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PROVA PREAMBULAR ESCRIVÃO DE POLÍCIA (VUNESP 24.2.2013) - VERSÃO 1 COMENTÁRIOS PROFESSORA SANDRA CERALDI CARRASCO Língua portuguesa A prova realizada no dia 24 de fevereiro pela fundação VUNESP trouxe 26 questões de Língua Portuguesa retiradas de textos informativos, cartum e charge, selecionando o candidato por meio de interpretação textual, o que contou com aproximadamente 50% da prova. A outra parcela dos questionamentos ocorreu exatamente sobre regras normativas: crase, concordância, regência, colocação pronominal, emprego de pronomes, pontuação, correlação e grafia de verbos, tudo de forma tranquila e sem “pegadinhas”. Veja os comentários a seguir: Leia o texto para responder às questões de números 01 a 04. “Educação de Futuros Milionários” descarta necessidade de curso superior Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook, Sean Parker, presidente fundador do Facebook, e Matt Mullenweg, criador do WordPress, são algumas das pessoas que não concluíram o ensino superior e se tornaram profissionais bem-sucedidos. Buscando compreender o que considerou ser uma tendência para o século 21, Michael Ellsberg realizou seu estudo, que resultou no livro Educação de uturos Milionários, agora publicado no Brasil. Descartar a necessidade de cursar uma faculdade não quer dizer que o estudo se tornou obsoleto ou algo que pode ser negligenciado. Para Ellsberg, ser autodidata e continuar estudando são as chaves para o sucesso profissional. (http://www1.folha.uol.com.br, 08.11.2012. Adaptado)

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PROVA PREAMBULAR – ESCRIVÃO DE POLÍCIA (VUNESP 24.2.2013) -

VERSÃO 1

COMENTÁRIOS PROFESSORA SANDRA CERALDI CARRASCO

Língua portuguesa

A prova realizada no dia 24 de fevereiro pela fundação VUNESP trouxe 26

questões de Língua Portuguesa retiradas de textos informativos, cartum e

charge, selecionando o candidato por meio de interpretação textual, o que

contou com aproximadamente 50% da prova. A outra parcela dos

questionamentos ocorreu exatamente sobre regras normativas: crase,

concordância, regência, colocação pronominal, emprego de pronomes,

pontuação, correlação e grafia de verbos, tudo de forma tranquila e sem

“pegadinhas”. Veja os comentários a seguir:

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 04.

“Educação de Futuros Milionários”

descarta necessidade de curso superior

Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook, Sean Parker, presidente

fundador do Facebook, e Matt Mullenweg, criador do WordPress, são algumas

das pessoas que não concluíram o ensino superior e se tornaram profissionais

bem-sucedidos.

Buscando compreender o que considerou ser uma tendência para o

século 21, Michael Ellsberg realizou seu estudo, que resultou no livro Educação

de uturos Milionários, agora publicado no Brasil.

Descartar a necessidade de cursar uma faculdade não quer dizer que o

estudo se tornou obsoleto ou algo que pode ser negligenciado. Para Ellsberg,

ser autodidata e continuar estudando são as chaves para o sucesso

profissional.

(http://www1.folha.uol.com.br, 08.11.2012. Adaptado)

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01. O termo tendência, em destaque no segundo parágrafo, refere-se ao fato de

(A) o estudo formal ter se tornado uma condição premente para a conquista de

altos salários no universo corporativo.

(B) existir a possibilidade de aumentar o número de profissionais bem-

sucedidos que não cursaram o ensino superior.

(C) a seleção de profissionais para o trabalho em grandes multinacionais

ignorar a formação escolar do candidato.

(D) o enriquecimento precoce entre jovens graduados ter se tornado certo.

(E) o sucesso profissional ser mais garantido àqueles jovens que não

chegaram a ingressar na universidade.

A alternativa correta, segundo o texto, é a “B”, uma vez que o texto informa que

alguns profissionais bem-sucedidos não concluíram o ensino superior e isso é

uma tendência para o século 21, conforme a ótica do pesquisador.

