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PREFEITURA MUNICIPAL DO MORENO Concurso Público – 2009 Tipo 1 Cargo: Professor de 5ª a 8ª Série - Língua Portuguesa / Nível Superior Página 1/12 É permitida a reprodução apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS TEXTO 1 Um exame mais cuidadoso de como o estudo da língua portuguesa acontece, desde o Ensino Fundamental, revela a persistência de uma prática pedagógica que, em muitos aspectos, ainda mantém a perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase descontextualizadas. Nesses limites, ficam reduzidos, naturalmente, os objetivos que uma compreensão mais relevante da linguagem poderia suscitar – linguagem que só funciona para que as pessoas possam interagir socialmente. Embora muitas ações institucionais já se tenham desenvolvido, no sentido de motivar e fundamentar uma reorientação dessa prática, as experiências de renovação, infelizmente, ainda não ultrapassam o domínio de iniciativas assistemáticas, eventuais e isoladas. Consequentemente, persiste o quadro nada animador (e quase desesperador) do insucesso escolar, que se manifesta de diversas maneiras. Logo de saída, manifesta-se na súbita descoberta, por parte do aluno, de que ele “não sabe português”, de que “português é uma língua muito difícil”. Posteriormente, manifesta-se na confessada (ou velada) aversão às aulas de português e, para alguns alunos, na dolorosa experiência da repetência e da evasão escolar. Com enormes dificuldades de leitura, o aluno se vê frustrado no seu esforço de estudar outras disciplinas e, quase sempre, “deixa” a escola com a quase inabalável certeza de que é incapaz, de que é linguisticamente deficiente, inferior, não podendo, portanto, tomar a palavra ou ter voz para fazer valer seus direitos, para participar ativa e criticamente daquilo que acontece à sua volta. Naturalmente, como tantos outros, vai ficar à margem do entendimento e das decisões de construção da sociedade. ANTUNES, Irandé. Aula de português. Encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003, p.19-20. Excerto. O fracasso escolar no ensino-aprendizagem da língua portuguesa é percebido, pela autora do Texto 1, como: A) resultado de um trabalho com a linguagem em que os objetivos são multifacetados. B) consequência de numerosas ações institucionais que distanciam a teoria da prática. C) fruto de uma visão deturpada de que linguagem só funciona para a interação social. D) consequência de tentativas de renovação que são assistemáticas, eventuais e isoladas. E) resultado de uma prática pedagógica que continua a optar por uma perspectiva reducionista. A compreensão global do Texto 1 nos leva a concluir que: A) é improvável que se superem as dificuldades na aprendizagem de língua portuguesa, já que o português é, de fato, uma língua bastante difícil. B) um mau trabalho escolar com a linguagem é danoso, também, para a auto-estima dos estudantes e para o exercício pleno de sua cidadania. C) a eficácia da atual prática de ensino-aprendizagem da língua portuguesa nas escolas está restrita aos estudantes que ainda não sabem português. D) as enormes dificuldades de leitura que os alunos apresentam são as principais responsáveis pela dolorosa experiência da repetência e da evasão escolar. E) é paradoxal que, apesar de os alunos saírem da escola linguisticamente deficientes, eles ainda são capazes de fazer valer seus direitos na sociedade. A análise das características tipológicas do Texto 1 nos revela que ele é: A) eminentemente expositivo. B) privilegiadamente narrativo. C) prevalentemente injuntivo. D) caracteristicamente descritivo. E) tipicamente dissertativo. Dentre as várias funções que os advérbios podem desempenhar em um texto, está incluída a função de expressar a posição do autor em relação ao que está sendo enunciado. Assinale a alternativa em que essa função pode ser evidenciada. A) “Nesses limites, ficam reduzidos, naturalmente, os objetivos que uma compreensão mais relevante da linguagem poderia suscitar – linguagem que só funciona para que as pessoas possam interagir socialmente.” B) “Consequentemente , persiste o quadro nada animador (e quase desesperador) do insucesso escolar”. C) “as experiências de renovação, infelizmente , ainda não ultrapassam o domínio de iniciativas assistemáticas, eventuais e isoladas.” D) “e, quase sempre, “deixa” a escola com a quase inabalável certeza de que é incapaz, de que é linguisticamente deficiente, inferior”. E) “não podendo, portanto, tomar a palavra ou ter voz para fazer valer seus direitos, para participar ativa e criticamente daquilo que acontece à sua volta.” QUESTÃO 01 QUESTÃO 02 QUESTÃO 03 QUESTÃO 04

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TEXTO 1

Um exame mais cuidadoso de como o estudo da língua portuguesa acontece, desde o Ensino Fundamental, revela a persistência de uma prática pedagógica que, em muitos aspectos, ainda mantém a perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase descontextualizadas. Nesses limites, ficam reduzidos, naturalmente, os objetivos que uma compreensão mais relevante da linguagem poderia suscitar – linguagem que só funciona para que as pessoas possam interagir socialmente. Embora muitas ações institucionais já se tenham desenvolvido, no sentido de motivar e fundamentar uma reorientação dessa prática, as experiências de renovação, infelizmente, ainda não ultrapassam o domínio de iniciativas assistemáticas, eventuais e isoladas.

