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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL A CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS FUNÇÕES DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Proteção Especial

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ABNT - UNOPAR - Resumido

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SUMRIO

INTRODUO.............................................................................................................4

DESENVOLVIMENTO..................................................................................................5

CONCLUSO.............................................................................................................10

REFERENCIAS..........................................................................................................11

1 INTRODUO

A partir do capitalismo, surge a poltica social, construda por meio das mobilizaes das classes operrias advindas das revolues industriais no sculo XIX. A politica social foi, ento, entendida como estratgia de interveno do governo nas relaes sociais originadas no mundo da produo, ou seja, foi relacionada a um processo de mediao, como estratgia estatal entre interesses conflitivos. O processo de globalizao que est em curso provoca profundas mudanas em vrios setores da sociedade em um movimento acelerado de reorganizao e reordenao social, cultural e institucional subordinado em linhas gerais economia.Um dos maiores desafios a ser enfrentado nesse processo est na identificao do papel a ser desenvolvido pelo Estado-nao, pois esse tem perdido gradativamente algumas de suas prerrogativas tanto econmicas politicas e culturais quanto sociais.

As politicas pblicas passam a serem discutidas em espaos transnacionais, cujos acordos so impostos e aceitos a ponto de modificarem e influrem na execuo e definio das politicas nacionais.Diante dos desafios apontados, necessrio o servio social desenvolver aes relativas ao planejamento estratgico ante a nova gesto dos servios. O projeto tico-poltico aborda o reconhecimento da liberdade como valor tico central a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de escolher entre alternativas concretas, e neste sentido que surge o compromisso com a autonomia, a emancipao e a plena expanso dos indivduos sociais. O projeto profissional vincula-se a um projeto societrio que prope a construo de uma nova ordem social, sem dominao e/ou explorao de classe, etnia e gnero. No podendo desvincular esses valores da histria do servio social, assim como das influncias que foram construdas historicamente.

2 DESENVOLVIMENTO

As polticas sociais so classificadas e definidas conforme suas especificidades e seus objetivos imediatos, como curativas e preventivas, primrias, secundrias e tercirias, teraputicas e promocionais. So apresentadas de acordo com o pblico-alvo: crianas, jovens e idosos e por critrios de normalidade/anormalidade, doentes, excepcionais, invlidos, psicticos, desaptados sociais etc. Essas classificaes acabavam por fragmentar e isolar e controlar as polticas sociais. Dentro dessa lgica, a poltica social acaba por estigmatizar a populao, quando as separa por idade, normalidade/anormalidade, transformando e reforando a concepo de desviantes e desintegrados. No entanto, apesar de sua origem de defesa dos direitos dos trabalhadores, origem esta calcada na luta dos trabalhadores, a poltica social passou a atender os interesses dos capitalistas, a transformar os direitos dos trabalhadores em capital privado lucrativo. Em ltima instancia a politica social da sociedade capitalista atende aos interesses dos capitalistas. Funcionais ao capitalismo, as polticas sociais se metamorfoseiam em ajuda, em benefcios sociais, em solidariedade entre as pessoas, em aes governamentais para acabar com as desigualdades sociais desigualdades que significam acessos diferenciados aos servios e direitos sociais, por exemplo: direito alimentao, sade, ao saneamento bsico, educao. O Estado coloca como se ele estivesse preocupado com estas questes, mas, ao mesmo tempo, no as resolve, e s demonstra preocupao nos discursos, mas, mesmo existindo, por exemplo, amplos conhecimentos para implantao do saneamento bsico, ainda h brasileiros morando com esgoto em cu aberto. Descola-se, assim, a poltica social de sua base real de existncia: a contradio entre a forma social da produo e a apropriao privada do produto socialmente produzido, que o que funda o modo capitalista de produo.Faz se necessrio acentuar a importncia decisiva do Estado na reproduo das relaes scias, na sua condio de legislador e de controlador das foras repressivas. Estes dois braos do estado so mutuamente complementares na tarefa de assegurar o poder e a ordem estabelecida conforme os interesses dominantes. O Estado, como centro de exerccio do poder poltico, a via privilegiada atravs da qual as diversas fraes das classes dominantes, em conjunturas histricas especificas, impem seus interesses de classe ao conjunto da sociedade, como ilusrio interesse geral. O Estado supe, pois uma aliana de segmentos sociais, cujos interesses so conflitantes, embora no antagnicos. Porem, se o poder de Estado exclui as classes dominadas, no pode desconsiderar totalmente suas necessidades e interesses como condio mesma de sua legitimao. Assim, o Estado v-se obrigado, pelo poder de presso das classes subalternas, a incorporar, ainda que subordinadamente, alguns de seus interesses desde que no afetem aqueles da classe capitalista como um todo, dentro de um pacto de dominao. A interveno do Estado conhecida como medida de polticas sociais consistia na implantao de assistncia social, de prestao de servios sociais que contemplava uma diversidade de informaes e aes, como adoo, internamento, reabilitao, consultas mdicas, atendimentos psicossocial, reinsero social. As medidas jurdicas tambm eram compreendidas como poltica social; por exemplo, a proteo do consumidor e a normatividade dos procedimentos educativos. Alm dessas, tambm eram consideradas medidas de polticas sociais a construo de equipamentos sociais e de subsdios.As polticas sociais surgiram como forma de amenizao e at mesmo de enfrentamento, da situao de precariedade de direitos humanos, existentes em governos autoritrios. Portanto, houve a preocupao de inseri-las na Constituio Federal de 1988, como preconizado em seu art. 3:Constituem objetivos fundamentais da repblica Federativa do Brasil:

I construir uma sociedade livre, justa e solidria;

II garantir o desenvolvimento nacional;

III erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer formas de discriminao (BRASIL, 1988).

No podemos deixar de enfatizar que, na histria da poltica brasileira, h a supremacia da poltica econmica sobre a poltica social. bastante habitual a arbitrariedade presente na forma de selecionar as aes, predominando os interesses das foras dominantes e a disponibilidade financeira. E evidencia-se notoriamente nas situaes de crise do capital, que os primeiros cortes apontam para o oramento estatal da poltica social, assim como nas empresas privadas os cortes so feitos, principalmente com a demisso de trabalhadores e com a reduo de salrios. Assim, o Estado no consegue garantir a efetiva proteo das pessoas que concerne s prestaes materiais indispensveis.

Temos que avaliar as polticas sociais, mas para isso essencial compreender que existem questes de fundo, as quais informam basicamente as decises tomadas, as escolhas feitas, os caminhos de implementao traados e os modelos de avaliao aplicada, em relao a uma estratgia de interveno governamental qualquer. pertinente ressaltar a importncia e a necessidade de avaliar e acompanhar o processo de implementao e efetivao das polticas sociais no Brasil. Constam, na histria do Brasil, vrios marcos que se referem s polticas sociais e aos direitos sociais:

1923 Lei Eloy chaves cria o Caixa de Aposentadoria e Penses (CAP) destinada aos trabalhadores ferrovirios como resposta s lutas sociais. Tem como objetivo central garantir direitos sociais: aposentadoria, atendimento mdico para o trabalhador e sua famlia, auxilio-medicamento e penso para os herdeiros em caso de morte do trabalhador. Segundo a lei, os recursos financeiros para a garantia dos direitos provm de 3% do salrio mensal do trabalhador, 1% da renda anual da empresa e de um imposto taxado sobre os usurios dos servios ferrovirios; 1933 criados os Institutos de Aposentadorias e Penses IAPs;

1942 Criao da LBA Legio Brasileira de Assistncia coordenada pela primeira-dama para atender s famlias de pracinhas envolvidos na guerra. Aps 1946, o atendimento para ser destinado s pessoas pobres, alm de apoiar a maternidade e a infncia;

1943 promulgao da Consolidao das Leis do Trabalho CLT;

1960 aprovao da Lei Orgnica da Previdncia Social (Lops) unificao dos benefcios colocando em ordem mais de 300 leis e decretos referentes previdncia social. Contemplava muitos benefcios e servios inclusive o servio social e a alimentao. A Lops tambm incorporou os autnomos previdncia social;

1963 criado o Funrural Fundo de Assistncia do Trabalhador Rural, em resposta aos movimentos dos trabalhadores rurais, estendendo-se a eles os direitos trabalhistas. A lei foi aprovada, mas no foi implementada;

1966 criado o INPS Instituto Nacional de Previdncia Social sendo unificado de cima para baixo, em um nico organismo, contextualizado na poltica centralizadora do governo federal, que nomeava inclusive governadores. Neste perodo foram estabelecidos convnios junto s empresas para que os trabalhadores fossem atendidos no local de trabalho, apoiados na ideia de sade e segurana do trabalho, contribuindo assim para o aumento da produtividade; 1971 ampliao da previdncia ao trabalhador rural, como o beneficio de meio salrio mnimo (menor que para outras categorias);

1988 criada a Constituio Federal do Brasil, conhecida como Constituio Cidad.

no bojo da rearticulao politica da sociedade civil e a ampliao das politicas sociais alocando de forma explicita novas demandas para o servio social que o movimento de reconceituao para orientar a formao profissional para uma perspectiva dialtica. Em meados do sec. XX surgi a Proteo Social, com um conceito muito amplo, para compreender as formas institucionalizadas que as sociedades constituem para proteger o conjunto da sua populao. Como poltica social do estado, a Proteo Social emerge sob determinadas condies histricas e adquiri diferentes formas. Com isso ela foi estruturada mediante dois grandes setores: a assistncia social aos pobres e a previdncia social para os assalariados.Dentro da Proteo Social temos a Bsica e a Especial.

