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Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
ISSN: 2595.5039
CLÁUDIA CRISTIANA PEREIRA
Enfermeira, Pós-Graduação em
Emergência, CEEN.
E-mail: [email protected].
MARIA ALVES ARAÚJO
Enfermeira, Pós-Graduação em
Emergência, CEEN.
MARISLEI ESPÍNDULA BRASILEIRO
Professora Doutora. Orientadora.
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
EM UNIDADE DE EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
PROTOCOL OF CARDIORRESPIRATORY STOP CARE IN AN EMERGENCY UNIT: A BIBLIOGRAPHIC
REVIEW
PROTOCOLO DE ATENCIÓN CARDIORRESPIRATORIA EN UNA UNIDAD DE EMERGENCIA: UNA
REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA
RESUMO: Nem sempre os profissionais de enfermagem estão preparados para agirem em sincronia no
atendimento de PCR e, diante das dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem neste procedimento
emergencial, vê-se a necessidade de elaborar um protocolo específico. O objetivo do presente estudo
investiga na literatura as diretrizes básicas para atendimento de emergência diante de uma Parada
Cardiorrespiratória e Analisar o conhecimento dos enfermeiros no atendimento à PCR, apresentado nos
resultados da revisão bibliográfica. Realizar uma revisão de literatura sobre o conhecimento técnico científico
dos profissionais enfermeiros, bem como conhecer o protocolo de atendimento de PCR, pode ajudar na
compreensão social de que, capacitar continuamente o enfermeiro para ações eficientes de emergência
diante de uma PCR, pode diminuir futuras estatísticas de prejuízo à saúde do paciente. A metodologia é de
Trata-se de um estudo de natureza descritiva e qualitativa. o presente estudo entende que a assistência ao
paciente em situação de PCR exige um conjunto de intervenções. Sendo necessário também um a criação
de um protocolo de atendimento e que este protocolo precisa ser exaustivamente treinado pela equipe da
unidade de emergência. Conclui-se que um protocolo de atendimento à PCR é de fundamental importância
para a eficácia dos procedimentos de reversão do quadro clínico do paciente, porém a equipe deve estar
treinada, inclusive com o apoio da instituição, culminando na eficácia e efetividade dos procedimentos à PCR.
ABSTRACT: Nursing professionals are not always ready to act in synchronization in the CRP care and, given
the difficulties faced by the nursing team in this emergency procedure, it is necessary to elaborate a specific
protocol. The objective of the present study investigates in the literature the basic guidelines for emergency
care before a Cardiopulmonary Arrest and to analyze the knowledge of nurses in the treatment of CRP,
presented in the results of the bibliographic review. Carrying out a literature review on the scientific technical
knowledge of nursing professionals, as well as knowing the PCR protocol, can help in the social understanding
that, continually empowering nurses for efficient emergency actions in the face of a PCR, may decrease future
statistics of patient's health. The methodology is de This is a descriptive and qualitative study. the present
study understands that the assistance to the patient in situation of CRP requires a set of interventions. It is
also necessary to create a protocol of attendance and that this protocol needs to be thoroughly trained by the
emergency unit team. It is concluded that a PCR protocol is of fundamental importance for the effectiveness
of procedures for reversing the patient's clinical condition, but the team must be trained, including with the
institution's support, culminating in the efficacy and effectiveness of PCR procedures.
RESUMEN: Los profesionales de enfermería no siempre están listos para actuar en sincronización en la
atención de la PCR y, dadas las dificultades que enfrenta el equipo de enfermería en este procedimiento de
emergencia, es necesario elaborar un protocolo específico. El objetivo del presente estudio investiga en la
literatura las pautas básicas para la atención de emergencia antes de un paro cardiopulmonar y para analizar
el conocimiento de las enfermeras en el tratamiento de la PCR, presentado en los resultados de la revisión
bibliográfica. Llevar a cabo una revisión de la literatura sobre el conocimiento científico técnico de los
profesionales de enfermería, así como conocer el protocolo de PCR, puede ayudar a comprender que, al
capacitar continuamente a las enfermeras para que realicen acciones de emergencia eficientes frente a una
PCR, puede disminuir las estadísticas futuras. de la salud del paciente. La metodología es de. Este es un estudio
descriptivo y cualitativo. El presente estudio comprende que la asistencia al paciente en situación de PCR
requiere un conjunto de intervenciones. También es necesario crear un protocolo de asistencia y este protocolo
debe ser entrenado a fondo por el equipo de la unidad de emergencia. Se concluye que un protocolo de PCR
es de importancia fundamental para la efectividad de los procedimientos para revertir la condición clínica del
paciente, pero el equipo debe estar capacitado, incluso con el apoyo de la institución, que culmine con la eficacia
y la eficacia de los procedimientos de PCR.
Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
1. INTRODUÇÃO
Considerando a importância da qualidade da assistência prestada pela equipe de
enfermagem em Parada Cardiorrespiratória (PCR) na unidade de emergência, e
observando as dificuldades, como pouca agilidade, sincronismo e coesão da equipe
durante o atendimento, vê-se a necessidade da elaboração de um protocolo, visando a
melhoria da qualidade da assistência prestada.
Cresce o diagnóstico de doenças cardiovasculares e, são responsáveis pela
preocupação do setor público em destinação de recursos públicos em hospitalização e
permanência hospitalar (1), porém o atendimento a uma PCR em unidade de emergência,
ainda constitui um desafio para a equipe de enfermagem, pois para que o atendimento seja
efetivo, são necessárias agilidade, segurança, competência e conhecimento acerca da
situação.
A Parada Cardiorrespiratória é uma situação súbita e inesperada de batimentos
cardíacos eficazes por inconsciência, com ausência de estímulos, apneia e ausência de
pulso central palpáveis, interrupção súbita da atividade mecânica ventricular útil e suficiente
da respiração (2). Distinguir uma PCR implica em atendimento imediato, e a equipe de
enfermagem precisa estar apta a reconhecer e prestar uma assistência eficiente, seja
dentro ou fora do ambiente hospitalar (3).
O objetivo da reanimação cardiorrespiratória é manter uma perfusão cerebral e
miocárdica mínimas até que a recuperação de batimentos cardíacos com pulso e débito
cardíacos sejam suficientes. E, a realização das manobras mais avançadas requer
concentração e capacidade da equipe socorrista nos críticos 30 minutos de pré e pós-
ressuscitação (4).
O diagnóstico da PCR e o início da reanimação adequada precisam ser feitos dentro
dos primeiro quatro minutos, pois após esse tempo sem circulação a perspectiva de
recuperação reduz consideravelmente, e o risco de sequelas cerebrais irreversíveis ou vida
vegetativa aumenta. Aproximadamente 70% das paradas cardiorrespiratórias ocorridas fora
do hospital, acontecem em casa, na presença de crianças ou parentes e, de 10-15%
ocorrem em ambiente de trabalho e uma média de 5% acontecem em clubes, academias,
shoppings, etc. (5).
Mais de 90% das paradas cardíacas ocorridas no ambiente extra-hospitalar tem
como causa a fibrilação ventricular, um tipo de arritmia fatal, cuja reversão efetiva só é
possível por meio da desfibrilação. São 4 modalidades de parada cardiorrespiratória:
Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
assistolia fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso e atividade elétrica sem
pulso (AESP). No Brasil, as doenças cardiovasculares representam a principal causa de
mortalidade (6).
O atendimento à PCR exige conhecimento e treinamento prático de habilidades
complexas, sendo uma das situações emergenciais enfrentadas pelo enfermeiro,
independente da área de atuação, que necessita de ação imediata da equipe e, o
enfermeiro como líder de equipe, precisa estar capacitado por conhecimento técnico
atualizado, para que possa agir com segurança, perspicácia e sabedoria, para que não haja
perca de tempo, visando oferecer assistência sistematizada e efetiva (6). A Figura 1
apresenta o certo e errado durante um procedimento de uma RCP.
