52
1 PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 14 DE ABRIL DE 2015. (De acordo com o registrado no painel eletrônico, à hora regimental, para ensejar o início da sessão, comparecem os Senhores Deputados Bruno Lamas, Doutor Hércules, Enivaldo dos Anjos, Euclério Sampaio, Marcelo Santos, Padre Honório, Rodrigo Coelho e Sergio Majeski) O SR. PRESIDENTE (BRUNO LAMAS - PSB) Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a sessão. (A convite do Presidente, assume a 2.ª Secretaria o Senhor Deputado Padre Honório) O SR. PRESIDENTE (BRUNO LAMAS PSB) Convido o Senhor Deputado Padre Honório a proceder à leitura de um versículo da Bíblia. (O Senhor Deputado Padre Honório lê Provérbios, 22:06 ) O SR. PRESIDENTE (BRUNO LAMAS PSB) Convido o Senhor 2.º Secretário a proceder à leitura da ata da vigésima quarta sessão ordinária, realizada em 08 de abril de 2015. (Pausa) (O Senhor 2.º Secretário procede à leitura da ata) (Comparece o Senhor Deputado Da Vitória) O SR. PRESIDENTE (BRUNO LAMAS PSB) Aprovada a ata como lida. (Pausa) Registramos, com satisfação, a presença, nas galerias desta Casa, de vinte e sete alunos da Escola Senac, acompanhados da professora Larissa Gastmann e de servidores do projeto Escolas no Legislativo, da qual é Presidente o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Os visitantes vieram conhecer a Assembleia Legislativa do Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos. Convido o Senhor Deputado Padre Honório a ocupar a 1.ª Secretaria e a proceder à leitura do Expediente. (Pausa) O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA OFÍCIO N.º 53/2015 Vitória, 02 de março de 2015. Senhor Presidente: Através do presente comunico minha renúncia como membro efetivo da Comissão de Política Sobre Drogas, devido a conflito de horário com a Comissão de Agricultura, de Silvicultura, de Aquicultura e Pesca, de Abastecimento e de Reforma Agraria, a qual sou presidente. Esclareço que as tratativas junto ao Presidente da Comissão de Politicas Sobre Drogas, não lograram êxito no que se refere a alteração de horário das reuniões ordinárias da Comissão para que pudesse viabilizar nosso comparecimento e contribuição. Atenciosamente, JANETE DE SÁ Deputada Estadual Líder Do PMN Ao Ex. mo Sr. THEODORICO FERRAÇO Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo NESTA O SR. PRESIDENTE (BRUNO LAMAS PSB) Ciente. À Secretaria para providenciar a solicitação

PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

1

PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015

VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA

ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 14 DE ABRIL DE 2015.

(De acordo com o registrado no painel eletrônico, à hora regimental, para ensejar o início da sessão,

comparecem os Senhores Deputados Bruno Lamas, Doutor Hércules, Enivaldo dos Anjos, Euclério

Sampaio, Marcelo Santos, Padre Honório, Rodrigo Coelho e Sergio Majeski)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a

sessão.

(A convite do Presidente, assume a 2.ª Secretaria o Senhor Deputado Padre Honório)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Convido o Senhor Deputado Padre Honório a

proceder à leitura de um versículo da Bíblia.

(O Senhor Deputado Padre Honório lê Provérbios, 22:06 )

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Convido o Senhor 2.º Secretário a proceder à leitura

da ata da vigésima quarta sessão ordinária, realizada em 08 de abril de 2015. (Pausa)

(O Senhor 2.º Secretário procede à leitura da ata)

(Comparece o Senhor Deputado Da Vitória)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Aprovada a ata como lida. (Pausa)

Registramos, com satisfação, a presença, nas galerias desta Casa, de vinte e sete alunos da Escola Senac,

acompanhados da professora Larissa Gastmann e de servidores do projeto Escolas no Legislativo, da qual é

Presidente o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Os visitantes vieram conhecer a Assembleia Legislativa do

Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão.

Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos.

Convido o Senhor Deputado Padre Honório a ocupar a 1.ª Secretaria e a proceder à leitura do Expediente.

(Pausa)

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA DEPUTADA

OFÍCIO N.º 53/2015

Vitória, 02 de março de 2015.

Senhor Presidente:

Através do presente comunico minha renúncia como membro efetivo da Comissão de Política Sobre

Drogas, devido a conflito de horário com a Comissão de Agricultura, de Silvicultura, de Aquicultura e Pesca, de

Abastecimento e de Reforma Agraria, a qual sou presidente. Esclareço que as tratativas junto ao Presidente da

Comissão de Politicas Sobre Drogas, não lograram êxito no que se refere a alteração de horário das reuniões

ordinárias da Comissão para que pudesse viabilizar nosso comparecimento e contribuição.

Atenciosamente,

JANETE DE SÁ

Deputada Estadual – Líder Do PMN

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

NESTA

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Ciente. À Secretaria para providenciar a solicitação

Page 2: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

2

e arquivar o processo.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

OFÍCIO N.º 57/2015

Vitória, 08 de abril de 2015.

Senhor Presidente:

O deputado abaixo assinado, vem respeitosamente a V.Exª encaminhar em anexo declaração feito pelo

meu cardiologista que, em reavaliação, me torna apto a retornar as atividade parlamentar, mediante melhora no

quadro clinico

Atenciosamente,

GILSINHO LOPES

Deputado Estadual

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

NESTA

(Comparece o Senhor Deputado Edson Magalhães)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Ciente. Defiro. À Secretaria para providenciar novo

ato de licença.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS

OFÍCIO N.º 32/2015

Vitória, 27 de fevereiro de 2015.

Senhor Presidente:

Com fulcro no artigo 67, inciso XVI do Regimento Interno encaminhamos a Vossa Excelência o Relatório

das atividades desta Comissão, referente ao mês de FEVEREIRO de 2015.

Atenciosamente,

NUNES

Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

NESTA

(Comparecem os Senhores Deputados Doutor Rafael Favatto e Erick Musso)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Ciente. Arquive-se.

Page 3: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

3

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

OFÍCIO N.º 56/2015

Vitória, 07 de abril de 2015.

Senhor Presidente:

Com base no artigo 269 do Regimento Interno, indico o Sr. CARLOS HUMBERTO OLIVEIRA,

representando o Instituto Portas Abertas, para explanar sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, em 04 de

maio de 2015, na fase de Tribuna Popular.

Atenciosamente,

DOUTOR RAFAEL FAVATTO

Deputado Estadual

PEN 51-ES

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

NESTA

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Defiro.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

OFÍCIO N.º 39/2015

Vitória, 07 de abril de 2015.

Senhor Presidente:

Com fulcro no artigo 67, inciso XVI do Regimento Interno encaminhamos a Vossa Excelência o Relatório

das atividades desta Comissão, referente ao mês de Março de 2015.

Atenciosamente,

GILSINHO LOPES

Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

NESTA

(Comparecem os Senhores Deputados Amaro Neto, Dary Pagung e Sandro Locutor)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Ciente. Arquive-se.

Continua a leitura do Expediente.

Page 4: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

4

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

EMENDA MODIFICATIVA N.º 24/2015 AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.º 04/2015

Dá nova redação ao parágrafo 2º do artigo 5º do PLC 004/2015.

Art. 1º - O parágrafo 2º do artigo 5º do Projeto de Lei Complementar 004/2015, passa a vigorar com a

seguinte redação:

“Art. 5º Nas Escolas Estaduais de Ensino Médio em Turno Único, o processo de ensino e de

aprendizagem promoverá a integração da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada

estabelecidas pelo Currículo Básico do Ensino Médio e sua articulação com ações curriculares, na

forma prevista no projeto pedagógico da unidade escolar.

(...)

§2º Será oferecido atendimento educacional especializado, de acordo com a Resolução CEE/ES

nº 2.152/2010, aos alunos com necessidades educacionais especiais matriculados nas Escolas

Estaduais de Ensino Médio em Turno Único em classes comuns e/ou especiais, após avaliação

realizada pelo professor do Atendimento Educacional Especializado - A.E.E que evidencie essa

necessidade.”

Vitória, 07 de abril de 2015.

SERGIO MAJESKI

Deputado Estadual - PSDB

JUSTIFICATIVA

A presente emenda altera a redação do Parágrafo 2º do Art. 5º do PLC 004/2015 destacando a oferta de

atendimento educacional especializado, de acordo com a Resolução CEE/ES nº 2.152/2010, que dispõe sobre a

Educação Especial no Sistema Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo.

Esta emenda também substitui a conjunção disjuntiva “ou” pelo termo “e/ou”, tendo em vista que aquele

remete a uma ideia excludente entre as classes comuns e as classes especiais. Ao contrário disso, espera-se que os

alunos com necessidade de atendimento educacional especializado possam estar inseridos em ambos os tipos de

classe devido à necessidade de inclusão para o seu melhor desenvolvimento.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Junte-se ao Projeto de Lei Complementar n.º

04/2015.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

EMENDA MODIFICATIVA N.º 25/2015 AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.º 004/2015

Dá nova redação ao inciso III do Artigo 2º do PLC 004/2015.

Art. 1º - O Inciso III do Artigo 2º do Projeto de Lei Complementar 004/2015, passa a vigorar com a

seguinte redação:

“Art. 2º São objetivos específicos do Programa de Escolas de Ensino Médio em Turno Único:

(...)

Page 5: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

5

III - prover as Escolas Estaduais em turno único de infraestrutura física, de equipamentos e de

recursos tecnológicos necessários à proficiência pedagógica, à eficiência da gestão, bem como à

inclusão escolar dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação.

(...)”

Vitória, 07 de abril de 2015.

SERGIO MAJESKI

Deputado Estadual - PSDB

JUSTIFICATIVA

A presente emenda altera a redação do Inciso III do Art. 2º do PLC 004/2015 destacando a necessidade de

infraestrutura física, equipamentos e recursos tecnológicos que possibilitem a adequada inclusão escolar dos alunos

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

Espera-se que a “Escola Viva”, enquanto novo modelo direcionado à melhoria da oferta e qualidade do

ensino médio na rede pública do Estado, seja também uma escola inclusiva, conforme a resolução CEE/ES nº

2.152/2010 que dispõe sobre a Educação Especial no Sistema Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Junte-se ao Projeto de Lei Complementar n.º

04/2015.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

PROJETO DE LEI N.º 145/2015

Determina que todas as unidades de serviços de radiologia, no âmbito do Estado do Espírito Santo,

disponibilizem aos pacientes, aventais de proteção radiológica, protetores de tireoide e óculos

plumbíferos com proteção frontal e lateral e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Art. 1º Fica determinado que todos os Hospitais e Clínicas no Estado do Espírito Santo, que realizem

exames de Raios-X, devam adquirir e disponibilizar a todos os pacientes aventais de proteção radiológica,

protetores de tireóide e óculos plumbíferos com proteção frontal e lateral.

Parágrafo único: Os equipamentos de proteção mencionados no “caput” devem ter as seguintes

características:

I - Avental de proteção radiológica, fabricado com borracha plumbífera flexível com equivalência a

0,50 mm de chumbo.

II - Proteção de tireoide, fabricada com borracha plumbífera, com equivalência equivalência a 0,50

mm de chumbo, com acabamento em debrum.

III - Óculos com lentes plumbíferas, com armação em acrílico e proteção frontal e lateral (180º) e

equivalência a 0,50 mm de chumbo.

Art. 2º O manto de proteção de que trata o artigo 1º deve ser fornecido, também, para realização de exame

de raio-X em mamografia, o qual servirá para proteger o pescoço, sobre a área da tireoide, que é uma das partes

mais atingidas e sensíveis à radiação.

Art. 3º Fica instituída a obrigatoriedade, no Estado do Espírito Santo, da fixação de avisos nos

estabelecimentos de serviços radiológicos, em local visível, informando que é um direito do paciente exigir a

proteção assegurada por esta lei,

Page 6: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

6

Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Domingos Martins, 30 de março de 2015.

ENIVALDO DOS ANJOS

Deputado Estadual

JUSTIFICATIVA

A internet é uma das ferramentas de comunicação mais revolucionárias criadas pela humanidade. Tanto

pode ser utilizada para o bem quanto para o mal.

E uma das informações que mais circularam nos últimos anos na rede mundial de computadores dá conta

de um possível efeito da radiação sobre a tireóide, durante os exames de mamografias, o que estaria contribuindo

para o aumento da incidência de câncer entre as mulheres.

O tema ganhou maior amplitude, inclusive na sociedade norte-americana, quando o Doutor em Medicina

Mehmet Oz, o famoso “Doutor Oz”, fez um programa no canal de tevê Fox Live estabelecendo a possível relação

da radiação com o aumento do câncer de tireoide.

Imediatamente, iniciou-se uma reação em cadeia da sociedade médica e o assunto ganhou tom de muita

polêmica.

A razão da incidência dessa radiação seria a omissão dos operadores de aparelhos de radiologia, tanto nos

exames de mamografia quanto nos exames de raio-X dentário, no uso de um protetor de tireoide, uma pequena

pestana, que pode ser levantada e encostada ao pescoço, cobrindo a glândula.

Doutor Oz foi taxativo quando disse que o câncer de tireoide é o de mais rápido avanço entre as mulheres e

disse que o não uso do protetor se deve a interesses econômicos, orientado pelos patrões, donos de hospitais e

clínicas, para reduzir custos.

Preocupado com essa informação, fui consultar uma médica amiga, pessoa que dedicou toda sua vida à

atividade de saúde pública com zelo e abnegação. Essa médica, especialista em saúde da mulher, disse-me que o

procedimento de não usar o protetor é comum nos serviços de radiologia, mas não estão relacionados com a

redução de custos, e sim com negligência.

De acordo com essa médica, o protetor de tireoide, assim como o capote de chumbo, não gastam, porque

têm um certo tempo de vida útil, usando ou não. Ou seja, estaria havendo descaso com a vida humana.

Pesquisei e verifiquei que o tema é cercado de controvérsias. Apesar do notório saber do Doutor Oz, houve

muitas reações negativas.

Diante da grande repercussão das palavras do Doutor Oz entre o público norte-americano, até mesmo

prestigioso jornal The New York Times entrou no tema para acalmar os ânimos.

No Brasil, houve também manifestações.

De acordo com a Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia, a ligação entre a

mamografia e o câncer na tireoide não tem base cientifica, e apontou estudos mostrando que o exame não expõe a

tireoide a doses consideradas nocivas.

Segundo a Comissão, na mamografia moderna há uma exposição insignificante para outros locais sensíveis

à radiação que não seja a mama.

O assunto poderia ser encerrado após a afirmação da Comissão Nacional de Mamografia do Colégio

Brasileiro de Radiologia. Mas a dúvida que permanece na cabeça de muitas mulheres é:

Por que ao se fazer qualquer exame de raios X, até mesmo de um dente, é preciso usar como proteção um

avental de chumbo e, para a mamografia pode-se expor o corpo à radiação?

O professor de Mamografia e Controle de Qualidade da Faculdade LS, Edmário Brandão Leite ,explica,

que não se usa avental de chumbo em todo exame de raios X:

“Em odontologia usa-se o protetor tiroidiano ou avental de chumbo pela proximidade dos órgãos e

pelo número de dentes existentes. Quanto à mamografia, o feixe de radiação é colimado de maneira

que só atinge a área de interesse, no caso, a mama”.

Entidades médicas dizem que o protetor pode até mesmo atrapalhar o exame de mamografia, mas o próprio

professor Edmário Brandão Leite diz que o protetor de tireoide, quando bem colocado, não atrapalha o exame, pois

o feixe primário de radiação é colimado e o tubo de raios X é instalado no equipamento de maneira que o feixe de

radiação passa paralelo a todo tecido da parede toráxica.

Sendo assim, a relação entre mamografia e câncer na tireoide pode ser considerada um mito, já que o

exame não interferiria diretamente na tireoide. Mas pode também não ser.

Intrigado, voltei à médica de referência e falei sobre minha intenção de trazer o tema a esta Casa e ela foi

textual: “Lógico que deve. Informação é sempre importante”.

Page 7: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

7

Diante da dúvida, é melhor proteger a saúde de nossas mulheres. E esta não é uma preocupação minha de

agora. Quando fui prefeito em Barra de São Francisco, de 1989 a 1992, um de nossos principais projetos foi a Casa

da Mulher, que cuidava da saúde da mulher em todos os estágios da vida, mas principalmente daquelas que seriam

ou são mães.

Diante disso, estou encaminhando uma indicação ao Secretário de Estado da Saúde para baixar uma Norma

exigindo a utilização do protetor de tireoide como procedimento padrão em todas as unidades de serviços de

radiologia, públicas ou privadas, do Espírito Santo, tanto nos exames de mamografia quanto de radiologia dentária.

Ao mesmo tempo, peço o apoio dos colegas para um Projeto de Lei que obrigue a fixação, em local visível

desses estabelecimentos, serviços radiológicos e consultórios dentários, de um aviso às pacientes para que exijam o

que lhes é de direito, ou seja, o uso do protetor de tireoide.

(Comparecem os Senhores Deputados Gildevan Fernandes, Eliana Dadalto, Gilsinho Lopes,

Marcos Bruno e Nunes)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se. Após o cumprimento do art. 120 do

Regimento Interno, às Comissões de Justiça, de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, de Saúde e de Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

PROJETO DE LEI N.º 146/2015

EMENTA: DISPÕE SOBRE A DISPENSA DO PAGAMENTO DE TAXAS E EMOLUMENTOS

E DEMAIS DESPESAS CARTORÁRIAS REFERENTES AO REGISTRO ESTATUTÁRIO E

SUAS ALTERAÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR.

Art. 1º - Fica o Conselho Escolar, órgão colegiado de representação da comunidade escolar sem fins

lucrativos, isento do pagamento de taxas, emolumentos e demais despesas cartorárias referentes ao seu registro

estatutário e suas alterações.

Art. 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Palácio Domingos Martins, 08 de abril de 2015.

SERGIO MAJESKI

Deputado Estadual - PSDB

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei tem por finalidade dispensar o conselho escolar, sem fins lucrativos, do

pagamento de taxas, emolumentos e demais despesas cartorárias referentes ao seu registro e suas alterações.

O conselho escolar é um dos órgãos colegiados de representação da comunidade escolar, previsto no

regimento comum das escolas da rede estadual de ensino do estado do espírito santo, que deverá ser instituído por

estatuto e regulamento próprio nos termos da legislação vigente e que tem natureza consultiva, deliberativa,

fiscalizadora e mobilizadora.

São atribuições do referido conselho, entre outras, elaborar, deliberar e fiscalizar o plano de aplicação das

verbas destinadas à unidade de ensino.

Uma vez estabelecidos, os conselhos recebem recursos do “Programa Estadual Dinheiro na Escola”

(PDDE), destinados exclusivamente para aquisições de materiais e bens e/ou contratações de serviços. Dessa

forma, os recursos recebidos devem ser utilizados estritamente ao previsto e cumprindo um rigoroso procedimento

para sua utilização, não podendo, por exemplo, ser utilizado para a criação e registro dos conselhos junto aos

cartórios de registro de pessoa jurídica.

Nesse sentido, permite a descentralização dos recursos financeiros fomentando a gestão democrática das

escolas.

Percebe-se a importante função do conselho escolar junto à administração das escolas, permitindo que a

comunidade escolar local tenha participação efetiva nas tomas de decisões e do efetivo acompanhamento da

destinação e aplicação das verbas destinadas à melhoria das escolas.

Page 8: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

8

Então, devem, para seu pleno funcionamento, serem constituídas na forma de pessoa jurídica de direito

privado, sem fins lucrativos. Para que isso aconteça se faz necessário seu registro nos Cartórios de Registro de

Pessoas Jurídicas competentes, bem como a manutenção de seus registros, como as atas de reuniões e suas

alterações de diretorias, documentos esses exigidos pelas instituições financeiras para sua efetiva movimentação.

Nesse sentido, a gratuidade dos emolumentos está prevista no artigo 586-A do Código de Normas da

Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Espírito Santo e na súmula 481 do STJ, porém devem ser solicitados

através de requerimento, dependendo de apreciação dos serviços extrajudiciais.

Concluindo, é dever do poder público, permitir que tais instituições sejam dispensadas dos pagamentos dos

emolumentos cartorários, através de lei, visto não terem dotação orçamentária permitindo tais gastos.

A fim de exemplificar, já temos aprovado nesta Casa, leis neste sentido, porém não abrangendo o referido

conselho escolar.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se. Após o cumprimento do art. 120 do

Regimento Interno, às Comissões de Justiça, de Defesa da Cidadania, de Defesa do Consumidor e do Contribuinte,

de Educação e de Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

PROJETO DE LEI N.º 147/2015

ACRESCENTA PARÁGRAFO NO ARTIGO 11 DA LEI Nº 7.000/2001.

Art. 1º. Acrescenta-se o § 8º, ao Art. 11, da Lei nº 7000, de 27 de Dezembro de 2001, passando a constar a

seguinte redação:

“Art. 11. (...)

(...)

§ 8º. Pelo prazo de 05 (cinco) anos, corresponderá à diferença positiva entre a entrada de

energia elétrica fornecida pela empresa distribuidora e a saída de energia elétrica com

destino à empresa distribuidora, na energia elétrica gerada por minigerador e microgerador,

cedida a rede de distribuição a título de empréstimo gratuito, conforme o sistema de

compensação de que trata a Resolução Normativa nº 482/2012 da ANEEL.”

Art. 2º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Vitória, 07 de abril de 2015.

SERGIO MAJESKI

Deputado Estadual - PSDB

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei tem por objetivo estimular a geração de energia elétrica por fontes

renováveis em sistemas de microgeração e minigeração distribuídas, passando a integrar a base de cálculo do ICMS

apenas à diferença positiva entre a energia consumida e a energia injetada na rede, de acordo com o sistema de

compensação de energia elétrica estabelecido pela Resolução Normativa nº482/2012 da ANEEL.

A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, por meio da Resolução Normativa nº482, de 17 de abril

de 2012, criou o sistema de compensação de energia elétrica, assim como estabeleceu as condições para o acesso da

microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica. A Resolução Normativa

prevê que:

“Art. 6º O consumidor poderá aderir ao sistema de compensação de energia elétrica, observadas as

disposições desta Resolução.

§1º Para fins de compensação, a energia ativa injetada no sistema de distribuição pela unidade

Page 9: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

9

consumidora, será cedida a título de empréstimo gratuito para a distribuidora, passando a unidade

consumidora a ter um crédito em quantidade de energia ativa a ser consumida por um prazo de 36

(trinta e seis) meses.”

Art. 7º No faturamento de unidade consumidora integrante do sistema de compensação de energia

elétrica deverão ser observados os seguintes procedimentos:

[...]

II – o consumo a ser faturado, referente à energia elétrica ativa, é a diferença entre a energia

consumida e a injetada, por posto horário, quando for o caso, devendo a distribuidora utilizar o

excedente que não tenha sido compensado no ciclo de faturamento corrente para abater o consumo

em meses subsequentes;”

O inciso II é claro ao determinar que o consumo a ser faturado incidirá sobre a diferença entre a energia

consumida e a injetada. Assim, a produção de energia por microgeração e minigeração poderá levar a três situações

distintas:

(i) Energia produzida é igual à energia consumida.

(ii) Energia produzida é maior que a energia consumida.

(iii) Energia produzida é menor que a energia consumida.

Nos casos (i) e (ii) é impertinente a cobrança de ICMS incidente sobre a energia elétrica produzida

pelo próprio consumidor, onde ocorre auto-consumo através do sistema de crédito estipulado pela ANEEL, tendo

em vista que na operação não há transferência de titularidade do bem, e o mesmo não pode ser classificado como

mercadoria, pois não há ato de mercancia no processo. A possibilidade de cobrança de ICMS só se torna viável no

caso (iii), e mesmo assim, apenas se limitado à diferença entre produção e consumo.

O doutrinador Roque Antonio Carraza, um dos maiores estudiosos sobre o ICMS, explica:

“A ativação de bem próprio, isto é, a incorporação ao ativo fixo de bem fabricado pelo

contribuinte(‘autoconsumo’), também não tipifica o fato imponível do ICMS. É que, no caso, não

há operação mercantil , pois esta, indiscutivelmente, pressupõe a existência de dois sujeitos de

direito: o transmitente e o adquirente.” ICMS – 14ª Edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2009,

p.148.