Consequentemente, persiste o quadro nada animador (e quase desesperador) do insucesso escolar, que se manifesta de diversas maneiras. Logo de saída, manifesta-se na súbita descoberta, por parte do aluno, de que ele “não sabe português”, de que “português é uma língua muito difícil”. Posteriormente, manifesta-se na confessada (ou velada) aversão às aulas de português e, para alguns alunos, na dolorosa experiência da repetência e da evasão escolar. Com enormes dificuldades de leitura, o aluno se vê frustrado no seu esforço de estudar outras disciplinas e, quase sempre, “deixa” a escola com a quase inabalável certeza de que é incapaz, de que é linguisticamente deficiente, inferior, não podendo, portanto, tomar a palavra ou ter voz para fazer valer seus direitos, para participar ativa e criticamente daquilo que acontece à sua volta. Naturalmente, como tantos outros, vai ficar à margem do entendimento e das decisões de construção da sociedade. ANTUNES, Irandé. Aula de português. Encontro e interação.

São Paulo: Parábola, 2003, p.19-20. Excerto. O fracasso escolar no ensino-aprendizagem da língua portuguesa é percebido, pela autora do Texto 1, como:

A) resultado de um trabalho com a linguagem em que os

objetivos são multifacetados. B) consequência de numerosas ações institucionais que

distanciam a teoria da prática. C) fruto de uma visão deturpada de que linguagem só

funciona para a interação social. D) consequência de tentativas de renovação que são

assistemáticas, eventuais e isoladas. E) resultado de uma prática pedagógica que continua a optar

por uma perspectiva reducionista.

A compreensão global do Texto 1 nos leva a concluir que: A) é improvável que se superem as dificuldades na

aprendizagem de língua portuguesa, já que o português é, de fato, uma língua bastante difícil.

B) um mau trabalho escolar com a linguagem é danoso, também, para a auto-estima dos estudantes e para o exercício pleno de sua cidadania.

C) a eficácia da atual prática de ensino-aprendizagem da língua portuguesa nas escolas está restrita aos estudantes que ainda não sabem português.

D) as enormes dificuldades de leitura que os alunos apresentam são as principais responsáveis pela dolorosa experiência da repetência e da evasão escolar.

E) é paradoxal que, apesar de os alunos saírem da escola linguisticamente deficientes, eles ainda são capazes de fazer valer seus direitos na sociedade.

A análise das características tipológicas do Texto 1 nos revela que ele é: A) eminentemente expositivo. B) privilegiadamente narrativo. C) prevalentemente injuntivo. D) caracteristicamente descritivo. E) tipicamente dissertativo. Dentre as várias funções que os advérbios podem desempenhar em um texto, está incluída a função de expressar a posição do autor em relação ao que está sendo enunciado. Assinale a alternativa em que essa função pode ser evidenciada. A) “Nesses limites, ficam reduzidos, naturalmente, os

objetivos que uma compreensão mais relevante da linguagem poderia suscitar – linguagem que só funciona para que as pessoas possam interagir socialmente.”

B) “Consequentemente, persiste o quadro nada animador (e quase desesperador) do insucesso escolar”.

C) “as experiências de renovação, infelizmente, ainda não ultrapassam o domínio de iniciativas assistemáticas, eventuais e isoladas.”

D) “e, quase sempre, “deixa” a escola com a quase inabalável certeza de que é incapaz, de que é linguisticamente deficiente, inferior”.

E) “não podendo, portanto, tomar a palavra ou ter voz para fazer valer seus direitos, para participar ativa e criticamente daquilo que acontece à sua volta.”

QUESTÃO 01

QUESTÃO 02

QUESTÃO 03

QUESTÃO 04

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No segundo parágrafo do Texto 1, as expressões “logo de saída” e “posteriormente” desempenham a função de: A) retomar trechos anteriormente mencionados no texto. B) situar temporalmente as idéias que se lhes seguem. C) indicar o ponto de vista do enunciador do texto. D) modificar o sentido do verbo que as acompanha. E) estabelecer uma relação semântica de causa e

consequência. “o aluno (...) “deixa” a escola com a quase inabalável certeza de que é incapaz”. O termo destacado significa “que não se pode abalar”. É igualmente correto afirmar que: A) ‘indubitável’ significa “que não se pode dizer”. B) ‘indelével’ significa “que não pode ser doado”. C) ‘incognoscível’ significa “que não se pode imaginar”. D) ‘indefectível’ significa “que não apresenta falhas”. E) ‘insólito’ significa “que não reflete a luz do sol”.

TEXTO 2 A linguagem humana é fundamentalmente dialógica,

mesmo em sua modalidade escrita. Na língua falada, entretanto, os usuários estão em presença, e a construção dos enunciados se ressente de maneira acentuada da interação que aí se desencadeia. Uma das óbvias consequências disso é que na língua escrita é necessário explicitar as coordenadas espaço-temporais em que se movem as personagens, ao passo que na língua falada tais coordenadas já estão dadas pela própria situação de fala. Tanto assim que a leitura de uma transcrição da língua falada em que não constem os elementos situacionais causa por vezes a impressão de que o locutor é afásico!

