Upload
andrea-fernandes
View
46
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Questões bioéticas e legais no processo de avaliaçã o psicológica forense
Eduardo Zamel1
Blanca Susana Guevara Werlang2
Resumo
A prática de atividades relacionadas à psicologia inserida no contexto forense
pode ser considerada ainda recente. Para fins de avaliação psicológica, neste
cenário - chamadas perícias psicológicas -, é importante se ter clarificadas
questões éticas e legais, pois essas irão nortear a forma de proceder do
profissional. Nesta produção, o objetivo foi o de analisar aspectos éticos,
utilizando-se de conceitos da bioética, e legais no decorrer do processo de
avaliação psicológica forense, refletindo sobre cada etapa processual. Foi
realizada uma revisão da literatura sobre o tema, além dos conceitos propostos
pela bioética, bem como foi procedida consulta de códigos deontológicos e de
outros dispositivos legais. Por fim, considera-se de essencial importância a
observação dos princípios éticos e legais para a realização de uma perícia
psicológica. Assim, o profissional poderá exercer sua atividade de forma
idônea, respeitando os direitos básicos do sujeito que se está avaliando.
Palavras chave: Ética e avaliação psicológica forense, Psicologia jurídica;
Ética e perícia psicológica;
1 Psicólogo, mestrando em Psicologia Clinica (PUCRS). E-mail:[email protected]
2 Psicóloga, Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia - PUCRS
Introdução
Atualmente, a psicologia é uma ciência que se encontra em constante
crescimento e expansão. Estes dois fatores são atribuídos ao seu objeto de
estudo que manifestado nas emoções, cognições e relações humanas podem
ser observados e compreendidos nos mais diversos contextos. Segundo Mello
e Oliver (1998), a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos são questões
ligadas diretamente à psicologia, mas que também, em algumas situações,
este bem-estar e saúde mental estão relacionados à aplicação da lei e
imposições feitas pelo Poder Judiciário a fim de resolver, da melhor forma
possível, conflitos sociais das mais variadas esferas. É com este intuito que
surge a psicologia jurídica, ou seja, a psicologia servindo como subsídio às
decisões jurídicas. Conforme França (2004), a psicologia jurídica se caracteriza
como uma especialidade emergente da ciência psicológica, que atua nos mais
variados segmentos do entendimento legal, seja ele cível, criminal, penal,
trabalhista, entre outros.
Neste contexto, o psicólogo atua em várias frentes de trabalho, como,
por exemplo, na orientação e no acompanhamento dos indivíduos envolvidos
em litígio, contribuindo para políticas preventivas. Também trabalha no estudo
do efeito do judiciário sobre o indivíduo, na pesquisa de comportamentos
delinqüenciais entre outras, sendo a avaliação psicológica seu “carro chefe” da
prática judiciária, hipótese em que auxilia os Magistrados e operadores do
Direito naquilo que escapa ao saber legal. Casos de
imputabilidade/inimputabilidade, interdição, dano psíquico, disputa de guarda
de filhos e etc., que discorrem sobre saúde/doença psíquica,
capacidade/incapacidade cognitivo-emocional-relacional específicas, dentre
outras, demonstram o ponto de intersecção entre a psicologia clínica e a
psicologia jurídica.
Diante desta tarefa de avaliador, o psicólogo atua por meio das
chamadas perícias. A perícia se define como um exame feito por um
especialista de determinado assunto com o intuito de auxiliar os Magistrados
(Silva, 2006). Conforme Oliver, Mello, Moura, Possas e Moura (1998), esta
função é de “interlocutor entre os conhecimentos atuais do campo de sua
especialidade e a situação legislativa que normatiza a sociedade onde atua” (p.
415). Segundo Fenserseifer (2006), o psicólogo designado tem a possibilidade
de atuar como perito oficial, nomeado pelo juiz; como representante de uma
instituição publica, ou; como perito assistente técnico, designado por uma das
partes litigantes. Em se tratando de avaliação psicológica no âmbito jurídico,
Silva (2003) destaca que esta prática não possui técnicas e conhecimentos
próprios, utiliza-se, por isso, de conceitos já construídos da Psicologia para
chegar mais próximo às respostas esperadas e, conseqüentemente,
satisfatórias para aquele que pergunta.
Devido às nuanças ainda nebulosas sobre os pontos dicotômicos e de
intersecção clinico/jurídica Rovinski (2004) considera que não existe um
entendimento consensual absoluto quanto à conceituação do profissional
psicólogo que atua em relação direta com a Justiça (psicólogo jurídico,
psicólogo forense e etc.) e o tipo de avaliação que este executa (avaliação
psicológica forense, avaliação psicodiagnóstica, avaliação psicodiagnóstica
forense, dentre outras). Porém, para esta autora, há referenciais éticos e legais
a serem observados, os quais podem ser encontrados nos manuais
psiquiátricos forenses e nos manuais de psicologia jurídica (observadas as
diferenças e os pontos em comum entre essas profissões - Psicologia e
Medicina Psiquiátrica), nos códigos deontológicos das profissões acima
referidas, no Código de Processo Civil (CPC), no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), no Código de Processo Penal (CPP) e em outros
dispositivos legais.
