44
Publicação bimestral do SIMESP Sindicato dos Médicos de São Paulo - julho/agosto Nº 63 | 2010 ESPECIAL Pediatria | PÁGINAS VERDES Saúde em São Paulo | RESIDENTES Greve nacional Enem indica sólidos caminhos Exercício médico e a saúde no Brasil foram amplamente debatidos durante três dias na capital do País

Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Publicação bimestral do SIMESP Sindicato dos Médicos de São Paulo - julho/agosto

Nº 63 | 2010

ESPECIAL Pediatria | PÁGINAS VERDES Saúde em São Paulo | RESIDENTES Greve nacional

Enem indicasólidos

caminhosExercício médico e a saúde no

Brasil foram amplamente debatidosdurante três dias na capital do País

Page 2: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Page 3: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

SUMÁRIO

04 | cartas

06 | artigo

22 | especial

24 | sindical

42 | artigo

Eleição

Três dos quatro candidatos ao governo do Estado aos quais o Simesp enviou perguntas sobre Saúde responderam: OSs, SUS e faculdades estão entre os temas

Enem

Verdadeira festa dademocracia, em nomeda Saúde e de condiçõesdignas para os profissionais. Encontro das entidadesreuniu centenas de médicos

Ar da montanha

Pode ser lugar-comum,mas se nos pequenos frascos estão mesmo os melhores perfumes, não deixe de visitar Santo Antonio do Pinhal e Monteiro Lobato

3

EXPEDIENTE

D D DA Revista do Médico

Simesp Sindicato dos Médicos de São Paulo Fundado em 1929Filiado à CUT (Central Única dos

Trabalhadores) e à Fenam (Federação Nacional dos Médicos)

Assuntos JurídicosMaria das Graças [email protected]

Formação Sindical e SindicalizaçãoAntonio Carlos da Cruz Júnior

Relações do TrabalhoRenato Antunes dos Santos

Relações Sindicais e AssociativasZied Rasslan

Conselho FiscalNelza Akemi Shimudzu, David Serson e Lavínio Nilton Camarim

EQUIPE DA REVISTA DR!Secretário de Comunicação e ImprensaOtelo Chino Junior

Edição e reportagemIvone Silva Guilherme Salgado Rocha

PROJETO GRÁFICODidiana Prata – Prata Designwww.pratadesign.com.br

RS PRESS EDITORANúcleo de Criação e DesenvolvimentoRua Cayowaá, 228 – PerdizesSão Paulo – SP – 05018-000Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296e-mail: [email protected]: www.rspress.com.br

Editor de ArteLeonardo FialDiagramaçãoLeonardo Fial, Luiz Fernando Almeidae Felipe SantiagoFotos:Osmar Bustos

Assistente de comunicaçãoJuliana Carla Ponceano Moreira

AnúnciosIsabel RuschelFones: (11) 3813-1876 e 9893-1516e-mail: [email protected]

Redação e administraçãoRua Maria Paula, 78, 3° andar01319-000 – SP – Fone: (11) 3292-9147Fax: (11) 3107-0819 e-mail: [email protected]

Tiragem: 28 mil exemplares

Circulação: Estado de São Paulo

Todos os artigos publicados terão seus direitos resguardados pela revista DR! e só poderão ser publicados, parcial ou integralmente, com a autorização, por escrito, do Simesp. A responsabilidade por conceitos emitidos em artigos assi-nados é exclusiva de seus autores.DIRETORIA

PresidenteCid Célio Jayme [email protected]@simesp.org.br

SECRETARIASGeralCarlos Alberto Grandini Izzo

Comunicação e ImprensaOtelo Chino [email protected]

AdministraçãoStela Maris [email protected]

FinançasAizenaque Grimaldi de [email protected]

07 | páginas verdes

32 | turismo

14 | capa

Page 4: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

4

CARTAS

OSsA diretoria do Simesp acredita sinceramente que as entidades de defesa da categoria são real-mente contra as terceirizações das unidades de saúde em favor das OSs? Como pode um médico ser ao mesmo tempo conselheiro do Cremesp, diretor de hospital terceirizado e diretor da empre-sa que terceiriza esse hospital??!! Em quem vou acreditar??!! Preci-samos discutir isso abertamente. Todas as unidades de saúde da re-gião oeste de São Paulo, ao longo da Raposo Tavares, Francisco Mo-rato, etc estão sendo terceirizadas agora, já!! É isso que queremos?

Antonio Carlos Ciccone

Médico

Resposta SimespO Sindicato dos Médicos de São Paulo sempre se manifestou con-trariamente a qualquer tipo de terceirização dos serviços de

saúde. Nossa diretoria não apro-va a utilização de organizações sociais como gestoras dos equi-pamentos públicos. Nessa práti-ca não há controle do dinheiro público, nem participação social dos usuários na administração. O Simesp acredita efetivamente no SUS e na sua gestão pública.

Vilmon de FreitasO Simesp recebeu ofício do pre-sidente da Câmara Municipal,

Antonio Carlos Rodrigues, de ini-ciativa do vereador Gilberto Na-talini, lamentando o falecimen-to do companheiro e diretor do Simesp Vilmon de Freitas. Diz o documento: “Requeremos, nos termos regimentais, seja consig-nado nos anais desta Casa voto de pesar pelo falecimento do professor dr. Vilmon de Freitas, para que a família receba, neste momento de dor, a nossa irrestri-ta solidariedade.”

XIII Congresso Brasileiro de Nutrologia Data: 16 a 18 de setembroLocal: Hotel Maksoud Plaza – São Paulo – SPInformações: (17) 3523-9732 / 3524-4929Site: www.abran.org.br/congresso

44ª JOPA - Jornada Paulista de Anestesiologia Data: 17 a 19 de setembro Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto Endereço: Rua Bernardino de Campos, 999Site: www.saesp.org.br

AGENDA

Congresso Paulista do ColégioBrasileiro de CirurgiõesData: 23 a 25 de setembroLocal: Palácio de Convenções – AnhembiSite: www.cbcsp.org.br/hotsite

XII Congresso Brasileiro de Oncologia PediátricaData: 29 de setembro a 02 de outubro Local: Expo Unimed CuritibaSite: www.sobope2010.com.br

Aos leitores

As cartas enviadas à redação da revista DR! poderão ter seu tamanho diminuído, obedecendo a critérios de espaço. Ratificamos nosso compromisso de fazer uma revista para os associados e também pelos associados. Escreva para o e-mail [email protected]. Participe das iniciativas do seu Sindi-cato, também na área da Comunicação.

Page 5: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

5

EDITORIAL

Reunimo-nos em Brasília, dos dias 28 a 30 de julho, no XII Encontro Nacional das Entidades Médicas,

o Enem. AMB, CFM e FENAM, representados por aproximadamente 600 colegas, oriundos dos mais

diversos pontos do País. Traçamos diretrizes para a política de saúde e médica do Brasil para os pró-

ximos anos. Trata-se, senão o mais, um dos mais importantes eventos para agilizar ações e convergir

planejamentos capazes de agilizar equacionamentos dos grandes problemas por todos enfrentados

com a nossa saúde.

O Manifesto dos Médicos à Nação Brasileira – Carta de Brasília – demonstra com determinação

nossos propósitos, e estamos convictos da imperiosa necessidade de ações convergentes, reforçando

a UNIDADE das entidades médicas em todos os níveis, desde as nacionais até as locais, incluindo

representações e associações de médicos em seus locais de trabalho.

Vários são os problemas, ameaças, inseguranças, indefinições, oscilações de projetos, enfim, toda

sorte de dificuldades a nos exigir decisões coerentes e lúcidas.

Alguns projetos de lei tramitam no Congresso Nacional e nos interessam de perto. Lei do Ato

Médico, Regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, Carreira de Estado para o Médico, regu-

lamentação para abertura de novas Faculdades de Medicina, certificação de diplomas de médicos

graduados no exterior, salário mínimo para o médico, Plano de Cargos, Carreira e Salários, Política

de Estado para a Saúde, entre outros de especial importância.

Em razão de tudo isso, está sendo programada reunião das entidades médicas em Brasília, no pró-

ximo dia 26 de outubro, para visitas ao Ministério da Saúde, Cortes de Justiça, Congresso Nacional,

entre outros, levando exigências para soluções inadiáveis das agruras que enfrentamos.

Uma das irrefutáveis provas é a greve dos médicos residentes, que atingiram seus limites de tolerân-

cia. São quatro anos sem reajustes nos valores das bolsas que lhes são destinadas, além de outros bene-

fícios que lhes são negados. Os médicos residentes de São Paulo, sintonizados com os demais residentes

do País, demonstraram coesão, firmeza e determinação nas exigências dos seus elementares direitos e,

por certo, mereceram e merecem todo o apoio do Simesp e do sindicalismo médico brasileiro.

De igual forma, os médicos peritos do INSS exigem condições mínimas e adequadas de trabalho,

com pauta de reivindicações compatíveis com a relevância do trabalho por eles realizado e, de igual

maneira, receberam, recebem e receberão todo o nosso empenho para soluções imediatas das agruras

por eles vividas.

Estamos em plena campanha salarial. Nossa data-base para reajustes salariais é dia 1º de setem-

bro; assim, iniciamos entendimentos com os sindicatos patronais para celebração das convenções

coletivas de trabalho, para o que é preciso haver união e participação de todos, permitindo-nos alcan-

çar melhores ganhos.

A luta é árdua, porém, compensadora em seus resultados. Depende de nós.

Diretoria do Simesp

Depende somente de nós

Page 6: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

O Estatuto da Igualdade Racial, sancionado pelo presidente Lula, em 20 de julho passado, significa um novo

marco nas relações raciais e sociais no nosso País. De iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), tramitou no

Congresso Nacional por mais de cinco anos, sofreu ataques injustificados, boicotes e alterações que rebai-

xaram a proposta original.

O espírito do Estatuto, que seus opositores não conseguiram derrotar, é propor formas para que o Estado

brasileiro compense quase quatro séculos de escravidão e mais de 120 anos de discriminação racial, exclusões

social e econômica dos milhões de africanos sequestrados e escravizados, assim como seus descendentes.

Há quem considere que a luta contra a discriminação racial sofreu uma derrota pelo fato de a lei apro-

vada não contemplar diversas demandas dos que lutam contra a discriminação racial. Sou de opinião que

houve vitória, considerando a atual correlação de forças, em que deputados e senadores negros representam

menos de 2% do total, e que brancos comprometidos com a luta contra a discriminação estão em minoria

num Congresso dominado por representantes das oligarquias regionais.

Mesmo nesse quadro adverso, foram aprovados artigos que condenam explicitamente o racismo e valori-

zam as manifestações culturais da população afrodescendente, como a exigência de respeito às religiões de

matriz africana e a elevação da capoeira a patrimônio nacional, com sua inclusão nos currículos escolares.

E ainda o que obriga o poder público a adotar políticas de ações afirmativas no ensino superior e na edu-

cação profissionalizante.