Leciona ainda sobre a máteria em questão:

“Embora as operações de consumo de energia elétrica tenham sido equiparadas a operações

mercantis, elas se revestem de algumas especificidades, que não podem ser ignoradas. O consumo

de energia elétrica pressupõe, logicamente, sua produção(pelas usinas e hidrelétricas) e sua

distribuição (por empresas concessionárias ou permissionárias). De fato, só se pode consumir uma

energia elétrica anteriormente produzida e distribuída. A distribuidora de energia elétrica, no

entanto, não se esquipara a um comerciante atacadista, que revende, ao varejista ou ao consumidor

final, mercadorias de seu estoque. É que a energia elétricas não configura bem suscetível de ser

“estocado”, para ulterior revenda aos interessados.

Em boa verdade científica, só há falar em operação jurídica relativa ao fornecimento de energia

elétrica, passível de tributação por meio de ICMS, no preciso instante em que o interessado,

consumindo-a, vem a transformá-la em outra espécie de bem da vida (luz, calor, frio, força,

movimento ou qualquer outro tipo de utilidade). (...) “Com isto estamos enfatizando que tal

tributação, em face das peculiaridades que cercam o fornecimento de energia elétrica, só é

juridicamente possível no momento em que a energia elétrica, por força de relação contratual, sai

do estabelecimento do fornecedor, sendo consumida.” (CARRAZZA, Roque, op. cit., p.242-243).

Na situação exposta pelo autor , a figura do produtor e do consumidor se confundem, sendo a distribuidora

de energia apenas uma intermediária, responsável por distribuir a energia por meio de suas redes e sistemas. No

caso em análise, quem fornece e consome a energia é o mesmo sujeito, não havendo, portanto, a hipótese de

transferência de titularidade do bem. A distribuidora em questão jamais detém a propriedade do bem, este apenas

transita por sua rede de transmissão.

Contrário é o entendimento do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ. O Convênio ICMS

nº 6, de 5 de abril de 2013, autorizou os estados a cobrarem ICMS sobre o consumo “integral” da unidade

residencial, independente de quanto foi gerado e disponibilizado para a rede na forma de empréstimo gratuito. Esse

entendimento do CONFAZ é contrário ao espírito da Resolução Normativa nº 482/2012 da Aneel, e fere de morte a

Page 10: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

10

viabilidade da geração distribuída.

Se por um lado, cabe ao CONFAZ, segundo a Lei Complementar nº24, de 7 de Janeiro de 1975:

“Art 1º - As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão

concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo

Distrito Federal, segundo esta Lei.

Parágrafo único – O disposto neste artigo também se aplica:

I – à redução da base de cálculo;

II – à devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo ao contribuinte,

a responsável ou a terceiros;

III – à concessão de créditos presumidos;

IV – à quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais, concedidos com base no

Imposto de Circulação de Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta,

do respectivo ônus;

V – às prorrogações e às extensões das isenções vigentes nesta data.”

“Art. 2º - Os convênios a que alude o art. 1º, serão celebrados em reuniões para as quais tenham

sido convocados representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de

representantes do Governo Federal.

[...]

§2º - A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados;

a sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos

representantes presentes. “

Por outro, é questionável o poder de um convênio interestadual em ampliar a matéria tributável do ICMS,

estendendo sua base de cálculo, como foi feito no Convênio ICMS nº6, algo que só uma emenda constitucional

poderia fazê-lo.

O julgamento a seguir realizado no Supremo Tribunal Federal deliberou acerca da limitação do CONFAZ

em outro caso de tentativa de ampliação da base de cálculo do ICMS por parte de um Convênio:

EMENTA: TRANSPORTE AÉREO. ICMS. Dada a gênese do novo ICMS na Constituição de 1988,

tem-se que sua exigência no caso dos transportes aéreos configura nova hipótese de incidência

tributária, dependente de norma complementar à própria carta, e insuscetível, à luz de princípios

e garantias essenciais daquela, de ser inventada, mediante convênio, por um colegiado de

demissíveis ad nutum. Procedência da ação direta com que o Procurador-Geral da República

atacou o regramento convenial da exigência do ICMS no caso dos transportes aéreos.(ADI 1089,

Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/1996, DJ 27-06-1997

PP-30224 EMENT VOL-01875-02 PP-00220)

Destaca-se o voto do Ministro Maurício Corrêa que manifestou:

“Como a Constituição é um conjunto de conceitos que deve ser interpretado em harmonia,

comparando-se o seu todo para chegar-se à exegese do que certa disposição quer dizer, extraio

que sobre a navegação aérea não poderia o Confaz legislar impondo regras para a cobrança do

ICMS.

Com efeito, não vejo como possa pelo Convênio n.º 66/88, e muito menos por outros que lhe

sucederem, que institucionalizasse a cobrança do ICMS, na hipótese, se pelo artigo 146, da CF,

a fim de que seja definido o fato gerador, a base de cálculo e contribuintes, torna-se necessário o

respectivo disciplinamento por lei complementar desse mecanismo de tributação, ainda

inexistente.

(...)

Tema desta grandeza, desta magnitude, não poderia estar afeto a convênio celebrado pelos

Estados e, sim, que seja equacionado no âmbito de uma profunda discussão, através de lei

complementar cuja votação exige quórum qualificado nas duas Casas do Congresso Nacional;

tudo isso para que o povo participe, através de seus representantes, se deve ou não pagar o ICMS

em tais operações ou se essas devem ser isentas, como parece querer dizer o texto constitucional.

Todavia o fundamental é que haja lei complementar que regulamente as situações em todos os

seus ângulos, e não que o tributo passe a ser cobrado em função de um convênio, cuja

Page 11: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

11

regulamentação padece desse vício de origem que o contamina, senão também pela insuficiência

do que previu, tendo em vista o elenco de fatos e circunstâncias específicas e especialíssimas que

envolve o tema.”

Ocorre que até a presente data no Estado do Espírito Santo a cobrança é feita sobre o consumo integral,

conforme autorizado pelo Convênio ICMS nº6, e independente de quanto foi produzido e injetado na rede de

distribuição, o que de certa forma contraria o estabelecido no Decreto Nº3272-R, de 1 de abril de 2013, onde foi

criado o Programa Estadual de Eficiência Energética e de Incentivo ao uso de Energias Renováveis -

PROENERGIA - , e onde o Art. 2 determina:

“O programa visa estabelecer políticas, incentivos e ações de Eficiência Energética de uso e

valorização econômica de energias renováveis e do biocombustível no âmbito estadual [...].”

O Estado de Minas Gerais se encontra na vanguarda deste tema, uma vez que em 31 de julho de 2013 foi

estabelecida a Lei nº 20.824, que determinou pelo prazo de 5 anos um estímulo aos microgeradores e minigeradores

do Estado. O parágrafo 32 que dispõe sobre a temática diz:

“§ 32. Pelo prazo de cinco anos, contado da data de início da geração de energia, a base de cálculo

do imposto, relativamente às operações do microgerador e do minigerador de energia elétrica

participantes do sistema de compensação de energia elétrica, de que trata a Resolução Normativa nº

482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel -, será reduzida, de forma que

corresponda à diferença positiva entre a entrada de energia elétrica fornecida pela empresa

distribuidora e a saída de energia elétrica com destino à empresa distribuidora.”

Da mesma forma, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado nº 249, de 2014, com o mesmo

objetivo. O objetivo central da indicação é fomentar a produção de energia por microgeração e minigeração através

de fontes renováveis no Estado do Espírito Santo. Além de ambientalmente correto, o incentivo à energia renovável

contribui ainda para a geração distribuída de energia elétrica, forma em que a produção ocorre de maneira

descentralizada, próximo aos centros de consumo, com menores impactos ambientais e menores perdas nos

sistemas de transmissão. Por outro lado, a falta de estímulos e o longo payback do projeto de investimento em

unidades de microgeração e minigeração, inviabilizam o desenvolvimento e a geração de energia por fontes

renováveis no Estado.

Cabe salientar também que o projeto de lei em questão não fere ao disposto no Parágrafo único do Art. 23

da Lei do ICMS nº 7.000/2001, tendo em vista que a alteração proposta apenas apresenta a base de cálculo devida

nos casos de microgeração de energia, a fim de estimular a produção das fontes alternativas de energia atualizando

a referida lei.

Vitória, 07 de abril de 2015.

SERGIO MAJESKI

Deputado Estadual - PSDB

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se. Após o cumprimento do art. 120 do

Regimento Interno, às Comissões de Justiça, de Defesa da Cidadania, de Defesa do Consumidor e do Contribuinte,

de Infraestrutura e de Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

PROJETO DE LEI N.º 148/2015

Altera o §2º do artigo 8º da Lei nº 9.871, de 09 de julho de 2012, que “regula o Acesso a

Informações previsto no inciso II do § 4º do artigo 32 da Constituição do Estado do Espírito

Santo, e dá outras providências”.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Page 12: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

12

Art. 1º - O §2° do artigo 8º da Lei nº 9.871 de 09.07.2012, que regula o Acesso a Informações previsto no

inciso II do § 4º do artigo 32 da Constituição do Estado do Espírito Santo, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 8º - (...)

§1° - (...)

§2º - Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas estaduais deverão

utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuseram, sendo obrigatória a divulgação

em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet), através do Portal de transparência

nos termos que dispõe o DECRETO Nº 2285-R, DE 25 DE JUNHO DE 2009, e de painéis

digitais, em tempo real.

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 10 de abril de 2015.

AMARO NETO

Deputado Estadual

JUSTIFICATIVA

A Lei nº Lei nº 9.871, de 09 de julho de 2012 regula o acesso a informação previsto no inciso II do § 4º do

artigo 32 da Constituição do Estado do Espírito Santo, e dá outras providências.

O presente Projeto de Lei tem por objetivo a alteração do § 2°do artigo 8º da Lei nº 9.871, de 09 de julho de

2012, visto que, neste parágrafo ocorreu uma omissão relevante quanto a garantia do acesso as informações

referente à transparência sobre os dados mensais relacionados ao fluxo de veículos do Contrato de Concessão

do Sistema Rodovia do Sol, informados pela Concessionária e monitorados pela SECONT.

No modelo atual, a Administração Pública Estadual divulga dados e informações dos órgãos e entidades da

Administração Pública, somente por meio da Rede Mundial de Computadores – Internet, através do portal de

Transparência, sendo que, os referidos dados são reunidos e disponibilizados mensalmente para o Portal de

transparência através da SECONT – Secretaria de Estado de Controle e Transparência, até o décimo quinto dia de

cada mês subsequente ao do registro.

Dessa forma, o cidadão capixaba só é informado sobre o fluxo de veículos relativos ao contrato de

concessão do sistema Rodovia do Sol no que se refere a Terceira Ponte, se possuir acesso a Internet, e ainda assim,

os dados constantes no Portal são referentes ao mês anterior ao da publicação.

Com a alteração do § 2°do artigo 8º da Lei nº 9.871, de 09 de julho de 2012, incluindo também os painéis

digitais como instrumento para divulgação de dados e informações sobre execução orçamentária e financeira da

Administração Direta e Indireta do poder executivo Estadual, será possível a divulgação EM TEMPO REAL da

quantidade de veículos que transpõem a Terceira Ponte, nos dois sentidos, assim como, o valor arrecadado

até aquele momento.

A arrecadação e aplicação dos valores gerados com o pagamento do pedágio/tarifa “da Terceira Ponte”

carecem de fiscalização por parte dos entes públicos. O referido contrato vem sendo alvo de inúmeras discussões

no âmbito dos três Poderes do Estado do Espírito Santo; Disponibilizar a divulgação, em tempo real, da quantidade

de veículos que transpõem a terceira ponte, assim como, do valor arrecadado até aquele momento, nada mais é, que

oferecer ao cidadão a necessária transparência sobre as informações relativas ao contrato “Rodovia do Sol”

(Rodosol).

Assim, a redação do parágrafo 2º do artigo 8º da Lei nº 9.871 de 09 de julho de 2012, que regula o acesso a

Informações previsto no inciso II do § 4º do artigo 32 da Constituição do Estado do Espírito Santo, apresenta

incoerência em relação à transparência quanto ao acesso às informações estabelecida pela Constituição Estadual,

em especial, ao que se refere ao contrato da Rodosol.

Quanto ao custo a ser aplicado para atendimento ao objeto desta proposição, entendemos que não haverá,

visto que, o painel digital já está instalado sobre a Terceira Ponte, informando a velocidade aferida dos

veículos e outros dados, bastando para tanto, seja incluído no referido painel, a informação em tempo real,

da quantidade de veículos e do valor total arrecadado.

Por estas razões, é que submeto o presente projeto à apreciação desta casa, requerendo aos meus pares a sua

votação e posterior aprovação, submetendo-a, ao crivo do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do

Espírito Santo para posterior Sanção, Promulgação e Publicação.

Page 13: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

13

Sala das Sessões, 10 de abril de 2015.

AMARO NETO

Deputado Estadual

(Comparece a Senhora Deputada Raquel Lessa)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se. Após o cumprimento do art. 120 do

Regimento Interno, às Comissões de Justiça, de Defesa da Cidadania, de Ciência e Tecnologia e de Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.º 03/2015

Concede título de Cidadania Espírito-Santense ao Srº Wagner Medeiros Junior.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA

Art. 1º . Fica concedido ao Srº Wagner Medeiros Junior o título de Cidadão Espírito-Santense.

Art. 2º . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 18 de março de 2015.

RODRIGO COELHO

Deputado Estadual – PT

JUSTIFICATIVA

O Economista Wagner Medeiros Junior nasceu na cidade de Barra de São João, Estado do Rio de

Janeiro, dia 30 de julho de 1955. Todavia, reside em Cachoeiro do Itapemirim, Estado do Espírito Santo, desde

1985. Desde 1989 o Economista Wagner Medeiros Junior Exerce a função de Superintendente do Hospital

Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI), importante entidade hospitalar, que ora é a maior prestadora de

serviços ao Sistema Único de Saúde, o SUS, na região sul do Estado do Espírito Santo.

No desempenho de suas atividades o economista Wagner tem contribuído de forma efetiva para a melhoria

do sistema de saúde de toda aquela região. Ressalta-se que o HECI é hoje referência no atendimento de Oncologia,

Cardiologia Clínica e Cirúrgica, Gestante com Gravidez de Risco, Doenças Sexualmente Transmissíveis (inclusive

AIDS), Oftalmologia, entre outras.

Além de Superintendente do HECI, o Economista Wagner tem larga folha de serviços prestados a

Cachoeiro de Itapemirim e ao Espírito Santo, tendo exercido as seguintes funções:

- Secretário Municipal de Saúde do Município de Cachoeiro de Itapemirim por quatro anos

(1997-2000);

- Presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Espírito Santo, por um período de

seis anos;

- Representante do Estado do Espírito Santo junto à Federação Brasileira dos Hospitais

(FBH), por um período de seis anos;

- Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito

Santo, por um período de três anos;

- Representante do Estado do Espírito Santo junto á Confederação das Santas Casas de

Misericórdias e Hospitais Filantrópicos do Brasil, por um período de três anos;

- Professor por 15 (quinze) anos, lecionando na antiga Faculdade de Filosofia Ciências e

Letras “Madre Gertrudes de São José” (atual Centro Universitário São Camilo) e na Faculdade de

Administração e Ciências Contábeis de Cachoeiro de Itapemirim (FACCACI);

- Escreve como colunista nos jornais “Aqui Notícias” e “Folha do Caparaó” e também

Page 14: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

14

artigos de História do Brasil para a revista “Cachoeiro Cult” e diversos sites de outros estados do

Brasil.

Considerando o relevante interesse público dos serviços prestados pelo Padre Júnior para o município de

Cachoeiro de Itapemirim e para o Estado do Espírito Santo é que solicito o concurso dos Nobres Colegas e de

V.Exa. à aprovação desta propositura.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se. Após o cumprimento do art. 120 do

Regimento Interno, às Comissões de Justiça e de Defesa da Cidadania.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 59/2015

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 153/2013, de autoria da Deputada Luzia Toledo, que determina a instalação de proteção

transparente nos balcões utilizados para exposição de alimentos consumidos no sistema de autosserviço ou "self-

service", foi lido na Sessão Ordinária do dia 20.5.2013 e publicado no Diário do Poder Legislativo do dia

03.6.2013, às páginas 21 e 22.

Durante sua tramitação ordinária o Projeto recebeu o parecer nº 64/2014 da Comissão de Constituição e

Justiça, Serviço Público e Redação pela constitucionalidade, legalidade, juridicidade e boa técnica legislativa, com

adoção de emenda, e os pareceres nos

30/2014 da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos;

16/2014 da Comissão de Saúde e Saneamento e 01/2015 da Comissão de Finanças, Economia, Orçamento,

Fiscalização, Controle e Tomada de Contas, todos pela aprovação com adoção da emenda apresentada na Comissão

de Justiça.

Concluído o exame técnico, foi colocado o Projeto de Lei nº 153/2013 à apreciação do Plenário que o

aprovou na forma do Parecer da Comissão de Justiça. Por ter sido aprovado com emenda, o Projeto veio a esta

Comissão para elaboração de sua Redação Final, na forma do artigo 212 do Regimento Interno.

Este é o Relatório.

PARECER DO RELATOR

O Regimento Interno determina que a proposição aprovada com emenda ou com flagrante desrespeito às

normas gramaticais e de técnica legislativa seja submetida à nova votação. Cabe o exame a esta Comissão.

O Projeto de Lei nº 153/2013 foi aprovado pelo Plenário com a adoção de emenda apresentada na

Comissão de Justiça, com a seguinte redação:

EMENDA MODIFICATIVA: 01/14

O Art. 4º do Projeto de Lei n. 153/2013 de autoria da Excelentíssima Senhora Deputada Luzia

Toledo, passa a ter a seguinte redação:

“Art. 4º Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.”

Com base no artigo 215 do Regimento Interno e em atenção ao disposto na Lei Complementar Federal nº

95/98, alterada pela Lei Complementar Federal nº 107/01, e nas Normas para Padronização dos Atos Legislativos

estabelecidas pela Secretaria Geral da Mesa, sugerimos à matéria aprovada as alterações a seguir destacadas em

vermelho.

Dessa forma, sugerimos aos membros da Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 59/2015

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

aprovação da redação final do Projeto de Lei nº 153/2013, de autoria da Deputada Luzia Toledo, na forma que

segue:

Page 15: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

15

REDAÇÃO FINAL DO

PROJETO DE LEI N.º 153/2013

Determina a instalação de proteção transparente nos balcões utilizados para exposição de alimentos

consumidos no sistema de autosserviço ou "self-service".

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Art. 1º Os restaurantes, bufês e demais estabelecimentos comerciais similares que sirvam refeições ao

consumidor na forma de autosserviço ou "self-service" em suas dependências ou em outro local contratado, ainda

que em evento reservado ou de acesso restrito, ficam obrigados a instalar uma proteção de material transparente,

resistente e atóxico acima dos balcões ou mesas onde os alimentos são servidos e expostos, sejam alimentos

quentes ou frios, a fim de garantir a higiene do produto mesmo diante do seu manuseio pelos consumidores ao se

servirem.

Parágrafo único. A referida proteção poderá ser de vidro, acrílica ou de outro material que atenda às

determinações do caput, devendo ser disposta em altura e largura suficientes para cobrir todos os pratos e alimentos

expostos, com espaço suficiente entre a proteção e o balcão permitindo o manuseio sem contaminação dos

alimentos ao serem servidos.

Art. 2º Os estabelecimentos abrangidos por esta Lei terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias para se

adequarem à presente determinação, contados de sua publicação.

Art. 3º O descumprimento ao que dispõe a presente Lei acarretará aos infratores multa de 300 (trezentos)

Valores de Referência do Tesouro Estadual – VRTEs por cada autuação, aplicada em dobro em caso de

reincidência.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial.

Sala das Sessões, 07 de abril de 2015.

RODRIGO COELHO

Presidente/Relator

ELIANA DADALTO

JANETE DE SÁ

RAQUEL LESSA

GILDEVAN FERNANDES

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 60/2015

PARECER DO RELATOR: PROJETO DE LEI N.º 22/2015

AUTOR: DEPUTADO GILSINHO LOPES

EMENTA: “DISPÕE SOBRE A RESPONSABILIDADE NO FORNECIMENTO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS”.

I – RELATÓRIO

1. Cuida-se nestes autos da emissão de parecer quanto à constitucionalidade, legalidade, juridicidade e

técnica legislativa da proposição legislativa em epígrafe.

2. A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em exercício do mero juízo de delibação que lhe impõe o

Page 16: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

16

Artigo 1431 do Regimento Interno – Resolução nº 2.700 de 15 de julho de 2009, publicada no DPL e no DOE de 16

de julho de 2009, proferiu o despacho de fls. 2 pelo qual admitiu a tramitação da proposição entendendo, prima

facie, não existir manifesta inconstitucionalidade ou outros vícios mencionados na norma regimental.

3. A proposição que foi protocolizada no dia 03/02/2015. Logo após, seguiu a regular tramitação

regimental prevista. No âmbito da Procuradoria, mereceu parecer jurídico pela inconstitucionalidade.

4. Além do articulado legal da proposição e sua justificativa, o processo não está instruído com outros

documentos.

5. Em apertada síntese, são estas as questões de fato e de direito com suporte nas quais passo a emitir o

Parecer.

II – PARECER DO RELATOR

EXAME DA CONSTITUCIONALIDADE FORMAL DA PROPOSIÇÃO

6. Consoante o clássico ensinamento de Lúcio Bittencourt, "a inconstitucionalidade é um estado – estado

de conflito entre uma lei e a Constituição"2.

7. Ocorre que, em nosso ordenamento constitucional vige um complexo sistema de controle da

constitucionalidade das leis e atos administrativos. No plano jurídico o sistema de controle de constitucionalidade

adotado admite a existência do controle preventivo que se realiza no curso do processo legislativo e, o controle

repressivo cuja incidência se dá quando a lei se encontra vigendo.

8. A Constituição Federal de 1988 outorgou o exercício do controle prévio da constitucionalidade ao Poder

Legislativo e ao Poder Executivo3 (quando da emissão de juízo de valor quanto à sanção ou veto do autógrafo de lei

aprovado pelo parlamento).

9. Na hipótese em apreço, trata-se do controle preventivo de constitucionalidade no âmbito do processo

legislativo, porém exercido pelo Poder Legislativo. Sua característica fundamental consiste no fato de atuar no

momento da elaboração da lei, com a finalidade de evitar que sua edição, seja quanto a forma, seja quanto ao

conteúdo, ofenda a supremacia da Lei Maior.

10. Outra singularidade no sistema de controle preventivo da constitucionalidade no âmbito do poder

legislativo diz respeito aos agentes legitimados para exercer o controle da constitucionalidade. Assim, quanto a

sujeito controlador, a primeira atuação incumbe aos Procuradores de Estado do Poder Legislativo, cuja atuação

oferece o necessário subsídio técnico que irá pautar a atuação futura da Comissão de Constituição e Justiça.

11. Em suma, em sede do controle preventivo de constitucionalidade, que se desenvolve na fase de

elaboração da lei a defesa da supremacia da Constituição tem início pela atuação da Procuradoria Jurídica e, em

seguida, é exercido pelos próprios agentes participantes do processo legislativo em relação aos projetos de lei e

demais proposições de teor normativo.

12. A doutrina e jurisprudência distinguem duas espécies de inconstitucionalidade, conforme leciona o

eminente constitucionalista José Afonso da Silva:

“(a) formalmente, quando tais normas são formadas por autoridades incompetentes ou em

desacordo com formalidades ou procedimentos estabelecidos pela constituição;

(b) materialmente, quando o conteúdo de tais leis ou atos contraria preceito ou princípio da

constituição." 4

13. O exame do controle formal de constitucionalidade deve preferir ao de exame de mérito. A razão dessa

prevalência, para fins da análise, decorre da sedimentada jurisprudência do pretório excelso, segundo a qual, a

existência de vício formal de inconstitucionalidade fulmina integralmente o ato, ou lei.

14. Em decorrência, sendo constatada a existência de vício formal de inconstitucionalidade, torna-se

despiciendo qualquer exame quanto à constitucionalidade material, posto que ante a constatação do aludido vício

formal e insanável a lei estará, irremediavelmente, condenada a ser expungida do mundo jurídico.5

15. Ancorado neste entendimento, passo ao exame da constitucionalidade formal da proposição.

Page 17: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

17

16. Como é cediço, para exame da constitucionalidade do projeto de lei impende que se identifique o cerne

da questão jurídica de que trata a proposição. Para tanto, deve-se examinar a substância das matérias que o projeto

pretende legislar.

17. Na hipótese sob exame, dissecando o teor do projeto, desde a sua ementa, o resultado autoriza concluir

que a matéria versa sobre tema de interesse peculiar da União, ex vi do artigo 22, I, da Constituição Federal. O

cerne da proposição legislativa é o de estabelecer a responsabilização do fornecedor de bebidas alcoólica por

danos causados aos consumidores e a terceiros em caso de acidentes automotivos.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do

trabalho;

18. Entendo que a atribuição de responsabilidade aos fornecedores de bebidas alcoólicas por danos

causados aos consumidores e ou a terceiros em nosso estado ao qual o PL alude deve ser objeto de legislação

federal. Não compete ao estado invadir a esfera de competência privativa delegada a União.

19. A análise do conteúdo do projeto não oferece margem a dúvidas. Trata-se de proposição

ostensivamente inconstitucional. O presente Projeto procura a conscientização e responsabilização do fornecedor

de bebidas alcoólica, imputando-lhe responsabilidade quando, em virtude do modo ou das circunstâncias em

que forem fornecidas, o fornecedor possua ciência inequívoca de que o consumidor irá conduzir veículos

automotores imediatamente após a ingestão de bebidas alcoólicas.

20. Como se nota, a matéria, em que pese o elevado propósito da ilustre Deputado autor, não tem lastro

constitucional para converte-se em lei, sob pena de afronta a supremacia da Constituição Federal.

21. Em suma, a substância do tema veiculado na presente proposição não tem respaldo constitucional, em

face da evidente usurpação da competência legislativa federal, posto que a Assembleia Legislativa não ostenta

competência constitucional para deflagrar o processo legislativo destinado a produzir norma sobre matéria em

apreço, vejamos o entendimento do Supremo Tribunal Federal a saber:

“Lei distrital. Notificação mensal à Secretaria de Saúde. Casos de câncer de pele. Obrigação

imposta a médicos públicos e particulares. Admissibilidade. Saúde pública. Matéria inserida no

âmbito de competência comum e concorrente do Distrito Federal. Arts. 23, II, e 24, XII, da CF.

Responsabilidade civil dos profissionais da saúde. Matéria de competência exclusiva da União. Art.

22, I. (...) Dispositivo de lei distrital que obriga os médicos públicos e particulares do Distrito

Federal a notificarem a Secretaria de Saúde sobre os casos de câncer de pele não é inconstitucional.

Matéria inserida no âmbito da competência da União, Estados e Distrito Federal, nos termos do art.

23, II, da CF. Exigência que encontra abrigo também no art. 24, XII, da Carta Magna, que atribui

competência concorrente aos referidos entes federativos para legislar sobre a defesa da saúde.

Dispositivo da lei distrital que imputa responsabilidade civil ao médico por falta de notificação

caracteriza ofensa ao art. 22, I, da CF, que consigna ser competência exclusiva da União

legislar acerca dessa matéria.” (ADI 2.875, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-6-

2008, Plenário, DJE de 20-6-2008.) grifo nosso

22. Isto posto, sob esta ótica da constitucionalidade, entendo que a continuidade da tramitação representa

risco de afronta a supremacia formal da Lei Maior.

23.

Quanto ao aspecto material verifico que o exame deste aspecto torna-se desnecessário, uma vez

prejudicado, em face da apontada inconstitucionalidade formal que, consoante orientação do

pretório excelso contamina a proposição, independentemente do seu conteúdo.

24.

Em face das razões expendidas, entendo que a proposição, nos termos em que se acha redigida é

formalmente inconstitucional, razão pela qual identifico a existência de óbice intransponível a

sua regular tramitação. Sendo assim, sugerimos aos ilustres pares desta douta Comissão a

adoção do seguinte:

Page 18: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

18

PARECER N.º 60 /2015

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

inconstitucionalidade do Projeto de Lei nº 22/2015 de autoria do Deputado Gilsinho Lopes.

Plenário “Rui Barbosa”, 07 de abril de 2015.

RODRIGO COELHO

Presidente

GILDEVAN FERNANDES

Relator

JANETE DE SÁ

RAQUEL LESSA

ELIANA DADALTO

1 Diz o Art. 143. Não se admitirão proposições:

I - sobre assunto alheio à competência da Assembleia Legislativa;

II - em que se delegue a outro Poder atribuições do Legislativo;

III - antirregimentais;

IV - que, aludindo à lei, decreto, regulamento, decisões judiciais ou qualquer outro dispositivo legal, não se façam acompanhar de sua

transcrição, exceto os textos constitucionais e leis codificadas;

V - quando redigidas de modo a que não se saiba à simples leitura qual a providência objetivada;

VI - que, fazendo menção a contratos, concessões, documentos públicos, escrituras, não tenham sido estes juntados ou transcritos;

VII - que contenham expressões ofensivas;

VIII - manifestamente inconstitucionais;

IX - que, em se tratando de substitutivo, emenda ou subemenda, não guardem direta relação com a proposição. 2 Carlos Alberto Lúcio BITTENCOURT, O Controle Jurisdicional da Constitucionalidade das Leis, p. 132. 3 Hilda de Souza , em sua obra sobre o processo legislativo afirma:“A Constituição Brasileira optou por atribuir o controle de

constitucionalidade, ao longo do processo legislativo, aos Poderes políticos. Ao Parlamento, pelo exame prévio das proposições nas

Comissões Técnicas (controle interno) e ao Poder Executivo (controle externo), pelo veto” 4 Curso de Direito Constitucional Positivo. 5 De fato, a inobservância dos esquemas rituais rigidamente impostos pela Carta Magna da República gera a invalidade formal dos atos

legislativos editados pelo Poder Legislativo e permite que sobre essa eminente atividade jurídica do Parlamento possa instaurar-se o controle

jurisdicional "A infração ao preceito constitucional sobre a feitura da lei tem o efeito de descaracterizá-la como regra jurídica.O Poder

Judiciário pode verificar se o ato legislativo atendeu ao processo previsto na Constituição." (RDA 126/117)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 62/2015

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 66/2015

Autor: Deputado Estadual Marcos Mansur

Assunto: “Dispõe sobre o cadastro e acesso de pessoas a boates e casas de espetáculos e dá outras

providencias”.

I – RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 66/2015, de autoria do Exmo. Deputado Estadual Marcos Mansur, visa criar um

cadastro de acesso de pessoas a boates e casas de espetáculos e dá outras providencias.

Em apertada síntese, o Excelentíssimo Senhor Deputado assim dispôs em sua justificativa (fl. 03):

O presente projeto objetiva obrigar as casas noturnas, casas de espetáculos e estabelecimentos

similares localizadas no Estado do Estado do Espírito Santo, que comercializam ou fornecem

gratuitamente bebidas alcoólicas, cigarros ou outros produtos proibidos para menores de idade, a

procederem ao registro e identificação dos seus frequentadores, através de equipamento de

identificação biométrica.

Tal medida proporcionará uma melhor segurança aos empresários do ramo, que poderão identificar

imediatamente se menores de idade pretendem ter acesso ao estabelecimento em espetáculos, festas

Page 19: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

19

etc, proibidos a eles, bem como identificar possíveis causadores de confusões ou brigas.

Aos frequentadores, proporcionará maior segurança, haja vista que, com a identificação das

pessoas presentes no local, impedirá a entrada de armas e drogas, ante o maior rigor de fiscalização

pelo estabelecimento.

À sociedade e autoridades policiais, facilitará na verificação de irregularidades e investigação de

crimes, pois o estabelecimento terá em seus registros informações rápidas e precisas do acesso dos

frequentadores.

Sob outra ótica, o Projeto de Lei contribui para a consolidação dos direitos e garantias das crianças

e dos adolescentes, em auxílio ao ECRIAD – Estatuto da Criança e do Adolescente e leis

relacionadas, no que tange à proibição e controle do acesso de menores aos locais citados nesta

justificava. lei.

A proposição foi protocolizada no dia 20.02.2015 (fl. 02), lida na sessão do dia 24.02.2015 (fl. 02) e

publicada no Diário do Poder Legislativo do dia 05.03.2015, às fls. 56/57.

Em apertada síntese, são estas as questões de fato e de direito com suporte nas quais passo a emitir o

presente parecer, de acordo com o artigo 41, inciso I, do Regimento Interno.

É o relatório.

II – PARECER DO RELATOR

A- ANÁLISE DA CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL

A.1 - Competência legislativa para dispor sobre a matéria e competência de iniciativa

Em que pese a nobre intenção do Excelentíssimo Senhor Deputado em obrigar as casas noturnas, casas de

espetáculos e estabelecimentos similares, destinados à realização de eventos em que sejam ofertados, de forma

gratuita ou onerosa, bebidas alcoólicas, cigarros ou outros produtos proibidos para menores de idade, a instalarem

equipamentos de identificação biométrica, para controle e identificação do acesso dos seus frequentadores, verifica-

se, data vênia, a inconstitucionalidade formal do presente projeto de lei, pelas razões a seguir expostas.

Não se pode olvidar a competência legislativa Estadual para tratar de matéria relacionada a direito do

consumidor, matéria de competência concorrente dos Estados, do Distrito Federal e da União, nos termos do artigo

24, incisos V e VIII, ambos da Constituição da República, não havendo que se falar em reserva de iniciativa.

Todavia, o bojo da propositura legislativa é o enfoque da promoção da segurança dos frequentadores das

casas noturnas, revela-se inválido o uso escorreito da competência legislativa do Estado-membro nesse pormenor,

pois interfere na competência municipal para tratar de assunto de interesse local.

Vale dizer: ainda que por esse prisma de análise, tem-se que o vertente Projeto de Lei padece de

inconstitucionalidade formal, conclusão que se adota por força de entendimento fixado pelo Supremo Tribunal

Federal no sentido de que é atribuição da municipalidade criar normas que visam à promoção da segurança dos

usuários dos estabelecimentos frequentados pelo público em geral.

É o firme posicionamento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que é da competência exclusiva dos

municípios fixar, mediante lei, a obrigatoriedade de determinados estabelecimentos instalarem dispositivos de

segurança. Nesse sentido temos os seguintes julgados: RREE 240.406/RS, 245.842/RS e 174.645/SP.

Precisas são as considerações apresentadas pelo eminente Ministro Celso de Mello no julgamento do AI

347717/RS, cujo trecho transcreve-se abaixo, por ser oportuno à exata compreensão do assunto; in verbis:

“[...] Não vislumbro, no texto da Carta Política, a existência de obstáculo constitucional que possa

inibir o exercício, pelo Município, da típica atribuição institucional que lhe pertence, fundada em

título jurídico específico (CF, art. 30, I), para legislar, por autoridade própria, sobre a instalação de

dispositivos de segurança em geral (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras) destinados a

tornar efetiva a proteção dos próprios bancários, dos munícipes, dos frequentadores e demais

usuários dos estabelecimentos mantidos pelas instituições financeiras. Na realidade, o Município,

ao assim legislar, apóia-se em competência material, que lhe reservou a Constituição da República,

cuja prática autoriza essa mesma pessoa política a dispor, em sede legal, sem qualquer conflito com

as prerrogativas fiscalizadoras do Banco Central, sobre o tema que reflete assunto de interesse

eminentemente local, seja aquele vinculado à segurança da população do próprio município,

seja aquele pertinente à regulamentação edilícia, vocacionada a permitir, ao ente municipal, o

controle das construções, com a possibilidade de impor, para esse específico efeito, determinados

requisitos necessários à obtenção de licença para construir ou para edificar, consoante reconhece o

magistério da doutrina [...] e enfatiza, em igual sentido, a jurisprudência dos Tribunais,

notadamente a desta Suprema Corte [...]”.

Page 20: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

20

Portanto, um dos fundamentos capazes de afiançar a competência legislativa dos Municípios é a atribuição

constitucional destinada a tais entes políticos para promover medidas promotoras da segurança dos

frequentadores/usuários de determinados estabelecimentos, tendo em mira certas peculiaridades a estes imanentes.

Em síntese: compete aos Municípios fixar medidas capazes de garantir a segurança dos cidadãos quando do

acesso a determinados estabelecimentos ou edifícios.

Assim, podemos afirmar, na esteira do entendimento do STF, que “os Municípios são competentes para

legislar sobre questões que respeite a edificações ou construções realizadas no seu território, assim como sobre

assuntos relacionados à exigência de equipamentos de segurança, em imóveis destinados a atendimento ao

público”. (AI 491.420-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 24/03/06).

Isso porque é tese prevalente na doutrina e na jurisprudência que as matérias de predominante interesse

local constituem objeto de competência legislativa exclusiva da municipalidade, sendo que lei editada por qualquer

outro ente da federação que venha a invadir esse campo será inconstitucional sob o ponto de vista formal.

Nesse sentido, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, por maioria de votos, declarou

constitucional a Lei nº 4.024/13, promulgada pela Câmara Municipal do Guarujá, que dispõe sobre as normas de

funcionamento de boates, casas noturnas, casas de shows e estabelecimentos similares. Em seu voto, o relator da

Adin, desembargador Roberto Mac Cracken, afirmou

“Ao estabelecer diretrizes para o atendimento hábil e digno dos clientes de casa noturnas foi

nítida a intenção do legislador municipal em defender o interesse público local e zelar pela

segurança dos consumidores, conforme mandamento do artigo 5º da Constituição Federal, que

representa o conjunto das garantias e direitos fundamentais dos cidadãos.” (Ação Direta de

Inconstitucionalidade nº 0190339-62.2013.8.26.0000)

Por fim, salienta-se que por vislumbrar a inconstitucionalidade formal deste projeto de lei, resta prejudicada

a análise dos demais aspectos intrínsecos ao parecer técnico legislativo, nos temos do parágrafo 5º, do art. 9º do Ato

n.º 2.517/2008.

Por todo o exposto, sugerimos aos Membros desta douta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 62/2015

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

inconstitucionalidade formal do Projeto de Lei n.º 66/2015, de autoria do Excelentíssimo Senhor Deputado

Marcos Mansur, não devendo seguir sua tramitação regular nesta Casa de Leis.

Plenário Rui Barbosa, 07 de abril de 2015.

RODRIGO COELHO

Presidente

GILDEVAN FERNANDES

Relator

JANETE DE SÁ

ELIANA DADALTO

RAQUEL LESSA

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 57/2015

RELATÓRIO

Cuida-se os autos da missão de Relatar o Projeto de Lei nº 70/2015, de autoria do Deputado Estadual

Amaro Neto, cujo conteúdo, Dispõe sobre a obrigatoriedade das Empresas Operadoras do Serviço Móvel Pessoal

instalar Bloqueadores de Sinais telemáticos nos Estabelecimentos Penais em todo o Estado do Espírito Santo,

acerca do mérito, ao qual passo fazer, sustentando as razões que entendo pertinente a matéria em exame.

Protocolizado em 23 de fevereiro de 2015, o PL em questão foi lido na Sessão Ordinária do dia 25 do

Page 21: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

21

mesmo mês; A Mesa Diretora despachou devolvendo a matéria com base no art. 143, VIII do Regimento Interno e

por “suposta” infringência ao art. 22, XI da Constituição federal e ao art. 63, parágrafo único da Constituição

Estadual; O Nobre Deputado Autor do Projeto recorreu do despacho inicial junto à Comissão de Constituição e

Justiça, Serviço Público e redação, com base no artigo 143 parágrafo único do Regimento Interno, que foi deferido

para regular tramitação.

Ato contínuo, o Projeto veio a esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, na

forma do art. 143, parágrafo único do Regimento Interno desta casa legislativa (Resolução nº 2.700/09).

Em síntese apertada este é o relatório, passo ao Parecer.

PARECER DO RELATOR

O PL nº 70/2015, encaminhado a esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação para

exame de mérito, diz respeito à obrigatoriedade das Empresas Operadoras do Serviço Móvel Pessoal instalar

Bloqueadores de Sinais telemáticos nos Estabelecimentos Penais em todo o Estado do Espírito Santo.

Em sua justificativa, o nobre colega destaca problemas relativos às organizações criminosas que atuam

dentro dos estabelecimentos penais utilizando aparelhos de telefonia celular na agilização das negociações; destaca

que é preciso combater os criminosos para não continuem a comandar suas facções dentro dos presídios; informa

que através de planos bem arquitetados, com o auxílio de familiares, e de pessoas corruptas, os presos recebem

celulares e radiocomunicadores, pagando fortunas por estes aparelhos dando continuidades aos “negócios” ilícitos

existentes fora dos presídios.

Na justificativa o Autor trás a baila as legislações que norteiam a matéria, expondo que a Lei n.

11.466/2007 estabeleceu como falta grave no cumprimento de pena privativa de liberdade, ter o preso em sua

posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos

ou com o ambiente externo.

E ainda, que, que a lei nº. 12.012/2009 que alterou o decreto lei n° 2.848/40 em seu art. 349-A estabelece a

pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano para quem “Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a

entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em

estabelecimento prisional.

Pretende o Autor, com a aprovação do Projeto em questão, IMPEDIR a ENTRADA DO SINAL

TELEMÁTICO NAS UNIDADES PRISIONAIS.

Na hipótese dos autos, diligenciei em busca de informações sobre o funcionamento do serviço de telefonia

nas proximidades dos presídios, sendo informada verbalmente pelo Sr. RENAN GUIMARÃES ESCOPELI

GOMES – Diretor da Penitenciária Estadual de Vila Velha IV (PEVV IV), onde funciona atualmente o maior

Presídio com Regime Semiaberto do Estado, que, em tempos pretéritos o bloqueio limitado somente no perímetro

da Unidade Prisional não era possível em razão de não existir tecnologia que limitasse o sinal em pequenas áreas.

Entretanto, com o avanço da tecnologia, hoje já é possível o bloqueio de sinal de celulares em áreas específicas.

Outra diligência nossa, foi no sentido de buscar um estudo técnico sobre a tecnologia existente entorno dos

sinais de celulares em nosso Estado, e para minha surpresa, o resultado do estudo técnico corroborou todas as

informações trazidas pelo Ilustre Diretor do presídio Renan Guimarães, apresento:

DOS EQUIPAMENTOS:

Dos equipamentos disponíveis encontramos um vasto campo opcional atendendo as atuais opções para

aquisições, conhecimento, atualização e, aperfeiçoamento dos equipamentos.

Dentre os diversos equipamentos que vão desde antenas bloqueadoras, a redes, observamos que estes já

possuem autonomias de funcionamento para ocorrências como queda de energia ou até mesmo violação da

integridade do equipamento.

DO BLOQUEIO:

O sistema de bloqueio funciona através de ruídos eletrônicos conduzidos na mesma faixa de frequência

utilizados pelas operadoras de telefonia celular, onde por sua vez, ocorrem os bloqueios das tentativas de

comunicações via móvel.

Sendo assim, as tecnologias disponíveis em mercado têm total capacidade e autonomia para

funcionarem dentro de uma área delimitada, através de ajustes técnicos nas estruturas dos equipamentos, vindo

assim, confundir os aparelhos celulares na captação de sinais que atrapalham ou interferem diretamente na tentativa

de comunicação, através de ruídos eletrônicos que danificam a fluidez e culminam no bloqueio da ligação.

DAS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS:

Page 22: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

22

A) Antenas bloqueadoras: Instaladas nos muros, em partes superiores, distribuídas nos arredores dos

presídios, elas tem o poder de emitir um ruído eletrônico, através de ondas em uma mesma faixa de frequência

utilizada pelas operadoras, fazendo com que o sinal ou tentativa de comunicação dentro do raio ou zona

estabelecida seja bloqueado.

B) Gaiola de Faraday: Tecnologia desenvolvida para evitar propagação de ondas eletromagnéticas

através de telas. Envolvida em todo presidio ou em áreas estratégias que abriguem presos mais perigosos, tem

como função impedir que sinais imitidos do interior cheguem ao exterior, assim como, os sinais emitidos de

fora cheguem ao interior da cela ou área coberta, levando ao bloqueio da comunicação.

C) Antena Controlada por Software e Hardware de Fabricação Brasileira: As antenas funcionam

como imãs, então, qualquer celular que esteja dentro da área ou perímetro tem seu sinal sugado pelas antenas e

ficam bloqueados.

Esta tecnologia tem por benefício desbloquear celulares dentro desse perímetro se assim for solicitado. Ou

seja, os aparelhos celulares funcionais não sofreriam prejuízo do sinal.

Essa tecnologia ainda é provida de relatórios que apoiam no auxilio de informações precisas, identificando

com precisão os números dos aparelhos, chips e tentativas de acesso à rede móvel.

DA SUPOSTA INCONSTITUCIONALIDADE:

Entendo que a propositura não peca por vício de iniciativa, como de imediato entendeu a mesa Diretora em

despacho inicial. Passo ao exame do mérito:

Extraio, que o objeto do Projeto em exame é fazer com as Empresas Operadoras de Serviço Móvel,

Pessoal, bloqueiem os sinais de radiocomunicações nos estabelecimentos Penais no Estado do Espírito Santo,

visando impedir a comunicação por telefones moveis no interior desses locais, bastando para tanto, que as

Operadoras instalem o bloqueio utilizando as tecnologias já existentes e utilizadas por elas.

Razão assiste ao Autor em seu argumento de que a proposição cuida de Segurança Pública abordado

pelo Direito Penitenciário, matéria que é direito e responsabilidade de todos. Vejamos:

“Artigo 25 da Constituição Federal prescreve o seguinte:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,

observados os princípios desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências QUE NÃO LHES SEJAM VEDADAS

POR ESTA CONSTITUIÇÃO.”

Prossigo, para fazer constar que o STF em matéria idêntica recebeu duas Ações Diretas de

Inconstitucionalidade dirigidas contra as Leis nº 15.829/2012, do Estado de Santa Catarina, e Lei nº 13.189/2014,

do Estado da Bahia, estando ambas aguardando manifestação do Ministro Relator.

Oportuno fazer constar, que, apesar do ataque contra as Leis supracitadas em trâmite no STF, ainda não

julgados, entendo inadmissível que dois Estados da Federação tenham aprovado e sancionado Leis cuja matéria

tenha passado pelo crivo das respectivas Comissões e Procuradorias, e a questão da suposta “inconstitucionalidade”

não tenha sido apreciada.

O tema abordado pelo Projeto é de extrema relevância para sociedade capixaba, pois trata das inúmeras

possibilidades de cometimento de crimes pelos presidiários mediante uso dos serviços de telecomunicações.

Pelas razões expostas, entendo que o projeto em questão possui natureza jurídica de Segurança Pública,

matéria que é direito e responsabilidade de todos, tratando-se, portanto, de matéria concorrente da União, dos

Estados e do Distrito.

Pelo exposto, entendo que o presente Projeto é de extrema importância para sociedade capixaba, vez que,

versa sobre tema de SEGURANÇA PÚBLICA, motivo pelo qual sou pela APROVAÇÃO do PL 70/2015, e

sugerimos aos demais membros á adoção do seguinte:

PARECER N.º 57/2015

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

REJEIÇÃO DO DESPACHO DENEGATÓRIO DO PRESIDENTE ao Projeto de Lei nº 70/15, de autoria do Exmº

Senhor Deputado Amaro Neto.

Plenário “Rui Barbosa”, 07 de abril de 2015.

RODRIGO COELHO

Page 23: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

23

Presidente

ELIANA DADALTO

Relatora

JANETE DE SÁ

RAQUEL LESSA

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 58/2015

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 89/2015

Autor: Deputado Cacau Lorenzoni

Ementa: “Regulamenta o protocolo de vacinação contra HPV em meninos de 09 a 13 anos no Estado do Espírito

Santo”.

I - RELATÓRIO

Cuida-se nestes autos da emissão de parecer, quanto à constitucionalidade juridicidade e legalidade da

proposição legislativa, de iniciativa do Exmo. Senhor Deputado Cacau Lorenzoni, cujo conteúdo, em síntese,

”Regulamenta o protocolo de vacinação contra HPV em meninos de 09 a 13 anos no Estado do Espírito

Santo.”

A matéria foi lida na Sessão Ordinária do dia 09/03/2015, onde recebeu despacho denegatório do

Presidente da Mesa Diretora, com a manifestação pela devolução ao autor do Projeto, com base no art. 143, VIII do

RI, por infringência do art. 63, paragrafo único, e incisos III e VI da Constituição Estadual.

Diante desse fato, o autor, tempestivamente, interpôs recurso regimental contra o despacho denegatório do

Presidente da Mesa Diretora, - com fincas no parágrafo único do art. 143 do Regimento Interno, - para que a

matéria fosse à Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, para exame de sua admissibilidade.

Consta dos autos Parecer Jurídico, com exame prévio acerca do aspecto constitucional, legal, jurídico do

presente Projeto de Lei.

Para examinar a admissibilidade do recurso nesta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e

Redação, coube-me relatar o que se segue.

É o relatório

II – PARECER DO RELATOR

DA ANÁLISE QUANTO AO ASPECTO DA JURIDICIDADE, CONSTITUCIONALIDADE E

LEGALIDADE

Sob o prisma da constitucionalidade e legalidade, o Projeto de Lei ora analisado encontra obstáculo para

tramitar normalmente, por conter vício de inconstitucionalidade formal, nota-se nítida violação ao princípio da

independência e harmonia dos poderes e ao princípio da reserva da administração, que é o corolário específico do

Princípio da Separação dos Poderes (art. 2º da CF/88): “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre

si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

O Princípio da Separação dos Poderes está bem delineado no brilhante voto do Ministro Sepúlveda

Pertence, que abaixo colacionamos:

“Processo legislativo dos Estados-Membros: absorção compulsória das linhas básicas do modelo

constitucional federal entre elas, as decorrentes das normas de reserva de iniciativa das leis, dada

a implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos Poderes:

jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal.” (ADI 637, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,

julgamento em 25-8-04, DJ de 1º-10-04).”

Verifica-se, no caso em espécie, que o PROCESSO LEGISLATIVO encontra-se viciado quanto à iniciativa

legislativa, tendo em vista que ela pertence ao Poder Executivo Estadual.

Page 24: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

24

O Pretório Excelso, em brilhante voto da Ministra Ellen Gracie, confirma a acertada denegação do

presente projeto de lei, em face do vício de iniciativa apresentado e sacramenta o pensamento dominante daquela

Corte:

"É indispensável a iniciativa do Chefe do Poder Executivo (mediante projeto de lei ou mesmo,

após a EC 32/01, por meio de decreto) na elaboração de normas que de alguma forma remodelem

as atribuições de órgão pertencente à estrutura administrativa de determinada unidade da

Federação." (ADI 3.254, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 16-11-05, DJ de 2-12-05)

Assim sendo, por simetria constitucional aos arts. 61 e 84 da Constituição Federal, a presente Propositura

invade a esfera privativa do Governador do Estado, prevista no art. 63, parágrafo único, III e VI, da Constituição

do Estado do Espírito Santo, verbis:

Constituição do Estado do Espírito Santo:

“Art. 63. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao

Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos, satisfeitos os

requisitos estabelecidos nesta Constituição.

Parágrafo único - São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham

sobre:

(...)

III - organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo;

(...)

VI - criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do Poder Executivo.”

Demais disso, a propositura constante no referido Projeto, fere substancialmente outro dispositivo da Carta

Estadual, em especial o que prescreve o Art. 91, inciso I, a seguir descrito:

Art. 91. – Compete privativamente ao Governador do Estado:

I – exercer com auxilio dos secretários de Estado, a direção superior da administração estadual;

Para confirmar tais dispositivos colaciono jurisprudências do Supremo Tribunal Federal, que

assertivamente assim concluiu:

"Por tratar-se de evidente matéria de organização administrativa, a <iniciativa> do processo

legislativo está reservada ao chefe do Poder Executivo local. Os Estados-membros e o Distrito

Federal devem obediência às regras de <iniciativa> legislativa reservada, fixadas

constitucionalmente, sob pena de violação do modelo de harmônica tripartição de poderes,

consagrado pelo constituinte originário." (ADI 1.182, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-

2005, Plenário, DJ de 10-3-2006.)

“Processo legislativo dos Estados-membros: absorção compulsória das linhas básicas do modelo

constitucional federal entre elas, as decorrentes das normas de reserva de <iniciativa> das leis,

dada a implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos poderes:

jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal.” (ADI 637, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,

julgamento em 25-8-2004, Plenário, DJ de 1º-10-2004.)

"Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 6.835/2001 do Estado do Espírito Santo. Inclusão dos

nomes de pessoas físicas e jurídicas inadimplentes no Serasa, Cadin e SPC. Atribuições da

Secretaria de Estado da Fazenda. <Iniciativa> da Mesa da Assembleia Legislativa.

Inconstitucionalidade formal. A Lei 6.835/2001, de <iniciativa> da Mesa da Assembleia

Legislativa do Estado do Espírito Santo, cria nova atribuição à Secretaria de Fazenda Estadual,

órgão integrante do Poder Executivo daquele Estado. À luz do princípio da simetria, são de

<iniciativa> do chefe do Poder Executivo estadual as leis que versem sobre a organização

administrativa do Estado, podendo a questão referente à organização e funcionamento da

administração estadual, quando não importar aumento de despesa, ser regulamentada por

meio de Decreto do chefe do Poder Executivo (...). Inconstitucionalidade formal, por <vício>

de <iniciativa> da lei ora atacada." (ADI 2.857, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em

30-8-2007, Plenário, DJ de 30-11-2007.)

Sendo assim, nota-se que a proposição em epígrafe, malgrado os elevados propósitos do seu autor,

Page 25: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

25

confronta com o sistema constitucional de iniciativas reservadas estabelecidas pela Constituição Federal e,

reproduzidas em nossa Lei Maior Estadual.

Não há, pois, como contornar o obstáculo antedito que, assume as feições de uma típica

inconstitucionalidade formal, cujos efeitos, não custa repetir, fulminam integralmente a proposição.

Isto posto, somos pela adoção do seguinte:

PARECER N.º 58/2015

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

Inconstitucionalidade do Projeto de Lei nº 89/2015, de autoria do Exmo. Senhor Deputado Cacau Lorenzoni,

por existência de vicio de inconstitucionalidade formal, e, consequentemente, pela Manutenção do Despacho

Denegatório do Presidente da Mesa Diretora.

Plenário Rui Barbosa, 07 de abril de 2015.

RODRIGO COELHO

Presidente

RAQUEL LESSA

Relatora

JANETE DE SÁ

ELIANA DADALTO

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 61/2015

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 104/2015

Autor: Deputado Bruno Lamas

Ementa: “Dispõe sobre a regulamentação da inserção da atividade de psicopedagogia nas escolas da Rede

Pública Estadual”.

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 104/2015, de autoria do Deputado Bruno Lamas, “Dispõe sobre a regulamentação

da inserção da atividade de psicopedagogia nas escolas da Rede Pública Estadual”.

A proposição foi protocolizada no dia 12 de março de 2015, e devolvida ao autor com base no artigo 143,

inciso VIII, do Regimento Interno, por infringência ao artigo 63, parágrafo único, incisos III e VI, da Constituição

Estadual.

O autor interpôs recurso à Comissão de Constituição e Justiça, o que foi deferido em 16 de março de 2015,

para sua regular tramitação.

O presente Projeto de Lei veio a esta Comissão de Constituição e Justiça para exame e parecer na forma do

disposto nos arts. 41 e 143, parágrafo único do Regimento Interno (Resolução n° 2.700/09).

É o Relatório.

PARECER DO RELATOR

O Projeto de Lei nº 104/2015, de autoria do Deputado Bruno Lamas, em seu artigo 1º, dispõe sobre

procedimentos no atendimento aos alunos que apresentem dificuldades de aprendizagem e os transtornos que

interferem na assimilação do conteúdo programático. Na forma de medida preventiva e enfrentamento aos pontos

que possam travar tal aprendizagem, notadamente, o Art. 2° estabelece que só poderão exercer a profissão de

psicopedagogo os portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em Psicopedagogia, em nível

de pós graduação.

É de notório conhecimento que realmente as escolas são carentes de profissionais capacitados para melhor

atender seus alunos e ajudá-los no enfrentamento das dificuldades atinentes, ou não, ao processo de aprendizagem e

de suas intercorrências.

Page 26: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

26

É sabido que dentre os diversos profissionais da área, o psicopedagogo é o mais gabaritado para exercer sua

atividade juntamente com os indivíduos, grupos, instituições, comunidades e na própria família do educando.

Nesse sentido, mais de 100 municípios brasileiros já contrataram psicopedagogos por meio de concursos

públicos, em conformidade com a previsão legal de cada unidade municipal.

Nota-se que a matéria está vinculada à Secretaria Estadual, cabendo ao Poder Executivo regulamentar a

presente lei para sua aplicação.

O artigo 63, parágrafo único, incisos III e VI e 91, inciso I, da Carta Maior Estadual, estabelecem que

compete privativamente ao Governador do Estado, o seguinte:

“Art. 63. (...)

Parágrafo único. São de iniciativa privativa do Governador do Estado às leis que dispõe sobre:

III - organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo;

VI – criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgão do Poder Executivo.

“Art. 91. Compete privativamente ao Governador do Estado:

I - exercer, com auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração estadual;

Vê-se aqui, que o constituinte reservou a iniciativa de projeto de lei referente à estruturação e atribuições da

Secretaria do Estado e dos órgãos do Poder Executivo ao chefe da administração pública, a quem compete o

exercício da direção superior com o apoiamento dos Secretários de Estado.

Corroborando o acima transcrito, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional preceitua em seu artigo

10 as imcumbências do estado em relação à organização de seu sistema educacional:

Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;

II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais

devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a

ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;

III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos

nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;

É bom frisar que a competência institucional é do Poder Executivo para elaboração de planos e projetos no

âmbito de Ensino-Aprendizagem, ao Poder Legislativo caberia intervir tão somente no momento da apreciação das

leis orçamentárias, por intermédio da apresentação de Emendas.

Não obstante a relevância da matéria, o projeto invade as atribuições reservadas ao Poder Executivo no que

concerne à organização administrativa já que, repita-se, cuida-se, notadamente de diversas ações conferidas à

administração pública, como a de criação de cargos públicos e atribuições.

Ainda mais, outro gravame de inconstitucionalidade aflora no momento em que a Proposição, na realidade,

prevê e tipifica atividades que necessitam da realização de um conjunto de despesa a ser arcada pelo erário

estadual. Nesse contexto, as Constituições Federal, e Estadual vedam a promoção de Projetos sem prévia e

específica dotação orçamentária, bem como, sem a indicação dos recursos correspondentes para tanto. Define, in

verbis, os incisos I e V, do art. 167, da Constituição Federal:

“Art. 167. São vedados:

I – o início de programas e projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

V– a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem

indicação dos recursos correspondentes;

Com maior precisão simétrica e na mesma linha de proibição prevista na Constituição Federal, determina o

dispositivo endereçado no artigo 152, incisos I, II, III e V, da Constituição Estadual. Vejamos:

Page 27: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

27

Art. 152. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não-incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos

orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital,

ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,

aprovados pelo Poder Legislativo, por maioria absoluta;

(...)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial, sem prévia autorização legislativa e sem

indicação dos recursos correspondentes.”

Para melhor elucidarmos o assunto passamos a transcrever jurisprudência do STF análoga a matéria:

Processo: RE 629380 SP

Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI

Julgamento: 30/08/2012

Publicação:

DJe-174 DIVULG

03/09/2012 PUBLIC

04/09/2012

Parte(s):

ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO

ESTADO DE SÃO

PAULO

CARLOS ROBERTO

DE ALCKMIN DUTRA

E OUTRO(A/S)

PROCURADOR-

GERAL DE JUSTIÇA

DO ESTADO DE SÃO

PAULOGOVERNADOR

DO ESTADO DE SÃO

PAULO

PROCURADOR-

GERAL DO ESTADO

DE SÃO PAULO

Decisão

Decisão: Vistos. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo interpõe recurso extraordinário,

contra acórdão proferido pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim

do: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Lei Estadual nº 12 524, de 2 de janeiro

de 2007, que dispõe sobre a ‘Criação do Programa Estadual para Identificação e Tratamento da

Dislexia na Rede Oficial de Educação’. Norma de iniciativa parlamentar. Ato típico de

administração, de atribuição exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Invasão da esfera de atuação

do Governador do Estado, a quem compete gerir a administração pública estadual, cabendo-lhe,

segundo o seu poder discricionário, avaliar a oportunidade e a conveniência de criar programa para

identificação e tratamento de dislexia na rede oficial de educação, com imposição de obrigações as

Secretarias da Educação e da Saúde. Hipótese, ademais, que implica em criação de despesa pública,

sem que tenha havido previsão na lei orçamentária, com indicação das fontes de custeio. Ofensa ao

princípio constitucional da separação e independência de poderes Violação dos artigos

5º, 25, 47, II, e 176, I, todos da Carta Política Estadual. Ação julgada procedente para declarara

inconstitucionalidade da lei impugnada (...)

Ante o exposto, entendemos que não é de competência deste Poder Legislar sobre tal assunto, conforme

vastas razões mencionadas no parecer, razão pela qual somos pela MANUTENÇÃO DO DESPACHO

Page 28: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

28

DENEGATÓRIO da Mesa ao Projeto de Lei nº 104/2015, de autoria do Deputado Bruno Lamas.

Ex positis, sugerimos aos nobres pares desta Comissão o seguinte:

PARECER N.º 61/2015

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

INCONSTITUCIONALIDADE do Projeto de Lei nº 104/2015, de autoria do Deputado Bruno Lamas e,

consequentemente, pela MANUTENÇÃO DO DESPACHO DENEGATÓRIO do Excelentíssimo Sr. Presidente

da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo.

Plenário Rui Barbosa, 07 de abril de 2015.

RODRIGO COELHO

Presidente

GILDEVAN FERNANDES

Relator

JANETE DE SÁ

ELIANA DADALTO

RAQUEL LESSA

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: Requerimento de Urgência n.º 21/2015, do Deputado Gildevan Fernandes –

Líder do Governo, para o Projeto de Lei n.º 139/2015, de autoria do Governo do Estado, que permite a aplicação

dos recursos provenientes da Lei n.º 8.308, de 12 de junho de 2006, em despesas correntes, inclusive para o

pagamento de dívidas com a União Federal e suas entidades. Lido na 24.ª Sessão Ordinária, realizada dia 08 de

abril de 2015, e adiada a votação por falta de quorum

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Em votação o Requerimento de Urgência n.º

21/2015, lido em sessão anterior.

Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem

verbalmente. (Pausa)

Aprovado.

O SR. SERGIO MAJESKI – (PSDB) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para justificação

de voto.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Sergio

Majeski.

O SR. SERGIO MAJESKI – (PSDB - Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas

e Senhores Deputados, peguei a cópia do projeto e entendo que as prefeituras deste Estado, assim como do País

inteiro, enfrentam dificuldades, assim como os Estados também. No entanto, o projeto do governo não apresenta

nenhuma contrapartida das prefeituras. Então, usar esse recurso para outros fins que não aqueles para os quais

estavam destinados, precisaria ter uma contrapartida. Afinal, se as prefeituras usam esse dinheiro agora e até o final

do ano, o projeto diz ser até o final do ano, e depois?

Vimos a matéria, no domingo à noite, mostrando a questão de Presidente Kennedy, que o problema, muitas

vezes, das prefeituras não é a falta de arrecadação, mas como o dinheiro está sendo utilizado.

Em Presidente Kennedy, fica claro que é uma aberração. É o município que mais arrecada do País, em

termos per capita, mas não é um caso isolado. Sabemos que muitos municípios têm uma arrecadação razoável e

ainda assim se encontram em dificuldade muito grande. Então haveria de ter uma contrapartida, principalmente na

questão de como as prefeituras usam esse dinheiro. Claro que muitos prefeitos agem seriamente; talvez aquilo que

estão enfrentando hoje não seja culpa deles, pegaram já uma situação difícil. Mas, seria necessário que as

prefeituras apresentassem uma contrapartida no sentido de conter gastos, principalmente quanto à questão de

cargos comissionados e políticas eleitoreiras, empregadas muitas vezes usando dinheiro público de uma forma

totalmente inadequada.

Mais uma vez me refiro à matéria apresentada no Fantástico, domingo, que mostra claramente que em

muitas prefeituras do País o problema não é arrecadação, mas a utilização do dinheiro público.

Seria muito importante que o governo do Estado exigisse uma contrapartida das prefeituras para liberar o

gasto desse dinheiro com outros fins, que não aqueles para os quais estão previstos incialmente. (Muito bem!)

Page 29: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

29

(Comparecem os Senhores Deputados Almir Vieira e Guerino Zanon)

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para

justificação de voto.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Enivaldo

dos Anjos.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD - Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, a pedido do vice-líder, Senhor Deputado Erick Musso, apreciamos a matéria com

regime de urgência porque entendemos que tal faz justiça às administrações municipais. É um socorro em boa hora

do Governo do Estado.

Parabenizo a matéria ser no sentido de não permitir que esses recursos dados pelo Governo sejam utilizados

para folha de pagamento. Isso já justifica bem que o Estado quer contribuir, mas nas obrigações em que os

municípios precisam para servir a população e não para cumprir folha de pagamento. Existem municípios que estão

com setenta e cinco por cento de folha.

A matéria é boa por apoiar os municípios e muito inteligente ao não permitir que sejam utilizados recursos

para o pagamento de pessoal. (Muito bem!)

O SR. SANDRO LOCUTOR – (PPS) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para justificação

de voto.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Sandro

Locutor.

O SR. SANDRO LOCUTOR – (PPS – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, esse é um projeto importante e cabe uma reflexão sobre ele. Como disseram os

Senhores Deputados Sergio Majeski e Enivaldo dos Anjos, temos uma preocupação com a má utilização desses

recursos.

O fundo serviu, ao longo desses últimos anos, para um amparo, importantíssimo, aos prefeitos municipais.

Foi um fundo que deu uma sustentação a vários prefeitos municipais, com várias realizações de obras e de

melhorias concretizadas para que o município pudesse caminhar.

A preocupação de não ter gasto com folha de pagamento, e nós poderíamos pensar até numa sugestão nesta

Casa de Leis e discutir com o líder e sugerir para o vice-líder, mas já tem esse empecilho... Mas se durante esse

período os municípios utilizassem esses recursos do fundo, que é até ao final do ano, não se aumentassem as

contratações, em especial de comissionados, ou seja, criar novos cargos de comissionados enquanto se utiliza isso

para custeio.

Muitas vezes algum procurador espertinho, utilizando-se das brechas que existem na nossa legislação, pode

arrumar um campo de manobra para terceirizar algum serviço, criar alguns cargos terceirizando outros, para utilizar

esses recursos do fundo. Então, que nós pudéssemos, a título de sugestão para os líderes, para que amanhã, no ato

de votarmos esse projeto, possamos dar um freio, colocar um freio para que não se crie mais cargos em comissão,

para que não haja manobra do procurador de arrumar um meio para terceirizar alguns serviços e,

consequentemente, ainda criar alguns cargos, que aumentaria, de certa forma, a folha de pagamento... Porque o

fundo, da forma que está sendo, é importante, mas tem de fazer uma reflexão, porque o mau uso da verba pública

pode levar os municípios a cometerem alguns erros. (Muito bem!)

(Comparece a Senhora Deputada Janete de Sá)

O SR. DARY PAGUNG – (PRP) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para justificação de

voto.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Dary

Pagung.

O SR. DARY PAGUNG – (PRP – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e

Senhores Deputados, ouvi atentamente os deputados discutirem e com certa razão. Nós, no ano passado,

enfrentamos muitas chuvas no Estado do Espírito Santo. Esta Casa de Leis, de forma extraordinária, votou alguns

projetos para beneficiar municípios e temos visto no interior do Estado, principalmente no município de Baixo

Guandu, que os recursos não foram direcionados para aquilo que nós estávamos esperando.

Eu não vi, no nosso município, nenhuma reforma de ponte, nenhuma construção de ponte; não houve ajuda

nenhuma aos produtores rurais. O que eu vi no nosso município foi asfalto, fazer asfalto encima de pedra para

Page 30: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

30

mostrar para a população que estava fazendo obras.

Gostaria de dizer que tem o meu apoio, mas precisamos fiscalizar. Afinal, a falta de gestão nos municípios,

talvez, fará com que os recursos que o Estado oferece para socorrer o município sejam usados de forma

equivocada.

Faço da minha fala a dos deputados que me antecederam, ou seja, precisamos fiscalizar porque o recurso é

para salvar os municípios e não para gastar de forma errada. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) – Gostaria de registrar a presença do ex-Deputado,

hoje Prefeito de São Gabriel da Palha, o Senhor Henrique Vargas.

O SR. MARCELO SANTOS – (PMDB) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para

justificação de voto.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Marcelo

Santos.

O SR. MARCELO SANTOS – (PMDB – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, faço coro a manifestação do Senhor Deputado Sandro Locutor, que foi muito

importante nesta Casa de Leis.

Essa é uma medida que nós já aprovamos nesta Casa Legislativa no início do nosso segundo mandato. Essa

matéria foi amplamente debatida na Comissão de Petróleo, Gás e Energia, e de Infraestrutura, que tratava das

desigualdades regionais.

Hoje, ao chegar nesta Casa Legislativa, vi essa matéria sendo debatida novamente, e o motivo foi: a queda

na receita.

O País inteiro, o Estado, se os senhores observarem, o barril de petróleo, que chegou a um valor de cem

dólares, hoje está operando na casa dos trinta e cinco, quarenta dólares. Naturalmente, os repasses também

diminuíram, porque o primeiro repasse de recursos de royalties de petróleo para o Governo do Estado, trinta por

cento dessa arrecadação vai para o fundo.

Hoje, algumas prefeituras são obrigadas a fazer das tripas coração para honrar com o custeio. Nesse ponto,

os discursos dos Senhores Deputados Dary Pagung e Sandro Locutor também têm pertinência. Algumas

irresponsavelmente acabaram aumentando a sua despesa com pessoal, mesmo assistindo a olho nu a crise, e não

colocaram o pé no freio. Mas a maioria não ampliou a sua despesa e teve uma queda na receita e, naturalmente,

houve um desequilíbrio nessa balança.

Entendo que se trata de uma matéria importante, onde cabe uma emenda que registre e que impeça o gestor

de contratar nova despesa com pessoal. É um tema muito legal de se debater, porque estamos falando de crise, de

recursos para custeio e de responsabilidade. Assim, gostaria de fazer esse registro importante. (Muito bem!)

(Comparece o Senhor Deputado Theodorico Ferraço)

A SR.ª RAQUEL LESSA – (SD) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para justificação de

voto.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra à Senhora Deputada Raquel

Lessa.

A SR.ª RAQUEL LESSA – (SD – Sem revisão da oradora) – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e

Senhores Deputados, justifico meu voto dizendo que foram falas muito boas as dos Senhores Deputados Marcelo

Santos e Sandro Locutor.

Fui prefeita quando havia esse fundo, que nos ajudou muito, pois fizemos várias ações para combater a

pobreza na nossa cidade. Devemos votar esse projeto com responsabilidade, porque vemos que os prefeitos que

assumiram sabiam da crise, mas muitos acabaram não tendo a responsabilidade devida nesse período de vacas

magras. Fizeram festas maravilhosas, gastaram o dinheiro e não o investiram na coisa pública com seriedade.

Temos que votar o projeto, mas com muita responsabilidade, porque se trata de um fundo muito

importante. E que os prefeitos possam fazer economia verdadeiramente! Que esse dinheiro possa servir, não sendo

desviado o foco no combate à pobreza! (Muito bem!)

O SR. EDSON MAGALHÃES – (DEM) – Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para

justificação de voto.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Edson

Page 31: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

31

Magalhães.

O SR. EDSON MAGALHÃES – (DEM – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, esse fundo foi criado no governo anterior de Paulo Hartung e destinado aos

municípios capixabas para que fizessem investimentos que gerassem emprego e renda. Mas hoje, ao que estamos

assistindo? No ano passado, o Governo Renato Casagrande destinou parte desse fundo para custeio. Os prefeitos

sabiam que parte desse fundo para custeio terminaria no mês de dezembro. Ora, queremos, evidentemente, que o

Espírito Santo possa contar com bons gestores e não com péssimos gestores.

Vimos a questão de Presidente Kennedy, que é um retrocesso em termos de administração municipal, e não

podemos conviver com essas incoerências, porque, afinal de contas, existe a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Agora, votaremos nesta Casa esta matéria que tem por objetivo conceder esse fundo para custeio até o mês

de dezembro para que possamos realmente ajudar os gestores municipais. Será que chegaremos a 2016, Senhor

Deputado Guerino Zanon, com essa mesma questão em pauta nesta Casa: O prefeito quer novamente parte dos

royalties para que possa fazer custeio e não investimento?

Não é isso que o Brasil quer. O País quer, de fato, responsabilidade, gestores com capacidade de gerir uma

cidade, com capacidade realmente de investir para que possamos ter investimento para geração de renda e emprego.

Como muito bem disse o Senhor Deputado Sandro Locutor, tem uma questão, se o prefeito quiser, pode burlar isso.

Na sua rubrica, no Orçamento, tem receita para custeio. E ele pode tirar essa receita, levar para o pessoal e tira dos

royalties para custeio para cobrir aquilo. E assim desqualifica tudo que estamos querendo realmente hoje no Brasil,

que é boa gestão com responsabilidade.

Votaremos a favor do governo e daremos mais uma chance aos gestores municipais. Mas, no ano que vem,

não dará mais para vir com essa conversinha. Queremos gestão de fato. Muito obrigado! (Muito bem!)

O SR. GUERINO ZANON – (PMDB) - Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para justificação

de voto.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Guerino

Zanon.

O SR. GUERINO ZANON – (PMDB – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, pegaremos o finalzinho da fala do Senhor Deputado Edson Magalhães: votar

com o Governo e dar novamente recursos a maus gestores. Temos que refletir sobre isso. Há umas propostas que,

talvez, até amanhã serão inseridas no projeto. Tenho que falar por onde conheço. Tenho acompanhado vários

municípios com muitas dificuldades. Tenho acompanhado também, como foi dito na fala dos Senhores Deputados

Marcelo Santos, Sandro Locutor, Raquel Lessa e Edson Magalhães, prefeitos que não estão usando corretamente os

recursos que chegam aos cofres municipais.

Senhora Deputada Eliana Dadalto, não é justo numa cidade como a nossa, onde se arrecadou quase cento e

cinquenta milhões de reais de royalties e se investiu apenas dezesseis milhões de reais e o restante gastar com

custeio. No ano anterior, dos cento e cinquenta milhões de reais que chegaram de royalties, se investiu cento e um

milhões de reais. Alguma coisa está errada. Não é justo colocarmos mais recursos para custeio. É tapar o sol com a

peneira, é levar o problema para seis meses à frente. Isso não condiz com as boas práticas administrativas e

gerenciais de qualquer empresa. E a prefeitura tem que ser tratada assim, como uma empresa a serviço do povo de

sua cidade. E essa não é uma boa atitude que estamos tomando. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Solicito ao Senhor 1.º Secretário que continue a

leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: Parecer n.º 044/2015, da Comissão de Justiça, pela manutenção do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º 61/2015, de autoria do Deputado Euclério Sampaio, que

institui o programa casa de acolhimento ao idoso, visando propiciar convivência familiar ao idoso que se encontra

em situação de abandono psicológico ou familiar e sem condições de assumir sua própria subsistência. Publicado

integralmente no DPL do dia 06 de abril de 2015.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Informo aos Senhores Deputados que se o Parecer n.º

044/2015, da Comissão de Justiça, for aprovado, a matéria será arquivada; se rejeitado, o projeto seguirá tramitação

normal.

Em votação o parecer, pela manutenção do despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º 61/2015.

Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem

verbalmente. (Pausa)

Aprovado.

Page 32: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

32

Arquive-se o projeto.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: Parecer n.º 045/2015, da Comissão de Justiça, pela manutenção do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º 75/2015, de autoria do Deputado Bruno Lamas, que dispõe

sobre o acesso gratuito dos profissionais da educação da rede estadual aos eventos promovidos, patrocinados ou

apoiados pelo Governo do Estado. Publicado integralmente no DPL do dia 06 de abril de 2015.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Informo aos Senhores Deputados que se o Parecer n.º

045/2015, da Comissão de Justiça, for aprovado, a matéria será arquivada; se rejeitado, o projeto seguirá tramitação

normal.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) – Senhor Presidente, pela ordem! Gostaria de fazer uso da

palavra para falar sobre essa matéria.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Findo o tempo destinado ao Pequeno Expediente,

passa-se à fase das Comunicações.

* EXPEDIENTE PUBLICADO CONFORME CÓPIAS ENVIADAS PELOS RESPECTIVOS

SETORES DE ORIGEM.

Concedo a palavra ao Senhor Deputado Euclério Sampaio.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO – (PDT – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas, Senhores Deputados, servidores da Casa, profissionais de imprensa, aos que estão na galeria, uma boa

tarde.

Quero passar esse vídeo e depois me manifestarei.

(É exibido o vídeo)

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO – (PDT) - Fiz questão de exibir esse vídeo porque venho reiteradamente

me manifestando sobre a precariedade dos serviços públicos prestados pela prefeitura do Município de Vila Velha,

dentre os quais, o PA da Glória.

Isso demonstra, Senhor Deputado Doutor Hércules, que as denúncias que eu estava fazendo nesta Casa não

eram vazias. A situação está muito crítica, tanto que a recepção aos dois prefeitos das duas cidades que venho

criticando foi lamentável na festa que ocorreu no Município de Vila Velha nesse final de semana. Apesar de não

estarem presentes, quando foram citados os nomes dos prefeitos Juninho e Rodney Miranda, a vaia foi

ensurdecedora. Isso mostra o desserviço que ambos prestam para o povo do nosso estado.

Quero aproveitar e dizer que fiz um requerimento, um pedido de informação. Agora falo sobre o Município

de Cariacica. Não citarei o nome, apesar de ter em mãos cópia de todo o processo administrativo. Como pode o

Município de Cariacica dar valor a pessoas envolvidas com coisa errada? Como pode o dono do centro de formação

de condutores, cuja firma foi descredenciada por cobrança de propina, exercer um cargo importante na

administração do Município de Cariacica?

Se lá pedia propina para os alunos, imaginem em uma pasta importante, o que não deve acontecer com os

empresários na mão desse homem? Mas direi o nome dele, Senhor Deputado Bruno Lamas, quando eu tiver a cópia

do processo. Já tenho o Diário Oficial com o registro descredenciando esse centro de formação. Tenho o nome

desse subsecretário de uma pasta importante. É apenas um pingo de água do oceano o que ocorre na Prefeitura do

Município de Cariacica.

O Sr. Marcelo Santos – (PMDB) – V. Ex.ª me concede um aparte, Senhor Deputado?

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) – Concedo, Senhor Deputado.

O Sr. Marcelo Santos – (PMDB) – Com relação às vaias que chegaram aos ouvidos de todos, demonstra

claramente que a nossa manifestação nesta Casa menos é do que repercutir o grito das ruas. Em Cariacica, a

cobrança é enorme, inclusive pessoas citam e relatam casos que eu jamais poderia relatar na tribuna desta Casa.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO – (PDT) – Digo que esta tribuna tem que ser a caixa de ressonância da

população deste estado. Mas muitos insistem, Senhor Deputado Bruno Lamas, em não querer ouvir o que o povo

está dizendo. (Muito bem!)

Page 33: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

33

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Muito obrigado.

Concedo a palavra ao Senhor Deputado Marcelo Santos.

O SR. MARCELO SANTOS – (PMDB – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, na verdade peço a todos que nos deem a oportunidade de prestar a atenção nesse

vídeo porque ele fala muito mais do que qualquer manifestação na tribuna desta Casa.

Por gentileza, o vídeo.

(É exibido o vídeo)

O SR. MARCELO SANTOS – (PMDB) – Ele disse que é uma injustiça quando o oficial de justiça vai lá

cobrar o IPTU, que no governo dele não faria isso. Juninho sorriso 23. Ele não mandou o oficial de justiça não. Ele

está negativando o seu nome no SPC sem que o oficial de justiça vá lá. É uma segunda fase, Senhor Deputado

Euclério Sampaio.

As pessoas acreditaram nisso. Isso passou na Rede Gazeta, na Tribuna, na Record. Isso passou em todas as

redes de televisão e o povo acreditou, até eu. Eu pensei o seguinte: Bom, eu não tenho coragem de apresentar isso.

Eu não tenho coragem, mas ele apresentou. Pensei: ele deve conseguir fazer uma mágica. E ele disse que o cara, a

mulher, a pessoa que recebesse no governo dele, do Juninho sorriso 23, o carnê de IPTU, que era para rasgar. Eu

pergunto a você: Você está rasgando o seu carnê? Não estou falando de você que tem rua asfaltada não – quem tem

asfalto tem que pagar, como ele disse –, mas de você que não tem rua pavimentada, de você em cuja rua o esgoto

está correndo a céu aberto, de você que grita todo dia perguntando por que eu tenho que pagar IPTU se eu acreditei

no prefeito mais votado do país. Dessa maneira é fácil ganhar a eleição, mas não tenho essa prática.

O Sr. Euclério Sampaio – (PDT) – Senhor Deputado Marcelo Santos, um aparte, por favor. Uma coisa o

prefeito Juninho tem razão: da maneira que enganou milhares de eleitores, mostra que é bom, mas na arte de

enganar, na arte de prometer e não cumprir. Esse é o prefeito de Cariacica. Tanto que o nome dele foi lembrado

ontem, como disse anteriormente, e foi à unanimidade pelos fieis que estavam em Vila Velha.

O SR. MARCELO SANTOS – (PMDB) – Senhor Deputado Euclério Sampaio, obrigado.

Peço aos senhores que me dão oportunidade de chegar à sua casa que, quando se encontrarem com o

prefeito, peçam a S. Ex.ª que peça desculpas. Esse será o maior gesto para um gestor em Cariacica, dizer:

Desculpa, eu errei, eu menti para você, e essa mentira está fazendo seu nome ser negativado e você terá que pagar

o IPTU, sua rua não estará asfaltada e seu nome estará no SPC se você não pagar.

Eu peço desculpas a todos porque hoje temos um prefeito que mentiu para todos nós. Muito obrigado.

(Muito bem!)

(Comparece o Senhor Deputado Hudson Leal)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Padre

Honório.

O SR. PADRE HONÓRIO – (PT – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e

Senhores Deputados, senhores e senhoras que participam conosco neste dia e telespectadores da TV Ales, mais

uma vez agradecemos aos Senhores Deputados que estão nos ajudando na Escola de Formação Política.

Tivemos em Pancas a presença da Senhora Deputada Raquel Lessa; em Nova Venécia, tivemos a presença

do Senhor Deputado Sergio Majeski; em Barra de São Francisco, estivemos com o Senhor César Colnago, vice-

governador; com o Senhor Rodrigo Chequetto, em Mantenópolis; com o Doutor Jorge Silva e seu assessor em

Montanha; com Magnago em alto Rio Novo, e com outros profissionais em outros lugares.

Sempre estamos trazendo para esta Casa de Leis essas reflexões, votando projetos sobre o uso do dinheiro

público nos municípios, no Estado, na União. Pedimos mudança, mas quem quer mudar? Quem realmente deseja

mudar?

A Escola de Formação Política é uma oportunidade para que as pessoas tenham esse espaço e possam ter o

mínimo de informação quando desejam ingressar na vida pública. É um espaço de reflexão rico.

Senhores Deputados Guerino Zanon e Eliana Dadalto, o Ifes de Linhares também está pedindo. Precisamos

muito de contar com a ajuda de V. Ex.as

nessa escola de Linhares, dando oportunidade àquelas pessoas de

participarem.

Outro evento rico, que serve para a formação, foi o que aconteceu também em Mantenópolis, coordenado

pelo Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos com a presença da Senhora Deputada Janete de Sá e do Senhor

Deputado Da Vitória, dos vereadores e vereadoras do Norte do Estado, levando a comunidade a tomar

Page 34: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

34

conhecimento dos verdadeiros desafios.

Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, a reunião que aconteceu em Mantenópolis levou mais segurança

àquelas pessoas, lideranças e pessoas das entidades que às vezes se sentem desprotegidas. Na reunião, aquela

reflexão feita por V. Ex.ª, levou àquelas pessoas mais segurança, e já houve resultados positivos.

Hoje, estou usando este momento para convidar as Senhoras Deputadas, os Senhores Deputados e toda a

população para participarem conosco, nesta Assembleia Legislativa, quinta-feira, às 15h, de uma sessão solene com

a presença dos movimentos MST e MPA. Movimentos responsáveis pela agricultura familiar juntamente com os

agricultores e agricultoras que têm a grande missão de produzir alimento para que as pessoas tenham alimento em

diversidade e em qualidade.

Como diz o MPA: Se o campo não planta, a cidade não janta. Precisamos valorizar esses movimentos que,

às vezes, trabalham, participam de reuniões, promovem fóruns, lutam com seus próprios esforços por uma causa. E

a causa é ter alimento saudável e em quantidade e de qualidade na mesa do povo brasileiro.

Gostaria de, mais uma vez, convidar todos os Senhores Deputados e Senhoras Deputadas para prestigiarem,

para estarem presentes quinta-feira, às 15h, com esses movimentos organizados. E, assim, estendermos nossos

braços a esses guerreiros e a essas guerreiras que fazem a diferença neste estado e neste país. Quinta-feira, às 15h,

gostaria de contar com a presença de todos. Obrigado. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS – PSB) – Muito obrigado, Senhor Deputado Padre Honório.

Concedo a palavra ao Senhor Deputado Doutor Hércules.

O SR. DOUTOR HÉRCULES – (PMDB – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, Senhor Deputado Bruno Lamas, que ora presidente a sessão, antes de começar a

falar, gostaria de lembrar que ontem foi o aniversário do Carlos Eduardo Casa Grande, querido de nós todos, nosso

professor. Peço aos câmeras, por favor Edinho ou Alexandre, que filmem o Casa Grande, nosso professor de

muitos anos nesta Assembleia Legislativa, que nos auxilia e nos ensina. Nossos parabéns! Parabéns de todos os

funcionários e de todos os deputados. É uma honra muito grande você continuar conosco por esse tempo todo.

Parabéns, Casa Grande, e a toda sua família pelo seu aniversário, ontem.

Neste momento, concedo um aparte ao Senhor Deputado Edson Magalhães.

O Sr. Edson Magalhães – (DEM) – Senhor Deputado Doutor Hércules, muito obrigado pela gentileza de

me conceder esse aparte.

Não poderia deixar de fazer, de render minhas homenagens, primeiramente porque V. Ex.ª é um católico

praticante como eu. Muitos católicos, e não querendo, de forma nenhuma, deixar de também reconhecer outras

religiões. A religião é a melhor coisa na vida da pessoa. Agradeço muito a Deus por aquele momento tão

importante em nossas vidas: a Romaria dos Homens.

Hoje, conforme o jornal, estão querendo mudar a nomenclatura para Romaria das Famílias. Realmente

temos muitas mulheres e crianças na Romaria dos Homens.

Quero elogiar o arcebispo Dom Luiz Mancilha Vilela pela organização; e o frei Valdecir Schwambach,

guardião do Convento, da Ordem Franciscana, por essa belíssima festa, a Festa da Penha.

Só quero chamar a atenção para a organização da festa porque este ano havia mais de quinhentas mil

pessoas participando da Romaria dos Homens. E chegará o momento em que haverá um milhão de pessoas. Assim,

durante o percurso, que a Prefeitura de Vila Velha, se realmente for a responsável, possa destinar mais banheiros

para os romeiros. Essa é a única observação que tenho a fazer. E, de fato, elogiar toda a organização da Festa da

Penha, por esse momento tão importante em nossas vidas.

Era isso o que tinha que dizer. Muito obrigado pelo aparte.

O SR. DOUTOR HÉRCULES – (PMDB) – Pois não, Senhor Deputado Edson Magalhães. Obrigado.

Quero registrar lamentavelmente, há mais de quarenta anos, vou a todas Romaria dos Homens e dos

Motociclistas também, mas este ano não pude ir, dado a uma pequena cirurgia que fiz de implantação de uma lente

e meu médico me recomendou não ficar em local com muita aglomeração, razão pela qual não pude comparecer.

Estivemos no início, antes da festa, acompanhando o senhor Edson Lodi, que lançou o livro A Graça de

Maria. Estivemos também com o frei Valdecir Schwambach, guardião do Convento, e também com o Dom Luiz,

que nos recebeu muito bem no lançamento desse livro.

Mas quero falar, para variar, sobre a saúde. Os Senhores Deputados Almir Vieira e Hudson Leal e eu

estivemos pela manhã na reunião da Comissão de Saúde, conforme estabelecido e todos receberam um comunicado

que a reunião da Comissão de Saúde hoje seria no auditório da Emescam para discutir a estratégia da política de

saúde para esse governo.

O secretário Ricardo de Oliveira fez a explanação, assim como uma empresa que veio de São Paulo para

organizar a implantação desse sistema de saúde regional. Acho que o Senhor Deputado Almir Vieira viu minha

impertinência com relação à falta de inclusão, de todos os governos, com a Comissão de Saúde e com o

Legislativo.

Page 35: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

35

Pedi hoje e S. Ex.ª aceitou essa crítica que fiz. Autorizamos o orçamento de dois bilhões e tantos de reais,

então queremos acompanhar como esse dinheiro é empregado, assim como as Câmaras Municipais também têm

que ser convidadas porque as coisas acontecem no município. Nascemos, vivemos e morremos no município.

(Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) - Passo a presidência dos trabalhos ao Senhor

Deputado Almir Vieira. (Pausa)

O SR. PRESIDENTE – (ALMIR VIEIRA - PRP) – Assumo a presidência dos trabalhos neste momento

para dar continuidade ao rito da sessão.

Concedo a palavra ao Senhor Deputado Bruno Lamas.

O SR. BRUNO LAMAS – (PSB – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e

Senhores Deputados, público presente e todos aqueles que nos acompanham pela TV Ales, gostaria de pedir ajuda

aos funcionários da Casa, Senhor Paulo Marcos, nosso diretor, alguém que pudesse me ajudar a fazer a exposição

de um quadro, certamente sozinho não vou conseguir.

Gostaria de registrar a presença do ex-deputado, prefeito de São Gabriel da Palha, Henrique Vargas, e

apresentar aos senhores e senhoras o trabalho de mais um talento serrano. A cidade de Serra é cheia de talentos,

com movimento cultural forte, uma cidade apaixonante. Costumo dizer que quem bebe daquela água se apaixona.

Cidade cheia de desafios, mas a mais populosa, a maior do Estado e com grandes talentos, como o Hilquias

Scardua. Meu gabinete passará a contar com essa beleza de pintura, de uma liderança que nos deixou, por quem

tenho profundo respeito, Nelson Mandela, por sua história e por tudo o que representou e continua representando

por nós.

Para falar rapidamente sobre o Hilquias, que está conosco na ala ao lado, tem trinta e dois anos, é cenógrafo

de ópera e está se graduando em artes visuais, há cerca de uma década atuando profissionalmente. Sua linha de

produção é diversa, mas também investe na produção contemporânea focada no figurativo. Seu trabalho é

desenvolvido em tempera sobre papel e tecido. Mas suas produções variam muito, há algumas obras em óleo sobre

tela, técnica mista, híbrida, acrílica, demonstrando sua versatilidade adquirida com a experiência na área das artes.

Descobriu a vertente para a arte dentro de sua família. Desde pequeno já apresentava curiosidade sobre o

tema. Em 2009 realizou sua primeira exposição coletiva e está preparando a sua primeira exposição individual para

este mês.

Apenas apresentar aos colegas e parabenizar o Hilquias pelo trabalho. Fez isso à mão, com pincel.

Parabéns, Hiquias, por seu trabalho! Agradeço a ajuda. Mais um serrano mostrando seu talento.

Nos minutos que me restam, Senhor Presidente, ainda falo sobre o Hospital Dório Silva e a lamentável

possibilidade de fechamento de vinte e seis leitos de UTI neonatal. A cidade mais populosa do Estado, com quase

quinhentos mil habitantes, um hospital com excelente corpo técnico, que atende não só a população de Serra, mas

de todo o Estado e de Estados vizinhos. Estamos dialogando com a Secretaria da Saúde, fazendo um apelo ao

secretário Ricardo de Oliveira para que não permita que isso aconteça. Tomamos algumas atitudes. Protocolamos,

na Comissão de Saúde, ao Senhor Deputado Doutor Hércules, uma solicitação de visita técnica ao Hospital Dr.

Dório Silva, que está na cidade de Serra, com prioridade para a ala de UTI neonatal.

Protocolamos, também, hoje, à Comissão de Saúde, uma solicitação de comparecimento do Senhor

Secretário Ricardo de Oliveira, para esclarecimento sobre as matérias veiculadas, que tratam do fechamento dos

leitos de UTI neonatal do Hospital Dr. Dório Silva.

Solicitamos, também, à Comissão de Saúde que receba uma comissão do Conselho Gestor do Hospital Dr.

Dório Silva, que tem uma manifestação inclusive programada para o dia dezesseis, em frente à Assembleia

Legislativa.

Por último, apresentamos um requerimento, já protocolado, que será apreciado por esse Plenário, ao

Secretário de Saúde, solicitando as seguintes informações:

1- Caso ocorra, qual o motivo do fechamento dos vinte e seis leitos de UTI neonatal do Hospital Dr. Dório

Silva e se há algum estudo que embasa tal medida?

2- Como ficará o atendimento à população da cidade de Serra, com aproximadamente quinhentos mil

habitantes?

3- Como será o transporte sanitário dos pacientes e para onde pretende transferi-los?

4- O Hospital que receberá os pacientes é terceirizado ou público, tem alguma participação de capital da

iniciativa privada?

5- Qual é o quantitativo do corpo técnico do hospital que receberá os pacientes?

6- Qual o custo atual dos 26 (vinte e seis) leitos de UTI neonatal do Hospital Dr. Dório Silva?

7- Por último: o assunto é de conhecimento do Conselho Estadual de Saúde?

Então, são alguns dos requerimentos apresentados ao Secretário Ricardo de Oliveira, e nós continuamos

firmes nesse propósito em fazer um apelo para que não fechem os vinte e seis leitos de UTI neonatal do Hospital

Page 36: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

36

Dr. Dório Silva.

Senhor Secretário Ricardo de Oliveira, por favor, não feche os leitos de UTI neonatal do Hospital Dr. Dório

Silva. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (ALMIR VIEIRA - PRP) – Devolvo a presidência dos trabalhos ao Senhor

Deputado Bruno Lamas.

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) – Assumo a presidência dos trabalhos neste momento

para dar continuidade ao rito da sessão.

Concedo a palavra o Senhor Deputado Sergio Majeski.

O SR. SERGIO MAJESKI – (PSDB – Sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, meus cumprimentos à Mesa, aos colegas presentes, às pessoas que nos visitam

nas galerias, aos funcionários desta Casa Legislativa e àqueles que nos assistem por meio da TV Ales.

Voltarei ao assunto de quando me manifestei a respeito da proposta do uso de recursos pelas prefeituras,

para fins não previstos, na questão de Presidente Kennedy e de outros municípios mostrados no Fantástico de

domingo à noite, mostrando os municípios que estão entre os que mais arrecadam no país, e ao mesmo tempo

carecendo de serviços básicos.

É obvio me reportar, principalmente ao município de Presidente Kennedy, que é o município, segundo as

informações, que mais arrecada per capita no país, com várias ruas sem calçamento, com quase metade da

população sem saneamento básico. Cerca de dez por cento da população vivendo na miséria absoluta, entre outros

fatores.

Quando falamos sobre cortes de gastos e de tempos em tempos: olha, tem de socorrer, porque estamos

numa situação difícil, porque a economia está mal... Para além das questões pontuais e das questões cíclicas da

economia, nós temos uma má gestão crônica no Brasil.

Provavelmente o mau uso do dinheiro não é uma questão pontual de Presidente Kennedy e das outras

cidades mostradas na matéria a que me referi. Mas isso daí vai acontecer em praticamente todo o País.

O dinheiro público ou como dizia a grande estadista Margaret Thatcher: não existe dinheiro público, existe

o dinheiro do contribuinte. Existe o meu dinheiro, o dinheiro de vocês, o dinheiro de todo mundo. Que cada

centavo deveria ser muito bem utilizado e muito bem resguardado.

Fico pensando até que ponto os homens públicos resguardam o dinheiro público e sabem utilizá-lo. O que

temos visto em nível de Brasil e no Estado do Espírito Santo muitas vezes, tanto por parte das municipalidades,

quanto por parte do próprio Estado, é o uso do dinheiro público para fins eleitoreiros.

Eu ainda me reportaria a outras questões, mas eu volto na hora do Grande Expediente, para terminar a

minha fala. Muito obrigado. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (BRUNO LAMAS - PSB) – Obrigado, Senhor Deputado Sergio Majeski.

Findo o tempo destinado à fase das Comunicações, passa-se à Ordem do Dia.

O SR. DOUTOR HÉRCULES – (PMDB) – Senhor Presidente, pela ordem! Antes de V. Ex.ª passar para

a Ordem do Dia, registro com pesar o falecimento, no último final de semana, da professora Beatriz Stella Martins

Krohling, esposa do Senhor Aloísio Krohling, ex-deputado e também ex-vereador – foi vereador em Vila Velha

conosco –, um grande vereador, professor e deputado. A saudosa Beatriz também foi excelente professora do curso

de Serviço Social da Ufes. Ela foi sepultada no sábado. Peço que façamos um minuto de silêncio.

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Solicito a todos que, de pé, façamos um minuto de

silêncio. (Pausa)

(A Casa presta a homenagem)

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Discussão única, em regime de urgência, do Projeto

de Lei n.º 69/2015, da Mesa Diretora, que dispõe sobre a proibição de retenção ou apreensão de veículo em

decorrência da não comprovação de pagamento do IPVA. Publicado no DPL do dia 26/02/2015. Pareceres orais da

Comissão de Justiça, pela constitucionalidade, da Comissão de Defesa da Cidadania e da Comissão de Defesa do

Consumidor e do Contribuinte, ambos pela aprovação. Na Comissão de Segurança, o Senhor Deputado Gildevan

Fernandes se prevaleceu do prazo regimental para relatar a matéria na Sessão Ordinária do dia 07/04/2015. (Prazo

até o dia 15/04/2015)

Concedo a palavra à Comissão de Segurança, para que esta ofereça parecer oral ao projeto.

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO – (EUCLÉRIO SAMPAIO - PDT) – Convoco os membros da

Comissão de Segurança.

Page 37: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

37

Senhor Presidente, informo a V. Ex.ª que na sessão ordinária realizada dia 07 de abril de 2015 o relator do

projeto, Senhor Deputado Gildevan Fernandes, se prevaleceu do prazo regimental para relatar a matéria na

Comissão de Segurança. Portanto, tem prazo até o dia 15 de abril de 2015 e continuará se valendo desse prazo para

oferecer parecer.

O SR. PRESIDENTE – (BRUBO LAMAS - PSB) – É regimental.

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO – (EUCLÉRIO SAMPAIO – PDT) - Devolvo a palavra à Mesa

O SR. PRESIDENTE – (BRUNO LAMAS - PSB) – Discussão única, em regime de urgência, do Projeto

de Resolução n.º 16/2015, da Mesa Diretora, que altera diversos dispositivos do Regimento Interno, permitindo aos

membros da Mesa Diretora o afastamento temporário de suas funções, visando ao desempenho de outras atividades

parlamentares. Publicado no DPL do dia 25/03/2015. Na Comissão de Justiça, o Senhor Deputado Marcelo Santos

se prevaleceu do prazo regimental para relatar a matéria na Sessão Ordinária do dia 01º/04/2015. (Prazo até o dia

08/04/2015). (Existe emenda substitutiva anexada ao Projeto, de autoria da própria Mesa, publicada no DPL do dia

31/03/2015, para ser analisada pelas comissões de mérito)

Concedo a palavra à Comissão de Justiça, para que esta ofereça parecer oral ao projeto e à emenda

substitutiva.

Passo a presidência dos trabalhos à Senhora Deputada Raquel Lessa, pois estou impedido de presidir os

trabalhos, já que sou membro da Mesa Diretora e esta é a autora do projeto.

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA - SD) – Assumo a presidência dos trabalhos neste momento.

(Pausa)

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO – (RODRIGO COELHO – PT) – Convoco os membros da

Comissão de Justiça, Senhores Deputados Marcelo Santos, Dary Pagung, Janete de Sá, Eliana Dadalto, Gildevan

Fernandes e Padre Honório.

Senhores Deputados, na sessão realizada dia 1.º de abril de 2015 o relator do projeto, Senhor Deputado

Marcelo Santos, solicitou prazo regimental para oferecer parecer oral em Plenário. Tendo vencido esse prazo,

concedo a palavra a S. Ex.ª para oferecer seu parecer.

O SR. MARCELO SANTOS – (PMDB - Sem revisão do orador) – Senhor Presidente e senhores

membros da Comissão de Justiça, passo a relatar o Projeto de Resolução n.º 16/2015, que pedi prazo para analisá-

lo melhor. Didaticamente conversando com os colegas deputados, percebemos que a matéria é um pouco

complicada.

O Artigo n.º 21, do Projeto de Resolução n.º 16/2015, diz o seguinte:

“Art. 21-A. É permitido ao membro da Mesa afastar-se de suas funções pelo prazo de até 90

(noventa) dias por ano.”

§ 1º O afastamento depende do requerimento justificado e dirigido aos demais membros da Mesa e

deverá ser lido no expediente.

§ 2º Durante o afastamento previsto neste artigo o membro da Mesa fica obrigado a cumprir os

demais deveres constitucionais e regimentais referentes ao exercício de seu mandato,

especialmente aquele previsto no artigo 278.

§ 3º Fica proibido o afastamento previsto neste artigo quando já houver dois membros da Mesa

afastados com base neste mesmo dispositivo.”

Entendo que se houver uma crise no parlamento, o membro da Mesa pode pedir licença e não assumir

talvez o ônus dessa crise. Quando se predispõe a disputar uma eleição de Mesa, e creio que o Senhor Deputado

Enivaldo dos Anjos concorde comigo, temos que ter ônus e bônus. Acredito que por mais que tenha a boa intenção,

a Mesa não pode ter o direito de tirar essa licença e nem presidir comissões, enfim, tirar licença para ocupar outra

função que não seja a de membro da Mesa Diretora.

Senhor Presidente, relato pela inconstitucionalidade do Projeto de Resolução n.º 16/2015, incluindo a

emenda substitutiva que também está apensada ao referido projeto. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO - (RODRIGO COELHO - PT) - Em discussão o parecer.

(Pausa)

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) - Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para discuti-

Page 38: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

38

lo.

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO - (RODRIGO COELHO - PT) - Concedo a palavra ao Senhor

Deputado Enivaldo dos Anjos.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD - Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores

membros da Comissão de Justiça, o pior dos mundos é aquele em que as pessoas criticam e quando queremos

mudar, são contra.

Estranhei a posição do Senhor Deputado Marcelo Santos que, por falta de tempo, em função das atividades

parlamentares, S. Ex.ª não leu a matéria com a devida atenção. Basta que se leia a justificativa que se vê que a

matéria não tem nada de inconstitucional e contempla apenas o direito dos deputados serem iguais, independente da

posição que ocupam no Parlamento.

Essa camisa de força que é dada aos deputados da Mesa Diretora de não participarem de nenhuma outra

atividade dentro do parlamento é estar submetendo os membros da Mesa apenas à função burocrática e

administrativa.

O que o projeto prevê é a condição de que o parlamentar, mesmo estando na Mesa, tenha seu mandato

exercido com total liberdade, com total atuação.

Hoje, também a coluna Praça Oito se deu ao tempo de perder um espaço precioso daquele tamanho para

fazer uma crítica ao projeto de resolução que temos em mãos, sem o menor conhecimento de causa. Estranhei

porque o Senhor Eduardo Fachetti, que é o articulador da coluna, é um jornalista bem-informado, honesto,

competente, que não costuma fazer esse tipo de artigo sem embasamento, sem pesquisa da sua proposição de texto.

Entendemos até que quando um jornalista escreve sobre um assunto de profunda indagação, deve ligar para

quem é o autor e para quem citará como autor da besteira que está fazendo para ter oportunidade do direito de

resposta. Mas não! Fez o artigo diretamente, sem ouvir quem foi citado no artigo, como está fazendo uma matéria,

como está tentando colocar uma matéria espúria, duvidosa no Plenário.

Quero dizer que essa falta de dados, essa falta de pesquisa, hoje, não é mais permitida porque a internet

facilita que qualquer pessoa possa pesquisar.

Para os senhores terem uma ideia, a matéria que trata de delegação de poderes ao diretor da Casa, isso é

mais velho do que andar para frente. Não entendo como um jornalista não sabe disso.

Agora, nesse governo, ao assumir a Secretaria de Estado da Saúde, o secretário Ricardo Oliveira em seu

primeiro ato designou, delegou poderes para gerir administrativamente a Secretaria ao subsecretário. Não vi o

colunista da Praça Oito escrever sobre isso.

O Supremo Tribunal Federal delegou poderes por meio de portaria ao diretor-geral do Supremo; a Câmara

dos Deputados funciona já desde muitos anos, mais de vinte anos, com delegação de poderes ao diretor-geral; aqui

no Espírito Santo, o governo do Estado, o governador do Estado trabalha com delegação de poderes, e nunca vi o

jornal A Gazeta, na coluna Praça Oito escrever sobre isso.

Quem é responsável pelos atos de gestão do governo do Estado não é o governador. S. Ex.ª é responsável

apenas pela aplicação dos índices de saúde e de educação, que são índices constitucionais. Mas todos os

ordenadores de despesas são os secretários. O Tribunal de Contas também transfere sua delegação de poderes, o

Tribunal de Justiça já há vários mandatos também delega poderes ao diretor-geral.

Não sei de onde foi tirada essa preocupação de dizer que isso é um assunto para retornar à Casa antiga.

Acho que ele quis se referir à chamada era Gratz. Mas, acho que o Eduardo Fachetti se esqueceu de que nessa

época que tentou fazer referência para macular a matéria, se esqueceu de dizer que naquela época não tinha

delegação de poderes. Quem era responsável era só o presidente, então não justifica a preocupação.

O que estamos discutindo nesta matéria é mobilizar, agilizar o plenário. Fazer exatamente o que a imprensa

tanto reclama, que é tirar a burocracia do serviço público. E a partir da hora que se propõe uma medida de acabar

com a burocracia, facilitar o atendimento ao serviço público, vem a imprensa colocar pecha negativa criando um

clima de que há alguma coisa por trás, quando na verdade é falta de pesquisar, é falta de avaliar o que está

escrevendo e dar oportunidade a quem está sendo atingido de pelo menos se explicar. (Muito bem!)

(Comparece o Senhor Deputado Pastor Marcos Mansur)

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO - (RODRIGO COELHO – PT) – Continua em discussão o

parecer. (Pausa)

A SR.ª JANETE DE SÁ – (PMN) - Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para discuti-lo.

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO – (RODRIGO COELHO – PT) – Concedo a palavra à Senhora

Deputada Janete de Sá.

Page 39: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

39

A SR.ª JANETE DE SÁ – (PMN - Sem revisão da oradora) – Senhor Presidente e senhores membros da

Comissão de Justiça, acho louvável a propositura do Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Isso mostra que é um

deputado que tem o desejo de trabalhar nas mais diversas frentes e que nunca se furtou ao trabalho; é um deputado

guerreiro e que defende com veemência nesta Casa as suas teses.

Mas, ressalto que, neste caso, não posso concordar com a matéria e acompanharei o relator na propositura

por conta do seguinte: a disputa por ocupar uma Mesa Diretora é o grande desejo de todos nós. Eu, inclusive, tive

que recuar, porque não consegui reunir companheiros para me apoiarem para a presidência desta Casa. Gostaria

muito que uma mulher, como hoje a Senhora Deputada Raquel Lessa, temporariamente, está presidindo a Mesa,

pudesse presidir esta legislatura tendo em vista que tenho convicção que a mulher pode não ser mudada; não pode

ser transformada com a política, mas a política sofre transformações com a mulher, pela sua sensibilidade.

Gostaria muito; lutei muito para estar nesse espaço, mas não consegui. Foi uma disputa muito grande entre

todos nós. Venceu o Senhor Deputado Theodorico Ferraço como Presidente; o Senhor Deputado Enivaldo dos

Anjos como 1.º Secretário; e o Senhor Deputado Cacau Lorenzoni como 2.º Secretário.

Então, nesse sentido, já é um espaço por demais privilegiado. Um espaço importantíssimo; é o governador

da Assembleia Legislativa, com o seu secretariado. Não é justo que os espaços da comissão permanente também

sejam disputados pela Mesa, tirando de nós, deputados que não conseguimos chegar a essa posição, o direito de

presidir essas comissões permanentes, tendo em vista que mesmo os integrantes da Mesa poderem sim atuar nas

CPIs presidindo-as, poderem atuar nas comissões especiais, nas frentes parlamentares. Ou seja, têm dois gabinetes,

tem um número maior de servidores para dar sustentação ao seu trabalho, porque é um trabalho grande, é um

trabalho político e administrativo.

Se for para votar isso, sinceramente, peço para trocar de local, porque eu gostaria muito de estar na Mesa

Diretora. Eu gostaria de ser ou presidenta, ou secretária-geral, ou 2.ª secretária da Mesa. Acho que não é justo e por

isso também vou acompanhar o relator nessa matéria. E mais, quando você pega um cargo desses, tem bônus e tem

ônus. Não dá para agora um membro da Mesa se licenciar por noventa dias, voltar para o cargo. Sai muitas vezes

de uma situação constrangedora, joga para outro deputado para estar resolvendo uma situação que é de

incumbência daquele parlamentar que venceu a eleição para presidir a Casa.

Deixando bem claro, com todo carinho que tenho pelo nosso Presidente, Senhor Deputado Theodorico

Ferraço, pelo nosso 1.º Secretário, que é o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, e pelo 2.º Secretário, que é

Senhor Deputado Cacau Lorenzoni, considero que essa matéria não procede porque realmente não pode ter

sustentação nesta Casa dar tratamento igual para quem já tem um tratamento diferenciado por estar na Mesa

Diretora, lugar em que todos nós estamos qualificados para estar e que tentamos estar, mas infelizmente não

conseguimos porque só cabe a três – são sete os membros da Mesa, mas três com esse poder um pouco maior, mas

também com restrições por um lado e vantagens por outro.

Uma dessas questões é que nós, das comissões permanentes, podemos traçar algumas questões que são

importantes também para o nosso mandato. Por exemplo, aproveitarei para ler um documento em que vou tomar a

assinatura dos colegas. Tenho certeza de que terá a consideração de todos, como presidente da Comissão de

Agricultura, acompanhada da Senhora Deputada Raquel Lessa, que também a integra, pela Senhora Deputada

Eliana Dadalto, que também a integra, pelo Senhor Deputado Padre Honório, e pelo Senhor Deputado Freitas. É

dessa comissão de onde tiramos um documento sobre a questão do endividamento na agricultura e pecuária do

nosso estado, em decorrência da longa estiagem que levou graves prejuízos para as pessoas que trabalham na roça e

que estão amargando prejuízos enormes com suas lavouras, também com o leite e com o gado de corte.

Peço atenção dos deputados a este documento que é muito importante e que cabe aos presidentes e direções

das comissões permanentes fazerem.

Diz o documento:

Em defesa da sociedade capixaba, em especial ao setor agropecuário.

Nós, deputados estaduais signatários, membros do Poder Legislativo do Estado do Espírito Santo,

juntamente com o conjunto da sociedade organizada desse estado, solicitamos a V. Ex.ª – no caso,

a Ministra da Agricultura do nosso país – especial atenção com toda a população do Estado do

Espírito Santo e principalmente com a que produz o nosso alimento, composta predominantemente

de pequenos produtores e agricultores familiares que após conviverem com uma grande inundação

no final do ano de 2013, passam pela maior estiagem dos últimos quarenta anos, afetando toda a

cadeia produtiva do setor agropecuário, com reflexos imediatos na atividade econômica e que se

estenderão para os próximos anos.

O estado do Espírito Santo, apesar de sua pequena extensão territorial, já que representamos

apenas 0.5% do território nacional, destaca-se no cultivo de vários produtos de origem animal e

vegetal, com destaque para o café, que emprega cerca de quatrocentas mil pessoas. O

desenvolvimento econômico do nosso estado é altamente dependente do setor agropecuário, sendo

a principal fonte de arrecadação de oitenta por cento dos nossos municípios. Para termos uma

Page 40: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

40

dimensão de como esta estiagem afeta a economia capixaba, somente na cafeicultura, as perdas já

chegam à casa de um bilhão de reais – uma redução de trinta e três por cento na produção.

Os prejuízos na fruticultura ultrapassam os trezentos milhões de reais – ou seja, trinta por cento a

menos na produção. E na pecuária de leite, cento e cinquenta milhões de reais – queda de 31% na

produção. As culturas do feijão e do milho já apresentam uma redução de 50% e 56% na

produção, respectivamente. Na olericultura, as perdas alcançam 36% da produção e a cana-de-

açúcar registra uma produção 33% menor do que em 2014.

Apenas nesses quatro primeiros meses do ano.

Sabemos dos esforços do Governo do Estado visando minimizar este grave problema, sempre em

conjunto com as instituições ligadas ao setor, como Faes, Fetaes, OCB, Unicaf, dentre tantas

outras, mas precisamos de nos unir ainda mais, pois a situação dos nossos agricultores é caótica,

visto que os prejuízos que estamos vivenciando hoje terão reflexos nos próximos anos. No caso

específico do café, as lavouras levarão um tempo para se recuperarem. Assim acontecerá com a

fruticultura, a olericultura, a pecuária, a cana-de-açúcar, ou seja, os nossos produtores rurais

estão descapitalizados, necessitando de uma anistia parcial dos débitos e quando negociarem suas

dívidas com as instituições financeiras, continuarem podendo contrair novos empréstimos, (...)

O que não possível na renegociação.

(...) para que possam recuperar suas lavouras e voltarem a produzir, gerando emprego e renda.

Sabemos que após uma audiência com a Ministra da Agricultura, Excelentíssima Senhora Kátia

Abreu, foi instaurada uma comissão, presidida pelo Deputado Federal Silas Brasileiro (PMDB-

MG), para levantar o valor do endividamento dos produtores rurais, principalmente os que

produzem café, com todos os bancos do Estado.

Entendemos a prioridade dos produtores de café, pois é o principal produto do nosso Estado, mas

solicitamos que toda a cadeia produtiva da agricultura capixaba seja contemplada (...)

Com esse tipo de comportamento.

(...) já que a grande estiagem afetou a todos, tanto na produção de 2015, quanto nas dos próximos

anos.

Os produtores rurais, nunca é demais lembrar, sempre foram a parte mais frágil do processo,

vitimados pela especulação e pelas ameaças constantes dos demais atores, que se esquecem de que

o sucesso dessa atividade econômica é compartilhado pela ação integrada, responsável e arrojada

de todos.

Nesse sentido, nos dirigimos a Vossa Excelência, bem como ao conjunto de autoridades públicas

responsáveis pela economia e pelo bem-estar do povo capixaba e brasileiro, para alertá-los sobre

a urgência da criação de mecanismos que resolvam a curto e médio prazo a situação grave por

que passa todo o setor produtivo rural.

Os Deputados e Deputadas integrantes do Poder Legislativo do Estado do Espírito Santo, em

consonância com nossos Deputados Federais e Senadores, cientes de suas responsabilidades

públicas e comprometidos com o avanço do desenvolvimento rural capixaba, reafirma seu

compromisso de lutarem tenazmente em defesa dos interesses maiores de nosso povo e de nossa

economia.

Vitória, 10 de abril de 2015.

Assinam este documento, que foi produzido pela Comissão de Agricultura, toda a Mesa Diretora e todos os

Senhores Deputados Federais, Estaduais e Senadores. E será encaminhado ao Governador do Estado e à Senhora

Kátia Abreu, ministra de Agricultura.

Esses são os poderes que uma comissão permanente possui, e não é justo dividi-los com os membros da

Mesa, tendo em vista possuírem poderes por demais relevantes e que orgulham esta Casa. Mas não podemos abrir

mão de nossas prerrogativas.

Senhor Presidente, é o que tinha a dizer e oriento os demais membros a prosseguirem em consonância com

o relator, que dá parecer contrário à matéria. (Muito bem!)

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA – SD) – Peço licença ao Senhor Deputado Rodrigo Coelho

para cumprimentar os alunos da Ufes, do curso de direito, que se encontram nas galerias desta Casa. Sejam bem-

Page 41: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

41

vindos a nossa Casa.

Também gostaria de justificar a ausência da Senhora Deputada Luzia Toledo. Como presidenta da

Comissão de Educação, S. Ex.ª foi a um evento da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação

(Undime), em Guarapari, e pediu-me que justificasse sua ausência.

O SR. EDSON MAGALHÃES – (DEM) – Senhor Presidente, pela ordem! Chamo a atenção dos nobres

colegas, muito respeitoso que sou em plenário, principalmente com as mulheres, mas como estamos discutindo o

Projeto de Resolução n.º 16/2015, que a discussão fosse dentro do tema, porque a Senhora Deputada Janete de Sá

usou praticamente seis minutos de sua fala para discutir outra matéria.

Senhora Deputada Janete de Sá, gosto muito de V. Ex.ª, mas vamos evitar isso, pois chegamos ao plenário

para marcar nossas presenças e poder falar, numa correria e numa disputa danada e não podemos, evidentemente,

estar usando esse tempo. É só essa ressalva e é a segunda vez que estou falando isso, em relação a discutir a matéria

e também a justificar o voto.

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO – (RODRIGO COELHO – PT) – V. Ex.ª tem toda razão, mas

sem querer defender, Senhor Deputado Edson Magalhães, a Senhora Deputada Janete de Sá ainda foi gentil e usou

um exemplo da Comissão de Agricultura para ilustrar a não divisão de competências das Comissões com os

membros da Mesa Diretora, para orientar o voto dos colegas Deputados na Comissão de Justiça.

Continua em discussão o parecer. (Pausa)

Encerrada.

Em votação.

Como votam os Senhores Deputados?

O SR. DARY PAGUNG – (PRP) – Com o relator.

A SR.ª JANETE DE SÁ – (PMN) – Com o relator.

A SR.ª ELIANA DADALTO – (PTC) – Com o relator.

O SR. GILDEVAN FERNANDES – (PV) – Com o relator.

O SR. PADRE HONÓRIO – (PT) – Com o relator.

O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO – (RODRIGO COELHO – PT) – A Presidência acompanha o

voto do relator.

Senhora Presidenta, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Justiça. Parecer proposto pelo

relator, Senhor Deputado Marcelo Santos, pela inconstitucionalidade do Projeto de Resolução n.º 16/2015 e

emenda.

Devolvo o projeto à Mesa.

A SR.ª PRESIDENTA - (RAQUEL LESSA - SD) – Com parecer pela inconstitucionalidade, o projeto

passa para discussão prévia.

Discussão prévia do Projeto de Resolução n.º 16/2015.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

Informo aos Senhores Deputados que se o parecer da Comissão de Justiça for aprovado, o projeto será

arquivado; se rejeitado, o projeto seguirá tramitação normal.

Em votação o parecer, pela inconstitucionalidade do Projeto de Resolução n.º 16/2015.

Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem

verbalmente. (Pausa)

Aprovado o parecer, contra dois votos.

Arquive-se o projeto.

Discussão única do Projeto de Lei n.º 387/2013, do Senhor Deputado Doutor Hércules, que altera a redação

do Art. 1.º da Lei n.º 10.110/2013, que dispõe sobre a identificação dos produtos que contém glúten no cardápio

dos estabelecimentos, com a finalidade de prevenir as causas provenientes de doença celíaca ou síndrome celíaca.

Publicado no DPL do dia 20/11/2013. Pareceres n.os

33/2014, da Comissão de Justiça, pela constitucionalidade e

legalidade, 17/2014 da Comissão de Defesa da Cidadania, 19/2014 da Comissão de Saúde e 04/2015 da Comissão

de Finanças, todos pela aprovação, publicados no DPL do dia 23/02/2015.

Em discussão. (Pausa)

Page 42: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

42

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

Em votação o Projeto de Lei n.º 387/2013.

Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem

verbalmente. (Pausa)

Aprovado.

À Secretaria para extração de autógrafos.

Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 32/2015, do Senhor Deputado Doutor Rafael

Favatto, que dispõe sobre o programa água potável no Estado, a dessalinização da água do mar pelo Estado.

Publicado no DPL do dia 23/02/2015.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue às Comissões Permanentes.

Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Resolução n.º 12/2014, da Senhora Deputada Janete de Sá,

que denomina de Glauber Coelho a Tribuna do Plenário Dirceu Cardoso. Publicado no DPL do dia 21/11/2014.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue às Comissões Permanentes.

Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Resolução n.º 14/2015, da Mesa Diretora que acrescenta

dispositivo à Resolução n.º 2.219, de 15.12.2004, que criou a Escola do Legislativo no âmbito da Assembleia

Legislativa do Estado, e à Resolução n.º 3.637, de 10.12.2013, que instituiu o Regimento Interno da Escola do

Legislativo Antônio José Miguel Feu Rosa. Publicado no DPL do dia 09/03/2015.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue às Comissões Permanentes.

Discussão especial, em 1.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 270/2014, do Senhor Deputado Freitas, que altera o

art. 39 da Lei n.º 7.943/2004, que trata do registro de parcelamento do solo para fins urbanos, passe a ter nova

redação, no atendimento do art. 19 da Lei federal n.º 6766/79, em que os Oficiais de Registro de Imóveis, se houver

impugnação de terceiros, após a intimação e manifestação do requerente e da Prefeitura Municipal no prazo

referido, deverão abrir vistas dos autos ao juiz competente para decisão, que a prolatará a oitiva do Ministério

Público. Publicado no DPL do dia 17/12/2014.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue à 2.ª sessão.

Discussão especial, em 1.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 14/2015, do Senhor Deputado Doutor Rafael

Favatto, que dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de enfermeiros nas escolas da rede pública que tiverem

cem ou mais alunos por turno, na forma que menciona. Publicado no DPL do dia 23/02/2015.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue à 2.ª sessão.

Discussão especial, em 1.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 54/2015, da Senhora Deputada Janete de Sá, que

institui no âmbito do Estado as Patrulhas Maria da Penha e dá outras providências. Publicado no DPL do dia

25/02/2015.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue à 2.ª sessão.

Discussão especial, em 1.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 56/2015, do Senhor Deputado Euclério Sampaio,

que institui e implanta sistema de som nas salas de aula das escolas públicas. Publicado no DPL do dia 26/02/2015.

Em discussão. (Pausa)

Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

O projeto segue à 2.ª sessão.

Antes de passar à fase do Grande Expediente, vou ler o Ato n.º 828/2015:

A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de

Page 43: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

43

suas atribuições regimentais, resolve distribuir as vagas partidárias da Comissão Parlamentar de

Inquérito, criada pela Resolução nº 3.943/2015, constituída de 05(cinco) membros, para no prazo

de 90(noventa) dias, apurar responsabilidades face às denúncias relacionadas às matérias que

vêm reiteradamente sendo divulgadas pela Imprensa deste Estado, sobre a Secretaria de Estado da

Saúde, da seguinte forma:

PARTIDO VAGAS

AUTOR-PDT... 01

PT....................01

PRP..................01

DEM................01

PSB.................01

Palácio Domingos Martins, em 14 de abril de 2015.

Finda a Ordem do Dia, passa-se à fase do Grande Expediente, dividido em duas partes: Lideranças

Partidárias e Oradores Inscritos.

Concedo a palavra à Líder do PTC, Senhora Deputada Eliana Dadalto.

A SR.ª ELIANA DADALTO – (PTC – Sem revisão da oradora) – Senhora Presidenta, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, boa tarde a todos. Cumprimento os estudantes do curso de Direito da Ufes, todos

que estão nos assistindo neste momento e a nossa Presidenta, a Senhora Deputada Raquel Lessa.

Antes de falar sobre a audiência pública que tivemos na quinta-feira da semana passada, quero parabenizar

todos os organizadores da Festa da Penha. Ontem estive nesta festa. Vim de Linhares justamente para participar da

missa e depois do show do Padre Fábio de Melo, que foi um showzaço. Costumo dizer que ele sempre surpreende.

E surpreendeu com suas palavras de fortalecimento para todo o Estado do Espírito Santo.

Como disse, no dia 09 de abril, quinta-feira passada, a Comissão de Assistência Social, Segurança

Alimentar e Nutricional realizou audiência pública para debater sobre a necessidade de se inserir uma equipe

Multidisciplinar nas Escolas Públicas do Espírito Santo.

Fizeram parte da Mesa a representante da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, a

Senhora Elizete dos Anjos; a Promotora de Justiça e Dirigente do Centro de Apoio Operacional de Implementação

das Políticas de Educação do Ministério Público do Espírito Santo, a Ex.ma

Senhora Doutora Fabíula Secchin; a

Presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos de Linhares, a Senhora Simone Aguiar; a representante do

Conselho Regional de Psicologia, a Senhora Grace Rangel Felizardo; a representante do Conselho Regional de

Serviço Social, a Senhora Vanda Valadão; a Mestra em Psicologia e Professora da Faculdade Pitágoras do

Município de Linhares, a Senhora Roberta Scaramussa; a Mestra em Psicologia e Professora da Faculdade

Pitágoras de Linhares, a Senhora Jucineide Della Valentina de Oliveira; o representante do Sindiupes, o Senhor

Gean Carlos Nunes de Jesus; e o Secretário de Assistência Social do Município de Jaguaré, o Senhor Evaldo

Rocha.

Para a implementação, os participantes destacaram algumas questões que precisam ser resolvidas, como de

quem será a responsabilidade da operacionalização, de onde serão provenientes os recursos e se poderá ser usado

do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, o Fundeb, além de salientarem a necessidade de

a seleção ser via concurso público.

Eu, como presido esta Comissão, lembrei-me do período em que fui professora e salientei a necessidade de

integrar o assistente social e o psicólogo na educação, e afirmei:

Precisamos fazer essa discussão para alertar aos gestores, principalmente os municipais. Vejo que

desde as creches precisamos ter essa equipe multidisciplinar. No ensino fundamental, crianças de

risco social não chegam ao ensino médio. Eu me sensibilizei com isso. Como deputada, me sinto

impotente diante dessa situação; precisamos nos unir aos professores. Vamos mudar o quadro do

nosso estado. Nós estamos perdendo nossas crianças e jovens por falta de políticas eficazes na

educação.

Já a representante da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Elizeth dos Anjos,

defendeu a realização de concurso público para compor as equipes: Uma vez que estiver atuando nas escolas tem

que ter garantia da continuidade das equipes, foi o que S. S.ª frisou.

O diretor do Sindicato dos Professores em Educação Pública, Sindiupes, Gean Carlos Nunes, citou algumas

dificuldades da categoria e também questionou sobre qual será a origem desses recursos necessários para aplicação

da iniciativa discutida. E citou: É colocada a questão do Fundeb, apesar de ser recurso para a educação, não dá

Page 44: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

44

conta de tudo que é proposta para educação.

O entendimento de alguns especialistas, de que escola é apenas um local de transmissão de conteúdo, foi

criticado pela Promotora de Justiça e Dirigente do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de

Educação do Ministério Público do Espírito Santo, a Senhora Fabíula de Paula Secchin, que defendeu:

Na minha opinião, isso está equivocado. Somos seres com várias dimensões, vários aspectos em

nossa vida. A escola é o micro sistema ambiental. A gente sabe que o professor não foi treinado em

um curso de pedagogia e nem diretor para saber mediar conflitos, saber lidar com questões que

são da nossa dimensão humana. Por isso hoje é imprescindível nas escolas a presença da

psicologia, assistência social, dessas áreas de desenvolvimento humano para dar suporte a todos.

Todos nós somos responsáveis.

O papel das escolas em formar um cidadão foi destacado pela representante do Conselho Regional de

Psicologia, Grace Rangel:

É preciso trabalhar a escola como espaço de formação e não só de repasse de conteúdos. Há

necessidade da equipe multidisciplinar para isso. O professor é formado para ter determinada

participação, mas sozinho não consegue atender a todas as necessidades. A psicologia vem

fornecer tudo que temos de conhecimento e é possível de ser colocado dentro da escola, não é para

ser um espaço clínico, mas colaborar com todos dentro daquele contexto.

Rangel também considerou a equipe como uma alternativa ao combate à violência.

Representando o Conselho Regional de Serviço Social, Vanda Valadão também fez coro na questão da

escola ser um espaço que acolha os alunos nas suas dificuldades e não que o exclua. S. S.ª explicou:

Todos nós sabemos que a escola é a instituição em cujo espaço comparecem várias questões

sociais que cotidianamente aparecem e afetam a relação educando, família, comunidade. São

relações que tanto podem fortalecer essa perspectiva de escola inclusiva quanto podem gerar

muito conflito, discriminação e preconceito.

A mestra em psicologia e professora em Linhares, Roberta Scaramussa, que atua há sete anos como

psicóloga em uma escola particular, mas seu sonho é desenvolver esse trabalho na rede pública, avaliou:

Um dos principais argumentos que não precisa da equipe é porque tem psicólogos no SUS -

Sistema Único de Saúde e na assistência. Na escola é muito diferente, o nosso olhar é para outras

questões que, às vezes, estão juntas e podemos, sim, servir como mediador. É um mito que não

precisa, não são serviços concorrentes, mas complementares.

Em Aracruz, a mestra em psicologia, Jucineide Della Valentina, contou que já trabalhou em uma equipe

multidisciplinar para lidar com a inclusão de crianças com deficiência nas escolas, afirmou:

A gente entende que o trabalho na escola não pode ser individualizante, tem que ser institucional.

Trazer o debate que nosso trabalho dentro da escola é feito em equipe. Não é trabalho de

bombeiro, onde vai fazer geralmente uma palestra e vai dar conta da situação.

Os profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, inclusive da terapia ocupacional, participaram

também do debate. Agradeço àqueles profissionais que vieram contribuir tão brilhantemente. O coordenador

estadual da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, Júlio César Alves dos Santos, apresentou

diversas sugestões. Entre elas está que a composição da equipe formada por pedagogos, assistentes sociais e

psicólogos seja feita para todas as unidades de ensino fundamental, médio e técnico-profissionalizante. E que na

educação infantil também sejam incluídos fonoaudiólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais.

O coordenador do curso de Gênero e Diversidade da Universidade Federal do Espírito Santo, Toninho

Lopes, indagou até quando as escolas serão omissas em temas como jovens infectados com HIV, Aids e outras

doenças e abortos, questionou: Até quando instituições que têm ligação religiosa vão interferir, como na

implantação da equipe multidisciplinar?

Concedo um aparte ao Senhor Deputado Padre Honório.

O Sr. Padre Honório – (PT) – Senhora Deputada, gostaria de registrar a presença de José Aparecido

Rocha, uma liderança comunitária de Nova Venécia; do ex-vereador Carloni, um dos mais sérios, que foi

responsável por salvar a Pedra do Elefante da destruição, e também autor da lei proibindo aplicação aérea de

Page 45: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

45

agrotóxicos. Gostaria que ficasse registrado isso, assim como a presença também de outras lideranças nesta Casa.

A SR.ª ELIANA DADALTO - (PTC) - Agradeço a todos que participaram conosco. Foi brilhante a

audiência pública, inclusive querem discutir muito mais. Ficamos de rever o que vamos organizar, para chegar às

faculdades em todo o Estado do Espírito Santo.

Vamos mobilizar também os gestores municipais para aderirem a essa ideia. É preciso de todos! Quando

falo, não é somente o Estado, mas todo o Espírito Santo, todos os gestores municipais da importância de se ter essa

equipe dentro das escolas, porque os professores estão pedindo socorro, estão adoecendo, não estão dando conta.

Insisto em falar isso porque sou professora, principalmente do ensino fundamental, sempre questionei e continuo

questionando com os nossos colaboradores, com os nossos profissionais. Busquei, fui a todos os sindicatos, ao

Sindiupes; procuramos o Conselho Regional de Psicologia, de Assistência Social. Enfim, estamos ouvindo todos os

atores que compõem essa causa porque precisamos solucionar essa situação de violência no Estado do Espírito

Santo. Essa é a minha preocupação, de todos os deputados e de todas as autoridades políticas.

Deixamos essa discussão para amadurecermos essa ideia. Creio que vamos mudar esse quadro no Estado

do Espírito Santo com essas soluções aplausíveis. Temos que aplaudir porque são experiências de profissionais que

lidam diretamente com nossas crianças e com nossos adolescentes. Muito obrigada a todos! (Muito bem!)

A SR.ª PRESIDENTA - (RAQUEL LESSA - SD) - Findo o tempo destinado às Lideranças Partidárias,

concedo a palavra ao Senhor Deputado Sergio Majeski, orador inscrito.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Senhora Presidenta, pela ordem! Enquanto o Senhor Deputado se

dirija à tribuna, recorro do despacho de V. Ex.ª, proferido em sessão anterior, ao Projeto de Lei n.º 143/2015, de

minha autoria, para audiência do Plenário.

A SR.ª PRESIDENTA - (RAQUEL LESSA - SD) - Defiro o pedido de recurso.

À Comissão de Justiça para oferecer parecer sobre o recurso.

Com a palavra o Senhor Deputado Sergio Majeski.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB - Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, cumprimento os que nos assistem pela TV Ales, os servidores da Casa, as

pessoas que se encontram nas galerias, especialmente os alunos do curso de Direito da Ufes. Sejam muito bem-

vindos e venham mais vezes a esta Casa.

Hoje, no primeiro momento, comecei a falar sobre a questão dos gastos, fazendo uma alusão à questão

deprimente de Presidente Kennedy, que não é caso isolado, é o caso mais escabroso talvez da falta de uso adequado

do dinheiro público. Mas sabemos que isso não é exceção. Por isso, hoje, me manifestei com relação ao projeto

enviado pelo Governo que as prefeituras tenham uma contrapartida para usar o dinheiro que pleiteiam.

Temos acompanhado os cortes de gastos que o Governo fez de forma linear - vinte por de cento - e como

me manifestei nesta Casa, tenho visitado escolas em vários municípios. Na semana passada, como iria a Nova

Venécia para participar do projeto de formação política do Senhor Deputado Padre Honório, visitei escolas em

Ibiraçu, Linhares, Sooretama e Nova Venécia. Em quase todas as escolas, assim como da Grande Vitória,

Guarapari e Santa Maria de Jetibá, se repetem as situações deprimentes. Até mesmo o corte nas secretarias para

além da junção de turmas que tem ocorrido, o corte de auxiliar de secretaria. Um auxiliar de secretaria numa escola

estadual recebe um salário aproximado de setecentos e poucos reais. É uma miséria o que se paga a esse tipo de

profissional para turnos de oito horas.

Se falamos e o Governo tem repetido à exaustão que temos um problema de caixa, que o governo está

falido, que precisamos juntar dinheiro, que precisamos cortar gastos. Ontem, fomos surpreendidos por uma matéria

nos jornais, falando a respeito dos jetons, ou complemento de salários, ou seja, lá que nome se dá a isso, que muitos

secretários e diretores do Estado recebem para participarem dos conselhos estaduais. Alguns desses jetons beiram

sete mil reais.

Ora, é isso o que eu disse, inclusive disse ao próprio governador quando esteve nesta Casa, que o exemplo

tem que vir de cima. Não se pode cortar na base, não se pode cortar gasolina das viaturas, não se pode cortar os

gastos dos hospitais e das escolas, enquanto no topo do governo não se vê a mesma coisa.

Não seria um grande exemplo de que a situação está difícil se fosse cortado esses jetons, se os senhores

secretários fossem convencidos a abrirem mão deles? Afinal de contas não é pouco dinheiro. Um secretário recebe

um jeton de seis mil e poucos reais. Já imaginou se isso fosse cortado por um ano? Seis mil e poucos reais dá para

pagar pelo menos cinco professores. Isso já seria um grande exemplo para a sociedade e comprovaria também que

os cortes não estão sendo feitos só na base.

E o tempo inteiro também, ouvimos falar de nomeações. Nomeações de não sei quem para não sei que

autarquia, nomeação de não sei quem para não sei que secretaria. Enquanto se corta na base, não se vê o exemplo

no topo. O Executivo deveria dar o exemplo cortando e mostrando à sociedade como os cortes estão sendo feitos e

Page 46: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

46

que não sejam só feitos na base porque prejudica a maior parte da população.

Criamos nesta Casa, e vamos começar a dar andamento, a frente parlamentar em prol dos direitos das

pessoas com deficiências. Não sei se V. Ex.as

e se as pessoas conhecem, mas a legislação obriga que todas as

escolas aceitem matrículas de alunos portadores de deficiência. E não interessa qual é a deficiência. Pode ser uma

pessoa paraplégica, tetraplégica, com qualquer tipo de síndrome. As escolas precisam aceitar essas matrículas.

Tudo isso sendo feito em nome de um projeto de inclusão social.

É muito óbvio que todo ser humano deve ter os seus direitos, a sua dignidade, a sua cidadania respeitada.

Mas o tipo de inclusão que se propõe a fazer é quase que um crime. Por quê? A maioria das escolas não está

preparada para receber parte desses alunos. Por exemplo, na maior escola do Município de Nova Venécia, que é a

única escola só de ensino médio, existem vários alunos portadores de deficiência, inclusive cadeirantes. A escola

tem dois pisos e só tem escada, não tem rampa e nem elevador. A aluna cadeirante, por exemplo, não pode

participar das aulas de laboratório porque fica no segundo andar. E isso tem se repetido em praticamente todas as

escolas.

Não existem profissionais preparados. Existem algumas crianças e jovens que são relativamente fáceis de

lidar; os professores conseguem lidar com essas crianças e com esses jovens na sala de aula. Mas, para além da

questão da acessibilidade que as escolas não possuem, não possuem também profissionais para lidar. Não é questão

de aceitar, por exemplo, as matrículas de pessoas que andam de cadeiras de rodas; é qualquer tipo de deficiência,

quer dizer, as deficiências são múltiplas. E não existem profissionais adequados. Não existe no mercado um único

profissional que daria conta de todas essas múltiplas deficiências.

Então, é óbvio que precisamos incluir essas crianças e esses jovens, mas é fundamental que o Estado dê

estrutura, infraestrutura de pessoal, de equipamentos para que essas crianças e esses jovens sejam realmente muito

bem acolhidos nas escolas de ensino médio. E não é o que está acontecendo. Alguns alunos, que têm as suas

deficiências ou síndrome, precisam de um horário especial e são levadas para as salas de recursos. Essas salas de

recursos são de dar dó. Normalmente não têm absolutamente nada e são feitas em um cantinho qualquer da escola.

Agora que estamos discutindo tanto sobre educação, faço um apelo para que todas essas coisas sejam

vistas, e mais uma vez retorno àquela discussão que tantas vezes já fiz nesta Casa. Para além de se pensar novos

projetos como o Escola Viva, por exemplo, precisamos dar respostas a todos esses problemas que as escolas

enfrentam no seu dia a dia e que mal sabem como lidar com eles. É disso que precisamos e é isso que cobramos do

governo na atual situação.

Se discursamos o tempo inteiro que os pobres estão em primeiro lugar, que os excluídos estão em primeiro

lugar, que a educação é a nossa prioridade, que se mostre isso na prática. E mais uma vez eu reforço: é fundamental

que o secretário de educação e que até mesmo o governador visitem as escolas. Semana passada eu mesmo dizia ao

subsecretário sobre essas situações. Dizia-lhe algumas coisas e ele dizia que não é bem assim. Mas como não é bem

assim? Eu que fui visitar as escolas, eu vi essa situação. Eu constatei ao conversar com alunos, com pais de alunos,

com professores. Portanto, as escolas clamam por ajuda, os professores estão pedindo socorro, os alunos estão

pedindo socorro, os pais estão pedindo socorro. Estamos falando uma coisa e o governo está falando outra coisa.

Vamos dar um passo de cada vez e vamos atender às escolas, vamos atender os alunos, os professores, os

pais, dentro daquilo de que precisam e que é urgente que se solucione. Não dá mais para fechar os olhos e ficar

inventando soluções mirabolantes. Temos problemas mais do que constatados e sabemos sim como resolvê-los, o

que precisamos é de vontade política verdadeira.

Muito obrigado, Senhora Presidenta. (Muito bem!)

(Comparece a Senhora Deputada Luzia Toledo e retira-se momentaneamente o Senhor Deputado

Doutor Rafael Favatto)

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA – SD) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Doutor

Rafael Favatto, orador inscrito. (Pausa)

Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Guerino Zanon, orador inscrito.

O SR. GUERINO ZANON – (PMDB) – Senhora Presidenta, declino.

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA – SD) – Tendo S. Ex.ª declinado, concedo a palavra ao

Senhor Deputado Doutor Hércules, orador inscrito.

O SR. DOUTOR HÉRCULES – (PMDB – Sem revisão do orador) – Senhora Presidenta Raquel Lessa,

Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, ainda estão no plenário a Senhora Deputada Janete de Sá, o Senhor

Deputado Sergio Majeski, o Senhor Deputado Dary Pagung, o Senhor Deputado Guerino Zanon, o Senhor

Deputado Enivaldo dos Anjos e a Senhora Deputada Luzia Toledo. Estou vendo o Senhor Deputado Euclério

Sampaio também. Telespectadores do canal 12, TV Ales; e do canal 02, TV Educativa, boa-tarde.

Não posso perder a oportunidade de falar sempre sobre três assuntos, sobre os quais falo há bastante tempo

Page 47: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

47

nesta Casa. Já falei mais em outras casas legislativas, nas câmaras municipais de Vila Velha e de Cachoeiro de

Itapemirim. São três assuntos: o primeiro é saúde, o segundo é saúde e o terceiro é saúde.

A saúde vai mal no Brasil inteiro. Buscam-se alternativas, buscam-se saídas, mas todos nós sabemos que se

faz uma boa saúde pública, assim como a educação, da qual o professor Sergio Majeski acabou de falar, com

recursos, com planejamento, com estratégia. Hoje, pela manhã inteira, a Secretaria de Saúde, capitaneada pelo

secretário Ricardo de Oliveira, fez um debate muito interessante sobre planejamento estratégico da saúde. Muitos

prefeitos, muitos políticos, prefeitos, prefeitas, deputado presente só os Senhores Deputados Almir Vieira, vice-

presidente da Comissão de Saúde, e Hudson Leal.

É importante que exista entrosamento entre as regiões. Isso realmente é verdade. A saúde carece de muito

recurso. Na verdade, o constituinte de 88 colocou que saúde é um direito de todos e dever do Estado. Estado poder

público: municípios, Estado federado e União. Só que se esqueceram de botar o dinheiro. Jogaram as obrigações

primeiro para os prefeitos, contados. Não é de agora não, há muitos anos. Todos com o pires nas mãos há muitos

anos. O professor saudoso Adib Jatene, um dos maiores médicos que já tivemos neste país, discípulo de Eurípedes

Zerbini, que fez o primeiro transplante cardíaco no Brasil, tentou criar a CPMF. Não queremos saber de CPMF

mais, xô CPMF! Mas na época que foi criada, era a saída para melhorar a saúde, para melhorar os investimentos

para saúde. Infelizmente utilizaram aquele dinheiro para pagar juros de dívida externa, para quase tudo, menos para

saúde pública.

O País até hoje investe quatro por cento em saúde pública. O SUS, que é uma forma inteligente. O SUS é

muito bom, é preciso gestores competentes também, gestores bons. A intensão da universalidade para que todos

tenham acesso à saúde é a melhor coisa que existe, não existe nos Estados Unidos, país rico. Mas é preciso colocar

dinheiro na saúde pública.

Alguns municípios estão gastando mais de trinta por cento na saúde pública. Na verdade, a PEC 29, nesta

Casa fui presidente da Frente sobre esse assunto, trouxe o Deputado Federal Darcísio Perondi, presidente da Frente

nacional, junto com o Deputado Federal Lelo Coimbra. Vieram debater essa questão nesta Assembleia. Consegui

milhares de assinaturas para que a PEC 29 fosse verdadeira. O que queríamos? Que o Governo federal investisse

dez por em saúde pública; o municípios quinze por cento e os Estados doze. Há municípios gastando trinta por

cento, só que gastando mal. Gasta mal porque, ás vezes, não há um gestor competente para gerenciar esse dinheiro.

Ás vezes não há outro jeito. Não deixarão morrer, sabe por quê? Porque o prefeito é vizinho da necessidade.

Uma vez, em um congresso, até em Guarapari, Senhor Deputado Edson Magalhães, um prefeito falou que a

primeira porta em que o munícipe bate é a do prefeito. Eu disse que não, disse que a primeira é a do vereador.

Porque o vereador é assistente social, é motorista do carro de defunto, de fazer enterro. Tem que ir ao velório, tem

que chorar, tem que sorrir. Esse é o vereador! A primeira porta em que batem é a do vereador.

