 40 5684 60 97 -1454 5,2 443,0

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138 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Tabela 4 – Paralarvas de cefalópodes coletados com rede Bongo nos três cruzeiros de prospecção depequenos peixes pelágicos do Programa REVIZEE, realizados entre agosto de 1996 e dezembro de 1997 entreo Chuí-RS e o Cabo de São Tomé-RJ. (Prof: profundidades do local onde foram realizados os lances; CM:comprimento do manto).

Cruzeiros Ago-Set 96 Abr-Mai 97 Nov-Dez 97 Total

Gênero e espécie Lances n° Lances n° Lances n° Lances n° Prof Amplitude de (m) CM (mm)

Semirossia tenera 1 1 1 1 103 4,9

Brachioteuthis sp 2 2 2 3 4 5 587 1360 3,2 13,5

Chiroteuthidae não identificado 7 31 2 3 2 2 11 36 106 2000 2,0 12,6

Ctenopteryx sicula 2 2 1 1 3 3 515 1111 1,9 4,9

Liocranchia reinhardti 3 3 3 3 515 1300 6,4 12,3

Cranchiidae não identificado 1 1 1 1 2 2 106 199 13,0 18,5

Cycloteuthis sp 2 2 2 2 504 519 4,7 6,7

Abralia redfieldi 2 2 3 3 5 5 100 1300 5,5 8,2

Abralia sp 6 7 4 11 23 73 33 91 100 1600 1,3 6,0

Abralia tipo 7 9 9 17 13 65 29 91 95 1875 0,9 3,3

Abraliopsis sp 2 2 3 4 5 6 129 1440 2,0 4,2

Abraliopsis tipo 6 12 3 4 1 3 10 19 214 1388 1,6 4,2

Enoploteuthidae não identificado 2 3 2 2 5 31 9 36 103 520 1,0 4,1

Octopoteuthis sp 3 3 3 3 129 213 3,1 5,1

Illex argentinus 26 856 9 23 35 879 93 1388 0,7 11,5

Ommastrephes bartrami 1 1 2 3 3 4 147 1440 1,7 2,5

Sthenoteuthis pteropus 1 1 3 3 4 4 531 1440 1,3 2,7

Ornithoteuthis antillarum 2 2 2 2 235 888 1,3 2,4

Hyaloteuthis pelagica 1 1 1 1 2 2 137 226 4,0 4,6

Ommastrephidae não identificado 6 8 9 12 18 108 33 128 88 1875 4,0 4,6

Onychoteuthidae 3 3 3 3 1111 1482 0,8 7,5

Pyroteuthis sp 1 1 1 1 1375 1375 1,8 5,3

Pterygioteuthis sp 2 2 2 2 783 1190 2,7

Thysanoteuthis rhombus 1 1 2 2 3 3 235 1335 5,6 17,7

Teuthida não identificado 6 12 4 9 18 32 28 53 106 1482 3,0 6,0

Argonauta nodosa 1 1 1 1 25 88 27 90 100 1335 0,8 4,2

Octopus vulgaris tipo 3 5 12 15 15 20 88 1600 1,2 4,7

Octopus defilippi 2 2 2 2 157 587 3,6 3,8

Octopodidae não identificado 3 8 1 1 1 1 5 10 106 1600 1,4 4,5

Tremoctopus violaceus 1 1 1 1 2 2 515 1440 2,6 3,0

Octopodida não identificado 1 1 1 2 4 5 6 8 103 1875 1,6 5,3

Cephalopoda não identificado 4 9 4 9 135 1875 0,7 1,5

Totais 45 972 33 116 54 428 132 1516 88 2000 0,7 18,5

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139SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 1 – Cefalópodes capturados nos arrastos de meia-água dos cruzeiros de prospecção pesqueira pelági-ca I, II e III do programa REVIZEE (SCORE-SUL), entre Chuí-RS e Cabo São Tomé-RJ de 1996 a 1997. a. Semirossia tenera; b. Heteroteuthis dispar; c. Loligo plei; d. Loligo sanpaulensis; e. Ancistrocheirus lesueurii;f. Chiroteuthis veranii; g. Liocranchia reinhardti; h. Megalocranchia maxima i. Enoploteuthis anapsis; j. Abraliaredfieldi; k. Abralia veranyi; l. Abraliopsis pfefferi; m. Pholidoteuthis adami. (a-c; f-l – in Nesis, 1987; d; J.A.A.Perez; e; m – in: Roper et al., 1984).

c

kl m

a b

f g h i

j

d

e

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140 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 1 – n. Lycoteuthis lorigera; o. Illex argentinus; p. Todarodes filippovae; q. Ommastrephes bartramii;r. Sthenoteuthis pteropus; s. Ornithoteuthis antillarum; t. Pyroteuthis margaritifera; u. Thysanoteuthis rhombus;v. Argonauta nodosa; w. Tremoctopus violaceus (n; t – in: Nesis, 1987; o-s;u – in: Roper et al., 1984; v-w – porJ.A.A. Perez).

n o p q

r s tu

v w

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141SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 2 – Proporção das famílias de cefalópodes coletados com rede de meia-água (a) e Bongo (b) noscruzeiros I (Ago-Set 96), II (Abr-Mai 97) e III (Nov-Dez 97) de prospecção pesqueira pelágica do programaREVIZEE Score Sul.

Figura 3 – Localização dos lances em que ocorreu Semirossia tenera nos cruzeiros de prospecção pelágica doprograma REVIZEE.

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142 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 4 – Localização dos lances em que ocorreu Loligo plei e distribuição dos comprimentos de manto (CM)em cada área considerada, nos cruzeiros de prospecção pelágica do programa REVIZEE (as posições doslances de meia-água realizados em cada cruzeiro estão indicadas).

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143SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 5 – Localização dos lances em que ocorreu Loligo sanpaulensis e distribuição dos comprimentos demanto (CM) em cada área considerada nos cruzeiros de prospecção pelágica do programa REVIZEE.

