81
Marcio Makiyama Mello Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de Medidas de Óculos Solares Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica ORIENTADORA Profa. Dra. Liliane Ventura São Carlos 2011

Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

  • Upload
    dohanh

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Marcio Makiyama Mello

Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de Medidas de Óculos Solares

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Escola de Engenharia de São Carlos, da

Universidade de São Paulo

Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em

Eletrônica

ORIENTADORA Profa. Dra. Liliane Ventura

São Carlos

2011

Page 2: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento

da Informação do Serviço de Biblioteca – EESC/USP

Mello, Marcio Makiyama

M527p Protótipo opto-eletrônico para uso em display de

medidas de óculos solares / Marcio Makiyama Mello ;

orientador Liliane Ventura –- São Carlos, 2011.

Monografia (Graduação em Engenharia Eletrônica com

ênfase em Eletrônica) -- Escola de Engenharia de São

Carlos da Universidade de São Paulo, 2011.

1. Instrumentação. 2. Categoria de óculos de sol. 3.

Radiação visível. 4. Transmissão de luz visível. 5. Lentes

de óculos. I. Titulo.

Page 3: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA
Page 4: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA
Page 5: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Agradecimentos

Aos meus pais, meus eternos professores e amigos. Devo a felicidade de hoje a eles.

Aos competentes professores do Departamento de Engenharia Elétrica – SEL. Tutores de

um homem que seguirá levando muitos dos ensinamentos passados durante esses 5 anos de

graduação.

Devo agradecimentos à professora Liliane Ventura e a Victor Antonio Cacciacarro Lincoln.

Meus parceiros de trabalho durante 3 anos, e hoje meus grandes amigos.

E também a todos os irmãos, que de forma ou de outra, passaram por mim deixando suas

marcas nesta vida que agora ruma ao próximo degrau.

Page 6: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Sumário

Resumo .......................................................................................................................................... 11

Abstract .......................................................................................................................................... 12

1. Introdução ................................................................................................................................ 13

2. Objetivo ................................................................................................................................... 17

3. Materiais e Métodos ................................................................................................................ 18

3.1. Óptica .................................................................................................................................. 19

3.1.1. Iluminação ........................................................................................................................ 19

3.1.2. Detecção do Sinal............................................................................................................. 27

3.1.3. OPT101 ............................................................................................................................ 28

3.1.4. Fotodiodos ........................................................................................................................ 29

3.1.5. Amplificadores para fotodiodos ......................................................................................... 31

3.1.6. BPW21R ........................................................................................................................... 33

3.1.7. Transmitância ................................................................................................................... 33

3.1.8. Espectrofotômetria ............................................................................................................ 34

3.1.9. Cálculo da Transmitância luminosa .................................................................................. 35

3.1.10. PADRÃO-OURO ........................................................................................................... 37

3.2. Eletrônica ............................................................................................................................. 37

3.2.1. Alimentação ...................................................................................................................... 37

3.2.2. Amplificadores .................................................................................................................. 38

3.2.3. Duplo Feixe ...................................................................................................................... 39

3.2.4. Microcontrolador ............................................................................................................... 41

3.2.5. Potenciômetro Digital (DIGPOT) ....................................................................................... 44

3.2.6. Display de LCD ................................................................................................................. 45

3.2.7. Controle do display ........................................................................................................... 46

3.2.8. Conversão A/D ................................................................................................................. 48

3.2.9. Processamento Digital do Sinal ........................................................................................ 49

3.2.10. Interrupção .................................................................................................................... 49

3.3. Programação........................................................................................................................ 50

3.4. Mecânica .............................................................................................................................. 52

3.4.1. Caixa e feixes ................................................................................................................... 52

3.4.2. Placas ............................................................................................................................... 54

4. Resultados ............................................................................................................................... 58

4.1. Repetibilidade ...................................................................................................................... 58

Page 7: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

4.2. Testes de Aferição ............................................................................................................... 59

5. Discussão ................................................................................................................................ 63

6. Conclusão ................................................................................................................................ 66

7. Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 67

8. Anexos .................................................................................................................................... 68

8.1. ANEXO A ............................................................................................................................. 68

8.2. ANEXO B ............................................................................................................................. 69

8.3. ANEXO C ............................................................................................................................. 70

9. APÊNDICE .............................................................................................................................. 72

Publicações .................................................................................................................................... 80

CBO 2010 (Congresso Brasileiro de Oftalmologia) ......................................................................... 80

18° SIICUSP ( Simpósio Internacional de Iniciação Científica) ....................................................... 80

XXII CBEB (Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica) ........................................................ 80

V SIIM (Simpósio de Instrumentação e Imagens Médicas) ............................................................. 80

Display de Verificação de Proteção Ultravioleta em Óculos de Sol ................................................. 81

Page 8: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Lista de Figuras

FIGURA 1 EXEMPLOS DE DANOS OCULARES DEVIDO A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA: (A) HIPEREMIA E; (B) CATARATA

[HTTP://WWW.MALTHUS.COM.BR/MG_IMAGEM_ZOOM.ASP?ID=803,

HTTP://WWW.CLINICADEOLHOSNACOES.COM.BR/CATARATA.PHP, ACESSADO EM 11/09/2010] ............................. 13

FIGURA 2 REAÇÃO PUPILAR A: A) POUCA LUZ E B) LUZ ABUNDANTE ................................................................................ 16

FIGURA 3 DIAGRAMA DE BLOCOS DO SISTEMA .................................................................................................................. 18

FIGURA 4 REPRESENTAÇÃO DE CONEXÕES DO SISTEMA .................................................................................................. 19

FIGURA 5 PADRÃO ILUMINANTE D65 (ESPECTRO) ............................................................................................................ 20

FIGURA 6 HLX64250 E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .......................................................................................... 21

FIGURA 7 64440 E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ................................................................................................. 21

FIGURA 8 COOL BLUE E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ...................................................................................... 22

FIGURA 9 EAGLEYE E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .......................................................................................... 22

FIGURA 10 LED BRANCO E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .................................................................................... 23

FIGURA 11 LED AMARELO E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .................................................................................. 23

FIGURA 12 LED VERMELHO E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ................................................................................ 24

FIGURA 13 LED VERDE E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ....................................................................................... 24

FIGURA 14 LED VIOLETA E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .................................................................................... 25

FIGURA 15 ESPECTRO DE DIVERSOS LEDS ...................................................................................................................... 25

FIGURA 16 COMPOSIÇÃO DE LEDS UTILIZADA .................................................................................................................. 26

FIGURA 17 SOMA DE LEDS (FIGURA17) EM CONJUNTO COM SENSOR, COMPARADO À FUNÇÃO PONDERAÇÃO ............. 26

FIGURA 18 FUNÇÃO SENSIBILIDADE VISUAL DO OLHO HUMANO ........................................................................................ 27

FIGURA 19 CURVAS FOTÓPICA E ESCOTÓPICA [CIE] ....................................................................................................... 28

FIGURA 20 OPT101 E RESPECTIVA CURVA DE RESPOSTA [FOLHA DE DADOS:

HTTP://FOCUS.TI.COM/DOCS/PROD/FOLDERS/PRINT/OPT101.HTML] ...................................................................................... 29

FIGURA 21 ESQUEMA INTERNO DO OPT101 ..................................................................................................................... 29

FIGURA 22 MODELO DO FOTODIODO ................................................................................................................................. 30

FIGURA 23 DIFERENÇAS ENTRE OS MODOS FOTOCONDUTIVO E FOTOVOLTAICO[GRAEME, 1995] .................................. 31

FIGURA 24 CONFIGURAÇÃO BÁSICA DO AMPLIFICADOR DE TRANSIMPEDÂNCIA [FIGURA RETIRADA A.R.Z.NASCIMENTO,

REVISTA CIENTÍFICA PERIÓDICA – TELECOMUNICAÇÕES, 1999]. ............................................................................ 31

FIGURA 25 REDE TEE PARA REDUÇÃO DOS RESISTORES .................................................................................................. 32

FIGURA 26 (A) SENSOR BPW21R E; (B) ESPECTRO DE RESPOSTA DO SENSOR [FOLHA DE DADOS DO COMPONENTE:

HTTP://WWW.VISHAY.COM/PHOTO-DETECTORS/LIST/PRODUCT-81519/] ................................................................................ 33

FIGURA 27 TRANSMITÂNCIA EM UM FILTRO ....................................................................................................................... 34

FIGURA 28 (A) ESPECTROFOTÔMETROS USB2000 (B) E HR4000CG-UV-NIR ............................................................. 35

FIGURA 29 ESPECTROFOTÔMETRO CARY 5000 (VARIAN) .............................................................................................. 35

FIGURA 30 EXEMPLO DA DEFINIÇÃO DA TRANSMITÂNCIA LUMINOSA DE UM FILTRO ALEATÓRIO ...................................... 36

FIGURA 31 EXEMPLO ÓPTICO DO SISTEMA PROPOSTO ..................................................................................................... 36

FIGURA 32 (A) FONTE DE TENSÃO; (B) ENCAPSULAMENTO TO-220 DOS REGULADORES DE TENSÃO ............................ 37

FIGURA 33 AMPLIFICADOR DE TRANSIMPEDÂNCIA UTILIZADO ........................................................................................... 38

FIGURA 34 REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA ANTES DA CALIBRAÇÃO .................................................................................. 39

FIGURA 35 REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA CALIBRADO COM A LENTE POSICIONADA ....................................................... 40

FIGURA 36 REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA CONSIDERANDO OSCILAÇÕES DA FONTE DE LUZ ........................................... 41

FIGURA 37 LÂMPADA KEELER USADA PARA TESTES INICIAIS.......................................................................................... 42

FIGURA 38 DIAGRAMA DE BLOCOS DO SISTEMA PARA OS PRIMEIROS TESTES ................................................................. 42

FIGURA 39: DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO DESENVOLVIDO ................................................................... 43

FIGURA 40 (A) PINAGEM E; (B) FOTO ILUSTRATIVA DO PIC16F877A ............................................................................... 44

Page 9: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

FIGURA 41 (A) EXEMPLO DO ESQUEMÁTICO DE CONTROLE DA FAMÍLIA MCP4XXXX E; (B) ILUSTRAÇÃO DO

COMPONENTE ............................................................................................................................................................. 45

FIGURA 42 ESQUEMA GERAL PARA UTILIZAÇÃO DO DISPLAY LCD .................................................................................... 46

FIGURA 43 APRESENTAÇÃO NÚMERO UM DO DISPLAY ...................................................................................................... 46

FIGURA 44 APRESENTAÇÃO NÚMERO DOIS DO DISPLAY ................................................................................................... 47

FIGURA 45 APRESENTAÇÃO NÚMERO (A)TRÊS E (B) QUATRO DO DISPLAY ....................................................................... 47

FIGURA 46 APRESENTAÇÃO NÚMERO CINCO DO DISPLAY ................................................................................................. 47

FIGURA 47 APRESENTAÇÃO NÚMERO SEIS DO DISPLAY .................................................................................................... 48

FIGURA 48 FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DO SISTEMA ..................................................................................................... 51

FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA MEDIDA DE CATEGORIA DE LENTE DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO SOLAR.