A Proteo Social Especial (PSE) a modalidade de atendimento assistencial destinada a famlias e indivduos que se encontram em situao de risco pessoal e social por ocorrncia de abandono, maus tratos fsicos e/ou psquicos, abuso sexual, uso de substncias psicoativas, cumprimento de medidas scio-educativas, situao de rua, situao trabalho infantil, entre outras.

So situaes que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas solues protetivas, comportam encaminhamentos monitorados, apoios e processos que assegurem qualidade na ateno protetiva e efetividade na reinsero almejada.

Os servios de proteo especial tm estreita interface com o sistema de garantia de direitos, exigindo muitas vezes uma gesto mais complexa e compartilhada com o Poder Judicirio, Ministrio Pblico e outros rgos e aes do Executivo. A PSE est dividida em dois nveis de complexidade:Proteo Social Especial de Mdia Complexidade - Atendimentos s famlias e indivduos com seus direitos violados, mas cujos vnculos familiares no foram rompidos. Requerem maior estruturao tcnico-operacional e ateno especializada e individualizada com um acompanhamento sistemtico e monitorado.Proteo Social Especial de Alta Complexidade - Garantem proteo integral - moradia, alimentao, higienizao e trabalho protegido para famlias e indivduos que se encontram sem referncia e, ou, em situao de ameaa, necessitando ser retirados de seu ncleo familiar e, ou, comunitrio.3 CONCLUSOAo longo de sua histria, a humanidade apresentou um processo de mudana social bastante lento. Nas ocasies em que ocorreram mudanas sociais, motivadas por guerra, fome ou epidemias, as adaptaes a uma nova realidade foram motivos suficientes para o avano das Politicas Sociais. Foi com o impacto da Segunda Guerra Mundial, marcado por diversas atrocidades ocorridas nos campos de concentrao, que os direitos da pessoa humana ganham destaque e relevncia, transformando-se no foco de ateno internacional, estabelecendo a dignidade humana mediante os princpios universais e absolutos. no sculo XX que surgem os direitos sociais, pautados nos atendimentos necessidades humanas como alimentao, sade, educao e habitao. Diante da realidade do pas, onde as pessoas so atingidas pela pobreza, misria, doenas, analfabetismo e as mais diversas formas de violncia e desigualdades sociais e econmicas, nos remetem a uma sociedade ausente de liberdade. A partir dessa reflexo, constata-se a urgncia de efetivar e proteger os direitos sociais como forma de garantir os mnimos sociais.Partindo do pressuposto de que papel do Estado prover os mnimos sociais, cabe a ele o compromisso de promover a dignidade humana por meio de condutas significativas. Para tanto, de extrema relevncia a educao fundamental, a sade bsica, a assistncia aos desamparados e o acesso justia.

As contradies sociais existentes, as discriminaes, as diversas formas de violncia, a excluso e a falta de acesso as oportunidades, ainda integram o contexto da sociedade brasileira. Essa realidade aponta a necessidade de criar e recriar polticas sociais interventivas e capazes de propiciar e assegurar melhores condies de vida populao. Portanto o nosso olhar deve estar atento e direcionado para o enfrentamento da situao munidos de compromisso e lealdade.REFERNCIAS

CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. Parmetros para atuao de assistentes sociais na poltica de assistncia social. 2011. Disponvel em: . Acesso em: mar. 2014.

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SANTINI, Maria Angela; GES, Adarly Rosana Moreira. tica Profissional. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

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SIKORSKI, Daniela; TOGADO, Franciele Toscan. Oficina de formao: instrumentalidade do servio social. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

FERREIRA, Claudia Maria. Fundamentos histricos, tericos e metodolgicos do servio social IV. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

Sistema de Ensino Presencial Conectado

servio social

A CONSTRUO DA POLTICA DE ASSISTNCIA SOCIAL E AS FUNES DA PROTEO SOCIAL ESPECIAL

2014

A CONSTRUO da poltica de assistNCIA SOCIAL E AS FUNES DA PROTEO SOCIAL ESPECIAL

Trabalho apresentado as disciplinas de tica Profissional; Famlia, Cultura e Sociedade; Poltica Social II do 5 Semestre do Curso de Servio Social da Universidade Norte do Paran - UNOPAR

Professores: Clarice da Luz Kernkamp; Maria Angela Santini; Maria Lucimar

Pereira.

2014