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144 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 6 – Localização dos lances em que ocorreu Abralia redfieldi e distribuição dos comprimentos de manto(CM) em cada área considerada nos cruzeiros de prospecção pelágica do programa REVIZEE.

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145SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 7 – Localização dos lances em que ocorreram Abralia veranyi nos cruzeiros de prospecção pelágica doprograma REVIZEE.

Figura 8 – Localização dos lances em que ocorreu Abraliopsis pfefferi nos cruzeiros de prospecção pelágicado programa REVIZEE.

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146 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 9 – Localização dos lances em que ocorreu Illex argentinus e distribuição dos comprimentos de manto(CM) em cada área considerada nos cruzeiros de prospecção pelágica do programa REVIZEE.

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147SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 10 – Localização dos lances em que ocorreu Ommastrephes bartramii nos cruzeiros de prospecçãopelágica do programa REVIZEE.

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148 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 11 – Localização dos lances em que ocorreu Ornithoteuthis antillarum e distribuição dos comprimentosde manto (CM) em cada área considerada nos cruzeiros de prospecção pelágica do programa REVIZEE.

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149SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 12 – Localização dos lances em que ocorreram Thysanoteuthis rhombus nos cruzeiros de prospecçãopelágica do programa REVIZEE.

Figura 13 – Localização dos lances em que ocorreram Liocranchia reinhardti nos cruzeiros de prospecçãopelágica do programa REVIZEE.

Figura 14 – Localização dos lances em que ocorreu Argonauta nodosa nos cruzeiros de prospecção pelágicado programa REVIZEE.

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150 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

f

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Figura 15 – a. _____________; b. _____________; c. _____________; d. _____________; e. _____________; f. _____________; g. _____________; h. _____________; i. _____________;

ca b

d e

g i

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151SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

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Figura 15 – l. Onychoteuthidae; m.Ornithoteuthis antillarum. ML: 2,3 mm; n. Hyaloteuthis pelagica ML: 3,7 mm;o. Pyroteuthis sp ML: 2,9 mm; p. Pterygioteuthis sp ML: 2,9 mm ; q. Thysanoteuthis rhombus ML: 5,5;r. Argonauta nodosa ML: 2,8 mm; s. Octopus vulgaris (tipo) ML: 1,8 mm; t. Octopus defilippi ML: 3,2 mm;u. Tremoctopus violaceus ML: 2,2 mm; (l – in: Nesis, 1984; m; o-q; t-u – in: Sweeney et al., 1992; n;r;s – porR.A. Santos).

s

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152 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 16 – Localização dos lances de Bongo em que ocorreram paralarvas de cefalópodes (círculos negrosrepresentam a densidade e círculos brancos lances sem captura de cefalópodes), nos cruzeiros deprospecção pelágica REVIZEE I (Ago-Set/1996).

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153SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 17 – Localização dos lances de Bongo em que ocorreram paralarvas de cefalópodes (círculos negrosrepresentam a densidade e círculos brancos lances sem captura de cefalópodes), nos cruzeiros deprospecção pelágica REVIZEE II (Abr-Mai/1997).

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154 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Figura 18 – Localização dos lances de Bongo em que ocorreram paralarvas de cefalópodes (círculos negrosrepresentam a densidade e círculos brancos lances sem captura de cefalópodes), nos cruzeiros deprospecção pelágica REVIZEE III (Nov-Dez/1997).

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155SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Composição de espécies, distribuição e abundância

Família Sepiolidae

Foram capturadas duas espécies desta família de pequenos cefalópodes de manto

globoso, nadadeiras subterminais arredondadas, oito braços e dois tentáculos retráteis.

Semirossia tenera (Figura1a). Foram coletados 46 exemplares de 6,0 a 23,7 mm CM

com a rede de meia-água, nos cruzeiros de outono e primavera-verão, em toda a área estu-

dada entre as profundidades de 117 a 268 m (Figura3). Apenas uma paralarva de 4,9 mm

foi coletada com a rede de plâncton sobre a isóbata de 103 m, na latitude de 31ºS.

Heteroteuthis dispar (Figura1b). Ocorreram apenas 2 exemplares de CM 15,4 e

19,5 mm, num lance de outono sobre a isóbata de 940 m de profundidade, no extremo Sul.

Família Loliginidae

Fazem parte desta família espécies de lulas musculares neríticas, com os olhos

cobertos por uma membrana, algumas delas de interesse pesqueiro. Foram capturados

juvenis e adultos de duas espécies. Não foram coletadas paralarvas desta família, caracter-

izada por uma desova bentônica e costeira (Mangold, 1987)

Loligo plei (Figura 1c). Foram coletados 195 exemplares com CM variando de 11 a

220 mm. Ocorreu em 3,8% dos lances de inverno, 25,0% de outono e 10,0% nos de primav-

era-verão, entre em locais de 104 e 917 m de profundidade, sendo mais freqüentes entre

23º e 29ºS de latitude (Figura 4).

Loligo sanpaulensis (Figura 1d). Foi a espécie de cefalópode que ocorreu em

maior número, sendo coletados 3854 exemplares com CM variando de 6 a 79 mm. Ocorreu

em 46,1% dos lances do cruzeiro de inverno, 20,0% dos de outono e em 25,0% dos de pri-

mavera-verão. Foram encontrados indivíduos em todas as áreas abrangidas por estes

cruzeiros, em locais de 97 a 750 m de profundidade, com maiores ocorrências em profun-

didades inferiores a 200 m (Figura 5).

Família Ancistrocheiridae

Esta é uma família monoespecífica de lulas amoniacais de médio porte, típicas de

região de talude. Possuem o manto cônico com fotóforos em sua parte ventral, nadadeiras

largas subterminais, braços curtos com duas fileiras de ganchos. Tentáculos robustos com

fotóforos e ganchos.

