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“PSICOPATAS E SEUS PERFIS” Profº: Maria Sheyla Direito Gilmar Lopes Sobrinho “PSICOPATAS E SEUS PERFIS”

Psicopatas e Seus Perfis

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trabalho sobre psicopatias

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Page 1: Psicopatas e Seus Perfis

“PSICOPATAS E SEUS PERFIS”

Profº: Maria Sheyla

Direito

Gilmar Lopes Sobrinho

“PSICOPATAS E SEUS PERFIS”

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Direito

RA 1º:3909710576,RA 2º:3900649217

SUMÁRIO

1 Dedicatória...............................................................................................................6

2 Introdução.................................................................................................................7

3 Desenvolvimento.....................................................................................................8

3.1 Robert hare................................................................................................................8

3.1.1 um psicopata nasce psicopata?...........................................................................8

3.1.2 Quais são as características que aproximam uma pessoa do número 40, o grau máximo que sua escala estabelece?....................................................................8

3.1.3 Todo psicopata comete maldades?......................................................................8

3.1.4 Até que ponto a associação entre a figura do psicopata e a do serial killer é legítima?...........................................................................................................................9

3.1.5 Em quemedida o ambiente influencia na constituição de uma personalidade psicopata?........................................................................................................................9

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3.1.6 Como se chegou a essa conclusão?....................................................................9

3.1.7 É possível observar sinais que indiquem que uma criança pode se tornar um adulto psicopata?..........................................................................................................10

3.1.8 Os pais podem interferir nesse processo?......................................................103.1.9 Os psicopatas têm consciência de que são diferentes?................................10

3.1.10 É muito difícil identificar um psicopata no dia a dia?.....................................10

3.1.11 Um psicopata não sente amor?........................................................................11

3.1.12 Que figuras históricas podem ser consideradas psicopatas?......................11

3.1.13 A psicopatia é incurável?..................................................................................113.1.14 No Brasil, os psicopatas costumam ser considerados semi-imputáveis pela Justiça. Os magistrados entendem que eles até podem ter consciência do caráter ilícito do que cometeram, mas não conseguem evitar a conduta que os levou a praticar o crime. Assim, se condenados, vão para a cadeia, mas têm a pena diminuída. O senhor acha que, do ponto de vista jurídico, os psicopatas são totalmente responsáveis por seusatos?....................................................................12

3.1.15 O senhor está para publicar um estudo sobre um novo modelo de tratamento para psicopatas. Do que se trata?...........................................................12

3.2 Psicopatas e corruptos...........................................................................................13

3.2.1 Corruptos e lesados.............................................................................................14

3.3 O perigo pode estar mais perto do que imaginamos...........................................16

3.3.1 Conceitos e Definições........................................................................................16

3.4 Caso Suzana louise von richthofen.......................................................................18

3.4.1 Vida........................................................................................................................19

3.4.2 Como Ocorreu o Crime........................................................................................19

3.4.3 Motivação..............................................................................................................20

3.4.4 Repercussão.........................................................................................................20

3.4.5 Família Richthofen...............................................................................................20

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3.5 Caso Francisco de Assis pereira “Maníaco doParque”.....................................21

3.5.1 Infância..................................................................................................................21

3.5.2 Histórico................................................................................................................21

3.5.3 Crimes...................................................................................................................22

3.5.4 Algumas Vítimas...................................................................................................22

3.5.5 O que falavam sobre Francisco..........................................................................23

3.5.6 As maníacas das cartas.......................................................................................23

3.5.7 Atualmente............................................................................................................24

3.6 João Acácio pereira da costa “Bandido da luz vermelha”..................................253.6.1 Biografia................................................................................................................25

3.6.2 Prisão.....................................................................................................................25

3.6.3 Morte......................................................................................................................26

3.7 Pedro Rodrigues filho “Pedrinho matador”..........................................................26

3.8 Lindemberg FernandesAlves................................................................................28

3.9 Como funciona a mente psicopata........................................................................29

3.9.1 O cérebro do psicopata.......................................................................................29

4 Consideração final................................................................................................33

5 Referente................................................................................................................33

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Dedicamos este trabalho a Deus, nossos familiares, companheiros

de classe e ao professor Roberto fauri, que nos ajudam

a melhorar cada dia mais nas nossas habilidades

estudantis e profissionais.

2 Introdução

A psicopatologia em geral e a psiquiatria forense em especial têm dedicado, há tempo, uma enorme preocupação com o quadro conhecido por Psicopatia.Trata-se de um terreno difícil e cauteloso, este que engloba as pessoas que não se enquadram nas doenças mentais já bem delineadas e com características bastante específicas, a despeito de se situarem à margem da normalidadepsico-emocional ou, no mínimo, comportamental. As implicações forenses desses casos reivindicam da psiquiatria estudos exaustivos, notadamente sobre o grupo de entidades entendidas como Transtornos da Personalidade Anti-social.O enorme interesse que o psicopata tem despertado atualmente se deve, em parte, ao desenvolvimento das pesquisas sobre as bases neurobiológicas do funcionamento do cérebro em geral e, particularmente, da personalidade. Em outra parte, deve-se também ao enorme potencial de destrutividade de alguns psicopatas, quando ou se tiverem acessos aos instrumentos que a tecnologia e a ciência disponibilizam.

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3 Desenvolvimento

3.1 Robert HareO trabalho do psicólogo canadense Robert Hare, de 74 anos, confunde-se com quase tudo o que a ciência descobriu sobre os psicopatas nas últimas duas décadas. Foi ele quem, em 1991, identificou os critérios hoje universalmente aceitos para diagnosticar os portadores desse transtorno de personalidade. Hare começou a aproximar-se do tema ainda recém-formado, quando, trabalhando com detentos de uma prisão de segurança máxima nas proximidades de Vancouver, ficou intrigado com uma questão: "Eu queria entender o motivo pelo qual, em alguns seres humanos, a punição não tem efeito algum". A curiosidade levou-o até os labirintos da psicopatia – doença para a qual, até hoje, não se vislumbra cura. "O que tentamos agora é reduzir os danos que ela causa, aos seus portadores e aos que os cercam”.3.1.1 Um psicopata nasce psicopata?Ninguém nascepsicopata. Nasce com tendências para a psicopatia. A psicopatia não é uma categoria descritiva, como ser homem ou mulher, estar vivo ou morto. É uma medida, como altura ou peso, que varia para mais ou para menos.3.1.2 Quais são as características que aproximam uma pessoa do número 40, o grau máximo que sua escala estabelece?

As principais são ausência de sentimentos morais – como remorso ou gratidão –, extrema facilidade para mentir e grande capacidade de manipulação. Mas a escala não serve apenas para medir graus de psicopatia. Serve para avaliar a personalidade da pessoa. Quanto mais alta a pontuação, mais problemática ela pode ser. Por isso, é usada em pesquisas clínicas e forenses para avaliar o risco que um determinado indivíduo representa para a sociedade.

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3.1.3 Todo psicopata comete maldades?

Não necessariamente com o intuito de cometer a maldade. Os psicopatas apresentam comportamentos que podem ser classificados de perversos, mas que, na maioria dos casos, têm por finalidade apenas tornar as coisas mais fáceis para eles – e não importa se isso vai causar prejuízo ou tristeza a alguém. Mas há os psicopatas do tipo sádico, que são os mais perigosos. Eles não somente buscam a própria satisfação como querem prejudicar outras pessoas, sentem felicidade com a dor alheia.

