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PROVA PREAMBULAR – ESCRIVÃO DE POLÍCIA (VUNESP 24.2.2013) -
VERSÃO 1
COMENTÁRIOS PROFESSORA SANDRA CERALDI CARRASCO
Língua portuguesa
A prova realizada no dia 24 de fevereiro pela fundação VUNESP trouxe 26
questões de Língua Portuguesa retiradas de textos informativos, cartum e
charge, selecionando o candidato por meio de interpretação textual, o que
contou com aproximadamente 50% da prova. A outra parcela dos
questionamentos ocorreu exatamente sobre regras normativas: crase,
concordância, regência, colocação pronominal, emprego de pronomes,
pontuação, correlação e grafia de verbos, tudo de forma tranquila e sem
“pegadinhas”. Veja os comentários a seguir:
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 04.
“Educação de Futuros Milionários”
descarta necessidade de curso superior
Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook, Sean Parker, presidente
fundador do Facebook, e Matt Mullenweg, criador do WordPress, são algumas
das pessoas que não concluíram o ensino superior e se tornaram profissionais
bem-sucedidos.
Buscando compreender o que considerou ser uma tendência para o
século 21, Michael Ellsberg realizou seu estudo, que resultou no livro Educação
de uturos Milionários, agora publicado no Brasil.
Descartar a necessidade de cursar uma faculdade não quer dizer que o
estudo se tornou obsoleto ou algo que pode ser negligenciado. Para Ellsberg,
ser autodidata e continuar estudando são as chaves para o sucesso
profissional.
(http://www1.folha.uol.com.br, 08.11.2012. Adaptado)
01. O termo tendência, em destaque no segundo parágrafo, refere-se ao fato de
(A) o estudo formal ter se tornado uma condição premente para a conquista de
altos salários no universo corporativo.
(B) existir a possibilidade de aumentar o número de profissionais bem-
sucedidos que não cursaram o ensino superior.
(C) a seleção de profissionais para o trabalho em grandes multinacionais
ignorar a formação escolar do candidato.
(D) o enriquecimento precoce entre jovens graduados ter se tornado certo.
(E) o sucesso profissional ser mais garantido àqueles jovens que não
chegaram a ingressar na universidade.
A alternativa correta, segundo o texto, é a “B”, uma vez que o texto informa que
alguns profissionais bem-sucedidos não concluíram o ensino superior e isso é
uma tendência para o século 21, conforme a ótica do pesquisador.
02. De acordo com a leitura do texto, para quem deseja alcançar o sucesso
profissional, permanecer estudando é
(A) improfícuo. (B) supérfluo. (C) excessivo. (D) imprescindível. (E) antiquado.
A alternativa correta é a “D”, segundo o texto, ser autoditada e continuar
estudando são as chaves do sucesso, por isso o estudo é imprescindível.
Descartadas as demais alternativas: improfícuo=improveitoso;
supérfluo=desnecessário; excessivo=exagerado; imprescindível=fundamental;
antiquado=ultrapassado).
03. Observe a passagem do primeiro parágrafo: ... são algumas das pessoas
que não concluíram o ensino superior e se tornaram profissionais bem-
sucedidos. Assinale a alternativa em que o acréscimo de uma conjunção
explicita a ideia de oposição entre as orações dessa passagem.
(A) e, assim, se tornaram profissionais bem-sucedidos.
(B) e, pois, se tornaram profissionais bem-sucedidos.
(C) e, contudo, se tornaram profissionais bem-sucedidos.
(D) e, portanto, se tornaram profissionais bem-sucedidos.
(E) e, porque, se tornaram profissionais bem-sucedidos.
A alternativa “C” apresenta ideia de oposição, adversão “contudo”. Já os
sentidos propostos nas outras opções apresentaram: assim=dessa forma;
pois=conclusão; portanto=conclusão; porque=conclusão.
04. No que se refere às regras de regência nominal, assinale a alternativa que
substitui corretamente a expressão destacada em – Buscando compreender o
que considerou ser uma tendência para o século 21, Michael Ellsberg realizou
seu estudo [...].
