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RADIOLOGIA GERAL www.radiodiagnostico.zxq.net Prof. Antonio S. da Silva Filho 1 MÓDULO O3 Psicologia e Ética Aplicado a Radiologia Histórico e Noções Gerais de Psicologia Em que consiste a Psicologia? A Psicologia é derivada de palavras gregas que significam "estudo da mente ou da alma". Hoje em dia é comumente definida como a ciência que estuda o comportamento humano. A psicologia é frequentemente aplicada na indústria, na educação, na engenharia, na saúde, em assuntos de consumo e em muitas outras áreas. Você é um profissional da área da saúde e, portanto, lidará com pessoas e irá se interagir com o ser humano. O profissional de saúde deve sentir-se bem consigo mesmo se pretende fazer alguém sentir- se bem. Ele não é um robô, nem tampouco o são as pessoas com quem trabalham, pacientes, médicos, supervisores, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e familiares dos pacientes, cada um é um ser humano, semelhante e ao mesmo tempo diferente dos demais seres humanos. Qualquer pessoa que queira ingressar na área da saúde precisa conhecer as pessoas e antes de tudo, a si próprio. Não está você ingressando nesta carreira porque se interessa pelas pessoas e deseja auxiliá-las quando estão doentes? PSICOLOGIA: SENSO COMUM X COMO CIÊNCIA Todos nós usamos o que poderia ser chamado de psicologia de senso comum em nosso cotidiano. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio comportamento e o dos outros. Tentamos predizer quem fará o que, quando e de que maneira. E muitas vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida (Ex: o melhor método para criar filhos, fazer amigos, impressionar as pessoas e dominar a cólera). Entretanto, uma psicologia construída a partir de observações casuais tem algumas fraquezas críticas. O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um corpo de conhecimentos inexatos por diversas razões. O senso comum não proporciona diretrizes sadias para a avaliação de questões complexas. As pessoas geralmente confiam muito na intuição, na lembrança de experiências pessoais diversas ou nas palavras de alguma autoridade (como um professor, um amigo, uma celebridade da TV). A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e técnicas bem raciocinadas para verificar seus princípios. Em consequência, os psicólogos geralmente confiam no método científico para as informações sobre o comportamento e os processos mentais. Perseguem objetivos científicos , tais como a descrição e a explicação. Usam procedimentos científicos, inclusive observação e experimentaçãosistemática, para reunir dados que podem ser observados publicamente. Tentam obedecer aos princípios científicos . Esforçam-se, por exemplo, por escudar seu trabalho contra suas distorções pessoais e conservar-se de espírito aberto. Ainda assim, os cientistas do comportamento não estão de acordo quanto aos pressupostos fundamentais relacionados aos objetivos, ao objeto primeiro e aos métodos ideais. Como outras ciências, a psicologia está longe de ser completa. Existem muitos fenômenos importantes que não são ainda compreendidos. As pessoa não devem esperar uma abordagem única do objeto da psicologia ou respostas para todos os seus problemas.

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MÓDULO O3

Psicologia e Ética Aplicado a Radiologia

Histórico e Noções Gerais de Psicologia

Em que consiste a Psicologia? A Psicologia é derivada de palavras gregas que significam "estudo da mente ou da alma". Hoje em dia é comumente definida como a ciência que estuda o comportamento humano. A psicologia é frequentemente aplicada na indústria, na educação, na engenharia, na saúde, em assuntos de consumo e em muitas outras áreas. Você é um profissional da área da saúde e, portanto, lidará com pessoas e irá se interagir com o ser humano. O profissional de saúde deve sentir-se bem consigo mesmo se pretende fazer alguém sentir-se bem. Ele não é um robô, nem tampouco o são as pessoas com quem trabalham, pacientes, médicos, supervisores, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e familiares dos pacientes, cada um é um ser humano, semelhante e ao mesmo tempo diferente dos demais seres humanos. Qualquer pessoa que queira ingressar na área da saúde precisa conhecer as pessoas e antes de tudo, a si próprio. Não está você ingressando nesta carreira porque se interessa pelas pessoas e deseja auxiliá-las quando estão doentes?

PSICOLOGIA: SENSO COMUM X COMO

CIÊNCIA

Todos nós usamos o que poderia ser chamado de psicologia de senso comum em nosso cotidiano. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio comportamento e o dos outros. Tentamos predizer quem fará o que, quando e de que maneira. E muitas vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida (Ex: o melhor método para criar filhos, fazer amigos, impressionar as pessoas e dominar a cólera).

Entretanto, uma psicologia construída a partir de observações casuais tem algumas fraquezas críticas. O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um corpo de conhecimentos inexatos por diversas razões. O senso comum não proporciona diretrizes sadias para a avaliação de questões complexas. As pessoas geralmente confiam muito na intuição, na lembrança de experiências pessoais diversas ou nas palavras de alguma autoridade (como um professor, um amigo, uma celebridade da TV). A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e técnicas bem raciocinadas para verificar seus princípios. Em consequência, os psicólogos geralmente confiam no método científico para as informações sobre o comportamento e os processos mentais. Perseguem objetivos científicos , tais como a descrição e a explicação. Usam procedimentos científicos, inclusive observação e experimentaçãosistemática, para reunir dados que podem ser observados publicamente. Tentam obedecer aos princípios científicos . Esforçam-se, por exemplo, por escudar seu trabalho contra suas distorções pessoais e conservar-se de espírito aberto. Ainda assim, os cientistas do comportamento não estão de acordo quanto aos pressupostos fundamentais relacionados aos objetivos, ao objeto primeiro e aos métodos ideais. Como outras ciências, a psicologia está longe de ser completa. Existem muitos fenômenos importantes que não são ainda compreendidos. As pessoa não devem esperar uma abordagem única do objeto da psicologia ou respostas para todos os seus problemas.

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AS 3 PRINCIPAIS TEORIAS DA PSICOLOGIA MODERNA

Os seres humanos, como conhecemos hoje, apareceram na Terra há cerca de 100.000 anos atrás. Desde então têm estado provavelmente tentando compreender-se a si mesmo. Aristóteles (384322 a.C.), o filósofo grego, e considerado o Pai da Psicologia. Entretanto, a especulação sobre assuntos psicológicos não começou com este pensador grego. Centenas de anos antes de Aristóteles, os primeiros filósofos de que se tem notícia já lidavam com esses assuntos. Veremos, então algumas informações a cerca das três principais linhas teóricas.