................................................................................................................................................................................... 53

FIGURA 50 FOTO DAS VARIADAS PARTES DO PROTÓTIPO: (A) PROTÓTIPO; (B)TAMPA COM DISPLAY; (C)SENSOR NA

PARTE EXTERNA ; (D)ESPUMAS PARA ISOLAÇÃO ÓTICA: EVITA RISCOS NA LENTE TESTADA. ................................... 53

FIGURA 51 SUPORTE PARA LÂMPADA E CABOS DOS SENSORES PARA A CAIXA ................................................................ 54

FIGURA 52 EQUIPAMENTO DA LPKF PARA CONFECÇÃO DE PCB .................................................................................... 54

FIGURA 53 LAYOUT PRODUZIDO NO KICAD DA PLACA CONTROLADORA DO PROTÓTIPO ................................................ 55

FIGURA 54 VISUALIZAÇÃO DA PLACA EM 3D NO KICAD ................................................................................................... 55

FIGURA 56 PLACA DESENVOLVIDA NO LABORATÓRIO........................................................................................................ 56

FIGURA 57 PLACA DESENVOLVIDA PARA ARRANJO DE 6 LEDS ........................................................................................ 56

FIGURA 58 PLACA COM ARRANJO DE 6 LEDS ................................................................................................................... 57

FIGURA 59 GRÁFICO DE CORRELAÇÃO DA MEDIDA DO PROTÓTIPO COM O ESPECTROFOTÔMETRO ................................ 62

FIGURA 60 CURVA DE PONDERAÇÃO (VERMELHO) E ESPECTRO DE LEDS DESCALIBRADO (AZUL) ................................ 63

FIGURA 61 FILTRO DE ÓCULOS VERDE EM COMPARAÇÃO COM OS ESPECTROS DE EMISSÃO .......................................... 64

FIGURA 62 FILTRO DE ÓCULOS AMARELO EM COMPARAÇÃO COM OS ESPECTROS DE EMISSÃO ..................................... 64

Page 10: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Lista de Tabelas

TABELA 1 EFEITO DA RADIAÇÃO SOLAR SOBRE O OLHO HUMANO. ONDE UV: ULTRAVIOLETA E IV: INFRAVERMELHO

[HTTP://SATELITE.CPTEC.INPE.BR/UV/R-UV_E_OLHO.HTML, ACESSADO EM 11/09/2010]. .................................. 14 TABELA 2 VALORES DE TRANSMITÂNCIAS PARA FILTROS SOLARES UV DE USO EM ÓCULOS – DADOS RETIRADOS DA

NORMA NBR15111 ................................................................................................................................................... 15 TABELA 3 REPETIBILIDADE COMPARANDO TRÊS MEDIDAS DIFERENTES DA TRANSMITÂNCIA DA LUZ NOS ÓCULOS COM

A LÂMPADA HLX64250 - OSRAM 6V ..................................................................................................................... 59 TABELA 4 REPETIBILIDADE COMPARANDO DUAS MEDIDAS DIFERENTES DA TRANSMITÂNCIA DA LUZ NOS ÓCULOS COM

A LÂMPADA -64440 - OSRAM 12V .......................................................................................................................... 59

TABELA 5 DIFERENÇA ENTRE MÉDIA ARITMÉTICA E COM A PONDERAÇÃO W(Λ) ............................................................. 61

TABELA 6 DIFERENÇA ENTRE MEDIDA NO PROTÓTIPO E APROXIMAÇÃO DO PADRÃO-OURO .......................................... 61

Page 11: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Resumo

As medidas de transmissão de radiações ultravioletas e infravermelhas em lentes de óculos de sol

são requisitos das normas para certificação destas lentes. Segundo a norma brasileira,

NBR15111(2004), as regiões do espectro eletromagnético relativas ao UVA, UVB e UVC (100 -

400nm) e infravermelho (700 - 1400nm) devem ser protegidas, por filtros em lentes, de acordo com

as categorias dos óculos. As categorias variam de 0 a 4 (lentes mais claras à lentes mais escuras)

e dependem da quantidade de transmissão de luz visível através das lentes dos óculos de sol,

segundo a tabela da norma. Neste trabalho foi desenvolvido um sistema opto - eletrônico,

utilizando-se fontes emissoras de luz (conjunto de LEDs), que cobrem o espectro eletromagnético

na região de 380nm – 780nm; dois sensores idênticos para o visível, um para referência de sinal e

outro para a medida efetiva da transmissão da luz através da lente dos óculos; e um circuito

eletrônico para controle do sinal, fornecimento de resultados e interface com o usuário. O protótipo

apresentou uma precisão de 0,1% na transmissão relativa; resolução de 0,1% e fator de correlação

de r2 = 0,9982 com o espectrofotômetro CARY 5000 da VARIAN. O sistema foi implementado num

display de auto-atendimento para o publico de medidas de categoria e proteção ultravioleta em

óculos de sol, que está atualmente disponível no departamento de Engenharia Elétrica da EESC-

USP.

Palavras-chave: categoria de óculos de sol, radiação visível, transmissão de luz visível,

lentes de óculos.

Page 12: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

Abstract

The measurements of the transmittance of ultraviolet and infrared radiation through sunglasses are

standard requirements for certification of these lenses. According to Brazilian Standard NBR15111,

the electromagnetic spectrum relative to UVA, UVB and UVC (100 – 400nm) and infrared (700-

1400nm) must be protected, by filters, according with the lens category. The categories are in a

scale of 0 to 4, according to the amount of visible light transmitted through the sunglasses. An opto-

electronic set up was assembled in this work, using light sources (set of LEDs), which cover the

electromagnetic spectrum in the range of 380nm - 780nm; two identical sensors for visible light; one

for signal reference and another for measuring the visible light transmission through the lens of the

sunglasses; and an electronic circuit to control the signal, providing results and user interface. The

prototype had an accuracy of 0.1% for transmission; resolution of 0.1% and correlation factor of r2 =

0.9982 compared to CARY 5000 - Varian spectrophotometer. The system was implemented in a

display which measures the UV protection in sunglasses and available for the community at the

Department of Electrical Engineering (EESC-USP), to provide measurements of the category of

such sunglasses.

Keywords: sunglasses category, visible radiation, visible light transmission, glass lenses.

Page 13: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

13

1. Introdução

É visto que radiações eletromagnéticas com freqüências nas faixas da luz ultravioleta (100

nm – 400 nm), Visível (400 nm – 700 nm) e Infravermelho (700 nm – 1400 nm) podem causar

danos oculares sérios, sendo que cada componente do olho absorve uma quantidade específica de

cada radiação [Maila, H.,1991].

O meio ocular absorve uma quantidade cada vez maior da energia radiante incidente sobre

a córnea conforme aumentam os comprimentos de onda do infravermelho próximo. Para

comprimentos de onda acima de 1400 nm, as moléculas de água absorvem bastante a radiação e,

portanto, a córnea e o humor aquoso absorvem toda a radiação incidente. Para comprimentos de

onda além de 2500 nm, a córnea é efetivamente o único meio absorvente [Scott, J.A, 1988].

Para a radiação infravermelha, é comprovado o processo ativo de catarata em pessoas

submetidas aos raios infravermelhos [Tsutomu, O., 1994; Lydahl E., 1984].

Não somente para o infravermelho, mas também para o ultravioleta (UVA: 315nm – 400nm,

UVB: 280nm – 315nm, UVC: 100nm – 280nm) existem evidências que associam esta radiação com

patologias que afetam os olhos. Os sinais e sintomas mais comuns, determinados por uma

exposição aguda, são hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulante), lacrimejamento

intenso, prurido (coceira), fotofobia, edema conjuntival e palpebral e dificuldade de adaptação ao

escuro. [Oliveira, P.R.; Oliveira, A.C.; Oliveira, F.C., 2001]. Ainda, há estudos que evidenciam que a

exposição da córnea à irradiação ultravioleta induz alterações patológicas em sua estrutura.

Figura 1 Exemplos de danos oculares devido a radiação ultravioleta: (a) Hiperemia e; (b) Catarata [http://www.malthus.com.br/mg_imagem_zoom.asp?id=803,

http://www.clinicadeolhosnacoes.com.br/Catarata.php, acessado em 11/09/2010]

Os danos causados no olho, devido a radiações provenientes do sol, estão resumidamente

apresentados na Tabela 1 [Sliney, D.; Freasier B. C.; 1973], e exemplificados na Figura 1.

Page 14: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

14

Tabela 1 Efeito da radiação solar sobre o olho humano. Onde UV: Ultravioleta e IV: Infravermelho

[http://satelite.cptec.inpe.br/uv/R-UV_e_olho.html, acessado em 11/09/2010].

Região espectral Tecido afetado

Local de absorção

Tipo de dano

UVC (< 280nm) UVB (280–320nm)

Córnea Epitélio Fotoquímico: fotoqueratite e opacidades na

córnea

UVB (280–320nm) UVA (320–400nm)

Cristalino Núcleo Fotoquímico: Catarata

Visível (400–750nm)

Retina

Epitélio pigmentário

Hemoglobina Pigmento macular

- Térmico: diminuição da visão - Hemorragia intraocular

- Alterações na percepção de cores

IVA (780–1400nm) Retina

Cristalino

Epitélio pigmentário

Epitélio

- Térmico: diminuição da visão - Catarata

IVB (1400– 3000nm)

Córnea Epitélio Opacidades

IVC (3000–10000nm)

Córnea Epitélio Queimaduras superficiais

Este conceito sobre os malefícios da exposição à radiação ultravioleta está difundido pela

maioria da população, no qual muitos oftalmologistas recomendam fortemente o uso de filtros UV

para lentes. Esta preocupação também está presente em outros níveis, atingindo líderes

governamentais, se traduzindo em projetos de lei que tornaria obrigatória a proteção contra

radiação ultravioleta nos óculos de sol, (ex: PROJETO DE LEI No 5.534, DE 2005) e

representantes de grandes empresas de óculos, tendo como conseqüência a idéia de se vender

lentes de óculos que possuem garantias de proteção contra o UV.

Porém a preocupação atual vem do fato das lentes possuírem ou não a proteção devida,

uma vez que está mencionado pelo fabricante que os óculos possuem a proteção contra a radiação

UV.

Neste contexto, está inserida a NBR15111 que descreve a proteção necessária dos filtros

de luz para óculos de sol. Esta norma estabelece as características físicas (mecânicas, ópticas,

etc.) para óculos de sol e filtros de proteção solar com potência nominal nula, ou seja, que não

sejam lentes para óculos corretivos, mas previstos para uso geral na proteção contra radiações

solares e também para uso social e doméstico, inclusive no trânsito. [ABNT. NBR 15111: 2004]

As lentes solares são divididas em 5 categorias, de 0 – 4, que se referem à porcentagem da

transmitância da luz visível (380nm – 780nm). As categorias estão apresentadas na Tabela 2.

Para cada uma destas categorias existe um limite para transmissão de radiação UVA e

UVB, segundo a norma NBR15111.

Page 15: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

15

Tabela 2 Valores de Transmitâncias para Filtros Solares UV de Uso em Óculos – dados retirados da norma NBR15111

Assim, para se saber se os óculos de sol estão protegidos contra a radiação ultravioleta, é

necessário previamente saber em que categoria estes óculos se enquadram.

Este teste se torna importante, pois a proteção contra os raios ultravioleta também depende

da contração pupilar humana. A pupila se dilata e se contrai conforme a intensidade luminosa que

atinge o olho, um ótimo recurso quando se expõe os olhos em um dia ensolarado uma vez que a

contração pupilar ajuda no bloqueio contra os raios ultravioleta. O grande problema dos óculos sem

proteção adequada é justamente a inibição deste recurso natural do olho, reduzindo apenas a

intensidade da parte visível do espectro eletromagnético e ocasionando a dilatação da pupila,

enquanto não há a proteção proporcional dos raios ultravioleta.

Por exemplo, um óculos pertencente à categoria 0 – referente aos óculos com alta

transmitância de luz visível – que possua uma transmitância no visível de 80%, necessitam apenas

Categoria Perfil da lente Exigência de redução solar

Região Visível do espectro de transmitância luminosa(Tv)

Transmitância UV permitida

280-315nm (UVB)

315-380nm (UVA)

0

Uso estético . Não são óculos de sol, capacidade muito baixa de redução

do brilho solar. Proteção UV

baixa limitada .

Pouca >80% - 100% 8%– 10% 80% – 100%

1

Uso estético. Não são óculos de sol, capacidade baixa

de redução do brilho

solar. Proteção UV média-baixa

limitada.

Baixa >43% - 80% 4,3% – 8,0% 43% – 80%

2

Óculos de sol. Média capacidade

de redução do brilho solar.

Proteção UV média limitada.

Média >18% - 43% 1,8% – 4,3% 18% – 43%

3

Óculos de sol. Alta capacidade de

redução do brilho solar. Proteção UV

alta limitada.

Alta >8% - 18% 0,8% – 1,8% 4% – 9%

4

Óculos de sol. Extrema

capacidade de redução do brilho

solar. Proteção UV muito alta.

Impróprio para dirigir.

Muito Alta >3% - 8% 0,3% – 0,8% 1,5% – 4%

Page 16: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

16

20% de proteção UVA e 92% de proteção UVB, pois neste caso, o olho é também protegido pela

miose (contração da pupila). Já um óculos de categoria 4 – com baixa transmitância de luz visível -

que possua uma transmitância no visível de 3%, necessitam de uma proteção de 99,7% dos raios

UVB e de 98,5% de proteção UVA, pois o olho se encontra em um estado de pupila dilatada

(Figura 2).

A última coluna da Tabela 2 traz os valores permitidos de transmissão de ultravioleta para

cada uma das categorias.

Figura 2 Reação Pupilar a: a) Pouca luz e b) Luz abundante

Page 17: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

17

2. Objetivo

O objetivo deste trabalho foi desenvolver um sistema para medidas de transmissão de luz

branca em lentes oftálmicas, permitindo assim, analisar a categoria das mesmas, segundo a norma

brasileira NBR15111.

A idéia final é de acoplar este sistema a um sistema de medidas de ultravioleta (UVA e

UVB) para lentes de óculos, que é denominado “Quiosque de auto-atendimento para análise de

proteção de ultravioleta em óculos de sol” e que faz parte de um protótipo do Laboratório de

Instrumentação Oftálmica (LIO), e estaria exposto ao público no Departamento de Engenharia

Elétrica da EESC-USP com o intuito de informar a população sobre o filtro de proteção de seus

óculos.