3.1.4 Até que ponto a associação entre a figura do psicopata e a do serial killer é legítima?

A estimativa é que cerca de 1% da população mundial preencheria os critérios para o diagnóstico de psicopatia. Nos Estados Unidos, haveria, então, cerca de 3milhões de psicopatas. Se o número de serial killers em atividade naquele país for, como se acredita, de aproximadamente cinquenta, isso significa que a participação desses criminosos no universo de psicopatas é muito pequena. Por outro lado, segundo um estudo do psiquiatra americano Michael Stone, cerca de 90% dos serial killers seriam psicopatas.3.1.5 Em que medida o ambiente influencia na constituição de uma personalidade psicopata?

Na década de 20, John B. Watson, um estudioso de psicologia comportamental, dizia que, ao nascer, nós somos como páginas em branco: o ambiente determina tudo. Na sequência, entrou em voga o termo sociopata, a sugerir que a patologia do indivíduo era fruto do ambiente – ou seja, das suas condições sociais, econômicas, psicológicas e físicas. Isso incluía o tratamento que ele recebeu dos pais, como foi educado, com que tipo de amigos cresceu, se foi bem alimentado ou se teve problemas de nutrição. Os adeptos dessa corrente defendiam a tese de que bastava injetar dinheiro em programas sociais, dar comida e trabalho às pessoas, para que os problemas psicológicos e criminais se resolvessem. Hoje sabemos que, ainda que vivêssemos uma utopia social, haveria psicopatas.3.1.6 Como se chegou a essa conclusão?

Na década de 60, vários estudiosos, inclusive eu, começaram a pesquisar a reação de um grupo de psicopatas a situações que, em pessoas normais, produziriam efeitos sobre o sistema nervoso autônomo. Quando se está na expectativa da ocorrência de algo desagradável, a preocupação do indivíduo transparecepor meio de tremores, transpiração e aceleração cardíaca. Os psicopatas estudados, mesmo quando confrontados com situações de tensão, não exibiam esses sintomas. Isso reforçou a conclusão de que existem diferenças cerebrais entre psicopatas e não psicopatas. Pouco a pouco, essas diferenças vêm sendo mapeadas.

3.1.7 É possível observar sinais que indiquem que uma criança pode se tornar um adulto psicopata?

Não há nada que indique que uma criança forçosamente se transformará num psicopata, mas

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é possível notar que algo pode não estar funcionando bem. Se a criança apresenta comportamentos cruéis em relação a outras crianças e animais, é hábil em mentir olhando nos olhos do interlocutor, mostra ausência de remorso e de gratidão e falta de empatia de maneira geral, isso sinaliza um comportamento problemático no futuro.

3.1.8 Os pais podem interferir nesse processo?

Sim, para o bem e para o mal, mas nunca de forma determinante. O ambiente tem um grande peso, mas não mais do que a genética. Na verdade, ambos atuam em conjunto. Os pais podem colaborar para o desenvolvimento da psicopatia tratando mal os filhos. Mas uma boa educação está longe de ser uma garantia de que o problema não aparecerá lá na frente, visto que os traços de personalidade podem ser atenuados, mas não apagados. O que um ambiente com influências positivas proporciona é um melhor gerenciamento dos riscos.3.1.9 Os psicopatas têm consciência de que são diferentes?

A consciência, o processo de avaliar se algo deve ser feito ou não, envolve não somente oconhecimento intelectual, mas também o aspecto emocional. Do ponto de vista intelectual, o psicopata pode até saber que determinada conduta é condenável, mas, em seu âmago, ele não percebe quão errado é quebrar aquela regra. Ele também entende que os outros podem pensar que ele é diferente e que isso é um problema, mas não se importa. O psicopata faz o que deseja, sem que isso passe por um filtro emocional. É como o gato, que não pensa no que o rato sente – se o rato tem família, se vai sofrer. Ele só pensa em comida. Gatos e ratos nunca vão entender um ao outro. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato.3.1.10 É muito difícil identificar um psicopata no dia a dia?

Superficialmente, um psicopata pode parecer um sujeito normal. Mas, ao conhecê-lo melhor, as pessoas notarão que ele é um indivíduo problemático em diversos aspectos da vida. Ele pode ignorar os filhos, mentir sistematicamente ou apresentar grande capacidade de manipulação. Se é flagrado fazendo algo errado, por exemplo, tenta convencer todo mundo de que está sendo mal interpretado.

3.1.11 Um psicopata não sente amor?

Acredito que sim, mas da mesma forma como eu, digamos, amo meu carro – e não da forma como eu amo minha mulher. Usa o termo amor, mas não o sente da maneira como nós entendemos. Em geral, é traduzido por um sentimento de posse, de propriedade. Se você perguntar a um psicopata por que ele ama certa mulher, ele lhe dará respostas muito concretas, tais como "porque ela é bonita", "porque o sexo é ótimo" ou"porque ela está sempre lá quando preciso". As emoções estão para o psicopata assim como o vermelho está para o daltônico. Ele simplesmente não consegue vivenciá-las.3.1.12 Que figuras históricas podem ser consideradas psicopatas?

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É difícil dizer, porque seu comportamento é mediado por relatos de terceiros, e não por um diagnóstico psiquiátrico. Mas o ditador da ex-União Soviética Josef Stalin, por exemplo, era de tal forma impiedoso que talvez possa ser considerado psicopata. O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein é outro exemplo. Eu ficaria muito surpreso se ele não preenchesse todos os critérios para a psicopatia. Aliás, Saddam tinha um filho claramente psicopata (Udai Hussein, morto em 2003), dirigente de um time de futebol. Quando o time perdia, ele torturava os jogadores – ou seja, era sádico também. Já o líder nazista Adolf Hitler é um caso mais complexo. Ele provavelmente não era só psicopata.3.1.13 A psicopatia é incurável?

Por meio das terapias tradicionais, sim. Pegue-se o modelo-padrão de atendimento psicológico nas prisões. Ele simplesmente não tem nenhum efeito sobre os psicopatas. Nesse modelo, tenta-se mudar a forma como os pacientes pensam e agem estimulando-os a colocar-se no lugar de suas vítimas. Para os psicopatas, isso é perda de tempo. Ele não leva em conta a dor da vítima, mas o prazer que sentiu com o crime. Outro tratamento que não funciona para criminosos psicopatas é o cognitivo – aquele em que psicólogo e paciente falam sobre o que deixa o criminoso com raiva, por exemplo, a fim de descobrir o ciclo queleva ao surgimento desse sentimento e, assim, evitá-lo. Esse procedimento não se aplica aos psicopatas porque eles não conseguem ver nada de errado em seu próprio comportamento.

3.1.14 No Brasil, os psicopatas costumam ser considerados semi-imputáveis pela Justiça. Os magistrados entendem que eles até podem ter consciência do caráter ilícito do que cometeram, mas não conseguem evitar a conduta que os levou a praticar o crime. Assim, se condenados, vão para a cadeia, mas têm a pena diminuída. O senhor acha que, do ponto de vista jurídico, os psicopatas são totalmente responsáveis por seus atos?