PSICANÁLISE PSICOPATOLOGIA PSICOSE

PSICANÁLISE Para quem nunca estudou psicologia antes, é provável não ter ouvido falar de Watson, Skinner ou Max Wertheimer, entretanto, provavelmente já ouviu falar de Sigmund Freud (1856-1939), o médico vienense que se especializou no tratamento de problemas do sistema nervoso e em particular de desordens neuróticas. Freud adotou a hipnose para ajudar as pessoas a reviverem as experiências traumáticas do passado que pareciam associadas com seus sintomas atuais. Entretanto, nem todos podiam atingir um estado de transe e a hipnose parecia resultar em curas temporárias, com o aparecimento posterior de novos sintomas. Freud então desenvolveu o método da associação livre no qual os pacientes deitavam num divã e eram encorajados a dizer o que quer que lhes viesse à mente (desejos, conflitos, temores, pensamentos e lembranças), sendo também convidados a relatar seus sonhos. Freud tratava dos seus pacientes tentando trazer à consciência aquilo que estava inconsciente.

Insistia que todos os detalhes se ajustam perfeitamente entre si. A personalidade é formada durante a primeira infância. A exploração das lembranças dos primeiros cinco anos de vida era essencial ao tratamento.

O paciente como ser biopsicossocial

Uma pessoa não pode ou não deve perder sua dignidade e direitos como pessoa porque está doente. Para May (1977), em Beland e Joyce, o fundamental da Psicologia humanística é compreender o homem como um ser, ou seja, atingir o aspecto mais íntimo de cada pessoa. E para que possamos atingir esse aspecto é preciso considerar a pessoa e seu ambiente como uma unidade composta de fatores interdependentes; é preciso compreender a maneira de pensar, sentir e fazer que o próprio homem desenvolveu como parte de seu ambiente e ainda ter consciência de que o bem estar só é alcançado quando as necessidade estão sendo supridas satisfatoriamente. Qualquer doença altera a atuação interpessoal e social do indivíduo e tanto maior será essa alteração conforme for o valor físico, emocional e intelectual que a doença representa para o paciente e seus familiares, sem esquecer que o hospital poderá minimizar ou exacerbar tal alteração. A base da profissão de um profissional da saúde deve ser a crença no valor da pessoa através do respeito ao atendimento das necessidades básicas do paciente e, para tanto, é imprescindível identificar seus problemas tendo amplas e atualizados conhecimentos fisiopatológicos e psicossociais, sem os quais sua atuação será desnecessária e, muitas vezes, prejudicial.

PSICOPATOLOGIA O comportamento normal e o patológico (anormal / doença mental)

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A divisão entre o normal e o patológico é tênue, entretanto, a normalidade possui 3 características importantes:

a flexibilidade a alegria a autoestima

A flexibilidade para o novo, para a mudança, para uma nova maneira de ser, não querer ser o dono da verdade são traços de normalidade. Na patologia ocorre a rigidez, no sentido de que a pessoa acha que sabe tudo, não aceita o novo. A rigidez é um traço patológico. A alegria é característica de pessoas sã e a melancolia de pessoa doentes. Essa alegria pode ser psíquica e/ou corporal. Na pessoa deprimida falta a alegria. A autoestima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau (Sedikides & Gregg, 2003). A autoestima envolve tanto crenças autossignificantes (por exemplo, "Eu sou competente/incompetente", "Eu sou benquisto/malquisto") e emoções autossignificantes associadas (por exemplo, triunfo/desespero, orgulho/vergonha).

O distúrbio mental ocorre em todas as sociedades, embora os sintomas variem conforme a cultura. Normalmente, a personalidade de qualquer doente mental mostra sinais de inadaptação e excesso de algum comportamento. É importante frisar que para ser patológico, o comportamento deve ser uma constante na vida da pessoa. Um comportamento que é considerado anormal em uma sociedade pode ser aceitável em outra, pode ocorrer inclusive que, numa mesma sociedade, certas formas de comportamento sejam aceitáveis para uma geração, mas não para as seguintes. A psiquiatria se relaciona com o estudo e o tratamento das doenças mentais e dos processos de distúrbios mentais que podem também produzir distúrbios físicos.

Toda doença mental e seus sintomas se desenvolvem a partir das interações da personalidade da pessoa com uma ou mais tensões. A tensão pode ser "interna" como resultado de alterações orgânicas e psicológicas no organismo ou "externa". O conhecimento da etiologia dos distúrbios psíquicos ainda é rudimentar, embora esteja se desenvolvendo. Assim, a classificação dos distúrbios psíquicos é insatisfatória, mas como os profissionais da saúde precisam antecipar as consequências de qualquer doença, pesquisar e se comunicar entre si, torna-se necessária uma classificação. Os psiquiatras clínicos descrevem a personalidade em termos de estrutura mental que está constante e regularmente presente em uma pessoa. Uma síndrome é constituída por um certo número de sintomas que, quando agrupados, formam um padrão reconhecível. Para que os profissionais da área da saúde reconheçam da mesma maneira um portador de transtornos mentais ou psíquicos há dois sistemas classificatórios importantes das doenças mentais e que foram desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Associação Psiquiátrica Americana (APA). O primeiro é o CID10, publicado em 1992 e que contém a 10ª revisão do capítulo sobre Transtornos Mentais e de Comportamento. Todas as tradições e escolas da psiquiatria estão ali representadas, o que dá a este trabalho seu caráter excepcionalmente internacional. A classificação e as diretrizes foram produzidas e testadas em muitas línguas. Nesta classificação os transtornos mentais estão elencados em 11 categorias maiores compreendendo 99 tipos de doenças mentais. É oferecida uma secção com as descrições clínicas e diretrizes diagnósticas que deve ser de conhecimento de todo o profissional. Um outro sistema de classificação foi coordenado pela Associação Psiquiátrica Americana e é amplamente conhecido como

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DSMIV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º Ed.). É um manual mais específico, completo e complexo. Como as classificações dos transtornos mentais é complexa, salientaremos as 3 principais estruturas dentro da psicopatologia, que são: a Neurose a Psicose a Perversão

