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I nternet: http//www.partido-socialista.pt/partido/imprensa/as/ E-mail: [email protected] Director Fernando de Sousa N”1036 7 OUTUBRO 1999 100$ - 0,5 SOCIALISTA ~ Quem disse ? «As eleiçıes nªo se ganham com sondagens» António Guterres PS retira mœsica da campanha eleitoral Portugal chora a morte de AmÆlia O primeiro-ministro decretou quar- ta-feira trŒs dias de luto nacional em consequŒncia do falecimento da mais prestigiada voz do fado nacional, AmÆlia Rodrigues. Com grande consternaçªo pela notícia da sua morte, António Guterres começou por afirmar que «hÆ fi- guras que sªo símbolos de um povo. AmÆlia Rodrigues ficarÆ na História de Portugal como um dos símbolos mais marcantes do povo portuguŒs. Como primeiro- ministro, curvo-me respeitosa- mente em sua memória», comu- nicou ainda o chefe do Governo. António Guterres enviou ainda aos familiares e amigos da maior diva do fado nacional as suas sentidas condolŒncias. CondolŒncias foram tambØm en- viadas aos familiares de AmÆlia Rodrigues pelo presidente da Câ- mara Municipal de Lisboa, Joªo Soares. Referindo-se a AmÆlia Rodrigues, Joªo Soares disse que se trata «de uma grande figura do país e an- tes demais da cidade de Lisboa, onde nasceu e viveu praticamen- te toda a sua vida». Segundo o presidente da Câmara da capital, AmÆlia Rodrigues «projectou a imagem de Lisboa e do país em todo o mundo», lembrando, de- pois, as mœltiplas homenagens que jÆ lhe foram prestadas pela autarquia da sua cidade. «Com AmÆlia Rodrigues desapa- receu um grande nome de refe- rŒncia para a nossa identidade cultural, para nossa terra e no mundo», acrescentou o presiden- te da Câmara de Lisboa. Em sinal de profundo pesar pelo falecimento de AmÆlia, o PS reti- rou a manifestaçıes musicais de todas as suas iniciativas de cam- panha eleitoral. TambØm foi can- celada a deslocaçªo de António Guterres, esta manhª (quinta-fei- ra), à lota de Matosinhos. No almoço de quarta-feira em Gui- marªes, bem como no comício da noite, em Braga, António Guterres pediu um minuto de silŒncio em memória de AmÆlia Rodrigues. Nesse almoço, no Pavilhªo Fran- cisco de Holanda, em Guimarªes, o PS juntou mais de mil simpati- zantes. António Guterres e o PS estªo a fazer uma campanha eleitoral limpa, sempre pela positiva, nªo insultando os seus adversÆrios. Como os socialistas partem de consciŒncia tranquila para as eleiçıes de domingo, apenas estªo interessados em explicar as suas propostas, os seus projectos, bem como os desafios que se colocam aos portugueses. Nos œltimos comícios do Porto, Coimbra e Lisboa todos com grande dimensªo , António Guterres frisou que tem um sonho, uma visªo e um projecto para Portugal, enquanto às oposiçıes apenas lhe une o objectivo de falar mal do primeiro- ministro e do PS.

PS retira mœsica · familiares e amigos da maior diva do fado nacional as suas sentidas condolŒncias. CondolŒncias foram tambØm en-viadas aos familiares de AmÆlia Rodrigues pelo

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA1

Internet: http//www.partido-socialista.pt/partido/imprensa/as/ E-mail: [email protected]

Director Fernando de Sousa

Nº1036 7 OUTUBRO 1999 100$ - 0,5

SOCIALISTA

~Quem disse ?

«As eleiçõesnão seganham comsondagens»António Guterres

PS retira músicada campanha eleitoral

Portugal choraa mortede AmáliaO primeiro-ministro decretou quar-ta-feira três dias de luto nacionalem consequência do falecimentoda mais prestigiada voz do fadonacional, Amália Rodrigues. Comgrande consternação pela notíciada sua morte, António Guterrescomeçou por afirmar que «há fi-guras que são símbolos de umpovo. Amália Rodrigues ficará naHistória de Portugal como um dossímbolos mais marcantes dopovo português. Como primeiro-ministro, curvo-me respeitosa-mente em sua memória», comu-nicou ainda o chefe do Governo.António Guterres enviou ainda aosfamiliares e amigos da maior divado fado nacional as suas sentidascondolências.Condolências foram também en-viadas aos familiares de AmáliaRodrigues pelo presidente da Câ-mara Municipal de Lisboa, JoãoSoares.Referindo-se a Amália Rodrigues,João Soares disse que se trata «deuma grande figura do país e an-tes demais da cidade de Lisboa,onde nasceu e viveu praticamen-te toda a sua vida». Segundo opresidente da Câmara da capital,Amália Rodrigues «projectou aimagem de Lisboa e do país emtodo o mundo», lembrando, de-pois, as múltiplas homenagensque já lhe foram prestadas pelaautarquia da sua cidade.«Com Amália Rodrigues desapa-receu um grande nome de refe-rência para a nossa identidadecultural, para nossa terra e nomundo», acrescentou o presiden-te da Câmara de Lisboa.Em sinal de profundo pesar pelofalecimento de Amália, o PS reti-rou a manifestações musicais detodas as suas iniciativas de cam-panha eleitoral. Também foi can-celada a deslocação de AntónioGuterres, esta manhã (quinta-fei-ra), à lota de Matosinhos.No almoço de quarta-feira em Gui-marães, bem como no comício danoite, em Braga, António Guterrespediu um minuto de silêncio emmemória de Amália Rodrigues.Nesse almoço, no Pavilhão Fran-cisco de Holanda, em Guimarães,o PS juntou mais de mil simpati-zantes.

António Guterres e o PS estão a fazeruma campanha eleitoral limpa, semprepela positiva, não insultando os seusadversários. Como os socialistaspartem de consciência tranquila paraas eleições de domingo, apenas estãointeressados em explicar as suaspropostas, os seus projectos, bemcomo os desafios que se colocam aosportugueses. Nos últimos comícios doPorto, Coimbra e Lisboa � todos comgrande dimensão � , António Guterresfrisou que tem um sonho, uma visão eum projecto para Portugal, enquantoàs oposições apenas lhe une oobjectivo de falar mal do primeiro-ministro e do PS.

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ACÇÃO SOCIALISTA 2 7 OUTUBRO 1999

A SEMANA

EDITORIAL A Direcção

MEMÓRIAS ACÇÃO SOCIALISTA EM 1981

SEMANA

PS COMO PÓLO DE ATRACÇÃODA ESQUERDA

A edição de 8 de Outubro de 1981 do «Ac-ção Socialista» estava repleta de motivosde interesse.O órgão oficial do PS reproduzia na ínte-gra uma entrevista do camarada MárioSoares ao «Expresso» em que o então lí-der do PS criticava o conservadorismo daAD e o sectarismo do PCP/APU, salien-tando que o PS deveria continuar a sercada vez mais «o pólo de atracção da es-querda democrática».O jantar comemorativo do 5de Outubroem Odivelas era também alvo de uma ex-tensa cobertura pelo »AS». No discursoproferido perante centenas de militantes,o camarada Mário Soares afirmava: «O PSnão é dos tímidos e dos calculistas, masdos que se entregam às causas justas.»Por outro lado, duas páginas eram inteira-mente dedicadas a uma extensa reporta-gem sobre o I Congresso Nacional dasMulheres Socialistas.O nosso jornal dava destaque às impor-tantes intervenções dos camaradas Má-rio Soares, Maria Palmira Tito de Morais,Beatriz Cal Brandão e Maria Barroso.«As Mulheres Socialistas não precisam de

pedir licença a quem que seja para se orga-nizarem», afirmava Mário Soares, ao falar nasessão de abertura do Congresso. J. C. C. B.

8 de Outubro

Quem disse?

«Temos um papel a cumprir e vamos levá-lo a bom termo, contribuindo para a cons-trução do socialismo democrático emPortugal»Beatriz Cal Brandão

Cravinho anunciaPrimeiro lanço do IC 24 pronto em Março de 2000

O primeiro lanço (Espinho-Picoto) do IC 24,a Circular Exterior do Porto (CREP), seráaberto ao tráfego em Março de 2000, anun-ciou o ministro do Equipamento, Planea-mento e Administração do Território.João Cravinho falava em Espinho, no dia23, durante uma visita às obras desse lan-ço, com uma extensão de 1250 metros,dos quais 625 são sobre viaduto duplo, aque há a acrescentar 2420 metros de nóse ligações, num custo global de 2,4 mi-lhões de contos.Em declarações aos jornalistas, JoãoCravinho negou que a visita tivesse qual-quer conotação eleitoral, afirmando que «oGoverno não pode parar só porqueestamos perto das eleições».João Cravinho, cabeça-de-lista socialista

por Aveiro, escusou-se a responder a crí-ticas feitas por Marques Mendes, à frenteda lista do PSD pelo mesmo distrito, afir-mando que estava em Espinho «comogovernante e não como candidato».No entanto, Cravinho acabou por afirmar: «Sehá tanta gente a falar em estradas e areclamá-las, é porque elas não estão feitas.É um facto que todos podem constatar.»«Desde o momento em que se iniciam osestudos para uma estrada até à sua con-clusão medeiam sempre seis ou sete anos,pelo que o Governo não pôde fazer nestemandato, em quatro ou cinco anos, tudoo que pretendia, mas se há tantas estra-das a fazer é porque não foram todas fei-tas pelo Governo anterior», sublinhouCravinho.

Amália Rodrigues faleceuTrês dias de luto nacional

A fadista mais célebre do século faleceu,ontem, na sua casa, em Lisboa.Amália Rodrigues, conhecida tambémcomo «a voz de Portugal», foi encontrada,já sem vida, cerca das 8 horas da manhã,no quarto onde passou a noite, na sua re-sidência, por Lionilde de Jesus Henriques- secretária da cantora.«Ela ontem já se encontrava indisposta»,referiu Lionilde de Jesus, ressalvando queAmália não sofria de qualquer problemade saúde presentemente.No Porto, o primeiro-ministro, AntónioGuterres, ao saber do falecimento da can-

tora, decidiu decretar três dias de luto na-cional.No depoimento fornecido à ComunicaçãoSocial, Guterres sublinhou que «há figurasque são símbolos de um povo. AmáliaRodrigues ficará na História de Portugalcomo um dos símbolos mais marcantesdo povo português».«Como primeiro-ministro curvo-me respei-tosamente em sua memória, tendo já de-cidido decretar três dias de luto nacional.Aos seus familiares e amigos, apresentoas minhas sentidas condolências», acres-centou o chefe de Governo socialista.

Governo quer reconverter frente ribeirinhade Almada em zona de lazer

O Governo quer transformar a frente ribei-rinha de Almada numa zona de turismo,recreio e lazer, criando uma sociedadeanónima de capitais públicos.Segundo o diploma proposto pela Secre-taria de Estado do Desenvolvimento Regi-onal, uma entidade gestora anónima decapitais públicos - Sociedade de Desen-volvimento da Frente Ribeirinha Norte eAtlântica de Almada/TURISCOSTA SA -deverá promover a requalificação urbanís-tica de edifícios e terrenos subutilizados,grande parte património do Estado,potenciando na zona actividades turísticas,culturais e desportivas.

A empresa terá um capital social inicial de520 mil contos, subscrito pelo Estado por-tuguês e pela autarquia local, estandoaberto a outras entidades públicas.O documento define como área de inter-venção prioritária as antigas instalações daCompanhia Portuguesa de Pescas de Olhode Boi, a fábrica de peças de artilhariaRaposeira, o Forte de Alpenas, o Presídioda Trafaria, a frente urbana das praias daCosta de Caparica, a zona de Lazareto-Torre Velha e Fonte da Telha.As restantes áreas serão determinadaspela TURISCOSTA e aprovadas pela Câ-mara de Almada e pelo Governo.

Azeite alentejano vai ter Centro de Estudose Promoção

O ministro Capoulas Santos continua aprestar uma especial atenção a algumasespecificidades da nossa agricultura, no-meadamente tendo em atenção a valori-zação de alguns produtos que pela suaintrínseca qualidade são uma mais-valiaque urge defender.

Neste contexto, foi criado, por escriturapública, o Centro de Estudos do AzeiteAlentejano, organismo destinado a acres-centar valor aos recursos e potencialidadesacumulados ao longo da fileira oleícola edesenvolver o estudo e promoção do azei-te do Alentejo.

A maioria absolutaA questão em torno da legitimidade da maioria absoluta a obter pelo Partido Socialista, naspróximas eleições do dia 10 de Outubro, tem marcado os principais discursos eleitorais,tanto do PS como dos partidos da oposição e nomeadamente do PSD que já obteve duasmaiorias absolutas.Ora é precisamente o PSD que mais tem levantado a questão da legitimidade do PartidoSocialista em governar, com maioria absoluta, nos próximos quatro anos.Recusando-se à partida a qualquer garantia de viabilização dos próximos Orçamentos deEstado � instrumento fundamental para uma governação que se quer equilibrada e estável �, o PSD luta desesperadamente para que os valores das sondagens, tornados públicosdurante a passada semana, não se tornem reais no próximo domingo.Nesta sua luta sem quartel, o PSD volta a recorrer aos mais baixos argumentos para justifi-car, ao seu potencial eleitorado, as razões pelas quais o PS não deve ter maioria absoluta.Para este jogo, Durão socorreu-se do seu alter-ego Cavaco Silva e do fundador do PSD eagora (como sempre) potencial candidato a candidato à Presidência da República.O PSD, em desespero de causa, já há muito que abandonou a vontade de ganhar as próxi-mas eleições ou de sequer vir a governar Portugal. As suas baterias estão apenas voltadaspara o ataque pessoal ao Partido Socialista e, nomeadamente, ao camarada António Guterres.Para Barroso, o importante é evitar a todo o custo a maioria absoluta, a estabilidade, umgoverno de quatro anos, uma legislatura, o desenvolvimento, o crescimento económico.Neste contexto, o PSD, pela voz do seu líder, entende, com a arrogância que caracterizou osúltimos anos do cavaquismo, que apenas o seu partido pode e deve governar com maioriaabsoluta e que esse direito está vetado ao PS.Esta era, aliás, a postura do PSD há quatro anos quando anunciava que sem ele o País erao caos, lembram-se? Depois foi o que se viu. E da implantação do Rendimento MínimoGarantido em Portugal?Afinal, Portugal desenvolveu-se e hoje está inquestionavelmente melhor. A questão da mai-oria absoluta é exactamente a mesma. Para o PSD apenas ele e só ele pode governar nestascondições, só ele é que tem moralidade para pedir uma maioria absoluta, os outros partidosnão.Acontece que as maiorias absolutas não se exigem, não se ganham, mas conquistam-secom os votos do povo. E, é precisamente este povo que, no próximo dia 10, irá decidir se oPartido Socialista tem ou não maioria absoluta.Mas o Partido Socialista � ao invés da chantagem eleitoral feita pelo PSD -, com ou semmaioria absoluta, irá governar Portugal nos próximos quatro anos se essa for a vontade dosportugueses no próximo dia 10.

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA3

LEGISLATIVAS 99

TENHO UM SONHO E UM PROJECTOPARA PORTUGAL

ELEIÇÕES António Guterres pede novo voto de confiança aos eleitores

António Guterres e o PS estão afazer uma campanha eleitorallimpa, sempre pela positiva, nãoinsultando os seus adversários.Como os socialistas partem deconsciência tranquila para aseleições de domingo, apenas estãointeressados em explicar as suaspropostas, os seus projectos, bemcomo os desafios que se colocamaos portugueses. Nos últimoscomícios do Porto, Coimbra eLisboa � todos com grandedimensão � , António Guterresfrisou que tem um sonho, umavisão e um projecto para Portugal,enquanto às oposições apenas lheune o objectivo de falar mal doprimeiro-ministro e do PS. Essesonho requer maior ambição emais responsabilização docidadãos perante o Estado. Odesafio é vencer a batalha daqualidade, numa sociedadecentrada na família e com fortesprincípios de solidariedade ejustiça social. Entretanto, ManuelAlegre, Almeida Santos e JoãoSoares retiraram a Cavaco Silvatoda a autoridade moral paraprocurar dar lições de democraciaao PS e andar a levantar o fantasmado poder absoluto. Para mais vindodele, Cavaco, conhecido pela suaarrogância e propensão para oautoritarismo.

sta semana, de forma clara, oPS provou que consegue mo-bilizar mais pessoas do quequalquer um dos outros parti-

dos, realizando grandes comícios no Por-to, Coimbra, Lisboa e Braga. Mas, comoas eleições apenas se ganham no próxi-mo domingo, António Guterres, uma vezmais, vez questão de frisar que nenhumsimpatizante ou militante do PS poderádescansar até ao dia do acto eleitoral.«Estamos sinceramente convencidos queo país está diferente e melhor». No entan-to, «com humildade dizemos que o juizserá o povo português. Estamos de cons-ciência tranquila. Fiz o melhor que soubepara ajudar ao desenvolvimento de Portu-gal», declarou o secretário do PS, perantemilhares de pessoas que encheram os jar-dins anexos à Torre de Belém, terça-feira,em Lisboa.Depois do recado à necessidade de todosaqueles que querem um Governo socia-lista por mais quatro anos irem votar nopróximo dia 10, o primeiro-ministro frisouque, ao contrário daquilo que aconteceunos tempos de Cavaco Silva, o PS «nãofaz chantagem com o eleitorado. Não fa-zemos chantagem em torno da maioriaabsoluta como outros fizeram». Antes, se-

gundo António Guterres, o PS «pede quecada português analise em consciênciaaquilo que foi feito nos últimos quatro anos.Se entenderem que o país está melhor, seentenderem que sou aquele que reúnemelhores condições para desempenhar ocargo de primeiro-ministro, então vote noPS e em mim. Se entenderem que outrosestão em melhores condições do que eupara ser primeiro-ministro, então votem emoutro partido». É esta a grande questão queo líder do partido disse que se vai colocaraos eleitores.Os eleitores, todavia, terão de ponderar orisco de, ao longo da próxima legislatura,o país poder enfrentar uma coligação ne-gativa na Assembleia da República, der-rubando um Governo do PS a meio dalegislatura. Nas últimas semanas, porexemplo, António Guterres revelou já terdetectado que o PSD, o PP e o PCP «ape-nas têm uma coisa em comum». O objec-tivo dos «laranjas», dos populares e doscomunistas é estarem «unidos nesta cam-panha para dizerem mal de mim e do PS.Pela minha parte, nunca senti a necessi-dade de dizer mal de ninguém, porqueestou aqui para servir Portugal e os portu-gueses». Concluída esta ideia por parte dosecretário-geral do PS, milhares de pes-soas gritaram «Portugal, Portugal, Portu-gal».