Ancistrocheirus lesueurii (Figura 1e). Apenas 1 exemplar foi coletado com rede de

meia-água, com 14 mm de CM na primavera-verão de 1997 sobre a isobata de 215 m, nos

33º 44’S de latitude.

Família Brachioteuthidae

Representada por um único gênero, apresentam manto alongado com pequenas

nadadeiras arredondadas separadas e terminais, pescoço longo e cabeça com uma protu-

berância dorsal e olhos laterais grandes.

Brachioteuthis sp (Figura15a). Somente cinco paralarvas foram coletadas com a

rede Bongo, de 3,2 a 13,5 mm de CM, sobre profundidades de 587 e 1360 m nos cruzeiros

de inverno de 1996 e primavera de 1997, entre as latitudes de 24° e 32°S. Existem duas

espécies nominais deste gênero descritas para o Oceano Atlântico Sudocidental:

Brachioteuthis picta Chun, 1910 e B. riisei (Steenstrup, 1882), citadas por Nesis (1974), que,

para os exemplares coletados, não puderam ser definidas, em virtude de seu estado de

conservação e tamanho.

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156 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Família Chiroteuthidae

Fazem parte desta família lulas oceânicas amoniacais de médio porte, com manto

cônico atenuado posteriormente, nadadeiras arredondadas e pequenas, com braços ven-

trais substancialmente maiores que os restantes.

Chiroteuthis veranyi (Figura 1f ). Apenas um exemplar de 65 mm de CM foi cole-

tado com a rede de meia-água no cruzeiro de primavera-verão, sobra a isóbata de 997 m.

As paralarvas e juvenis desta família, conhecidas como “Doratopsis” caracterizam-se

pelo manto gelatinoso alongado com o gladius projetando-se muito além da nadadeira,pes-

coço longo, septado, coroa de braços curta em relação ao pescoço, braços ventrais e ten-

táculos alongados (Sweeney et al., 1992) (Figura 15b). Foram coletados 36 exemplares iden-

tificados como sendo da família Chiroteuthidae, de 2,0 a 12,6 mm de CM, nos três cruzeiros

realizados, em locais de 106 a 2000 m de profundidade, em todas as áreas amostradas.

Família ChtenopterygidaeFamilia monogenérica de pequenas lulas caracterizadas por apresentarem um

manto robusto, nadadeiras alongadas com trabéculas separando-as dorsalmente, olhos

laterais pequenos, tentáculos relativamente curtos com massa tentacular oval, cujas vento-

sas estão dispostas de maneira circular, voltadas para frente.

Chtenopteryx sicula (Figura15c). Foram coletadas três paralarvas com a rede

Bongo, com CM entre 1,9 a 4,9 mm, nos cruzeiros de outono e primavera-verão, entre as

isóbatas de 515 e 1111 m, e as latitudes de 26° e 31°S.

Família Cranchiidae Os primeiros estágios de vida desta família de lulas oceânicas amoniacais são

encontrados mais próximos à superfície, enquanto que os adultos ocorrem em estratos

mais profundos da coluna d’água, em águas oceânicas. Possuem manto frágil com duas a

quatro fileiras de listras hialinas presentes na porção anterior do lado ventral, com tu-

bérculos cartilaginosos. Apresentam nadadeiras terminais pequenas e arredondadas. Os

fotóforos estão presentes nos olhos e vísceras.

Liocranchia reinhardti (Figura 1g). Foram coletadas com a rede de meia-água 62

exemplares de 16 a 170 mm de CM (Figura 13), ocorrendo nos três cruzeiros, especialmente

no de outono, ao sul de 30°S, entre as isóbatas de 116 e 1273 m.Três paralarvas foram cole-

tadas com a rede Bongo, com CM variando de 6,4 a 12,3 mm (Figura15d), no cruzeiro de

outono, entre as isóbatas de 515 a 1300 m.

Megalocranchia oceanica (Figura 1h). Foram coletados apenas dois exemplares

com a rede de meia-água, de 34 e 94 mm de CM no cruzeiro de outono, sobre profun-

didades de 940 e 983 m e as latitudes de 29° e 34°S.

Duas paralarvas de 13,0 e 18,5 mm com manto alongado, da família Cranchiidae,

que não puderam ser identificadas, ocorreram nos cruzeiros de inverno e primavera-verão

entre as isóbatas de 106 e 199 m e as latitudes de 30° e 33°S.

Família Cycloteuthidae

As paralarvas e juvenis desta família apresentam tentáculos robustos e longos e olhos

proeminentes direcionados frontalmente sobre pedúnculos curtos (Sweeney et al., 1992).

Cycloteuthis sp (Figura15f ). Foram coletados 2 exemplares de 4,7 e 5,7 mm de CM,

identificados pela fórmula braquial de 2>3>4>1, presença de ventosas grandes e

homogêneas no club e estrias de cromatóforos nos tentáculos. Ocorreram no cruzeiro de

inverno entre as isóbatas de 504 e 519 m e os 26° e 28°S de latitude.

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157SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Família Enoploteuthidae

A maioria das espécies desta família constitui-se de pequenas lulas musculares de

manto cônico com numerosos fotóforos no manto, cabeça e/ou olhos e braços ou tentácu-

los, os quais são providos de ganchos. São lulas típicas do talude continental.

Enoploteuthis anapsis (Figura1i). Foram capturados 5 exemplares de CM varian-

do de 21 a 32 mm em todos os cruzeiros, entre as isóbatas de 125 a 1246 m e latitudes

de 26° e 34°S.

Abralia redfieldi (Figura 1j). A rede de meia-água capturou 2129 indivíduos de 6 a

39 mm de CM. Ocorreu em todos os cruzeiros e latitudes, com maior freqüência entre os

26° e 32°S sobre profundidades de 110 e 1105 m (Figura 6). Cinco paralarvas de 5,5 a 8,2

mm CM, com os cinco fotóforos na parte ventral do olho de tamanho e formato que carac-

terizam a espécie (Figura15f ), ocorreram no outono e primavera-verão em 5 arrastos de

Bongo, entre as isóbatas de 129 e 1600 m e 26º e 31ºS de latitude.

