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Questões bioéticas e legais no processo de avaliação psicológica forense Eduardo Zamel 1 Blanca Susana Guevara Werlang 2 Resumo A prática de atividades relacionadas à psicologia inserida no contexto forense pode ser considerada ainda recente. Para fins de avaliação psicológica, neste cenário - chamadas perícias psicológicas -, é importante se ter clarificadas questões éticas e legais, pois essas irão nortear a forma de proceder do profissional. Nesta produção, o objetivo foi o de analisar aspectos éticos, utilizando-se de conceitos da bioética, e legais no decorrer do processo de avaliação psicológica forense, refletindo sobre cada etapa processual. Foi realizada uma revisão da literatura sobre o tema, além dos conceitos propostos pela bioética, bem como foi procedida consulta de códigos deontológicos e de outros dispositivos legais. Por fim, considera-se de essencial importância a observação dos princípios éticos e legais para a realização de uma perícia psicológica. Assim, o profissional poderá exercer sua atividade de forma idônea, respeitando os direitos básicos do sujeito que se está avaliando. Palavras chave: Ética e avaliação psicológica forense, Psicologia jurídica; Ética e perícia psicológica; 1 Psicólogo, mestrando em Psicologia Clinica (PUCRS). E-mail:[email protected] 2 Psicóloga, Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia - PUCRS

psicologia jurídica

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Questões bioéticas e legais no processo de avaliaçã o psicológica forense

Eduardo Zamel1

Blanca Susana Guevara Werlang2

Resumo

A prática de atividades relacionadas à psicologia inserida no contexto forense

pode ser considerada ainda recente. Para fins de avaliação psicológica, neste

cenário - chamadas perícias psicológicas -, é importante se ter clarificadas

questões éticas e legais, pois essas irão nortear a forma de proceder do

profissional. Nesta produção, o objetivo foi o de analisar aspectos éticos,

utilizando-se de conceitos da bioética, e legais no decorrer do processo de

avaliação psicológica forense, refletindo sobre cada etapa processual. Foi

realizada uma revisão da literatura sobre o tema, além dos conceitos propostos

pela bioética, bem como foi procedida consulta de códigos deontológicos e de

outros dispositivos legais. Por fim, considera-se de essencial importância a

observação dos princípios éticos e legais para a realização de uma perícia

psicológica. Assim, o profissional poderá exercer sua atividade de forma

idônea, respeitando os direitos básicos do sujeito que se está avaliando.

Palavras chave: Ética e avaliação psicológica forense, Psicologia jurídica;

Ética e perícia psicológica;

1 Psicólogo, mestrando em Psicologia Clinica (PUCRS). E-mail:[email protected]

2 Psicóloga, Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia - PUCRS

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Introdução

Atualmente, a psicologia é uma ciência que se encontra em constante

crescimento e expansão. Estes dois fatores são atribuídos ao seu objeto de

estudo que manifestado nas emoções, cognições e relações humanas podem

ser observados e compreendidos nos mais diversos contextos. Segundo Mello

e Oliver (1998), a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos são questões

ligadas diretamente à psicologia, mas que também, em algumas situações,

este bem-estar e saúde mental estão relacionados à aplicação da lei e

imposições feitas pelo Poder Judiciário a fim de resolver, da melhor forma

possível, conflitos sociais das mais variadas esferas. É com este intuito que

surge a psicologia jurídica, ou seja, a psicologia servindo como subsídio às

decisões jurídicas. Conforme França (2004), a psicologia jurídica se caracteriza

como uma especialidade emergente da ciência psicológica, que atua nos mais

variados segmentos do entendimento legal, seja ele cível, criminal, penal,

trabalhista, entre outros.

Neste contexto, o psicólogo atua em várias frentes de trabalho, como,

por exemplo, na orientação e no acompanhamento dos indivíduos envolvidos

em litígio, contribuindo para políticas preventivas. Também trabalha no estudo

do efeito do judiciário sobre o indivíduo, na pesquisa de comportamentos

delinqüenciais entre outras, sendo a avaliação psicológica seu “carro chefe” da

prática judiciária, hipótese em que auxilia os Magistrados e operadores do

Direito naquilo que escapa ao saber legal. Casos de

imputabilidade/inimputabilidade, interdição, dano psíquico, disputa de guarda

de filhos e etc., que discorrem sobre saúde/doença psíquica,

capacidade/incapacidade cognitivo-emocional-relacional específicas, dentre

outras, demonstram o ponto de intersecção entre a psicologia clínica e a

psicologia jurídica.

