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 PSICOLOGIA: NOS E OS OUTROS Elias Ricardo Sande 1 1. Introdução Há anos que os fenómenos psicológicos em África são interpretados com base numa psicologia ocidental, com métodos, técnicas e intrumentos cienti c aman te estabelecidos no ocidente. sta psicologia, durante muito tempo, não tem resol!ido satisfactoriamente os pr oblemas psi col ógi cos africanos de!ido "s diferenças culturais e tradicionais que se !ericam entre o ocidente e a áfrica. #om as primeiras tentati!as de emerg$ncia da psicologia em África, cu%o pi oneiro foi o ps iquiatra &rant' &anon que, segundo ele, os principais ob%ecti!os da psicologia são a e(plicação da relação entre a psi qu e e a estrutura social) a reabilitão dos alienados e a transformação das estruturas sociais que contrariam as necessidades *umanas, estabeleceram+se as pri meiras bases da psi col ogi a em África. m Áfr ica, a forma de ser, es tar e lidar com fenómenos ps icol óg icos é diferente com a pe rs pecti!a ocidental de!ido a nature'a cultural, *ol stica, interpessoal, reli gi osa, art stica e espiritual intrnsecas ao po!o africano. stes factos fa'em com que a psicologia ocidental não inter!enn*a efecti!amente nos problemas psicológicos africanos. - presente trabal*o surge no mbito da #adeira de /erspecti!as 0fricanas dos &enómenos /sicológi cos e tem como ob%ecti!o de analisar e descre!er as diferenças culturais entre os acidentais e africanos, enfati'ando a necessidade de conte(tuali'ar qualquer que se%a o instrumento ou técnica concedido no ocidente " realidade africana. /ara a sua elaboração recorreu+se " re!isão bibliográca, que consistiu na consulta de li!ros, obras e artigos !ersados na inter net. - tr abal*o apresenta a seguinte es tr ut ur a a pr esente introdução) /sicologia na /erspecti!a 0fricana e -cidental) 2e3e(ão sobre o tema e culminado com uma bre!e conclusão. 4. /sicologia na /erspecti!a 0fr icana e -cidental 1 /sicólogo 5ocial e das -rgani'aç6es. 7aputo.

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PSICOLOGIA: NOS E OS OUTROS

Elias Ricardo Sande1

1. Introdução

Há anos que os fenómenos psicológicos em África são interpretadoscom base numa psicologia ocidental, com métodos, técnicas eintrumentos cienticamante estabelecidos no ocidente. stapsicologia, durante muito tempo, não tem resol!idosatisfactoriamente os problemas psicológicos africanos de!ido "sdiferenças culturais e tradicionais que se !ericam entre o ocidente ea áfrica.

#om as primeiras tentati!as de emerg$ncia da psicologia em África,cu%o pioneiro foi o psiquiatra &rant' &anon que, segundo ele, osprincipais ob%ecti!os da psicologia são a e(plicação da relação entre apsique e a estrutura social) a reabilitação dos alienados e atransformação das estruturas sociais que contrariam as necessidades*umanas, estabeleceram+se as primeiras bases da psicologia emÁfrica. m África, a forma de ser, estar e lidar com fenómenospsicológicos é diferente com a perspecti!a ocidental de!ido anature'a cultural, *olstica, interpessoal, religiosa, artstica eespiritual intrnsecas ao po!o africano. stes factos fa'em com que apsicologia ocidental não inter!enn*a efecti!amente nos problemaspsicológicos africanos.

- presente trabal*o surge no mbito da #adeira de /erspecti!as0fricanas dos &enómenos /sicológicos e tem como ob%ecti!o deanalisar e descre!er as diferenças culturais entre os acidentais eafricanos, enfati'ando a necessidade de conte(tuali'ar qualquer quese%a o instrumento ou técnica concedido no ocidente " realidadeafricana. /ara a sua elaboração recorreu+se " re!isão bibliográca,que consistiu na consulta de li!ros, obras e artigos !ersados nainternet. - trabal*o apresenta a seguinte estrutura a presente

introdução) /sicologia na /erspecti!a 0fricana e -cidental) 2e3e(ãosobre o tema e culminado com uma bre!e conclusão.

4. /sicologia na /erspecti!a 0fricana e -cidental

1 /sicólogo 5ocial e das -rgani'aç6es. 7aputo.