02. De acordo com a leitura do texto, para quem deseja alcançar o sucesso

profissional, permanecer estudando é

(A) improfícuo. (B) supérfluo. (C) excessivo. (D) imprescindível. (E) antiquado.

A alternativa correta é a “D”, segundo o texto, ser autoditada e continuar

estudando são as chaves do sucesso, por isso o estudo é imprescindível.

Descartadas as demais alternativas: improfícuo=improveitoso;

supérfluo=desnecessário; excessivo=exagerado; imprescindível=fundamental;

antiquado=ultrapassado).

03. Observe a passagem do primeiro parágrafo: ... são algumas das pessoas

que não concluíram o ensino superior e se tornaram profissionais bem-

sucedidos. Assinale a alternativa em que o acréscimo de uma conjunção

explicita a ideia de oposição entre as orações dessa passagem.

(A) e, assim, se tornaram profissionais bem-sucedidos.

(B) e, pois, se tornaram profissionais bem-sucedidos.

(C) e, contudo, se tornaram profissionais bem-sucedidos.

(D) e, portanto, se tornaram profissionais bem-sucedidos.

(E) e, porque, se tornaram profissionais bem-sucedidos.

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A alternativa “C” apresenta ideia de oposição, adversão “contudo”. Já os

sentidos propostos nas outras opções apresentaram: assim=dessa forma;

pois=conclusão; portanto=conclusão; porque=conclusão.

04. No que se refere às regras de regência nominal, assinale a alternativa que

substitui corretamente a expressão destacada em – Buscando compreender o

que considerou ser uma tendência para o século 21, Michael Ellsberg realizou

seu estudo [...].

(A) Determinado a (B) Empenhado sob (C) Resolvido de

(D) Propenso em (E) Disposto com

A alternativa correta é a “A”, uma vez que “determinado=adj.)” exige a

preposição “a”, sem alteração de sentido na substituição. As demais

alternativas apresentam regência nominal destoante, tendo correção para:

empenhado (em); resolvido (a); propenso (a); disposto (a)

05. Assinale a alternativa que completa respectivamente as lacunas, em

conformidade com a norma-padrão de conjugação verbal. Há quem acredite

que alcançará o sucesso profissional ------------- quando um diploma de

mestrado, mas há aqueles que ------------- de opinião e procuram investir em

cursos profissionalizantes.

(A) obtiver … divirgem (B) obter … divergem (C) obtesse … devirgem

(D) obter … divirgem (E) obtiver … divergem

A alternativa correta é a “E” que atende a perfeita correlação verbal

(alcançará=futuro do presente do indicativo) com (obtiver=futuro do subjuntivo).

A forma verbal “divergem” está corretamente grafada.

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Leia o cartum.

– Você pode contar comigo para o que der e vier, desde que seja em horário comercial.

(Mandrade, www1.folha.uol.com.br, 02.10.2012)

06. A expressão desde que estabelece, entre as orações, relação de

(A) condição. (B) comparação. (C) conformidade. (D) causa. (E) consequência.

A Alternativa correta é a “A”, e no cartum, expressa condição: “... contará

comigo... se for em horário comercial, caso seja em... “

Leia o texto para responder às questões de números 07 a 13.

Um mundo sem estantes

Um amigo entra na minha casa nova, vê as estantes ainda vazias e

começa o bombardeio: “Para que espaço para tanto livro? Livro está

acabando”. Ele não quer saber da vista, de nenhum detalhe da obra, da

arquitetura ou da decoração. O incômodo com as estantes é maior que tudo

isso.

Para me safar do cerco, banco o moderno. “Claro que eu sei, os livros

eletrônicos são o futuro. Mas isso aqui é para armazenar o que eu já tenho,

entende?” Cascata, tática diversionista. Eu sabia que, se já estava sob tiroteio

pesado, tudo iria piorar quando meu amigo visse a outra face do móvel. Ali, eu

dava os primeiros passos para guardar meus CDs. Mas o sentimento só dura

até o próximo balaço: “E esse monte de lugar para CDs? CD não vai existir

mais”. Em busca de trégua, sugiro sairmos para jantar. Encontramos a mulher

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dele. Como na faixa de Gaza, o cessar-fogo tem curta duração. “O Álvaro está

maluco, botou um monte de estantes na casa nova, parece que não sabe que

livros e CDs estão condenados.”