Abralia veranyi (Figura 1k). Com a rede de meia-água, foram coletados 57 exem-

plares com CM variando de 13 a 47 mm. Ocorreu em três cruzeiros sobre profundidades

de 392 a 1105 m e em toda a região, com exceção ao sul dos 32°S (Figura 7).

Abraliopsis pfefferi (Figura 1l).Em 12 lances, dos três cruzeiros, foram coletados 155

exemplares com CM variando de 16,5 a 36,0 mm. Ocorreu em 10,0% dos lances do cruzeiro

de outono e em 13,3% dos de primavera-verão, sobre profundidades de 125 a 1273 m e em

toda a área de estudo, ocorrendo principalmente entre 26° e 32°S de latitude (Figura 8).

Foram identificadas 248 paralarvas pertencentes à família Enoploteuthidae, com

manto cônico com mecanismo de fechamento reto, fórmula braquial 2>1>3>4 e presença

ganchos e de fotóforos. Estas paralarvas ocorreram em todos os cruzeiros e latitudes. As

maiores densidades, de até 5 org/100m3, foram registradas na primavera-verão entre 25° e

26°S de latitude (Figura 16 a 18).

As paralarvas de A. redfieldi e A. veranyi são difíceis de diferenciar, até a fase em que

os fotóforos suboculares se encontram totalmente desenvolvidos (Perez & Haimovici,

1993). Foram identificadas como Abralia sp, 91 paralarvas de 1,3 a 6,0 mm de CM que apre-

sentam as nadadeiras unidas posteriormente, com 3 fotóforos oculares visíveis, a partir de

aproximadamente 2 mm de CM, e várias fileiras de fotóforos na superfície ventral do

manto. Estas paralarvas foram coletadas em todos os cruzeiros e latitudes entre as isóbatas

de 100 e 1600 m sendo mais abundantes no cruzeiro de primavera-verão. Outras 91 par-

alarvas desta família, que se assemelhavam ao gênero Abralia, mas que não puderam ser

precisamente definidas, foram consideradas como Abralia tipo, ocorrendo de forma similar

à Abralia sp.

As paralarvas do gênero Abraliopsis se diferenciam de outros enoploteutídeos pela

presença de fotóforos no extremo dos braços ventrais a partir dos 3 mm de CM.

Caracterizam-se também pelo manto cônico estendendo-se além das nadadeiras, com

braços e tentáculos longos (Figura 15g). Foram coletados 12 exemplares de 2,0 a 4,2 mm

entre as isóbatas de 129 e 1440 m nos cruzeiros de inverno e primavera-verão entre os 24°

e 28°S de latitude.

Do gênero Abraliopsis foram descritas para o Oceano Atlântico três espécies: A. pfef-

feri, A. gilchristi e A. atlantica (Nesis, 1987) que, ao nível de paralarvas, não puderam ser dis-

criminadas. Assim como o ocorrido com Abralia sp, alguns exemplares com braços longos

assemelhados como Abraliopsis sp, mas sem possuírem o fotóforo característico do 4° par

de braços (n= 18), também foram referidos como Abraliopsis tipo.

Trinta e seis paralarvas de enoploteutídeos de CM entre 1,0 a 4,1 mm não puderam

ser diferenciadas em maior detalhe, seja pelo pequeno tamanho ou por seu estado de con-

servação. Estas paralarvas ocorreram nos três cruzeiros entre as isóbatas de 103 e 520 m,

abrangendo todas as áreas amostradas.

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158 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

Family Pholidoteuthidae Adam, 1950

São lulas oceânicas de grande porte com o manto coberto de pequenas papilas ou

escamas dérmicas e nadadeiras grandes e romboidais.

Pholidoteuthis adami (Figura 1m). Foram coletados 5 exemplares com rede de

meia-água, com CM variando de 25 a 71 mm, em 4 lances nos três cruzeiros realizados,

entre as isóbatas de 158 e 940 m e 29° e 32°S de latitude. Não ocorreram paralarvas

desta família.

Família Lycoteuthidae

Inclui lulas musculares típicas de regiões de talude caracterizadas por fotóforos no

interior do manto e no globo ocular, sem ganchos nos braços.

Lycoteuthis lorigera (Figura 1n). Foram capturados quatro exemplares de CM de

76 a 94 mm, todos num lance de outono sobre a profundidade de 940 m, na latitude de

34°07’S. Não ocorreram paralarvas desta família.

Família Octopoteuthidae

São lulas oceânicas de tamanho médio a grande, com corpo gelatinoso e manto

cônico, com grandes nadadeiras marginando quase toda extensão do manto.

Octopoteuthis sp. (Figura 15e).Somente foram coletadas 3 paralarvas com CM

entre 3,1 e 5,1 mm, no cruzeiro de inverno, entre locais de profundidades entre 129 e 213

m, entre 26° e 28°S de latitude. Estas paralarvas são caracterizadas por um manto largo e

curto, coberto com numerosos cromatóforos pequenos, uma cabeça grande e olhos

proeminentes, com um coroa de braços bem desenvolvida e fórmula braquial 2>3>1>4.

Tentáculos grossos com poucas e grandes ventosas de tamanhos desiguais.

Família Ommastrephidae

Fazem parte desta família lulas musculares de médio e grande porte. Possuem o

fechamento do manto em “T” invertido e grandes nadadeiras terminais, não apresentando

ganchos nos tentáculos ou braços. As paralarvas dos ommastrefídeos, conhecidas como

“rynchoteuthion”, apresentam uma probóscide formada por ambos os tentáculos fusiona-

dos com oito ventosas em seu extremo, o que as diferenciam de todas as outras famílias de

cefalópodes. Descrições destas paralarvas são apresentadas em Sweeney et al. (1992).

