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WHITE PAPER 01 - 2016 PUBLICIDADE NATIVA

PUBLICIDADE NATIVA - MMA · O outro formato oferecido pelo UOL sob o guarda-chuva de branded content é o “native premium”. Esse, por sua vez, não tem menção de marca e leva

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1Publicidade Nativa

WHITE PAPER 01 - 2016

PUBLICIDADE NATIVA

2Publicidade Nativa Expediente

A MMA é a principal associação sem fins lucrativos do ecosistema mobile no mundo, com mais de 800

empresas associadas de, aproximadamente, 50 países. Nossos associados vem de todos os cantos do

ecossistema do Mobile Marketing incluindo marcas anunciantes, agências, plataformas de tecnologia mobile,

empresas de mídia, operadoras, entre outros. A missão da MMA é acelerar a transformação e a inovação do

marketing através dos dispositivos móveis, promovendo o crescimento do negócio com grande, e próximo,

engajamento do consumidor.

Produção Whitepaper

Head de Conteúdo: José Saad Neto

Pesquisa e textos: Fernanda Bottoni

Revisora: Adriana Silva

Projeto gráfico e diagramação: JB Junior

EXPEDIENTE

_

MMA LATAM Team: Fabiano Destri Lobo, Managing Director LATAM [email protected]

Thais Schauff, Director Business Development & Operations LATAM [email protected]

Argentina: Soledad Moll [email protected]

Brazil: Graziela Mazzer [email protected]

Mexico: Carolina Mathieu [email protected]

Zelmi Etchegoyhen [email protected]

O que é publicidade nativa

Por que publicidade nativa é importante

Como funciona a publicidade nativa

Publicidade nativa no mobile

Os formatos

Melhores práticas - Publishers

Melhores práticas - Marcas

Melhores cases

Conclusão

04

08

10

15

19

23

27

32

17

ÍNDICE

_

4Publicidade Nativa native

A publicidade nativa é uma mídia paga que assume a forma e o conteúdo

do meio em que é veiculada. Diferentemente de qualquer outro tipo de

publicidade, a nativa deve estar perfeitamente integrada às plataformas

em que for oferecida para que a experiência do usuário não seja interrompida.

“A nativa elimina o elemento que sempre foi indissociável da publicidade tanto

online quanto offline, que é a interrupção”, afirma Edward Pimenta, diretor

do Estúdio ABC (Abril Branded Content) e Apoio Editorial da Editora Abril. “A

diferença básica entre a publicidade online tradicional e a publicidade nativa

é que, na primeira, as peças – sejam banners, vídeos, áudios – são enviadas

para os veículos seguindo, normalmente, formatos padronizados de mercado,

e colocadas em locais tipicamente reservados para publicidades – como o

topo ou as laterais das páginas”, afirma David Lindgren, gerente sênior de

desenvolvimento mobile da Globo.com. “Na segunda, as peças são adaptadas

para formatos nativos de cada meio, e colocadas de modo integrado às

experiências principais de uso do veículo”, diz ele. Ou seja, uma publicidade

nativa é uma informação consumida no fluxo da leitura de um site, um jornal,

um resultado de busca, uma rede social ou qualquer que seja a mídia.

O QUE É PUBLICIDADE NATIVA

_NativeLOREM IPSUM

Inum si aceptatem eatempe rfereremquas endusda epudis elendit aturem cum voluptis sumque plat. Occatioriae volIqui deligni.

01:00AM ESTSTYLEWATCH

LOREM IPSUM

Inum si aceptatem eatempe rfereremquas endusda epudis elendit aturem cum voluptis sumque plat.

SATURDAY, 06:00AM ESTPROMOTED BY

LOREM IPSUM

Inum si aceptatem eatempe rfereremquas endusda epudis elendit aturem cum voluptis sumque plat.

12:45AM ESTSTYLEWATCH

5Publicidade Nativa native

É exatamente por ter essa característica que

o formato da publicidade nativa precisa variar

dependendo do meio em que ela é inserida. “No

Facebook, a nativa é post, no UOL é conteúdo,

no Google é resultado de busca”, explica Karen

Cunsolo, responsável pela área de branded content

e audiência do UOL. E essa variação não envolve

apenas elementos gráficos. É nesse ponto, aliás,

que muitos equívocos podem ocorrer em relação a

esse tipo de publicidade. Afinal, embora publicidade

nativa lembre forma, ele também é sobre conteúdo.

“Publicidades nativas estão, frequentemente,

associadas a estratégias de content marketing”,

ressalta Lindgren, da Globo.com. “Elas são uma

forma aderente por meio da qual os anunciantes

podem distribuir mais eficientemente seu

conteúdo.” Para o especialista, é fundamental que

haja alinhamento entre a peça e o veículo em que

ela será disponibilizada. “O veículo também precisa

cuidar desse alinhamento, buscando otimizar

a atratividade do conteúdo para o seu leitor ou

usuário”, afirma.

Também é consenso entre os especialistas que

a publicidade nativa deve ser identificada como

um conteúdo patrocinado por uma marca, para

que o leitor ou usuário não se sinta enganado. A

maior parte dos publishers utiliza selos que variam

entre “apresentado por” ou “patrocinado por”, ou

“oferecido por” para deixar claro que alguém está

pagando pela veiculação daquele conteúdo.

As definições que envolvem publicidade nativa,

conteúdo patrocinado, branded content e

publieditorial é que ainda variam muito na região

latino-americana. Os especialistas, no entanto,

veem a situação com naturalidade. O argumento é

que o assunto é bem recente por aqui e o momento

ainda é de aprendizado, tentativas e descobertas.

“Faz todo o sentido que haja uma certa imaturidade

no mercado”, afirma Pimenta, da Abril. “Muitos

publishers, e nós estamos entre eles, estão se

esforçando para buscar uma definição consistente

para a publicidade nativa, mas ainda devemos

levar algum tempo para chegar ao resultado que

esperamos”, acredita.

A Editora Abril, por exemplo, define como

publicidade nativa apenas os conteúdos

patrocinados que não falam diretamente sobre o

corebusiness dos patrocinadores. “Uma empresa

que tenha sustentabilidade como um de seus

“A nativa elimina o

elemento que sempre

foi indissociável da

publicidade tanto online

quanto offline, que é a

interrupção”

6Publicidade Nativa native

valores pode fazer uma campanha de publicidade

nativa oferecendo conteúdos relevantes para o

leitor sobre esse tema, sem citar suas próprias

iniciativas ou marcas”, afirma Pimenta. “A nativa não

é feita para vender produto ou falar de lançamentos,

por exemplo”, esclarece. Anunciantes que queiram

patrocinar conteúdos que falam diretamente

sobre seus produtos ou serviços devem investir no

formato “publieditorial”. “Não quer dizer que um

seja certo e o outro errado, mas significa que cada

formato tem a sua função específica.”