Page 18: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

18

3. Materiais e Métodos

O sistema desenvolvido consiste nas seguintes divisões: ótica, eletrônica e de

programação. O esquema da Figura 3 ilustra o diagrama de blocos destas partes do sistema.

Figura 3 Diagrama de blocos do sistema

A parte ótica do protótipo subdivide-se em iluminação (fonte de luz cobrindo o espectro de

380nm – 780nm) e na detecção do sinal, realizado por sensores óticos, que fornecerão um sinal

elétrico em função da quantidade de luz que os atingem.

A parte eletrônica consiste em: fonte linear de 12 V não regulada, que alimenta um

regulador de tensão de 5 volts para alimentação dos circuitos digitais e um regulador de tensão de

8 volts para alimentação do circuito amplificador; circuito que consiste na amplificação de um

sensor utilizando um potenciômetro com ajuste manual e na amplificação do segundo sensor com

um potenciômetro digital; microcontrolador com LEDs e display de LCD como saídas e o push-

bottom como botão de entrada da interrupção do microcontrolador.

A Figura 4 apresenta uma representação da disposição de ligação do sistema.

Page 19: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

19

Figura 4 Representação de conexões do sistema

Para o funcionamento e controle do sistema, foi feito um programa para o microcontrolador

com: inicializações (A/D e Display), sub-rotinas de interrupção, conversão dos sinais analógicos

para sinais digitais, funções para calibração dos amplificadores, funções para realização de

medidas, biblioteca para o controle do potenciômetro digital com funções específicas e

comunicação com o display LCD e o push-bottom de interrupção.

Todo o sistema foi montado em uma caixa com uma disposição ótica favorável para a

realização das medidas. Os detalhes de cada parte estão desenvolvidos a seguir.

3.1. Óptica

A parte ótica consiste em um sistema de iluminação, que foi feito por lâmpadas e LEDs, e a

detecção foi feita primeiramente em duplo feixe, ou seja, a fonte luminosa atinge dois sensores, um

de medida e um para referência, e posteriormente com apenas um feixe, um sensor. O método de

duplo feixe proporciona uma boa estabilidade para as medidas com lâmpadas incandescentes,

evitando que flutuações na intensidade luminosa alterem o valor de referência para as medidas. O

método está detalhado nas próximas seções desta monografia. Tanto o espectro das fontes

luminosas, quanto o espectro de transmitância dos filtros solares foram obtidos utilizando

espectrofotômetros.

3.1.1. Iluminação

O tipo de iluminação utilizado para a sensibilização dos sensores tem um papel fundamental

para a precisão das medidas. O comumente usado padrão iluminante D65, definido pela

C.I.E.(Comissão Internacional de Iluminação), corresponde aproximadamente a um sol do meio-dia

no Oeste Europeu e no Norte Europeu, sendo também chamado de padrão Daylight (luz do dia). O

padrão D65 destina-se a representar a média de „luz do dia‟ e possui uma temperatura de cor

correlacionada de cerca de 6500K. Deve ser utilizado em todos os cálculos colorimétricos que

Page 20: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

20

exigem uma iluminação representativa da „luz do dia‟ [ISO 10526:1999/CIE S005/E-1998]. A Figura

5 mostra o espectro de uma fonte de luz do padrão D65.

Figura 5 Padrão iluminante D65 (espectro)

Os valores tabelados para cálculos colorimétricos referente ao padrão D65 se encontram no

Anexo A, encontrados no CIE [http://www.cie.co.at/publ/abst/datatables15_2004/std65.txt].

Uma vez que o problema era de se encontrar uma lâmpada com espectro compatível com o

padrão D65, testou-se diferentes fontes de iluminação (lâmpadas incandesentes, lâmpadas xenon,

LEDs) afim de se obter o melhor espectro.

Os espectros analisados foram obtidos utilizando os espectrofotômetros de fibra ótica, que

permitiram medir a emissão de luz das lâmpadas em unidades arbitrárias, em função do

comprimento de onda.

As lâmpadas HLX64250 - OSRAM 6V; 64440 - OSRAM 12V; COOL BLUE OSRAM 12V

60/55W – XENON; EAGLEYE 12V 60/55W – XENON; LED branco; e uma composição de LEDs,

branco, amarelo, vermelho, laranja, ultravioleta, infravermelho, verde e violeta. Todas as fontes de

luz foram testadas e analisadas, obtendo seus respectivos espectros de emissão. Os espectros e a

forma de cada fonte de iluminação encontram-se nas Figuras 6-17.

Page 21: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

21

HLX64250 - OSRAM 6V

Figura 6 HLX64250 e respectivo espectro de emissão

64440 - OSRAM 12V

Figura 7 64440 e respectivo espectro de emissão

Page 22: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

22

COOL BLUE OSRAM 12V 60/55W - XENON

Figura 8 COOL BLUE e respectivo espectro de emissão

EAGLEYE 12V 60/55W - XENON

Figura 9 EAGLEYE e respectivo espectro de emissão

Page 23: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

23

LED branco

Figura 10 LED branco e respectivo espectro de emissão

LED amarelo

Figura 11 LED amarelo e respectivo espectro de emissão

Page 24: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

24

LED vermelho

Figura 12 LED vermelho e respectivo espectro de emissão

LED verde

Figura 13 LED verde e respectivo espectro de emissão

Page 25: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

25

LED violeta

Figura 14 LED violeta e respectivo espectro de emissão

Figura 15 Espectro de diversos LEDs

Page 26: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

26

Figura 16 Composição de LEDs utilizada

Figura 17 Soma de LEDs (figura17) em conjunto com sensor, comparado à função ponderação

Page 27: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

27

3.1.2. Detecção do Sinal

Porém, não só a fonte emissora deve se adequar ao exigido pela norma, mas também os

sensores. A ponderação de visibilidade espectral para visão com luz diurna (V ()) também deve

ser considerada pelo objeto receptor da luz transmitida pelo filtro.

Essa função descreve a média da sensibilidade visual do olho humano para diferentes

comprimentos de onda. A função padrão estabelecida pela C.I.E. está apresentada na Figura 18.

Figura 18 Função sensibilidade visual do olho humano

Existem duas funções de luminosidade devido à diferença captada pelo olho humano na

alteração de intensidade da luz (Figura 19). Para intensidades de luz do dia-a-dia, a resposta do

olho humano segue a curva Fotópica e para intensidades baixas de luz, a curva Escotópica. Os

dados das duas curvas estão no Anexo C. A curva de sensibilidade do olho utilizada nos cálculos

de transmitância é a curva Fotópica, estabelecida pela C.I.E.

Page 28: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

28

Figura 19 Curvas Fotópica e Escotópica [CIE]

O fato de se incluir a curva de sensibilidade do olho humano no cálculo da transmitância é

conseqüência da resposta pupilar do olho humano. Segundo DANTAS,A.M. ZANGALLI,A.L., “A

incidência dos raios luminosos sobre a pupila leva à modificação do diâmetro das mesmas”. “O

arco reflexo não envolve o córtex cerebral; portanto as reações pupilares não se tornam

conscientes”. As curvas da função de luminosidade traduzem, então, a resposta pupilar à radiação

de luz visível, uma proteção natural contra os raios ultravioleta. Assim, a transmitância calculada

depende do quanto a pupila se dilata quando se coloca o óculos de sol.

Para tal, foram utilizados dois tipos de sensores: um sensor integrado, com amplificação

interna, para a familiarização com a idéia de um sensor de luz e um fotodiodo, com resposta

espectral mais próxima a curva de resposta do olho humano.

3.1.3. OPT101

O sensor OPT101 foi usado nos primeiros testes para a montagem do equipamento. Mesmo

não tendo uma resposta adequada para o tipo de medida, pois o ponto de máxima resposta do

sensor é na região do infravermelho, este sensor foi importante para o avanço do projeto, uma vez

que o foco no momento era o funcionamento da parte digital.

Page 29: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

29

Figura 20 OPT101 e respectiva curva de resposta [folha de dados: http://focus.ti.com/docs/prod/folders/print/opt101.html]

O OPT101 possui opção de alimentação simples, com um amplificador de transimpedância

interno com a opção de se alterar o ganho externamente. É um sensor utilizado em Instrumentação

Médica e Laboratorial. A Imagem do sensor e seu espectro de resposta estão apresentados na

Figura 20. A Figura 21 mostra a configuração interna do sensor.

Figura 21 Esquema interno do OPT101

3.1.4. Fotodiodos

O fotodiodo é um componente eletrônico feito a partir de uma junção semicondutora, que

converte a energia de um fóton em um sinal elétrico, liberando e acelerando portadores de

condução de carga dentro do semicondutor.

Page 30: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

30

Quando um fóton com energia suficiente atinge a junção, ele gera pares elétron-lacuna,

levando-os para um estado de condução. O elétron e a lacuna são varridos pelo campo elétrico na

região de depleção da junção, e ao se movimentarem, geram a fotocorrente [Graeme,J.G., 1995].

Este modelo representado por uma fonte de corrente caracteriza-o como um transdutor ativo. A

Figura 22 ilustra um modelo de fotodiodo. A modelagem permite análise do componente em

aplicações em circuitos.

Figura 22 Modelo do Fotodiodo

Sua característica semicondutora relaciona-o a um diodo comum, o que proporciona a esse

tipo de transdutor dois modos de utilização principais: fotovoltaico; e fotocondutivo, devido à

polarização dada ao campo elétrico da junção.

Nos dois modos, a fotocorrente varia linearmente com a intensidade do fluxo luminoso,

porém no modo fotovoltaico as variações na iluminação variam a tensão da junção

logaritmicamente, provocando uma mudança na polarização da junção e aumentando a não-

linearidade. Este modo apresenta também um alto offset dc, devido à corrente que flui pela alta

resistência do fotodiodo.

O modo fotocondutivo (ep<0) apresenta uma corrente de polarização chamada “corrente de

escuro” (Dark Current), que aparece por causa da resistência interna da junção que está

polarizada. Esta corrente gera um offset na fotocorrente, representando um erro nas medidas uma

vez que mesmo que a luz cesse, há ainda uma corrente atravessando a junção. Porém o circuito

conversor corrente-tensão consegue aprimorar bastante este circuito. A Figura 23 mostra a

diferença entre os modos fotovoltaico e fotocondutivo.

Page 31: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

31

Figura 23 Diferenças entre os modos fotocondutivo e fotovoltaico[Graeme, 1995]

3.1.5. Amplificadores para fotodiodos

O amplificador mais utilizado para aplicações com fotodiodos é o Amplificador de

Transimpedância. Com ele é possível que a corrente elétrica seja transformada em uma tensão

elétrica na saída com uma ordem de grandeza bastante superior [Graeme, 1995]. Na Figura 24

está representado o amplificador básico.

Figura 24 Configuração básica do Amplificador de Transimpedância [figura retirada A.R.Z. Nascimento, Revista Científica Periódica – Telecomunicações, 1999].

Page 32: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

32

A tensão de saída e ganho do amplificador são dados pelas expressões (1) e (2),

respectivamente.

(1)

(2)

O resistor único de realimentação, RR, atua como o ganho da fotocorrente e gera com ela a

transformação para uma tensão de saída. O resistor RC reduz o offset gerado pelo

desbalanceamento das correntes de polarização do amplificador operacional, sendo necessário

que RC = RR. Porém, é possível perceber pela equação 1 que para correntes na ordem de µA,

necessitar-se-ia de resistores da ordem de MΩ para se obter uma tensão que fosse adequada para

a realização da medida. Esse é um aspecto desvantajoso, uma vez que o ruído térmico é

proporcional à resistência elétrica do material.

Uma solução eletrônica é a configuração tee de realimentação, mostrado na Figura 25.

Figura 25 Rede tee para redução dos resistores

A resistência equivalente da rede tee, REQ, é dada pela expressão (3)

, para (3)

A substituição do resistor único, RR, de realimentação por uma rede tee resistiva, melhora o

nível de ruído [Graeme]. Isso acontece porque essa configuração reduz a grandeza dos resistores

utilizados, mantendo a resistência equivalente com o mesmo valor. Com isso, reduz-se o ruído

térmico produzido por resistores de alta resistividade. Reduz também a diferença entre as correntes

de polarização do amplificador operacional, reduzindo os efeitos de offset.

Page 33: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

33

3.1.6. BPW21R

A mudança mais importante em relação à primeira versão do projeto, que utilizou o

OPT101, foi a utilização de sensores com uma resposta mais adequada à região do espectro

visível para abranger a faixa desejada de 380 nm a 780 nm. A curva de resposta deste sensor se

aproxima à curva de sensibilidade do olho, visto na Figura 26b.

