Upload
duongliem
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PUBLICIDADE MÉDICA
Data: 30/06/2017
Local: Hospital Nove de Julho
DR. LAVÍNIO NILTON CAMARIM
CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE DO CREMESP
Ética - conceito:
Conjunto de normas e atitudes de caráter moral
predominantes numa sociedade ou numa fase
da história.
Ética - o que vem de dentro.
Moral - o que vem de fora para dentro,
são as regras que a sociedade estabelece
naquele momento, é o código de ética.
Diego Gracia
Publicidade – conceito:
Ato de publicar dados essenciais e
informativos sobre produtos ou serviços
com o objetivo de esclarecer e/ou atrair o
consumidor-cliente-usuário (freguês???).
no caso do médico: “...o paciente”.
Conceito de Publicidade Médica:
Resolução CFM 1974/11
Art. 1º - Entender-se-á por anúncio,
publicidade ou propaganda a comunicação
ao público, por qualquer meio de divulgação,
de atividade profissional de iniciativa,
participação e/ou anuência do médico.
A Publicidade Médica deve obedecer a
princípios éticos de orientação
educacional, não sendo comparável à
publicidade de produtos e práticas
meramente comerciais.
Artigos 111 e 118 CEM.
Resolução CFM 1.974/2011
Art. 2º - Os anúncios médicos deverão conter, obrigatoriamente, os
seguintes dados:
a) Nome do profissional;
b) Especialidade e/ou área de atuação, quando registrada no Conselho
Regional de Medicina;
c) Número da inscrição no Conselho Regional de Medicina;
d) Número de registro de qualificação de especialista (RQE), se o for.
Parágrafo único. As demais indicações dos anúncios deverão se limitar
ao preceituado na legislação em vigor.
DEVE SER EVITADO :
Sensacionalismo
Uso de dados e fatos científicos de maneira
inadequada ou inoportuna, visando proveito
pessoal.
Autopromoção
Procura de benefício pessoal quando da
divulgação ao público de assunto médico que
deveria ter caráter educativo, informativo e
impessoal.
Como o médico deve anunciar nos meios de comunicação ?
-Nome do médico e n° do CRM
-Até duas especialidades
(registradas no Conselho)
-Títulos científicos
-Dados sobre localização
( endereço, telefone, e-mail)
Como pode ser a publicidade de pessoa jurídica
(clínica, consultório ou hospital?)
pode
-Pode colocar o logo da empresa
-Nome e CRM do Diretor Técnico
-endereço
O médico pode participar de concursos ou prêmios que visem a
escolha de “destaque do ano”, “melhor médico” e similares?
Não. O médico não deve permitir que seu nome seja incluído em concursos
e afins, conforme o disposto no artigo 12º da Resolução CFM nº 1.974/11.
Art. 12 - O médico não deve permitir que seu nome seja incluído em
concursos ou similares, cuja finalidade seja escolher o “médico do ano”,
“destaque” ou “melhor médico”.
Existe regulamentação para a publicidade médica na Internet?
Sim. Os médicos estão obrigados a seguir a
regulamentação legal no que concerne à
publicidade e ao marketing definida no Manual da
CODAME – Comissão de Divulgação de Assuntos
Médicos.
Fonte: Resolução Cremesp nº 97/2001
Resolução CFM 2.126/2015
Art. 2º - O artigo 13 da Resolução CFM nº 1.974/11 passa a vigorar com
a seguinte redação:
Art. 13 - As mídias sociais dos médicos e dos estabelecimentos assistenciais
em Medicina deverão obedecer à lei, às resoluções normativas e ao Manual
da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (CODAME).
§1º Para efeitos de aplicação desta Resolução, são consideradas mídias
sociais: sites, blogs, Facebook, Twiter, Instagram, YouTube, WhatsApp e
similares.
Resolução CFM 2.126/2015
§2º É vedada a publicação nas mídias sociais de autorretrato (selfie),
imagens e/ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção
ou concorrência desleal.
§ 3º É vedado ao médico e aos estabelecimentos de assistência médica
a publicação de imagens do “antes e depois” de procedimentos,
conforme previsto na alínea “g” do artigo 3º da Resolução CFM nº
1.974/11.
§4º A publicação por pacientes ou terceiros, de modo reiterado e/ou
sistemático, de imagens mostrando o “antes e depois” ou de elogios a
técnicas e resultados de procedimentos nas mídias sociais deve ser
investigada pelos Conselhos Regionais de Medicina.
