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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO CONSUMIDOR
Direito Bancário – Aula 65
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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• Súmula 30 do STJ
A comissão de permanência e a correção monetária são
inacumuláveis.
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• A comissão de permanência é uma taxa cobrada pelas
instituições financeiras quando há um atraso no
cumprimento dos pagamentos.
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• A correção monetária é basicamente a adequação da
moeda perante à inflação, dentro de um período
determinado.
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• Temos também:
Juros de mora
Multa
Comissão de permanência
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• Juros de mora
Juros de mora é uma taxa percentual sobre o atraso do
pagamento de um título de crédito em um determinado período de
tempo.
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• As multas penais são classificadas em:
a) Multa compensatória
b) Multa moratória
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• Quando a multa é aplicada para o descumprimento total da
obrigação, ou de uma de suas cláusulas, será compensatória.
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• Quando se aplica a multa para o cumprimento retardado da
obrigação, mas ainda útil para o credor, a cláusula penal será
moratória.
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CONTRATOS BANCÁRIOS. Ação de revisão contratual. Sentença de improcedência. Irresignação da parte autora.Cabimento em parte. O CDC é aplicável às instituições financeiras. Súmula 297 do STJ. Circunstância que não implica,porém, necessariamente, a existência de cláusulas ilegais ou abusivas no negócio, o mesmo se dizendo do fato de setratar de contrato de adesão. Constitucionalidade da Medida Provisória nº 2.170-36/01 reconhecida pelo OE destaCorte. Cláusula de reserva de plenário. Art.97 da CF. Legalidade da capitalização dos juros, desde que prevista nocontrato (Súmula 596 do STF e Súmulas 539 e 541 do STJ). Capitalização autorizada pelo contrato 'sub judice'. CustoEfetivo Total. Corresponde ao resultado da soma entre a taxa de juros – prevista no contrato – e os demais encargoscontratuais, razão pela qual não se confunde com a taxa de juros remuneratórios isoladamente considerada.Regularidade do encargo reconhecida. Tarifas de avaliação de bem e de registro de contrato. Possibilidade dacobrança, devendo ser demonstrada, no entanto, a efetiva prestação dos serviços. Certificado de registro de veículoque comprova o efetivo registro do contrato, sendo regular a cobrança da respectiva tarifa. Avaliação do bem que foicomprovada pelo laudo de vistoria do veículo financiado. Cobranças regulares. Contratação de seguro. Nos contratosbancários, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro. Configuração de venda casada. Cobrançaafastada. Entendimento do E. STJ consolidado no julgamento dos REsp nº 1.578.553/SP e nº 1.639.259/SP, sob o ritodos recursos repetitivos. Repetição do indébito que deve ser feita de forma simples e não em dobro, por ausência demá-fé. Ação julgada parcialmente procedente. Ônus sucumbencial mantido exclusivamente com a parte autora. Art.86, § único, do CPC. Incabível a majoração de honorários em favor da apelada, prevista pelo §11 do art. 85 do CPC,ante o provimento parcial do recurso da parte sucumbente. Recurso provido em parte. (TJSP; Apelação Cível1038575-93.2019.8.26.0002; Relator (a): Walter Barone; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito Privado; ForoRegional II - Santo Amaro - 10ª Vara Civel; Data do Julgamento: 30/10/2019; Data de Registro: 30/10/2019)
• Juros moratórios (Juros de Mora)
Juros moratórios são aqueles que decorrem do inadimplemento ouretardamento no cumprimento de obrigações ou contratos. Sabeaquele boleto que você se esqueceu de pagar na data correta? Nele,tem os dizeres que “juros de 1% ao mês” e “multa de 2%” em caso deatraso. Esse atraso no pagamento é a chamada “mora”.
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• Juros compensatórios
Os juros compensatórios são aqueles calculados sobre um valoremprestado a alguém por um determinado período de tempo. Sevocê já realizou um financiamento para adquirir um imóvel ou umveículo, certamente pagou juros nas parcelas mensais devidas àinstituição financeira. Em linguagem técnica, os juros compensatórios,também chamados de remuneratórios, são os frutos naturais docapital empregado. É, a grosso modo, a remuneração do banco queempresta dinheiro.
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• Multa compensatória e multa moratória (cláusula penal)
• Cláusula Penal é um pacto acessório pelo qual as próprias partescontratantes estipulam, previamente, pena pecuniária ou não,contra a parte infringente da obrigação, como consequência de suainexecução completa culposa ou à de alguma cláusula especial oude seu retardamento (artigo 408 do CC), fixando, assim, o valor dasperdas e danos, e garantindo o exato cumprimento da obrigaçãoprincipal.