Essas constatações banais apontam, no entanto, para processos dialógicos que geram consequências formais muito importantes, tais como, na língua falada, a organização dos turnos e dos pares adjacentes, o sistema de reparação e correção, e a ampla utilização de marcadores conversacionais. Além disso, na língua falada, locutor e interlocutor assumem a coautoria do texto, que vai sendo gerado numa forma interacional, obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento sintático, do qual resulta o fato de o texto falado ser rico em descontinuações, o que obriga o interlocutor a preencher vazios.

CASTILHO, Ataliba T. de. A língua falada no ensino de português.

São Paulo: Contexto, 1998, p.16-17. Adaptado.

Com o Texto 2, seu autor pretende, principalmente: A) diferenciar a língua falada da língua escrita, a fim de

detrair uma dessas modalidades. B) explicar o que significa ‘dialogismo’, que caracteriza as

modalidades falada e escrita. C) apontar certas características típicas da fala, resultantes de

suas condições de produção. D) opor-se ao consenso, tão difundido, de que língua falada e

língua escrita são distintas. E) defender um estudo mais consistente da língua falada nas

gramáticas do português. De acordo com o Texto 2, a língua falada (especialmente a conversação) apresenta: 1. uma organização por turnos. 2. alta frequência de marcadores conversacionais. 3. enunciados que se organizam com base na interação. 4. forte presença de segmentos truncados. Estão corretas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2, 3 e 4, apenas. C) 1, 3 e 4, apenas. D) 1, 2 e 4, apenas. E) 1, 2 e 3, apenas. L2 – viu? mas eu noto que agora... sobretudo na nossa família que nós temos muita preocupação... da linguagem simples e da linguagem::... correta L1 – exata L2 – é... exata... nós ficamos um pouco chocados com o esse e o erre exagerados dos cariocas... que são mesmo um preciosismo inútil né?

Trecho do inq. 333-D2 do NURC/SP No trecho acima, transcrito de uma conversa entre dois interlocutores, evidenciam-se as seguintes marcas, mencionadas no Texto 2:

A) descontinuações, presença de marcadores e presença de pares adjacentes.

B) presença de pares adjacentes, organização em turnos e preenchimento de vazios.

C) coprocessamento sintático, explicitação das coordenadas espaço-temporais e reparações.

D) organização em turnos, presença de marcadores conversacionais e coautoria textual.

E) correções, presença de marcadores e explicitação das coordenadas espaço-temporais.

QUESTÃO 05

QUESTÃO 06

QUESTÃO 07

QUESTÃO 08

QUESTÃO 09

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Observe o encaixamento com pronome relativo efetuado no seguinte trecho: “obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento sintático, do qual resulta o fato de o texto falado ser rico em descontinuações”. O encaixamento com relativo também está construído de maneira coerente em: A) obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento

sintático, a que se percebe uma abundância de descontinuações no texto falado.

B) obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento sintático, de cuja consequência é a riqueza de descontinuações do texto falado.

C) obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento sintático, do qual é responsável pela alta frequência de descontinuações do texto falado.

D) obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento sintático, no qual advém a grande quantidade de descontinuações do texto falado.

E) obrigando ambos a uma sorte de coprocessamento sintático, ao qual se atribui a farta presença de descontinuações do texto falado.

Acerca de alguns elementos linguísticos presentes no Texto 2, analise as afirmações a seguir. 1. No trecho: “Na língua falada, entretanto, os usuários

estão em presença, e a construção dos enunciados se ressente de maneira acentuada da interação que aí se desencadeia.”, o termo destacado opera uma retomada anafórica do termo ‘enunciados’.

2. “Essas constatações banais apontam, no entanto, para processos dialógicos que geram consequências formais muito importantes”. Nesse trecho, o segmento sublinhado tem valor de adjetivo.

3. No trecho: “Essas constatações banais apontam, no entanto, para processos dialógicos que geram consequências formais muito importantes, tais como, na língua falada, a organização dos turnos e dos pares adjacentes, o sistema de reparação e correção, e a ampla utilização de marcadores conversacionais.”, a expressão destacada tem a função de introduzir uma sequência de exemplos.

4. A expressão destacada no trecho: “Além disso, na língua falada, locutor e interlocutor assumem a coautoria do texto” tem valor aditivo.

Estão corretas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2, 3 e 4, apenas. C) 1, 3 e 4, apenas. D) 1, 2 e 4, apenas. E) 1, 2 e 3, apenas.

TEXTO 3

A língua portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais. Identificam-se geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas.

O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o respeito à diferença. Para isso, e também para poder ensinar Língua Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar – a que se parece com a escrita – e o de que a escrita é o espelho da fala – e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, tratando sua comunidade como se fosse formada por incapazes, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos, por mais prestígio que um deles tenha em um dado momento histórico.

A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. (...) A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido. (...)

Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais: planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois seria descabido “treinar” o uso mais formal da fala. A aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala como de escrita, em contextos mais formais, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.

Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental.