Não foi possível aprovar artigos importantes que constavam no projeto original. As cotas nas universida-

des, em empresas e em candidaturas políticas ficaram de fora. No que diz respeito à saúde da população

negra e o tratamento das doenças com incidência maior neste segmento, o artigo que estabelecia políticas

de saúde específicas foi suprimido, deixando grave lacuna nessa lei que pretende promover a igualdade

racial em todos os aspectos da vida dos brasileiros.

Apesar das suas insuficiências, entretanto, o Estatuto consolida uma nova ordem legal e avança no esta-

belecimento de uma “cultura” antirracista no nosso País e dá vigoroso passo rumo a uma sociedade mais

justa, em que todas as etnias que contribuíram e contribuem para a existência de um País tão rico em diver-

sidade sejam tratadas de maneira igualitária.

Ramatis Jacino

Mestre em História Econômica pela USP, é autor do

livro “O Branqueamento do Trabalho” (Nefertiti, 2009)

ARTIGO

Mais um passo na luta contra o racismo

Ramatis Jacino

6

Page 7: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

7

PÁGINAS VERDES eleição

Apresentamos nas próximas páginas entrevista com os candidatos ao governo do Estado de São Paulo. A revista DR! convidou os quatro primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos. Em ordem alfabética, Aloizio Mercadante (PT), Celso Russomanno (PP), Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (PSB). Somente o candidato Alckmin não respondeu às questões. Nosso primeiro contato (telefônico e e-mail) com a assessoria de imprensa do candidato se deu no dia 27 de julho. Em 16 de agosto, solicitamos por e-mail posicionamento sobre a participação ou não do candidato. A resposta da assessoria foi a seguinte: “Não será possível responder às perguntas esta semana, infelizmente”. Julgando importante a participação do candidato, a revista DR! indagou se haveria algum prazo que pudesse ser “negociado”. A assessoria afirmou que “teria uma resposta sobre prazo na próxima semana”. Mais uma vez, dia 23 de agosto, enviamos novo e-mail, porém até o fechamento desta edição (30 de agosto) não havíamos recebido resposta.As questões apresentadas, seis no total, são específicas da área da Saúde. As entrevistas obedecem à ordem alfabética dos nomes dos candidatos.

A Saúde na visão dos candidatos aogoverno do Estado

Page 8: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

8

DR! – Qual sua análise sobre a saúde em São Paulo e no Brasil? Ao mesmo tempo em que há níveis de excelência, há verdadeiras situa-ções de penúria.

Mercadante – Os hospitais e médicos estão centralizados em aglomerados urbanos, por cau-sa da falta de planejamento. O SUS está enraiza-do na ideia de relação republicana entre as dife-rentes esferas do governo, e o Estado tem sido o elo fraco da relação, não atuando como deveria. Somente em 2004, a Secretaria Estadual da Saú-de foi habilitada como gestora plena do SUS, e ainda descumpre o pacto. Não tem sido feitas parcerias com os municípios para reforçar os programas de prevenção a doenças do SUS. Um exemplo é o projeto das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que já tem 101 contratadas ou em construção no Estado. Para a UPA funcio-nar, o governo federal constrói e ajuda a finan-ciar, com o município e o Estado. Mas São Paulo não financia e preferiu as Organizações Sociais (OSs), com administração sem transparência, li-citações ou fiscalização. No Programa de Comba-te ao Crack, do governo federal, serão investidos R$ 180 milhões para a construção de 5 mil leitos hospitalares. A capital tem 280 leitos para o tra-tamento de dependentes químicos. Somente na região central da cidade, são mais de 400 usuá-rios da droga. Em 2009, o Ministério Público ins-taurou inquéritos em todo o Estado apurando o não cumprimento de lei estadual concernente à obrigação de todos os hospitais gerais da rede SUS implantarem leitos psiquiátricos.

Aloizio Mercadante:

“Há ausênciade compromissode São Paulo com o SUS”

Nascido em Santos, Aloizio Mercadante é economista e professor licenciado na PUC-SP e Unicamp. No PT, foi vice-presidente nacional e, hoje, integra o Diretório e a Executiva Nacional. Foi candidato a vice-presidente da República na chapa de Lula em 1994. Em 1990, foi o deputado federal mais votado do PT e, em 1999, obteve a terceira maior votação do País. Em 2002, para o Senado, Mercadante recebeu a maior votação da história - mais de 10 milhões de votos. Em 2009,assumiu a liderança da bancada

Page 9: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

9

DR! – Qual seu posicionamento em relação ao SUS e sua implementação progressiva? Quais são suas propostas para o financiamento efe-tivo do SUS?

Existem longas filas para exames e cirurgias de média e alta complexidade. Ausência de com-promisso do Estado com o SUS. O sistema está centralizado na capital, gerando superlotação e espera nos hospitais, além da falta de atendi-mento especializado nas outras regiões. Os pos-tos de saúde só funcionam em horário comer-cial, com superlotação das Santas Casas fora desse horário. A integração das UPAs ao sistema de saúde estadual para situações de urgência e emergência ameniza o problema, mas o governo estadual é o único que não participa do financia-mento. Vamos informatizar o banco de dados da saúde, criar a Central de Atendimento para a Marcação de Consultas e Exames, recuperar os 46 hospitais estaduais de “porta aberta”, Santas Casas e hospitais universitários, e construir no-vos hospitais nas regiões de maior carência.

DR! – O Brasil começa a discutir o direito da mulher ao aborto. Qual sua opinião sobre o assunto?

É muito importante ver que um País se preo-cupa com os direitos humanos, focado nas mulheres. Há o apoio do presidente Lula ao abrigo à iraniana condenada à morte por ape-drejamento. O assunto se encontra na alçada da esfera federal, pois, de acordo com a Cons-tituição Federal, os governos estaduais não po-dem se sobrepor à instância federal.

DR! – As Organizações Sociais têm sido ampla-mente utilizadas para gerir equipamentos pú-blicos. São alvos de graves denúncias envol-vendo irregularidades administrativas, além de atendimentos diferenciados por seleção de pacientes. Qual sua posição em relação às OSs e contratos de gestão?

Cito os problemas: aquisição de bens e ser-viços sem licitação; repasse de patrimônio, bens e serviços, servidores e dotação orçamen-tária públicos a empresas privadas; ausência

de prestação de contas. As gestões anteriores firmaram contratos com as OSs para se livra-rem da administração dos hospitais públicos, mas deixaram de fiscalizar o serviço prestado. Tramita no Supremo Tribunal Federal o julga-mento de Ação Direta de Inconstitucionalida-de movida pela sociedade civil contra essas práticas. Em todos os Estados, exceto São Pau-lo e Pará, o poder público participa da admi-nistração das OSs, garantindo o controle na aplicação das verbas públicas e na prestação dos serviços. Precisamos ter no Conselho de Administração membros do poder público.

DR! – As faculdades de medicina se espalham pelo País, muitas sem qualquer compromis-so com a educação. Como o Sr. analisa essa questão?

Seria necessário, talvez, criar algum método avaliativo ou prova para obter certificados ou número de inscrição, como ocorre com a OAB. DR! – Uma das principais lutas dos médicos é a implementação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários. O que pensa sobre o as-sunto?

São Paulo possui 2,4 médicos por mil habi-tantes, média maior que os Estados Unidos. A média da capital é ainda maior: 4,3 médicos por mil habitantes. E 65% dos médicos encon-tram-se onde 40% da população estão. Há con-centração em locais privilegiados. É importan-te analisar também a relação entre local de trabalho, salário e carga horária, segundo a fai-xa etária dos médicos. Em 2007, estudos do Datafolha e do Cremesp apontaram que 76% dos médicos que trabalham em hospitais pú-blicos têm até 29 anos; 64% dos profissionais atuantes do Estado trabalham nas faixas “40 a 60 horas” e “mais de 60 horas”, sendo que 52% destes têm até 29 anos de idade. E 33% dos médicos atuantes, que recebem até R$ 3.000 mensais, também apresentam idade inferior ou igual a 29 anos. Fica difícil imaginar onde se encontraria coragem para seguir adiante em uma carreira pública na área da medicina.

Page 10: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

10

DR! – Qual sua análise sobre a saúde em São Paulo e no Brasil? Ao mesmo tempo em que há níveis de excelência, há verdadeiras situa-ções de penúria.

Russomanno - Nós tivemos uma evolução sim, mas cheia de defeitos. Do mesmo jeito que tem o programa da família, as AMAS, que não deixam de ser uma coisa interessan-te, um conjunto de especialidades, um con-junto de hospitais de excelência e de grande complexidade, constata-se uma desconexão em todo o sistema. Avançamos do ponto de vista sedimentar e regredimos no ponto de integração. Em relação às epidemias, por exemplo, deve haver campanhas públicas da Secretaria da Saúde, para alertar a população a tomar providências.

DR! – Qual seu posicionamento em relação ao SUS e sua implementação progressiva? Quais são suas propostas para o financiamento efe-tivo do SUS?

Implementação progressiva do SUS não existe, já ocorre há 20 anos. Cabe ao Estado organizar a integração entre os hospitais. Como existe a municipalização do atendimen-to, somente a alta complexidade é que fica na mão do Estado. Cabe ao Estado fazer a gestão do sistema. Em todos os municípios deve ha-ver uma transferência mais fácil dos pacien-tes, transferindo esses pacientes de acordo com as necessidades, havendo, então, uma in-

Celso Russomanno

“OSs nãopodem substituirobrigatoriamente a rede pública”

Bacharel em Direito, radialista e jornalista, casado com Lovani, pai de Luara e Celso. Deputado federal (quarto mandato). Autor e relator de vários projetos e leis que alteram o Código de Defesa do Consumidor. Membro da Comissão de Defesa do Consumidor; Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. Membro da Comissão do Código Brasileiro de Trânsito, do Novo Código Civil, Estatuto do Idoso, relator do Estatuto do Torcedor

Page 11: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

11

tegração entre os municípios. Inclusive dos seus prontuários, que se perdem no tempo.

DR! – O Brasil começa a discutir o direito da mulher ao aborto. Qual a sua opinião sobre o assunto?

Sobre aborto, só dentro da legalidade.

DR! – As Organizações Sociais têm sido ampla-mente utilizadas para gerir equipamentos pú-blicos. São alvos de graves denúncias envol-vendo irregularidades administrativas, além de atendimentos diferenciados por seleção de pacientes. Qual sua posição em relação às OSs e contratos de gestão?

Primeiramente, havendo irregularidades, elas precisam ser apuradas. Uma vez aponta-do o problema, deve haver o cancelamento do contrato. Em segundo lugar, as redes pri-vadas ou as Organizações Sociais não podem substituir obrigatoriamente a rede pública. Podem dar apoio, mas a rede pública conti-nua sendo pública.

DR! – As faculdades de medicina se espalham pelo País, muitas sem qualquer compromis-so com a educação. Como o sr. analisa essa questão?

Esse é um dos maiores problemas enfrenta-dos pelo Brasil. Hoje nós temos mais escolas médicas do que a Índia, que tem um 1 bilhão e 300 milhões de habitantes. Ora, se a Índia tem esse total de habitantes e há menos esco-las médicas que o Brasil, eles estão errados e o Brasil está certo?! Essa proliferação de escolas médicas fez com que os médicos fossem mal formados. Mais de 50% desses médicos têm deficiência muito grande na formação.

