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GABARITO 1 PROVA 3 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO N. O DE INSCRIÇÃO: - INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA 1. Verifique se este caderno contém 20 questões de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e 10 questões relativas à sua opção de Língua Estrangeira assinalada na ficha de inscrição, e/ou qualquer tipo de defeito. Qualquer problema, avise, imediatamente, o fiscal. 2. Verifique se o número do gabarito deste caderno corresponde ao constante da etiqueta fixada em sua carteira. Se houver divergência, avise, imediatamente, o fiscal. 3. Sobre a folha de respostas. Confira os seguintes dados: nome do candidato, número de inscrição, número da prova e número do gabarito. Assine no local apropriado. Preencha-a, cuidadosamente, com caneta esferográfica azul escuro, escrita grossa (tipo Bic cristal), pois a mesma não será substituída em caso de erro ou de rasura. Para cada questão, preencha sempre dois alvéolos: um na coluna das dezenas e um na coluna das unidades, conforme exemplo ao lado: questão 18, resposta 06. 4. No tempo destinado a esta prova (4 horas), está incluído o de preenchimento da folha de respostas. 5. Transcreva as respostas somente na folha de respostas. 6. Ao término da prova, levante o braço e aguarde atendimento. Entregue este caderno e a folha de respostas ao fiscal e receba o caderno de prova do dia anterior. UEM Comissão Central do Vestibular Unificado

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GABARITO 1

PROVA 3COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

N.O DE INSCRIÇÃO: −

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA

1. Verifique se este caderno contém 20 questões de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e 10 questões relativas à suaopção de Língua Estrangeira assinalada na ficha de inscrição, e/ou qualquer tipo de defeito. Qualquer problema, avise,imediatamente, o fiscal.

2. Verifique se o número do gabarito deste caderno corresponde ao constante da etiqueta fixada em sua carteira. Sehouver divergência, avise, imediatamente, o fiscal.

3. Sobre a folha de respostas.• Confira os seguintes dados: nome do candidato, número de inscrição, número da prova e número

do gabarito.

• Assine no local apropriado.

• Preencha-a, cuidadosamente, com caneta esferográfica azul escuro, escrita grossa (tipo Biccristal), pois a mesma não será substituída em caso de erro ou de rasura.

• Para cada questão, preencha sempre dois alvéolos: um na coluna das dezenas e um na coluna dasunidades, conforme exemplo ao lado: questão 18, resposta 06.

4. No tempo destinado a esta prova (4 horas), está incluído o de preenchimento da folha de respostas.

5. Transcreva as respostas somente na folha de respostas.

6. Ao término da prova, levante o braço e aguarde atendimento. Entregue este caderno e a folha de respostas ao fiscal ereceba o caderno de prova do dia anterior.

UEMComissão Central do Vestibular Unificado

2 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

LÍNGUA PORTUGUESAE LITERATURA BRASILEIRA

Texto 1

Você é traficante?

Você é traficante?− Sou. Mas sou também um sinal de novos

tempos. Como sou sujo e pobre, vocês nunca meolharam durante décadas. Eu era inofensivo, unsroubos, uns assaltos, mas tudo bem... Vocês até meromantizavam... o Mineirinho, o Cara de Cavalo...Na época, era mole resolver o problema damiséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural,seca, desnível de renda... A solução é que nuncavinha... Os mendes de morais, os lacerdas, osnegrões de lima, os chagas, os brizolas... quefizeram? Nada. O governo federal alguma vezalocou uma verba para nós? Nós éramosinvisíveis... Quando havia um desabamento, algoassim, éramos, no máximo, manchete de jornal emotivo de angústia para uns intelectuaizinhoscomo você. Agora, arranjamos emprego namultinacional do pó... E vocês estão morrendo demedo... Danem-se... Nós somos o início tardio devossa consciência social... Ha ha...

− Mas... a solução seria...− Solução? A idéia de solução já é um erro.

Não há mais solução, cara... Já olhou o tamanhodas 450 favelas do Rio? Já andou de helicópteropor cima da periferia de S. Paulo? O máximo quevocês podem fazer são esses movimentozinhospela cidadania... cadê os bilhões de dólares parauma solução profunda? Só que, agora, vocês nãotêm mais a grana... Está tudo reservado paramanter a estabilidade fiscal, que pode ir para obrejo a qualquer momento... Vocês estão com umbode por fora e outro bode por dentro. O capitalfinanceiro fora e nós dentro. E os bodes vão seencontrar no infinito sujo de vosso destino...Gostou da frase? Sou culto; ouve outra:Capitalismo selvagem gera revolta primitiva.Aliás, tomara que quebre tudo...Vai ser mais fácilpra nós pilharmos vossas ruínas... ha ha...

− Você não tem medo de morrer?− Estamos no centro do Insolúvel, mermão...

Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteirada morte, a única fronteira. Vocês têm medo demorrer, eu não. Nós somos homens-bomba. Nafavela, tem 100 mil homens-bomba... E... Já somosuma outra espécie, já somos outros bichos,diferentes de vocês. A morte pra vocês é um dramacristão numa cama, no ataque do coração... a mortepara nós é o presunto diário, desovado numa vala...

Vocês intelectuais não falavam em luta de classes,em seja marginal seja herói? Ha ha... aí está...Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó,né? Esse parangolé todo, né? Vocês deviam eraexpor a gente na Bienal, como instalação...

− O que mudou nas periferias?− A gente hoje tem uma coisa chamada

Poder... Por que transferiram o Beira Mar paraBangu 1? Pois é... lá ele manda... Você acha quequem tem 40 milhões de dólares não manda? Com40 milhões, a prisão é um hotel, um escritório...Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro?Pelo amor de deus... nêgo chama ele até de doutor,tá ligado?

(Texto adaptado dewww.josegeraldomartinez.hpg.ig.com.br/arnaldo.htm)

01 – Assinale o que for correto, em relação ao texto 1.01) O traficante afirma que ele é um sinal de novos

tempos (linhas 2 e 3). Essa expressão usada,muitas vezes, para se referir a tempos de paz, notexto, refere-se a uma configuração diferente dasituação do tráfico no país, que adquiriu umadimensão incontrolável.

02) Em "Os mendes de morais, os lacerdas, osnegrões de lima, os chagas, os brizolas..."(linhas 10 e 11), o autor fez uso da derivaçãoimprópria para tornar comuns sobrenomes defamílias importantes e, assim, mostrar que todosaqueles que se inserem nesses grupos defazendeiros ou de grandes proprietários de terraspoderiam ter feito algo para mudar o percurso darealidade brasileira, mas não o fizeram.

04) "Beira Mar" (linha 56) foi formado porcomposição por justaposição, pois tornoupróprio um nome comum, no caso o dotraficante Fernandinho Beira Mar.

08) Em "Nós somos homens-bomba." (linha 43),"homens-bomba" é uma palavra formada porcomposição por justaposição, cujo primeiroelemento revela que os traficantes seriam iguaisaos demais seres humanos, pois são homens; jáo segundo elemento da composição aponta emque medida eles se diferenciam, uma vez quesão bombas ambulantes que podem explodir aqualquer momento.

16) O plural de "homem-bomba" é "homens-bomba"(linha 43), porque esse composto é formado pordois substantivos, sendo o último elemento odeterminante do primeiro.

32) Em "A morte pra vocês é um drama cristãonuma cama... a morte para nós é o presuntodiário..." (linhas de 46 a 48), as locuçõesadjetivas "drama cristão" e "presunto diário"evidenciam duas concepções diferenciadas demorte.

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GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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02 – Assinale o que for correto quanto ao emprego doselementos lingüísticos no texto 1.01) A construção da metáfora "multinacional do pó"

(linha 18) é empregada para referir-se ao tráficomundial de drogas, o qual vem sendo visto comoempresas onde trabalham os traficantes.

02) Na oração "Na favela, tem 100 mil homens-bomba..." (linhas 43 e 44), o verbo "tem",embora esteja no singular, pode também trazer oacento diferenciador, se considerarmos alinguagem coloquial, em que o sujeito, nestecaso, passa a ser "100 mil homens".

04) Na oração "Aliás, tomara que quebre tudo..."(linha 37), o sujeito do verbo "quebrar" é"revolta primitiva", expresso na oração anterior.

08) Os pronomes "você" e "vocês", empregadosvárias vezes no texto, embora se refiram ao(s)ouvinte(s), ou seja, às segundas pessoas, sempreexigem os verbos na terceira pessoa.

16) Em "...início tardio de vossa consciência..."(linhas 19 e 20) e "...infinito sujo de vossodestino..." (linha 34), os elementos grifados sãopronomes de tratamento que se referem àsegunda pessoa do discurso e expressam a faltade respeito do traficante.

32) A palavra "essa", em "Qual a polícia que vaiqueimar essa mina de ouro?" (linha 60), é umpronome demonstrativo que retoma algo que jáfoi dito, ou seja, "40 milhões de dólares".

64) Ainda em relação à oração "Qual a polícia quevai queimar essa mina de ouro?" (linha 60), overbo "queimar" foi empregadometaforicamente em substituição a "eliminar,apagar, matar".

03 – Indique o que for correto em relação ao texto 1.01) Em "Esse parangolé todo, né? Vocês deviam era

expor a gente na Bienal, como instalação..."(linhas 52 e 53), "parangolé" pode sersubstituído, sem prejuízo de sentido, por"parafernália".

02) Em "Estamos no centro do Insolúvel,mermão..." (linha 40), o uso de maiúscula napalavra "Insolúvel" enfatiza somente o poder dotráfico no Brasil.

04) Em "O capital financeiro fora e nós dentro."(linhas 32 e 33), temos uma elipse do verbo"estar", expresso na oração anterior.

08) Os pronomes "vossa" (linha 20) e "vosso" (linha34) são empregados em lugar de você/vocês,evidenciando a variação lingüística na fala dotraficante.

16) O termo "bode" (linha 32) é uma metáforaempregada para referir-se aos problemasgerados pelo tráfico no Brasil.

32) Em "Já somos uma outra espécie, já somosoutros bichos, diferentes de vocês." (linhas de44 a 46), o traficante quis dizer que os que nãosão traficantes também são bichos, porém deespécies diferentes.

64) "Nêgo", em "Pelo amor de deus... nêgo chamaele até de doutor, tá ligado?" (linhas 61 e 62), éum pronome indefinido que se refere a qualquerpessoa.

04 – A partir do emprego dos elementos lingüísticos notexto 1, assinale o que for correto.01) Em "desnível" (linha 9), "des-" é um prefixo

com valor de "ação contrária": desnível derenda. Em "desovado" (linha 48), o mesmoprefixo tem valor de "pôr para fora": "desovadonuma sala".