Neurose A pessoa neurótica reconhece que está doente, embora não possa associar seus sintomas com um conflito emocional óbvio. Ele permanece em contato com a realidade. Pode continuar a adaptar-se socialmente porque a pessoa neurótica não gosta da realidade que vive, mas se adapta a ela da sua maneira. O neurótico sofre de reminiscências, quer dizer, o que ele passou no passado, ele sofre no presente, atualiza no presente, o que significa um sofrimento inútil. Como exemplos de distúrbios neuróticos temos a:

neurose obsessiva-compulsiva neurose histérica neurose fóbica / síndrome do pânico neurose hipocondríaca

1) Neurose obssessiva-compulsiva A pessoa com personalidade obsessiva é excessivamente asseada, pontual e de confiança. Ela costuma conferir tudo o que faz muitas vezes (rituais). Não gosta de mudança e fica contrariada com qualquer alteração em sua rotina. Tem atividades compulsivas, como por exemplo: gastar dinheiro demais ou ser muito avarento, comer demais e ser obeso, ser muito organizado no sentido de ser perfeccionista.

Gosta de sentir que tem o completo controle de si mesmo e de seu mundo. Mantém suas emoções sob controle e raramente perde a calma. Seu senso de humor é limitado. Parece que precisa controlar completamente seu meio ambiente ou então não fazer nenhuma tentativa neste sentido, nenhum meio-termo é possível. Possui a moral muito rígida principalmente com relação a regras e horários. Tem medo exagerado que pode chegar a uma paranóia. É muito bom para os outros, mas pensa pouco em si mesmo, sendo às vezes auto-agressivo e possuindo autoexigência (perfeccionismo). Se sacrifica pelos outros. Tudo tem que ter sacrifício, tem que complicar as coisas mais simples. 2) Neurose histérica A pessoa com personalidade histérica é diferente. Ela precisa sentir que é o centro das atenções. Um pequeno desprezo será encarado como um insulto mortal, uma palavra impensada tornar-se-á uma declaração de amor ou prova de que não é mais amada. É perfeccionista no sentido estético pois gosta de se sentir bonito para seduzir as pessoas. É um bom "ator", faz "teatro" em várias situações para dar a visão que está tudo bem. É muito bom consigo mesmo, pensando mais em si do que nos outros, não sacrifica pelos outros por isso se permite viver mais. É decidido, seguro de si. Pacientes assim nunca são monótonos. Não é de estranhar a possibilidade de que as personalidades histéricas e obsessivas sejam atraídas umas pelas outras! 3) Neurose fóbica/ Síndrome do Pânico Uma das principais angústias do homem é o medo de ficar só, o medo da solidão. O que significa estar só?

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Para ser só, a pessoa tem que entrar em contato consigo mesma, ser independente e para isso ela deve ter uma boa auto-estima e saber lidar com os próprios sentimentos. A neurose fóbica se caracteriza pelo medo excessivo e evitação de algum objeto normalmente inofensivo. A Síndrome do Pânico tem vários sintomas físicos quanto psicológicos. Eis alguns exemplos: Físicos:

palpitações, taquicardia, falta de ar, tremores, dormência no corpo, sudorese, tontura, medo de perder o controle,

medo de ficar louco, medo de morrer(medo do coração parar),

etc. Psicológicos:

sensação de vazio, sensação de desamparo,

medo de ficar sozinho, culpa pelo fracasso, fragilidade, perda da identidade, baixa resistência à frustração,

medo da morte, necessidade da mentira, vira escrava do próprio medo, etc.

4) Neurose hipocondríaca Se caracteriza pela preocupação com doenças imaginárias e outros sintomas corporais. EXEMPLOS DE FILMES SOBRE NEUROSE:

"O Príncipe das Marés" "Melhor é impossível" "Dormindo com o Inimigo"

PSICOSE O psicótico tem maior comprometimento psíquico. É o verdadeiro doente mental. A pessoa psicótica tem sua personalidade inteiramente distorcida pela doença. Aceita seus sintomas como reais e a partir deles passa a reconstruir seu ambiente, recriando um mundo

que somente ele pode reconhecer, tem delírios e alucinações diversas (distúrbios de percepção). O psicótico não aceita a realidade, por isso cria uma nova realidade para viver. Torna-se incapaz de continuar seu trabalho ou até mesmo de viver com a família porque seu senso de autopreservação fica seriamente perturbado. A vida do psicótico é um eterno drama. O que fica do mundo para ele é a hostilidade. Para se chegar a psicose, a sua história de vida foi muito horrível, a hostilidade foi a marca que mais ficou para ele e o que mantêm seu psiquismo vivo são os delírios e as alucinações. Possui dificuldades afetivas, sexuais e nos seus relacionamentos. Acha que não precisa das outras pessoas porque ele delira e cria uma pessoa que seja ideal para ele. É muito instável de humor, são anti-sociais e possuem uma inteligência média para superior porque ele tem um "jogo psíquico" que não se encontra nas outras estruturas. Eles querem ter certeza de tudo e serem os donos da verdade. Quando essa certeza é atingida, o psicótico se defende com o autoritarismo e agressividade. Usa de palavras que por serem francas demais podem magoar alguém e isso ocorre porque ele não tem noção de limites, não tem noção do outro. Os pacientes psicóticos são os mais difícies de tratar, pois têm um ressentimento em relação à pessoa que cuida dele, devido à autoridade que essa pessoa representa. São persuasivos e manipuladores, porém podem ser amáveis e racionais. A elhor atitude a adotar é manter uma firmeza amistosa. Como distúrbios psicótico temos:

Esquizofrenia

Paranóia Psicose maníaco-depressiva(PMD)

1) Esquizofrenia A etimologia da palavra esquizofrenia vem de Esquizo = cisão e Frenia = personalidade.

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Esquizofrenia é a dupla personalidade ou personalidade múltipla. A pessoa com personalidade esquizóide é tímida, acanhada e "fechada". É emocionalmente fria, incapaz de se relacionar e formar amizades profundas. Frequentemente é excêntrica em seus hábitos e leva uma vida própria, à parte das outras pessoas. É também característica dos esquizofrênicos possuírem:

comportamentos bizarros ou estranhos; o isolamento, pois têm dificuldade de socialização; dificuldades sexuais como a dificuldade

de ereção tendo satisfação pela masturbação ou pela humilhação,

agressão e mágoa a pessoa com quem está tendo relações sexuais.