Figura 1. Atuação dos socorrista numa RCP
Fonte: AHA (7)
As prioridade durante a PCR são as Ressuscitações Cardiopulmonar (RCP), pois o
tempo é uma variável de suma importância, devendo ocorrer uma RCP de boa qualidade a
pronta desfibrilação. A colocação de uma via aérea avançada e a administração de
medicamentos são de importância secundária. Portanto, o desempenho dos profissionais
da saúde na melhor qualidade de RCP, influencia sobremaneira na sobrevida do indivíduo
(2).
Seguir um protocolo que esteja formatado por normas e procedimentos a pela equipe
socorrista, proporciona condições ideais para que os envolvidos haja em sincronia, e
consigam assegurar a qualidade da assistência prestada ao cliente, como elenca as
principais diretrizes da American Heart Association (AHA) (6), que foram atualizada em
2015, e tendo como base que os atendimento sejam efetuados pela equipe de enfermagem,
com destaque para a educação continuada sobre PCR para a eficácia do desempenho da
equipe (7).
Porém, nem sempre os profissionais de enfermagem estão preparados para agirem
em sincronia no atendimento de PCR e, diante das dificuldades enfrentadas pela equipe de
enfermagem neste procedimento emergencial, vê-se a necessidade de elaborar um
protocolo específico, com o objetivo de sincronizar as ações para que as mesmas sejam
executadas de forma rápida e com melhor qualidade e resultados na assistência do
Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
atendimento, visando obter a restauração das funções vitais do paciente e diminuindo
danos.
2. OBJETIVOS
Investigar na literatura as diretrizes básicas para atendimento de emergência diante
de uma Parada Cardiorrespiratória.
2.1 Objetivos específicos
Analisar o conhecimento dos enfermeiros no atendimento à PCR, apresentado nos
resultados da revisão bibliográfica.
3. JUSTIFICATIVA
O estudo justifica-se diante da prática da enfermagem em ambiente hospitalar
envolver não apenas habilidade bem treinadas no cuidado com o paciente, mas também
situações emergenciais inesperadas, ocasionadas por diversas circunstâncias
desafiadoras na prática da enfermagem.
Realizar uma revisão de literatura sobre o conhecimento técnico científico dos
profissionais enfermeiros, bem como conhecer o protocolo de atendimento de PCR, pode
ajudar na compreensão social de que, capacitar continuamente o enfermeiro para ações
eficientes de emergência diante de uma PCR, pode diminuir futuras estatísticas de prejuízo
à saúde do paciente.
4. MATERIAIS E MÉTODO
Trata-se de um estudo de natureza descritiva, que segundo Gil (8) tem por finalidade
apresentar a partir de seus objetivos, uma nova visão do problema com a atuação prática
e, qualitativa por permitir investigar um tema em profundidade por meio de uma análise
interpretativa.
O universo da pesquisa foram os bancos de dados disposto na Internet como as
bibliotecas virtuais de saúde, a partir dos descritores: protocolo, enfermagem, Parada
Cardiorrespiratória. Após a definição do tema, e levantamento bibliográfico, foram
realizadas leitura dos 26 artigos selecionados e dentre estes, foram selecionados e
utilizados para a construção do estudo 19 artigos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a análise dos artigos encontrados, elaborou-se um protocolo de atendimento
para a equipe de enfermagem em PCR na unidade de emergência. Este protocolo visa
organizar o serviço e melhorar a qualidade da assistência prestada, como: manter
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organizado e completo o carrinho de emergência da unidade; verificar periodicamente o
funcionamento dos equipamentos e reposição de materiais na sala de reanimação; atribuir
funções entre os membros da equipe; orientar e avaliar a equipe na utilização dos
equipamentos; oferecer treinamentos quando necessários.
O sucesso da reanimação cardiopulmonar no momento do atendimento depende de
alguns fatores relacionados ao paciente, como uma equipe treinada, capacitada e
humanizada, bem como recursos disponíveis, que são os materiais e equipamentos. Para
Veiga et al. (9) uma equipe que esteja preparada para agir rapidamente dentro das
unidades de emergência, aumenta consideravelmente a qualidade da assistência.
Qualquer profissional que constata a PCR tem que iniciar manobras de ressuscitação
e solicitar ajuda, por isso a equipe tem que estar treinada para detectar uma PCR e
conhecer manobras de reanimação cardiopulmonar.