O UOL, por outro lado, aposentou o conceito de

“publieditorial” para definir conteúdos em que a

marca fala dela mesma ou de alguma iniciativa

sua por entender que a palavra remete apenas a

encartes de revista ou páginas estáticas. O termo

foi substituído por “conteúdo publicitário”, formato

criado a partir de demanda do anunciante, que

participa de todas as etapas da produção. “No

conteúdo publicitário, o anunciante é ‘dono’ do

conteúdo e podemos falar de marca e produto

abertamente”, esclarece Karen. O formato

é recomendado para ações de awarness e

lançamentos e o plano de divulgação envolve

mídia tradicional e chamadas nativas ao longo das

páginas do UOL e afiliados. Como exemplo, ela cita

o site criado para Halls, que ficou abrigado em UOL

Entretenimento. O espaço é todo caracterizado pela

marca e reúne conteúdo sobre diversão, tendências

e humor.

O outro formato oferecido pelo UOL sob o guarda-

chuva de branded content é o “native premium”.

Esse, por sua vez, não tem menção de marca e

leva como critério para sua criação o interesse

do público do portal no tema. “O cliente aprova a

versão final, mas não participa da criação”, explica

Karen. A divulgação desse formato prevê um

destaque editorial na homepage do UOL e post

nas propriedades sociais. Um exemplo é especial

publicitário criado para Natura com o mote “Viva

a Beleza Viva”. “Entrevistamos mulheres que não

têm beleza convencional para mostrar como elas

lidam com suas belezas e a Natura apenas aparecia

apenas nos selos ‘oferecido por’ e ‘apresenta’”,

conta ela.

“É o formato recomendado para marcas que

querem se apropriar de um território”, afirma

Karen. De qualquer forma, seja qual for o tipo de

branded content escolhido pelo anunciante, para

7Publicidade Nativa native

Karen a regra é a mesma: “O conteúdo precisa ser

relevante para o usuário e útil para a marca”. Ela

afirma categoricamente que a nativa não serve

para a marca que quer apenas comunicar uma

promoção ou um lançamento. “Para isso existe o

banner”, ressalta. “A nativa tem de divertir, informar

ou agradar o usuário de alguma forma.”

Também na Globo.com, o assunto está

amadurecendo e as regras estão sendo definidas.

Marcos Messias, gerente de desenvolvimento de

negócios e soluções de publicidade da Globo.com,

explica que a primeira iniciativa do portal que se

aproxima do formato são os especiais publicitários,

também conhecidos como publieditoriais, que são

conteúdos pautados pelo cliente, produzidos pela

equipe da Globo.com e que possuem “look and feel”

parecido com o dos sites do portal, porém, com

indicações de que são publicidade.

A Televisa, empresa de mídia e conteúdo em

espanhol líder no mundo e líder em audiência de

televisão aberta no México, define a publicidade

nativa simplesmente como o valor agregado

que um publisher ou gerador de conteúdo com

relacionamento já consolidado com suas audiências

pode oferecer a um anunciante. Clara Méndez,

diretora de marketing e vendas da empresa, afirma

até que os publishers em geral vêm fazendo nativas

há anos, mas utilizam outra nomenclatura para elas.

“Fazemos isso com o nome de ‘publieditorial’ há

algum tempo ou, como era comum há seis ou sete

anos, criando microsites de anunciantes como se

fossem parte de nossos próprios sites de conteúdo”,

diz ela.

Diante desse cenário, em que até para os publishers

as definições de publicidade nativa ainda não estão

muito claras, não é difícil imaginar que para os

anunciantes o assunto seja ainda mais recente e

enigmático. “Aqui no Brasil, muitos clientes ainda

não entenderam muito bem o formato e insistem

para que a marca apareça dentro do contexto em

que não faz sentido algum aparecer”, lamenta

Pimenta, da Abril. Karen, do UOL, concorda que

essa relação nem sempre é fácil. “Às vezes é difícil

explicar que nosso trabalho não é simplesmente o

de expor um logo”, diz ela. “Muitos clientes dizem

que querem fazer um banner de content para

comunicar uma promoção”, relata. “Em casos assim,

recomendamos que o cliente faça apenas o banner.”

Messias e Lindgren, da Globo.com, acreditam que

deve haver um investimento por parte da indústria

para ajudar os anunciantes a perceber e realizar os

benefícios da publicidade nativa. ●

“O conteúdo precisa ser

relevante para o usuário e útil

para a marca”.

8Publicidade Nativa Por que a publicidade nativa é importante

POR QUE A PUBLICIDADE NATIVA É IMPORTANTE

_

A publicidade nativa é uma nova forma de as marcas entrarem em contato

com seus consumidores sem que para isso precisem interromper

sua atividade ou “roubar” sua atenção do foco principal que eles têm

naquele determinado momento. É a sua capacidade única de não interromper

o fluxo de leitura ou consumo de conteúdo do usuário que faz com que a

nativa tenha como principal benefício proporcionar maior engajamento com o

leitor ou espectador.

Pimenta, da Abril, alega que por não tratar do interesse direto do anunciante, o

formato costuma ser muito efetivo especialmente quando o objetivo da marca

é se apropriar de um território, empunhar uma bandeira e ser reconhecida

como autoridade por determinado assunto. “Temos clientes já renovando

pela segunda vez seus grandes pacotes de conteúdo porque entenderam que

conteúdo precisa ser feito em médio e longo prazo, precisa ter constância e

frequência”, diz ele. “Não adianta fazer uma única publicidade nativa e achar que

vai arrasar.”

9Publicidade Nativa Por que a publicidade nativa é importante

Lindgren, da Globo.com, também vê uma tendência

de as empresas investirem em produção de

conteúdo para dialogar com seu target, saindo

do transacional “compre agora”, com ênfase no

produto, e colocando mais a experiência, e os

aspectos que a circundam, como foco. Na sua

opinião, esse movimento representa uma evolução

na forma de fazer publicidade. “O conteúdo

influencia o comportamento do consumidor”,

afirma. “Quando inserido nos contextos de seu

interesse, esse conteúdo é mais facilmente

acessado e assimilado, ajudando a promover a

tomada decisão”, esclarece. Para ele, inclusive, a

publicidade nativa se soma a esta abordagem, sendo

totalmente aderente a ela.