Diante desta tarefa de avaliador, o psicólogo atua por meio das

chamadas perícias. A perícia se define como um exame feito por um

especialista de determinado assunto com o intuito de auxiliar os Magistrados

(Silva, 2006). Conforme Oliver, Mello, Moura, Possas e Moura (1998), esta

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função é de “interlocutor entre os conhecimentos atuais do campo de sua

especialidade e a situação legislativa que normatiza a sociedade onde atua” (p.

415). Segundo Fenserseifer (2006), o psicólogo designado tem a possibilidade

de atuar como perito oficial, nomeado pelo juiz; como representante de uma

instituição publica, ou; como perito assistente técnico, designado por uma das

partes litigantes. Em se tratando de avaliação psicológica no âmbito jurídico,

Silva (2003) destaca que esta prática não possui técnicas e conhecimentos

próprios, utiliza-se, por isso, de conceitos já construídos da Psicologia para

chegar mais próximo às respostas esperadas e, conseqüentemente,

satisfatórias para aquele que pergunta.

Devido às nuanças ainda nebulosas sobre os pontos dicotômicos e de

intersecção clinico/jurídica Rovinski (2004) considera que não existe um

entendimento consensual absoluto quanto à conceituação do profissional

psicólogo que atua em relação direta com a Justiça (psicólogo jurídico,

psicólogo forense e etc.) e o tipo de avaliação que este executa (avaliação

psicológica forense, avaliação psicodiagnóstica, avaliação psicodiagnóstica

forense, dentre outras). Porém, para esta autora, há referenciais éticos e legais

a serem observados, os quais podem ser encontrados nos manuais

psiquiátricos forenses e nos manuais de psicologia jurídica (observadas as

diferenças e os pontos em comum entre essas profissões - Psicologia e

Medicina Psiquiátrica), nos códigos deontológicos das profissões acima

referidas, no Código de Processo Civil (CPC), no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), no Código de Processo Penal (CPP) e em outros

dispositivos legais.

Além dessas importantes ferramentas que norteiam este fazer do perito,

também são encontradas contribuições apresentadas pela Bioética, em seus

modelos explicativos (principialistas, autonomista, utilitarista e etc.). A Bioética

possui ampla dimensão, estendendo-se aos animais e a natureza. Mas

também se relaciona com a ética da Psicologia de forma significativa, pois

ambas possuem seus alicerces baseados em valores humanitários. Segundo

Goldim (1997), atualmente pode-se considerar a Bioética como uma ética

aplicada às questões da saúde e da pesquisa com seres humanos. A partir das

diferentes visões de profissionais da saúde, de filósofos, advogados,

sociólogos, administradores, dentre outros que atuam em áreas do

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conhecimento é que se estabelecem as reflexões e conclusões acerca de

relações interpessoais, ou seja, entre os atores envolvidos em determinada

cena. Na contemporaneidade a interdisciplinaridade se faz necessária com a

finalidade de estimular novas discussões e reflexões, que podem vir a

possibilitar soluções adequadas. Filho & Trsotto (2006) acrescentam que a

bioética concentra seu discurso baseado no valor fundamental da vida, ligado

às chamadas “profissões de cuidado”, subentendo-se que vinculadas ao campo

da saúde.

A importância da reflexão ética e bioética e as observações legais

específicas sobre a conduta e o fazer em cada etapa de uma avaliação no

contexto judiciário vai além do binômio certo/errado. Por qualquer que seja o

motivo, sua não observação, pelo psicólogo perito, extrapola as conseqüências

de uma psicoterapia mal sucedida e toda a subjetividade que esta carrega,

tanto para o profissional que se propôs a realizá-la, quanto para o indivíduo

objeto da perícia. Logo, tão importante quanto o saber teórico e técnico está a

importância do saber ético e legal do Psicólogo, para executar seu trabalho

com zelo e eficiência (Silva, 2003).

Avaliação Psicológica, Perícia e lei

Há mais ou menos um século a mensuração do comportamento humano

se faz presente como uma das tarefas da ciência psicológica. Seu objetivo

primeiro constitui na descrição e classificação do comportamento, valendo-se

de técnicas e métodos próprios, para, conseqüentemente, tirar alguma

conclusão ou indicar a melhor intervenção (Cunha, 2000). Para Cunha (2000),

a avaliação psicológica possui um conceito amplo, estendendo-se a diversos

contextos em que atua o profissional psicólogo. O processo psicodiagnóstico,

por exemplo, diz respeito a uma avaliação psicológica feita com propósitos

clínicos, visando identificar forças e fraquezas do funcionamento psicológico. O

psicodiagnóstico deve passar por cinco importantes etapas: a) Uma entrevista

inicial com o avaliando para saber os motivos da consulta e objetivos do

exame; b) planejamento e seleção dos instrumentos a serem utilizados; c)

aplicação e levantamento dos instrumentos selecionados; d) integração de

dados e informações, tendo como referência as hipóteses e os objetivos iniciais

do exame e) comunicação dos resultados e orientação sobre o caso, de forma

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oral ou escrita, através de laudo ou parecer e encerramento do processo de

avaliação (Cunha. 2000).

Geralmente, os passos referentes ao psicodiagnóstico acabam sendo

um referencial para todos os psicólogos que realizam uma avaliação

psicológica, mesmo que em contextos e com objetivos distintos. Na avaliação

psicológica forense, faz-se necessária a adaptação dos procedimentos da

avaliação psicológica clínica ao contexto jurídico, principalmente devido à

implicação legal existente neste processo. O olhar constante da lei acaba

sendo decisivo na forma de proceder do psicólogo. Este terá que ter um

cuidado redobrado em determinadas etapas do processo, pois, desta relação

entre avaliador e avaliando, o descuido e a não observação de determinada

regra pode resultar em graves sanções para o profissional (Rovinski, 2000).

Segundo Florez e Taborda (2004), o desconhecimento da lei em si é um dos

principais problemas enfrentados pelos profissionais que atuam com a

avaliação no âmbito forense.

Na área criminal, as determinações da perícia psicológica encontram-se

relacionadas ao Código de Processo Penal (CPP). Neste código, a questão

pericial aparece em casos de avaliação da saúde mental, nos quais existe a

necessidade de especificações referentes à insanidade mental por meio de um

“exame médico-legal” (art. 149). Outra solicitação freqüentemente verificada é

a que versa sobre a execução das Mediadas de Segurança (art. 775), a qual

exige a realização de um laudo psiquiátrico (Rovinski, 2004). Assim, o

Psicólogo atuará somente por meio de uma avaliação complementar ao do

Psiquiatra, não podendo assumir a responsabilidade destes tipos de perícias

(Taborda, 2004). Já a habilitação do Perito na área cível está disciplinada no

Código de Processo Civil (CPC), onde consta sua definição como auxiliar da

justiça, sua qualificação como profissional de nível universitário, devidamente

inscrito em órgão de classe e sua capacitação teórica e técnica para o

desempenho da atividade, conforme o contido no art. 139 e no art. 145, ambos

do CPC. Observa-se assim uma diferença nas exigências quanto à qualificação

profissional do perito na área penal e na área cível

Porém, cabe destacar que há hipóteses que impossibilitam o perito de

exercer seu ofício. Dentre as quais os casos de impedimento (art. 134 do

CPC), de suspeição (art. 135 do CPC), ou ainda, quando o próprio perito

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escusa-se, por “motivo legítimo”, o que o torna incapaz para a realização da

tarefa, conforme o art. 146 do CPC. Taborda (2004) destaca os itens relativos a

impedimento, quais sejam: se o perito for parte; houver prestado depoimento

como testemunha; for cônjuge, parente em linha reta em qualquer grau ou

parente em linha colateral até segundo grau do advogado da parte; for cônjuge,

parente em linha reta em qualquer grau ou parente em linha colateral até

terceiro grau da parte; for membro da administração de pessoa que é parte no

feito. Sobre as razões de suspeição apresenta-se: quando o perito for amigo

intimo ou inimigo capital de qualquer das partes; for credor ou devedor de

qualquer das partes, ou isso ocorrer com seu cônjuge, bem como aos parentes

em linha reta em qualquer grau ou em linha colateral até terceiro grau; for

herdeiro, donatário ou empregador de qualquer das partes; houver recebido

presentes de qualquer das partes ou as houver aconselhado em relação à

causa ou ainda as auxiliado financeiramente com as despesas do processo;

tiver qualquer interesse no julgamento do feito em favor de uma das partes.

Após a nomeação, o profissional, terá o prazo de 5 (cinco) dias para justificar-

se quanto à escusa da tarefa pericial, toda vez que se achar ao encontro das

normas de impedimento ou suspeição, ou de encontro às exigências teórico-

tecnicas da perícia. Neste caso, o Perito poderá ser substituído conforme art.

424 do CPC, sem haver nenhuma sanção para o profissional. De forma geral,

esta série de itens discorre sobre habilidades ético-teórico-práticas necessárias

para a prestação jurisdicional, mas que se fazem presente em qualquer

atividade profissional do psicólogo, também se verificando no próprio Código

de Ética do Profissional Psicólogo (CEPP), in verbis:

“art. 1º: São deveres fundamentais do psicólogo:

b) Assumir responsabilidades profissionais somente por

atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica

e tecnicamente”.

Ainda no CEPP encontram-se outros artigos relacionados diretamente com o

CPC e CPP e a tarefa pericial, tal como:

“art. 2 do CEPP: É vedado ao Psicólogo:

k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas

quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou

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anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser

realizado ou a fidelidade dos resultados da avaliação.”

Em caso de não observação das questões anteriormente citadas, certas

conseqüências devem ser consideradas. As penalidades atribuídas ao

profissional que presta um serviço pericial de forma indevida estão descritas no

art. 147 do CPC: “O Perito que, por dolo ou culpa, prestar informações

inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado,

por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a

lei penal estabelecer”. Também no CEPP o artigo 21 discorre sobre sansões

ético-disciplinares que estão sujeitos os psicólogos que, de alguma forma,

transgredir os preceitos estabelecidos pelo mesmo: a) Advertência; b) Multa; c)

Censura pública; d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta)

dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do

exercício profissional ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.

Infelizmente não é raro em perícias psicológicas ações movidas contra peritos

pela parte “prejudicada”, ou seja, da parte que o laudo não favorece. Em

termos legais, esta ação pode ser tanto no âmbito cível (ação de indenizações

por dano moral), penal (Vara Criminal, por falsa perícia), e ético (no Comitê de

Ética do Conselho Regional de Psicologia) - Silva, 2003. Em abertura do

primeiro encontro com psicólogos peritos e assistentes técnicos de São Paulo

no ano de 2005, Souza apresenta pesquisa realizada pelo CRP/SP, na qual

dos 200 processos em trâmite na Comissão de Ética do CRP/SP, 11 versavam

sobre o questionamento do trabalho do psicólogo como perito e 2 sobre o

trabalho do psicólogo como assistente técnico. Ainda enumera em cinco o

número de temáticas que englobam as queixas que incidem sobre os

psicólogos: a) técnicas utilizadas; b) fundamentação das conclusões; c) relação

do trabalho do perito com o do assistente técnico; e) produção de laudos

divergentes por parte dos profissionais envolvidos, até quando as mesmas

técnicas são utilizadas; e) produção de um laudo parcial, ouvindo somente uma

parte.

Nestas condições, Florez & Taborda (2004) assinalam a importância da

reflexão por parte do profissional, antes mesmo de aceitar esta função laboral.

Esta auto-avaliação em torno da aceitação ou não da realização da perícia

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psicológica pode ser considerada o primeiro compromisso ético em uma perícia

psicológica. Ao fim, tal decisão basear-se-á em princípios de imparcialidade3,

de respeito à pessoa humana e no comprometimento do avaliador ao

compromisso ético hipocráticos de beneficência e principalmente de não

maleficência, contidos até hoje nos principais códigos deontológicos das

profissões ligadas à saúde. Estes princípios servem no sentido de o

profissional não deixar que questões de incapacidades teórico-técnicas,

pessoais ou subjetivas possam atrapalhar ou prejudicar o periciando no

resultado final da avaliação (Barros, 2005).

Contato com o avaliando

Uma das questões principais que diferem a avaliação psicológica clinica

da perícia psicológica diz respeito à relação que o profissional tem com o

avaliando. No primeiro, o sujeito procura por vontade própria ou por

encaminhamento de outro profissional da saúde. Na perícia, o sujeito vem a

uma avaliação ordenada por um juiz ou advogado, ou seja, de forma

involuntária (Rovinski, 2000). Souza (2006) destaca que “o contato médico-

paciente é iniciado pelo interesse da sociedade do que pelo desejo individual

do paciente”(p. 161). Desta forma, a demanda referente à saúde mental e à

necessidade de tratamento do sujeito ficam em segundo plano em detrimento

às necessidades do sistema judiciário, priorizando a situação litigiosa. Assim,

seu compromisso é com a Justiça e não com o periciando (Taborda & Florez,

2006). Esta diferença de posicionamento que se encontra avaliador e avaliando

será de fundamental importância para o desenrolar de todo processo pericial.

Isso porque enquanto o perito exercerá sua função de forma mais distante do

que em um contexto clinico normal, o periciando poderá oferecer um maior

número de resistências a nível consciente, além de atitudes não colaborativas

para a avaliação (Rovinski, 2004).

3 Segundo Florez, J. A. & Taborda, J. G. V. (2006, p. 88): “Por neutralidade entende-se tanto uma condição objetiva de ausência de qualquer interesse no caso em julgamento, quanto especial atenção às questões subjetivas , principalmente às de natureza contra-transferenciais”.

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Consentimento informado e autonomia na Perícia Psic ológica

Muñoz e Fortes (1998) destacam a autonomia4 como sendo a

capacidade do indivíduo de decidir sobre sua própria vida. Porém, para que

esta capacidade de autodeterminação e liberdade de escolha se apresente de

forma genuína, é necessário que este mesmo sujeito esteja diante de

alternativas, de opções sobre determinada questão. Estas alternativas serão o

elo principal entre a autonomia, que se dá a partir de um plano conceitual, e o

consentimento, representado na esfera real. Tais questões (autonomia e

consentimento informado) surgem pela primeira vez como resultado do

julgamento de Nuremberg em 1946, pelo qual 23 pessoas, dentre as quais 20

eram médicos, foram condenadas por crimes de guerra devidos aos

experimentos realizados (Almeida, 1999).

Segundo Clotet (2006), mesmo com algumas diferenças terminológicas

em relação aos termos consentimento informado, consentimento livre e

esclarecido, consentimento livre e informado, dentre outros, a idéia

fundamental de todas essas expressões corresponde a “uma decisão

voluntária, verbal ou escrita, protagonizada por uma pessoa autônoma e capaz,

tomada após um processo informativo, para a aceitação de determinado

procedimento especifico” (p.228). Fortes (1998) acrescenta que este

consentimento deve ser fornecido pelo profissional da saúde de forma livre e

esclarecida, sendo renovável e revogável. Conforme Ribeiro (2002), o histórico

do consentimento informado tem origem de longa data. Seus pressupostos são

encontrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos como uma

tentativa pós Segunda Guerra Mundial de não deixar que os horrores e

atrocidades cometidas pelos nazistas voltasse a ocorrer. Porém, é no Código

de Nuremberg de 1947, citado anteriormente, que aparecem os princípios que

visam proteger o individuo que se submete a qualquer atividade de pesquisa ou

intervenção, sendo seu primeiro ponto de aplicação a investigação em seres

humanos. Segundo Souza (2003), o consentimento informado pode ser

realizado de forma oral ou escrita, recomendando-se a escrita, sob ponto de

vista legal.

4 Conforme Munõz & Fortez (1998, p. 57): “autonomia é um termo derivado do grego ‘auto’ (próprio) e ‘nomos’ (lei, regra, norma)”.

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Não obstante ao dito, existem profissionais da área da saúde que

criticam o consentimento em análise, sob o argumento que este prejudicaria a

relação do profissional com o paciente e questionam sua legitimação efetiva

perante a justiça (Zanini, 2004).

Certamente o termo consentimento informado, em documento escrito,

constitui significativa evidencia, mas não o é de forma absoluta pois alegações

de má-fé ou erro profissional, quando comprovadas, sobrepõe-se a este

documento. No Brasil, os profissionais da saúde ainda utilizam de maneira

restrita o consentimento na sua forma escrita, porém cabe destacar que sua

relevância tem ganhado significada apreciação legal como meio de prova

(Giostri, 2003).

Em se tratando da maioridade legal, há de se esclarecer que para a

legislação brasileira são consideradas crianças os indivíduos até 12 anos de

idade e adolescentes, dos 12 aos 18 anos, conforme o Estatuto da Criança e

do Adolescente e o Código Civil de 2002. Assim, o sujeito deverá ter a idade

mínima de 18 anos para que possa prestar consentimento informado em nome

próprio. Até lá, o menor ficará submetido ao consentimento de seu responsável

legal. Em se tratando de procedimentos na área psicológica, consta no CEPP

de forma clara no artigo 8° a exigência da autoriza ção de ao menos um dos

responsáveis pelo menor. Uma questão complexa, porém, diz respeito à

emancipação e ao consentimento informado. Conforme o art. 5º do Código

Civil, a emancipação pode ser voluntária ou legal para os indivíduos maiores de

16 anos. Segundo Baú (2005), tais questões ligadas à criança e ao

adolescente trazem a tona discussões a respeito do ponto que divide o

indivíduo no que diz com a sua capacidade concisa de decidir sobre a

submissão ou não de determinado procedimento. Mesmo em sujeitos maiores

de 18 anos de idade, que transitam próximos a esta, cabe a indagação da

capacidade de autonomia para fins decisórios a respeito da vida. Leone (1998)

acrescenta que a autonomia de crianças e adolescentes só pode ser entendida

a partir do conhecimento do desenvolvimento e da evolução das competências

que se adquire nas diferentes idades. Com base nesse posicionamento se

questiona o entendimento legal que coloca o indivíduo menor de idade no

mesmo patamar de um sujeito incapaz e que atribuí a total capacidade

decisória ao responsável legal.

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Porém, cabe destacar que esta restrição à autonomia não se limita aos

menores e incapazes. Ao tratar do tema sobre autonomia na esfera legal,

Fabro (1999) aponta várias situações, em que esta liberdade de

autodeterminanar-se encontra limites. Ao fim, lança mão de um entendimento

doutrinário jurídico que considera que o direito do indivíduo estende-se ao

direito do próprio corpo, exceto quando colocado em risco a manutenção de

sua integridade.

Mas afinal, o que está em jogo no consentimento livre esclarecido no

contexto da avaliação psicológica forense? Segundo Souza (2006), mesmo

neste cenário apresentado, questões ligadas ao consentimento informado e à

autonomia devem ser consideradas. Florez e Taborda (2004) destacam que

sua importância encontra-se nos achados desfavoráveis que possa resultar na

avaliação, no sentido de ir contra os interesses legais do periciando. Para

Souza (2006) “Ninguém deve ser constrangido a fazer prova contra si, nem

obrigado a participar de perícia em si mesmo, se este não for o seu desejo ou

não lhe convier” (p.160). Porém, existe o entendimento de que a determinação

judicial sobre determinado procedimento pericial em certas situações como

interdição, por exemplo, são suficientes para o profissional proceder de forma

ética mesmo em caso de recusa por parte do avaliando. Nestas situações,

autores recomendam ao profissional comunicar que esta recusa terá possíveis

conseqüências negativas às conclusões periciais (Florez & Taborda, 2006).

Portanto, cabe ao avaliador o importante passo ético (submetido ao principio da

honestidade que se encontra o avaliador) de esclarecer o nível de relação que

será estabelecido, seu compromisso com a instituição legal e os procedimentos

pelos quais se submeterá o periciando. Esta posição perante o avaliador terá

como conseqüência modificações significativas no contrato de sigilo e

confidencialidade (Coelho & Brasil, 2006).

Privacidade, Confidencialidade e Sigilo na Perícia Psicológica

Historicamente, a confidencialidade profissional tem sua origem na

ciência médica estendendo-se, posteriormente, às demais profissões da saúde.

Ela está presente desde o juramento hipocrático do século V A. C., o qual

previa o dever profissional de proteger o segredo dos doentes. A

confidencialidade terá uma relação direta com o conceito de privacidade, cuja

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idéia fala do aceso restrito de terceiros ao corpo ou à mente de um individuo.

Este conceito continuará inalterado durante algum tempo, sendo revisto

somente nos séculos XVIII e XIX, ressurgindo sob a regra do sigilo, a qual

passa a ganhar um status legal e deontológico de direito-dever (Loch, 2003).

Conforme Francisconi e Goldim (1998), o sigilo possui uma função importante

que vai além da questão legal, versando sobre a relação do indivíduo com o

profissional da saúde. Assim, esta relação será, antes de tudo, marcada pela

confiança que também terá seu reflexo no vínculo estabelecido.

No Brasil, o sigilo se encontra garantido por lei, presente no Código

Penal (art. 154) e sendo considerado crime de violação de segredo profissional,

estendido para qualquer profissão. Assim como em outros códigos

deontológicos (Código de ética médica, por exemplo), a questão do sigilo

também é garantida no CEPP presente no artigo 9º: “É dever do psicólogo

respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a

intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no

exercício profissional”. Mas o que chama atenção no próprio CEPP é o artigo

seguinte que, como que já prevendo situações futuras (em avaliações

psicológicas periciais, por exemplo), exige a quebra deste sigilo – Art. 10º: “Nas

situações em que se configure conflito entre exigências decorrentes do

disposto no Art, 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código,

excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela

quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo”, e ainda

acrescenta em seu parágrafo único que quando optar pela quebra de sigilo,

acabará restringindo-se em apresentar informações estritamente necessárias.

Apesar de haver um consenso em relação à lealdade por parte dos

especialistas dessa área com quem determina a realização do exame pericial –

o juiz, Taborda e Florez (2006) apontam que em bioética situações como as de

uma avaliação forense podem ser consideradas como questões de

agenciamento duplo. Este conceito é utilizado toda vez que o profissional se

encontrar em uma situação na qual deve lealdade a duas ordens distintas, o

que pode gerar um risco sob o ponto de vista moral. Neste sentido, o avaliador

deverá ponderar entre seu dever ético para com o avaliando e também com

quem solicitou/determinou a avaliação. Nas perícias psicológicas, o limite do

sigilo e dos princípios de confidencialidade sempre deverão constar no

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consentimento informado de uma avaliação pericial. Fica assim estabelecida

como mais uma tarefa inicial de uma perícia colocar para o avaliando quem

terá acesso ao laudo e o que poderá constar neste documento. Porém

observa-se uma importante diferença entre quebra de confidencialidade (juiz,

promotor e advogado tendo acesso aos documentos periciais) e

inconfidencialidade, sendo este último um cuidado importante por parte do

perito de não permitir o acesso às informações por parte de terceiros.

Laudo Pericial, Sigilo, Direito à Informação e Ence rramento do

Processo

O laudo pericial consiste em um documento que será elaborado pelo

perito ao final de um processo de avaliação. Este documento será bastante

parecido com o formato de um laudo psicológico em uma avaliação clínica,

diferenciando-se deste em algumas peculiaridades. De forma resumida, este

laudo pericial será composto pelos dados de identificação do avaliando, pelos

métodos e procedimentos utilizados pelo perito, seus achados e discussão

sobre os mesmos e, por fim, por uma breve conclusão. Apesar de ser

considerado um meio de prova, o laudo pericial não se constitui em uma

verdade absoluta e, conseqüentemente, é passível de critica e questionamento

(Silva, 2003). Sob o ponto de vista legal, esta é uma das principais questões

que o perito deverá atentar-se. Conforme os itens contidos no artigo 2º do

CEPP, é vedado ao psicólogo:

“g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade

técnico-científica;

h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e

técnicas psicológicas, adulterar resultados ou fazer

declarações falsas.”

Para Rovinski (2000), essas observações dispostas no Código de Ética

do Psicólogo, juntamente com o contido no artigo 147 do Código de Processo

Civil anteriormente citado, influenciarão de forma direta na elaboração e

disposição do laudo. Neste deverá constar dados extremamente objetivos e

com alto grau de precisão e clareza na discussão de seus achados,

fundamentados teoricamente para que se possa justificar a conclusão e

principalmente evitar possíveis sansões administrativas ao profissional, em

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caso de não observação destas considerações legais e deontológicas. Outra

importante consideração a ser feita ao redigir o laudo diz respeito ao conteúdo

apresentado neste documento. Dito de outra forma, o que se pode revelar em

um laudo psicológico forense? Nesta etapa novamente entrará em discussão a

questão do sigilo. Fortes (1998) destaca que “o caráter sigiloso das

informações deve ser observado nas comunicações orais ou escritas com

outros profissionais, com a imprensa ou autoridades...” (p. 75). Entretanto,

aponta quatro tipos de situações, nas quais este sigilo poderá ser quebrado: a)

pelo próprio consentimento; b) dever legal, a fim de evitar a propagação de

moléstias; c) em risco de suicídio; e) em justas causas, cujo significado pratico

versa sobre situações em que o sigilo deve ser sacrificado em beneficio de

outro direito como por exemplo, a vida ou a saúde de outra pessoa ou da

sociedade. Silva (2003) aponta para uma solução recomendada pelos

especialistas da área, em que o texto apresentado no laudo deve se limitar às

questões pertinentes a pergunta formulada pelo juiz ou pelos advogados.

Assim, a presença de todo conteúdo que será apresentado no laudo será

justificado pela necessidade de responder (e somente responder) a questão

inicialmente requerida.