DR! – Uma das principais lutas dos médicos é a implementação de um Plano de Cargos,

Carreira e Salários. Qual sua opinião sobre o assunto?

É extremamente importante, porque faz com que haja um número ideal de profissio-nais trabalhando, exercendo sua atividade. Hoje, no sistema atual, há mais médicos con-tratados fazendo menos atividades. O plano de carreira proporcionaria uma atividade melhor para cada médico, evitando-se o ex-cesso. Saúde, para mim, tem que ser preven-tiva. Se compararmos a saúde pública com a saúde privada, encontraremos o seguinte quadro: na saúde privada, muitas consultas médicas, vastidão de clínicas, muitos exames, laboratórios para exames, e poucas interna-ções. Na saúde pública, há poucos exames, poucas consultas e muitas internações. Então trabalhamos somente com a emergência. O que temos que mudar é exatamente isso. Te-mos que ter um piso salarial alto para o mé-dico, de pelo menos R$ 12 mil, a fim de que ele esteja presente em um trabalho, e não fi-que pulando como uma bola de pingue-pon-gue, de um lado para o outro. Hoje se paga o médico para ficar andando de lá para cá, de um emprego para o outro, dentro do seu car-ro, ou seja, no trânsito. Hoje se paga o médico para ficar no trânsito, e infelizmente ele não consegue trabalhar. Então, a proposta é reali-zar concursos regionais, com piso salarial alto, para os profissionais da saúde, com Pro-grama de Saúde da Família funcionando de fato. Aí o médico ficará nesse programa, e com remoção do edital do concurso somente depois de dez anos. Ou seja, faz-se o edital do concurso já estabelecendo que a remoção desse médico para outra localidade somente poderá acontecer depois dos primeiros dez anos de trabalho. Isso fixará o médico na lo-calidade, e ele atenderá aos pacientes preven-tivamente.

Page 12: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

10

DR! – Qual sua análise sobre a saúde em São Paulo e no Brasil? Ao mesmo tempo em que há níveis de excelência, há verdadeiras situa-ções de penúria.

Skaf - Ao mesmo tempo que somos referên-cia em diagnóstico e tratamentos altamente complexos, a Secretaria de Estado da Saúde abandonou a atenção primária nas mãos dos municípios que, muitas vezes por questões de financiamento ou de incapacidade, não reali-zam atendimento digno. Aí explicamos a difi-culdade no controle de epidemias como a den-gue, precariedade na orientação de sanea- mento básico e educação sanitária, o que ge- ra essas amostras absurdas de doenças comuns, por falta justamente de atenção bási-ca, prevenção e educação para a saúde. A res-ponsabilidade do Estado também não é cum-prida a contento, pois muitos usuários do sistema são obrigados a esperar meses, não raro ano, para consulta com especialista ou exame.

DR! – Qual seu posicionamento em relação ao SUS e sua implementação progressiva? Quais são suas propostas para o financiamento efe-tivo do SUS?

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o sim-ples atendimento ambulatorial até o trans-plante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do País. Infelizmente, o Sistema da Saúde tornou-

Paulo Skaf:

“Profissionais são vítimas no processo dedeterioração ”

Nasceu em 7 de agosto de 1955, na cidade de São Paulo. Casado com Luzia Helena Pamplona de Menezes Skaf, é pai de cinco filhos. Exerceu, de 2004 a 2010, a presidência da Federação das Indústrias do Estado de SP, do Centro das Indústrias do Estado de SP, do Sesi, Senai e do Instituto Roberto Simonsen. Ocupa a primeira vice-presidência da Confederação Nacional da Indústria. Presidiu o Sebrae, Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de SP e Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção

Page 13: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

13

se uma colcha de retalhos: os programas e projetos são episódicos, pontuais, parciais, fragmentados, variando desde uma visão cam-panhista arcaica a mutirões com perfil eleito-reiro. Como consequência, temos um sistema desarticulado, que gera uma saúde pobre para as pessoas de mais baixa renda, usuários do SUS, e uma saúde pujante no mercado para quem pode pagar por ela. A forma de resolu-ção desse problema é investirmos na gestão, articulando-a de forma harmoniosa, com apoio para as prefeituras na melhoria da atenção primária à saúde. Ao mesmo tempo, há que se reorganizar a regulação de vagas dos serviços de média e alta complexidade do Estado, utili-zando sistemas informatizados para elimina-ção de ineficiência, em busca de se atingir a excelência na gestão, para então ver se há falta de recursos. Se houver, investe-se o que for ne-cessário para a população ser bem atendida em termos de saúde e educação.

DR! – O Brasil começa a discutir o direito da mulher ao aborto. Qual sua opinião sobre o assunto?

Particularmente sou absolutamente contra o aborto. Porém, do ponto de vista da gestão da saúde, não podemos esquecer que no Brasil são feitos por ano mais de 1 milhão de abortos de forma ilegal, e que as complicações em de-corrência desses abortos são responsáveis por 25% da mortalidade materna. Este é um pro-blema de saúde pública que devemos resolver em respeito à vida dessas mães.

DR! – As Organizações Sociais têm sido ampla-mente utilizadas para gerir equipamentos pú-blicos. São alvos de graves denúncias envol-vendo irregularidades administrativas, além de atendimentos diferenciados por seleção de pacientes. Qual sua posição em relação às OSs e contratos de gestão?

Sem dúvida, a prestação de serviço de saúde pública no Brasil não pode ficar restrita ao Es-

tado. Nossa experiência com centenárias San-tas Casas, e mais recentemente com as OSs, mostra que o papel relevante desempenhado por essas organizações não estatais deve ser mantido e até mesmo ampliado. Porém, como em toda atividade na qual se utilizam recursos públicos, tem que haver extremo controle esta-tal na aplicação dos recursos, e auditoria per-manente para comprovação da conformidade.

DR! – As faculdades de medicina se espalham pelo País, muitas sem qualquer compromis-so com a educação. Como o Sr. analisa essa questão?

A proliferação dos cursos de medicina pode ser vista como problema ou como grande opor-tunidade, depende da capacidade de inovação do governo. O governo deve regular severamen-te a qualidade da formação de todos os profis-sionais em geral, e dos médicos em particular. As faculdades devem ser supervisionadas e os alunos, internos e residentes, podem ser utiliza-dos nos serviços de saúde como estagiários su-pervisionados, auxiliando os profissionais no atendimento à população. Comprovadamente, o tripé assistência, ensino e pesquisa melhora não somente o aprendizado, como cria uma for-ma de controle social a partir dos alunos e resi-dentes, positivo para ambas as partes.

DR! – Uma das principais lutas dos médicos é a implementação de um Plano de Cargos, Car-reira e Salários. O que pensa sobre o assunto?

Considero os profissionais da saúde vítimas no processo de deterioração por que passa a saúde em nosso Estado, sendo os médicos os mais prejudicados. Não há como melhorar o atendimento de saúde da população sem trata-mento digno aos médicos. Em nosso governo, criaremos um plano de carreira para profissio-nais de saúde, que trará salários compatíveis com o mercado de trabalho, além de prover as demais condições necessárias ao bom desem-penho da profissão.

Page 14: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

CAPA XII enem

Médicos lançamManifesto à N ação

14

Page 15: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

15

Conjunto de recomendações, Carta de Brasília é importante instrumento de luta para entidades médicas nacionais, estaduais e municipais. Documento foi enviado às autoridades políticas, aos candidatos nas próximas eleições e à sociedade em geral. Encontro nacional reuniu lideranças médicas que avaliaram e votaram mais de 130 propostas

Médicos lançamManifesto à N ação

Ivone Silva

As principais dificuldades que nor-teiam o exercício médico e a medici-na no Brasil foram amplamente de-

batidas no Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem), que aconteceu em Brasília durante três dias (28, 29 e 30 de julho). Con-vocado pelas entidades médicas nacionais – Conselho Federal de Medicina (CFM), As-sociação Médica Brasileira (AMB) e Federa-ção Nacional dos Médicos (Fenam), o Enem reuniu cerca de 600 participantes vindos de todas as regiões do Brasil.

Num esforço conjunto, as representações médicas avaliaram e votaram mais de 130 propostas, que haviam sido estabelecidas no pré-Enem – Nordeste, em Natal; Sul/Sudeste, na cidade de São Paulo; e Norte/Centro-Oeste, em Belém. Ao final do Enem, aprovaram 115 deliberações. Na programa-ção, mesas-redondas discutiram três gran-des temas: Formação Médica; Mercado de trabalho e remuneração; e SUS: políticas de saúde e relação com a sociedade. Após as palestras, formavam-se dez grupos de tra-balhos para avaliar as propostas dos encon-tros regionais. Ao fim do dia, a plenária te-mática apresentava a síntese de cada grupo e votava as propostas.

Page 16: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

médicas nacionais, estaduais e municipais. O documento foi encaminhado às autoridades brasileiras, aos candidatos nas próximas elei-ções e à sociedade em geral.

Entre os pontos destacados no Manifesto (veja íntegra nas páginas 20 e 21), está a aprova-ção da regulamentação da Emenda Constitucio-nal 29, que vincula recursos nas três esferas de gestão (15% do orçamento municipal, 12% do estadual e 10% da União), definindo o que são efetivamente gastos em saúde. “Esse adiamento causa danos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e compromete sua sobrevivência”, define o texto.

O papel do médico dentro do SUS também consta do documento. De acordo com a pro-

O encerramento das atividades se deu com a elaboração da “Carta de Brasília - Ma-nifesto dos Médicos à Nação”. Documento que reúne conjunto de recomendações e determinações para a melhoria da Saúde no País, seja no que tange ao trabalho médico (remuneração, condições de trabalho) ou qualidade da saúde pública oferecida à po-pulação (financiamento, acessibilidade).

O documento, assinado pelo CFM, AMB e Fenam, passou a ser importante instrumen-to de luta, objetivando sensibilizar a todos e promover o debate da Saúde. Até o próxi-mo Enem, as diretrizes da Carta de Brasília servirão de base para as ações das entidades

16

Enem reuniu centenas

de médicos em Brasília.

Presidentes das três entidades

médicas nacionais assinam

Manifesto dos Médicos à Nação

Page 17: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

17

posta, “deve ser repensado a partir do estabe-lecimento de políticas de recursos humanos que garantam condições de trabalho, educa-ção continuada e remuneração adequada”.

Outro importante assunto definido na Carta de Brasília é a proposta de criação da Carreira de Estado do Médico. De acordo com o texto redigido, a ação “deve ser im-plementada como parte de uma necessária política pública de saúde, para melhorar o acesso da população aos atendimentos mé-dicos, especialmente no interior e em zonas urbanas de difícil provimento. No Brasil, não há falta de médicos, mas concentração de profissionais pela ausência de políticas – como esta – que estimulem a fixação nos vazios assistenciais, garantindo a equidade no cuidado de Norte a Sul”.