Este sensor, apresentado na Figura 26a, cujo espectro de sensibilidade está ilustrado na

Figura 26b, é um fotodiodo planar de silício (Si), hermeticamente fechado em um invólucro TO-5,

desenvolvido pela Vishay para medidas de alta precisão em linearidade [Folha de Dados do

componente, http://www.vishay.com/photo-detectors/list/product-81519/]. O componente possui

também uma janela de vidro liso com correção de cores, o que dá a aproximação da resposta

espectral do olho humano. Sua corrente máxima de escuro (Dark Current) é de 30 nA, considerada

baixa em relação às correntes reversas de µA esperadas.

Figura 26 (a) Sensor BPW21R e; (b) espectro de resposta do sensor [folha de dados do componente:

http://www.vishay.com/photo-detectors/list/product-81519/]

3.1.7. Transmitância

A Transmitância é definida como sendo a fração da luz incidente com um comprimento de

onda específico, que atravessa uma amostra de matéria [Hecht, E. Optics New York, Addison-

Wesley Publishing Company, 1990. Second Edition]. É determinada pela equação 4, na qual I

representa a luz que atravessa a amostra e I0 a luz incidente, como ilustra a Figura 27.

(4)

Page 34: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

34

Ou ainda,

(5)

Figura 27 Transmitância em um filtro

3.1.8. Espectrofotometria

O espectrofotômetro é um aparelho que possibilita, entre outras funções, medir a

porcentagem de transmissão da luz em um meio translúcido, em função de seu comprimento de

onda [Basic UV/Visible Spectrofotometry: Theory and Practice, Pharmacia Biotech, (1997) M

Human, editor, Cambridge, England]. Neste trabalho um espectrofotômetro é utilizado para ser o

padrão-ouro para comparações das medidas com o aparelho desenvolvido.

Os espectrofotômetros utilizados foram o CARY 5000, da Varian, que permite medidas a

passos de até 0,1nm, apresentado na Figura 29, o espectrofotômetro USB2000 (Ocean Optics),

equipamento que mede no intervalo de 200-1100nm em passos de até 0,3nm, Figura 28a, e que

utiliza uma fibra ótica como caminho ótico de entrada, comunicando-se com computador por meio

de interface USB, e um espectrofotômetro bastante parecido com este último, o HR4000CG-UV-

NIR (Ocean Optics, Figura 28b).

Page 35: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

35

Figura 28 (a) Espectrofotômetros USB2000 (b) e HR4000CG-UV-NIR

Figura 29 Espectrofotômetro CARY 5000 (Varian)

Os espectrofotômetros calculam a transmitância das amostras com grande precisão, e por

isso foram consideradas as medidas padrão-ouro para a certificação do equipamento que foi

desenvolvido.

3.1.9. Cálculo da Transmitância luminosa

Para o cálculo da categoria, é analisada a transmitância luminosa do filtro solar.

Pela norma NBR15111:

(6)

onde, SD65 () é a distribuição espectral da radiação do iluminante-padrão D65 da CIE, V é a

transmitância luminosa do filtro de proteção solar referente ao iluminante-padrão D65 da CIE, F

Page 36: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

36

() é a transmitância espectral dos filtros de proteção solar (calculada como %T no

espectrofotômetro) e V () é a função da visibilidade espectral para a visão com luz diurna.

A definição apresentada na Equação 6 mostra que a transmitância necessária para se

calcular a categoria das lentes (V) é definida pelo cálculo de três fatores: fonte emissora de luz,

transmitância do filtro (F) e curva de resposta do olho humano, Figura 30.

Figura 30 Exemplo da definição da transmitância luminosa de um filtro aleatório

A relevância do espectro da fonte de luz e da sensibilidade do olho humano são fatores que

podem ser considerados como uma ponderação da transmitância espectral dos filtros solares para

a realização da média. A equação 7, mostra a média ponderada dos filtros, utilizando W (λ) como

função ponderal. [ABNT. NBR15111:2004].

(7)

Levando em consideração essas ponderações, a tentativa é adequar ao máximo o espectro

da fonte (SD65) juntamente com a resposta espectral do sensor(S(λ)) à função de ponderação W (λ),

para obter maior exatidão na medida. O sistema proposto está exemplificado na Figura 31

Figura 31 Exemplo óptico do sistema proposto

Page 37: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

37

3.1.10. Padrão-ouro

O espectrofotômetro CARY 5000 utiliza uma técnica de se calcular a linha de base

(BASELINE), possibilitando ao equipamento medir a transmitância real de um filtro (F ())

independentemente do espectro da fonte e da resposta do sensor na região do espectro em que se

deseja realizar a medida. Isso significa que para o cálculo da V (transmitância luminosa do filtro de

proteção solar referente ao iluminante-padrão D65 da CIE), deve-se utilizar uma ponderação (W(λ))

que leva em conta o padrão D65 de emissão e a curva de visibilidade do olho humano V ().

Assim, a transmitância luminosa V é calculada como uma média ponderada, onde a

transmissão do filtro para cada comprimento de onda, medida com o CARY5000, é multiplicada por

uma ponderação W(λ). A matriz ponderação está apresentada no Anexo B.

3.2. Eletrônica

Como visto anteriormente, a parte eletrônica consiste na alimentação (fonte de tensão,

regulada com CI‟s específicos), amplificadores de transimpedância (utilizando um potenciômetro

digital para ajuste de ganho automático) e um microcontrolador que faz o controle dos periféricos

como display e botão de interrupção e faz a conversão do sinal analógico.

3.2.1. Alimentação

Como fonte de alimentação foi utilizada uma fonte linear 12 volts - 300mA, não-regulada,

como mostra a Figura 32a.

Figura 32 (a) Fonte de tensão; (b) Encapsulamento TO-220 dos reguladores de tensão

Page 38: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

38

As tensões utilizadas no projeto são de 5 volts, para os circuitos digitais (microcontrolador,

potenciômetro digital e alimentação do display LCD) e 8 volts para o backlight do display de LCD e

para os amplificadores. Escolheu-se 8 volts, pois é fato que os amplificadores operacionais

apresentam uma perda de tensão que não os permite fornecer a tensão máxima de alimentação

em suas saídas. Assim, para que se obter tensões de 5 volts, seria necessário uma tensão maior

de alimentação. Também por esse motivo, foi estabelecida uma tensão máxima na saída dos

amplificadores de 4,5 volts, quando realizados testes com duplo feixe, para que não houvesse

nenhuma incompatibilidade no conversor A/D do microcontrolador, uma vez que este está

alimentado com 5 volts.

Assim, além da fonte, foram utilizados dois estabilizadores de tensão integrados, o LM7805

e o LM7808, Figura 32b. Utilizou-se também um conector Jack para fonte de alimentação e um

botão on/off para ligar e desligar o aparelho.

3.2.2. Amplificadores

Como visto sobre fotodiodos, dependendo da polarização da junção fornecida, muito do seu

funcionamento e desempenho podem mudar. Um circuito amplificador com um amp op consegue

reduzir a não-linearidade produzindo uma tensão fixa de polarização no fotodiodo e também reduzir

as correntes de offset [Graeme, 1995]. Assim, foi construído um circuito amplificador de

transimpedância com baixo ruído e com ajuste fino de offset, utilizando o circuito integrado

CA3140.

Os resistores e capacitores foram escolhidos de forma que se obtivesse uma boa relação

sinal-ruído e que o tempo de resposta do circuito não fosse comprometido. O amplificador montado

está representado na Figura 33.

Figura 33 Amplificador de transimpedância utilizado

Page 39: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

39

O diodo zener é previsto para proteção do circuito digital que utiliza tensões de 5 volts,

enquanto que o circuito amplificador possui alimentação de 8 volts. Não foi utilizado, pois o

amplificador operacional CA3140 não forneceu tensão superior que o limite sugerido para o

microcontrolador, de 5,3 volts.

O ajuste do ganho é feito pelo resistor R2, podendo assim permitir que os resistores Rc e RfT

sejam casados para a redução do offset. No caso em que o sensor é o de referência, R2 é um

trimpot, resistor variável de 50kΩ, e para o sensor de medição, utilizou-se o potenciômetro digital

de 50kΩ, para ajuste automático. A variação máxima do ganho é calculado pela equação 8.

, (8)

[V/A] (9)

O ruído intrínseco gerado pelo fotodiodo e pela configuração é amenizado colocando-se o

capacitor C. Escolheu-se trabalhar com um capacitor de 33 nF, opção com melhor relação entre a

filtragem do sinal e o tempo de resposta do sinal

3.2.3. Duplo Feixe

A utilização de duplo feixe como referência da fonte de luz para as medidas pode trazer

dúvidas quanto à grandeza do sinal dos sensores e do ganho, que são diferenciados para cada

feixe. Pode-se mostrar que, se os sinais dos dois amplificadores forem iguais, a referência ainda

mantém a medida exata, sistema representado na Figura 34, onde L representa a fonte de luz, x

representa as fotocorrentes dos sensores, G representa o ganho do amplificador de

transimpedância e y representa a tensão proporcional a quantidade de luz detectada pelos

sensores.

Figura 34 Representação do sistema antes da calibração

Page 40: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

40

Na Figura 34, realiza-se a calibração do sistema de forma automática, na qual se ajusta o

ganho G1 até que os sinais de saída se igualem. Assim, temos o sinal de referência como 100%,

pois , sendo que a transmitância medida ( ) é:

(10)

A Figura 35 representa o sistema já calibrado e uma lente com transmitância Tv, posicionada

para a realização da medida.

Figura 35 Representação do sistema calibrado com a lente posicionada

Onde, y2 e yref são dados por:

(11)

(12)

Colocando uma lente com transmitância TV na frente do sensor de amostra, tem-se que a

intensidade da corrente na saída do sensor agora é , , uma vez que a

fotocorrente é proporcional a densidade de fluxo luminoso que atinge o sensor. A transmitância

medida será:

(13)

Caso L sofra variação na intensidade luminosa, o sensor de referência acompanha a

oscilação e permite uma leitura ainda exata da transmitância (Figura 36).

Page 41: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

41

Figura 36 Representação do sistema considerando oscilações da fonte de luz

(14)

(15)

Seja a variação da intensidade do sinal dos sensores diretamente proporcional à oscilação

da fonte de luz, se a fonte agora é K(t). L, com K(t) um fator de oscilação, então o sinal de saída

dos sensores é:

(16)

Isso seria um problema se as medidas do sensor da amostra fossem feitas em tempos

diferentes do que para o sensor de referência. Como o tempo uma vez que a conversão é

feita fazendo divisão de um sinal pelo outro no mesmo instante de tempo, tem-se:

(17)

Mostra-se assim que a o sensor de referência funciona para melhorar a precisão do sistema

contra oscilações da fonte de luz.

3.2.4. Microcontrolador

A idéia de poder controlar sistemas e operações de forma automática e digital é uma

facilidade hoje em dia graças ao uso de um único chip, capaz de realizar funções específicas e

operações complexas, tornando o uso de microcontroladores muito diversificado.

Pensando na automatização do controle de ganho e na utilização de um meio de interação

do usuário com o sistema (utilizando o display LCD e botão de interrupção), o uso de um

microcontrolador ficou praticamente indispensável.

Page 42: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

42

Os primeiros testes para adequação do circuito digital para que pudesse fazer a aquisição

das medidas analógicas, foram realizados com a lâmpada incandescente KEELER, Figura 37, e o

sensor OPT101. Com a fonte e os sensores fixos, foi desenvolvida a eletrônica de controle do

sistema.

Figura 37 Lâmpada KEELER usada para testes iniciais

Figura 38 Diagrama de blocos do sistema para os primeiros testes

A Figura 38 apresenta a idéia do sistema óptico e eletrônico. Em princípio utilizou-se o

microcontrolador da família 8051, escolhido, pois, além de ser uma ferramenta utilizada em aulas

para o curso de Engenharia Elétrica da USP – São Carlos, é também um componente fácil de ser

encontrado e com baixo custo.

Foram feitos programas de testes dos pinos de entrada/saída, testes de interrupção

utilizando um push-bottom, um LED blinker para testes de temporização, testes de controle de um

display de LCD 16x2 e testes de controle de um conversor A/D (AD0808). Os programas foram

Page 43: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

43

feitos em linguagem de programação C, e desenvolvidos no compilador IAR Embedded

Workbench. A Figura 39 representa os testes realizados com o 8051.

Figura 39: Diagrama de blocos do primeiro circuito desenvolvido

A dificuldade e o tempo gastos para realizar a comunicação e no aprendizado com o

AD0808 foram altos, decidindo-se utilizar outra plataforma de trabalho, alterando o

microcontrolador da família 8051 para a utilização de um PIC.