Isso faz alguns anos. Nem preciso dizer que, tanto para livros quanto

para CDs, o espaço naquelas estantes, que pareciam obsoletas, está no fim. E

o mais irônico: meu amigo, profeta do apocalipse do plástico e do papel, nunca

chegou a comprar um leitor eletrônico de livros. Continua encomendando seus

volumes de papel. Já eu, dono do imóvel ultrapassado, adotei o livro digital.

Caminho sem volta para um mundo sem estantes? Talvez não.

O futuro desse universo cada vez mais digital é cheio de riscos. Imagine:

colapso na nuvem. Crashes de servidores, fibras ópticas rompidas, blecautes

em série nos principais polos hi-tech da Terra. Nos primórdios da web, uma

situação assim teria uma consequência grave: internet fora do ar. Grave, porém

única. Músicas, filmes e demais arquivos baixados pela rede estariam a salvo,

guardados nos computadores das casas das pessoas. Mas, hoje, tudo mudou.

Um crash gigantesco seria muito mais devastador. Porque cada vez menos

gente armazena em casa seus arquivos digitais. Está tudo em servidores

poderosos, espalhados pelo mundo. Nessa nuvem, digital e amorfa.

Não é fora de propósito imaginar um cenário de perda decontato com

essa nuvem. Sem livros físicos, sem CDs, os arquivos digitais ficariam perdidos

na nuvem isolada. A desordem digital extrema. E o mundo das ideias salvo

pelas estantes.

(Álvaro Pereira Júnior, Folha de S.Paulo, 08.12.2012. Adaptado)

Glossário:

crash: quebra, colapso

hi-tech: de tecnologia avançada

web: rede, internet

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07. Na opinião do autor, os

(A) livros eletrônicos têm qualidade superior à dos livros físicos.

(B) CDs e os livros de papel devem ser descartados por ocuparem muito espaço.

(C) livros eletrônicos não deixarão lugar para os livros de papel.

(D) livros físicos podem continuar existindo ao lado dos eletrônicos.

(E) CDs, assim como os livros físicos, são antiquados e inúteis

Na opinião do autor, a alternativa que responde corretamente é a “D”, pois os

livros físicos podem e devem ser preservados ao lado do acervo informatizado,

extramente necessários em face de uma desordem digital extrema.

08. No segundo parágrafo, ao descrever a maneira como o amigo o abordou a

respeito de suas estantes para livros e CDs, o autor remete a um cenário de

(A) sonho, o que se evidencia pelo uso dos termos sentimento e maluco.

(B) guerra, o que se evidencia pelo uso dos termos tiroteio e cessar-fogo.

(C) festa, o que se evidencia pelo uso dos termos tática e jantar.

(D) comemoração, o que se evidencia pelo uso dos termos trégua e mulher.

(E) dança, o que se evidencia pelo uso dos termos móvel e passos.

A alternativa que se encaixa ao requisito é a “B”, “guerra”, pois os termos

utilizados de forma conotativa nos parágrafos foram “tiroteio” e “cessar-fogo”,

pois estava sendo bombardeado pelo amigo por ter estantes para livros físicos

e CDs.

09. Na expressão do terceiro parágrafo – profeta do apocalipse do plástico e do

papel –, o termo apocalipse tem sentido equivalente a

(A) descoberta. (B) êxito. (C) fim. (D) justiça. (E) resistência.

A Alternativa “C” corresponde ao termo apocalipse, que no texto, pela visão do

amigo, os livros físicos e CDs estão ultrapassados e deixando de existir, estão

no fim, em prol do futuro digital.