2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000, p.31-32. Adaptado. O Texto 3 evidencia que os Parâmetros cumprem, principalmente, uma função: A) normativa. B) orientadora. C) prescritiva. D) avaliativa. E) reguladora.

QUESTÃO 10

QUESTÃO 11

QUESTÃO 12

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O Texto 3 reflete a visão de que a língua portuguesa: A) promove a disseminação de vários preconceitos, tanto

sociais como linguísticos. B) só pode ser bem falada se o usuário tiver sido treinado no

seu uso mais formal. C) pode ser utilizada para que as pessoas falem da maneira

certa ou da errada. D) caracteriza-se por ter sua modalidade escrita como a

representação da fala. E) configura-se como um conjunto de variedades, umas mais

valorizadas que outras. Especificamente em relação ao preconceito linguístico, o Texto 3 afirma que ele: A) atualmente, tem sido substituído por diversos preconceitos

sociais. B) impede que os professores consertem a fala incorreta de

seus alunos. C) deve ser enfrentado pela escola, mas não como um desafio

isolado. D) será superado se a escola ensinar todos os usos da

linguagem oral. E) persiste na sociedade, discriminando os dialetos de maior

prestígio. Segundo o Texto 3, “a questão é (...) saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas.” Analise as situações comunicativas dadas a seguir: 1. Na abertura de seu discurso de posse, à qual compareceu

o Presidente da República, o Diretor de uma empresa se refere a ele: – “Excelentíssimo Senhor Presidente...”.

2. Durante a apresentação de um seminário na escola, o aluno pede silêncio aos colegas: – “Oh, galera, dá pra calar a boca?!”.

3. Para celebrar suas Bodas de Prata, um casal decide reunir alguns amigos em um restaurante. Em um determinado momento, o marido é convidado a dizer umas poucas palavras: “Nesta noite, eu quero honrar a mulher que tem sido minha amada, minha amante, durante todos esses anos...”.

4. Um rapaz de 17 anos reclama com seu irmão, com quem compartilha o quarto: – “Pô, mermão, que bagunça!”.

Podemos afirmar que o registro está adequado nas situações:

A) 1, 2 e 3, apenas. B) 1, 2 e 4, apenas. C) 2, 3 e 4, apenas. D) 1, 3 e 4, apenas. E) 1, 2, 3 e 4.

“A aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala como de escrita, em contextos mais formais, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.” – Assinale a alternativa que apresenta uma paráfrase fiel a esse trecho. A) Caso a escola não assuma a tarefa de promover a

aprendizagem de procedimentos eficazes de fala e de escrita em contextos mais formais, esta provavelmente não se processará.

B) Dificilmente se dará a aprendizagem de procedimentos eficazes de fala ou de escrita, em contextos mais formais, ainda que a escola tome para si o dever de promover essa aprendizagem.

C) Em contextos mais formais, aprender procedimentos eficazes tanto de fala como de escrita não é fácil, uma vez que a escola não tomou para si mesma essa tarefa.

D) Não será possível aprender procedimentos eficazes de fala ou de escrita, em contextos mais formais, pois a escola ainda não se responsabilizou por essa tarefa.

E) Será difícil a aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala como de escrita, em contextos mais formais, devido ao fato de que a escola não tomou para si o dever de promovê-la.

Sabe-se que, em língua portuguesa, a ordem dos termos nos enunciados não é fixa, e depende de vários fatores, dentre os quais se pode mencionar a relevância informacional. No que se refere à função sintática ‘sujeito’, por exemplo, este é geralmente colocado antes do verbo com o qual concorda. No entanto, também pode vir posposto, como se verifica em: A) “A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual

forma de fala utilizar.” B) “A aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala

como de escrita, em contextos mais formais, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.”

C) “Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato.”

D) “Identificam-se geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam.”

E) “Há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar.”

QUESTÃO 13

QUESTÃO 14

QUESTÃO 15

QUESTÃO 16

QUESTÃO 17

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Observe a correta grafia do termo destacado no trecho: “e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado.” Assinale a alternativa na qual o termo sublinhado está grafado de forma igualmente correta. A) É possível reconhecer formas de preconceito linguístico

em quase todas as seções dos jornais. B) Nem mesmo os professores entendem porque a escola

relega a língua falada a um segundo plano. C) No teatro, os preconceitos linguísticos expostos pela peça

nem chamaram a atenção dos expectadores. D) Toda e qualquer forma de preconceito linguístico deveria

ser dilatada às autoridades, e logo reprimida. E) Em situações de ensino-aprendizagem, há professores que

optam por corrigir a fala dos alunos sem qualquer discreção.