A nossa visãode Portugal

Também em outra clara diferença peranteos partidos da oposição, o secretário-ge-ral do PS evidenciou que tem «um sonho,uma visão e um projecto para Portugal. Onosso sonho, o nosso projecto e a nossavisão é que os portugueses sejam os ver-dadeiros construtores de uma ambiçãoque passa pela necessidade de o paísvencer o seu atraso estrutural no espaço

de uma geração. Que os portugueses debraço dado lutem, porque quem benefici-ará com isso são os portugueses e as por-tuguesas», declarou perante a multidãoque o escutava junto à Torre de Belém.Para a próxima legislatura, um Governosocialista compromete-se a continuar adesenvolver uma nova geração de políti-cas sociais, que estarão centradas no pa-pel da família. Entre outras prioridades,como salientou o primeiro-ministro, é pre-ciso resolver os dramas da saúde, apos-tar de forma significativa na melhoria darequalificação das pessoas e ter empre-sas sólidas, modernas, competitivas, mas,igualmente, com uma forte consciênciasocial. Até 2003, o PS tenciona ainda pros-seguir com a reforma da lei eleitoral, de-pois de uma coligação negativa ter impe-dido os socialistas de melhorarem a quali-dade da nossa democracia, chumbandosem qualquer justificação uma propostade lei apresentada em 1998 pelo ministrodos Assuntos Parlamentares, António Cos-ta. «Com tanta gente a dizer mal, com tan-ta intriga, é preciso dar mais qualidade ànossa democracia», referiu AntónioGuterres, lembrando, designadamente, aimportância que terá a introdução dos cír-culos de candidatura uninominais, reformaque possibilitará aos eleitores responsa-bilizarem directamente o deputado da suazona.Além da reforma do sistema político, o se-cretário-geral sublinhou que o desafio daqualidade passa pela criação de um sis-tema de justiça mais rápido e mais eficaz,por uma administração pública que «com-preenda que o seu papel não é impor aautoridade mas servir as pessoas, acaban-do com o inferno da burocracia», e por umaaposta decisiva na informática, numa so-ciedade que se quer profundamente parti-lhada entre homens e mulheres. «Pedimosaos portugueses uma nova ambição, uma

nova exigência e um sentido de responsa-bilidade. Nós não fazemos promessas quenão podemos cumprir, mas que sejam osportugueses os actores da desejada mu-dança», acrescentou o chefe do Governo.O projecto do PS na viragem do milénio,explicou o líder socialista, passa pela am-bição de as escolas serem verdadeiramen-te comunidades de ensino de valores e deformação para a vida dos mais jovens, pelaconcessão de um papel central à família.Neste contexto, referiu que «não se queruma sociedade de homens e mulheres iso-lados, em que só se pensa no dinheiro.Queremos que os portugueses olhem parao Estado não como uma fonte de subsídi-os, mas como um bem público a preser-var e a estimar. Temos de saber exigir osnossos direitos, mas também temos desaber cumprir os nossos deveres», salien-tou.A finalizar a sua intervenção no comícionacional de Lisboa, o secretário-geral doPS frisou que o partido «não quer o poderpelo poder. Queremos o poder para esta-belecer um pacto de confiança, para quePortugal seja cada vez melhor e mais de-senvolvido».

Comício espectacularem Coimbra

Num dos comícios mais bonitos do PS,durante a presente campanha eleitoral, nasescadas monumentais da Universidade deCoimbra, António Guterres dedicou o seudiscurso aos jovens portugueses. Come-çou por lembrar que há quatro anos, eantes de assumir o cargo de chefe doGoverno, encontrou a juventude num mo-mento de particular insegurança. Em 1995,apenas 45 por cento dos jovens que secandidatavam ao ensino superior públicoconseguiam realmente entrar na Universi-dade. Os restantes 55 por cento, muitasvezes filhos de famílias com carências fi-nanceiras, tinham de optar por universida-des privadas, pagando mensalidades ex-tremamente elevadas.Mas o panorama em 1995, como sublinhouo primeiro-ministro, era ainda mais negro,porque existiam cerca de 120 mil jovensdesempregados e as condições para osrecém-casados também se revelavammuito duras, sobretudo, para quem tenci-onava comprar ou alugar casa própria.Quatro anos depois, esta situação, feliz-mente, começou a inverter-se. Neste mo-mento, 80 por cento dos jovens que secandidatam ao ensino superior público,conseguem entrar na universidade, por-que, explicou o chefe do Governo, «foi umaprioridade política» o investimento nestaárea. Por outro lado, com o PS no Gover-no, os apoios ao nível da acção social es-colar estenderam-se ao ensino privado.Para os próximos quatro anos, de acordo

E

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ACÇÃO SOCIALISTA 4 7 OUTUBRO 1999

LEGISLATIVAS 99

com António Guterres, a grande meta éintensificar a formação profissional, aumen-tar a ligação do Ensino Secundário à ver-tente profissional, ou seja, ao mercado detrabalho, e elevar de 12 para 25 mil os jo-vens em formação profissional permanen-te nas empresas.Até 2003, o PS também defende uma pro-gressiva descriminalização do consumode droga, já que a prioridade é o tratamentoe a recuperação dos toxicodependentes.Desde 1995, foram já dados passos im-portantes, como a criação de mais mil ca-mas para indivíduos dependentes da dro-ga. Ainda na área das políticas de juventu-de, assistiu-se na última legislatura ao fimdo serviço militar obrigatório, apostando-se em alternativa na profissionalização dasForças Armadas. «Se a minha geraçãoconstruiu em Portugal a democracia e aadesão do país à Comunidade Económi-ca Europeia, à nova geração cabe a mis-são histórica de fazer Portugal recuperaro seu atraso estrutural face á médiaeuropeia no espaço de uma geração», afir-mou o secretário-geral do PS, perante umamultidão maioritariamente jovem. MasAntónio Guterres também falou aos jovensde valores e de princípios. «O nosso so-nho tem de ser o de edificar uma socieda-de mais solidária e mais justa. É precisodar a todos os povos do mundo uma opor-tunidade para o desenvolvimento».No comício de Coimbra, o último recadofoi dado para as oposições. AntónioGuterres afirmou que os outros partidospodem estar descansados, caso o PS,como se espera, reforce a sua maioria nopróximo domingo. «Podem dormir descan-sados e passar o dia também descansa-dos. O PS, neste país, nunca amordaçarávozes ou manipulará consciências. Podeo país estar tranquilo, qualquer que seja amaioria, continuará a haver diálogo,concertação social e contratualização noesforço de desenvolvimento entre o Esta-do e a sociedade civil».

Prioridadeao Norte do País

Já no gigantesco comício realizado domin-go, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto,António Guterres optou por sublinhar oesforço desenvolvimento do actual Gover-no em relação ao Norte do país. No seudiscurso, o chefe do Executivo lembrouque, em 1995, o Porto e o Norte do país,com razão, «estavam zangados. E essazanga colocava em causa a unidade naci-onal». Por isso, segundo o secretário-ge-ral do PS, é hoje «com orgulho que o Go-verno da Nova Maioria e do PS consegui-ram reconciliar o Norte e o Porto com oresto do país». Também para o futuro, deacordo com o primeiro-ministro, a «regiãoNorte será o grande motor do desenvolvi-mento do país e do noroeste peninsular»,aposta que resultará como principalconsequência uma melhoria do bem-es-tar geral da população portuguesa.Entre outros progressos registados des-de 1995, António Guterres falou no casodo metropolitano, em que o anterior Go-verno do PSD apenas tencionava construir«um centímetro» de linha «para calar aboca» aos portuenses. «Connosco houve

uma decisão e está em marcha o maiorempreendimento público do país».Para o Norte, está também prevista umnova rede ferroviária e a ligação por auto-estrada entre todas as capitais de distrito,para além de se ter assistido nos últimosanos à introdução de significativos melho-ramentos no Porto de Matosinhos. Por ou-tro lado, ao contrário da anterior políticaconcentracionária ao nível da instalação deequipamentos, o secretário-geral do PSdestacou que o maior investimento estran-geiro dos últimos anos foi colocado em Vilado Conde. «Foi feita justiça a esta regiãonos últimos quatro anos. O que Portugaldeve ao Norte, Portugal está justamente apagar ao Norte», afirmou o líder socialista.Num apelo ao voto no próximo domingo,o primeiro-ministro observou que os por-tugueses o conhecem e sabem que eledeu o melhor de si para ajudar Portugal adesenvolver-se. «Agora é o momento devoltar a pedir a vossa confiança, com hu-mildade, para que o PS possa continuar agovernar por mais quatro anos. Peço-vosa vossa ajuda. E a vossa ajuda é o voto noPS, um voto sobretudo a favor de Portu-gal», frisou o secretário-geral do partido,

antes de deixar um alerta a todos:«Não acreditem nas sondagens. Todosconhecem aquelas equipas que estão aganhar por dois a zero no final da primei-ra-parte e depois descansam, permitindoao adversário que ganhe por três a dois.Dêem uma grande vitória ao PS, que nósqueremos entregá-la com a nossa alma aPortugal», sustentou o primeiro-ministro.

É preciso moderaro optimismo

A primeira oradora do comício do Porto foia medalha de ouro e campeã do mundo,Rosa Mota. Discursando de improviso, aatleta disse Ter aprendido a respeitar osadversários em competição, atitude quetambém estende ao capítulo da política.Recusou igualmente excessos de optimis-mo. E, num apelo a que se combatamtriunfalismos exagerados, Rosa Mota re-cordou que ela só festejou vitórias depoisde cortar a meta. Por sua vez, o presiden-te da Câmara de Matosinhos e líder do PS/Porto, Narciso Miranda, dirigiu-se à multi-dão para frisar que o Norte do país vai vo-tar nos socialistas para agradecer a obra

que foi feita nos últimos quatro anos. «Nun-ca como agora se investiu tanto no distritodo Porto», proclamou o dirigente nacionaldo partido, que também advertiu as pes-soas simpatizantes do PS para a «ausên-cia de vitórias antecipadas».Finalmente, o presidente da Câmara doPorto, Fernando Gomes, realçou que oGoverno cumpriu os compromissos queestabeleceu com o Norte e cujo pacto foifirmado há quatro anos atrás. «DisseAntónio Guterres que colocaria as pesso-as em primeiro lugar. Ele cumpriu essaobrigação e nós estamos agora a agrade-cer-lhe», sublinhou o cabeça-de-lista do PSpelo círculo eleitoral do Porto.No Porto, Fernando Gomes também iden-tificou a existência de dois tipos de PSD:um de Luís Filipe Menezes que reconhecea obra feita pelo Governo, o outro que falainverdades e que coloca os interessespolíticos mais mesquinhos acima dos ob-jectivos da região Norte.No dia seguinte, na Segunda-feira, na Fi-gueira da Foz, Manuel Alegre respondeuàs acusações de Cavaco Silva sobre oshipotéticos perigos de uma maioria abso-luta socialista. «É extraordinário que Cava-co Silva pende que há maiorias absolutasmás e outras boas, quando ele nem se-quer pediu maiorias absolutas, mas, en-tes, fez chantagem junto dos portugueses.Nós não fazemos isso e governámos commaioria relativa no Parlamento por quatroanos», contrapôs o cabeça de lista socia-lista pelo círculo eleitoral de Coimbra. Ca-vaco Silva, também segundo o vice-presi-dente da Assembleia da República, inven-tou a famosa teoria das forças do bloqueio.O PS, pelo contrário,«tem uma cultura paragerar contra-poderes de nós próprios. Nóstemos o culto da liberdade, do respeitopelos outros e sempre o poder de pensarde maneira diferente», afirmou Manuel Ale-gre. Depois perguntou, dirigindo-se aindaao PSD: «Quem vai dar lições de demo-cracia ao Presidente da República JorgeSampaio? Quem é que vai ensinar liber-dade ao presidente da Assembleia da Re-pública Almeida Santos? Quem vai dar li-ções de humanismo e de tolerância a umprimeiro-ministro chamado AntónioGuterres?»Também em Lisboa, terça-feira passada,o presidente da Câmara de Lisboa, JoãoSoares, frisou que ninguém no PSD estáem condições de dar lições de democra-cia, porque nos momentos mais difíceis,quando a liberdade esteve em causa, foi oPS quem a defendeu.No mesmo comício de Lisboa, também opresidente da Assembleia da República edo PS se insurgiu contra a tentativa de sementir aos portugueses, fazendo confun-dir deliberadamente maioria parlamentarabsoluta, com poder absoluto. ParaAlmeida Santos, nem com Cavaco Silva,que tinha tendência autoritárias conheci-das, o país esteve com a democracia emperigo, devido à sua maioria absoluta.No seu discurso, Almeida Santos tambémconcluiu que a escolha dos portuguesesserá clara no próximo dia 10, uma vez queo Governo socialista foi melhor do que oanterior a todos os níveis e porque tam-bém são nitidamente superiores as vanta-gens intelectuais e humanas de AntónioGuterres face a Durão Barroso.

Continuação

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA5

GOVERNO

RECUPERAR ATRASOSPROCESSUAIS

APROVADA ORGÂNICADE CENTRO CIENTÍFICO E CULTURAL

DESTAQUE � CM Justiça

Conselho de Ministros aprovou,na passada sexta-feira, dia 1,um decreto-lei que estabelecemedidas de compensação para

a recuperação dos atrasos processuais.A administração da Justiça é seriamenteafectada pela morosidade processual, umfenómeno que se acentuou na última dé-cada, em especial devido ao aumentoexponencial da litigiosidade, num ritmosem paralelo com o dos demais Países daUnião Europeia.As medidas adoptadas e a adoptar para ainflexão na excessiva duração dos proces-sos e para, atingida situação de aceitávelnormalidade, prevenir o seu novo agrava-mento, passam, designadamente, peloesforço acrescido do pessoal oficial dejustiça, uma vez que é insustentável o cum-primento dos prazos para a prática dosactos de secretaria, que incluem numero-sas diligências externas, dentro do horáriolegalmente estabelecido.Neste contexto, este diploma procede àatribuição ao pessoal oficial de justiça deum suplemento de 10 por cento sobre a

respectiva remuneração, a conceder du-rante 11 meses por ano, e a pagar em doistermos: 5 por cento a partir de 1 de Outu-bro de 1999 e mais 5 por cento a partir de1 de Janeiro de 2000.

O suplemento destina-se a compensar otrabalho de recuperação dos atrasos pro-cessuais, contemplando os funcionárioscolocados em lugares dos quadros dassecretarias de tribunais e de serviços do

DESTAQUE � CM Macau

Governo aprovou, na reunião deConselho de Ministros realiza-da no dia 1, em Lisboa, um de-creto-lei que fixa a orgânica do

Centro Científico e Cultural de Macau.O Centro Científico e Cultural de Macau(CCCM) foi criado em 1995 como pessoacolectiva de direito público com atribuiçõesna área do estudo e perpetuação da me-mória da presença portuguesa no Extre-mo Oriente, de modo a permitir um me-lhor conhecimento da realidade e da his-tória de Macau.Desde a data da sua criação o Centro en-contra-se a funcionar em regime de insta-lação, situação que se prolongará até 19de Dezembro próximo, véspera da data emque se procederá à passagem da admi-nistração do território de Macau para aRepública Popular da China.Este diploma vem criar mecanismos ne-cessários para que o CCCM possa desen-volver de forma plena a missão para quefoi criado, designadamente dotando-o deuma estrutura orgânica que viabilize ocumprimento eficaz dos objectivos quepresidiram à sua criação.Assim, nos termos do diploma, o CentroCientífico e Cultural de Macau é uma pes-soa colectiva de direito público dotada de

rências, seminários, colóquios e estudossobre a cultura de Macau, sobre a presen-ça portuguesa neste território e sobre asculturas orientais;� Defender e contribuir para a preserva-ção do património existente em Portugalque atesta a presença portuguesa emMacau e no Oriente;� Promover a investigação em áreas rela-tivas às relações entre Portugal e o Orien-te, especialmente as que respeitem à Re-pública Popular da China ou interessam aoconhecimento e preservação da herançacultural de Macau;� Realizar programas de divulgação cien-tífica e animação cultural e promover es-tudos e exposições sobre a história e acultura de Macau e a presença dos portu-gueses neste território, bem como sobreoutros temas ligados ao Oriente e ao diá-logo com a cultura portuguesa;� Recolher, conservar e divulgar fontes his-tóricas disponíveis relacionados com opassado do Território de Macau;� Celebrar acordos, protocolos e contratoscom pessoas singulares ou colectivas, denatureza pública ou privada, nacionais ouestrangeiras, para a realização de tarefasde prestação de serviços que se harmoni-zem com a natureza e objectivos do CCCM.