Com a implantação do protocolo em unidade de emergência, objetiva-se tornar o
atendimento rápido e sincronizado, aumentando as chances de sucesso da RCP, com o
mínimo de estresse e menor desgaste dos profissionais que atuam no setor. Segundo
diretrizes atualizada em 2015 da American Heart Association (AHA) (6), a existência de um
protocolo de atendimento se torna importante, pois permite uma otimização dos
procedimentos e, a atuação do enfermeiro precisa estar em sincronia com a emergência
(Figura 2).
Figura 2. Taxonomia dos sistemas de atendimento
Fonte: AHA (6)
A sala de reanimação é o ambiente destinado à assistência imediata de pacientes
graves, é onde ocorrem os primeiros atendimentos de pacientes com PCR.
4.1 Instalações importantes para a sala de reanimação
Devendo funcionar em local de uso exclusivo, a sala de emergência necessita de
acesso independente, espaços separados, com área individualizada, equipada com fonte
de oxigênio, ar comprimido e vácuo ou bala de oxigênio e aspirador; Epis, monitor cardíaco,
oxímetro de pulso, capnografo, bomba de infusão, desfibrilador, bancada para reparo de
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medicamentos; pia para lavagem de mãos, carrinho de emergência, armários para
materiais e equipamentos esteireis, mesa rígida e plana, suportes para soros, além de
apoio diagnóstico e terapêutico e, de fácil acesso ao centro cirúrgico (10).
O material utilizado para reanimação cardiopulmonar deve estar funcionando
adequadamente, para isso, é preciso que ocorra manutenção contínua e, sempre disponível
em local de fácil acesso. Este material, geralmente, é organizado e guardado nos carros de
emergência.
4.2 Materiais necessários ao carrinho de emergência
O carrinho de emergência deve estar lacrado e ser transportável. Este deve possuir
monitor/desfibrilador, marcapasso temporário, material para intubação e ventilação, acesso
venoso e drogas de emergência.
Rotular nas gavetas o seu conteúdo e deixar uma lista anexada na lateral do
carrinho. As gavetas devem ser lacradas com material de fácil remoção.
No início de cada turno, o enfermeiro deve fazer o check list do carrinho de
emergência, completando o material que está faltando, além de testar o funcionamento dos
equipamentos da sala de reanimação. Um membro da equipe deve ficar responsável pela
reposição de materiais do carrinho sempre que necessário.
4.3 Sequência de organização do carrinho para 5 gavetas
1ª gaveta: deve conter drogas para emergência que estão disponíveis na unidade de
saúde;
2ª gaveta: tubos endotraqueais adultos e infantil de vários tamanhos; sondas de
aspiração; kit intubação; laringoscópio; lâminas retas e curvas de vários tamanhos; fio guia;
pinça de manguil; tesoura; agulhas para cricotiroidectomia; barbantes; esparadrapos; pilhas
e jogos de pilhas novas.
3ª gaveta: material para punção venosa; seringas; agulhas; polifix; tree way; lâminas
bisturi; fios de sutura; eletrodos; agulha para punção intra óssea, lanterna.
4ª gaveta: luvas esteireis; gases; compressas; kit para dissecção de veia e drenagem
tórax; óculos; borrachas de látex para aspiração e oxigênio; ambú e máscara; cânulas
traqueostomias e orofaríngeas.
5ª gaveta: soros e derivados.
4.4 Atribuição de cada profissional no atendimento à PCR
A equipe deve ser composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 2 técnicas de enfermagem,
onde cada um desempenharão funções específicas ou de revezamento, e o trabalho da
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equipe em sincronia, priorizando a divisão de tarefas, implica sobremaneira no prognóstico
positivo para o paciente, seja adultos e adolescentes, crianças e bebês (Figura 3) (4, 11).
Figura 3. Procedimento de um RCP de alta qualidade
Fonte: AHA (6)
O enfermeiro reveza com o médico nas manobras de RCP, assumindo a ventilação
ou a compressão torácica. Cabe ao enfermeiro fornecer o material necessário no processo
de intubação orotraqueal, aspiração vias aéreas superiores, ausculta pulmonar, fixação da
cânula orotraqueal (COT) e monitorização cardíaca.