Debatedor da mesa sobre mercado de traba-lho, Cid Carvalhaes, presidente do Simesp e da Fenam, defendeu a PEC 454/09, que estabele-ce a criação da carreira de estado. “A Constitui-ção garante ‘saúde é direito do cidadão e dever do Estado’. Para isso, é fundamental existirem médicos concursados, com bons salários. Esse projeto é nossa referência, seu princípio deve ser intensamente defendido”.

Cid Carvalhaes destacou que há um pano-rama superficial envolvendo o mercado de trabalho médico: precarização, terceirizações, contratos PJ (pessoa jurídica), organizações so-ciais, Ocips, cooperativas e convênios. “Essa é a realidade da gestão e do dinheiro públicos. O orçamento de algumas empresas de gestão pú-blica chega a um bilhão e quatrocentos milhões de reais. Isso é muito sério e nos diz respeito”.

Eduardo Santana, 2º vice-presidente da Fenam, na manhã da sexta-feira, 30 de ju-lho, participou como palestrante da mesa sobre “SUS, políticas de saúde e relação com a sociedade”. Segundo ele, o Sistema Único de Saúde é acima de tudo uma conquista da sociedade brasileira, e só existe porque ela se organizou, se mobilizou. E convidou o movimento médico a se organizar: “Nos-sa categoria deve se mobilizar em defesa

Comissão tErá rEPrEsEntAntE DA FEnAm

A portaria 2.169, citada pelo ministro da Saúde José Gomes Temporão na abertura do Enem (páginas 20 e 21), instituiu Comissão Especial para elaboração de proposta de Carreiras do SUS, para buscar soluções à ausência de profissionais permanentes na atenção à saúde da população brasileira, e tem prazo de 90 dias para conclusão dos trabalhos, contados a partir da data de sua instalação.

A proposta abrange inicialmente os profissionais médicos, cirurgiões-dentistas e enfermeiros. De acordo com texto da portaria, para a instalação da comissão foi levada em consideração “a dificuldade apresentada por inúmeros municípios brasileiros em fixarem profissio-nais de saúde em seu território e que, em decorrência disso, expressiva parcela da população brasileira não tem acesso aos serviços de saúde, principalmente nas Regiões Norte e Nordeste do País”. Além de conside-rar os preceitos constitucionais e os princípios do Siste-ma Único de Saúde, “do direito à saúde, incluindo-se a equidade e o acesso universal da população brasileira aos serviços de saúde pelo Estado”.

A comissão é composta por quatro representantes do ministério da Saúde, dois representantes da categoria médica (um indicado pelo Conselho Federal de Medicina e um pela Federação Nacional dos Médicos), dois da ca-tegoria dos enfermeiros (um indicado pelo Conselho Fe-deral de Enfermagem e um pela Federação Nacional dos Enfermeiros); dois da categoria dos cirurgiões-dentistas (um indicado pelo Conselho Federal de Odontologia e um pela Federação Interestadual de Odontologia).

do SUS e seu efetivo financiamento; pre-cisamos mudar a realidade do nosso País”. Santana também destacou a importância de se colocar na pauta médica o debate sobre a relação médico-jurídica. “A Fenam vem desenvolvendo nos últimos anos profundo debate acerca do assunto. Sem dúvida, uma experiência de grande êxito”.

Page 18: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

18

de 90 dias para resolver esse problema. Além disso, o jornal O Estado de S. Paulo desta-cou, em sua edição de 3 de agosto, pontos da Carta de Brasília, tornando públicas nossas reivindicações e promovendo debate com a sociedade”. O diretor lamenta, porém, a falta de espaço para discussão de temas urgentes e controversos na saúde pública, como as ter-ceirizações, as organizações sociais e Ocips.

Para Stela Maris Grespan, secretária de Administração do Simesp, o Enem não de-cepcionou. “Um número expressivo de re-presentantes das entidades de todo o Brasil debateu temas de grande importância não só para a categoria médica como para a po-pulação em geral. Minha expectativa agora é que as propostas do Enem sejam viabiliza-das em nível de governo, e que o debate seja contínuo, inclusive trazendo para a pauta outras matérias de grande relevância para médicos e usuários do SUS, como as organi-zações sociais e terceirizações da medicina”.

Já para Carlos Izzo, secretário-geral do Sindicato, o Enem é momento único para o debate das propostas regionais, o pré-Enem. “A dinâmica foi muito adequada, a divisão em grupos ampliou a discussão, facilitando a apresentação dos temas na plenária final. Observamos que os resultados dos grupos pouco se diferenciavam, revelando unidade

Delegação SimespA diretoria do Sindicato dos Médicos de São Paulo participou e contribuiu com pro-postas do Encontro Nacional das Entidades Médicas. Participaram como delegados Cid Carvalhaes, Otelo Chino Júnior, Carlos Izzo, Antonio Carlos da Cruz Júnior, José Erival-der Guimarães de Oliveira, Graça Souto, Ste-la Maris Grespan, Marta Maite Sevillano e Renato Antunes dos Santos.

A secretária de Assuntos Jurídicos do Simesp, Graça Souto, avalia o Enem como “muito proveitoso”. “É um fórum enrique-cedor para as discussões sobre o exercício médico. Guardadas as diferenças regionais, as dificuldades são praticamente as mesmas em qualquer lugar do País. Mas, apesar dis-so, a grande maioria dos colegas não desiste, trabalha com afinco, enfrentando as adversi-dades, procurando desenvolver uma medici-na de respeito ao paciente”.

Antonio Carlos Cruz, secretário de Forma-ção Sindical, destaca como positivas a discus-são sobre a implantação da carreira de Estado para o médico e a aceitação maciça do piso nacional salarial para a categoria. Para ele, o Enem teve reflexos imediatos: “O anúncio do ministro Temporão nos trouxe um alento: será criada uma comissão especial para dis-cutir a falta de médicos no Brasil, com prazo

Page 19: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

19

cionais, Roberto Luiz d’Avila (CFM), Cid Carvalhaes (Fenam) e José Luiz Gomes do Amaral (AMB), além de Carlos Vital (vice-presidente do CFM), foram recebidos pelo ministro Alexandre Padilha, chefe da Se-cretaria de Relações Institucionais da Presi-dência da República, que também é médico, para discutir os temas relacionados aos de-bates do Enem.

de pensamento. É um encontro para se esta-belecer consenso nas ações. No passado, cada entidade agia de uma maneira, às vezes ge-rando conflitos. Hoje é diferente, com união trabalhamos de forma mais eficiente”.

Visita ao ministro No primeiro dia do Enem, 28 de julho, os presidentes das três entidades médicas na-

Diretoria do Simesp presente em todas as discussões, seja na grande

plenária ou na divisão dos grupos. Na foto abaixo, o ministro chefe

da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República,

Alexandre Padilha recebe representantes médicos

Page 20: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

20

O ministro da Saúde informou sobre a pu-blicação no Diário Oficial da União, no dia se-guinte, de portaria instituindo comissão espe-cial para elaboração de proposta de carreiras do SUS, na tentativa de buscar soluções para ausência de profissionais permanentes na atenção à saúde da população brasileira.

“Por razões distintas persistem vácuos de profissionais, não só em regiões remotas, mas nos grandes centros urbanos e nas áre-as mais violentas. A publicação dessa porta-

AberturaMais tarde, no início da noite, houve a

abertura oficial do Encontro Nacional das Entidades Médicas, com a presença do mi-nistro da Saúde, José Gomes Temporão, dos presidentes das entidades médicas nacionais, da diretora dos programas de residência da Secretaria de Ensino Superior do MEC, Jeane Marlene Michel, e do presidente da Associa-ção Nacional dos Médicos Residentes, Níveo Lemos Moreira.

CArtA DE BrAsíliAmAniFEsto Dos méDiCos à nAção

Nós, médicos, representados no XII Encontro Nacional de Entidades Médicas (ENEM), de 28 a 30 de julho de 2010, em Brasília, reiteramos nosso compromisso éti-co com a população brasileira. Neste ano, no qual o futuro do país será decidido pelo voto, apresentamos à nação e aos candidatos às próximas eleições nossa pauta de reivindicações, que necessita ser cumprida urgentemente, para não agravar ainda mais a situação que já atinge setores importantes da assistência em saúde. Esperamos respostas e soluções aos problemas que comprometem os rumos da saúde e da Medicina, contribuindo assim, para a redução de desigualdades, para a promoção do acesso universal aos serviços pú-blicos e para o estabelecimento de condições dignas de trabalho para os médicos e de saúde à população, para que este seja realmente um país de todos. 1. É imperioso garantir a aprovação imediata da regu-lamentação da Emenda Constitucional 29, que vincula recursos nas três esferas de gestão e define o que são gastos em saúde. Esse adiamento causa danos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e compromete sua so-brevivência. 2. O Governo Federal deve assegurar que os avanços anunciados pela área econômica tenham repercussão direta no reforço das políticas sociais, particularmente

na área da saúde, que sofre com a falta crônica de recursos, gestão não profissionalizada e pre-carização dos recursos humanos. 3. São urgentes os investimentos públicos em todos os níveis de assistência (atenção básica, média e alta complexidade) e prevenção no SUS. O país precisa acabar com as filas de espera por consultas, exames e cirurgias, com o sucatea-mento dos hospitais e o estrangulamento das urgências e emergências, além de redirecionar a formação médica de acordo com as necessida-des brasileiras. 4. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) precisa assumir seu papel legítimo de es-paço de regulação entre empresas, profissionais e a população, para evitar distorções que pena-lizam, sobretudo, o paciente. A defasagem nos honorários, as restrições de atendimento, os des-credenciamentos unilaterais, os “pacotes” com valores prefixados e a baixa remuneração trazem insegurança e desqualificam o atendimento. 5. O papel do médico dentro do SUS deve ser repensado a partir do estabelecimento de polí-ticas de recursos humanos que garantam condi-

Page 21: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

21

Ele também manifestou preocupação com a explosão de abertura de escolas de medicina na última década, muitas sem preocupação com a qualidade do ensino. “Deve ocorrer rigoroso processo de verificação da qualidade, não ape-nas das novas, mas das já existentes, que na maioria das vezes ficam nas regiões mais ricas do País”. Temporão informou que foram fecha-das mais de 800 vagas de graduação em curso de má qualidade: “Caso não sejam remediados os problemas, serão fechadas instituições”.

ria é prova de nosso empenho. A categoria médica, sem dúvida, é o foco desse proces-so”, afirmou.

O ministro disse ainda que a discussão da lei do exercício profissional médico ocu-pou boa parte da agenda do Ministério da Saúde. “Apoiamos técnica e politicamente a lei do exercício profissional. Não há pos-sibilidade de avançarmos no SUS sem a participação da categoria e das entidades médicas”.

