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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO EM ENFERMAGEM ABIGAIL ROXANA NINA MAMANI PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DE CUIDADORES DE IDOSOS E FATORES ASSOCIADOS CUIABÁ - MT 2018

PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DE CUIDADORES DE …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO EM ENFERMAGEM

ABIGAIL ROXANA NINA MAMANI

PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DE CUIDADORES

DE IDOSOS E FATORES ASSOCIADOS

CUIABÁ - MT

2018

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ABIGAIL ROXANA NINA MAMANI

PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DE CUIDADORES DE IDOSOS E

FATORES ASSOCIADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal de Mato Grosso, como requisito para

obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Área de concentração: Enfermagem e o cuidado à

saúde regional.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Annelita Almeida Oliveira

Reiners.

CUIABÁ – MT

2018

2

Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, por meio de qualquer fonte

convencional ou eletrônica, para fins de estudo e de pesquisa, desde que a fonte seja

citada.

Catalogação da publicação do serviço de documentação da Faculdade de Enfermagem da

Universidade Federal de Mato Grosso.

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4

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter-me abençoado e protegido durante esta caminhada, fortalecendo-me nos momentos de incerteza.

Ao Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação (PAEC), Organização dos Estados Americanos (OEA) e Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB), pela bolsa concedida por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para realizar meus estudos no Brasil.

Aos meus pais, Andrea e Medardo que a sua forma inculcou em min valores de honestidade, humildade, respeito e, sobretudo, o incentivo de superação para ser alguém de proveito na vida, e aos meus irmãos Nélida, Edson, Jhenny, Gladis e Victor pelo carinho demonstrado.

A minha orientadora professora Dra Annelita Almeida Oliveira Reiners, pela compreensão e paciência ao conduzir meu processo de crescimento acadêmico. Acredito que também foi um desafio me orientar, mas soube fazê-lo com diligência e profissionalismo. E a co-orientadora professora Drª Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo, que coadjuvou significativamente nas horas de orientação o meu aprendizado. Obrigada professoras pela mostra de carinho, apoio e as experiências vividas não somente acadêmicas, como também nos momentos de dança e canto, são experiências que sempre lembrarei com carinho.

Ao professor Neuber José Segri, pela disposição de seu tempo para trabalhar a análise estatística deste trabalho, com muita sabedoria, humildade e tranquilidade que o caracteriza.

Aos cuidadores de idosos que fizeram parte deste estudo, sem a colaboração deles não poderia ser possível a sua realização.

A Thalita, pela ajuda e companhia nesta caminhada em bons e maus momentos. A Akeisa, companheira de coleta de dados, a caminhada foi um pouco mais difícil para duas pessoas que não conhecem a cidade, mas chegando a consensos e acordos, conseguimos alcançar nosso objetivo. Obrigada por fazerem parte desta jornada, as lembrarei com carinho.

Ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, minha imensa gratidão, pelos ensinamentos e conhecimentos compartilhados. E a todos os funcionários da Faculdade de Enfermagem, por se mostrarem sempre prontos a colaborar nos processos administrativos.

Aos colegas de Mestrado/2016, pela disposição de colaboração, sobretudo a Jesiele, Thaisa, Roseany, Mariele, Adriana, Tayani, que no inicio das aulas foram nomes difíceis

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de gravar, mas ao longo do tempo não saíram do meu vocabulário, porque são nomes das pessoas que durante este tempo me auxiliaram incondicionalmente e responderam oportunamente a cada uma de minhas perguntas e dúvidas (agora que percebo algumas obvias, mas nesse momento não os assimilava), obrigada por tudo.

Aos integrantes do Grupo de Pesquisa Estudos do Envelhecimento e Pessoa Idosa (GEEPI), pelos momentos de discussão, aprendizado e de alegria, obrigada por tudo.

Aos meus amigos latinos e a “casa gorgona” que nestes dois anos nos permitiu compartilhar alegrias e tristezas entre todos que saíram de casa para ter novas experiências, assim nos constituímos em uma família latina, muita gratidão para vocês. A Natalia e Yanina, amigos brasileiros Renon, William, Jadson e Claudiano por sua amizade mais próxima e pelos momentos de almoço, dança e discussões.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para que meu objetivo se concretize e minha estadia no Brasil fosse uma experiência única.

Minha gratidão!!!

Abigail...

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Educação não transforma o mundo. Educação muda às pessoas.

Pessoas transformam o mundo.

Paulo Freire

7

Nina, A. R. Práticas de prevenção de quedas de cuidadores de idosos e fatores

associados, 2018. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Curso de Pós-Graduação em

Enfermagem, UFMT, Cuiabá, 82 p.

Orientador: Drª. Annelita Almeida Oliveira Reiners

RESUMO

A queda do idoso é um problema de saúde pública que traz implicações consideráveis para o

idoso e seu cuidador. Este estudo teve por objetivo analisar as práticas de prevenção de

quedas de idosos realizadas por cuidadores informais e os fatores associados. Estudo

transversal analítico, desenvolvido em cinco unidades de Estratégia Saúde da Família da

região Norte do Município de Cuiabá-MT, com 97 cuidadores informais de idosos. Esses

cuidadores foram selecionados por amostragem não probabilística a partir dos critérios: ser

cuidador informal e principal do idoso, idade igual ou superior a 18 anos. Os dados foram

coletados nos domicílios dos cuidadores nos meses de junho a agosto de 2017, por meio da

entrevista, com questionário elaborado pela pesquisadora e validado por um comitê de 9

juízes. A variável dependente do estudo é práticas de prevenção de quedas realizadas pelo

cuidador e as variáveis independentes as características demográficas e socioeconômicas,

condições de saúde e da função do cuidador e variáveis relacionadas ao idoso receptor de

cuidado. Os dados foram organizados em banco de dados com dupla digitação seguida pelas

análises descritiva, bivariada e múltipla utilizando o método de Regressão de Poisson para

identificar os fatores associados. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Júlio Muller, parecer nº 1.978.887 em 23/03/2017 e está vinculado ao PROCAD

Edital n 071/2013. Dos 97 cuidadores entrevistados, a maioria (72,2%) encontra-se na faixa

etária de 40 e 69 anos, (85,6%) é do sexo feminino, 47,4% são casados ou em união estável,

71,1% possui 9 anos ou mais de estudo, 60,9% recebem de 1 a 3 salários mínimos,

provenientes do trabalho, aposentadoria e pensão. Em relação às condições de saúde do

cuidador, 40,2% autoavaliam seu estado de saúde como bom, e 70,1% referiram possuir

problemas de saúde. Metade (50,5%) dos cuidadores faz uso regular de medicamentos, 77,7%

de 1 a 3 medicamentos. Em relação às características do idoso receptor de cuidado mais da

metade (57,8%) dos idosos encontra-se na faixa etária de 80 anos ou mais, a maioria (74,2%)

possui déficit cognitivo, 40,2% possuem dependência modificada com assistência de até 25%

e independência modificada (25,8%) conforme Medida de Independência Funcional (MIF).

Em relação às quedas, 42,3% dos idosos referiram queda nos últimos 12 meses, 90,7%

apresentam alto risco de quedas. A maioria (60,8%) dos cuidadores é o filho/filha, 73,2%

referiram não possuir experiência anterior e 44,4% exerce a função por um tempo de <1 a 4

anos. A prevalência de práticas de prevenção de quedas foi de 26,8% e teve associação

estatisticamente significativa com as variáveis: anos de estudo (p=0,027), estado civil

(p=0,047) e as atitudes dos cuidadores (p=0,037). Conclui-se que a prevalência dos

cuidadores que realizam práticas de prevenção de quedas é baixa, cuidadores com 0 a 8 anos

de estudo, estado civil casado e com atitudes não favoráveis apresentaram maiores

prevalência de não prática.

Descritores: Conhecimentos, Atitudes e Práticas em saúde; Prevenção de doenças; Acidentes

por quedas; Cuidadores.

8

Nina, A. R. Prevention practices of falls the caregivers of elderly and factors associated,

2018. Dissertation (Master's degree in nursing) -Postgraduate Course in Nursing, UFMT,

Cuiabá, 82 p.

Advisor: Drª. Annelita Almeida Oliveira Reiners

ABSTRAT

The fall of the elderly is a public health problem that brings considerable implications for the

elderly and your caregiver. This study aimed to analyze the practices of prevention of falls of

the elderly carried out by informal caregivers and the associated factors. Analytical cross-

sectional study, developed in five units of the family health strategy in the northern region of

the municipality of Cuiabá-MT, with 97 informal caregivers of seniors. These caregivers were

selected by non-probability sampling from the criteria: be informal caregiver and elderly

main, age less than 18 years. The data were collected in the households of the caregivers in

the months of June to August 2017 through the interview with questionnaire prepared by

researcher and validated by a Committee of 9 judges. The dependent variable of study is

prevention of falls by the caregiver and the independent variables the demographic and

socioeconomic characteristics, health conditions and the role of caregiver and elderly receiver

related variables Watch. The data were organized in database with double typing followed by

the descriptive analysis, bivariate and multiple using Poisson regression method to identify

the factors associated with. Research approved by the Research Ethics Committee of the

Hospital Julius Muller, opinion No 1,978,887 in 23/03/2017 and is linked to the Edict n

071/2013 PROCAD. Of 97 caregivers interviewed, the majority (72.2%) is between the ages

of 40 and 69 years, (85.6%) is female, 47.4% are married or in a stable, 71.1% possesses 9

years or more of study, 60.9% receive 1 to 3 minimum wages from work, retirement and

pension. In relation to the health of the caregiver, 40.2% auto evaluate assess your state of

health as well, and 70.1% have health problems. Half (50.5%) of caregivers make regular use

of drugs, 77.7% of 1 to 3 medicines. In relation to the characteristics of the aged care receiver

more than half (57.8%) of seniors is aged 80 years or more, most (74.2%) has cognitive

deficit, 40.2% have dependency modified with assistance of up to 25% and independence

modified (25.8%) as Functional independence measurement (FIM). In relation to falls, 42.3%

of seniors reported fall in the last 12 months, 90.7% have high risk of falls. Most (60.8%) of

caregivers is the son/daughter, 73.2% reported not have previous experience and 44.4% serves

for a time of 1 to 4 years. < The prevalence of falls prevention practices was 26.8% and was

statistically significant association with the variables: years of study (p = 0.027). Finally, the

prevalence of caregivers who practice falls prevention is low, caregivers with 0 to 8 years of

study, marital status and with unfavorable attitudes showed a higher prevalence of non-

practice.

Key-words: Knowledge, Attitudes and Practices in health; Prevention of diseases; Accidents

by falls; Caregivers.

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Nina, A. R. Práticas de prevención de caídas de cuidadores de ancianos y factores

asociados, 2018. Tesis (Maestría en Enfermería) – Curso de Postgrado en Enfermería,

UFMT, Cuiabá, 82 p.

Tutor: Drª. Annelita Almeida Oliveira Reiners

RESUMÉN

La caída del anciano es un problema de salud pública que trae complicaciones considerables

para el anciano y su cuidador. Este estudio tuvo por objetivo analizar las prácticas de

prevención de caídas de ancianos realizadas por cuidadores informales y los factores

asociados. Estudio transversal analítico, desarrollado en cinco unidades de salud de la familia

de la región Norte del Municipio de Cuiabá-MT, con 97 cuidadores informales de ancianos.

Estos cuidadores fueron seleccionados por muestreo no probabilístico a partir de los criterios:

ser cuidador informal y principal del anciano, edad igual o superior a 18 años. Los datos

fueron recolectados en los domicilios de los cuidadores en los meses de junio a agosto de

2017, por medio de la entrevista, con cuestionario elaborado por la investigadora y validado

por un comité de 9 jueces. La variable dependiente del estudio es prácticas de prevención de

caídas realizadas por el cuidador y las variables independientes las características

demográficas y socioeconómicas, condiciones de salud y de la función del cuidador y

variables relacionadas al anciano que recibe cuidado. Los datos fueron organizados en base de

datos con doble digitación seguido por los análisis descriptivo, bivariado y múltiple utilizando

el método de Regresión de Poisson para identificar los factores asociados. Investigación

aprobada por el Comité de Ética en Investigación del Hospital Júlio Muller, resolución nº

1.978.887 el 23/03/2017 y está vinculado al PROCAD Edición n 071/2013. De los 97

cuidadores entrevistados, la mayoría (72,2%) se encuentra en el grupo de edad de 40 y 69

años, (85,6%) es del sexo femenino, el 47,4% están casados o en unión estable, 71,1 % tiene 9

años o más de estudio, 60,9% reciben de 1 a 3 salarios mínimos, provenientes del trabajo,

jubilación y pensión. En relación a las condiciones de salud del cuidador, el 40,2% autoevalua

su estado de salud como bueno, y el 70,1% mencionó tener problemas de salud. La mitad

(50,5%) de los cuidadores hacen uso regular de medicamentos, 77,7% de 1 a 3 medicamentos.

En cuanto a las características del anciano que recibe cuidado más de la mitad (57,8%) de los

ancianos se encuentra en el grupo de edad de 80 años o más, la mayoría (74,2%) posee déficit

cognitivo, el 40,2% tiene dependencia modificada con asistencia de hasta un 25% e

independencia modificada (25,8%) de acuerdo a la Medida de independencia Funcional

(MIF). En cuanto a las caídas, el 42,3% de los ancianos refirió caer en los últimos 12 meses,

el 90,7% presentan alto riesgo de caídas. La mayoría (60,8%) de los cuidadores es el hijo/hija,

(73,2%) mencionaron no tener experiencia previa y el 44,4% ejerce la función por un tiempo

de <1 a 4 años. La prevalencia de prácticas de prevención de caídas fue del 26,8% y tuvo

asociación estadísticamente significativa con las variables: años de estudio (p = 0,027), estado

civil (p = 0,047) y las actitudes de los cuidadores (p = 0,037). Se concluye que la prevalencia

de los cuidadores que realizan prácticas de prevención de caídas es baja, cuidadores con 0 a 8

años de estudio, estado civil casado y con actitudes no favorables presentaron mayores

prevalencias de no práctica.

Palabras claves: Conocimientos, Actitudes y Prácticas en salud; Prevención de

enfermedades; Accidentes por caídas; Cuidadores.

10

LISTA DE FIGURAS

Quadro 1- Critérios de seleção dos juízes, Cuiabá-MT, 2017. ................................................. 27

Figura 1- Índice de validade de conteúdo do instrumento, Cuiabá-MT, 2017.........................28

MANUSCRITO 1

Figura 1. Cuidadores de idosos segundo a classificação do conhecimento, atitudes e práticas

de prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. ............................................................................ 38

11

LISTA DE TABELAS

MANUSCRITO 1

Tabela 1 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo conhecimento de quedas e

prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97). ............................................... 39

Tabela 2 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo as atitudes para prevenção de

quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97). ..................................................................... 41

Tabela 3 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo as práticas realizadas para

prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97). ............................................... 42

MANUSCRITO 2

Tabela 1 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo a classificação conhecimento,

atitudes e práticas de prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97).............. 54

Tabela 2 - Prevalência de práticas de prevenção de quedas de cuidadores informais de

idosos segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e da função de

cuidador. Cuiabá-MT, 2017. (n=71). .................................................................. 54

Tabela 3 - Modelo de Regressão múltipla de Poisson: variáveis associadas às práticas

preventivas de quedas de cuidadores informais de idosos. Cuiabá-MT, 2017. .. 56

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACS - Agente Comunitário de Saúde

BA - Bahia

CAP - Conhecimento Atitude e Prática

CBO - Classificação Brasileira de Ocupações

CDC - Centers for Disease Control and Prevention

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa

CNS - Conselho Nacional de Saúde

CPA - Centro Político Administrativo (Bairro)

ESF - Estratégia de Saúde da Família

GCUB - Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras

FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations

ILPI - Instituições de Longa Permanência para Idosos

IVC - Índice de Validade de Conteúdo

MEEM - Mini Exame de Estado Mental

MIF - Medida de Independência Funcional

MS - Ministério da Saúde

MT - Mato Grosso

MTE - Ministério de Trabalho e Emprego

OBS - Observações

OEA - Organização dos Estados Americanos

OMS - Organização Mundial da Saúde

P - Probabilidade

PAEC - Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação

RG - Registro Geral (carteira de identidade)

RP - Razão de Prevalência

PROCAD - Programa Nacional de Colaboração Acadêmica

SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

SM - Salário Mínimo

SMDU - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano

SUS - Sistema Único de Saúde

TCLE - Termo de Consentimento Livre Esclarecido

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

USAID - United States Agency for International Development

WHO - World Health Organization

13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14

2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17

2.1. OBJETIVO GERAL................................................................................................... 17

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 17

3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 18

3.1. QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE ........................................................... 18

3.2. PREVENÇÃO DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE ........................... 19

3.3. CUIDADOR DE IDOSOS ......................................................................................... 20

3.4. PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DE CUIDADORES DE IDOSOS E

FATORES ASSOCIADOS ........................................................................................ 21

4. METODOLOGIA .............................................................................................................. 23

4.1. TIPO DE ESTUDO .................................................................................................... 23

4.2. LOCAL DE ESTUDO................................................................................................ 23

4.3. POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................... 23

4.4. COLETA DE DADOS ............................................................................................... 24

4.5. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ...................................................... 24

4.6. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................................... 25

4.6.1.Validação do questionário ........................................................................................ 26

4.7. VARIÁVEIS DO ESTUDO ....................................................................................... 29

4.7.1.Variável dependente ............................................................................................ 29

4.7.2.Variáveis independentes ...................................................................................... 29

4.8. PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................... 30

4.9. TESTE PILOTO ......................................................................................................... 31

4.10.ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................ 31

5. RESULTADO E DISCUSSÃO ......................................................................................... 32

MANUSCRITO 1 .............................................................................................................. 33

CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DE CUIDADORES DE IDOSOS

RELACIONADOS ÀS QUEDAS E SUA PREVENÇÃO ............................................... 33

MANUSCRITO 2 .............................................................................................................. 50

14

PREVALÊNCIA DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS REALIZADAS

POR CUIDADORES DE IDOSOS E FATORES ASSOCIADOS .................................. 50

6. REFERÊNCIAS DO PROJETO ...................................................................................... 62

APÊNDICES ............................................................................................................................ 67

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) do cuidador .......... 67

APÊNDICE B - TCLE do idoso ............................................................................................ 68

APÊNDICE C - Questionário de Conhecimento, Atitude e Práticas do cuidador sobre quedas

e sua prevenção ............................................................................................ 69

APÊNDICE D – Instrumento de avaliação dos juízes ........................................................... 72

APÊNDICE E – Carta convite para os juízes ........................................................................ 74

APÊNDICE F – TCLE para os juízes .................................................................................... 75

ANEXOS .................................................................................................................................. 76

ANEXOS - ANEXO A - Mini Exame do Estado Mental (MEEM) ...................................... 76

ANEXO B – Medida de Independência funcional (MIF) ...................................................... 77

ANEXO C - Escala Fall Risk Score ....................................................................................... 79

ANEXO E – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa .......................................................... 80

14

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento humano é um fenômeno que, embora seja uma conquista das

sociedades, tem trazido inúmeros desafios a elas. Um deles é o aumento do risco de doenças

crônicas não transmissíveis que, ao longo do tempo, pode tornar os idosos mais frágeis e

vulneráveis física e emocionalmente, com perda da autonomia e capacidade funcional (OMS,

2015).