02) Em "desabamento" (linha 14), temos um nomesubstantivo formado a partir de um verbo, pormeio do sufixo "-mento", cuja idéia, no texto, éa de "resultado de ação", ou seja, ação dedesabar.

04) O verbo "desabar", a partir do qual se formou"desabamento" (linha 14), formou-se porderivação parassintética, ou seja, ao substantivo"aba" foram acrescentados, simultaneamente, oprefixo des-, com valor de "para baixo", e osufixo -ar, formador de verbos.

08) Ao empregar o sufixo diminutivo em"intelectuaizinhos" (linha 16) e em"movimentozinhos" (linha 26), o autor quisexpressar-se pejorativamente em relação aossubstantivos "intelectuais" e "movimentos".

16) O substantivo "ataque" (linha 47), na expressão"ataque do coração", formou-se a partir do verbo"atacar", por meio do processo de formação depalavras conhecido como derivação imprópria.

32) O prefixo "in-", em "inofensivo" (linha 4),"invisíveis" (linha 14) e "Insolúvel" (linha 40),tem valor de negação, e o uso gradativo das trêsexpressões no texto revela o histórico darealidade do tráfico no Brasil.

4 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

05 – Quanto ao emprego dos elementos lingüísticos notexto 1, assinale o que estiver correto.01) Os verbos "olharam" (linha 4) e "era" (linha 4)

indicam o pretérito perfeito do modo indicativo,ou seja, expressam, no texto, a idéia de umaação concluída.

02) Na oração "A gente hoje tem uma coisachamada Poder..." (linhas 55 e 56), a palavra"gente" substitui o pronome "nós", ou seja, ostraficantes.

04) A conjunção adversativa "mas", em "Mas soutambém um sinal dos novos tempos." (linhas 2 e3), acrescenta, além da idéia de adversidade,também a de que o traficante de ontem édiferente do traficante de hoje, idéia essareforçada pelo advérbio "também".

08) Na oração "Por que transferiram o Beira Marpara a Bangu 1?" (linhas 56 e 57), empregou-se"Bangu 1" em substituição a "penitenciária", ouseja, houve o emprego da metonímia.

16) Na palavra "mermão", em "Estamos no centrodo Insolúvel, mermão..." (linha 40), há umacombinação entre o pronome "meu" e osubstantivo "irmão", revelando gíriaspertencentes à fala do traficante.

32) Em "Vai ser mais fácil pra nós pilharmos vossasruínas... ha ha..." (linhas 37 e 38), o uso dapalavra "pra", com supressão do "a", é umatentativa do autor de representar a fala dotraficante.

64) A palavra "negrões", em "os negrões de lima"(linha 11), é forma flexionada do singular"negrão", mas também pode aceitar outro plural,como "negrãos", terminação regular eeminentemente popular.

06 – Quanto ao conteúdo do texto 1, assinale o que forcorreto.01) Em "A gente hoje tem uma coisa chamada

Poder..." (linhas 55 e 56), encontramos a palavra"Poder" grafada com maiúscula, para evidenciaro valor que o tráfico adquiriu na sociedadedevido às quantias que esse negócio movimenta.

02) Traços das diferenças sociais evidenciam-se emtodo o texto 1, como se pode constatar em:"Como sou sujo e pobre..." (linha 3); "Vocês nobem e eu no mal..." (linha 41); "Só que agoravocês não têm mais a grana..." (linhas 28 e 29).

04) Em "Ha ha... aí está... Vocês nunca esperavamesses guerreiros do pó, né?" (linhas de 50 a 52),temos o uso predominante da função emotiva ouexpressiva da linguagem.

08) Ainda na mesma oração, temos o uso da funçãofática da linguagem, manifestada no uso deexpressões da oralidade, como "né".

16) Em "Vocês deviam era expor a gente na Bienal,como instalação... " (linhas 52 e 53), o verbo"ser", vazio de significado, evidencia traços daoralidade e pode ser facilmente excluído dotexto, sem prejuízo de sentido.

32) Ainda em "Vocês deviam era expor a gente naBienal, como instalação..." (linhas 52 e 53),pode-se inferir que o tráfico assumiu umadimensão tão poderosa que mereceria um lugarna Bienal, evento de âmbito internacional.

64) Em "Vocês intelectuais não falavam em luta declasses, em seja marginal seja herói?" (linhas 49e 50), temos três adjuntos adverbiais de assuntoempregados para expressar uma ironia.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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Texto 2

Armados, drogados e tarados

O problema do tráfico de drogas no Brasilultrapassou todos os limites aceitáveis no mundocivilizado. Boa parte dos grandes centros urbanos écontrolada, controlada mesmo, pelosnarcotraficantes. Como não se consegue acabarcom a farra da bandidagem, a melhor postura quecomeça a ser adotada por enorme fatia de nossasautoridades, algumas com as contas bancáriasengordadas em troca da omissão, e até pela mídia,é deslocar o foco. Só há tráfico de drogas porquehá consumidores de drogas, há festas de embalo naZona Sul do Rio, freqüentadas por gente fina quepassa o dia desancando as autoridades que nãoresolvem o problema e à noite cheirando suascarreirinhas servidas em bandejas de prata emelegantes coberturas. É verdade, até porque pobrenão tem dinheiro para comprar comida, muitomenos drogas. Classe média baixa ainda consegueuma maconha da ruim, jamais uma cocaína da boa.Mas eu gostaria que alguém me explicasse comopaíses, "tipo assim", a Holanda, conseguem serliberais na questão das drogas e nem por isso criarfernandinhosbeiramares. As drogas pesadas sãoperigosas, todos concordamos, mas o problema doBrasil é a imensa desigualdade social, umadistribuição de renda absurdamente injusta, a farrade uma meia-dúzia em cima da miséria de milhões.Não se trata de fazer apologia às drogas,argumento utilizado por quem não tem outromelhor, mas de protestar contra a cômoda mudançade foco. Autoridades eleitas, devidamenteconstituídas e muito bem pagas, nada fazem deconcreto para resolver o problema. Nunca fizeram.Num governo de esquerda, e se atribuindo oconsumo à burguesia, os traficantes tendem acontinuar à vontade.

Enfim, a culpa é do maconheiro, aquelenosso amigo, e não dos traficantes que mandamneste país.

Outro dia assisti na TV a uma reportagemsobre prostituição na adolescência. A matéria foibem feita, mas me chamou a atenção o depoimentode um delegado. Ao referir-se a um cidadão presoem flagrante por contratar os préstimos de umadestas garotas, o representante da lei e da ordemmostrou-se indignado com a atitude do cidadão, aoqual qualificou como tarado, bandido, doente,"sim, porque este homem precisa de umtratamento". Bravo, delegado, bravo. Muitocorajoso de sua parte. E muito cômodo. Overdadeiro bandido, o cafetão, o sujeito queexplora as mocinhas, este pode dormir sossegado.E o mais verdadeiro bandido, no caso, a

desigualdade social que conduz por este caminhomulheres em tenra idade, com o perdão pelaexpressão vetusta, esta permanecerá como tal. Masnão quero me repetir. Nem sei se vale a penalembrar que desejo sexual por adolescentes énatural no homem. Minha mãe casou-se com 15anos, minha avó com 13, era assim antes, eninguém ficava alarmado. Não é à-toa que meninasa partir dos 12 desfilam e posam para fotos.Sempre existiu e sempre existirá. A qualificação dodesejo depende da sociedade, da cultura, do nívelde moralismo. O desejo em si não é doença.Procurar prostitutas mirins já é outra história, longademais para caber neste parágrafo. Mesmo assim,não resolveremos o problema trancafiando osclientes.

Enfim, a culpa é do homem que se senteatraído por uma adolescente, e não dos cafetões edos que alimentam a imensa miséria deste país,capaz de atirar meninas quase crianças nos braçosda prostituição e dos exploradores de sempre.

É como aquela conversa velha, machista,desgastada e rejeitada pelos novos tempos deculpar a vítima pelo estupro. Trata-se de umatendência que cresce de forma alarmante. Se não sepode, ou não se quer, resolver os problemas doBrasil, que se mude o foco. Nossos amigos,colegas ou vizinhos passam a ser vistos comoarmados, drogados e tarados, enquanto osverdadeiros culpados seguem impunes, a injustiçasocial só faz aumentar e a mídia ainda aplaude.Com todo o moralista levantar de sobrancelhas doWilliam Bonner a que tem direito.

(Elizário Goulart Rocha, ABC Digital)

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07 – Assinale o que for correto, em relação ao texto 2.01) Em "...a desigualdade social que conduz por este

caminho mulheres em tenra idade, com o perdãopela expressão vetusta..." (linhas de 54 a 56), oautor emprega a expressão "vetusta"estabelecendo uma relação entre as mulheres emtenra idade e a deusa grega Vênus, deusa doamor, da formosura, dos prazeres.

02) Em "Nem sei se vale a pena lembrar que desejosexual por adolescentes é natural no homem."(linhas de 57 a 59), pode-se afirmar que"homem" refere-se a seres de ambos os sexos.

04) Em "Não é à-toa que meninas a partir dos 12desfilam e posam para fotos." (linhas 61 e 62), oautor procura mostrar que a sexualidade seevidencia desde muito cedo nas pessoas.

08) Em "Nossos amigos, colegas ou vizinhospassam a ser vistos como armados, drogados etarados..." (linhas de 80 a 82), a forma verbal"passam a ser vistos" evidencia que antes elesnão eram vistos dessa forma.

16) Ao empregar "amigos", "colegas", "vizinhos"(linhas 80 e 81), paralelamente a "armados","drogados", "tarados" (linha 82), pode-se inferirque o autor qualifica, respectivamente, amigosarmados, colegas drogados e vizinhos tarados.

32) Em relação à frase anterior, "amigos", "colegas","vizinhos" expressam uma gradação semânticadecrescente no grau de intimidade entre aspessoas.

08 – Assinale o que for correto quanto ao uso doselementos lingüísticos no texto 2.01) Em "Classe média baixa ainda consegue uma

maconha da ruim, jamais uma cocaína da boa."(linhas 18 e 19), as locuções adjetivas "da ruim"e "da boa", ao qualificarem, respectivamente,maconha e cocaína, enfatizam o consumopossível da classe média baixa.

02) No fragmento "...mas de protestar contra acômoda mudança de foco." (linhas 30 e 31),"contra a cômoda mudança" é objeto indireto doverbo "protestar."

04) Na frase "Num governo de esquerda, e seatribuindo o consumo à burguesia, os traficantestendem a continuar à vontade." (linhas de 34 a36), temos uma oração subordinada adverbialcondicional, intercalada entre um adjuntoadverbial e uma oração principal.

08) As palavras "bancárias" (linha 8), "matéria"(linha 41) e "história" (linha 66) são todasacentuadas graficamente porque são paroxítonasterminadas em ditongo decrescente.