ções de trabalho, educação continuada e remu-neração adequada. 6. A proposta de criação da Carreira de Estado do Médico deve ser implementada, como parte de uma necessária política pública de saúde, para melhorar o acesso da população aos atendimen-tos médicos, especialmente no interior e em zo-nas urbanas de difícil provimento. No Brasil, não há falta de médicos, mas concentração de pro-fissionais pela ausência de políticas – como esta – que estimulem a fixação nos vazios assistenciais, garantindo a equidade no cuidado de Norte a Sul. 7. A qualificação da assistência pelo resgate da valorização dos médicos deve permear outras ações da gestão nas esferas pública e priva-da. Tal cuidado visa eliminar distorções, como contratos precários, inexistência de vínculos, sobrecarga de trabalho e ausência de estrutura mínima para oferecer o atendimento ao qual o cidadão merece e tem direito. 8. Atentos ao futuro e à qualidade do exercício da Medicina, exigimos aprofundar as medidas para coibir a abertura indiscriminada de novos cursos, sem condições de funcionamento, que colocam

a saúde da população em risco. De forma complemen-tar, é preciso assegurar que a revalidação de diplomas obtidos no exterior seja idônea e sem favorecimentos, assim como oferecer a todos os egressos de escolas bra-sileiras vagas em Residência Médica, qualificadas pela Comissão Nacional de Residência Medica (CNMR), enti-dades médicas e sociedades de especialidade. 9. Num país de extensões continentais, torna-se impera-tivo trabalhar pela elaboração de políticas e programas de saúde que contemplem as diversidades regionais, sociais, étnicas e de gênero, entre outras, garantindo a todos os brasileiros acesso universal, integral e equâni-me à assistência, embasados na eficiência e na eficácia dos serviços oferecidos, convergindo em definições cla-ras de políticas de Estado para a saúde. Preocupados com o contexto da Saúde no Brasil e com o descumprimento de suas diretrizes e princípios cons-titucionais, nós, médicos, alertamos aos governos sobre seus compromissos com a saúde do povo brasileiro.

Brasília, 30 de julho de 2010

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA(AMB)CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (Fenam)

Page 22: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Em uma festa que reuniu, no Rio de Ja-neiro, presidentes da entidade, acadê-micos, diretores, filiadas, funcionários,

parceiros, crianças e adolescentes do Coral e do Grupo de Teatro e famílias, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) comemorou, no Dia do Pediatra, 27 de julho, 100 anos de atua-ção cada vez mais vigorosa. “Somos a maior entidade de especialidade médica do País, com enorme tradição científica, e lutamos pelos direitos de pediatras e da população in-fanto-juvenil”, assinalou o presidente, Eduar-do da Silva Vaz.

A SBP “destaca-se no cenário social”, defi-niu o médico Fernando Nóbrega, presidente da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), ressaltando as conquistas da licença-mater-nidade de seis meses e o reconhecimento da importância da puericultura. O obstetra Luiz Fernando Morais, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), lembrou a história de “afi-nidade, amizade e reivindicações comuns”. Para chegar “aos 100 anos com saúde, a SBP certamente teve um bom pediatra”, definiu a médica Elsa Giugliani, coordenadora da Área Técnica da Criança e Aleitamento Materno, em nome do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “A Sociedade está na vanguar-da, influencia as políticas públicas da área”. Confessou o “orgulho de ser pediatra e da SBP”.

22

ESPECIAL cem anos da SBP

Sociedade Brasileira de Pediatria divulga documento no qual reivindica, aos candidatos à Presidência, a contratação de pediatra para cada núcleo do Programa de Saúde da Família

Prioridade à infânciae adolescência

Infância e emoçãoSob a batuta da maestrina Alice Ramos Sena, e coordenação do acadêmico José Dias Rego, as crianças do Coral da Pediatria Brasileira abriram a solenidade, com bom gosto e be-las coreografias, remetendo à não violência pregada pelos “garotos que amavam os Bea-tles e os Rolling Stones”, e à esperança, em repertório que incluiu Lamartine Babo, can-ções do folclore e Herbert Vianna.

O acadêmico Julio Dickstein coordenou a quebra simbólica da pedra fundamental do museu idealizado por Lincoln Freire, ex-presi-dente da SBP. Retirou jornais, livro, documen-tos de dez anos atrás, quando o projeto foi inau-gurado, lembrou os ensinamentos dos mestres e a “cultura pediátrica”, com valores “ligados à família, à comunidade, à educação, ao meio am-biente e à busca pela saúde social”.

A pediatra Sheila Tavares ressaltou que as propostas da Sociedade foram enviadas a to-dos os candidatos à presidência da Repúbli-ca. Eduardo Vaz informou que os 15 pontos que resumem os pleitos da especialidade são fruto do trabalho coordenado pelo “colega e antecessor” Dioclécio Campos Júnior, que re-cebeu sugestões de todo o País. São eles:

1. Inclusão, no texto constitucional, de artigo que

estabeleça a prioridade atribuída à infância e à

adolescência;

2. Criação do Ministério da Infância e Adolescência;

Page 23: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

23

3. Garantia universal de acesso aos cuidados com

a saúde do feto, criança e adolescente, prestados

por profissionais especializados neste mister, com

remuneração diferenciada;

4. Contratação obrigatória de pelo menos um pe-

diatra em cada Núcleo de Apoio ao PSF, remunera-

do com salário igual ao do médico de família;

5. Universalização do direito à imunização a todas

as crianças e adolescentes;

6. Construção de hospitais infantis em pontos estra-

tégicos de todo o território nacional;

7. Credenciamento de pediatras em consultórios

para atendimento da população do SUS;

8. Inclusão oficial, na sistemática do SUS e da Saú-

de Suplementar, do atendimento de puericultura,

realizado por especialista em pediatria, segundo

calendário oficialmente definido pelo MS;

9. Aprovação e implantação do Programa Nacional

de Educação Infantil;

10. Extensão do benefício fiscal da empresa cidadã a

todas as micro e pequenas empresas para a expan-

são esperada da licença-maternidade de seis meses;

11. Tornar obrigatório o ensino fundamental de

qualidade e em tempo integral;

12. Criação de carreira federal do magistério;

13. Incluir no horário nobre da TV mensagens educa-

tivas regulares, com grande destaque, visando à pre-

venção do uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas;

14. Regulamentar, para todos os meios de comu-

nicação, o uso de imagens e falas de crianças vei-

culadas em materiais de propaganda de produtos e

serviços comercializados no País;

Pediatras cortam bolo, quebram pedra e anunciam criação de museu idealizado por Lincoln Freire

OS 40 AnOS dA SOCIEdAdE dE SãO PAuLO

Há outro importante “número redondo” que se come-mora em 2010: no dia 12 de outubro, Dia da Criança, a Sociedade de Pediatria de São Paulo completará 40 anos de existência. “Se estamos felizes por causa dos dois dias festivos para a pediatria, continuamos apreensivos em decorrência do que tem acontecido com os pedia-tras na última década, na qual assistimos a uma intensa desvalorização do trabalho clínico desse profissional”, assinala Clóvis Constantino, presidente da SPSP.

O pequeno incremento, ocorrido em 2010, na pro-cura pela residência médica em pediatria, deu “certo alento à nossa especialidade”. Mas completa o presi-dente da SPSP: “O aumento do interesse em 2010 é apenas parte da compensação da perda de interesse que ocorre desde 1999”.

Segundo o médico, é que da pediatria, por ser ativi-dade essencialmente clínica, que inclui “monitorização do crescimento e desenvolvimento, correção rápida dos desvios, e vigilância constante”, não fazem parte equi-pamentos de alta tecnologia.

15. Parceria do governo federal com a Sociedade

Brasileira de Pediatria.

(texto da assessoria de imprensa da SBP)

Page 24: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

00

Diretoria da Federação Nacional dos Médicosé empossada. Participaram autoridadese representações médicas de todas as regiões do País. Festa realizada em Brasília teve tom emocionado e discursos em defesa da unidade médica e do Sistema Único de Saúde

Cerimôniamarcadapela emoção

SINDICAL posse fenam

Ivone Silva

Com presença de cerca de 500 convida-dos de todo o País, tomou posse, em 29 de julho, em Brasília, a nova dire-

toria da Federação Nacional dos Médicos. Cid Carvalhaes, que comanda o Simesp, estará à frente da Fenam nos próximos dois anos (ges-tão 2010/2012), substituindo Paulo de Argollo Mendes, do Rio Grande do Sul.

Em cerimônia marcada pelo discurso emo-cionado do novo presidente, no qual ressal-tou a fé na força determinada do médico, desde o residente ao mais experiente, Cid Carvalhaes afirmou ser “grande o desafio e imensa a responsabilidade de comandar enti-dade que reúne 52 sindicatos e 340 mil médi-cos em todo o território nacional”. Para ele, o médico deve desenvolver ações concretas, só-lidas e suficientes a determinar destinos. “Es-tamos comprometidos. Somos predestinados. Ao nos identificarmos com as vicissitudes da vida, convivermos com fragilidades da exis-tência, compartilharmos fraquezas humanas,

Page 25: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

“Há que se traçar rumos consistentes, capazes de

moldar amálgamas adequadas para soluções definitivas”,

disse Cid Carvalhaes durante discurso de posse.

Ao lado, foto oficial da diretoria

25

reconhecermos conquistas da cidadania, ates-tarmos a grandiosidade do ser, estamos con-cretizando verdadeira profissão de fé. Cremos, e por crermos podemos realizar”.

Carvalhaes convidou a plateia à reflexão: “Há que se refletir, da maneira mais consisten-te possível, sobre as razões a nos mover nos compromissos para com a política de Saúde. Há que se traçar rumos seguros, consisten-tes, capazes de moldar amálgamas adequadas para soluções definitivas dos problemas a nos afligir”. E por fim manifestou o desejo de que a saúde do povo brasileiro seja cada vez mais abrangente, sólida, relevante e resolutiva.

AutoridadesMuitas autoridades e representantes da saúde marcaram presença na posse da nova diretoria da Fenam, eleita em 19 de junho, durante o Con-gresso da Federação, em São Paulo. Entre eles, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila; os deputados Arlindo Chinaglia e Talmir Rodrigues; a secretária de Saúde de Goiás, Irani Ribeiro de Moura; o secre-

tário de Estado de Saúde do Amazonas, Wilson Alecrim; o representante do Ministério da Saú-de, Sigisfredo Brenelli; a diretora dos progra-mas de residência da Secretaria de Ensino Su-perior do MEC, Jeane Marlene Michel; o diretor do programa DST/Aids do Ministério da Saúde, Dirceu Bartolomeu Grecco.

Após a leitura do termo de posse, pelo secretário-geral da Fenam, Mário Fernando Lins, o então presidente Paulo de Argollo Mendes passou oficialmente o cargo a Cid Carvalhaes. Todos os integrantes da nova direção assinaram a ata de posse e posaram para a foto oficial.

Em seu pronunciamento, o presidente do CFM destacou que o sonho individual não cos-tuma se concretizar, e que as parcerias são fun-damentais na luta médica. “Tivemos uma parce-ria feliz com a Fenam até o momento, e com o Cid essa relação vai se tornar mais estreita, com convênios de cooperação entre as entidades”.

Arlindo Chinaglia, ressaltou que sua pre-sença tinha “várias motivações” – políticas, históricas e, “acima de tudo”, de amizade.