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10. De acordo com o autor, o futuro digital é “cheio de riscos” porque

(A) o armazenamento de dados em servidores potentes é muito caro e

inacessível ao usuário comum.

(B) os servidores existentes são precários, com capacidade muito limitada para

armazenar informações.

(C) as pessoas continuam guardando os arquivos em papel nas suas casas,

onde há pouca segurança.

(D) os indivíduos perdem a liberdade de expressão ao permitirem que o

governo monitore seus dados.

(E) os usuários comuns não têm controle sobre o local em que seus dados são

armazenados.

A alternativa correta é a “E”, foi utilizado, nesse caso, o conceito do mais

adequado, pois o texto informa que o universo digital é cheio de riscos que

podem ameaçar aqueles que não têm por hábito armazenar seus dados em

arquivos em suas casas, mas, em servidores poderosos espalhados pelo

mundo.

11. Na frase do último parágrafo – Não é fora de propósito imaginar um

cenário de perda de contato com essa nuvem. –, a expressão em destaque

pode ser corretamente substituída, sem alteração da mensagem, por

(A) É contestável.

(B) É pertinente.

(C) É premeditado.

(D) É compulsório.

(E) É descabido.

A alternativa “B” traz a expressão “É pertinente” que pode ser substituída sem

prejuízo coesivo e coerente ao destaque do texto, pois o autor não descarta a

possibilidade de uma desordem digital extrema, que prejudicaria os arquivos

não preservados.

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12. São antônimos, no texto, os termos

(A) moderno / ultrapassado.

(B) computadores / internet.

(C) salvo / guardados.

(D) primeiros / primórdios.

(E) amorfa / isolada.

A alternativa “A” apresenta termos antônimos “moderno/ultrapassado”. As

demais alternativas apresentam termos que se correspondem de forma

sinônima.

13. Assinale a alternativa cuja forma verbal em destaque expressa uma

hipótese.

(A) Já eu, dono do imóvel ultrapassado, adotei o livro digital. (terceiro

parágrafo)

(B) Porque cada vez menos gente armazena em casa seus arquivos digitais.

(quarto parágrafo)

(C) Como na faixa de Gaza, o cessar-fogo tem curta duração. (segundo

parágrafo)

(D) Sem livros físicos, sem CDs, os arquivos digitais ficariam perdidos na

nuvem isolada. (último parágrafo)

(E) Mas, hoje, tudo mudou. (quarto parágrafo)

A alternativa “D” apresenta verbo no futuro do pretérito “ficariam” e enseja fato

hipotético.

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14. Assinale a alternativa em que a expressão em destaque está empregada

de acordo com a norma-padrão da língua.

(A) Imagino o futuro desse universo digital, cujo (que) parece ser cheio de

riscos e incertezas.

(B) Sugeri sairmos do apartamento para deixar de ouvir as críticas, o qual (as

quais) estavam me incomodando.

(C) Um colapso na nuvem trará graves consequências, as quais podem

envolver todo o tipo de usuário.

(D) Meu amigo criticou as estantes, as quais (cujos) espaços vazios seriam

ocupados por livros e CDs.

(E) Eu separei algumas estantes para guardar os CDs cujo (que) havia trazido

da casa de meus pais.

A alternativa correta de acordo com a norma padrão (emprego de pronomes

relativos) é a “C”. Observação, após cujo (indicador de posse) não podemos

usar artigos.

15. Assinale a alternativa em que a concordância se dá em conformidade com

a norma-padrão.

(A) Fazem (faz) anos que me mudei para este apartamento com minhas filhas,

que havia (haviam) acabado de voltar do exterior. (verbo “fazer” na indicação

de tempo é impessoal, 3ª pessoa do singular; verbo “haver”, auxiliar de

locuções verbais, pessoal, apresenta concordância, 3ª pessoa do plural)

(B) Os amigos que acreditavam no desaparecimento do livro teve (tiveram) de

rever suas convicções diante das vendas de livros, que continua (continuam)

aumentando. (verbo “teve” com flexão correta no plural “tiveram” bem como

“continuam”)

(C) Apesar de ter criticado as estantes, os amigos do autor concluiu

(concluíram) que era muito cômodo dispor de uma grande variedade de livros e

CDs. (amigos é o sujeito do verbo na frase)

(D) Já existe (existem) muitos jovens que tem (têm) baixado músicas pela

internet e já se desfez (desfizeram) de seus leitores de CDs tradicionais.