Proibido expor fotos de pré e de pós-operatório de pacientes.
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.974/11.
Art. 3º - É vedado ao médico:
(...)
g) expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica,
método ou resultado de tratamento, ainda que com a autorização
expressa do mesmo, ressalvado o disposto no artigo 10 desta
resolução;
(...)
Art. 10 - Nos trabalhos e eventos científicos em que a exposição
de figura de paciente for imprescindível, o médico deverá obter prévia
autorização expressa do mesmo ou de seu representante legal.
(...)
antes depois
Resolução: CFM nº 1.836/2008
Art. 1° - É vedado ao médico vínculo de qualquer
natureza com empresas que anunciem e/ou
comercializem planos de financiamento ou
consórcios para procedimentos médicos.
Lei Federal 11.795 (08 de outubro de 2008)
Dispõe sobre o Sistema de Consórcio.
Art. 12 - O contrato de participação em grupo de
consórcio, por adesão, poderá ter como
referência bem móvel, imóvel ou serviço
de qualquer natureza.
Resolução: CFM Nº 1.649/2002
Cartão de Desconto
Art. 1º - Considerar antiética a participação de
médicos como proprietários, sócios, dirigentes ou
consultores dos chamados Cartões de Descontos.
Resolução CREMESP nº 273/2015
Art. 1º - É vedado ao médico prescrever
medicamentos, órteses, próteses e materiais, bem
como utilizar métodos diagnósticos, baseados em
contrapartidas como recebimento de gratificações,
ou pagamentos de inscrições em eventos e
viagens, bem como qualquer outra forma de
vantagem.
.
Envelhecimento
- É a perda progressiva da produção
de energia e suas funções,
acompanhada da diminuição da
fertilidade e pelo aumento da
mortalidade com o avançar da idade.
- É um processo universal para todas
as formas de vida.
Anti-envelhecimento
“anti-aging” Qual a idéia que querem passar para a
população?
A quem interessa?
Qual a finalidade?
Qual o verdadeiro conceito?
“anti-aging”
- “Alguns indivíduos e organizações
gostariam de nos fazer acreditar que o
envelhecimento não é inevitável e que a
imortalidade está dentro de nosso
alcance”.
Dr. Butler – Gerontologista; Fundador e Diretor do
International Longevity Center - USA
“Anti-aging”- Principais substâncias utilizadas:
I - Melatonina - alteração do sono
II - Hormônio do crescimento (GH) - acromegalia / osteoporose
III - Hormônio tiroidiano - hipotiroidismo
IV. Cortisol e glicocorticoides - Síndrome de Cushing
V. Calcitonina - densidade óssea
VI. DHEA - insuficiência adrenal e hipofisária
VII. Pregnolona - cognição e memória
VIII. Aldosterona - pressão arterial
IX. Estradiol e progesterona - menopausa
X. Testosterona em mulheres - massa corporal e óssea
XI. Testosterona em homens - câncer de próstata
XII. Progesterona em homens - câncer de próstata
“anti-aging” - Considerações
- Há riscos potenciais de doses
inadequadas de hormônios,
principalmente nos casos em que a
deficiência hormonal não foi
diagnosticada apropriadamente
conforme as diretrizes em vigor;
“anti-aging” - Considerações
- Segundo estudos clínicos
randomizados de boa qualidade
metodológica nenhuma vitamina,
antioxidante, reposição hormonal ou
qualquer outra substância demonstrou
ser capaz de prevenir, retardar ou
reverter o processo de envelhecimento;
“anti-aging” - Considerações
- Não existem evidências de que as formulações de
hormônios, chamadas de "bioidênticas" ou
"hormônios bioidênticos", se mostrem eficazes
como tratamento para retardar e/ou modular o
processo de envelhecimento, prevenir a perda
funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e
promover o envelhecimento e/ou longevidade
saudável;
Proibições éticas do “anti-aging”
Resolução CFM nº 1.999/2012
Art. 1º - A reposição de deficiências de hormônios
e de outros elementos essenciais se fará somente
em caso de deficiência específica comprovada, de
acordo com a existência de nexo causal entre a
deficiência e o quadro clínico, ou de deficiências
diagnosticadas cuja reposição mostra evidências
de benefícios cientificamente comprovados.
Art. 2º - São vedados no exercício da Medicina, por serem
destituídos de comprovação científica suficiente quanto ao
benefício para o ser humano sadio ou doente, o uso e
divulgação dos seguintes procedimentos e respectivas
indicações da chamada medicina antienvelhecimento:
I. Utilização do ácido etilenodiaminatetraacetico (EDTA), procaína,
vitaminas e antioxidantes...