Esta família de microcontroladores, exemplificada na Figura 40, além das características

básicas do 8051, tem opções de conversor A/D interno. Ainda, o software „MPLAB IDE‟, utilizado

para a programação deste microcontrolador, possui bibliotecas que facilitam a conversão analógica

– digital e a utilização do display de LCD, por exemplo.

Os microcontroladores utilizados foram o PIC16F877A e o PIC18F4550, chips com 40 pinos

em encapsulamento PDIP, componentes já encontrados no LIO para testes. Sua característica

principal nesta utilização é o conversor analógico/digital interno de 10 bits em até 8 canais. O clock

foi feito com um cristal de 12MHz e três LEDs foram utilizados para identificar a fase em que o

programa se encontra.

A Figura 40 mostra o diagrama de pinos do microcontrolador utilizado e seu aspecto físico.

Page 44: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

44

Figura 40 (a) Pinagem e; (b) foto ilustrativa do PIC16F877A

As funções que o microcontrolador realiza são:

Controle do potenciômetro digital para o CAG (Controle Automático de Ganho);

Controlar o display LCD de interação equipamento-usuário;

Reconhecimento de interação usuário-equipamento pelo push-bottom;

Conversões A/D dos sinais dos amplificadores;

Operações matemáticas entre os sinais convertidos;

3.2.5. Potenciômetro Digital (DIGPOT)

O potenciômetro utilizado foi o MCP41050, ilustrado na Figura 41. Este circuito integrado

possui um potenciômetro de 50kΩ, ajustável por uma palavra de comando de 8 bits enviada para

selecionar a posição do potenciômetro. Tem-se assim uma resolução de 195Ω por posição

incrementada.

(18)

Page 45: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

45

Figura 41 (a) Exemplo do esquemático de controle da família MCP4xxxx e; (b) ilustração do componente

Como visto na Figura 41, o MCP41050 possui comunicação com o microcontrolador que é

estabelecida inicialmente com o envio de uma palavra de comando (8 bits) pelo pino SI. A

comunicação é habilitada colocando o pino CS em nível lógico zero, enquanto que o pino SCK

funciona como o clock da comunicação, com o qual os dados disponíveis no pino SI são enviados

na subida do clock. Os terminais A e W são as saídas dos terminais do resistor variável, que são

ligados no amplificador de transimpedância.

Para o controle mais eficiente do „Digipot’, foi criada uma biblioteca com a função de enviar

os comandos necessários para se programar o valor almejado de resistência no potenciômetro,

facilitando a programação e sua utilização.

3.2.6. Display de LCD

Para realizar a interface entre o usuário e o microcontrolador foi utilizado um display LCD

(Liquid Crystal Display), o modelo JHD162A (16x2) e o modelo JHD204AO (20x4). O display de

LCD utilizado foi aprimorado de 16x2 para 20x4, material já disponível no LIO.

Este display permite uma maior acessibilidade ao usuário pelo tamanho expandido, com

poucas diferenças de programação e pinagem. A Figura 42 mostra um esquema geral do display.

Page 46: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

46

Figura 42 Esquema geral para utilização do display LCD

A comunicação entre o display e o microcontrolador é feita por meio de três pinos de

controle (RS,RW,EN) e quatro pinos de dados, caracterizando a comunicação por meio de nibbles

(1/2 byte), reduzindo o número de vias para o LCD.

A alimentação do display é feita com 5V, porém percebeu-se que o regulador de 5V

(LM7805) superaquecia quando alimentava-se o backlight do display. A solução foi colocar o

backlight na alimentação de 8V, com um resistor em série atuando como limitador de corrente.

3.2.7. Controle do display

O display funciona como interface para o usuário e identifica as etapas do processo de

medição, assim como disponibiliza o resultado final da transmitância.

A primeira tela mostra no display a frase „ESPERANDO A LÂMPADA‟, como ilustrado na

Figura 43, uma espera de 2s até que a fonte de luz acenda e se estabilize.

Figura 43 Apresentação número um do display

O sistema não faz a calibração autonomamente após a primeira tela; ele aguarda o usuário,

mostrando no display a mensagem ilustrada na Figura 44:

Page 47: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

47

Figura 44 Apresentação número dois do display

Após o acionamento do botão, a mensagem de “Calibrando...” aparece. Depois do sistema

calibrado, o display mostra a transmitância de 100%, como ilustrado na Figura 45:

Figura 45 Apresentação número (a)três e (b) quatro do display

O ideal é que seja 100%, do contrário a calibração não foi feita corretamente.

Para a realização da medida, o mostrador apresenta a frase, como ilustrado na Figura 46:

Figura 46 Apresentação número cinco do display

A transmitância e a categoria dos óculos calculada são enfim apresentadas, como ilustrado

na Figura 47:

Page 48: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

48

Figura 47 Apresentação número seis do display

3.2.8. Conversão A/D

A conversão dos sinais analógicos para sinais digitais é muito útil para a realização de

operações, devido à maior facilidade de se utilizar circuitos digitais para realizar o processamento

do sinal.

Neste projeto, o interesse é saber o quanto de luz visível atravessa uma lente de óculos, em

unidades percentuais. Como visto anteriormente, o método utilizado usa dois sensores, com um

dos ganhos sendo ajustado automaticamente até que os dois sinais se igualem.

Para realizar essas medidas de forma rápida e precisa, utilizou-se o conversor analógico-

digital interno do PIC16F877A. No conversor de 10 bits, o sinal do sensor A, de medição, foi

colocado no primeiro canal do conversor e o sinal de sensor B, de referência, colocado como a

tensão positiva de referência do conversor.

O conversor funciona representando a tensão do canal 1 em 10 bits, referenciado à tensão

do feixe de referência. Assim a tensão de referência representa uma palavra digital 1111111111

(3FF em hexadecimal) dentro do PIC, e representa o fundo de escala.

A calibração, que é o ajuste automático do ganho de sensor de medição, é feita fazendo

conversões e analisando a palavra digital encontrada. Enquanto a conversão não for 100%, o PIC

altera o ganho, até que os dois sinais se igualem. Depois da calibração, qualquer conversão

realizada pelo PIC resulta em uma palavra de 10 bits, que corresponde diretamente à transmitância

da lente amostrada. Porém, existe um erro inerente do conversor A/D, de no máximo ½ LSB.

Assim, pode-se calcular a resolução do conversor fazendo:

(19)

Onde r é a menor variação exata em transmitância que se pode obter na medida. Esta

resolução estabelece a limitação para a amostragem da medida no display.

Page 49: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

49

3.2.9. Processamento Digital do Sinal

Apesar dos cuidados feitos para a eliminação do ruído na medida, o sinal convertido ainda

apresenta algumas flutuações indesejadas na medida. A filtragem do ruído restante foi feita por

processamento do sinal digital.

O tratamento das medidas foi feito realizando a média de 200 medidas consecutivas do

sinal em regime permanente. Assim, toda variável que necessita do valor da transmitância, o PIC

realiza a soma de 200 medidas, armazena-as em uma variável do tipo float, e divide posteriormente

por 200, como mostra a expressão (20).

(20)

Para mostrar a porcentagem real da transmitância luminosa, basta calcular a proporção,

dividindo este valor pelo fundo de escala da medida (3FF em hexadecimal) e multiplicando por 100:

(21)

3.2.10. Interrupção

A dinâmica projetada para o sistema consiste em ligar o aparelho e, assim que estiver

pronto (depois de feita a inicialização), espera-se o comando para a calibração dos feixes. Assim

que a calibração for feita, o sistema aguarda novamente o comando do usuário para que haja

tempo suficiente de se colocar a lente no equipamento para realizar a medição. Esta comunicação

do usuário com o sistema foi feito a partir de um push-bottom, necessário para a comunicação

entre o equipamento e o usuário, para que o sistema realize a calibração e a medição

independente de um tempo fixo.

O botão aciona a rotina de interrupção do PIC, que dependendo da fase do programa,

realiza a calibração do sistema ou realiza a medida de transmitância final.

Page 50: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

50

3.3. Programação

Foram feitos dois programas no protótipo: um que analisa a categoria automaticamente, por

meio da comparação da medida de transmissão da luz e apresenta um resultado único no final, que

é a média das 200 medidas; e outro que mostra em tempo real a medida sendo realizada, numa

freqüência de 5Hz. A descrição de cada programa está no Anexo D. A versão final do programa foi

a que apresenta a média final das 200 medidas, num resultado único.

Os programas foram desenvolvidos em linguagem C com auxilio do software MPLAB IDE.

Este software possui muitos recursos como bibliotecas, exemplos e operações, que deixa a

linguagem com um padrão mais elevado e em um ambiente mais poderoso, comparado à

linguagem Assembly. Os kits de programação disponíveis no tornaram a utilização do PIC ainda

mais fácil utilizando a linguagem C.

Devido a essa facilidade de programação do PIC, vários softwares foram criados para a

familiarização das funções, bibliotecas e controles que seriam utilizados. O primeiro foi o teste do

display LCD. O programa utiliza todas as linhas do display, apaga o que houvesse na tela e coloca

o cursor em uma posição específica na tela. O segundo faz a conversão A/D de um divisor de

tensão e mostra no display a porcentagem, ao vivo, do sinal comparado à referência. O terceiro fez

o controle do potenciômetro digital, incrementando 1 bit a cada segundo no potenciômetro.

O envio da palavra digital e todo o controle do potenciômetro digital são feitos pelos dos bits

de controle. Criou-se uma rotina de envio, o que reduziu o código fonte e permitiu a detecção de

erros de maneira mais fácil. Foi incluso então uma biblioteca criada especificamente para esse

controle, contendo uma função que tem como entrada o código hexadecimal correspondente ao

valor de resistência desejado, fazendo o ajuste do potenciômetro de forma automática. O programa

final está representado no diagrama da Figura 48.

Page 51: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

51

Figura 48 Fluxograma do programa do sistema

Os passos do programa são:

- O PIC inicializa o conversor A/D; o display de LCD; e as interrupções;

- Esperam-se 2s para que a lâmpada se acenda, de modo que se possa realizar a

calibração;

- Aguarda o usuário apertar o push-bottom e, após o acionamento do botão, faz o ajuste do

potenciômetro digital automaticamente, alterando o ganho dos sensores e realizando, ao mesmo

tempo, as conversões dos sinais para comparação. Assim que os sinais se igualam, é realizada

Page 52: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

52

outra medida e apresenta-se no display a transmitância final (idealmente 100%). Uma mensagem

de “CALIBRANDO...” é exibida no mostrador durante esta fase;

- Após a calibração, aguarda o usuário apertar novamente o push-bottom; tempo para que a

lente seja colocada na frente do sensor de medição;

- Realiza a média de 200 medidas de transmitância e apresenta a transmitância média, em

porcentagem no display de LCD.

- Caso o usuário queira realizar outra medição, basta apertar novamente o botão e o

programa se reinicia.

3.4. Mecânica

Todas as partes anteriores funcionam independentemente da parte mecânica desenvolvida.

Porém sem a disposição adequada de cada sistema, nenhuma medida seria precisa e robusta.

Assim, a importância da distribuição espacial, tanto da parte elétrica como óptica, é muito

importante para a confecção de um equipamento de medidas.

3.4.1. Caixa e feixes

A disposição espacial dos sensores e da fonte de luz é de razão crítica, pois há grandes

fontes de interferência externa de luz visível que podem contaminar a medida realizada. A Figura

49 ilustra o protótipo final e a Figura 50 ilustra as diferentes partes que o compõem.

Um dos problemas encontrados nas medições foi a interferência do posicionamento da

lente. Dependendo da angulação e da distância entre a lente e o sensor, variações importantes

podiam ser observadas entre as medidas. A solução foi posicionar a lente o mais próximo possível

do sensor, para que se reduzissem os erros de angulação e espalhamento.

Outro problema era o de se isolar o feixe de luz de medição, ao atravessar a lente, da luz do

ambiente. Este caminho deveria ser acessível para a lente, mas inacessível para a luz externa.

Page 53: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

53

Figura 49 Foto do protótipo realizando uma medida de categoria de lente de óculos de proteção solar.

Figura 50 Foto das variadas partes do protótipo: (a) Protótipo; (b)Tampa com display; (c)Sensor na parte externa ; (d)Espumas para isolação ótica: evita riscos na lente testada.

Os problemas foram resolvidos colocando os sensores na parte externa da caixa, próximos

de onde a lente é colocada para medida, fixando-os em placas de alumínio com uma proteção

isolante entre os sensores e a placa. Também foi feita uma isolação do caminho ótico com uma

espuma densa e preta, que permite o posicionamento dos óculos. Assim, a lente é colocada entre

as duas espumas, Figura 50d, no sensor posicionado à direita do protótipo. Foi feito também um

suporte para as lâmpadas dentro da caixa do equipamento, mostrado na Figura 51.

Page 54: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

54

Ainda, os cabos de sinais dos sensores foram escolhidos em pares trançados com malha

de isolação, reduzindo o ruído gerado pelo fato dos cabos terem uma extensão que os torna mais

susceptível a ruídos.

Figura 51 Suporte para lâmpada e cabos dos sensores para a caixa

3.4.2. Placas

Outra preocupação foi a de montar o circuito eletrônico em uma placa de circuito impresso.

As vantagens de se usar uma placa específica é obter maior portabilidade do circuito, reduzir a

área ocupada pelo circuito eletrônico e eliminar ruídos provenientes do uso de um protoboard.

A primeira placa testada foi uma simples matriz de contatos, uma placa de contatos que

simula um protoboard, porém com maior portabilidade.

Alternativamente, foi confeccionada uma placa PCB (Printed Circuit Board).

O software utilizado para a criação do PCB foi o KICAD (software gratuito

http://www.lis.inpg.fr/realise_au_lis/kicad). O software, livre, apresenta várias facilidades, sendo

uma delas o curto de tempo de aprendizado para realizar os próprios projetos e manuais

disponíveis em português.

Figura 52 Equipamento da LPKF para confecção de PCB

Page 55: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

55

Assim, foi desenvolvida uma placa (Figura 53), com face simples, desenvolvida com ajuda

de instrumentos e materiais do Departamento de Engenharia Elétrica – SEL, da USP – São Carlos.

A Figura 52 apresenta a fresadora utilizada para a confecção das placas.

Figura 53 Layout produzido no KICAD da placa controladora do protótipo

Uma ferramenta útil também proporcionada pelo KICAD é a visualização 3D da placa

montada pronta, como apresentadas na Figura 54.

Figura 54 Visualização da placa em 3D no KICAD

Page 56: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

56

A foto da placa montada está apresentada na Figura 55.

Figura 55 Placa desenvolvida no laboratório

Também foram criadas placas para os arranjos de LEDs, que auxiliaram na fixação ótica

dos LEDs e sua disposição, como visto na Figura 56 e Figura 57.

Figura 56 Placa desenvolvida para arranjo de 6 LEDs

Page 57: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

57

Figura 57 Placa com arranjo de 6 LEDs

Page 58: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

58

4. Resultados

Foram montados vários circuitos, com diferentes fontes de iluminação, que foram sendo

selecionadas durante o transcorrer do projeto devido à dificuldade de se encontrar a fonte de luz

mais adequada ao padrão exigido. O protótipo final de teste deste trabalho utilizou o conjunto de

LEDs.

O programa utilizado mostra no display a transmitância da média das medidas e a categoria

correspondente.

Como comentado anteriormente, uma das dificuldades importantes deste projeto foi a

escolha da fonte de luz adequada e sua aquisição no mercado nacional. Os testes iniciais foram

realizados com duas lâmpadas, que apresentavam espectros aparentemente adequados ao nosso

sistema, que são: HLX64250 - OSRAM 6V e 64440 - OSRAM 12V.

Para testar o sistema quanto a sua repetibilidade e precisão foram realizadas as medidas

descritas a seguir com ambas as lâmpadas.

4.1. Repetibilidade

O teste de repetibilidade consistiu em realizar repetidas medidas de transmitância com as

lâmpadas citadas, em sete óculos diferentes. As Tabelas 4 e 5 mostram os resultados obtidos na

medição da transmitância de luz visível em 7 óculos diferentes, em porcentagem, para as lâmpadas

HLX64250 - OSRAM 6V e 64440 OSRAM 12V, respectivamente. Estes resultados foram

apresentados com lâmpadas incandescentes, pois a máxima variação é dada pela utilização destas

fontes luminosas, que apresentam variação na intensidade luminosa.

Nota-se que a máxima variabilidade entre as médias das medidas é de 1 ponto percentual,

característica que atende aos requisitos da norma NBR15111, que permite uma variação máxima

de 2 pontos percentuais.

Page 59: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

59

Tabela 3 Repetibilidade comparando três medidas diferentes da transmitância da luz nos óculos com a lâmpada HLX64250 - OSRAM 6V

Óculos testados

Transmitância Lente Esquerda (%)

Diferença Percentual

Máxima

Transmitância Lente Direita (%)

Diferença Percentual

Máxima

Transmitância Média das

Medidas(%)

Esquerda Direita

LSIA 22,0 22,1 22,0 0,1 22,7 23,1 23,0 0,4 22,0 22,9

ROSA 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0

ROXO 23,6 24,0 24,0 0,4 26,0 25,9 26,1 0,2 23,9 26,0

HB 17,7 17,9 17,9 0,2 16,3 16,4 16,6 0,3 17,9 16,4

ATEK 48,2 48,8 47,8 0,6 47,8 48,3 47,5 0,8 48,3 47,9

ADIDAS 50,2 50,2 49,5 0,7 48,6 48,7 48,3 0,4 50,0 48,5

AGUIA 20,6 20,2 19,8 0,8 23,8 23,8 23,4 0,4 20,2 23,7

Tabela 4 Repetibilidade comparando duas medidas diferentes da transmitância da luz nos óculos com a lâmpada -64440 - OSRAM 12V

Óculos testados

Transmitância Lente Esquerda

(%)

Diferença Percentual

Máxima

Transmitância Lente Direita (%)

Diferença Percentual

Máxima

Transmitância Média das Medidas (%)

Esquerda Direita

LSIA 25,5 25,2 0,3 25,9 25,7 0,2 25,3 25,8

ROSA 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0

ROXO 28,0 27,8 0,2 30,3 30,5 0,2 27,9 30,4

HB 20,7 21,0 0,3 19,5 19,9 0,4 20,8 19,7

ATEK 49,6 50,6 1,0 49,6 50,3 0,7 50,0 49,9

ADIDAS 55,8 56,0 0,2 53,2 54,0 0,8 55,9 53,6

AGUIA 23,8 24,3 0,5 27,8 27,8 0,0 24,0 27,8

4.2. Testes de Aferição

Foram realizados dois testes em cada uma das 22 lentes de óculos de sol (11 óculos) para

posterior comparação: a espectrofotometria e a medida da transmitância no equipamento

desenvolvido.

Um dos aprendizados neste projeto também foi a realização da espectroscopia. Os dados

dos gráficos gerados foram transferidos para o software ORIGIN PRO 7.0 .

Page 60: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

60

Foi observado que as medidas realizadas com o espectrofotômetro e o protótipo e utilizando

as diferentes lâmpadas incandescentes, não eram compatíveis, sendo que o protótipo mediu

valores mais altos que o espectrofotômetro.

A suposição foi de que o sensor, por ser composto de Silício, apresentava resposta à

radiação infravermelha, característica não apontada na folha de dados do componente, e como os

óculos possuem menos filtros nessa região do infravermelho próximo o resultado se alterava. Não

é possível afirmar sobre a resposta do sensor nessa região analisando apenas a folha de dados do

componente. Foi feito então um teste iluminando o sensor com um LED infravermelho (800 –

1000nm), faixa do infravermelho não condizente com a norma, e mostrou que o sensor tinha

resposta nessa faixa.

O teste permitiu a conclusão de que a grande diferença entre as medidas devia-se ao

infravermelho emitido pelas lâmpadas, pois o pico de emissão das lâmpadas testadas é próximo ao

infravermelho.

Desta forma, decidiu-se substituir a lâmpada branca por um LED branco. Com a introdução

do LED como iluminação, o circuito eletrônico foi totalmente alterado para um circuito com apenas

um sensor (sem a necessidade de um sensor de referência), pois agora não havia mais o problema

de flutuações do sinal de luz emitida.

A maior coerência entre as médias das medidas mostra a boa resposta do protótipo para

esta região do espectro, utilizando o LED Branco. Assim, para se cobrir uma região mais ampla,

com o objetivo de se estender à região de 380nm- 780nm foram adicionados outros LEDs que

completariam a região de interesse. Os testes abaixo foram realizados com o espectro da Figura

15.

A Tabela 5 mostra a diferença entre a transmitância calculada fazendo-se a média

aritmética das transmitâncias em cada comprimento de onda e a transmitância calculada fazendo-

se a média ponderada, utilizando a matriz de ponderação utilizada na norma. Foram observadas

mudanças consideráveis com a maior diferença nos óculos SMP10, onde a média aritmética

espectral é de 26,9% e a transmitância luminosa V calculada com a ponderação é de 7,9%. Estes

valores utilizando a ponderação foram considerados como o padrão-ouro para comparações.

O teste de aferição do equipamento desenvolvido consistiu na comparação das medidas

feitas pelo protótipo com as obtidas com o espectrofotômetro, e está apresentado na Tabela 6. A

maior variação está nos óculos SMP8, com diferença máxima de 3 pontos percentuais. O gráfico

de correlação, apresentado na Figura 58 mostra que a há uma boa exatidão das medidas do

protótipo com a espectrofotometria (r2 = 0,9982).

Page 61: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

61

Tabela 5 Diferença entre média aritmética e com a ponderação W(λ)

Óculos Testados

Espectrofotometria (% media)

Esquerda Direita

Aritmética Ponderada Aritmética Ponderada

SMP1 11,2 6,7 10,8 6,7

SMP2 29,2 18,4 28,6 17,4

SMP3 15,4 9,7 14,1 9,3

SMP4 71,2 61,5 70,2 60,5

SMP5 10,2 5,9 8,1 4,6

SMP6 11,9 5,6 11,3 5,5

SMP7 26,7 21,0 27,7 21,7

SMP8 61,1 63,1 58,9 60,8

SMP9 9,8 4,8 10,1 4,9

SMP10 26,9 7,9 27,1 8,1

SMP11 25,7 14,5 26,9 15,4

Tabela 6 Diferença entre medida no protótipo e aproximação do padrão-ouro

Óculos Testados

Comparação

Esquerda Direita

Espectrofotômetro(%) Protótipo(%) Espectrofotômetro(%) Protótipo(%)

SMP1 7 5 7 5

SMP2 18 19 17 18

SMP3 10 10 9 10

SMP4 61 63 60 62

SMP5 6 4 5 4

SMP6 6 4 6 5

SMP7 21 20 22 20

SMP8 63 64 61 64

SMP9 5 4 5 5

SMP10 8 7 8 8

SMP11 15 13 15 14

Page 62: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

62

Figura 58 Gráfico de correlação da medida do protótipo com o espectrofotômetro

O teste também foi feito 2 óculos que possuem lentes coloridas, e que resultou em

diferenças muito altas. Estas medidas não foram incluídas na estatística, pois representam erros na

conformidade do espectro emitido.

Page 63: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

63

5. Discussão

A comparação das medidas com o equipamento e as medidas espectrofotométricas indica

uma correlação adequada para que se possam medir as categorias das lentes, utilizando apenas

um sensor e um conjunto de LEDs. Porém o equipamento ainda apresenta problemas para alguns

filtros coloridos.

Isto aconteceu, pois não houve uma calibração da intensidade luminosa dos LEDs. O

espectro almejado está apresentado na Figura 17, no qual o espectro conseguido com os LEDs se

aproxima bem da curva de ponderação. Porém, analisando a Figura 59, um exemplo com os LEDs

com intensidades diferentes, e analisando o espectro dos óculos coloridos (Figura 60 e Figura 61),

percebe-se que o filtro corta uma região dos LEDs, que apresenta agora, uma maior intensidade.

Figura 59 Curva de Ponderação (vermelho) e Espectro de LEDs não calibrado (azul)

Page 64: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

64

Figura 60 Filtro de óculos verde em comparação com os espectros de emissão

Figura 61 Filtro de óculos amarelo em comparação com os espectros de emissão

Há também duas situações críticas quando nos referimos à norma: o problema de quando

estamos num limiar entre uma categoria e outra, por exemplo, em medidas em que a transmissão

apresenta os valores em 8%, 18%, 43% ou 80%, pois estes são limiares de alteração de categoria,

e conseqüentemente este problema piora a mudança de análise da proteção ultravioleta na

mudança da categoria 3 para a categoria 4, pois nessa alteração a quantidade de transmitância

Page 65: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

65

ultravioleta permitida passa de V para 0,5.V. Nestes casos, o equipamento pode indicar a

categoria errada.

Porém o erro maior acontece nas categorias 3 e 4, pois é no limiar entre as duas que pode-

se indicar erroneamente a proteção adequada ou não. Para exemplificar, tomemos hipoteticamente

um par de óculos em que as lentes são medidas pelo sistema desenvolvido e este apresenta uma

transmitância de 9% (categoria 3), quando na verdade, medidas espectrofotométricas indicam 7%

(categoria 4). Neste caso em particular, o sistema que mede a radiação UVA e UVB que passa pela

lente, indica uma transmissão de 4,5% no UVA. Estes óculos estariam ADEQUADOS PARA USO

para a categoria 3, mas deveriam ser na realidade, INADEQUADOS PARA USO, por pertencerem

à categoria 4. A categoria 4 é a única em que os valores a serem medidos de UVA devem ser 0,5

v.

A norma prevê apenas uma superposição das categorias 0, 1, 2 e 3 da transmitância de

±2% (absoluto), o que fornece uma região de 4 pontos percentuais de transição, porém não

estabelece claramente os valores permitidos de transição para a categoria 4.

Esta situação é a única em que o erro inerente do sistema pode indicar um falso resultado

final. Ou seja, a única situação em que o erro do sistema prejudica a resultado final é a transmissão

em torno de 8%.

Page 66: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

66

6. Conclusão

Este trabalho teve como conclusão um protótipo que indica a categoria de uma lente de

óculos com proteção solar, sem grau, realizando medidas de transmitância da luz visível na região

espectral entre 380nm – 780nm.

O protótipo utiliza um conjunto de 4 LEDs que aproxima o espectro necessário na região de

380nm – 780nm.

O sistema possui ruídos, contudo não afetam as medidas realizadas pelo equipamento pelo

que se exige na norma.

O programa de interface com o usuário se mostrou bastante intuitiva e de fácil aprendizado

pelo público. A rotina de calibração funcionou, resultado observado na análise dos sinais,

mostrando que estes se igualavam após a calibração. Os LEDs de sinalização da etapa foram úteis

na resolução de problemas do programa embarcado, na indicação da fase em que o programa

apresentava problemas.

Os resultados das medidas mostraram que a dependência da fonte de luz utilizada para a

medição da transmitância é um ponto crítico, pois para a faixa determinada pela a norma

NBR15111 se torna difícil encontrar uma única fonte de luz que abranja todo o espectro

considerado e ainda não possua componentes significativos também no infravermelho. Também,

para a utilização dos LEDs, observou-se a necessidade de um ajuste de intensidade entre os

LEDs, de modo que o espectro obtido se aproxime da curva de ponderação prevista pela norma.

O cumprimento do objetivo final deste projeto, de agrupá-lo no display de auto-atendimento

para verificação de categoria e proteção UV em óculos de sol, desenvolvido pelo LIO, se mostrou

uma grande realização para o desfecho do trabalho.

O projeto tem importância na área, uma vez que análises espectrais, como o teste de

categoria, são realizadas por equipamentos caros, como espectrofotômetros. Desenvolveu-se,

dessa maneira, uma alternativa para o uso específico em lentes e acessível ao público de maneira

intuitiva e funcional.

Page 67: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

67

7. Referências Bibliográficas

ABNT. NBR 15111: 2004. Proteção pessoal dos olhos – Óculos de sol e filtros de proteção contra

raios solares para uso geral.

CIE. Standard Illuminants for Colorimetry. ISO 10526:1999/CIE S005/E-1998

CIE. Eye sensitivity function V(λ) in the scotopic vision regime, 1951

CIE. Eye sensitivity function V(λ) in the photopic vision regime, 1978

GRAEME, J.G. Photodiode Amplifiers: Op Amp Solutions. New York:McGraw-Hill, 1995.

JUDD, D.B.; WYSZECKI, G.; MACADAM, D.L. Spectral Distribution of Typical Daylight as a

Function of Correlated Color Temperature, J. Opt. Soc. Am, 1964; 54, 1031

LYDAHL, E. Infrared radiation and cataract. Acta Ophthalmol Suppl, 1984; 166:1-63.

MAILA, H. Ocular exposure to solar ultraviolet and visible radiation at high latitudes. Scand J Work

Environ Health, 1991;17:398-403

OLIVEIRA, P.R.; OLIVEIRA, A.C.; OLIVEIRA, F.C. A radiação ultravioleta e as lentes fotocrômicas.

Arq Bras Oftalmol 2001; 64(2):163-5.

SCOTT, J.A. The computation of temperature rises in the human eye induced by infrared radiation.

Phys. Med. Biol.,1988 , Vol. 33, No 2, 243-257

SLINEY, D.H.; FREASIER, B.C. The evaluation of optical radiation hazards; Applied Opt. 1973;

12(1):1-24.

TSUTOMU, O. Thermal Effect Of Visible Light And Infra-Red Radiation (I.R.-A, I.R.-B And I.R.-C)

On The Eye: A Study Of Infra-Red Cataract Based On A Model , Ann. Occup. Hyg., 1994; Vol. 38,

No. 4, pp. 351-359.

Page 68: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

68

8. Anexos

8.1. ANEXO A

Padrão D65: http://www.cie.co.at/publ/abst/datatables15_2004/std65.txt

λ (nm) D65

300 0.034100

305 1.664300

310 3.294500

315 11.765200

320 20.236000

325 28.644700

330 37.053500

335 38.501100

340 39.948800

345 42.430200

350 44.911700

355 45.775000

360 46.638300

365 49.363700

370 52.089100

375 51.032300

380 49.975500

385 52.311800

390 54.648200

395 68.701500

400 82.754900

405 87.120400

410 91.486000

415 92.458900

420 93.431800

425 90.057000

430 86.682300

435 95.773600

440 104.865000

445 110.936000

450 117.008000

455 117.410000

460 117.812000

465 116.336000

470 114.861000

475 115.392000

480 115.923000

485 112.367000

490 108.811000

495 109.082000

500 109.354000

505 108.578000

510 107.802000

515 106.296000

520 104.790000

525 106.239000

530 107.689000

535 106.047000

540 104.405000

545 104.225000

550 104.046000

555 102.023000

560 100.000000

565 98.167100

570 96.334200

575 96.061100

580 95.788000

585 92.236800

590 88.685600

595 89.345900

600 90.006200

605 89.802600

610 89.599100

615 88.648900

620 87.698700

625 85.493600

630 83.288600

635 83.493900

640 83.699200

645 81.863000

650 80.026800

655 80.120700

660 80.214600

665 81.246200

670 82.277800

675 80.281000

680 78.284200

685 74.002700

690 69.721300

695 70.665200

700 71.609100

705 72.979000

710 74.349000

715 67.976500

720 61.604000

725 65.744800

730 69.885600

735 72.486300

740 75.087000

745 69.339800

750 63.592700

755 55.005400

760 46.418200

765 56.611800

770 66.805400

775 65.094100

780 63.382800

785 63.843400

790 64.304000

795 61.877900

800 59.451900

805 55.705400

810 51.959000

815 54.699800

820 57.440600

825 58.876500

830 60.312500

Page 69: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

69

8.2. ANEXO B

Matriz de Ponderação W(λ) [ABNT, NBR15111]:

λ (nm) W(λ) 780 0

775 0.000125

770 0.00025

765 0.0009

760 0.00155

755 0.003375

750 0.0052

745 0.01145

740 0.0177

735 0.03265

730 0.0476

725 0.080875

720 0.11415

715 0.16225

710 0.21035

705 0.272375

700 0.3344

695 0.41455

690 0.4947

685 0.628475

680 0.76225

675 0.9165

670 1.07075

665 1.371325

660 1.6719

655 2.118725

650 2.56555

645 3.043075

640 3.5206

635 3.956575

630 4.39255

625 4.552475

620 4.7124

615 4.80425

610 4.8961

605 4.80195

600 4.7078

595 4.52275

590 4.3377

585 4.1406

580 3.9435

575 3.56025

570 3.177

565 2.932

560 2.687

555 2.4097

550 2.1324

545 1.856675

540 1.58095

535 1.3127

530 1.04445

525 0.86875

520 0.69305

515 0.549025

510 0.405

505 0.318225

500 0.23145

495 0.178025

490 0.1246

485 0.0938

480 0.063

475 0.045025

470 0.02705

465 0.020475

460 0.0139

455 0.01065

450 0.0074

445 0.00515

440 0.0029

435 0.002275

430 0.00165

425 0.001175

420 0.0007

415 0.0005

410 0.0003

405 0.00025

400 0.0002

395 0.0001

390 0

385 0

380 0

Page 70: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

70

8.3. ANEXO C

Matriz de dados da Curva Fotópica: [CIE, 1978]

λ (nm) V(λ)

380 0.000200

385 0.000396

390 0.000800

395 0.001550

400 0.002800

405 0.004660

410 0.007400

415 0.011780

420 0.017500

425 0.022680

430 0.027300

435 0.032580

440 0.037900

445 0.042390

450 0.046800

455 0.052120

460 0.060000

465 0.072940

470 0.090980

475 0.112840

480 0.139020

485 0.169870

490 0.208020

495 0.258080

500 0.323000

505 0.405400

510 0.503000

515 0.608110

520 0.710000

525 0.795100

530 0.862000

535 0.915050

540 0.954000

545 0.980040

550 0.994950

555 1.000100

560 0.995000

565 0.978750

570 0.952000

575 0.915580

580 0.870000

585 0.816230

590 0.757000

595 0.694830

600 0.631000

605 0.566540

610 0.503000

615 0.441720

620 0.381000

625 0.320520

630 0.265000

635 0.217020

640 0.175000

645 0.138120

650 0.107000

655 0.081650

660 0.061000

665 0.044330

670 0.032000

675 0.023450

680 0.017000

685 0.011870

690 0.008210

695 0.005770

700 0.004100

705 0.002930

710 0.002090

715 0.001480

720 0.001050

725 0.000740

730 0.000520

735 0.000361

740 0.000249

745 0.000172

750 0.000120

755 0.000085

760 0.000060

765 0.000042

770 0.000030

775 0.000021

780 0.000015

785 0.000011

790 0.000007

795 0.000005

800 0.000004

805 0.000003

810 0.000002

815 0.000001

820 0.000001

825 0.000001

Page 71: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

71

Matriz de fados da Curva Escotópica: [CIE, 1951]

λ (nm) V(λ) 380 0.000589

385 0.001110

390 0.002210

395 0.004530

400 0.009290

405 0.018520

410 0.034840

415 0.060400

420 0.096600

425 0.143600

430 0.199800

435 0.262500

440 0.328100

445 0.393100

450 0.455000

455 0.513000

460 0.567000

465 0.620000

470 0.676000

475 0.734000

480 0.793000

485 0.851000

490 0.904000

495 0.949000

500 0.982000

505 0.998000

510 0.997000

515 0.975000

520 0.935000

525 0.880000

530 0.811000

535 0.733000

540 0.650000

545 0.564000

550 0.481000

555 0.402000

560 0.328800

565 0.263900

570 0.207600

575 0.160200

580 0.121200

585 0.089900

590 0.065500

595 0.046900

600 0.033150

605 0.023120

610 0.015930

615 0.010880

620 0.007370

625 0.004970

630 0.003330

635 0.002240

640 0.001500

645 0.001000

650 0.000677

655 0.000459

660 0.000313

665 0.000215

670 0.000148

675 0.000103

680 0.000072

685 0.000050

690 0.000035

695 0.000025

700 0.000018

705 0.000013

710 0.000009

715 0.000007

720 0.000005

725 0.000003

730 0.000003

735 0.000002

740 0.000001

745 0.000001

750 0.000001

755 0.000001

760 0.000000

765 0.000000

770 0.000000

775 0.000000

780 0.000000

Page 72: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

9. APÊNDICE

Programas

A seguir estão os programas utilizados para o controle do microcontrolador, que

possui o a biblioteca criada para controle do potenciômetro digital, o programa para duplo

feixe com seleção de categoria automático e o programa para feixe simples que mostra a

porcentagem de transmissão de forma contínua.