(jovens é sujeito dos verbos da frase)

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(E) Um casal de amigos questionou a utilidade das estantes que haviam sido

compradas para o apartamento novo.

A alternativa correta em relação à concordância é a “E”.

16. Considerando as regras de regência verbal, assinale a alternativa correta.

(A) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo comentou que o livro

estava acabando.

(B) Enquanto seu amigo continua encomendando livros de papel, o autor

aderiu o livro digital.

(C) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair para jantar.

(D) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para armazenar livros e

CDs.

(E) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve foi o número de

estantes.

A alternativa correta é a “C” (“... convenceu-se de...”). As demais estão

destoantes: “... comentou que o livro...”; ““... aderiu a”...”; “ ... a que o autor

aludiu...”; “ ... a que o amigo se ateve ...”

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Leia a charge.

O governo prometeu luz mais barata!

Só luz tá bom. Barata já tem muita!

(Duke, http://www.chargeonline.com.br, 08.12.2012)

17. O efeito cômico da charge liga-se ao fato de serem empregados com duplo

sentido os termos

(A) governo e bom. (B) mais e barata. (C) luz e bom.

(D) governo e prometeu. (E) prometeu e luz.

O duplo sentido ocorreu na alternativa “B”, mais barata no primeiro diálogo,

que sugeriu entendimento denotativo “além da conta, muito barata”; entretanto,

no segundo, barata já tem muita, apresentou sentido conotativo e sugeriu

“muitos insetos”.

Leia o texto para responder às questões de números 18 a 22.

A visão monumental

Nada superará a beleza, nem todos os ângulos retos da razão. Assim

reivindicava pensar o maior arquiteto e mais invocado sonhador do Brasil.

Morto em 5 de dezembro de 2012 de insuficiência respiratória, a dez dias de

completar, com uma festa, 105 anos de idade, Oscar Niemeyer propusera sua

própria revolução arquitetônica baseado em uma interpretação do corpo da

mulher. “Único gênio” do Brasil, como o queria o sociólogo Darcy Ribeiro, ele

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foi duro nas convicções pessoais, mas brando ao conceber os monumentos de

concreto.

Nos últimos tempos, o artista dizia no estilo direto habitual que, fosse um

rapaz hoje, em lugar de fazer arquitetura, percorreria a rua protestando contra

este mundo em que vivemos. Acontece que ele jamais deixara de imaginar um

mundo diferente, mesmo na juventude que parecia sempre acompanhá-lo. (Ele

jurava não sentir qualquer diferença, por exemplo, entre seus 60 anos e o

recém-completado centenário.)

Niemeyer acreditava incutir o ardor em quem experimentava suas

construções. “A arquitetura sempre expressará o progresso técnico e social do

país em que se estabelece. E, se nós desejamos dar ao homem o que lhe falta,

devemos participar da luta política”, disse uma vez. No fim da vida, contudo,

parecia descrente da função social da arquitetura. “Mas, quando ela é bonita e

diferente, proporciona pelo menos aos pobres e ricos um momento de surpresa

e admiração.” Como se todos pudessem lavar os olhos com sua arte enquanto

a revolução não vem.

“Passei a vida debruçado na prancheta, mas a vida é mais importante do

que a arquitetura”, gostava de dizer. “A arquitetura não muda nada, mas a vida

pode mudar a arquitetura”. Foi bisavô e tataravô, casado duas vezes, a última

há quatro anos. E, até as últimas internações, nunca dispensou a conversa

com os amigos sobre seus projetos e um copo de vinho na hora do almoço.

Niemeyer soube sintetizar a urgência das coisas: “A vida é demasiado curta, é

um minuto. Um minuto que passa depressa”.

(Rosane Pavan, http://www.cartacapital.com.br, 07.12.2012. Adaptado)

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18. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que, no fim da vida, Niemeyer

acreditava que a arquitetura

(A) limita-se a encantar as classes mais abastadas do país.

(B) pode emocionar pobres e ricos quando é bonita e diferente.

(C) deve ser praticada com o objetivo de mudar a sociedade.

(D) é capaz de provocar profundas revoluções políticas.

(E) precisa ser mais funcional do que bela para ser reconhecida.

A alternativa “B” é a correta e retrata de forma bem clara o pensamento

disposto de Niemeyer no terceiro parágrafo.

19. Um ensinamento deixado por Niemeyer, apontado no texto, diz respeito à

valorização

(A) da vida.

(B) dos partidos políticos.

(C) da religião.

(D) do talento nato.

(E) da lógica.

O último parágrafo revela o enaltecimento da vida na ótica do arquiteto

Niemeyer; portanto a alternativa correta é a “A”.

20. No trecho do primeiro parágrafo – ... ele foi duro nas convicções pessoais,

mas brando ao conceber os monumentos de concreto. –, ao empregar o termo

brando para descrever os monumentos de concreto, a autora chama a atenção

para uma característica das obras de Niemeyer, que é a

(A) grandiosidade. (B) resistência. (C) afetação. (D) onerosidade. (E) leveza.

A alternativa correta é a “E”, pois o termo “brando” retrata a leveza (delicadeza)

de suas obras importantes renomadas com espírito voltado para o social e não

para as suas convicções pessoais.

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21. Observe a passagem do segundo parágrafo:

Nos últimos tempos, o artista dizia no estilo direto habitual que, fosse um

rapaz hoje, em lugar de fazer arquitetura, percorreria a rua protestando contra

este mundo em que vivemos. Assinale a alternativa que apresenta uma

expressão que introduz a oração destacada, sem alterar o sentido do texto.

(A) já que (B) ainda que (C) embora (D) se acaso (E) porque

A alternativa que introduz a oração destacada é a “D”, pois se trata de

circunstância condicional. As demais alternativas expressam contextos

diversos: “já que – causa”; “ainda que – concessão”; “embora = concessão”;

“se acaso = condição”; “porque = causa ou explicação”.

22. Assinale a alternativa em que a palavra destacada pode ser corretamente

substituída pelo termo entre parênteses, sem alteração do sentido da frase.

(A) Niemeyer acreditava incutir o ardor (subst.) em quem experimentava suas

construções. (ardorosamente)

(B) ... mas sinuoso ao conceber os monumentos de concreto (subst.).

(concretamente)

(C) A vida é demasiado (adv.) curta... (demasiadamente)

(D) ... ele foi duro nas convicções pessoais (adj.)... (pessoalmente)

(E) ... parecia descrente da função social (adj.) da arquitetura. (socialmente)

A alternativa correta é a “C”, pois o advérbio demasiadamente (demasiado=adj.

+ -mente=sufixo) é intensificador, apesar de apresentar sufixo que,

geralmente, sugere modo e, nesse caso, pode ser substituído pela expressão

“demasiado” que já intensificava o adjetivo “curta”. Nas demais alternativas, os

advérbios de modo que foram formados pelas palavras em negrito mudaram o

sentido das frases.

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23. Considerando a norma-padrão, assinale a alternativa correta quanto à

concordância nominal.

(A) Foi formada, graças a Niemeyer, uma geração de novos arquitetos

dedicados a dar continuidade a seus projetos.

(B) Já foram realizado(s), em diferentes universidades, vários estudos sobre a

produção do arquiteto brasileiro.

(C) Considerado(a) uma das criações mais inovadoras do século XX, a

arquitetura de Niemeyer é singular.

(D) Seria celebrado(a), no Rio de Janeiro, uma grande festa em comemoração

aos 105 anos de Oscar Niemeyer.

(E) As visitas a Brasília se tornaram frequente(s), em especial para se apreciar

a arquitetura de Niemeyer.

A alternativa correta é a “A”. As demais alternativas apresentam erros de

concordância nominal (correção na própria questão).

24. Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está empregado

corretamente.

(A) A combinação de vidro e concreto armado é comum à praticamente toda a

obra de Niemeyer. (não se usa vírgula diante de pronome indefinido “toda”

(B) No ano passado, Niemeyer falou à vários estudantes de arquitetura.

(C) Em Belo Horizonte, fomos à uma igreja projetada por Niemeyer.

(D) Niemeyer sempre procurava integrar suas construções à paisagem local.

(E) Darcy Ribeiro chegou à atribuir ao arquiteto o título de “único gênio” do

Brasil.

A alternativa correta é a “D”, trocando-se “paisagem” por outro termo masculino

da mesma relação se obtém “ao”. Já nas demais alternativas, os erros

ocorreram por: “à praticamente toda” (não se usa crase antes de pronomes

indefinidos, e o termo praticamente não integra locução adverbial feminina); “à

vários” (não se usa crase diante de pronome indefinido); “à uma igreja” (não há

crase diante de artigo indefinido”; “ à atribuir” (não há crase diante de verbo).

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25. Assinale a alternativa em que a colocação pronominal se dá em

conformidade com a norma-padrão.

(A) Muito tem debatido-se acerca da relação entre arquitetura, arte e

praticidade. (muito= pronome indefinido atrai próclise “Muito se tem...”)

(B) Ninguém questiona-se a respeito do caráter original da obra de Niemeyer.

(ninguém= pronome indefinido atrai próclise “Ninguém se questiona”)

(C) Não deve-se esquecer que Niemeyer sempre teve a colaboração de

excelentes engenheiros. (não= palavra negativa atrai próclise “Não se deve

esquecer...”)

(D) Em Niterói, há um museu que ergue-se como o cálice de uma flor.

(que=pronome relativo atrai próclise “... que se ergue...”)

(E) O casal encontrou-se em São Paulo, no Memorial da América Latina. (usa-

se próclise ou ênclise, pois não há partículas atrativas de próclise)

A alternativa correta é a “E”

Leia o cartum.

– Dando continuidade à série “Culinária Saudável”, vamos fazer hoje um leitão à pururuca, sem utilizar a

carne de porco.

(Zero, http://www.cartuns.com.br, 08.12.2012)

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26. Assinale a alternativa em que a frase do cartum está reescrita

corretamente, no que se refere à pontuação.

– Dando continuidade à série “Culinária Saudável”,

(A) vamos fazer um leitão à pururuca, hoje, sem utilizar a carne de porco.

(B) vamos fazer, um leitão à pururuca hoje, sem utilizar a carne de porco.

(C) vamos fazer um leitão à pururuca, sem utilizar hoje, a carne de porco.

(D) vamos fazer, um leitão à pururuca, sem utilizar a carne de porco hoje.

(E) vamos fazer um leitão à pururuca, sem utilizar, hoje a carne de porco.

A alternativa correta é a “A”. O advérbio “hoje” que integra a segunda oração

do período utilizado no cartum está deslocado e intercalado à sequência de

orações de forma correta, daí o uso das vírgulas.

A alternativa “B” está errada, pois não se usa vírgula ente o sujeito e o

predicado.

A Alternativa “C” apresenta erro no advérbio “hoje”, que deveria estar entre

vírgulas, já que está intercalado na última oração.

A alternativa “D” apresenta erro com o uso da vírgula entre o sujeito e

predicado na primeira oração.

A alternativa “E” apresenta novamente erro do emprego da vírgula nos mesmos

moldes da alternativa “C” (o advérbio “hoje” deveria estar entre vírgulas, já que

está intercalado na última oração).

Professora Sandra Ceraldi Carrasco, consultora e especialista em língua portuguesa, autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras, com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é coordenadora do curso preparatório IPA. Contato: [email protected].