Algumas espécies desta família são importantes recursos pesqueiros.

Illex argentinus (Figura 1o). Foram coletados com a rede de meia-água 1584

exemplares, em sua maioria juvenis a subadultos, com CM variando de 9 a 232 mm, com

média de 33,3 mm. Ocorreu em 41,3% dos arrastos dos três cruzeiros em todas as latitudes

em locais de profundidades entre 82 e 1273 m. Foram mais freqüentes entre as isóbatas

de 100 e 300 m, nos cruzeiros de inverno, especialmente em frente ao Chuí e entre

Florianópolis e o Cabo de Santa Marta Grande, e nos cruzeiros de primavera, em toda

extensão do talude da região sul, e na frente da costa do Rio de Janeiro (Figura 9). Esta

espécie esteve principalmente associada a águas de temperaturas inferiores a 20°C.

As paralarvas de Illex argentinus foram descritas por Brunetti (1990) e Vidal (1994a).

Os caracteres distintivos em relação a outros omastrefídeos da região, são a ausência de

fotóforos cefálicos ou viscerais, probóscide de 50 a 75% do CM, ventosas iguais e não alar-

gadas no extremo (Figura 15i). As paralarvas do calamar-argentino foram particularmente

freqüentes e abundantes (n= 856) no cruzeiro de inverno, principalmente entre as latitudes

de 26° e 29°S (Figura16). No cruzeiro de outono ocorreu em poucas estações e em

pequeno número, principalmente no sul. Não foi registrada no cruzeiro de primavera-

verão, porém sua presença não é totalmente descartada, uma vez que boa parte das par-

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159SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

alarvas de ommastrefídeos não puderam ser identificadas e Illex argentinus já ocorreu

nesses meses em levantamentos anteriores (Haimovici et al., 1995). Os tamanhos variaram

de 0,7 a 11,5 mm (Tabela 4). As maiores capturas foram obtidas em dois lances realizados

no inverno entre as isóbatas de 200 e 500 m: 55,6 org/100m3 (estação 161; 29∞17’S;

47∞50’s) e 35,6 org/100m3 (estação 1091; 28° 16’S; 47∞17’S). Nestes dois lances, a maioria

das paralarvas possuía CM inferiores a 2,0 mm, indicando desova recente.

Todarodes filippovae (Figura 1p). Foram coletados 5 exemplares com CM varian-

do de 290 a 369 mm em 2,5% dos lances do cruzeiro de outono, sobre a profundidade de

940 m entre os 32° e 34°S de latitude.

Ommastrephes bartramii (Figura 1q). Foram coletados 36 exemplares com CM va-

riando de 49,1 a 443 mm. Ocorreram em 8,3% dos lances do cruzeiro de primavera entre as

isóbatas de 187 e 1454 m, estando ausente somente entre os 29° e 32°S de latitude (Figura

10). Quatro paralarvas, muito pequenas, com CM entre 1,7 e 2,5 mm, foram identificadas

como Ommastrephes bartramii,sendo coletadas no inverno e primavera-verão,sobre profun-

didade entre 147 e 1440 m. Possuem como principais características a ausência de fotóforos

oculares ou viscerais, probóscide relativamente comprida (50 a 75% do CM) e ventosas lat-

erais da prosbóscide cerca de duas vezes maior que as seis restantes (Figura 15j).

Sthenoteuthis pteropus (Figura 1r). Apenas 1 exemplar foi coletado com a rede de

meia-água com 22,6 mm de CM no cruzeiro de outono em 30° 45’S de latitude sobre 985

m de profundidade.

Foram identificadas 4 paralarvas, com CM entre 1,3 e 2,4 mm nos cruzeiros de inver-

no e outono entre as isóbatas de 531 e 1440 m e as latitudes de 24° e 33°S. Como carac-

terísticas principais os exemplares apresentavam uma longa probóscide, em geral com

comprimento superior a 100% do CM, e não possuíam fotóforos oculares ou viscerais, nem

ventosas laterais da probóscide alargadas (Figura 15k).

Ornithoteuthis antillarum (Figura 1s). Foram coletados com a rede de meia-água

816 exemplares com CM variando de 6,0 a 250 mm. Ocorreu em 11,5% dos lances do

cruzeiro de inverno, apenas ao sul de 28°S, em 32,5% dos de outono, principalmente ao sul

de 27°S, e em 30,0% dos de primavera-verão, onde ocorreu do Rio de Janeiro ao Chuí.

Foram coletados exemplares entre as as isóbatas de 187 e 1454 m, ausente somente entre

os 29° e 32°S de latitude (Figura 11).

Foram identificadas duas paralarvas de 4,0 e 4,6 mm no cruzeiro de primavera-

verão entre as isóbatas de 235 e 888 m e as latitudes de 28° e 30°S. Caracterizam-se por

apresentarem uma probóscide curta (cerca de 30% do CM), um fotóforo na parte ventral

do olho e um fotóforo sobre o intestino (Figura 15l).

Hyaloteuthis pelagica (Figura 15m). Duas paralarvas com CM de 4,0 e 4,6 mm

foram identificadas nos cruzeiros de inverno e outono, em locais de profundidades entre

137 e 226 m e 23° a 26°S de latitude. Foi caracterizada pela presença de um único fotóforo

visceral e um fotóforo na parte ventral do olho.

Ocorreram 128 paralarvas “rynchoteuthion”, exclusivas da família Ommastrephidae,

com CM variando de 0,8 a 7,5 mm, que devido ao pequeno tamanho e estado de con-

servação, não puderam ser identificadas. Foram coletadas em todos os cruzeiros realizados,

entre as isóbatas de 88 a 1875 m, em todas as áreas amostradas.

Família Onychoteuthidae

Lulas musculares oceânicas de médio e grande porte, com corpo muscular termina-

do em uma ponta, com tentáculos com 2 fileiras de ganchos.