Faz muitas generalizações, como por exemplo:

"Todos os homens não prestam", "Todas as mulheres traem".

É irônico, debochado, busca um ponto fraco da pessoa para atacar. É rígido, de pouca brincadeira e quando brinca é através da ironia. 2) Paranóia Pelo DSMIV (Manual de Diagnóstico e Estatística

das Perturbações Mentais), a paranóia está incluída na esquizofrenia. A pessoa com personalidade paranóide é desconfiada de todos e o delírio mais constante é o delírio de perseguição. Ela é sensível e também lhe falta senso de humor. Tem uma idéia superior de suas próprias habilidades, sendo difícil trabalhar com ela, pois é rígida e inadaptável. Tem poucos amigos. 3) Psicose maníaco-depressiva (PMD) A pessoa com PMD vive episódios de depressão com mania, ou seja, períodos de abatimento e desinteresse e outros de alegria contagiante e superatividade. Riscos a suicídio. EXEMPLOS DE FILMES SOBRE PSICOSE: "Psicose I, II, III e IV”

Perversão ou Psicopatia Ainda é chamada de parafilias sexuais no DSMIV. Está ligada a sexualidade. O perverso tem o objetivo de manipular o outro. Vive transgredindo normas e valores, como por exemplo a corrupção. Acha que ele é o melhor, que no mundo só há idiotas e por isso ele nunca vai ser pego nas suas transgressões. Geralmente, o prazer dele está não no ato errado em si, mas fazendo o errado, ou seja, transgredir, já lhe causa prazer. Algumas psicopatias descritas no DSNIV:

Sadomasoquismo

Exibicionismo Voyerismo Fetichismo

1) Sadomasoquismo

Sente prazer pela violência sexual.

2) Exibicionismo Os exibicionistas são capazes de ereção e orgasmo quando se expõem a uma mulher desconhecida e amedrontada.

3) Voyerismo Os espreitadores ou voyeurs masturbam-se até o orgasmo enquanto observam uma mulher/homem desconhecida se despir. O indivíduo pode também fazer um telefone obsceno e atingir o orgasmo enquanto fala com uma mulher desconhecida.

4) Fetichismo Algumas pessoas são atraídas por objetos e não por seres humanos. São os fetichistas e o objeto de seu desejo sexual chama-se fetiche. Os fetiches mais comuns são: Roupas femininas, especialmente roupa íntima, sapatos, cabelos, seda, etc.

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Um fetichista pode ser capaz de ter relação sexual e atingir o clímax, desde que possa fantasiar seu fetiche. EXEMPLOS DE FILMES SOBRE PERVERSÃO: · "As duas faces de um crime"

IDENTIFICAÇÃO DE IDÉIAS SUICIDAS NOS

PACIENTES "Se a pessoa em crise receber ajuda adequada, isto é, um tipo de ajuda que lhe permita pensar sobre o problema e chegar a algumas conclusões sobre soluções alternativas aceitáveis, a experiência pode levar a novos níveis de adaptação mais amadurecida"- (Beland, 1979). Quando a pessoa está doente há elementos tanto de angústia como de medo, que se manifestam das mais variadas formas e geralmente iguais àqueles que aprenderam a enfrentar durante os perigos da vida. Há pacientes que expressam verbalmente seus temores, outros negam sua existência; alguns reagem com hostilidade, outros choram, e assim por diante. O profissional de saúde tendo conhecimento de que a reação de uma pessoa é geralmente resultado de experiências anteriores, deverá identificar suas necessidades, respostas à doença e tratamento e conservar a identidade pessoal do paciente chamando-o pelo nome. A identificação e aceitação de seus hábitos e atitudes e esforço para ajudá-lo a adaptar-se a situações que colocam em perigo sua saúde contribuirão para que conserve sua identidade e mostrando-lhe, dessa forma, que o respeita como pessoa, fator essencial para que a segurança e a confiança dele sejam reforçadas. Possuindo amplos conhecimentos fisiopatológicos e psicossociais, o técnico juntamente com os outros profissionais de saúde que também cuidam desse paciente num perfeito entrosamento, será capaz de identificar idéias suicidas dos pacientes sob seus cuidados e tomar as medidas necessárias.

Relacionamento Interpessoal EMPATIA – COMPREENDENDO A SI PRÓPRIO E AOS OUTROS

Cultivar a habilidade de compreender as pessoas é uma das tarefas mais difícies que um homem jamais poderia se propor. Mesmo fazendo o maior esforço, somente é possível compreender em parte as necessidades sentidas pelo homem; e, menos ainda, os sentimentos da vida interior. Isto porque a habilidade de compreender abrange mais do que ser capaz de perceber, entender, identificar e interpretar as comunicações ou expressões captadas pelos sentidos. Especificamente no contexto de relacionamento interpessoal. "compreender" é análogo a "empatizar", termo este que significa:

a capacidade de identificação com a disposição ou estrutura psicológica de outra pessoa;

procurar sentir como se estivesse na situação da outra pessoa;

tentar entender as razões e o significado da comunicação verbal e nãoverbal, mais do que a maneira como esta transparece;

compartilhar mutuamente desejos e idéias, mesmo que não se concorde com o comportamento exibido

ter a habilidade de perceber e acompanhar os sentimentos de outra pessoa, mesmo que sejam intensos, profundos, destrutivos ou anormais.

O real significado de empatia está em compreender os outros, apesar de não se concordar, muitas vezes, com o comportamento destes. Procurar ser compreensivo e sentir como a outra pessoa estaria sentindo não significa que se deva ser sempre permissivo e tolerante frente a certos comportamentos agressivos e destrutivos. Após analisar tais situações, o técnico deve julgar, muitas vezes, ser preciso estabelecer limites ou restrições para garantir a segurança do paciente ou das pessoas adjacentes.