O médico assume a coordenação das manobras de reanimação, prescreve
medicamentos, desfibrilação em casos de fibrilação ventricular, procede a intubação
quando se trata de assistolia e AESP e faz escala de revezamento para massagem
cardíaca e ventilação pulmonar (11).
De acordo com o AHA (6) de 2015, um sistema de atendimento eficaz compreende
em eficiência na estrutura, processos, sistema e desfecho do paciente numa estrutura de
melhoria contínua da qualidade e recomenda o uso de cadeias de sobrevivência distintas
que identifiquem as diferentes vias de cuidado dos pacientes com PCR no hospital ou extra-
hospitalar e a distribuição dos membros da equipe devem estar metodicamente assim
distribuídos:
✓ Na ventilação: Enfermeiro e médico revezando a cada 2 minutos;
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✓ Compressão torácica: Enfermeiro e médico, efetuando 100 compressões
torácicas, a 5cm do tórax;
✓ Anotações: Técnico de enfermagem deve estar anotando todos os
medicamentos ministrados, de tempo em tempo;
✓ Monitor: Técnico de enfermagem.
O procedimento de atendimento ao paciente com PCR em ambiente hospitalar, na
unidade de emergência de ocorrer da seguinte maneira:
1. O profissional que receber o paciente na emergência e detectar que se trata
de PCR, deve encaminhá-lo à sala de reanimação, solicitar ajuda e iniciar as
compressões torácicas. E, assume que toda a equipe se aproximar, o
enfermeiro assume a massagem cardíaca em revezamento com o médico na
ventilação. O 1º técnico de enfermagem prepara o monitor/desfibrilador
(DESA) para identificar o ritmo cardíaco e realizar a desfibrilação e, o 2º
técnico de enfermagem realiza punção de acesso venoso periférico e
administra drogas conforme orientação médica (Figura 4).
Figura 4. Primeira ações dos socorristas. Fonte: Cunha et al. (12)
2. Avaliação primária (CABD):
a. Oferecer suporte de ventilação pulmonar;
b. Puncionar acesso venoso periférico;
c. Administrar medicamentos conforme prescrição médica;
d. Anotar tempo de medicação;
e. Preparar material para intubação orotraqueal após estabilização.
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Quando o paciente é recebido na unidade de emergência diante de uma PCR sem
pulso, os procedimentos devem ocorrer da seguinte maneira:
1. Iniciar PCR, oferecer oxigênio, puncionar acesso venoso periférico, fixar o
DESA e analisar o ritmo. Caso o ritmo seja chocável (FV e TV) aplique choque
e reinicie a RCP imediatamente. Realize 5 ciclos de RCP (30 massagens e 2
ventilação) e analise o ritmo. Caso o ritmo seja chocável, reinicie a RCP
imediatamente, administrar epinefrina 1 mg e repetir a cada 3 a 5 minutos ou
em bolus. Realize 5 ciclos de RCP e aplique 1 choque e se não-chocável,
avalie se está em assistolia ou AESO, cheque o pulso e, se presente inicie os
cuidados pós-ressuscitação.
Segundo as diretrizes de 2015 do manual AHA (6), a RCP consiste em várias
alternativas na intenção de aumentar o débito cardíaco e, diversos ensaios clínicos têm
favorecido novos dados sobre a eficácia dessas alternativas. As diretrizes foram criadas
como base para padronização de atendimento pelas equipe de enfermagem na intenção
de melhoria e eficácia do atendimento, promovendo assim, a melhor recuperação e
reabilitação do paciente.
Porém, conhecer as diretrizes e criar um protocolo de atendimento e, que este
protocolo seja aplicado em sincronicidade da equipe, exige empenho tanto da instituição,
como da equipe de socorrista, pois segundo estudo de Barbosa et al. (7), que existe uma
discrepância no conhecimento em relação à manobra que se deve utilizar no atendimento
à PCR entre os enfermeiros.