Senhor Deputado Guerino Zanon, não entendo, reclamei hoje em um seminário lotado no auditório da

Emescam, por que os Executivos, tanto os prefeitos desconhecem os vereadores, não dão confiança aos vereadores,

os prefeitos, com raras exceções não reconhecem as comissões de saúde das Câmaras municipais, assim como os

Governos de Estado não dão confiança às comissões de saúde estaduais. O Governo federal a mesma coisa, nem

olha para os deputados federais, porque sabe que o deputado federal tem que votar porque senão perderá o cargo no

porto, perderá o cargo no Dnit, perderá o cargo não sei onde. É assim que funciona este país, lamentavelmente.

Hoje ouvimos uma usuária reclamando da falta de entrosamento. O Senhor Deputado Bruno Lamas fez um

requerimento com vários itens. Falei com o secretário de Saúde hoje com relação à retirada dos leitos, transferência

de leitos de UTI pediatria para o Hospital Infantil de Vila Velha, Himaba. S. Ex.ª explicou isso. Mas tinha que

explicar, combinar antes, para que não houvesse esse desgaste desnecessário. Explique tecnicamente.

Combinei hoje, quando o Senhor Deputado Bruno Lamas veio falar comigo já estava acertado com o

secretário para mandar técnicos à Comissão de Saúde. Não desconheço uma Comissão de Saúde.

Senhor Deputado Guerino Zanon, a Comissão de Saúde não tem assento no Conselho Estadual de Saúde. A

Comissão de Saúde não tem legalmente assento no Conselho. Chegava à reunião do Conselho Estadual de Saúde e

só havia duas cadeiras, do secretário, que é o presidente nato, no outro governo também, e do secretário executivo

do Conselho. Puxava uma cadeira e sentava ao lado.

Por que aprovo em plenário dois bilhões e tanto para gastar com saúde e não sei onde esse dinheiro está

sendo gasto? Tenho o dever e a obrigação de fiscalizar e de cobrar, porque esse é nosso papel. Não é só votar o

orçamento e largar para lá não. Tem que votar o orçamento e acompanhar.

A mesma coisa o eleitor, que votou em mim, que votou na Senhora Deputada Raquel Lessa: tem que votar,

mas acompanhar como S. Ex.ª anda e como ando também, porque senão você, eleitor, não vai poder cobrar. Tem

que vigiar meu mandato. Tem que me interpelar na rua. Ando na rua. Não ando só de carro não. Não tenho

segurança. Segurança está lá em cima e no alto também, em Vila Velha, no Convento de Nossa Senhora da Penha.

Não gosto de falar Festa da Penha. Não gosto de falar Penha. Isso é uma falta de respeito com Nossa

Senhora da Penha.

Na verdade, é preciso entrosamento entre os poderes. O Poder Legislativo também. O Poder Legislativo

autoriza o orçamento, toda a política de saúde. Mas precisamos fiscalizar. Temos que participar e para cobrar temos

Page 48: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

48

que estar presente. Temos que estar presente para poder cobrar, senão não se pode cobrar.

Hoje saímos bastante esperançoso e alegre com a palestra proferida pelo secretário de Saúde e sua equipe.

O doutor José Adalberto Dazzi, como sempre, presente, fez sua palestra também. Foi um momento importante para

que a saúde seja regionalizada, para que quando chegar problemas à região metropolitana sejam resolvidos na

região de origem. Senhora Deputada Raquel Lessa, em São Gabriel da Palha, fixar o paciente, e não sair o paciente

para fazer um ultrassom na região metropolitana, quando pode ser feito em seu município.

Fiquei satisfeito vendo a fala e a palestra da equipe do secretário Ricardo de Oliveira. Muito obrigado.

(Muito bem!)

A SR.ª PRESIDENTA - (RAQUEL LESSA - SD) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Enivaldo dos

Anjos, orador inscrito.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD – Sem revisão do orador) – Senhora Presidenta, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, muito me emociona falar com esse plenário cheio.

Procederei à leitura:

Há onze meses, a ECO 101, concessionária que administra a Rodovia Governador Mário Covas,

nossa BR-101, no Espírito Santo, está cobrando pedágio em cinco praças ao longo de

quatrocentos e cinquenta e oito quilômetros no nosso Estado.

A rodovia tem se revelado altamente rentável para a concessionária que, entretanto, não tem dado

a devida reciprocidade em serviços e obras. Embora o contrato de concessão preveja que metade

do trecho tenha que ser duplicado nos seis primeiros anos, até o momento não se viu nenhuma

movimentação nesse sentido.

De obras, a concessionária só fez construir suas praças de arrecadação, que colocaram em seus

cofres, em pouco mais de sete meses, mais de 300 milhões de reais, sendo que 40 milhões estão lá,

limpinhos, de saldo em aplicações bancárias.

Ao longo dos 25 municípios cortados pela BR 101 no Espírito Santo, o que mais se ouve são

reclamações. Agora mesmo recebemos a informação, de comunidades à beira da rodovia, que a

ECO101 sequer recebe seus representantes para discutir assuntos simples, como a colocação de

uma placa de sinalização e orientação de motoristas.

Quem for viajar no próximo feriadão para o Norte do Estado, pode ir preparado, porque se a

ECO101 não tomar providências para atender às reivindicações dos moradores, a rodovia será

fechada nas proximidades da Reserva Biológica Sooretama, entre Sooretama e Jaguaré. E sabem

por que, Senhores Deputados?

O governo do Estado asfaltou a rodovia que liga a BR às comunidades do Juncado, Chumbado,

Córrego Rodrigues, Santa Luzia e de acesso à sede da Reserva Biológica, mas não há uma única

placa na rodovia federal que indique a entrada para essas regiões.

É uma coisa tão elementar que custa acreditar que administração da ECO101 seja tão negligente

a ponto de colocar em risco a segurança e a circulação de quem vai transitar pela região no

feriado por causa de uma simples placa.

E o pior, Senhores Deputados, é que os moradores dessas comunidades mandaram fazer placas

indicativas da entrada, dentro dos padrões exigidos pelo DNIT, porque certamente a ECO101,

coitada, não tem dinheiro para isso, mas a concessionária, arbitrariamente, vai lá e retira as

placas. Somente ela pode colocar a sinalização. Então, por que não coloca?

Várias consequências decorrem dessa inconsequência da concessionária: acidentes graves,

assaltos, porque não há iluminação e os carros ficam parados, perdidos, e a perda de tempo.

Restam apenas 70 metros para completar a ligação de asfalto da rodovia estadual com a BR, e são

dezenas de relatos de representantes de caminhoneiros que precisam atender aos moradores da

região e que, sem conhecerem a região, acabam chegando em Jaguaré, ou em Sooretama, para

quem vem do Nordeste, antes de perceberem que seu destino ficou muito para trás.

Page 49: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

49

E a ECO101 não faz a sinalização não é por falta de dinheiro, é má vontade mesmo. Má vontade

até de receber os representantes das comunidades.

Então, Senhores Deputados, fica aqui o registro do protesto dos moradores do JUNCADO,

CHUMBADO, CORREGO RODRIGUES E SANTA LUZIA. Protesto este que se transformará de

manifestação durante o feriadão, com fechamento da BR 101, conforme já prometeram, se a

ECO101 não tomar providências para colocar uma simples placa indicativa de acesso à rodovia

que dá acesso a essas localidades.

Muito obrigado

Então, Senhora Presidenta e Senhores Deputados, a coisa no Brasil chega às vias do relaxamento que

impede até que uma concessionária, que recebe de mãos beijadas do governo uma concessão de exploração de

pedágio, possa estar de posse do domínio da rodovia, instala as cabines de cobrança, não faz uma obra e já

arrecadou mais de trezentos milhões de reais, no prazo de duplicação, que já tem um ano consumido, ainda não

começou a fazer um metro de beneficiamento, e ainda se nega à responsabilidade que é sua, de fazer a sinalização

para atender as comunidades em torno da rodovia.

Temos visto que esse tipo de transferência de gestão, embora tenha a melhor boa vontade, que seja de fazer

com que a iniciativa privada construa as rodovias, recebendo em troca o pedágio para o pagamento do

investimento.

Mas o medo que temos é com relação ao fato que está acontecendo na ECO 101, de já cobrar o pedágio e

recebendo mais de trezentos milhões de reais sem ter feito um metro de obra, e acabe esse contrato se

transformando no contrato da Terceira Ponte. Porque ninguém consegue saber quando esse contrato da Terceira

Ponte vai terminar, quanto é que eles já receberam e quanto que falta receber. A população não tem o menor direito

de saber e nem de impedir que isso aconteça. E quando a briga vai para o Poder Judiciário, ainda se acha pessoas

nesse Poder que dá decisão para a manutenção do pedágio. Ao invés do Poder Judiciário proteger a população,

protegeu a empresa.

Todo mundo sabe, quem se debruça sobre esse processo da ponte, que essa ponte já está paga; e o Estado

tem de retomar a administração para poder sair das mãos da Rodosol, que já teve o seu contrato devidamente pago.

Ficamos, agora, à mercê desse tipo de ação do empresariado brasileiro. Esse é um empresariado faminto,

que não tem cidadania, não tem compreensão do que é trabalhar no serviço público, só pensa em dinheiro e

dinheiro e explorar a população. Lamentamos profundamente que a ECO 101 já começou a ser a Rodosol do

presente.

O Sr. Guerino Zanon – (PMDB) – V. Ex.ª me permite um aparte.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) – Concedo um aparte ao Senhor Deputado Guerino Zanon.

O Sr. Guerino Zanon – (PMDB) – Obrigado, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Olha bem, nós

usamos a BR 101 quase que diariamente. Realmente as colocações que V. Ex.ª está pondo são pertinentes e é um

absurdo.

Já estamos há mais de ano pagando pedágio e não vemos obras. Então, a privatização promovida por este

governo, o governo federal... São privatizações tão criticadas por esse mesmo governo, quando foi feito lá atrás. E

mais absurdas, ainda, estamos vendo as atuais.

Não só estão nos tomando recursos todas as vezes que trafegamos pela BR 101, como estão captando

recursos via BNDES a juros que o empresariado local e o empresariado brasileiro não têm acesso. Somente eles.

Qualquer obra que vemos instalada na BR 101 tem lá uma placa: financiada com recursos do BNDES. Isso é um

tremendo absurdo.

É um empresariado ganancioso e um governo fraco, que não soube administrar as nossas concessões e as

nossas privatizações. Concordo plenamente com a vossa crítica e esperamos que essa realidade mude, porque

vamos usar o Plenário desta Casa de Leis para denunciar esses desmandos.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) – Obrigado, Senhor Deputado.

O Sr. Bruno Lamas – (PSB) – V. Ex.ª me permite um aparte.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) – Concedo um aparte ao Senhor Deputado Bruno Lamas, com

todo o prazer.

Page 50: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

50

O Sr. Bruno Lamas – (PSB) – Gostaria de parabenizá-lo, mais uma vez, e não é a primeira vez que faço,

porque a cidade onde resido, inclusive é vítima do trabalho ruim que a ECO 101 realiza, e não cumprindo com as

suas obrigações.

Mas queria aproveitar para parabenizá-lo, pela pauta positiva, pela agenda positiva que tem trago para

dentro da Assembleia Legislativa. Na verdade, e vamos dizer bem a verdade, o mandato de V. Ex.ª tem pautado os

trabalhos do Poder Legislativo, com temas modernos, com posições corajosas, inovadoras. V. Ex.ª fala aquilo que

muitos têm coragem de falar e muitas vezes são privados, por algum motivo, de dizer. Tendo inclusive coragem de

puxar uma CPI que trata da máfia dos guinchos.

V. Ex.ª disse recentemente que um amigo pediu para ter zelo, porque isso pode trazer riscos a sua vida. São

ameaças de vida, porque nós sabemos que está por trás, imaginamos uma máfia desse tamanho.

Gostaria de dizer que me sinto honrado em fazer parte de um Parlamento que tem a presença e a

experiência de V. Ex.ª, com a amizade que temos. Percebemos o trabalho da imprensa, inclusive, em todas as vezes

que V. Ex.ª vai falar, a imprensa está atenta porque sabe que vêm assuntos que certamente serão motivos de bons

debates na sociedade capixaba.

Finalizo dizendo que é importante porque a crítica vem de qualquer jeito, mas, às vezes, o reconhecimento,

o elogio e a compreensão que tenho neste momento com V. Ex.ª geralmente ficam guardados e não deveriam ficar.

Meus parabéns.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS – (PSD) – Agradeço, Senhor Deputado Bruno Lamas. Pegarei cópia

desse depoimento de V. Ex.ª e mandarei para as minhas netas porque elas ficam sempre preocupadas.

Senhor Deputado Bruno Lamas, não farei como o prefeito de Vitória que denuncia, e nem vou andar com

segurança. Andarei do jeito como sempre andei e vou continuar. Sei que é difícil, estou sofrendo retaliação da

imprensa e de pessoas que acham que não se pode falar e não se deve meter naquilo que é a prática...

Cem mil pessoas vão às ruas contra a corrupção. Mas quando se começa a bater em corrupção, começa a

vir pressão de tudo quanto é lado. Mas é a vida. Já vivi muito, isto é, sessenta e quatro anos de alegria, de felicidade

e de sabedoria que meus pais me deram. Então, já fiz minha contribuição e não recuarei porque quem recua é quem

não tem segurança do que fala. Caminharei a passos firmes e fortes e aqueles que estão preocupados, que façam o

que acharem que devam fazer. Não os temerei e não me recusarei a continuar em minha caminhada. Aqui é Braúna

e Braúna não atola no brejo e apodrece, mas ela cada vez mais fica firme e persistente. Muito obrigado, Senhora

Presidenta. (Muito bem!)

(Retiram-se momentaneamente os Senhores Deputados Padre Honório e Almir Vieira)

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA - SD) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Padre

Honório, orador inscrito. (Pausa)

Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Almir Vieira, orador inscrito. (Pausa)

Ausente, concedo a palavra à Senhora Deputada Luzia Toledo, oradora inscrita.

A SR.ª LUZIA TOLEDO – (PMDB - Sem revisão da oradora) – Senhora Presidenta Raquel Lessa;

Senhora Deputada Janete de Sá; Senhores Deputados Guerino Zanon, nosso líder, para que eu não seja tão egoísta;

Bruno Lamas, vice-presidente da Comissão de Educação; Enivaldo dos Anjos, que acabou de sair desta tribuna;

nossos colegas, os técnicos desta Casa e à imprensa presente, boa tarde a todos.

Venho a esta tribuna, hoje, primeiro para dividir com os meus colegas de trabalho e com a sociedade que

acompanha os trabalhos desta Casa, os nossos telespectadores, que ontem vivemos um momento extremamente rico

de fé com aquela missa celebrada no Convento da Penha e, é claro, depois o próprio show do Padre Fábio de Melo,

aquilo calaria tão profundamente no coração de todas as pessoas, evangélicos de toda natureza, a sociedade como

um todo.

Senhor Deputado Guerino Zanon, há muito tempo mesmo não ouço uma homilia tão real, tão presente na

nossa casa. Dom Luiz Mancilha Vilela foi felicíssimo, primeiro quando escreveu um texto maravilhoso levando a

sociedade à reflexão do que significa família, do que significa o casal e ele começou exatamente a falar no casal

para chegar à prole, para chegar às crianças, aos filhos, à família, que é a primeira sociedade a que pertencemos, a

mini sociedade é a família. Mas ele fez isso de uma forma tão forte, tão acalentadora que nos emocionou a todos

que estavam lá. E, hoje, saiu o resultado que duzentas mil pessoas estavam presentes naquela praça, acotovelando-

se, mas com um sorriso no rosto. Há muito tempo não vejo um ato de fé tão forte e tão importante para os dias

atuais.

Na véspera, tivemos o Brasil inteiro falando principalmente contra a corrupção. Graças a Deus posso falar

com o coração completamente desnudo, posso dizer com a maior tranquilidade que essa corrupção que assola este

País está fazendo mal ao povo brasileiro, às brasileiras e aos brasileiros porque é uma corrupção que não sabemos

onde vai terminar.

Page 51: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

51

Senhores Deputados Guerino Zanon, Janete de Sá, Raquel Lessa, Bruno Lamas e colegas de trabalho, não

vai terminar. Pelo contrário: na hora em que abrir agora esses outros: BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil,

vamos ver o que é a caixa preta desses órgãos federais. Tenho certeza de que não é só a Petrobras que envergonha

este País. Não melhorou nada não. A Presidenta Dilma Rousseff já está se dando por satisfeita porque não está nas

ruas escutando o reclamo das pessoas; não está ouvindo o que as pessoas estão dizendo que não conseguem

comprar mais o seu alimento para até o final do mês; nossos aposentados, nossa melhor idade, não conseguem

comprar mais os remédios; nossa melhor idade se aposentou, trabalhou, deu seu suor e agora não consegue comprar

os remédios. Nossa nação está doente e já nasce comprando remédio. É impressionante como no Brasil têm

farmácias; uma em cada esquina e cheia de pessoas, Senhor Deputado Guerino Zanon. É uma coisa impressionante.

Quero dizer que ontem - baseado no que aconteceu no domingo no Brasil inteiro - Dom Luiz e todos os

arcebispos e padres que estavam presentes, ou seja, a Igreja Católica fez bonito. Fiquei maravilhada de ser católica

e ver exatamente aquilo. Ficaria feliz em outra igreja também porque respeito todas as religiões, mas sou católica

praticante.

Quando cheguei queria postar, mas não consegui que a mensagem fosse encaminhada porque tinha muita

gente. Cheguei ao campinho e encontrei a imagem de Nossa Senhora entrando exatamente na hora em que eu

cheguei. E disse: sou abençoada mesmo.

Senhora Deputada Janete de Sá, vi V. Ex.ª lá e vi hoje também no jornal. Graças a Deus tivemos aquela

oportunidade que foi única porque realmente foi um momento de pensarmos que vale a pena acreditar ainda que a

família é o maior elo que a sociedade tem. Temos que, primeiro, investir na família para depois realmente

conseguirmos mostrar a essas pessoas que estão incrédulas e não estão cuidando dos seus filhos.

O Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos postou na nossa rede um filósofo falando e fiquei maravilhada.

Esqueci-me seu nome agora. Acho que é Mário. Quero dizer, foi fantástico ter acordado hoje e ter lido a postagem

do Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, mostrando esse filósofo Mário, falando que quem cuida dos filhos são os

pais. São os pais que cuidam dos filhos, não são os professores, eles não estão lá para educar, para dar formação

aos nossos filhos, aos nossos sobrinhos, aos nossos netos. Quem tem que fazer isso é a família. E foi isso

exatamente ontem, a fala do nosso arcebispo Dom Luiz, naquele momento riquíssimo de fé, na pracinha do

Convento, em Vila Velha.

Com muito prazer concedo aparte ao Senhor Deputado Guerino Zanon.

O Sr. Guerino Zanon – (PMDB) – Obrigado, Senhora Deputada Luzia Toledo. Só para ilustrar o texto

que o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos nos enviou, o vídeo mostrava o papel da família, da escola e fazia

referência também à questão da diminuição da maioridade penal.

E foi de uma felicidade tremenda a charge do Amarido, do jornal A Gazeta de ontem, não é Deputada? Até

fotografei e faço questão de reproduzi-lo. Ele coloca um padre dizendo: Eu não permito controle de natalidade;

depois o pai: Eu não dou amor e carinho; depois o estado: Eu não dou educação; depois o país: Eu não crio

políticas de inclusão; e por último o policial: E eu é que vou ter que prender?

A SR.ª LUZIA TOLEDO – (PMDB) – Eu vi. É isso.

O Sr. Guerino Zanon – (PMDB) – Representou claramente essa discussão que estamos fazendo em nível

de Brasil com relação à diminuição da maioridade penal.

A SR.ª LUZIA TOLEDO – (PMDB) – É verdade.

O Sr. Guerino Zanon – (PMDB) – É um tremendo absurdo, no meu entendimento. Antes de priorizarmos

e intensificarmos as políticas públicas saudáveis e duradouras e voltarmos a ter famílias estabelecidas onde se

impera o carinho e o amor, estamos pensando em diminuir a maioridade penal e colocar mais crianças nos

presídios. Isso é muito absurdo!

A SR.ª LUZIA TOLEDO – (PMDB) – É verdade. É meu pensamento; é como defendo. Acho que todas

as pessoas que realmente têm uma experiência de vida rica como temos, têm que pensar dessa forma.

Senhora Presidenta, termino meu pronunciamento feliz da vida em ver o nosso querido colega, amigo,

chegando, adentrando neste plenário; não o tinha visto ainda: o nobre Senhor Deputado Gilsinho Lopes. Fico feliz

de vê-lo nesta Casa com seu sorrisão, com esse companheirismo; maravilha! Ganhei minha tarde!

Parabenizo a Undime, que abriu hoje, no Município de Guarapari, o 11.º Fórum de Discussão sobre o Plano

Nacional e o Plano Estadual de Educação. Parabenizo a Senhora Adenilde Stein Silva, presidenta da Undime/ES;

também o Senhor Aléssio Costa Lima, vice-presidente da Undime Nacional, que estava presente; a professora

Rosilea Maria Roldi Wille, coordenadora de implantação do PNE e, também, representando nesta Casa o MEC; o

nosso prefeito do Município de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione; e a nossa secretária de educação do

Page 52: PUBLICADA NO DPL DO DIA 23 DE ABRIL DE 2015 VIGÉSIMA ...¡ria... · Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. Sejam bem-vindos. Obrigado pela presença de todos

52

Município de Guarapari.

A todos eles, meu abraço. Parabéns! Tenho certeza que será uma bela discussão. Participamos da abertura

do fórum representando a Comissão de Educação e representando também esta Casa.

Muito obrigada! Desculpem-me, porque hoje realmente exagerei. Peço desculpas à Senhora Deputada

Raquel Lessa, e aos Senhores Deputados que estão me olhando com um olhar tão terno; tão assim embevecidos.

Muito obrigada, obrigada mesmo. (Muito bem!)

(Retiram-se momentaneamente os Senhores Deputados Edson Magalhães e Euclério Sampaio)

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA – SD) – Concedo a palavra ao Senhor Deputado Edson

Magalhães, orador inscrito. (Pausa)

Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Euclério Sampaio, orador inscrito. (Pausa)

Ausente.

A SR.ª JANETE DE SÁ – (PMN) – Senhora Presidenta, pela ordem! Requeiro a V. Ex.ª verificação de

quorum para efeito de manutenção da sessão.

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA – SD) – É regimental.

Solicito aos Senhores Deputados que registrem presença nos terminais eletrônicos. (Pausa)

(Procede-se ao registro das presenças)

(De acordo com o registrado no painel eletrônico, retiram-se os Senhores Deputados Almir Vieira,

Amaro Neto, Da Vitória, Dary Pagung, Doutor Rafael Favatto, Edson Magalhães, Eliana Dadalto,

Erick Musso, Euclério Sampaio, Gildevan Fernandes, Hudson Leal, Janete de Sá, Marcelo Santos,

Marcos Bruno, Nunes, Padre Honório, Pastor Marcos Mansur, Rodrigo Coelho, Sandro Locutor,

Sergio Majeski e Theodorico Ferraço)

(Registram presença os Senhores Deputados Bruno Lamas, Doutor Hércules, Enivaldo dos Anjos,

Gilsinho Lopes, Guerino Zanon, Luzia Toledo e Raquel Lessa)

A SR.ª PRESIDENTA – (RAQUEL LESSA – SD) – Registraram presença sete Senhores Deputados.

Há quorum para manutenção da sessão, porém, não havendo mais oradores inscritos e nada mais havendo a

tratar, vou encerrar a presente sessão. Antes, porém, convoco os Senhores Deputados para a próxima, ordinária, dia

15 de abril de 2015, para a qual designo

EXPEDIENTE:

O que ocorrer.

ORDEM DO DIA: discussão única, em regime de urgência, dos Projetos de Lei n.os

69/2015 e 139/2015;

discussão prévia do Projeto de Lei n.º 60/2015; discussão especial, em 2.ª sessão, dos Projetos de Lei n.os

270/2014,

14/2015, 54/2015 e 56/2015; discussão especial, em 1.ª sessão, dos Projetos de Lei n.os

34/2015 e 84/2015.

Está encerrada a sessão.

Encerra-se a sessão às dezessete horas e trinta e sete minutos.

*De acordo com o registrado no painel eletrônico, deixaram de comparecer a presente sessão os Senhores

Deputados Cacau Lorenzoni e Freitas.