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Compreender implica simultaneamente ser capaz de estabelecer limites, quando necessário. O ato de impor limites poderá gerar ira momentânea no paciente, mas com o tempo o fato será percebido como uma atitude de ajuda. Neste pensamento está intrínseco que o cultivo da habilidade de compreender não é obra do acaso. É a combinação ativa de qualidades e habilidades pessoais de ajustamento emocional, de amor ao próximo, de possuir senso equilibrado de auto-estima e autocrítica, e de avaliar inteligentemente as necessidade das outras pessoas. Entretanto, assim como há fatores que influenciam a disposição para ser mais compreensivo, por outro lado há outros que dificultam igualmente. Um destes é o egocentrismo ou egoísmo pessoal do profissional, o excesso de preocupação consigo próprio, ou a dificuldade de discernimento do conceito de que é "certo " ou "errado" que pode bloquear as tentativas de empatizar-se com os outros.

A COMUNICABILIDADE A comunicação é o instrumento de expressão de nosso interior; do que pensamos, do que queremos, do que acreditamos. Comunicar é colocar algo em comum, é tornar-se comum com alguém. Comunicação são maneiras de receber e transmitir informações. Para que a comunicação ocorra, é preciso que haja: EMISSOR - MENSAGEM - RECEPTOR A boa comunicação depende da harmonia destes elementos.

REGRAS PARA FACILITAR A

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

1. O tom de voz deve ser moderado, nem muito

alto, nem muito baixo.

2. A velocidade da fala deve também ter um bom tempo,

3. ritmo e fluência. 4. Evitar erros de sintaxe, linguagem

imprópria, palavras 5. ambíguas, inadequadas ou incorretas.

6. Falar com clareza.

7. Tentar despertar o interesse do paciente. 8. Escutar atenta e ativamente o paciente,

lembrando-se que escutar é mais que ouvir.

Eis aqui alguns comportamentos que o profissional de saúde deve desenvolver a fim de escutar o paciente:

manter o olhar atento enquanto o paciente

fala, não ficar o tempo todo pensando só no que

vai ser respondido,

mostrar atitude calma e receptiva,

fazer com que a comunicação (tanto verbal

como não verbal) assegure ao outro que se

está acompanhando o que ele diz, tolerar sem ansiedade os silêncios do

paciente, se o silêncio tornar-se embaraçoso

para o paciente, procurar reformular a última frase dita, para que ele possa

retomar a conversa,

depois de fazer uma pergunta é importante

silenciar.

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Se o paciente não responder de imediato, é melhor evitar o impulso de preencher o silêncio com comentários. Ele deve ter a oportunidade de pensar na questão, não interromper para retificar o outro está dizendo, mesmo que se discorde do que ele diz. É melhor esperar que termine o enunciado, não contradizer o que o outro está dizendo por considerar conhecido, desconhecido ou trivial. Demonstrar respeito e aceitação mesmo que haja grandes diferenças entre você e o seu paciente. Abster-se de fazer julgamentos numa comunicação, admitir que o paciente tenha crenças, idéias e valores diferentes dos seus,criar condições para que o paciente possa expressar suas idéias, seus sentimentos e seus valores. Isso não significa que se deve concordar com tudo nem impede de dizer que não se compartilha dessa posturas. Quando em equipe multiprofissional, fazer comentários descritivos e não avaliativos, pois os primeiros geram um comportamento receptivo. Os avaliativos predispõem ao comportamento defensivo. O feedback descritivo explica de maneira específica um fato, uma atividade ou um processo. O feedback avaliativo é de natureza crítica e tende a apresentar uma conclusão por parte de quem o emite, os comentários descritivos são mais fáceis de aceitar e descrevem o comportamento sem atacar a outra pessoa.

TIPOS DE ESTADO PSICOLÓGICOS

DE PACIENTES

O ser humano é uma unidade biopsicossocial e seus aspectos afetivos são o que mais o diferencia dos outros animais. Para avaliálos o TR se vale de sua capacidade de

sentir e de estabelecer um relacionamento positivo ou favorável, ou seja, que tenha empatia. As pessoas se comportam de maneiras diversas, em função de seu temperamento, de suas condições culturais, de seu modo de viver e das circunstâncias do momento. A doença modifica a personalidade e determina uma regressão emocional a níveis infantis de dependência, com perda de segurança e desenvolvimento de fantasias que têm por objetivo (inconsciente) fugir à realidade.

O paciente/cliente ansioso Toda enfermidade, até o medo de estar doente, provoca certo grau de ansiedade — ansiedade reativa — e, em muitas ocasiões, são as manifestações da ansiedade que levam o indivíduo a procurar o serviço de saúde.

O paciente/cliente sugestionável O paciente/cliente sugestionável costuma ter excessivo medo de adoecer, vive procurando médicos e realizando exames para confirmar sua higidez, mas, ao mesmo tempo, teme exageradamente a possibilidade de os exames mostrarem alguma enfermidade.

O paciente/cliente hipocondríaco O paciente hipocondríaco está sempre se queixando de diferentes sintomas. Tem tendência a procurar o serviço de saúde ao surgirem indisposições sem importância ou sem motivo concreto, quase sempre manifestando o desejo de fazer exames laboratoriais.

O paciente/cliente deprimido O paciente deprimido apresenta desinteresse por si mesmo e pelas coisas que acontecem ao seu redor. Tem forte tendência para se isolar e durante a entrevista reluta em descrever seus padecimentos, respondendo pela metade às perguntas feitas a ele ou permanecendo calado.

O paciente/cliente eufórico

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O paciente eufórico apresenta exaltação do humor, fala e movimenta-se demasiadamente. Sente-se muito forte e sadio e fica fazendo referências às suas qualidades. Seu pensamento é rápido, muda de assunto inesperadamente, podendo haver dificuldade de ser compreendido.

O paciente/cliente hostil A hostilidade pode ser percebida à primeira vista, após as primeiras palavras, ou pode ser velada, traduzida em respostas reticentes e insinuações mal disfarçadas. Muitas situações podem determinar este comportamento.

O paciente/cliente inibido ou tímido O paciente inibido ou tímido não encara o o técnico, senta-se na beirada da cadeira e fala baixo. Não é difícil notar que ele não está à vontade naquele lugar e naquele momento. O TR deve ajudá-lo a vencer a inibição. Para isso, uma demonstração de interesse pelo seus problemas é fundamental. Algumas palavras amistosas podem ajudar.