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8esde sempre o Homem procurou interpretar os fenómenospsicológicos com base em !árias e(peri$ncias. #om o tempo, c*egou+se ao desen!ol!imento da /sicologia moderna, a qual durante muitotempo ser!iu de base para interpretar todos os fenómenospsicológicos. 8e igual modo, o Homem africano procurou, como todo

outro *omem de outras culturas, na sua comunidade e tribo, darsignicado a esses fenómenos atra!és das suas crenças e !alores, e,atra!és dos curandeiros inter!ir 97arot, 4::;<.

5egundo Hon=ana 94::4<, em todos os pases africanos e(istemdi!ersas formas de interpretar e inter!ir nos fenómenos psicológicos,a /sicologia ocidental, que é tomada como modelo para ainterpretação de todos os fenómenos psicológicos é baseada numacultura, a cultura ocidental, entretanto, cada po!o tem a sua cultura ecada cultura tem a sua forma especca de interpretar os fenomenos .

4.1.merg$ncia da /sicologia em África

0 discussão sobre /sicologia nas sociedades africanas ocorreu dentrode constrangimentos de paradigmas contemporneos. /ensadores ein!estigadores africanos na tentati!a de emergir ideologias sobrepsicologia africana foram impedidos pelos coloni'adores ocidentais,pelo facto de a /sicologia ter as suas origens no ocidente 90>in+

-gunde%i, 1??1 citado por Holdstoc>, 4:::<.

/elo facto de ter sido importada do ocidente a aplicaçao da /sicologiaocidental no continente africano é questioná!el. m algumassituaç6es, os métodos, as técnicas e os instrumentos de pesquisacon!encionados no ocidente são incapa'es de medir as !ariá!eispsicológicas africanas 9@samenang citado por Holdstoc>, 4:::<. steautor dá $nfase a importncia da cultura na interpretação dosfenómenos psicológicos e defende a sua conte(tuali'ação no sentido

de se ter uma compreensão efecti!a dos problemas psicológicos emÁfrica.

ntre as duas perspecti!as da psicologia 9ocidental e africana<, estáe!idente que a psicologia ocidental com seus métodos, técnicas einstrumentos é incapa' de interpretar, a!aliar e inter!ir eca'mentenos fenómenos psicológicos africanos, !isto que a realidade africana écompletamente diferente e distante do conte(to ocidental. -u se%a, acultura africana é diferente da cultura ocidental, ela baseia+se noscostumes, as tradiç6es e as crenças africanas para interpretar e

inter!ir em qualquer fenómeno psicológico decorrente do conte(toafricano. /ortanto, nas nossas inter!enç6es é imperioso que

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ten*amos em conta quest6es relacionadas com as tradiç6es e ascrenças dos indi!duos.

/or e(emplo, no caso do fenómeno de desmaio na scola 5ecundáriaAuisse 7a!ota, *ou!e uma equipa multidisciplinar de prossionais do

7inistério da 5aBde para o estudo e e(plicação do caso onde saiuuma conclusão baseiada em abordagens psicológicas ocidentais,segundo a qual trata!a+se de C*isteria colecti!aD. @ão tendo dei(adosatisfeito a sociedade, esta conclusão dei(ou um !a'io que fe' com acomunidade recorresse " 07E207- para efectuar uma tradicional.#om Bltima inter!eção !oltou+se " normalidade.

4.4. /sicologia 0fricana segundo &anon

/ara &anon, os principais ob%ecti!os da psicologia são a e(plicação darelação entre a psique e a estrutura social) a reabilitação dosalienados e a transformação das estruturas sociais que contrariam asnecessidades *umanas 9Ful*an citado por Holdstoc>, 4:::<.

@a África contempornea, a re3e(ão acerca da aplicação de conceitospsicológicos foi feita pela primeira !e' pelo psiquiatra &rant' &anondurante os anos cinquenta e incio dos anos sessenta. ssas ideiascontribuiram para a descoloni'ação do africano. &anon pesquisou apsicologia das pessoas coloni'adas como também a mentalidade doscoloni'adores, ou se%a, não se centrou apenas aos aspectos

relacionados ao colonialismo mas também aos efeitos que a própriacoloni'ação causou aos africanos 9&anon citado por Holdstoc>, 4:::<.

&anon, propGs uma perspecti!a sociogenética enfati'ando aimportncia de factores culturais e sociológicos do comportamentoem re%eição da perspecti!a ontogenética de &reud no comple(o deédipo. /ara &reud, o comple(o de dipo é o nBcleo constitucional dasub%ecti!idade, foi neste nBcleo que &reud estabeleceu o elo para suaanalogia entre o desen!ol!imento da lbido indi!idual e odesen!ol!imento da ci!ili'ação do indi!duo, reali'ando uma e(tensão

da psicologia indi!idual " psicologia das massas 9&anon citado porHoldstoc>, 4:::<.