Mais uma vez, é exatamente por não interromper o

fluxo de consumo de conteúdo que a publicidade

nativa enfrenta menos resistência por parte dos

usuários. “A publicidade nativa é mais integrada

à experiência de consumo dos usuários”, aponta

Messias, da Globo.com.

Ele explica que, quando o conteúdo nativo tem

uma chamada muito próxima à que o usuário

quer consumir, as chances de ele, de fato, entrar

em contato com o texto ou o vídeo são muito

maiores. “Mesmo deixando claro que a peça

nativa é publicidade, ela é percebida também

como conteúdo, o que facilita sua aceitação pelos

usuários”, ressalta. Tudo isso, claro, desde que a

peça respeite o interesse do usuário e ofereça um

conteúdo que de fato seja relevante para ele.

“A filosofia é adicionar valor”, afirma Messias. ●

“Mesmo deixando claro

que a nativa é publicidade,

ela não é tão invasiva

quanto um display”

10Publicidade Nativa Como funciona a publicidade nativa

COMO FUNCIONA A PUBLICIDADE NATIVA

_

A publicidade nativa funciona basicamente como um conteúdo que – de

tão aderente ao meio em que está – até poderia ser editorial, mas é pago

por uma marca que tem objetivos claros por trás desse patrocínio, como

estabelecer um relacionamento de longo prazo com seus consumidores ou se

apropriar de algum tema para se tornar referência no assunto, por exemplo.

O maior case de publicidade nativa tanto para Pimenta, da Abril, quanto para

Karen, do UOL, foi a ação de lançamento da segunda temporada de Orange Is

New Black, série original da Netflix, no New York Times.

“A nativa era uma reportagem sobre o sistema prisional americano veiculada

na semana do lançamento da série”, diz Pimenta. “No segundo ou terceiro

parágrafo, havia uma menção sutil à série, mas era tão bem contextualizada e

pertinente que não descaracterizava o conteúdo”, afirma. Para Karen, o case é

realmente emblemático. “É jornalismo, não é propaganda, mas é propaganda

também, só que relevante”, define.

Aqui no Brasil e na América Latina, esse tipo de publicidade é bem mais recente

11Publicidade Nativa Como funciona a publicidade nativa

do que nos Estados Unidos. Consequentemente,

o modo como essa publicidade vem sendo feita

ainda tem variado bastante de publisher para

publisher. Alguns têm estruturas internas dedicadas

à produção desse conteúdo e à intermediação

com os anunciantes. É o caso, por exemplo, do

UOL e da Abril.

No UOL, a área de Content Lab é quem faz a

ponte entre os anunciantes e a redação. A equipe

tem cerca de dez jornalistas e praticamente todos

vieram da redação do portal. O primeiro trabalho da

equipe foi a série “Compre no seu Bairro”, veiculada

em UOL Economia, com vídeos e infográficos

produzidos pelo UOL para a Mastercard. “A marca

queria se apropriar do tema da compra no pequeno

negócio, que é uma iniciativa do Sebrae, e nós

produzimos conteúdos que mostravam o quanto

o comércio local aquece a economia”, explica

Karen. A ação contou com chamadas patrocinadas

na home do portal, informes distribuídos por todo

o site, chamada fixa na TV UOL, entre outros. Os

vídeos eram estrelados por pequenos comerciantes.

No fim das contas, a ação atingiu 225 mil pageviews,

com tempo médio de 3’4” por usuário. “Não tinha

nenhuma relação com Mastercard, ela apenas

aparecia com logo e apresentava o conteúdo, que

era totalmente relevante para usuário”, afirma.

Outro projeto que Karen cita com orgulho é o de

Xbox criado para o lançamento de Halo 5. “Havia

várias surpresas escondidas no jogo e precisamos

criar muitos conteúdos sem dar spoilers”, conta.

O projeto somou 54 matérias, 7 vídeos, 5 galerias

de foto, intensa cobertura nas redes sociais e

envolvimento de 15 profissionais. Rendeu nada

menos do que 600 mil pageviews, 74 mil usuários

únicos, 84 mil visitas e 2’3” de tempo médio por

usuário.

Segundo Karen, a função da sua área é achar

espaço para a publicidade nativa e cuidar para fazer

um conteúdo verdadeiramente atrativo, que tenha

a ver com o público e tenha exposição. “Nossa

obrigação é fazer um conteúdo legal e atraente”,

afirma. “Você sabe que nem tudo é lançamento de

série do Netflix, né?!”.

O trabalho passa também por uma espécie de

consultoria de conteúdo para os anunciantes. Karen

conta que é comum se deparar com casos em

que uma marca de cosmético, por exemplo, quer

“Você sabe que nem tudo

é lançamento de série do

Netflix, né?!”

12Publicidade Nativa Como funciona a publicidade nativa

falar sobre cuidados com o cabelo criando um site

enorme sobre o assunto. “Eu me pergunto quem

vai entrar lá se tantos sites com relevância editorial

já falam sobre isso e ofereço alternativas”, diz ela.

O UOL Content Lab, além de produzir conteúdo

patrocinado, também valida o conteúdo que é

produzido pelas marcas, já que muitas têm suas

próprias produções.

Na Abril, a publicidade nativa está sob o guarda-

chuva do Estúdio ABC (Abril Branded Content),

que foi criado em julho de 2015 para cuidar de

tudo o que for relacionado a publicidade nativa,

publieditorial e iniciativas de co-branding e custom

publishing. São 13 pessoas, entre jornalistas,

designers e videomakers, que conhecem bem as

publicações, marcas e audiências da empresa e

trabalham na produção de revistas customizadas,

conteúdos patrocinados, webseries etc. “Muitos

dos conteúdos branded reverberam mais do que os

editoriais da semana”, revela Pimenta.

Um dos projetos que ele ressalta foi criado para

divulgar uma temporada de House of Cards, que

estampou o presidente Francis J. Underwood –

personagem de Kevin Spacey na série – na capa

da Veja circulou nas plataformas sociais da marca

Facebook, Twitter e Instagram. A ação co-branded

foi criado em conjunto pela redação de Veja e o

Estúdio ABC.