TEXTO 4 As necessárias diferenças entre linguagem falada e linguagem escrita são trabalhadas na escola apenas como instrumento de castração, e especialmente com foco na escrita, o território privilegiado em que se obtém ascensão social. O espaço que a língua falada tem no ambiente escolar – considerados especialmente os materiais didáticos mais geralmente em uso – limita-se à observação de que determinados termos e construções são admitidos, ou tolerados, apenas para essa modalidade de língua, e de que não se pode escrever como se fala. Em geral erroneamente tratada, a questão se dirige para a conclusão de que, na modalidade falada da língua, tudo – ou, pelo menos, quase tudo – se admite, e isso significa que ela é uma modalidade que não tem regras e que não requer cuidado de adequação, portanto, imperfeita por definição, e, como tal, não merecedora de constituir foco de reflexão. Na verdade, é quase como se a língua falada não tivesse gramática! E, do ponto de vista da responsabilidade, é quase como se a elocução oral não tivesse o mínimo de autoria. Por outro lado, a língua escrita é uma atividade tão artificial na escola que é quase como se ela não fosse linguagem – que é coisa de vida – e se reduzisse a um traquejo ritual, aliás penoso e detestado. Uma pergunta é crucial: Não será uma boa lição para nós, professores de língua pátria, o fato de que as crianças e jovens detestam fazer as redações que pedimos, e, no entanto, gostam tanto de entrar na linguagem da Internet, onde, tão à vontade, acionam, com caracteres escritos, suas capacidades de usuário da língua? Exatamente aquelas capacidades inatas que ignoramos quando os submetemos a essa espécie de adestramento! NEVES, Maria Helena de Moura. A noção de erro no ensino da língua. In: GROßE, S; SCHÖNBERGER, A. et al. (Hrsg). Ex

oriente lux: Festschrift für Eberhard Gärtner zu seinem 60 Geburtstag.

Frankfurt am Main: Valentia, 2002, p.303-315. Excerto.

Podemos reconhecer, no Texto 4, uma crítica: A) ao fato de a escola conceder espaço excessivo à

modalidade falada da língua, em detrimento da escrita. B) aos professores que consideram equivocada a visão de que

na modalidade falada da língua tudo é permitido. C) às crianças e jovens que detestam fazer as redações

escolares, mas gostam muito da linguagem da Internet. D) a quem não admite que a fala é uma modalidade desprovida

de regras e de cuidados de adequação. E) ao trabalho que faz a escola em relação às diferenças entre

a linguagem falada e a linguagem escrita. Considerando seu conteúdo global, as palavras-chave do Texto 4 são: A) escola; materiais didáticos; professores. B) gramática; professores; Internet. C) língua falada; língua escrita; escola. D) linguagem falada; professores; Internet. E) linguagem escrita; redações; crianças e jovens; No trecho: “isso significa que ela é uma modalidade que não tem regras e que não requer cuidado de adequação, portanto, imperfeita por definição”, estão evidenciadas, respectivamente, as relações semânticas de: A) oposição e causalidade. B) adição e conclusão. C) oposição e condição. D) comparação e conclusão. E) adição e oposição. Alguns professores insistem em combater o uso de “quês” em textos escritos. No entanto, eles são fundamentais na construção dos enunciados, para que os sentidos pretendidos pelo enunciador sejam alcançados. Veja-se, por exemplo, o seguinte trecho do Texto 4: “isso significa que ela é uma modalidade que não tem regras e que não requer cuidado de adequação”. Nesse trecho, os termos em destaque desempenham as funções discursivas de introduzir, respectivamente: A) uma finalidade, uma característica e uma indeterminação. B) uma complementação e duas características. C) duas restrições e uma qualidade. D) um predicado, uma complementação e uma qualidade. E) uma restrição, uma qualidade e uma adição.

QUESTÃO 18 QUESTÃO 19

QUESTÃO 20

QUESTÃO 21

QUESTÃO 22

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“Uma pergunta é crucial: Não será uma boa lição para nós, professores de língua pátria, o fato de que as crianças e jovens detestam fazer as redações que pedimos, e, no entanto, gostam tanto de entrar na linguagem da Internet (...)?” – Acerca da pontuação desse trecho, analise as afirmações a seguir. 1. Os dois pontos foram utilizados para sinalizar que, após

eles, uma nova ‘voz’ seria introduzida no texto. 2. Em “nós, professores de língua pátria,”, as vírgulas

funcionam para isolar os itens numa enumeração. 3. Os dois pontos cumprem a função de indicar a introdução

de uma citação literal, em discurso direto livre. 4. As vírgulas em “nós, professores de língua pátria,” têm a

função de isolar o segmento cuja função é a de esclarecer qual é o referente do pronome ‘nós’.

Está(ão) correta(s), apenas: A) 4. B) 2. C) 1 e 2. D) 2 e 3. E) 1 e 3.

QUESTÃO 23

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TEXTO 5

Após a multiplicação de alunos, de escolas e de professores nos anos 60, os livros didáticos de Literatura assumiram uma

abordagem historiográfica, acrescentando à teoria e aos textos perguntas e respostas, para “orientar” o trabalho docente. O conteúdo das disciplinas que se denominavam Literatura Brasileira, em qualquer nível de escolarização, do Fundamental ao Universitário, tinha como fulcro os estilos de época, datados, marcados nos textos. A divulgação deformadora do pensamento de Afrânio Coutinho transformou a sucessão linear de estilos de época numa guerra infindável, em que o estilo novo superava o velho, sempre se opondo a ele radicalmente. Os exercícios, trabalhos escritos e provas que se seguiam à leitura dos textos insistiam na comprovação da habilidade do estudante em “enxergar” neles as características do estilo de época a que inevitavelmente pertenciam. Ora, essa perspectiva carregava – ou ainda carrega – o que poderíamos chamar de determinismo formalista no modo de ler os textos literários. (...)

A queda dos estilos de época nas grandes faculdades de Letras ocorreria apenas nos anos 80, com a entrada em cena da glamurosa linha de pensamento denominada de ‘Pós-Modernismo’. Os velhos textos foram trocados por novos, numa escolha que abominava critérios de qualidade literária, considerados parte do poder da velha guarda, minoritária e elitista. Criou-se uma falsa politização, a do “politicamente correto”, para calar a boca dos remanescentes esquerdistas. Apagou-se a velha Teoria Literária, substituída pela Literatura Comparada, como se o comparatismo nunca tivesse existido nos estudos literários. Mas a inserção dos alunos de Licenciatura em Letras no contexto acadêmico da Literatura Comparada exigiria leitura contínua de autores contemporâneos, de várias nacionalidades, tanto no que diz respeito à literatura quanto a certos textos de áreas de conhecimento com que seus estudos dialogam, especialmente a Antropologia, a Filosofia e a Sociologia. Sem alcançar a idade, as dimensões e o aprofundamento da velha Teoria Literária, a Literatura Comparada já exigiria dos leitores um vasto e diversificado repertório textual, que só algumas vezes seria conseguido de modo coerente na Universidade, por parte dos próprios professores.

A formação do professor de Literatura para o Ensino Fundamental e Médio nos cursos de Licenciatura em Letras passa longe dessa erudição sofisticada e empostada. Na maior parte das faculdades de ponta, se o velho historiografismo formalista desapareceu, o que os alunos estudam de literatura nada ou quase nada tem relação com sua prática docente. Isso porque os livros didáticos continuam insistindo nos estilos de época, pelos quais autores e textos são apresentados e estudados. Sem a sustentação da formação universitária, os professores se tornam reféns dos livros adotados. PAULINO, Graça. Literatura brasileira na formação docente. In: Ariús. Revista de Ciências Humanas e Artes. Campina Grande, v. 13,

n. 2, p.143-146, jul./dez. 2007. Adaptado. Do ponto de vista de sua organização, é correto afirmar sobre o Texto 5 que: A) nos dois primeiros parágrafos, a autora apresenta as

características gerais, respectivamente, do ‘determinismo formalista’ nos estudos literários e da Literatura Comparada; no terceiro, ela posiciona-se a favor de uma dessas perspectivas.

B) em cada um dos três parágrafos do texto o leitor encontra a crítica às diferentes perspectivas de estudos literários: no primeiro, ao ‘determinismo formalista’; no segundo, ao Pós-Modernismo; e no terceiro, à Literatura Comparada.

C) o texto aborda os estudos literários, em três momentos: no primeiro parágrafo, a autora nos conta como a literatura era estudada nos anos 60; no segundo, como era esse estudo nos anos 80; e no terceiro, como eram os estudos literários no final do século XX.

D) a referência feita ao passado, nos dois parágrafos iniciais, embasam a idéia central do texto: a de que, embora tenha havido uma mudança de perspectiva nos estudos literários, os cursos superiores têm falhado na formação do futuro professor de literatura.

E) os dois primeiros parágrafos são apresentados com a intenção de comprovar a idéia de que a realidade dos estudos literários atuais mantém a forte tradição historiográfica que se instaurou desde a década de 60 do século passado, no Brasil.

A autora do Texto 5 critica a apresentação dos estilos de época como se eles se sucedessem de forma linear, o estilo novo superando o velho e sempre se opondo a ele radicalmente. Essa crítica poderia ser aplicada a alguns estudos de literatura brasileira, por difundirem a informação de que: A) o Romantismo é sucedido pelo Realismo e este se opõe

àquele. B) o Realismo-Naturalismo sucede o Parnasianismo e a este

se opõe. C) o Arcadismo é sucedido pelo Barroco, um opondo-se ao

outro. D) o Simbolismo sucede o Parnasianismo, opondo-se a este

último. E) o Modernismo segue-se ao Romantismo, e surge em

oposição a este.

QUESTÃO 24 QUESTÃO 25

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A autora do Texto 5, também, faz referência a “características dos estilos de épocas” em que os textos se enquadram. É correto afirmar que a maioria dos livros didáticos de literatura reconhece como característica da poesia árcade: A) a preocupação social e humanitária, como com o direito à

independência e a abolição. B) o extravasamento dos sentimentos, em especial de uma

grande insatisfação. C) a simplicidade de expressão, capaz de comunicar

naturalidade e espontaneidade. D) a forte tentativa de enaltecer as belezas da paisagem e da

cultura brasileiras. E) um evidente apego aos procedimentos poéticos cultistas e

conceptistas. Da mesma maneira, é consensual a idéia de que “extrema valorização da forma, excesso de rigor métrico e preferência pelas rimas raras” caracterizam a estética: A) simbolista. B) modernista. C) barroca. D) ultra-romântica. E) parnasiana. Alguns autores podem ser reconhecidos por suas características mais marcantes e recorrentes. Por exemplo, ao lermos um texto cujo autor: faz uma exploração peculiar do mundo do sertão mineiro para expor questões humanas profundas; demonstra apurada sensibilidade para lidar com as palavras; e se serve de malabarismos sintáticos para alcançar seus propósitos literários, logo concluímos que esse autor é: A) Machado de Assis. B) João Cabral de Melo Neto. C) João Guimarães Rosa. D) Graciliano Ramos. E) Carlos Drummond de Andrade.