Ministério Público, podendo ainda contem-plar oficiais de justiça colocados fora detais secretarias ou serviços, mas a exer-cerem funções relacionadas com a finali-dade do referido suplemento.Para que o suplemento em causa produ-za os resultados pretendidos, instituem-semecanismos de avaliação da produtivida-de do trabalho (com a consequente sus-pensão do pagamento do suplemento, nocaso de não haver sensível recuperaçãodos atrasos processuais) a qual fica a car-go de uma comissão que garante um juízoimparcial e objectivo, presidida pelo pre-sidente do Conselho dos Oficiais de Justi-ça (o director-geral dos Serviços Judiciári-os).A referida comissão será constituída porum magistrado a indicar pelo ConselhoSuperior da Magistratura ou pelo Conse-lho Superior dos Tribunais Administrativose Fiscais, conforme os casos; um magis-trado a indicar pelo Conselho Superior doMinistério Público; e um oficial de justiça,a indicar pelo Conselho dos Oficiais deJustiça.

património próprio e de autonomia admi-nistrativa e financeira, sujeito à superinten-dência e tutela do ministro da Ciência e daTecnologia, a ele se aplicando, enquantoinstituição pública de investigação, o regi-me jurídico vigente para as instituições quese dedicam à investigação científica e de-senvolvimento tecnológico, e que tem asseguintes atribuições:

� Contribuir para um melhor conhecimen-to científico sobre a presença histórica ecultural portuguesa em Macau;� Estimular os contactos e o diálogo comas culturas orientais;� Promover, incentivar e apoiar manifesta-ções científicas e culturais ligadas àvivência intercultural luso-chinesa;� Realizar e promover exposições, confe-

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ACÇÃO SOCIALISTA 6 7 OUTUBRO 1999

GOVERNO

CONSELHO DE MINISTROS Reunião de 1 de Outubro

O Conselho de Ministros aprovou:

� Um decreto-lei que estabelece medidas de compensação para a recuperação dosatrasos processuais;� Uma resolução que autoriza a APL - Administração do Porto de Lisboa, SA, a parti-cipar na futura Sociedade de Desenvolvimento de Timor-Leste (SDTL), mediante asubscrição de cinco mil contos do seu capital;� Uma resolução que executa a terceira fase do processo de reprivatização daTabaqueira - Empresa Industrial de Tabacos, SA, no que se refere à oferta pública devenda destinada a trabalhadores, pequenos subscritores e emigrantes;� Uma resolução que autoriza a criação conjunta, pelos Ministérios dos NegóciosEstrangeiros, da Administração Interna e do Trabalho e da Solidariedade, de umaBolsa de Observadores Eleitorais;� Um decreto-lei que fixa a orgânica do Centro Científico e Cultural de Macau;� Um decreto-lei que estabelece as regras relativas à construção, exploração e en-cerramento de aterros de resíduos resultantes da actividade extractiva;� Um decreto-lei que procede à alteração da carreira de técnicos superiores de saú-de instituída;� Um decreto-lei que estabelece o estatuto legal da carreira de técnicos de diagnós-tico e terapêutica;� Um decreto-lei que estabelece o regime jurídico relativo à actividade de inspec-ções técnicas de veículos a motor e seus reboques, designadamente quanto à auto-rização para o exercício da actividade de inspecção, à aprovação, abertura, funcio-namento, suspensão e encerramento de centros de inspecção e ainda aolicenciamento dos técnicos de inspecção;� Um decreto-lei que cria a carreira de operário altamente qualificado, integrado nogrupo de pessoal operário, e estabelece as regras de ingresso e acesso, bem comoas respectivas escalas salariais;� Um diploma que altera o decreto regulamentar nº54/80, de 30 de Setembro, naparte relativa ao subsídio de residência;� Um decreto-lei que aprova o novo Estatuto de Pessoal e Sistema de Carreiras daDirecção-Geral dos Impostos;� Um decreto regulamentar que aplica às carreiras e categorias com designaçõesespecíficas, da Direcção-Geral dos Impostos, a revalorização prevista no decreto-lein.º 404-A/98, de 18 de Dezembro;� Um decreto-lei que autoriza a Imprensa Nacional - Casa da Moeda, SA, a cunharuma moeda comemorativa de prata, alusiva a Macau, com o valor facial de 500 escu-dos;� Um decreto-lei que aprova a Lei Orgânica da Inspecção-Geral do Ambiente (IGA);� Um decreto-lei que aprova o classificador económico das receitas e despesaspúblicas;� Um decreto-lei que aprova a orgânica dos Serviços Sociais do Ministério das Finan-ças;� Um decreto-lei que institui o registo nacional do transportador terrestre e organiza oseu funcionamento;� Um diploma que altera os artigos 5º e 7º da Lei do Arrendamento Rural;� Um decreto-lei que aprova as medidas de controlo fitossanitário a adoptar, no terri-tório nacional, em relação à bactéria Ralstonia Solanacearum (Smith) Yabuuchi e ou-tras, transpondo a para a ordem jurídica nacional a correspondente directiva comuni-tária;� Um diploma que altera o decreto-lei que procede à reorganização do sistema mé-dico-legal;� Um diploma que altera o decreto-lei relativo às condições sanitárias em matéria deprodução e colocação no mercado de carnes frescas de aves de capoeira;� Um decreto-lei que estabelece as condições de polícia sanitária que regem a intro-dução no mercado de animais e produtos de aquicultura;� Um decreto-lei que transpõe para a ordem jurídica portuguesa a directiva comuni-tária relativa ao controlo técnico dos veículos e seus reboques e regula as inspec-ções técnicas periódicas, para atribuição de matrícula e inspecções extraordináriasde automóveis ligeiros, pesados e reboques;� Um decreto-lei que aprova a estrutura orgânica e define as atribuições do Serviçode Estrangeiros e Fronteiras (SEF);� Um diploma que altera a legislação relativa ao licenciamento dos laboratórios;� Um decreto-lei que regulamenta a época de apanha de pinhas de pinheiro manso;� Um diploma que altera o decreto-lei que aprovou a lei orgânica da Direcção-Geralde Veterinária;� Um diploma que altera o decreto-lei que estabelece o estatuto das Agências deDesenvolvimento Regional;� Um diploma que altera o decreto-lei que fixa os Estatutos do Instituto Nacional daPropriedade Industrial;� Um decreto-lei que prorroga até 31 de Dezembro de 2000 o período de instalaçãoda Escola Superior de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha;� Um decreto-lei que consagra a reestruturação das carreiras de observadormeteorológico e de observador geofísico do quadro de pessoal do Instituto deMeteorologia e altera o regime de recrutamento para a carreira de geofísico.

CRIADA BOLSADE OBSERVADORES

DESTAQUE � CM Actos eleitorais

O Executivo socialista deu luz verde à cri-ação conjunta, pelos Ministérios dos Ne-gócios Estrangeiros, da Administração In-terna e do Trabalho e da Solidariedade, deuma Bolsa de Observadores Eleitorais.A decisão foi tomada na passada reuniãode Conselho de Ministros, que decorreu,sexta-feira, dia 1, em Lisboa.Um dos grandes objectivos da política decooperação do Estado Português é con-tribuir para o reforço da democracia e doEstado de Direito, salientando-se, na pros-secução deste objectivo, as actividades decooperação a nível eleitoral que têm vindoa ser desenvolvidas, nomeadamente noque concerne aos programas de assistên-cia e de assessoria técnica nos domíniosde apoio à institucionalização e funciona-mento de organismos eleitorais em Paísesde língua oficial portuguesa e noutros Es-tados; apoio ao recenseamento eleitoral;apoio a actos eleitorais; e formação de téc-nicos da administração eleitoral.A resolução de Conselho de Ministros emquestão vem alargar o âmbito da coope-ração no domínio eleitoral, permitindo a cri-ação conjunta, pelos Ministérios dos Ne-gócios Estrangeiros (MNE), da Administra-ção Interna (MAI) e do Trabalho e da Soli-dariedade (MTS), de uma Bolsa de Obser-

vadores Eleitorais constituída por jovenslicenciados em número não superior a 50,que voluntariamente se inscrevam,designadamente, através das ONG para odesenvolvimento.A Bolsa de Observadores deverá intervirno âmbito da observação eleitoral e noeventual apoio na assistência técnicaconduzida pela Administração EleitoralPortuguesa de processos de recensea-mento e actos eleitorais; e no apoio àestruturação de órgãos da administraçãoeleitoral de Países de língua oficial Portu-guesa e de outros Estados.

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA7

GOVERNO

PELO PAÍS Governação Aberta

ADMINISTRAÇÃO EDUCATIVAO secretário de Estado da Administra-ção Educativa, Guilherme d�OliveiraMartins, presidiu, no passado dia 30 deSetembro, na Escola Superior deSetúbal, à abertura do II Seminário «APublicação de Informação Educativa naInternet».

Esta iniciativa do Ministério da Educa-ção, através do Programa «Nónio Sé-culo XXI», tem vindo a promover, desde1997, é uma das várias medidas no do-mínio do desenvolvimento dasTecnologias de Informação e Comuni-cação na Educação.Uma dessas medidas de incentivo tema ver com a produção de conteúdos emportuguês na Internet, tendo-se realiza-do, em 1997 e 1998, Concursos Nacio-nais de Projectos de Informação.Dada a importância cada vez maior daprodução de conteúdos educativos, oPrograma «Nónio Século XXI» entendeurealizar este ano um segundo seminá-rio, em colaboração com o Centro deCompetência Nónio da Escola Superi-or de Educação de Setúbal, com doisobjectivos fundamentais: a análise daevolução dos projectos premiados e oproporcionar a necessária troca de ex-periências bem como o debate sobreas várias áreas temáticas.O II Seminário «A Publicação de Infor-mação Educativa na Internet», que ter-minou no passado dia 1, reuniu váriosconferencistas portugueses e estran-geiros.Outras informações sobre o Programa«Nónio Século XXI» podem ser obtidasatravés do endereço na Internet: http://www.nonioxxi.pt.

AGRICULTURAA Agrupmonti (agrupamento de produ-tores de suínos) recebeu, no dia 30 deSetembro, o primeiro certificado portu-guês de qualidade, que oferece maisgarantias aos consumidores.A cerimónia de apresentação e entregado certificado decorreu na passadaquinta-feira, no Montijo, onde está lo-calizada a sede do agrupamento, e foipresidida pelo ministro da Agricultura,

Capoulas Santos.Assim, agora a carne de porco produ-zida pelos criadores da Agrupmonti vaipassar a aparecer no mercado com umcertificado de qualidade, isto é umamarca metade verde, metade vermelha,trespassada por uma linha amarela. Aacompanhá-la estará a seguinte inscri-ção: Aprovado pelo Ministério da Agri-cultura, Desenvolvimento Rural e Pes-casTrata-se de uma nova medida adopta-da pelo Ministério da Agricultura, que,segundo explicou Capoulas Santos visa«dar aos consumidores garantias dequalidade em relação à carne de porcoportuguesa».

Perante o certificado, os consumidorespoderão ter não só a certeza de queaquela carne é de qualidade, como ain-da o acesso a todo o historial da mes-ma, uma vez que os animais passam aser identificados e controlados desdea data do seu nascimento até ao mo-mento em que chegam ao prato do con-sumidor. Esta informação passará aconstar de uma base de dadosinformatizada.

AMBIENTEA ministra do Ambiente, Elisa Ferreira,considerou, no dia 5, na Horta, que osinvestimentos que se fazem nos Aço-res em matéria ambiental «são mais gra-tificantes» do que os que se fazem noContinente, por corresponderem a umaestratégia pré-definida de preservaçãodo sector.Elisa Ferreira, que falava na sessão deencerramento do X Encontro Nacionalde Educação Ambiental, realizado na ci-dade da Horta, acrescentou que, no ter-ritório continental, a maior parte dos in-vestimentos em matéria ambiental des-tina-se a «reparar» os erros cometidosno passado.«Creio, pois, que todos nos aprende-mos muito com esta deslocação aosAçores», salientou a titular da pasta doAmbiente, para quem a realização des-te certame no arquipélago, em simultâ-neo com o II Encontro Regional de Edu-cação Ambiental, corresponde a uma

estratégia de descentralização e deequilíbrio do desenvolvimento «que to-dos nós defendemos».

A ministra do Ambiente apelou, por ou-tro lado, para que todos os sectores dasociedade civi l , assim como asautarquias e as organizações não go-vernamentais, colaborem no sentido deencontrarem uma estratégia e mecanis-mos que ajudem a criar uma nova ati-tude no território nacional em relaçãoas matérias do Ambiente.Para Elisa Ferreira, de nada serve falaràs pessoas da necessidade dereclassificação da orla costeira, porexemplo, se os cidadãos teimam emmanter esgotos a céu aberto. «Isto édesmoralizador», adiantou.Segundo a governante, as preocupa-ções em termos de educação ambientalcontinuam a ter um importante papel nonosso país onde, em termosambientais, «todos são poucos».Na opinião de Elisa Ferreira, os proble-mas relativos ao ordenamento da orlacosteira, que fizeram parte do relatóriodas conclusões do IX Encontro Nacio-nal de Educação Ambiental, têm vindoa ser resolvidos a bom ritmo, tanto noContinente como nas Regiões Autóno-mas.

PESCASNa sequência de uma proposta da Uni-dade de Gestão Propesca, o secretário

de Estado das Pescas, José Apolinário,homologou 98 projectos de investi-mento que se distribuem por áreas di-versas como o são a das estruturas dapesca com acções de acompanha-mento socioeconómico (atribuindoprémios fixos individuais), a da trans-formação e comercialização dos pro-dutos da pesca, a da promoção dosmesmos e a do equipamento dos por-tos.O investimento total atinge cerca de 1,6milhões de contos, sendo acomparticipação nacional e comunitá-ria da ordem dos 1,2 milhões de con-tos.

SEGURANÇA SOCIALO secretário de Estado da SegurançaSocial, Ribeiro Mendes, frisou, no dia5, a necessidade de desenvolver uma«estratégia activa relativa ao envelheci-mento, tanto no domínio das políticasde emprego, como no domínio da ac-ção social, cuidados de saúde e políti-cas de família».

Ribeiro Mendes, que discursava no ple-nário da Assembleia Geral das NaçõesUnidas, no âmbito das comemoraçõesdo Ano Internacional das Pessoas Ido-sas, sublinhou que as políticas de en-velhecimento devem remover os cons-trangimentos ao longo da vida de cadacidadão, alargando o leque de opçõesem domínios como o ensino, formação,emprego e saúde para preservar a au-tonomia na terceira idade.No domínio dos cuidados continuados,o governante defendeu que estes de-vem ser considerados «como um riscosocial normal» e que o acesso equili-brado aos apoios domiciliários e às ins-tituições deve garantir uma coberturacada vez mais alargada e financeira-mente sustentável.Para o secretário de Estado, a reformados sistemas públicos deve ser tambémequacionada à luz desta estratégia deenvelhecimento activo, tendo em con-ta o aumento da longevidade, o valoreconómico dos recursos humanos dosmais idosos e a necessidade de novasprestações pecuniárias.

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ACÇÃO SOCIALISTA 8 7 OUTUBRO 1999

UNIÃO EUROPEIA

SOARES, SEGURO E CANDALFALAM SOBRE TIMOR

ANGOLA ENFRENTA UMA DAS PIORES TRAGÉDIASHUMANITÁRIAS ACTUAIS

ALIMENTAÇÃO PAM revela

ngola enfrenta «uma das piorestragédias humanitárias actu-ais», com dois milhões de pes-soas deslocadas e milhões

ameaçadas pela fome, disse o director-adjunto do Programa Alimentar Mundial(PAM), Namanga Ngongi, após uma visi-ta de uma semana ao país.O PAM, que em 1999 gastou 100 milhõesde dólares em Angola, tenciona lançar umapelo aos doadores para atingir os 158milhões em 2000, visando atingir um mi-lhão de pessoas, ou seja, metade dos an-golanos que carecem de ajuda alimentar,referiu Ngongi.Com o Comité Internacional da Cruz Ver-melha (CICV) muito activo na região doHuambo, ascenderá a 1,5 milhões o nú-mero de pessoas que beneficiarão de au-xílio humanitário, acrescentou.De acordo com declarações feitas porNamanga Ngongi, o governo angolanocomprometeu-se a dar 21 milhões de dó-lares de ajuda humanitária em 1999, mon-tante que será reforçado em 2000.

«A situação dos deslocados que fugiramdas zonas rurais para junto das cidades,por causa dos combates, não difere daque é vivida pelos habitantes dessas mes-

mas cidades», declarou o responsável doPAM, que descreveu a miséria e a faltade recursos tanto em Malange como noCuito, Luena, Sumbe e Catumbela.«E que dizer das zonas controladas pelaUNITA, onde nem sabemos sequer o quese passa», referiu Ngongi.«Gostaríamos de poder trabalhar comtoda a gente», sublinhou, acrescentandoque «não é satisfatório para uma organi-zação humanitária não ter contactos comuma das partes em conflito».Segundo Ngongi, cerca de 1,5 a 3,5 mi-lhões de pessoas vivem actualmente naszonas sob controlo da UNITA.

Verdadeira catástrofe

Os combates entre tropas governamen-tais e forças da UNITA recomeçaram emNovembro de 1998, assistindo-se de mo-mento a uma «ofensiva maciça» das tro-pas de Luanda contra posições do movi-mento de Savimbi.Em Paris, a organização humanitária fran-

cesa Acção Contra a Fome (ACF) afirmoutambém que «uma verdadeira catástrofehumana está a flagelar Angola, onde en-tre 700 mil a dois milhões e pessoas fugi-ram das zonas de combates.»«Nas últimas semanas, equipas da ACFassistiram a uma grave deterioração dasituação, reforçada pela impossibilidadedas organizações humanitárias chegaremàs vítimas do confronto armado que opõeas tropas governamentais à UNITA», refe-re um comunicado da organização divul-gado em Paris.A falta de água, de alimentos e o risco depropagação de epidemias ameaçam aspopulações que fogem da zona de com-bate (região do Bailundo, no centro dopaís, a cerca de 600 quilómetros a sul deLuanda), prossegue o comunicado daACF.Ainda segundo a organização francesa,«o desespero das pessoas deslocadas étal que os voluntários da ACF deparamcom cenas de violência nos locais de dis-tribuição da ajuda humanitária.

PE Sessão plenária

CANDIDATURA DE XANANAAO PRÉMIO SAKHAROV

imor esteve sempre durantetodos os dias ao longo da ses-são plenária de Estrasburgo,tendo sido aprovada uma re-

solução que reconhece a vontade demo-craticamente expressa de criar um paísindependente.A resolução insta, entre outros pontos, àcriação de um tribunal internacional parajulgar as atrocidades e insta também oConselho e os Estados-membros da UE areconhecerem o Estado de Timor-Leste ea estabelecerem as respectivas relaçõesdiplomáticas o mais rapidamente possível.No documento, pede-se também que osEstados-membros dêem o maior apoiologístico e financeiro para apoiar as forçasde manutenção de paz das Nações Uni-das e que a UE crie «programas de assis-tência económica e para a reconstruçãoda sociedade civil em Timor-Leste, atravésde uma acção comum».Os camaradas Mário Soares, António JoséSeguro e Carlos Candal foram oseurodeputados socialistas que intervieramno debate sobre Timor.O camarada Mário Soares saudou aconcertação e a unanimidade de que oseurodeputados portugueses têm dadoprovas e o facto da resolução aprovadano plenário reflectir o repúdio manifestado

em Portugal e noutros países pela traiçãode Jacarta.O camarada António José Seguro, por suavez, associou-se à condenação daIndonésia e lembrou que o massacre dopovo timorense começou logo com a ocu-pação do território em 1975.Defendeu uma acção comum da UE, econsiderou que a Indonésia não faz parte

PE Eurodeputados socialistas propõem

Na sequência de uma proposta doseurodeputados socialistas portugueses, oGrupo Socialista Europeu aprovou a can-didatura de Xanana Gusmão ao PrémioSakharov parta a liberdade de pensamen-to, atribuído anualmente a personalidadesque se destaquem na luta pela liberdadee direitos humanos.Recorde-se que a selecção de candidatu-ras decorre em Setembro e Outubro e queo prémio é atribuído em Dezembro.O líder da Resistência timorense é tambémproposto pelos restantes grupos políticosdo PE.

da solução para Timor, antes constitui umproblema.O camarada Carlos Candal, por seu turno,disse que o impressionante espectáculoque foi a participação dos timorenses noreferendo constitui uma lição de valentia ede amor à liberdade.

Destaque ainda para uma intervenção dodeputado liberal holandês Jules Maaten,que pôs ao dedo na ferida de algumasconsciências, ao congratular-se «por ago-ra todo o mundo apoiar a causa timorense,que durante tantos anos só teve o apoiode Portugal». J. C. C. B.

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA9

SOCIEDADE & PAÍS

RUI CUNHA REFERE QUE PORTUGALTEM SIDO UM EXEMPLO

IDOSO Ano Internacional

ortugal foi reconhecido numareunião do secretariado dasNações Unidas como o Paísonde «mais se tem vivido» o

Ano Internacional das Pessoas Idosas,disse no dia 1 o secretário de Estado daInserção Social, no Porto.Rui Cunha, que falava na abertura doFórum Associativismo e Envelhecimen-to Activo para assinalar o Dia Internacio-nal do Idoso, que se comemorou no dia1, referiu que Portugal foi citado publica-mente como exemplo, na sequência dotrabalho realizado no primeiro semestredo corrente ano.O secretário de Estado salientou o «fer-vilhar» de iniciativas realizadas pela Co-missão Nacional para o Ano Internacio-nal das Pessoas Idosas, presidida peloactor Ruy de Carvalho.«A comissão não se limitou às iniciativasoficiais, o trabalho tem-se multiplicadopor todo o Pais com acções desenvolvi-das por autarquias, associações e ou-tras entidades», sublinhou.Acrescentou que a política governamen-tal para a terceira idade está a ter «resul-tados positivos».O secretário de Estado referiu-se ao tra-balho de sensibilização da opinião pú-blica e das famílias para que «não aban-

donem os seus idosos», à criação denovas medidas de apoio à terceira ida-de e à necessidade de prolongar pormuitos anos o trabalho desenvolvido nes-te ano Internacional das Pessoas Idosas.Rui Cunha substituiu na cerimónia deabertura do fórum o ministro do Traba-lho e da Solidariedade, Ferro Rodrigues,que não pôde estar presente devido àpresença em Lisboa de Xanana Gusmão.Na mensagem que enviou, Ferro

Rodrigues apontou as respostas criadase desenvolvidas ao longo da actuallegislatura, designadamente «o papel ino-vador» das medidas que, ao abrigo doPrograma de Apoio Integrado a Idosos,do Programa Idosos em Lar, ProgramaIntegrar, Mercado Social de Emprego oudo Rendimento Mínimo Garantido, têmsido dirigidas para este vector especifi-co da população.Salientou também «o modelo de interven-

ção articulada de apoio social e dos cui-dados de saúde continuados, dirigidosàs pessoas em situação de dependên-cia que cria novas respostas mais adap-tadas a estas pessoas, nomeadamenteo apoio domiciliário integrado e as uni-dades de apoio integrado,complementando os centros de apoio adependentes».Ruy de Carvalho apelou para que os ido-sos «não se esqueçam de reivindicaraquilo a que têm direito» e para que se-jam «cidadãos de pleno direito até ao úl-timo minuto de vida».

Idosos não são um negócio

«Para os que não o podem fazer por do-ença ou incapacidades várias, a obriga-ção cabe a toda a sociedade, mesmoaos idosos que estão no gozo das suasfaculdades», sublinhou.A poucos meses do final do Ano Inter-nacional do Idoso, Ruy de Carvalho fezum balanço «muito positivo» do traba-lho desenvolvido pela equipa da Comis-são Nacional para as comemorações,manifestando «especial satisfação» porter assistido ao encerramento de 85 la-res de idosos cujo único objectivo era onegócio.

PALOP E PORTUGALDEBATEM HABITAÇÃO

COMUNIDADES Cabo Verde

abo Verde tem um déficehabitacional, «reflexo da fraque-za da base produtiva nacional»,de entre 10 e 30 mil fogos, afir-

mou, no dia 4, na Cidade da Praia, o presi-dente do Instituto de Fomento da Habita-ção (IFH), Celso Fernandes.Intervindo na II Reunião do Protocolo noDomínio da Habitação, documento assina-do em Setembro de 1998 em Lisboa entreresponsáveis do sector dos cinco PaísesAfricanos de Língua Oficial Portuguesa(PALOP) e Portugal, Fernandes defendeuque o problema habitacional «deve sererigido ao estatuto de imperativo nacional».«Integrar mais eficientemente as políticashabitacionais em polít icas maisabrangentes, aprofundar adescentralização e proporcionar uma ges-tão urbana mais aberta e participada,adoptar polít icas de crédito maisabrangentes, lançar programas de promo-ção e reabilitação da habitação e incenti-var e apelar participação de todos os su-jeitos sociais e económicos» foram algu-mas das sugestões do presidente do IFH.

A solução do problema habitacional, acres-centou, deve «exigir políticas de desenvol-vimento económico e social adequadas,medidas e acções técnicas eficientes eeficazes e sobretudo o engajamento, aparticipação e a vontade expressa de todaa sociedade cabo-verdiana».Segundo Celso Fernandes, em 1990 cer-ca de 85 por cento das famílias cabo-verdianas viviam em habitaçõesunifamiliares tradicionais, não dispondo 72por cento da população de instalaçõessanitárias.Para o presidente da Câmara Municipal daPraia, Jacinto Santos, há cerca de oito anosà frente da maior autarquia do país em ter-mos de população, a solução do proble-ma da habitação passa pela definição depolíticas que coloquem «a habitação comoelemento de referência do modelo de so-ciedade que se pretende construir».Só com esse tipo de políticas, disse, «po-deremos encontrar saídas em termos depreparação do espaço para uma socieda-de socialmente equilibrada e produtora deper si de factores contínuos de integração

das pessoas no seu habitat, de renovaçãoe fortalecimento do tecido social e urba-no».Por seu turno, o presidente do InstitutoNacional de Habitação de Portugal, Eduar-do Vilaça, realçou a irreversibilidade do«caminho iniciado» com a assinatura doprotocolo em 1998, apontando como van-tagens a «partilha de experiências e a tro-ca de informações».«Temos realidades diferentes mas commuitos pontos em comum, porque a habi-tação é um problema universal que a to-dos afecta de forma decisiva», disse, de-fendendo que estes encontros servempara «potenciar o que pode ser o desen-volvimento urbano harmonioso das cida-des, com benefícios para a qualidade devida das pessoas e das famílias».Em declarações aos jornalistas à margemda reunião, Jacinto Santos referiu que aCâmara Municipal da Praia traçou ao lon-go da sua gestão um conjunto de projec-tos visando a reabilitação de bairros e ca-sas degradadas no município.«Temos duas realidades na Cidade da

Praia - uma formal, com assentamentosurbanos que beneficiaram de planeamen-to, e outra, em que vive mais de 50 porcento da população, de bairros degrada-dos, com grande défice de infra-estrutu-ras básicas e espaços públicos e com umaqualidade de vida aquém do que se con-sidera mínimo», admitiu.O autarca disse que dos 38 bairros da ca-pital, foram escolhidos 17, de construçãoespontânea ou clandestina, para o progra-ma de reabilitação urbana.Segundo estimativas, a zona urbana daCidade da Praia alberga actualmente cer-ca de cem mil habitantes e uma popula-ção flutuante diária de mais 15 mil pesso-as.A II Reunião do Protocolo no Domínio daHabitação, iniciada no dia 4, com a parti-cipação de delegações de Cabo Verde,Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal,terminou terça-feira, dia 5.A sessão de encerramento esteve a cargodo ministro das Infra-estruturas e Habita-ção de Cabo Verde, António JoaquimFernandes.

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ACÇÃO SOCIALISTA 10 7 OUTUBRO 1999

SOCIEDADE & PAÍS

WWW.PORTUGUES.MCT.PT

PRIMEIRA PEDRA LANÇADAEM HANÔVER

BOAS COLHEITASEM 1999

NOVAS TECNOLOGIAS Português na Internet

Ministério da Ciência e da Tecno-logia (MCT), que considerou áreaestratégica a do ProcessamentoComputacional da Língua Portu-

guesa, anunciou, no dia 1, a disponibilizaçãona Internet de recursos nesta área, para es-tudantes, investigadores ou simplesutilizadores da língua portuguesa. O projec-to encontra-se disponível emwww.portugues.mct.ptSegundo o MCT, não se trata de um simplesendereço na rede, mas de um serviço públi-co «de tal modo potente que permite, entreoutras tarefas, a análise linguística a partirde mais de 40 milhões de vocábulos agru-pados em corpora» (colecções de textos cujacompilação não foi arbitrária, desenvolvidos,neste caso, por grupos de investigação emPortugal e no estrangeiro).«São exemplo da utilidade dos corpora naengenharia da linguagem o desenvolvimen-to de correctores ortográficos, modelos dereconhecimento de fala ou o teste de gra-

máticas computacionais», indicou o MCT.No entanto, encontra-se também emwww.portugues.mct.pt informação sobre lé-xicos e dicionários, ferramentascomputacionais, material didáctico, literatu-ra, jornais e revistas relacionadas com o es-

tudo do português.Os interessados encontrarão ainda dadossobre os grupos, centros e institutos de in-vestigação da língua portuguesa, bem comosobre os projectos de investigação científi-ca desta área (nacionais, europeus ou doresto do mundo).O endereço facilita ainda acesso electrónicoa associações, instituições, empresas, es-tabelecimentos de ensino e iniciativas políti-cas.Um motor de busca para encontrar actores

EXPO 2000 Pavilhão de Portugal

O ministro da Ciência e da Tecnologia, JoséMariano Gago, deslocou-se na passadaterça-feira, dia 5, a Hanôver, Alemanha,para participar na cerimónia de lançamen-to da primeira pedra do Pavilhão de Portu-gal na Expo 2000.O ministro supervisionou, a nível governa-mental, a participação portuguesa emHanôver, projecto que tem Simonetta LuzAfonso como comissária.A Expo 2000, que decorrerá entre 1 de Ju-nho e 31 de Outubro do próximo ano, serásubordinada ao tema «Humanidade-Natu-reza-Tecnologia».Concebido pelos arquitectos Siza Vieira eSouto Moura, o Pavilhão de Portugal emHanôver, que ficará situado na principalartéria do recinto da exposição, é quasetodo em cortiça, desmontável, e depois decumprida a sua missão de embaixador-expositor regressará ao País.O pavilhão foi apresentado em Maio (22),em Lisboa, no dia em que passou o pri-meiro aniversário da abertura da exposi-ção mundial de Lisboa, numa cerimóniaque contou com a presença do primeiro-ministro, António Guterres.Na ocasião, Guterres deixou uma mensa-gem de tranquilidade sobre o que vai sera participação de Portugal naquele even-to, elogiando a qualidade arquitectónica dopavilhão e o «impacto estético» que terásobre o espaço da Expo 2000.O primeiro-ministro sublinhou que «a com-paração» entre o que se faz no centro daEuropa (com a Expo 2000) e o que foi feitopor Portugal na Expo 98 permitirá reforçar«ainda mais o orgulho e auto-estima» dos

portugueses.O facto de a cortiça ser a matéria-primaprincipal do pavilhão português emHanôver explica-se pelo facto de este pro-duto natural conciliar as três componen-tes que dão o mote à Expo 2000: a relaçãoentre o ambiente, a tecnologia e o homem.Segundo Mariano Gago, os conteúdos doPavilhão de Portugal em Hanôver assina-larão «a ponte» entre os portugueses quevivem no território nacional e os que resi-dem na Europa e, também, entre a socie-dade lusa e o exterior.A primeira fase das obras de construçãodo Pavilhão de Portugal na Expo 2000, novalor de 277 mil contos, foi adjudicada aoconsórcio luso-alemão Empreiteiros Ca-sais de António Fernandes da Silva, SA/Philip Holzmann AG Direktion Nord.Acompanharam o ministro Mariano Gagona deslocação de terça-feira a Hanôver oarquitecto Souta Moura e a comissáriaSimonetta Luz Afonso. Estiveram igualmen-te presentes na cerimónia, que decorreuno local da construção, representantes dacomunidade portuguesa na Alemanha.

AGRICULTURA INE prevê

O ano agrícola de 1999 deverá apresentaruma significativa melhoria face ao anotransacto, com aumentos de produtivida-de de várias culturas, segundo previsõesdo INE divulgadas, no passado dia 28 deSetembro.O Estado das Culturas e Previsão de Co-lheitas do INE aponta para uma duplica-ção da produtividade das vinhas para pro-dução de vinho face a 1998, um ano bas-tante mau, ficando 4 por cento acima damédia do último quinquénio.A produtividade da uva de mesa tem umacréscimo de 30 por cento, a da pêra mul-tiplica-se por oito, a da maçã sobe 60 porcento e a do pêssego aumenta 40 por cen-to. A produtividade da amêndoa deverácrescer 50 por cento.Nos cereais de Primavera/Verão, o INEprevê a manutenção das produtividadesdo milho de regadio e do arroz e uma li-geira subida no milho de sequeiro (mais 5por cento).Para os cereais de Outono/Inverno, asperspectivas são de grandes aumentos deprodução: duas vezes e meia a do anopassado para o trigo, 2,8 vezes mais paraa aveia, mais do dobro para o triticale, mais70 por cento para a cevada e mais 60 porcento para o centeio.A produção de tubérculos apresenta boaqualidade e o INE prevê um aumento de

20 por cento na produção de batata deregadio e 5 por cento na batata desequeiro.Quanto às culturas para a indústria, admi-te-se um acréscimo de 10 por cento na pro-dutividade do tomate e uma manutençãono girassol, ficando 66 por cento acima damédia do último quinquénio.O INE, citando o Instituto Nacional deMeteorologia e Geofísica, assinala que nofim do mês de Julho o conteúdo de águano solo apresentava valores inferiores a 10por cento da capacidade de água utilizá-vel, sendo a região Noroeste a excepção,com valores entre os 255 e os 40 por cen-to.A percentagem de água armazenada nasalbufeiras a Norte do Tejo era de 57 porcento, contra 18 por cento em igual datade 1998.

pertinentes para o ProcessamentoComputacional do Português completa a lis-ta de recursos do site, que abre em simultâ-neo um fórum de discussão sobre esta áreae um serviço de apontadores para publica-ções, cursos na rede, revistas especializadas,conferências ou listas electrónicas.O Livro Branco do Desenvolvimento Científi-co e Tecnológico Português foi o ponto departida para a definição dos programasoperacionais (PO) «Ciência, Tecnologia, Ino-vação» e «Sociedade da Informação», aoperacionalizar na vigência do III Quadro Co-munitário de Apoio (2000-2006).O PO «Sociedade da Informação» contem-pla o Tratamento Computacional da LínguaPortuguesa, prevendo que será lançado um«Programa de Investigação, Desenvolvimen-to e Demonstração no Domínio do Tratamen-to Computacional da Língua Portuguesa, nassuas diversas variantes».Refere ainda que «este programa incluirá acooperação entre diversas áreas disciplina-res (da linguística à engenharia), assim comoentre instituições de investigação, universi-dades e empresas e apoiar-se-á em eixosde cooperação internacional capazes de le-var ao desenvolvimento de produtos para omercado mundial».