Para Guilherme et al. (5) é de fundamental importância que o profissional de saúde
tenha conhecimento e segurança no atendimento da PCR, independente de sua
especialidade, pois o rápido diagnóstico pode garantir o sucesso da RCP, situação que
exige uma harmonia entre os integrantes da equipe e um sólido treinamento do protocolo
de atendimento entre todos os integrantes da equipe.
Considerando que o enfermeiro seja um dos primeiro profissionais da equipe que se
depara com a situação de PCR, estar capacitado para iniciar o protocolo de atendimento
de emergência é de fundamental importância e necessidade para que ocorra um resultado
satisfatório e eficiente da RCP, atuando de maneira rápida, por meio de avaliações
prioritárias e ações imediatas (1).
Portanto, conhecer as diretrizes básicas e treinar um protocolo de atendimento para
a PCR, evidencia melhores condutas para a qualidade de assistência, bem como o
gerenciamento das ações da equipe socorrista. Diante disso, Ferreira et al. (2) constataram
em seu estudo que as unidades de emergência são compostas por profissionais com tempo
Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
de formação menor que cinco anos, predominando médicos especialistas em clínica média
e a maioria dos enfermeiros não possuíam especialização, além de ausência de
capacitação de realização de RCP.
Conhecer e atualizar-se, segundo Cruz et al. (3) são atitudes essenciais aos
profissionais de saúde, principalmente àqueles que estão inserido em unidades de
emergência, pois lidam diretamente com um paciente em PCR. Estar preparado possibilita
reduzir a morbimortalidade, independente da faixa etária, reduzindo inclusive, as possíveis
consequências neurológicas decorrentes da demora ou ineficiência do atendimento
emergencial.
Sendo a função do enfermeiro prestar assistência ao paciente grave, Veiga et al. (9)
enfatizam que frente a um RCP suas ações são mais amplas, devendo estar apto a apoiar
e participar da equipe socorrista e para isso, torna-se fundamental o conhecimento e
treinamento diário e contínuo na área de reanimação, além de utilização de fluxogramas na
tomada de decisões.
A equipe precisa receber treinamento e, por meio de simulações treinar o
atendimento imediato, para que o rápido prognóstico seja vital ao paciente. O enfermeiro
deve providenciar treinamento à sua equipe por meio de um protocolo específico, a fim de
capacitar a equipe e sincronizar em harmonia o pronto atendimento de PCR (4).
No estudo de Alves et al. (13) realizado em 2013, onde foram entrevistado 16
enfermeiros de uma unidade de saúde no interior de Minas Gerais, na faixa etária de 25 a
39 anos, constatou-se que 43,8% tinha dificuldade no atendimento à PCR. Em relação ao
despreparo da equipe registrou-se 28,7% e no uso do desfibrilador 28,7% não sabia
manuseá-lo.
Esta realidade é também registadas por outros autores, como falta de aprimoramento
e conhecimento do enfermeiro e de sua equipe quanto ao atual protocolo de atendimento
associado a uma assistência sistematizada, bem como padronização de condutas de RCP;
falha na organização do atendimento; falta de habilidade. 2, 3, 5, 7, 14, 15, 16, 18, 19, 20.
Diante deste contexto o presente estudo entende que a assistência ao paciente em
situação de PCR exige um conjunto de intervenções, por uma equipe treinada e dotada de
conhecimento especializado, ou seja, com ampla capacitação. Sendo necessário também
um a criação de um protocolo de atendimento e que este protocolo precisa ser
exaustivamente treinado pela equipe da unidade de emergência.
Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
CONCLUSÃO
Em relação aos objetivos do estudo, concluiu-se que mesmo existindo diretrizes
básicas para padronizar o atendimento de emergência ao paciente com PCR, a equipe
socorrista precisa vencer os aspectos que dificultam a ação imediata.
Um protocolo de atendimento à PCR é de fundamental importância para a eficácia
dos procedimentos de reversão do quadro clínico do paciente, porém os achados
demonstram que ser necessários treinamentos contínuos dos profissionais da saúde de
uma unidade de emergência. Devendo a equipe estar treinada, inclusive com o apoio da
instituição, culminando na eficácia e efetividade dos procedimentos à PCR.
Rev. Saúde Integral 2019 – v.1, n.3, 2019.
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