Outro desafio é lidar com um dos problemas mais comuns e significativos entre os

idosos a queda. Aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos sofre

queda a cada ano, proporção que aumenta com a idade e o grau de fragilidade. Esse evento

traz consequências graves para o idoso como fraturas, lesões, síndrome pós-queda e até morte

em alguns casos (OMS, 2010; VIEIRA et al., 2011).

Para a família, a comunidade e a sociedade, o impacto econômico das quedas é crítico.

Os custos de cuidado ao idoso aumentam direta e significativamente para o setor saúde devido

aos gastos com medicamentos, serviços especializados, tratamento e reabilitação. Além disso,

há custos indiretos com perdas da produtividade da pessoa que se torna cuidador do idoso

(BRASIL, 2016; OMS, 2010).

O risco dos idosos para as quedas aumenta exponencialmente na medida em que

ocorrem as mudanças biológicas associadas à idade. No domicílio, há riscos em virtude da

falta de adequação do espaço físico e ao ambiente como presença de tapetes, fios e móveis

(COSTA et al., 2012). Além disso, somam-se os comportamentos de risco que os idosos

podem adotar como subir em bancos e usar sapatos inapropriados, aumentando as chances de

sofrer quedas (MESSIAS; NEVES, 2009; OMS, 2010).

No mundo todo, esforços têm sido empreendidos no sentido de reduzir o risco de

quedas e suas consequências com medidas preventivas ligadas à mudança comportamental e

modificações ambientais (GOODWIN et al., 2011; OMS, 2010). A fim de que tais medidas

sejam efetivas, é importante que práticas de prevenção de quedas sejam realizadas

adequadamente pelo idoso. Quando ele é dependente, essas práticas também devem ser

realizadas por seu cuidador.

O Ministério da Saúde (MS) recomenda que haja o envolvimento dos cuidadores na

identificação de fatores de risco e no processo de prevenção de quedas (BRASIL, 2016). A

fim de que eles prestem o melhor cuidado possível ao idoso dependente, é necessário que

tenham um grau de conhecimento satisfatório, componente fundamental para que tenham

condições de resolver problemas oportunamente e tomar decisões adequadas no cuidado

15

(HALL-PARKINSON; TAPPER; MELBOURNE-CHAMBERS, 2015). Quando o

conhecimento é insuficiente ou até mesmo ausente pode prejudicar a pessoa que cuida na

medida em que o cuidado pode não ser o mais adequado, deixando de lado a adoção de

medidas de recuperação e prevenção necessárias para a manutenção da sua saúde (LEITE et

al., 2014).

Estudos têm mostrado que muitos cuidadores não possuem habilidades e

conhecimentos suficientes para o cuidado adequado das pessoas que assistem. Eles assumem

essa função, que se soma às que têm, muitas vezes sem preparo técnico e por tempo

imprevisível (ANJOS et al., 2017; VIEIRA et al., 2011). Eles atribuem para si o cuidado da

pessoa realizando-o às vezes a partir de experiências, observações, orientações de

profissionais ou pessoas próximas, mas principalmente baseando-se na intuição e crenças

(IACONO et al., 2016; MORENO-CÁMARA et al., 2016). Mesmo que ao longo do tempo as

dificuldades iniciais sejam sanadas e os cuidadores consigam realizar os cuidados, no dia a

dia, eles têm que lidar com diversos problemas.

A literatura evidencia, por meio de estudos de Conhecimento, Atitudes e Práticas

(CAP) que melhores práticas de saúde relacionam-se a maior grau de conhecimento e atitudes

positivas (ASHKANANI; AL-SANE, 2013; BÉLARD et al., 2015; HATAMABADI et al.,

2014; OGUNRINDE et al., 2012; RAMDZAN; LIEW; KHOO, 2014; ZHANG et al., 2011).

Estudos CAP têm sido realizados com cuidadores de pessoas de várias faixas etárias e

diversas condições de saúde. Por exemplo, estudos com cuidadores de criança em relação a

injúrias, prevenção de acidentes domésticos, saúde oral, nutrição, alimentação complementar,

uso de micronutrientes, e determinadas doenças como diarréia, malária e encefalite japonesa

(ASHKANANI; AL-SANE, 2013; DESTA; ASSIMAMAW; ASHENAFI, 2017;

MONTASSER et al., 2014; OGUNRINDE et al., 2012; THEIN; LEE; BUN, 2005; ZHANG

et al., 2011). Do mesmo modo, alguns pesquisadores exploraram CAP dos cuidadores de

pacientes com epilepsia e pessoas com incapacidade, em relação ao cuidado e processos de

inclusão social (CAMARGO et al., 2015; SAENGSUWAN et al., 2013).

Com cuidadores de idosos, só foram encontrados na literatura estudos sobre

conhecimento e atitude sobre manejo postural, risco cerebrovascular e algumas doenças como

Alzheimer e delirium (BULL; BOAZ; SJOSTEDT, 2014; LENARDT et al., 2010; NOVA et

al., 2013; OLIVEIRA; WAJMAN; BERTOLUCCI, 2014; ZAWADZKI et al., 2011). No caso

das quedas de idosos, estudos que avaliem as práticas dos cuidadores relacionados com o

conhecimento e as atitudes não foram encontrados.

16

Encontraram-se apenas dois estudos nacionais que avaliaram só o conhecimento. Em

um deles, realizado em São Paulo - SP com 89 cuidadores informais de idosos que sofreram

quedas, seguida por fratura de fêmur, os autores verificaram o conhecimento que eles

possuíam acerca da prevenção de novas quedas. Os resultados evidenciaram que apenas

42,7% deles referiram possuir conhecimento sobre como reduzir a ocorrência do evento, e

48,3% consideraram possível a prevenção das quedas, sendo a modificação ambiental a

principal medida preventiva (AVILA; PEREIRA; BOCCHI, 2015).

Outro estudo realizado em Teresina - PI com 20 cuidadores com o objetivo de analisar

o conhecimento sobre prevenção de quedas de idosos concluiu que o conhecimento deles é

superficial por não terem recebido orientações adequadas (OLIVEIRA et al., 2016).

Conhecendo os prejuízos que trazem as quedas para o idoso e seu cuidador, que esse

evento é passível de prevenção, e que é importante adotar práticas preventivas no domicilio

para reduzir a probabilidade de ocorrência desse evento, questiona-se: Quais são as práticas

de prevenção de quedas de idosos realizadas por cuidadores informais e seus fatores

associados?

Investigar as práticas dos cuidadores para prevenção de quedas do idoso merece o

olhar mais aprofundado em novas pesquisas. Os resultados deste estudo contribuem no

aprofundamento do conhecimento das práticas de cuidadores informais para prevenção de

quedas, bem como orientar os profissionais de saúde para que desenvolvam ações específicas

para essa parcela da população, como orientações e intervenções educativas, a fim de diminuir

a ocorrência de quedas no idoso.

17

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar as práticas de prevenção de quedas de idosos realizadas por cuidadores

informais e os fatores associados.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Descrever as características demográficas, socioeconômicas, da função de cuidador e as

condições de saúde dos cuidadores informais de idosos.

2. Descrever as características demográficas e condições de saúde do idoso receptor de

cuidados.

3. Descrever o conhecimento, as atitudes e as práticas dos cuidadores sobre quedas e sua

prevenção.

4. Verificar a prevalência do conhecimento, as atitudes e as práticas dos cuidadores sobre

quedas e sua prevenção.

5. Verificar a associação entre as práticas de prevenção de quedas de idosos realizadas

pelo cuidador e as variáveis demográficas, socioeconômicas, de função do cuidador,

condições de saúde do cuidador, condições de saúde do idoso receptor de cuidado, o

conhecimento e as atitudes dos cuidadores.

18

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE

O processo de envelhecimento naturalmente promove modificações no corpo. É

comum identificar nos idosos parâmetros reduzidos de massa muscular, densidade óssea, que

reduzem a força e enfraquecem seu componente esquelético, tornando-o mais frágil e

vulnerável para a ocorrência de quedas (OMS, 2010; VRIES et al., 2013).

As quedas são consideradas eventos acidentais, não intencionais que resultam no

deslocamento ou mudança de posição do corpo do indivíduo para um nível inferior em

relação a sua posição inicial, com capacidade de correção em tempo hábil e apoio no solo,

com ou sem perda de consciência, determinado por circunstâncias multifatoriais (JACOB-

FILHO; KIKUCHI, 2011; JAHANA; DIOGO, 2007; OMS, 2010).

No mundo, aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de idade

sofrem quedas anualmente, aumentando essa proporção para as pessoas com mais de 70 anos

de 32% a 42%, e para os idosos que vivem institucionalizados, com frequências de 30% a

50% (CRUZ et al., 2012; FHON et al., 2013; OMS, 2010). Já no Brasil, os estudos apontam

uma prevalência de quedas de idosos de 28,3% até 53,6%, em diferentes regiões do país,

destacando maior prevalência em idosos de 80 anos e mais e no sexo feminino (ABREU et

al., 2016; BRITO et al., 2013; CRUZ et al., 2012; FHON et al., 2013; RODRIGUES et al.,

2015; SIQUEIRA et al., 2011)

À medida que aumenta a exposição aos fatores de risco maior é a probabilidade do

idoso cair. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, os fatores de risco para a

ocorrência das quedas abrangem quatro dimensões: biológica, comportamental, ambiental e

socioeconômica (2010).

Fatores biológicos são condições não modificáveis relacionados às características do

próprio indivíduo, dentre eles a idade, sexo, raça e alterações causadas pelas doenças crônicas

ou pelo processo de envelhecimento como declínio da capacidade física, cognitiva, afetiva,

funcional do idoso, levando-o a aumento da sua fragilidade (BRASIL, 2007; OMS, 2010;

SBGG, 2008).

O declínio na capacidade funcional é evidenciado em mais de 30% dos idosos que

sofreram quedas (FALSARELLA; GASPAROTTO; COIMBRA, 2014; GASPAROTTO;

FALSARELLA; COIMBRA, 2014), expondo o idoso a maior risco de queda. Estudo

19

desenvolvido em Lafaiete Coutinho-BA mostrou forte associação entre a queda e a

capacidade funcional (BRITO et al., 2013).

Fatores de risco comportamentais são os comportamentos adotados pelo idoso que

podem resultar em quedas como, uso de sapatos inadequados, subir escadas ou em

banquinhos/cadeiras sem apoio, sedentarismo e outros. Fatores ambientais ou extrínsecos

estão relacionados com o ambiente em que vive o idoso, como má iluminação,

posicionamento inadequado das mobílias, presença de tapetes, superfícies escorregadias,

ausência de corrimãos em corredores e escadas, e de barras de apoio nos banheiros, assim

como calçadas quebradas e com desnível (COSTA et al., 2012; GULLICH; CORDOVA,

2017; PEREIRA; DORING; PORTELLA, 2015).

Dentre os fatores socioeconômicos, o estado civil, baixa renda, baixa escolaridade,

falta de recursos na comunidade, condições de vida e moradias inadequadas são fatores que

contribuem para a ocorrência de quedas dos idosos (OMS, 2010).

As quedas trazem consequências importantes para o idoso, tais como lesões de tecidos

moles e lacerações, contusões, feridas e abrasões, lesões musculares, fraturas, lesões

traumáticas do cérebro, além de gerar o surgimento de outras doenças, hospitalização,

declínio da atividade física, abandono de atividades habituais e sociais, tristeza e síndrome

pós-queda, alterando a independência, autonomia e mobilidade do idoso (FALSARELLA;

GASPAROTTO; COIMBRA, 2014; MAIA et al., 2011; OMS, 2010).

3.2. PREVENÇÃO DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE

A prevenção de quedas do idoso é um desafio para a saúde pública. Nos últimos anos

há um aumento crescente de estudos sobre estratégias de prevenção de quedas. A OMS

preconiza a prevenção de quedas do idoso por meio da implementação nos diferentes níveis

de atenção do “modelo de prevenção de quedas” que é construído sobre três pilares: a

conscientização sobre a importância das quedas, sua prevenção, tratamento e fatores de risco

com pessoas de todos os setores da sociedade, a avaliação dos fatores individuais, ambientais

e sociais para ocorrência de quedas e intervenções apoiadas por evidências que possam

reduzir, de maneira significativa, o número de quedas entre idosos (OMS, 2010).

Estudos mostram variadas intervenções que são realizadas com intuito de prevenir

quedas. São intervenções como exercício físico, educação em saúde, tratamento de problemas

de saúde, revisão de medicamentos e modificações no ambiente, implementadas tanto no

20

modelo como multifatorial, as quais mostraram ser mais eficientes para prevenção de quedas

(LEE; CHANG; TSAUO, 2013; NYMAN; VICTOR, 2012; SBGG, 2008).

Revisão sistemática realizada por Chase et al. (2012) mostrou que melhores resultados

foram encontrados em intervenções multifatoriais que incluíam avaliações e modificações do

ambiente domiciliar, educação, medidas corretivas para visão, gestão das medicações

utilizadas e exercício físico. O estudo também mostrou que programas unifatoriais com

apenas atividade física ou modificação do ambiente não apresentaram resultados

significativos para redução de quedas.

Estudo realizado por Lee e colaboradores (2013) para avaliar os efeitos de um

programa multifatorial de prevenção de quedas sobre sua incidência em idosos residentes na

comunidade identificou redução na incidência de quedas ao longo tempo e melhora no

desempenho funcional.

3.3. CUIDADOR DE IDOSOS

Cuidador pode ser definido como aquele que assume a responsabilidade pelo cuidado

das pessoas (HERRERA; MELÉNDEZ, 2011; SOUZA et al., 2015). Pode ser classificado

como cuidador formal e informal. O primeiro teve sua atividade recentemente classificada

como ocupação pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, passando a constar na tabela

da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, sob o código 5162-10 (BRASIL, 2012).

O cuidador formal é o profissional, que recebeu treinamento específico para a função e

exerce a atividade de “cuidador” mediante remuneração, mantendo vínculos contratuais. Ele

pode ser contratado para exercer suas funções na residência de uma família, em Instituições

de Longa Permanência para Idosos (ILPI), ou acompanhar a pessoa idosa em sua permanência

em Unidades de Saúde (hospitais, clínicas, etc.) (BRASIL, 2012).

Denomina-se cuidador informal, quem geralmente é um membro familiar, esposa (o),

filha (o), irmão (a), normalmente do sexo feminino, que é “escolhido” entre os familiares por

ter melhor relacionamento ou intimidade com a pessoa idosa e por apresentar maior

disponibilidade de tempo. Podemos colocar neste grupo a amiga ou vizinha, que mesmo não

tendo laços de parentesco, cuida da pessoa idosa, como voluntária (BRASIL, 2012;

HERRERA; MELÉNDEZ, 2011; MARQUES; DIXE, 2010). Diferencia-se o cuidador

informal principal do secundário e terciário pelo grau de responsabilidade e decisão, residir na

mesma casa do idoso dependente e prestar ajuda nas atividades diárias (BAPTISTA et al.,

2012; HERRERA; MELÉNDEZ, 2011).

21

De acordo com o MS, o cuidado no domicílio proporciona o convívio familiar,

diminui o tempo de internação hospitalar e, dessa forma, reduz as complicações decorrentes

de longos períodos de internações hospitalares. Por isso, se atribuiu à Estratégia de Saúde da

Família a responsabilidade pelo provimento de cuidados aos idosos, visto que essas equipes

têm acesso aos domicílios onde estão presentes os idosos e seus cuidadores (BRASIL, 2007,

2013).

O cuidado domiciliar surge em função das diversas alterações que a sociedade

brasileira sofreu no decorrer dos anos como um modelo para o desenvolvimento de mudanças

sociais e no sistema de saúde. Assim, tem sido utilizado como uma estratégia de assistência à

saúde, que visa enfatizar a autonomia da pessoa, bem como realçar habilidades funcionais em

seu contexto domiciliar (SANTOS; LEON; FUNGHETTO, 2011).

Cuidar implica muitas e variadas atividades, o cuidador ultrapassa o simples

acompanhamento das atividades diárias dos indivíduos sejam eles saudáveis, enfermos e\ou

acamados, em situações de risco ou fragilidade. A função do cuidador é acompanhar e

auxiliar nas atividades que a pessoa idosa não consegue fazer sozinha. Atividades que podem

incluir desde pequena ajuda de acompanhamento em um deslocamento até um grau

importante e contínuo de ajuda, realizando tarefas habituais tais como: a higiene pessoal,

assistência na locomoção dentro e fora da sua casa, administração de medicamentos, ajuda

nos cuidados de enfermagem, etc., e desempenha essa função do cuidado sem renumeração

financeira (BRASIL, 2012).