16) As palavras "aceitáveis" (linha 2) e "nível"(linha 64) recebem acento, pois são paroxítonasterminadas em "-l".

32) Em "Bravo, delegado, bravo. Muito corajoso desua parte. E muito cômodo." (linhas 49 e 50), oautor manifesta sua opinião a respeito da atitudedo delegado, o que pode exemplificar a funçãofática da linguagem.

64) Ao citar o problema da prostituição no Brasil,no 3.º e 4.º parágrafos, o autor desvia o foco doassunto, uma vez que o tema central do texto é otráfico de drogas.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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09 – Com base no período "Mas eu gostaria que alguémme explicasse como países, 'tipo assim', a Holanda,conseguem ser liberais na questão das drogas e nempor isso criar fernandinhosbeiramares." (texto 2,linhas de 20 a 23), assinale a(s) alternativa(s)correta(s).01) "tipo assim" é uma expressão explicativa

empregada pelo autor para se aproximar dalinguagem de gírias e evitar a repetição dapalavra "como".

02) Com a comparação entre a Holanda e o Brasil,em "Mas eu gostaria que alguém me explicassecomo países, 'tipo assim', a Holanda, conseguemser liberais na questão das drogas e nem por issocriar fernandinhosbeiramares", o autor destacaque o problema não reside na liberação ou nãoda droga.

04) "fernandinhosbeiramares" é um substantivocomposto, cujo verbo "beira" não se pluraliza,uma vez que não aceita flexão de número.

08) A derivação imprópria encontrada em"fernandinhosbeiramares" é um processo quetransforma em comum nomes próprios e vice-versa, refletindo, no texto, a disseminação detraficantes na sociedade.

16) "beiramares", elemento que compõe osubstantivo "fernandinhosbeiramares", sofreuduas derivações impróprias: de beira-mar,substantivo comum, passou a próprio,denominando o traficante; em seguida, sofreuoutra derivação imprópria, tornando-se comum.

32) A conjunção adversativa "mas" é vazia designificado, uma vez que, no texto, foiempregada em início de período, o que contradiza norma padrão da língua.

10 – Assinale o que for correto, quanto ao uso doselementos lingüísticos no texto 2.01) Em "Como não se consegue acabar com a farra

da bandidagem..." (linhas 5 e 6), o sujeito éindeterminado por meio do pronome "se", índicede indeterminação do sujeito.

02) Em "...adotada por enorme fatia de nossasautoridades... e até pela mídia..." (linhas de 7 a9), "até" é uma palavra denotativa que exprimeinclusão, significando que a mídia também estácomeçando a adotar a postura de deslocar ofoco.

04) Em "Boa parte dos grandes centros urbanos écontrolada, controlada mesmo, pelosnarcotraficantes." (linhas de 3 a 5), a locuçãoverbal "é controlada" está no singular, poisconcorda com "Boa parte"; no entanto tambémpoderia estar no plural, concordando com"centros urbanos", indicando, em ambos oscasos, a influência do tráfico de drogas nascidades.

08) Em relação à frase acima, temos "pelosnarcotraficantes" funcionando como objetoindireto do verbo "controlar".

16) Ainda quanto à frase acima, "controladamesmo" (linha 4), "mesmo" pode ser substituídopor realmente/de fato, sem prejuízo semântico,uma vez que tem valor reforçativo.

32) Em "...uma distribuição de renda absurdamenteinjusta..." (linhas 25 e 26), "absurdamente" é umadvérbio que expressa o modo como a renda édistribuída no Brasil.

64) Em "apologia às drogas" (linha 28) e "atribuindoo consumo à burguesia" (linhas 34 e 35), "àsdrogas" e "à burguesia" são complementosnominais de "apologia" e de "consumo",respectivamente.

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11 – Assinale o que for correto em relação ao seguintefragmento do texto 2: "Ao referir-se a um cidadãopreso em flagrante por contratar os préstimos deuma destas garotas, o representante da lei e daordem mostrou-se indignado com a atitude docidadão, ao qual qualificou como tarado, bandido,doente, ‘sim, porque este homem precisa de umtratamento’." (linhas de 43 a 49).01) A primeira oração é temporal, uma vez que situa

o fato ocorrido no tempo.02) Os verbos "referir-se" e "mostrou-se" estão

acompanhados do pronome "se", pois ambossão, no texto, empregados como verbospronominais.

04) A escolha lexical "o representante da lei e daordem" em vez de "delegado" contribui para acomparação irônica do argumento, uma vez quese trata de um depoimento de uma autoridade.

08) O emprego lexical "o representante da lei e daordem" em comparação com a caracterizaçãofeita ao cidadão como "tarado, bandido edoente" revela as concepções de " bandido" e de"mocinho" presentes na sociedade.

16) A citação do discurso do outro, como no caso dodelegado "...‘sim, porque este homem precisa deum tratamento’.", é uma estratégia utilizada peloautor para conferir maior peso ao seuargumento, uma vez que não é ele, mas alguémcom autoridade falando sobre o assunto.

12 – Identifique o que for correto em relação ao 4.ºparágrafo do texto 2: "Enfim, a culpa é do homemque se sente atraído por uma adolescente, e não doscafetões e dos que alimentam a imensa miséria destepaís, capaz de atirar meninas quase crianças nosbraços da prostituição e dos exploradores desempre." (linhas de 70 a 74).01) O sujeito de "capaz de atirar" é "homem".02) Se empregarmos uma vírgula após "homem",

teremos a idéia de que apenas alguns homens sesentem atraídos por adolescentes, e não todos.

04) O pronome demonstrativo "deste" foiempregado para indicar as posições do autor edo leitor em relação ao problema pelo qual passao país.

08) Se alterarmos para: ...a culpa não é do homemque se sente atraído por uma adolescente, e simdos cafetões e dos que alimentam a imensamiséria deste país..., não teremos prejuízoquanto ao significado.

16) "Enfim" é um adjunto adverbial empregado peloautor para concluir a sua argumentação emrelação ao problema do tráfico de drogas.

13 – Com base nos textos 1 e 2, assinale o que forcorreto.01) Em ambos os textos, há a presença de ironia,

seja na fala do traficante, no texto 1, seja na falado delegado, no texto 2.

02) Em "A qualificação do desejo depende dasociedade, da cultura, do nível de moralismo. Odesejo em si não é doença." (linhas de 63 a 65,do texto 2), pode-se inferir que o autor não écontra a prática sexual na adolescência, desdeque isso não seja fruto da injustiça social.

04) Ainda em relação à frase acima, temos umagradação semântica, a qual evidencia que avivência sexual depende da forma como asociedade e a cultura concebem essa prática. Ouseja, em prol de uma visão hegemônica,difundida, muitas vezes, em termos de falsosmoralismos, desprezam-se diferenças culturais.

08) Enquanto "guerreiros do pó" e "homens-bomba"são elementos coesivos que retomam o termo"traficante" no texto 1, os elementos coesivos"bandido" e "doente" são empregados parasubstituírem o termo cafetão no texto 2.

16) No final do último parágrafo do texto 2, paraexemplificar que a "mídia ainda aplaude" (linha84), o autor cita o jornalista William Bonner eseu "moralista levantar de sobrancelhas" (linha85), reiterando a idéia de que a mídia muda ofoco de problemas como a prostituição e otráfico de drogas e contribui para a construçãode falsos moralismos.

32) Em "O desejo em si não é doença. Procurarprostitutas mirins já é outra história..." (linhas 65e 66, do texto 2), a expressão "já" expressaadversidade, ou seja, o autor entende quepessoas que se sentem atraídas pela prostituiçãoinfantil são doentes.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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14 – O gênero "romance" pode ser definido como umanarrativa longa, que explora elementos como tempo,espaço e personagem, e cuja trama é construída aolongo de vários capítulos. O conto, por sua vez, temcomo característica iluminar um único instanterevelador, para o qual converge toda a construção dotexto, sendo, normalmente, bem mais curto do que oromance. Além dessas informações, relembre seusconhecimentos sobre Incidente em Antares, de ÉricoVeríssimo, e Uma Noite em Curitiba, de CristóvãoTezza, e assinale o que for correto.01) São romances, pois possuem as características

atribuídas a esse gênero, descritas no comandoda questão. Não há hipótese de nenhum dos doistextos ser confundido com conto, ou com umacoletânea de contos diferentes sobre o mesmotema.

02) São romances, mas tal classificação podesuscitar dúvidas, uma vez que Incidente emAntares não explora o espaço físico, deixandode lado um dos elementos mais característicosda definição adotada, e Uma Noite em Curitibanão explora a questão da passagem do tempo,criando o mesmo tipo de problema para aclassificação.

04) A psicologia das personagens de Incidente emAntares é revelada e explicada ao leitor deforma mais esquemática do que a daspersonagens de Uma Noite em Curitiba: como oprimeiro texto possui narradorpredominantemente em terceira pessoa, essenarrador pode contar ao leitor o que aspersonagens sentem e pensam; ao passo que onarrador de Uma Noite em Curitiba é emprimeira pessoa, ficando, portanto, limitado àssuas próprias opiniões sobre o que move asoutras personagens, mesmo quando estátranscrevendo as cartas de seu pai. EmboraRennon Filho seja obcecado em compreender oporquê das ações do pai, o texto não oferecesoluções definitivas, explícitas ao leitor.

08) A psicologia das personagens de Uma Noite emCuritiba é explicada ao leitor de forma maisesquemática do que a das personagens deIncidente em Antares. O narrador de Uma Noiteem Curitiba, sendo de primeira pessoa, podeabrir-se com o leitor, revelando seuspensamentos mais íntimos; como ele é filho doprofessor Rennon e teve acesso às cartas dele,compreende perfeitamente o pensamento do pai.Já o narrador de Incidente em Antares é maiscauteloso, evitando sugerir ao leitor o quepensar a respeito das outras personagens,insistindo na ambigüidade de cada uma delas, afim de que o leitor não faça julgamentosprecipitados. As personagens de Incidente emAntares são mais ambíguas, de maior riqueza

psicológica, uma vez que suas motivações sãomenos explicadas pelo texto.

16) O texto de Érico Veríssimo é bastante centradonas personagens; o mais importante nacompreensão desse livro é saber o que aconteceucom cada um dos protagonistas, qual suahistória de vida, por que razões cada uma dessaspersonagens mudou radicalmente suapersonalidade e valores, tornando-se diferentedo que fora no início da narrativa. Trata-se deum texto cuja principal característica é adensidade psicológica; a ação poderia passar-seem qualquer país do mundo, uma vez que a"verdade artística" perseguida pelo texto é a daalma humana, suas paixões, suas misérias.