Outro case de que ele se orgulha é o de quatro

nativas produzidas pelo Estúdio ABC para a HBO, às

vésperas do lançamento de O Hipnotizador, série

de suspense original da HBO. A ideia era colocar o

tema central da série na pauta, por isso as nativas

abordaram a hipnose de acordo com a linha

editorial de cada marca.

Na revista e no site de Superinteressante,

uma reportagem esclareceu as aplicações

atuais da técnica e o modo como sua eficácia

foi cientificamente comprovada. Paralelamente,

a Veja São Paulo apresentou, também na revista

e no site, os tratamentos de saúde baseados em

hipnose disponíveis na capital paulista. No site da

Veja, uma timeline mostrou como a técnica deixou

de ser considerada charlatanice e passou a ser

utilizada como recurso no tratamento de quadros

psicossomáticos. Para completar, o Brasil Post

publicou uma lista de gifs hipnóticos para divertir

os visitantes.

13Publicidade Nativa Como funciona a publicidade nativa

O Estúdio ABC também desenvolveu um projeto

para Petrobras em que um conjunto de nativas foi

veiculada nas revistas Exame, Superinteressante e

Quatro Rodas e nos sites Exame.com. Super.com,

HuffPo, MdeMulher e Quatro Rodas.com. O objetivo

era cobrir pautas relacionadas ao desenvolvimento

das cidades, energia e meio ambiente, mobilidade

urbana, biodiversidade, tecnologia, inovação e

olifestyle sustentável por meio de reportagens,

infográficos, vídeos, quizzes e listas. Ao todo, foram

produzidas 27 nativas – entre impressas e online –

e 20 posts para o Twitter para os textos online. O

resultado bateu 1 milhão de pageviews.

Diferentemente de Abril e UOL, outros publishers

têm estruturas específicas apenas para intermediar

o contato com os anunciantes e distribuem a

criação do conteúdo produzido internamente entre

as suas próprias áreas editoriais. É o que ocorre na

Televisa, do México, por exemplo. A empresa tem

um time dedicado a apresentação de propostas

de conteúdo comercial, sejam elas nativas ou

quaisquer outras formas de marketing de conteúdo.

“Na execução, para qualquer projeto que necessita

de desenvolvimento de conteúdo para uma marca,

nós usamos as equipes editoriais e de produção

de vídeo que já geram conteúdo para nossos sites

e, eventualmente, terceirizamos alguma parte do

projeto ou alguns projetos inteiros de acordo como

volume de trabalho e as especialidades das equipes”,

afirma Clara Méndez, diretora de marketing e vendas

da Televisa. Um exemplo do trabalho desenvolvido

pela Televisa é o site criado para Unilever sobre

cuidados com cabelo, que reúne textos, vídeos e

tutoriais sobre o assunto com patrocínio da marca.

Não Globo.com, os projetos de especiais

publicitários são estruturados para cada cliente.

O conteúdo apresentado no formato native pode

vir pronto do anunciante, passando por uma

avaliação editorial, ou pode ser elaborado pela

equipe comercial e aprovado com o cliente. Entre

as iniciativas do portal nesta linha, estão a “Somos

Todos Cervejeiros”, que, no dia em que o native ad

foi veiculado, foi responsável por cerca de 40% das

visitas ao especial. Outros exemplos incluem os

projetos “Além das Pistas”, “ZAP Imóveis”, “Academia

da Carne” e “Seu Cabelo do Seu Lado com Seda”,

entre outros.

De forma geral, projetos dessa natureza são feitos

de forma “tailor made”, como define Messias.

14Publicidade Nativa Como funciona a publicidade nativa

“Especiais publicitários são projetos que passam por

uma elaboração mais sofisticada, um envolvimento

maior das equipes comerciais, visando otimizar

os benefícios para cada cliente”. Afirma. “Por isso,

a oferta de iniciativas desse tipo é mais reduzida,

porém os benefícios que o formato proporciona

justificam este nível de engajamento.”

Com base nos resultados obtidos com os Especiais,

o portal se diz convencido dos benefícios das

abordagens nativas e de content marketing e está

decidido a continuar investindo nesses formatos.

Novas opções estão sendo projetadas e a empresa

planeja lançar no mercado, ainda este ano, formatos

com maior interação, visando um engajamento

ainda maior do usuário.

Por outro lado, Kadu Zagatti, gerente de

desenvolvimento de negócios da Adobe, lembra que

a tecnologia existe para ajudar tanto na produção

do conteúdo, com ferramentas para criar texto,

áudio e vídeo, quanto na análise de resultados e

métricas. “Ferramentas como Experience Manager e

Adobe Analytics ajudam a ajustar peças de conteúdo

de acordo com perfil, comportamento, aparelho,

localização, velocidade de acesso e tamanho

da tela do consumidor, que varia muito entre os

smartphones”, diz ele. Além disso, o especialista

lembra que soluções como Adobe Creative

Cloud, que reúne aplicativos como Photoshop,

InDesign e Premiere Pro, além de outros tantos

para dispositivos móveis, ajudam a criar histórias de

forma facilitada de qualquer lugar a qualquer hora. ●

“A ideia é entregar esse

conteúdo da maneira mais

inteligente possível, da

mesma forma que ocorre

com banners”.

15Publicidade Nativa publicidade nativa no mobile

PUBLICIDADE NATIVA NO MOBILE

_

Tudo indica que o mobile seja o universo em que a publicidade nativa

tem mais oportunidade de ser eficiente. Pelo menos essa é a aposta

dos especialistas. E suas justificativas são bem claras. “A nativa funciona

principalmente no mobile porque ali os outros formatos não têm visibilidade”,

afirma Pimenta, da Abril. Além disso, ele lembra que as pessoas cada vez mais

consomem conteúdo no celular e a publicidade nativa, de uma forma ou outra,

é conteúdo, seja em forma de vídeo, texto, foto ou áudio.

Também para Lindgren, da Globo.com, o native é um formato aderente ao

mundo mobile. “Os formatos nativos trazem inovação, com adição de valor, à

publicidade móvel, ao se integrar mais profundamente com as características

específicas dessa nova mídia”, afirma.

De forma geral, as regras da publicidade nativa são as mesmas tanto para o

desktop quanto para as telas de smartphones. As iniciativas realizadas pelos

publishers do Brasil e América Latina também costumam ser as mesmas,

incluindo os dois tipos de dispositivos no plano de mídia.