3.4. PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DE CUIDADORES DE

IDOSOS E FATORES ASSOCIADOS

Conhecendo a importância da prevenção de quedas na comunidade e considerando que

o cuidador é a pessoa mais próxima do idoso é fundamental identificar as práticas de

prevenção de quedas e os fatores associados a eles, para que dessa forma se possa atuar na

diminuição ou prevenção desse fenômeno. Na literatura evidenciam-se algumas ações dos

cuidadores de idosos para prevenir a ocorrência deste evento, tais como mudanças no

ambiente, remoção de tapetes, instalação de luzes sensoriais, evitar brinquedos, piso molhado,

orientar para não caminhar em piso liso e escorregadio, o uso de dispositivos de assistência,

como cadeiras de banho e assentos de sanitários (DOW et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2016).

No entanto, não se tem conhecimento da frequência dos cuidadores de idosos que

22

desenvolvem essas ações assim como a quantidades de ações necessárias para prevenir a

ocorrência desse evento.

Em relação aos fatores associados às praticas de prevenção de quedas, na literatura

não se encontra evidências sobres quais são esses fatores que influenciam as práticas dos

cuidadores para prevenção de quedas. Entretanto outros estudos realizados com cuidadores,

mas não relacionado à temática de quedas de idosos, evidenciam o conhecimento, atitude,

escolaridade e a renda como fatores associados a algumas práticas em saúde.

Conhecimento: O conhecimento dos cuidadores associa-se com as práticas em saúde

(COULIBALY et al., 2016; DING et al., 2015), cuidadores com melhor pontuação no

conhecimento geral sobre lesões em crianças e sua prevenção esteve associado com a

adoção de práticas corretas na prevenção e gestão de lesões (MEGAHED et al., 2016).

Atitudes: Os cuidadores com atitudes favoráveis ou positivas diante um desfecho podem

ter melhor adesão a práticas de saúde. Estudo realizado na Ásia, sobre a saúde bucal de

crianças concluiu que as atitudes positivas dos cuidadores tiveram associação

estatisticamente significativa com boas práticas dos cuidadores em relação à saúde bucal

das crianças pré-escolares (p=0,001) (ASHKANANI; AL-SANE, 2013).

Escolaridade: A escolaridade é um componente que influência as práticas das pessoas, o

cuidador com um diploma universitário ou mais alto nível de educação associa-se a

melhores escores na adoção de boas práticas. (ASHKANANI; AL-SANE, 2013; DESTA;

ASSIMAMAW; ASHENAFI, 2017). Estudo realizado em Singapura sobre conhecimento,

atitudes e práticas de cuidadores principais sobre as lesões em crianças e sua prevenção,

mostrou que o grau de escolaridade foi preditor de práticas corretas na prevenção e gestão

de lesões. Cuidador com ensino superior era mais propenso a ter prática correta comparada

com uma cuidadora com ensino primária ou analfabeta (OR = 3.1; 1,0; 1 respetivamente)

(THEIN; LEE; BUN, 2005).

Renda: Em estudo realizado sobre conhecimento, atitude e prática de cuidadores de criança

admitidos com diarréia, identificou associação estatisticamente significativa entre os

cuidadores com renda média e práticas desejáveis em relação ao tratamento da doença

(p=0.026) (MATHIAZHAKAN, 2016).

23

4. METODOLOGIA

4.1. TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal, analítico. Este tipo de investigação visa levantar

exposição e ocorrência da doença ou evento simultaneamente em determinado tempo e

espaço. Por sua vez, possibilita verificar associação entre diversos fatores e as práticas de

prevenção de quedas dos cuidadores informais de idosos (FRONTEIRA, 2013; LIMA-

COSTA; BARRETO, 2003).

4.2. LOCAL DE ESTUDO

O estudo foi realizado em cinco unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), CPA

I, II, Centro América, Dr. Fabio I e II, situadas na região Norte do município de Cuiabá –

Mato Grosso. O município possui 63 ESF distribuídas em quatro regiões; 21 ESF na região

Sul, 11 ESF na região Leste, 11 ESF na região Oeste e 20 na região Norte (SMDU, 2013).

A região norte foi selecionada por possuir a maior quantidade de ESF conveniadas

com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Essas unidades foram eleitas por

possuir em sua área de abrangência, a maior população de idosos cadastrados – 2.250 idosos

aproximadamente. Cada unidade possui uma equipe de saúde composta por médico,

enfermeiro, técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que atende

uma população de aproximadamente 25 mil pessoas.

4.3. POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo foi composta por todos cuidadores de idosos residentes nas

áreas de abrangência das unidades do CPA I, II, Centro América, Dr. Fabio I e II. A seleção

dos indivíduos foi realizada por meio de amostragem não probabilística do tipo conveniência,

a partir de critérios de inclusão e exclusão.

Critérios de inclusão

1. Ser cuidador informal, ou seja, um membro familiar, esposa (o), filha (o), irmão (a) ou

amigo (a) que assumiu a tarefa do cuidado sem renumeração financeira (HERRERA;

MELÉNDEZ, 2011; OLIVEIRA; D’ELBOUX, 2012).

24

2. Ser cuidador principal do idoso, ou seja, a pessoa que presta cuidados nas atividades de

vida diária possuindo maior grau de responsabilidade e decisão no cuidado (BAPTISTA et al.,

2012; HERRERA; MELÉNDEZ, 2011).

3. Ter idade igual ou maior a 18 anos.

Critério de exclusão

Foi excluído o cuidador com idade de 60 anos ou mais que apresentou dificuldade

para compreender as perguntas. Essa dificuldade foi avaliada por meio do Mini Exame do

Estado Mental (MEEM) (ANEXO A). O MEEM é um instrumento que avalia a função

cognitiva por meio de vários domínios como orientação temporal-espacial, memória de

fixação, atenção e cálculo, linguagem, praxia e habilidades construtivas. A classificação do

comprometimento cognitivo é determinada com base na escolaridade do indivíduo, com

escore de zero a 30 pontos (BRUCKI et al., 2003). Neste estudo foi adotada a pontuação do

MS (BRASIL, 2007), a saber, pontuação igual ou menor que 19 (para analfabetos), 23 (1 a 3

anos de escolaridade), 24 (4 a 7 anos de escolaridade) e 28 (7 anos ou mais de escolaridade).

Dos idosos cadastrados nas unidades 158 possuíam cuidador indicados pelos ACS.

Deles 26 cuidadores não atenderam aos critérios de inclusão, 4 foram excluídos por

apresentarem déficit cognitivo, 24 não foram encontrados após duas tentativas e 7 não

aceitaram participar da pesquisa. Ao final, 97 cuidadores participaram da pesquisa.

4.4. COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista no domicílio do cuidador pela

pesquisadora nos meses de junho a agosto de 2017. A entrevista é uma técnica utilizada para

coletar informações, dados primários sobre um determinado assunto ou problema, realizado

face a face, onde o entrevistador encontra-se pessoalmente com os respondentes, no caso o

cuidador (POLIT; BECK, 2011; PRODANOV; DE FREITAS, 2013). Utilizou-se como

instrumento de coleta de dados questionário estruturado e validado para o alcance do objetivo

do estudo.

4.5. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Na unidade

Apresentação da pesquisadora e explanação dos objetivos da pesquisa à equipe de saúde

responsável pela unidade.

25

Acesso ao formulário “Cadastro Individual”, contido no sistema e-SUS1 das unidades e

produção de uma lista dos idosos cadastrados, na qual foram identificados, com auxílio

da equipe de saúde, os idosos que possuíam cuidador.

Localização dos endereços do cuidador/idoso com ajuda do mapa da região e auxílio dos

ACS responsáveis pelas microáreas.

No domicílio

Apresentação da pesquisadora e explanação dos objetivos da pesquisa ao cuidador e ao

idoso, que após aplicar os critérios de inclusão e exclusão foram convidados a participar da

mesma.

Realização da entrevista no domicílio agendada em horário a partir da disponibilidade do

cuidador.

Apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE A-B),

após esclarecimentos de dúvidas foi solicitado as assinaturas do cuidador e do idoso,

deixando uma via com ambos.

Na entrevista o cuidador e o idoso foram chamados pelo nome, mantendo-se uma relação

de respeito, fazendo uso de linguagem acessível, enunciando as questões de maneira clara,

repetindo-as caso eles não entendessem.

Finalização da entrevista e agradecimentos pela participação do cuidador e do idoso.

4.6. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Foi elaborado um questionário baseado em modelos sugeridos na literatura sobre CAP

(FAO, 2014; KALIYAPERUMAL, 2004; WHO, 2008) com questões referentes a quedas e

prevenção de quedas (APÊNDICE C).

O questionário está dividido em cinco seções com 40 perguntas.

1. Seção I. Dados do cuidador e idoso receptor de cuidado: as questões de 1 a 12 perguntas

relacionadas a aspectos demográficos, socioeconômicas e da função de cuidador. As

questões de 13 a 18 referem-se ao idoso que cuida.

2. Seção 2. Condições de saúde do cuidador: questões de 19 a 23.

3. Seção 3. Conhecimento dos cuidadores sobre quedas e sua prevenção: questões de 24 a

31.

4. Parte 4. Atitudes sobre quedas e sua prevenção: questões de 32 a 38.

1 Software implementada pelo Departamento de Atenção Básica como estratégia para reestruturar as informações da Atenção

Básica em nível nacional. (BRASIL, 2014).

26

5. Parte 5. Práticas de prevenção de quedas: questões 39 e 40.

Para obter informações relacionadas ao idoso que cuida foram utilizados Medida de

Independência Funcional (MIF), Risk Score de Downton e MEEM.

- MIF - para avaliar o grau de dependência do idoso. O instrumento foi traduzido e adaptado

para o Brasil por Ricci et al. (2005). O grau de dependência é avaliado em seis dimensões:

atividades de autocuidado, controle de esfíncteres, transferências, locomoção, comunicação e

cognição social. Cada item é avaliado e recebe uma pontuação de um a sete. Ao final, soma-se

os pontos obtidos em cada dimensão e se obtém um escore total mínimo de 18 e máximo de

126 pontos. Quanto menor a pontuação, maior é o grau de dependência do idoso. Este

instrumento pode ser aplicado no idoso quanto ao cuidador, neste estudo foi aplicado ao

cuidador (ANEXO B).

- Risk Score de Downton - para a avaliação do risco de quedas do idoso. O instrumento foi

traduzido e validado por Schiaveto (2008) e utiliza cinco itens de avaliação (1) quedas

anteriores (2) uso de medicações (3) déficit sensorial (4) estado mental e (5) marcha. A

pontuação do instrumento varia de 0 a 11. Pontuação igual ou superior a três, representa o alto

risco de queda do idoso (REIS; FLÔRES, 2014; SCHIAVETO, 2008). Este instrumento foi

aplicado ao idoso e quando apresentava déficit cognitivo que interferia na comunicação foi

respondido pelo cuidador (ANEXO C).

- MEEM - para avaliação cognitiva, aplicado e respondido pelo idoso receptor de cuidado

(ANEXO A).

4.6.1. Validação do questionário

Para garantir a credibilidade da pesquisa e medir o poder de acurácia do questionário

foi submetido a um comitê de juízes que avaliaram seu conteúdo. A validade de conteúdo do

instrumento comprova o domínio de interesse determinando o grau em que cada item é

representativo daquilo que se propõe a medir do fenômeno investigado (ALEXANDRE;

COLUCI, 2011). Com o intuito de validar o conteúdo do questionário elaborou-se um

instrumento (APÊNDICE D), tendo por referência estudos semelhantes que fizeram a

validade de conteúdo (BLAZ, 2017; SOUZA, 2016) e foram encaminhadas para os juízes para

sua avaliação. Esse instrumento foi dividido em cinco partes:

1. Identificação dos juízes (formação e desenvolvimento em pesquisas/produção científica

referente à temática desse estudo).

27

2. Instruções para o preenchimento do instrumento.

3. Avaliação dos itens do questionário (alcance dos objetivos do estudo, representatividade e

clareza, com 03 opções de resposta – sim/não/parcialmente).

4. Avaliação global do instrumento (sua precisão e quantidade de questões com 03 opções de

resposta – sim/não/parcialmente).

5. Sugestões.

Escolha dos Juízes

Para compor o comitê de juízes, Alexandre e Coluci (2011) recomendam que se

estabeleçam critérios e se atribua pontuação aos mesmos. Os critérios de seleção dos juízes

estão apresentados no quadro abaixo.

Quadro 1 Critérios de seleção dos juízes, Cuiabá-MT, 2017.

CRITÉRIOS PONTUAÇÃO

Titulação máxima (ser doutor ou mestre) 3-2 (respectivamente)

Pesquisa sobre quedas de idosos 3

Pesquisa sobre cuidadores 3

Pesquisa sobre CAP 2

Pesquisa questionário/escalas 1

Pesquisa sobre envelhecimento/pessoa idosa 1

Ter experiência prática na área de geriatria ou gerontologia 1

Total 14

Fonte: Elaboração própria, 2017.

As informações para a seleção dos juízes foram extraídas por meio de consulta ao

Currículo Lattes na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Pesquisa-CNPq. Aqueles que

atingiram pontuação mínima de seis pontos foram eleitos para a avaliação do instrumento.

Após aplicação dos critérios de seleção, foram selecionados 30 juízes, nas áreas de formação

de medicina, enfermagem, fisioterapia e educação física, sendo todos eles doutores, com

atuação no ensino, pesquisa e assistência. O contato com os juízes foi realizado por meio de

envio de e-mail anexado a carta convite (APÊNDICE E), com informações sobre a pesquisa,

o TCLE, solicitação da assinatura online (APÊNDICE F) e o questionário a ser avaliado. Os

juízes selecionados tiveram prazo de 15 dias para responder o instrumento de avaliação. A

cada cinco dias foi enviado lembrete reiterando o convite de participação aos juízes que não

responderam ao convite. Nesse mesmo e-mail, foi solicitado aos juízes que indicassem outros

para participar da avaliação (bola de neve ou cadeia), para serem incluídos na amostra, caso

atendessem aos critérios de seleção.

O processo de avaliação da validade de conteúdo do questionário ocorreu no mês de

abril de 2017. Juízes que não responderam no prazo estabelecido, foram excluídos. Ao todo

28

foram enviados o convite de participação a 35 juízes (30 selecionados por currículo Lattes e

cinco por bola de neve), desses quatro declinaram ao convite, 21 não responderam, e somente

10 juízes avaliaram o questionário. Um questionário foi excluído devido ao preenchimento

incompleto. Ao final, nove juízes participaram do processo de avaliação do questionário. Em

seguida, procedeu-se a análise dos dados por meio do programa Microsoft Office Excel.

Há diferentes métodos para quantificar o grau de concordância entre os juízes segundo

Alexandre e Coluci (2011), dentre eles se destaca o Índice de Validade de Conteúdo (IVC)

que é amplamente usado na área da saúde, mede a proporção ou porcentagem dos juízes em

concordância sobre determinados aspectos do instrumento, permitindo analisar inicialmente

cada item e depois o instrumento como um todo. O escore do índice é calculado pela soma do

número de respostas em concordância dos juízes divididas pelo número total de respostas

(ALEXANDRE; COLUCI, 2011).

A taxa de concordância aceitável é variável entre os autores e a depender do número

de juízes. Alexandre e Coluci (2011) recomendam o número de 6 a mais juízes como

suficiente para a avaliação, Polit e Beck (2011) e Lynn (1986), recomendam uma taxa não

inferior a 0,78 de concordância com essa quantidade de juízes. Neste estudo foi adotado o

valor de IVC 0,90 (ALEXANDRE; COLUCI, 2011).

O IVC foi avaliado por meio de uma escala do tipo Likert com pontuação de 1 a 3,

com perguntas para avaliar a objetividade, representatividade e clareza das questões do

instrumento, com opções de resposta Sim=1, Não=2 e parcialmente=3. O IVC total de

concordância dos juízes sobre o questionário foi de 0,93 (Figura 2). Ou seja, significa que o

questionário é adequado para sua aplicação.

ÍNDICE DE VALIDADE DE CONTEÚDO

Dados do

cuidador

Condições de

saúde do cuidador

Conhecimento

sobre quedas e sua

prevenção

Atitude sobre

quedas e sua

prevenção

Práticas sobre

prevenção de

quedas

Avaliação

global do

instrumento

IVC=0,97 IVC=0,93 IVC=0,93 IVC=0,88 IVC=0,95 IVC=0,94

IVC TOTAL: 0,93

Figura 1- Índice de validade de conteúdo do instrumento, Cuiabá-MT, 2017.

Todas as sugestões e recomendações dos juízes foram analisadas e consideradas

apropriadas para a versão final do questionário (APÊNDICE C).

29

4.7. VARIÁVEIS DO ESTUDO

Para atender os objetivos desse estudo, foram selecionadas as seguintes variáveis.

4.7.1. Variável dependente

Neste estudo foi considerada como variável dependente “práticas de prevenção de

quedas realizada pelo cuidador” definida com base em Kaliyaperumal (2004) Food and

Agriculture Organization of the United Nations (FAO) (2014), como ações autoreferidas para

prevenir a queda do idoso. Foi classificada como pratica e não pratica, considerou-se que o

cuidador pratica as medidas de prevenção de quedas quando referia realizar no mínimo três

medidas preventivas de quedas corretas.

4.7.2. Variáveis independentes

4.7.2.1. Variáveis relacionadas ao cuidador

Idade.

Sexo (masculino feminino).

Estado civil (solteiro casado/união estável e outros).

Tipo de relação com o idoso (cônjuge, pai/mãe e outros).

Anos de estudo (0-4 anos, 5-8 anos e 9 ou mais anos).

Renda do cuidador (não possui, de 1-3 salários mínimos e mais de 3 salários mínimos).

Renda proveniente de (aposentadoria, pensão, trabalho, outros).

Relação com o idoso (esposo, filho/a, sogro/a, outros)

Tempo que atua como cuidador do idoso (<1-4 anos, 5-10 anos e 10 ou mais anos).

Experiência anterior como cuidador (sim, não).

Capacitação para ser cuidador (sim, não).

4.7.2.2. Variáveis do idoso receptor de cuidado

Faixa etária (60-69 anos, 70-79 anos e 80 anos ou mais).