II. Quaisquer terapias antienvelhecimento, anticâncer,
antiarteriosclerose...
III. Utilização de hormônios, em qualquer formulação...
IV. Tratamentos baseados na reposição, suplementação ou
modulação hormonal...
V. A prescrição de hormônios conhecidos como "bioidênticos”...
.
Resolução CFM nº 1.999/2012
III. Utilização de hormônios, em qualquer formulação,
inclusive o hormônio de crescimento, exceto nas situações
de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra
evidências de benefícios cientificamente comprovados;
IV. Tratamentos baseados na reposição, suplementação ou
modulação hormonal com os objetivos de prevenir,
retardar, modular e/ou reverter o processo de
envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice,
prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento
saudável;
.
Resolução CFM nº 1.999/2012
V. A prescrição de hormônios conhecidos como "bioidênticos"
para o tratamento antienvelhecimento, com vistas a prevenir,
retardar e/ou modular processo de envelhecimento, prevenir a
perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e
promover o envelhecimento saudável;
VI. Os testes de saliva para dehidroepiandrosterona (DHEA),
estrogênio, melatonina, progesterona, testosterona ou cortisol
utilizados com a finalidade de triagem, diagnóstico ou
acompanhamento da menopausa ou a doenças relacionadas ao
envelhecimento, por não apresentar evidências científicas para
a utilização na prática clínica diária.
Anti-envelhecimento (anti-aging)
- CFM não reconhece como especialidade
médica ou área de atuação.
- União Européia e Associação
Médica Americana : também não
reconhecem.
CREMESP - Preocupações
- Com a proliferação de cursos de extensão,
educação continuada e pós-graduação em
“medicina antienvelhecimento”, ou com
denominações diferentes, mas cuja base é o
treinamento de profissionais para a prescrição de
hormônios e outros tratamentos ainda sem
comprovação científica, com o suposto objetivo
de prevenir, retardar, modular ou reverter o
processo de envelhecimento.
22ª Jornada de Ginecologia e Obstetrícia
CREMESP - Preocupações
- Com a crescente divulgação, entre a
população, de novos métodos
terapêuticos baseados no emprego de
hormônios, vitaminas e outros tipos de
suplementos sem evidências clínico-
científicas que comprovem o seu
benefício;
CREMESP - Preocupações
- É vedado ao médico usar experimentalmente
qualquer tipo de terapêutica ainda não
liberada para uso em nosso país, sem a devida
autorização dos órgãos competentes e sem o
consentimento do paciente ou de seu
responsável legal, devidamente informados da
situação e das possíveis consequências;
Proibições éticas do “anti-aging”
Capítulo III
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 1º - Causar dano ao paciente, por ação ou
omissão, caracterizável como imperícia,
imprudência ou negligência.
Proibições éticas do “anti-aging”
Capítulo III
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 14 - Praticar ou indicar atos médicos
desnecessários ou proibidos pela
legislação vigente no País.
Proibições éticas do “anti-aging”
Capítulo III
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 21 - Deixar de colaborar com as
autoridades sanitárias ou infringir a
legislação pertinente.
“anti-aging” - Conclusão
- É um conjunto de medidas adotadas ao longo
dos anos para manter a pessoa saudável, na
mais ampla concepção do significado da
palavra, visando proteger e prolongar a
longevidade e a qualidade de vida do Ser
Humano.
- Não deve ser divulgado como procedimento,
tratamento isolado ou “especialidade médica”.
“anti-aging” - Conclusão
- Atividade física regular;
- Dietas balanceadas e pobres em gorduras;
- Não fumar;
- Dormir bem/repousar;
- Evitar bebidas alcoólicas;
- Evitar sol em excesso;
- Controle da Pressão Arterial;
- Usar medicamentos preconizados (DM, HAS...);
- Entre outros hábitos de vida...
“anti-aging” – Para reflexão
- Diante de toda a literatura médica/científica apresentada
e da falta de evidências clínicas que credenciem a
utilização do método; será que o “anti-aging” não estaria
sendo utilizado, como nomenclatura, para prometer
resultados, angariar clientela e propiciar o comércio de
substâncias das quais interessam a diversos grupos e
organizações?
- O CREMESP não aprova as terapias anti-
envelhecimento (“anti-aging”).