16Publicidade Nativa publicidade nativa no mobile

Para a veiculação mobile, no entanto, alguns

cuidados são essenciais para garantir a efetividade

das peças. “Nos aparelhos menos, claro, o conteúdo

tem de ser mais curto, não pode haver páginas

imensas de texto”, alerta Karen, do UOL. Também o

visual precisa ser simples e capaz de atrair a atenção

rapidamente. “Normalmente as pessoas chegam

via Facebook, então não podemos complicar a

navegação com muitos elementos visuais ou muitos

cliques”, afirma.

Para Zagatti, da Adobe, é preciso levar em conta

o contexto em que o usuário vai consumir a

publicidade nativa. “A história é a mesma, mas o

contexto é diferente”, ressalta. Zagatti usa como

exemplo um vídeo feito em alta resolução para tela

grande. “Não é possível imaginar que alguém vai

consumir algo assim pelo smartphone, com 3G,

na sala de espera do dentista”, alerta. Segundo o

especialista, um descuido desse tipo mata a história

pela raiz. “Mesmo que a pessoa esteja interessada

no conteúdo, o contexto não permite que ela o

consuma”, afirma.

O tamanho da tela, para ele, é outro ponto crítico

que precisa ser levado em consideração no mobile.

“Estudos mostram que 78% da base brasileira de

smartphone é Android, mas precisamos lembrar que

nem todo Android é um Samsung Galaxy”, ressalta

Zagatti, lembrando que a maior parte da população

da região latino-americana utiliza smartphones mais

populares, de baixo custo, com telas menores e

também com menor resolução. ●

“A nativa funciona

principalmente no

mobile porque ali os

outros formatos não têm

visibilidade”

17Publicidade Nativa Os formatos

OS FORMATOS

_

A publicidade nativa, por ter de ser totalmente aderente ao meio em que

é veiculada, é uma mutante. Isso significa que seu formato depende

necessariamente da mídia em que ela será apresentada. “Como o

próprio nome diz, a publicidade nativa reflete as características próprias de cada

veículo. Na Globo.com, as publicidades – no caso, os especiais publicitários,

neste primeiro momento – são apresentadas por meio de chamadas em home

pages – como destaques e posts em feeds de notícias – e páginas de conteúdo

(matérias), preservando, de modo apropriado, a identificação da oferta como

publicitária”, ressalta Messias.

Para Zagatti, da Adobe, sempre vale a pena lembrar que a publicidade nativa é

uma estratégia de mídia para aparecer para o mercado. “É por isso que onde

estão as mídias na internet eu vejo que também está o poder de contar história,

seja no banner, no gif animado, no texto, no vídeo, no áudio” afirma ele. Ou

seja, como é uma estratégia de mídia, ele acredita que tudo o que for mídia vale

para a nativa.

18Publicidade Nativa Os formatos

Confira abaixo os principais formatos de publicidade

nativa utilizados no mobile:

- Feed de redes sociais. Em forma de posts

patrocinados, eles podem ser vistos em Facebook,

Twitter, LinkedIn, Pinterest e Tumblr. a nativa, como

não poderia deixar de ser, assume o estilo de cada

rede social em que é inserida.

- Feed de notícias. A publicidade nativa se mistura

ao fluxo de conteúdos não pagos por ter a

mesma forma e seguir a mesma linha editorial. O

formato deve oferecer ao usuário o mesmo tipo

de experiência oferecido pelos conteúdos não

patrocinados.

- Feed de e-commerce. Um feed de comércio

eletrônico pode conter tanto listas de produtos

sugeridos quanto listas de produtos promovidos,

que nada mais são do que a publicidade nativa

adaptada a essa mídia e oferecendo os mesmos

detalhes oferecidos pelas sugestões não

patrocinadas.

- Busca patrocinada. A publicidade nativa também

pode aparecer em sites de busca mobile, integrada

aos resultados de busca orgânica e de alguma forma

identificada como “patrocinada”.

- In-Map. Os mapas que indicam a melhor direção

para chegar mais rapidamente a um destino, como

Waze e GoogleMaps, por exemplo, também podem

oferecer publicidade de acordo com a localização

do usuário, dando dados adicionais como distância

até o local sugerido, rotas, telefone e horário de

funcionamento. ●

19Publicidade Nativa Melhores práticas Publishers

MELHORES PRÁTICAS PUBLISHERS

_

Embora a publicidade nativa ainda seja assunto recente no Brasil e na

América Latina, existe um consenso de que a tendência é que ela cresça

bastante nos próximos anos, especialmente no mobile, ambiente em que

outros formatos de publicidade costumam ser bem menos eficientes. Para que

o formato atinja todo o seu potencial, esta coletânea de dicas e recomendações

pode ser útil.

Relevância na entrega

Não existe segredo: a publicidade nativa só pode atingir seu potencial de

efetividade se estiver totalmente aderente ao conteúdo orgânico do meio em

que está inserida, seja ele um aplicativo de notícias, de rotas ou de comércio

eletrônico.

A boa notícia é que com a utilização de dados dos usuários, como principais

interesses e localização, por exemplo, é possível melhorar a segmentação

e, consequentemente, aumentar a relevância do conteúdo oferecido a cada

pessoa. Um conteúdo mais relevante, não custa lembrar, potencializa a

20Publicidade Nativa Melhores práticas Publishers

possibilidade de o usuário ter uma experiência

melhor e também de a peça atingir o seu objetivo,

seja qual for, desde a interação com o consumidor

até a venda propriamente dita.

Transparência na divulgação

Para manter a confiança do usuário em conteúdos

patrocinados é essencial que ele seja devidamente

identificado como um conteúdo pago. Esse, no

entanto, não é o único benefício que a transparência

nessa relação pode trazer. Afinal, só quando a marca

fica visível para o usuário é que ele pode associá-la

aos temas tratados nos conteúdos. Apenas dessa

forma é que ela pode se apropriar de determinado

território e se tornar referência no assunto.

Detalhe: usar o próprio logo da marca associado a

um título interessante pode trazer mais benefícios

do que apenas apresentar seu nome como

patrocinadora. Prova disso é o resultado de um

teste que o Yahoo Digital labs realizou com a Ipsos

para uma grande marca esportiva. O estudo avaliou

as diferenças entre brand awareness e intenção

de compra em três situações: nome da marca

associada a um título razoável, logo da marca

associado a esse mesmo título e logo da marca

associado a um título mais atraente. Entre a primeira

e a terceira situação, o brand awareness aumentou

de 70% para 84%. A intenção de compra passou de

64 % para 75%.