/ara &anon, a inconsci$ncia colecti!a de ung é uma questãologenética de disposiç6es *erdadas, recorrendo ou não aos genes, épura e simplesmente a soma de preconceitos, mitos, atitudescolecti!as de um determinado grupo, contrariando a perspecti!a de ung 9&anon citado por Holdstoc><. 8e acordo com ung citado por7odelli 94::?<, o inconsciente colecti!onão não se desen!ol!eindi!idualmente, ele é *erdado e possui sentimentos, pensamentos elembranças compartil*adas por toda *umanidade que condicionam

cada su%eito, desde seu nascimento até a sua forma de simboli'ar osson*os.

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&a'endo uma análise entre estas duas perspecti!as teóricas 9umaocidental e outra africana<, !erica+se uma con!erg$ncia quanto aofactor genético na formação do incosciente colecti!o, pois tanto&anon quanto ung apoiam+se nos factores genéticos para e(plicar oincosciente colecti!o, porém di!ergem no facto de ung dar mais

$nfase "s in3u$ncias familiares e nas e(peri$ncias que o indi!duoadquire desde a nasc$ncia, enquanto que &anon dá prima'ia "screnças, !alores, atitudes, preconceitos e mitos, colecticos que umdeterminado grupo compartil*a. /ortanto, concorda+se com as duasabordagens na medida em que a familia, o meio sócio+cultural, ase(peri$ncias indi!iduais, a rede de !alores, crenças, atitudes,preconceitos e mitos colecti!os contribuem para a formação doinconsciente colecti!o.

0 perspecti!a sócio+genética de &anon tende a con!ergir com a !isão

de 0dler do que a de &reud e ung porém, ele não está totalmente deacordo com 0dler, embora a psicologia de 0dler considere factoressócio+patogénicos no desen!ol!imento de problemas de saBdemental. 0 !isão de 0dler dá prima'ia aos aspectos indi!iduais, isto é,continua centrada na dinmica de egos distintos dos membros dafamlia.

4.J. /erspecti!a *olstica africana

- *olismo !em da pala!ra grega C*olosD que signica o todo, inteiro,completo, é a ideia de que as propriedades de um sistema, quer,se%am seres *umanos ou outros organismos, não podem sere(plicadas apenas pela soma de seus componentes. uma maneirade !er o mundo, o Homem e a !ida em si como entidades Bnicas,completas e intimamente associadas 9Infoscola, 4::K<. Lruger citadopor Holdstoc> 94:::<, descre!e a ideia geral dos curandeirosafricanos, e(pressando bem o *olismo em África, ele defende que oscurandeiros *abitam num mundo não di!idido no qual animais,plantas, pessoas, son*os, e antepassados, todos %untos formam um

todo. Eomando como e(emplo de *olismo o indi!duo, pode+se di'er quepara o indi!duo formar uma identidade Bnica precisa, desde ainfncia, de !ários elementos como as crenças, !alores, atitudes,e(peri$ncias, educação, o meio familiar, escola para formar umaidentidade própria e Bnica que !ai formar o indi!duo. ste mesmoindi!duo não de!e ser !isto como a soma destes elementos, mas simcomo um todo, uno e indi!is!el.

0s sociedades africanas são um e(emplo do *olismo pelas

caractersticas naturais que l*e são intrnsecas. ssas sociedadescoabitam com mitos, antepassados, magias, animais, e plantas que

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fa'em com que tais sociedades se%am !istas como uma entidadeBnica e não, necessariamente, a soma dos seus componentes.

4.;. 2elaç6es interpessoais em África

-s africanos sempre !alori'aram as relaç6es *umanas. - *omem é!isto como a coisa mais importante, nesse sentido, a bem+estar dooutro preocupa " muitos. @essa cultura, uma pessoa sem compai(ão,efecti!idade, cuidado, bondade, respeito e empatia é consideradacomo alguém não digno de piedade. 5egundo Holdstoc> e 7p*alele91?K;< citados por Holdstoc> 94:::<, a intimidade dos africanos não écentrada apenas para os amigos mais pró(imos, mas sim a um grupode pessoas que con!i!em o mesmo espaço.