“Construiu uma obra de ficção essencialmente introspectiva: mergulha na intimidade dos seus personagens, investigando-a profundamente, em busca do que seria o cerne existencial dessas criaturas. Utiliza para isso uma prosa rica em características poéticas e a exposição do fluxo psicológico dos personagens. Muitas vezes a aquisição da consciência do próprio existir resulta de uma súbita iluminação produzida por um fato aparentemente menor e sem profundidade.” O comentarista do texto acima está tratando de: A) Mário de Andrade. B) Raquel de Queiroz. C) Cecília Meireles. D) Clarice Lispector. E) Manuel Bandeira. Assinale a alternativa na qual ambas as relações dadas, entre um autor e sua obra, estão corretas. A) Aluísio Azevedo (A moreninha); Machado de Assis (Esaú

e Jacó). B) Euclides da Cunha (Os sertões); Lima Barreto (Triste fim

de Policarpo Quaresma). C) José de Alencar (O guarani); Mário de Andrade (Mafuá

do malungo). D) Oswald de Andrade (Macunaíma); Jorge Amado

(Capitães da areia). E) José Lins do Rego (Fogo morto); Nélson Rodrigues (A

paixão segundo G. H.)

QUESTÃO 26

QUESTÃO 27

QUESTÃO 28

QUESTÃO 29

QUESTÃO 30

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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Os valores que inspiram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, estão organizados sob os três fundamentos inscritos a seguir. Associe-os, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, aos seus respectivos textos.

1. A ética da identidade ( ) Incorpora a igualdade formal. Seu ponto de partida é o reconhecimento dos direitos humanos e o exercício dos direitos e deveres da cidadania, como fundamento da preparação do educando para a vida civil.

PCNEM, 1999. 2. A Estética da sensibilidade ( ) Substitui a moralidade dos valores abstratos da era

industrialista e busca a finalidade ambiciosa de reconciliar no coração humano aquilo que o dividiu desde os primórdios da idade moderna: o mundo da moral e o mundo da matéria...

PCNEM, 1999. 3. A política da igualdade ( ) Vem substituir a repetição e padronização, hegemônica

na era das revoluções industriais. Estimula a criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a afetividade... facilita o reconhecimento e a valorização da identidade.

PCNEM, 1999 A sequência correta de cima para baixo é: A) 1, 2, 3. B) 2, 3, 1. C) 3, 2, 1. D) 3, 1, 2. E) 2, 1, 3.

QUESTÃO 31

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“Existe uma inadequação cada vez maior, profunda e grave entre os nossos conhecimentos disjuntos, partidos, compartimentados entre disciplinas e, de outra parte, realidades ou problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais, enfim. Nessa situação tornam-se invisíveis os conjuntos complexos, as inter-relações e retroações entre as partes e o todo, as entidades multidimensionais, os problemas essenciais”.

Edgar Morin, 1999.

O texto, apresentado acima, está em concordância com a proposta de tratamento dos conteúdos de um dos eixos organizadores da doutrina curricular expressa na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96. Trata-se, portanto, da: A) interdisciplinaridade, que torna possível o aluno aprender

a olhar o mesmo objeto sob perspectivas diferentes. B) contextualização, que propõe tratar o conhecimento como

um recurso reprodutor da separação entre sujeito e objeto. C) interdisciplinaridade, que parte de uma compreensão

segmentada da prática escolar e evita a abordagem relacional.

D) contextualização, que mobiliza apenas as competências cognitivas que não foram adquiridas pelos alunos.

E) interdisciplinaridade, que considera a justaposição de disciplinas uma metodologia que dispensa a multiplicidade de interações e negações recíprocas.

No capítulo II da Lei nº 9.394/96, que trata da Educação Básica, o artigo 24, inciso V, estabelece que a verificação do rendimento escolar observará, dentre outros, os seguintes critérios:

1. Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

2. Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

3. Possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;

4. Aproveitamento de estudos concluídos com êxito. Estão corretas: A) apenas 1 e 2. B) apenas 1 e 4. C) apenas 2 e 3. D) apenas 2, 3 e 4. E) 1, 2, 3 e 4.

“Eu sempre afirmo: o educador não é igual ao educando. Quando alguém como educador diz que é igual a seu educando, ou é mentiroso e demagógico, ou é incompetente. Porque o educador é diferente do educando pelo próprio fato de ser educador. Se ambos fossem iguais, um e outro não se reconheceriam mutuamente”.

Paulo Freire, 1987.

No texto apresentado acima, o autor defende que: A) a concepção dialógica da educação deve se desenvolver

numa relação de horizontalidade absoluta entre educador e educando.

B) a relação entre educador e educando deve ser estabelecida de maneira que um não se sobreponha ao outro.

C) o educador deve permanecer no nível em que se encontra o educando para evitar as exigências epistemológicas de uma educação bancária.

D) o nível do educador deve ficar igual ao nível em que se encontra o educando para que se estabeleça o processo de igualdade entre ambos.

E) para que se estabeleça a prática pedagógica democrática o educador deve manipular o educando em nome do conteúdo que já sabe a priori.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais expressam um projeto educacional que exige como objeto de aprendizagem escolar conteúdos de diferentes naturezas. Esses conteúdos, organizados em grandes categorias, estão caracterizados como: 1. procedimentais, cujo propósito é fazer com que os

alunos construam instrumentos para analisar os resultados que obtêm.

2. conceituais, que permite desenvolver a construção ativa das capacidades intelectuais, de forma que possa atribuir significados aos conteúdos aprendidos.

3. normativos, que permite ao aluno registrar o que for relevante para produzir um texto de pesquisa.

4. atitudinais, cujo propósito é gerar uma prática constante em que valores e atitudes sejam expressos no relacionamento entre as pessoas de forma ética e comprometida.

5. valorativos, que permite incluir conhecimentos que têm sido tradicionalmente excluídos do ensino, como a revisão do texto escrito e a argumentação construída.

Estão corretas: A) apenas 1 e 2. B) apenas 1, 2 e 4. C) apenas 2, 3 e 5. D) apenas 2, 3, 4 e 5. E) 1, 2, 3, 4 e 5.

QUESTÃO 32

QUESTÃO 33

QUESTÃO 34

QUESTÃO 35

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Sobre os processos que envolvem o conceito de aprendizagem significativa, analise as afirmativas: 1. A aprendizagem será significativa à medida que

conseguir estabelecer relações substantivas entre os conteúdos escolares e os conteúdos previamente construídos pelos educandos, articulando, dessa forma, novos significados.

2. Na aprendizagem significativa os conhecimentos gerados na história pessoal e educativa não têm um papel determinante na expectativa que o educando tem da escola, do professor e de si mesmo.

3. Na aprendizagem significativa o nível de desenvolvimento real é determinado por aquilo que o educando pode fazer ou aprender mediante a interação com outras pessoas. E o nível de desenvolvimento potencial se determina como aquilo que o educando pode fazer sozinho em uma situação determinada.

Está (ão) correta (s):

A) apenas 1. B) apenas 2. C) apenas 1 e 2. D) apenas 1 e 3. E) 1, 2 e 3.

A Lei Federal nº 11.114, de maio de 2005, que modifica a redação dos artigos 6º, 30º, 32º e 87º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9394/96, determina que é obrigatória a matrícula de crianças a partir dos seis anos de idade no ensino fundamental. Para a implementação da referida Lei, são exigidos requisitos básicos: 1. formação de professores. 2. proposta pedagógica adequada. 3. reorganização dos espaços físicos e materiais didáticos

apropriados. 4. reorganização do currículo. 5. reorganização das diretrizes curriculares para a educação

infantil. Estão corretos: A) apenas 1 e 2. B) apenas 1 e 3. C) apenas 1, 4 e 5. D) apenas 2, 3, 4 e 5. E) 1, 2, 3, 4 e 5.

Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma. Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto. Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades. Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo.

Philippe Perrenoud, 2000.

As competências específicas desenvolvidas por Perrenoud, apresentadas no quadro acima, correspondem à seguinte competência geral: A) Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação. B) Utilizar novas tecnologias. C) Administrar sua própria formação contínua. D) Administrar a progressão das aprendizagens. E) Organizar e dirigir situações de aprendizagem. Leia com atenção o texto em destaque e identifique a perspectiva de avaliação defendida pelo autor. A avaliação da prática “Não é possível praticar sem avaliar a prática. Avaliar a prática é analisar o que se fez, comparando os resultados obtidos com as finalidades que procuramos alcançar com a prática. A avaliação da prática revela acertos, erros e imprecisões. A avaliação corrige a prática, melhora a prática, aumenta a nossa eficiência. O trabalho de avaliar a prática jamais deixa de acompanhá-la. (...). A prática precisa da avaliação como os peixes precisam de água e a lavoura da chuva” (Paulo Freire) Qual a perspectiva de avaliação defendida no texto acima? A) Uma avaliação reguladora, focada nos objetivos

educacionais e na qualidade da escola. B) Uma avaliação somativa, comprometida com os valores

de uma sociedade democrática. C) Uma avaliação crítica e ética, comprometida com a

qualidade educacional e uma prática pedagógica emancipadora.

D) Uma avaliação autocrática, que privilegia o sucesso do estudante e da prática escolar.

E) Uma avaliação diagnóstica, comprometida com o estudante e os interesses do mercado de trabalho.

QUESTÃO 36

QUESTÃO 37

QUESTÃO 38

QUESTÃO 39

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Observe o esboço esquemático, apresentado a seguir, sobre a formação administrativa do Município do Moreno.

É possível afirmar que está(ão) correto(s) A) apenas o texto 1. B) apenas o texto 2. C) apenas os textos 1 e 2. D) apenas os textos 1 e 3. E) os textos 1, 2 e 3.

QUESTÃO 40