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https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas
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• Valor Presente (R$ 300.000,00)
• Taxa de Juros (2,95%)
• Quanto tempo (36 meses)
• Valor Futuro (R$ 406.200,00) – Juros Simples
• Valor Futuro (R$ 854.417,02) – Juros Compostos
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RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. CAPITALIZAÇÃODE JUROS VEDADA EM QUALQUER PERIODICIDADE. TABELA PRICE. ANATOCISMO.INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 5 E 7. ART. 6º, ALÍNEA "E", DA LEI Nº 4.380/64. JUROSREMUNERATÓRIOS. AUSÊNCIA DE LIMITAÇÃO. 1. Para efeito do art. 543-C: 1.1. Noscontratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, é vedada acapitalização de juros em qualquer periodicidade. Não cabe ao STJ, todavia, aferir se hácapitalização de juros com a utilização da Tabela Price, por força das Súmulas 5 e 7. 1.2.O art. 6º, alínea "e", da Lei nº 4.380/64, não estabelece limitação dos jurosremuneratórios. 2. Aplicação ao caso concreto: 2.1. Recurso especial parcialmenteconhecido e, na extensão, provido, para afastar a limitação imposta pelo acórdãorecorrido no tocante aos juros remuneratórios. (REsp 1070297/PR, Rel. Ministro LUISFELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/09/2009, DJe 18/09/2009)
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• Anatocismo (Capitalização dos Juros Compostos)
• Súmula 539 do STJ
É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior àanual em contratos celebrados com instituições integrantes doSistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP 1.963-17/00,reeditada como MP 2.170-36/01), desde que expressamentepactuada. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.
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• Anatocismo (Capitalização dos Juros Compostos)
JUROS CAPITALIZADOS
A capitalização de juros, também chamada de anatocismo, ocorrequando os juros são calculados sobre os próprios juros devidos.
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Carlos Roberto Gonçalves explica melhor: “O anatocismo consiste naprática de somar os juros ao capital para contagem de novos juros. Há, nocaso, capitalização composta, que é aquela em que a taxa de juros incidesobre o capital inicial, acrescido dos juros acumulados até o períodoanterior. Em resumo, pois, o chamado ‘anatocismo’ é a incorporação dosjuros ao valor principal da dívida, sobre a qual incidem novos encargos.”(Direito Civil Brasileiro. 8ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011, p. 409).
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• Súmula 541 do STJ
A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior aoduodécuplo [doze vezes] da mensal é suficiente para permitir acobrança da taxa efetiva anual contratada.
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RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA - ARTIGO 1036 E SEGUINTES DO CPC/2015 - AÇÃOREVISIONAL DE CONTRATOS BANCÁRIOS - PROCEDÊNCIA DA DEMANDA ANTE A ABUSIVIDADE DECOBRANÇA DE ENCARGOS - INSURGÊNCIA DA CASA BANCÁRIA VOLTADA À PRETENSÃO DE COBRANÇA DACAPITALIZAÇÃO DE JUROS 1. Para fins dos arts. 1036 e seguintes do CPC/2015. 1.1 A cobrança de juroscapitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver expressa pactuação. 2. Caso concreto: 2.1Quanto aos contratos exibidos, a inversão da premissa firmada no acórdão atacado acerca da ausência depactuação do encargo capitalização de juros em qualquer periodicidade demandaria a reanálise de matériafática e dos termos dos contratos, providências vedadas nesta esfera recursal extraordinária, em virtude dosóbices contidos nos Enunciados 5 e 7 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. 2.2 Relativamente aospactos não exibidos, verifica-se ter o Tribunal a quo determinado a sua apresentação, tendo o banco-réu,ora insurgente, deixado de colacionar aos autos os contratos, motivo pelo qual lhe foi aplicada a penalidadeconstante do artigo 359 do CPC/73 (atual 400 do NCPC), sendo tido como verdadeiros os fatos que a autorapretendia provar com a referida documentação, qual seja, não pactuação dos encargos cobrados. 2.3Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é possível tanto a compensação de créditosquanto a devolução da quantia paga indevidamente, independentemente de comprovação de erro nopagamento, em obediência ao princípio que veda o enriquecimento ilícito. Inteligência da Súmula 322/STJ.2.4 Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não tem caráterprotelatório. Inteligência da súmula 98/STJ. 2.5 Recurso especial parcialmente provido apenas ara afastar amulta imposta pelo Tribunal a quo. (REsp 1388972/SC, Rel. Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO,julgado em 08/02/2017, DJe 13/03/2017)
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• Métodos de Amortização do Saldo Devedor
Tabela Price (juros compostos)
Tabela Gauss (juros simples)
Tabela Sacre (juros simples ?)