(A) Determinado a (B) Empenhado sob (C) Resolvido de
(D) Propenso em (E) Disposto com
A alternativa correta é a “A”, uma vez que “determinado=adj.)” exige a
preposição “a”, sem alteração de sentido na substituição. As demais
alternativas apresentam regência nominal destoante, tendo correção para:
empenhado (em); resolvido (a); propenso (a); disposto (a)
05. Assinale a alternativa que completa respectivamente as lacunas, em
conformidade com a norma-padrão de conjugação verbal. Há quem acredite
que alcançará o sucesso profissional ------------- quando um diploma de
mestrado, mas há aqueles que ------------- de opinião e procuram investir em
cursos profissionalizantes.
(A) obtiver … divirgem (B) obter … divergem (C) obtesse … devirgem
(D) obter … divirgem (E) obtiver … divergem
A alternativa correta é a “E” que atende a perfeita correlação verbal
(alcançará=futuro do presente do indicativo) com (obtiver=futuro do subjuntivo).
A forma verbal “divergem” está corretamente grafada.
Leia o cartum.
– Você pode contar comigo para o que der e vier, desde que seja em horário comercial.
(Mandrade, www1.folha.uol.com.br, 02.10.2012)
06. A expressão desde que estabelece, entre as orações, relação de
(A) condição. (B) comparação. (C) conformidade. (D) causa. (E) consequência.
A Alternativa correta é a “A”, e no cartum, expressa condição: “... contará
comigo... se for em horário comercial, caso seja em... “
Leia o texto para responder às questões de números 07 a 13.
Um mundo sem estantes
Um amigo entra na minha casa nova, vê as estantes ainda vazias e
começa o bombardeio: “Para que espaço para tanto livro? Livro está
acabando”. Ele não quer saber da vista, de nenhum detalhe da obra, da
arquitetura ou da decoração. O incômodo com as estantes é maior que tudo
isso.
Para me safar do cerco, banco o moderno. “Claro que eu sei, os livros
eletrônicos são o futuro. Mas isso aqui é para armazenar o que eu já tenho,
entende?” Cascata, tática diversionista. Eu sabia que, se já estava sob tiroteio
pesado, tudo iria piorar quando meu amigo visse a outra face do móvel. Ali, eu
dava os primeiros passos para guardar meus CDs. Mas o sentimento só dura
até o próximo balaço: “E esse monte de lugar para CDs? CD não vai existir
mais”. Em busca de trégua, sugiro sairmos para jantar. Encontramos a mulher
dele. Como na faixa de Gaza, o cessar-fogo tem curta duração. “O Álvaro está
maluco, botou um monte de estantes na casa nova, parece que não sabe que
livros e CDs estão condenados.”
Isso faz alguns anos. Nem preciso dizer que, tanto para livros quanto
para CDs, o espaço naquelas estantes, que pareciam obsoletas, está no fim. E
o mais irônico: meu amigo, profeta do apocalipse do plástico e do papel, nunca
chegou a comprar um leitor eletrônico de livros. Continua encomendando seus
volumes de papel. Já eu, dono do imóvel ultrapassado, adotei o livro digital.
Caminho sem volta para um mundo sem estantes? Talvez não.
O futuro desse universo cada vez mais digital é cheio de riscos. Imagine:
colapso na nuvem. Crashes de servidores, fibras ópticas rompidas, blecautes
em série nos principais polos hi-tech da Terra. Nos primórdios da web, uma
situação assim teria uma consequência grave: internet fora do ar. Grave, porém
única. Músicas, filmes e demais arquivos baixados pela rede estariam a salvo,
guardados nos computadores das casas das pessoas. Mas, hoje, tudo mudou.
Um crash gigantesco seria muito mais devastador. Porque cada vez menos
gente armazena em casa seus arquivos digitais. Está tudo em servidores
poderosos, espalhados pelo mundo. Nessa nuvem, digital e amorfa.
Não é fora de propósito imaginar um cenário de perda decontato com
essa nuvem. Sem livros físicos, sem CDs, os arquivos digitais ficariam perdidos
na nuvem isolada. A desordem digital extrema. E o mundo das ideias salvo
pelas estantes.
(Álvaro Pereira Júnior, Folha de S.Paulo, 08.12.2012. Adaptado)
Glossário:
crash: quebra, colapso
hi-tech: de tecnologia avançada
web: rede, internet
07. Na opinião do autor, os
(A) livros eletrônicos têm qualidade superior à dos livros físicos.
(B) CDs e os livros de papel devem ser descartados por ocuparem muito espaço.
(C) livros eletrônicos não deixarão lugar para os livros de papel.
(D) livros físicos podem continuar existindo ao lado dos eletrônicos.