Somente três paralarvas desta família (Figura 15n) foram coletadas com rede

Bongo no cruzeiro de outono com CM entre 1,8 e 5,3 mm, em locais de 1111 a 1482 m de

profundidades e latitudes de 24° e 31°S. Estas paralarvas apresentam mantos musculares

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160 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

com um cromatóforo bem visível no lado ventral, de cada lado da inserção das nadadeiras,

um gladius terminado em ponta afilada e nos maiores de 4,0 mm CM, foi observado um

fotóforo na parte ventral de cada olho. Embora sejam fáceis de serem caracterizadas ao

nível de família, sua identificação em níveis inferiores é mais difícil.

Família Pyroteuthidae

Pequenas lulas musculares de manto cônico nadadeiras subterminais em forma de

“rim”, com fotóforos nos globos oculares tentáculos e vísceras, e ausentes no manto,

nadadeiras braços e cabeça.

Pyroteuthis margaritifera (Figura 1t). No arrasto de meia-água foram coletados 5

exemplares com CM variando de 16,0 a 37,4 mm. Juvenis e adultos ocorreram em um lance

do outono, em 34°07’S e sobre 800 m de profundidade e na primavera-verão em 23°52’S e

940 m de profundidade.

Uma paralarva deste gênero de 2,7 mm foi identificada pela presença de fotóforos

nos olhos e a ausência de fotóforos nas brânquias (Figura 15o), foi coletada no cruzeiro de

primavera-verão.

Pterygioteuthis sp. (Figura 15p). Foram coletados dois exemplares com a rede

Bongo de 5,6 e 17,7 mm CM no cruzeiro de inverno, entre 24° e 26°S de latitude, sobre pro-

fundidades de 783 a 1190 m. Foram identificados pela presença de fotóforos nos olhos,

fotóforos das brânquias iguais ou maiores que os anais, sem ganchos nos tentáculos e, no

macho, pela hectocotilização do IV braço esquerdo.

Família Thysanoteuthidae

Família representada por uma única espécie, de grandes lulas musculares com

grandes nadadeiras romboidais e braços curtos com membranas protetoras.

Thysanoteuthis rhombus (Figura 1u). Foram coletados 14 juvenis com CM varian-

do de 28 a 105 mm que ocorreram em 10 arrastos de meia-água distribuídos em todos os

cruzeiros, entre as isóbatas de 97 e 1098 m, entre os 26° e 32°S de latitude (Figura 12).

Com a rede Bongo foram capturadas 3 paralarvas de 3 a 6 mm CM identificadas

pelo manto alargado e densamente coberto de cromatóforos, nadadeiras arredondadas e

curtas, nos menores exemplares, olhos pequenos, separados e proeminentes, tentáculos

robustos e membranas com trabéculas dorsais nos braços (Figura 15q). Ocorreram nos

cruzeiros de inverno e primavera-verão em locais de profundidades entre 235 e 1335 m e

latitudes de 24° e 28°S.

Família Argonautidae

Polvos pelágicos de médio porte, tendo como característica a elaboração, pelas

fêmeas, de uma concha secundária para armazenamento de seus ovos.

Argonauta nodosa (Figura 1v). Foram coletados 149 juvenis e adultos com CM var-

iando de 9,5 a 85,0 mm nos cruzeiros de outono e primavera entre as isóbatas de 102 a 917

m ao longo de toda a área prospectada (Figura 14).

Suas paralarvas se caracteriza por possuírem o extremo do primeiro par de braços

modificados para secretar e segurar uma concha secundária ou câmara incubartriz, corpo

gelatinoso, membrana braquial, braços de igual comprimento e presença de aparelho de

fechamento do manto ((Nesis, 1987, Sweeney et al., 1992).

Foram coletadas 90 paralarvas de 1,2 a 8,0 mm que ocorreram nos três cruzeiros,

mas foram mais abundantes na primavera-verão, entre as profundidades em locais de pro-

fundidades entre 100 e 1335 m, sendo encontradas em todas as áreas amostradas. Ainda

que as paralarvas não tenham apresentado características que possibilitassem a identifi-

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161SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

cação a nível específico, esta foi a única espécie da qual foram encontrados juvenis e adul-

tos na região (Figura 15r).

Família Octopodidae

Os adultos desta família são geralmente bentônicos, mas várias espécies pos-

suem paralarvas pelágicas. Como os restantes dos polvos da Subordem Incirrina, apre-

sentam oito braços com uma ou duas fileiras de ventosas sésseis e não possuem ten-

táculos nem nadadeiras.

Octopus vulgaris (tipo) (Figura 15s). Ocorreram 20 paralarvas de 1,2 a 4,7 mm CM

nos cruzeiros inverno e outono, entre as isóbatas de 88 e 1600 m, em todas as áreas

amostradas. As paralarvas desta espécie caracterizam-se pelo manto muscular curto e

arredondado, cromatóforos grandes na cabeça e no dorso do manto e pequenos na fase

ventral, olhos grandes e proeminentes, braços curtos e iguais com uma fileira de ventosas.

Octopus defilippi (Figura 15t). Ocorreram 2 paralarvas de 3,6 a 3,8 mm CM no

cruzeiro inverno, entre 157 e 587 m de profundidade, entre 24°S de latitude. Estas paralar-

vas, denominadas de “macrotritopus”, apresentam ventosas em duas séries nos braços e o

terceiro par de braços bem mais desenvolvidos (maiores) que os restantes.

Foram coletadas 10 paralarvas que mediram de 1,4 a 4,5 mm de CM, nos três

cruzeiros, entre as isóbatas de 106 m e 1600 m e 23° a 31°S de latitude, que não apre-

sentaram um padrão de cromatóforos consistente e foram identificados apenas como per-

tencentes à família Octopodidae.