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• Regime de juros (simples e composto)
• www. calculoexato.com.br
• https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas
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• CAPITALIZAÇÃO ANUAL DE JUROS
A capitalização de juros foi vedada no ordenamento jurídicobrasileiro pelo Decreto 22.626/33 (Lei de Usura), cujo art. 4ºestabeleceu: Art. 4º É proibido contar juros dos juros: esta proibiçãonão compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidosem conta corrente de ano a ano.
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• O STJ entende que a ressalva prevista na segunda parte do art. 4º (a
parte em cinza) significa que a Lei de Usura permite a capitalização
anual. Em outras palavras, a Lei de Usura proibiu, em regra, a
capitalização de juros. Exceção: é permitida a capitalização de juros
em periodicidade anual.
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• O CC-1916 (art. 1.262) e o CC-2002 também permitem acapitalização anual: Art. 591. Destinando-se o mútuo a finseconômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena deredução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406,permitida a capitalização anual.
• Desse modo, a capitalização anual sempre foi PERMITIDA (paratodos os contratos).
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• CAPITALIZAÇÃO DE JUROS COM PERIODICIDADE INFERIOR A UM ANO
• A capitalização de juros por ano é permitida, seja para contratos bancários
ou não bancários. O que é proibida, como regra, é a capitalização de juros
com periodicidade inferior a um ano. Ex.: capitalização mensal de juros (ou
seja, a cada mês incidem juros sobre os juros).
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• A capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano (ex.:
capitalização mensal de juros) é proibida também para os bancos?
NÃO. A MP n.º 1.963-17, editada em 31 de março de 2000, permitiu
às instituições financeiras a capitalização de juros com periodicidade
inferior a um ano.
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• Em suma, é permitida a capitalização de juros com periodicidade
inferior a um ano em contratos BANCÁRIOS celebrados após 31 de
março de 2000, data da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP
2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada.
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• Veja a redação da MP 2.170-36/2001: Art. 5º Nas operações
realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro
Nacional, é admissível a capitalização de juros com periodicidade
inferior a um ano.
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O STJ confirma essa possibilidade: Nos contratos celebrados por instituições
integrantes do Sistema Financeiro Nacional, posteriormente à edição da MP
nº 1.963-17/00 (reeditada sob o nº 2.170-36/01), admite-se a capitalização
mensal de juros, desde que expressamente pactuada. (STJ. 3ª Turma, REsp
894.385/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 27.03.2007, DJ 16.04.2007
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Desse modo, os bancos podem fazer a capitalização de juros com
periodicidade inferior a um ano, desde que expressamente pactuada.
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• DESDE QUE EXPRESSAMENTE PACTUADA
• O que significa essa terminologia “desde que
expressamente pactuada”? De que modo o contrato
bancário deverá informar ao contratante que está adotando
juros capitalizados com periodicidade inferior a um ano?
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• 1ª Corrente
• A capitalização de juros deve estar prevista no contrato de forma clara,
precisa e ostensiva.
• A capitalização de juros não pode ser deduzida da mera divergência
entre a taxa de juros anual e o duodécuplo da taxa de juros mensal
(Obs: duodécuplo significa 12 vezes maior).
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• 2ª Corrente
• A capitalização dos juros em periodicidade inferior à anual deve virpactuada de forma expressa e clara.
• A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior aoduodécuplo da mensal é suficiente para que a capitalização estejaexpressamente pactuada.
• Em outras palavras, basta que o contrato preveja que a taxa de jurosanual será superior a 12 vezes a taxa mensal para que o contratantepossa deduzir que os juros são capitalizados.
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• Na prática, isso significa que os bancos não precisam dizerexpressamente no contrato que estão adotando a “capitalização dejuros”, bastando explicitar com clareza as taxas cobradas.
• A cláusula com o termo “capitalização de juros” será necessáriaapenas para que, após vencida a prestação sem o devidopagamento, o valor dos juros não pagos seja incorporado ao capitalpara o efeito de incidência de novos juros.
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• Observação:
O STJ adota a 2ª corrente: REsp 973.827-RS, 2ª Seção, julgado em
08/08/2012 (recurso repetitivo)
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