Tecnologia como melhor amiga

Em um cenário em que os projetos são estudados

e desenvolvidos caso a caso, a tecnologia pode

ser a melhor amiga dos publishers que querem

criar conteúdo de modo mais profissionalizado

e também entregá-lo da maneira mais eficiente

possível. É o que ressalta Zagatti, da Adobe. Para ele,

quem se preocupa em entregar o conteúdo certo

no momento certo tem muito mais chances de

fazer uma entrega eficiente. Para isso, ele lembra,

existem ferramentas capazes, por exemplo, de

mapear o perfil do público que consome conteúdo

no domingo à noite. “A partir desse mapeamento,

é possível entender que, nesse horário, seu grau de

interatividade é maior, ele quer ler mais, assistir mais

vídeos”, afirma. “Com essa informação, podemos

customizar a profundidade da experiência que será

oferecida naquele momento.” Na segunda-feira

de manhã, por outro lado, o contexto pode ser

“Não adianta entregar

um conteúdo excelente

no momento errado

porque, mesmo que

tenha interesse, o usuário

não poderá consumi-lo

naquela hora e local”

21Publicidade Nativa Melhores práticas Publishers

outro e o mesmo público pode estar procurando

conteúdos rápidos, só para dar uma espiada e, no

máximo, mandar pelo Whatsapp para os amigos.

“Não adianta entregar um conteúdo excelente

no momento errado porque, mesmo que tenha

interesse, o usuário não poderá consumi-lo naquela

hora e local”, explica.

Zagatti acredita que seja a hora de o Brasil

profissionalizar a forma de criar conteúdo. “O

brasileiro está acostumado a contar histórias de

forma quase manual, artesanal”, diz ele. “A maior

parte do que eu vejo como nativa são matérias que

vêm no jornal, revista, e, muitas vezes, nem tem

desdobramento no digital”, alerta. Para o especialista,

é essencial que o mercado brasileiro passe a usar

mais ferramentas profissionais para suportar a

criatividade e contar história de forma mais concisa,

integrada e adaptada ao contexto. “Esse trabalho não

precisa ser tão penoso e manual”, garante.

Histórias bem contadas

Outra dica de Zagatti é usar tudo o que a

tecnologia oferece para testar o que está sendo

feito. “Não adianta criar uma história longa, inteira,

e depois descobrir que ninguém está prestando

atenção”, afirma. O melhor, na sua opinião, é

colher feedback aos poucos e usar a co-criação

como alternativa para escolher a melhor direção.

“Você pode colher opinião das pessoas e descobrir,

por exemplo, que os usuários se identificam mais

com personagens femininos”, afirma. “Por que

precisamos ficar presos ao modelo tradicional de

contação de história?”, questiona.

Karen, do UOL, concorda que o grande lance da

publicidade nativa é saber contar história. Ela faz

um alerta, no entanto. “Nem sempre a gente precisa

impactar o usuário para ele chorar”, diz. “Outras

emoções também são muito interessantes, é legal

fazer o usuário rir, ficar com raiva”, afirma. Para

ela, o segredo é promover algum sentimento no

usuário. “É isso que o bom jornalismo faz e é isso

que precisamos fazer no branded content.”

Posicionamento adequado

Para que a publicidade nativa obtenha um bom

desempenho especialmente no mobile também é

muito importante que ela esteja bem posicionada.

Em caso de feeds, os melhores resultados são

“Não adianta criar uma

história longa, inteira,

e depois descobrir que

ninguém está prestando

atenção”

22Publicidade Nativa Melhores práticas Publishers

obtidos quando as peças são oferecidas nas

páginas principais. O publisher mobile alemão

Knuddels GmbH, por exemplo, comparou

resultados obtidos por nativas oferecidas no feed

principal com banners tradicionais oferecidos na

mesma página. O resultado? As nativas alcançaram

CTRs 15 vezes maiores.

Persistência no oferecimento

Ao contrário dos banners, que têm refresh a

cada 30 ou 60 segundos, os anúncios nativos

precisam de uma presença mais persistente,

especialmente quando aparecem na estrutura do

feed, em que é possível fazer um skroll rápido. Em

casos assim, é muito importante que o usuário

tenha a oportunidade de voltar a eles depois de

rolar a tela para baixo e para cima. Por isso, o

mais recomendado é que as nativas oferecidas

em feeds de redes sociais, notícias ou comércio

eletrônico sejam atualizadas, no máximo, entre

um e dois minutos ou apenas uma vez por sessão,

dependendo do tempo médio de sessão do

publisher. Para quem não se convenceu, vale dizer

que um aplicativo social de entretenimento da rede

InMobi viu suas CTRs se multiplicarem por 15 ao

deixar de atualizar as peças nativas durante toda a

sessão do usuário e dando a ele a chance de voltar

para o anúncio depois de percorrer todo o feed. ●

23Publicidade Nativa Melhores práticas Marcas

MELHORES PRÁTICAS MARCAS

_

Foco na relevância

Garantir que um conteúdo seja relevante para os usuários é responsabilidade

do publisher, sim, mas é também do anunciante. Veículos e ad networks podem

utilizar suas capacidades de segmentação para potencializar a relevância das

publicidades nativas que oferecem, mas as marcas também devem levar em

conta o contexto dos usuários quando desenvolvem seus conteúdos para que

eles estejam contextualizados o máximo possível às mídias. É sabido que quanto

mais a chamada do conteúdo nativo está próxima às chamadas que o usuário

está disposto a consumir, maiores são as chances de ele de fato entrar em

contato com o conteúdo oferecido.

Um exemplo? Mais da metade, precisamente 52%, dos usuários do Yahoo Food

afirmar ter aprendido a cozinhar melhor com as nativas do site. Outro caso

interessante é do v que, no final de 2014, realizou uma ação de publicidade

nativa no Waze em várias localidades dos Estados Unidos. Pessoas que viram os

anúncios ficaram duas vezes mais propensas a usar o app para chegar a uma das

lojas. A iniciativa aumentou em mais de 1000 as navegações para lojas da rede

em todo o país.

24Publicidade Nativa Melhores práticas Marcas

Título e imagem

É praticamente óbvio, mas não custa lembrar

que títulos e imagens interessantes chamam a

atenção do usuário e potencializam as chances

de ele consumir o conteúdo que a marca quer

oferecer. Alguns estudos apontam que o uso

de determinadas palavras ou de metáforas nas

chamadas podem atrair mais a atenção dos leitores.