Família Tremoctopodidae

Polvos pelágicos de médio porte, com umbrela membranosa entre os quatro

primeiros braços.

Tremoctopus violaceus (Figura 15u). Foram coletados com a rede de meia-água 3

exemplares com CM variando de 9,5 a 22,0 mm. Ocorreu no cruzeiro de primavera-verão,

em locais de profundidades entre 178 e 545 m e as latitudes de 26° e 32°S

Foram coletadas com rede Bongo duas paralarvas de 2,6 e 3,0 mm CM, nos

cruzeiros de inverno e outono entre as isóbatas de 515 e 1440 m de profundidade, entre as

latitudes de 24° e 28°S. Estas paralarvas possuem corpo muscular firme, com os braços dor-

sais mais longos com ventosas em duas séries e fórmula braquial 1>>2>4>>3.

DISCUSSÃO

Foram identificados neste estudo, 31 gêneros, quase 40% das 86 espécies registra-

dos para águas brasileiras (Haimovici, Santos e Fischer, em preparação). A maioria coleta-

dos já havia sido anteriormente registrada para a região como paralarvas, juvenis ou adul-

tos provenientes de capturas com redes Bongo, redes de arrasto de fundo, sobre a platafor-

ma e talude, ou ainda em conteúdos estomacais de predadores (Haimovici & Andriguetto,

1986; Haimovici et al., 1989; Haimovici & Perez, 1991a, Haimovici & Perez, 1991b; Perez &

Haimovici, 1993, Santos & Haimovici, 2000, 2001, 2002).

As espécies capturadas se distribuem em águas tropicais e subtropicais de ambos

hemisférios, com exceção de duas das mais abundantes: Loligo sanpaulensis e Illex argenti-

nus, endêmicas das águas subtropicais e subantarcticas do Atlântico Sudoeste (Nesis ,

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162 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

1999). A presença destas paralarvas e juvenis, mais uma vez, caracteriza a região de

plataforma externa e talude continental como áreas importantes de desova de

cefalópodes e de alimentação e desenvolvimento. O predomínio de espécies típicas de

regiões tropicais e subtropicais está associado ao fato de que a grande maioria das

amostras foi obtida em águas da plataforma externa ou águas oceânicas adjacentes, com

predominância da Água Tropical nas camadas superficiais.

Entre os cefalópodes capturados pelas redes de meia-água, as espécies mais fre-

qüentes, pertencentes à família Loliginidae, foram as mais costeiras, com uma profundi-

dade média dos locais onde foram capturados de 147 m para Loligo sanpaulensis, seguidos

de Argonauta nodosa (175 m), Illex argentinus (275 m), Ornithoteuthis antillarum (586 m) e

Abralia redfeldi (654 m). Este padrão de estratificação em relação à profundidade é comum

em margens continentais, sendo o domínio de loliginídeos na plataforma interna, ommas-

trefídeos e enoploteutídeos associados ao talude superior e diversas famílias de

Oegopsina nas águas oceânicas adjacentes (Clarke, 1996).

As amostras da rede de meia-água não podem ser consideradas quantitativamente

representativas da distribuição dos cefalópodes no ambiente devido a alguns fatores. Por

um lado, a habilidade para evitar a captura por parte das lulas musculares de certo porte

(Clarke, 1987); por outro, os cefalópodes pelágicos gelatinosos são facilmente destruídos

com o contato com o resto da captura. Observa-se ainda que muitos cefalópodes pelági-

cos realizam migrações nictemerais, tornando-os não acessíveis aos arrasto diurnos da

rede de meia-água, realizados nas camadas mais superficiais. Este foi o caso dos indivídu-

os de maior tamanho de Illex argentinus, que foram registrados acusticamente como “ecos

forte de profundidade”, mas não foram capturados pela rede de meia-água (Madureira et

al., 2005),

As amostras de plâncton incluíram paralarvas de 15 famílias e 14 espécies, com

domínio de Illex argentinus, o gênero Abralia e Argonauta nodosa. Vários cefalópodes

pelágicos oceânicos como Brachioteuthis sp, Chiroteuthidae, Liocranchia reinhardti,

Octopoteuthis sp, Cycloteuthis sp, Ctenopteryx sicula, os ommastrephifídeos Ommastrephes

bartrami, e Hyaloteuthis pelagica, Onychotouthidae, Thysanoteuthis rhombus e Tremoctopus

violaceus foram capturadas apenas na forma de paralarvas. Cabe ressaltar que também as

amostras da rede Bongo representam parcialmente a diversidade e abundância de paralar-

vas e juvenis, uma vez que a visão aprimorada e natação a jato facilitam o escape.

A maior riqueza de espécies, capturadas por ambos os petrechos, foi registrada no

cruzeiro de outono, coincidindo com processos oceanográficos que favoreceram a pre-

sença de espécies de águas mais profundas e oceânicas na área de estudo. Estes processos

incluíram a penetração da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) ao norte de 24°S, a

ressurgência de quebra de plataforma na área entre 24° e 28° S, e a predominância de

águas de plataforma ao sul de 28° (Gandini & Madureira, este volume).

A maior abundância de paralarvas de cefalópodes foi registrada no inverno, quan-

do ocorreram as maiores capturas de paralarvas de Illex argentinus, coincidindo com os

focos de ressurgência da ACAS ao norte de 28°S, enquanto a maior abundância de

cefalópodes capturados com a rede de meia-água foi observada na primavera, principal-

mente representada por juvenis de Loligo sanpaulensis, provavelmente associado à pre-

dominância de águas costeiras frias na plataforma ao sul de Santa Marta Grande (Gandini

& Madureira, este volume).