32) O texto de Cristóvão Tezza é centrado noespaço. A ambição do autor teria sido fazer umretrato carinhoso da capital paranaense, de seusparques, de seus bares, dos restaurantes de luxo,da Universidade, dos teatros etc. Por isso, afamília de Frederico Rennon mora no Batel,bairro nobre, e os deslocamentos de RennonFilho por outros bairros da cidade, incluindo acena em Santa Felicidade, possuem umsignificado simbólico que é mais importante doque a psicologia e a trajetória de vida daspersonagens.

64) O texto de Érico Veríssimo, embora nãopertença à chamada fase regionalista do mesmoautor, demonstra, desde o primeiro capítulo,uma preocupação em descrever a própria terra, aformação da cidade, os hábitos e as tradições deseus habitantes etc. O mais importante do livronão é o estudo psicológico das personagens, masa descrição do meio social em que elas habitam,o qual acaba por moldá-las. A longa seqüênciados mortos na praça central funciona comopretexto para denunciar as mazelas políticas esociais de Antares e, por extensão, do Brasil.

10 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

15 – Leia o poema abaixo e, a seguir, assinale o que forcorreto.

Solitário

Como um fantasma que se refugiaNa solidão da natureza morta,Por trás dos ermos túmulos, um dia,Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que faziaNão era esse que a carne nos conforta...Cortava assim como em carniçariaO aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver a minha Desgraça!E eu saí, como quem tudo repele,− Velho caixão a carregar destroços −

Levando apenas na tumbal carcaçaO pergaminho singular da peleE o chocalho fatídico dos ossos!

(Augusto dos Anjos. In: Eu e Outras Poesias)

Ermos = vazios. Incisivas = afiadas; pontiagudas.Tumbal = de tumba, de túmulo.

01) O poema é um soneto endecassílabo, com rimasemparelhadas, ricas, fechando com chave deouro. A linguagem é preciosista e elaborada,fazendo pensar nos sonetos "cinzelados" dageração parnasiana, mais ou menoscontemporânea do autor.

02) O poema faz lembrar outro famoso poema domesmo autor, "Versos íntimos", cuja temáticatrata da falta de solidariedade entre os humanos.Ambos são pessimistas e trabalham comimagens de morte e de indiferença dos outrosante o sofrimento do eu-lírico.

04) O poema faz lembrar outro famoso poema domesmo autor, "Violões que Choram", que,através da sonoridade, evoca impressões vagas,harmônicas e melancólicas. Compare o verso"fazia frio e o frio que fazia", por exemplo, com"vozes veladas, veludosas vozes".

08) O poema é um soneto, decassílabo, sempreocupação em fechar com chave de ouro emarcado pelo uso criativo da sonoridade, comoa seqüência de /f/ em "fazia frio e o frio quefazia", que sugere a presença de vento, sem queo vento esteja mencionado explicitamente notexto.

16) Embora o poema seja suficientemente sugestivopara aceitar mais de uma interpretação, podemosafirmar que um dos temas presentes no texto é amágoa causada pela rejeição. O eu-lírico ocupaa posição de quem é rejeitado, pois o "tu" dopoema recusa-lhe abrigo no dia frio. Sepudéssemos supor que o eu-lírico representado é

um poeta (o texto não nos diz se é ou não),poderíamos arriscar uma certa analogia com afábula da cigarra e da formiga: o poeta, aoproduzir arte, seria semelhante à cigarra cantora,abandonada para morrer de frio pela formigaindiferente.

32) O poema pode ser lido, entre outras formas,como uma espécie de analogia do mito dovampiro; ao ser-lhe recusado o abrigo, ele se"esvazia" na luz do dia, tornando-se apenas pelemuito enrugada (pergaminho) e ossos. As facasde aço remetem aos dentes pontiagudos. O títulodo poema ("Solitário") aponta para a naturezasolitária do vampiro, e a insistente referência aofrio é metáfora da frieza que o monstro sente emrelação aos humanos.

64) O poema conta com várias palavras queremetem diretamente à idéia de morte. Alémdisso, vocábulos como "solidão", "ermos","frio", "Desgraça", "carcaça" e "ossos" reforçamem muito essa idéia. Podemos concluir que opoema deseja passar uma impressão de extremamorbidez para o leitor.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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16 – "A política da república, como toda a gente sabe, épaternal e compassiva no tratamento das pessoashumildes que dela necessitam; e, sempre, quer setrate de humildes, quer de poderosos, a velhainstituição cumpre religiosamente a lei. Vem-lhe daío respeito que aos políticos os seus empregadostributam e a procura que ela merece desses homens,quase sempre interessados no cumprimento das leisque discutem e votam."

(Lima Barreto. "O 'homem' chegou". In: Melhores Contos)

"Em uma dessas manhãs, em que a preta foi levar ochocolate à sobrinha de Mr. George, com grandesurpresa sua, não a encontrou no quarto. Emcomeço, pensou que estivesse no banheiro; mashavia passado por ele e o vira aberto. Onde estaria?Farejou um milagre, uma ascensão aos céus, porentre nuvens douradas; e a miss bem o merecia, como seu rosto tão puramente oval e aqueles olhos decéu sem nuvens..."

(Lima Barreto. "Miss Edith e seu tio". In: Melhores Contos)

Sobre os trechos acima e os contos aos quais elespertencem, é correto afirmar que01) o primeiro trecho é retirado de um texto que tem

como tema a Velha República, cujos ideais deigualdade e de fraternidade foram praticadosdurante quinze anos; decorrido esse tempo, opoder começou a corromper os políticos. LimaBarreto escreve sobre o passado bom, quando oBrasil tinha esperanças de futuro, asseguradaspor um governo honesto e competente.

02) o primeiro trecho é retirado de um textoextremamente ingênuo, contado por um narradorde primeira pessoa que é brutalizado pelodelegado corrupto. Apesar do mau caráter dodelegado, a amizade do narrador ingênuo com ofiscal de rendas garante o final feliz, ficando,porém, no ar, a insinuação de que umapersonagem menos bem relacionada pudessesofrer um fim horrível na mão dosrepresentantes da lei.

04) o primeiro trecho é retirado de um texto irônico,mostrando, em tom de paródia, a brutalidade, aignorância e o desrespeito aos direitos doscidadãos que os funcionários mostrados noconto apresentam. Essa referência elogiosa queo parágrafo faz ao respeito às leis deve ser lida,no contexto do conto, com o sentido oposto doque suas palavras parecem dizer.

08) o segundo trecho é retirado de um conto quemostra a fascinação dos brasileiros pelosestrangeiros, a quem consideram superiores,pelo simples fato de serem estrangeiros. O contoironiza brutalmente essa fascinação, mostrandoque a jovem, tão loura, de aspecto angelical, era,

na verdade, amante do homem ríspido que sedizia seu tio.

16) o segundo trecho é retirado de um conto quemostra a atração homoerótica da pobre criada dequarto Angélica pela inglesa Edith; a pureza dajovem, ao mesmo tempo em que inspira ternurae respeito, também provoca fantasias na criada,que imagina ter visto a moça loura saindo doquarto do tio, numa manhã. A partir dessafantasia, Angélica passa a desprezar a jovem e otio. Tal desprezo, mostrado quando a criada dizpara si mesma que a inglesa e o tio são iguais atodo mundo, é uma espécie de vingança do fatode Edith sequer reparar nela.

32) os dois trechos têm em comum: a ironia; o fatode ambos falarem de algo (no primeiro trecho, aRepública; no segundo, Edith) que éaparentemente bom, mas que, no decorrer doconto, mostra-se corrupto; o fato de ambosestarem em textos que evidenciam um certocinismo na visão de mundo.

64) os dois trechos têm em comum: o tom deexaltação (da República, de Edith); aingenuidade de seus narradores; o fato depertencerem a contos em que Lima Barretomostrava as qualidades brasileiras, contrastadas,explícita ou implicitamente, com as qualidadesmorais e culturais de outras nações.

12 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

17 – Leia as afirmativas abaixo e assinale o que forcorreto.01) Apesar de a Arcádia ser uma escola ou um

movimento literário sem grandecomprometimento com a crítica social, existeuma obra de autor árcade, provavelmente TomásAntonio Gonzaga, chamada Cartas Chilenas,que satiriza o governo corrupto, representadopelo governador Fanfarrão Minésio.

02) Uma das principais características doRomantismo no Brasil, ligada à valorização da"cor local", é o indianismo. O índio passou afigurar na nossa literatura como o legítimorepresentante da raça brasileira, idealizado comobom, nobre, bonito e cavaleiro. Trata-se, naverdade, de uma atitude, por parte dosescritores, de idealização de um herói nacional,o qual não poderia ser representado pela figurado branco, já que lembra a do colonizador,tampouco pela do negro, por ser estrangeiro eescravo. A figura do índio, portanto, apesar deter sido marginalizada no período dacolonização, foi adotada, já que se tratava de umtipo ainda não corrompido pela sociedade e quevivia aqui antes da chegada dos portugueses.Bom exemplo da retratação do índio como heróinacional está em O Guarani, de José de Alencar.

04) A famosa Semana de Arte Moderna, realizadaem São Paulo no ano de 1922, inaugura oModernismo no Brasil. A primeira fase domovimento, que se estende de 1922 a 1930,ficou conhecida como "fase heróica", em funçãodas transformações temáticas e estéticas queestavam sendo defendidas, as quaisdemandavam, por serem profundas e ousadas,uma postura destemida e até um certo"heroísmo" por parte de seus proponentes. Nessafase, a poesia consistiu no principal veículo deexpressão dos ideais modernistas, apresentandocomo principais características a utilização doverso livre, a valorização do cotidiano, alinguagem coloquial e a livre associação deidéias.

08) O Pré-modernismo brasileiro foi uma escolacoesa, juntando nomes como Monteiro Lobato eLima Barreto na prosa e Augusto dos Anjos napoesia; embora não tenha tido a mesmaimportância do Modernismo, foi a escola quepossibilitou a chegada da autonomia daliteratura brasileira, através do seu programa deruptura sistemática com os modelos europeus deliteratura.

16) A prosa regionalista é bastante característica daliteratura brasileira do século XX; nos séculosanteriores, não podemos apontar nenhum autorque tenha produzido esse tipo de obra, comexceção de Manuel de Oliveira Paiva, cujo

romance Dona Guidinha do Poço não foi muitovalorizado na época de sua publicação.

32) O movimento concretista, despontado no Brasilna década de 1950, com o lançamento daRevista Noigandres, surge como resposta aoestímulo provocado pelo avanço tecnológico,somado à ampla aceitação da linguagem dosmeios de comunicação de massa. Em umasociedade em que as coisas aconteciam de formarápida e objetiva e eram, do mesmo modo,rapidamente consumidas para cederem lugar aonovo, havia a necessidade de se encontraremformas de expressão condizentes. Daí a poesiaconcreta, caracterizada pela abolição do verso,pelo aproveitamento do espaço em branco dopapel, pela exploração do conteúdo sonoro evisual da palavra, pela rejeição do lirismo epelas possibilidades de leituras múltiplas,realizadas na horizontal, na vertical e até nadiagonal do poema.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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18 – Leia o fragmento a seguir e assinale o que forcorreto.

"Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo,enchera-a de guardanapos de papel colorido e coposde papelão alusivos à data, espalhara balões sugadospelo teto; em alguns estava escrito "HappyBirthday!", em outros "Feliz Aniversário!". Nocentro havia disposto o enorme bolo açucarado. Paraadiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depoisdo almoço, encostara as cadeiras à parede, mandaraos meninos brincarem no vizinho para que nãodesarrumassem a mesa.E, para adiantar o expediente, vestira aaniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhedesde então a presilha em torno do pescoço e obroche, borrifara-lhe um pouco de água-de-colônia,para disfarçar aquele seu cheiro de guardado –sentara-a à mesa. E desde as duas horas aaniversariante estava sentada à cabeceira da longamesa vazia, tesa na sala silenciosa."

(Clarice Lispector. "Feliz aniversário". In: Laços de família)

01) O conto "Feliz aniversário" é exemplar no quese refere à lógica que rege o conjunto denarrativas que integram a coletânea Laços defamília. Se os "laços" a que Clarice Lispector serefere, neste título tão sugestivo, podem implicarproximidade entre os membros de uma família,implicam, também, e principalmente, prisão,dilaceramento e distância entre esses mesmosmembros.

02) Na festa descrita em "Feliz aniversário", assemelhanças e as diferenças que marcam osconvidados, sobretudo as de classe social, ficamreunidas em nome do cumprimento de um ritualinstituído pela ideologia dominante: acomemoração, quase necessária, dos 89 anos damatriarca da família. Desse modo, uma leituraatenta é capaz de promover o desnudamento daartificialidade, da revolta, do despeito e do ódioque permeiam essa reunião, os quais sãomascarados sob a aparência de uma "feliz" festade aniversário em família.

04) O conto "Feliz aniversário" é narrado emterceira pessoa, por um narrador onisciente queora apresenta os fatos, ora os descreve, ora osavalia e ora se afasta da condução da narrativa,penetrando na consciência de algumaspersonagens, deixando que o fluxo dosjulgamentos de valores fique a cargo delas.

08) Em relação às personagens que compõem oconto "Feliz aniversário", o leitor encontra certadificuldade em analisá-las como indivíduos, poisfaz parte da eficácia do texto apresentar amaioria dos convidados da festa como um

amontoado de seres, sem rosto ou identidade,marcados apenas pelas características do lugarque ocupam na sociedade: roupas que vestem,bairros onde moram etc.

16) Em relação às personagens masculinas quecompõem o conto "Feliz aniversário", aprincipal crítica do narrador incide sobre a faltade autenticidade, o medo e a insegurança quelhes definem o caráter. Ligam-se a isso asconstantes repetições de frases-clichês, numaespécie de incapacidade de comunicação, e astentativas desesperadas de preencher os vaziosda festa e garantir a mentira de que ali existealegria. É o caso de José, o filho mais velho,depois da morte de Jonga, encarregado de fazero discurso e "animar" a festa.

32) Em relação às personagens femininas quecompõem o conto "Feliz aniversário", pode-sedizer que uma das virtudes que lhes compõe ocaráter e que se destaca em meio à teia narrativaestá relacionada ao intenso esforço que dedicamem prol da união familiar. É o que acontece, porexemplo, com Zilda, a dona da casa quepromove a festa visando a uma sincera ecalorosa confraternização em família.

64) Em relação à protagonista do conto "Felizaniversário", o narrador não a focalizainternamente, de tal modo que o leitor contaapenas com seus gestos e expressões para lhedecifrar a essência. O ato de cuspir no chão e decortar o bolo "com punho de assassina"denunciam a náusea que sente em relação àhipocrisia reinante no ambiente familiar. Deoutro lado, a presilha que lhe é colocada nopescoço metaforiza os "laços" de família, umaespécie de prisão da qual não pode desvencilhar-se.

14 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

19 – Leia os textos a seguir e assinale o que for correto.

Quando nasci, um anjo tortoDesses que vivem na sombraDisse: vai Carlos! Ser "gauche" na vida.

(Carlos Drummond de Andrade. In: Alguma poesia, 1964)

Quando nasci um anjo esbeltoDesses que tocam trombeta, anunciou:Vai carregar bandeira.Carga muito pesada pra mulherEsta espécie ainda envergonhada.(...)Vai ser cocho na vida é maldição pra homem.Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado. In: Bagagem, 1986)

Quando nasci veio um anjo safadoO chato dum querubimE decretou que eu estava predestinadoA ser errado assimJá de saída a minha estrada entortouMas vou até o fim.

(Chico Buarque. In: Letra e música, 1989)

Gauche: palavra de origem francesa que corresponde a"esquerda" em nosso idioma. Em sentido figurado, otermo pode significar "acanhado", "inepto","desajustado".

01) Pode-se afirmar que o processo pelo qual apoesia se alimenta de temas já explorados emoutros textos, procurando estabelecer umdiálogo entre diferentes visões de mundo, édenominado "intertextualidade". Há, nesseprocesso, sempre um texto original que funcionacomo ponto de partida para a elaboração do quese poderia chamar de textos-produto ouintertextos. É o que acontece nos poemas cujosfragmentos reproduzimos acima: a temáticaabordada no texto original de Drummond édesdobrada nos textos de Adélia Prado e deChico Buarque.

02) Os textos derivados dos originais podem resultarem simples imitação, ou, por outro lado, podempretender a paródia, a polêmica, chegando apropor uma reavaliação do tema em questão apartir de um novo ponto de vista, seja elehistórico, ideológico ou estético. Em relação aosintertextos construídos a partir do poema deDrummond, dos quais destacamos osfragmentos acima, pode-se afirmar que foramconstruídos por reiteração de idéias, ou seja, asidéias que constituem o poema original foramconfirmadas e/ou repetidas nos poemas que delederivam.

04) Apesar de a intertextualidade consistir em umrecurso estético, de certo modo, bastante usadopelos poetas contemporâneos, a crítica, emgeral, costuma reagir negativamente frente aesse tipo de produção literária. O principalargumento é que a mesma soa como falta decriatividade, incapacidade de o artista engendraro novo, o original, o inusitado.

08) O fragmento do poema de Chico Buarquedialoga com o poema de Drummond na medidaem que reitera a idéia básica do mesmo. Ambospõem em cena um eu-lírico gauche, marcandoseu desencontro, ou sua incompatibilidade, como mundo. Esse "eu" deslocado vê o mundo pormeio de uma perspectiva particular, diferente domodo como as pessoas comuns o vêem. Oresultado é um tom que se não é de todorelacionado ao tom dos perdedores, beira opessimismo, a tristeza, a desilusão, próprio dequem lamenta a incapacidade de se ajustar aomundo.

16) O fragmento do poema de Drummond foiretirado do conhecido "Poema de sete faces",composto de sete estrofes, aparentementedesconexas entre si, que parecem apenas retratarflashes da realidade, mas que acabam porcompor o perfil desajustado do poeta em relaçãoao mundo. Trata-se de um texto bastantecaracterístico da vasta produção literária dessegrande poeta brasileiro, cujos temas abordadossão igualmente vastos. Vão desde o"desajustamento do indivíduo com o mundo"(caso do poema em questão), passando pelotema da "infância", da "monotonia", da"nostalgia do passado", da "participação social epolítica", entre outros, até chegar ao tema da"própria poesia".

32) O fragmento do poema de Adélia Prado dialogacom o poema de Drummond na medida em quecontesta a idéia básica do mesmo: a de o eu-lírico estar à margem da vida, ser um indivíduodeslocado, desajustado, condenado a viver deforma "torta", assim como o anjo que lhe assisteo nascimento. Ao invés disso, a poetisa,trazendo à tona a problemática sociocultural damulher, põe em cena um eu-lírico que não podese dar ao luxo de aceitar os desígnios do"destino" de marginalizado. Tem que "carregarbandeira", ou seja, reivindicar e lutar por ummodo de estar no mundo que lhe seja maisfavorável.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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20 – Assinale o que for correto.01) O Realismo consistiu em um estilo de época

profundamente empenhado em retratar e analisaros problemas políticos e sociais a elecontemporâneos, ou seja, aqueles queemergiram na segunda metade do século XIX.Bem diferente é a postura assumida pelosescritores neo-realistas, da segunda geração doModernismo brasileiro, que, repudiando a noçãode arte engajada, preferiram engendrar umaliteratura autônoma, preocupada mais com asquestões estéticas defendidas pelos modernistasdo que com as questões político-sociais.

02) Machado de Assis, um dos principais nomes doRealismo brasileiro, engendrou uma literaturaque, a seu modo, caracteriza-se pelo empenhoem retratar e analisar a sociedade da época, semeximir-se de criticar-lhe as mazelas e dedesnudar sua trágica e amarga visão daexistência humana. No entanto, tendo em vistaseu estilo sinuoso e indireto, marcado peladiplomacia, ou seja, pelo cuidado em conferir aseu discurso um tom ambíguo, que mais sugeredo que afirma, foi acusado pela crítica de seutempo de omissão e de descaso em relação àsquestões que afligiam o país na época.

04) Pode-se dizer que o estilo de Machado de Assis,caracterizado pela ambigüidade, pela ironia, pelasugestão e pela sutileza, é muito parecido com oestilo que se pode vislumbrar na ficção de LimaBarreto. Ambos valem-se das mesmas técnicasao impingirem suas opiniões sobre a realidadeque lhes serve de contexto à arte que produzeme que lhes inspira as críticas que realizam.

08) Na maioria dos contos que constituem o volumePapéis avulsos, publicado em 1882,inaugurando a chamada "fase de maturidade" deMachado de Assis, pode-se constatar, além dereflexões acerca da miserável condição humana,a presença de ácidas críticas à sociedade, asquais, apesar de veladas, são mais contundentese ferinas que aquelas encontradas na fase dita"romântica" ou "de aprendizagem". É o caso de"Teoria do medalhão", de "Missa do galo", de"O espelho" e de "A cartomante".

16) No conto "Teoria do medalhão", integrante dacoletânea Papéis avulsos, o humor e a ironiaconsistem nas principais estratégias das quais oautor lança mão para construir sua crítica aosfalsos valores incentivados pela ideologia daépoca. Um momento que normalmente seriasolene, em que o pai aconselha o filho sobre suavida profissional, na noite em que este completa21 anos, acaba por se tornar, na pena doincrédulo Machado, extremamente irônico,eivado de uma espécie de humor amargo que,antes de levar ao riso, leva à reflexão e desperta

o senso crítico do leitor: é que, ao invés de osconselhos emitidos apontarem para o valor e anecessidade de o filho escolher uma profissãodigna e honesta, eles ensinam o caminho maiscurto para a obtenção de status social. Trata-seda supervalorização da aparência em detrimentoda essência.