Page 26: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

CID CArvALhAeS

Novo presidente da Federação Nacional dos Médicos (gestão 2010/2012), Cid Carvalhaes é especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirur-gia (SBN). Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (gestão 2005/2008 e reeleito para gestão 2008-2011), é advogado graduado pela Unifmu (São Paulo) e ex-presidente da SBN (gestão 2000-2002). Membro titular da Academia de Medicina de São Paulo e da Co-missão Nacional de Residência Médica (MEC).

Representantes médicos, dirigentes sindicais e parlamentares

lotaram o auditório na posse da diretoria da Fenam, em Brasília.

Abaixo, diretores do Simesp prestigiam Cid Carvalhaes,

que também preside o Simesp

Lembrou a época em que disputou pela pri-meira vez a presidência do Simesp, no ano de 1984. “Éramos uma equipe e enfrentaríamos uma eleição dificílima. Meu testemunho é de que o Cid sempre foi e continua sendo uma pes-soa afável, dedicada, um conciliador, sem abrir mão das suas posições. Parabéns e sucesso”.

Já a secretária de Saúde de Goiás, Irani Ri-beiro de Moura, defendeu o Sistema Único de Saúde. “Precisamos de pessoas abnegadas, com tempo disponível, para assumir real-mente o comando da saúde pública. É preciso avançar. O SUS não veio para o pobre e sim para o povo brasileiro. Para isso, são necessá-rios recursos, temos que lutar muito para a aplicação efetiva da Emenda Constitucional 29 nos três níveis de governo. Desejo bastan-te sucesso à nova diretoria, e que tenha sen-sibilidade e reflita sobre a melhoria da saúde pública no Brasil”.

26

Page 27: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

31

Page 28: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

SINDICAL notas

Residentes fazem segunda greve em quatro meses

O movimento grevista reivindica aumento imediato da bolsa de re-sidência em percentual de 38,7%; instituição de data-base anual para o reajuste da bolsa; pagamento da 13ª bolsa; ampliação da licença-ma-ternidade de quatro para seis me-ses; pagamento do auxílio moradia e auxílio alimentação; cumprimento de carga horária máxima de 60h de trabalho semanais e melhores con-dições de trabalho e ensino.

Após ato na praça da Sé, no dia 23 de agosto, os residentes de São Paulo se reuniram na sede do Simesp para avaliar e definir os rumos do movimento. O presidente da Comis-são de Saúde da Assembleia Legis-lativa de São Paulo, Fausto Figueira, participou da reunião e manifestou apoio ao movimento. “A Comissão está à disposição, sendo um reforço à luta dos médicos”.

“O Sindicato dos Médicos apoia os médicos residentes, hipotecan-do toda a solidariedade, e repudia qualquer tentativa de represália, prepotência ou autoritarismo, em confronto com as justas reivindi-cações dos colegas residentes do

estado de São Paulo e do Brasil”, disse o presidente do Simesp, Cid Carvalhaes.

Na primeira greve, que acon-teceu em meados de abril, a Dr! noticiava que “os residentes mos-traram que a realidade não é o mar de rosas que pode parecer”. Os meses (poucos, quatro, na ver-dade) se passaram, e o “mar” não se encheu de flores e muito me-

Residentes de diversas cidades de São Paulo protestam na praça da Sé

28

nos de medidas definitivas, que atendessem às reivindicações dos médicos, evitando dissabores aos profissionais e à população, sem dúvida a maior prejudicada quando serviços essenciais não são presta-dos. Mas não são prestados não por omissão dos residentes, mas por indefinições dos governos, federal e estadual, que não se empenham em resolver a situação.

SIMeSP APOIA

26 de outubro: manifestação em Brasíliaem reunião (19 de agosto), os presi-dentes das três entidades nacionais Cid Carvalhaes (Fenam), roberto d’Ávila (CFM) e José Luiz Gomes do Amaral (AMB) decidiram criar ações

DIA DO MéDICO

conjuntas para as comemorações do Dia do Médico. Na data de 26 de outubro, os médicos percorrerão locais estratégicos, como Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal

e Ministérios da Saúde e educação, quando apresentarão a pauta de rei-vindicações da categoria, presente no documento final do encontro Na-cional das entidades Médicas.

Page 29: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

29

ICAVC: vitória dos médicosMinistério Público do Trabalho deter-mina ao Instituto do Câncer Arnaldo viera de Carvalho (ICAvC) cumpri-mento da legislação trabalhista. A medida é resultado de uma repre-sentação feita pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo diante das diversas denúncias envolvendo de-missões de profissionais e alteração na dinâmica de atendimento, com severas consequências na assistên-cia prestada aos pacientes.

Uma série de regras para a con-tratação de pessoal está estabelecida no termo de compromisso de ajusta-mento de conduta, assinado dia 9 de

rePreSeNTAçÃO DO SIMeSP

junho deste ano, por representantes do ICAvC e do Ministério Público. O termo celebrado, que não tem prazo de validade, obriga o Instituto a regis-trar o contrato de trabalho de todos os trabalhadores, inclusive médicos, que lhe prestem serviços com subor-dinação na carteira de trabalho.

O ICAvC também está impedido de contar com serviços terceirizados por intermédio de cooperativas de trabalho ou pessoas jurídicas para a prestação de serviços ligados a ativi-dade fim ou meio. O descumprimen-to das obrigações sujeitará o ICAvC ao pagamento de multa diária no

valor de r$ 1 mil, acrescida de juros e correção monetária.

Para Cid Carvalhaes, essa é uma vitória dos médicos, que não desis-tiram, denunciaram, participaram das assembleias no Simesp e se or-ganizaram. “O resultado mostra que prepotência tem limite. De agora em diante, o Instituto terá de respeitar os direitos dos trabalhadores, cum-prindo a CLT”.

Cabe agora ao Sindicato e sobre-tudo aos médicos ajudar a fiscalizar o cumprimento do ajuste, denun-ciando imediatamente qualquer irre-gularidade constatada.

SINDICAL notas

Entidades nacionais lamentam morte prematura do secretárioOs médicos brasileiros, representa-dos pelas três entidades nacionais, Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fe-nam), externam suas condolências pela perda prematura do secretário estadual da Saúde de São Paulo, o médico Luiz roberto Barradas Bara-ta. As entidades lamentam a morte de um colega dedicado à consolida-ção da saúde no País e reconhecem o importante trabalho realizado à frente da Secretaria. externam con-solo aos familiares e amigos e ex-pressam a confiança na continuida-de do trabalho democrático dos seus sucessores na pasta.

BArrADAS

Page 30: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

SINDICAL notas

Trabalho com qualidade e pre-ços abaixo do mercado. Para contratar nossos serviços, entre em contato com o impressor responsável, Luís Brandão, pelo telefone 3292-9147. Compare nossos preços:

Receituário comum ½ ofício(21 x 15,5 cm)Unidades Valor500.............................. 85,001000............................ 110,002000............................ 150,005000............................ 270,0010.000......................... 400,00

Receita Azul – notificação(8,5 x 25 cm)Unidades Valor250.............................. 110,00500.............................. 140,001000............................ 190,001.500........................... 220,002.000........................... 280,00

Receituários(medida A4 - 21 x 29,7 cm)Unidades Valor500............................... 100,001000............................. 160,002000............................. 230,003000............................. 270,005000............................. 370,00

Cartão de visita (5,5 x 9,5 cm)Unidades Valor200.............................. 40,00500.............................. 55,001000............................ 80,00

Envelope ofício (11,4 x 22,9)Unidades Valor500.............................. 120,001000............................ 180,002000............................ 270,00

GrÁFICA DO SIMeSP

O Simesp é a sua defesaA luta intransigente dos direitos dos médicos é papel do Sindicato. Infeliz-mente, sabemos que muitos locais de trabalho exploram a mão-de-obra médica. Isso não deve acontecer! Fortaleça nossa categoria: faça parte dessa equipe. Associando-se ao Simesp você amplia suas conquistas. Con-fira alguns benefícios oferecidos pelo Sindicato:

• Fortalecimento das lutas políticas dos médicos• Maior organização nos locais de trabalho• Centro de Informação ao Médico. • Equipe sempre pronta para atender ao médico, esclarecer dúvidas, sindicalizar.• Jurídico. Departamento estruturado e informatizado para oferecer um ótimo atendimento.• Imprensa. Fique por dentro das notícias por meio da revista D D! e do nosso informativo eletrônico, a Carta Semanal.• Gráfica. Qualidade e preço baixo causando boa impressão.• Convênios. O Simesp firmou convênios com empresas, hotéis etc, e há descontos para sócios.

POr QUe SINDICALIZAr-Se ?

Petros: 40 anosA Petros, segundo maior fundo de pen-são brasileiro, comemorou dia 16 de junho 40 anos de atividade. O Simesp, parceiro da Petros, oferece ao médico a oportunidade de participar do plano

PArCerIA

de previdência, cujo patrimônio é de r$ 50 bilhões, com mais de 130 mil participantes. O secretário de Imprensa do Simesp, Otelo Chino Júnior, esteve no evento, em Brasília.

30

Page 31: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

31

Deu na imprensaO Simesp continua, de modo intransigente, manifestando-se contrariamente à política de terceirização dos hospitais e postos de saúde, implantada pela Prefeitura de São Paulo

O retrato quesurge dos relatórios feitos pela gestão

de Gilberto Kassabé desanimador

Se atualizarmos os valores que deveriam

ser reembolsados para o SUS, segundo o Tribunal

de Contas da União (TCU), atingiremos, com

correções, a marca de R$ 4 bilhões

“Nós estamos perseguindo uma

qualificação do médico cada vez maior, cada vez melhor, mais segmentada e evidentemente que tudo isso começa pelo ensino da graduação”, destacou

Carvalhaes

É imperioso garantir a aprovação imediata da regulamentação da

Emenda Constitucional 29, que vincula recursos nas

três esferas da gestão e define o que são gastos em saúde

CLIPPING

Num relatório recente, o Tribunal de Contas

do Município descreveu os auditores como

“escasso quadro técnico” e de trabalho “falho

e ineficiente”

Page 32: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Menos agito,muito charmeMenos agito,muito charme

TURISMO

32

Page 33: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

33

A pequena Santo Antonio do Pinhal oferece uma

diversidade de atrações turísticas. Para quem curte o friozinho das montanhas,

saiba que no inverno os termômetros costumam

registrar temperatura próxima ou abaixo de zero.

É também boa indicação aos amantes do turismo

rural e de aventura, para os quais a visita ao Picodo Agudo é obrigatória

Ivone Silva

Fotos Santo Antonio do Pinhal: Fabiano OliveiraFotos Monteiro Lobato: Dino Santos

Page 34: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

34

A bela Serra da Mantiqueira, no Vale do Paraíba, apresenta inúmeras possibili-dades para um delicioso final de sema-

na, seja a dois, sozinho ou em família. Frio, boa gastronomia e a natureza verde e estonteante das montanhas são marcas da região. E é nesse paraíso que está situada a pequena cidade de Santo Antonio do Pinhal, alternativa para quem quer desfrutar do inverno mas pretende ficar bem longe do tradicional agito e consumismo exacerbado das cidades mais badaladas.