Alteração cognitiva do idoso (sim, não).

Grau de dependência do idoso (dependência completa, dependência modificada de até

50%, dependência modificada de até 25% de assistência, independência modificada).

Queda do idoso nos últimos 12 meses (sim, não).

Risco de queda do idoso (baixo e alto risco para queda).

30

4.7.2.3. Condições de saúde do cuidador

Autoavaliação do estado de saúde atual (muito ruim, ruim, regular, bom e muito bom).

Problema de saúde (sim, não).

Uso regular de medicamentos (sim, não).

4.7.2.4. Conhecimento do cuidador

Definida com base em Kaliyaperumal (2004) e FAO (2014), como compreensão do

indivíduo sobre quedas e sua prevenção, incluindo a capacidade de recordar fatos específicos

relacionados ao evento e classificada como conhece e não conhece. Foi considerado que o

cuidador conhece, quando respondeu corretamente as questões 25, 27, 29 e citou no mínimo

um fator de risco, uma consequência e uma medida para prevenção de quedas corretamente.

4.7.2.5. Atitudes do cuidador

Definida com base em Kaliyaperumal (2004) e FAO (2014), como ideias

preconcebidas, opiniões, sentimentos, predisposições e crenças que influenciam positiva ou

negativamente o comportamento ou a prática do cuidador em relação às quedas de idosos e

sua prevenção, classificada como atitude favorável e não favorável. Foi considerado que o

cuidador possui atitude favorável quando ele respondeu corretamente no mínimo seis

questões.

4.8. PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram codificados e digitados em planilhas eletrônicas do programa Epi Info

versão 7.2 (Centers for Disease Control and Prevention – CDC). Foi realizada análise

descritiva apresentadas em tabelas e gráficos com frequências absolutas e relativas para cada

variável. Para a análise bivariada algumas variáveis foram recategorizadas e foi realizada

análise estatística para verificar a possibilidade de associação entre a variável dependente e as

variáveis independentes. Foram estimadas as prevalências, as razões de prevalências (RP)

brutas e ajustadas, bem como os respectivos intervalos de confiança (95%) da variável de

interesse.

Para identificar as associações às práticas de prevenção de quedas utilizou-se o

modelo de regressão múltipla de Poisson com variância robusta pelo método stepwise

31

forward. Foram incluídas no modelo as variáveis que apresentaram p<0,20, na análise

bivariada.

4.9. TESTE PILOTO

Com a finalidade de testar o questionário quanto a sua aplicabilidade, compreensão

das questões, tempo de aplicação e identificar problemas operacionais realizou-se o teste

piloto no mês de maio de 2017 em uma ESF de outra região do município de Cuiabá-MT.

Cinco cuidadores informais de idosos com características semelhantes e que atenderam aos

critérios de inclusão da pesquisa foram entrevistados. O tempo da entrevista foi de 30 minutos

aproximadamente, e o questionário mostrou-se adequado para o alcance do objetivo do

estudo.

4.10. ASPECTOS ÉTICOS

O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) seguindo as normas

regulamentadoras de pesquisa com seres humanos, Resolução 466 de 12 de dezembro de

2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Foi aprovado com o parecer n° 1.978.887 em

23/03/2017 (ANEXO F). Este trabalho faz parte do estudo multicêntrico intitulado

Envelhecimento Ativo: promoção da saúde e prevenção de incapacidade funcional e

cognitiva, PROCAD Edital n 071/2013, financiado pela CAPES.

32

5. RESULTADO E DISCUSSÃO

Os resultados desta pesquisa estão apresentados no formato de manuscritos.

MANUSCRITO 1

Conhecimento, atitudes e práticas de cuidadores de idosos em relação às quedas e sua

prevenção.

MANUSCRITO 2

Prevalência de práticas de prevenção de quedas realizadas por cuidadores de idosos e

fatores associados.

33

MANUSCRITO 1

CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DE CUIDADORES DE IDOSOS

RELACIONADOS ÀS QUEDAS E SUA PREVENÇÃO

Abigail Roxana Nina Mamani

Annelita Almeida Oliveira Reiners

_________________________________________________________________________

Resumo: O objetivo deste estudo foi descrever o conhecimento, as atitudes e as práticas dos

cuidadores informais de idosos sobre quedas e sua prevenção. Materiais e métodos: Trata-se

de um estudo transversal descritivo realizado com 97 cuidadores residentes nas áreas de

abrangência de cinco unidades de Estratégia Saúde da Família do município de Cuiabá. Os

dados foram coletados por meio de entrevista com aplicação de um questionário validado e

foram analisados estatisticamente. Resultados: Mais da metade dos participantes conhecem

sobre quedas e sua prevenção, identificam que é um problema, assim como alguns fatores de

risco e medidas de prevenção, em relação às atitudes mais da metade mostram-se não

favoráveis e 57,7% realiza supervisão das atividades do idoso, 28,9% evita tapetes como

medidas de prevenção. Conclusão: Conclui-se que os cuidadores conhecem sobre quedas e

sua prevenção, porém de maneira superficial e limitado a informações do censo comum, isso

parece influir em suas atitudes que não são favoráveis à prevenção das quedas e em suas

práticas que a maioria não as realiza de forma a garantir a prevenção desse evento.

Descritores (ou palavras-chave): Conhecimentos, atitudes e práticas em saúde; Cuidadores;

Acidentes por quedas.

_________________________________________________________________________

INTRODUÇÃO

Um desafio a ser enfrentado no mundo de hoje em que muitas pessoas estão

envelhecendo é lidar com um dos problemas mais comuns e significativos entre os idosos as

quedas. A cada ano, aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos cai,

proporção que aumenta com a idade e o grau de fragilidade (GULLICH; CORDOVA, 2017;

OMS, 2010). Esse evento traz consequências graves não somente para o idoso, assim como

também para a família e a sociedade (BARROS et al., 2015; CARNEIRO et al., 2016;

GUERRA, 2016).

A fim de reduzir o risco de quedas e suas consequências, esforços todo têm sido

empreendidos no mundo todo, com aplicação de medidas preventivas múltiplas e

multisetoriais (OMS, 2010). Para que tais medidas sejam efetivas, é importante que práticas

de prevenção de quedas sejam realizadas adequadamente pelo idoso. Quando ele é

34

dependente, recomenda-se que haja o envolvimento dos cuidadores na identificação de fatores

de risco e no processo de prevenção de quedas (BRASIL, 2016a).

O papel do cuidador na prevenção das quedas dos idosos é fundamental, entretanto,

grande número assume essa função, que se soma às que já têm, muitas vezes sem preparo e

por tempo imprevisível (BAPTISTA et al., 2012; VIEIRA et al., 2011). Estudos têm mostrado

que muitos não possuem habilidades e conhecimentos suficientes para o cuidado adequado

das pessoas que assistem, realizando-o a partir de experiências, observações, orientações de

profissionais ou pessoas próximas, mas principalmente baseando-se na intuição e crenças

(IACONO et al., 2016; MORENO-CÁMARA et al., 2016).

O conhecimento dos cuidadores é decisivo, pois maior grau de conhecimento

relaciona-se a atitudes positivas e a melhores práticas em saúde (BÉLARD et al., 2015;

DESTA; ASSIMAMAW; ASHENAFI, 2017; HATAMABADI et al., 2014; KASSAM et al.,

2016; OGUNRINDE et al., 2012; PARADA, 2011; RAMDZAN; LIEW; KHOO, 2014). No

caso das quedas dos idosos, o conhecimento dos cuidadores é importante para que no

domicílio sejam adotadas práticas preventivas de maneira adequada, de forma que se reduza a

probabilidade de sua ocorrência.

Que se tem conhecimento, apenas dois estudos com cuidadores de idosos com foco

nas quedas e sua prevenção foram realizados, mas o objetivo foi investigar apenas o

conhecimento dos cuidadores. Em um dos estudos, os resultados evidenciaram que menos da

metade dos cuidadores (42,7%) referiu possuir conhecimento sobre como reduzir a ocorrência

das quedas e 48,3% consideraram possível a prevenção do evento (AVILA; PEREIRA;

BOCCHI, 2015). No outro estudo, os autores verificaram que o conhecimento que os

cuidadores possuíam acerca da prevenção de quedas de idosos era superficial por não terem

recebido orientações adequadas (OLIVEIRA et al., 2016).

Estudos sobre Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP) de cuidadores têm sido

realizados com pessoas de diferentes faixas etárias, principalmente crianças, e em diversas

condições de saúde (ASHKANANI; AL-SANE, 2013; HATAMABADI et al., 2014;

KASSAM et al., 2016; MATHIAZHAKAN, 2016; MONTASSER et al., 2014;

OGUNRINDE et al., 2012; PARADA, 2011; THEIN; LEE; BUN, 2005; ZHANG et al.,

2011). Com cuidadores de idosos houve a investigação apenas do conhecimento e atitudes dos

cuidadores ou somente das atitudes em relação a temas como risco cerebrovascular e algumas

doenças como Alzheimer e delirium (BULL; BOAZ; SJOSTEDT, 2014; LENARDT et al.,

35

2010; NOVA et al., 2013; OLIVEIRA; WAJMAN; BERTOLUCCI, 2014; ZAWADZKI et

al., 2011).

Neste estudo, o objetivo foi descrever o conhecimento, as atitudes e as práticas dos

cuidadores informais de idosos sobre quedas e sua prevenção.

METODOLOGIA

Estudo transversal, descritivo, realizado em cinco unidades de Estratégia Saúde da

Família (ESF) situadas na região Norte do município de Cuiabá – Mato Grosso, Brasil. Essas

são unidades com a maior população de idosos cadastrados na região referida.

A população do estudo foi composta por cuidadores residentes nas áreas de

abrangência das unidades e a seleção dos indivíduos foi realizada por meio de amostragem

não probabilística do tipo conveniência. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão:

ser cuidador informal e principal do idoso, ter idade igual ou maior que 18 anos. Foram

excluídos os cuidadores com idade de 60 anos ou mais que apresentaram déficit cognitivo

avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), com ponto de corte de

pontuação igual ou menor que 19 (para analfabetos), 23 (1 a 3 anos de escolaridade), 24 (4 a 7

anos de escolaridade) e 28 (7 anos de escolaridade) (BRASIL, 2007).

Identificou-se 158 idosos que tinham cuidadores em uma lista de idosos cadastrados

no “Cadastro Individual” do sistema e-SUS12

com auxílio dos agentes comunitários de saúde

(ACS) responsáveis pelas microáreas. Deles 26 cuidadores não atenderam aos critérios de

inclusão, 4 foram excluídos por apresentarem déficit cognitivo, 24 não foram encontrados

após duas tentativas e 7 não aceitaram participar da pesquisa. Após aplicação dos critérios de

seleção, 97 cuidadores fizeram parte da pesquisa.

Os dados foram coletados pela pesquisadora no domicilio dos cuidadores no período

de junho a agosto de 2017, por meio de entrevista, utilizando questionário estruturado,

elaborado com base em modelos sugeridos na literatura sobre CAP (FAO, 2014; WHO, 2008)

com questões referentes ao conhecimento, as atitudes e as práticas dos cuidadores quanto às

quedas e sua prevenção.

O conteúdo do questionário foi avaliado e validado por um comitê de nove juízes

selecionados por critérios como experiência em pesquisas sobre quedas de idoso, cuidadores e

1 Software implementado pelo Departamento de Atenção Básica como estratégia para reestruturar as

informações da Atenção Básica em nível nacional (BRASIL, 2014).

36

CAP. O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) (ALEXANDRE; COLUCI, 2011) foi de 0,93,

demonstrando concordância dos juízes quanto à adequação do conteúdo do questionário.

As variáveis relacionadas ao cuidador foram faixa etária, sexo; estado civil; tipo de

relação com o idoso; anos de estudo; renda do cuidador; fonte proveniente da renda; tempo

que atua como cuidador do idoso; experiência anterior como cuidador; capacitação para ser

cuidador. As variáveis relacionadas às condições de saúde do cuidador foram autoavaliação

do estado de saúde atual; presença de problema de saúde; tipo de problema de saúde, uso

regular de medicamentos e número de medicamentos.

As variáveis do idoso receptor de cuidado foram idade; alteração cognitiva do idoso

avaliada por meio do MEEM; problemas de saúde referidos; grau de dependência do idoso

avaliado por meio da Medida de Independência Funcional (MIF); histórico de queda do idoso

nos últimos 12 meses; e risco de queda do idoso avaliada por Risk Score de Downton.

O conhecimento, as atitudes e as práticas dos cuidadores em relação às quedas e sua

prevenção foram definidos com base em Kaliyaperumal (2004) e FAO (2014) ─

Conhecimento é a compreensão do indivíduo sobre quedas de idosos e sua prevenção,

incluindo a capacidade de recordar fatos específicos relacionados ao evento; ─ Atitudes são

ideias preconcebidas, opiniões, sentimentos, predisposições e crenças que influenciam

positiva ou negativamente o comportamento ou a prática do cuidador em relação às quedas de

idosos e sua prevenção; ─ Práticas são ações autoreferidas para prevenir quedas dos idosos.

A fim de classificar o CAP dos cuidadores estabeleceram-se os seguintes critérios:

Conhecimento ─ conhece e não conhece. Foi considerado que o cuidador conhece,

quando ele respondeu corretamente as questões 25, 27, 29 e citou no mínimo um fator de

risco, uma consequência e uma medida para prevenção de quedas corretamente. Atitudes ─

favorável e não favorável. Foi considerado que o cuidador possui atitude favorável quando

ele respondeu corretamente no mínimo seis questões. Práticas ─ pratica e não pratica.

Considerou-se que o cuidador pratica as medidas de prevenção de quedas quando referia

realizar corretamente no mínimo três medidas preventivas de quedas.

Os dados foram codificados e digitados duplamente em planilhas eletrônicas do

programa Epi Info versão 7.2 (Centers for Disease Control and Prevention – CDC). A análise

dos dados foi descritiva apresentadas em tabelas e gráficos com frequências absolutas e

relativas para cada variável.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do

Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) com o parecer n° 1.978.887 em 23/03/2017. Este

37

trabalho faz parte do estudo multicêntrico intitulado Envelhecimento Ativo – promoção da

saúde e prevenção de incapacidade funcional e cognitiva, PROCAD Edital n 071/2013,

financiado pela CAPES.

RESULTADOS

Dos 97 cuidadores de idosos entrevistados, a maioria (72,2%) encontra-se na faixa

etária entre 40 e 69 anos (média de 51,1 anos), é do sexo feminino (85,6%) e 47,4% são

casados ou estão em união estável. Eles possuem nove ou mais anos de estudo (71,1%) e

recebem de 1 a 3 salários mínimos (60,9%) proveniente de trabalho formal ou informal,

aposentadoria ou pensão. A maioria (60,8%) dos participantes é filho/filha do idoso, e refere

não possuir experiência anterior como cuidador (73,2%). A função de cuidador é exercida

por eles por um tempo que varia de <1 a 4 anos (44,4%) e quase a totalidade (94,8%) não

recebeu capacitação para ser cuidador.

Em relação às condições de saúde do cuidador, 40,2% autoavaliaram seu estado de

saúde como bom, 70,1% deles referiram possuir problemas de saúde e os principais foram

hipertensão (28,9%), problemas de coluna (17,5%) e problemas endócrinos (16,8%). Metade

dos cuidadores (50,5%) faz uso regular de medicamentos, 77,7% de 1 a 3 medicamentos. Os

principais medicamentos foram os anti-hipertensivos (26,8%) e hipoglicemiantes oral

(14,4%).

Em relação às características do idoso receptor de cuidado mais da metade (57,8%)

dos idosos assistidos pelos cuidadores encontra-se na faixa etária de 80 anos ou mais, a

maioria (74,2%) possui déficit cognitivo, 40,2% possuem dependência modificada com

assistência de até 25% e 25,8% independência modificada. Os principais problemas de saúde

foram hipertensão (61,9%), problemas sensoriais (38,1%) e problemas osteoarticulares (34%).

Em relação às quedas, 42,3% dos idosos referiram queda nos últimos 12 meses, dos quais

43,9% caíram uma vez e 26,8% três vezes ou mais. Quanto ao risco de quedas, quase a

totalidade dos idosos (90,7%) foi classificada com alto risco para o evento.

No que se refere à classificação do CAP dos cuidadores em relação às quedas dos

idosos e sua prevenção evidenciou-se que mais da metade (51,6%) conhecem, 56,7% possuem

atitude não favorável e 73,2% não praticam as medidas de preventivas (Figura 1).

38

Em relação ao conhecimento do cuidador sobre quedas e sua prevenção de quedas,

mais da metade (53,6%) considera que todos os idosos podem sofrer quedas, 38,1% referiram

que ela é um evento frequente, e 19,6% não sabem informar (Tabela 1).

As principais causas para a ocorrência de quedas mencionadas pelos cuidadores foram

alteração do equilíbrio (50,5%), perda da força muscular (48,5%), descuido ou falta de

atenção (26,8%), tapetes soltos no domicilio (25,8%) e piso molhado (24,7%). Quase a

totalidade (99%) dos cuidadores refere que a queda traz consequências para o idoso, tais como

fraturas (82,5%), perda da capacidade funcional (43,3%) e lesões na cabeça (22,7%). No que

se refere à prevenção das quedas do idoso, 89,7% deles referem que é possível preveni-la, as

principais medidas de prevenção referidas foram modificações no domicílio (52,6%) e a

supervisão do idoso (47,4%) (Tabela 1).

Quando questionados sobre a fonte de conhecimento que eles tiveram sobre quedas e

sua prevenção, a maioria (42,3%) refere ter sido pela experiência/convivência com o idoso,

seguido de rádio/televisão (32%) e de profissionais de saúde (9,3%) (Tabela 1).

Figura 1. Cuidadores de idosos segundo a classificação do conhecimento, atitude e práticas

de prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017.

39

Tabela 1 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo conhecimento de quedas e

prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97). (continua)

Variável Frequência (n) Porcentagem (%)

Todos os idosos podem cair?

Sim 52 53,6

Não 45 46,4

A queda do idoso é um evento?

Pouco frequente 23 23,7

Frequente 37 38,1

Muito frequente 18 18,6

Não sei 19 19,6

O que pode levar o idoso cair? *

Alteração do equilíbrio 49 50,5

Perda de força muscular 47 48,5

Descuido ou falta de atenção 26 26,8

Tapetes soltos no domicilio 25 25,8

Pisos molhado 24 24,7

Escorregar no piso liso 17 17,5

Comorbidade 14 14,4

Escadas com degraus irregulares 13 13,4

Idade avançada 12 12,4

Uso de chinelo ou sapato inadequado 10 10,3

Calçadas irregulares 10 10,3

Problemas sensoriais 09 09,3

Objetos espalhados 08 08,2

Disposição dos móveis 07 07,2

Alimentação inadequada 06 06,2

Teimosia 06 06,2

Dificuldade de mobilidade 05 05,2

Falta de supervisão 04 04,1

Iluminação insuficiente 03 03,1

Demência 02 02,1

Subir e descer escadas sem precaução 02 02,1

Subir no banco 01 01,0

Outros 09 09,3

A queda trás consequência para o idoso?

Sim 96 99,0

Não 01 01,0

Quais consequências*

Fraturas 80 82,5

Perda da capacidade funcional 42 43,3

Lesões na cabeça 22 22,7

40

Tabela 1 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo conhecimento de quedas e

prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97). (continuação)

Morte 21 21,7

Contusões 12 12,4

Escoriações na pele 11 11,3

Medo de cair 10 10,3

Isolamento social 06 06,2

Depressão 01 01,0

Gastos econômicos 01 01,0

Outros 06 06,2

Há forma de prevenir a queda do idoso?

Sim 87 89,7

Não 10 10,3

Como se previne a queda do idoso? *

Modificações no domicilio 51 52,6

Supervisão do idoso 46 47,4

Uso de bengala, andador caso necessário 09 09,3

Boa alimentação suplementação com cálcio 08 08,3

Uso de corrimões nas escadas 05 05,2

Prática de exercício físico 02 02,1

Uso de sapatos adequados antiderrapantes 01 01,0

Outros 07 07,2

Fonte do conhecimento*

Experiência/convivência do dia a dia 41 42,3

Radio/televisão 31 32,0

Internet 16 16,5

Familiares 14 14,4

Amigos 12 12,4

Profissionais de saúde 09 09,3

Revista jornal 04 04,1

Outros 10 10,3

* Variável de múltipla escolha (conclusão)

No que se refere às atitudes dos cuidadores em relação às quedas e sua prevenção,

mais da metade (52,6%) concorda parcialmente que a queda é um evento natural na velhice,

86,6% a consideram como um problema, dos quais 60,7% referem ser um problema muito

sério. A maioria (92,8%) concorda totalmente que o cuidador deve se preocupar com a queda

do idoso, 55,7% acreditam totalmente na prevenção das quedas e que todo cuidador deve

identificar os riscos para quedas e adotar medidas de prevenção (84,5%). A maioria (96,9%)

refere se sentir muito preocupado quando o idoso cai com frequência (Tabela 2).

41

Tabela 2 - Distribuição dos cuidadores de idosos segundo as atitudes para prevenção de

quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97).

Variável Frequência (n) Percentagem (%)

A queda é um evento natural na velhice

Discorda 14 14,4

Concorda parcialmente 51 52,6

Concorda totalmente 32 33,0

O sr. considera que a queda do idoso é um

problema?

Não 13 13,4

Sim 84 86,6

Se sim, quão sério?

Pouco sério 07 08,3

Muito sério 51 60,7

Extremamente sério 26 31,0

Todo cuidador deve se preocupar com a

queda do idoso

Concorda parcialmente 07 07,2

Concorda totalmente 90 92,8

O Sr. acredita que as quedas podem ser

prevenidas?

Não acredita 09 09,3

Acredita parcialmente 34 35,1

Acredita totalmente 54 55,6

Todo cuidador deve identificar os riscos e

prevenir acidentes de queda

Concorda parcialmente 15 15,5

Concorda totalmente 82 84,5

Se o idoso cai com frequência, o senhor se

sente?

Pouco preocupado 03 03,1

Muito preocupado 94 96,9

Total 97 100,0

Em relação às práticas de prevenção de quedas dos idosos realizadas pelos cuidadores,

quase a totalidade (99,0%) refere praticá-las no cuidado diário. As principais medidas

preventivas mencionadas e relacionadas ao comportamento do idoso são vigilância do idoso

(57,7%), orientação para caminhar com cautela (18,6%) e restrição das atividades do idoso

(12,4%). As práticas relacionadas à modificação do ambiente são evitação de tapetes soltos na

42

casa (28,9%) e piso molhado (23,7%), e instalação de barras de apoio no banheiro e demais

ambientes (12,4%) (Tabela 3).

Tabela 3. Distribuição dos cuidadores de idosos segundo as práticas realizadas para

prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97).

DISCUSSÃO

O presente estudo é o primeiro a ser realizado sobre o conhecimento, as atitudes e as

práticas de cuidadores informais de idosos em relação às quedas e sua prevenção. Seus

resultados contribuem para o conhecimento científico mais aprofundado na medida em que

produz informação sobre o que esses cuidadores sabem sobre as quedas e sua prevenção, suas

atitudes frente elas e como atuam para prevenção desta problemática das quedas.

Variável Frequência (n) Porcentagem (%)

No cuidado diário do idoso costuma prevenir

acidentes de queda?

Sim 96 99,0

Não 01 01,0

Como previne acidentes de queda? *

Vigiar o idoso 56 57,7

Evitar tapetes soltos na casa 28 28,9

Evitar piso molhado 23 23,7

Orientar o idoso a caminhar com cautela 18 18,6

Restringir as atividades do idoso 12 12,4

Instalar barras de apoio no banheiro e demais

ambientes 12 12,4

Usar tapetes antiderrapantes 09 09,3

Evitar brinquedos espalhados 08 08,3

Remover móveis que representam perigo para o

idoso 06 06,2

Orientar uso de bengala, andador caso necessário 05 05,2

Orientar uso de sapatos adequados e não uso de

chinelo 05 05,2

Colocar pisos antiderrapantes 05 05,2

Oferecer alimentação saudável 03 03,1

Realizar controle periódico com o médico 03 03,1

Orientar a não subir em bancos, cadeiras ou caixas

para alcançar objetos 02 02,1

Evitar deixar fios soltos na casa 02 02,1

Instalação de iluminação na casa 01 01,0

Outros 09 09,3

* Variável de múltipla escolha

43

Os participantes desta pesquisa têm características semelhantes aos cuidadores

informais de idosos de outros estudos. Em geral, são do sexo feminino, de meia idade, com

baixa renda. São filhas e esposas dos idosos que cuidam e estão nesta função há pouco tempo,

sem experiência anterior de cuidado (ANJOS et al., 2017; BRIGOLA et al., 2017; COELHO

et al., 2017; VUKICEVIC et al., 2016; VIEIRA; FIALHO, 2010).

De acordo com os critérios adotados neste estudo, os cuidadores conhecem sobre

quedas de idosos e sua prevenção. Pouco mais da metade dos participantes minimamente sabe

que a queda dos idosos é um evento frequente, que o idoso está em risco, identifica algumas

causas e consequências das quedas e refere certas medidas para preveni-las. Esse resultado é

compatível com os de outros estudos nos quais o conhecimento sobre prevenção de quedas

apresentado por cuidadores informais de idosos era incompleto ou considerado mínimo

(AVILA, PEREIRA, BOCCHI, 2015) e superficial (OLIVEIRA et al., 2016).

Provavelmente isso acontece porque a maioria dos cuidadores deste estudo assumiu a

função há pouco tempo, sem preparo e devido às formas como esse conhecimento foi

adquirido. Uma das principais fontes de conhecimento sobre quedas mencionadas por eles

provém da experiência e esse tipo de conhecimento, de maneira geral, os cuidadores podem

conseguir a partir de sua convivência com pessoas mais velhas que caíram ou da vivência de

outros. Igualmente, os meios de comunicação como a televisão e a internet, são outra

importante fonte de conhecimento dos cuidadores deste estudo. Hoje, esses meios podem ser

acessados em qualquer lugar e momento, permitindo que eles obtenham informações sobre

problemas de saúde, tratamentos e meios de prevenção (OLIVEIRA; PESCE, 2012).

Entretanto, embora as experiências e os meios de comunicação se constituam em

fontes de conhecimento e seu papel na aprendizagem dos adultos seja muito importante

(MARTINS, 2013), há que se considerar que o conhecimento desses cuidadores é superficial,

limitado a informações e distante ainda do conhecimento científico produzido e disponível

sobre o assunto.

O conhecimento superficial pode afetar a atitude dos cuidadores frente às situações de

saúde, assim como a forma como cuidam das pessoas (SAENGSUWAN et al., 2013). No que

se refere às quedas dos idosos esse grau de conhecimento pode levar os cuidadores a adotarem

poucas práticas ou realizá-las inadequadamente. A prevenção das quedas de idosos no

domicílio de forma efetiva necessita conhecimento mais aprofundado que inclui as alterações

próprias do envelhecimento, as causas e consequências das quedas, bem como as medidas

apropriadas para preveni-las.

44

Há necessidade, portanto, de que o conhecimento dos cuidadores seja melhor em

quantidade e qualidade a fim de que possam cuidar adequadamente dos idosos, produzindo

efeitos positivos na prevenção das quedas. Uma estratégia eficaz para a melhora do

conhecimento demonstrada por alguns estudos é a educação em saúde (MEGAHED et al.,

2016; PEREIRA et al., 2015). Nesse processo é importante a participação ativa dos

profissionais em saúde, visto que apenas 9,3% dos cuidadores deste estudo referiu obter

conhecimento por eles. Vale enfatizar que o enfermeiro possui competências para desenvolver

a educação em saúde e pode ser um elemento chave para promover espaços de diálogo e troca

de saberes, assim como ações de acompanhamento dos cuidadores com reforço da confiança e

fomento das suas responsabilidades junto aos idosos.

Em relação às atitudes dos cuidadores, de acordo com os critérios adotados neste

estudo, suas atitudes não são favoráveis à prevenção das quedas. Esse resultado chama a

atenção, pois mesmo que se preocupem com a ocorrência das quedas dos idosos que cuidam e

que se sintam responsáveis por evitá-las, não se colocam diante do problema de maneira

favorável.

Igualmente, esse resultado surpreende porque os cuidadores são sobretudo filhas e

esposas, pessoas cujo vínculo é maior com o idoso. Geralmente na prestação do cuidado, o

vínculo familiar, o fato de ser mulheres que cuidam costuma representar uma motivação a

mais para os cuidadores e faz com que se sintam mais comprometidos (HEDLER et al., 2016;

GUTIERREZ, MINAYO, 2010; MEHES; BRITO; CAMARGO, 2011).

Uma provável explicação para esse resultado seja o fato de que as atitudes podem ser

influenciadas pelo conhecimento (CAMARGO et al., 2015; DING et al., 2015). Na medida

em que os cuidadores deste estudo possuem um conhecimento superficial, é provável que isso

influencie suas atitudes, ou seja, na forma como eles se predispõem a enfrentar o problema

das quedas.

A influência das atitudes no comportamento das pessoas é conhecida, pois afetam sua

forma de interpretar e lidar com as quedas e sua prevenção (OMS, 2010). As atitudes dos

cuidadores são essenciais para a adoção de medidas preventivas e manutenção dos idosos em

segurança dentro e fora de casa.

Essa também pode ser uma explicação para resultado da classificação das práticas dos

cuidadores em relação à prevenção das quedas dos idosos. De acordo com os critérios

adotados neste estudo, os cuidadores deveriam referir realizar no mínimo três medidas

45

preventivas de quedas corretas, mas a maioria mencionou apenas uma, demonstrando que eles

não as realizam, mesmo que quase todos afirmassem o contrário.

Isso não garante a prevenção da queda do idoso. A fim de que a prevenção de quedas

realizada pelos cuidadores, seja efetiva, é necessário que as práticas abarquem medidas tanto

comportamentais quanto ambientais. É o conjunto dessas medidas que oferece maior

segurança aos idosos e previne que estejam expostos a riscos de quedas em suas atividades

domésticas diárias (OMS, 2010; SOARES, 2013)

Certamente, o conhecimento não é o único determinante da falta ou insuficiência de

comportamentos de saúde (BRASIL, 2016b; DING et al., 2015). No entanto, é um importante

componente a se considerar na adoção das práticas de prevenção de quedas pelos cuidadores.

Sem conhecimento considerável e satisfatório sobre esse assunto as práticas dos cuidadores

serão insuficientes para prevenir as quedas dos idosos que cuidam.

Tendo em vista que o comportamento das pessoas é muito complexo e envolve a

influência de vários fatores, outra explicação para os cuidadores deste estudo não adotarem as

práticas preventivas de quedas dos idosos pode ser suas condições sociais. Há medidas de

prevenção de quedas que necessariamente requerem das famílias cuidadoras investimento

financeiro para que sejam implementadas, por exemplo, instalação de barras de apoio, troca

de piso, aquisição de dispositivos entre outros. Na implementação dessas medidas, a atuação

dos profissionais em saúde é fundamental, com uma avaliação dos riscos reais para quedas

dos idosos e avaliação das condições socioeconômicas da família para poder adquirir os

dispositivos ou investir nas mudanças necessárias. Os profissionais de saúde podem intervir

como mediadores entre os cuidadores e as instituições de suporte social em caso de

necessidade.

Uma limitação do estudo é a amostra por conveniência, não permitindo realizar

generalizações para outros grupos de cuidadores. Entretanto, nossos resultados são relevantes,

pois, oferecem maior entendimento sobre o conhecimento, as atitudes dos cuidadores

informais de idosos e suas práticas de prevenção de quedas. Isso dá subsídios a futuros

estudos de intervenção para essa população.

CONCLUSÃO

Conclui-se que os cuidadores de idosos conhecem sobre quedas e sua prevenção, no

entanto esse conhecimento é superficial e limitado a informações do senso comum, as suas

46

atitudes não são favoráveis à prevenção das quedas e não as praticam de modo a garantir a

prevenção da ocorrência desse evento nos idosos que cuidam.

Esses resultados têm implicações importantes para o planejamento e implementação

de programas educativos, pois direcionam os profissionais de saúde no desenvolvimento de

ações específicas para essa parcela da população.

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50

MANUSCRITO 2

PREVALÊNCIA DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS REALIZADAS POR

CUIDADORES DE IDOSOS E FATORES ASSOCIADOS

Abigail Roxana Nina Mamani

Annelita Almeida Oliveira Reiners

___________________________________________________________________________

Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de práticas de prevenção de

quedas de cuidadores informais de idosos e os fatores associados. Materiais e métodos:

Trata-se de um estudo transversal analítico realizado em sete unidades de Estratégia Saúde da

Família do município de Cuiabá, com 97 cuidadores de idosos residentes nas áreas de

abrangência dessas unidades. Para a coleta dos dados aplicou-se um questionário validado e

foram analisados estatisticamente. Resultados: A prevalência das práticas de prevenção de

quedas dos cuidadores foi de 26,8%. Os anos de estudo (p=0,027), estado civil (p=0,047) e as

atitudes dos cuidadores (p=0,037) foram os fatores estatisticamente associados às práticas de

prevenção. Conclusão: Conclui-se que a prevalência de práticas preventivas de quedas é

baixa, maiores prevalências de não prática foram encontradas nos cuidadores que tinham 0 a 8

anos de estudo, eram casados e apresentaram atitudes não favoráveis diante as quedas e

prevenção.

Descritores (ou palavras-chave): Acidentes por quedas; Prevenção de acidentes;

Cuidadores.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

INTRODUÇÃO

A queda é um dos problemas mais comuns e significativos entre os idosos no mundo

todo e torna-se um desafio a ser enfrentado em vista do número de pessoas que estão

envelhecendo. Aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos caem a cada

ano (GUERRA, 2016; NASCIMENTO; TAVARES, 2016; OMS, 2010), resultando em

ameaça à saúde e independência do idoso, consequências para a família e os sistemas de

saúde (BARROS et al., 2015; GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014;

GUERRA, 2016).

Esforços têm sido empreendidos no sentido de reduzir o risco de quedas dos idosos e

suas consequências por meio da adoção de medidas preventivas múltiplas e multisetoriais

(OMS, 2010; VIEIRA; PALMER; CHAVES, 2016). Neste sentido, é importante que práticas

de prevenção de quedas sejam realizadas pelo idoso e, quando ele é dependente, devem ser

realizadas por seu cuidador cujo papel é fundamental na redução da morbimortalidade

decorrente desse evento. Contudo, pouco se sabe sobre as práticas adotadas pelos cuidadores

para prevenir as quedas dos idosos no domicilio.

51

A literatura apresenta estudos que apenas mencionam algumas estratégias referidas

pelos cuidadores utilizadas para reduzir o risco dos idosos caírem (DOW et al., 2013;

OLIVEIRA et al., 2016). Que se tem conhecimento, pesquisas cujo foco principal tenha sido

as práticas de prevenção de quedas de idosos realizadas pelos cuidadores e os fatores

associados a elas, até o momento não foram realizadas.

Conhecendo os prejuízos que trazem as quedas para o idoso e seu cuidador, que esse

evento é passível de prevenção, e que no domicilio é importante adotar práticas preventivas

para reduzir a probabilidade de ocorrência desse evento, o objetivo deste estudo foi analisar a

prevalência de práticas de prevenção de quedas de cuidadores informais de idosos e os fatores

associados.

METODOLOGIA

Estudo transversal e analítico, realizado em Cuiabá – Mato Grosso, Brasil, em sete

unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) da região Norte do município com cuidadores

residentes nas áreas de abrangência dessas unidades. Esses cuidadores foram identificados em

uma lista de idosos cadastrados no “Cadastro Individual” do sistema e-SUS13 das diferentes

unidades com ajuda dos agentes comunitários de saúde (ACS).

A amostra foi constituída por amostragem não probabilística do tipo conveniência,

incluindo cuidadores informais principais de idosos, com idade igual ou superior a 18 anos.

Em cuidadores com idade de 60 anos ou mais foi aplicado o Mini Exame do Estado Mental

(MEEM) (BRASIL, 2007) e aqueles que apresentaram déficit cognitivo foram excluídos. Dos

158 idosos identificados, 26 cuidadores não atenderam aos critérios de inclusão, 4 foram

excluídos por apresentarem déficit cognitivo, 24 não foram encontrados após duas tentativas e

7 não aceitaram participar da pesquisa. Ao final 97 cuidadores participaram do estudo.

Os dados foram coletados por meio de entrevista no domicilio dos cuidadores, no

período de junho a agosto de 2017, por meio de questionário estruturado com questões sobre

conhecimento, atitudes e práticas dos cuidadores referentes a quedas e sua prevenção com

base em modelos sugeridos na literatura sobre Conhecimento, Atitude e Prática (CAP)

(FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO),

2014; WHO, 2008).

1 Software implementado pelo Departamento de Atenção Básica como estratégia para reestruturar as

informações da Atenção Básica em nível nacional (BRASIL, 2014).

52

Esse questionário foi avaliado quanto à validade de conteúdo (objetividade,

representatividade e clareza das questões) por um comitê de nove juízes com experiência em

pesquisas sobre quedas de idoso, cuidadores e CAP. E para determinar a concordância entre

eles, foi utilizado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) (ALEXANDRE; COLUCI, 2011)

cujo valor final foi 0,93, ou seja, o conteúdo do questionário foi aprovado.

A variável dependente deste estudo foi “práticas de prevenção de quedas realizadas

pelo cuidador” definida com base em Kaliyaperumal (2004) e FAO (2014), como ações

autoreferidas para prevenir quedas do idoso. Essa variável foi classificada como pratica e não

pratica, considerado que o cuidador pratica as medidas preventivas de quedas quando referia

realizar no mínimo três medidas corretas de prevenção de quedas.

As variáveis independentes deste estudo foram ─ demográficas e socioeconômicas do

cuidador (idade, sexo, estado civil, anos de estudo, renda do cuidador, fonte da renda; ─

condições de saúde do cuidador (autoavaliação do estado de saúde, presença de problemas de

saúde, uso regular de medicamentos); ─ as relacionadas à função de cuidador (tipo de relação

com o idoso, tempo que atua como cuidador do idoso, experiência anterior como cuidador,

capacitação para ser cuidador, conhecimento e atitude) ─ e as relacionadas ao idoso receptor

de cuidado (faixa etária, grau de dependência do idoso, alteração cognitiva do idoso, histórico

de quedas nos últimos 12 meses e risco de queda do idoso).

O conhecimento foi definido com base em Kaliyaperumal (2004) e FAO (2014), como

a compreensão do indivíduo sobre quedas de idosos e sua prevenção, incluindo a capacidade

de recordar fatos específicos relacionados ao evento. A variável foi classificada como conhece

e não conhece, considerou-se que conhece quando o cuidador responder corretamente as

questões 25, 27, 29 do questionário e citar, no mínimo corretamente, um fator de risco, uma

consequência e uma medida para prevenção de quedas. A variável atitudes foi classificada

como favorável e não favorável, também definida com base em Kaliyaperumal (2004) e FAO

(2014) como ideias preconcebidas, opiniões, sentimentos, predisposições e crenças que

influenciam positiva ou negativamente o comportamento ou a prática do cuidador em relação

às quedas de idosos e sua prevenção. O critério de classificação da atitude favorável foi:

responder corretamente no mínimo seis questões do questionário.

Os dados foram codificados e digitados em planilhas eletrônicas do programa Epi Info

versão 7.2 (Centers for Disease Control and Prevention – CDC). Foi realizada análise

descritiva de cada variável apresentada com frequências absolutas e relativas. Para análise

bivariada algumas variáveis foram categorizadas e foi realizada a análise estatística para

53

verificar a possibilidade de associação entre a variável dependente e as variáveis

independentes, foram estimadas as prevalências, as razões de prevalências (RP) brutas e

ajustadas, bem como os respectivos intervalos de confiança (95%) das práticas de prevenção

de quedas dos cuidadores informais de idosos.

Para identificar as associações às práticas de prevenção de quedas utilizou-se o modelo

de regressão múltipla de Poisson com variância robusta pelo método Stepwise forward.

Foram incluídas no modelo as variáveis que, na análise bivariada, apresentaram p<0,20.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do

Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) com o parecer n° 1.978.887 em 23/03/2017. Este

trabalho faz parte do estudo multicêntrico intitulado Envelhecimento Ativo – promoção da

saúde e prevenção de incapacidade funcionais e cognitiva, PROCAD Edital n 071/2013,

financiado pela CAPES.

RESULTADOS

Dos 97 cuidadores, a maioria (85,6%) é do sexo feminino, com idade que varia de 19 a

79 anos (média 51,1 anos), possui nove ou mais anos de estudo (71,1%), e 60,9% recebe de 1

a 3 salários mínimos proveniente de trabalho formal ou informal, aposentadoria ou pensão. A

maioria (60,8%) é filho/filha do idoso, 47,4% são casados ou estão em união estável, 73,2%

referiram não possuir experiência anterior como cuidador e 44,4% exercem a função por um

tempo que varia de <1 a 4 anos. A grande maioria dos cuidadores (94,8%) não recebeu

capacitação para ser cuidador.

Dados sobre as condições de saúde dos cuidadores mostram que 40,2% consideram

seu estado de saúde como bom, 70,1% disseram possuir problemas de saúde como

hipertensão (28,9%), problemas de coluna (17,5%) e problemas endócrinos (16,8%), e 50,5%

faz uso regular de medicamentos como anti-hipertensivos (26,8%) e hipoglicemiantes oral

(14,4%).

Mais da metade (57,8%) desses cuidadores prestam cuidados a idosos que se

encontram na faixa etária de 80 anos ou mais, 40,2% possuem dependência modificada com

assistência de até 25% e independência modificada (25,8%) medida pelo MIF e 74,2%

possuem déficit cognitivo. No que se refere às quedas, 90,7% apresenta alto risco de cair,

43,9% caíram uma única vez e 26,8% três vezes ou mais.

A classificação do conhecimento e das atitudes dos cuidadores, utilizando os critérios

previamente estabelecidos, mostrou que um pouco mais da metade (51,6%) conhecem sobre

54

as quedas e sua prevenção e 56,7% apresentam atitudes não favoráveis à prevenção do evento.

Ao aplicar os critérios previamente estabelecidos para classificar as práticas de prevenção de

quedas realizada pelo cuidador, a maior (73,2%) prevalência foi daqueles que não praticam

(Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição dos cuidadores de idosos segundo a classificação conhecimento,

atitude e práticas de prevenção de quedas. Cuiabá-MT, 2017. (n=97).

As medidas preventivas de quedas mais adotadas e referidas pelos cuidadores foram

principalmente vigiar o idoso (57,7%), evitar tapetes soltos na casa (28,9%) e piso molhado

(23,7%), orientar o idoso a caminhar com cautela (18,6%), e restringir as atividades do idoso

(12,4%).

Considerando a maior prevalência de não práticas de prevenção de quedas realizadas

pelo cuidador as análises foram realizadas em função dela. A análise bivariada entre a

variável dependente e as variáveis demográficas, socioeconômicas e da função de cuidador

mostra que há associação estatisticamente significativa com a variável anos de estudo

(p=0,023) (Tabela 2).

Tabela 2. Associação entre as práticas de prevenção de quedas de cuidadores informais de

idosos e as variáveis demográficas, socioeconômicas e da função de cuidador. Cuiabá-MT,

2017. (n=71). (continua)

Variáveis Não pratica

RP* bruta IC†95% Valor de p* n %

Idade (anos)

19 – 79 (média 51,1) 0.164

Sexo

Feminino 61 73,5 1,03 (0,72-1,47) 0,872

Masculino 10 71,4 1,00 -

Variável Frequência (n) Porcentagem (%)

Conhecimento

Conhece 50 51,6

Não conhece 47 48,4

Atitudes

Favorável 42 43,3

Não favorável 55 56,7

Práticas de prevenção de quedas

realizadas pelo cuidador

Pratica 26 26,8

Não pratica 71 73,2

Total 97 100,0

55

Tabela 2. Associação entre as práticas de prevenção de quedas de cuidadores informais de

idosos e as variáveis demográficas, socioeconômicas e da função de cuidador. Cuiabá-MT,

2017. (n=71). (continuação)

Estado civil

Solteiro 20 60,6 0,75 (0,55-1,03)

0,130 Casado/união estável 37 80,4 1,00 -

Outros 14 77,8 0,97 (0,73-1,29)

Anos de estudo

0 - 8 anos 25 89,3 1,00 - 0,023

9 ou mais 46 66,7 0,75 (0,60-0,92)

Renda do cuidador

Não possui 18 64,3 0,81 (0,59-1,10)

0,194 De 1 a 3 SM 47 79,7 1,00 -

Mais de 3 SM 06 60,0 0,75 (0,45-1,27)

Renda proveniente de

Aposentadoria 12 75,0 0,95 (0,68-1,32)

0,715 Pensão 05 62,5 0,79 (0,44-1,39)

Trabalho 30 79,0 1,00 -

Outros 06 85,7 1,09 (0,77-1,54)

Relação com o idoso

Cônjuge 11 73,3 0,94 (0,67-1,31)

0,291 Filho/filha 46 78,0 1,00 -

Outros 14 60,9 0,78 (0,55-1,12)

Tempo de cuidador

<1 - 4 anos 30 69,8 0,95 (0,71-1,25)

0,694 5 – 10 anos 16 80,0 1,09 (0,80-1,47)

>10 anos 25 73,5 1,00 -

Experiência anterior como

cuidador

Sim 18 69,2 0,92 (0,69-1,24) 0,594

Não 53 74,7 1,00 -

Recebeu capacitação

Sim 05 100,0 1,39 (1,22-1,59) 0,165

Não 66 071,7 1,00 -

Conhecimento

Conhece 34 68,0 0,86 (0,68-1,10) 0.233

Não conhece 37 78,7 1,00 -

Atitudes

Favoráveis 27 64,3 0,80 (0,62-1,04) 0,083

Não favoráveis 44 88,0 1,00 -

*Razão de prevalência (conclusão) †intervalo com 95% de confiança

56

A análise bivariada entre as variáveis práticas de prevenção de quedas realizada pelo

cuidador e as variáveis de condições de saúde do cuidador e as variáveis do receptor de

cuidado não houve associação estatisticamente significativa com p < 0,05.

Na análise de regressão de Poisson foram incluídas todas as variáveis com p<0,20 na

seguinte ordem: anos de estudo, atitude do cuidador, dependência do idoso, estado civil e

renda do cuidador. Permaneceram no modelo final as variáveis: anos de estudo, estado civil, e

atitude do cuidador ajustadas pelas variáveis, idade, sexo e grau de dependência do idoso

(Tabela 3).

No modelo múltiplo final, é possível verificar que a prevalência de não práticas de

prevenção de quedas nos cuidadores foi 21% menor nos cuidadores com 9 ou mais anos de

estudo em comparação com os que tem de 0 a 8 anos de estudo, assim como a prevalência de

não de não pratica foi 26% menor nos solteiros comparados aos casados. Da mesma forma, a

prevalência de não prática de medidas preventivas de quedas foi 25% menor nos cuidadores

com atitude favorável quando comparados aos que têm atitude não favorável, ajustado por

idade, sexo e grau de dependência do idoso. Foi realizado teste de bondade de ajuste,

mostrando que o modelo é adequado (p=0,3477).

Tabela 3. Modelo de Regressão múltipla de Poisson: variáveis associadas às práticas

preventivas de quedas de cuidadores informais de idosos. Cuiabá-MT, 2017.

Variáveis e categorias RP bruta RP ajustada* Valor de p

Anos de estudo

0 – 8 anos 1,00 1,00 0,027

9 anos ou mais 0,75 (0,60-0,92) 0,79 (0,64-0,97)

Estado civil

Solteiro 0,75 (0,55-1,03) 0,74 (0,54-1,00) 0,047

Casado 1,00 1,00

Outros 0,97 (0,73-1,29) 0,94 (0,71-1,24) 0,668

Atitude do cuidador

Favorável 0,80 (0,62-1,04) 0,75 (0,58-0,98) 0,037

Não favorável 1,00 1,00

Grau de dependência do idoso

Independência modificada 1,41(0,98-2,04) 1,40 (0,97-2,01)

0,068 Dependência modificada (assistência de

25-50%) e dependência completa 1,00 1,00

RP: razão de prevalência;

*Ajustada por sexo, idade e demais variáveis da tabela

IC 95%: intervalo de 95% de confiança.

57

DISCUSSÃO

Considerando que as quedas dos idosos têm um impacto considerável sobre os

cuidadores (DOW et al., 2013), este estudo é relevante, pois é a primeira investigação

desenvolvida tendo como foco principal as práticas de prevenção de quedas realizadas por

eles. Estudos anteriores exploraram o conhecimento dos cuidadores de idosos relacionado à

prevenção de quedas (AVILA; PEREIRA; BOCCHI, 2015; OLIVEIRA et al., 2016).

Entretanto, sobre as práticas adotadas por eles para preveni-las pouco se sabe.

A prevalência de práticas de prevenção de quedas realizadas pelos cuidadores deste

estudo é baixa, ou seja, a grande maioria desses cuidadores não coloca em prática as medidas

necessárias à redução dos riscos de quedas dos idosos que cuidam. Como a prevalência de

práticas preventivas de quedas de idosos realizadas por cuidadores não foi previamente

documentada em outras pesquisas, a comparação desse achado com estudos semelhantes não

é possível.

Provavelmente essa baixa prevalência de práticas preventivas se deva ao fato de que

os cuidadores podem não perceber o risco de quedas dos idosos que cuidam como deveriam.

Os cuidadores podem estar minimizando os riscos ou considerá-los como não tão sérios. A

maneira como as pessoas percebem os riscos está ligada ao significado que elas dão a eles,

como os interpretam e isso influencia na adoção de comportamentos diante da situação de

risco (AREOSA, 2012; MARTINS et al., 2015).

Além disso, ainda que um pouco mais da metade dos cuidadores tenha conhecimento

sobre as quedas e as medidas preventivas, pode ser que esse conhecimento não seja suficiente

para fazer com que adotem as práticas de prevenção. A falta de conhecimento ou o

conhecimento insuficiente das pessoas sobre temas de saúde pode dificultar a compreensão

exata de seus problemas e interferir na adoção de hábitos e práticas em saúde (MARQUES;

DIXE, 2010). Estudos demonstram a influência do conhecimento sobre a adoção de práticas

de saúde (BRASIL, 2016; PESSOA; LINHARES, 2015).

Das práticas de prevenção de quedas citadas pelos cuidadores, destacam-se a

vigilância ao idoso e restrição de suas atividades. Essas estratégias também foram referidas

por cuidadores investigados em outro estudo (OLIVEIRA et al., 2016). Se por um lado é

necessário que idosos dependentes sejam supervisionados a fim de que seus comportamentos

não os coloquem em risco de cair, por outro lado, atender a essa demanda requer do cuidador

58

maior disposição de tempo (FERREIRA; CARMO, 2015). Talvez isso explique a associação

encontrada entre a não prática de prevenção de quedas dos cuidadores e o estado civil casado.

Cuidadores que são casados, além de prestar cuidado ao idoso, com atividades que

podem incluir desde uma pequena ajuda de acompanhamento em um deslocamento até um

grau importante e contínuo de ajuda, geralmente assume outras responsabilidades como a

organização e manutenção da casa. A sobrecarga de trabalho das pessoas pode influenciar em

suas condições de saúde e nas ações de autocuidado (SOUZA et al., 2015). No caso dos

cuidadores a presença de sobrecarga pode influenciar no tipo de cuidado prestado

(BAPTISTA et al., 2012; SOUZA et al., 2015). Nos cuidadores de idosos casados, o aumento

da carga de trabalho pode estar influenciando na não adoção das práticas preventivas de

quedas.

Essa sobrecarga pode fazer com que esses cuidadores adotem a restrição das

atividades da pessoa que cuida, medida que, para o cuidador é de prevenção de quedas. A

restrição física e da mobilidade do idoso foi encontrada em outros estudos e os autores

alertam para o risco associado a essas práticas como complicações físicas e psicológicas do

idoso que, ao longo do tempo contribuirão para a ocorrência de quedas (FARIÑA-LÓPEZ et

al., 2008; FARIA; PAIVA, MARQUES, 2012).

A associação da não realização de práticas preventivas de quedas pelos cuidadores

com a baixa escolaridade é um resultado esperado. Uma provável explicação é que pessoas

com baixo grau de escolaridade preocupam-se menos com os cuidados em saúde e são menos

propensas a adotarem práticas adequadas em saúde (DESTA; ASSIMAMAW; ASHENAFI,

2017; MEGAHED et al., 2016; SAENGSUWAN et al., 2013; WANG et al., 2012). De outro

modo, pessoas com maior grau de escolaridade têm a capacidade de assimilar e entender

melhor as informações provenientes de diversas fontes e atribuem maior valor a sua saúde

cuidando de si e dos membros da família (ADANE et al., 2017; QUINTAL; LOURENÇO;

FERREIRA, 2012).

Em estudo realizado com cuidadores de crianças verificou que quando comparados os

níveis de alfabetização das mães, mais alto grau de alfabetização esteve associado a

comportamentos de maior busca pelos serviços de saúde (ADANE et al., 2017).

Outro importante achado é a associação entre a não pratica de medidas preventivas dos

cuidadores e a atitude não favorável à prevenção. Ou seja, o comportamento das pessoas

frente às situações é determinado por suas atitudes (ASHKANANI; AL-SANE, 2013;

SAENGSUWAN et al., 2013). Isso pode ser explicado, posto que as atitudes possuem, como

59

um de seus elementos a motivação que, por sua vez, influencia o desenvolvimento de

comportamentos e ações. Pessoas motivadas tendem a apresentar comportamentos de busca

de solução para problemas e tomada de decisões para proteger, manter ou cuidar sua saúde

(BARDAL et al., 2011; DE ALMEIDA, 2013). No caso dos cuidadores de idosos, as atitudes

não favoráveis à prevenção das quedas podem estar traduzindo a falta de motivação que, por

sua vez, interfere na adoção de medidas para prevenir as quedas dos idosos.

Atitudes não favoráveis, o baixo grau de escolaridade e estado civil associado a

sobrecarga do cuidador são barreiras importantes a serem superadas para prevenir a queda do

idoso. Isso reforça a importância do trabalho inter e multidisciplinar a ser desenvolvido pelos

profissionais de saúde que atendem nas ESF, acompanhando esses cuidadores, fornecendo

informações pertinentes para suprir suas necessidades de conhecimento, avaliar permanente o

risco do idoso e orientar medidas mais efetivas para prevenção de quedas ações de forma a

oferecer maior segurança ao idoso no seu domicilio para possibilitá-lo a manter uma vida

mais independente possível.

Uma limitação deste estudo é que as praticas preventivas de quedas avaliadas foram

referidas pelos cuidadores e não observadas diretamente pelos pesquisadores. Entretanto os

resultados deste estudo têm como potencialidade a produção de informações importantes

sobre as ações dos cuidadores na prevenção desse evento. Além disso, este estudo mostra a

necessidade de pesquisas futuras de observação dessas práticas e intervenção com os

cuidadores.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a prevalência de práticas preventivas de quedas realizadas pelos

cuidadores é baixa (26,8%). Os fatores associados à prevalência foram anos de estudo, estado

civil e as atitudes dos cuidadores. Observou-se maior prevalência de não prática de medidas

preventivas de quedas em cuidadores com menor grau de escolaridade, casadas e com atitudes

não favoráveis para prevenção de quedas.

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67

APÊNDICES

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) do cuidador

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENFERMAGEM – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PESQUISA: Práticas de prevenção de quedas de cuidadores de idosos e fatores associados.

Pesquisadoras: Prof.ª Dr.ª Annelita Reiners Oliveira e Abigail Roxana Nina Mamani

Objetivo principal: Analisar as práticas de prevenção de quedas de idosos realizados por cuidadores informais e

fatores associados.

Procedimento: Os dados serão coletados pela própria pesquisadora por meio de entrevista estruturada. Será

aplicado um questionário, que contem questões referentes a dados pessoais, sociais do cuidador. Assim como

questões para avaliar o conhecimento, as atitudes e as práticas que realiza o cuidador para a prevenção de quedas

do idoso. Na entrevista, a pesquisadora irá explicar ao cuidador o objetivo do estudo e da entrevista. As

perguntas serão diretamente dirigidas ao cuidador e em seguida se aguardará a resposta. Caso não se entenda a

pergunta, a mesma será refeita de forma mais clara, onde se aguardará novamente a resposta. O tempo médio

previsto para a entrevista será de 30 minutos.

Possíveis riscos e desconfortos: nenhum risco de vida e desconforto inicial mínimo.

Benefícios previstos: Não haverá benefício material para os sujeitos, porém os sujeitos poderão contribuir no

estudo trazendo respostas que poderão beneficiar e melhorar a assistência e ações que influenciem de forma

positiva nas condições de vida e saúde de cuidadores informais de idosos e do próprio idoso.

Eu ______________________________, RG: ____________ fui informado dos objetivos, procedimentos, riscos

e benefícios desta pesquisa, descritos acima. Entendo que terei garantia de que os dados não serão divulgados e

ninguém, além da pesquisadora, terá acesso aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que

tenho direito a receber informações adicionais sobre o estudo a qualquer momento, por meio de contato com a

pesquisadora. Fui informado ainda, que a minha participação é voluntária, e que nenhum custo, risco ou prejuízo

ocorrerá sobre a minha pessoa. Se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em qualquer

momento, isso NÃO me acarretará qualquer tipo de punição. Compreendo tudo o que me foi explicado sobre o

estudo a que se refere este documento e CONCORDO em participar do mesmo.

_____________________________ ____________________________

Assinatura do (a) cuidador (a) Assinatura da pesquisadora

Este documento foi elaborado em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra é da pesquisadora. Em

caso de necessidade contate as pesquisadoras pelos seguintes telefones: (65) 9 9925-9153 ou, ou pelo e-mail:

[email protected] e [email protected] Obs.: O TCLE será redigido com fonte maior do que a

este formulário, a fim de facilitar a leitura do cuidador.

68

APÊNDICE B - TCLE do idoso

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENFERMAGEM – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PESQUISA: Práticas de prevenção de quedas de cuidadores de idosos e fatores associados.

Pesquisadoras: Prof.ª Dr.ª Annelita Reiners Oliveira e Abigail Roxana Nina Mamani

Objetivo principal: Analisar as práticas de prevenção de quedas de idosos realizados por cuidadores informais e

fatores associados.

Procedimento: Os dados serão coletados pela própria pesquisadora por meio de entrevista estruturada. Será

aplicado um questionário, que contem questões referentes a dados pessoais e de saúde do idoso. Assim como

algumas escalas para avaliar a dependência, medo de cair e risco de quedas do idoso. Na entrevista, a

pesquisadora irá explicar ao cuidador-idoso o objetivo do estudo e da entrevista. As perguntas serão diretamente

dirigidas ao idoso e em seguida se aguardará a resposta. Caso não se entenda a pergunta, a mesma será refeita de

forma mais clara, onde se aguardará novamente a resposta. O tempo médio previsto para a entrevista será de 30

minutos.

Possíveis riscos e desconfortos: nenhum risco de vida e desconforto inicial mínimo.

Benefícios previstos: Não haverá benefício material para os sujeitos, porém os sujeitos poderão contribuir no

estudo trazendo respostas que poderão beneficiar e melhorar a assistência e ações que influenciem de forma

positiva nas condições de vida e saúde de cuidadores informais de idosos e do próprio idoso.

Eu ______________________________, RG: ____________ fui informado dos objetivos, procedimentos, riscos

e benefícios desta pesquisa, descritos acima. Entendo que terei garantia de que os dados não serão divulgados e

ninguém, além da pesquisadora, terá acesso aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que

tenho direito a receber informações adicionais sobre o estudo a qualquer momento, por meio de contato com a

pesquisadora. Fui informado ainda, que a minha participação é voluntária, e que nenhum custo, risco ou prejuízo

ocorrerá sobre a minha pessoa. Se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em qualquer

momento, isso NÃO me acarretará qualquer tipo de punição. Compreendo tudo o que me foi explicado sobre o

estudo a que se refere este documento e CONCORDO em participar do mesmo.

_____________________________ _____________________________

Assinatura do (a) idoso (a) Assinatura da pesquisadora

Este documento foi elaborado em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra é da pesquisadora. Em caso de

necessidade contate as pesquisadoras pelos seguintes telefones: (65) 9 9925-9153 ou, ou pelo e-mail:

[email protected] e [email protected] Obs.: O TCLE será redigido com fonte maior do que a

este formulário, a fim de facilitar a leitura do cuidador.

69

APÊNDICE C - Questionário de Conhecimento, Atitude e Práticas do cuidador sobre quedas

e sua prevenção

N° Questionário:_______ Data: _____/_____/_____

ESF/Equipe:

Nesta parte do questionário o Sr. (a) irá fornecer informações sobre aspectos sociodemográficas e como cuidador, assim

como algumas questões do idoso receptor de cuidado no caso em que o idoso não tenha condições de responder.

SEÇÃO I. DADOS DO CUIDADOR

Nome:............................................................................................................................................................................................

Endereço:......................................................................................................................................................................................

1. Data de nascimento _____/_____/_____

2. Sexo 1) Feminino

2) Masculino

3. Estado civil 1) Solteiro

2) Casado ou união estável

3) Divorciado/separado

4) Viúvo

4.Tipo de relação com o idoso, o

idoso é seu? 1) Esposo/a

2) Noro/a

3) Filho/a

4) Outros: _____________________

5. Anos de estudo (anos)

_____________________

6. Situação Ocupacional 1) Trabalha

2) Não trabalha

7.Renda do cuidador 1) Não possui

2) Até um SM*

3) De 2 a 3 SM

4) Mais de 3 SM *Salário Mínimo no ano 2017: 937,00

8. Renda proveniente de: 1) Aposentadoria

2) Pensão

3) Trabalho

4) Doações

5) Família/amigos/vizinhos

6) Outros:

_____________________

9. Tempo que atua como

cuidador do idoso

(Meses/anos)

_____________________

11. Se sim, quanto tempo?

(Meses/anos)

_____________________

10. Experiência anterior como

cuidador

1) Sim

2) Não

12. Recebeu capacitação para ser

cuidador?

1) Sim

2) Não

DADOS DO IDOSO RECEPTOR DE CUIDADO:

13. Data de nascimento _____/_____/_____

14. Possui alteração cognitiva 1) Sim

2) Não

Score MEEM: ____________

15. Problemas de saúde autoreferida

1) Hipertensão

2) Diabetes

3) Osteoarticulares (artrite, artrose, osteoporose)

4) Problemas de coluna

5) Problemas sensoriais (visão, audição, tato,

olfato)

6) Doenças degenerativas (Alzheimer,

Parkinson)

7) Outros. _____________________

16. Grau de dependência (MIF)

1) Dependência completa

2) Dependência modificada até 50% de assistência

3) Dependência modificada até 25 de assistência

17. Sofreu queda nos últimos 12

meses?

1) Sim

2) Não

Se sim, quantas? ____________

18. Risco de queda (Escore de

risco de queda)

1) Baixo risco para queda

2) Alto risco para queda

70

Nesta seção o Sr. (a) irá fornecer informações sobre a sua saúde

SEÇÃO II. CONDIÇÕES DE SAÚDE DO CUIDADOR

19. Autoavaliação do estado de

saúde* atual

1) Muito ruim

2) Ruim

3) Regular

4) Bom

5) Muito bom

*BRASIL. VITIGEL,2015

20. Possui algum problema de saúde

1) Sim

2) Não

21. Quais problemas de saúde autoreferida

1) Hipertensão

2) Diabetes

3) Osteoarticulares (artrite, artrose,

osteoporose)

4) Problemas de coluna

5) Outros.

_____________________________

22. Faz uso regular de

medicamentos?

1) Sim

2) Não

23. Quantos medicamentos?

____________

Nesta seção do questionário irá fornecer informações sobre o seu conhecimento em relação a quedas de idosos. Não existe

certo ou errado, somente forneça as informações que o Sr.(a) considere a resposta para a pergunta.

SEÇÃO III. CONHECIMENTO SOBRE QUEDAS E SUA PREVENÇÃO

24. Todos os idosos podem cair? □ Sim □ Não

25. A queda do idoso é um evento:

□ Pouco frequente □ Frequente □ Muito frequente □ Não sei

26. O que pode levar o idoso cair? (Não mencionar as respostas)

Fatores comportamentais

Uso de múltiplos medicamentos

Consumo de bebidas alcoólicas

Sedentarismo

Uso de chinelo e sapatos

inapropriados

Subir e descer escadas sem

precaução

Uso inadequado de bengala

Outros. ________________

Fatores ambientais

Escadas com degraus irregulares

Pisos molhados

Tapetes soltos no domicilio

Fios elétricos soltos

Objetos espalhados

Disposição de móveis que

dificultam a mobilidade do idoso

Iluminação insuficiente

Calçadas irregulares

Outros. ________________

Fatores intrínsecos

Idade avançada

Sexo feminino

Perda da força muscular

Alteração do equilíbrio

Comorbidade

Problemas sensoriais

Dificuldade de mobilidade

Demência

Outros. ________________

27. A queda traz consequências para o idoso? □ Sim □Não

28. Se sim, quais? (Não mencionar as respostas)

Lesões na cabeça

Fraturas de braços e pernas

Contusões

Escoriações na pele

Perda de capacidade funcional

Morte

Medo de cair

Depressão

Isolamento social

Gastos econômicos

Outros. _____________________

29. Há formas para prevenir as quedas do idoso? □ Sim □ Não

30. Se sim, como? (Não mencionar as respostas)

Prática de exercício físico

Uso de lentes corretivas

Uso de sapatos antiderrapantes

Uso de bengalas, andador caso necessário.

Uso de corrimão para subir e descer escadas

Boa iluminação do ambiente

Modificações no domicilio.

Outros. __________

71

31. Seu conhecimento sobre quedas é proveniente de que fonte?

Profissionais de saúde

Familiares

Amigos

Revista/jornal

Rádio

Televisão

Internet

Outros:_______________________________

Nesta seção do questionário irá fornecer informações sobre as suas atitudes, ou seja, a sua postura, posição em relação às

quedas de idosos. Forneça as informações que o Sr.(a) considere a resposta para a pergunta.

SEÇÃO IV. ATITUDES SOBRE QUEDAS E SUA PREVENÇÃO

32. A queda é um evento natural na velhice. Em relação a essa afirmativa, o Sr. (a)

□ Discorda □ Concorda parcialmente □ Concorda totalmente

33. O Sr. (a) considera que a queda do idoso é um problema? □ Sim □Não

34. Se sim, quão sério? □ Pouco sério □ Muito sério □ Extremamente sério

35. Todo cuidador deve se preocupar com a queda do idoso. Em relação a essa afirmativa, o Sr. (a)

□ Discorda □ Concorda parcialmente □ Concorda totalmente

36. O Sr. (a) acredita que as quedas podem ser prevenidas?

□ Não acredito □ Acredito parcialmente □ Acredito totalmente

37. Todo cuidador deve identificar os riscos de quedas e adotar medidas de prevenção. Em relação a essa afirmativa, o

Sr. (a)

□ Discorda □ Concorda parcialmente □ Concorda totalmente

38. Se o idoso cai com frequência, o Sr. (a) se sente...

□ Nada preocupado □ Pouco preocupado □ Muito preocupado

Nesta seção do questionário o Sr.(a) irá fornecer informações sobre práticas para prevenir as quedas do idoso, não existe

certo ou errado, somente é para identificar as atividades que o Sr. realiza.

SEÇÃO V. PRÁTICAS DE PREVENÇÂO DE QUEDAS

39. No cuidado diário, o Sr.(a) costuma prevenir os acidentes de quedas? □ Sim □Não

40. Se sim, como previne? (Não mencionar as respostas)

Atentar para o uso de múltiplos

fármacos e dos efeitos colaterais.

Atentar o uso de bebidas alcoólicas.

Orientar o uso de bengala, andador

para o idoso caso necessário.

Orientar para o idoso caminhar com

cautela.

Orientar o uso de sapatos

antiderrapantes e não uso de chinelo

liso.

Orientar evitar subir em bancos,

cadeiras ou caixas para alcançar

objetos

Estimular o uso dos corrimões

instalados.

Outros. _______________

Marcação de quinas.

Remoção dos móveis que estão em perigo

para o idoso.

Evitar tapetes soltos na casa.

Uso de tapetes antiderrapantes.

Não uso de cera no chão.

Evitar fios soltos.

Evitar brinquedos espalhados.

Instalação de corrimões nas escadas

Barras de apoio no banheiro.

Instalação de barras de apoio nos demais

ambientes.

Instalação de boa iluminação na casa toda.

Outros. _______________

Alimentação saudável

do idoso.

Controle periódico com

o médico.

Outros. _____________

72

APÊNDICE D – Instrumento de avaliação dos juízes

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO INSTRUMENTO CONHECIMENTO, ATITUDES E

PRÁTICAS DE CUIDADORES DE IDOSOS SOBRE QUEDAS E SUA PREVENÇÃO

Parte I − DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS AVALIADORES

NOME:

ÁREA DE FORMAÇÃO:

ÁREA DE ATUAÇÃO: ( ) Ensino ( ) Pesquisa ( ) Assistência

TITULAÇÃO MÁXIMA: ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) doutorado

Desenvolve pesquisas sobre idosos? () Sim ( ) Não

Desenvolve pesquisas sobre quedas de idosos? ( ) Sim ( ) Não

Desenvolve pesquisas com cuidadores? ( ) Sim ( ) Não

Desenvolve estudos sobre Conhecimento, Atitude e Prática (CAP)? ( ) Sim ( ) Não

Desenvolve pesquisas utilizando instrumento de elaboração própria? ( ) Sim ( ) Não

Parte II – INSTRUÇÕES

O instrumento para validação está dividido em cinco partes, Identificação e características sociodemográficas

do cuidador, Condições de saúde do cuidador, Conhecimento sobre quedas e sua prevenção, Atitudes sobre

quedas e sua prevenção e Práticas de prevenção de quedas.

Cada parte do instrumento será avaliada em relação ao objetivo, clareza, estrutura e apresentação, isto inclui

sua organização, coerência do conteúdo, formatação e extensão do questionário.

Leia e analise cada pergunta e as opções de resposta. Em seguida, marque com um X a resposta que melhor se

aplica à sua opinião sobre cada item de avaliação de acordo com a valoração abaixo:

SIM / NÃO / PARCIALMENTE

Para as opções não, parcialmente, descreva o motivo pelo qual assinalou esse item. Na sequência, responda

as perguntas referentes à avaliação do instrumento como um todo.

OBS.: Não existem respostas corretas ou erradas. O que importa é a sua opinião.

Por favor, responda todos os itens.

Parte III – ASPECTOS A SEREM AVALIADOS EM CADA ITEM DO INSTRUMENTO

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DO CUIDADOR

QUESTÕES SIM NÃO PARCIALMENTE

A quantidade de perguntas é suficiente?

Cada uma das perguntas são variáveis mensuráveis?

As categorias para cada variável estão adequadas?

São variáveis que podem influenciar as práticas de prevenção de

quedas do cuidador?

Estas variáveis permitem o alcance do objetivo do estudo?

* Para as opções NÃO e PARCIALMENTE, descreva o motivo pelo qual assinalou esse item:

CONDIÇÕES DE SAÚDE DO CUIDADOR

QUESTÕES SIM NÃO PARCIALMENTE

A quantidade de perguntas é suficiente?

Cada uma das perguntas são variáveis mensuráveis?

As categorias para cada variável estão adequadas?

São variáveis que podem influenciar as práticas de prevenção de

quedas do cuidador?

Estas variáveis permitem o alcance do objetivo do estudo?

* Para as opções NÃO e PARCIALMENTE, descreva o motivo pelo qual assinalou esse item:

CONHECIMENTO SOBRE QUEDAS E SUA PREVENÇÃO

QUESTÕES SIM NÃO PARCIALMENTE

As perguntas referem-se ao conhecimento do cuidador sobre quedas e

sua prevenção?

Esta variável permite o alcance do objetivo do estudo?

As perguntas estão claras e objetivas?

As perguntas estão apropriadas para o público alvo?

73

As perguntas estão bem estruturadas quanto à concordância e

ortografia?

As opções de resposta são adequadas?

As perguntas e respostas estão em sequência lógica?

* Para as opções NÃO e PARCIALMENTE, descreva o motivo pelo qual assinalou esse item:

ATITUDES SOBRE QUEDAS E SUA PREVENÇÃO

QUESTÕES SIM NÃO PARCIALMENTE

As perguntas referem-se às atitudes do cuidador diante as quedas e

sua prevenção?

Esta variável permite o alcance do objetivo do estudo?

As perguntas estão claras e objetivas?

As perguntas estão apropriadas para o público alvo?

As perguntas estão bem estruturadas quanto à concordância e

ortografia?

As opções de resposta são adequadas?

As perguntas e respostas estão em sequência lógica?

* Para as opções NÃO e PARCIALMENTE, descreva o motivo pelo qual assinalou esse item:

PRÁTICAS SOBRE PREVENÇÃO DE QUEDAS

QUESTÕES SIM NÃO PARCIALMENTE

As perguntas referem-se às práticas do cuidador para prevenção

quedas?

Esta variável permite o alcance do objetivo do estudo?

As perguntas estão claras e objetivas?

As perguntas estão apropriadas para o público alvo?

As perguntas estão bem estruturadas quanto à concordância e

ortografia?

As opções de resposta são adequadas?

As perguntas e respostas estão em sequência lógica?

* Para as opções NÃO e PARCIALMENTE, descreva o motivo pelo qual assinalou esse item:

Parte IV − AVALIAÇÃO GLOBAL DO INSTRUMENTO

Você considera que:

1. O instrumento permite analisar com precisão o conhecimento, as atitudes e as práticas (CAP) dos

cuidadores sobre quedas e prevenção de quedas do idoso?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

Se não ou parcialmente, por quê?

2. As perguntas do instrumento são representativas dentro do universo de todas as questões que poderiam ser

elaboradas para identificar o CAP dos cuidadores sobre de quedas e sua prevenção?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

Se não ou parcialmente, por quê?

3. A quantidade de perguntas é adequada para atingir aos objetivos da pesquisa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

Se não ou parcialmente, por quê?

4. No momento da aplicação do instrumento, será cansativo para os cuidadores?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, o que você sugere?

Parte V − SUGESTÕES

Comentários gerais e sugestões adicionais:

74

APÊNDICE E – Carta convite para os juízes

CARTA CONVITE

Prezada.

Sou Abigail Roxana Nina Mamani, mestranda do Curso de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade

Federal de Mato Grosso (UFMT), e estou desenvolvendo um projeto de pesquisa que faz parte de um estudo

maior sobre quedas de idosos na comunidade.

Projeto: Aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer no

1.978.887

Responsável: Abigail Roxana Nina Mamani

Título: Práticas de prevenção de quedas de cuidadores de idosos e fatores associados.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Annelita Almeida Oliveira Reiners.

Objetivo: Analisar as práticas de prevenção de quedas de idosos realizados por cuidadores informais e fatores

associados

População: Cuidadores informais de idosos.

Coleta de dados: Por meio de entrevista utilizando como instrumento o questionário elaborado.

Cada item do questionário foi construído com base na literatura, com enfoque nos fatores ambientais e de

comportamento para prevenção de queda.

Considerando a importância da validade de conteúdo do instrumento de coleta de dados e obter maior

confiabilidade na pesquisa, selecionamos alguns juízes a partir dos seguintes critérios: titulação, experiência na

área de geriatria/gerontologia, desenvolvimento de pesquisas e/ou produção científica nas áreas de quedas de

idosos, com cuidadores e estudos de Conhecimento, Atitude e Prática (CAP).

Convidamos o (a) senhor (a) participar desta pesquisa na condição de avaliador (a) apreciando e julgando

cada item do questionário quanto aos objetivos, à estrutura e apresentação.

Caso aceite o convite, leia o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), responda o questionário e

envie-o por e-mail.

Aguardamos o retorno do questionário até o dia 20/04/17.

Este é um e-mail lembrete, reiterando nosso convite na participação e avaliação de nosso questionário,

Desde já agradecemos sua colaboração e nos colocamos à sua disposição para quaisquer esclarecimentos.

Segue anexo TCLE, questionário de avaliação e instrumento de coleta de dados.

Atenciosamente,

Abigail Roxana Nina Mamani – [email protected]

Annelita Almeida Oliveira Reiners - [email protected]

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APÊNDICE F – TCLE para os juízes

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisa: Práticas de prevenção de quedas de cuidadores de idosos e fatores associados.

Pesquisadora: Abigail Roxana Nina Mamani e Prof.ª Dr.ª Annelita Reiners Oliveira.

Objetivo principal: Analisar as práticas de prevenção de quedas de idosos realizados por cuidadores informais

e fatores associados

Procedimento: Os dados serão coletados por meio de um questionário contendo questões referentes à

identificação do (a) avaliador (a), sobre os objetivos, estrutura, apresentação e avaliação global do instrumento e

sugestões.

Possíveis riscos e desconfortos: Nenhum.

Benefícios previstos: Não haverá benefício material para os sujeitos, porém os sujeitos poderão contribuir no

estudo trazendo respostas que poderão beneficiar e melhorar as ações dos cuidadores, influenciando de forma

positiva as condições de vida e saúde dos idosos.

Eu, COLOQUE O SEU NOME COMPLETO, RG: COLOQUE O SEU NÚMERO DE RG fui informado (a)

dos objetivos, procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa, descritos acima.

Entendo que terei garantia de que os dados não serão divulgados e ninguém, além das pesquisadoras terá acesso

aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber informações

adicionais sobre o estudo a qualquer momento, por meio de contato com as pesquisadoras.

Fui informado (a) ainda, que a minha participação é voluntária, e que nenhum custo, risco ou prejuízo ocorrerá

sobre a minha pessoa. Se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em qualquer momento,

isso NÃO me acarretará qualquer tipo de punição. Compreendo tudo o que me foi explicado sobre o estudo a

que se refere este documento e CONCORDO em participar do mesmo.

Em caso de necessidade contate as pesquisadoras pelos seguintes telefones: (65) 99925-9153 ou, (65)

999819686 ou pelos e-mails: [email protected] e [email protected]

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ANEXOS - ANEXO A - Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

Objetivo: É um teste neuropsicológico para avaliação da função cognitiva.

1. Orientação temporal (0 – 5 pontos)

Em que dia estamos?

Ano

Semestre

Mês Dia

Dia da semana

1

1

1 1

1

2. Orientação espacial (0 – 5 pontos)

Onde estamos?

Estado Cidade

Bairro

Rua Local

1 1

1

1 1

3. Repita as palavras (0 – 3 pontos)

Peça ao idoso para repetir as palavras, depois de dizê-las

repita todos os objetos até que o entrevistado o aprenda

(máximo 5 repetições)

Caneta

Tijolo Tapete

1

1

1

4. Cálculo O (a) Sr (a) faz cálculos? Sim (vá para 4a)

Não (vá para 4b)

1

1

4a Cálculo (0 – 5 pontos) Se de R$100,00 fossem tirados R$7,00 quanto restaria?

E se tirarmos mais R$ 7,00 (total 5 subtrações)

93

86

79 72

65

1

1

1 1

1

4b Soletre a palavra MUNDO de trás para frente

O

D N

U

M

1

1 1

1

1

5. Memorização Repita as palavras que disse há pouco

Caneta

Tijolo

Tapete

1

1

1

6. Linguagem (0 – 3 pontos) Mostre um relógio e uma caneta e peça ao idoso para

nomeá-los

Relógio

Caneta

1

1

7. Linguagem (1 ponto) Repita a frase: Nem aqui, nem ali, nem lá 1

8. Linguagem (0 – 2 pontos)

Siga uma ordem de três estágios:

Pegue o papel com a mão direita.

Dobre-o ao meio Ponha-o no chão

1

1

1

9. Linguagem (1 ponto) Escreva em um papel: “feche os olhos”. Peça ao idoso

para que leia a ordem e a execute Feche os olhos 1

10. Linguagem (1ponto) Peça ao idoso para escrever uma frase completa 1

11. Linguagem (1 ponto) Copie o desenho:

1

RESULTADO

Grau de escolaridade Nota de escolaridade Pontuação do paciente

Analfabeto 19

De 1 a 3 anos de escolaridade 23

De 4 a 7 anos de escolaridade 24

Acima de 7 anos de escolaridade 28

Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.144-5.

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ANEXO B – Medida de Independência funcional (MIF)

DATA:

NOME:

IDADE:

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO E DE AVALIAÇÃO

Para cada área de funcionamento abaixo escreva a pontuação que melhor se aplica. Cada item da MIF pode ser

classificado em uma escala de 1 (dependência total) a 7 (independência total). O escore final será obtido por meio

da somatória dos pontos. Nas atividades controle dos esfíncteres, em caso de incontinência urinária, considerar

pontuação de 1 a 6. Para os itens Locomoção, Compreensão e Expressão é necessário marcar qual a forma mais

habitual de realizar a atividade. Sempre que forem necessários dois cuidadores para realizar uma tarefa, marcar

nível 1. Não deixe nenhum item em branco, se a pessoa idosa não faz uma tarefa marque 1.

NÍVEIS

Sem ajuda Independência Completa (em segurança, em tempo normal) 7

Modificada (ajuda técnica) 6

Com ajuda

Dependência

modificada

Supervisão 5

Assistência mínima (pessoa realiza 75% ou mais da

atividade) 4

Assistência moderada (pessoa realiza 50% ou mais da

atividade) 3

Assistência máxima (pessoa realiza 25% ou mais da

atividade) 2

Dependência total Assistência máxima (pessoa realiza 15% ou mais da

atividade) 1

AVALIAÇÃO

MIF MOTOR

ATIVIDADES DE AUTOCUIDADO

Atividade Definição Pontuação

Alimentação

Inclui usar os instrumentos apropriados para levar a comida à boca,

mastigar e engolir, desde que a refeição seja apresentada da forma usual

numa mesa ou tabuleiro.

Higiene pessoal:

cuidado de

apresentação e

aparência

Inclui higiene bucal, arranjo do cabelo, lavagem do rosto e das mãos,

barbear-se ou maquiar-se.

Banho: Limpeza

do corpo

Inclui lavar e secar o corpo do pescoço para baixo (excluindo as costas) na

banheira, no chuveiro ou na cama (com esponja).

Vestir a metade

superior do corpo

Inclui vestir-se ou despir-se acima da cintura, assim como colocar e

remover próteses ou órteses da parte superior do corpo.

Vestir a metade

inferior do corpo

Inclui vestir-se da cintura para baixo, assim como colocar e remover

próteses ou órtese, quando aplicável.

Uso do vaso

sanitário

Envolve a manutenção da higiene na região perineal assim como retirar e

ajustar roupas antes e depois de usar o vaso sanitário ou

comadre/papagaio.

ATIVIDADES DE CONTROLE DOS ESFÍNCTERES

Atividade Definição Pontuação

Controle da bexiga

Envolve o controle completo e intencional da

bexiga e uso de equipamento ou agentes

necessários para o controle da urina.

Continente

Incontinente

Controle do

intestino

Envolve o controle intencional completo da defecação e uso de

equipamentos e agentes necessários ao controle do intestino.

ATIVIDADES DE MOBILIDADE

Atividade Definição Pontuação

78

Transferências:

Leito, cadeira,

cadeira de rodas

Envolve todos os aspectos de transferência de e para a cama, cadeira e

cadeira de rodas, assim como passar para a posição em pé se a marcha for

o modo de locomoção usual da pessoa.

Transferências:

Vaso sanitário Envolve sentar-se e levantar-se do vaso sanitário.

Transferências:

banheira ou

chuveiros

Inclui entrar e sair de uma banheira ou de um boxe.

ATIVIDADES DE LOCOMOÇÃO

Atividade Definição Pontuação

Locomoção Consiste em andar (estando de pé) ou usar cadeira

de rodas (estando sentado) numa superfície plana.

Marcha

Cadeira de rodas

Locomoção:

Escadas

Consiste em subir e descer um lance de escadas (12 a 14 degraus), em

ambiente fechado, casa ou hospital.

MIF COGNITIVO

ATIVIDADES DE COMUNICAÇÃO

Atividade Definição Pontuação

Compreensão Inclui entender uma comunicação sonora ou visual

(por exemplo, escrita, signos, gestos).

Auditiva

Visual

Expressão

Inclui exprimir linguagem oral ou não com clareza.

Abrange a fala inteligível ou a expressão clara da

linguagem através da escrita ou de um dispositivo

de comunicação.

Verbal

Não verbal

ATIVIDADES DE CONHECIMENTO SOCIAL

Atividade Definição Pontuação

Interação social

Envolve desempenhar a participação e acompanhamento de outros em

situações sociais e terapêuticos. Refere-se à capacidade da pessoa em lidar

com as próprias necessidades em conjunto com as necessidades dos outros.

Resolução de

problemas

Inclui as habilidades (técnicas e métodos) para resolver problemas da vida

diária. Tomar decisões razoáveis, seguras e em tempo sobre assuntos

financeiros, sociais e pessoais, iniciar atividades, obedecendo a uma

sequência e aplicando-se correções, para solucionar problemas.

Memória

Capacidade de reconhecer e lembrar-se enquanto desenvolve atividades

cotidianas num contexto institucional ou comunitário. Inclui a capacidade

de guardar e recuperar informação, em particular, a informação verbal e

visual. A evidência funcional na memória inclui o reconhecimento de

pessoas vistas com frequência, a lembrança das rotinas diárias e a

execução de tarefas sem alguém ter que as recordar.

TOTAL

Escore total: 18 – 126 pontos

CLASSIFICAÇÃO Pontuação

Dependência completa (assistência total) 18 pontos

Dependência modificada (assistência de até 50 % da tarefa) 19-60 pontos

Dependência modificada (assistência de até 25 % da tarefa) 61-103 pontos

Independência completa/modificada 104-126 pontos

Fonte: RICCI et al. (2005)

MIF do idoso =

79

ANEXO C - Escala Fall Risk Score

FALL RISK SCORE – (DOWNTON, 1993)

ESCORE DE RISCO DE QUEDAS

Nome:_____________________________________________________________________

Data:___/____/_______

Atribua 01(um) ponto para cada item marcado com asterisco (*) = SIM (1) NÃO (0)

1. Quedas anteriores (último 12 meses) NÃO

SIM*

2. Medicações

NENHUMA

TRANQUILIZANTES/SEDATIVOS*

DIURÉTICOS*

ANTI-HIPERTENSIVOS*

DROGAS ANTIPARKINSONIANAS*

ANTIDEPRESSIVOS*

OUTRAS MEDICAÇÕES

3. Déficit sensório

NENHUM

VISÃO PREJUDICADA*

AUDIÇÃO PREJUDICADA*

MEMBROS* (amputação, AVC, neuropatias, etc.)

4. Estado mental ORIENTADO

CONFUSO* (MEEN)

5. Marcha (modo de andar)

NORMAL

SEGURO COM EQUIPAMENTO DE AJUDA

PARA CAMINHAR (bengala, andador).

INSEGURO COM/SEM EQUIPAMENTO*

INCAPAZ

*Pontuação igual ou superior a 3 indica um alto risco de quedas, a pontuação varia de 0 a 11.

Fonte: SCHIAVETO, F. V. Avaliação do risco de quedas em idosos da comunidade. 2008. Dissertação (Mestrado

em Enfermagem), Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 117p.

80

ANEXO E – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

81

82

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste estudo contribuem significativamente com o conhecimento

científico. Com o crescimento da população idosa no mundo, o aumento de prevalências de

quedas representa um problema de saúde publica. Pesquisas internacionais e nacionais têm

sido desenvolvidas de forma crescente com essa população. No entanto, considerando o papel

do cuidador com o idoso dependente, a prevenção de quedas se torna fundamental e merece

um olhar sob novas perspectivas.

Neste estudo se buscou identificar as práticas dos cuidadores para prevenção de

quedas e fatores associados. Os objetivos foram alcançados, e a metodologia utilizada

adequada para o alcance dos mesmos. Os principais resultados encontrados foram a

prevalência de práticas preventivas de quedas realizadas pelos cuidadores idosos foi de

(26,8%) e os fatores associados que influenciaram na não prática de prevenção de quedas dos

idosos pelos cuidadores informais foram anos de estudo de 0 a 9 anos, estado civil casado e

atitudes não favoráveis.

Esses resultados são importantes para a prática da enfermagem e equipe de saúde, para

o desenvolvimento de ações e assistência a essa população, orientando os cuidadores para a

necessidade de adoção de práticas de prevenção de quedas de forma mais efetiva, o que e

contribui para a promoção do envelhecimento ativo da população em que se encontra em

processo de envelhecimento.

Os resultados apontam para a necessidade de novas pesquisas, que investiguem o

impacto das práticas dos cuidadores sobre o histórico de quedas do idoso e estudos de

intervenção visem à melhoria do conhecimento e mudança nas práticas de cuidado

desenvolvidas atualmente a fim de prevenir a ocorrência desse evento.

Além disso, o desenvolvimento deste estudo aprofundou meu conhecimento

relacionado ao cuidador informal e a pessoa idosa. Isso tornou possível ampliar meu

conhecimento sobre o crescente processo de envelhecimento. Na Bolívia (meu pais) também é

crescente o aumento da população idosa, e o conhecimento aqui adquirido foi importante, se

constituirá em subsídio para a minha atuação profissional e me direcionar nas ações e

intervenções da pratica profissional, bem como no desenvolvimento de novas pesquisas com

esta população em outros contextos.