8esse ponnto, pode armar que é nesse con!!io grupal que sãocompartil*ados as suas triste'as, segredos, alegrias e a3iç6es. Mmaanálise le!a+nos a armar que a apro(imação dos africanos nas suasrelaç6es interpessoais contrasta com a necessidade da pri!acidadeque os ocidentais t$m. - pensar africano tenta cinge+se nacooperação e solidariedade entre os membros da comunidade, ondeos *omens e mul*eres são todos en!ol!idos na especulação de umaresposta para os di!ersos problemas do quotidiano.

4.N. #ultura 0fricana 7Bsica e 8ança7Bsica de acordo com o Oarren e 5eng*or citados por Holdstoc>94:::<, a mBsica na cultura africana ultrapassa um simples meio decomunicação interpessoal, ela se caracteri'a por estados emocionais,é geralmente compreendida como uma e(peri$ncia *umana queincorpora dança e poesia. 0 repetição é a ess$ncia de ritmo africano,para 5eng*or manter a repetição pro!$m a força unicada necessáriaque permite o tocar ou a escuta.

8ança na cultura tradicional africana, a dança desempen*a uma

multiplicidade de funç6es, ela une todos as dimens6es do indi!duo9corpo, alma, emoção, sentimento, esprito e ra'ão<. @as formas dedança -cidentais os mo!imentos são claros e passageiros. -sdançarinos se esforçam para 3utuar ligeiramente do c*ão o quantoposs!el. 0 dança africana, pelo contrário, ca perto do c*ão. 5e sãoe(ecutados saltos o propósito é sempre !oltar para o c*ão e nãoquebrar o contacto com mãe terra. #urandeiros indgenas dançamdescalços, pois dançar com sapatos é um sinal de que o curandeiroperdeu o contacto com os antepassados. - rtmo fa' parte do teatroafricano e arte uma !e' que é acompan*ado de mBsica e dança.

8ançar para um africano, tem uma função importante na sociali'açãode rapa'es e meninas em termos de !alores do grupo a que

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pertencem e de manter esses !alores entre adultos. m danças deguerreiro *á uma relação espiritual forte entre !ida e morte97p*alele, 1?K; citado por Holdstoc>, 4:::<.

4.P. #oncepção sobre 2eligião e o #onceito da 8i!indade em África

@ão sendo necessariamente no senso de participação de igre%a ouader$ncia a um dogma religioso, os africanos são religiosos, porém nosentido de *onrar o que representa uma preocupação da*umanidade. /ara os africanos o pensamento sobre 8eus é e(pressoatra!és de nomes, tendo em consideração categorias gerais como anature'a de 8eus, a relação com 8eus, as imagens de 8eus e o que8eus fa'. sta !isão que os africanos t$m sobre 8eus é diferente daforma como os europeus usam as suas *abilidades para dominartodos os problemas, a nature'a e o uni!erso. #ontudo, falta " ci$nciaocidental a capacidade para compreender a realidade africana poisela restringe+se no obser!á!el no racional 97biti citado por Holdstoc>,4:::<.

/arrinder 91?P?< citado por Holdstoc> 94:::<, referindo+se " psicologiaafricana, defende que o Homem não é só um indi!duo ou somenteum ser social, mas ele é uma força !ital que continua em contactocom outras forças do uni!erso. @este sentido, ele as in3uencia etambém é in3uenciado constantemente por elas e, deste modo, aforça !ital está dentro de todos os *omens e criaturas formando umlaço entre eles.

J. 2e3e(ão+0nálise #rtica

m todos os n!eis, os europeus alegam ser os mel*ores. 0tra!és dassuas pesquisas generali'am os resultados como se fossem !álidospara toads as culturas. @o que di' respeito " psicologia, muitoembora sir!amos como base " psicologia ocidental, a psicologiaafricana de!e ser !ista não só do ponto de !ista do -cidente, mastambém do ponto de !ista sócio+cultural africano, pois quando se

interpreta os fenómenos psicológicos africanos de!e se ter em contaa in3u$ncia de !ariá!eis tais como a cultura, crenças, !alores, afamlia e o ambiente. 0ssim, torna+se necessário !er o indi!iduo deforma *olstica, como um todo e não como a soma das suas partes.

0ctualmente, !erica+se uma guerra entre os ocidentais e osafricanos. Eodos querem difundir a sua cultura e mostrar a suasuperioridade. 0 ttulo de e(emplo, enquanto que os ocidentaismenospre'am os africanos considerando+os arcáicos e

tradicionalistas, estes por sua !e' também os despre'am, na medidaem que em África está sendo difundida a ideia de que a cultura

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ocidental é materialista, enquanto que a cultura africana é ética eespiritual, e que os africanos de!iam se limitar apenas a adquirir oscon*ecimentos cientcos e tecnológicos do ocidente e!itando osoutros aspectos da sua cultura.