A uma altitude de 1.143 metros, é comum no inverno os termômetros registrarem tempe-ratura próxima ou menor que 0°C, o que pode provocar geadas, modificando a paisagem natu-ral. Na bolsa, além de casacos e botas, leve aga-salhos e tênis, afinal de contas, a estância climá-tica investe nas modalidades de turismo rural, ecológico e aventura. Muitas trilhas cortam a mata, conduzindo o visitante a cachoerias exu-berantes de águas cristalinas. O descanso e a contemplação são recompensa para quem acei-tou o desafio. Não há outra escolha se não parar e ouvir o barulhinho da água descendo entre as pedras, curtir a canção dos passarinhos e obser-var a diversidade da nossa Mata Atlântica, que apesar das investidas cruéis do homem, luta co-tidianamente para se manter viva.

Uma das cachoeiras mais visitadas é a do Lajeado. Está a sete quilômetros do centro da cidade com acesso por estrada de terra (não há necessidade de carro especial). No local há in-fraestrutura básica (banheiro, áreas para chur-rasco e piquenique) e belas trilhas na mata. É cobrada taxa simbólica de manutenção. Já na Cachoeira do Funil, no bairro do Rio Preto, considerada uma das mais belas e curiosas da região, um fenômeno chama a atenção: um rio de água abundante desaparece por baixo da terra, reaparecendo 500 metros mais à frente, formando uma pequena piscina natural, pró-pria para banho.

Amantes de esportes radicais: não deixem de visitar o Pico do Agudo, ideal para a prática do voo livre, tanto de parapente como de asa-delta. Dizem os praticantes que “o Pico Agudo é o úni-

co local onde dá voo o ano todo”. Atenção: não é exclusivamente para aventureiros. Se você faz o tipo que gosta de saber onde está pisando (de preferência em terra firme), fique tranquilo. O Pico do Agudo também é ideal. Dono de uma vista panorâmica privilegiada, é o único pico de altitude (1.700 metros) na América Latina que proporciona vista de 360°. Dali podem ser avis-tados a Pedra do Baú em São Bento do Sapucaí; o Vale do Paraíba, podendo, em dias claros, vi-sualizar a cidade de São José dos Campos e até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. O Pico fica a apenas nove quilômetros do centro e o acesso é por carro.

Page 35: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

35

O pinhãoNa Mantiqueira, não importa a direção do olhar, sempre haverá uma araucária compondo a pai-sagem. Árvore típica da região, cresce majestosa em meio às montanhas. Sua copa alta e impo-nente lembra um cálice. É dela que nasce o sa-boroso pinhão, muito utilizado na culinária da região, que faz par perfeito com a truta, famoso peixe das águas frias. O nome da cidade é uma homenagem às diversas espécies de araucária encontradas no município.

Para divulgar as interessantes possibilidades do uso do pinhão na gastronomia, há na cidade uma festa típica, que leva o nome da semen-

te (pinhão é a semente da pinha), sempre no mês de maio. Nas barracas, doces, caldos, pães, pastéis e muitas outras guloseimas ajudam a aquecer o friozinho da noite em Santo Antonio do Pinhal. A Festa do Pinhão também tem atra-ções musicais que animam o público.

E que tal uma pescaria na serra da Manti-queira? Passar o dia ao lado de um tanque de trutas, pescar o peixe e saboreá-lo ali mesmo pode ser, sem dúvida, uma excelente escolha. Há pesqueiro com restaurante que oferece esse tipo de serviço – o peixe pescado é pesa-do, limpo e transformado num delicioso prato, à escolha do freguês.

No alto do Pico do Agudo, na pacata pescaria ou no banho

de cachoeira, há sempre um bom motivo para conhecer

Santo Antonio do Pinhal, na Serra da Mantiqueira.

Na foto acima, voo de asa-delta; abaixo, a cachoeira do Lajeado

Page 36: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

HistóriaA cidade também guarda um tesouro histórico da rede ferroviária: a pequena estação de trem Eugênio Lefèvre. O nome é uma homenagem ao engenheiro que, juntamente com Euclides da Cunha, projetou a ferrovia, nunca construí-da, que ligaria Mogi das Cruzes ao porto de São Sebastião. Inaugurada em 1919, hoje é conheci-da como “Estação do bondinho”, e seus trilhos atendem exclusivamente ao transporte turísti-co. Dali partem trens até Campos do Jordão. No percurso de 14 quilômetros, faz paradas em di-versos pontos turísticos, como no ponto culmi-nante ferroviário do Brasil, no Alto do Lajeado, a 1743 metros. Aproveite para observar a flora, a fauna e relaxar com o ar puro das montanhas.

Antes da partida, porém, não deixe de ex-perimentar o famoso bolinho de bacalhau servido no café da estação. Ao lado, também

36

funciona uma loja de artesanato, com opções de suvenires; pouco mais à frente há um or-quidário, com diversas opções da espécie, entre elas a curiosa orquídea com aroma de chocolate. Ainda na região da estação Eugênio Lefèvre está o Mirante Nossa Senhora Auxi-liadora, situado num dos pontos mais altos da Serra da Mantiqueira.

Seja lá o que você procura – vista deslum-brante, descanso bem no alto da montanha ao som dos ventos, mata verde ou muita adrena-lina, hotéis e pousadas confortáveis (atendem ao gosto do mais simples ao luxuoso) -, não importa, a cidade de Santo Antonio do Pinhal vai fazer sua cabeça e conquistar seu coração. Ah! E não se esqueça: na volta para casa não deixe de comprar pacotinhos de pinhão vendi-dos na beira da estrada pela população local. Boa viagem!

Sozinho ou acompanhado, o município é ideal para

renovar a energia. Na foto ao lado (embaixo),

um tesouro da rede ferroviária, a estação de

trem Eugênio Lefèvre, que funciona até hoje no

transporte de turistas até Campos do Jordão

Page 37: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

37

MOnTeIRO LObATO e O MUndO encAnTAdO

Estando em Santo Antonio do Pinhal, reserve um dia para conhecer a cidade vizinha de Monteiro Lobato, a cerca de meia hora de carro. O pequeno município de 3800 habitantes é rodeado por montanhas e pri-vilegiado pelas belezas naturais, sendo seu rios e cachoeiras fortes atrativos turísticos.

O nome é uma homenagem ao seu mais ilustre morador, o escritor Monteiro Lobato. Lá está a casa onde o autor teria se inspirado para compor perso-nagens inesquecíveis, como o Jeca Tatu, a Emília e o Visconde de Sabugosa. Conhecido como Sítio do Pica-Pau Amarelo (a 8 quilômetros do Centro), o casarão de 1880 preserva alguns móveis da época de Lobato, distribuídos entre os dezoito cômodos da casa.

Do lado de fora, um mundo de imaginação ganha força. Pirlimpimpim, pirlimpimpim! Pronto, lá no fun-do do quintal está o Reino das Águas Claras, riacho com direito a cachoeira, que inspirou Lobato a escre-ver uma das suas principais obras. No chão de terra, galinhas, perus, gatos, cachorros e cavalos dividem o mesmo espaço, vivendo em harmonia; passarinhos graciosos surgem do meio de árvores centenárias; e das árvores nascem deliciosas frutas, como manga, ja-buticaba, carambola... Conhecendo o Sítio do Pica-Pau Amarelo podemos compreender a verdadeira fonte de criação para as tantas histórias do escritor.

Nas ruas pacatas de Monteiro Lobato, pode-se ca-minhar tranquilamente, tomar um sorvete e parar para um dedinho de prosa com os moradores, que descansam nas pracinhas rodeadas de árvores cen-tenárias, como as coloridas Sibipirunas, espécie em extinção. Depois, visite as lojinhas de artesanato na Praça Deputado Cunha Bueno, onde também está situada a sede da prefeitura municipal, construção do início do século 20. O trabalho das artesãs é es-sencialmente baseado nos personagens de Monteiro Lobato: bonecas da Emília, Narizinho, Saci; toalhas e guardanapos bordados, entre outros.

No centro também está a igreja matriz Nossa Senho-ra do Bonsucesso, de 150 anos, revestida com pinturas do Santíssimo Sacramento, representado em arte bar-roca. Em Monteiro Lobato, vale destacar ainda a forte preservação da cultura popular por meio dos grupos folclóricos de danças, como a catira (marcada por pas-sos firmes e palmas sincronizadas) e o moçambique (de origem africana). Vale a pena conhecer.

Serviço:Sítio do Pica-Pau Amarelo - (12) 9711-3748E-mail: [email protected] de entrada: R$ 5

No Sítio há um casarão, um quintal

com muitos bichinhos e um reino de

águas claras. Bonecas dos personagens

de Monteiro Lobato fazem sucesso no

Centro da cidade, onde também está

a Igreja matriz de 150 anos

Page 38: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

38

SIMESP

Lutas em Ribeirão Preto

Renato Pacheco ArenaFormou-se em 1997 (Famema). Residência em cirurgia geral (HC de Marília). Especialização em medicinado trabalho (USP). Atualmente é presidente interino da regional do Simesp de Ribeirão Preto

Temos enfrentado duras batalhas com a Prefeitura de Ribeirão Preto. Há um

árduo trabalho de mobilização da categoria, sendo que nos dois últimos anos

nossa diretoria convocou ou participou de 40 a 50 encontros, a fim de discutir

reajuste salarial e condições de trabalho.

Na nossa primeira reunião compareceram seis colegas, mas nas últimas con-

tabilizamos em torno de 110 médicos, o que é motivo de orgulho para nós.

Ganhamos algumas, perdemos outras, sendo que neste momento trava-

mos verdadeira guerra com a atual administração, que parece ter como ban-

deira a terceirização do trabalho médico.

Exatamente por isso, creio que o caminho é manter os colegas mobilizados,

para o bom combate contra toda e qualquer forma de sucateamento das rela-

ções de trabalho da categoria! A sindicalização é o meio de nos organizarmos.

Tarefa desafiadora

Venicio Di GregorioAdvogado previdenciário do Simesp

Formado em Sociologia Política, atuava no setor de RH, quando percebi que

minha vocação era o Direito. Fiz então a segunda faculdade, e a partir daí

passei a atuar principalmente no meio sindical, especializando-me na área

previdenciária. No Simesp, onde estou há 15 anos, o trabalho é apaixonante,

um desafio a cada dia. A categoria médica é peculiar, e se diferencia pelas

diversas formas de contratos trabalhistas: autônomos, servidores públicos, pri-

vados, cada um com regime próprio de previdência. Isso torna minha tarefa

mais interessante e desafiadora, fazendo com que me aprofunde cotidiana-

mente no assunto, sempre pensando em prestar atendimento de qualidade à

categoria. Aliás, essa é a tarefa principal do Simesp, que nos últimos anos vem

passando por mudanças substanciais, não só no que diz respeito à parte física,

como no serviço oferecido pelo competente corpo de funcionários.

por dentro

Page 39: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Sou SIndIcalIzado!