Os ommastrefídeos são cefalópodes pelágicos musculares oceânicos dominantes,

principalmente em regiões de talude ou onde as condições oceanográficas favorecem a

alta produção primária necessária à sustentação destes animais de elevado metabolismo

(O’Dor, 1998). De fato, no sul do Brasil, Illex argentinus, Ommastrephes bartramii e

Ornithoteuthis antillarum, estão entre as presas mais freqüentemente encontradas em

estômagos de atuns, espadarte, agulhões e tubarões pelágicos (Santos & Haimovici, 2000;

2002) e mamíferos marinhos (Santos & Haimovici, 2001). Nas capturas com a rede de meia-

água, Ornitoteuthis antillarum, também ocorreu em grande número, embora sua ocorrên-

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163SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

cia tenha sido mais expressiva no cruzeiro de primavera-verão, principalmente ao norte de

28°S, com águas de temperaturas mais elevadas.

Outro grupo importante de cefalópodes capturados, foram as pequenas lulas per-

tencentes à família Enoploteuthidae típicas de taludes continentais, com destaque para

Abralia redfieldi. Nos cruzeiros de arrasto de fundo realizados na região, esta espécie não foi

tão abundante, indicando um habitat mais pelágico (Haimovici & Perez, 1991b). Embora

apareça na dieta de predadores oceânicos, sua ocorrência nos conteúdos estomacais foi

em geral pouco expressiva, quando comparada a outros cefalópodes como lulas da família

Ommastrephidae (Santos & Haimovici, 2002).

Os cruzeiros realizados representaram uma contribuição importante na com-

preensão da distribuição geográfica e temporal de Illex argentinus. Esta espécie foi o

cefalópode mais freqüente em termos de ocorrência nos lances de meia-água nos três

cruzeiros e as paralarvas apresentaram as densidades mais elevadas no inverno de 1996. A

ampla distribuição geográfica na distribuição de paralarvas, juvenis e subadultos de Illex

argentinus nos três cruzeiros pelágicos e nos levantamentos demersais confirmam a

existência de vários grupos de desovantes em diferentes épocas do ano na região sul

(Haimovici & Perez, 1990, Santos & Haimovici, 1997) e estende para toda a região sudeste a

área de maturação sexual, desova e criação de paralarvas e juvenis de Illex argentinus.

A abundância de paralarvas desta espécie no plâncton do sul do Brasil em relação

a outras regiões já tinha sido destacada por Haimovici et al. (1995; 1998), de juvenis e adul-

tos próxima ao fundo no talude superior nos cruzeiros demersais da década de 1980

(Haimovici & Perez, 1991b) e como presa na dieta de médios e grandes predadores da

região sul (Santos & Haimovici, 2002). A distribuição e abundância da espécie no pelagial,

de levantamentos acústicos, do Programa REVIZEE no inverno de 1996 cerca de 19.500 t

distribuídas do sul de São Paulo ao Chuí; no outono de 1997 aumentou para 31.700 t, com

ampla distribuíção em todas as latitudes e na primavera-verão de 1997 de apenas 1.519 t

(Madureira & Rossi-Wongtschowski, 2005). Esses valores, entretanto, podem ter sido subes-

timados, já que a maioria dos exemplares capturados foi de juvenis, tendo sido coletados

poucos subadultos e adultos. Durante o dia os exemplares maiores destas lulas encontram-

se em estratos mais profundos do que aqueles atingidos pela rede de meia-água e foram

identificados por Madureira et al. (2005) como ecos fortes de profundidade. Mais recente-

mente, em levantamentos de prospecção pesqueira demersal do Programa REVIZEE real-

izados em 2001 e 2002, as abundâncias no inverno de 2001 e outono de 2002 foram

respectivamente 9.825 t e 41.658 t (Haimovici et al., 2006).

Observou-se que as maiores abundâncias de juvenis e subadultos, tanto no pela-

gial como próximo ao fundo ocorreram no outono e, coortes como estas podem contribuir

com a desova que dá origem ao pico de paralarvas observado no inverno e início de pri-

mavera em outros anos. A desova invernal seria produto de coortes que cresceram no

litoral brasileiro em conjunto com coortes de exemplares cujo crescimento aconteceu em

águas mais ao sul, no litoral de Uruguai e Argentina (Haimovici et al. 1995; Vidal, 1994b,

Haimovici et al., 1998, Santos & Haimovici, 1997).

A presença das maiores concentrações de paralarvas de Illex argentinus recém eclo-

didas em águas da Corrente do Brasil é um forte indício de que estas seriam transportadas

até a margem oeste da Convergência Subtropical, que no inverno e primavera se situa

próximo à frente oceânica do Rio da Prata. Nesta região foram observados núcleos de alta

produtividade que poderiam favorecer o crescimento das paralarvas (Hubold, 1980;

Gayoso & Podestá, 1996). Brunetti & Ivanovic (1992) postulam que o recrutamento de juve-

nis sobre a plataforma bonaerense ocorre através desta frente. Existem, desta forma, ele-

mentos para estabelecer uma ligação entre as áreas de desova no sul do Brasil e as áreas

de criação no litoral norte de Argentina e Uruguai.

De forma geral, o material analisado provém de uma região, que até o Programa

REVIZEE, se encontrava pouco estudada e contribui ao conhecimento da distribuição da

fauna de cefalópodes da zona econômica exclusiva brasileira, uma vez que alguns dos

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164 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL

cefalópodes coletados tinham sido raramente coletados ou ainda sua presença havia sido

registrada apenas como paralarvas ou em conteúdos estomacais, além de contribuir à

identificação dos eco-registros encontrados.

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Editor: Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Supervisor de editoração: Roberto Ávila Bernardes

Gerenciamento administrativo: Aparecida Martins Vaz dos Santos

Administração Financeira: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo

Patrocinador deste volume: PETROBRAS

Projeto gráfico e editoração: Ulhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura

Revisão: Cleyde Romano de Ulhôa Cintra

Fotos: Roberto London, Luciano Gomes Fischer

Assessoria técnica da Coordenação Geral do Programa REVIZEE (SQA/MMA)

Oneida Freire

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José Luiz Jeveaux Pereira

Ricardo Castelli Vieira