Via de regra, no entanto, a dica é experimentar

até descobrir o que faz mais sucesso com o seu

público. Com esses dados apurados, fica mais claro

qual é o melhor caminho a seguir.

Reações ágeis

Um dos principais elementos dos conteúdos

– patrocinados ou não – que viralizam nas

redes sociais é a agilidade com que eles reagem

aos últimos acontecimentos. Também para a

publicidade nativa um bom timing pode ser

excelente para alavancar o interesse do público.

Acompanhamento de métricas

Não há melhor termômetro para avaliar a eficiência

da publicidade nativa no mobile ou em qualquer

outro meio do que o acompanhamento de métricas

de resultado. De forma geral, os publishers e

anunciantes do mercado latino-americano já

entenderam isso e passaram a entregar – e exigir

– que os resultados de cada ação sejam entregues

em um relatório consolidado para que o alcance

das iniciativas possa de fato ser avaliado. “Na

Televisa, medimos a eficiência da publicidade nativa

com impressões e CTR’s, usuários, pageviews e

time spent dos usuários nos conteúdos”, afirma

Clara. Os relatórios também acompanham o

consumo de vídeos e as taxas de interação, como

compartilhamentos, curtidas e comentários, por

exemplo. Pimenta, da Abril, também percebe que

os clientes sem exceção pressionam por relatórios

consistentes de audiências com time spent,

interações sociais etc.

A dica é experimentar

até descobrir o que faz

mais sucesso com o

seu público.

25Publicidade Nativa Melhores práticas Marcas

É fato que as métricas variam muito – vão desde

as diretas CTR, CVR e views até as indiretas, como

reconhecimento da marca e intenção de compra.

A recomendação, então, é identificar quais delas

são fundamentais para avaliar se os objetivos da

campanha em questão foram alcançados.

Efetividade da publicidade nativa

A efetividade da publicidade nativa, seja no mobile

ou no desktop, vem se comprovando projeto

a projeto, mesmo neste cenário inicial em que

hoje está a América Latina. É consenso entre os

especialistas que esse formato de publicidade

tem retornos bem superiores aos do display, por

exemplo, e alcança resultados compatíveis com os

dos conteúdos editoriais publicados nos mesmos

veículos. “Não há dúvidas de que a audiência é de

conteúdo editorial”, revela Karen, do UOL. “É muito

maior que um banner, não tem comparação”, diz

ela, relembrando a nativa feita para um lançamento

de Xbox, que alcançou 130 mil usuários únicos, e

também a campanha native de Natura que chegou

a 207 mil usuários únicos e 2,2 milhões de páginas

vistas. “Podemos comparar esses resultados com

os números dos conteúdos jornalísticos e a régua

ainda vai para cima”, diz ela.

As afirmações de Karen também são apoiadas por

estudos realizados em mercados mais maduros.

Nos Estados Unidos, o Yahoo, por exemplo,

notou que quando as nativas foram oferecidas

no fluxo mobile de conteúdo premium, elas

tiveram resultados com qualidade 23% melhor e

receberam três vezes mais tempo de atenção dos

consumidores do que os banners.

Um estudo similar, intitulado A Neuroscience

Perspective, desenvolvido por Sharethrough e

Nielsen para avaliar foco visual e processamento

da mensagem, descobriu que anúncios nativos

recebiam o dobro do foco visual recebido por

banners colocados exatamente no mesmo local

do feed. Além disso, o estudo apontou que

26Publicidade Nativa Melhores práticas Marcas

os banners tradicionais receberam pouco ou

nenhum foco visual no texto. Ocorre que eles são

processados no campo de visão periférico, como

é comum para estes tipos de anúncios, e esse tipo

de processamento é muito mais rápido do que o

processamento de texto, o que pode dificultar a

leitura das chamadas. Por outro lado, as nativas in-

feed foram lidas adequadamente.

Outro estudo, da Celtra, especializada em mobile

display e criação, mostrou que formatos nativos

têm de longe o melhor desempenho entre todos os

anúncios rich media. Segundo o levantamento, as

peças nativas alcançaram taxa de expansão de 1,84%

e taxa de engajamento de 18%, resultados duas

vezes maiores do que os alcançados por anúncios

tradicionais. Além disso, o estudo mostrou que os

usuários gastaram 40% mais tempo interagindo com

peças nativas do que com a publicidade padrão.

Para completar, outro estudo, o “Boost Contextual

Reach With Content Marketing For Mobile”,

da Forrester, apontou que as CTRs das nativas

oferecidas no mobile são 40% superiores às das

nativas oferecidas no desktop. ●

CTRs das nativas

oferecidas no mobile

são 40% superiores às

das nativas oferecidas

no desktop.

27Publicidade Nativa Melhores cases

MELHORES CASES

_

Convite bem-vindo.

O conteúdo patrocinado “A Hollywood Myster”, produzido por Bleecker Street

Studios e veiculado no The New York Times, foi criado para atrair o público

para o filme Trumbo, estrelado por Bryan Cranston, que interpreta o roteirista

Dalton Trumbo, que venceu o Oscar por “A Princesa e o Plebeu”, em 1954, e

“Arenas Sangrentas”, em 1957, mas não levou os créditos na época por integrar

a “Lista Negra” anticomunista adotada na época por grande parte dos estúdios.

A peça traz muita informação sobre um capítulo meio obscuro da história

de Hollywood que, sem dúvida alguma, é de interesse dos leitores do NYT e

poderia perfeitamente pertencer editorialmente à seção Arts do site. Somente

no final do post, depois de consumir muito conteúdo de qualidade, é que o

leitor é convidado a comprar ingressos para o filme. O convite, no entanto,

está tão bem posicionado e é feito com tanto cuidado que não interrompe a

experiência do usuário. Pelo contrário, o link para a página do filme é chega até

a complementar as informações oferecidas.

28Publicidade Nativa Melhores cases

Teste de inspiração

O case do Reino Unido “The A-Zzz of Bedroom Ideas”, produzido para IKEA

e publicado em The Telegraph descobriu um jeito divertido de falar sobre

problemas de sono. Em formato de quizz, ele traz dicas de A a Z, literalmente,

para quem está se sentindo cansado e enfrenta dificuldades para dormir. No

final das dicas, vem a sugestão “For bedroom inspiration visit Ikea”, com link

direto para o catálogo de quartos. A sugestão cai tão bem ao conteúdo que

não incomoda ninguém. É um bom exemplo de marca que conseguiu utilizar a

publicidade nativa para continuar uma história – que por anos tem sido contato

pelos catálogos da marca – ao invés de tentar reinventar a roda.

29Publicidade Nativa Melhores cases

Pronto para vencer

A ação “A Race Through Time”, publicada no Mashable para Forza, não escapa

do rótulo de auto-promoção, mas ainda assim marca muitos pontos no

awareness da marca. A peça traz um TOP10 cronológico de games de corrida

famosos desde de 1990. Ou seja, resume, eforma de lista, os últimos 25 anos

do mundo nesse quesito. O game mais recente da compilação, claro, é o Forza

Horizon 2, que efetivamente assume “uma corrida contra o tempo” por não

tentar capitalizar a nostalgia dos anos noventa. Irônico, divertido e informativo.

Para quem gosta de jogos, uma partida e tanto.

30Publicidade Nativa Melhores cases

Interação B2B

“Working Better, produzido por Xerox e The Atlantic, é considerada uma das

melhores peças de publicidade native para B2B. Para começar a experiência,

o usuário precisa indicar qual seu tema de interesse entre alinhamento,

produtividade e agilidade. A partir daí ele pode navegar por uma espécie

de infográfico interativo que oferece informação relevante sobre o assunto

solicitado. A marca apenas aparece como “sponsor”, mas a associação do

conteúdo a ela é praticamente inevitável.

31Publicidade Nativa Melhores cases

Desafio envolvente

Vencedora do Webby Award 2016 na categoria Melhor uso da publicidade

nativa, “The message” foi criada pela GE como uma série de 8 episódios

semanais de um podcast que revela segredos da tecnologia de som. A história

é contada por meio de entrevistas e relatórios postados pelo podcaster Nicky

Tomalin, que documenta um grupo de criptógrafos tentando decodificar uma

mensagem de 70 anos de idade enviada para o espaço.

A ação criou um game online interativo em que os usuários tinham de se

esforçar para desbloquear conteúdo adicional. A tarefa não era simples, eles

tinham de decifrar códigos semanalmente até encontrar a mensagem final

que estava escondida. Os mais curiosos iniciaram uma grande discussão,

questionando se a ação era real ou fake e se o tal Nicky Tomalin de fato existia.

Em seis dias, The Message chegou ao TOP25 do iTunes e, pouco depois,

alcançou o TOP10 dos Estados Unidos e 30 outros países. Além disso, ficou

na primeira posição do ranking de podcasts dos Estados Unidos por sete dias

consecutivos. A ação foi rapidamente elogiada pelas principais publicações e

ganhou 187.143.070 impressões de mídia. Ao todo, foram mais de 4 milhões de

downloads do podcast e 69 114 de pageviews orgânicas no paper trail online. ●

32Publicidade Nativa Conclusão

CONCLUSÃO

_

Traçar um cenário exato da publicidade nativa no Brasil e na América

Latina como um todo é uma missão bastante difícil neste momento em

que os publishers estão se organizando, os anunciantes começam a

prestar atenção nas possibilidades que esse formato publicitário oferece e os

primeiros projetos são executados no desktop e no mobile.

O que fica muito claro analisando os resultados iniciais das ações já realizadas

na região é que a publicidade nativa vem sendo bem aceita por todas as pontas

e isso inclui publishers, anunciantes e também usuários.

Definido como o formato que não interrompe a experiência do usuário e, ao

contrário das formas tradicionais de publicidade, está totalmente inserido e

contextualizado à mídia em que é veiculado, o conteúdo nativo patrocinado

apresenta boas perspectivas de crescimento, especialmente no ambiente

mobile, em que as peças mais tradicionais, como o próprio display, costumam

ter resultados bem abaixo do esperado.

Como o que vemos é um estágio inicial de produção e veiculação desse

tipo de propaganda, também fica claro que as definições e as regras para o

33Publicidade Nativa Conclusão

conteúdo da propaganda nativa ainda não estão

totalmente estabelecidas no mercado latino-

americano. Entre os publishers não existem

ainda padrões definidos para o que pode ou não

ser chamado de publicidade nativa. Tampouco

existe uma padronização na nomenclatura dos

formatos apresentados. Há publishers que incluem

todo conteúdo patrocinado sob o guarda-chuva

de “nativa”. Há outros que englobam formatos

diferentes em “branded content” e há também os

que fazem total distinção entre o que é pode ser

uma publicidade nativa e o que deve ser chamado

de publieditorial.

No entanto, apesar dessa indefinição de

nomenclaturas e regras, os publishers em geral

vêm seguindo o mesmo tom ao estipular o que o

anunciante pode e não pode fazer em cada um

dos formatos que eles oferecem. Há opções de

conteúdo patrocinado para marcas que queiram

falar delas mesmas. Há também alternativas, que são

as essencialmente chamadas de publicidade nativa,

para marcas que abrem mão de falar de si mesmas

para se apropriar de um território e oferecer

conteúdos de alta qualidade sobre determinados

assuntos com os quais querem ser associadas ou

desejam se tornar referência.

A relação dos publishers com os anunciantes

nem sempre é fácil e, neste momento inicial

de apresentação de propostas, vem sendo

especialmente complicada. Nem todos os

anunciantes da região entenderam o que é para

o que serve a publicidade nativa. Aparentemente,

muitos conflitos, enganos e explicações ainda

devem se desenrolar até que o assunto esteja mais

bem digerido por todas as partes.

De qualquer forma, o mercado local já tem

alguns consensos importantes para direcionar a

publicidade nativa (ou todo e qualquer conteúdo

patrocinado). Um deles – e possivelmente o mais

importante – é que todo conteúdo patrocinado por

um anunciante deve estar claramente identificado

como conteúdo pago. Também é consenso que

o conteúdo oferecido pelas marcas deve ter

qualidade, pauta e aparência compatíveis com o

conteúdo editorial de cada veículo.

Por fim, as expectativas para o formato

invariavelmente são muito boas. Se elas vão ou não

se concretizar é o que podermos ver em breve.

Por enquanto, o que existe de concreto é uma

expectativa intensa e um grande otimismo. ●

A publicidade nativa

vem sendo bem aceita

por todas as pontas e

isso inclui publishers,

anunciantes e também

usuários.

34Publicidade Nativa

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