Biblioteca para o potenciômetro digital // Função do potenciometro digital// // potdig(x) - manda x serialmente para o potenciometro// void potdig(int16 x) int cont,z; int16 y[8]; for(cont=0; cont!=8; cont++) if((x%2)) z=1; else z=0; y[cont]=z; x=x/2; OUTPUT_HIGH(SCK); delay_us(33); OUTPUT_LOW(CS); OUTPUT_LOW(SI); delay_us(33); OUTPUT_LOW(SCK); delay_us(3); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); //don't care OUTPUT_LOW(SI); delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); //don't care OUTPUT_LOW(SI); //C1 delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK);

Page 73: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

73

OUTPUT_LOW(SCK); OUTPUT_HIGH(SI); //C0 delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); OUTPUT_LOW(SI); delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); //don't care OUTPUT_LOW(SI); delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); //don't care OUTPUT_LOW(SI); //P1 delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); OUTPUT_HIGH(SI); //P0 delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); OUTPUT_LOW(SCK); OUTPUT_LOW(SI); for(cont=8; cont!=0; cont--) if(y[cont-1]) OUTPUT_HIGH(SI); delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); delay_us(3); OUTPUT_LOW(SCK); else OUTPUT_LOW(SI); delay_us(33); OUTPUT_HIGH(SCK); delay_us(3); OUTPUT_LOW(SCK); OUTPUT_HIGH(CS);

Page 74: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

74

Programa para luz branca, com detecção de duplo feixe: ///// MEDIDOR DE TRANSPARÊNCIA v.2.1 ///// /*** Autor: Marcio Makiyama Mello ***/ #include <16F877a.h> #fuses HS,NOPUT,NOPROTECT,NOBROWNOUT,NOLVP,NOWDT,NOUSBDIV,NOWRTB #device ADC=10 // conversão de 10 bits #use delay(clock=12000000) //clock utilizado de 12MHz #define CS PIN_C7 #define SCK PIN_C6 // Uso do potenciômentro digital #define SI PIN_D3 #define LED1 PIN_C0 #define LED2 PIN_C1 // Definindo saídas dos LEDs de sinalização #define LED3 PIN_C2 #include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\LCD_plus.h" #include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\POTDIG.h" float conv; int i1,i2; void calibracao() int p = 0x01; //inicializa digpot no começo int j; float y = 0; LCD_putc("\fCalibrando..."); potdig(p); conv=read_adc(); while(conv == 0x3FF) // Reduz o ganho, caso o sinal esteja saturado p--; potdig(p); delay_ms(10); conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv do //aumenta o ganho até a referência p++; potdig(p); delay_ms(10); conv=read_adc(); while(conv<0x3FE); delay_ms(1000); for(j = 0;j < 200;j++) //Média de 200 amostras conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv

Page 75: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

75

y=y+conv; y =(y/0x3FF)/2; // y/200 * 100 _ divide por 200 amostras e multiplica por 100 da porcentagem LCD_putc("\f"); // Limpa display LCD_gotoxy(2,1); LCD_putc("Transparencia"); LCD_gotoxy(7,2); printf(LCD_putc,"%2.1f",y); delay_ms(1000); if (y > 98) OUTPUT_HIGH(LED3); LCD_putc("\f"); // Limpa display LCD_gotoxy(3,1); LCD_putc("Calibrado!"); else OUTPUT_HIGH(LED1); LCD_putc("\f"); // Limpa display LCD_gotoxy(3,1); LCD_putc("Não Calibrado"); delay_ms(1000); OUTPUT_LOW(LED3); OUTPUT_LOW(LED1); void resultado() int j; float r = 0; for (j = 0;j < 200;j++) //Média de 200 amostras conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv r = r+conv; r = (r/0x3FF)/2; if(r > 100) LCD_putc("\f"); LCD_putc("Erro de\nreferencia"); OUTPUT_HIGH(LED1); else LCD_putc("\f"); LCD_putc("Medida: "); printf(LCD_putc,"%2.1f%%",r); if(r > 80) //Seleção automática de categoria LCD_putc("\nCategoria 0"); else if(r > 43) LCD_putc("\nCategoria 1"); else if(r > 18)

Page 76: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

76

LCD_putc("\nCategoria 2"); else if(r > 8) LCD_putc("\nCategoria 3"); else LCD_putc("\nCategoria 4"); OUTPUT_HIGH(LED3); for (j = 0;j <= 3;j++) delay_ms(1000); #int_ext //Rotina de interrupção void extint() disable_interrupts(INT_EXT); //desabilita interrupção clear_interrupt(INT_EXT); if (i2 == 2) i1 = 0; if (i2 == 1) i1 = 2; if (i2 == 0) i1 = 1; delay_ms(500); enable_interrupts(INT_EXT); //habilita novamente a interrupção void main() EXT_INT_EDGE(H_TO_L); //seta a interrupção para borda de descida SETUP_ADC(ADC_CLOCK_INTERNAL); //seta ad com clock 6MHz SETUP_ADC_PORTS(RA0_RA1_ANALOG_RA3_REF); //seta ad com ref. externa SET_ADC_CHANNEL(0); //Seleciona analógica 0 enable_interrupts(INT_EXT); //habilita interrupção externa enable_interrupts(GLOBAL); //habilita interrupção delay_ms(500); LCD_init(); //Inicializa o LCD LCD_putc("Esperando a\n Lampada"); delay_ms(2000); while(1) //loop infinito LCD_putc("\fAperte o botao\n para calibrar"); i1= 0; i2 = 0; while(i1 == 0) //Espera a calibração delay_ms(200); OUTPUT_HIGH(LED1); delay_ms(200);

Page 77: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

77

OUTPUT_LOW(LED1); OUTPUT_LOW(LED1); calibracao(); LCD_putc("\fColoque a lente\ne aperte o botao"); i2 = 1; while(i1 == 1) //Espera a amostra delay_ms(200); OUTPUT_HIGH(LED2); delay_ms(200); OUTPUT_LOW(LED2); OUTPUT_LOW(LED2); resultado(); i2 = 2; LCD_putc("\fAperte o botao\npara reiniciar"); while(i1 == 2) // Reinicia o programa OUTPUT_LOW(LED1); OUTPUT_LOW(LED3); Programa para LED, com detecção de feixe simples: ///// MEDIDOR DE TRANSPARÊNCIA v.aovivo ///// /*** Autor: Marcio Makiyama Mello ***/ #include <16F877a.h> #fuses HS,NOPUT,NOPROTECT,NOBROWNOUT,NOLVP,NOWDT,NOUSBDIV,NOWRTB #device ADC=10 // conversão de 10 bits #use delay(clock=12000000) //clock utilizado de 12MHz #define CS PIN_C7 #define SCK PIN_C6 // Uso do potenciômentro digital #define SI PIN_D3 #define LED1 PIN_C0 #define LED2 PIN_C1 // Definindo saídas dos LEDs de sinalização #define LED3 PIN_C2 #include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\LCD_plus.h" #include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\POTDIG.h" float conv; int i1;

Page 78: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

78

void calibracao() //ROTINA DE CALIBRAÇÃO int p = 0x7F; //inicializa digpot na metade (25Kohm) int j; float y = 0; LCD_putc("\fCalibrando..."); potdig(p); //rotina para set do digpot conv=read_adc(); //realiza conversão A/D while(conv == 0x3FF) // Reduz o ganho, caso o sinal esteja saturado p--; potdig(p); delay_ms(10); //espera o potenciometro alterar a resistencia conv = read_adc(); do //Aumenta o ganho até a referência p++; potdig(p); delay_ms(10); conv=read_adc(); //Faz a conversão e atribui em x while(conv<0x3FF); delay_ms(1000); for(j = 0;j < 200;j++) //Média de 200 amostras conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv y = y+conv; y =(y/0x3FF)/2; // y/200 * 100 _ divide por 200 amostras e multiplica por 100 da porcentagem LCD_putc("\f"); // Limpa display LCD_gotoxy(2,1); LCD_putc("Transparencia"); LCD_gotoxy(7,2); printf(LCD_putc,"%2.1f",y); if (conv > 98) OUTPUT_HIGH(LED2); else OUTPUT_HIGH(LED1); delay_ms(2000); #int_ext //ROTINA DE INTERRUPÇÃO void extint() disable_interrupts(INT_EXT); //desabilita interrupção clear_interrupt(INT_EXT); calibracao(); delay_ms(500); i1 = 1; //flag de interrupção enable_interrupts(INT_EXT); //habilita novamente a interrupção

Page 79: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

79

void main() float x; int j; i1 = 0; EXT_INT_EDGE(H_TO_L); //seta a interrupção para borda de descida SETUP_ADC(ADC_CLOCK_INTERNAL); //seta ad com clock 6MHz SETUP_ADC_PORTS(AN0|VSS_VREF); //seta ad com referencia de alimentação SET_ADC_CHANNEL(0); //Seleciona analógica 0 clear_interrupt(INT_EXT); enable_interrupts(INT_EXT); //habilita interrupção externa enable_interrupts(GLOBAL); //habilita interrupções delay_ms(500); LCD_init(); //Inicializa o LCD delay_ms(50); LCD_putc("Esperando a\n Lampada"); delay_ms(2000); LCD_putc("\fAperte o botao\n para calibrar"); while(i1 == 0) //Espera a calibração delay_ms(200); OUTPUT_HIGH(LED1); delay_ms(200); OUTPUT_LOW(LED1); while(1) //loop infinito x=0; LCD_putc("\f"); LCD_gotoxy(2,1); LCD_putc("Transparencia"); for (j = 0;j < 200;j++) //Média de 200 amostras conv=read_adc(); //Faz a conversão e atribui em x x = x+conv; x=(x/0x3FF)/2; LCD_gotoxy(7,2); printf(LCD_putc,"%2.1f",x); delay_ms(200);

Page 80: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

80

Publicações

CBO 2010 (Congresso Brasileiro de Oftalmologia)

Participei do XIX Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual,

realizado entre 29 de setembro a 02 de outubro de 2010, no Centro de Convenções da Bahia –

Salvador/BA, que contou com aproximadamente 7000 participantes, dentre eles: Residentes,

Acadêmicos, Oftalmologistas Sócios CBO e não sócios, e áreas afins, que foram considerados:

Engenheiro, Enfermeiro, Psicólogo, Pedagogo, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional,

Fisioterapeuta, Veterinário, Administradores, Ortopedistas.

O trabalho foi elogiado pelos dois avalistas, oftalmologistas participantes do CBO, que

apreciaram a possibilidade de possuir um equipamento nos consultórios para a certificação das

lentes de óculos dos pacientes. Um deles comentou da pequena quantidade de lentes testada,

sendo recomendado que os testes fossem feitos numa quantidade maior de óculos.

18° SIICUSP ( Simpósio Internacional de Iniciação Científica)

Participei do 18° SIICUSP, realizado entre 16 de novembro a 19 de novembro de 2010, no

campus Butantã da USP – São Paulo/SP. O simpósio acontece anualmente, recebendo em torno

de 6.000 trabalhos inscritos (mesas redondas, apresentações orais ou pôster) divididos em quatro

grandes áreas do conhecimento.

XXII CBEB (Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica)

Participei do XXII Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica, realizado entre 21 de

novembro a 25 de novembro de 2010 em Tiradentes/MG. Os temas, para este congresso, foram

selecionados de forma a abordar aspectos relevantes das pesquisas que estão sendo

desenvolvidas no país como Avaliação Tecnológica em Saúde, Informática em Saúde e

Telemedicina, Sistemas Nervoso e Muscular, Sistemas Cardiovascular e Respiratório e

Processamento de Sinais Biológicos, entre outros.

V SIIM (Simpósio de Instrumentação e Imagens Médicas)

Participei do V Simpósio de Instrumentação e Imagens Médicas, realizado entre 15 e 16 de

abril de 2011 em Porto Alegre/RS, do qual fui premiado com o terceiro lugar na categoria Pôster.

Page 81: Protótipo Opto-Eletrônico para Uso em Display de … · Amplificadores para fotodiodos ... DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO ... FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA

81

O SIIM tem a proposta original de reunir pesquisadores de diversas modalidades de

atuação nas áreas de Engenharia Biomédica e Física Médica para apresentar uma amostra de

tecnologias, tendências e pesquisas aplicadas em medicina e saúde.

Display de Verificação de Proteção Ultravioleta em Óculos de Sol

Um dos autores do Display de Verificação de Proteção Ultravioleta em Óculos de Sol,

inauguração em 31/03/2011. O „Display‟ foi desenvolvido no Laboratório de Instrumentação

Oftálmica - EESC/USP, sob a coordenação da professora Liliane Ventura, com os apoios da Pró-

Reitoria de Cultura e Extensão – USP, da FAPESP e T.H.E. Design de São Carlos.

O projeto teve repercussão interessante no campus da USP em São Carlos e foi publicado

em emissoras de TV e jornais.

Publicado na GLOBO:

http://eptv.globo.com/emc/VID,0,1,33667;1,pesquisadores+da+usp+desenvolvem+aparelho

+que+verifica+qualidade+das+lentes+dos+oculos+escuros.aspx

Publicado na RECORD, em 13/04/2011:

http://www.recordribeiraopreto.com.br/novo/sprecord/noticias_videos.asp?id=7526

Publicado na FOLHA DE SÃO PAULO, em 06/04/2011:

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/898949-aparelho-confere-protecao-de-oculos-

contra-raios-solares.shtml

Publicado no SITE DA CIDADE DE SÃO CARLOS, em 01/04/2011:

http://www.saocarlosoficial.com.br/noticias/?n=USP:+Display+de+auto-

atendimento+para+verificacao+da+protecao+ultravioleta+de+oculos+de+sol_2ZG3JDN5JZ