Para muitos profissionais, a elaboração do laudo pode ser considera

como a última etapa de uma avaliação pericial. Ainda há pouca referência

quanto aos procedimentos finais frente ao direito às informações resultantes da

avaliação por parte do avaliando. De forma geral, observa-se uma discussão

de vários autores quanto aos diferentes modelos da bioética para resolver

problemas ligados ao direto de informação, ora tendendo aos modelos

utilitárias, ora tendendo aos modelos principialista (Fortes, 1998; Gomes &

França, 1998). Segundo Cunha (2000), é importante se ter claro que o

compromisso para com a devolução dos resultados obtidos de uma avaliação é

sempre com quem a solicitou. Porém, destaca que, atualmente, o que se

observa na prática é que existe um entendimento que o avaliando também tem

direito a um feedback dos resultados da avaliação, sendo mais indicado para

este, uma devolução oral numa linguagem compatível ao nível de

compreensão do sujeito. Na avaliação psicológica forense, encontram-se

posicionamentos divergentes frente a esta devolução. Consoante Rovinski

(2000), alguns autores delegam a responsabilidade de devolução à pessoa que

Page 15: psicologia jurídica

solicitou a avaliação (juiz ou advogado), enquanto outros autores recomendam

a devolução do próprio psicólogo para com o periciando. Mesmo no Código de

Ética do Psicólogo, que é explicito o dever de informar sobre os resultados

decorrentes de um serviço de psicologia, também não há especificação a quem

se deva dirigir essa informação, o que se verifica no artigo 1º - dos deveres do

psicólogo-, presentes no item g: “Informar, a quem de direito, os resultados

decorrentes da prestação de serviço psicológico, transmitindo somente o que

for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou

beneficiário”. O que se observa é um questionamento frente à devolução, antes

do encaminhamento dos achados para o juiz, pois este fato poderia interferir no

andamento do processo. Considerado de bom senso é o profissional se colocar

à disposição do periciado para esclarecimento de dúvidas em relação ao laudo,

depois deste documento se tornar disponível para as partes envolvidas.

Considerações Finais

Analisar possíveis desfechos éticos em um ambiente multidisciplinar

certamente constitui-se de uma tarefa complexa. Conforme Santos (2003), a

psicologia jurídica ainda pode ser considerada pouco estudada, visto a sua

importância para o direito nos mais variados âmbitos legais. Ressalta-se, no

entanto, o crescente interesse e desenvolvimento das ciências afins ao

contexto forense. Em uma pesquisa realizada entre psiquiatras forenses da

Inglaterra e do Brasil sobre as considerações clínicas, éticas e legais, verificou-

se que, apesar da legislação inglesa estar mais “munida” em relação às leis

especificas, referentes à saúde mental, observa-se uma clarificação mais

apurada por parte dos psiquiatras brasileiros frente às questões éticas, quanto

a diferença de posicionamento exercido no contexto clinico e no contexto

forense (Filho & Engelhardt, 2003). Porém, Filho e Bertolote (2006) apontam

grande dificuldade na discussão e reflexão das práticas forenses ligadas à

saúde mental em nível internacional, devido às diversidades culturais, políticas,

jurídicas e religiosas dos diferentes paises.

Calle (2005) propôs uma busca sem sucesso de códigos deontologicos

específicos de psicologia forense nas Américas e na Espanha. No entanto,

destaca a existência de considerações importantes referentes a esta

Page 16: psicologia jurídica

especificidade psicológica, presente no Código de Ética da APA (American

Psychological Association). O que propõe de forma efetiva é a criação de

códigos deontológicos específicos para os psicólogos forenses, com o intuito

de garantir-lhes certa segurança frente à realização laboral e de discorrer de

forma mais clara sobre a solução de problemas relativos às divergências entre

o código de ética do psicólogo e as leis locais de cada região. Contudo, é

importante que se tenha claro no desenvolvimento da psicologia jurídica o

papel que deverá se colocar o psicólogo enquanto profissional, diferenciando-

se do magistrado. Suas contribuições devem ir além do simples instrumento de

controle social, em que os indivíduos permanecem dentro da ordem jurídica

vigente, mas sem a solução dos conflitos de forma efetiva (Amendola, s/d). De

destacar ainda a contribuição das diversas ferramentas que norteiam o ser que

realiza tais atividades. Como exemplo tem-se a bioética que, há tempos, auxilia

de forma pertinente esses profissionais, por contemplar exatamente a ética da

vida aplicada em diversos universos, tendo em vista seu aspecto pluridisciplinar

(Vieira, 2000).

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