(E) CDs, assim como os livros físicos, são antiquados e inúteis
Na opinião do autor, a alternativa que responde corretamente é a “D”, pois os
livros físicos podem e devem ser preservados ao lado do acervo informatizado,
extramente necessários em face de uma desordem digital extrema.
08. No segundo parágrafo, ao descrever a maneira como o amigo o abordou a
respeito de suas estantes para livros e CDs, o autor remete a um cenário de
(A) sonho, o que se evidencia pelo uso dos termos sentimento e maluco.
(B) guerra, o que se evidencia pelo uso dos termos tiroteio e cessar-fogo.
(C) festa, o que se evidencia pelo uso dos termos tática e jantar.
(D) comemoração, o que se evidencia pelo uso dos termos trégua e mulher.
(E) dança, o que se evidencia pelo uso dos termos móvel e passos.
A alternativa que se encaixa ao requisito é a “B”, “guerra”, pois os termos
utilizados de forma conotativa nos parágrafos foram “tiroteio” e “cessar-fogo”,
pois estava sendo bombardeado pelo amigo por ter estantes para livros físicos
e CDs.
09. Na expressão do terceiro parágrafo – profeta do apocalipse do plástico e do
papel –, o termo apocalipse tem sentido equivalente a
(A) descoberta. (B) êxito. (C) fim. (D) justiça. (E) resistência.
A Alternativa “C” corresponde ao termo apocalipse, que no texto, pela visão do
amigo, os livros físicos e CDs estão ultrapassados e deixando de existir, estão
no fim, em prol do futuro digital.
10. De acordo com o autor, o futuro digital é “cheio de riscos” porque
(A) o armazenamento de dados em servidores potentes é muito caro e
inacessível ao usuário comum.
(B) os servidores existentes são precários, com capacidade muito limitada para
armazenar informações.
(C) as pessoas continuam guardando os arquivos em papel nas suas casas,
onde há pouca segurança.
(D) os indivíduos perdem a liberdade de expressão ao permitirem que o
governo monitore seus dados.
(E) os usuários comuns não têm controle sobre o local em que seus dados são
armazenados.
A alternativa correta é a “E”, foi utilizado, nesse caso, o conceito do mais
adequado, pois o texto informa que o universo digital é cheio de riscos que
podem ameaçar aqueles que não têm por hábito armazenar seus dados em
arquivos em suas casas, mas, em servidores poderosos espalhados pelo
mundo.
11. Na frase do último parágrafo – Não é fora de propósito imaginar um
cenário de perda de contato com essa nuvem. –, a expressão em destaque
pode ser corretamente substituída, sem alteração da mensagem, por
(A) É contestável.
(B) É pertinente.
(C) É premeditado.
(D) É compulsório.
(E) É descabido.
A alternativa “B” traz a expressão “É pertinente” que pode ser substituída sem
prejuízo coesivo e coerente ao destaque do texto, pois o autor não descarta a
possibilidade de uma desordem digital extrema, que prejudicaria os arquivos
não preservados.
12. São antônimos, no texto, os termos
(A) moderno / ultrapassado.
(B) computadores / internet.
(C) salvo / guardados.
(D) primeiros / primórdios.
(E) amorfa / isolada.
A alternativa “A” apresenta termos antônimos “moderno/ultrapassado”. As
demais alternativas apresentam termos que se correspondem de forma
sinônima.
13. Assinale a alternativa cuja forma verbal em destaque expressa uma
hipótese.
(A) Já eu, dono do imóvel ultrapassado, adotei o livro digital. (terceiro
parágrafo)
(B) Porque cada vez menos gente armazena em casa seus arquivos digitais.
(quarto parágrafo)
(C) Como na faixa de Gaza, o cessar-fogo tem curta duração. (segundo
parágrafo)
(D) Sem livros físicos, sem CDs, os arquivos digitais ficariam perdidos na
nuvem isolada. (último parágrafo)
(E) Mas, hoje, tudo mudou. (quarto parágrafo)
A alternativa “D” apresenta verbo no futuro do pretérito “ficariam” e enseja fato
hipotético.
14. Assinale a alternativa em que a expressão em destaque está empregada
de acordo com a norma-padrão da língua.
(A) Imagino o futuro desse universo digital, cujo (que) parece ser cheio de
riscos e incertezas.
(B) Sugeri sairmos do apartamento para deixar de ouvir as críticas, o qual (as
quais) estavam me incomodando.