Sou sindicalizado desde o primeiro mês após a formatura, e con-

sidero o Simesp a Casa do Médico. Constato, no dia a dia, que os

médicos jovens são os que mais sofrem com as condições precá-

rias de trabalho, na residência e nos distintos serviços de Saúde.

O Sindicato é a única entidade capaz de organizar a categoria nas

questões trabalhistas, sendo, ainda, ponto de ligação e de diálo-

go com os demais setores da sociedade civil. O Simesp sempre

esteve presente, e está presente, nas diversas lutas enfrentadas

pelos profissionais. No caso dos residentes, isso não é diferente,

oferecendo apoio total às nossas reivindicações.

Gerson SobrinhoSalvador de OliveiraFormou-se em 2007 pela USP,é residente em infectologia namesma USP e presidente daAssociação dos MédicosResidentes da USP (Amerusp)

Médicos jovens

39

Page 40: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

40

CONVÊNIOS

PARATIPróxima ao Centro Histórico de Parati, a Pousada Villa Harmonia oferece mui-to sossego ao visitante: são 1700m2 nos quais estão distribuídos piscina, bar, churrasqueira, salas de leitura, espaço de convivência e estaciona-mento. São 27 apartamentos amplos e aconchegantes, equipados com TV colorida, frigobar e cama king size.

Não há época “melhor” para se viver Parati: na Feira de Literatura (a Flip), no Carnaval, ou mesmo em uma morna manhã de segunda-fei-ra, Parati é linda. Na alta e na baixa temporadas, inclusive feriados pro-longados, há desconto de 20% para associados do Simesp. Informações:

Telefone (24) 3371-1330.

E-mail [email protected].

Site www.pousadavillaharmonia.com.br.

CunhAA 230 quilômetros de São Paulo e 260 quilômetros do Rio de Janeiro, a Estância Climática de Cunha está si-tuada entre duas reservas florestais - a Reserva Federal da Bocaina e a Reserva Estadual do Parque Cunha-Indaiá, o que garante exuberante na-tureza entre montanhas e cachoeiras. Cunha é conhecida como a cidade da cerâmica e, provavelmente, o único lugar do mundo que tem cinco fornos Noborigama (forno para cerâmica de altas temperaturas) produzindo ininterruptamente, além de muitos outros fornos a gás e elétricos, todos com peças únicas. Médico associado ao Simesp tem 20% de desconto na hospedagem (exceto feriados). Informações:

Telefone (12) 3111-1878.

E-mail [email protected].

Site: www.pousadadonafelicidade.com.br.

Aproveite os descontos

sr. Justino, sempre muito simpático e prestativo. A Amanita concede des-conto de 10% na baixa temporada e 15% na alta (é isso mesmo, 10% na baixa e 15% na alta). Informações:

Telefone (35) 3438-2097.

Site www.amanitaestalagem.com.br

LIndOIAParaíso natural em meio às monta-nhas da Serra da Mantiqueira, Águas de Lindoia é conhecida como a “Ca-pital Termal do Brasil” pelas diversas fontes de água mineral. Situada a 180 quilômetros da capital paulista, é uma das principais cidades do chamado cir-cuito das águas paulista e encontra-se na região do maior lençol freático de água mineral do país - 60% da bebida distribuída no Brasil saem da região. Excelente opção de hospedagem é o Grande Hotel Panorama, com va-randas para apreciar a exuberan-te paisagem, possui ótima infra-estrutura com piscinas, banhos, massagens e terapias relaxantes. Oferece 10% de desconto na baixa temporada e 15% de desconto na alta temporada.

CARAGuATATuBA Colônia de Férias da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo, projeto de Oscar Niemeyer. No solarium, a vista de 360º é muito inspiradora. Informações:

Telefone (11) 3585-7805.

Site www.aojesp.org.br.

MOnTE VERdEMonte Verde é um dos últimos refú-gios intocados da fauna e da flora da Mata Atlântica. Naquele estilo “frio gostoso”, Monte Verde, tudo bem, virou point da rapaziada e da moça-da que gostam de um turismo mais asseado. Sem problemas. Mas há a Monte Verde da simplicidade, da rus-ticidade, do contato com o povo afá-vel do lugar. A Amanita Estalagem é parte desse jeito mineiro de ser: os chalés são agradáveis, rodeados de muito verde, o café da manhã é de primeira. Aproveite para pegar dicas sobre a região com o proprietário, o

Page 41: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Para obter os descontos, informe sobre sua associação ao Simesp: Centro de Informação ao Médico (CIM) - 11- 3292-9147, ramais 232 e 233.

41

APLuB

Com os Títulos de Capitalização Res-

gatáveis oferecidos pela parceria

Aplub-Simesp, unem-se sorte e in-

vestimento. Concorre com até cinco

números a sorteios mensais pela Lo-

teria Federal, de R$ 10 mil, e pode

resgatar parte do dinheiro das con-

tribuições a partir do segundo ano

de subscrição. A Aplub oferece ao

Simesp o RIT, renda mensal tempo-

rária por até um ano, se se afastar

do trabalho por motivo de doença,

incluindo LER e DORT, ou acidente. E

você determina o valor que receberá.

Informe-se: 0800 114085. São Paulo

SERRA dA CAnASTRAPousada Recanto da Canastra, antiga fazenda de leite, bem perto do Par-que Nacional da Serra da Canastra. Na Serra nasce o rio São Francisco. São oito chalés (banheiro privativo) anexos à casa-sede. Cinco cachoei-ras privativas, cavalos, quadra de futebol e vôlei. Informações:

Site www.recantodacanastra.com.br.

JACuTInGACachoeiras, lagos e grande produ-ção de malhas. Condições especiais na hospedagem no Hotel Filhos de Gandhi (restaurante, estaciona-mento, lavanderia, piscina e sau-na). Clima de montanha, sol du-rante quase todo o ano, a 190km de São Paulo. Informações:

Site www.jacutinga.org.br.

SOCORROHá Socorro para todos os gostos. De verdade. Se o objetivo é descer a corredeira fazendo o bóia-cross ou o rafting, lá vamos nós! Se a adrenali-na não deve e não pode subir tanto, fiquemos nas compras de malhas, tricô e artesanato. E se nada disso o apetece, e quer mesmo paz e uma boa água fresca, é lá mesmo. Socor-ro pertence ao Circuito das Águas e

fica a 132 quilômetros da capital. Na cidade há o Grinberg’s Village Hotel, com piscina coberta, quadra de tênis, campo de futebol e diversos brinque-dos para a meninada.

A diária no Grinberg’s é com pensão completa. Na baixa tempo-rada,15%; na alta, 10%.Informações:

Telefone (19) 3895-2909.

Site www.grinbergsvillagehotel.tur.br.

PETROS, A PREVIdÊnCIA dOS MÉdICOS

A Petros (administrada pela Funda-

ção Petrobras) faz o convite: inscre-

va-se no Plano de Previdência Simesp

e fique totalmente tranquilo e segu-

ro para aproveitar a vida quando se

aposentar. A maneira mais rápida de

obter informações e/ou se inscrever

no Plano Petros-Sindicato dos Médi-

cos é por meio do portal www.pe-

tros.com.br ou fone 0800253545. No

portal é feita a simulação de quan-

to será o seu benefício no futuro. É

rápido, fácil e fundamental para ser

tomada a melhor decisão.

unIfISA

Com o Consórcio Nacional Unifisa,

o médico pode adquirir bens com

descontos exclusivos na taxa de ad-

ministração. No mercado há mais de 15

anos, entregou mais de 15 mil bens, re-

presentando mais de 30 mil clientes.

A empresa administra no Brasil as

maiores marcas nos segmentos de

automóveis, motos, jet ski, instru-

mentos musicais, entre outros.

Para adquirir os descontos, basta

informar que é médico sindicalizado

ao Simesp. Informações: www.uni-

fisa.com.br. Central de vendas: 11

5081-6932 e 5571-5744

Page 42: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

42

Aposentadoria especial é um benefício devido ao segurado do Regime Geral de Previdência Social (INSS)

que trabalhou em condições insalubres, perigosas ou penosas durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso. O

direito à aposentadoria especial dos servidores públicos está previsto no art. 40, § 4º, da Constituição Fede-

ral, mas seu exercício depende de lei complementar que, por inércia dos poderes Executivo e do Legislativo,

ainda não foi editada.

A omissão legislativa tem levado os servidores públicos a buscar no Judiciário o exercício do benefício

constitucional. Via de regra, o remédio judicial é o Mandado de Injunção, que está previsto no inciso

LXXI, do art. 5º, da Constituição Federal, para garantir o exercício de direito obstado pela falta de norma

regulamentadora.

O Simesp, na qualidade de representante dos médicos, inclusive os do setor público, impetrou Mandado de In-

junção Coletivo em benefício dos seus representados, estando a medida em trâmite no Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o pedido formulado, até que lei federal venha disciplinar a matéria, deverá ser garantido o direito

à aposentadoria especial a todos os médicos, servidores públicos federais, estaduais e municipais que, dentro da

base territorial do Simesp, tenham ficado expostos a agentes agressivos à saúde e integridade física, conforme o

enquadramento legal aplicável aos trabalhadores vinculados ao regime geral de previdência social.

Esclarecemos que em 27/07/2010 foi editada a Instrução Normativa nº 1, da Secretaria de Políticas de Previ-

dência Social, estabelecendo regras gerais e orientações para o cumprimento das ordens de injunção emanadas

do Supremo em favor dos servidores públicos. Entre outras coisas, ela dispõe que o reconhecimento do tempo

de serviço público exercido em condições especiais, de modo habitual e permanente, não ocasional nem inter-

mitente, nos regimes próprios de previdência social, dependerá de formulário de informações sobre as ativida-

des exercidas, de laudo técnico e de perícia médica para enquadramento por exposição aos agentes nocivos à

saúde. De acordo com a norma, não será admitida a prova meramente testemunhal ou com base somente no

recebimento do adicional de insalubridade ou equivalente.

Para finalizar, anotamos que, no início de 2010, o Executivo apresentou ao Congresso Nacional o projeto

de lei complementar nº 555/2010 para regulamentar a concessão da aposentadoria especial dos servidores

públicos. O PLP tramita na Câmara dos Deputados, e aguarda apreciação do requerimento de urgência

feito pelo deputado Geraldo Magela (PT-DF) em 09/03/2010.

Venicio Di Gregorio

Advogado do Simesp, especialista em Direito Previdenciário

Edson Gramuglia Araujo

Coordenador do Departamento Jurídico do SIMESP, advogado especializado em Direito Sindical, mestrando da USP em

Direito do Trabalho e Previdência Social, diretor da AATSP e membro do Comitê de Direito Sindical da OAB/SP

ARTIGO

Aposentadoria especial dos servidores públicos

Venicio Di Gregorio Edson Gramuglia

Page 43: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Page 44: Publicação bimestral do SIMESP Enem indica sólidos caminhossimesp.com.br/images/uploads/revistadr/revista6.pdf · Site: AGENDA Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões