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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVII – Nº 121 – Set-Out/2004 Capa: Marcos Colombo e Gilson Oliveira

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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVII – Nº 121 – Set-Out/2004

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 20042

Nesta Edição

ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor da PUCRSInformação em Revista

Carlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])Repórteres

Ana Paula Acauan([email protected])

Bianca Garrido([email protected])

Carine Simas([email protected])

Mariana Vicili([email protected])

EstagiáriasCaroline Eidt

Greice BeckenkampMatheus Bonez

FotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])Arquivo Fotográfico

Cléo Belicio([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

([email protected])Circulação

Mirela Vieira da Cunha Carvalho([email protected])Documentação

Lauro DiasRodrigo Ojeda

([email protected])Relações Públicas

Sandra Becker([email protected])

Conselho EditorialIr. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina Ketzer

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

ImpressãoEpecê-Gráfica

PUCRS Informação em Revistaé editada pela Assessoria de

Comunicação Social da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande

do Sul, Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar, CEP 90619-900

Fone: (51) 3320-3500, r. 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

E-mail: [email protected]: www.pucrs.br/pucinformacao

Tiragem: 45 mil exemplares

Outras seções

6 Capa

44 PerfilYukioMoriguchi:vidamarcadapela fé

46 Ação ComunitáriaA solidariedade sem fronteiras

3 Pelo Campus – Campus Zona Norte aproxima-se da comunidade4 Espaço do Leitor5 Panorama – Lançado Programa Universidade Missionária11 Iniciação Científica – Bolsista: chance de aprender12 Pesquisa – Respeito à autonomia dos pacientes13 Pesquisa – PUCRS é referência nos estudos sobre estresse14 Pesquisa – Projeto discute a identidade açoriana15 Saúde – Pesquisa aponta causas genéticas do tababismo16 Saúde – Crianças especiais têm atendimento gratuito17 Saúde – Centro de Reabilitação agrada aos clientes18 Novidades Acadêmicas – Arquitetura lança sua primeira pós-graduação20 Radar – Intercom homenageia pós da Famecos21 Debates – Francisco Salzano critica demonização da genética22 Ciência – Sorvete congelado com nitrogênio vira atração23 Ciência – Professoras destacam-se na área da catálise26 Universidade Aberta – Química fica acessível a deficientes visuais27 Em Foco – Secretária executiva é diferencial das empresas modernas28 Alunos da PUCRS32 Lançamentos da Edipucrs33 Mercado de Trabalho – Medicina: Problemas sociais atraem futuros médicos34 Social – Sajug é um modelo em serviço jurídico gratuito35 Bastidores – Um passeio pelas delícias da Universidade36 Cultura – Indígenas ganham espaço na PUCRS38 Cultura – Coleção interpreta clássicos da literatura39 Tendências – Educação Física inova com disciplinas40 Sinopse45 Eu Estudei na PUCRS – Geraldo Flach: paixão na ponta dos dedos47 Opinião – Carlos Alberto Carvalho – Presidente do Conselho Gestor da UNITV

O futuro sendo feito na PUCRS

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24 Entrevista“É crime eburricedesperdiçartalentos” –Ronaldo Mota,secretárioexecutivo doConselhoNacional deEducação

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Pelo Campus

Campus ZonaNorte aproxima-seda comunidade

direção do CampusZona Norte da PUCRSrealizou um café damanhã com a participa-ção de líderes comuni-

tários, secretários municipais daeducação da região, representan-tes de escolas e empresas e páro-cos. O objetivo principal do even-to, segundo a diretora-geral doCampus, professora Iára Claudio,foi abrir a Universidade para a tro-ca de experiências com essas lide-ranças. “Sempre enfatizamos aosnossos alunos a importância daprática de ações sociais. Esse en-contro reforça isso e é um primei-ro passo para tornar a PUCRS umespaço de convivência e troca deidéias com a comunidade”, revela.

Depois de uma breve apre-sentação dos coordenadores decurso e convidados, foram feitasuma confraternização e uma vi-sita pelas dependências do Cam-pus. O padre José Luiz Schaedler,da Paróquia Nossa Senhora deFátima, ressaltou a forte parce-ria de sua paróquia com a Uni-versidade. “A PUCRS tem ajuda-do muitas famílias da região,principalmente as mais carentes.Estaremos sempre dispostos a co-

laborar com os futuros projetos”,afirma. A assessora da Secreta-ria de Educação de Gravataí, Cris-tine Vieira Castro, mostrou-se en-tusiasmada com os projetos rea-lizados no Campus. “Desde abrilde 2003 Gravataí está construin-do redes de solidariedade para aeducação. Temos muito interes-se em realizar ações conjuntascom a PUCRS para estender essarede”, observa.

Representantes da Associa-ção de Moradores do Bairro Ru-bem Berta, onde se localiza oCampus, e da Associação de Co-mércio do bairro, também estive-ram presentes. “É importantepara nós esse contato, pois con-tribui para a valorização da nos-sa região, mudança de conceitosobre ela e ajuda muito a popu-lação daqui”, ressalta o presiden-te da Associação, Paulo CésarSantos da Silva, conhecido comoPaulinho Rubem Berta.

Paralelamente ao evento,alunos da Faculdade de Adminis-tração, Contabilidade e Economiareceberam a visita de represen-tantes das empresas Gerdau eSchindler para um café da manhãe realização de palestras.

Transporte ColetivoUrbano formaprimeira turma

Os inte-grantes da pri-meira turma docurso seqüencialespecífico deAdministraçãoEstratégica deTransporte Co-letivo Urbano,pioneiro da áreano País, formaram-se em agosto. O curso é uma parceriaentre a Faculdade de Administração, Contabilidade e Eco-nomia da PUCRS e a Cia. Carris Porto-alegrense. A inicia-tiva foi a garantia de um diploma de curso superior para32 funcionários da empresa das áreas de Operação, Ma-nutenção e Administração. Uma nova turma está progra-mada para março de 2005.

A parceria é uma oportunidade de qualificação e mo-tivação dos funcionários. As aulas, com duração de doisanos, foram oferecidas pela companhia, que fez um pro-cesso de seleção interna. O currículo tem 42 disciplinas edois estágios, com conteúdos previamente escolhidos, deforma compartilhada, por técnicos da Carris e professo-res da Universidade.

A PUCRS oferece três modalidades de cursos se-qüenciais a empresas interessadas. A formação específi-ca possibilita a obtenção de diploma de nível superior etem duração de dois anos. Os cursos de complementa-ção de estudos com destinação coletiva oportunizamaos alunos escolherem as disciplinas e o tempo a cursare, com a aprovação, receber um certificado. Já nos decomplementação de estudos individual as disciplinaspodem ser escolhidas pelo aluno entre as graduaçõesda Universidade, mas dependem da complementaçãode vagas no nível superior.

Famecos fazconvênio com RedePlaza de Hotéis

A Faculdade de Comunicação Social (Famecos) assi-nou, em agosto, um acordo com a Rede Plaza de Hotéispara a realização de estágios nas áreas de hotelaria e tu-rismo. Os alunos dos cursos de Hotelaria e Turismo po-derão obter experiência profissional nas áreas de gover-nança, limpeza, conservação, alimentos, bebidas, eventos,recepção, comercialização, reservas, marketing eletrônicoe gerência comercial de um hotel. O estágio será curricu-lar, totalizando 150 horas.

A assinatura do convênio ocorreu no anfiteatro Ita-pema do Centro de Eventos Plaza São Rafael. Estiverampresentes o diretor da Famecos, Jerônimo Braga, a coor-denadora do curso de Turismo, Berenice Pereira, o coor-denador do curso de Hotelaria, Marcelo Azambuja, e osdiretores da Rede Plaza de Hotéis, Carlos Henrique Cou-tinho Schmidt e Walter Seabra.

Visita de lideranças para trocar experiências

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 20044

Espaço do Leitor

RevistaFiquei emocionada com a reporta-

gem Notáveis desconhecidos do Campus,na edição nº 120, na qual o vidreiro Nel-son Góes diz que quer ensinar sua pro-fissão aos outros, tendo a mesma atitu-de de quem lhe ensinou seu ofício. Foicom o meu pai, Bruno Berengan, que eleaprendeu a criar aparelhos de vidro.

Cristina Mancini BerenganFuncionária da Pró-Reitoria

de Pesquisa e Pós-Graduação

Recebi “por engano” a revistaPUCRS Informação, endereçada a umaaluna vizinha da nossa empresa. Li e gos-tei. Gostei tanto a ponto de solicitar quesejamos incluídos em seu mailing. Somosparceiros da PUCRS há alguns anos. Rea-lizamos, no ano passado, o Fórum Inter-nacional de Energia com excelente parti-cipação da Universidade e estamos pro-gramados para realizar a segunda edição,no Centro Eventos, em 2005. Também fa-remos o Fórum Internacional de Biotec-nologia, em parceria com a PUCRS. As-sim, esse providencial “engano” me levoua conhecer a excelente publicação, peloque quero cumprimentá-los.

Lélis Gaertner da CunhaDiretor da Empresa de Feiras

e Empreendimentos Promocionais

Lendo a revista PUCRS Informação,vi uma reportagem sobre o Grupo Univer-sitário Marista (GUM). Achei tão interes-sante a proposta que me senti motivadoa participar. Sou estudante do 7º semes-tre do curso de História.

Everton Luciano

Muito obrigada por proporcionaremo meu reencontro com o querido amigoprofessor Ir. Elvo Clemente. Parabéns pelarevista. Sucesso a todos, são meus votos.

Inara Amaro Tricot

Foi com grande satisfação que lina última edição Eu Estudei na PUCRS,com Caco Barcellos. Também estudeina PUCRS, cursei Jornalismo e RP e tivea honra de ser aluna do grande jornalis-

te de leitura em nossas aulas de Litera-tura. Muito grato.

Carlos Alberto de Assis CavalcantiArcoverde, Pernambuco

Sou estudante de graduação, do 8ºsemestre do curso de Psicologia da Uni-versidade Regional Integrada do Alto Uru-guai e das Missões. Gosto muito da re-vista PUCRS Informação e desejo sabercomo posso ter acesso a ela. Como fun-ciona a distribuição? É por assinatura, so-mente para estudantes da PUC?

Fabiane ChielleTaquaruçu do Sul

N.R.: Todo o conteúdo da revistaPUCRS Informação está disponível nosite www.pucrs.br/pucinformacao(em formato PDF). A agenda semanalde eventos da Universidade e outrasnotícias também podem ser acessadasnos endereços www.pucrs.br/boletime www.pucrs.br/imprensa.

ta Antoninho Gonzáles, que inspira meutrabalho até hoje. Mas, minha históriacom a PUCRS não pára por aí: meumarido (Gasparino Leal Marques) tam-bém formou-se em Administração nessaUniversidade. Atualmente, nossos trêsfilhos são alunos: Juliano cursa Enge-nharia da Automação; Tatiana faz espe-cialização em Língua Portuguesa (for-mou-se em Letras) e o caçula Matheusingressa em Educação Física. Muito nosalegra oferecer, com algum sacrifício, aqualidade da PUCRS para nossos filhose saber que, com isso, falamos a mes-ma linguagem em termos de Educação.Um saudoso abraço.

Eneida Alice Roldan Marques

Gostaria de dar parabéns a toda aequipe da Ascom. Gostei de tudo na úl-tima edição da revista. A capa está linda,os assuntos escolhidos, a qualidade, en-fim, tudo. Não posso deixar de comen-tar a reportagem sobre os 50 anos damorte de Vargas. Sei o quanto a repór-ter Ana Paula Acauan investigou e bus-cou subsídios. Valeu o esforço. Acho queficou ótimo e mostrou muitas novidadesque estão ocorrendo na PUCRS informan-do a nossa comunidade.

Profª Claudia FayCurso de História

Senhores, tive acesso a duas ediçõesda revista e a Assessoria de ComunicaçãoSocial está de parabéns pela qualidade doveículo de divulgação da instituição. Gos-taria de receber periodicamente a revis-ta, caso seja possível.

Alceri PensPorto Alegre

Meu fraternal abraço sertanejo atodos e votos de muita saúde e paz.Sou professor do Centro de Ensino Su-perior de Arcoverde, em Pernambuco,na área de Letras, e gostaria de contarcom a gentileza de vocês para receberalgum exemplar da revista PUCRS Infor-mação, a fim de divulgá-la para nossoalunado, inclusive, utilizando-a como fon-

Escreva para a Redação:Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 15º andar – Porto Alegre – RS

CEP 90619-900E-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 5

Panorama

Lançado ProgramaUniversidade Missionária

PUCRS, por meio do seuCentro de Pastoral, recebeinscrições, até 17 de setem-bro, para o Programa Univer-sidade Missionária, que tem

como objetivo “levar” solidariedade,amor, espiritualidade e conhecimentosacadêmicos a moradores de municípiosdistantes ou mesmo de outros países. Éum desafio proposto a universitários doRio Grande do Sul, Argentina e Chile.

O primeiro projeto do programaserá realizado no município de Butiá(RS), de 11 a 19 de dezembro. Duran-te dez dias os participantes trabalharãoem quatro bairros da cidade temas re-lacionados à educação ambiental, rela-cionamento familiar, drogas e espiritua-lidade. “A idéia é conviver com os mo-radores, realizar uma experiência de fé

e fazer algo pelo próximo”, ressaltaMaria Elisa Corrêa, estudante de Rela-ções Públicas da Faculdade de Comuni-cação Social e uma das coordenadorasdo programa.

Em 2005, de 1º a 16 de janeiro, oCentro de Pastoral levará um grupo deestudantes para o Chile, onde eles parti-ciparão do Misión País, programa quereúne universitários de toda a AméricaLatina há 13 anos. Não há pré-requisitospara quem deseja participar. Exige-se so-mente disponibilidade para a realizaçãode ações solidárias, trabalhos em comu-nidades carentes e força de vontade.

As inscrições podem ser feitas noCentro de Pastoral da PUCRS, sala 101do prédio 17 do Campus Central (Av.Ipiranga, 6681). Informações pelo tele-fone (51) 3320-3576.

Grupo daPUCRS visitaa Itália

Um grupo composto por 55 professorese três funcionários da Universidade visitou aItália, de 17 a 25 de julho, tendo sido rece-bido pelo Papa João Paulo II. A viagem foiuma atividade do Projeto Reflexões daPUCRS, que objetiva a integração, o diálogo,a confraternização e o aprimoramento dosdocentes e de seus funcionários, visando har-monizar os fins gerais da organização comouniversidade católica. A equipe foi acompa-nhada por um representante da DC Tour,agência organizadora da viagem.

A visita incluiu um tour panorâmico deRoma, passando pela Praça Veneza, Coliseu,Fórum Romano, Igrejas, bairro Trastevere, naVila D’Este e Vila Adriano, em Tivoli (cidadepróxima de Roma), aos Museus do Vaticano,Capela Sistina e restaurantes típicos. Tambémos belos pontos turísticos e museus de Floren-ça, onde repousam, dentre outros, Dante Ali-ghieri, Galileu Galilei e Nicolau Maquiavel, fo-ram visitados pelo grupo, além da ilha de Capri.

Para os professores da PUCRS, momen-to especial foi a visita à Casa Generalícia dosIrmãos Maristas, em Roma, onde estão as re-líquias de São Marcelino Champagnat. Co-nheceram a igreja, os jardins, a biblioteca, aCapela do Altar do P. Champagnat e outroslocais. O grupo assistiu a uma palestra como conselheiro-geral, Ir. Pedro Herreros, intitu-lada A Missão Marista Hoje, e outra do dire-tor de Comunicações do Instituto, Ir. Lluís Ser-ra, intitulada O Educador Universitário. Am-bas foram bastante educativas e esclarecedo-ras quanto ao trabalho e missão dos maris-tas no mundo.

Equipe no Projeto Reflexões

Cobertura especial do12º Gramado Cine Vídeo

Centro de Produção Multimí-dia (CPM) da Faculdade deComunicação Social (Fame-cos) realizou cobertura espe-cial do 12º Gramado Cine Ví-

deo. Uma equipe, coordenada pelo pro-fessor André Pase, composta por cincoalunos e dois profissionais da Universi-

dade, captou, editou e transmitiu notí-cias em vídeo para os programas da Fa-mecos na UNITV, áudio para a Radio-fam, além de vídeo, textos e fotos paraa Cyberfam.

Para a realização da cobertura, aFamecos dispôs de câmeras de vídeo efoto digitais, um iMac e três Power-

Books, conectados à inter-net através de rede semfio, utilizados para editar etransmitir o conteúdo.

Todas as notícias dofestival puderam ser acom-panhadas pela UNITV (ca-nal 15 da Net), Radiofam(www.pucrs.br/famecos/radiofam) e Cyberfam(http://cyberfam.pucrs.br).As matérias de áudio, ví-deo, texto e foto tambémpuderam ser obtidas emtempo real na Cyberfam,no site citado.Infra-estrutura da Famecos à disposição

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 20046

Capa

á algumas décadas, engenhocascomo intercomunicadores, portasque se abriam sozinhas, robôs,gigantescos computadores comluzes e barulhos povoavam o ima-

ginário das pessoas e os filmes de ficçãocientífica sobre como seria a vida no século21. Vieram então os telefones celulares, car-ros supermodernos com piloto automático,internet, computadores cada vez menorese mais potentes, comunicação via satélite,cirurgias feitas com o auxílio de robôs einúmeras outras invenções que continuamtransformando o cotidiano de muita gente.

Com tantas novidades, cada dia maisvelozes, é difícil imaginar até que ponto aciência e a criatividade humana chegarãodaqui a dez ou 20 anos. Mas algumaspessoas trabalham pensando no amanhã.Alunos, professores e pesquisadores daPUCRS estão dando forma ao futuro próxi-mo, por meio de projetos e pesquisas deponta. Dentro de laboratórios, oficinas esalas de aula da Universidade, são encon-tradas soluções para as mais diversas ques-tões do dia-a-dia.

Uma delas é a Plataforma Multisservi-ços para Aplicações em Telemedicina, de-senvolvida pela mestranda de EngenhariaElétrica Heloísa Hertzog, com a orientaçãodo professor Jorge Guedes e o apoio doGrupo de Pesquisas Avançadas em Redesde Comunicação e Tecnologia da Informa-ção (GPARC&TI). O objetivo da ferramentaé oferecer, a baixo custo, um conjunto deserviços para pacientes hospitalizados ouque possam ser monitorados a distância,em suas próprias casas, de qualquer partedo mundo. Utilizando a plataforma, porexemplo, um médico pode consultar o pa-ciente via internet, acompanhando seus si-nais vitais e conversando com ele por video-conferência.

De acordo com Heloísa, o equipamen-to, no início, pode ser utilizado por até doispacientes ao mesmo tempo e facilitará mui-to o trabalho de médicos e enfermeiros.“Como todos os dados ficam armazenados,também há a possibilidade de se fazerem

estudos de caso posteriormente”, observa.Em breve a plataforma será testada nasunidades de Recuperação e de TratamentoIntensivo do Hospital São Lucas.

Ainda na área da saúde, estudos rea-lizados no Instituto de Pesquisas Biomédi-cas (IPB) da PUCRS buscam a cura dedoenças dentro da “máquina” mais perfei-ta que existe: o próprio corpo humano.São pesquisas com as chamadas células-tronco (capazes de se transformar em ou-tros tipos de células, como as do coração,pele, cérebro, entre outras). Como as pes-quisas nesse campo são recentes e inova-doras, muitas aguardam aprovação da Co-missão Nacional de Ética e Pesquisa (Co-nep) para testes em seres humanos. Numfuturo não muito distante poderão comba-ter de maneira efetiva doenças neurológi-cas, cardíacas, tumores, além de promovera regeneração de nervos periféricos e atémesmo serem utilizadas no tratamentoodontológico.

O céu não é o limiteCertos inventos são planejados para

mais de uma forma de utilização, comoalguns dos desenvolvidos no Núcleo de Pes-quisa em Biomecânica Aeroespacial (Nuba),único do gênero no Brasil, criado em outu-bro do ano passado no Laboratório de Mi-crogravidade do Instituto de Pesquisas Ci-entíficas e Tecnológicas (IPCT). Dentre elesestá o estabilômetro, uma plataforma deequilíbrio projetada, a princípio, para o usona medicina aeroespacial.

O equipamento poderá avaliar o equi-líbrio da pessoa, simulando ambiente demicrogravidade. A partir dos resultados, per-mite buscar maneiras de diminuir os efeitossentidos por astronautas quando retornamà Terra. Uma das coordenadoras do Nuba,professora Flávia Porto, acredita que o es-tabilômetro deverá ser utilizado posterior-mente na medicina e nos esportes. “O pa-ciente que sofre de labirintite, por exem-plo, tem sintomas semelhantes aos dos as-tronautas quando voltam do espaço. O equi-pamento poderia auxiliá-los. Pretendemos

fazer um produto leve, barato e acessívelpara que as pessoas tenham um em casa,se necessário”, adianta. O dispositivo tam-bém terá condições de ser usado como equi-pamento de fisioterapia e na detecção detalentos no meio esportivo, já que algunsesportes exigem muito mais equilíbrio doque outros, como a ginástica olímpica.

Testes físicos com astronautas tam-bém fazem parte dos objetivos da criaçãodo pedal instrumentado 3D, que avalia demaneira mais completa a forma como a

por MARIANA VICILI

O futuro sendoUtilização de fontes

renováveis de energia,como a eólica e a solar

EXEMPLO

Reutilização da água potável ereaproveitamento da água dachuva recolhida em cisternas

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feito na PUCRS

PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 7

pessoa pisa nele. Futuramente atletas pode-rão melhorar a técnica de pedalar com autilização desse pedal especial que tambémservirá para testes de esforço em clínicas eavaliações funcionais em academias de gi-nástica.

Os estudos realizados no Laboratório deMicrogravidade procuram sempre encontrarmaneiras de auxiliar a permanência do ho-mem no espaço, já prevendo o avanço doturismo espacial. A coordenadora do Labora-tório, professora Thaís Russomano, destaca queexistem condições técnicas de enviar pessoas

comuns para o espaço. “Prova disso é que oprimeiro turista espacial viajou com 60 anos eteve poucos meses de preparação. Hoje a bar-reira é apenas econômica”, explica Thaís, refe-rindo-se ao norte-americano Dennis Tito que,em 2001, desembolsou US$ 20 milhões parair à Estação Espacial Internacional.

A era da comunicaçãoO grande desenvolvimento das tecnolo-

gias da comunicação tem possibilitado diver-sos avanços, economia de tempo e de dinhei-ro, mas ainda há muito a ser feito. Tendo issoem mente, o grupo de Multimídia do Grupode Pesquisas Avançadas em Redes de Comu-

Videoconferênciapor celular utilizandoa tecnologia de vídeo

e voz sobre IP

Robô Tobias auxilia ematividades domésticas. Foi

construído pelos pesquisadoresdo Laboratório Metropoa, da

Faculdade de Engenharia

Plataformade Telemedicina.

Paciente pode sermonitorado pelo

médico de qualquerparte do mundo

Utilização de materiaisecológicos e renováveis

nas construções,como madeira

S DE TECNOLOGIAS APLICADAS AO DIA-A-DIA

Geladeira inteligente com acesso àinternet que efetua compras on-line,

controla o estoque de alimentos,podendo ter rádio e TV embutidos.

O sistema utiliza Web Semântica

Televisão digital possibilita que apessoa assista a seus programaspreferidos em qualquer horário,

com imagem e som de altaqualidade, envie e-mails, faça

compras on-line e acesse a internet

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 20048

Capa

Estabilômetro: plataforma de equilíbrio para uso na medicina aeroespacial

Pedal instrumentado 3D: avalia a forma de pisar

nicação e Tecnologia da Informação(GPARC&TI), além de auxiliar na confecçãoda plataforma de telemedicina, trabalha atu-almente em projetos como o de Vídeo so-bre IP (Internet Protocol) e Voz sobre IP.

O projeto visa a criar um sistema devideoconferência e videostreaming (difusãode áudio e vídeo pela internet ou redesprivadas) de código aberto, adequar as téc-nicas para transmissão de vídeo em celula-res, minimizar o efeito de falhas de rede oude diferentes qualidades de rede para umamelhor transmissão, entre outros. De acor-do com a coordenadora do projeto, Simo-ne Ceolin, o uso do software livre na pes-quisa pode permitir a utilização desses re-cursos em centros de socialização e escolasde regiões de baixo poder aquisitivo, natelemedicina e em variadas situações, alémde ser uma tecnologia nacional.

O projeto de voz desenvolve uma tec-nologia para a transmissão, em tempo real,de áudio digital pela internet. Com isso po-derão ser feitas, por exemplo, ligações tele-fônicas internacionais ao preço de uma cha-mada local, havendo também a possibilida-de de cada computador ter sua própria se-cretária eletrônica e números personaliza-dos. Além de ser utilizado na telefonia au-xiliará em videoconferências e no ensino adistância.