0 sugestão dada não é para ignorar a psicologia ocidental, mas simnão tomá+la como a Bnica perspecti!a poss!el de interpretar deforma !álida os fenómenos psicológicos africanos. recomendá!elque se ol*e para a cultura do indi!iduo, pois, é com base nas suascrenças, nos seus !alores, na sua tradição e religião que esteinterpreta e gere os seus sentimentos, pensamentos e emoç6es. /ore(emplo, na cultura africana considera+se que a saBde é o bem+estarbio+psico+sócio+espiritual do indi!duo, pois o Homem africano é antesde mais um ser espiritual e é com base na noção que ele tem da suaespiritualidade que compreende a si, a !ida e a morte. 0 tradicção

africana 9rituais, curandeirismo e a di!indade< não de!e ser !istacomo uma prática tradicional remota, fec*ada e ultrapassada, massim como uma resposta dos nossos dias que a%uda as pessoas aenfrentar os desaos do dia+"+dia por intermédio dos seus ente+queridos.

;. #onclusão-s europeus desen!ol!eram uma consci$ncia de superioridade e aideia de que persuade o mundo pela sua cultura. 0 construção destaidentidade que se arma superior a todas as outras culturas, resultouda distorção da sua própria *istória. sta distorção tem implicaç6espsico+sociológicas, tornando+se produtora de um racismo endémico,ao manter+se conforta!elmente apoiada na crença de que a *erança*elénica predispGs a uropa e o mundo ocidental para a!ançar peloracionalismo, enquanto que o mundo africano se manti!eram ligados

" metafsica arcáica.

7as entre as duas perspecti!as da psicologia 9ocidental e africana<,está e!idente que a psicologia ocidental com seus métodos, técnicase instrumentos é incapa' de interpretar, a!aliar e inter!ir eca'mentenos fenómenos psicológicos africanos, !isto que a realidade africana écompletamente diferente e distante do conte(to ocidental.

-s africanos diferentemente dos europeus sempre !alori'aram asrelaç6es *umanas. - *omem é !isto pelo africano como a coisa mais

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importante, a pessoa sem compai(ão, sem afecto, sem cuidado, sembondade, sem respeito e sem empatia e, sobretudo, sem CubuntuD, éconsiderada como alguém não digno de piedade. 8este modo, o*omem africano é essencialmente colecti!ista, espiritual e religioso,não sendo necessariamente no acto de frequentar uma igre%a ou um

dogma religioso, eles o são no sentido de *onrar o que representauma preocupação da *umanidade.

sse pensamento não ignora a taman*a importncia da psicologiaocidental, mas sim não tomá+la como a Bnica perspecti!a poss!el deinterpretar de forma !álida os fenómenos psicológicos, muito emparticular quando se trata de fenómenos psicológicos africanos.5ugere+se que se ten*a em conta a cutura do indi!duo em qualquerprocesso de a!aliação e inter!enção psicológica, pois, é com base nascrenças e na tradição que este interpreta o mundo. 0ssim sendo,todas práticas de psicologia ocidental quando usadas em culturasafricanas de!em ser conte(tuali'adas no sentido de adequá+las "realidade do po!o africano.

N. 2efer$ncias Fibliográcas

Holdstoc>, E. Q. 94:::<. 2e+e(amining /sRc*ologR + #riticalperspecti!es and 0frican insig*ts. #anada 2outledge.

Hon=ana, 0. 94::4<. spritos Si!os, Eradiç6es 7odernas possessãode spritos e 2eintegração social /ós+guerra no sul de 7oçambique.diç6es /romédia.

Infoscola 94::K<. Holismo. 8ispon!el em*ttpTT===.infoescola.comTlosoaT*olismo+*olisticoT. 0cessado aos:? de 7arço de 4:11.

7arot, 0. 94::;<. /sicoses. 8ispon!iel em===.psicosite.com.brTpsicoses. 0cesso aos :? de 7arço de 4:11

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7odelli, @. 94::?<. -s tipos psicológicos de #arl ung. 8ispon!el em*ttpTTnairamodelli.=ordpress.comT4::?T:PT1NTos+tipos+psicologicos+de+carl+%ungT. 0os 1J de 7arço de 4:11