(C) Um colapso na nuvem trará graves consequências, as quais podem
envolver todo o tipo de usuário.
(D) Meu amigo criticou as estantes, as quais (cujos) espaços vazios seriam
ocupados por livros e CDs.
(E) Eu separei algumas estantes para guardar os CDs cujo (que) havia trazido
da casa de meus pais.
A alternativa correta de acordo com a norma padrão (emprego de pronomes
relativos) é a “C”. Observação, após cujo (indicador de posse) não podemos
usar artigos.
15. Assinale a alternativa em que a concordância se dá em conformidade com
a norma-padrão.
(A) Fazem (faz) anos que me mudei para este apartamento com minhas filhas,
que havia (haviam) acabado de voltar do exterior. (verbo “fazer” na indicação
de tempo é impessoal, 3ª pessoa do singular; verbo “haver”, auxiliar de
locuções verbais, pessoal, apresenta concordância, 3ª pessoa do plural)
(B) Os amigos que acreditavam no desaparecimento do livro teve (tiveram) de
rever suas convicções diante das vendas de livros, que continua (continuam)
aumentando. (verbo “teve” com flexão correta no plural “tiveram” bem como
“continuam”)
(C) Apesar de ter criticado as estantes, os amigos do autor concluiu
(concluíram) que era muito cômodo dispor de uma grande variedade de livros e
CDs. (amigos é o sujeito do verbo na frase)
(D) Já existe (existem) muitos jovens que tem (têm) baixado músicas pela
internet e já se desfez (desfizeram) de seus leitores de CDs tradicionais.
(jovens é sujeito dos verbos da frase)
(E) Um casal de amigos questionou a utilidade das estantes que haviam sido
compradas para o apartamento novo.
A alternativa correta em relação à concordância é a “E”.
16. Considerando as regras de regência verbal, assinale a alternativa correta.
(A) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo comentou que o livro
estava acabando.
(B) Enquanto seu amigo continua encomendando livros de papel, o autor
aderiu o livro digital.
(C) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair para jantar.
(D) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para armazenar livros e
CDs.
(E) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve foi o número de
estantes.
A alternativa correta é a “C” (“... convenceu-se de...”). As demais estão
destoantes: “... comentou que o livro...”; ““... aderiu a”...”; “ ... a que o autor
aludiu...”; “ ... a que o amigo se ateve ...”
Leia a charge.
O governo prometeu luz mais barata!
Só luz tá bom. Barata já tem muita!
(Duke, http://www.chargeonline.com.br, 08.12.2012)
17. O efeito cômico da charge liga-se ao fato de serem empregados com duplo
sentido os termos
(A) governo e bom. (B) mais e barata. (C) luz e bom.
(D) governo e prometeu. (E) prometeu e luz.
O duplo sentido ocorreu na alternativa “B”, mais barata no primeiro diálogo,
que sugeriu entendimento denotativo “além da conta, muito barata”; entretanto,
no segundo, barata já tem muita, apresentou sentido conotativo e sugeriu
“muitos insetos”.
Leia o texto para responder às questões de números 18 a 22.
A visão monumental
Nada superará a beleza, nem todos os ângulos retos da razão. Assim
reivindicava pensar o maior arquiteto e mais invocado sonhador do Brasil.
Morto em 5 de dezembro de 2012 de insuficiência respiratória, a dez dias de
completar, com uma festa, 105 anos de idade, Oscar Niemeyer propusera sua
própria revolução arquitetônica baseado em uma interpretação do corpo da
mulher. “Único gênio” do Brasil, como o queria o sociólogo Darcy Ribeiro, ele
foi duro nas convicções pessoais, mas brando ao conceber os monumentos de
concreto.
Nos últimos tempos, o artista dizia no estilo direto habitual que, fosse um
rapaz hoje, em lugar de fazer arquitetura, percorreria a rua protestando contra
este mundo em que vivemos. Acontece que ele jamais deixara de imaginar um
mundo diferente, mesmo na juventude que parecia sempre acompanhá-lo. (Ele
jurava não sentir qualquer diferença, por exemplo, entre seus 60 anos e o
recém-completado centenário.)
