Upload
deanna
View
69
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Psicologia da Saúde possibilidades de cuidado na Abordagem Fenomenológico- Existencial. Lilian Junqueira – Psicóloga Doutoranda Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP – USP). Eixo de diálogo. Objetivos e alcances da Psicologia para a saúde Setting próprio - PowerPoint PPT Presentation
Citation preview
Psicologia da Saúdepossibilidades de cuidado na Abordagem Fenomenológico- Existencial
Lilian Junqueira – Psicóloga Doutoranda
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP – USP)
Eixo de diálogo- Objetivos e alcances da Psicologia para a
saúde- Setting próprio- Possibilidades de atuação (tríade)- Abordagem fenomenológico existencial- Técnica: Psicoterapia Breve- Inter-consulta e relações de Equipe- Projetos realizados- Conversa/ questões
Origens: Psicologia hospitalarDécada 60 -70Década de 80 Crescente busca de Psicólogos para
as instituições de saúdeModelo clínico predominante- atuação individual- Colaboração médica -Psiquiatria e doenças
psicossomáticas e intervenção em saúde mental (avaliação psicológica).
1983 – 1° Encontro de Psicólogos hospitalares1990- Importância do caráter interdisciplinar2000 Reconhecimento como especialidade Equipe Mínima
Formação não significa os PARADOXOS
CuraX
DoençaMODELO
BIOMÉDICO
Objetivos e alcancesResgatar o subjetivo presente no processo de
adoecimentoPrevenção e promoção da saúde coletivaComunicação: papel do psicólogo media-dor Ética e Humanização das relações e do cuidadoConstrutor de soluções para conflitos na saúdeAgente de Educação em saúdeNão se restringe somente aos ambientes
hospitalares
Qual o olhar?A psicologia hospitalar intervém na forma do
paciente conceber e vivenciar os problemas gerados:
- pela patologia orgânica,- pela hospitalização e adaptação às diferentes
perdas- pelos tratamentos invasivos e/ou mutilatórios- E a reabilitação dentro do possível.Compreende r outras dimensões envolvidas no
adoecer:- familiar, social e espiritual.
Fenômenos e vivências Fenômenos:Phainomai = brilhar, aparecer, ou mostrar-seFenomenologia designa uma descrição de
tudo aquilo que surge, que aparece, revela-se.Vivência: o ato de significar os objetos que a
consciência revela, e quando a pessoa atribui um sentido a um fato de sua vida, um significado a algo que experimenta, direcionando sua forma singular de existir neste meio, a isto se denomina vivência.
SettingSetting próprio – tempo limitado.Rotina invasiva de procedimentos ( ameaça à
integridade física,psicológica e à autoimagem).Despersonalização-perda da identidade Mecanismos de defesa do pacienteIdentificar membro cuidador da famíliaTer claro: demandas da equipe e do pacienteFacilitar o encontro de informaçõesConhecer a doença, evolução e prognóstico
Variantes do SettingAmbulatóriosEnfermarias (internações coletivas)Pronto-atendimento e emergênciasInter-consultas (pedido da equipe)Unidades de terapia intensiva e coronária
(UTI e UCO).Centro cirúrgico ( pré e pós)SAD- Serviço de atendimento domiciliarCentro saúde-escola e pesquisas
Ambulatórios
Enfermarias
Unidades de terapia intensiva e coronária
Atuação do psicólogo em contexto hospitalar
COMO ABORDAR O PACIENTE ?
Abordagem Humanista- ExistencialConcepção de (paciente)
Autor e protagonista de seu existirParticipa-ativo no tratamentoFaz escolhas Atribui sentido existencial à sua dor e
sofrimentoRepensa sua condição de ser-doenteDepara-se com o ser-para-a-morte e escolhe
possibilidades de existir apesar da doença
Vivência de adoecimento:Leva a pessoa a pensar nas limitações
físicas, psicológicas, sociais...Revisão do pro-jeto de vida, revalida metas
a curto e médio prazo.Modifica a Identidade da pessoa (mundo
próprio e o mundo de relações)Restrições das possibilidades do existir
consigo e com o mundo de relações - fragilidade nos papéis desempenhados ( acentua
“paciente”)- Maneira pré-ocupada de existir
Postura compreensiva
SER - COM
Humanização no atendimento - ENCONTRO•Não há receitas; as atitudes devem ser caracterizadas por uma atenção à pessoa que adoece e não à doença em si. É preciso disponibilidade para ouvir o paciente, integrando os sentidos que ele atribui à sua experiência.
Ser-com-o-paciente – captar a experiência do outro como ela é vivida.
Cuidar autêntico: possibilitar ao outro que se perceba, tome consciência, que consiga nomear e significar sua vivência, buscando transitar pelo adoecer.
Cuidar inautêntico: escolher pelo paciente, decidir por ele.
O profissional da saúde e a pessoa que adoece
Verdadeiro cuidar – integração da técnica com a possibilidade da relação interpessoal.
É preciso que o profissional também se perceba como existente e com a realidade de dor, angústia, morte e impotência que a situação de adoecimento traz.
quando não conseguem lidar com a própria humanidade, com o seu sofrimento vivido na relação com o paciente – refugiam-se na técnica.
- O que é ajudar?
Fornecer ao outro as condições necessárias para o seu desenvolvimento
A relação de ajuda não é e nem deve ser paternalista
CUIDAR segundo HEIDEGGER (1981) possibilitar
ao outro ser ele mesmo, assumir seus próprios
caminhos, crescer, amadurecer, encantar-se consigo
mesmo
Acolher o “paciente” com suas demandas e facilitar que ele se posicione diante de seu sofrimento psíquico; explorar e discutir com ele sua “queixa”, bem como o modo mais adequado de lidar com ela.
OBS.: o cliente participa ativamente da formulação da indicação terapêutica.
IMPLICAÇÃO
Quanto à atuação do psicólogo:
Atitude do terapeutaQual o sentido que a pessoa dá à vivência de
adoecimento? Como ela se cuida?O trabalho é realizado com as vivências, com os
fenômenos revelados pelo paciente.Terapeuta: ajuda o paciente a desvelar o
significado dado ao que se vive. Pela reflexão e questionamento de si no mundo.
Ajudar o paciente na busca de ter consciência do que ocorre consigo, nomear os afetos e dar
sentido, visando melhor condição emocional e adaptativa engajando-o num enfrentamento sadio.
Modalidade de IntervençãoPsicoterapia BreveAconselhamento PsicológicoAcolhimento paciente/famíliaPlantão Psicológico“Aqui – agora”Grupos acolhimento e Educativos
+ Demandas da instituição
I. Breve em fenomenologiaObjetivo: acolher, clarear a situação junto ao paciente,
buscando que ele perceba possibilidades de adaptação e que possa existir em seu adoecimento (FOCO).
Abrir novos caminhos adaptativos e quando possível melhorá-los no intuito de restaurar um equilíbrio anterior.
Desmistifica o papel do psicólogo como senhor do conhecimento para devolver a potência ao paciente
“estabelecer uma relação simétrica com o paciente, reconhecer o direito de acesso às informações a seu respeito, exprimir linguagem acessível e respeitar suas decisões”.
Tempo variado de intervenção: 15” à semanas.
Processo psicoterápico BreveEncontro terapêutico ( Acolhimento ou
Aconselhamento terapêutico).Foco do terapeuta: - escuta autêntica colocando em suspenso seus
próprios valores, para ouvir o todo do cliente;- Caminhar ao lado do cliente e não ser por ele; - Desenvolvimento de recursos e potencialidades
do paciente, dentro da realidade própria dele, para que ele se perceba ativo e responsável pelo caminhar de sua vida;
Olhar a singularidadeTeorias passam a ocupar um lugar
secundário para a compreensão do cliente.São entendidas como modos possíveis de
atribuir significado à experiência da pessoa, que são validados por ela mesma.
Paciente co-participante no atendimento, ajuda na construção da problemática trazida.
Propõe uma atitude ativa do psicólogo, em que este busca compartilhar com a pessoa o entendimento da situação. SER-COM.
Os conflitos são trazidos de maneira espontânea, pelo paciente em sua temporalidade própria, no decorrer do processo.
Ao término de cada encontro, é necessário fazer uma síntese da compreensão do que ocorreu naquele encontro (único). Retomar o que foi dito por ambos, paciente e psicólogo.
Que sentido teve e quais caminhos se abrem a partir dali.
Devolver para o paciente o que é dele, consolidar o que foi vivido na relação.
Caminhos existenciais - Fechamento
A pessoa fica revolta com seu adoecimento, com dificuldades de aceitar suas restrições e passa a ter um fechamento de possibilidades, passa a ficar existencialmente enferma, busca um distanciamento de sua vida e por vezes paralisa.
Forghieri (1993)
Caminhos existenciais: aberturaAs restrições das
condições de vida podem se tornar num estímulo em que a pessoa se dedique à saúde, reconheça suas limitações e busque transcender a condição de enfermo, abre-se as possibilidades de compreensão de seu existir, amplia sua consciência de si próprio.
Forghieri
(1993)
Compreender: Adoecer como forma de expressão no mundo
- Transtornos alimentares (anorexia/bulimia/obesidade)
Forma de desvitalizar/fragilizar-se/não responder por si próprio.
- Depressão: despertar a necessidade de ser cuidada da pessoa , não responsabilizar-se por si.
- Suicídio (abreviar a existência). Falta de sentidos para prosseguir existindo
Adoecer como vivência de despotencialização“Tive que pedir minhas contas. Estou de
aviso. O patrão não aceitou meus atestados e descontou os dias. Lá em casa ta todo mundo desempregado”.
“Esta doença mudou muita coisa na minha vida. Perdi o emprego. Sou doméstica e meus patrões me demitiram...Não sei mais o que fazer da vida.Meu trabalho era tudo o que eu tinha”.
Adoecer como possibilidade de revisão da vida
“Vivi a experiência de me sentir totalmente dependente.Tive medo de não voltar a fazer as coisas que sempre fiz. Acho que amadureci e passei a dar valor em algumas coisas que nem ligava.”
“Só quem passa por isso é quem sabe. Minha vida agora tem de mudar.Trabalhar como antes nem pensar...”
-Relatos de funcionárias do hospital
Vivência de adoecer como benefício
“Estou melhorando com esse tratamento. Mas gosto muito de vir pra cá. É meu programa.”
“Quando venho pra cá, relaxo, fico tranquila. Não perco por nada meu horário...”
grupo de apoio às pacientes
Temas cotidianos no hospitalSolidão/ abandonoFamília: dicotomia bom X ruimMorte - O paciente que não voltaMorte- Acerto de contas com a vidaSilêncioAnsiedade e o despreparo profissional Religião e EspiritualidadeModificação da imagem corporalSexualidade
Outras possibilidades do psicólogo da saúdeGrupos Operativos/Educativos UBSPsicoterapia individual e Grupo UBSGrupos de educação continuada com
Equipe (Temas relevantes ao cuidado)Grupos de acolhimento com os funcionáriosCuidados Paliativos e terminalidadeReunião de acolhimento ao Luto ( Equipe) Visita domiciliar junto à Equipe
Prevenção e Promoção da saúde- Grupo temáticos (violência doméstica,
hipertensão, diabetes, obesidade e tabagismo etc...)
- Programa de saúde da família ( visitas domiciliares em Equipe).
- Programa de apoio aos cuidadores- familiares de pacientes crônicos (alzheimer, parkinson e outros em cuidados paliativos).
- Grupo de apoio aos pacientes crônicos (câncer , portadores HIV, renais).
Pesquisas e novas práticas
Orientação de pesquisas de monografia, iniciação científica
Levantamento do perfil de um serviço para implementar melhorias
Produção de novos conhecimentosComunicação de práticas e métodos
desenvolvidos nos serviços ( Congressos).
Inter-consulta e relações de EquipeOuvir a Equipe e o pedido de inter-consulta.Ouvir o paciente.Ouvir a família.De quem é a queixa?
Qual o papel do psicólogo, de que lado ele fica? Media-dor
Discussão de casos clínicos• atuação em Equipe Multidisciplinar• Psicoterapia Breve (3 a 4 encontros)
1) Igor – queixa: falta de alimentação no pós-cirúrgico (cirurgia do apêndice).
Encaminhado pela nutricionista, que suspeita de anorexia.
2) Maria - depressão no prontuário- queixa: Paciente chorosa deixa o marido e filhos após
descobrir-se portadora do vírus HIV, e vai morar com mãe para se tratar.
Pedido de colaboração pela T.O.
Casos Clínicos
3) Aparecida – Aconselhamento (único encontro)- câncer útero ( Pré-cirurgia e tratamento)- Queixa: paciente não quer realizar a cirurgia, tem medo de
ficar “vazia”- Encaminhado pela enfermagem
4) João – crenças religiosas circulando o tratamento- suspeita de câncer no mediastino (tratamento) - Prontuário- Queixa: O paciente não quer fazer a biópsia e quer se tratar
pela cirurgia espiritual- Encaminhado pela médica pneumologista
5) Marcelo – insuficiência pulmonar (3 meses
internação). Dados prontuário: Água do pulmão não seca.- Queixa: O paciente tumultua a equipe de enfermagem que
não sai do quarto dele.
- Pedido de ajuda da Chefe de Enfermagem
O que é preciso para atuar em Psicologia da Saúde/ Hospitalar?
Amor, interesse, curiosidade, dedicação.Vivência – estágio em Psicologia hospitalarConhecimento de Psicopatologia , Saúde mental,
psicossomática , síndromes orgânicas e trabalho em Equipe ( saber dividir para somar).
Conhecimento da Rede SUS (encaminhamentos)Persistência na construção do serviçoTolerância às frustrações, perdas e sofrimento do
outro.Ter flexibilidade e limite (medidas) Lidar com o inesperado/ mudanças repentinasGostar de gente!
De tudo ficam três coisas:
a certeza de que estamos sempre começando,
a certeza de que é preciso continuar...
e a certeza de que podemos ser
interrompidos antes de terminarmos.
Fazer da interrupção um caminho novo,
da queda um passo de dança,
do medo uma escada, do sonho uma ponte,
da procura um encontro.”
Fernando Sabino
Referências Bibliográficas ANGERAMI, V. A. Temas existenciais em psicoterapia. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2003. ANGERAMI, V. A. As várias faces da Psicologia fenomenológico-
existencial. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. ANGERAMI, V. A. A Prática da psicoterapia. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 1999. ANGERAMI, V. A. Psicoterapia Fenomenológico-Existencial. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002. FEIJOO, A. M. L. C. A escuta e a fala em psicoterapia: uma proposta
fenomenológico-existencial. São Paulo: Vetor, 2000. FORGHIERI, Y. C. Psicologia fenomenológica: fundamentos, métodos e
pesquisa. São Paulo: Pioneira, 1993. HEIDEGGER, M. Todos nós...ninguém: um enfoque fenomenológico do
social. São Paulo: Moraes, 1981. SEGRE, C. D. Psicoterapia Breve. São Paulo: Lemos Editorial, 1997.