O

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA11

AUTARQUIAS

AUTARQUIAS INICIATIVAS & EVENTOS

Albufeira

III Concurso de Fado AmadorNo próximo dia 9 de Outubro, sábado, vairealizar-se na sede da Associação Musi-cal e Recreio Popular de Paderne, às 21 e30, a 1ª eliminatória do III Concurso deFado Amador «Cidade de Albufeira».A final vai ter lugar no dia 27 de Novem-bro, no Auditório Municipal de Albufeira.

Cascais

Festival da ViagemA Câmara de Cascais apoiou a criação, apartir do próximo ano e com periodicida-de bianual, do Festival da Viagem, que iráabordar vários aspectos relacionados coma temática da viagem através do teatro, damúsica, das artes plásticas e da fotogra-fia, da literatura e da dança.

No âmbito do festival decorrerão uma fei-ra do livro de viagem e um ciclo de confe-rências sobre o tema.

Fafe

Câmara comemorao 5 de OutubroÀ semelhança do que tem ocorrido regu-larmente desde o início dos anos 80, aCâmara Municipal de Fafe comemoroumais um aniversário da implantação daRepública em Portugal, que pôs termo aoregime anacrónico, caduco e hiper-cinzen-to da monarquia.O 5 de Outubro foi assinalado com umconjunto de iniciativas que se desenrola-ram nos dias 4 e 5.Destaque nestas comemorações parauma série de inaugurações realizadas natarde do dia 5 de Outubro.

Miranda do Corvo

Antiga hospedaria vira restauranteA Câmara Municipal de Miranda do Corvoaprovou recentemente o lançamento doconcurso da segunda fase de construçãodo restaurante da praia fluvial da Senhorada Piedade de Tábuas, bem como o seuprograma de concurso e caderno de en-cargos.

A primeira fase encontra-se já adjudicadae é composta por uma estrutura metálicade perfis de aço, para suporte da cober-tura.Trata-se de adaptar uma antiga hospeda-ria do santuário da Senhora da Piedadepara restaurante, servindo este de apoioao funcionamento da praia fluvial e tam-bém daquela infra-estrutura turística e re-ligiosa.

Ovar

Piscina municipal reabreao públicoO presidente da Câmara Municipal deOvar, Armando França, acompanhado dejornalistas de diversos órgãos de informa-ção, visitou no dia 1 de Outubro a piscinamunicipal de Ovar.

Os visitantes percorreram em pormenoresta infra-estrutura desportiva, tendoconstatado em pormenor o resultado dasobras realizadas e a boa qualidade doequipamento.

Penha de França

Órgão de informaçãoSaiu mais um número do órgão de infor-mação da Freguesia da Penha de Fran-ça, dirigido pelo camarada João Jofre da

Fonseca Costa.No número 13 desta publicação, referen-te a Setembro e de excelente aspecto grá-fico, destaque para uma ampla cobertu-ra das iniciativas de Verão promovidaspela Junta e dirigidas às crianças e ido-sos e ainda para uma extensa entrevistaao camarada Manuel de Oliveira Duarte,tesoureiro da Junta de Freguesia, respon-sável pelos pelouros da Habitação eObras, Acção Social e Educação.

Na entrevista, o autarca do PS Manuel deOliveira Duarte afirma que as crianças eos idosos estão no centro da política soci-al da Junta, elogia o trabalho desenvolvi-do pelas instituições de solidariedade so-cial existentes na Penha de França e reve-la que a sua principal motivação, enquan-to autarca, é poder contribuir para a reso-lução dos problemas da Freguesia.Nesta edição do órgão de informação daJunta de Freguesia da Penha de França éainda recordado o socialista Carlos Tece-lão, vogal da Junta, recentemente faleci-do.No editorial intitulado «Um bom amigo eum grande autarca», o presidente da Jun-ta, João Jofre da Fonseca Costa, evoca omalogrado autarca Carlos Tecelão.«Abdicando muitas vezes da sua vida fa-miliar e de numerosos fins-de-semana,Carlos Tecelão dedicou-se de corpo e almaà sua actividade de autarca, tendo sem-pre e exclusivamente como objectivo con-tribuir para a melhoria da qualidade de vidana Penha de França», lê-se no Editorial.

Portimão

�E electricidade para todosO município de Portimão já está total-mente coberto com a rede de distribui-ção de energia eléctrica, uma vez que aelectricidade chegou ao Sítio do Sobral,Freguesia da Mexilhoeira Grande, a ulti-ma localidade a ser beneficiada com osistema.De acordo com a autarquia de Portimão,a electrificação no Sítio do Sobral con-templa 40 pessoas distribuídas por de-zena e meia de habitações e incluiu aexecução de um posto transformador, aextensão da rede de distribuição de ener-gia eléctrica de baixa tensão para usodos particulares e a implantação da ilu-minação pública naquela zona rural domunicípio.A autarquia salienta ainda que uma dasvantagens da extensão da rede de elec-

trificação para a população do Sobral, ea possibilidade de utilização de energiaeléctrica para a exploração dos furos deágua para fins agrícolas.O custo total da obra, totalmente a cargoda Câmara, rondou os oito mil contos.Com a cobertura total da rede de distribui-ção eléctrica, o município de Portimão pas-sa a ocupar o 48º lugar no índice de de-senvolvimento social a nível nacional, sen-do o primeiro dos municípios do Algarve.

Santo Tirso

Dia Nacional da ÁguaNo âmbito das comemorações do Dia Naci-onal da Água (1 de Outubro), a Câmara Mu-nicipal de Santo Tirso promoveu em parceriacom a empresa Águas do Cávado, AS, umseminário subordinado ao tema «Os Desafi-os da Água».O encerramento do seminário foi feito pelopresidente da autarquia, o socialista JoaquimCouto, que fez um pequeno balanço do quetem sido feito pelo município no que concerneao abastecimento e à qualidade da água.

Torres Vedras

Acção de limpeza na zonada Boavista/OlheirosA Câmara Municipal de Torres Vedras, sem-pre preocupada com as questões ambientais,realizou uma acção de limpeza na zona daBoavista/Olheiros (Freguesia de S. Pedro eSantiago).A iniciativa que decorreu no dia 17 esteveinserida no âmbito da campanha «Limpar oMundo � Limpar Portugal».O município de Torres Vedras disponibilizoutodo o equipamento necessário para a lim-peza.

Vila Real de S. António

Dia Mundial da MúsicaA Câmara Municipal de Vila Real de S. Antónioorganizou no passado dia 3, domingo, noCentro Cultural António Aleixo, um espectá-culo com o grupo Bubba Brass.Esta iniciativa esteve inserida no âmbito dascomemorações do Dia Mundial da Música.Bubba Brass é um grupo que assenta a suaformação base no tradicional quinteto demetais, neste caso enriquecido com a intro-dução da percussão (bateria), o que valorizaem muito o espectáculo final.

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ACÇÃO SOCIALISTA 12 7 OUTUBRO 1999

PS EM MOVIMENTO

AÇORES Medeiros com Xanana

AMADORA Nova sede concelhia

COIMBRA Alegre contra Cavaco e Santana

A campanha do PS no distritode Coimbra tem-se pautadopor um grande entusiasmo emredor dos candidatos socialis-tas, que aproveitam para fazerpedagogia democrática e de-nunciar a falta de pudor de al-guns dirigentes do PSD.É o caso, por exemplo, do ca-marada Manuel Alegre que nodia 4 fez um discurso violentocontra Cavaco Silva e SantanaLopes, retirando-lhes autorida-de moral para lançarem suspei-tas de antidemocracia ao PS setiver maioria absoluta.No final de um almoço em Buarcos, Figueira da Foz, com António Guterres ao seu lado,Manuel Alegre colocou quatro questões: «Quem é que vai dar lições de democracia aum Presidente da República chamado Jorge Sampaio?», «Quem vai ensinar liberdade aum presidente da Assembleia da República chamado Almeida Santos?», «Quem vai darlições de tolerância e de humanismo a um primeiro-ministro chamado António Guterres?»e «Qual Santana Lopes vem dar lições de insubordinação a uma pessoa como eu?».Logo depois de apresentar estas interrogações, mostrou um ar de indignação, comen-tando: «Tenham pudor. Podem (no PSD) dormir descansados», disse, invocando, emseguida, as suas longas tradições familiares em defesa da liberdade.«Tenho antepassados que foram enforcados e decapitados na antiga Praça Nova, no

O PS/Amadora tem uma nova sede concelhia de campanha para as eleições legislativas.A sede está situada na Avenida do Brasil, nº 62, na Amadora.O camarada Joaquim Raposo, candidato pelo círculo de Lisboa e presidente da Câma-ra da Amadora, apresentou no dia 21, na cerimónia de inauguração, as propostas doPS, no âmbito do programa nacional para o próximo quadriénio.A sede de campanha assume a liderança e a coordenação de todas as iniciativas que oPS/Amadora leva a efeito durante a campanha eleitoral.Contactos com a população, reuniões com representantes da sociedade civil, convívi-os, caravanas automóveis, distribuição de propaganda, para além de um conjunto di-versificado de iniciativas que estão a ser levadas a cabo em todo o território concelhio,estão a ser delineadas nesta estrutura de campanha.

O primeiro candidato dos Açores do PS, camarada Medeiros Ferreira,suspendeu no dia 1 as suas actividades de campanha, para poderparticipar na sessão da Assembleia da República, em que estevepresente Xanana Gusmão.O camarada Medeiros Ferreira participou nesta sessão como mem-bro da Direcção do Grupo Parlamentar do PS e presidente da Co-missão dos Assuntos Europeus.

ENTRONCAMENTO Boletim informativo

ÉVORA Campanha ao rubro

O PS/Entroncamento tem uma página na Internet. O endereçoé: www.tomarnet.com/ps-entroncamento.Por outro lado, saiu o boletim informativo desta estrutura refe-rente a Julho, Agosto e Setembro. Chama-se «Entroncamen-to 2000» e tem uma completa informação sobre as activida-des desta estrutura, tendo como pano de fundo a campanhaeleitoral para a Assembleia da República.O Editorial, assinado pelo camarada José Lérias, é dedica-do a Timor Lorosae.Com o título «Depoimento de um Líder», o camarada JorgeLacão assina um importante artigo.

Évora, Viana do Alentejo e Moura. A caravana socialista que está a percorrer o distrito deÉvora no âmbito da campanha para as eleições legislativas tem recebido incentivos portodos os concelhos por onde tem passado e em todos os locais visitados � lares de idose mercados e feiras, passando pelo contacto com o comércio e com as populações dosdiversos concelhos.«Desde o 25 de Abril já fiz mais de 20 campanhas eleitorais no distrito de Évora», lembrao camarada Capoulas Santos, cabeça-de-lista por Évora, considerando que nunca viu«tão grande entusiasmo em torno do PS, o que prova que os cidadãos do nosso distritoconhecem a mais-valia do trabalho e da obra realizada nestes quatro anos de governo».Em conversa com os agricultores, o camarada Capoulas Santos tem trocado impres-sões sobre o estado do sector e as perspectivas de futuro da agricultura, tendo recebi-do rasgados elogios à sua actuação enquanto ministro da Agricultura.

Reforçar a maioria

No dia 29, à tarde, o cabeça-de-lista do PS foi recebido por directores dos jornais deÉvora.Questionado por jornalistas soabre o que considera ser um bom resultado do PS nodistrito, o camarada Capoulas Santos foi peremptório: «Alcançarmos mais um voto doque há quatro anos. Não escondo que gostaria de ver reforçada a nova maioria emÉvora, contribuindo, dessa forma, para o reforço da votação nacional do PS».

Porto, por se terem revoltado contra o poder miguelista. Toda a minha vida fui formadona democracia e no respeito pelos outros», frisou.

Herdeiros das revoluçõesliberal e republicana

«Mas não venham agora os herdeiros daqueles que enforcaram e decapitaram dar li-ções àqueles que no PS são os herdeiros das revoluções liberal e republicana, de tudoo que há de melhor na tradição do pensamento livre em Portugal», advertiu o camaradaManuel Alegre.Segundo o cabeça-de-lista socialista por Coimbra, os dirigentes do PSD «podem dormirdescansados se o PS tiver maioria absoluta», porque o partido que está no Governo«tem uma cultura de liberdade».«Temos essa cultura democrática entre nós mesmos. No próprio partido, haverá semprealguém que diz não e podem estar descansados que eu não sou o único», acrescentoujá no fim de uma intervenção iniciada com um ataque directo às recentes posiçõesassumidas pelo último chefe do Governo laranja.Manuel Alegre começou por se referir «à gente que anda por aí a dizer que há maioriasabsolutas boas e outras más».Mas o que se torna «mais extraordinário», na sua perspectiva, é que seja Cavaco Silva asustentar essa tese, porque, por duas vezes, «não pediu maioria absoluta, mas antesfez chantagem sobre os portugueses, deixando bem claro que se iria embora» se nãotivesse um resultado eleitoral dessa dimensão.

Para os socialistas não há forças de bloqueio

«Nós não fazemos isso» porque, salientou, «governámos com maioria relativa, com osvotos que o povo nos deu, porque o povo é soberano e é quem manda», contrapôs odirigente histórico socialista, que, em outra referência a Cavaco Silva, ainda lembrou a«famosa doutrina das forças de bloqueio».«Para nós, socialistas, não há forças de bloqueio, porque temos uma cultura que geracontrapoderes dentro de nós mesmo», sustentou.Pelo contrário, de acordo com Alegre, quem anda a dizer que «o PS quer o poderabsoluto, foi quem nunca se ouviu quando havia em Portugal um ditador, quem nuncase ouviu em 1975 e quem esteve calado durante dos dez anos de poder de CavacoSilva».

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA13

PS EM MOVIMENTO

GUARDA Mega-almoço de campanha

FERREIRA DO ALENTEJO Comunicado do PS à população

FIGUEIRA DA FOZ Mega-almoço

«Porque, com este Governo, temos tido sob o aspecto socialestímulo e apoio como nunca tivemos com governos anterio-res, o PS merece a confiança dos ferreirenses», lê-se numcomunicado da Comissão Política Concelhia do PS/Ferreirado Alentejo dirigido à população do concelho.Segundo o PS/Ferreira do Alentejo, «o cabeça-de-lista de Bejado PS é o secretário de Estado da Inserção Social, Rui Cunha,que tem sido um amigo do concelho: construção e inaugura-ção do belíssimo Centro de Dia de canhestros,comparticipação e inauguração do Lar da 3ª Idade da Miseri-córdia, apoio domiciliário a idosos e deficientes, projectos deluta contra a pobreza e de apoio á recuperação e melhora-mento das habitações, rendimento mínimo garantido, em tidose nota a marca humana de Rui Cunha e do Governo PS».Por isso, adianta o comunicado, «para melhoria destas e deoutras políticas, o PS necessita de governar sem constrangimentos, mas governar comoé seu timbre com total respeito pelos princípios democráticos».

LEIRIA Ferro critica Cavaco

O camarada António Guterres prestou no dia 4 homenagem à obra de Mário Soarescomo primeiro-ministro e à «longa tradição de luta pela democracia» de Manuel Alegre.No final de um almoço que juntou cerca de 500 pessoas em Buarcos e num discursosobretudo virado para os projectos e investimentos a serem concretizados na Figueirada Foz, o secretário-geral do PS pretendeu retirar protagonismo ao trabalho de SantanaLopes e lembrou a figura do fundador do seu partido e ex-Presidente da República.«Presto homenagem ao homem que, pela primeira vez, fez obra na Figueira da Foz,Mário Soares», disse recebendo uma enorme ovação, para depois comentar: «Em polí-tica, diz-se que a memória depressa se apaga. Mas nós não esquecemos».Guterres assegurou não esquecer que foi Mário Soares quem mandou construir «a bo-nita e enorme ponte», ligando as duas margens do Mondego, «num momento de enor-mes dificuldades, em que Portugal estava à beira da bancarrota».«Depois de um longo período de esquecimento, é minha obrigação colocar a Figueirada Foz como prioridade nos investimentos públicos», afirmou, observando, a seguir,que já estarão adjudicadas, ou em curso, obras no valor de quatro milhões de contos sópara o porto da cidade.Após mais uma referência por ter sido este o Governo que, «pela primeira vez, tambématribuiu subsídios aos pescadores (e não apenas aos armadores», o líder socialista dis-se sentir «grande orgulho por ter Manuel Alegre a encabeçar a lista» do partido pelocírculo eleitoral de Coimbra.Em relação a Manuel Alegre, segundo Guterres, «a democracia portuguesa nunca con-seguirá pagar a dívida que tem para ele».António Guterres lembrou, igualmente, que o seu mandatário nacional para as eleiçõeslegislativas é o ex-reitor da Universidade de Coimbra Rui Alarcão.

O cabeça-de-l ista do PS por Leir ia, FerroRodrigues, considerou no dia 4 «extraordinário»que Cavaco Silva fale sobre os efeitos negativosda maioria absoluta, depois de «há oito anos terdito que sem ela não governava».«Para quem pôs em alternativa uma maioria ab-soluta ou a crise, é extraordinário que venha ago-ra falar sobre os malefícios da maioria absoluta»,disse Ferro Rodrigues, garantindo que o PS «estádisponível para governar com qualquer maioria».Ferro Rodrigues comentava a intervenção de Ca-vaco Silva, dia 3, num jantar de apoiantes do PSD,durante a qual considerou que seria um «erro gra-ve» os eleitores darem a maioria absoluta ao PSnas eleições de 10 de Outubro.As críticas do candidato socialista à intervençãode Cavaco Silva não se ficaram pela questão damaioria absoluta, tendo acusado o ex-líder do PSDde se ter deslocado a Leiria para «dar cobertura auma proposta populista e demagógica», numareferência à proposta de Durão Barroso de au-mentar as reformas mínimas para 40 contos.Cavaco Silva «veio formalmente apoiar as preten-sões de Durão Barroso em matéria de pensões,cuja proposta atinge 328,5 milhões de contos em2003», disse o candidato socialista.E acrescentou: «E estar-se-ia à espera que viesse dizer como se obtinham receitaspara esta despesa».«Não o fez, o que é estranho, sendo Cavaco Silva um economista», afirmou FerroRodrigues aos jornalistas em Monte Real, considerando que «não fica bem a quemteve responsabilidades governativas» o apoio a uma proposta «populista e demagógi-ca».Ferro Rodrigues lamentou ainda que Cavaco Silva não tenha aproveitado a sua pre-sença em Leiria para dizer quais as ideias que tem para a reforma da SegurançaSocial, considerando que o ex-primeiro-ministro «está a banalizar as suas interven-ções» na campanha eleitoral.A defesa do Rendimento Mínimo Garantido, apesar do seus problemas, e a crítica aque, só quatro anos depois de sair do governo, Cavaco Silva reconheça a existênciade problemas de pobreza em Portugal, «quando no seu tempo a teoria que havia eraa do oásis», foram também objecto de referência durante um encontro de FerroRodrigues com os jornalistas.

Página na Internet

Os socialistas leirienses estão na linha dafrente das novas tecnologias.A Federação do PS/Leiria tem a sua páginana Internet, com o seguinte endereço:www.lojavirtual.pt/ps-leiria.A Federação poderá ainda ser contactadaatravés do e-mail: [email protected].

O camarada António José Seguro, presidentedo PS/Guarda, reuniu no dia 1, num almoçoem Gouveia, cerca de 1500 pessoas, numa ini-ciativa de campanha em que o líder do PSD foialvo de duras críticas.Depois de terem discursado os presidentes dascâmaras de Gouveia e da Guarda, respectiva-mente Santinho Pacheco e Maria do CarmoBorges, Seguro, coordenador da ComissãoPermanente do PS frisou que Durão Barroso jádesistiu de vencer as eleições legislativas e,agora, «apenas tem como meta impedir que oPS governe com estabilidade nos próximosquatro anos».Durão Barroso, acrescentou António José Se-guro, «coloca à frente dos interesses do paísos seus interesses pessoais», já que toda aestratégia do actual presidente do PSD «só temcomo objectivo manter-se na liderança do seupartido».Tal como António Guterres, na véspera, no co-mício de Viseu, também o camarada António José Seguro frisou o carácter «decisivo»das eleições legislativas.Referiu que, se a abstenção for elevada, poderá estar em causa a vitalidade da demo-

cracia portuguesa e avisou que sem estabilidade política poderá ser «interrompido oactual ciclo de crescimento, desenvolvimento e melhoria do nível de vida» da popula-ção.

Olhar pelos desfavorecidos

Antes dos discursos, António José Seguro, os dirigentes e autarcas socialistas do distri-to da Guarda cortaram um enorme bolo de anos e cantaram os parabéns ao PS pelapassagem do quarto aniversário da vitória eleitoral de 1 de Outubro de 1995.«Apesar de não termos aqui António Guterres, que juntaria muitos mais pessoas, mes-mo assim, este é o maior almoço da presente campanha», afirmou o coordenador daComissão Permanente do PS.A presidente da Câmara da Guarda elogiou o actual Governo «por ter olhado pelosdesfavorecidos» no distrito, combatendo o desemprego e colocando em marcha o ren-dimento mínimo.Por sua vez, o autarca de Gouveia deu como adquirida a vitória do PS no distrito daGuarda e apontou a possibilidade de os socialistas elegerem três dos quatro deputadosdeste círculo eleitoral.«É preciso explicar às pessoas mais conservadoras que, nas próximas eleições, sóAntónio Guterres está preparado para ser primeiro-ministro», afirmou.

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ACÇÃO SOCIALISTA 14 7 OUTUBRO 1999

PS EM MOVIMENTO

O presidente da Comissão Política Concelhia do PS/Ourém dirigiu uma carta ao seuhomólogo do PSD, manifestando a preocupação dos socialistas «pela colocação decartazes eleitorais do PSD no concelho de Ourém, nas árvores que ladeiam várias arté-rias das cidades de Ourém e Fátima, apelando para que, também na campanha eleito-ral se verifique, por parte de todos os partidos políticos, um respeito pelo ambiente epela natureza».

OURÉM Comunicado da Concelhia

PENHA DE FRANÇA Acção de campanha

No âmbito da campanha eleitoral, a Secção do PS da Penha de França levou a efeito namanhã do passado dia 2 uma acção de campanha.No mercado de Sapadores e nas principais artérias da Freguesia da Penha de França,um grupo de militantes socialistas desta estrutura distribuiu diverso material de propa-ganda.No contacto com a população os militantes do PS foram recebidos com entusiasmo etiveram oportunidade de ouvir rasgados elogios à actuação do Governo.Esta foi mais uma iniciativa do Secretariado da Secção da Penha de França, uma dasestruturas mais activas e dinâmicas do PS na área metropolitana de Lisboa.

MACEDO DE CAVALEIROS PS critica má-fé de Portas

Num comunicado, a Secção do PS de Macedo de Cavaleiros «repudia veementemen-te as críticas do líder do PP feitas após a visita que efectuou ao hospital distrital destacidade sobre o apoio do Governo na área da saúde».Para o PS/Macedo de Cavaleiros, «tais declarações são falsas, sem qualquer funda-mento e demonstram um total desconhecimento da realidade hospitalar da região edo referido hospital em particular».Os socialistas concluem que «Paulo Portas ou está mal informado ou agiu de má-fé».

MADEIRA PS quer Jardim «out»

O cabeça-de-lista do PS pela Madeira,Mota Torres, exortou no dia 1 no Funchalo presidente do Governo Regional,Alberto João Jardim, a «abandonar acadeira do poder».«Vá-se embora, pois chegou a sua hora»,afirmou Mota Torres, dirigindo-se aoinenarrável Jardim que lidera a região,naquele que foi o discurso mais duro queproferiu na campanha eleitoral, proferi-do no âmbito das comemorações do DiaInternacional do Idoso.Para o presidente do PS/Madeira, «só sepode governar quando há sentido de res-ponsabilidade e o presidente do Gover-no Regional não o tem, provocando sis-tematicamente com as suas afirmaçõesos madeirenses, os portugueses do con-tinente, a Europa e o Mundo».«As afirmações de Alberto João Jardimapenas provam a suairresponsabilidade, que só prejudica aMadeira e a sua autonomia», acrescen-tou.

Jardim igual a Salazar

Mota Torres estabeleceu depois uma comparação entre Salazar e Jardim, lembrando oque dizem os mais antigos: quando o antigo ditador subiu ao poder, em 1926, foi elogi-ado pela forma como susteve revoluções e estabilizou o país.

No entanto, acrescentou, «esses mais antigos também recordam que, quando chegoua hora de Salazar ir embora, ele recusou-se, sendo necessário a queda de uma cadeirapara abandonar o poder».«É tal e qual Alberto João Jardim, apenas não queremos que também ele seja atingidopor uma cadeira», frisou Mota Torres, admitindo que o presidente do Governo Regional«já fez a sua obra».Para o candidato socialista, «agora é necessário dar o lugar a outros, mais capazes ecom novas ideias».

Comunicado

A propósito da posição assumida pela Câmara do Funchal e até pelo secretário regionalda Educação relativamente à Estação de Biologia Marítima, a direcção do PS/Madeiraemitiu no dia 30 de Setembro um comunicado, no qual refere que «se existe ânsia deprotagonismo essa é da Câmara e do Governo Regional que não olha a meios paraatingir os seus fins políticos. São entidades para as quais a mentira e descaramento nãotêm fronteiras».Por isso, frisam os socialistas madeirenses, relativamente à Estação de Biologia Maríti-ma como em outras obras na Madeira, «ninguém pode escamotear a atenção que oactua Governo da República, liderado por António Guterres, deu a esta obra de grandeimportância para a Região.»

Pessoas sem nível e decência política

Para o PS/Madeira, «ignorar tal facto é próprio de pessoas fracas, sem nível e decênciapolítica»De resto, adianta o PS/Madeira, «é o próprio comunicado da Câmara que, ao repetir asverbas avançadas pelo PS, demonstra que sem a solidariedade nacional e europeia aEstação estaria ainda por construir».

Camarada Guterres janta amanhãcom sindicalistas

Integrado na campanha eleitoral do PS a Tendência Sindical Socialista vai realizaramanhã, dia 8, um jantar com o camarada António Guterres.O jantar terá lugar pelas 19 horas, na Quinta Dia a Dia � Casas Velhas � Charneca deCaparica/Almada, e o custo é de 1500 escudos por pessoa.Para melhor acesso ao local a organização vai disponibilizar autocarros com partidada estação do Caminho de Ferro do Pragal/Almada, às 18 e 30.Findo o jantar, estes autocarros acompanharão a caravana do secretário-geral atéSetubal, efectuando a viagem de retorno a Lisboa ou ao Pragal, no fim do comícioque aí terá lugar.As inscrições devem ser feitas directamente para o camarada João Queirós (telemóvel0931 733 12 12) ou para a camarada Custódia Fernandes (telemóvel 0931 588 463)ou ainda para o fax 342 18 20 (FAUL).Os bilhetes, contra pagamento, poderão ser levantados na FAUL ou solicitados portelefone ou fax.É fundamental a participação de todos os sindicalistas socialistas nesta jornada deencerramento da campanha do PS.

GUTERRESÚLTIMO DIA DE CAMPANHA

Lisboa-10 horas- Praça PaivaCouceiro-descida da Rua Morais Soares

17 horas- Descida do Chiado, Rua Augusta,Terreiro do Paço

Tomada do cacilheiro para AlmadaSubida da Av. Principal de Almada

COMÍCIO DE ENCERRAMENTODA CAMPANHA

Dia 8, 21 e 30, Praça do Bocage (Setúbal)

GUTERRES

COMÍCIO DE ENCERRAMENTODA CAMPANHA

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA15

PS EM MOVIMENTO

PROGRAMA ELEITORAL Carlos César*

CONSOLIDAÇÃODAS AUTONOMIAS REGIONAIS

A inscrição, em concreto, deorientações programáticasreferentes à acção do Governo daRepública respeitantes às RegiõesAutónomas no programa eleitoralda candidatura do PS em 1995,revelou-se, no plano da suaexecução, de grande importância.Tal como em 1995, fui encarregadopelo secretário-geral do PS,António Guterres � umamanifestação de confiança quedeve ser registada � de elaborara proposta de programa para apróxima legislatura (1999-2003).Essa proposta foi inteiramenteacolhida e inclusivamenteenriquecida por contributos do PS/Madeira.É esse texto final, parte integrantedo Programa Eleitoral de Governoda República do PS que, agora,damos a conhecer. Naturalmenteque, em outras áreas sectoriais doPrograma, outras medidas eacções terão repercussão nosAçores e na Madeira.

ssencial à afirmação de umademocracia com mais qualida-de é a consolidação das auto-nomias regionais dos Açores e

da Madeira, que continuarão a construir ele-mentos relevantes da afirmação da nossaprópria coesão nacional.A autonomia político-administrativa dosAçores e da Madeira, no contexto do Es-tado português, constitui uma das expe-riências de descentralização mais valio-sas da ordem constitucional democráti-ca restaurada com o 25 de Abril. Porém,um dos factores que mais perturbaram asrelações entre os órgãos de governo re-gional e os da Repúbl ica e maiscondicionaram a estabilidade daquelasexperiências autonómicas, foi aindefinição, no decurso das últimas duasdécadas, dos respectivos regimes de fi-nanciamento.Deve-se ao Governo da República do PSa superação desse importante obstáculo,ao fazer aprovar, após negociações bemsucedidas com os governos regionais, aprimeira Lei de Finanças das Regiões Au-tónomas, que veio estabelecer os meca-nismos de financiamento dos orçamen-tos regionais, promover o saneamento dadívida pública daquelas regiões e possi-bilitar a adaptação do sistema fiscal naci-onal às especificidades insulares, medi-ante decisão das respectivas assembleiaslegislativas regionais.Definidos os contornos político-adminis-trativos das autonomias insulares, com aparticipação histórica e determinante doPS na Assembleia Constituinte e naAssembleia da República, coube, denovo, ao PS, completar a arquitectura dos

poderes autonómicos, concretizando emLei os deveres recíprocos de solidarieda-de económica e financeira.Bem se pode dizer, por isso, que as auto-nomias dos Açores e da Madeira consti-tuem património integrante da cultura po-lítica dos socialistas portugueses.A condição ultraperiférica dos Açores e daMadeira nos contextos nacional e euro-peu, acentuada pelas característicasarquipelágicas ainda mais salientes nocaso dos Açores, levaram o Governo doPS a adoptar com sucesso medidas degrande alcance e a exercer uma influên-cia dinâmica junto das inst i tuiçõeseuropeias no sentido da compensaçãodos sobrecustos da insularidade e da dis-tância, bem como das especificidadessupervenientes.O impacto económico estratégico das no-vas condições do transporte aéreo de epara aquelas regiões e da convergênciaem curso do tarifário eléctrico tem sidoestimulante quer para o investimento e aestrutura de custos das empresas nosdois arquipélagos, quer para a diminui-ção em geral do custo de vida.A atenção do Governo da República doPS às realidades dos Açores e da Madei-ra esteve em particular evidência quan-do, na revisão do Tratado da UniãoEuropeia e nos Conselhos Europeus deBerlim e de Colónia, fez aprovar a intro-

dução de um art igo no Tratado deAmesterdão de reconhecimento daultraperiferia e, posteriormente, a obriga-ção da Comissão Europeia elaborar, atéao final do corrente ano, um Relatório deMedidas Especificas a adoptar para osAçores e para a Madeira.Procurando recuperar o desenvolvimentoanterior dos governos do PSD nos servi-ços do Estado nas regiões autónomas, oGoverno do PS empreendeu umsobreesforço na melhoria das infra-estru-turas e condições de financiamento da-queles serviços, designadamente na áreada Segurança e da Justiça, que prosse-guirá de acordo com o planeamento jáestabelecido.Desde Novembro de 1996 a meados de1998 os Açores foram perseguidos pelaocorrência sucessiva de calamidades na-turais que provocaram a destruição debens e equipamentos e a perda de vidashumanas. Em todos os casos, no cum-primento dos deveres de solidariedade na-cional e em resposta às solicitações doGoverno Regional, o Governo do PS ac-cionou a intervenção complementar doServiços Nacional de Protecção Civil edisponibilizou significativos meios finan-ceiros para a reabilitação e reconstruçãodas áreas e infra-estruturas afectadas.Finalmente, e após um longo períodomarcado pela instabilidade nas relações

entre as administrações central e regio-nal, o PS orgulha-se da nova etapa quea sua acção no Governo da Repúblicaproporcionou, bem como pelo cumpri-mento integral do anterior Programa doGoverno no que se refere às regiões au-tónomas.Tendo em vista prosseguir uma acção ten-dente a consolidar a coesão económica esocial nacional e a compensar as regiõesautónomas das desvantagens resultantesda sua condição insular ultraperiférica, oPS prosseguirá a sua acção naAssembleia e no Governo da República,no sentido de, no quadro da Lei de Finan-ças das Regiões Autónomas, dar execu-ção, em colaboração com os governosregionais, a projectos de interesse co-mum, previstos naquela Lei, que atenu-em a descentralidade económica dosAçores e da Madeira; cooperar, na obser-vância dos poderes dos órgãos de gover-no próprio das regiões, na adaptação dosistema fiscal nacional às especificidadesregionais, designadamente através daagilização dos serviços centrais da admi-nistração fiscal em ambas as regiões;assegurar, no âmbito de uma revisão daLei nº 13-98, a continuidade do equilíbrioestabelecido nas finanças públicas regio-nais e o crescimento sustentado das suasdespesas de investimento; rever a fórmu-la actual de quantificação das transferên-

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ACÇÃO SOCIALISTA 16 7 OUTUBRO 1999

PS EM MOVIMENTO

cias do Orçamento do Estado para os or-çamentos das regiões autónomas, nosentido de não se penalizarem as trans-ferências por causa de investimentosefectuados na região directamente peloGoverno da República; no quadro daUnião Europeia: garantir a participaçãodos representantes dos órgãos de gover-no próprio nas negociações que lhe di-gam respeito; prosseguir no apoio àadopção de medidas específicas daUnião Europeia destinadas às regiõesultraperiféricas portuguesas; no quadroda articulação de competências entre aadministração central e as regionais: pro-mover a transferência de competênciaspara os órgãos de governo próprio dasregiões autónomas de licenciamento emáreas do domínio público marítimo dasilhas que não venham a ser identificadascomo de interesse nacional e criar dele-gações do Instituto Marítimo e Portuário;assegurar a complementaridade da pres-tação de cuidados do serviço Nacional deSaúde, face aos serviços regionais, aosdoentes evacuados para o continentepara o tratamento de patologias de muitobaixa incidência que obrigam ao recursode meios especializados indisponíveisnos Açores ou na Madeira; aprofundar acolaboração entre os serviços nacional eregionais de Protecção Civil; promover aalteração da Lei de Bases doOrdenamento do Território, assegurandoos poderes de iniciativa e de decisão dosórgãos de governo próprio das regiões ea adaptação dos instrumentos e figurasde planeamento às especificidades regi-onais; adaptar, ouvidas as assembleias eos governos regionais, o regime jurídicodas empreitadas e obras públicas às con-dições específicas e de mercado das re-giões autónomas; prosseguir as diligên-cias diplomáticas tendentes ao acompa-nhamento dos casos de repatriamentoscom destino aos arquipélagos e coope-rar com as autoridades regionais nos res-pectivos processos de encaminhamento,acolhimento e inserção socioprofissional;acautelar interesses manifestados pelosAçores no âmbito das negociações e doacompanhamento do Acordo de Coope-ração e Defesa entre os Estados Unidosda América e Portugal; salvaguardar asespecificidades regionais junto da UniãoEuropeia em matéria de política agrícola,nomeadamente no sector da banana, degrande importância para a Madeira; acau-telar os direitos de pesca na Zona Econó-mica Exclusiva e a sua protecção; apoiar,no quadro da cooperação externa portu-guesa, as acções consideradas adequa-das que visam o reforço das relaçõesentre as regiões autónomas e os paísesinsulares de expressão portuguesa; as-segurar a possibilidade de acesso direc-to por parte das autarquias locais das re-giões autónomas aos programasestruturantes incluídos no PIDDAC (v.p.PROSIURB, PROGIP, PROSIG); reforçar acooperação técnica entre os corposinspectivos das regiões e a IGAT, IGF eIGAP; dar cabal cumprimento às disposi-ções dos estatutos das regiões autóno-mas no que respeita às suas receitas pró-prias, aprofundando-se o r igor noapuramento das receitas fiscais geradase não cobradas nas regiões autónomas;

panhar a eventual regionalização de ser-viços e transferência de poderes dos cor-respondentes meios financeiros para fa-zer face aos respectivos encargos. Noquadro da melhoria das acessibilidades edo apoio à superação de obstáculos es-truturais: observar o princípio da continui-dade territorial, assente na necessidadede corrigir as desigualdades estruturais,originadas pelo afastamento e pelainsularidade, como forma de propiciar a

consagração dos direitos de cidadaniadas populações insulares. Promover aexecução do princípio da igualdade deacesso à «sociedade da informação», es-tabelecendo que os custos das comuni-cações entre as regiões insulares e o con-tinente português não deverão ser supe-riores ao custo máximo da ligação feitano território nacional continental, estenderàs regiões o projecto «Loja do Cidadão»,e apoiar a sediação de centrostecnológicos, científicos e de investigaçãoe programas de melhoria das infra-estru-turas do ensino superior público emambas as regiões; estudar a criação deum contigente específico para os arqui-pélagos no acesso à frequência dos cur-sos de ensino superior, não ministradosnas Regiões, ao qual poderão aceder osestudantes originários de qualquer pontodo país que se comprometem a prestarpelo menos 10 anos de serviço nos Aço-res ou na Madeira após a conclusão dasrespectivas licenciaturas; prosseguir noapoio ao serviço público de televisão e aosinvestimentos que visam estender aos ar-quipélagos a televisão digital, bem comogarantir progressivamente a criação dascondições indispensáveis à transmissãopara as regiões autónomas das emissõesde televisão não pública que garanta aigualdade de todos os portugueses noacesso a esses serviços, o que passarápelo estudo, com as empresas privadasde televisão, dos mecanismos de coope-ração e articulação viabilizadores; melho-rar as condições operacionais dos aero-portos das regiões autónomas,designadamente no Funchal, em PontaDelgada, na Horta e nas Flores; criar fór-mulas de combate à ultraperificidade no

que respeita às taxas nos portos comer-ciais de Lisboa e Leixões para as merca-dorias com destino ou provenientes dosAçores e da Madeira, e ao tráfego localespecífico para o transporte de passagei-ros e de mercadorias inter-ilhas, e apoiar,em termos a definir, o transporte maríti-mo de passageiros entre as regiões au-tónomas e o continente; concluir o pro-cesso de convergência do tarifário eléc-trico no todo nacional; estabelecer, sem-pre que tal se just i f ique pelasespecificidades próprias, uma majoraçãodos incentivos dos sistemas nacionaisquando digam respeito a projectos de in-teresse a executar nas regiões autóno-mas; apoiar, através do ICEP, a promoçãoturística dos Açores e da Madeira nosmercados internacionais; no quadro dasobrigações directas do Governo da Repú-blica: aumentar os meios afectos à fiscali-zação marítima e aérea das ZEE dos Aço-res e da Madeira, designadamente foradas seis milhas da costa, procedendo-seao reequipamento e melhoria dos meiosadequados das Forças Armadas; colabo-rar com a salvaguarda do património na-tural e arquitectónico de relevância nacio-nal, designadamente face aos processosde eutrofização das lagoas açorianas edo tratamento ou exportação de resíduossólidos gerados por ambas as regiões;intensificar o investimento na melhoria dasituação dos serviços do Estado nas regi-ões, atendendo, de forma particular, à suamultiplicidade no caso das nove ilhas dosAçores, à construção e renovação deinfra-estruturas, ao aumento de efectivosdas polícias e à rápida instalação de tri-bunais e juízos já criados.*Presidente do PS/Açores

ter em conta, na elaboração da nova Leido Património Cultural, a situação espe-cífica das regiões, designadamente natransferência de poderes para os órgãosregionais nos termos da Constituição edos estatutos autonómicos; fazer acom-

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA17

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

ELEIÇÕES Amílcar Augusto

REAGIR É AINDA MAIS PRECISOalar é preciso, mas reagir é ain-da mais preciso. Quem calaconsente e quem não se sentenão é filho de boa gente, assim

dizem os provérbios, e é bem verdade.Custa-me a aceitar que se façam afirma-ções mentirosas e demagógicas sem qual-quer reacção para se atingir e enfraque-cer a motivação daqueles que lutam poruma sociedade melhor, mais justa e equi-tativa, desviando a atenção dos seus ob-jectivos e atrasando importantes decisões.Chegou agora a vez da CDU queconcertadamente com o PSD, pela voz deCarlos Carvalhas, vem afirmar que o PSnesta legislatura nomeou 11 mil militantes,um escândalo, numa cavalgada de poderainda superior à do PSD durante o seuperíodo de hegemonia.Será que Carlos Carvalhas está bem infor-mado? Não será que muitas das nomea-ções que foram feitas são de independen-tes encostados ao PSD e que agora de-magogicamente são referenciados comotendo vivido sob a asa do PS?Ou será que se está a deixar iludir pelademagogia dos remoçados sociais-demo-cratas que, não satisfeitos com a situaçãode privilégio que ainda detêm, pretendemvoltar ao poder para completar o assaltohegemónico que iniciaram no final do seumandato?Encaro com bastante preocupação aquiloque ouço dizer. Preocupo-me sobretudocom estas afirmações mentirosas e dema-

gógicas que impunemente se vão fazendoe que não têm em vista senão quebrar amoral dos poucos socialistas que têm opor-tunidade de exercer lugares de decisão.Ao ponto de ouvir o desabafo de um ami-go e camarada que se lamentava dizendo«desde que tenho um chefe socialista te-nho de trabalhar o dobro do tempo, saiotodos os dias tarde e quase nem tenhotempo para ver a família». Como se pelofacto de se ser socialista se tivesse de es-tar permanentemente a demonstrar que seé melhor do que os outros e se trabalhamais do que os outros.A campanha de desmoralização pareceque produz efeito, pelo menos nalguns cír-culos desta maneira. Noutros, atrasam-se nomeações, nomeando os que já es-tão nomeados para outros cargos, chegan-

do a mesma pessoa a ocupar três, qua-tro, ou cinco cargos simultaneamente. Nãosei se esses também entram no cômputode Carlos Carvalhas.E a campanha continua voltando à cargasempre com o mesmo slogan sem reac-ção dos socialistas. Será que estamos apensar que vozes de burro não chegamao céu? Porém os resultados parecemsatisfatórios.Como se poderão conciliar políticas decrescimento económico, com políticas desolidariedade social, no cumprimento dosideais socialistas, «Com razão e com ocoração» com a manutenção da situaçãoneste estágio? Se para conquistar poder,não se olham a meios, perturba-se, des-via-se atenções, criam-se climas de ten-são e de desconfiança, atrasam-se gran-des decisões.A tendência natural dos pseudo-indepen-dentes que exercem poder, e são muitos,é para, em lugar de descentralizar, concen-trar, cerceando iniciativas desconsiderandoe enxovalhando as pessoas que têm aousadia de as tomar. Criando estruturashorizontais, para aligeirar e flexibilizar; po-rém, a flexibilização pretendida não é paradelegar poder, incentivar criatividade e in-dependência, orientar e desenvolver estra-tégias e políticas, mas sim ter à mão gru-pos de colaboradores que satisfaçam in-teresses casuísticos e pessoais.É claro que quando se concentra o poderé necessário ter pessoas de confiança em

lugares chave. O perfil ideal para tais pes-soas é o do cinismo incompetente. Nesteenquadramento, os quadros socialistaspreteridos, a favor de outros, amigos, ouamigos dos amigos, são chamados de in-competentes ou de perfil inadequado. Faz-me rir, já tenho idade suficiente para ter vis-to muita gente mudar de perfil conforme ofato que usa. Ou será que só os outros éque são competentes?É preciso alterar este estado de coisas. Épreciso não ter receio de promover com-petências e de denunciar o cinismo incom-petente. Basta de aceitar a campanha de-magógica da oposição sem reacção. Deter fama sem ter proveito.Vive-se agora um período de aparenteacalmia. As pessoas andam distraídascom as notícias que todos os dias lheschegam dos órgãos de comunicação so-cial sobre Timor. Mas esta é uma acalmiaprenunciadora das grandes tempestades.Não nos deixemos embalar nela porqueentretanto germina nos locais de trabalhoe em todos os locais, a calúnia e a denún-cia de actos que os outros ainda, comdespudor, continuam a cometer e impu-nemente a responsabilizar o PS pelos mes-mos.Deixemo-nos de erróneos pudores éticose confiemos na competência dos socialis-tas, dando-lhes pelo menos o benefício dadúvida.Falar é preciso, mas reagir é ainda maispreciso e urgente.

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ELEIÇÕES José Conde Rodrigues

CONTINUAR, COM CONFIANÇA!stamos envolvidos em mais umprocesso eleitoral. Desta vezpara eleger os deputados aoParlamento do qual, por sua

vez, sairá um novo Governo para o país.Mais do que em qualquer outra eleição, édesta que a nossa vida colectiva depen-de. A estabilidade política, a saúde da nos-sa economia, a continuação do nosso de-senvolvimento sustentável, dependem doGoverno e da sua energia para aplicar aspolíticas públicas.O actual Governo, saído das eleições de1995, governou sem maioria absoluta, masconseguiu consensos que lhe permitiramconcretizar a legislatura com sucessocomo atestam as mais recentes sonda-gens.Naturalmente que, face à ausência damaioria absoluta, teve de negociar no Par-lamento, bem como com os parceiros so-ciais. O compromisso foi evidente emmuitos casos.Ainda assim, não foi o Governo que dei-xou de apresentar as reformas estruturaisainda necessárias. Foi a oposição que,

face à apresentação dessas reformas,sempre se apresentou como uma barrei-ra, muitas vezes, sem qualquer sentidoconstrutivo.Na oposição, a politiquice reinou sobre apolítica, os «pequenos» interesses estive-ram acima do interesse nacional. E sãovários os exemplos que se podem apre-sentar desse comportamento:Desde logo, a revisão da Constituição e amudança do sistema eleitoral, onde o PSDbloqueou a mudança; depois a reformado sistema de Segurança Social, onde aproposta apresentada pelo Governo nãoconseguiu passar no Parlamento; depoisa reforma fiscal, onde o PSD sempre seopôs às mudanças para uma maior justi-ça (ainda se lembram do cartaz do Mar-celo com a «pena máxima para a colectamínima»?); com a regionalização e aconsequente reforma administrativa doEstado o resultado não foi melhor, o PSD,que sempre foi favorável ao tema quan-do Governo, mudou tacticamente de opi-nião. Enfim, muitos outros exemplos po-deríamos citar, onde a oposição afirma a

falta de propostas do Governo, quandofoi ela que não deixou que essas refor-mas avançassem.Contudo, mesmo com esses obstáculos,a verdade é que Portugal conseguiu, du-rante estes quatro anos, melhorar a suaeconomia, com o consequente cresci-mento da mesma (PIB) sempre acima dosanteriores quatro anos e mesmo da mé-dia da União Europeia. O desemprego édos mais baixos da Europa dos Quinze,tendo descido para menos de metadeface ao período do anterior Governo doPSD. O investimento português no estran-geiro cresceu. A dívida pública baixou eentrámos na moeda única (quando a opo-sição não acreditava ser possível), asse-gurando-nos um futuro financeiro maistranquilo; Fizemos a EXPO com enormesucesso, inaugurou-se a Ponte Vasco daGama, o comboio na Ponte 25 de Abril ea extensão do Metro. Mas também se «lim-pou» o país com um investimento de 720milhões de contos no ambiente (melhorágua, tratamento de esgotos e o fim daslixeiras), ou ainda o investimento na infân-

cia e terceira idade, com pré-escolas ecentros de dia.A estes exemplos se podem juntar ainda aresolução da questão de Timor (já com 25anos de estagnação), ou a boa negocia-ção na União Europeia, com mais 4500milhões de contos para obras, nos próxi-mos seis anos.Não se fez tudo, não se resolveram todosos problemas. É verdade. Haverá mesmoáreas onde é necessário fazer mais rápi-do e melhor. Mas, nem os problemas aca-bam em democracia, pois as necessida-des estão sempre a surgir, face a cidadãoscada vez mais exigentes, nem em quatroanos é possível fazer tudo. A gestão preci-sa de tempo para decidir e tempo paraexecutar.Uma coisa é, porém, para mim clara e pen-so que para todos os eleitores também. Épreciso continuar este trabalho, dando umanova oportunidade ao Partido Socialista nopróximo dia 10 de Outubro.Os Portugueses querem continuar no bomcaminho e tem confiança no Eng. AntónioGuterres.

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ACÇÃO SOCIALISTA 18 7 OUTUBRO 1999

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

PARTIDO Mercelino Cardoso

RECONHECER O MÉRITODE MILHARES DE MILITANTES

medida que se aproxima o pró-ximo acto eleitoral, nota-se jáum certo frenesim com algu-mas pessoas a mostrarem-se e

a pôr-se em bicos de pés, ou até a ocuparos lugares da frente de qualquer reuniãoque haja, a acompanhar qualquer membrodo governo ou das cúpulas do Partido.Quanto a validade, muito, muito poucas.De há muito que defendo o princípio de quea carreira política, salvo algumas excep-ções, deveria ser como, por exemplo, acarreira militar, ou em muitos casos da fun-ção pública, onde se começa do zero, nor-malmente por funções mais trabalhosas emenos remuneradas, seguindo-se-lhes apromoção a outras funções mais qualifica-das, chefias, etc. Quero com isto dizer � eesta opinião é partilhada por muitíssimaspessoas de bom senso � que muito apre-ciaria que no Partido Socialista se reconhe-cesse efectivamente o mérito de centenasou milhares de militantes que, denodada-mente, sem quaisquer ajudas monetárias,têm lutado e defendido as ideias do Socia-lismo Democrático, nas secções, nos nú-cleos, nas autarquias etc. Salvo raras ex-cepções, repito, qualquer militante minima-mente capaz e competente para represen-

tar o Partido em actos eleitorais teria, obri-gatoriamente, que fazer, um determinadopercurso, no mínimo, um mandato numaassembleia de freguesia ou junta de fregue-sia, e só depois poderia ser candidato aosórgãos municipais, depois à Assembleia daRepública e, finalmente, ao Parlamento Eu-ropeu. Para cargos de governação, bemisso só um bom currículo, sem cunhas, semofertas de almoços ou jantares!Com tal metodologia, haveria assim pes-soas preparadas, com mais conhecimen-tos de causas e dos problemas que tives-se que discutir e analisar no órgão em queestivesse integrado.Outro factor importante. O cabeça-de-listae os que se lhe seguem previsivelmente ile-gíveis para as câmaras municipais, deveri-am ser escolhidos e votados, pelos menos,por todos os autarcas do respectivo con-celho, para que houvesse uma melhor con-jugação de esforços e apoios entre órgãosmunicipais e das freguesias por parte detodos os eleitos do Partido.Estas ideias, resumidamente aqui apresen-tadas, se postas em prática, motivarão, de-certo os militantes ou simples apoiantes edarão um forte contributo no combate à abs-tenção.

SAÚDE João da Costa Nóbrega

OS DÉFICES DE EFICIÊNCIA, HUMANIZAÇÃOE COERÊNCIA POLÍTICA

s recursos técnicos e humanosdo SNS representam um esfor-ço económico para servir oscidadãos. Todos estamos de

acordo que a percentagem do PIB para asaúde ainda não é igual à que se aplicanoutros países. Mas também estamos deacordo que as verbas postas à disposiçãodo SNS estão mal geridas. Com o que sedistribui, actualmente, será possível maise melhor. Como?As pontas das meada são claramente ex-pressas na proposta de reforma designa-da SNS 21.Todos nós ouvimos falar no milagre japo-nês, todos ouvimos falar em garantia dequalidade, melhoria da qualidade e ges-tão pela qualidade total. Permita então quelhe pergunte se sabe que é um cliente?Como sei que sabe deixe-me que só oconservamos se o satisfizermos. Paramedir essa satisfação teremos de lhe per-guntar se o produto que oferecemoscorresponde ao prometido, às suas neces-sidades, e melhor seria ainda se o encan-tássemos. É mesmo o caminho mais se-guro o de o fidelizarmos.Como vemos é colocando o cidadão no

centro do sistema que o nosso milagre nasaúde pode acontecer.As diferentes organizações do SNS terãode olhar para os clientes externos, sem

esquecer que o serviço é prestado pelosclientes internos. Ou seja, ambos têm deser satisfeitos, para serem fiéis como cli-entes. Aqui o SNS 21 propõe efectivamen-

te, não mudar dentro do sistema mas mu-dar o sistema. Porquê? É que a gestão pelaqualidade total passa pelo empenhamentodo topo até à base e não o inverso. A ges-tão autocrática, sem delegação de com-petências, sem participação, sem partilha,conduz sempre a maior ineficiência do sis-tema. Para se poder ter a colaboração dosclientes internos há que saber explicar asopções feitas e para se poder ser transpa-rente nas opções é essencial haver plane-amento. Há que saber para onde se vai eporque se vai por ali.Algo está mal quando ainda há hospitaissem gabinete do utente, sem conselhogeral ou sem este funcionar. Não chegao discurso de centrar o sistema no cida-dão.É necessário que das grandes às peque-nas opções, ele seja o preferido. Não porqualquer atributo especial, como ter ou nãoter dinheiro, mas apenas por ser cidadão.Eu sei que tudo isto pode parecer muitovago. Sei também que me entendeu cla-ramente. Só com defesa dos seus direitosconsegue garanti-los. Olhe que esta pro-posta do SNS 21 vai permitir mudar o sis-tema, mas sem si ninguém muda nada.

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7 OUTUBRO 1999 ACÇÃO SOCIALISTA19

CULTURA & DESPORTO

QUE SE PASSA Mary Rodrigues SUGESTÃO

POEMA DA SEMANA

Leitura em Albufeira

A cerimónia de entrega de prémios da ac-ção de promoção da leitura «Faro � Capitalda Leitura�99» realiza-se, amanhã, pelas 21e 30, no Auditório Municipal.À mesma hora mas no dia seguinte, sába-do, não perca o III Concurso de Fado Ama-dor «Cidade de Albufeira», que decorrerána Associação Musical e Recreio Popularde Paderne.

«Sopros» na Amadora

As pinturas de Artur Bual estarão patentesao público na Galeria do mesmo nome, atéao dia 17. A mostra intitula-se «Sopros deSer».

Fotos em Braga

O fotógrafo Zhi-He, que se encontra em Por-tugal há três meses, tem patente, na Casados Crivos, uma exposição de fotografia so-bre a realidade e a sociedade chinesas.O artista chinês descobriu muitas seme-lhanças entre Portugal e o seu país, em ter-mos de grandeza histórica e patrimonial.As imagens de Sun Zhi-He retratam a vidaquotidiana dos chineses das cidades, a va-riedade paisagística e da natureza do país,mas também as artes, a caligrafia e as ma-nifestações artísticas do povo.

Teatro em Coimbra

Estreia, hoje, às 21 e 45, na Escola da Noi-te, a peça teatral de Milan Kundera,«Jacques e o seu amo».Esta peça estará em cena, até 6 de Novem-bro, de quartas-feiras a sábados, no referi-do horário.A abertura da exposição de desenhos ecolagens de Lopes da Cruz está marcadapara hoje, pelas 18 horas, na Sala da Cida-de.Amanhã, a partir das 18 e 30, mais umamostra será inaugurada, desta feita trata-se da exposição evocativa do 20º aniversá-rio da Associação de Veteranos da Associ-ação Académica de Coimbra, que ficarápatente, até dia 30, na Casa da Cultura.Também amanhã será lançada a obra «Po-esia para Timor Lorosae». Trata-se de umaedição de vários autores a favor da causado povo maubere.A cerimónia de apresentação pública des-te livro de poemas está agendada para as21 e 30, na Casa Municipal da Cultura.

Cinema em Faro

O cinema Santo António exibe, nas sessõesdas 16 horas e das 21 e 30, o filme deGeorge Lucas «Star Wars � Episódio 1 � AAmeaça Fantasma».O Golden City aposta nas comédias. Nasala 2 poderá ver «Austin Powers: O EspiãoIrresistível» (sessões: 14 e 10, 16 e 20, 18 e40, e 24 horas).

«Notting Hill», com Julia Roberts e HughGrant, nos principais papéis, é exibida naSala 3 às 14 horas, 16 e 40, 19 e 29, 22, e24 e 20.

«Noches Calientes»em Guimarães«América Proibida» é o novo filme de TonyKaye que poderá ver, hoje, no grande ecrãdo Auditório da Universidade do Minho, apartir das 21 e 30.O Cinema São Mamede exibe, até dia 10, ofilme mais recente do cineasta RickMcCallum, «Star Wars».No âmbito das comemorações do Dia Mun-dial da Música (1 de Outubro), os agrupa-mentos Seraphitus, Habeas Corpus e Di-vergência actuarão, amanhã, a partir das23 e 30, no Carramão Café Concerto.As «Noches Calientes» poderão serexperienciadas no Ultimatum � Café JazzCafé, amanhã mesmo, às 23 horas.Para os mais pequeninos o espaço cultural«Hora do Conto» traz «A Pintadinha», de AnaMaria Martins, na quarta-feira, dia 13, às 11horas.

Danças em Lisboa

A partir de hoje e até domingo, dia 10, oPavilhão Atlântico é palco para o «maior es-pectáculo sobre gelo do mundo». Trata-sedo «Holiday on Ice», sem dúvida um belo edivertido momento de dança acrobática.O «Auto da Índia», de Gil Vicente, estará emcena, a partir de hoje e até ao dia 23, noBelém Clube, todas as quintas e sextas-fei-ras, às 16 horas, e aos sábados, pelas 21 e30.Amanhã debutam nas salas de cinemaalfacinhas a fita de Raoul Ruiz, «O TempoReencontrado», e o filme de Kelly Makin,«Mickey Blue Eyes».Quando se completam dez anos após aconstituição da Companhia de Dança deJoaquín Ruíz, esta apresenta-se, de ama-nhã até domingo, às 21 e 30, no GrandeAuditório do Centro Cultural de Belém, numanova criação que aglutina experiências an-teriores com um espírito artístico inovadore maduro intitulada «Flamenco & Mediter-râneo».A partir do dia 13 e até ao dia 15, a AulaMagna da Reitoria da Universidade de Lis-boa será palco de uma conferência/coló-quio sobre «História da Cultura e das Men-talidades», a cargo da Associação de Pro-fessores de História.

Pintura em Matosinhos

As obras do pintor Arlindo Pinto Meira po-derão ser apreciadas a partir de amanhã,sexta-feira, até ao dia 8 de Novembro, naGaleria Arménio Losa.

Seminário em Ovar

O seminário «Sociedade para Todos» de-corre, amanhã, dia 8, e no sábado, dia 9,

no Auditório do Orfeão, entre as 9 e as 18horas, sensivelmente.

Mostra em Portimão

A mostra «O Valor do Dinheiro» encontra-seaberta ao público, na Sala de ExposiçõesTemporárias do Museu Municipal, até ao dia13, quarta-feira.

Teatro no Porto

O Teatro Nacional de São João foi o localescolhido para a recriar «O que diz Molero»,uma peça de Dinis Machado que perma-necerá em cena até ao dia 17.Também até ao dia 17 esperarão pela suavisita as mostra fotográficas patentes noCentro Português de Fotografia «Eva Besny� Uma Retrospectiva» e «Judite Santos �Olhares de Prisão».

Música em Santarém

O agrupamento musical Ala dos Namora-dos actua, hoje, às 22 horas, no Centro Na-cional de Exposições.

Braamcamp em Portimão

A Biblioteca Municipal da Tapada das Mer-cês alberga, até ao dia 15, a exposição«Anselmo Braamcamp Freire», o primeiropresidente republicano da edilidade lisbo-eta.A mostra pode ser visitada, de segunda asexta-feira, das 9 e 30 às 12 e 30, bem comoaos sábados, entre as 15 e as 19 horas.

Exposiçõesem Vila Franca de Xira

A mostra «Tertúlias e outros lugares da tau-romaquia» encontra-se patente, até ama-nhã, no Celeiro da Patriarcal.Até ao dia 17 poderá apreciar os desenhosde Pedro Godinho, em exibição na GaleriaMunicipal de Exposições do Café Central.

Feira emVila Real de Santo António

A cidade assiste, entre os dias 10 e 15, àedição deste ano da Feira da Praia, umadas maiores feiras tradicionais que se reali-zam na região algarvia.O certame ocupará toda a avenida margi-nal e parte da zona comercial da cidade.

Jazz«Travelling Miles»

CASSANDRA WILSON

12 de Outubro, 21h30Grande Auditório

Centro Cultural de Belém

EMBONDEIROO Teatrão - Teatro para a Infância deCoimbra estreia, no dia 11, a peça «OEmbondeiro que Sonhava Pássaros»,um texto do escritor moçambicano MiaCouto, com encenação e adaptaçãodramática de José Caldas.«O Embondeiro», de Mia Couto, parecesimbolizar a sabedoria dos ciclos da na-tureza que integram a vida e a morte.«Parece mostrar que o domínio da acti-vidade humana é o aqui e agora domundo terrestre e não uma eternidadeetérea», disse o encenador brasileiro.O texto, segundo José Caldas, «agudizapoeticamente» a problemática do racis-mo e xenofobia, que «transcende a meradenúncia e nos abre horizontesinsuspeitados».O acompanhamento musical da peçaé realizado ao vivo sob a direcção deTilike Coelho.«O Embondeiro» é produzido peloTeatrão, que iniciou a sua actividade, em1994, como companhia profissional deteatro para a infância, utilizando o Colé-gio de São Teotónio para as sua reali-zações culturais.A peça será apresentada, em sessõesdiárias para as escolas, entre 12 de Ou-tubro e 30 de Novembro.Para o público em geral, o espectáculorealiza-se às sextas-feiras, às 21 e 30, apartir do dia 15 e até 26 de Novembro.

Fraternidade

A Xanana Gusmão

que nome outrolhe hei-de eu darsenãoo nome decristo o torto?

que nome outrolhe hei-de eu darsenãoo nome decristo o velho?

que nome outrolhe hei-de eu darsenãoo nome decristo o louco?

que nome outrolhe hei-de eu darsenãoo nome decristo o belo?

que nome outrolhe hei-de eu dar?

o meu receio de empobrecê-lo.

Carlos Carranca

Page 20: PS retira mœsica · familiares e amigos da maior diva do fado nacional as suas sentidas condolŒncias. CondolŒncias foram tambØm en-viadas aos familiares de AmÆlia Rodrigues pelo

ACÇÃO SOCIALISTA 20 7 OUTUBRO 1999

OPINIÃO DIXIT

Ficha Técnica

Acção SocialistaOrgão Oficial do Partido SocialistaPropriedade do Partido SocialistaDirectorFernando de SousaRedacçãoJ.C. Castelo BrancoMary RodriguesColaboraçãoRui PerdigãoSecretariadoSandra AnjosPaginação electrónicaFrancisco SandovalEdição electrónicaJoaquim SoaresJosé Raimundo

RedacçãoAvenida das Descobertas 17Restelo1400 LisboaTelefone 3021243 Fax 3021240Administração e ExpediçãoAvenida das Descobertas 17Restelo1400 LisboaTelefone 3021243 Fax 3021240Toda a colaboração deve ser enviada para oendereço referidoDepósito legal Nº 21339/88; ISSN: 0871-102XImpressão Imprinter, Rua Sacadura Cabral 26,Dafundo1495 Lisboa Distribuição Vasp, Sociedade deTransportes e Distribuições, Lda., Complexo CREL,Bela Vista, Rua Táscoa 4º, Massamá, 2745 Queluz

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SOC IAL ISTA

NAS VÉSPERASDAS LEGISLATIVAS

vitória do PS nas próximas elei-ções legislativas parece tão cla-ra que devemos estar muitoatentos à necessidade de

fortíssima mobilização para que toda agente vá votar. As perspectivas antecipa-das de vitória têm este risco: a hipótesede se facilitar excessivamente.A votação no PS terá que ser muito signifi-cativa para que o próximo Governo deAntónio Guterres não venha a sofrer os efei-tos das coligações negativas que frequen-temente ocorreram na Assembleia da Re-pública, impedindo ou dificultando aconcretização de medidas significativas. Aexperiência ganha durante esta legislaturacom a acção governamental, parlamentare na Administração Pública, merecendoum forte apoio popular, permitirá umagovernação ainda mais eficaz, no sentidode uma mais aprofundada concretizaçãode uma política de desenvolvimento eco-nómico, de solidariedade social, de equilí-brio financeiro, de promoção do empre-go, de aperfeiçoamento dos sistemas desaúde e de cooperação internacional.

Apesar de o nosso esforço, nos últimosdias, se dever centrar no combate ao prin-cipal adversário, a abstenção, há propos-tas oposicionistas que não podem passarsem reparos.A fragilidade e superficialidade das propos-tas eleitorais do PSD evidencia-se nos pró-prios cinco compromissos eleitorais apre-sentados. Para além da inconsistência eincoerência das propostas feitas no domí-nio económico e na área fiscal, o patéticocompromisso relativo à melhoria do ensi-no das ciências e da matemática é simul-taneamente uma autocrítica quanto à ine-ficiência de boa parte da governação doPSD na educação e uma reposta tíbia efrouxa ao inovador Programa do PS nodomínio da sociedade da informação e dacomunicação. Os generais do PSD estãocom uma guerra de atraso.Quanto ao Programa do PCP, evidencia-se com clareza a sua ambição de estati-zar a economia. Para além do conjunto depropostas anódinas ou banais e de outrasvagas ou de difícil concretização, o PCPpropõe «o fim do processo de

privatizações, incluindo o cancelamentoimediato de todos os processos em cur-so» bem como «o reforço do papel do Es-tado nos sectores básicos e estratégicos,reapreciando inclusive privatizações queultrapassaram os 50% do capital das em-presas». Enfim, o que os comunistas por-tugueses pretendem é voltar a criar turbu-lências negativas na economia, reduzir oemprego e que se abandone o conceitode Estado regulador de uma sociedadedesenvolvida e solidária para o de Esta-do-patrão numa sociedade que retomariao caminho do colectivismo. A quem redi-giu o Programa Eleitoral do PCP, não che-garam ainda as notícias da queda do murode Berlim.Toda esta análise bem como a reflexãosobre a estratégia e o funcionamento doGoverno do PS, dirigido por AntónioGuterres, devem ser elementos comple-mentares de mobilização para uma vitóriaeleitoral. Que os cidadãos afirmem nasurnas o seu desejo de entrar no próximomilénio com um governo e uma política desolidariedade e de desenvolvimento.

A

«Os portugueses querem umgoverno PS por quatro anos e nãoum governo que possa ser derruba-do por uma coligação negativa doPSD, PCP e PP por muito diferentesque sejam as suas políticas»António Guterres

«Há alguém em Portugal queimagine que eu seja capaz deconstruir um poder absoluto e usaresse poder absoluto contra osdireitos dos cidadãos?»Idem

«A única coisa que une os partidosda oposição, nesta campanha, foigasta a dizer mal de mim e do PS»Idem

«Em dez anos, o PSD fez zero, zero,zero»João Cravinho

«Quem é que vai dar lições dedemocracia a um Presidente daRepública chamado JorgeSampaio? Quem vai ensinar aliberdade a um presidente daAssembleia da República chamadoAlmeida Santos? Quem vai darlições de tolerância e dehumanismo a um primeiro-ministrochamado António Guterres?»Manuel Alegre

«Não venham agora os herdeirosdaqueles que enforcaram edecapitaram dar lições àqueles queno PS são os herdeiros dasrevoluções liberal e republicana, detudo o que há de melhor na tradiçãodo pensamento livre em Portugal»Idem