32) No conto "O espelho", integrante da coletâneaPapéis avulsos, o tema central é oquestionamento da noção de identidade do serhumano: o jovem alferes Jacobina, apersonagem central, tendo ficado sozinho, vai,aos poucos, percebendo que sua existência seanulava na medida que ficava sem ser visto eadmirado, com sua farda indicadora do postoque ocupava na guarda nacional. Resolve oimpasse admirando-se fardado, frente aoespelho, durante algumas horas por dia. Dessemodo, o conto problematiza a dúvida acerca daverdadeira identidade das pessoas: aparentamoso que somos ou somos o que aparentamos?

16 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

LÍNGUA ESTRANGEIRA- INGLÊS -

Texto 1

Homework causes family arguments

Homework is bad for your family, sayresearchers, who have found that it causes

arguments and upsets.

A study of the impact of homework in differentcountries says that the pressure of homeworkcauses friction between children and parents.This pressure is worst in families where parents aremost keen for their children to succeed at school.And the survey claims that homework causesanxiety and emotional exhaustion.

Homework clubs

As a solution, the report suggests that "homeworkclubs", which take place after school, are asuccessful way of getting the benefit of homework,without risking the disagreements associated withhomework at home.The report from the Institute of Education inLondon is a review of research over 75 years,which examines the impact of homework in theUnited Kingdom, the United States, Europe,Australia and the Far and Middle East.And it says that homework can become a source oftension, particularly when parents try to take toomuch control of how children are approachingtheir homework.For parents to make a positive contribution, thereport suggests that parents should take a moresupportive and less interventionist role, onlyhelping when they are asked.

'Moral support'

"Parents have the most positive influence whenthey offer moral support, make appropriateresources available and discuss general issues.They should only actually help with homeworkwhen their children specifically ask them to," saysreport author, Susan Hallam.The report backs the effectiveness of homeworkclubs, which have become popular in manyschools. These provide a quiet place wherechildren can study after formal lessons finish, witha teacher often available to help them."Homework clubs give children the benefits ofhomework without the rows at home. Children feel

they make homework enjoyable and give them abetter chance of passing exams," says the report."They may assist in raising standards for thosewho need extra support or who find it difficult todo homework at home. As such, they help tobridge the gap between the haves and the have-nots."The report also says that the impact of homeworkon academic achievement is "relatively limited"compared to other factors, such as "priorknowledge, ability, time on task, good attendanceat school, motivation and self-confidence".

(BBC News, 10 February, 2004)

21 – Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) de acordo como texto 1.01) Quanto mais os pais controlam as tarefas, menos

as crianças são bem sucedidas.02) Atualmente, a quantidade de tarefa de casa é

muito maior que de antigamente.04) As crianças reclamam muito com os pais das

atividades que têm que desenvolver fora da salade aula.

08) A tarefa de casa pode ser motivo dedesentendimento entre pais e filhos.

16) Os pais devem auxiliar os filhos com o dever decasa apenas quando forem solicitados.

32) De acordo com um estudo realizado, as tarefascausam mais impacto em crianças mais jovens.

64) A assiduidade é considerada um fator maisimportante no sucesso acadêmico que arealização de tarefas de casa.

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GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

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22 – De acordo com o texto 1, os "homework clubs"01) causam tensão em algumas crianças.02) são uma boa opção para evitar conflitos entre

pais e filhos em relação às tarefas de casa.04) ensinam os pais a trabalharem melhor com os

filhos em casa.08) são realizados após as aulas regulares.16) são uma alternativa eficiente, embora sejam

dispendiosos.32) auxiliam as crianças a verem o dever de casa de

uma forma mais prazerosa.64) fornecem atendimento individual com

professores qualificados.

23 – Assinale a(s) alternativa(s) em que a palavraapresentada esteja relacionada a um contextonegativo. 01) "upsets" (linha 3)02) "keen" (linha 8)04) "anxiety" (linha 10)08) "disagreements" (linha 15)16) "supportive" (linha 28)32) "effectiveness" (linha 37)64) "knowledge" (linha 54)

24 – Assinale o que for correto, de acordo com o texto 1.01) O pronome "their" (linha 8) refere-se a "parents"

(linha 7).02) O pronome relativo "which" (linha 13) poderia

ser substituído por "that".04) O verbo modal "should" (linha 27) expressa

possibilidade ou permissão.08) As formas sublinhadas em "less interventionist

role" (linha 28) e "most positive influence"(linha 31) são utilizadas em superlativos.

16) A forma "ing", em "chance of passing exams"(linha 45), foi utilizada por ser o verboprecedido de preposição.

32) "who find it difficult to do homework" (linhas47 e 48) pode ser expresso como "who havedifficulty in doing homework", sem alteração designificado.

64) "As such" (linha 48) e "such as" (linha 53) sãoutilizados para exemplificar.

25 – Assinale a(s) alternativa(s) cujas palavras ouexpressões sejam sinônimas entre si.01) "researchers" (linha 2) – reporters02) "succeed" (linha 8) – not fail04) "take place" (linha 13) – happen08) "actually" (linha 34) – at present16) "available" (linha 41) – qualified32) "raising" (linha 46) – going down64) "prior" (linha 53) – happening before

18 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3 GABARITO 1

Texto 2O texto 2 é constituído pelos seis anúncios a seguir:

Anúncio 1

Anúncio 2

Anúncio 3

Anúncio 4

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 – Prova 3

19

Anúncio 5

Anúncio 6

CAM – Cambridge Alumni Magazinen.o 41, Lent Term 2004.

26 – De acordo com o texto 2, assinale o que for correto.01) Turistas podem reservar um apartamento

próximo a Pisa.02) Em Veneza, de 4 a 6 pessoas podem ficar

hospedadas em um castelo.04) Barlow Moor Books oferece um serviço de

busca de livros raros.08) Turistas podem alugar veleiros no arquipélago

dos Açores.16) Apenas dois dos anúncios incluem a

possibilidade de o turista se divertir na água.32) As instalações em Veneza dispõem de

mobiliário arrojado.

27 – A leitura do texto 2 permite afirmar que01) algumas casas serão alugadas enquanto os

proprietários estiverem ausentes.02) férias de uma semana para 4 a 6 pessoas, na

Itália, podem custar de £490 a £795 por pessoa.04) a casa na Toscana está situada em um local

aprazível e plano que propicia caminhadas.08) todas as acomodações anunciadas são para a

área central das cidades.16) o panorama visto da casa da Toscana é muito

semelhante ao panorama visto do arquipélago.32) quem tiver interesse em um local romântico

deve optar pelas ilhas.

20 UEM/CVU1.º Vestibular/2003 - Prova 3 GABARITO 1

28 – Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) de acordo comas informações contidas no texto 2.01) Entre os anúncios publicados, três fazem busca

de livros de interesse só do cliente.02) Os anúncios foram publicados tendo em vista

clientes potenciais britânicos.04) Quem tiver manuscritos de livros pode submetê-

los aos anunciantes 1 e 5.08) As editoras estão interessadas em livros de áreas

específicas.16) Os interessados nos anúncios podem entrar em

contato com todos os anunciantes via internet,fax ou telefone.

32) Os anúncios n.o1 e n.o3 oferecem oportunidadede trabalho remunerado.

29 – Analise os vocábulos abaixo, extraídos dos anúnciosdo texto 2, identificados entre parênteses, e assinalea(s) alternativa(s) correta(s).01) "hillside" e "clad" (2) são aspectos geográficos.02) "vine"e "olive" (2) são plantações.04) "manor" (4) e "hamlet" (2) são construções

semelhantes.08) "scholarly" (3) faz referência ao ano escolar.16) "further" (5) pode ser substituído por "future".32) "antique" (6) tem o mesmo significado que

"historical".64) "ceiling" e "plumbing" (6) são partes de uma

construção.

30 – Assinale a(s) alternativa(s) que apresenta(m)informação(ões) correta(s) em relação aos vocábulosretirados dos anúncios identificados entreparênteses.01) "currently" (1) is the same as "at the moment".02) "us", in "ask us about" (2), is a relative pronoun.04) "out-of-print" (3) means the same as "newly

printed".08) "whale and dolphin" (4) are sea creatures.16) "diving" (4) is a kind of water activity.32) "seeks" (5) is a verb in the 3rd person singular.64) "ancient" (6) makes reference to the price of the

place.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 - Prova 3-Francês 21

LÍNGUA ESTRANGEIRA- ESPANHOL -

Texto 1

La arquitectura dolorosa

Regresar al trabajo significa el término deldescanso, de las prolongadas siestas y las largashoras de ocio... Es la vuelta a las tensiones y los

desagradables dolores de espalda.

Nuestra columna no es sólo el soportefundamental de la arquitectura del cuerpo: es laparte del esqueleto que nos permite una correctarespiración y la óptima circulación sanguínea ylinfática, esencial para el buen funcionamiento delsistema inmunológico. Mantener saludable laestructura ósea puede evitarnos complicadostrastornos que comprometan seriamente nuestrobienestar y la vida en general. Con sólo algunoscambios de hábitos se pueden lograr maravillas.

Dolor jovenSe podría pensar que las molestias dorsales

aparecieron cuando el hombre dejó de andar encuatro patas y escogió la posición erguida. Sinembargo, la verdad es que este mal es un problemamuy nuevo: se debe únicamente a las exigencias einclemencias de la vida moderna. El sedentarismo,los desequilibrios alimenticios y la poca disciplinafísica y de ejercicio son, entre otros, los principalesmotivos de esta odiada afección. Más del 85% dela población occidental sufre el dolor lumbar,dorsal o cervical. "El dolor de espalda es lapatología más frecuente en la clínica humana, lamayor causa de incapacidad e invalidez laboral yde horas de trabajo perdidas, con la consiguienterepercusión económica", explica el doctor AntonioLarrea Gayarre, jefe del Servicio de Reumatologíade la Clínica Puerta de Hierro de Madrid.

Entorno sanoLas molestias de la columna tienen su origen

en el estilo de vida moderna... Es ahí donde sedebe buscar las soluciones. Las mesas para comerdeben estar idealmente a la altura de los codos.Cuando son más altas, los hombros tienden a caerhacia delante y el abdomen se comprime. Cuandoson bajas, es frecuente sufrir tortícolis o dolores alcuello. En cuanto a las sillas, es fundamental queentreguen apoyo a la zona lumbar de la espalda. Sino es así, se recomienda utilizar una almohadapequeña en la base de la columna, para evitar queel cuerpo se incline. Otro punto que se debeatender es el de la iluminación: las ampolletasartificiales no aportan suficiente luz para leer oescribir, así que tendemos a encorvar la espalda y

el cuello para acercar lo que deseamos ver. Estopuede ser el origen de escoliosis u otrasdeformaciones dorsales.

Recordemos que, en Chile, el 25% de lasconsultas médicas son por motivo de algún dolordorsal, y sólo es cosa de poner atención paraprevenirlos. No le dé la espalda a su columna.

(Excerto do texto da revista Botika – n.o 75. Santiago:Press & Communications, 1994.)

21 – O texto 1 afirma que as moléstias dorsais01) afetam mais da metade da população no

Ocidente.02) deram-se como resultado da mudança de

posição adotada pelo homem durante suaevolução.

04) devem-se a vários fatores, dentre os quaispodem ser citados o sedentarismo e osdesequilíbrios na alimentação.

08) são um mal que começou a fazer-se presentesomente nos últimos séculos, no mundoocidental.

16) são o lógico resultado da evolução e doprogresso da Humanidade.

32) são a maior causa de incapacidade e de invalidezno trabalho.

64) são uma patologia que aparece com muitafreqüência na clínica de propriedade do Dr.Antonio Larrea.

22 – A partir da leitura do primeiro parágrafo do texto 1,é correto depreender que01) a coluna é a parte mais importante do nosso

corpo, pois ela possibilita uma boa oxigenaçãodo sangue e dos pulmões.

02) é essencial para nosso organismo ter respiraçãoe circulação adequadas.

04) nossa coluna não é importante só por sustentarnosso esqueleto, mas também por permitir umbom desempenho do aparelho respiratório.

08) pequenas mudanças em nossos hábitos podemser suficientes para sentirmo-nos bem, felizes emuito saudáveis.

16) a função da coluna no nosso corpo não se limitaa ser um sustentáculo da arquitetura dele.

32) é indispensável, para ter um ótimo sistemaimunológico, ter uma estrutura ósseaperfeitamente equilibrada e sadia.

64) podemos evitar complicados transtornos, seconseguirmos manter saudável a estrutura óssea.

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22 UEM/CVU1.º Vestibular/2003 - Prova 3 GABARITO 1

23 – Assinale a(s) alternativa(s) em que se apresenta umaversão adequada para o fragmento extraído do texto1, sem alterar-lhe o sentido.01) "Sin embargo, la verdad es que este mal es un

problema muy nuevo..."(linhas de 18 a 20) –Porém, a verdade é que este mal é um problemamuito novo...

02) "Es ahí donde se debe buscar las soluciones."(linhas 35 e 36) – É de lá onde se podemprocurar as soluções.

04) "...las prolongadas siestas y las largas horas deocio..." (linhas 2 e 3) – ...descansos prolongadose boas horas de sono...

08) "Si no es así, se recomienda utilizar unaalmohada pequeña en la base de la columna..."(linhas de 42 a 44) – Pois sim, recomenda-seusar um travesseiro pequeno na base da coluna...

16) "El dolor de espalda es la patología másfrecuente en la clínica humana..." (linhas 26 e27) – A dor nas costas é a patologia maisfreqüente na clínica humana...

32) "...así que tendemos a encorvar la espalda y elcuello..." (linhas 48 e 49) – ...então teríamos quedobrar as costas e o pescoço...

64) "Otro punto que se debe atender es el de lailuminación...." (linhas 45 e 46) – Outro detalheque se deve atender é o da iluminação...

24 – O texto 1 aponta várias medidas para evitar os malesda coluna. Entre elas, pode(m)-se assinalar01) forçar a musculatura abdominal, para não

exagerar na compressão.02) usar cadeiras que ofereçam um bom apoio para a

coluna lombar.04) usar almofadas na altura do pescoço, para evitar

torcicolo.08) realizar refeições em mesas cuja altura seja

contígua à dos cotovelos.16) iluminar suficientemente o ambiente.32) ler e escrever próximos de uma lâmpada,

quando for necessária a luz artificial.64) evitar cadeiras muito altas, pois essas não

oferecem sustentação suficiente para o pescoçoe para os ombros.

25 – A partir da leitura da frase "No le dé la espalda a sucolumna." (linha 55 do texto 1), assinale o que forcorreto.01) É um antigo provérbio que pode ser entendido

como "não desafie sua coluna".02) Emprega o verbo dar no imperativo negativo,

correspondente ao pronome usted.04) Utiliza a expressão no dar la espalda com a

finalidade de dar um conselho ao leitor.08) Os pronomes le e su foram utilizados para

enfatizar a importância dos termos essenciais daoração.

16) Utiliza a ironia para conscientizar o leitor daimportância dos cuidados com a coluna.

32) A palavra dé está acentuada por ser forma verbaldo verbo dar; assim, o acento serve paradiferenciá-la da preposição de.

26 – Na seqüência, são apresentados elementos do texto1. Considerando os critérios gramaticais da línguaespanhola, assinale o que for correto.01) Em "exigencias e inclemencias" (linhas 20 e

21), o elemento sublinhado tem função deconectivo entre dois termos, exemplificando umcaso especial de conjunção.

02) Em "...la verdad es que este mal es un problemamuy nuevo..." (linhas 19 e 20), a palavrasublinhada pode ser substituída por mucho semalterar o sentido do fragmento.

04) Em "... es frecuente sufrir tortícolis o dolores alcuello." (linhas 40 e 41) e "Esto puede ser elorigen de escoliosis u otras deformacionesdorsales." (linhas de 49 a 51), as expressõessublinhadas têm a mesma função sintática epertencem à mesma classe gramatical.

08) Em "...así que tendemos a encorvar la espalda yel cuello para acercar lo que deseamos ver."(linhas 48 e 49), o elemento sublinhado pode sersubstituído por aquello sem mudar o significadoda oração.

16) Nas frases "...para evitar que el cuerpo seincline." (linhas 44 e 45) e "Otro punto que sedebe atender..." (linhas 45 e 46), o par de verbossublinhados pertence ao mesmo modo e tempoverbal: presente de subjuntivo, para expressar aidéia de hipótese.

32) As palavras afección (linha 24) e dolor (linha26) são sinônimas e referem-se à saúde.

GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 - Prova 3-Francês 23

27 – De acordo com o texto 1, a não observância dasmedidas sugeridas pode ocasionar01) perda da simetria original da coluna vertebral.02) diminuição da flexibilidade nos músculos.04) problemas digestivos causados pela excessiva

compressão da zona abdominal.08) achatamento das vértebras da coluna cervical.16) queda dos ombros para a frente, com perda da

capacidade respiratória.32) freqüentes torcicolos.64) dores no pescoço.

Texto 2

Pedro estaba en la sala de espera de unaeropuerto, vio ahí una báscula computarizada quedaba el peso y revelaba la fortuna.

Decidió hacer la prueba, metió una monedaen la ranura y leyó en la pantalla: "Usted pesa 88Kilos, es casado y está a punto de viajar a SanDiego".

Pedro se quedó anonadado.En seguida, outro hombre usó el aparato.

Esta vez la pantalla puso el siguiente mensaje:"Usted está divorciado, pesa 94 kilos y se disponea viajar a Chicago".

Pedro le preguntó: ¿Es cierto que usted esdivorciado y se dispone a viajar a Chicago?

Así es, contesta el otro hombre.El asombradísimo Pedro corrió al baño, se

cambió de ropa y se puso unos lentes oscuros.Volvió a pesarse en aquella báscula, esta vez

el mensaje fue: "Usted sigue pesando 88 kilos,todavía está casado, y acaba de perder su vuelohacia San Diego".

Texto disponível em:<www.geocities.com/Heartland/Flats/1526/chiscomp.htm>.

28 – A partir da leitura do texto 2, assinale o que forcorreto.01) Pedro decidiu fazer um teste para averiguar a

veracidade da báscula.02) A estratégia utilizada por Pedro para mudar o

resultado apresentado pela máquina deu certo.04) O homem que pesava 94 quilos contestou o

resultado mostrado pela báscula.08) A báscula localizada na sala de espera de um

aeroporto indicava o peso, o destino de viagem erevelava algum detalhe da vida da pessoa.

16) Todos os passageiros que passavam pela sala deespera do aeroporto tinham curiosidade emsaber o seu futuro.

32) A báscula apresentada na história era utilizadapara pesar os passageiros que tinham Chicagocomo destino de viagem.

64) Quando Pedro se pesou pela segunda vez, usavaóculos escuros.

29 – Sobre a última frase do texto 2 "Usted siguepesando 88 Kilos, todavía está casado, y acaba deperder su vuelo hacia San Diego." (linhas de 19 a21), é correto afirmar que01) a máquina, por não possuir um programa muito

avançado, atualizava as informações com umleve atraso.

02) o avião em que o passageiro devia embarcar játinha decolado.

04) o possesivo su (linha 20) pode ser sustituído porsuyo, sem necessidade de fazer outrasalterações.

08) a máqina fez uma ironia com o passageiro, peladistração dele.

16) a linguagem em que se expressava a mensagememitida pela máquina corresponde a umtratamento informal, de acordo com as normasgramaticais da língua espanhola.

32) o avião em que o passageiro devia embarcarestava chegando de San Diego.

64) a forma verbal acaba de perder (linha 20) podeser substituída por ha perdido ou perdió, semalterar seu significado.