Além dessas importantes ferramentas que norteiam este fazer do perito,
também são encontradas contribuições apresentadas pela Bioética, em seus
modelos explicativos (principialistas, autonomista, utilitarista e etc.). A Bioética
possui ampla dimensão, estendendo-se aos animais e a natureza. Mas
também se relaciona com a ética da Psicologia de forma significativa, pois
ambas possuem seus alicerces baseados em valores humanitários. Segundo
Goldim (1997), atualmente pode-se considerar a Bioética como uma ética
aplicada às questões da saúde e da pesquisa com seres humanos. A partir das
diferentes visões de profissionais da saúde, de filósofos, advogados,
sociólogos, administradores, dentre outros que atuam em áreas do
conhecimento é que se estabelecem as reflexões e conclusões acerca de
relações interpessoais, ou seja, entre os atores envolvidos em determinada
cena. Na contemporaneidade a interdisciplinaridade se faz necessária com a
finalidade de estimular novas discussões e reflexões, que podem vir a
possibilitar soluções adequadas. Filho & Trsotto (2006) acrescentam que a
bioética concentra seu discurso baseado no valor fundamental da vida, ligado
às chamadas “profissões de cuidado”, subentendo-se que vinculadas ao campo
da saúde.
A importância da reflexão ética e bioética e as observações legais
específicas sobre a conduta e o fazer em cada etapa de uma avaliação no
contexto judiciário vai além do binômio certo/errado. Por qualquer que seja o
motivo, sua não observação, pelo psicólogo perito, extrapola as conseqüências
de uma psicoterapia mal sucedida e toda a subjetividade que esta carrega,
tanto para o profissional que se propôs a realizá-la, quanto para o indivíduo
objeto da perícia. Logo, tão importante quanto o saber teórico e técnico está a
importância do saber ético e legal do Psicólogo, para executar seu trabalho
com zelo e eficiência (Silva, 2003).
Avaliação Psicológica, Perícia e lei
Há mais ou menos um século a mensuração do comportamento humano
se faz presente como uma das tarefas da ciência psicológica. Seu objetivo
primeiro constitui na descrição e classificação do comportamento, valendo-se
de técnicas e métodos próprios, para, conseqüentemente, tirar alguma
conclusão ou indicar a melhor intervenção (Cunha, 2000). Para Cunha (2000),
a avaliação psicológica possui um conceito amplo, estendendo-se a diversos
contextos em que atua o profissional psicólogo. O processo psicodiagnóstico,
por exemplo, diz respeito a uma avaliação psicológica feita com propósitos
clínicos, visando identificar forças e fraquezas do funcionamento psicológico. O
psicodiagnóstico deve passar por cinco importantes etapas: a) Uma entrevista
inicial com o avaliando para saber os motivos da consulta e objetivos do
exame; b) planejamento e seleção dos instrumentos a serem utilizados; c)
aplicação e levantamento dos instrumentos selecionados; d) integração de
dados e informações, tendo como referência as hipóteses e os objetivos iniciais
do exame e) comunicação dos resultados e orientação sobre o caso, de forma
oral ou escrita, através de laudo ou parecer e encerramento do processo de
avaliação (Cunha. 2000).
Geralmente, os passos referentes ao psicodiagnóstico acabam sendo
um referencial para todos os psicólogos que realizam uma avaliação
psicológica, mesmo que em contextos e com objetivos distintos. Na avaliação
psicológica forense, faz-se necessária a adaptação dos procedimentos da
avaliação psicológica clínica ao contexto jurídico, principalmente devido à
implicação legal existente neste processo. O olhar constante da lei acaba
sendo decisivo na forma de proceder do psicólogo. Este terá que ter um
cuidado redobrado em determinadas etapas do processo, pois, desta relação
entre avaliador e avaliando, o descuido e a não observação de determinada
regra pode resultar em graves sanções para o profissional (Rovinski, 2000).
Segundo Florez e Taborda (2004), o desconhecimento da lei em si é um dos
principais problemas enfrentados pelos profissionais que atuam com a
avaliação no âmbito forense.
Na área criminal, as determinações da perícia psicológica encontram-se
relacionadas ao Código de Processo Penal (CPP). Neste código, a questão
pericial aparece em casos de avaliação da saúde mental, nos quais existe a
necessidade de especificações referentes à insanidade mental por meio de um
“exame médico-legal” (art. 149). Outra solicitação freqüentemente verificada é
a que versa sobre a execução das Mediadas de Segurança (art. 775), a qual
exige a realização de um laudo psiquiátrico (Rovinski, 2004). Assim, o
Psicólogo atuará somente por meio de uma avaliação complementar ao do
Psiquiatra, não podendo assumir a responsabilidade destes tipos de perícias
(Taborda, 2004). Já a habilitação do Perito na área cível está disciplinada no
Código de Processo Civil (CPC), onde consta sua definição como auxiliar da
justiça, sua qualificação como profissional de nível universitário, devidamente
inscrito em órgão de classe e sua capacitação teórica e técnica para o
desempenho da atividade, conforme o contido no art. 139 e no art. 145, ambos
do CPC. Observa-se assim uma diferença nas exigências quanto à qualificação
profissional do perito na área penal e na área cível
Porém, cabe destacar que há hipóteses que impossibilitam o perito de
exercer seu ofício. Dentre as quais os casos de impedimento (art. 134 do
CPC), de suspeição (art. 135 do CPC), ou ainda, quando o próprio perito
escusa-se, por “motivo legítimo”, o que o torna incapaz para a realização da
tarefa, conforme o art. 146 do CPC. Taborda (2004) destaca os itens relativos a
impedimento, quais sejam: se o perito for parte; houver prestado depoimento
como testemunha; for cônjuge, parente em linha reta em qualquer grau ou
parente em linha colateral até segundo grau do advogado da parte; for cônjuge,
parente em linha reta em qualquer grau ou parente em linha colateral até
terceiro grau da parte; for membro da administração de pessoa que é parte no
feito. Sobre as razões de suspeição apresenta-se: quando o perito for amigo
intimo ou inimigo capital de qualquer das partes; for credor ou devedor de
qualquer das partes, ou isso ocorrer com seu cônjuge, bem como aos parentes
em linha reta em qualquer grau ou em linha colateral até terceiro grau; for
herdeiro, donatário ou empregador de qualquer das partes; houver recebido
presentes de qualquer das partes ou as houver aconselhado em relação à
causa ou ainda as auxiliado financeiramente com as despesas do processo;
tiver qualquer interesse no julgamento do feito em favor de uma das partes.
Após a nomeação, o profissional, terá o prazo de 5 (cinco) dias para justificar-
se quanto à escusa da tarefa pericial, toda vez que se achar ao encontro das
normas de impedimento ou suspeição, ou de encontro às exigências teórico-
tecnicas da perícia. Neste caso, o Perito poderá ser substituído conforme art.
424 do CPC, sem haver nenhuma sanção para o profissional. De forma geral,
esta série de itens discorre sobre habilidades ético-teórico-práticas necessárias
para a prestação jurisdicional, mas que se fazem presente em qualquer
atividade profissional do psicólogo, também se verificando no próprio Código
de Ética do Profissional Psicólogo (CEPP), in verbis:
“art. 1º: São deveres fundamentais do psicólogo:
b) Assumir responsabilidades profissionais somente por
atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica
e tecnicamente”.
Ainda no CEPP encontram-se outros artigos relacionados diretamente com o
CPC e CPP e a tarefa pericial, tal como:
“art. 2 do CEPP: É vedado ao Psicólogo:
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas
quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou
anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser
realizado ou a fidelidade dos resultados da avaliação.”
Em caso de não observação das questões anteriormente citadas, certas
conseqüências devem ser consideradas. As penalidades atribuídas ao
profissional que presta um serviço pericial de forma indevida estão descritas no
art. 147 do CPC: “O Perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado,
por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a
lei penal estabelecer”. Também no CEPP o artigo 21 discorre sobre sansões
ético-disciplinares que estão sujeitos os psicólogos que, de alguma forma,
transgredir os preceitos estabelecidos pelo mesmo: a) Advertência; b) Multa; c)
Censura pública; d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta)
dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do
exercício profissional ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.
Infelizmente não é raro em perícias psicológicas ações movidas contra peritos
pela parte “prejudicada”, ou seja, da parte que o laudo não favorece. Em
termos legais, esta ação pode ser tanto no âmbito cível (ação de indenizações
por dano moral), penal (Vara Criminal, por falsa perícia), e ético (no Comitê de
Ética do Conselho Regional de Psicologia) - Silva, 2003. Em abertura do
primeiro encontro com psicólogos peritos e assistentes técnicos de São Paulo
no ano de 2005, Souza apresenta pesquisa realizada pelo CRP/SP, na qual
dos 200 processos em trâmite na Comissão de Ética do CRP/SP, 11 versavam
sobre o questionamento do trabalho do psicólogo como perito e 2 sobre o
trabalho do psicólogo como assistente técnico. Ainda enumera em cinco o
número de temáticas que englobam as queixas que incidem sobre os
psicólogos: a) técnicas utilizadas; b) fundamentação das conclusões; c) relação
do trabalho do perito com o do assistente técnico; e) produção de laudos
divergentes por parte dos profissionais envolvidos, até quando as mesmas
técnicas são utilizadas; e) produção de um laudo parcial, ouvindo somente uma
parte.
Nestas condições, Florez & Taborda (2004) assinalam a importância da
reflexão por parte do profissional, antes mesmo de aceitar esta função laboral.
Esta auto-avaliação em torno da aceitação ou não da realização da perícia
psicológica pode ser considerada o primeiro compromisso ético em uma perícia
psicológica. Ao fim, tal decisão basear-se-á em princípios de imparcialidade3,
de respeito à pessoa humana e no comprometimento do avaliador ao
compromisso ético hipocráticos de beneficência e principalmente de não
maleficência, contidos até hoje nos principais códigos deontológicos das
profissões ligadas à saúde. Estes princípios servem no sentido de o
profissional não deixar que questões de incapacidades teórico-técnicas,
pessoais ou subjetivas possam atrapalhar ou prejudicar o periciando no
resultado final da avaliação (Barros, 2005).
Contato com o avaliando
Uma das questões principais que diferem a avaliação psicológica clinica
da perícia psicológica diz respeito à relação que o profissional tem com o
avaliando. No primeiro, o sujeito procura por vontade própria ou por
encaminhamento de outro profissional da saúde. Na perícia, o sujeito vem a
uma avaliação ordenada por um juiz ou advogado, ou seja, de forma
involuntária (Rovinski, 2000). Souza (2006) destaca que “o contato médico-
paciente é iniciado pelo interesse da sociedade do que pelo desejo individual
do paciente”(p. 161). Desta forma, a demanda referente à saúde mental e à
necessidade de tratamento do sujeito ficam em segundo plano em detrimento
às necessidades do sistema judiciário, priorizando a situação litigiosa. Assim,
seu compromisso é com a Justiça e não com o periciando (Taborda & Florez,
2006). Esta diferença de posicionamento que se encontra avaliador e avaliando
será de fundamental importância para o desenrolar de todo processo pericial.
Isso porque enquanto o perito exercerá sua função de forma mais distante do
que em um contexto clinico normal, o periciando poderá oferecer um maior
número de resistências a nível consciente, além de atitudes não colaborativas
para a avaliação (Rovinski, 2004).
3 Segundo Florez, J. A. & Taborda, J. G. V. (2006, p. 88): “Por neutralidade entende-se tanto uma condição objetiva de ausência de qualquer interesse no caso em julgamento, quanto especial atenção às questões subjetivas , principalmente às de natureza contra-transferenciais”.
Consentimento informado e autonomia na Perícia Psic ológica
Muñoz e Fortes (1998) destacam a autonomia4 como sendo a
capacidade do indivíduo de decidir sobre sua própria vida. Porém, para que
esta capacidade de autodeterminação e liberdade de escolha se apresente de
forma genuína, é necessário que este mesmo sujeito esteja diante de
alternativas, de opções sobre determinada questão. Estas alternativas serão o
elo principal entre a autonomia, que se dá a partir de um plano conceitual, e o
consentimento, representado na esfera real. Tais questões (autonomia e
consentimento informado) surgem pela primeira vez como resultado do
julgamento de Nuremberg em 1946, pelo qual 23 pessoas, dentre as quais 20
eram médicos, foram condenadas por crimes de guerra devidos aos
experimentos realizados (Almeida, 1999).
Segundo Clotet (2006), mesmo com algumas diferenças terminológicas
em relação aos termos consentimento informado, consentimento livre e
esclarecido, consentimento livre e informado, dentre outros, a idéia
fundamental de todas essas expressões corresponde a “uma decisão
voluntária, verbal ou escrita, protagonizada por uma pessoa autônoma e capaz,
tomada após um processo informativo, para a aceitação de determinado
procedimento especifico” (p.228). Fortes (1998) acrescenta que este
consentimento deve ser fornecido pelo profissional da saúde de forma livre e
esclarecida, sendo renovável e revogável. Conforme Ribeiro (2002), o histórico
do consentimento informado tem origem de longa data. Seus pressupostos são
encontrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos como uma
tentativa pós Segunda Guerra Mundial de não deixar que os horrores e
atrocidades cometidas pelos nazistas voltasse a ocorrer. Porém, é no Código
de Nuremberg de 1947, citado anteriormente, que aparecem os princípios que
visam proteger o individuo que se submete a qualquer atividade de pesquisa ou
intervenção, sendo seu primeiro ponto de aplicação a investigação em seres
humanos. Segundo Souza (2003), o consentimento informado pode ser
realizado de forma oral ou escrita, recomendando-se a escrita, sob ponto de
vista legal.
4 Conforme Munõz & Fortez (1998, p. 57): “autonomia é um termo derivado do grego ‘auto’ (próprio) e ‘nomos’ (lei, regra, norma)”.
Não obstante ao dito, existem profissionais da área da saúde que
criticam o consentimento em análise, sob o argumento que este prejudicaria a
relação do profissional com o paciente e questionam sua legitimação efetiva
perante a justiça (Zanini, 2004).
Certamente o termo consentimento informado, em documento escrito,
constitui significativa evidencia, mas não o é de forma absoluta pois alegações
de má-fé ou erro profissional, quando comprovadas, sobrepõe-se a este
documento. No Brasil, os profissionais da saúde ainda utilizam de maneira
restrita o consentimento na sua forma escrita, porém cabe destacar que sua
relevância tem ganhado significada apreciação legal como meio de prova
(Giostri, 2003).
Em se tratando da maioridade legal, há de se esclarecer que para a
legislação brasileira são consideradas crianças os indivíduos até 12 anos de
idade e adolescentes, dos 12 aos 18 anos, conforme o Estatuto da Criança e
do Adolescente e o Código Civil de 2002. Assim, o sujeito deverá ter a idade
mínima de 18 anos para que possa prestar consentimento informado em nome
próprio. Até lá, o menor ficará submetido ao consentimento de seu responsável
legal. Em se tratando de procedimentos na área psicológica, consta no CEPP
de forma clara no artigo 8° a exigência da autoriza ção de ao menos um dos
responsáveis pelo menor. Uma questão complexa, porém, diz respeito à
emancipação e ao consentimento informado. Conforme o art. 5º do Código
Civil, a emancipação pode ser voluntária ou legal para os indivíduos maiores de
16 anos. Segundo Baú (2005), tais questões ligadas à criança e ao
adolescente trazem a tona discussões a respeito do ponto que divide o
indivíduo no que diz com a sua capacidade concisa de decidir sobre a
submissão ou não de determinado procedimento. Mesmo em sujeitos maiores
de 18 anos de idade, que transitam próximos a esta, cabe a indagação da
capacidade de autonomia para fins decisórios a respeito da vida. Leone (1998)
acrescenta que a autonomia de crianças e adolescentes só pode ser entendida
a partir do conhecimento do desenvolvimento e da evolução das competências
que se adquire nas diferentes idades. Com base nesse posicionamento se
questiona o entendimento legal que coloca o indivíduo menor de idade no
mesmo patamar de um sujeito incapaz e que atribuí a total capacidade
decisória ao responsável legal.
Porém, cabe destacar que esta restrição à autonomia não se limita aos
menores e incapazes. Ao tratar do tema sobre autonomia na esfera legal,
Fabro (1999) aponta várias situações, em que esta liberdade de
autodeterminanar-se encontra limites. Ao fim, lança mão de um entendimento
doutrinário jurídico que considera que o direito do indivíduo estende-se ao
direito do próprio corpo, exceto quando colocado em risco a manutenção de
sua integridade.
Mas afinal, o que está em jogo no consentimento livre esclarecido no
contexto da avaliação psicológica forense? Segundo Souza (2006), mesmo
neste cenário apresentado, questões ligadas ao consentimento informado e à
autonomia devem ser consideradas. Florez e Taborda (2004) destacam que
sua importância encontra-se nos achados desfavoráveis que possa resultar na
avaliação, no sentido de ir contra os interesses legais do periciando. Para
Souza (2006) “Ninguém deve ser constrangido a fazer prova contra si, nem
obrigado a participar de perícia em si mesmo, se este não for o seu desejo ou
não lhe convier” (p.160). Porém, existe o entendimento de que a determinação
judicial sobre determinado procedimento pericial em certas situações como
interdição, por exemplo, são suficientes para o profissional proceder de forma
ética mesmo em caso de recusa por parte do avaliando. Nestas situações,
autores recomendam ao profissional comunicar que esta recusa terá possíveis
conseqüências negativas às conclusões periciais (Florez & Taborda, 2006).
Portanto, cabe ao avaliador o importante passo ético (submetido ao principio da
honestidade que se encontra o avaliador) de esclarecer o nível de relação que
será estabelecido, seu compromisso com a instituição legal e os procedimentos
pelos quais se submeterá o periciando. Esta posição perante o avaliador terá
como conseqüência modificações significativas no contrato de sigilo e
confidencialidade (Coelho & Brasil, 2006).
Privacidade, Confidencialidade e Sigilo na Perícia Psicológica
Historicamente, a confidencialidade profissional tem sua origem na
ciência médica estendendo-se, posteriormente, às demais profissões da saúde.
Ela está presente desde o juramento hipocrático do século V A. C., o qual
previa o dever profissional de proteger o segredo dos doentes. A
confidencialidade terá uma relação direta com o conceito de privacidade, cuja
idéia fala do aceso restrito de terceiros ao corpo ou à mente de um individuo.
Este conceito continuará inalterado durante algum tempo, sendo revisto
somente nos séculos XVIII e XIX, ressurgindo sob a regra do sigilo, a qual
passa a ganhar um status legal e deontológico de direito-dever (Loch, 2003).
Conforme Francisconi e Goldim (1998), o sigilo possui uma função importante
que vai além da questão legal, versando sobre a relação do indivíduo com o
profissional da saúde. Assim, esta relação será, antes de tudo, marcada pela
confiança que também terá seu reflexo no vínculo estabelecido.
No Brasil, o sigilo se encontra garantido por lei, presente no Código
Penal (art. 154) e sendo considerado crime de violação de segredo profissional,
estendido para qualquer profissão. Assim como em outros códigos
deontológicos (Código de ética médica, por exemplo), a questão do sigilo
também é garantida no CEPP presente no artigo 9º: “É dever do psicólogo
respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a
intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no
exercício profissional”. Mas o que chama atenção no próprio CEPP é o artigo
seguinte que, como que já prevendo situações futuras (em avaliações
psicológicas periciais, por exemplo), exige a quebra deste sigilo – Art. 10º: “Nas
situações em que se configure conflito entre exigências decorrentes do
disposto no Art, 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código,
excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela
quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo”, e ainda
acrescenta em seu parágrafo único que quando optar pela quebra de sigilo,
acabará restringindo-se em apresentar informações estritamente necessárias.
Apesar de haver um consenso em relação à lealdade por parte dos
especialistas dessa área com quem determina a realização do exame pericial –
o juiz, Taborda e Florez (2006) apontam que em bioética situações como as de
uma avaliação forense podem ser consideradas como questões de
agenciamento duplo. Este conceito é utilizado toda vez que o profissional se
encontrar em uma situação na qual deve lealdade a duas ordens distintas, o
que pode gerar um risco sob o ponto de vista moral. Neste sentido, o avaliador
deverá ponderar entre seu dever ético para com o avaliando e também com
quem solicitou/determinou a avaliação. Nas perícias psicológicas, o limite do
sigilo e dos princípios de confidencialidade sempre deverão constar no
consentimento informado de uma avaliação pericial. Fica assim estabelecida
como mais uma tarefa inicial de uma perícia colocar para o avaliando quem
terá acesso ao laudo e o que poderá constar neste documento. Porém
observa-se uma importante diferença entre quebra de confidencialidade (juiz,
promotor e advogado tendo acesso aos documentos periciais) e
inconfidencialidade, sendo este último um cuidado importante por parte do
perito de não permitir o acesso às informações por parte de terceiros.
Laudo Pericial, Sigilo, Direito à Informação e Ence rramento do
Processo
O laudo pericial consiste em um documento que será elaborado pelo
perito ao final de um processo de avaliação. Este documento será bastante
parecido com o formato de um laudo psicológico em uma avaliação clínica,
diferenciando-se deste em algumas peculiaridades. De forma resumida, este
laudo pericial será composto pelos dados de identificação do avaliando, pelos
métodos e procedimentos utilizados pelo perito, seus achados e discussão
sobre os mesmos e, por fim, por uma breve conclusão. Apesar de ser
considerado um meio de prova, o laudo pericial não se constitui em uma
verdade absoluta e, conseqüentemente, é passível de critica e questionamento
(Silva, 2003). Sob o ponto de vista legal, esta é uma das principais questões
que o perito deverá atentar-se. Conforme os itens contidos no artigo 2º do
CEPP, é vedado ao psicólogo:
“g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade
técnico-científica;
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e
técnicas psicológicas, adulterar resultados ou fazer
declarações falsas.”
Para Rovinski (2000), essas observações dispostas no Código de Ética
do Psicólogo, juntamente com o contido no artigo 147 do Código de Processo
Civil anteriormente citado, influenciarão de forma direta na elaboração e
disposição do laudo. Neste deverá constar dados extremamente objetivos e
com alto grau de precisão e clareza na discussão de seus achados,
fundamentados teoricamente para que se possa justificar a conclusão e
principalmente evitar possíveis sansões administrativas ao profissional, em
caso de não observação destas considerações legais e deontológicas. Outra
importante consideração a ser feita ao redigir o laudo diz respeito ao conteúdo
apresentado neste documento. Dito de outra forma, o que se pode revelar em
um laudo psicológico forense? Nesta etapa novamente entrará em discussão a
questão do sigilo. Fortes (1998) destaca que “o caráter sigiloso das
informações deve ser observado nas comunicações orais ou escritas com
outros profissionais, com a imprensa ou autoridades...” (p. 75). Entretanto,
aponta quatro tipos de situações, nas quais este sigilo poderá ser quebrado: a)
pelo próprio consentimento; b) dever legal, a fim de evitar a propagação de
moléstias; c) em risco de suicídio; e) em justas causas, cujo significado pratico
versa sobre situações em que o sigilo deve ser sacrificado em beneficio de
outro direito como por exemplo, a vida ou a saúde de outra pessoa ou da
sociedade. Silva (2003) aponta para uma solução recomendada pelos
especialistas da área, em que o texto apresentado no laudo deve se limitar às
questões pertinentes a pergunta formulada pelo juiz ou pelos advogados.
Assim, a presença de todo conteúdo que será apresentado no laudo será
justificado pela necessidade de responder (e somente responder) a questão
inicialmente requerida.
Para muitos profissionais, a elaboração do laudo pode ser considera
como a última etapa de uma avaliação pericial. Ainda há pouca referência
quanto aos procedimentos finais frente ao direito às informações resultantes da
avaliação por parte do avaliando. De forma geral, observa-se uma discussão
de vários autores quanto aos diferentes modelos da bioética para resolver
problemas ligados ao direto de informação, ora tendendo aos modelos
utilitárias, ora tendendo aos modelos principialista (Fortes, 1998; Gomes &
França, 1998). Segundo Cunha (2000), é importante se ter claro que o
compromisso para com a devolução dos resultados obtidos de uma avaliação é
sempre com quem a solicitou. Porém, destaca que, atualmente, o que se
observa na prática é que existe um entendimento que o avaliando também tem
direito a um feedback dos resultados da avaliação, sendo mais indicado para
este, uma devolução oral numa linguagem compatível ao nível de
compreensão do sujeito. Na avaliação psicológica forense, encontram-se
posicionamentos divergentes frente a esta devolução. Consoante Rovinski
(2000), alguns autores delegam a responsabilidade de devolução à pessoa que
solicitou a avaliação (juiz ou advogado), enquanto outros autores recomendam
a devolução do próprio psicólogo para com o periciando. Mesmo no Código de
Ética do Psicólogo, que é explicito o dever de informar sobre os resultados
decorrentes de um serviço de psicologia, também não há especificação a quem
se deva dirigir essa informação, o que se verifica no artigo 1º - dos deveres do
psicólogo-, presentes no item g: “Informar, a quem de direito, os resultados
decorrentes da prestação de serviço psicológico, transmitindo somente o que
for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou
beneficiário”. O que se observa é um questionamento frente à devolução, antes
do encaminhamento dos achados para o juiz, pois este fato poderia interferir no
andamento do processo. Considerado de bom senso é o profissional se colocar
à disposição do periciado para esclarecimento de dúvidas em relação ao laudo,
depois deste documento se tornar disponível para as partes envolvidas.
Considerações Finais
Analisar possíveis desfechos éticos em um ambiente multidisciplinar
certamente constitui-se de uma tarefa complexa. Conforme Santos (2003), a
psicologia jurídica ainda pode ser considerada pouco estudada, visto a sua
importância para o direito nos mais variados âmbitos legais. Ressalta-se, no
entanto, o crescente interesse e desenvolvimento das ciências afins ao
contexto forense. Em uma pesquisa realizada entre psiquiatras forenses da
Inglaterra e do Brasil sobre as considerações clínicas, éticas e legais, verificou-
se que, apesar da legislação inglesa estar mais “munida” em relação às leis
especificas, referentes à saúde mental, observa-se uma clarificação mais
apurada por parte dos psiquiatras brasileiros frente às questões éticas, quanto
a diferença de posicionamento exercido no contexto clinico e no contexto
forense (Filho & Engelhardt, 2003). Porém, Filho e Bertolote (2006) apontam
grande dificuldade na discussão e reflexão das práticas forenses ligadas à
saúde mental em nível internacional, devido às diversidades culturais, políticas,
jurídicas e religiosas dos diferentes paises.
Calle (2005) propôs uma busca sem sucesso de códigos deontologicos
específicos de psicologia forense nas Américas e na Espanha. No entanto,
destaca a existência de considerações importantes referentes a esta
especificidade psicológica, presente no Código de Ética da APA (American
Psychological Association). O que propõe de forma efetiva é a criação de
códigos deontológicos específicos para os psicólogos forenses, com o intuito
de garantir-lhes certa segurança frente à realização laboral e de discorrer de
forma mais clara sobre a solução de problemas relativos às divergências entre
o código de ética do psicólogo e as leis locais de cada região. Contudo, é
importante que se tenha claro no desenvolvimento da psicologia jurídica o
papel que deverá se colocar o psicólogo enquanto profissional, diferenciando-
se do magistrado. Suas contribuições devem ir além do simples instrumento de
controle social, em que os indivíduos permanecem dentro da ordem jurídica
vigente, mas sem a solução dos conflitos de forma efetiva (Amendola, s/d). De
destacar ainda a contribuição das diversas ferramentas que norteiam o ser que
realiza tais atividades. Como exemplo tem-se a bioética que, há tempos, auxilia
de forma pertinente esses profissionais, por contemplar exatamente a ética da
vida aplicada em diversos universos, tendo em vista seu aspecto pluridisciplinar
(Vieira, 2000).
Referências Bibliográficas
Amendola, M. F. (s/d) A construção de uma psicologia jurídica: constatações e
criticas. Recuperado em 12 de Ago. 2007:
http://www.pailegal.net/chicus.asp?rvTextoId=-697954476
Barros, C. A. S. M. (2005) Psiquiatria Forense: Existe relação médico-paciente?
Recuperado em 10 de Ago. 2007:
http://www.carlosbarros.com.br/publicacoes/psiquiatria_forense_existe_relacao
%20medico_paciente_3F.doc
Baú, M. K. (2005) Relevância Jurídica do Consentimento Informado Prestado
por Representação Legal e Convencional. In Gauer, G. J. C., Ávila, G. A. &
Ávila, G. N. Ciclo de Conferencias em Bioética I, (pp. 111-120) Rio de Janeiro:
Lúmen Júris
Brasil, Código Civil Brasileiro. Lei n 10.406/02 Recuperado em 20 de Ago.
2007: http://www.planalto.gov.br
Brasil, Código de Processo Civil Brasileiro. Lei n 5.869/73. Recuperado em 19
de Ago. de 2007: http://www.planalto.gov.br
Brasil, Código de Processo Penal Brasileiro. Lei n 3.689/41. Recuperado em 24
de Ago. de 2007: http://www.planalto.gov.br
Brasil, Estatuto da criança e do Adolescente. Lei n 8.069/90. Recuperado em
22 de Ago. 2007: http://www.planalto.gov.br
Calle, J. L. (2005) Hacia um Código de Ética del Psicólogo Forense.
Recuperado em 10 de Ago. 2007: http://www.psicologiajuridica.org/psj108.html
Clotet, J. (2006) Bioética: uma aproximação. Porto Alegre: EDIPUCRS
Coelho, E. R. & Brasil, E. S. (2006) A avaliação psicológica: Uma estratégia
complementar da avaliação psiquiátrica forense. In Souza, C. A. C. & Cardoso,
R. G. Psiquiatria Forense: 80 anos de prática institucional, (pp. 313-324) Porto
Alegre: Sulina
Conselho Federal de psicologia. (2005) Código de Ética Profissional dos
Psicólogos. Brasília: CFP
Cunha, J. A., (2000) Fundamentos do psicodiagnóstico In Cunha, J. A. e cols.
Psicodiagnóstico V, (pp. 23-31) Porto Alegre: Artmed
Cunha, J. A., (2000) Passos do processo psicodiagnóstico In Cunha, J. A. e
cols. Psicodiagnóstico V, (pp. 105-140) Porto Alegre: Artmed
Fabbro, L., (1999) Limitações Jurídicas à Autonomia do Paciente. In Revista
Bioética 7 (1). Recuperado em 23 de Ago. 2007:
http://www.cremeb.cfm.org.br/revista/ind1v7.htm
Fensterseifer, L. (2006) Avaliação Psicológica no contexto jurídico. In
Psicologia aplicada ao direito, (pp. 73-83) Passo Fundo: Imed
Filho, E. A. & Bertolote, J. M. (2006) Sistemas de Psiquiatria forense no mundo.
Revista Brasileira de Psiquiatria. 28 (supl. II): S56-61
Filho, E. A. & Engelhardt, W. (2003) A pratica da psiquiátrica forense na
Inglaterra e no Brasil: Uma breve comparação. Revista Brasileira de Psiquiatria
25(4): 245-8
Filho, K. P. & Trisotto, S. (2006) Psicologia, Ética e Bioética. Psicologia
Argumento 24 (47): 45-48
Florez, J. A. & Taborda, J. G. V. (2006). Ética em psiquiatria forense: Atividades
pericial e clinica e pesquisa com prisioneiros. Revista Brasileira de Psiquiatria.
28 (supl. II): 86-92
Florez, J. A. & Taborda, J. G. V. (2004) Princípios éticos aplicáveis na prática
da psiquiatria forense. In Taborda, J. G. V., Chalub, M. & Filho, E. A. Psiquiatria
Forense, (pp. 105-119) Porto Alegre: Artmed
Fortes, P. A. C. (1998) Ética e Saúde: Questões éticas, deontológicas e legais,
autonomia e direito do paciente. Estudo de Caso. São Paulo: EPU
França, F. (2004) Reflexões sobre psicologia jurídica e seu panorama no Brasil.
Psicologia, teoria e pesquisa. 6 (1): 73-80
Francisconi, C. F. & Goldim, J. R. (1998) Aspectos Bioéticos da Privacidade e
da Confidencialidade In Costa, S. I. F., Oselka, G. & Garrafa, V. (coords.)
Iniciação à Bioética, (pp. 269-284) Brasília: Conselho Federal de Medicina
Giostri, H. T. (2003) Sobre o consentimento informado: sua historia, seu valor.
Jornal Vascular Brasileiro. 2(3): 267-70
Goldim J. R. (1997) Bioética e Interdisciplinariedade. Educação, Subjetividade
& Poder. 4: 24-8.
Gomes, J. C. M. & França, G. V. (1998) Erro Médico. In Costa, S. I. F., Oselka,
G. & Garrafa, V. (coords.) Iniciação à Bioética, (pp. 243-256) Brasília: Conselho
Federal de Medicina
Leone, C. (1998) A criança, o Adolescente e a Autonomia. In Revista Bioética 6
(1) Recuperado em 23 de Ago. 2007:
www.portalmedico.org.br/revista/bio1v6/criaadol.htm
Loch, J. A. (2003) confidencialidade: natureza, características e Limitações no
contexto da relação clínica. In Revista Bioética 11 (1) Recuperado em 03 de
Set. 2007: http://www.portalmedico.org.br/revista/bio11v1/artigo5.htm
Mello, M. M. & Olivier, G. G. F. (1998) Psicologia Forense. In Bastos, A. F.,
Palhares, F. A. B., Monteiro, A. C. C. (Coords.) Medicina Legal para não
legistas. (pp. 425-429) Copola
Muñoz, D. R. & Fortes, P. A. C., (1998) O Principio da Autonomia e o
Consentimento Livre e Esclarecido. In Costa, S. I. F., Oselka, G. & Garrafa, V.
(coords.) Iniciação à Bioética, (pp. 53-70) Brasília: Conselho Federal de
Medicina
Ribeiro, J. L. P. (2002) O consentimento informado na investigação em
psicologia da saúde é necessário? Psicologia: Saúde & Doenças. 3(1):11-22
Rovinski, S. L. R. Fundamentos da Perícia Psicológica Forense. São Paulo:
Vetor, 2004.
Rovinski, S. L. R. (2000) Perícia psicológica na área forense. In Cunha, J. A. e
cols. Psicodiagnóstico V, (pp. 183-195) Porto Alegre: Artmed
Santos, M. A. D. (2003). Psicologia Jurídica: Implicações conceituais e
aplicações praticas. In PsicoUSF 10(2): 211-212
Silva, D. M. P. Psicologia Jurídica no Processo Civil Brasileiro. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2003.
Souza, C. A. C. (2006) Princípios éticos na prática psiquiátrica forense. In
Souza, C. A. C. & Cardoso, R. G. Psiquiatria Forense: 80 anos de prática
institucional, (pp. 155-164) Porto Alegre: Sulina
Souza, N. T. C. (2003) O consentimento informado na atividade medica e a
autonomia do paciente. Recuperado em 15 de Ago. 2007:
http://www.bureaujuridico.com.br/medicina/artigos/art_bm008.htm
Taborda, J. G. V. (2004) Exame pericial psiquiátrico. In Taborda, J. G. V.,
Chalub, M. & Filho, E. A. Psiquiatria Forense, (pp. 43-68) Porto Alegre: Artmed
Vieira, T. R. (2000) Bioética e Direito. Revista de Informação Legislativa
37(145): 197-199
Zanini, M. (2004). Consentimento Assinado ou Informado – Qual a melhor
opção? Anais Brasileiros de Dermatologia. 79(3):367-367