Educação a distânciaA PUCRS é uma das referências nacio-

nais em educação a distância. Há quatroanos, por meio da PUCRS Virtual, oferececursos de extensão, graduação e pós-gra-duação em diversas áreas do conhecimen-to, contando atualmente com uma experi-ência de mais de 19 mil usuários do siste-ma EAD em seus 38 cursos e disciplinas.Também são beneficiados cerca de 11 mil

alunos de graduação da Universidade quedesenvolvem atividades em ambientes virtu-ais. Além disso, têm sido freqüentes as par-cerias com órgãos públicos, como o Tribu-nal de Contas da União, Secretarias de Es-tado do Rio Grande do Sul e de outros es-tados para capacitar seus funcionários.

A diretora da unidade, professora Ma-rilú de Medeiros, aposta na ampliação dosserviços oferecidos. “Uma prospecção parao futuro indica um aumento pela procura decursos de graduação, MBA e especializaçõesvariadas, além de cursos de pós-graduaçãoprofissionalizantes a distância”, prevê. Entreos novos cursos oferecidos em 2004 estãoos de especialização em Educação Infantil,Psicologia Hospitalar, Saúde Aeroespacial,Eficiência Energética, extensão em Créditoe Cobrança e MBA em Gestão Educacional.As aulas são transmitidas via satélite e in-ternet, podendo ser assistidas presencial-mente em Porto Alegre ou em CD.

A evolução da internetA internet, mais precisamente a World

Wide Web (WWW), está prestes a sofrergrandes transformações, oferecendo muitomais facilidades aos usuários. A chamadaWeb Semântica é uma visão da futura ge-ração da WWW, que prevê o processamen-to computacional inteligente da informação,fazendo com que dados sejam definidos e

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 9

Cuidando do paciente a distância

Heloísa e o protótipo da plataforma

A Plataforma Multisserviços paraAplicações na Telemedicina é desenvol-vida com a utilização de software livre(com código-fonte aberto podendo sermodificado de acordo com as necessida-des de cada usuário), integrando dife-rentes formas de comunicação (mensa-gens de texto, voz e imagem), de tec-nologias (Linux, bluetooth, internetetc.) e de coletas de dados (como sen-sores e câmeras de vídeo). Terá uma es-trutura flexível, capaz de evoluir e su-portar novos serviços que serão criadosde acordo com as necessidades.

Entre as aplicações estarão a moni-toração de si-nais vitais, co-mo temperatu-ra, respiração,pressão arteriale eletrocardio-grama dos paci-entes, armaze-namento dessesdados e análisec o m p a ra t i v acom parâmetrospreestabeleci-dos, com a pos-sibilidade de ge-rar alarmes paraa central de mo-

nitoração em caso de emergência; arma-zenamento de informações pessoais, re-sultados de exames, anotações dos mé-dicos e enfermeiros; comunicação visualinterativa entre médico, paciente, hospi-tal e centro de monitoração e controle re-moto sobre equipamentos como ar-con-dicionado, iluminação, entre outros.

Além do atendimento em hospitaise residências, também possibilitará a as-sistência em localidades afastadas ou ca-rentes, postos de saúde e ambulâncias,permitindo que alguns casos sejam ava-liados por médicos especialistas sem anecessidade de deslocamento.

relacionados de maneira que o computadorpossa compreender o significado das informa-ções, classificá-las e relacioná-las de um modomais útil.

Na Faculdade de Informática da PUCRSestá sendo desenvolvida a ferramenta Seman-ticore, que será utilizada para a confecção desoftwares de Web Semântica em larga escala.Os pesquisadores acreditam que, a princípio,a nova tecnologia será uma extensão do queexiste em termos de internet, mas o modeloatual provavelmente será substituído de manei-ra gradual.

Entre as aplicações práticas estarão siste-mas de busca — como o Google, por exemplo— mais eficazes, programas de editoração detexto que interpretam o que está sendo escri-to e auxiliam o redator, marcações de consul-tas médicas buscando o profissional mais pró-ximo e comparando automaticamente as agen-das dos interessados, conexão entre serviçosde inteligência e até mesmo nas compras dodia-a-dia, como uma geladeira que avisa o seudono e o supermercado quais produtos estãoem falta para serem repostos.

Um dos pesquisadores, o professor Mar-celo Blois, da Faculdade de Informática, nãotem dúvidas de que esse será o caminho daweb. “Quem sugeriu a Web Semântica foiTim Berners-Lee, o mesmo que propôs aprópria web há alguns anos, por isso sabe-mos que há muita chance de dar certo.Grandes empresas estão investindo nisso”,observa Blois, que conta com a parceria doprofessor Ricardo Bastos e cinco alunos degraduação dos cursos de Sistemas da Infor-mação e Ciência da Computação.

Outra maneira de acessar a internet eserviços diversos será por meio da TV digital.A PUCRS é uma das universidades que ajudao governo federal a estudar os padrões inter-nacionais de transmissão e recomendar a me-lhor solução adequada à realidade brasileira.O grupo é coordenado pelo IPCT e integraas Faculdades de Informática, Engenharia eComunicação Social, Centro de Processamen-to de Dados e PUCRS Virtual. Esse novosistema de televisão permitirá o acesso àrede semelhante à internet, mais simplifica-da, utilizando serviços de compra, saúde, po-dendo também agregar telefone, rádio e TVa cabo quando necessário. Entre os papéisda Universidade estarão o teste de equipa-

mentos que geram imagens digitais e integra-ção dos projetos com a indústria.

Construções ecológicasAlunos da Universidade pesquisam solu-

ções mais baratas, práticas, confortáveis e princi-palmente ecológicas para a construção de casase edifícios. Na disciplina Projeto de EdificaçõesVI, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, osestudantes desenvolvem projetos na Vila NossaSenhora de Fátima, em Porto Alegre, identifi-cando problemas em residências e propondo al-ternativas sustentáveis. Entre as soluções está autilização de recursos da própria região, semprejuízo ao meio ambiente. Também buscamnovas tecnologias e materiais renováveis.

A professora Rosane Bauer defende aarquitetura e o urbanismo sustentável comometas de moradia no futuro, usando materi-ais renováveis, fazendo reciclagem quandofor possível, utilizando melhor o paisagismoprodutivo — tendo como vegetação das áre-as públicas plantas que sejam fonte de ali-mento e de renda —, aproveitando energiasalternativas, como a solar e a eólica e, princi-palmente, reutilizando as águas chamadascinzas. “É possível tentar recolher água dachuva, por meio de cisternas, utilizando-apara irrigar o jardim e fazer outras tarefasdomésticas, de maneira responsável. A águado vaso sanitário, hoje, é potável, o que éum desperdício”, observa.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200410

Capa

A PUCRS Virtual, unidade deeducação a distância da Universi-dade, está ampliando seu sistemade geração e recepção. Ainda neste

Educação a Distânciaem expansão internacional

semestre, seus cursos podem atin-gir todo o continente americano,Europa e parte da África, com a mi-gração do satélite B3 (Brasilsat)

para o Intelsat 805.Novos pontos distan-tes serão instalados,além dos cerca de 100em funcionamento noBrasil e no exterior.De acordo com a dire-tora Marilú de Medei-ros, está em fase deassinatura um convê-nio com a Universida-de das Nações Unidaspara promover açõesna área do DireitoAmbiental atendendoa formação de profis-sionais de diferentespartes do mundo.Cursos chegam à Europa, América e África

Voz e Vídeo sobre IP: áudio e imagem pela internet

Fontes alternativas de energiaA utilização de energias renováveis

é realidade em alguns países e estarámais presente no cotidiano do brasileiroem breve. O Núcleo Tecnológico de Ener-gia e Meio-Ambiente (Nutema) da PUCRSestuda, desde 1996, questões ligadas àenergia eólica (com a utilização dos ven-

tos), solar, hidroeletricidade, biomassa eimpacto ambiental. Entre os convênios fir-mados está a participação do núcleo noPrograma Nacional de Conservação deEnergia Elétrica.

Para tanto, estão sendo disponibili-zados novos equipamentos, que tornaramo laboratório do Nutema o mais comple-

to do Brasil no setor, segundo o coorde-nador do núcleo, professor Jorge Alé. “Onível dos equipamentos que recebemosé tão alto que daria para montarmos unsquatro laboratórios. Com esta infra-estru-tura poderemos fazer testes mais comple-tos e mais rápidos”, explica Alé.

Convênio com a Financiadora de Es-tudos e Projetos do Ministério da Ciênciae Tecnologia (Finep) foi assinado para odesenvolvimento de uma turbina eólicade eixo vertical, visando a gerar energiacom baixas velocidades de vento e em lo-cais urbanos com alto nível de turbulên-cia. Além desses projetos, também sãofeitas análises de turbinas na Fazenda Pe-dra Azul, no município de Imbé, no LitoralNorte, e simulações de fazendas eólicas —locais destinados à instalação de turbinaseólicas — em outros pontos do Rio Gran-de do Sul, nas quais são estudados itenscomo viabilidade, problemas e aspectosambientais. A Associação Européia deEnergia Eólica prevê que, com políticasadequadas, a energia eólica pode suprir10% da energia no mundo até 2020.

Outra área em que a PUCRS temdestaque nacional é a da energia solar,graças ao Núcleo Tecnológico de EnergiaSolar (NT-Solar), do Centro de Pesquisa eDesenvolvimento em Física. Em maio, foiinaugurado no Campus Central o primei-ro Centro Brasileiro para o Desenvolvi-mento de Energia Solar Fotovoltaica (CB-Solar), com a missão de trabalhar para odesenvolvimento de tecnologias de con-versão da energia solar em elétrica.

A parceria envolve os governos fede-ral, estadual, municipal e a CEEE. Tambémestá prevista a implantação de uma plantapré-industrial de fabricação de módulos fo-tovoltaicos eficientes. A industrializaçãodesses módulos, além de substituir a im-portação dessa tecnologia feita atualmen-te, facilita a expansão dessa modalidadeeficiente, barata e de baixo impacto ambi-ental, podendo beneficiar milhões de bra-sileiros que ainda não têm acesso à luz elé-trica, principalmente na zona rural. O fatode o Brasil ter um alto índice de irradiaçãosolar de Norte a Sul facilita a implantaçãodo projeto. A previsão é de que o CB-Solarcomece a produção em 2005.

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Iniciação Científica

Bolsista: chancede aprender

s alunos daPUCRS têmpossibilida-de de rece-ber bolsas

de iniciação científicaoferecidas por três fon-tes, a própria Universi-dade e dois órgãos defomento. Há a Bolsa-Pesquisa Alunos (BPA)da PUCRS, o ProgramaInstitucional de Bolsasde Iniciação Científica (Pibic) e o Progra-ma Quota/Pesquisador I e II do ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq) e a bolsa da Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Rio Grandedo Sul (Fapergs). Os alunos recebem deR$ 220 a R$ 250 por mês. O mais válidopara eles, porém, é o aprendizado.

Uma comissão de professores daPUCRS, formada por doutores de diferen-tes áreas, analisa os projetos para a con-cessão da BPA e Pibic/CNPq. A composi-ção do grupo muda anualmente. O CNPqtambém tem uma comissão externa queavalia os pedidos. A Fapergs dispõe deconsultores nas diferentes áreas do co-nhecimento e instituições de ensino su-perior para selecionar os estudantes.

O bolsista deve dedicar-se exclusiva-mente à pesquisa, não sendo permitida arealização de monitoria, estágio ou traba-lho concomitante. No caso do Pibic, sãoaceitos estudantes de todos os semestres.

É observado o coefici-ente de rendimento,que não deve ser infe-rior a 6. Entre os crité-rios de escolha estão arelevância do projeto,o perfil do bolsista e operfil e a produção ci-entífica do orientador.

Vários bolsistasacabam interessando-se pela área acadêmi-ca, tornando-se pro-

fessores e pesquisadores em instituiçõesde ensino superior. Um levantamento es-tatístico da Pró-Reitoria indica que, emdez anos, até 2002, 22% dos bolsistas doPibic ingressaram em mestrados e douto-rados logo após a graduação. Essa é a in-tenção de Eduardo Rico, 23 anos, forma-do, em janeiro, em Biologia. Integrantedesde 2001 do Laboratório de PesquisaBioquímica, continua atuando como vo-luntário enquanto aguarda bolsa de mes-trado. A iniciação científica garantiu-lhegrande crescimento e aprendizado no tra-balho em equipe. Eduardo foi um dosdestaques dos Salões de Iniciação Científi-ca da PUCRS e da UFRGS em 2003.

De 27 a 29 de outubro, ocorrerá a5ª edição do evento da PUCRS, quandoserão apresentados trabalhos dos bolsis-tas de iniciação científica e voluntários depesquisas. Informações sobre o Salão deIniciação Científica: (51) 3320-3500, ra-mal 4874, ou www.pucrs.br/salao.

“Consegui pularuma etapa”

Gabrie-la Ribeiro,22 anos, a-luna do 7ºsemestre dePsicologia,foi bolsistade 2002 atéjulho deste ano. Orientada pela profes-sora Julieta Desaulniers, integrou arede Formação, Trabalho e Organiza-ção, da Faculdade de Filosofia e Ciênci-as Humanas, onde pôde conviver compesquisadores de áreas diferentes.“Consegui pular uma etapa e hoje nãotemo fazer qualquer trabalho ou proje-to.” Ela foi destaque nos Salões de Ini-ciação Científica da PUCRS e da UFRGSem 2003. Participou de três projetos en-volvendo a formação do cidadão nas es-colas. Gabriela viajou este semestrepara Londres, onde pretende ficar porseis meses para aperfeiçoar o inglês.

Contatoscom pacientes

As trêscolegas do5º semestrede Psicolo-gia Fernan-da Driemei-er, 20 anos,Júlia Protas,20, e Chana Kieling, 21, são bolsistas deiniciação científica desde março de 2003.Júlia tem bolsa da Fapergs e as outrasduas agora são voluntárias do Grupo dePsicologia da Saúde do Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Orientadaspela professora Marisa Müller, auxiliampesquisas nas áreas de Psicodermatolo-gia e Psicooncologia. Estão envolvidascom o tema Fatores psicossociais no apa-recimento e desenvolvimento de doen-ças de pele. Até mesmo na apresentaçãode trabalho em aula, notam a importân-cia da experiência. “Vivenciamos o queestamos estudando e podemos sentir aresponsabilidade de ficar frente a frentecom pacientes”, afirma Chana, que serefere às entrevistas para as pesquisas.Fernanda, que foi destaque no Salão deIniciação Científica da PUCRS em 2003,considera a experiência rica, indepen-dentemente do seu futuro profissional.

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

MODALIDADE TOTAL DE BOLSAS/2004 VALIDADE INSCRIÇÕES

BPA/PUCRS 105 9 meses MarçoPibic/CNPq 109 12 meses MaioQuota Pesquisador/CNPq 50 12 meses JunhoFapergs 125 12 meses Setembro/Outubro

FACULDADES COM MAIS BOLSAS

IC/FapergsBiociências 16Adm., Contabilidade e Economia 14Medicina 14Engenharia 9Psicologia 9

BPA/PUCRSBiociências 15Medicina 10Psicologia 7Engenharia 6Serviço Social 5

Pibic e Quota/Pesquisador/CNPqLetras 26Biociências 21Medicina 19Psicologia 19Engenharia 11

Eduardo é voluntário

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200412

Pesquisa

Respeito à autonomiados pacientes

professor da Faculdade de Me-dicina da PUCRS Carlos Fernan-do Francesconi defende que noprocesso de obtenção do con-sentimento dos pacientes para

realização de procedimento endoscópicodevem ser transmitidas todas as informa-ções relevantes ao entendimento do exa-me, de riscos, benefícios e potenciais al-ternativas diagnósticas. Essa discussãoestá presente na sua tese de doutoradoO processo de obtenção do consentimen-to informado em situações de prática en-doscópica e em atendimento clínico noHospital de Clínicas de Porto Alegre, rea-lizada no Programa de Pós-Graduação emMedicina: Ciências em Gastroenterologiada UFRGS. Francesconi diz que o maisimportante é respeitar a autonomia dospacientes. “A assinatura do termo de con-sentimento informado deve ser o resulta-do final do processo de entendimento dopaciente sobre o procedimento.”

A obtenção de uma auto-rização informada ou formal-mente documentada para rea-lização de procedimentos diag-nósticos ou terapêuticos é umfenômeno relativamente novo.Até os anos 70 prevalecia omodelo pelo qual os médicostinham o poder de ditar o quejulgavam ser o melhor para opaciente. Atualmente é maisforte a pressão para que aspessoas participem das deci-sões que lhes dizem respeito.No Brasil não há um posicionamento cla-ro sobre os termos de consentimento forado contexto da pesquisa biomédica. Exis-te mais a elaboração desses documentospara realização de procedimentos diag-nósticos com viés legal do que a preocu-pação de que fique registrada a parceriana tomada de decisões na qual o médi-co compartilha com seus pacientes as in-formações relevantes.

Também membro do Comitê de Bio-ética do Hospital São Lucas, Francesconiavaliou o grau de facilidade de leitura pormeio dos índices de legibilidade de doistermos de consentimento informado, umcom linguagem habitual e outro redigi-do de forma mais acessível, utilizando osíndices de Flesch (programa de compu-tador que detecta o grau de facilidadede leitura de textos, analisando o tama-nho das sentenças e o número de síla-bas) e Flesch-Kincaid (avalia o grau dedificuldade para leitura de um texto, ba-seando-se no comprimento de suas pala-vras e frases). Quanto maior o índice deFlesch, menor é a escolaridade necessá-ria para lê-lo. Esses métodos já foram va-lidados para uso em Língua Portuguesapelo professor José Roberto Goldim.

Houve uso desses índices nos termosde consentimento em uso no Hospital deClínicas. Foram visitados 45 serviços médi-cos e constatado que 15 usavam os docu-mentos para procedimentos assistenciais,

33,3% do total. A média de escolaridadede leitura desses termos foi de 16,4 anos,superior à dos pacientes do Hospital, queé de seis anos de escolaridade de acordocom dados do último censo populacional.O índice de facilidade de leitura ficou coma média de 31,1%.

O termo simplificado utilizado paraa realização de endoscopia digestiva altaresultou em índice de nove anos de es-colaridade e, o habitual, 11 anos. Dadosde 197 pacientes, do total de 200 recru-tados, foram analisados. O termo acessí-vel teve um impacto positivo nas variáveisconfiança na instituição, nos médicos en-volvidos no exame, no entendimento dotexto e na lembrança de certos elemen-tos do procedimento endoscópico. Al-guns pacientes levaram para casa o do-cumento, mas a possibilidade de avalia-ção prévia dos termos de consentimentoteve um impacto negativo na lembrançado procedimento, riscos e benefícios em14 dos 18 itens do questionário.

Francesconi concluiu que na práticaendoscópica um termo de consentimen-to acessível ajuda o paciente a lembrar-se das informações e aumenta a confian-ça nos médicos que participaram da in-dicação e realização da endoscopia. Parao professor, é possível facilitar o entendi-mento com cuidados na elaboração dotexto e a utilização de materiais audiovi-suais educativos.

Perspectivapara o futuro

• Deve-se estimular a prática de obter oconsentimento informado no momento do exa-me endoscópico, utilizando-se os textos maisacessíveis possíveis em sua terminologia. É ne-cessária a pesquisa do uso de materiais audio-visuais educativos para avaliar se a sua aplica-ção aumenta o grau de compreensão dos pa-cientes.

• O pessoal da área da saúde envolvidono processo de obtenção de consentimento naprática clínica precisa ser treinado para o de-senvolvimento de atitudes de acolhimento ade-quado aos pacientes.

• É necessário haver a inclusão nos progra-mas de treinamento para residentes de Gastro-enterologia de orientações em relação à elabo-ração de consentimento informado na práticaendoscópica.

Fonte: Carlos Fernando Francesconi

Carlos Francesconi defendeu tese

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PUCRS é referência nosestudos sobre estresse

esquisar os fatores psicológi-cos, endócrinos e imunológi-cos no envelhecimento saudá-vel foi o objetivo da tese dedoutorado da bióloga Clarice

Luz no Programa de Pós-Graduação emGerontologia Biomédica da PUCRS, quecontou com o financiamento do CNPq.Orientado por Moisés Bauer, professorda Faculdade de Biociências e pesquisa-dor do Instituto de Pesquisas Biomédi-

cas (IPB), otrabalho de-tectou quemesmo osidosos semdoenças e de-monstrandof e l i c i d a d eapresentammais estresse,depressão e

alterações hormonais. A conclusão é queo processo de envelhecimento traz umasérie de alterações que afeta a integri-dade de diversos órgãos, tecidos e siste-mas corporais, entre eles o sistema imu-ne. Ainda que o envelhecimento sejasaudável, as pessoas sofrem mudançasemocionais significativas.

Com pesquisas co-mo essa, a PUCRS torna-se referência internacio-nal na área, destaca Bau-er. O trabalho é inéditopor tratar do envelheci-mento saudável. Os resul-tados foram apresenta-dos por ele no 5th WorldCongress on Stress, pro-movido pela SociedadeInternacional de Investi-gação do Estresse emLondres. Bauer foi o úni-co palestrante da Améri-

ca Latina e coordenador de mesa. Na pró-xima edição da revista Stress, de Edimbur-go, publicará artigo sobre o tema.

Para a tese, foram avaliadas 46 pes-soas saudáveis de 60 a 91 anos que nãoviviam em asilos e pareciam felizes. Ospesquisadores compararam os dados comos de um grupo-controle formado poradultos de 20 a 40 anos sem doenças.Houve avaliação psicológica e detecçãoda presença de hormônios associados aoestresse, como o cortisol (hormônio quetem efeito modulador das defesas do or-ganismo). Os idosos, mesmo saudáveis,apresentaram aumento da produção decortisol que, em excesso, causa osteopo-rose e problemas de memória. Algunsmédicos, especialmente nos EUA, recei-tam a suplementação de DHEA (dehidro-epiandrosterona), que permite ganho demassa muscular, diminuindo a produçãode cortisol. Bauer acredita que deve havercautela no uso. Outro aspecto detectadotambém em idosos saudáveis é um declí-nio da capacidade de os linfócitos (leucó-citos envolvidos na resposta inflamatória)multiplicarem-se. Isso gera menor defesacontra infecção. Além disso, os linfócitosdos idosos mostraram-se mais resistentesa drogas antiinflamatórias (glicocorticói-des), exigindo atenção dos médicos naindicação da terapia adequada.

Estresse e doençasPara o professor, os estudos realiza-

dos no IPB alertam para anecessidade de levar emconta a interligação entre ossistemas nervoso, endócrinoe imunológico. “Ao longoda vida as pessoas passampor um somatório de estres-ses que desgastam o siste-ma nervoso central e po-dem causar doenças”, apon-ta Bauer. Explica que o es-tresse é uma forma deadaptação e proteção docorpo contra agentes exter-nos e internos. No primeiroestágio (alarme), o organis-

mo ativa o sistema neuroendócrino. Nosegundo (adaptação), são reparados osdanos causados pela reação de alarme,reduzindo os níveis hormonais. Se o es-tresse continua, há o terceiro estágio(exaustão), que pode provocar o apare-cimento de doenças, com a disfunção dasdefesas imunológicas.

Quando isso torna-se repetitivo, oorganismo fica desgastado. Os idosostêm mais dificuldades de reduzir a produ-ção de cortisol e retornar ao estado pré-estresse. Bauer defende a necessidade deinvestir em grupos de convivência e naprevenção de abalos psicológicos, o quepode interferir na saúde.

Resultados da pesquisa

IDOSOS SAUDÁVEIS

29% acham-se inúteis e têm dificuldadesde realização de atividades diárias

22% apontam problemas sexuais,como redução da libido

21% citam tristeza por perdas15% dizem-se incompetentes5% desejam recomeçar suas vidas3% abordam rejeição de familiares

ADULTOS ENTRE 20 E 40 ANOS

34% preocupam-se com as relações de trabalho20% estão estressados por exames universitários20% apontam situação financeira14% citam problemas familiares12% preocupam-se com a sua situação com os parceiros

Cultura de linfócitos humanos

Área branca: linfócitos

Avaliação: idososde60a91anos

Fotos: Moisés Bauer

Pesquisa por ANA PAULA ACAUAN

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200414

Pesquisa

Projeto discute aidentidade açoriana

projeto de pesquisa do Progra-ma de Pós-Graduação em Le-tras da PUCRS A questão daidentidade da terra nas litera-turas periféricas: a literatura

açoriana pós-25 de Abril e a inclusão dePortugal na Comunidade Européia, coor-denado pelo professor Luiz Antonio deAssis Brasil, realizou um levantamentocompleto e a análise de obras que mos-tram a repercussão desse período. Con-cluiu que a literatura açoriana, historica-mente, tem destacado representaçõessimbólicas, como a imagem do Arquipé-lago dos Açores como vestígios da lendá-ria Atlântida. Os autores contemporâne-os apresentam uma visão atual e críticados assuntos relativos à identidade. As-sis Brasil diz que há uma espécie de rela-ção de atração e repulsa quanto à matrizde seus temas: “Se por um lado os Aço-res representam um ‘banco de dados’ damaior valia, em que a saudade do ‘paraí-so perdido’ impulsiona retornos inevitá-

veis, por outrosimbolizam umpeso esmaga-dor, por sua irre-mediável onipre-sença”.

Um dosexemplos dessaabordagem éencontrado naobra O homemsuspenso , deJoão de Melo,que trata dePortugal pós-in-clusão na Co-munidade Euro-

péia. O protagonista, açoriano vivendoem Lisboa, indaga-se a toda hora sobreos caminhos do país. Compara-se aosrumos de Portugal, agora que este so-fre o risco de perder-se ante à pasteuri-zação comunitária. Um dos trechos mos-tra que essa cidadania está abalada:

“Ninguém sabe oque se passa nestaLisboa mítica equotidiana, capitalde um país que asi mesmo se colo-nizou e descoloni-zou, que para si in-ventou a última emais portuguesadas revoluções,mas que afinal tro-cou o passo: plan-ta eucaliptos, viraas costas para oseu mar de sem-pre, pede dinheiropara as estradas que vão dar ao centro,ao sonho dos outros países, e pareceaté orgulhar-se de pedir que o deixemviver de cócoras, em sentido”.

Os pesquisadores constatam que ascrescentes exigências comunitárias colo-cam os países periféricos (por exemplo,Portugal e Grécia) na obrigação de ade-quar-se a uma modernidade que implicaabrir mão das regionalidades. As imposi-ções de natureza econômica, como a fi-xação de um salário mínimo em padrãoeuropeu, implicam abolir práticas produ-tivas arraigadas secularmente. Para osAçores, essas perdas são cruciais, afirmaAssis Brasil, exemplificando com a proibi-ção da pesca em barcos sem convés esem sistema de refrigeração, além da in-terdição da pecuária artesanal e familiar.

O projeto propiciou a realização deuma tese de doutorado e quatro disser-tações de mestrado. Está previsto o en-cerramento das pesquisas em 2005. Al-guns dos resultados estão no livro Escri-tos açorianos: A viagem de retorno –Tópicos acerca da narrativa açoriana pós-25 de abril, publicado nas Edições Sala-mandra, de Lisboa, no ano passado. Nodia 25 de abril de 1974 eclodiu a Revolu-ção dos Cravos em Portugal, que era oúltimo império colonial do mundo oci-

dental. Oficiais demédia patente re-belaram-se e derru-baram o governode Caetano e o ge-neral António deSpínola assumiu apresidência.

Essas pesqui-sas relativas à lite-ratura açoriana fa-zem parte do pro-jeto Memória dasGentes: As Rela-ções entre Ficção eHistória nas Litera-turas de Língua

Portuguesa, o qual vem permitindo a cria-ção de uma rede de intercâmbio entrepesquisadores do País e de Portugal. Érealizado pelo Centro de Estudos de Cul-turas de Língua Portuguesa, coordenadopela professora Maria Luíza Remédios noPrograma de Pós-Graduação em Letras.Um dos saldos do projeto é a prepara-ção de recursos humanos para gradua-ção e pós-graduação nas questões lusó-fonas. Além da PUCRS, inclui instituiçõesuniversitárias com tradição de pesquisana área. O Memória das Gentes contacom financiamento do CNPq.

O grupo coletou e reproduziu textossobre a relação História e Ficção e de tex-tos analíticos e críticos a respeito da Lite-ratura Portuguesa da atualidade. No livroO despertar de Eva: Gênero e identida-de na ficção de Língua Portuguesa, es-tão reunidos ensaios mapeando a ficçãoportuguesa que discute a condição femi-nina, do barroco à pós-modernidade. Aobra, organizada por Maria Luíza e lan-çada pela Edipucrs, aborda autores comoAntônio Vieira, Eça de Queirós, Mário deSá-Carneiro, José Saramago e GabrielaLlansol. Os ensaístas acompanham a pro-gressiva emancipação da mulher num ce-nário histórico-social caracterizado peloconservadorismo e repressão.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 15

Saúde

Pesquisa aponta causasgenéticas do tabagismo

Serviço de Pneumologia doHospital São Lucas (HSL) daPUCRS recebeu o prêmio 2004European Respiratory SocietyGold Sponsorship Award, por

uma pesquisa desenvolvida sobre a gené-tica do tabagismo. O trabalho aponta quea iniciação e manutenção do tabagismopodem ter uma grande contribuição ge-nética. “Boa parte das pessoas começa afumar por influência do meio, como a fa-mília, amigos e ídolos, mas de 30% a40% dos fumantes têm propensão gené-tica”, revela o pneumologista José Cha-tkin, um dos participantes da pesquisa.

A descoberta auxilia no tratamentodo tabagismo, que é feito por meio de te-rapia cognitivo-comportamental, ou seja,orientação sobre as situações que desen-

cadeiam a vontade de fumar, e o uso demedicamentos, como antidepressivos,adesivos e até gomas de mascar de nicoti-na, que só funcionam se o paciente real-mente quer parar. O tabagismo ligado acausas genéticas também tem cura e pas-sa pelo mesmo tratamento, que pode sermais difícil e demorado. Com ajuda especi-alizada, há sucesso em até 60% dos casos.

A secretária Marilú Ferreira Mesquita,47 anos, é um exemplo de determinaçãoquando o assunto é parar de fumar. “Fu-mei durante 22 anos. Depois de tanto tem-po não tinha mais fôlego para subir esca-das, evitava entrar em elevadores, para aspessoas não sentirem o meu cheiro. Eunão me agüentava mais. O cigarro erauma sombra no meu caminho”, lembra.Há um ano ela conseguiu deixar de fumar.

Onde procurar ajudaO HSL conta com o Ambulatório de Auxílio ao Aban-dono do Tabagismo, que atende às segundas-feiras,pelo SUS e planos de saúde. Informações: (51) 3320-3382.

Campanha contra ofumo em locais fechados

A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, por meioda Ouvidoria Institucional da PUCRS, está realizando asegunda etapa da Campanha de Combate ao Fumo emLocais Fechados. São 150 cartazes distribuídos nos Cam-pi Central, Zona Norte e Viamão – dois por andar em cadaprédio, sendo visualizados por alunos, professores, fun-cionários e comunidade. As peças são produzidas pelosalunos estagiários do Laboratório de Publicidade e Pro-paganda da Famecos. De acordo com a Ouvidoria, mui-tos alunos reclamam de colegas que fumam nos corredo-res em vez de descerem na hora do intervalo.

De acordo com um levantamento de 2003, do grupode pesquisa Intervenções Cognitivas e ComportamentosDependentes, do Programa de Pós-Graduação em Psicolo-gia, 15,5% dos alunos de graduação da Universidade fu-mam, sendo que 65,7% são mulheres, 11,1% são ex-fuman-tes e 32,8% apenas experimentaram o cigarro alguma vez.

Marilú procurou ajuda no Ambulató-rio de Auxílio ao Abandono do Tabagis-mo, no HSL. Tomou alguns medicamen-tos e, em três meses, abandonou o vício.“No início foi muito difícil, ficava irritada,ansiosa, passei a ter insônia. Quando ti-nha vontade de fumar bebia água”, con-ta. Um ano depois ela percebe os benefí-cios da vida sem o cigarro. “Agora façocaminhadas, não tenho mais tosse, consi-go sentir o cheiro e o gosto dos alimen-tos. Às vezes ainda sonho que estou fu-mando, mas não quero mais nem pensarem acender um cigarro. Tem que ter forçade vontade para parar, não adianta só ainsistência da família e amigos”, observa.

Segundo Chatkin, apesar de haveruma tendência de diminuição do núme-ro de fumantes nos próximos anos, asituação ainda é preocupante. O RioGrande do Sul é o estado com o maiornúmero de pessoas que fumam e índicede câncer de pulmão e laringe, segundoo Instituto Nacional do Câncer/Ministé-rio da Saúde. O próximo passo da pes-quisa é comparar as respostas ao trata-mento conforme as características gené-ticas. Em setembro, o pneumologistaapresentará o trabalho no 14º Congres-so Anual da European Respiratory Socie-ty, em Glasgow, na Escócia.

Marilú: sem fumar há um ano

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200416

Saúde

Crianças especiais têmatendimento gratuito

Serviço de Atendimento de Pa-cientes Especiais Odontopediá-tricos, da Faculdade de Odon-tologia, completa dez anos.Dezenas de crianças com até

12 anos que necessitam de cuidados es-peciais recebem tratamentos gratuitos.Os casos mais comuns são de portado-res de Síndrome de Down, HIV, diabe-tes, transplantados, paralisia cerebral, le-são cardíaca, leucemia e outras conside-radas de risco. Dependendo da gravida-de do caso, a equipe se desloca para oHospital São Lucas.

Este grupo de pacientes especiaiscresceu muito nos últimos anos. “Na dé-cada de 70 representava 4% das crian-ças, atualmente são 11%”, conta o coor-denador do Serviço, professor Flávio Mar-siaj Oliveira. Professores e alunos de es-pecialização em Odontopediatria são osresponsáveis pelos atendimentos, utilizan-

do materiais, equipamentos especiais elocal adequado. Através de um convê-nio, também realizam o mesmo trabalhocom adultos e crianças no Instituto doExcepcional, onde foi montado um con-sultório completo.

Pacientes do RS, de SC e do Uru-guai procuram o Serviço. Entre eles, Gus-tavo, nove anos, portador da Síndromede Dandy Walker, que se manifesta pelaexistência de anomalias, principalmentecerebrais, como desenvolvimento motoratrasado, retardo mental e problemas deaprendizagem, entre outros. Sua higienebucal é difícil de ser feita, sendo neces-sária anestesia geral para fazer limpeza,obturação e extração de dentes. A mãede Gustavo, Naiara, afirma que sem oatendimento na Universidade o tratamen-to seria inviável para a família:

— Aqui explicam tudo o que seráfeito. Sentimos mais segurança e isso dá

mais conforto. Melhor ainda porque aPUCRS dá de graça o atendimento. Deoutra forma não teríamos condições.

Como entrarem contatoAs consultas podem ser agendadas pelotelefone (51) 3320-3500, ramal 4099.

Estudo analisa crescimentopulmonar em prematuros

O grupo de pesquisa em doenças respiratórias em crianças, doInstituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS, foi contemplado com oprêmio Silver Award da European Respiratory Society. O estudo Cresci-mento Pulmonar em Prematuros, desenvolvido no Hospital São Lucas,foi selecionado para apresentação em sessão especial no congresso daárea que se realizará em Glasgow, Escócia, em outubro.

A pesquisa analisa o impacto de vários fatores como a presençade infecções, o fumo materno e o peso de nascimento no crescimentopulmonar de bebês prematuros. Este é um dos primeiros estudos quedescrevem o desenvolvimento do sistema respiratório em crianças pre-maturas sadias – que não precisaram de oxigênio ou suporte ventila-tório.

Os resultados sugerem que os bebês prematuros, mesmo sem sin-tomas, apresentam redução nos fluxos expiratórios mais acentuada na-queles que tiveram infecções antes do nascimento. Esses dados podemauxiliar a melhor compreender a relação entre ambiente intra-uterino edesenvolvimento da função pulmonar. A investigação faz parte da linhade pesquisa em fisiologia respiratória de lactentes, dirigida pelo profes-sor Marcus Jones, da Faculdade de Medicina. Os dados serão incluídosna tese de doutorado de Luciana Friedrich.

Medicina e Secretariade Saúde são parceiras

A Faculdade de Medicina e a Secretaria Municipal de Saú-de assinaram termo de compromisso envolvendo projetos doPrograma de Incentivo a Mudanças Curriculares nos Cursos deMedicina (Promed). Serão realizadas ações de assistência eensino abrangendo o Hospital São Lucas, o Centro de Saúdeda Vila Fátima (integrado à PUCRS) e Unidades Municipais deSaúde (inicialmente do distrito leste da Capital), para a cria-ção de um Campus da Saúde na Capital.

A Faculdade de Medicina foi uma das 20 escolas médi-cas selecionadas para desenvolver o Promed no período de trêsanos, com apoio financeiro e monitoramento do Ministério daSaúde, Ministério da Educação e da Organização Pan-Ameri-cana de Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saú-de de Porto Alegre.

As ações propostas terão caráter interdisciplinar e deve-rão favorecer as necessidades acadêmicas de alunos, docen-tes, pesquisadores, cursos de outras áreas da saúde na PUCRScomo Odontologia, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Farmá-cia e outros, bem como da comunidade, pacientes, profissio-nais das unidades de saúde e seus gestores.

Assistência especializada

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 17

Centro de Reabilitaçãoagrada aos clientes

omente nas primeiras duas se-manas de funcionamento, oCentro de Reabilitação daPUCRS, inaugurado em julho,atraiu 50 pacientes. Com mo-

dernas instalações e equipamentos de últi-ma geração, o espaço agrada a pessoascom necessidades de reabilitação e alunosque realizam estágios curriculares. A co-missão do Ministério da Educação desig-nada para avaliar o Curso de Fisioterapiaelogiou a infra-estrutura. Outros desta-ques são a equipe especializada e o fatode reunir uma série de áreas no mesmo lo-cal. A coordenadora do Centro, professoraMara Regina Knorst, enfatiza que é desen-volvido trabalho interdisciplinar, integran-

do diversosprofissionaisem benefí-cio do trata-mento e dare cupe ra -ção dos pa-c i e n t e s ,além da a-proximaçãocom o Hos-pital SãoLucas.

O Centro tem 2 mil m² de área, divi-didos em três andares. No 1º, há salaspara reuniões em grupo e com familiares;sanitários convencionais e adaptados;consultórios para avaliação inicial dos pa-cientes e Laboratório de Órteses e Próte-ses. Nesse pavimento fica a área neuro-

funcional,que incluiduas salasde estimula-ção para cri-anças e a-dultos comretardo nodesenvolvi-mento. Ose s p a ç o s ,

bem decorados com brinquedos e cores,são a alegria dos pequenos que necessi-tam de um ambiente isolado por perde-rem a atenção facilmente. Tudo o que érealizado nessas duas salas pode ser ob-servado de fora por alunos, pais ou super-visores sem que haja interferência noatendimento.

No 2º andar há a área músculo-es-quelética, em que a curiosidade é umaminicasa para o paciente treinar sua voltaàs atividades diárias, como passar roupa,cozinhar, lavar louça, sentar-se e levantar-se da cama. Tereza Kroth fraturou a tíbiae vai duas vezes por semana ao Centro.Com menos de 15 dias de tratamentosentiu melhora na flexão do joelho. A alu-na Marta Gehl, no 9º semestre, que aten-de Tereza, está entusiasmada com a infra-estrutura. “Não falta nada.” Diz que umadas vantagens para a formação é a opor-tunidade de passar por diferentes áreas.

No 2º andar também estão boxespara atendimento individual que se desti-nam principalmente a pacientes, porexemplo, com problemas de celulite, gor-dura localizada, rugas e incontinência uri-nária. Também servem para assistência depessoas com dores crônicas ou agudas eem recuperação pós-cirúrgica. Para essescasos, há o equipamento Intelect, o segun-do no Estado. Ele permite uso de terapiacombinada (ultra-som e corrente analgési-ca). Mapeia os pontos dolorosos do corpoe tem controle de dosagem altamente efi-caz, facilitando a adaptação às necessida-des de cada paciente. Outros equipamen-tos do Centro são os CPM (da sigla em in-glês, Mobilização Passiva Controlada) paramelhorar a flexão de joelho e ombro.

A área cardiopulmonar também estálocalizada no 2º andar e contém bicicletase esteiras. No último pavimento há cincosalas de aula freqüentadas por alunos deFisioterapia. Outro diferencial do Centrode Reabilitação é a piscina terapêutica, lo-calizada no Prédio Poliesportivo, com aces-so interno devido à conexão entre os pré-

ServiçoLocalização: Prédio 84 da PUCRS (Av. Ipiran-ga, 6690), ao lado do Prédio PoliesportivoMarcações de consultas: (51) 3320-3596Atendimento: particular e por convênios, comdesconto para clientes especiais (funcionários,alunos e professores da PUCRS)Horário de funcionamento: de segunda a sex-ta-feira, das 8h às 20h

Trabalhodirecionado

Terapia combinada

Infra-estrutura completa

Fernanda Erguy é uma dasprimeiras clientes do Centro deReabilitação. Em novembro doano passado levou um choquenuma extensão de luz de 220volts que teve um curto-circuito.Ficou quatro meses numa cadei-ra de rodas e agora usa muletas.Nota que fica mais tempo semapoio e caminha com mais firme-za. “O trabalho aqui é bem dire-cionado para o meu caso.” Reali-za exercícios para melhorar aforça muscular e aumentar asensibilidade das pernas. Maisadiante o tratamento enfocará oequilíbrio e a marcha.

Exercício na piscina

dios. Entre as adaptações estão uma ca-deira-elevador para portadores de deficiên-cia física poderem entrar na água, barrasparalelas e diferentes profundidades.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200418

Novidades Acadêmicas

Arquitetura lança suaprimeira pós-graduação

o comple-tar oitoanos defundação,a Facul-

dade de Arquiteturae Urbanismo, pormeio do Departa-mento de ExpressãoGráfica, amplia suasatividades, passandoa oferecer o cursode especialização emExpressão Gráfica.

Com caracterís-ticas inovadoras eúnico do gênero no País, évoltado para profissionais deáreas variadas, incluindo arqui-tetos, publicitários, designers,matemáticos, engenheiros e ar-tistas, entre outros. Serão abor-dados temas como semiótica,processos criativos, história dodesenho, expressão e represen-tação, a relação entre visão,imaginação e desenho, memó-ria visual, imagem gráfica mo-derna/pós-moderna e novas tec-nologias, também fazendo rela-ções com os campos da psica-nálise e filosofia.

Convênio internacionalamplia oportunidades

Alunos, professores e pesquisadores da Faculda-de de Arquitetura e Urbanismo serão beneficiados porum convênio de cooperação internacional firmado coma Ball State University e a University of Texas, dosEUA, e com o Centro Federal de Educação Tecnológi-ca do Paraná.

O convênio prevê a realização de intercâmbios,com duração de seis meses a um ano, para o desen-volvimento de estudos sobre sustentabilidade naárea de arquitetura, urbanismo e paisagismo. Osalunos poderão ter aproveitamento de créditos quan-do retornarem.

Segundo o diretor da Faculdade, professor IvanMizoguchi, acordos como esse tornam o ensino maisdinâmico, atraente e movimentado, sendo um dife-rencial no sentido de trocas culturais e de conheci-mento. “A sustentabilidade é um tema bastante atu-al na nossa área. Em vez de ficarmos dependentesdos tipos de energias que utilizamos hoje, podemosprojetar prédios e casas que utilizem energia solar,água e ar purificados, por exemplo. No urbanismotambém é muito importante planejar cidades maiseconômicas”, observa.

Os primeiros participantes do convênio, financia-do pela Capes e pelo Fund for the Improvement ofPostsecondary Education, foram selecionados. O pro-jeto deve começar no primeiro semestre de 2005.

O coor-denador docurso, pro-fessor PauloRegal, acredi-ta que a lin-guagem grá-fica é umaimportanteforma de ex-pressar opensamentocriativo, eque deve es-tar ao alcan-ce de todos.

“Queremos a democratização dodesenho, expandir para outroscursos, outras profissões. A maio-ria das pessoas acha que nãosabe desenhar, mas na verdadeessa é uma capacidade que to-dos têm desde a infância e quepode ser desenvolvida”, observa.

O curso tem duração dedois semestres e é realizado àsterças e quartas-feiras à noite. Aseleção para ingresso é feita pormeio de análise de currículo eentrevista. Informações: (51)3320-3564 ou www.pucrs.br/fau/expressao.

PUCRS Virtual oferece Psicologia JunguianaPUCRS Virtual, unidade de edu-cação a distância da Universida-de, passou a oferecer, em agos-to, o curso de especialização emPsicologia Junguiana, organizado

pelo grupo de pesquisa em Psicologia daSaúde, da Faculdade de Psicologia, em par-ceria com o Instituto Junguiano do Rio Gran-de do Sul.

Com duração de 18 meses, é dirigidoa profissionais graduados de diversas áreas,como Medicina, Educação, Psicologia e Teo-logia, entre outros. De acordo com a coor-

denadora, professora Marisa Campio Müller,a nova especialização foi criada principal-mente devido à grande procura pelo cursode extensão em Psicologia Junguiana, ofe-recido desde 1996. “A obra de Jung temsido muito valorizada nas questões contem-porâneas, principalmente nas de saúde men-tal e ciências humanas, pois fala sobre os ar-quétipos, inconsciente coletivo, entre outrostemas muito explorados”, observa.

As disciplinas abordarão elementos ge-rais e específicos da Teoria Junguiana, pro-cesso de individuação, paradigma junguiano

e a interdisciplinaridade em Jung. Ao finaldo curso, os alunos deverão realizar um tra-balho de conclusão. As aulas são gravadase poderão ser assistidas via internet, CD-Rom, via tele/videoconferência em pontosdistantes ou na Universidade.

Saiba [email protected](51) 3320-3651 e 3320-3529

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Curso preparaenfermeiros pediátricos

apacitar enfermeiros para o cui-dado de crianças e adolescentesem parceria com a família e re-des de apoio é um dos princi-pais objetivos do curso de espe-

cialização em Enfermagem Pediátrica, ofe-recido desde o início do ano pela Faculda-de de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição(Faenfi).

O diferencial do curso, um dos únicosno Estado, é sua modalidade teórico-práti-ca em todas as disciplinas. Entre elas estãoa de Enfermagem Pediátrica Clínica, Cirúrgi-ca e Comunitária; Gerenciamento do cuida-do centrado na criança, no adolescente e nafamília; Saúde, educação e bioética em fa-mílias com crianças e adolescentes; Pesqui-sa em Enfermagem Pediátrica, com apresen-tação de monografia ao final do curso, eparticipação em seminários.

Além das aulas, haverá atividades nasunidades pediátricas de internação infantil ede emergência do Hospital São Lucas, Hospi-tal de Pronto Socorro, unidades básicas desaúde e programas de saúde da família, ondeparticiparão de programas de vigilância emsaúde. Também realizarão atividades em es-colas, incluindo crianças e adolescentes comnecessidades especiais e de inclusão social.

A coordenadora, professora Olga Eidt,afirma que além do aprofundamento das ha-bilidades técnico-científicas dos enfermeiros,o curso se propõe a resgatar a humanizaçãoe atitudes de compreensão, bem como re-fletir sobre a profissão. “Procuramos compre-ender a sociedade em que vivemos e reavi-var a solidariedade. Alunos e professorescontam com o acompanhamento de umaprofessora psicóloga, que os auxilia a repen-sar suas atitudes, já que os enfermeiros so-

frem com as situações com as quais se de-param diariamente. Somos cuidadores quetambém precisam ser cuidados”, observa.

As aulas são quinzenais e ocorrem àssextas-feiras e sábados. A primeira turmaconcluirá o curso em junho de 2005. Infor-mações pelo telefone (51) 3320-3646 oue-mail [email protected].

PUCRS e Sindilojas iniciam parcerias lojistas de Porto Alegre vão apri-morar seu trabalho por meio deuma parceria com a PUCRS. OSindilojas da Capital e a Universi-dade assinaram um convênio

para a realização do curso superior seqüen-cial de formação específica em Gestão Es-tratégica e Marketing de Varejo. As aulascomeçaram em agosto, com duração de cin-co semestres, para um grupo de 50 partici-pantes indicados pelo sindicato.

O projeto pedagógico foi desenvolvido“sob medida” para o setor, explica o diretorda Faculdade de Administração, Contabilida-de e Economia (Face), Jorge Alberto Franzo-ni. Segundo ele, técnicos das duas entidades

traçaram um perfil do público-alvo, apontan-do necessidades e demandas. O resultado foium programa atualizado, que engloba con-teúdos como planejamento estratégico, tec-nologia da informação, mercadologia, res-ponsabilidade social da empresa e marketing.

O coordenador dos cursos seqüenciaisda Face, professor Enio José de Leon, obser-va que as aulas serão gerenciadas pela Fa-culdade de Administração, Contabilidade eEconomia, mas contarão com docentes dasáreas de Direito, Comunicação, Sociologia eMatemática, entre outras.

O presidente do Sindilojas, José AlceuMarconato, destacou que a parceria demons-tra o esforço da Universidade para atender as

demandas do mercado de trabalho. O Reitorda PUCRS, Norberto Rauch, lembrou a impor-tância de obter um conhecimento qualificadona sociedade atual. “Hoje o diploma é im-prescindível para poucas profissões; para amaioria, o conhecimento e a competênciasão o mais importante”, disse Rauch.

Direito lança uma nova especializaçãoEm agosto iniciaram-se as aulas do novo

curso de especialização em Direito do Trabalhoe Direito Processual do Trabalho. Promovidopelo Departamento de Direito Social e Proces-sual do Trabalho, da Faculdade de Direito, é vol-tado para bacharéis e interessados na área. Asaulas, com duração de 15 meses, serão dividi-

das em três módulos, abordando as disciplinasde Metodologia de Pesquisa, Direito Individualdo Trabalho, Direito Coletivo do Trabalho, Pro-cesso de Conhecimento, Execução Trabalhista,Ações Especiais e Processo de Dissídio Coletivo.

Segundo a coordenadora do Departamen-to, professora Ana Maria Ortiz Machado, os di-

ferenciais desse curso oferecido pela PUCRSsão a disciplina de metodologia de pesquisa ea abordagem de questões mais atuais e rele-vantes do Direito.

A seleção é feita por meio da análise decurrículo, histórico escolar e entrevista. Maisinformações pelo telefone (51) 3320-3537.

Convênio assinado na Reitoria

Objetivo: humanizar enfermeiro

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Radar

Avaliação dapersonalidade em foco

De 8 a 11 de outubro a PUCRS sediará o 3º Con-gresso Nacional da Sociedade Brasileira de Rorschach eMétodos Projetivos, realizado com o apoio da Faculdadede Psicologia. A Sociedade congrega psicólogos, pesqui-sadores e profissionais da psicologia aplicada utilizandotécnicas e testes de avaliação da personalidade, como oTeste de Apercepção Temática, o Teste Desiderativo, oPMK. Dentre elas, destaca-se o Método de Rorschach,

que se baseia emmanchas de tinta fei-tas por acaso. O testeé validado no Brasil epode ser utilizado emdiversos casos, comonas provas para habili-tação de motoristas.

Para o professorda Faculdade de Psi-

cologia e vice-presidente da Sociedade, Cícero Vaz, afinalidade do congresso é reunir pesquisadores e profis-sionais da psicologia aplicada, traçando pontos em co-mum na utilização das técnicas projetivas quanto a suavalidade e adequação às necessidades sociais.

Na programação constam conferências, mesas-redon-das, simpósios, minicursos, temas livres e pôsteres. Amesa-redonda Saúde Mental, variáveis culturais e imagenssimbólicas no Rorschach, será um dos destaques. No de-bate comparecerão os franceses Michel Wawrziniak e JeanWallet, professores da Universidade de Picardia.

Na abertura do evento será entregue aos participan-tes o Livro dos Anais, onde constarão os trabalhos consi-derados relevantes pela comissão científica. Inscrições pelosite www.pucrs.br/congressororschach.

PUCRS sedia CongressoNacional de Matemática

De 13 a 16 de setembro, a Uni-versidade será palco, pela primeiravez, do Congresso Nacional de Ma-temática Aplicada e Computacional,realizado pela Sociedade Brasileira deMatemática Aplicada e Computacio-nal (SBMAC) com o apoio da Facul-dade de Matemática.

Discutir pesquisas em andamen-to e a utilização dessa ciência em no-vas tecnologias está entre as aborda-gens. “A matemática serve de supor-te para diversas áreas”, afirma a pro-fessora Eliete Hauser, coordenadoraestadual da SBMAC.

Entre as atividades estão mini-simpósios – debatendo temas atuais

da área – minicursos, conferências esessões técnicas com mais de 500 tra-balhos propostos. No evento serãoentregues os prêmios Beatriz Nevesde melhor pesquisa de iniciação cien-tífica e Guilherme de La Penha paraas dissertações e teses de destaque.

Os estudos completos apresen-tados durante o congresso e consi-derados relevantes serão submeti-dos a uma avaliação para serempublicados na Revista Tema (Ten-dências em Matemática Aplicada eComputacional) da SBMAC. Informa-ções pelo site www.pucrs.br/famat/cnmac2004, cnmac2004pucrs.br ou(51) 3320-3531.

Sociedade tecnológicae direitos fundamentais

O 3º Seminário InternacionalDireitos Fundamentais e SociedadeTecnológica, promovido pela Facul-dade de Direito, ocorre na PUCRSde 9 a 11 de setembro. Na pautade temas está o uso da biotecnolo-gia e da internet. Analisar a privaci-dade e a identidade da pessoa fren-te a essa realidade é um dos objeti-vos. “A tecnologia tem gerado mu-danças significativas no Direito”, sa-

lienta o coordenador do seminário,professor Ingo Sarlet.

Entre os destaques da progra-mação, estão os palestrantes espa-nhóis José Luis Mañas, de Madrid, eJuan Fernando Alba, de Valladolid, eDieter Grimm, de Berlim. Grimm é es-pecialista na área do Direito Consti-tucional e ministrará a palestra Juris-dição Constitucional Comparada. In-formações: (51) 3320-3537.

Mancha de Rorschach

Intercom homenageiapós da Famecos

omunicação, acontecimento ememória é o tema do 27º Con-gresso da Intercom (SociedadeBrasileira de Estudos Interdisci-plinares da Comunicação), que

reúne cerca de 5 mil profissionais e estu-dantes da área na PUCRS, até 3 de se-tembro. Considerado o maior encontronacional do setor, o congresso apresen-ta atividades e palestras que discutemquestões da área e suas interfaces.Nos 20 Núcleos de Pesquisa, professores

e pesquisadores apresentam relatos deseus estudos. Uma das novidades são oseventos especiais, destinados preferenci-almente aos alunos. Na programaçãoconstam ainda a exposição e premiaçãode trabalhos de acadêmicos – a Expocom– e premiações aos melhores trabalhos degraduação, mestrado e doutorado. A In-tercom homenageia a Faculdade de Co-municação Social (Famecos), responsávelpela organização do evento, que este anocomemora os dez anos do seu Programa

de Pós-Graduação. O professor JacquesWeinberg recebe o prêmio Luiz Beltrão deliderança emergente.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 21

Debates

Francisco Salzano criticademonização da genética

por MARIANA VICILI

grande avanço no estudo dagenética, somado à desinfor-mação e discussões ideológi-cas, formam um movimentoatual de demonização da área,

que tem atrapalhado algumas pesquisasno País. Para falar sobre isso, esteve naPUCRS o diretor do Departamento de Ge-nética da UFRGS, professor FranciscoSalzano, palestrante convidado a realizara abertura da 3a Semana Acadêmica daBiologia, em agosto. Salzano é conside-rado o mais renomado geneticista do Bra-sil e um dos maiores especialistas mundi-ais em genética de populações humanase de outros organismos. Pesquisador hámais de 50 anos, tem cerca de mil traba-lhos publicados e 17 livros, inclusive noexterior. Francisco Salzano receberá, emsetembro, o 49º Prêmio Moinho Santis-ta, na categoria Genética. A distinção éconsiderada um dos mais importantesestímulos à produção intelectual brasilei-ra. Ele falou com exclusividade à revistaPUCRS Informação.

Quais os problemas enfrentados porpesquisadores no campo da genéticano Brasil?

São vários. A começar pela legisla-ção, que de tão restritiva acaba prejudi-cando as pesquisas. Também há muitosinteresses ideológicos, falta de conheci-mento sobre o assunto por grande partedas pessoas e o medo natural do ser hu-mano daquilo que é novo. As pessoas es-tão aterrorizadas com o poder que a ge-nética está tendo, mas esta é uma atitu-de irracional, difícil de ser modificada deuma hora para outra.

Quem colabora para essa desinforma-ção?

Muitas vezes a própria mídia, que demaneira geral dá ênfase a aspectos sen-sacionalistas, de maneira equivocada,apelativa e assusta as pessoas. Obviamen-te nem todos agem assim. Alguns gruposreligiosos e ativistas também estão sem-

pre nos perseguindo, mas movimentosanticiência não são novos. Na RevoluçãoIndustrial, por exemplo, invadiam fábricase destruíam equipamentos.

A nova Lei de Biossegurança, se apro-vada, trará benefícios para os pesqui-sadores?

Com certeza, esta lei substitutivaserá um progresso. Ela contempla umasérie de reivindicações dos cientistas,como maior autonomia na pesquisa comtransgênicos. Espera-se que possa agilizara burocracia que está paralisando muitaspesquisas no País.

O senhor costuma afirmar que todossomos transgênicos. Como isso é pos-sível?

As trocas genéticas são muito maiscomuns do que se imagina. Ocorrem atodo instante. O homo sapiens tem 44%de elementos transponíveis do materialgenético. Ou seja, quase metade dos ele-mentos do nosso material genético veiode outras espécies.

E a polêmica a respeito do cultivo deplantas transgênicas?

Como eu já disse, a transgenia é umfenômeno natural, não há motivo paratanto alarde. O uso de plantas transgê-nicas reduziu o consumo de inseticidas ede herbicidas com reflexos positivos naprodutividade e conservação do solo. Suautilização tem seguido todas as normasindispensáveis para a liberação de umproduto no meio ambiente.

Já foi identificado algum problemacom plantas transgênicas?

Não há nenhum resultado que indi-que que a planta transgênica transfiragenes de maneira mais rápida do queuma planta comum. Numa instituição donorte do País foi identificado um caso dealergia, mas o produto nunca foi comer-cializado. Ninguém é ingênuo para lançarno mercado algo que pode acarretar umproblema de saúde pública.

Outro ponto de muita divergência éa clonagem. Até que ponto ela podeauxiliar o ser humano?

A clonagem chamada reprodutivapode ajudar casais inférteis, evitando anecessidade de um doador anônimo, im-pedir a transmissão de doenças hereditá-rias que afetem apenas um dos cônjuges,ajudar uma criança com doença grave,com a formação de um doador compatívele até substituir uma filha ou filho morto.

E como ficam as questões éticas des-ses procedimentos?

É preciso sempre discutir o assuntoe manter comissões de bioética, mas combom senso. DNA tornou-se sinônimo dedemoníaco. Basta aparecer esta palavraem qualquer plano de pesquisa para im-pedir que comissões de ética institucio-nais possam pronunciar-se sobre ele. Ape-nas a Comissão Nacional de Ética em Pes-quisa pode emitir parecer conclusivo.Acredito que em qualquer tipo de pesqui-sa deve-se fazer a relação custo-benefício,o máximo proveito com o menor núme-ro de problemas, mas é um direito de to-dos termos acesso ao que há de maisnovo na ciência. Qualquer tipo de atitu-de contra é antiética.

Pesquisador esteve na PUCRS

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200422

Ciência por CARINE SIMAS

Sorvete congelado comnitrogênio vira atração

ntender melhor as coisas docotidiano é um estímulo paracrianças e adultos se interessa-rem pela ciência. Valendo-sedeste preceito, o professor da

Faculdade de Química Marcus Seferincriou uma forma divertida de ensinar aspropriedades do Nitrogênio (N): uma re-ceita de sorvete. O produto, resultadoda “experiência científica” realizada numaaula do Laboratório de Fisico-Química, foidistribuído para quem passava pelo pré-dio 12 e fez sucesso. Mesmo aquelesque não são alunos do curso aprende-ram um pouco a respeito desse elemen-to químico encontrado em abundânciana atmosfera.

Os ingredientes são praticamente osmesmos de uma receita caseira normal,a diferença é a forma de congelar. Depoisde triturar os alimentos no liquidificador,Seferin adiciona o material que vai fazera diferença: o nitrogênio líquido. Encon-trado naturalmente na forma gasosa, ele

é conservado a 196 graus negativos paravirar líquido. Com temperatura tão baixa,este fluido transforma o creme em sorve-te no mesmo instante. “Não faz mal ne-nhum à saúde, pois o nitrogênio não étóxico. Representa cerca de 80% do arque respiramos”, explica. “O sorvete ficaainda mais saboroso. Quanto mais rápi-do é o processo de congelamento, me-nores ficam os cristais de gelo e mais sua-ve a mistura.”

A preparação também é interessan-te. No momento em que o professor des-peja o líquido incolor e inodoro no recipi-ente, surge uma “nuvem de fumaça”. Ovapor é originado no contato do materialultragelado com o mantido em tempera-tura ambiente. “A receita, que entroupara o Guiness Book – Livro dos Recordes– como o sorvete mais rápido do mundo,é muito fácil. Porém, é preciso cuidadocom o manuseio do nitrogênio líquido,pois em temperatura tão baixa ele podequeimar a pele”, alerta o docente.

Esta forma de nitrogênio é usadapela indústria para evitar a deterioraçãode alimentos, em laboratórios, na conser-vação de materiais biológicos e pela der-matologia para a cauterização de sinaisna pele, entre outras aplicações. Seferinjustifica a experiência divertida: “As pes-soas entendem melhor que o estudo deciências como a química não precisa serdesagradável, já que elas se aplicam amuitas situações práticas da vida”.

Divertida: experiência científica

Encontro alerta sobre acidentescom animais peçonhentos

Cerca de 4,5 mil pessoas são vítimas de acidentes com animais peçonhentospor ano no Rio Grande do Sul. As estatísticas são do Centro de Informações Toxico-

lógicas (CIT) do Estado, relativas a 2003. Paradiscutir e esclarecer esse assunto, a PUCRS rea-lizou o 3º Encontro Nacional de Acidentes comAnimais Peçonhentos, organizado pelo Institu-to de Toxicologia da Universidade e pelo CIT.

São considerados animais peçonhentosaqueles que injetam veneno com facilidade e demaneira ativa, através de glândulas venenosas.Entre os palestrantes, Rosany Bochner, do Sis-tema Nacional de Informações Toxicológicas daFundação Oswaldo Cruz, e Fan Hui Wen, da Se-

cretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, além de outros importan-tes nomes da área. O encontro teve o objetivo de tentar reduzir os danos dessesacidentes. Foram tratados temas como biotecnologia na produção de soros antive-nenos, distribuição geográfica dos animais, diagnóstico, tratamento, controle e pre-venção de acidentes com animais peçonhentos.

Lançado relatóriodo ProjetoGenesis-Gravataí

A Prefeitura de Gravataí lançou, durante o 6ºSeminário Municipal da Pessoa Idosa, o relatóriodo Projeto Genesis-Gravataí, implantado em 1999por meio de parceria entre a cidade e o Institutode Geriatria e Gerontologia da PUCRS.

O programa nasceu com a finalidade de inves-tigar o impacto da industrialização na saúde da po-pulação, possibilitando o desenvolvimento de es-tratégias de prevenção para uma melhor qualida-de de vida. Cerca de 1.200 pessoas com mais de60 anos – 10% da população idosa do município– participam da pesquisa.

O documento, editado pela professora daPUCRS e coordenadora do projeto, Ivana da Cruz,destaca que o trabalho realizado na cidade é refe-rência nacional e internacional no estudo da vidade idosos. Ao longo dos quatro anos foram desen-volvidas 14 dissertações de mestrado, quatro tesesde doutorado e publicados mais de 30 trabalhosem eventos científicos no Brasil e exterior.

Foto: Marcos Di-Bernardo

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 23

Professoras destacam-sena área da catálise

s professoras da Faculdade deQuímica Sandra Einloft e JeaneDullius estão entre os 20 cien-tistas do mundo que se notabi-lizaram na área de líquidos iô-

nicos, de 1994 a 2004. Foram incluídas noranking do ISI Essential Science Indicators,que leva em conta o número de artigospublicados e quantas vezes seu trabalhoserviu de referência a outros pesquisado-res. Sandra ficou em 11º lugar, com setepapers e a média de 75,71 citações porartigo. Jeane está em 16º, com seis traba-lhos e 74,67 menções para cada um. O ISIEssential Science Indicators é realizadopela Thomson, uma companhia que sededica a fornecer informações para cien-tistas e estudantes há mais de 45 anos.

Uma das características em comumentre as duas pesquisadoras é a preocu-pação em originar novos materiais, levan-do em conta a preservação do meio am-biente. Nas suas teses de doutorado, San-dra e Jeane desenvolveram processos deobtenção de produtos utilizando líquidosiônicos como solventes em reações de ca-tálise (modificação de velocidade de umareação química pela presença e atuaçãode uma substância que não se altera noprocesso). Isso elimina completamente anecessidade de solventes orgânicos, quetrazem impacto ambiental.

Para empresasNo Laboratório de Organo-

metálicos e Resinas da Faculda-de as professoras realizam, emconjunto com outros pesquisa-dores e alunos de iniciação cien-tífica e pós-graduação, projetosque vêm despertando o interes-se das empresas. Um deles refe-re-se à síntese de materiais poli-méricos biodegradáveis principal-mente para uso em Medicina eOdontologia, o qual traz redu-ção no custo. Esses produtos po-derão ser utilizados para a fabri-cação de próteses. A vantagemé que os cientistas têm condi-ções de determinar o período de absor-

ção pelo organismo. A liberação controlada de medi-

camentos é outra possibilidade. O pa-ciente recebe a droga num polímeroe, na medida em que ele se decom-põe, o medicamento se dissolve. Naagricultura também pode haver utili-dade, com cápsulas de polímeros queliberam os herbicidas conforme a ne-cessidade da lavoura. A matéria-primausada para a síntese é o ácido láticoobtido da fermentação de amido,uma fonte renovável.

A aluna de mestrado da UFRGSVanusca Jahno, que realiza essa pes-quisa com o grupo da PUCRS, recebeu

prêmio de melhor trabalho, entre setepremiados dos 240 estudos apresenta-dos, no 3º Congresso Latino-Americanode Biomateriais, Órgãos Artificiais e Enge-nharia de Tecidos, ocorrido em julho, emCampinas. Faltam agora os testes, que se-rão realizados na Unicamp, para compro-var que o produto não é tóxico.

PET vira tintaO PET (plástico de garrafas de refrige-

rante de difícil decomposição) e óleos pro-duzidos no Brasil, como dendê, babaçu egirassol, são algumas das matérias-primas

para obter resina para tinta. Essa pesquisado Laboratório visa a substituir materialderivado do petróleo por reciclado. Alémdo benefício ecológico e social com o re-colhimento das garrafas PET, a resina apre-senta ótima resistência a intempéries e écomercialmente mais acessível.

A pesquisa da PUCRS diferencia-sedas realizadas por empresas ao aumen-tar o percentual de utilização de materi-al reciclado. Na Universidade o índice dePET chega a 14%. Nas indústrias em ge-ral atinge 5%. Nas resinas encontradas nomercado o material derivado do petróleorepresenta 25% do total da matéria-pri-ma. O óleo de soja é o mais comum nafabricação de resina para tinta.

Matérias-primas que se transformam

Cientistas: Sandra Einloft e Jeane Dullius

Equipamento analisa polímeros

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200424

Entrevista

RONALDO MOTA

“É crime e burrice d

por ANA PAULA ACAUAN

omo reformar a Educação Supe-rior, levando em conta o EnsinoFundamental e Médio?

A única maneira de termosum diferencial positivo na EducaçãoSuperior, preservando a necessária

expansão, com qualidade e promovendo inclu-são social, é melhorando o ensino básico, emparticular o público. Tão importante quanto areforma da Educação Superior, o que deman-da recursos, são a garantia de recursos adicio-nais para o Ensino Médio e a constituição doFundo de Manutenção e Desenvolvimento daEducação Básica (Fundeb).

Qual o maior problema da educação brasi-leira?

Sempre que fomos capazes, enquantoNação, de promover ensino de qualidade, emqualquer nível, o fizemos para poucos – por-tanto privilégio – e, quando tivemos sucessode ampliar o atendimento para muitos, o resul-tado é grande perda de qualidade. O desafio éatender os talentosos e vocacionados e nãosomente os que são filtrados pelo funil econô-mico. Há um enorme desperdício de talentos àmedida que jovens muito capazes, criativos ecom vontade de freqüentar cursos superiorestêm sido excluídos. Isso é crime e burrice. Não

Secretário executivo do Conselho Nacional deEducação (CNE), Ronaldo Mota diz que quando oPaís conseguiu promover um ensino de excelência,em qualquer nível, atingiu poucos e transformou emprivilégio um direito que deveria ser de todos os ci-dadãos. Porém, a expansão no número de vagastem resultado em grande perda de qualidade. Em1995, eram 741 Instituições de Ensino Superior (IES),sendo 57 públicas e 684 privadas. Havia 1,42 milhãode universitários. Seis anos depois, as IES privadastransformaram-se em 1.258 e as matrículas cresce-ram 129%. Segundo Mota, o País tem atualmente3,5 milhões de graduandos, mas, para cumprir as di-retrizes do Plano Nacional de Educação, é precisoque esse número dobre em seis anos. O desafio,destaca Mota, é atender os vocacionados, indepen-dentemente da condição socioeconômica. “É crimee burrice desperdiçar talentos.”

Mota, que integra o Núcleo Executivo da Re-forma do Ensino Superior do Ministério da Educa-ção (MEC), não vê crise nas universidades, mas naeducação brasileira como um todo, afetando dire-tamente as IES. “Não há como se falar em qualida-de do Ensino Superior para atendimento de gran-des massas quando o Ensino Médio ocupa um dosúltimos lugares no aprendizado de Ciências e Ma-temática, mesmo quando comparado a países pe-riféricos.”

O secretário do CNE nasceu em Assis (São Pau-lo) há 49 anos. É graduado em Física pela USP e temdois pós-doutorados em Física pela University ofUtah (EUA) e University of British Columbia (Cana-dá). Desde 1982 leciona na UFSM, onde foi Pró-Rei-tor de Assuntos Estudantis e coordenador do Cur-so de Mestrado em Física. Mota concedeu esta en-trevista por e-mail para a revista PUCRS Informação.

se trata de preservar vagas para ninguém por-que seja pobre, mas procurar todos os dispositi-vos que propiciem àqueles talentosos jovens, se-jam carentes ou não, a mesma, ou próxima,oportunidade de completar seus estudos.

Qual o objetivo dos ciclos iniciais e comoestão sendo pensados?

Os ciclos iniciais pretendem cumprir umpapel de formação geral e abrangente, a qual,em conjunto com a específica, prepare o futuroprofissional. Ao contrário do que se imaginoutempos atrás, o profissional desejável para o sé-culo 21 não é um ultra-especializado, mas al-guém capaz de superar desafios, muitodeles imprognosticáveis. É funda-mental na formação um conjun-to de disciplinas envolvendoáreas de conexão, interdiciplina-ridade, incentivo ao potencialcriativo e ao empreendedoris-mo. Ao longo de seu percursoacadêmico, o estudante de umdeterminado curso deve ter aoportunidade de con-vívio com alu-nos deoutroscam-

pos e de aprender com mestres de áreas deatuação diversas de sua escolha. Um ciclo inici-al bem estruturado permitirá o despertar devocações adequadas, em contraposição à atualpretensão de uma definição às vezes prematu-ra de jovens por áreas de atuação. Não haveráum único modelo de ciclos iniciais. Cada insti-tuição, no exercício pleno de sua autonomia,pode e deve escolher os modelos mais apro-priados para suas realidades regionais, voca-cionais ou de opções acadêmicas gerais.

Por que o acesso de alunos às instituiçõesfederais não está tendo como critério a

renda familiar per capita, deixando-oapenas para as privadas noâmbito do Programa Universi-dade para Todos?

Nas federais, o que estádisposto hoje no projeto en-viado ao Congresso é o aces-so de 50% provenientes deescolas públicas em cada pro-

cesso seletivo, o que trazembutido um critério derenda, ainda que não ex-

plicitado. Estamospropondo, com-plementarmente,

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 25

esperdiçar talentos”que haja um diferencial máximo aceitável(em torno de 20%) entre os últimos aprova-dos do sistema de cotas e os do sistemageral. Além disso, ampliamos, gradualmente,o critério geral do processo seletivo paraque se aplique a todos os cursos (inicialmen-te 10% no mínimo provenientes de escolaspúblicas, depois 20%, e assim por diante).Porém, entendo que isso ocorrerá de formagradual e sincronizada com a melhoria doensino básico, particularmente o público.

No substitutivo ao projeto apresentado naCâmara pelo deputado Irineu Colombo éproposta a redução da obrigatoriedade deas instituições filantrópicas oferecerembolsas integrais de 20% para 10% da re-ceita, deixando os outros 10% para bolsasparciais ou outras ações de assistência so-cial. Qual sua avaliação?

O ideal seria 20% em bolsas integrais,mas o mais importante é a negociação trans-parente e que reconheça as dificuldades de ins-tituições comunitárias, sem fins lucrativos, queministram ensino de qualidade e que têm, se-guramente, todo o direito de exporem seuspontos de vista, necessidades e possibilidades.Essa possível alteração não desmonta o espíritodo projeto original.

Na PUCRS, em junho, o senhor afirmou serrecomendável que as instituições promo-vam políticas diferenciadas em vez deadotar uma única compensatória em todoo País. De que forma o MEC colhe essasexperiências?

Pelo exercício pleno da autonomia dasinstituições combinadas com a presença deum Ministério da Educação que tem opiniãosobre o assunto. O fato de termos opinião nãodeve nos autorizar a impor coisa alguma, maso fato da autonomia não pode impedir o MECde ter suas convicções, as quais podem e de-vem ser modificadas à luz de novas experiênci-as. Seria muito prejudicial a adoção de um mo-delo único, seja de ciclos iniciais, políticas decotas ou processos seletivos. Os que coorde-nam a proposta de reforma da Educação Supe-rior desejam ouvir ponderações, sugestões, crí-

ticas e, a partir delas, assumirmos o que seráuma visão governamental da reforma.

Qual é a expectativa do Núcleo Executivoda Reforma do Ensino Superior quanto àredação final do projeto pelo CongressoNacional?

Pretendemos, em meados de outubro, teralgo na forma jurídica o mais avançado possível econtemplar elementos de unanimidade quandopossível, de maioria quando for o caso e, em ou-tros, de posicionamento governamental semmedo. Na área da educação, o processo e o méto-do são mais importantes, às vezes, do que o resul-tado final. O Congresso é também um legítimorepresentante dos interesses maiores da nação.

A questão do acesso vem sendo muito de-batida, mas o que o MEC pretende fazerpara ajudar a manter os alunos na universi-dade?

A permanência é tão importante quanto oacesso. Um não tem sentido sem o outro. Nocaso das instituições públicas, há um aumentosignificativo previsto nos recursos de manuten-ção para os próximos anos. Outros dispositivos,como bolsas trabalho e primeiro emprego, es-tão sendo discutidos.

O programa proposto em relação às cotaspara afrodescendentes pode vir a “pagar”a dívida social do País?

Nada paga uma dívida de escravidão. Em-bora raça careça de consistência científica gené-tica, fatos sociais são inquestionáveis e devemser levados em conta em termos de políticaspúblicas. Ainda que eu considere fundamenta-das algumas das preocupações de pessoas quenão concordam com cotas. Importante é discu-tirmos de forma não-preconceituosa e optar-mos pela política pública mais adequada.

Como seria uma universidade ideal?Não há uma universidade ideal. É próprio

dela apresentar diversidades e conflitos. O queprecisa ser é a casa do mérito, do pensar os in-teresses maiores do País e do planeta. Casa depensar o universal, com liberdade, competênciae ousadia. Não haverá, por certo, nação, sem

que seja recheada de boas universidades. Paratanto, elas devem atender o maior númeropossível de estudantes, selecionados priorita-riamente pelos seus talentos e acoplados nosinteresses de produzirem uma tecnociênciaque interfira positivamente no setor produtivo,provocando um diferencial favorável aos pro-

“ O desafio é atenderos talentosos e vocacionados

e não somente os que sãofiltrados pelo funil econômico.

Há um enorme desperdíciode talentos à medida que

jovens muito capazes,criativos e com vontade de

freqüentar cursos superiorestêm sido excluídos.”

dutos brasileiros, tanto no mercado internocomo no externo. Fruto de uma economiamais saudável, que gere mais emprego, renda,seja melhor distribuída, aumente o recolhimen-to de impostos, que estimule mais investimen-tos governamentais, que produza mais conhe-cimento. Assim se fecha o ciclo virtuoso docrescimento com mais justiça. Esse deve serum ideal de uma universidade, ainda que elanunca venha a ser exatamente ideal.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200426

Universidade Aberta

Química fica acessívela deficientes visuais

ma nova proposta para o ensi-no de Química no Ensino Fun-damental e Médio está tornan-do-se realidade, com a inclusãode alunos portadores de defici-

ência visual. A docente Concetta Ferraro,da Faculdade de Química da PUCRS, ori-enta duas professoras do Colégio Estadu-al Dr. Wolfram Metzler, de Novo Hambur-go, Josiara Quadros e Paula Nunes. O pla-nejamento das aulas e a avaliação do tra-balho são feitos semanalmente desde osegundo semestre de 2003 no Núcleo deApoio à Educação em Ciências e Matemá-tica (Naecim), do Museu de Ciências eTecnologia da Universidade. Esse projeto

dará frutos, com a parceria da Faculdadede Educação. Será utilizada a infra-estru-tura do Laboratório de Estimulação Preco-ce, coordenado pela professora Zélia Fa-renzena, para, mais adiante, ampliar onúmero de escolas atendidas.

Josiara e Paula participaram, emmaio do ano passado, da oficina Confec-ção de Kits de Química para o Ensino Fun-damental e Médio, oferecida pelo Naecime ministrada por Concetta. Relataram àprofessora da PUCRS a falta de preparoao trabalharem com os alunos portado-res de necessidades especiais. Concettaaceitou o desafio e os resultados come-çam a aparecer. Na turma de 8ª série deJosiara há o portador de deficiência Lucia-no Graça, 19 anos. No início, ele não par-ticipava ativamente das aulas e a profes-sora sentia que o aprendizado não esta-va completo. “Antes da orientação deConcetta, até mesmo os outros alunospareciam máquinas, e eu saía da aulapensando que faltava algo”, diz Josiara.

Devido à presença de Luciano, foiinvestido mais na audição e na expressãooral e escrita. Além de beneficiá-lo, a me-todologia acaba ajudando a facilitar aaprendizagem dos demais alunos. Na pri-meira aula com a nova didática, Josiaraentregou um texto e apresentou um ví-deo demonstrando a importância de es-tudar Química e as suas aplicações no dia-a-dia. Acredita que conseguiu motivá-lose diminuir o pavor que tinham a partirdos comentários dos colegas sobre a di-ficuldade com os conteúdos, que repre-sentam novidade para os alunos de Ciên-cias da 8ª série. Para uma efetiva partici-pação de Luciano na aula, a professoraprovidenciou o texto em braille e come-çou a leitura por ele, que foi incentivadoa dar sua opinião no debate feito poste-riormente. Na aula sobre separação demisturas, coube ao portador de deficiên-cia a catação, dividindo feijão e milho.

Outra atividade que está sendo rea-lizada pelos alunos da 8ª série é um dicio-

nário de Química, com as palavras-chaveda disciplina. Cada grupo consulta os con-ceitos em livros didáticos e depois é ela-borado um por toda a turma. “Dessa for-ma há a construção do conhecimento”,interpreta Concetta. Paula acredita que,nesse modelo, todos tornam-se atuantese beneficiam-se, não apenas os portado-res de deficiência.

Professora da 1ª série do Ensino Mé-dio, Paula dá aulas para uma menina comdeficiência visual. Como seu aprendizadofoi insuficiente na 8ª série, ela tem aulas par-ticulares com a professora. Tímida, já estáconseguindo expressar-se com mais de-senvoltura na apresentação de trabalhos.

Todos os materiais do Naecim po-dem ser utilizados pelas professoras deNovo Hamburgo. Está sendo providencia-da uma tabela periódica em braille compapel reciclado. Faltam recursos na escolapara a área de necessidades especiais.Josiara e Paula vêm à PUCRS nos horáriosde folga, não recebem apoio financeiroda escola para o deslocamento e inves-tem do próprio bolso em materiais paraos portadores de necessidades especiais.

Josiara e Paula pretendem agora di-vidir a experiência com outros professo-res, muitos resistentes a lecionar para alu-nos especiais por falta de formação ade-quada. Elas participaram, em 25 de agos-to, da 4ª Semana da Química, da Facul-dade de Química da PUCRS, relatando aexperiência aos alunos de graduação eprofessores.

Os avançosde Luciano

Concetta, Paula e Josiara

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O aluno Luciano Graça, 19 anos, es-tudava numa escola específica para por-tadores de deficiência visual. Havia ma-terial, livros em braille e colegas queaprendiam da mesma forma que ele.Desde a 6ª série no Colégio Estadual Dr.Wolfram Metzler, de Novo Hamburgo,Luciano, agora na 8ª, está acompanhan-do melhor as aulas de Ciências. “A pro-fessora Josiara Quadros até aprendeubraille para meu aprendizado ser me-lhor.” No futuro quer ser professor deInformática. Por enquanto empenha-senos estudos e na sua empresa de tele-mensagem.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 27

Em Foco

Secretária executivaé diferencial dasempresas modernas

“braço direito” do gestorou da direção da empresa,a secretária executiva, éhoje um diferencial nomundo dos negócios. A

conclusão foi obtida no estudo Onovo perfil da secretária executivarealizado pelo Núcleo de Pesquisasda Faculdade de Administração, Con-tabilidade e Economia (Face) daPUCRS, que entrevistou 102 profis-sionais de recursos humanos e execu-tivos e 204 secretárias executivas atu-

antes em empresas de Porto Alegree região. O levantamento apontoudesafios para a profissão, como a im-portância de ter conhecimentos degestão, marketing, finanças, recursoshumanos, línguas e informática. Noentanto, também foi revelado ummercado promissor, que apresentacrescimento de vagas e estabilidade(impulsionada principalmente pelocompartilhamento de informações si-gilosas).

“A profissional é vista pelos exe-cutivos como uma assessora. É funda-mental ter domínio de informática,línguas, saber falar ao telefone e mar-car reuniões, mas hoje é preciso tam-bém entender a administração da

empresa. Antes de entregar uma pla-nilha, por exemplo, a secretária exe-cutiva pode fazer suas próprias consi-derações sobre o assunto”, observa aprofessora Mirelle Beulke, coordena-dora da pesquisa e do bachareladoem Secretariado Executivo da PUCRS.

O setor de serviços despontoucomo o principal ramo de atuação dassecretárias executivas (entre 75% e80%, nos resultados das entrevistascom os executivos e com as secretári-as, respectivamente), seguido da in-dústria e do comércio. A maior partedas profissionais também está emempresas de grande porte (entre 43%e 44% em organizações com mais de500 funcionários). Outro resultado im-portante é que a graduação na área éo que mais garante a colocação, pois63,7% das secretárias entrevistadassão formadas em Secretariado Execu-tivo, em seguida estão as oriundas dasgraduações de Letras (9%) e de Admi-nistração de Empresas (5,5%).

A pesquisa foi realizada em2003 com o objetivo de conhecerevoluções no mercado e as caracte-rísticas consideradas mais importan-tes para o profissional atual. Combase nos resultados, a PUCRS reestru-turou seu próprio curso de gradua-ção, buscando preencher as lacunasidentificadas. O bacharelado passousua vinculação da Faculdade de Le-tras para a Faculdade de Administra-ção, Contabilidade e Economia e foiestruturado em três anos de duração.Para reforçar a prática, os alunos de-senvolvem projetos em empresas eparticipam de seminários e atividadesque ampliam a visão do contextoempresarial. A Universidade oferecetambém especialização em Secreta-riado Executivo.

por CARINE SIMAS

Grau de importânciada secretária executiva

Bastante importante 49%Razoavelmente importante 33%Pouco importante 18%

Profissão tem novo perfil

Avaliação do mercado detrabalho nos últimos três anos

Estável 57%Diminuindo 27%Crescendo 16%

Conhecimentosmais importantes

Informática 23%Língua Portuguesa 18,7%Redação técnica/administrativa 16,6%Línguas estrangeiras 13,6%Administração/gestão de empresas 9,6%Cerimonial, protocolo e etiqueta 8,3%Psicologia empresarial 5,9%

Habilidades mais importantes

Bom relacionamento interpessoal 22,4%Capacidade de resolver problemas 17,9%Capacidade de escrever bem 17,5%Capacidade de visualizar o todo 16%Capacidade de tomar decisões 13,3%Capacidade de atender o público 12,9%

Atitudes mais importantes

Sigilo/confiança/ética 34,9%Senso de organização 25,3%Pró-atividade 21,5%Dinamismo 18,3%

Facilidade de encontrarsecretárias executivas comtodas essas características

Parcialmente 70%Sim 25%Nunca encontra 5%

Fonte: Centro de Pesquisas da PUCRS

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Alunos da PUCRS

Detran dá premiação a pus estudantes Fernando Tedesco,Hugo Fin, Michelle Lenhardt, Rena-ta Soares, Tiago Lima e Viviane Go-mes, do 8º semestre de Publicidadee Propaganda, conquistaram o 1º lu-

gar na quinta edição do Prêmio Detran-RS Publici-dade Pela Vida, com a campanha Depois da sai-deira não dirija – não precisa ser gênio para saberdisso. Os trabalhos Motorista alcoolizado temuma bomba nas mãos e Pare, pense, viva ficaramcom a segunda e terceira colocação, respectiva-mente. O tema deste ano foi o combate à em-briaguez ao volante. Participaram do concurso

nove miniagências formadas pelos alunos da dis-ciplina de Projeto Experimental. Os três primeirosclassificados receberam prêmios em dinheiro.

A parceria entre o Detran e a PUCRS visaa estimular a criatividade dos futuros publicitá-rios na criação de peças de cunho social na áreado trânsito. Chamar a atenção dos universitári-os para a realidade gaúcha, além de desenvol-ver espírito crítico e de responsabilidade profis-sional, esteve entre as finalidades. Os trabalhospremiados estão expostos no Detran, em PortoAlegre (Rua Voluntários da Pátria, 1358), e vei-culados no site www.detran.rs.gov.br.

Alunos vãoao Porto deRio Grande

primeira turma do curso de Administraçãode Empresas, ênfase Comércio Interna-cional, realizou uma visita técnica às ins-talações do Porto de Rio Grande, sob a co-ordenação do professor Sandro Cé. Na oca-

sião os alunos aprenderam sobre a estrutura atualdo complexo portuário. O objetivo foi aproximá-losdos trâmites operacionais, além de oportunizar tro-ca de informações e novas experiências.

Os acadêmicos foram recebidos pela superinten-dência do Porto. Houve a observação da movimen-tação de dois navios porta-contêineres e das instala-ções internas do local. No centro logístico da Eichen-berg & Transeich – maior complexo dessa área noSul – foi possível conhecer operações de armazena-gem de produtos.

Renata Boaz, do 6º semestre, acha que a visi-ta proporcionou um primeiro contato com a práticaprofissional, motivando os que ainda não têm certe-za da profissão que desejam. “A atividade foi total-mente diferente das usuais e é muito válida para oaprendizado em sala da aula”, afirma.

1º lugar: Depois da saideira

Teoria é aliada à prática na BiociênciasNa disciplina de Ecologia Geral II, do

curso de Biologia, os alunos têm a possibili-dade de sair a campo para analisar a ecolo-gia aquática de determinadas regiões do Es-tado. No veleiro do professor Nelson Fontou-ra, grupos de até seis alunos fazem expedi-ções pelo Lago Guaíba. A finalidade é com-

parar e avaliar a alteração dos parâmetrosde PH, oxigênio, temperatura e turbidez daágua no decorrer do dia, vendo como essesfatores ambientais influenciam na comunida-de de peixes e na água para consumo.

A acadêmica Fernanda Viana, que estácursando o 6º semestre, considera a iniciati-

va bastante importante para proporcionaraos estudantes uma experiência maior naárea de campo. “Pude estudar os proble-mas do Guaíba no período da polêmica arespeito da qualidade da água. Isso foi im-portante para ver de perto o que estuda-mos”, salienta.

Pesquisa oportunizabolsa de mestrado

Aderiano da Silva, recém-formado em Engenharia Mecatrô-nica, conquistou bolsa de mestrado na área de Engenharia Elétricacom ênfase em controle e máquinas elétricas na Marquette Univer-sity, em Wisconsin, nos EUA. A Universidade é considerada desta-que na área da automação. A viagem foi possível pela renovação deum acordo entre a PUCRS e a Marquette University, por intermédioda Assessoria para Assuntos Internacionais. A monografia do enge-nheiro, realizada na instituiçãonorte-americana, foi um dos fato-res determinantes para a obten-ção da bolsa. O trabalho Auto-Sintonizador de PID para sistemade três inércias teve a orientaçãodo professor Peter Schmidt.

O ex-aluno recebeu a suges-tão para basear seu estudo nabusca de soluções referentes a um problema na pesquisa que o do-cente desenvolvia para a empresa Rockwell Automation – uma dasmaiores no ramo da automação industrial. O objetivo era melhorara performance de um controlador inteligente de motores. Silva aju-dou a solucionar a questão. Como resultado, foi convidado a apre-sentar o projeto para um grupo de engenheiros da companhia.

Aderiano foi aos EUA

Foto: Arquivo Pessoal

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2ºlugar:Bombanasmãos

Brincadeirasviram estudo

Resgatar os jogos e brincadeiras populares naperspectiva da formação humana através do uso demateriais alternativos foi o tema do projeto de pesqui-sa dos acadêmicos Marcus da Silva, 7º semestre, eRogério Costa, do 3º nível da Faculdade de Educa-ção Física e Ciências do Desporto. O trabalho, apre-sentado no Fórum Mundial de Educação, propõe umanova prática de ensino transdisciplinar para os profes-sores de Educação Física da 1ª à 4ª série. “Queremosvalorizar a disciplina dentro da escola, mostrando queela não é só esporte”, afirma Silva. “Acreditamos quea Pedagogia poderia ser integrada às aulas”, salienta.

Mostrar para as crianças de classe média baixaalternativas de divertimento com materiais reciclá-veis esteve entre os objetivos da pesquisa. “Reapro-veitamos objetos que, em geral, vão para o lixo.Usamos retalhos de tecidos, papéis e latas para aconstrução de brinquedos, a exemplo do telefone-sem-fio”, explica Costa. A finalidade é incentivar aconstrução de brinquedos pelas crianças, aumen-tando a sociabilização através da interação com seuscolegas e mostrar outros tipos de movimento, alémdaquele praticado nos jogos eletrônicos.

Silva e Costa: materiais recicláveis

Estudantes conquistamcertificado da Microsoft

André Luiz Becker, João Jornada e Paulo LuísMarques, alunos do curso de Sistemas de Informa-ção, Alexandre Buchweitz e Márcio Bortolini, estu-dantes de Ciências da Computação, e o professorDaniel Callegari, da Faculdade de Informática, foramaprovados no exame de certificação da Microsoft tor-nando-se Microsoft Certified Professional (MCP). A con-quista corresponde à primeira etapa da certificaçãoplena, que inclui o MCAD (desenvolvedor de arquitetu-ra), o MCSD (desenvolvedor de soluções) e o MCDBA (desenvolvedor de soluções parabancos de dados). No Brasil, são poucos os profissionais com essa qualificação. “Elescobram muita prática. É difícil ser aprovado sem ter experiência”, afirma Jornada. Todosos alunos atuam no Centro de Tecnologia XML, no Tecnopuc.

Entre os benefícios da conquista, está o maior reconhecimento no mercado detrabalho, além do acesso à rede de desenvolvedores da companhia. Segundo osacadêmicos, as Provas de Conceito do CTXML – capacitações realizadas em empresascom a finalidade de encontrar soluções na área da informática – foram fundamentaispara a aprovação no exame. “Muitas vezes, os problemas têm níveis de dificuldadealta. Participar do treinamento é um processo de aprendizado forte”, ressalta Becker.“A maioria das companhias têm interesse em contratar os alunos que participam dotreinamento”, afirma. Mais informações sobre o trabalho realizado no Centro pelotelefone (51) 3320-3672 ou [email protected].

Química recebe estagiárias européiasA Faculdade de Química recebeu, por in-

termédio da International Association for theExchange of Students for Technical Experience(Iaeste) em conjunto com a Assessoria para As-suntos Internacionais, duas acadêmicas de uni-versidades estrangeiras para estagiar nos labo-ratórios de Química Analítica e Ambiental e deOrganometálicos e Resinas.

Marie Dowd cursa o último ano da Facul-dade de Química na National University of Ireland, na Irlanda. No laboratório, ela atua naárea de polímeros, realizando um estudo sobre a sintetização de materiais para implantes.Michelle Sneddon, aluna da Faculdade de Engenharia Química da University of Strathcly-de, na Escócia, analisa o tratamento de resíduos por ozonização, técnica na qual utiliza-seozônio para amenizar os índices de poluição na natureza. Os docentes Marçal Pires e San-dra Einloft orientaram as jovens durante os dois meses em que elas estiveram na PUCRS.

A convivência dos acadêmicos com estudantes de outros países os incentiva a tam-bém buscarem estágio no exterior. “Nossos alunos ficam empolgados. É uma oportuni-dade de conhecerem novas culturas”, acredita Sandra. Depois do estágio, as européiastêm planos para o futuro. Marie pretende continuar sua pesquisa iniciada na PUCRS eMichelle manterá contatos profissionais em outros países para se aprimorar.

Trabalho social beneficia carentesOs estudantes de Odontologia da PUCRS prestaram trabalhos voluntários em comu-

nidades de três cidades do Rio Grande do Sul nas férias acadêmicas de julho, dentro do Pro-jeto Litoral 2004. A equipe, composta por 18 acadêmicos do último ano e quatro professo-res supervisores, atuou na periferia das cidades de Maquiné, Rosário do Sul e Glorinha, be-neficiando cerca de 1.700 pessoas em quase 6 mil procedimentos odontológicos gratuitos.

Foram realizadas atividades preventivas de saúde bucal como aplicação de flúor,limpeza e orientações, destaca o coordenador do Programa de Ações Comunitárias deExtensão da Universidade, professor Edgar Erdmann. O grupo atendeu pessoas de todasas idades, permanecendo 15 dias em cada local. O Projeto Litoral ocorre em comunida-des carentes do Estado desde 1989.

blicitáriosFotos: Divulgação

não dirija

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Alunos da PUCRS

Becas Líder proporcionaexperiência internacional

aís Bonato, aluna do mestradoem Psicologia Social, retornouda Espanha, onde participou doprograma Becas Líder – iniciativada Fundação Carolina e do Banco

Santander –, para o qual foi a única gaúchaselecionada. Durante três semanas, recém-graduados de 60 países ibero-americanos,entre eles sete brasileiros, vivenciaram a rea-lidade espanhola realizando atividades decapacitação profissional e liderança.

A programação também incluiu percur-so no Caminho de Santiago de Composte-la, visitas a museus, centros culturais e aoParlamento Europeu, em Bruxelas. Houveainda encontro com o primeiro-ministro es-panhol, José Luis Zapatero, e diretores degrandes empresas, a exemplo da visita ao

presidente do Banco Santan-der, Emilio Botín.

Taís acredita que a expe-riência proporcionou grandeamadurecimento pessoal e pro-fissional. As atividades realiza-das na Espanha levaram-na adesenvolver uma postura maisconsciente e crítica da realida-de, auxiliando na realização desua pesquisa de mestrado. Oestudo O tempo livre dos ado-lescentes de classe popular dePorto Alegre, orientado pelo professor Jor-ge Sarriera, da Faculdade de Psicologia, tempor objetivo analisar como o tempo livre épromotor de risco ou de saúde.

No futuro, Taís pretende conquistar bol-

Vôlei femininosurpreende

Sentimento de superação e coletividade caracte-rizam a equipe feminina de vôlei da PUCRS. Com ape-nas seis atletas e uma lesionada, as jovens conquista-ram o 2º lugar nos Jogos Universitários Gaúchos. Par-

ticiparam dotorneio algu-mas das prin-cipais Univer-sidades do Es-tado, entre asquais a Unisi-nos, Unilassa-le e Unijuí.

O dife-rencial da equipe está na qualidade técnica. Muitasjogadoras têm experiências em clubes. “Duas atua-ram na Sogipa”, destaca o técnico Christiano Gue-des, professor da Faculdade de Educação Física e Ci-ências do Desporto. Jogar entre amigas e manter omesmo pensamento – “aconteça o que acontecer,não deixe a bola cair no chão” – auxiliou na vitória.

Daniela Soares, do curso de Economia, pra-tica o esporte desde os dez anos. Para ela, a garradas atletas foi um dos fatores determinantes nacompetição. Mesmo com a contusão da levantado-ra, o grupo não se deixou intimidar. “Como haviasomente seis jogadoras não podíamos nos machu-car. Buscamos fazer o melhor”, afirma.

sa de doutorado para seguir seus estudos naUniversidade de Barcelona com a professoraNúria Codina, que esteve na PUCRS durante omês de junho como convidada do Programade Pós-Graduação em Psicologia.

Taís Bonato em Santiago de Compostela

Time superou dificuldades

Natação: alunos serão árbitrosEm comemoração ao primeiro aniversário do Prédio Poliesportivo, a Faculdade

de Educação Física e Ciências do Desporto promoverá, no dia 11 de setembro, suaprimeira Competição Universitária de Natação, na piscina olímpica do centro. O pro-jeto visa a integrar os alunos de diferentes unidades da PUCRS numa atividade es-portiva com enfoque na promoção de hábitos saudáveis e de lazer. Os alunos dadisciplina de natação do curso farão a arbitragem do evento, sob a coordenaçãoda docente Alessandra Scarton.

As modalidades oferecidas serão 50m livre, costas, peito e borboleta nas ca-tegorias masculina e feminina e 100m livre, 200m livre, 200m medley, 400m livre,4 x 50 livre e 4 x 50m 4 estilos, para ambos os sexos. Inscrições podem ser feitasaté o dia 9 de setembro na secretaria da Faculdade (prédio 81, 6º andar). Informa-ções pelo telefone (51) 3320-3683.

Ismael Salgueiro, recém-formado emAdministração de Empresas, tornou-se ad-ministrador júnior da Petrobras depois departicipar de processo seletivo público nacio-nal. Salgueiro foi o 3º co-locado na prova, compostapor 175 questões objetivas.Entre os conteúdos aborda-dos estiveram português einglês, além de outros es-pecíficos do curso.

Acadêmico vai para a PetrobrasPara o ex-aluno, as áreas da administra-

ção de produção, administração financeira eadministração de materiais, ensinadas na Fa-culdade, o auxiliaram na conquista do resul-

tado positivo. “Esses temasforam os mais cobrados noteste”, salienta. Em setem-bro, Salgueiro realizará du-rante dez meses, no Rio deJaneiro, um curso de forma-ção na companhia.

Foto: Arquivo Pessoal

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 31

Criançasespeciaissão temade pesquisa

Alessandra Fantinelli, re-cém-formada em Enfermagem,conquistou o 2º lugar no 1º Sa-lão Coren-RS de Iniciação Cientí-fica da especialidade com o tra-balho Criança Portadora de Sín-drome de Down, percepção daequipe cuidadora frente ao tra-balho do enfermeiro, orientadopela professora Olga Eidt. Partici-param do evento mais de 300 es-tudantes gaúchos de nível técni-co, além de acadêmicos de diver-sas universidades do Estado.

Uma dasmetas de Ales-sandra foi tra-zer uma novaa b o r d a g e msobre o assun-to, ultrapas-sando o âmbi-to da genéti-ca, para mos-trar que o pro-fissional neces-sita estar aber-to e preparadoem relação ao cuidado com essepúblico, compreendido pela cri-ança e seus familiares.

A partir da pesquisa, elaconstatou a falta de informaçãodos profissionais de saúde em re-lação ao tema. “Apesar da tecno-logia que temos hoje, ainda sãopoucos os casos diagnosticados”,diz. “Ao saberem da enfermidade,muitos pais estão desprevenidos eesquecem a maneira adequadade cuidar da criança”, ressalta.

Para Alessandra, o trabalhodo enfermeiro consiste em ensi-nar e orientar os familiares a pla-nejar os cuidados necessários, in-centivando a estimulação dos pe-quenos. “Se isso acontecer desdecedo eles poderão ter uma boaqualidade de vida”, explica.

Michelle conquistavitórias na natação

ichelle Lenhardt,recém-formada emPublicidade e Pro-paganda, conquis-tou quatro meda-

lhas nas cinco provas dasquais participou durante os52ºs Jogos Universitários Bra-sileiros que reuniram represen-tantes de 25 estados. Nas ca-tegorias 50m livre e 200m pei-to recebeu a medalha de prata e nas de100m livre e 100m peito, a de bronze.

A publicitária pratica o esporte desde osquatro anos de idade. Aos 13, iniciou sua tra-jetória nos campeonatos nacionais e, em1999, tornou-se campeã brasileira. Por duasvezes foi selecionada no Campeonato Brasi-leiro Absoluto, classificando-se para participarda Copa Mundial Nacional da modalidade. “A

natação e a publicidade sãominhas paixões”, resumeMichelle. “A carreira de umatleta é curta. Pretendo in-vestir no esporte enquantofor possível. Depois traba-lharei na profissão que esco-lhi”, salienta.

Essa é a primeira vezque a PUCRS participa dosJogos. Por intermédio da

comissão que organiza o esporte na Univer-sidade, coordenada pela Pró-Reitoria de As-suntos Comunitários, a Faculdade de Educa-ção Física e Ciências do Deporto, AFPUC eDCE, foi organizada a delegação. Participa-ram do evento as equipes do futsal masculi-no, tênis de mesa, tênis de quadra e nata-ção, sob a coordenação do professor CarlosEurico Santos.

Medicina utiliza novas tecnologiasOs alunos da disciplina de Biofísica, da Fa-

culdade de Medicina, tiveram uma aula de mo-nitoria diferente. Por iniciativa dos acadêmicosDaniel Gehlen, Fabiano Barancelli, MateusDacol e Michelle Eidt, do 4º semestre, foi de-senvolvido um DVD para explicar o funciona-mento de eletrocardiogramas característicos. Aatividade surgiu por sugestão do professor Jar-bas Oliveira, coordenador do Laboratório de Bio-física. O tema da aula foi a indução de enfarte agudo em cobaias e análise de eletrocardio-grama. “Quisemos mostrar todas as etapas fisiológicas de um enfarte”, afirma Michelle.

Um dos objetivos do estudo foi aumentar a atenção dos estudantes em relação ao as-sunto, além de diminuir o uso de animais em tais experiências. “Em vez de realizarmos, acada aula, o experimento, mostramos a gravação que permite uma visualização maior”, sali-enta Michelle. “Outra vantagem é que podemos fazer pausas para explicações. A tecnologiaestá sendo usada a serviço dos alunos”, explica Barancelli.

Os estudantes da PUCRS Vinícius Malfatti(Pedagogia), Francine Merigo (Enfermagem) eAriel Bohn (Teologia) participaram, em julho, deuma missão solidária em Mendoza (Argentina)pelo projeto Universidade Missionária, do Centro

Jovens em viagem missionáriade Pastoral. Realizaram visitas à comunidade paratrabalhar a espiritualidade e os valores humanos ecristãos. Os universitários realizaram oficinas paradiscutir a formação comunitária e pessoal, de va-lores cristãos e também a realidade social.

Novidade a serviço dos alunos

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004

Lançamentos da Edipucrs

Cinco novostítulos

ESPIRITUALIDADE EQUALIDADE DE VIDA

Evilázio Franscisco Borges TeixeiraMarisa Campio Müller

Juliana Dors Tigre da Silva (orgs.)224p.

Fruto do Encontro Gaúcho de Espiritualida-de e Qualidade de Vida realizado naPUCRS, em outubro de 2003, o livro reúneprofissionais de diferentes áreas e credosressaltando a importância da religião e daespiritualidade no equilíbrio individual daspessoas e na qualidade de suas relações.

AVALIAÇÃO E ERROCONSTRUTIVO

LIBERTADOR: UMATEORIA – PRÁTICAINCLUDENTE EM

EDUCAÇÃOMaria Helena Menna Barreto

Abrahão (org.) – 75p.O livro é resultado do trabalho de um gru-po de pesquisa que produz fundamentadona realidade concreta, tendo sempre pre-sente os contributos teóricos de diferentescampos do saber. Contém sínteses que cer-tamente serão superadas por novas sínte-ses, num processo de contínua (re)elabora-ção, sobre avaliação e erro construtivo.

GÊNERO E CULTURA –QUESTÕES

CONTEMPORÂNEASMarlene N. Strey

Sonia T. Lisboa CabedaDenise R. Prehn (orgs.)

298p. – Coleção Gênero eContemporaneidade 1

A presente coletânea de textos divide-seem duas partes complementares: uma, de-dicada à questão de gênero, e a outra, atemas da cultura contemporânea. A primei-ra compreende os ensaios sobre a situaçãoatual dos debates em seus diferentes as-pectos. A segunda alarga o horizonte datemática, buscando vinculá-la a problemascontemporâneos, como a política econômi-ca e os métodos de abordagem.

DISCIPLINASMATEMÁTICAS EM

CURSOS SUPERIORES:REFLEXÕES, RELATOS,

PROPOSTASHelena Noronha Cury (org.)

430p.Os docentes de cursos superiores, que mi-nistram disciplinas matemáticas ou estatís-ticas, têm consciência das dificuldades en-volvidas no processo ensino-aprendizagemdessas matérias e vêm procurando solu-ções para amenizar o problema. Nessesentido, o livro traz reflexões, relatos epropostas de um grupo de professores dediferentes Instituições de Ensino Superiorbrasileiras, propiciando novas discussõessobre o tema.

MUNDO VIVIDO – DASVICISSITUDES E DOS

USOS DE UM CONCEITODA FENOMENOLOGIA

Ernildo Stein192p. – Coleção Filosofia 180

Nesta obra, Ernildo Stein reelabora, apro-fundando e ampliando, de forma criativa,o conceito de mundo da vida, um dos maisrepresentativos da fenomenologia criadapor Husserl. O autor encontra uma espéciede identidade na temática do mundo vivi-do e conquista a liberdade para expressar ariqueza de seu próprio pensamento.32

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 33

Mercado de Trabalho

MEDICINA

Problemas sociaisatraem futuros médicos

olaborar nas questões sociais,ajudando a prevenir e comba-ter doenças, é um dos motivosque atrai tantas pessoas parao curso de Medicina. Ter a pos-

sibilidade de salvar vidas causa fascínio.Muitas vezes, em virtude da representa-ção que esses profissionais têm perantea sociedade, são considerados heróis.“Ainda hoje os médicos são vistos comosacerdotes”, observa o cardiologista LuizCarlos Bodanese, diretor da Faculdade deMedicina da PUCRS.

O bom exercício da profissão não selimita aos conhecimentos científicos. Parafazer um diagnóstico preciso é necessá-rio ter sensibilidade e saber ouvir, perce-bendo a real enfermidade do paciente.Manter-se informado sobre pesquisas,descobertas científicas, medicamentos,técnicas cirúrgicas e tratamentos inovado-res também faz-se fundamental. O desen-volvimento tecnológico de equipamentospara exames deve ser acompanhado.

Atendimentos em consultórios, pos-tos de saúde e prontos-socorros são al-guns dos campos de atuação. Em geral,os médicos trabalham em mais de um lo-

Onde cursarFaculdade de Medicina – Hospital SãoLucas da PUCRS – 3º andar. Av. Ipiranga,6690. Informações: (51) 3320-3015,[email protected] e www.pucrs.br/famed.

cal, como no consultório,em plantões noturnos, clí-nicas e ainda em hospitais.

O mercado de traba-lho para Medicina modifi-cou-se nos últimos anos.Hoje a clínica médica e asespecialidades clínicas nãosão mais os únicos camposexistentes. Segundo Boda-nese, a tendência é de umretorno dos profissionaisgeneralistas, que enten-dem de todas as especiali-dades. Com isso, os pro-gramas de saúde da famí-lia estão em crescimento. Os atendimen-tos domiciliares, em conjunto com profis-sionais de outras áreas, como enfermei-ros, farmacêuticos, fisioterapeutas e assis-tentes sociais, são a tendência.

Realizar ações de promoção e pre-venção da saúde nas comunidades tor-nou-se uma das inclinações do mercado.Atuar junto às prefeituras e postos desaúde é outra opção. “As cidades do in-terior sofrem com a carência de profis-sionais”, afirma Bodanese.

A remuneração varia de acordo coma especialidade. A média nacional men-sal é de R$ 3.918, de acordo com dadosdo Sindicato Médico do Rio Grande doSul. Nas capitais fica em R$ 3.559 e nointerior, em R$ 4.897. O piso da catego-ria para 20h semanais é de R$ 2.947,24,em relação a 2004.

O reconhecimento da capacitaçãodo médico pelos seus pacientes, assimcomo a especialização, mestrado e dou-torado, podem reajustar os valores. Con-forme Bodanese, a cirurgia plástica e osprocedimentos de diagnóstico (métodosde investigação) são as áreas que ofere-cem os maiores salários.

A Faculdade de Medicina (Famed)está com a proposta de implementar

novo currículo em 2005. A unidade foicontemplada para desenvolver o projetode Programa de Incentivo a MudançasCurriculares nos Cursos de Medicina (Pro-med) com o apoio financeiro e monito-ramento do Ministério da Saúde. Apenasduas universidades privadas do Brasil fo-ram selecionadas. Entre as mudançasconstariam debates sobre problemas so-ciais e uma maior integração entre as dis-ciplinas básicas e as práticas durante todoo curso. Ampliar as ações no Projeto So-cial Vila Fátima, onde são desenvolvidosestágios curriculares, além de formaçãoprofissional para os alunos, é um dos ob-jetivos.

A Famed oferece Mestrado e Dou-torado em Medicina com linhas de pes-quisa em Ciências da Saúde e Pediatria eSaúde da Criança, além de 31 especiali-zações em praticamente todas as áreasda Medicina.

Aperfeiçoamentoconstante

Pablo Nery, 26 anos, formado em 2001pela Faculdade de Medicina, está no segundoano de residência em cardiologia no HospitalSão Lucas. Para ele, a Faculdade proporcionouexplorar a fundo todas as áreas médicas. “Osprofessores estão sempre disponíveis, tantonas disciplinas curriculares como nas extracur-riculares”, afirma. Durante o curso, tinha comoum de seus objetivos aprender muito. Partici-pou de monitorias e realizou alguns projetosde pesquisa. “Isso me ajudou a ampliar o queaprendia nas aulas”, salienta. Como resultadode seu empenho, Nery foi aprovado para fa-zer a residência em quatro hospitais, optandopelo São Lucas. “Preferi ficar aqui. O Serviçode Cardiologia é muito bom”, afirma.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004

Social

Serviço de Assistência JurídicaGratuita (Sajug) da PUCRS estácompletando 45 anos no Cam-pus Central. Foi criado por alu-nos da Faculdade de Direito,

vinculados ao Centro Acadêmico Maurí-cio Cardoso (CAMC) e, em 1976, passoupara a coordenação do curso.

Hoje está ligado ao Departamentode Prática Jurídica da Faculdade, tendocomo principais objetivos atender gratui-tamente à comunidade carente de PortoAlegre e, ao mesmo tempo, proporcionaraos alunos o estágio de prática jurídicareal. Com o auxílio dos professores, osacadêmicos prestam serviços nas áreascível, família e penal. Há também o acom-panhamento de estagiários do Serviço So-cial, quando necessário.

Segundo a estudante Christiani Evan-gelista, do 12º semestre de Direito, o es-

tágio no Sa-jug vai mui-to além daorientaçãoj u r í d i c a .“Fazemospapel deconfidentese, algumasvezes, umpouco de‘ p s i c ó l o -

gos’. A maioria dos casos não se trans-forma em processo. As pessoas vêm de-sinformadas, então tentamos sempre umacordo anterior ou encaminhamos para oserviço social”, explica.

Diariamente são distribuídas 30 fi-chas de atendimento para novos casos,sendo 10 em cada um dos três turnos defuncionamento do órgão, além do retor-no de clientes com ações em curso. Em2003 foram atendidas 7.725 pessoas e1.291 processos foram encaminhados.

Cada aluno pode escolher em queárea atuar. A mais procurada para aten-dimento no Campus Central é a de famí-

Sajug é um modelo emserviço jurídico gratuito

lia, com pedidos de pensão alimentí-cia, disputa pela guarda dos filhos, re-conhecimento de paternidade e sepa-ração, entre outros. Alguns casos desucesso acabam sempre sendo relem-brados, como o de um rapaz que foipreso por engano e os alunos conse-guiram provar sua inocência.

A estudante Karla Schereder, do10o semestre, atua no Sajug desde oinício do ano e recomenda a experiên-cia aos alunos do Direito. “É umaoportunidade única, impagável. Aspessoas depositam muita confiança e es-perança na gente. É bom saber que esta-mos sendo úteis de alguma maneira”, diz.

O Sajug também proporciona aosseus estagiários e demais alunos da Fa-culdade permanente atualização nasáreas de maior interesse do Direito. Umavez por mês, por meio do Sajug Seis eMeia, são promovidas palestras com pro-fissionais da área tratando de temas nor-malmente polêmicos, como a reforma doJudiciário.

Além de atividades no Campus Cen-tral, o serviço também desenvolve ativi-dades na Vila Fátima e no Campus ZonaNorte, em Porto Alegre, e em Uruguaia-na, desde 1999, vinculado ao CampusUruguaiana.

O Sajug do Campus Zona Norte co-meçou a funcionar em março deste ano,atendendo, a princípio, apenas na áreade família. Fazem parte da clientela mo-radores da região e de municípios próxi-mos, como Alvorada. O coordenador daFaculdade de Direito do Campus, profes-sor Wambert Di Lorenzo, comemora agrande procura e diz que pretende am-pliar os horários de atendimento. “NaZona Norte atuamos em parceria com aIgreja, que divulga nossas atividades nasmissas, já que prestamos um serviço co-munitário e solidário para pessoas da re-gião”, afirma.

De acordo com o coordenador doDepartamento de Prática Jurídica, profes-

Como funcionaClientela: Pessoas com renda de atédois salários mínimos mensais (R$ 520).No Campus Central, o serviço é presta-do apenas a residentes em Porto Ale-gre, sendo dada orientação aos quemoram na Grande Porto Alegre.Campus Central – Atendimento nas áre-as cível, família e penal. Av. Ipiranga,6681, prédio 8, sala 140. Horário: das 8hàs 12h e das 14h às 22h, de segunda asexta-feira. Fone: (51) 3320-3532.Campus Zona Norte – Atendimento so-mente na área de direito de família. Av.Baltazar de Oliveira Garcia, 4879. Horá-rio: a partir das 19h30min, às quartas-feiras. Fone: (51) 3366-8242.Campus Aproximado Vila Fátima –Atendimento somente na área de direi-to de família. Rua 14, 227. Horário: das14h às 17h, às quartas-feiras.Campus Uruguaiana – Atendimento nasáreas cível e família. Rua 15 de novem-bro, 1426. Horário: das 8h30min às11h30min e das 14h às 17h, de segun-da a sexta-feira. Fone: (55) 411-6134.34

sor Vilmar Fontes, o Sajug tem um gran-de reconhecimento no meio judiciário,principalmente por sua qualidade. “Osalunos que passam por aqui têm-se saídomuito bem no mercado de trabalho. Éentusiasmante ver o crescimento deles”,observa. A Faculdade tem planos de criarum Sajug no Campus Viamão assim queo curso de Direito for ali implantado.

A aluna Karla em atuação

Atendimento em várias áreas

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 35

Bastidores

Um passeio pelasdelícias da Universidade

aciar a fome, encontrar ami-gos, paquerar e fazer trabalhosda Faculdade são alguns dosmotivos que atraem a comuni-dade acadêmica para os bares

e restaurantes da Universidade. A PUCRSdispõe de 13 estabelecimentos: Restau-rante Universitário, Cantina, Bar Central,Bar da Famecos, Bar 30, Bar 5, Bar 8, Barda Odonto, Bar do 12, Intervalo 50, Pon-to Onze, Lancheria Panorama e Restau-rante Panorama.

Foi em 1969, um ano depois de a Ins-tituição estabelecer-se no Campus Central,que surgiram as primeiras lancherias. Naépoca não havia nos prédios das Faculda-des um espaço destinado à atividade. “A

área disponi-bilizada era ade uma salade aula”,lembra Antô-nio Mom-bach, pro-prietário doIntervalo 50e um dos pri-meiros a ad-quirir um es-tabelecimen-to comercialna PUCRS.

Com o passar do tempo e o aumen-to do número de bares e restaurantes naUniversidade, os proprietários criaram al-ternativas para se diferenciar dos demais.Alguns investiram em receitas próprias,como o Bar da Odonto e o Bar 30, onde90% dos salgados são produzidos no lo-cal. “Os alunos preferem os calzones e aspizzas feitos por uma confeiteira uruguaiaque contratamos”, diz Vanderlei Pasin,dono do Bar 30.

O investimento em bufês também foiexpressivo nos últimos anos. O PontoOnze oferece a alternativa no almoço(massas e carnes), no lanche (salgados edoces) e no jantar. Há também o bufê de

cachorro-quente, no prédio 15, e o de sor-vete, no 30.

No Intervalo 50 e na Odontologia aespecialidade é a macarronada. A Enge-nharia possui quatro tipos de pratos pron-tos, com preços acessíveis, e na Lanche-ria Panorama encontram-se os famososfilés com fritas.

Entre os restaurantes, o Panorama,no 4º andar do prédio 40, faz sucesso.No local existem quatro ilhas de culiná-ria: gaúcha, oriental, italiana e de saladas.Para satisfazer o público adepto do lighte diet, há no bufê grelhados, feijão semgordura, frutas e uma sobremesa light.

Diogene Albara, podóloga do salãoPeople Beauty, no prédio 40, considera omusse de chocolate do Panorama a sobre-mesa “dos sonhos”. “Sou chocólatra e, sóde lembrar, começo a salivar. É maravilho-so. Chega a ser afrodisíaco”, empolga-se.Deborah Jahn, do 1º semestre de Enge-nharia Mecatrônica, concorda. “A cremosi-dade e os pedacinhos de chocolate são óti-mos. Nunca enjoam”, define.

Alunos e funcionários da PUCRS têmopinião formada sobre os alimentos desua preferência. Paulo Germano, do Jor-nalismo, é “fascinado” por um salgado doIntervalo 50. “A coxinha de galinha é ge-nial, cheia de recheio”, vibra. Vania Du-arte, recepcionista do Prédio 1, adora atorrada e a sopa do Bar da Odonto. “Ocaldo tem muito queijo e frango”, diz.

Um dos salgados mais famosos noCampus é o “Folhado da Tia”, do Bar daOdonto. Recheado de frango, molhobranco e queijo, a especiaria foi uma in-venção da cozinheira Iara de Lima. “Euadoro. É muito bom”, avalia a estudantede Odontologia Aline Schenkel.

Além de oferecer os mais diversos ti-pos de comidas, os bares e restaurantes daUniversidade tornam-se, pelo relaciona-mento próximo com os clientes, a segun-da casa dos estudantes. “Alunos, geral-mente do interior, sentem-se sozinhos lon-ge da família. Eles nos procuram para de-

sabafar e pedir con-selhos”, conta Ingridda Silva, gerente doBar Central. “Fiz ami-zades duradourasaqui”, ressalta.

Como exemplode afinidade entreos atendentes e osclientes está o Bar daFamecos. O clima dedescontração é umadas características do público que o fre-qüenta. Acadêmicos de todas as unidadesvêm para o local. Desde a fundação da Fa-culdade é palco de paqueras. “Talvez o cli-ma light do público favoreça essa caracte-rística”, acredita Liane Henzel, a gerente.Como uma particularidade do Bar está ofato de ser muito utilizado para filmagensdos estudantes de Cinema.

Musse deChocolateSobremesa do Restaurante Panorama

Ingredientes• 300g de chocolate meio amargo• 4 claras• 1 colher de sobremesa de açúcar• 400g de nata frescaModo de preparoColoque na batedeira o açúcar e as cla-ras e bata até ficar em neve. Derreta ochocolate em banho-maria ou no micro-ondas, em pedaços pequenos, durantecerca de um minuto. Misture o chocola-te derretido com a nata em temperatu-ra ambiente. Acrescente as claras emneve. Leve ao refrigerador.

Famoso: bar da Famecos

“FolhadodaTia”

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200436

Cultura

Núcleo de Estudos e Pesquisa emCultura Indígena (Nepci) daPUCRS surgiu da necessidade dereflexão interdisciplinar e açõessociais nas comunidades envolven-

do pesquisadores, professores e alunos daUniversidade. Um dos primeiros frutos dacriação do núcleo foi o convênio firmadocom a Secretaria de Estado da Cultura paraampliar o debate e promover a cultura indíge-na no Rio Grande do Sul por meio de pales-tras, cursos e formação de técnicos especia-lizados. O coordenador do Nepci, Ir. ÉdisonHüttner, diz que um dos objetivos é a buscade dados e a análise sobre aspectos sociais eculturais dessa população, salientando quefalta também a elaboração de um levan-tamento do número de indígenas no Estado.

O Nepci, com apoio da Secretaria, pormeio do Museu Antropológico do Rio Gran-de do Sul (Mars), e do Conselho Estadual dosPovos Indígenas, realizará o 2º Círculo de Es-tudos em Cultura Indígena, no período de 4de setembro a 20 de novembro. Na pauta dedebates, temas como a literatura e o índio, ar-queologia, educação e meio ambiente. Coor-denadores do Nepci e Mars discutem os as-suntos em conjunto com representantes dascomunidades guarani e caingangue.

A parceria com a Secretaria da Culturairá impulsionar a formação de técnicos e pro-

Indígenas ganham espafissionais de diversas áreas para atuaçãocom os povos indígenas, abrangendo temá-ticas como ecologia, meio ambiente, direi-to, saúde, história, religiosidade, cultura,antropologia, educação e arqueologia. “Éfundamental a visão interdisciplinar de quemtrabalha nessa área”, destaca Hüttner. Estãoprevistas práticas de capacitação da comu-nidade por meio de cursos de extensão uni-versitária com abrangência intercultural eações de campo nas comunidades indígenasdo Estado. O público-alvo é formado por alu-nos de graduação, comunidade em geral eintegrantes de secretarias, órgãos e entida-des que atuam com a temática.

O Nepci, a Secretaria e o Conselho es-tão planejando a realização do Fórum Inter-nacional Indígena em janeiro de 2005, naPUCRS. Concomitantemente, pretendem or-ganizar um espaço para expressão da cul-tura. Cerca de mil índios gaúchos estão semobilizando. O Núcleo promoverá uma ex-pedição por ano ao Norte do País, a partirde 2005, para vivência com as comunidadese oferta de cursos.

Outra das tarefas do Nepci será asses-sorar comunidades, entidades e órgãos pú-blicos. Auxiliará, por exemplo, o ConselhoEstadual Indígena na formação do Centro deCultura Indígena de Nonoai, no Noroeste doEstado, que será inaugurado em outubro.

O espaço estará aberto a estudantes e pro-fessores, além de servir para encontros depajés e eventos.

O coordenador do Núcleo conhece arealidade indígena de perto. Atuou com co-munidades no Alto Solimões durante trêsanos, onde existem 18 mil ticunas que fa-lam a língua chamada de ticuna, considera-da isolada (a única do Brasil que não se re-laciona com nenhuma outra). Na cidade deTabatinga, no Amazonas, fronteira do Perucom a Colômbia, Hüttner também entrouem contato com os cocamas, índios que ha-

Alto Solimões: Ir. Édison Hüttner

Crianças caingangues visitam o MCTComo fruto do convênio assinado pela PUCRS com a Secretaria de Estado da Cultura,

crianças caingangues da Aldeia Pinhelzinho Nonoai, do município de Planalto, a 407 quilô-metros de Porto Alegre, visitaram o Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da Universida-de, com orientação especializada. O objetivo era divulgar a sua cultura por meio de músi-cas e danças típicas. Essa foi a primeira vez que os indiozinhos saíram de sua aldeia.

O relacionamento próximo entre o Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (Mars)e o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Cultura Indígena da PUCRS proporcionou a visita.“Apresentar novos horizontes para eles foi um dos objetivos”, afirma Claudemir Vaz, cain-gangue, bolsista do Mars e um dos responsáveis pela iniciativa.

Durante o passeio, os pequenos brincaram nas atrações interativas e ficaram des-lumbrados com o que viram. A escada rolante causou medo, e os peixes e as cobras,presas em caixas, espanto. O encanto era perceptível no olhar da garotada. O chafariz,em frente à Universidade, foi uma das novidades. “É bonito aqui, os cristais são legais”,diz Abrilhano Bilibio, 11 anos. Marlene Eufrásio, 8 anos, adorou os peixes. “Para eles étudo novo”, salienta Lenir de Paula, professora da Escola de 1ª a 4ª série Goj Ror.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 37

ço na PUCRS

População brasileiraSegundo a Fundação Nacional do Índio (Fu-

nai), não se sabe exatamente quantas sociedadesindígenas existiam no Brasil quando os europeuschegaram. As estimativas sobre o número de na-tivos variam de 1 a 10 milhões em 1500. Somentena Bacia Amazônica deveriam ter vivido 5,6 mi-lhões de habitantes. Acredita-se que 1,3 mil lín-guas diferentes eram faladas. Dezenas de milha-res de pessoas morreram em conseqüência docontato direto e indireto com os europeus e asdoenças por eles trazidas, como gripe, sarampo,coqueluche, tuberculose e varíola.

A Funai informa que há atualmente no País cerca de 345mil índios, 0,2% da população brasileira, distribuídos entre215 sociedades. Nesses dados, estão considerados os que mo-

ram em aldeias. A estimativa é de que entre 100 e 190 milvivem fora das terras indígenas. Segundo a Funai, 53 gruposainda não foram contatados.

bitaram o Peru e depois voltaram para o AltoSolimões, lugar de sua origem. “Foi uma ex-periência desafiadora conviver com uma cultu-ra tão diferente”, diz o religioso.

Identidade preservadaEstá em estudos a criação de linha de

pesquisa no Instituto de Geriatria e Geronto-logia (IGG) sobre o índio idoso. As professorasIvana da Cruz (IGG) e Carla Schwanke (Facul-dade de Biociências) realizaram levantamentosobre os estudos mundiais a respeito do tema.Em 2005 começarão as pesquisas de campo

sobre o envelhecimento dessapopulação. Como a cultura indí-gena é passada oralmente degeração a geração, Ivana lem-bra que o cuidado com os ido-sos também representa a pre-servação da história e identida-de. “Para o indígena, a relevân-cia do envelhecimento transcen-de da esfera biológica para asocial, pois o idoso possui umpapel central na manutenção daidentidade cultural e até mes-mo na determinação da sua so-brevivência.”

Entre os baniua, por exem-plo, de Alto Rio Negro, no Ama-zonas, os xamãs mais poderosossão os idosos com experiência e sabedoria. Elestambém responsabilizam-se em passar a histó-ria da criação do mundo para os meninos. Du-rante a iniciação, que ocorre dos dez aos 13anos, há o benzimento, com sal e pimenta, portrês ou quatro idosos. Outro papel é narrar osmitos por meio de cantos.

As informações sobre os indígenas são es-cassas e restritas praticamente a países desen-volvidos, como EUA e Canadá. Nestes, há mo-vimentos e organizações voltados para a ques-tão, como o Conselho Nacional do Envelheci-mento Indígena (norte-americano), que se po-

siciona oficialmente sobre a saúde e cuidadocom a população. Isso ocorre pela dificuldadede levantamentos censitários ou falta de von-tade política. Ivana e Carla detectaram que háproblemas estruturais associados à coleta dedados e pesquisas sobre envelhecimento bio-lógico e saúde. Também vêem limitações pelaanálise que leva em conta apenas a idade cro-nológica. Os resultados das pesquisas são ain-da fragmentados e não se tem estimativa so-bre o repasse de tais resultados para os povosindígenas e se servem como base para políti-cas públicas de saúde.

Foto: Divulgação

(dir.) e os índios cocamas

“Desembarque de Cabral em Porto Seguro”, óleo de Oscar Pereira da Silva

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200438

Cultura

Coleção interpretaclássicos da literatura

Programa de Pós-Graduaçãoem Letras e a Edipucrs estãolançando a inovadora ColeçãoLiteratura Brasileira, com as sé-ries Grandes Obras e Grandes

Autores. Cada volume seleciona umaobra ou autor consagrado e o analisa,oferecendo visões diferenciadas e rela-ções intertextuais.

Segundo uma das coordenadoras doprojeto e do Centro de Memória Literá-ria, professora Maria da Glória Bordini, oslivros apresentam interpretações maisacessíveis, sem deixarem de ser profun-dos. “Percebemos que a bibliografia exis-tente sobre literatura brasileira acessívelaos alunos de graduação não é muito ex-tensa. Existem mais estudos especializa-dos. Com essa coleção pretendemos aju-dá-los a desenvolver uma visão crítica so-bre literatura”, explica.

Além dos alunos de graduação, asobras também são voltadas a professo-res do Ensino Médio e leitores interessa-

dos. Os livros reúnem ensaios de pesqui-sadores da PUCRS e de outras institui-ções, inclusive internacionais, de autoriaindividual ou coletiva. “Não são roteirosde leitura, são leituras possíveis. Não pre-tendemos dar a última palavra, mas am-pliar a percepção do leitor”, observa aprofessora.

O primeiro livro da série GrandesObras é O Tempo e o Vento – História,Invenção e Metamorfose, que reúne en-saios sobre O Continente, O Retrato e OArquipélago, resultado de vários anos depesquisa das professoras Maria da GlóriaBordini e Regina Zilberman. Os artigosfazem relações intertextuais da obra-pri-ma de Erico Verissimo com relatos histó-ricos e as leituras do escritor, como Os-car Wilde, Ésquilo e Proust.

O Viajante Transcultural – Leiturasda Obra de Moacyr Scliar inaugura a sé-rie Grandes Autores, uma homenagemao imortal gaúcho, um dos autores bra-sileiros mais traduzidos no exterior. Entre

os ensaístas estão Luís Augusto Fischer,Luiz Antonio de Assis Brasil, Nelson H.Vieira e Zilá Bernd, entre outros críticos,que analisam a capacidade de Scliar detransitar sobre diversos temas e gênerosliterários e não-literários.

O próximo autor da série será Joséde Alencar. Na série Grandes Obras jáestá em andamento o livro sobre DomCasmurro, de Machado de Assis.

Os lançamentos da Edipucrs

Textos raros estão disponíveis em CDPrograma de Pós-Graduação em Le-tras lançou o CD-Rom Textos Rarosde História da Lite-

ratura Brasileira – século XIX.O trabalho contou com oapoio do CNPq e foi realizadopor uma equipe de alunos degraduação e pós-graduação,coordenada pela professoraMaria Eunice Moreira. Os 101textos selecionados para o CDintegram o acervo do Banco deTextos de Literatura Brasileira doPrograma de Pós-Graduação em Letras.Eles têm em comum o fato de trataremdo período em que o País busca definirseus referenciais e há a formação da lite-ratura brasileira, e a definição de referen-ciais culturais.

Os 101 textos foram publicados en-tre 1816 e 1881 por críticos literários, pro-fessores, cientistas, historiadores, militarese jornalistas. Apareceram originalmentecomo prefácios, posfácios, introduções eapresentações de obras, além de revistas

e jornais brasileiros. O objeti-vo do CD é facilitar o acessode pesquisadores de universi-dades nacionais e do exterior.

Os textos raros são osde difícil obtenção ou os úni-cos localizados pelos pesqui-sadores. Maria Eunice relataque muitas vezes a busca porum material é muito penosa,mas o seu valor compensa.Em alguns casos, faltam in-formações ou elas são impre-cisas, dificultando a localiza-ção. O Banco de Textos preo-

cupa-se com a recuperação, manutençãoe armazenagem de documentação pri-mária existente em arquivos, fundaçõese organismos de pesquisa nacionais eestrangeiros. Grande parte do acervo re-sultou em livros, teses e dissertações.

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Tendências

Educação Física inovacom disciplinas

s alunos da Faculdade de Edu-cação Física e Ciências do Des-porto habilitam-se a trabalharcomo orientadores de esportesde aventura e ecoturismo, ati-

vidades que conquistam cada vez mais ointeresse das pessoas. As disciplinas deAtividade Física e Ecologia (obrigatória) e

Esportes de Aventura(eletiva) compõem-sede embasamentoteórico e saídas decampo. A PUCRS ino-va, sendo uma daspoucas no Estado eno País a ofereceressa oportunidadeaos alunos.

Na matéria Ati-vidade Física e Ecolo-gia são ministradosconteúdos relativos àeducação ambiental,legislação, ética, ativi-dades na natureza eequipamentos, entreoutros. Há caminha-

das e ensino de técnicas de auxílio entreo grupo, além de atividades que estimu-lam a consciência ecológica dos alunos.Um dos roteiros é a ida ao Vale do Chu-visqueiro, em Rolante, com visita a locaiscomo a Toca das Andorinhas, uma grutaque serve de hábitat para as andorinhas.Para chegar até lá, os estudantes têm detranspor alguns obstáculos, descer bar-

rancos, atraves-sar córregos eequilibrar-se so-bre pedras es-corregadias. Ou-tros pontos con-feridos foram oRio Rolante, aCachoeira doChuvisqueirinhoe a Cascata doChuvisqueiro.

Paulo Porto, professor das duas dis-ciplinas, lembra que a Política Nacional doMeio Ambiente exige que todas as insti-tuições trabalhem com temas relativos àEducação Ambiental. “A Educação Físicaassume um papel de destaque não ape-nas quanto ao uso da força, flexibilidade,equilíbrio e atenção, mas também quan-to à reflexão sobre a atuação dos profis-sionais visando à preservação ecológica.”

A disciplina de Esportes de Aventu-ra permite que os estudantes conheçamas características das diferentes modalida-des e vivenciem-nas. Também são instruí-dos a organizar eventos e a preocuparem-se com os cuidados necessários para aprática desses esportes. Nessa disciplina,há seis saídas de campo. O transportepara a mais longa, assim como na maté-ria de Atividade Física e Ecologia, é pagopela Universidade.

Devido à preocupação com a forma-ção de profissionais na área, neste semes-tre a Faculdade pretende lançar a especia-lização em Esportes de Aventura, que en-globará questões como ecoturismo, eco-logia e primeiros socorros. O curso, com360 horas/aula, é dirigido a quem traba-lha com Educação Física, Turismo, Peda-gogia e Psicologia. Outro projeto que está

Alguns esportes de aventura*Corrida de aventura – Ocorre em ambientes naturais. O esportista precisa domi-nar técnicas de canoagem, rafting , rapel, orientação e trekking. Uma prova podedurar de três horas a vários dias, sempre em equipe.Mergulho – Atividade de exploração, observação e integração do praticante como mundo debaixo d’água.Montain bike – Utiliza bicicleta especial para rodar em terrenos acidentados. Ocâmbio, pneus maiores e freios eficientes são indispensáveis.Montanhismo – Escalada de montanhas. Fazem parte do esporte explorar mon-tanhas numa caminhada, escalar paredes verticais com técnicas e equipamen-tos especiais e montar um acampamento em grandes altitudes.Rafting – Do inglês raft, que significa balsa, consiste na descida de rios a bordode botes infláveis de borracha. A emoção é desafiar as corredeiras e saltos docaminho, evitando que a embarcação vire ou que as pessoas caiam na água.Como um esporte de equipe, exige sincronia entre os participantes.Trekking – Caminhada. Por ser uma maneira de exercitar-se sem técnicas específicasnem equipamentos caros, tornou-se o esporte de aventura mais praticado no mundo.

* Fonte: livro Esportes de aventura ao seu alcance, Bei Comunicação.

em estudo para 2005 é o novo curso su-perior de tecnologia em Esportes deAventura, com duração de dois anos. Osalunos poderão se especializar em moda-lidade esportiva específica.

Chuvisqueiro

Rafting é atração

Alunos transpõem obstáculos

Privilégio: aula em campo

Fotos: Paulo Porto

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200440

Sinopse

MEDICINAO professor da Faculdade de Medi-

cina Humberto Fiori teve sua pesquisa,realizada com o professor Carlos CézarFritscher, publicada na revista médica in-ternacional Biology of the Neonate. Nasessão científica, ocorrida em Viena (Áus-tria), com a presença de 200 especialis-tas da área de Neonatologia, o docenteapresentou uma nova proposta de trata-mento da doença referente à membranaHialina, implantada na UTI Neonatal doHospital São Lucas. Trata-se de um testerápido que permite o tratamento maisprecoce da enfermidade, melhorando oprognóstico desse tipo de insuficiênciarespiratória.

EXTRATERRESTREO pesquisador inglês Subhajit Sarkar,

que realiza seu PhD nos EUA, escolheu oLaboratório de Microgravidade do Insti-tuto de Pesquisas Científicas e Tecnológi-cas da Universidade, como um dos lo-cais para a coleta de dados para suatese. O trabalho, Reanimação Cardiopul-monar em Ambientes Extraterrestres, es-tuda os procedimentos necessários parase obter uma massagem cardíaca forada Terra. O estudo é conduzido sob aorientação de Victor Hurst, no CentroEspacial Lyndon Johnson da Nasa. A faseexperimental da pesquisa ocorrerá naPUCRS, sob a supervisão da professoraThaís Russomano.

LICITAÇÕESPÚBLICAS

Reunir profissionais com experiênciaqualificada na área das Licitações Públi-cas esteve entre os objetivos do 1º Encon-tro Brasileiro sobre Licitações Públicas,ocorrido em Gramado. O Programa dePós-Graduação em Direito foi um dos par-ceiros. Houve debates sobre o tema commembros de comissões de licitação, tribu-nais de contas, agências reguladoras, con-trole interno, agentes políticos, Ministé-rio Público e juízes. O coordenador doPrograma de Pós-Graduação em Direito,Juarez Freitas, falou a respeito das parce-rias público-privadas e seus reflexos noprocesso de contratação pública.

CNPqA Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gra-

duação solicitou uma comissão externado CNPq, formada por três professores daUFRGS e um da FURG, para realizar ava-liação e seleção dos 148 novos projetosque concorreram para as 109 bolsas doPIBIC/CNPq 2004-2005. O resultado estápublicado no site da PUCRS (www.pucrs.br).A Pró-Reitoria também divulgou o resul-tado do edital CNPq 05/2004 das bolsasde iniciação científica para docentes combolsa-produtividade. Hoje 62 professoresda PUCRS têm a bolsa de produtividadedo CNPq. Desses, 34 receberam um to-tal de 50 bolsas.

GUIA FUTUROSCALOUROS

Com o objetivo de apresentar oscursos oferecidos e mostrar dicas paraajudar os futuros alunos a conhecer aInstituição, a Pró-Reitoria de Assuntos Co-munitários lançou o Guia Futuros Calou-ros. No manual constam informações so-bre os quatro Campi da Universidade,além de textos que esclarecem sobre asatividades extraclasse e facilidades ofere-cidas aos acadêmicos. É possível sabermais sobre os programas de crédito edu-cativo, o Pólo Cultural da Universidade,o Parque Esportivo, o Museu de Ciênciase Tecnologia, a Biblioteca Central e oParque Tecnológico, espaço para a trocade experiências entre o meio acadêmicoe empresarial e de boas oportunidadesaos alunos.

GRAMADO CINE VÍDEO

Álvaro Lima, Andreza da Rocha, Fa-biana Freitas, Fernando Soares, LucianaCastilhos, Marianna Ritter, Paula Pereira,Tatiana Rockenbach e Verônica De Gia-como, alunos da Faculdade de Comuni-cação Social, conquistaram dois prêmiosno 12º Gramado Cine Vídeo, na catego-ria Universitário Gaúcho de melhor re-portagem e melhor vídeo, sendo o últi-mo dividido com a produção Diluxo, daUFRGS. A reportagem especial, Campode Batalha, dirigida pela acadêmica deJornalismo Verônica, retratou a rotina dostrabalhadores que acabam migrando paraa informalidade. O vídeo foi produzidona disciplina de Cinejornalismo II e tevea orientação dos professores Cláudio Mér-cio e Marco Villalobos.

TERCEIRO SETORA presidente da Fundação Ir. José

Otão, Maria Cecília Kother, lançou o livroPlanejamento Circunstancial: Metodologiapara organizações que atuam na área daEconomia Social – Terceiro Setor, cujo obje-tivo é auxiliar as entidades de terceiro setorque trabalham com os problemas sociaisdo Brasil. A obra foi publicada pela Edipucrs.

ODONTOLOGIAA Academia Gaúcha de Odontologia

conta com dois novos membros. Os pro-fessores da Faculdade de OdontologiaHelena Willhelm de Oliveira e Telmo Ber-thold tornaram-se integrantes da entida-de. Helena ocupa a cadeira que foi do ex-diretor da Faculdade, Raphael Loro, fale-cido em abril. Berthold ficou no lugar doacadêmico Admar Terra.

Foto: Rodrigo Ojeda

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ÉTICAA Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa do Ministério da Saúde indicou ocoordenador do comitê relativo à área naPUCRS, Délio Kipper, para delegado da 2ªConferência Nacional de Ciência, Tecnolo-gia e Inovação em Saúde, realizada emBrasília. A participação destacada do do-cente, aliada à sua representatividade napolítica de acompanhamento da ética napesquisa em seres humanos no Brasil, foium dos motivos que levaram à nomeação.

ENSINO DO DIREITODe 9 a 10 de setembro, a PUCRS se-

dia o 1º Congresso Estadual de Ensino doDireito no auditório do prédio 11. Entreos assuntos abordados estão políticas deensino superior, novas diretrizes curricu-lares, a formação do educador de direi-to, transdisciplinaridade e aprendizageme carreiras jurídicas. A promoção é da As-sociação Brasileira de Ensino do Direito eFaculdade de Direito. O público-alvo sãoestudantes, professores e pesquisadoresda área. Informações: [email protected] oupelo telefone (51)3320-3680.

STAND CALOUROSPara dar as boas-vindas aos novos

alunos, foi montado, no térreo do prédio11, um espaço que ofereceu videoquê,materiais para pintura, violão, oficinas deartes plásticas, brincadeiras, roda de chi-marrão e degustação de sucos e doces.Promovido pelo Centro de Pastoral, oStand Calouros caracteriza-se por ser lo-cal para a recepção e integração entre osnovos e antigos estudantes. Uma equipeda Pastoral ficou à disposição para escla-recer dúvidas, conversar e trocar experi-ências com os acadêmicos. Também fo-ram disponibilizadas informações sobre aPUCRS, Porto Alegre e o Rio Grande doSul. O Stand mostrou como aproveitar asdiversas opções da Universidade. Tambémhouve a distribuição, pela Pró-Reitoria deAssuntos Comunitários, do Kit Calouro,composto por agenda e camiseta da Uni-versidade. O Campus Zona Norte (CZN)também realizou a atividade. No final daprogramação o Centro de Pastoral sor-teou brindes para os calouros.

GETÚLIO VARGASAs Facul-

dades de Co-municação Soci-al e Filosofia eCiências Huma-nas promove-ram, em agos-to, o eventoGetúlio Vargas:da Vida para aHistória (1954-2004). Entre ostemas aborda-dos estiveramVargas: a arte

do esquecimento, A guerra e a narrativade imigrantes italianos e descendentes,Vargas nas ondas do rádio, A memóriae os depoimentos de 50 anos sem Getú-lio, Vargas e o Rio Grande do Sul e Var-gas e o populismo. Na ocasião, o profes-sor da Faculdade de Comunicação Soci-al, Juremir Machado, lançou o livro Ge-túlio sobre a vida do ditador.

ENADEJussara Mendes, diretora da Faculda-

de de Serviço Social, participará da Comis-são Assessora de Avaliação da FormaçãoGeral no Exame Nacional de Desempe-nho dos Estudantes (Enade), do Ministé-rio da Educação. Propor diretrizes, obje-tivos e outras especificações necessáriasà elaboração do componente comum aoscursos de graduação está entre as atribui-ções da comissão. Uma das finalidades éaveriguar os conhecimentos e competên-cias consideradas essenciais na formaçãodos estudantes de nível superior.

ORTODONTIASusana Rizatto e Eduardo de Lima,

docentes da Faculdade de Odontologia,conquistaram a certificação do Board Bra-sileiro de Ortodontia, exame da Associa-ção Brasileira de Ortodontia e OrtopediaFacial. Participaram da seleção os profes-sores da PUCRS e 15 candidatos do Bra-sil. Os profissionais foram submetidos auma avaliação de diagnóstico e planeja-mento ortodôntico e apresentação de dezcasos clínicos em diferentes categorias.

PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 41

Foto: Fundação Getúlio VargasFARMÁCIA

Os professores Sergio Lamb e JoséFunck, da Faculdade de Farmácia, foramindicados pela Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa) para integrar aComissão de Âmbito Nacional. A missãoserá atualizar as resoluções instituídas aoatendimento de boas práticas de Manipu-lação de Medicamentos no contingentede Farmácias de Manipulação.

MÉRITO EM BIOLOGIAO diretor do Museu de Ciências e

Tecnologia da PUCRS, Jeter Jorge Berto-letti, foi agraciado com o prêmio Méritoem Biologia, na categoria Trajetória Pro-fissional, pelo Conselho Regional de Bio-logia da 3ª Região (PR, SC e RS). O tro-féu foi entregue em solenidade integra-da ao Dia do Biólogo, no Santander Cul-tural, em Porto Alegre.

ELETROELETRÔNICA

A PUCRS ocupa lugar de destaqueno recém-lançado catálogo da Rohde &Schwarz, empresa de equipamentos ele-trônicos para telecomunicações e desta-que mundial na área, com sede em Mu-nique (Alemanha). Egon Seitz, diretor doLaboratório Especializado em Eletroeletrô-nica, Calibração e Ensaios (Labelo), des-tacou a qualidade dos serviços resultan-tes da parceria entre a Universidade e acompanhia há mais de 30 anos. Em 1968a PUCRS adquiriu da Rohde & Schwarz osprimeiros instrumentos para aulas práti-cas do curso de Engenharia Eletrônica.Desde então, a parceria também se fazpela presença de técnicos da instituiçãoem estágios no Laboratório de Calibraçãoda empresa.

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200442

Sinopse

HISTÓRIA DALITERATURA

Maria Eunice Moreira e Maria daGlória Bordini, professoras do Programade Pós-Graduação em Letras, foram elei-tas para coordenar o Grupo de Traba-lho de História da Literatura de 2004 a2006. As docentes foram escolhidas du-rante o 20º Encontro Nacional da Asso-ciação Nacional de Pós-Graduação e Pes-quisa em Lingüística (Anpoll), em Ma-ceió.

GESTÃO EM ENERGIAA Faculdade de Engenharia inaugu-

rou as novas instalações do Grupo de Pes-quisa de Gestão em Energia. O ambien-te contará com 32 postos de trabalho in-formatizados, duas salas de reunião eduas redes de comunicação via internet,instaladas na sala 273 do prédio da Fa-culdade no Campus Central. Um dos ob-jetivos é propiciar para professores, pes-quisadores, alunos de graduação e depós-graduação trabalhar em projetos depesquisa e desenvolvimento tecnológico,com ênfase em eficiência energética, ges-tão municipal e planejamento integradode recursos energéticos.

POBREZAA professora da Faculdade de Servi-

ço Social e diretora do Laboratório Inter-nacional de Estudos Sociais na Universi-dade, Leonia Capaverde Bulla, ministroua palestra Exclusão social em moradoresde rua. Estratégias de resistência e redesde inclusão no Seminário Internacionalsobre a Pobreza na América Latina, emAntigua (Guatemala). As circunstânciashistóricas de implantação dos projetos deinvestigação e sua evolução ao longo dosanos, assim como a metodologia desen-volvida, os principais resultados e os im-pactos das atividades sociais e de com-bate à pobreza nas sociedades foram as-suntos debatidos por investigadores so-ciais da América Latina. A promoção foida Federação Internacional das Universi-dades Católicas, em cooperação com oInstituto de Investigações Econômicas eSociais da Universidade Rafael Landivar,da Guatemala.

TERCEIRAIDADE

Avaliar e debater aspectos psicos-sociais e educativos do cotidiano, valori-zando o potencial de desenvolvimentode pessoas acima dos 60 anos é umdos objetivos do ciclo de palestras As-pectos Sociais e Educativos para o Gru-po da 3ª Idade, promoção das Faculda-des de Psicologia, Educação, da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e doInstituto de Geriatria e Gerontologia. Asatividades são realizadas às quintas-fei-ras, das 15h às 17h, no prédio 40 doCampus Central. Em setembro, um dosassuntos abordados será as DiferençasTransgeneracionais: papéis e configura-ções familiares. Para outubro o desta-que estará na palestra Saúde e espiritua-lidade, com Luciana Marques. As inscri-ções são gratuitas. Informações: (51)3320-3500, ramal 4701.

FESTIVALDE TALENTOS

A 8ª edição do Festival de Talentosda PUCRS, promovido pela Pró-Reitoriade Assuntos Comunitários, está de caranova. Além da apresentação de músi-cos, os interessados podem inscrever-separa serem apresentadores do evento,por meio da gravação de uma fita VHSdefinida pelo regulamento. Outra novi-dade é a mostra de pinturas e escultu-ras no concurso de artes plásticas. Asobras ficarão expostas, durante o festi-val, no foyer do teatro do prédio 40. Oevento ocorre de 14 a 16 de setembro,no teatro do prédio 40. Informações:www.pucrs.br/prac/festivaldetalentos e3320-3508.

POSTURA

A Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto oferece, gratuita-mente, exercícios de mobilização articu-lar, alongamentos e atividades que vi-sam à melhora da postura corporal. Aatividade é indicada para pessoas acimade 30 anos, portadores ou não de desvi-os posturais ou problemas de coluna. Osexercícios são realizados nas terças e quin-tas-feiras, às 14h e às 15h. Inscrições nasecretaria da Faculdade de Educação Fí-sica e Ciências do Desporto (6º andar doprédio 80, no Campus Central). Informa-ções com a professora Sônia Gomes([email protected]) e (51) 3320-3683.

FUTSALO 19º Campeonato de Futebol de

Salão (Cafusa) – torneio entre professo-res, funcionários e comunidade acadêmi-ca – foi denominado de Copa professorRaphael Loro, em homenagem ao ex-di-retor da Faculdade de Odontologia, fale-cido em abril. A decisão foi da Associa-ção dos Funcionários da PUCRS. A com-petição ocorreu no Prédio Poliesportivo.A equipe RH e Cia (Recursos Humanos)sagrou-se campeã, com o placar de 5x1,sobre a Todeschini Cópias. Em terceiro lu-gar ficou a ROHR (Divisão de Obras). Par-ticiparam dez equipes.

COMUNICAÇÃOO professor e pesquisador Francisco

Menezes Martins, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, foinomeado editor executivo da Revista E-Compós, publicação oficial da AssociaçãoNacional dos Programas em Pós-Gradua-ção em Comunicação. A entidade englo-ba 21 programas de todo o Brasil.

Foto: Arquivo PUCRS/2003

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 43

GINÁSTICA RÍTMICAEm outubro, a PUCRS sediará, com

o apoio da Faculdade de Educação Físicae Ciências do Desporto, a 6ª Copa Esco-lar de Ginástica Rítmica. A organização éda família Brandão, composta por quatroex-ginastas, sendo uma delas NadineBrandão, coordenadora do evento e pro-fessora da Faculdade. Massificar o espor-te e proporcionar a valorização das futu-ras atletas por meio de medalhas estáentre os objetivos. Para este ano espera-se a presença de mais de 400 crianças deescolas. O evento é o único que reúnecolégios e clubes de iniciação. Informa-ções com Nadine, pelo telefone (51)9918-0215.

MERCADOSCOMPETITIVOS

A Universidade sediou, em agosto,o 6º Fórum Universidade-Empresa, reali-zado pela Fundação Ir. José Otão (Fijo),em parceria com o Instituto de EstudosEmpresariais (IEE). O tema desta ediçãofoi O que todos deveriam saber sobremercados competitivos. No evento, hou-ve a palestra do diretor de Assuntos Cor-porativos da Nestlé, Carlos Faccina; dosócio-diretor da Paim Comunicação, CésarPaim; e do diretor superintendente deNovos Negócios da Empresa Petróleo Ipi-ranga, Valter Luiz Guimarães.

PARQUESTECNOLÓGICOS

A 2ª edição do Workshop de Par-ques Tecnológicos, realizado no Santan-der Cultural, abordou questões de com-petitividade, gestão e desenvolvimentona área. Entre os convidados para oevento estiveram autoridades nacionaise internacionais no assunto, como Ro-ger Pouling, do Parque Tecnológico doQuebec; Nadine Marchandé, da França;e o diretor da Agência de Gestão Tec-nológica da PUCRS, Jorge Audy. O Pró-Reitor de Extensão da Universidade, Pau-lo Franco, falou sobre A Universidade eo empreendedorismo. O workshop foirealizado pela PUCRS e Porto AlegreTecnópole em parceria com outras enti-dades.

EPILEPSIAA professora da Faculdade de Medi-

cina Magda Lahorgue Nunes participou,como convidada, do curso Epilepsia nainfância – aspectos clínicos, neurobioló-gicos e terapêuticos, realizado na Univer-sidade Internacional de Veneza–San Ser-volo. A organização foi da Comissão dePediatria da International League AgainstEpilepsy e contou com docentes dos cin-co continentes. A professora da PUCRSfoi a única representante do Brasil. Elapreside a Liga Brasileira de Epilepsia nagestão 2004-2006.

OLÍMPICOO professor da Faculdade de Educa-

ção Física e Ciências do Desporto e inte-grante da Academia Olímpica Brasileira,Roberto Mesquita, relatará suas experiên-cias nos Jogos Olímpicos de Sydney, em2000, para contribuir na organização doprimeiro Acampamento Olímpico dos Jo-gos Pan-Americanos de 2007, no Rio deJaneiro. Entre os objetivos da iniciativa doComitê Olímpico Brasileiro está a de reu-nir representantes de países participantesdos Jogos num evento que promova aeducação por meio do esporte e da cul-tura.

CONCURSOLITERÁRIO

Garimpar nas Faculdades talentosque possam vir a tornar-se futuros escri-tores é um dos objetivos do 4º ConcursoLiterário Universitário, lançado pela Aca-demia Rio-Grandense de Letras e CIEE. Otema desta edição é Entrando no século21. Os textos devem ter de uma a trêslaudas e estar no formato de crônica. Asinscrições vão até 30 de setembro e sãogratuitas. Os três melhores colocados se-rão premiados com R$ 5 mil (1º lugar),R$ 3 mil (2º lugar) e R$ 2 mil (3º lugar).Informações: (51) 3284-7000.

DIREITO MUNICIPALO Instituto Brasileiro de Direito Mu-

nicipal agraciou o professor Juarez Freitas,coordenador do Programa de Pós-Gradua-ção em Direito, com a medalha GeraldoAtaliba, a mais elevada distinção na área.

PRÊMIO JABUTIA Câmara Brasileira do Livro contem-

plou a obra A margem imóvel do rio(L&PM), do professor da Faculdade deLetras, Luiz Antônio de Assis Brasil, coma segunda colocação na categoria Ro-mance do Prêmio Jabuti.

EDUCAÇÃO

A coordenadora do Departamentode Métodos e Técnicas de Ensino, DarliCollares, da Faculdade de Educação, lan-çou o livro Epistemologia genética e pes-quisa docente: estudo das acções no con-texto escola, editada pela Horizontes Pe-dagógicos, de Portugal. A obra retrata oestudo das ações no contexto dos colé-gios, tendo como suporte técnico a Epis-temologia Genética, considerada relevan-te na transformação do fazer escolar. Otrabalho, que tem o selo do Instituto Pi-aget, buscou construir o significado doque é ser professora construtivista.

CIÊNCIA ETECNOLOGIA

O professor Eduardo Giugliani, dire-tor da Faculdade de Engenharia, integraa mesa diretora do Conselho Municipalde Ciência & Tecnologia (Comcet) de Por-to Alegre, como 2º vice-presidente, parao período 2004/2006. O diretor-superin-tendente da Softsul, José Antonio Anto-nioni, foi eleito presidente do Comcet. Aempresa tem sua sede instalada no Tec-nopuc.

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200444

Perfil

Yukio Moriguchi:vida marcada pela fé

por ANA PAULA ACAUAN

ukio Moriguchi, fundador e di-retor do Instituto de Geriatriae Gerontologia (IGG) daPUCRS, tem a vida marcadapela fé e prática dos manda-

mentos de Deus. Aos 78 anos, 33 no Bra-sil, é autoridade no ensino e na assistên-cia aos idosos. As lições a futuros espe-cialistas e pacientes são seguidas na suarotina. “Ensino e indico somente o queposso fazer e faço.” Há 26 anos, aos sá-bados à tarde, atende gratuitamente ido-sos carentes numa sala na garagem daIgreja Nossa Senhora da Paz.

A família de Moriguchi é a mais an-tiga católica do Japão e sofreu 250 anosde perseguição, até o século 19. Seguea religião desde 1549, com a chegada domissionário espanhol Francisco Xavier aopaís. Sem igrejas, sacerdotes ou cartilhas,os pais batizavam os filhos e os valorescristãos eram transmitidos de geração ageração. Moriguchi admira os que man-tiveram sua devoção mesmo sob o riscode morte. Conservou o hábito de instruiros filhos na religião e reza em família.Com satisfação observa a tradição sendoseguida com os nove netos.

O geriatra nasceu em Tóquio. Desdepequeno, a mãe, professora, preocupou-se com o aspecto espiritual na sua forma-ção. Também ensinou inglês e francês aMoriguchi. O pai era dentista. Como na-quela época muitos pereceram devido adoenças infecciosas, cursou Medicina.Graduou-se em 1948 pela Universidadede Keio, a mesma em que fez o Doutora-do em Geriatria de 1953 a 1957. Na Se-gunda Guerra Mundial, foi soldado e pre-senciou a morte de colegas e amigos.

Moriguchi conheceu o Brasil em1955 durante as férias, quando freqüen-tava um pós-graduação em Milão. Encon-trou-se com o futuro sogro, o médico queatendia a colônias japonesas em São Pau-lo. Ele sugeriu que a filha Lia, bióloga,guiasse Moriguchi na visita. Um ano de-pois Lia foi casar-se com ele no Japão.

Porém, ela não passaria muito tem-po fora do Brasil. Moriguchi recebeu oconvite do então Reitor da PUCRS, Ir. JoséOtão, por meio do diretor da Faculdadede Medicina na época, João Satt, parafundar, em 1971, a primeira disciplina deGeriatria da América Latina. O IGG surgiuem 1973 a partir de um protocolo firma-do entre os governos do Brasil e do Ja-pão. O geriatra adaptou-se bem ao Brasil.Fala oito idiomas, mas afirma ter dificulda-de para escrever em português e enten-der as gírias. Conta com as secretáriaspara ajudá-lo na elaboração dos materiaisde aula. Quando chegou fez o Curso dePortuguês para Estrangeiros da PUCRScom a duração de 36 horas e começou alecionar. Comunica-se apenas em japonêscom a família. Os netos pequenos enten-dem o avô, mas respondem sempre emportuguês. O mais velho, de 18 anos, es-tuda Relações Públicas na PUCRS.

O primogênito Emílio seguiu os pas-sos do pai e é doutor em Geriatria pelaUniversidade de Tokai (Japão). Leciona naPUCRS, assim como a irmã, Cristina, pro-fessora da Faculdade de Farmácia. Outrofilho de Moriguchi atua como empresá-rio em Curitiba e o quarto é gerente-ge-ral de uma empresa nos EUA.

O professor levanta-se às 4h30minpara estudar. No café da manhã, alimen-ta-se de comida japonesa e depois vema pé para a PUCRS, saindo de sua resi-dência no bairro Três Figueiras. Reza qua-tro mistérios (cada um dos 15 grupos dedez ave-marias e um padre-nosso de quese compõe um rosário) durante os 3kmde caminhada que cumpre em 45 minu-tos. Ao chegar à PUCRS, passa na Cape-la São Lucas. Dedica a manhã às aulasna pós-graduação e às atividades comodiretor do IGG. Em três tardes na sema-na atende os pacientes no consultório.As outras duas fica em casa estudando.Dorme às 21h, após assistir ao noticiá-rio. Sábados à noite e domingos de ma-nhã vai à missa.

De uma a duas vezes ao ano viajaao Japão, para atualizar-se. O país natal,com a expectativa média de vida de 81,5anos, a mais alta do mundo, muito ensi-na aos geriatras. Mas em congressos in-ternacionais Moriguchi também tem oque expor. Relata a atuação nas 22 colô-nias japonesas do RS e SC, onde consta-tou, ao longo de 30 anos, que as doen-ças geriátricas são causadas principalmen-te por um estilo de vida não-saudável. Foinomeado em 1987, pela OMS, o princi-pal investigador brasileiro no campo dapesquisa sobre prevenção primária de do-enças cardiovasculares. Entre várias distin-ções em reconheci-mento ao seu tra-balho, recebeuem 1992, do Mi-nistério de Saúdee Bem-Estar doJapão, a Comen-da de ServiçoMédico Huma-nitário. Desde2001 é afilia-do ao Insti-tuto dos Ir-mãos Ma-ristas.

Professor vem a pé até a PUCRS

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 4545

Eu Estudei na PUCRS

Geraldo Flach: paixãona ponta dos dedos

á 59 anos, nasceu em PortoAlegre aquele que seria consi-derado por Mário Quintana,anos mais tarde, o poeta damúsica. Geraldo Flach, pianista,

tecladista, arranjador e compositor, estu-dou piano dos cinco aos 20 anos, por in-fluência da mãe e do padrinho que toca-vam o instrumento. “Tive uma educaçãogermânica, em que devia estudar, praticaresporte, conhecer outra língua e fazer al-guma atividade artística. Tinha um pianoem casa e começar a tocá-lo aconteceude forma natural”, lembra o músico, queaos 14 anos já era profissional e atuavaem bailes. Na década de 60 teve progra-mas semanais de televisão na TV Piratini ena Rádio Difusora.

Em 1966 ingressou no curso de En-genharia Eletrônica da PUCRS. “Na épocaera um curso novo, atraente. Estudava demanhã e à noite e trabalhava à tarde. Oconteúdo era dífícil, pesado, mas a turmauniu-se para estudar junto. Até hoje nosreunimos”, revela. “Lembro que na minhaépoca a PUCRS contava com poucos pré-dios, uns três, eu acho. Agora vejo aquelacidade em que o Campus se transformou,dá saudade. Minha filha Bethânia formou-se em Direito lá e minha filha Cíntia vai seformar em Jornalismo”, comenta o artista.

Geraldo também recorda como con-seguiu ser o único dos calouros de suaturma a não ter o ca-belo cortado pela co-missão de recepçãoaos “bixos”. “Conver-sei com eles, disseque era músico, queme apresentava e queficaria horrível careca.‘Façam o que quise-rem comigo, mas nãocortem os meus cabe-los!’, pedi. Eles se reu-niram e decidiram meperdoar dessa partedo trote”, conta.

Na tradicional “Parada do Bixos”, ojovem calouro protestou contra a surraque estudantes mineiros haviam levadoda polícia dias antes, carregando um car-taz com os dizeres: “Se galo fosse flor,cabeça de mineiro era jardim”. “A censu-ra era muito burra na época, aliás, elasempre é burra. Tive problemas com al-gumas letras que compus, mas nada mui-to sério”, diz Geraldo.

Depois que se formou, em 1971,trabalhou durante 11 anos na Compa-nhia Rio-Grandense de Telecomunicações(CRT). “Parei de tocar por um tempo,mas depois a música falou mais alto e

resolvi me dedicar sóa ela”, comenta. Ge-raldo Flach tem emsua discografia oito ál-buns. Este ano lança-rá um CD solo, intitu-lado Meu Piano e estápreparando outro.

Compôs, além detrilhas para especiaisde televisão e de ci-nema — como para ocurta metragem Ilhadas Flores, de JorgeFurtado —, músicas in-

terpretadas por artistas como Elis Reginae Emílio Santiago. Tocou na companhiade Nana Caymmi, Ivan Lins, Luiz CarlosBorges, Renato Borghetti, entre outrosgrandes nomes da música nacional. Par-ticipou de festivais nas décadas de 60,70 e 80 e ganhou prêmios importantes,como o Prêmio Açoriano de Melhor Ins-trumentista, em 1995, e Melhor Arranja-dor em 1992 e 1999.

Além das apresentações e composi-ções, Geraldo também trabalha na PlugProduções Fonográficas, da qual é sóciohá 28 anos. “Estou acostumado a traba-lhar sob pressão. Meu maior defeito é apreguiça, por isso quanto menos tempotenho, melhor produzo”, confessa.

Outra paixão do artista, além damúsica, é o esporte, principalmente ofutebol. Durante muito tempo jogoucomo goleiro de futebol de salão, mas

Como aluno, faz protesto

O pianista é engenheiro

teve de parar pois estava sempre machu-cando os dedos, o que atrapalhava seutrabalho. “Na minha época não tinha essamoleza de luvas”, conta rindo.

Para este ano, estão previstas vá-rias apresentações com seu trio — pia-no, baixo e bateria — e também a pos-sibilidade de gravar um DVD. “Gosto detudo, principalmente MPB, jazz e músi-ca instrumental, mas com o tempo fi-quei mais seletivo. A música é tudo pramim, uma paixão, é o que me faz con-tinuar”, admite.

Na formatura, em 1971Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 200446

Ação Comunitária por MARIANA VICILI – enviada a Gramado

A solidariedadesem fronteiras

studantes da PUCRS e jovenscanadenses estão descobrindoque também se pode aprenderfora da sala de aula, ajudandooutras pessoas e conhecendo

novas culturas. Um grupo de nove brasilei-ros e nove canadenses, entre 18 e 25 anos,participa, desde julho, do Projeto Rondon,em parceria com a organização não-gover-namental Jeunesse Canada Monde.

Até o final de setembro, os alunos fi-carão na cidade de Gramado, na regiãoda Serra, desenvolvendo projetos sociaiscom a comunidade. Os jovens são hospe-dados em duplas em casas de família etrabalham com um parceiro diferente du-rante o dia. Às quartas-feiras reúnem-sena casa das supervisoras para as chama-das jornadas educativas, em que discu-tem suas experiências e assuntos de inte-resse geral, como segurança, educação edrogas. Para superar a barreira da língua,os brasileiros também ensinam portuguêsaos canadenses que, por sua vez, ensi-nam francês aos estudantes da PUCRS.

Entre os projetos realizados está oauxílio à Associação de Pais e Amigos dosExcepcionais (Apae), onde atuam a alunade Relações Públicas Gisele Brasil, 21anos, e a canadense Robyn Lee Barry, 18anos, interagindo com os estudantes daApae em atividades esportivas e profissio-nalizantes. Gisele diz que a experiência aajuda a ter mais paciência e disciplina. “Oretorno que temos aqui não é imediato,mas podemos notar num abraço, numsorriso, o quanto o nosso trabalho estásendo reconhecido”, revela emocionada.Sua companheira Robyn, que recém ter-minou o Ensino Médio e ainda não sabequal carreira seguir, acha que a viagem aoBrasil pode servir de inspiração.

O frio de Gramado, apesar de surpre-ender os estrangeiros, não desanima aequipe. Todos os dias, Vanessa Meira eAlvaro Gauto sobem a pé o Morro do Ca-brito para ajudar na programação da Rá-dio Comunitária 106.1. Para Alvaro, 18anos, conhecer novas culturas não é novi-dade. Nascido no Paraguai, mora há qua-tro anos no Canadá e já fez trabalhos vo-luntários no Senegal. “Esta viagem serviupara eu romper muitos estereótipos e aimagem que eu tinha do Brasil. No come-ço é difícil se acostumar à nova realidade,mas as dificuldades fazem parte”, observa.

Vanessa, 20 anos, estudante de Jor-nalismo, classifica o projeto como umgrande aprendizado. “Sempre tive von-tade de ajudar a comunidade de algumamaneira, e agora estou conseguindo pôrisso em prática. Gosto de participar daloucura que é essa rádio”, conta a estu-dante. Os dois também estão trabalhan-do com um grupo de apoio sociofamiliare no jornal da prefeitura.

Cristiane Freitas e Julia Laforge tra-balham no posto de saúde do centro dacidade. “Enquanto as pessoas esperamatendimento, passamos informações so-bre saúde e conversamos com elas, oque torna o momento de espera maisútil. Esses trabalhos com psicologia soci-

al são os que mais aprecio”, conta Cristia-ne, 22 anos, acadêmica de Psicologia.Julia, 19 anos, faz atividades voluntáriaspela primeira vez. “Tem sido muito inte-ressante, estou aprendendo como os bra-sileiros cuidam dos brasileiros”, observa.

Além desses projetos, os jovens tam-bém trabalham com agroturismo na cida-de, auxílio a idosos e deficientes físicos,oficinas de teatro, computação e inglêspara crianças carentes e com recreação eatividades esportivas numa creche muni-cipal, onde está o estudante de EducaçãoFísica Rafael Besouchet, 21 anos. “Preten-do trabalhar com crianças quando me for-mar e essa tem sido uma boa experiên-cia, além de estar convivendo com os ca-nadenses e conhecendo a cultura deles.O grupo está bem unido”, conta.

Alvaro e Vanessa na rádio

Projeto realizado junto à Apae

Rafael cuida de criançasO coordenador do Programa de

Ações Comunitárias de Extensão da Uni-versidade, professor Edgar Erdmann, lem-bra que os jovens e as famílias brasileirascriam vínculos fortes ao fim do programa.“É sempre difícil depois tirá-los das famí-lias, se apegam muito. Além disso os fami-liares também se beneficiam pela convi-vência com os estrangeiros, pois apren-dem ou treinam sua língua”. De setembroa dezembro os participantes farão ativida-des semelhantes na cidade de Buckingham,província de Quebec, no Canadá.

Cristiane e Júlia em ação

Fotos: Gilson Oliveira

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PUCRS Informação em Revista nº 121 - Setembro/Outubro 2004 47

Opinião

A UNITV e os rumos datelevisão universitária

a passagem do sexto aniversá-rio da UNITV, neste mês desetembro, algumas lembrançassobre a emissora estimulambreves reflexões acerca de ru-

mos e desafios da Televisão Universitáriaem nosso País.

A UNITV nasceu com a marca deuma iniciativa inovadora ao acolher,como associadas, instituições de ensinosuperior (IES) e não apenas universida-des, como o estabelecido no textolegal. Veículo sem finalidades comerci-ais ou lucrativas, com receita básicaproveniente do pagamento de mensali-dades pelas entidades participantes, suaarrecadação escassa sempre exigiu mui-ta criatividade para manter, com pou-cos recursos, uma programação de in-teresse para o telespectador. Registre-se, por justiça, o apoio recebido daReitoria da PUCRS que colocou à dis-posição do Canal, sem quaisquer ônus,os estúdios e os equipamentos da cen-tral geradora, além do suporte técnicoe operacional necessário. O incentivo aintercâmbios foi outra medida adotadapara complementar e diversificar a pro-gramação produzida. Importante, tam-bém, a utilização da Internet para trans-missões em tempo real, possibilitandosuperar a limitação de abrangência daTV a cabo.

A experiência da UNITV, indiscuti-velmente, tem sido muito rica. Mas,não se pode esquecer, ela está inseridaem contexto mais amplo, onde os ca-nais universitários brasileiros procuramcaminhos para vencer inúmeros obstá-culos. Questões envolvendo dificulda-des editoriais, técnicas, administrativase financeiras, entre outras, precisam seravaliadas em conjunto e progressiva-mente superadas dentro da realidadede cada instituição.

Oportuna é a atividade da Associa-ção Brasileira de Televisão Universitária(ABTU). Promovendo a discussão de pro-

“ Valorizara competência,

assegurandotrabalhos de

alta qualidadeeditorial etécnica, é

diferencial aperseguir comobstinação. ”CARLOS ALBERTO

CARVALHOCoordenador de ComunicaçãoSocial da PUCRS, Presidente

do Conselho Gestor da UNITVe Diretor de Comunicação

Social da ABTU

blemas comuns e a troca de experiên-cias, empenha-se pela implantação, emcurto prazo, da Rede de Intercâmbio deTelevisão Universitária (RITU), que criarácondições para dar alcance nacional àsprogramações regionais, com custos ope-racionais mais baixos e acréscimos dequalidade ao produto final.

Dentro desse cenário a TelevisãoUniversitária busca consolidar-se comoum modelo viável e uma alternativa pro-veitosa. Programas que enfatizem a in-formação, a cultura, a ciência, a educa-ção e o sadio entretenimento, criterio-samente definidos em função do públi-co-alvo, reafirmam o compromisso soci-al de promover a aproximação entre aprodução acadêmica e os anseios co-munitários.

Valorizar a competência, asseguran-do trabalhos de alta qualidade editoriale técnica, é diferencial a perseguir comobstinação. Uma emissora unicamente la-boratorial, que vise à estrita finalidadeda capacitação discente, faz parte deuma fase já ultrapassada. Hoje, alunos,professores e funcionários devem partici-par integrados em projetos de produçãoque tenham finalização profissional, comconteúdo adequado à forma, contribuin-do também para a pesquisa e a experi-mentação de novas linguagens e forma-tos em televisão.

A redução de despesas fixas e a pre-ferência por custos variáveis, cobertos porparcerias, constituem-se em procedimen-to administrativo indispensável. Mas nãosomente isso. A adesão de apoiadoresculturais é fundamental. Não se trata sim-plesmente de pedir ajuda, mas de con-quistar parceiros convictos do valor doproduto oferecido à comunidade e dosbenefícios que terão em ligar seu nomeao empreendimento.

Estes são apenas alguns dos muitosaspectos que merecem atenção. Soluçõesresponsáveis e inteligentes representampassos importantes para o sucesso da

Televisão Universitária, segmento que,embora recente, procura estabelecer-secomo uma opção consistente no panora-ma audiovisual brasileiro.

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