30 – À esquerda de cada alternativa, encontra-se umelemento extraído do texto 2. Assinale a(s)alternativa(s) em que se apresenta a substituiçãoadequada para o elemento destacado, sem alterar seusentido.01) la pantalla (linha 5) – el disco02) anonadado (linha 8) – mudo04) la prueba (linha 4) – la experiencia08) la fortuna (linha 3) – el futuro16) todavía (linha 20) – aún32) metió (linha 4) – introdujo64) la ranura (linha 5) – la basura

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24 UEM/CVU1.º Vestibular/2003 - Prova 3 GABARITO 1

LÍNGUA ESTRANGEIRA- FRANCÊS -

Texto

ABANDONS ET MAUVAISTRAITEMENTS D'ANIMAUX DE

COMPAGNIE

Pour beaucoup de propriétaires, le choix d'unanimal de compagnie se fait à la légère, sansmesurer les contraintes, les devoirs et l'engagementque cela implique. Un chiot ou un chaton est trèsmignon, mais il change rapidement dephysionomie et va vivre généralement de 10 à 15ans, parfois davantage. Lorsque la gêne devienttrop importante, en particulier lors des départs envacances, l'animal est couramment abandonné,parfois dans des conditions misérables.Le corollaire est bien connu: ces animaux vonterrer affamés dans la nature, formant parfois despopulations semi-sauvages à la natalité galopante.Leur vie se termine souvent dans les fourrières (oùils ne tardent pas à être euthanasiés) ou dans desrefuges, trop souvent surpeuplés. Les abandons dechats et de chiens, en France, se comptent chaqueannée par plusieurs dizaines de milliers.Les associations de défense des animaux travaillentpour faire adopter ces pauvres animaux, maisaussi, pour faire prendre conscience de laresponsabilité morale qu'implique un acted'adoption. Elles dénoncent l'animal-objet, lacommercialisation des animaux comme des jouetsou des produits de consommation courante. Leurscritiques portent souvent sur les commercesd'animaux, tout en faisant la distinction entre lesanimaleries soucieuses d'éthique et cellesuniquement préoccupées par la recherche du profit.En 1999, à la demande du ministère del'agriculture, deux rapports accablants ont étéétablis à ce sujet. Le rapport Legeay (professeur àl'école vétérinaire de Nantes) dénonce ainsi laprésence de beaucoup de pratiques illicites dans cecommerce. Il pointe du doigt les séparationsprécoces des bébés de leur mère, les transportspénibles, les lamentables conditions de vie desanimaux sur les lieux de vente: manque deventilation, d'aire de détente, d'infirmerie. Lesanimaux invendables (notamment pour cause dedéfaut physique), ou tout simplement invendus, ontun sort peu enviable. On pense bien sûr auxeuthanasies sommaires et aux reventes débouchantsur des laboratoires.

Beaucoup d'animaux ne sont adoptés que pour leurintérêt ornemental. Il ne se noue presque aucunerelation affective entre l'humain et l'animal, etcelui-ci doit souvent jouer son rôle décoratif dansdes conditions affligeantes. Des oiseaux doiventainsi passer toute leur vie dans des cagesminuscules, sous des climats qui ne leurconviennent absolument pas; des poissons passenttoute leur existence à tourner en rond dans unbocal de taille ridicule.Les animaux de compagnie n'ont pas seulement àsouffrir de l'irresponsabilité de leurs propriétaires.Les mauvais traitements et les pratiques sadiquess'exercent facilement sur ces êtres sans défense. Lecode pénal français, depuis le 6 janvier 1999,permet de punir de deux ans de prison ferme lesactes de cruautés envers animaux. Dans lapratique, et malgré le travail de vigilance desenquêteurs des associations de protection animale,la majorité de ces actes cruels ne sont jamaisrepérés. Et lorsqu'il y a procès, les peines infligéessont très variables et généralement bien en deçà dumaximum permis par la loi.

Que faire?Ne pas considérer l'animal comme un produit deconsommation courante, un objet que l'on achète etjette après usage; réfléchir longuement auxconséquences, contraintes et devoirs de la vie avecun animal.Eduquer les enfants, leur apprendre le respect desautres espèces que la nôtre, ne pas leur offrird'animal de la même façon que l'on offre un jouet.Ne jamais acheter d'animal exotique ou d'animaltrop différent de l'humain.Ne pas imposer des conditions de vieincompatibles avec les nécessités biologiques desespèces concernées: emprisonnement en cage,habitudes diurnes au lieu de nocturnes, conditionsclimatiques inadaptées. Si l'on décide finalementde prendre un animal, aller de préférence adopterun animal abandonné dans un refuge plutôt qu'enacheter un à un commerçant.

Texto adaptado, disponível em:<www.perso.wanadoo.fr/solis/compagn.htm>. Acessadoem 17/06/2004.

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GABARITO 1 UEM/CVU1.º Vestibular/2005 - Prova 3-Francês 25

21 – De acordo com os dois primeiros parágrafos,assinale o que for correto.01) Ao adquirir um animal, a maioria das pessoas

não pensa nos transtornos que podem ter maistarde.

02) Todas as pessoas que possuem animaisdomésticos devem esterilizá-los, pois, dessemodo, eles terão uma vida mais saudável.

04) Na França, milhares de cães e gatos sãoabandonados todos os anos.

08) Na maioria das vezes, as pessoas adquiremanimais de estimação de modo inconseqüente.

16) Antes de comprar um animal, é preciso decidir otamanho dele e o espaço disponível para ele.

32) Quem pensa muito antes de ter um animal deestimação acaba arrependendo-se de não ter tidoum mais cedo.

64) Um animal alegra a casa.

22 – Assinale a(s) alternativa(s) cujo conteúdo esteja deacordo com as informações contidas na frase "Unchiot ou un chaton est très mignon, mais il changerapidement de physionomie et va vivregénéralement de 10 à 15 ans, parfois davantage."(linhas de 4 a 7)01) Cães e gatos nunca param de mudar de

fisionomia.02) Cães e gatos de 10 a 15 anos de idade têm

dificuldade em ser adotados.04) Um cãozinho ou um gatinho nunca vive mais do

que 15 anos.08) O fato de os cães e os gatos viverem de 10 a 15

anos é uma desvantagem para quem os compra.16) A fisionomia de um cãozinho ou de um gatinho

muda rapidamente, principalmente quando elestêm de 10 a 15 anos de idade.

32) Um cãozinho ou um gatinho pode ser fofinho,mas eles crescem muito rápido.

64) Mesmo tendo mudado de fisionomia, cães egatos com 10 ou 15 anos de idade continuambonitos.

23 – A leitura do texto permite afirmar que ele01) procura conscientizar as pessoas a respeito das

responsabilidades que implica ter um animal deestimação.

02) faz referência à gravidade do tráfico e da vendailegal de animais.

04) divulga o trabalho realizado por uma sociedadeque socorre animais maltratados.

08) faz um alerta às pessoas, procurando adverti-lassobre os perigos de se ter animais de estimação.

16) procura incentivar as pessoas a adotaremanimais abandonados.

32) faz uma campanha de arrecadação de dinheiropara organizações não-governamentais quecuidam de animais abandonados.

64) critica a irresponsabilidade com que algumaspessoas tratam os animais.

24 – De acordo com o relatório Legeay, no terceiroparágrafo, pode(m) ser citado(s) como exemplos deviolência no comércio de animais01) a falta de assistência médica.02) a insuficiência de ventilação.04) a falta de comida.08) o transporte precário.16) a separação de filhotes dos seus donos.32) a rejeição de animais com defeitos físicos.64) o sacrifício de animais não-vendidos.

25 – De acordo com as recomendações que se encontramao final do texto, assinale a(s) alternativa(s) quecorresponde(m) ao que se deve fazer quando sedecide adotar um animal.01) Escolher primeiramente um nome.02) Dar preferência aos animais abandonados.04) Não tratar os animais como um objeto.08) No caso de um animal de grande porte, procurar

mantê-lo sempre preso.16) Evitar os animais exóticos.32) Ensinar as crianças a respeitar os animais.64) Adaptar as condições de vida do animal ao

ritmo da família adotiva.

26 – De acordo com o texto, o papel das associações quetrabalham em defesa dos animais é01) fazer um controle rigoroso da natalidade dos

animais de rua.02) promover campanhas de vacinação.04) punir os estabelecimentos que não estão de

acordo com as normas de vigilância sanitária.08) garantir a eutanásia de animais abandonados.16) zelar pelo bem-estar dos animais e procurar um

novo lar para aqueles que foram abandonados.32) criar leis que garantam a proteção dos animais.64) denunciar abusos contra animais.

26 UEM/CVU1.º Vestibular/2003 - Prova 3 GABARITO 1

27 – Assinale a(s) alternativa(s) em que se apresenta umequivalente da expressão avoir à que se encontra nafrase "Les animaux de compagnie n'ont passeulement à souffrir de l'irresponsabilité de leurspropriétaires." (linhas 55 e 56)01) querer02) poder04) saber08) dever16) crer32) acreditar64) gostar

28 – Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela(s)na(s) qual(is) a palavra grifada tem função deadvérbio de modo.01) "Abandons et mauvais traitements d'animaux de

compagnie" (título)02) "Pour beaucoup de propriétaires, le choix d'un

animal de compagnie se fait à la légère, sansmesurer les contraintes, les devoirs etl'engagement que cela implique." (linhas de 1 a4)

04) "Lorsque la gêne devient trop importante, enparticulier lors des départs en vacances, l'animalest couramment abandonné..." (linhas de 7 a 9)

08) "Les abandons de chats et de chiens, en France,se comptent chaque année par plusieurs dizainesde milliers." (linhas de 16 a 18)

16) "Les animaux de compagnie n'ont pas seulementà souffrir de l'irresponsabilité de leurspropriétaires." (linhas 55 e 56)

32) "Ne jamais acheter d'animal exotique oud'animal trop différent de l'humain." (linhas 77 e78)

64) "Ne pas imposer des conditions de vieincompatibles avec les nécessités biologiquesdes espèces concernées: emprisonnement encage..." (linhas de 79 a 81)

29 – Assinale a(s) alternativa(s) na(s) qual(is) a palavraleur(s) tenha a mesma função sintática em ambas asfrases.01) "Leur vie se termine souvent dans les

fourrières..." (linha 14) / "Il pointe du doigt lesséparations précoces des bébés de leur mère..."(linhas 35 e 36)

02) "Leurs critiques portent souvent sur lescommerces d'animaux..." (linhas de 25 a 27) /"Les animaux de compagnie n'ont pas seulementà souffrir de l'irresponsabilité de leurspropriétaires." (linhas 55 e 56)

04) "Leur vie se termine souvent dans lesfourrières..." (linha 14) / "Leurs critiques portentsouvent sur les commerces d'animaux..." (linhasde 25 a 27)

08) "Il pointe du doigt les séparations précoces desbébés de leur mère..." (linhas 35 e 36) / "Lesanimaux de compagnie n'ont pas seulement àsouffrir de l'irresponsabilité de leurspropriétaires." (linhas 55 e 56)

16) "...sous des climats qui ne leur conviennentabsolument pas..." (linhas 51 e 52) / "...despoissons passent toute leur existence à tourneren rond dans un bocal de taille ridicule." (linhasde 52 a 54)

32) "...sous des climats qui ne leur conviennentabsolument pas..." (linhas 51 e 52) / "Eduquerles enfants, leur apprendre le respect des autresespèces que la nôtre..." (linhas 74 e 75)

64) "Des oiseaux doivent ainsi passer toute leurvie..." (linhas 49 e 50) / "Eduquer les enfants,leur apprendre le respect des autres espèces quela nôtre..." (linhas 74 e 75)

30 – Assinale a(s) alternativa(s) que contenha(m) umapalavra que tenha relação de sentido com a palavragrifada na frase "Les animaux invendables(notamment pour cause de défaut physique), ou toutsimplement invendus, ont un sort peu enviable."(linhas de 39 a 42)01) envier02) envieux04) envoyer08) envoyeur16) envoi32) envie64) envieuse