O paciente/cliente psicótico Reconhecer o paciente psicótico ou doente mental costuma ser difícil para o TR pouco experiente nesta área. As principais alterações mentais são a confusão mental, as alucinações, os delírios, a desagregação do pensamento, a depressão, a excitação patológica do humor e as alterações do juízo crítico que levam à alteração do comportamento.

O paciente/cliente em estado grave O paciente em estado grave cria problemas especiais para o TR, do ponto de vista psicológico. De uma maneira geral não desejam ser perturbados por ninguém, e os exames, de qualquer natureza, representam um incómodo para eles.

Por isso, no que respeita ao exame radiológico, é necessário ser objetivo, fazendo-se apenas o que for estritamente necessário e mesmo assim adaptando-se às condições do paciente.

O paciente/cliente terminal Conceituar paciente/cliente terminal é uma tarefa difícil. Em senso estrito, é o que sofre de uma doença incurável em fase avançada, para a qual não há recursos de saúde capazes de alterar o prognóstico de morte a curto ou médio prazo.

O paciente/cliente de pouca inteligência Não estamos fazendo referências apenas aos casos de franco retardamento mental. A todo momento, o TR entra em contato com pessoas de inteligência reduzida. É necessário reconhecê-las para se adotar uma linguagem mais simples, adequada ao nível de compreensão do paciente.

O paciente/cliente com deficiências auditivas (surdo-mudo) A comunicação entre o TR e um paciente que não fala e nem escuta depende do interesse do primeiro e da inteligência do segundo. Quase sempre alguma pessoa da família faz o papel de intérprete e, neste caso, a entrevista assume características idênticas às que exigem a participação de uma terceira pessoa.

As crianças O comportamento das crianças varia conforme a idade, e o TR deve adaptar-se para conseguir estabelecer uma boa relação com o pequeno paciente. Comumente as crianças têm medo do TR e dos aparelhos. Este receio é lógico porque ela teme o desconhecido.

Os idosos

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O comportamento dos idosos varia muito em função de seu temperamento e, talvez, seja em boa parte um reflexo do que a vida lhe propiciou. O paciente idoso precisa sentir desde o primeiro momento que está sendo alvo de atenção e respeito, pois as pessoas idosas costumam ter uma certa amargura e uma dose de pessimismo diante de todas as coisas da vida; às vezes, tornam-se indiferentes e arredias.

Código de Ética dos Técnicos em

Radiologia Contribuição de Bueno e Costanze 24 de abril de 2007 Última Atualização 29 de janeiro de 2010 CONSELHO NACIONAL DE TÉCNICOS EM RADIOLOGIA CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DAS TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

PREÂMBULO I - O código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas necessárias a boa e honesta praticas das profissões do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar de Radiologia e relaciona direitos e deveres correlatos de seus profissionais inscritos no sistema CONTER/CRTRs e das pessoas jurídicas correlatas. II - Para o exercício da profissão de Tecnólogo, Técnico ou Auxiliar de Radiologia impõe-se a inscrição no Conselho Regional da respectiva Jurisdição. III - Os preceitos deste Código de Ética têm alcance sobre os profissionais das Técnicas Radiológica e Auxiliares de Radiologia, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades e especializações.

CAPITULO I DA PROFISSÃO Art. 1º - É objeto da profissão do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia o disposto na Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, regulamentada pelo Decreto nº 92.790 de 17 de junho de 1086, nas seguintes áreas; I - Radiologia, no setor de diagnostico médico; II - Radioterápicas, no setor de Terapia medica; III - Radioisotopicas, no setor de Radioisótopos; IV - Radiologia Industrial, no setor Industrial; V - De medicina nuclear.

CAPITULO II

NORMAS FUNDAMENTAIS Art. 2º - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar de Radiologia, no desempenho de suas atividades profissionais, deve respeitar integralmente a dignidade da pessoa Humana destinatária de seus serviços, sem restrição de raça nacionalidade, partido político, classe social e religião. Parágrafo Primeiro - Respeitar integralmente a dignidade da pessoa humana destinatária de seus serviços, sem restrição de raça, nacionalidade, sexo, idade, partido político, classe social e religião. Parágrafo segundo - Pautar sua vida observando na profissão e fora dela, os mais rígidos princípios morais para a elevação de sua dignidade pessoal, de sua profissão e de toda a classe, exercendo sua atividade com zelo, probidade e decoro, em obediência aos preceitos da ética profissional, da moral, do civismo e da legislação em vigor. Parágrafo terceiro - Dedicar-se ao aperfeiçoamento e atualização de seus conhecimentos técnicos científicos e a sua cultura geral, e assim para a promoção do bem estar social. Art. 3º - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar de Radiologia, no exercício de sua função profissional, complementará a definição de suas responsabilidades, direitos e deveres nas disposições da legislação especial ou em geral, em vigor no país.

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CAPITULO III

DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE/PACIENTE Art. 4º - O alvo de toda a atenção do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia é o cliente/paciente, em beneficio do qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade técnica e profissional. Art. 5º - Fica vedado ao Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, obter vantagem indevida aproveitando-se da função ou em decorrência dela, sejam de caráter físico, emocional econômica ou política, respeitando a integridade física e emocional do cliente/paciente, seu pudor natural, sua privacidade e intimidade. Art. 6º - Ao Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia é expressamente vedado fornecer ao cliente/paciente, informações diagnósticas verbais ou escritas sobre procedimentos realizados.

CAPITULO IV

DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS

Art. 7º - É vedado ao Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia: Parágrafo primeiro - Participar de qualquer ato de concorrência desleal contra colegas, valendo-se de vantagem, física, emocional, política ou religiosa. Parágrafo segundo - Assumir emprego, cargo ou função de um profissional demitido ou afastado em represália a atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria e da aplicação deste código. Parágrafo terceiro - Posicionar-se contrariamente a movimentos da categoria, com a finalidade de obter vantagens. Parágrafo quarto - Ser conivente em erros técnicos, infrações éticas e com o exercício irregular ou ilegal da profissão.

Parágrafo quinto - Compactuar, de qualquer forma, com irregularidades dentro do seu local de trabalho, que venham prejudicar sua dignidade profissional, devendo denunciar tais situações ao Conselho Regional de sua jurisdição. Parágrafo sexto - Participar da formação profissional e de estágios irregulares.

CAPITULO V

DAS RELAÇÕES COM OUTROS

PROFISSIONAIS Art. 8º - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia tem obrigação de adotar uma atitude de solidariedade e consideração a seus colegas, respeitando sempre os padrões de ética profissional e pessoal estabelecidos neste código, indispensáveis a harmonia e a elevação de sua profissão, dentro da classe e no conceito da sociedade. Parágrafo Único - As relações do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar de Radiologia, com os demais profissionais, no exercício da sua profissão, devem basear-se no respeito mutuo, na liberdade e independência profissional de cada um, buscando sempre o interesse e o bem estar do cliente/paciente. Art. 9º - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia se obriga, caso seja solicitado seu depoimento em processo administrativo, judicial ou procedimento de dispensa por justa causa a depor compromissado com a verdade, sobre fatos que envolvam seus colegas, de que tenha conhecimento em razão do ambiente profissional, jamais dando falso testemunho para obter vantagens com alguma das partes ou prejudicar injustamente os mesmos. Parágrafo único - Ao Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia é terminantemente vedada a obtenção de informações prejudiciais ao seu colega, utilizando-se de meio ilícito ou imoral a fim de obter qualquer vantagem pessoal e profissional, em detrimento da imagem do outro.

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Art. 10 - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia deve reconhecer as limitações de suas atividades, procurando desempenhar suas funções segundo as prescrições medica e orientações técnicas do Coordenador Técnico do serviço. Art. 11 - Quando investido em função de Chefe, Coordenador ou Supervisor, deve o Tecnólogo ou Técnico em Radiologia, em suas relações com colegas, auxiliares e demais funcionários, pautar sua conduta pelas normas do presente Código, exigindo deles igualmente fiel observância dos preceitos éticos.

CAPITULO VI

DAS RELAÇÕES COM OS SERVIÇOS EMPREGADORES

Art. 12 - O Tecnólogo ou Técnico em Radiologia deverá abster-se junto aos clientes de fazer critica aos serviços hospitalares, assistenciais, e a outros profissionais, devendo encaminhá-la, por escrito, à consideração das autoridades competentes. Art. 13 - Deverá o Tecnólogo ou Técnico em Radiologia, empregado ou sócio, respeitar as normas da instituição utilizadora dos seus serviços, desde que estas não firam o presente Código de Ética. Art. 14 - O Tecnólogo ou Técnico em Radiologia, tem o dever de apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que trabalhe, quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais aos clientes, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e ao Conselho Regional de Técnicos em Radiologia de sua jurisdição. Parágrafo único - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, uma vez constatado condições indignas de trabalho que possam prejudicar a si ou a seus clientes/pacientes deve encaminhar, por escrito, à Direção da instituição relatório e pedido de providencias, caso persistam comunicar às autoridades competentes.

Art. 15 - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia deve recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal.

CAPITULO VII

DAS RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS

Art. 16 - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia deve: Parágrafo primeiro - Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade, pela sua reputação pessoal e profissional. Parágrafo segundo - Reconhecer as possibilidades e limitações no desempenho de suas funções profissionais e só executar técnicas radiológicas, radioterápicas, nuclear e industrial, mediante requisição ou solicitação do especialista. Parágrafo terceiro - Assumir civil e penalmente responsabilidades por atos profissionais danosos ao cliente/paciente a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligencia ou omissão. Parágrafo quarto - Assumir sempre a responsabilidade profissional de seus atos, deixando de atribuir, injustamente, seus insucessos a terceiros ou a circunstancias ocasionais, devendo primar pela boa qualidade do seu trabalho. Art. 17 - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, deve observar, rigorosa e permanentemente, as normas legais de proteção contra as radiações ionizantes no desempenho de suas atividades profissionais, para resguardar sua saúde, a do cliente, de seus auxiliares e de seus descendentes. Art. 18 - Será de responsabilidade do Tecnólogo ou Técnico em Radiologia, que estiver operando o equipamento emissor de Radiação a isolação do local, a proteção das pessoas nas áreas irradiadas e a utilização dos equipamentos de segurança, em conformidade com as normas de proteção Radiológica vigentes no País.

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Art. 19 - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia é obrigado a exigir dos serviços em que trabalhe todo o equipamento indispensável de proteção radiológica, cumprindo determinações legais e adotando o procedimento descrito no parágrafo único do art. 16 deste Código, podendo, caso persistam, negar-se a executar exames, procedimentos ou tratamentos na falta dos mesmos. Art. 20 - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia jamais poderá deixar de cumprir as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Técnicos em Radiologia e de atender as suas requisições administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado. Art. 21 - A fim de garantir o acatamento e cabal execução deste Código, cabe ao Tecnólogo, Técnico e o Auxiliar em Radiologia comunicar ao Conselho Regional de Radiologia, com discrição e fundamento, fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possível infrigência do presente Código e das normas que regulam o exercício das Técnicas Radiológicas no país.

CAPITULO VIII

DA REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 22 - Os Serviços profissionais do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, devem ser remunerados em níveis compatíveis com a dignidade da profissão e sua importância reconhecida na área profissional a que pertence. Parágrafo único - Ao candidatar-se a emprego, deve procurar estipular as suas pretensões salariais, nunca aceitando ofertas inferiores às estabelecidas na legislação em vigor e nas negociações feitas pelo órgão de classe. Art. 23 - A remuneração do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia será composta de salários, comissões e produtividade, por qualidade, participações em faturamento de empresas ou departamentos radiológicos, cursos, aulas, palestras, supervisão, chefia e outras receitas por serviços efetivamente prestados, sendo terminantemente vedado o recebimento de gratificações extras de cliente/paciente ou acompanhante.

CAPÍTULO IX

DO SIGILO PROFISSIONAL

Art. 24 - Constitui infração ética: I - revelar, sem justa causa, fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão do exercício de sua profissão; II - negligenciar na orientação de seus colaboradores quanto ao sigilo profissional; III - fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir clientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos Radiológicos em programas de rádio, televisão ou cinema, e em artigos entrevistas ou reportagens em jornais, revistas, congressos e/ou simpósios, ou outras publicações legais, salvo se autorizado pelo cliente/paciente ou responsável, Parágrafo único - Compreende-se como justa causa, principalmente: 1.colaboração com a justiça nos casos previstos em Lei; 2.notificação compulsória de doença; 3.perícia radiológica nos seus exatos limites; 4.estrita defesa de interesse legítimo dos profissionais inscritos; 5.revelação de fato sigiloso ao responsável pelo incapaz.

CAPÍTULO X

DA PESQUISA CIENTÍFICA

Art. 25 - Constitui infração ética: I - desatender às normas do órgão competente à Legislação sobre pesquisa envolvendo as Radiações; II - utilizar-se de animais de experimentação sem objetivos claros e honestos de enriquecer os horizontes do conhecimento das Radiações e, conseqüentemente, de ampliar os benefícios à sociedade; III - realizar pesquisa em ser humano sem que este ou seu responsável, ou representante legal, tenha dado consentimento, livre e estabelecido, por escrito, sobre a natureza das conseqüências da pesquisa;

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IV - usar, experimentalmente, sem autorização da autoridade competente, e sem o conhecimento e o consentimento prévios do cliente ou de seu representante legal, qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para uso no País; V - manipular dados da pesquisa em benefício próprio ou de empresas e/ou instituições; VI - divulgar assunto ou descoberta de conteúdo inverídico; VII - utilizar-se sem referência ao autor ou sem sua autorização expressa de dados ou informações publicadas ou não. VIII - publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado ou atribui-se autoria exclusiva quando houver participação de subordinado ou outros profissionais, tecnólogos/técnicos/Auxiliar ou não.

CAPÍTULO XI

DAS ENTIDADES COM ATIVIDADES NO

AMBITO DA RADIOLOGIA Art. 26 - Aplicam-se as disposições deste Código de ética e as normas dos Conselhos de Radiologia a todos aqueles que exerçam a radioimaginologia, ainda que de forma indireta, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Art. 27 - Os profissionais quando proprietário ou responsável Técnico responderão solidariamente com o infrator pelas infrações éticas cometidas. Art. 28 - As entidades mencionadas no artigo 26 ficam obrigadas a: Parágrafo primeiro - Indicar o Supervisor técnico, de acordo com a legislação vigente; Parágrafo segundo - Manter a qualidade técnica científica dos trabalhos realizados; Parágrafo terceiro - Propiciar ao profissional, condições adequadas de instalações, recursos materiais, humanos e tecnológicos os quais garantam o seu desempenho pleno e seguro.

CAPITULO XII DOS CONSELHOS NACIONAL E REGIONAIS

E DA OBSERVÂNCIA E APLICAÇÃO DO CÓDIGO

Art. 29 - Compete somente ao Conselho Nacional e aos Conselhos Regionais orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, bem como aplicação de medidas disciplinares que possam garantir a fiel observância do presente Código. Parágrafo único - Ao se inscrever em qualquer Conselho Regional o Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia assume tacitamente a obrigação de respeitar o presente Código.

CAPITULO XIII

DAS PENALIDADES Art. 30 - Os preceitos deste Código são de observância obrigatória e sua violação sujeitará o infrator e quem, de qualquer modo, com ele concorrer para a infração, ainda de forma omissa as seguintes penas: 1.Advertência confidencial 2.Censura Confidencial 3.Censura Publica em publicação oficial; 4.Multa no valor de até 10 anuidades; 5.Suspensão do exercício profissional por 30 dias; 6.Cassação do exercício profissional "ad referendum" do Conselho Nacional Parágrafo Único - Salvo nos casos de manifesta gravidade, que exijam aplicação mediata das penalidades mais sérias, a imposição das penas obedecerá a graduação conforme a reincidência; Art. 31 - Considera-se de manifesta gravidade, principalmente: I - Levantar falso testemunho ou utilizar-se de má-fé e meios ilícitos contra colega de profissão com o objetivo de prejudica-lo; II - Acobertar ou ensejar o exercício ilegal ou irregular da profissão;

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III - Manter atividade profissional durante a vigência de penalidade suspensiva; IV - Exercer atividade privativa de outros profissionais; V - Exercer, o Auxiliar, atividade inerente ao Tecnólogo e ao Técnico em Radiologia; VI - Ocupar cargo cujo profissional dele tenha sido afastado por motivo de movimento classista; VII - Ofender a integridade física ou moral do colega de profissão ou do cliente/paciente; VIII - Atentar contra o decoro e a moral dos dirigentes do órgão a que pertence. Art. 32 - São circunstâncias que podem atenuar a pena: I - Não ter sido antes condenado por infração ética; II - Ter reparado ou minorado o dano. Art. 33 - Avalia-se a gravidade pela extensão do dano e por suas conseqüências; Art. 34 - A pena de multa aplicada em casos de transgressões não prejudica a aplicação de outra penalidade concomitantemente; Art. 35 - As referidas penas serão aplicadas pelos Conselhos Regionais e comunicadas ao Conselho Nacional que dará ciência aos demais Conselhos Regionais. Art. 36 - Ao penalizado caberá recurso suspensivo ao Conselho Nacional até 30 (trinta), dias após a notificação. Parágrafo único - A parte reclamante ou a acusação, também caberá recurso até 30 (trinta), dias após o julgamento. Art. 37 - Em caso de reincidência, a pena de multa deverá ser aplicada em dobro. Art. 38 - Somente na secretaria do Conselho Regional poderão as partes ou seus procuradores terem vistas do processo, tirar cópias mediante pagamento das custas, podendo, nesta oportunidade tomar as notas que julgarem necessárias a defesa ou acusação. Parágrafo Único - É expressamente vedada a retirada de processos pelas partes ou seus procuradores, sob qualquer pretexto, da secretaria do Conselho Regional, sendo

igualmente vedada lançar notas nos autos ou sublinhá-los de qualquer forma.

CAPITULO XIV

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 39 - As duvidas e os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Nacional, para o qual podem ser encaminhadas consultas que, não assumindo caráter de denúncia, incorrerão nas mesmas exigências de discrição e fundamentação. Art. 40 - Caberá ao Conselho Nacional e aos Conselhos Regionais, bem como a todo Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, promoverem a mais ampla divulgação do presente Código. Art. 41 - O presente Código de Ética do Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, elaborado pelo Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia, atende ao disposto do artigo 16, do Decreto nº 92.790/96, de 17 de julho de 1986.