Niemeyer acreditava incutir o ardor em quem experimentava suas
construções. “A arquitetura sempre expressará o progresso técnico e social do
país em que se estabelece. E, se nós desejamos dar ao homem o que lhe falta,
devemos participar da luta política”, disse uma vez. No fim da vida, contudo,
parecia descrente da função social da arquitetura. “Mas, quando ela é bonita e
diferente, proporciona pelo menos aos pobres e ricos um momento de surpresa
e admiração.” Como se todos pudessem lavar os olhos com sua arte enquanto
a revolução não vem.
“Passei a vida debruçado na prancheta, mas a vida é mais importante do
que a arquitetura”, gostava de dizer. “A arquitetura não muda nada, mas a vida
pode mudar a arquitetura”. Foi bisavô e tataravô, casado duas vezes, a última
há quatro anos. E, até as últimas internações, nunca dispensou a conversa
com os amigos sobre seus projetos e um copo de vinho na hora do almoço.
Niemeyer soube sintetizar a urgência das coisas: “A vida é demasiado curta, é
um minuto. Um minuto que passa depressa”.
(Rosane Pavan, http://www.cartacapital.com.br, 07.12.2012. Adaptado)
18. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que, no fim da vida, Niemeyer
acreditava que a arquitetura
(A) limita-se a encantar as classes mais abastadas do país.
(B) pode emocionar pobres e ricos quando é bonita e diferente.
(C) deve ser praticada com o objetivo de mudar a sociedade.
(D) é capaz de provocar profundas revoluções políticas.
(E) precisa ser mais funcional do que bela para ser reconhecida.
A alternativa “B” é a correta e retrata de forma bem clara o pensamento
disposto de Niemeyer no terceiro parágrafo.
19. Um ensinamento deixado por Niemeyer, apontado no texto, diz respeito à
valorização
(A) da vida.
(B) dos partidos políticos.
(C) da religião.
(D) do talento nato.
(E) da lógica.
O último parágrafo revela o enaltecimento da vida na ótica do arquiteto
Niemeyer; portanto a alternativa correta é a “A”.
20. No trecho do primeiro parágrafo – ... ele foi duro nas convicções pessoais,
mas brando ao conceber os monumentos de concreto. –, ao empregar o termo
brando para descrever os monumentos de concreto, a autora chama a atenção
para uma característica das obras de Niemeyer, que é a
(A) grandiosidade. (B) resistência. (C) afetação. (D) onerosidade. (E) leveza.
A alternativa correta é a “E”, pois o termo “brando” retrata a leveza (delicadeza)
de suas obras importantes renomadas com espírito voltado para o social e não
para as suas convicções pessoais.
21. Observe a passagem do segundo parágrafo:
Nos últimos tempos, o artista dizia no estilo direto habitual que, fosse um
rapaz hoje, em lugar de fazer arquitetura, percorreria a rua protestando contra
este mundo em que vivemos. Assinale a alternativa que apresenta uma
expressão que introduz a oração destacada, sem alterar o sentido do texto.
(A) já que (B) ainda que (C) embora (D) se acaso (E) porque
A alternativa que introduz a oração destacada é a “D”, pois se trata de
circunstância condicional. As demais alternativas expressam contextos
diversos: “já que – causa”; “ainda que – concessão”; “embora = concessão”;
“se acaso = condição”; “porque = causa ou explicação”.
22. Assinale a alternativa em que a palavra destacada pode ser corretamente
substituída pelo termo entre parênteses, sem alteração do sentido da frase.
(A) Niemeyer acreditava incutir o ardor (subst.) em quem experimentava suas
construções. (ardorosamente)
(B) ... mas sinuoso ao conceber os monumentos de concreto (subst.).
(concretamente)
(C) A vida é demasiado (adv.) curta... (demasiadamente)
(D) ... ele foi duro nas convicções pessoais (adj.)... (pessoalmente)
(E) ... parecia descrente da função social (adj.) da arquitetura. (socialmente)
A alternativa correta é a “C”, pois o advérbio demasiadamente (demasiado=adj.
+ -mente=sufixo) é intensificador, apesar de apresentar sufixo que,
geralmente, sugere modo e, nesse caso, pode ser substituído pela expressão
“demasiado” que já intensificava o adjetivo “curta”. Nas demais alternativas, os
advérbios de modo que foram formados pelas palavras em negrito mudaram o
sentido das frases.
23. Considerando a norma-padrão, assinale a alternativa correta quanto à
concordância nominal.
(A) Foi formada, graças a Niemeyer, uma geração de novos arquitetos
dedicados a dar continuidade a seus projetos.
(B) Já foram realizado(s), em diferentes universidades, vários estudos sobre a
produção do arquiteto brasileiro.
(C) Considerado(a) uma das criações mais inovadoras do século XX, a
arquitetura de Niemeyer é singular.
(D) Seria celebrado(a), no Rio de Janeiro, uma grande festa em comemoração
aos 105 anos de Oscar Niemeyer.
(E) As visitas a Brasília se tornaram frequente(s), em especial para se apreciar
a arquitetura de Niemeyer.
A alternativa correta é a “A”. As demais alternativas apresentam erros de
concordância nominal (correção na própria questão).
24. Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está empregado
corretamente.
(A) A combinação de vidro e concreto armado é comum à praticamente toda a
obra de Niemeyer. (não se usa vírgula diante de pronome indefinido “toda”
(B) No ano passado, Niemeyer falou à vários estudantes de arquitetura.
(C) Em Belo Horizonte, fomos à uma igreja projetada por Niemeyer.
(D) Niemeyer sempre procurava integrar suas construções à paisagem local.
(E) Darcy Ribeiro chegou à atribuir ao arquiteto o título de “único gênio” do
Brasil.
A alternativa correta é a “D”, trocando-se “paisagem” por outro termo masculino
da mesma relação se obtém “ao”. Já nas demais alternativas, os erros
ocorreram por: “à praticamente toda” (não se usa crase antes de pronomes
indefinidos, e o termo praticamente não integra locução adverbial feminina); “à
vários” (não se usa crase diante de pronome indefinido); “à uma igreja” (não há
crase diante de artigo indefinido”; “ à atribuir” (não há crase diante de verbo).
25. Assinale a alternativa em que a colocação pronominal se dá em
conformidade com a norma-padrão.
(A) Muito tem debatido-se acerca da relação entre arquitetura, arte e
praticidade. (muito= pronome indefinido atrai próclise “Muito se tem...”)
(B) Ninguém questiona-se a respeito do caráter original da obra de Niemeyer.
(ninguém= pronome indefinido atrai próclise “Ninguém se questiona”)
(C) Não deve-se esquecer que Niemeyer sempre teve a colaboração de
excelentes engenheiros. (não= palavra negativa atrai próclise “Não se deve
esquecer...”)
(D) Em Niterói, há um museu que ergue-se como o cálice de uma flor.
(que=pronome relativo atrai próclise “... que se ergue...”)
(E) O casal encontrou-se em São Paulo, no Memorial da América Latina. (usa-
se próclise ou ênclise, pois não há partículas atrativas de próclise)
A alternativa correta é a “E”
Leia o cartum.
– Dando continuidade à série “Culinária Saudável”, vamos fazer hoje um leitão à pururuca, sem utilizar a
carne de porco.
(Zero, http://www.cartuns.com.br, 08.12.2012)
26. Assinale a alternativa em que a frase do cartum está reescrita
corretamente, no que se refere à pontuação.
– Dando continuidade à série “Culinária Saudável”,
(A) vamos fazer um leitão à pururuca, hoje, sem utilizar a carne de porco.
(B) vamos fazer, um leitão à pururuca hoje, sem utilizar a carne de porco.
(C) vamos fazer um leitão à pururuca, sem utilizar hoje, a carne de porco.
(D) vamos fazer, um leitão à pururuca, sem utilizar a carne de porco hoje.
(E) vamos fazer um leitão à pururuca, sem utilizar, hoje a carne de porco.
A alternativa correta é a “A”. O advérbio “hoje” que integra a segunda oração
do período utilizado no cartum está deslocado e intercalado à sequência de
orações de forma correta, daí o uso das vírgulas.
A alternativa “B” está errada, pois não se usa vírgula ente o sujeito e o
predicado.
A Alternativa “C” apresenta erro no advérbio “hoje”, que deveria estar entre
vírgulas, já que está intercalado na última oração.
A alternativa “D” apresenta erro com o uso da vírgula entre o sujeito e
predicado na primeira oração.
A alternativa “E” apresenta novamente erro do emprego da vírgula nos mesmos
moldes da alternativa “C” (o advérbio “hoje” deveria estar entre vírgulas, já que
está intercalado na última oração).
Professora Sandra Ceraldi Carrasco, consultora e especialista em língua portuguesa, autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras, com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é coordenadora do curso preparatório IPA. Contato: [email protected].