Eu diria que a resposta é sim. Mas há divergências a respeito e existem muitas investigações em andamento para determinar até que ponto vai a responsabilidade deles em certas situações. Uma corrente de pensamento afirma que o psicopata não entende as consequências de seus atos. O argumento é que, quando tomamos uma decisão, fazemos ponderações intelectuais e emocionais para decidir. O psicopata decide apenas intelectualmente, porque não experimenta as emoções morais. A outra corrente diz que, da perspectiva jurídica, ele entende e sabe que a sociedade considera errada aquela conduta, mas decide fazer mesmo assim. Então, como ele faz uma escolha, deve ser responsabilizado pelos crimes que porventura venha a cometer. Não há dados empíricos que deem apoio a um lado ou a outro. Ainda é uma questão de opinião. Acredito que esse ponto será motivo de discussão pelos próximos cinco ou dez anos, tanto por parte dos especialistas em distúrbios mentaisquanto pelos profissionais de Justiça.3.1.15 O senhor está para publicar um estudo sobre um novo modelo de tratamento para psicopatas. Do que se trata?

Trata-se de um modelo mais afeito à escola cognitiva, em que os pacientes são levados a compreender que até podem fazer algo que desejem, sem que isso seja ruim para os outros.

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Não vai mudá-los, mas talvez possa atenuar as consequências de suas ações. É um tratamento com ambições relativamente modestas – tem por objetivo a redução de danos.

3.2 Psicopatas e corruptos

Uma pessoa que não tem medo diante de ameaças e que não sente indignação está mais vulnerável ao comportamento corrupto.

A hipótese, baseada na análise de imagens do cérebro captadas por meio de ressonâncias magnéticas funcionais e em exames que detectam as descargas de adrenalina do sistema nervoso, foi apresentada hoje [junho 2010] no congresso Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado, pelo neurologista André Palmini, da PUC do Rio Grande do Sul.

Palmini explicou que há um senso de justiça presente no cérebro de quase todas as pessoas. Quando presenciamos a justiça sendo feita, sentimos uma identificação com isso, uma empatia. Se vemos uma injustiça, sentimos nojo. "Quando sentimos nojo, ativamos a ínsula, região do cérebro essencial para o comportamento moral", disse o médico. Daí vem a sensação de indignação que normalmente surge diante da corrupção. Mas, como cada cérebro é diferente, há quem tenha reações diferentes.

De acordo com as pesquisas citadas pelo médico,é possível observar as conexões entre as regiões morais do cérebro: o cíngulo anterior e a ínsula. Assim como cada região do cérebro tem funções específicas, essas conexões também desempenham seus próprios papéis.

Nesses estudos, foram aplicadas escalas para medir o nível de empatia das pessoas em relação à sociedade. Quanto menor a conexão entre essas duas regiões emocionais e morais do cérebro, menor a capacidade que o indivíduo tem de funcionar socialmente. Em pessoas com conexões mais fortes, havia maior capacidade de indignação e entendimento da moral.

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"O status dessas redes neurais influenciam a maneira como valorizamos os estímulos do ambiente. Isso varia muito entre as pessoas e é a base de como sentimos o mundo e como tomamos decisões", disse Palmini.

Em outro estudo, que media a reação de adrenalina em pessoas submetidas a situações de estresse, por meio da condutividade elétrica da pele, algumas não reagiam às ameaças. De acordo com o neurologista, isso indica que elas eram insensíveis. "Essa condição leva à tomada de decisão inadequada, porque a pessoa fica vulnerável a correr riscos desnecessários."

Crianças que apresentaram essa falta de reação aos três anos não respondiam a punições verbais. Aos oito, elas já tinham comportamentos agressivos. Elas não eram sensíveis ao meio, não mobilizavam seu "cérebro emocional".

"Quem não se condicionava, não tinha medo, tinha mais risco de cometer crimes mais tarde, aos 20 anos", afirmou Palmini.

Um cérebro que amadurece nessas condições fica maispredisposto a ter uma personalidade psicopata, segundo o médico. A ausência do medo da punição facilita o comportamento corrupto, aliada aos fatores ambientais, como a oportunidade de cometer delitos.

3.2.1 Corruptos e lesados

O pesquisador Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, também apresentou sua explicação para esses comportamentos desviantes.

A ausência de moral do corrupto, segundo Bechara, é similar àquela apresentada pelos psicopatas, que não se preocupam com o outro. "Em pessoas normais, os valores morais e os riscos são ligados. Não há por que violar as regras", disse o neurologista.

O pesquisador afirma que há duas explicações para o cérebro corrupto. Ou há uma lesão cerebral, por motivos genéticos ou traumas sofridos na infância, ou a pessoa não tem lesão alguma, mas cresceu em um ambiente onde a corrupção não é punida.

O primeiro grupo não tem como aprender a diferenciar certo e errado, mesmo que sofra

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punições. Já o segundo pode conseguir se ajustar, se houver mudanças no ambiente.

De acordo com Bechara, pessoas com anormalidades no córtex pré-frontal repetem os erros, ainda que tenham uma alta capacidade intelectual. "Elas podem até ser mais bem sucedidas do que as pessoas normais, dependendo do meio em que atuam", disse o neurologista.

Ele explica suas conclusões por meio de um teste de jogo chamado Iowa Gambling Test. Nesse exame, são exibidas quatro possibilidades de aposta para o voluntário. Um par dá mais ganhos imediatos, mas leva a perdas maiores a longo prazo. O outro dá menosbenefícios imediatos, mas resulta em um ganho grande no final.

Pessoas sem lesões cerebrais, em geral, sabem escolher a opção mais vantajosa a longo prazo. Quando há a lesão no córtex frontal, a pessoa erra mesmo quando já sabe qual é a melhor escolha. "Ainda que elas tenham uma reação negativa em relação à perda, não temem essa punição na hora de tomar a decisão", explicou Bechara.

Além de serem destemidas, essas pessoas não julgam moralmente os outros. Em testes que apresentam aos voluntários uma história de tentativa de homicídio que não dá certo, os normais acham isso um crime. As pessoas com lesão se mostram mais permissivas.

O curioso, segundo o neurologista, é que há pessoas normais que se comportam como se tivessem a lesão cerebral. Talvez, disse ele, elas tenham algum problema cerebral indetectável em exames. "Essas pessoas também são vulneráveis a comportamentos antissociais como a corrupção."

Ao final, Bechara lembrou que os psicopatas não são só os assassinos. "Eles estão na sociedade. Podem ser empresários, políticos, pessoas que não cometem crimes violentos, mas que exploram os outros, são imorais, usam cargos públicos para enriquecer e prejudicar os outros. Está na hora de revisitar as causas cerebrais para estudar o comportamento humano".

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3.3 O perigo pode estar mais perto do que imaginamos

3.3.1 Conceitos e Definições

Pessoas manipuladoras, sem nenhuma consideração pelo próximo, sem inclusive reconhecer seus semelhantes como seres humanos. Essas e outras tantas característicasdescrevem o psicopata.

O psicopata define-se por uma procura contínua de gratificação psicológica, sexual ou impulsos agressivos, e da incapacidade de aprender com os erros do passado. Usando terminologia freudiana, a personalidade psicopática ocorre quando o ego não pode mediar entre o id e o super-ego, permitindo assim o id de se reger pelo princípio do prazer, e o super-ego não tem nenhum controle sobre as ações do ego. Em outras palavras, os indivíduos com esta desordem ganhariam satisfação através dos seus comportamentos anti-sociais, associados a uma falta de consciência.

Dentre tantas peculiaridades do psicopata a que mais chama a atenção é a ausência de culpa. O psicopata usa as pessoas para obter o que deseja, seja usando a crueldade para obter prazer, ou através da usura e exploração. Tem para si que seus atos não são maléficos e não causam nenhum dano a outrem, assim como não reconhecem suas atitudes como erradas. Ele não entende porque as pessoas ficam aterrorizadas perante suas atitudes. Isso se deve ao fato dele não reconhecer os sentimentos humanos, não podendo, assim, ter uma empatia com o outro. Além disso, diferentemente do que se pensa, essa patologia não causa delírios ou alucinações.

A psicopatia muitas vezes se manifesta ainda na infância e geralmente é confundida com agressividade. Crianças que manifestam crueldade gratuita, principalmente com animais, devem ser bem observadas.

Nas situações em que o psicopata não pratica atos passíveis de punição judicial, pode ter uma ascensão profissional digna de nota.Prejudicando os colegas e sendo desprovido de escrúpulos para obter benefícios próprios, o psicopata consegue, por exemplo, subir de cargo em uma empresa, ou manter-se no poder usando subterfúgios imorais ainda que sem cometer atos ilícitos. Quem não conhece alguém assim?

Estudos avaliam as diferenças entre os psicopatas não criminosos e os psicopatas criminosos. Tais estudos não chegam a uma opinião conclusiva para a questão: os psicopatas não criminosos não cometeram crimes ou apenas conseguiram ludibriar a polícia? As avaliações feitas nesses dois grupos de psicopatia mostraram semelhanças no comportamento de ambos, quase indistinguíveis. Os estudos revelam também que a personalidade e a propensão para atitudes imorais são semelhantes entre os grupos. O que os diferencia basicamente seria o meio onde o indivíduo está inserido, se beneficiado com educação e segurança familiar, a faceta criminosa não seria instalada.

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Esses estudos visam principalmente desmistificar algumas idéias acerca dos psicopatas que normalmente são associados a maníacos criminosos com disfunções neurológicas. Ao contrário do que se pensa a maioria dos psicopatas não são violentos e a maioria das pessoas violentas não é psicopata.

Especialistas dizem que os psicopatas em sua grande maioria são homens. Os motivos para esta desproporção entre os gêneros ainda é desconhecido. A frequência entre as populações é praticamente a mesma, não havendo alterações estatísticas entre ocidentais e orientais e nem entre populações que têm ou não acesso a culturas modernas.Segundo a revista SUPERINTERESSANTE (Julho-2006, p. 48), estas são as principais características de um psicopata:

CHARME - Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com frequência. Seja na política, no trabalho ou na cadeia. INTELIGÊNCIA - O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado o Colegial.AUSÊNCIA DE CULPA - Não se arrepende nem tem dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza que nunca erra.ESPÍRITO SONHADOR - Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo se a situação do sujeito é miserável, ele só fala sobre as glórias que o futuro lhe reserva.HABILIDADE PARA MENTIR - Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina.EGOÍSMO - Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo OK para ele, não interessa como está o resto do mundo.FRIEZA - Não reage verdadeiramente ao ver alguém chorando ou sofrendo.PARASITISMO - Quando consegue a amizade de alguém, suga até a medula.

Dentre as variações da Psicopatia, o Psicopata Social é aquele que causa sofrimento a um grupo de pessoas, uma comunidade ou até mesmo a sociedade como um todo, sem esboçar qualquer arrependimento. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Não existe ramo de atuação humana onde se encontra mais esse tipo do que na política (com honradas exceções, é claro). Estes manipuladoressociais roubam, mentem, trapaceiam, caluniam, e nunca acham que faz alguma coisa de errado; não estão nem aí para o sofrimento alheio. Geralmente possuem uma esperteza superior, uma inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Não são sábios, são inteligentes, porque o sábio usa o seu raciocínio e o seu saber para a resolução dos problemas dele e de todos, pensando sempre crescimento e na felicidade coletiva. Justamente por achar que não faz nada de errado, o Psicopata Social repete seus erros e não conhece emoções e sentimentos nobres tais como o arrependimento, a solidariedade, o amor ao próximo e a compaixão. O país que se dane, a cidade que se dane, o povo que se dane! É assim que ele pensa no seu íntimo. A habilidade de mentir e manipular despudoradamente, muitas vezes sem levantar suspeitas, de hipnotizar platéias com sua lábia, seu dom de oratória, faz com que ele se saia bem na política e na liderança de grupos. Vide: Mussolini, Hitler, Nero, Átila, Collor, etc. são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando necessário, com a destreza e o talento de

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um brilhante ator.

Os Psiquiatras defendem que, apesar desta mentalidade doentia, eles devem ser responsabilizados pelos seus erros, porque possuem plena consciência de que seus atos não são corretos. E se cometem crimes, devem ir para cadeia como os outros criminosos, por ameaçar a convivência sadia, justa e harmônica da sociedade.

3.4 Caso Suzana louise von richthofenO Caso Richthofen é um processo polêmico que chocou a opinião pública brasileira. Uma das rés, Suzane Louise von Richtofen, foi acusada de ter planejado a morte dos próprios pais, com o auxílio do então namorado Daniel Cravinhos e de seu irmão, Cristian Cravinhos. O júri do caso entendeu que Suzane foi influenciada pelos irmãos, mas que poderia ter resistido e evitado o crime.O interesse da população pelo caso foi tão grande que a rede TV Justiça cogitou transmitir o julgamento ao vivo. Emissoras de TV, rádios e fotógrafos chegaram até a ser autorizadas a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas o parecer definitivo negou a autorização. Cinco mil pessoas inscreveram-se para ocupar um dos oitenta lugares disponíveis na platéia, o que congestionou, durante um dia inteiro, a página do Tribunal de Justiça na internet. É dessas pessoas autorizadas que se conhece o que houve no julgamento.

3.4.1 Vida

Suzane nasceu numa família de classe média-alta da zona sul da capital de São Paulo, filha do engenheiro Manfred e da psiquiatra Marísia von Richthofen e irmã de Andreas Albert von Richthofen.Começou a fazer caratê quando era adolescente, e na mesma época seu irmão Andreas começou a fazer aulas de aeromodelismo, por meio do qual Suzane conheceu Daniel Cravinhos. Suzane acompanhava as aulas do irmão, ministradas por Daniel, aos finais de semana e começou a namorá-lo com o consentimento de sua mãe, Marísia.Contrariando as alegações de Daniel Cravinhos, a jovem disse que usou drogas pelaprimeira vez no Natal de 1999, acompanhada pelo namorado, que lhe ofereceu maconha.Daniel Cravinhos vem de uma família simples da capital paulista. Existem hipóteses de que este era o motivo pelo qual os pais de Suzane não aceitavam o namoro; porém, a versão mais aceita era a de que isto se devia ao envolvimento de Daniel com drogas. Suzane sustenta que passou a consumir drogas por influência dele.

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3.4.2 Como Ocorreu o Crime

Segundo a promotoria, Suzane teria sido a mentora de toda a ação criminosa. Teria liderado um teste de barulho causado pelos disparos de uma arma de fogo, dias antes do crime, e com isso o grupo teria descartado a idéia de utilizar uma.Em 31 de outubro de 2002, Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos foram à casa dos von Richthofen e, utilizando barras de ferro, assassinaram Manfred e Marísia. Os três afirmavam que Suzane não participou do assassinato em si, mas não há consenso sobre sua posição na casa enquanto o crime ocorria, e nem se, findo o ato, ela subiu ao quarto e viu os corpos dos pais (alguns consideram importante notar que, caso Suzane tenha visto os cadáveres, isto diz muito sobre sua personalidade, considerando seu calmo estado de espírito após o assassinato). A casa foi mais tarde revirada e alguns dólares foram levados, para forjar latrocínio (roubo seguido de morte).

3.4.3 Motivação

Suzane afirma que seus pais não aceitavam o namoro e a impediam de ver o rapaz. Além disso, existia um suposto interesse na herança (que Suzane agora nega) e uma supostamanipulação dela exercida por Daniel Cravinhos - que diz ter ocorrido justamente o oposto: fora que ela jurou seus pais de morte antes desse atentado cometido por ela.

3.4.4 Repercussão

Após o caso dos von Richthofen vir a público, o deputado federal Paulo Baltazar (PSB-RJ) elaborou o Projeto de Lei 7418/2002, que exclui automaticamente do direito de herança condenados por crimes contra familiares. O projeto foi aprovado em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em abril de 2006, e segue agora para aprovação no Senado. Na mesma oportunidade foi também aprovado o Projeto de Lei 141/2003, do mesmo autor, que tramitava em conjunto, e que exclui da herança quem matar

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ou tentar matar o cônjuge, companheiro, ascendente ou até descendente.

3.4.5 Família Richthofen

Sobre o parentesco do pai de Suzane com o lendário aviador alemão homônimo, alcunhado de "Barão Vermelho", ainda há versões conflitantes e nenhuma definitiva sobre a veracidade dos supostos vínculos familiares. O jornal alemão "Bild-Zeitung" publicou uma reportagem logo após o assassinato, na qual descendentes reconhecidos do aviador teriam negado que a família teuto-brasileira tivesse ligação com a sua. Todavia, ainda não foram apresentadas provas contundentes sobre nenhuma das duas versões, seja a que sustenta o parentesco, seja a que o nega.

3.5 Caso Francisco de Assis pereira “Maníaco do Parque”.

3.5.1 Infância

Francisco de Assis Pereira tem em sua infância traumas sexuais como a maioria dos SeriaisKiller, uma tia materna o teria molestado sexualmente na infância e com isso ele teria desenvolvido uma fixação em seios. Já adulto um patrão o teria seduzido o que levou ao interesse por relações homossexuais e uma gótica teria quase arrancado seu pênis com uma mordida fazendo com ele tivesse medo da perda do membro viril. Além a ocorrência de uma desilusão amorosa marcou sua vida. Você pode até estar pensando “Coitadinho, teve uma vida sofrida. Agora entendo o porquê de tanta violência” Mais antes dos crimes ele também mostrou seu outro lado, Thayná, um travesti com quem viveu por mais de um ano, constantemente apanhava de Francisco recebendo socos no estômago e tapas no rosto, exatamente como algumas das mulheres que sobreviveram relataram. Por conta da “gótica” citada anteriormente ele sentia dor durante o ato sexual, segundo fontes e teses a impossibilidade do prazer é que fez de Francisco o famoso “Maníaco do Parque”.

3.5.2 Histórico

Antes de ser preso e julgado ele já havia sido detido como suspeito, mas liberado logo depois.

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Ao ver seu retrato falado nos jornais, ele fugiu para o sul do país. Ao desaparecer, deixou apenas o jornal e um bilhete sobre a mesa. Lamentava ter de ir embora, pedia desculpas pela forma repentina da partida. "Infelizmente, tem de ser assim." Assinado: Francisco de Assis Pereira. No mesmo dia, o empresário percebeu que havia algo de errado com o vaso sanitário da empresa. Tentou consertar duas vezes, mas não conseguiu. Na sexta-feira 24, quebrou o encanamento para descobrir a causa do entupimento eencontrou um bolo de papéis queimados, misturado aos restos de um churrasco feito no final de semana anterior, no cano de saída da privada. Entre as coisas que o empresário recolheu do cano estava à carteira de identidade de Selma Ferreira Queiroz, parcialmente queimada. Selma foi uma das mulheres cujo cadáver a polícia encontrou no Parque do Estado. Isso alertou seus patrões (ele trabalhava como motoboy) que comunicaram a polícia que assim descobriram sua identidade. Durante a fuga, causou desconfiança aos moradores das cidades por onde passou, até que foi denunciado e preso, sendo posteriormente enviado para São Paulo. Após ser capturado pela polícia, o que mais impressionou as autoridades foi como alguém feio, pobre, sem muita instrução, e sem armas conseguia convencer as mulheres a subir na garupa de uma moto e ir para o meio do mato com um homem que tinham acabado de conhecer.

3.5.3 Crimes

O Maníaco do Parque, no interrogatório falou que convencê-las era muito simples. Bastava falar aquilo que elas queriam ouvir. Francisco cobria todas de elogios, se identificava como um caça talentos de uma importante revista, oferecia um bom cachê e convidava as moças para uma sessão de fotos em um ambiente ecológico. Dizia que era uma oportunidade única, algo predestinado, que não poderia ser desperdiçado.

3.5.4 Algumas Vítimas

Elisângela Francisco da Silva tinha 21 anos e era paranaense, filha de uma famí lia pobre de Londrina, vivia em São Paulo, com a tia Solange Barbosa, desde 1996. Por causa das dificuldades financeiras,abandonou a escola na 7ª série. Depois de ser deixada por uma amiga no Shopping Center Eldorado, na Zona Oeste de São Paulo nunca mais foi vista, tendo seu corpo nu encontrado em 28 de julho, no Parque do Estado. O corpo já decomposto exigiu um duro trabalho de identificação. O reconhecimento só aconteceu três dias depois. "Eu tinha esperança de que não fosse ela", diz a tia. No dia de seu desaparecimento, Elisângela saiu de casa dizendo que voltaria dali a duas horas.A grande ambição de Raquel Mota Rodrigues, de 23 anos, era ganhar dinheiro para ajudar a família, que vive em Gravataí, no Rio Grande do Sul. Nos finais de semana, Raquel costumava frequentar barzinhos com três amigas. Nunca chegou em casa depois da meia-noite. Por volta das 8 horas da noite de 9 de janeiro, ela saiu da loja de móveis onde trabalhava como vendedora, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista. Ao desembarcar na

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Estação Jabaquara do metrô, já quase em casa, telefonou para a prima avisando que conhecera um rapaz e que aceitara posar de modelo para ele em Diadema, na Grande São Paulo. "Disse que era melhor ela não ir", lembra Lígia. Era muito arriscado sair com um desconhecido. "É, eu não vou", respondeu a garota. Raquel nunca mais apareceu. Seu corpo foi encontrado no matagal do Parque do Estado no dia 16 de janeiro.Selma Ferreira Queiroz era menor de idade e a mais nova de três irmãs, pretendia fazer faculdade de ciências contábeis ou computação. Os planos de Selma, contudo, foram interrompidos na tarde de 3 de julho. Entre sua casa, nacidade de Cotia, na Grande São Paulo, e o centro da capital paulista, onde trataria das formalidades referentes à sua demissão como balconista de uma rede de drogaria, ela desapareceu. Era uma sexta-feira. No dia seguinte, um homem telefonou para Sara, irmã de Selma. Informou que a moça havia sido sequestrada e pediu um resgate de 1.000 reais dizendo que voltaria a ligar no final da tarde. Não ligou. Nesse mesmo dia, o corpo de Selma foi encontrado no Parque do Estado. Estava nua, com sinais de estupro e espancamento. Nos ombros, seios e interior das pernas, havia marcas de mordidas. Selma morreu estrangulada e poúltimo sinal de vida da garota foi para o namorado. Ela avisou que não chegaria a tempo para assistir ao jogo do Brasil contra a Dinamarca com ele. Mas que estava a caminho de casa.Aos 24 anos, Patrícia Gonçalves Marinho nunca revelara à família o sonho de ser modelo. No dia 17 de abril, ela saiu da casa da avó Josefa, com quem morava e desapareceu. Seu corpo só foi descoberto em 28 de julho. Estava jogado numa área deserta do Parque do Estado. A identificação de Patrícia só foi possível porque ao lado do corpo foram encontradas roupas e bijuterias da moça. Foi estuprada e morreu por estrangulamento.

3.5.5 O que falavam sobre Francisco

"Ele é inteligentíssimo. Tem uma fala mansa que convence" - Perita Jane Pacheco Belucci da Polícia Civil de São Paulo."Ele apertou meu pescoço. Disse que era psicopata e já havia enterrado muitas mulheres ali" - Sandra Aparecida de Oliveira,19 anos, uma das mulheres que dizem ter sidoatacadas no parque por Francisco."Ele era um cara comum, educado, estudado, com um papo legal. Engana qualquer garota" - João Carlos Dornelles Villaverde, o pescador que identificou Francisco.

3.5.6 As maníacas das cartas

O famoso motoboy recebia várias cartas de admiradoras na cadeia, aqui vão alguns trechos:"Eu não sei o que fazer para te distrair. Mas eu tenho uma idéia: primeiro quero dizer que te desejo todas as noites. É muito bom. Te acho gostoso, meu fogoso. Você está juntinho comigo, dentro do meu coração. Depois que chego em casa, queria você de corpo e alma, te amando. Te quero de qualquer jeito. Eu te amo do fundo do meu coração. Não perca a esperança,

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acredite em Deus, porque algum dia a gente vai se encontrar. Sei de seu comportamento doentio, por isso quero que fique calmo...""Por enquanto, nossos beijos são assim. Mas quero te beijar de verdade. Acho que tens saudades. Eu te amo, te amo, te amo etc, te desejo, te quero de corpo e alma. E me perdoe por tudo que estou sofrendo. Sabe Francis, eu não me conformo, e choro. E eu preciso ser forte (...)"(Rita, 27 anos) "Quero te dizer que estou morrendo de saudade, querendo você... Aih meu Deus como te desejo todas as noites. Eu durmo sozinha e querendo você aqui. Mas sei que é impossível. O certo é eu ir te vêr. E como posso sentir. Que é meu?" (Adriana, 22 anos) "Francisco, não deixe a tristeza tomar conta de você e acabar com o brilho do seu olhar. Acredite em Deus, você não está e nunca ficará sozinho. Jesus te ama, sua mãe e seu pai também e, principalmente,eu...""Depois que tudo aconteceu, tentei dar um fim a minha vida, mais uma coisa super interessante teve que acontecer, eu pensei muito e tive esperanças, acredite o mundo dá voltas, quando a gente menos espera algo de bom sempre acontece." (Márcia 18 anos – suposta ex).

3.5.7 Atualmente

Pereira chegou a ser dado como morto numa rebelião de presos ocorrida em dezembro de 2000. Mas, após uma série de desencontros, a direção da cadeia confirmou que o motoboy, jurado de morte pelos outros presos, estava vivo. Condenado a uma soma de 270 anos de prisão, Francisco diz que hoje é um homem guiado pela palavra de Deus e se considera normal. Segundo ele, está vivo em razão da fé e também pelo “elo de amizades” que construiu. O que fez no passado não teria sido fruto de sua própria vontade e sim de “uma coisa maligna, maldita”. Jussara, sua mulher que o conheceu por carta dedica seu tempo com a tentativa de solucionar seus problemas jurídicos. “Ela é inteligente, tem formação, é formada em história e Geografia”, orgulha-se. É por tudo isso que ele entra para o topo da "Escala do Mal" criada pelo psiquiatra americano Michael Stone em 2005. Aliás uma pesquisa do Ibope para o Ministério Público em 2004 mostrou que o caso policial é o mais lembrado pelos brasileiros, com um índice de 76%.

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3.6 João Acácio pereira da costa “Bandido da luz vermelha”.

3.6.1 Biografia

João Acácio ficou órfão com apenas quatro anos, dali por diante, sua vida no crime se iniciou. Chegou ao estado de São Paulo ainda naadolescência, fugindo dos furtos que praticara em Santa Catarina. Foi morar em Santos, onde se dizia filho de fazendeiros e bom moço. Na verdade, levava uma vida pacata no lugar que escolheu para morar, praticando seus crimes em São Paulo e voltando incólume para Santos. Sua preferência era por mansões. Seu estilo próprio de cometer os crimes (sempre nas últimas horas da madrugada, cortando a energia da casa, usando um lenço para cobrir o rosto e carregando uma lanterna com bocal vermelho) chamou a atençãoda imprensa, que o apelidou de "Bandido da Luz Vermelha", em referência ao notório criminoso americano Caryl Chessman, que tinha o mesmo apelido.Gastava o dinheiro obtido nos assaltos com mulheres e boates. A polícia levou seis anos para identificá-lo, conseguindo identificá-lo após ele deixar suas impressões digitais na janela de uma mansão.

3.6.2 Prisão

João Acácio foi preso em 8 de agosto de 1967, enquanto estava foragido no Paraná, foi acusado por quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos, sendo condenado a 351 anos, 9 meses e três dias de prisão. Dizem que cometeu estupro ou que teve relações sexuais com as vítimas de seus crimes, mas não foi acusado desses crimes (há uma lenda de que recebia muitas visitas de mulheres desconhecidas que choravam sua ausência). Após cumprir os 30 anos previstos em lei, foi libertado na noite do dia26 de agosto de 1997. Já em liberdade, ganhou fama na cidade onde passou a morar (sua terra natal, Joinville, em Santa Catarina) por sua obsessão em vestir roupas vermelhas e, aoser solicitado a dar um um autógrafo, simplesmente escrever a palavra "Autógrafo".Ficou preso no Manicomio judiciário de Franco da Rocha após ser considerado débil mental sendo sua pena convertida para medida de segurança.

3.6.3 MorteApós apenas quatro meses e vinte dias em liberdade, João Acácio foi assassinado com um tiro de espingarda, no dia 5 de janeiro de 1998, durante uma briga com um pescador na Cidade de Joinville/SC. Inclusive, o seu algoz foi absolvido na justiça, por apresentar em sua defesa que a morte ocorreu em legitima defesa.

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3.7 Pedro Rodrigues filho “Pedrinho matador”.

Pedro Rodrigues Filho, vulgo Pedrinho Matador, (Santa Rita do Sapucaí, 1954) é um homicida psicopata brasileiro.Matou pela primeira vez aos catorze anos e seguiu matando e hoje acumula mais de cem homicídios, incluindo o do próprio pai, sendo que 47 pessoas foram mortas dentro dos presídios pelos quais passou. Ainda não respondeu por todos os crimes, mas já foi condenado a quase quatrocentos anos de prisão, a maior pena privativa de liberdade já aplicada no Brasil.

Ele nasceu numa fazenda em Santa Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais, com o crânio ferido, resultado de chutes que o pai desferiu na barriga da mãe durante uma briga. Conta que teve vontade de matar pela primeira vez aos 13 anos. Numa briga com um primo mais velho, empurrou o rapaz para uma prensa de moer cana. Ele não morreu por pouco.

Aos 14 anos ele matou o vice-prefeito de Alfenas, Minas Gerais, por ter demitido seu pai, um guarda escolar, na época acusado deroubar merenda escolar. Depois matou outro vigia, que supunha ser o verdadeiro ladrão. Refugiou-se em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde começou a roubar bocas-de-fumo e a matar traficantes. Conheceu a viúva de um líder do tráfico, apelidada de Botinha, e foram viver juntos. Assumiu as tarefas do falecido e logo foi obrigado a eliminar alguns rivais, matando três ex-comparsas. Morou ali até que Botinha foi executada pela polícia. Pedrinho escapou, mas não deixou a venda de drogas. Arregimentou soldados e montou o próprio negócio.Em busca de vingança pelo assassinato da companheira, matou e torturou várias pessoas, tentando descobrir os responsáveis. O mandante, um antigo rival, foi delatado por sua ex-mulher. Pedrinho e quatro amigos o visitaram durante uma festa de casamento. Deixaram um rastro de sete mortos e dezesseis feridos. O matador ainda não tinha completado 18 anos.

Ainda em Mogi, executou o próprio pai numa cadeia da cidade, depois que este matou sua mãe com 21 golpes de facão. A vingança do filho foi cruel: além das facadas, arrancou o coração do pai e comeu um pedaço.

Pedrinho pisou na cadeia pela primeira vez em 24 de Maio de 1973 e ali viveu toda a idade adulta. Em 2003, apesar de já condenado a 126 anos de prisão, esteve para ser libertado, pois a lei brasileira proíbe que alguém passe mais de 30 anos atrás das grades. Mas, por causa de crimes cometidos dentro dos presídios, que aumentaram suas penas para quase 400 anos, sua permanência na prisão foi prorrogada pela Justiça até 2017. Pedrinho contavacom a liberdade para refazer sua vida ao lado da namorada, uma ex-presidiária cujo nome ele não revela. Eles se conheceram trocando cartas. Depois de cumprir pena de 12 anos por furto, ela foi solta e visitou Pedrinho no presídio de Taubaté.

Jurado de morte por companheiros de prisão, Pedrinho é um fenômeno de sobrevivência no duro regime carcerário. Dificilmente um encarcerado duro tanto tempo. Matou e feriu dezenas de companheiros para não morrer. Certa vez, atacado por cinco presidiários, matou três e botou a correr os outros

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dois. Matou um colega de cela porque 'roncava demais' e outro porque 'não ia com a cara dele. Para não deixar dúvidas sobre sua disposição de matar, tatuou no braço esquerdo: 'Mato por prazer'

É dotado de excepcional força física, devido às quatro horas diárias em que se exercita em sua cela, e geralmente dispensa armas para matar. Usa as mãos e a força de seu corpo para deslocar a cabeça de suas vítimas. Mas também mata com facadas certeiras no ventre de seus desafetos. Numa prisão de Araraquara, no interior de São Paulo, degolou com uma faca sem fio o homem acusado do assassinato de sua irmã.

Pedrinho é a descrição perfeita do que a medicina chama de psicopata - alguém sem nenhum remorso e nenhuma compaixão pelo semelhante. Os psiquiatras que o analisaram em 1982 para um laudo pericial, escreveram que a maior motivação de sua vida era 'a afirmação violenta do próprio eu'. Diagnosticaram 'caráter paranóide e anti-socialidade'.

3.8 Lindemberg Fernandes Alves

Emoutubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o domicílio de sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, no bairro de Jardim Santo André, em Santo André (Grande São Paulo), onde ela e colegas realizavam trabalhos escolares. Inicialmente dois reféns foram liberados, restando no interior do apartamento, em poder do sequestrador, Eloá e sua amiga Nayara Silva.

No dia 14, Eduardo Lopes, o advogado do sequestrador, passou a acompanhar as negociações do cliente com o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais). Às 22h50min desse dia, Nayara Rodrigues, 15 anos, amiga de Eloá, foi libertada, mas no dia 15 a polícia paulista mandou-a de volta para continuar as negociações.

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Após mais de 100 horas de cárcere privado, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e da Tropa de Choque da PM de SP explodiram a porta - alegando, posteriormente, ter ouvido um disparo de arma de fogo no interior do apartamento - e entraram em luta corporal com Lindemberg, que teve tempo de atirar em direção às reféns. A adolescente Nayara deixou o apartamento andando, ferida com um tiro no rosto, enquanto Eloá, carregada em uma maca, foi levada inconsciente para o Centro Hospitalar de Santo André. O sequestrador, sem ferimentos, foi levado para a delegacia e, depois, para a cadeia pública da cidade. Posteriormente foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na cidade de São Paulo.

Eloá Pimentel, baleada na cabeça e na virilha, não resistiu e veio a falecer por morte cerebral confirmada às 23h30min de sábado(18 de outubro).

O caso também repercutiu no exterior; o jornal espanhol El País destacou a comoção nacional pelo falecimento da jovem Eloá.

3.9 Como funciona a mente psicopata

3.9.1 O cérebro do psicopata

A maioria das pessoas é incapaz de entender como uma personalidade antisocial e criminosa, tal como a de um “serial killer” (assassino serial), é possível em um ser humano como nós.

Não são apenas os assassinos seriais, mas uma grande proporção de criminosos violentos em nossa sociedade (em torno de 25% dos prisioneiros) mostram muitas características do que a psiquiatria chama de “sociopatia”, um termo melhor e mais preciso do que psicopatia. A DSM-IV, o importante manual de diagnóstico usado por psicólogos e psiquiatras, define um distúrbio mais geral, denominado mais apropriadamente “distúrbio da personalidade antisocial” (DPA) e lista suas principais características, que podem ser facilmente reconhecidas em indivíduos afetados. A Organização Mundial de Saúde também definiu sociopatia em sua classificação de doenças CID-10 usando o termo “distúrbio da personalidade dissocial”.

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Os sociopatas são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por uma falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles exibem egocentrismo patológico, emoções superficiais, falta de auto-percepção, pobre controle da impulsividade (incluindo baixa tolerância para frustração e limiar baixo para descarga de agressão), irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e ausência deremorso, ansiedade e sentimento de culpa em relação ao seu comportamento anti-social. Eles são geralmente cínicos, manipuladores, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas famílias e parentes, e colocam em risco suas vidas e a de outras pessoas. O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa, os caracteriza como “predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento.“

Os sociopatas são incapazes de aprender com a punição, e de modificar seus comportamentos. Quando eles descobrem que seu comportamento não é tolerado pela sociedade, eles reagem escondendo-o, mas nunca o suprimindo, e disfarçando de forma inteligente as suas características de personalidade. Por isso, os psiquiatras usaram no passado o termo “insanidade moral” ou “insanité sans délire” para caracterizar esta psicopatologia. Um sociopata clássico foi Donatien-Alphonse-François de Sade (1740-1814), um nobre francês cujas preferências sexuais perversas e novelas (tais como Justine) originaram o termo sadismo.

O indivíduo sociopata geralmente exibe um charme superficial para as outras pessoas e tem uma inteligência normal ou acima da média. Não mostra sintomas de outras doenças mentais,tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles podem ter um comportamento tranqüilo no relacionamento social normal e têm uma considerável presença social e boa fluência verbal. Em alguns casos, eles são os líderes sociais de seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu “lado negro”, o qual a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência. Vítimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.

O mais assustador é o fato que entre 1 e 4% da população é sociopata em maior ou menor escala. Claro, a maioria das pessoas com DPA não é criminosa e é capaz de se controlar dentro dos limites da tolerabilidade social. Eles são considerados somente como “socialmente perniciosos”, ou têm personalidade odiosa, e cada um de nós conhece alguém que se ajusta a esta descrição. Políticos corruptos e cínicos, que sobem rapidamente na carreira, líderes autoritários, pessoas agressivas e abusadoras, etc., estão entre eles. Uma característica comum é que eles se engajam sistematicamente em enganação e manipulação de outros para ganhos pessoais. De fato, muitos sociopatas não-violentos e adaptados podem ser encontrados em nossa sociedade. Um estudo epidemiológico do NIMH registrou que somente 47% daqueles que eram caracterizados como tendo DPA tinham uma história de processo criminal significativo. Os eventos mais relevantes para estas pessoasocorrem na área de

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problemas de trabalho, violência doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Muitas pessoas evitam indivíduos com este distúrbio de personalidade porque eles são irritáveis, argumentadores e intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, impredizível e arrogante.

A sociopatia é reconhecida precocemente em um indivíduo: ela começa na infância ou adolescência e continua na vida adulta (o diagnóstico é possível em torno de 15 a 16 anos). Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos pais, e não são afetados pela dor. Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável, e consequentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressão aos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.

No entanto, apenas uma pequena fração dos sociopatas se desenvolve em criminosos violentos, estupradores e assassinos seriais. Em casos mais severos, a doença pode evoluir para canibalismo e rituais sádicos de tortura e morte, frequentemente de natureza bizarra. Há um amplo consenso que estas formas extremas de sociopatia violenta são intratáveis e que seus portadores devem ser confinados em celas especiais para criminosos insanos por toda a vida. Um sociopata típico deste tipo foi retratado por Dr. Hannibal “OCanibal” Lecter no filme e livro “O Silêncio dos Inocentes”.

Os próprios sociopatas se descrevem como “predadores” e geralmente são orgulhosos disto. Eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo, que é o da violência acompanhada de descarga emocional (geralmente raiva ou medo) e nem ativação do sistema nervoso simpático (dilatação das pupilas, aumento dos batimentos cardíacos e respiração, descarga de adrenalina, etc). Seu tipo de violência é similar à agressão predatória, que é acompanhada por excitação simpática mínima ou por falta dela, e é planejado, proposital, e sem emoção (“a sangue-frio”). Isto está correlacionado com um senso de superioridade, de que eles podem exercer poder e domínio irrestrito sobre outros, ignorar suas necessidades e justificar o uso do que quer que eles sintam para alcançar seus ideais e evitar consequências adversas para seus atos. Por exemplo, em Justine, o personagem que incorpora o Marquês de Sade diz que tudo é justificado quando o objetivo é a gratificação de seus sentidos, e que a ele é permitido usar outros seres humanos da forma como ele desejar para aquele propósito.

O fato dos sociopatas possuírem pouca empatia para o sofrimento dos outros tem sido demonstrado experimentalmente em muitos estudos, os quais têm mostrado que eles exibem um processamento anormal de aspectos emocionais da linguagem, e que geralmente eles possuem resposta fisiológica fraca (no sistema nervoso autônomo) a imagens, palavras e situações de alto conteúdo emocional. Como acontece com os predadores, ossociopatas são capazes de uma atenção extremamente alta em certas situações.

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O distúrbio sociopático também está altamente associado com a incidência de abuso de drogas e alcoolismo. De fato, esta associação piora os aspectos do comportamento sociopático, assim considera-se que eles são mutuamente reforçadores.

O DPA é relativamente fácil de diagnosticar. O mesmo Dr. Hare desenvolveu uma escala de avaliação, chamada Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), que é útil para este propósito, particularmente na avaliação de criminosos (a população forense). Você pode testar a si próprio usando uma escala on-line disponível no Internet Mental Health.Sociopatas violentos ocasionam um alto preço para a sociedade humana. Nos EUA, mais da metade dos policiais mortos por criminosos eram vítimas de sociopatas. O DPA é comum entre dependentes de drogas, mulheres e crianças, gangsters, terroristas, sádicos, torturadores, etc. Além disso, “os psicopatas são aproximadamente três vezes mais propensos a recidivar – ou quatro vezes mais propensos a recidivar violentamente do que os não sociopatas”, de acordo com um estudo recente. Citando novamente o Dr Robert Hare: “É enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos – os psicopatas – as regras sociais não são uma força limitante, e a idéia de um bem comum émeramente uma abstração confusa e inconveniente“.Além disso, sob situações de stress, tais como em guerras, pobreza geral e quebra da economia, surtos epidêmicos ou brigas políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais e sábios, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Idi Amin, etc. Quando eles alcançam posições de poder, eles podem causar mais danos do que como indivíduos.Qual é a causa da sociopatia? Como o cérebro está envolvido? Como isto pode ser prevenido e tratado?Estas são questões importantes para a humanidade, para a lei e medicina. A curva ascendente da violência sem sentido, frequentemente por pessoas jovens (a medida que o tempo passa, mais e mais jovens…), impõe um senso de urgência em obter respostas para elas.

4 Consideração final

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Este trabalho pretendeu analisar os perfis, idéias, noções, teorias e etc, sobre o assunto dos psicopatas onde nos tivemos uma noção mais abrangente sobre este assunto muito interessante, que nos traz a noção de que a sociedade ainda não está preparada para lidar com este problema já que ainda não sabemos nem diferenciar os bandidos e assassinos de psicopatas, e acabamos que colocamos esses doentes sem moral alguma no meio de outros bandidos e eles acabam fazendo ainda mais brutalidades como no caso do Pedrinho matador que cometeu grande parte de seus crimes dentro da cadeia entre outros psicopatas, o sistema do governo e da sociedade deveria organizar clinicas mais disponibilizadas para estes tipos de pacientes assim evitando asuper lotação de criminosos dentro de cadeias.Mais o maior problema que é a causa da doença ainda é divergente mais, grande parte afirma ser genético assim dando a noção que este doença não tem cura e sim tratamento ainda que muito complexo e de difícil identificação dos sintomas, assim temos a noção de que este tipo de trabalho só engrandece, nossas mentes e nos ajuda a ter maior noção de uma sociedade complexa dando a noção de que nós nunca saberemos quem realmente nos cerca, sempre interpretando e trazendo isso para o melhor compreender possível.E desta forma tenho a seguinte noção, de que este tema deve continuar a ser estudado e debatido pelos estudiosos, pois ele ainda não está totalmente concluído, pois é um campo muito abrangente que nos traz muitos benefícios e noções de estudo.

5 Referencias

Renato M.E. Sabbatini, PhD. neurocientista e especialista em Informática Biomédica, doutor pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado no Instituto de Psiquiatria Max Planck em Munique, na Alemanha. Atualmente, é diretor do Núcleo de Informática Bimédica da Unicamp e professor de Informática Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas, (Campinas, Brasil).

PSICOPATIA, psicopatas e corruptos, o perigo pode estar mais perto do que nos imaginamos, como funciona a mente psicopata.Disponível em:.Acesso em:15/09/2012.

SERIAL KILLER, HOMICIDAS, PSICOPATAS! ,Pedrinho matador.Disponível em:.Acesso em:15/09/2012,

PATRICK HORLA – Vice BR. Disponível em: Página visitada em 29 de Abril de 2011.