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TEIXEIRA, U.H.G. et al. Co-produtos agroindustriais para suplementos. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 14, Ed. 263, Art. 1749, Julho, 2014. PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Co-produtos agroindustriais para suplementos Ubiara Henrique Gomes Teixeira¹, Tiago Adriano Simioni¹*, Claudio Jonasson Mousquer 2 , Fagner Junior Gomes¹, Diego Cordeiro de Paula 1 , Leonardo Antonio Botini¹, Wanderson José Rodrigues de Castro 2 , Ana Carolina Dalmaso 2 ¹Mestrandos em Zootecnia, PPGZ/UFMT/ICAA – Sinop, Mato Grosso, Brasil 2 Mestrandos em Ciência Animal, PPGCA/UFMT/FAMEVZ – Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. *E-mail: [email protected] Resumo No sistema de criação a pasto ainda predominante no Brasil o período seco apresenta baixo potencial de ganho de peso devido à escassez de chuvas que comprometem a qualidade e quantidade forrageira limitando a produção. A utilização de co-produtos pode levar o barateamento do custo de produção de ruminantes, principalmente na utilização de suplementos fornecido no período seco do ano. Co-produto pode ser obtido através do processamento de frutas de indústrias de suco e da indústria do biodiesel que utiliza culturas oleaginosas para a extração do óleo. Pesquisas recentes vêm apresentando resultados que mostram um melhor desempenho quando se trabalha com estratégias de manejo do pastejo e também de suplementação concentrada na produção de bovinos de corte a pasto. Palavras-chave: bovinos de corte, desempenho, nutrição animal.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia ... · Co-produto pode ser obtido através do processamento de frutas ... suplementos possibilita que a massa de forragem

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TEIXEIRA, U.H.G. et al. Co-produtos agroindustriais para suplementos. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 14, Ed. 263, Art. 1749, Julho, 2014.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Co-produtos agroindustriais para suplementos

Ubiara Henrique Gomes Teixeira¹, Tiago Adriano Simioni¹*, Claudio

Jonasson Mousquer2, Fagner Junior Gomes¹, Diego Cordeiro de Paula1,

Leonardo Antonio Botini¹, Wanderson José Rodrigues de Castro2, Ana Carolina

Dalmaso2

¹Mestrandos em Zootecnia, PPGZ/UFMT/ICAA – Sinop, Mato Grosso, Brasil 2Mestrandos em Ciência Animal, PPGCA/UFMT/FAMEVZ – Cuiabá, Mato Grosso,

Brasil. *E-mail: [email protected]

Resumo

No sistema de criação a pasto ainda predominante no Brasil o período seco

apresenta baixo potencial de ganho de peso devido à escassez de chuvas que

comprometem a qualidade e quantidade forrageira limitando a produção. A

utilização de co-produtos pode levar o barateamento do custo de produção de

ruminantes, principalmente na utilização de suplementos fornecido no período

seco do ano. Co-produto pode ser obtido através do processamento de frutas

de indústrias de suco e da indústria do biodiesel que utiliza culturas

oleaginosas para a extração do óleo. Pesquisas recentes vêm apresentando

resultados que mostram um melhor desempenho quando se trabalha com

estratégias de manejo do pastejo e também de suplementação concentrada na

produção de bovinos de corte a pasto.

Palavras-chave: bovinos de corte, desempenho, nutrição animal.

TEIXEIRA, U.H.G. et al. Co-produtos agroindustriais para suplementos. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 14, Ed. 263, Art. 1749, Julho, 2014.

Agroindustrial co-product for supplements

Abstract

In creating a pasture system still prevalent in Brazil during the dry season has

low potential for weight gain due to lack of rainfall which affect the quality and

quantity forage limiting. The use of co-products can take the cheaper the cost

of producing ruminants, especially the use of supplements provided in the dry

season. Co-product can be obtained by processing fruit juice industries and the

biodiesel industry that uses oilseed crops for oil extraction. Recent research

has shown one results show a better performance when working with grazing

management strategies and also concentrate supplementation on the

production of beef cattle on pasture.

Keywords: beef cattle performance, animal nutrition.

INTRODUÇÃO

No sistema de criação a pasto ainda predominante no Brasil o período seco

apresenta baixo potencial de ganho de peso devido à escassez de chuvas que

comprometem a qualidade e quantidade forrageira limitando a produção (Reis

et al., 2009). Uma estratégia usada para corrigir o problema é a

suplementação visando corrigir as deficiências forrageiras utilizando cereais

que, no entanto oneram o custo de produção visto que a alimentação pode

representar até 70% dos custos da atividade.

O modelo de produção da pecuária nas últimas décadas mudou

sensivelmente, e passou a priorizar tecnologias mais intensivas de capital, que

geraram significativos ganhos na produtividade da terra e, conseqüentemente

um expressivo efeito “poupa terra”, além de avanços na qualidade do produto

(Zervoudakis et al., 2011).

A utilização de co-produtos pode levar o barateamento do custo de

produção de ruminantes, co-produto pode ser obtido através do

processamento de frutas de indústrias de suco (Rogério et. al., 2009) e da

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indústria do biodiesel que utiliza culturas oleaginosas para a extração do óleo

(Abdalla et al., 2008).

Com o crescimento de 85,5% na produtividade agrícola nos últimos

quatorzes anos, o agronegócio brasileiro vem crescendo, e atualmente

representa, aproximadamente, 33% do Produto Interno Bruto (PIB) e 37% dos

empregos gerados no Brasil (IBGE, 2008). Apesar do crescimento do

agronegócio e sua importância para economia do Brasil, existe uma

preocupação com a quantidade e a diversidade de co-produtos agroindustriais

conseqüente da colheita e do processamento dos produtos agrícolas,

respectivamente.

Afonso Neto (1984) estimou que pelo menos 130 milhões de toneladas de

co-produtos eram produzidas anualmente pelas diferentes atividades agrícolas.

A América Latina produz mais de 500 milhões de toneladas de co-produtos,

sendo o Brasil responsável por mais da metade desta produção (Souza &

Santos, 2002). Nesse contexto a categoria de co-produtos, abriu-se um novo

seguimento na produção e que está voltado para a avaliação desses alimentos

economicamente interessantes e tecnicamente viáveis, tornando-se necessário

o conhecimento de sua composição bromatológica, potenciais e limites de sua

utilização para maximização do desempenho animal (Galati, 2011).

Os animais ruminantes com expressiva atividade fermentativa pré-

gástrica possuem um grande potencial para utilização, de forma eficiente, de

co-produtos agroindustriais, uma vez que, os mesmo são capazes converter

alimentos com elevados teores de fibra (celulose, hemicelulose e pectina) em

produtos de excelente qualidade para o consumo humano, como leite, carne e

seus derivados (Valadares Filho & Pina, 2006). Esse potencial de utilização de

co-produtos agroindustriais, por parte, dos animais ruminantes, já é uma

característica ambiental e economicamente importante para a região a medida

que diminui o impacto ambiental, o qual pode ser causado pelo

armazenamento desses co-produtos em locais inadequados, representado um

sério problema de contaminação ambiental, principalmente dos recursos

hídricos e do solo (Pereira et al. 2000).

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REVISÃO DE LITERATURA

A bovinocultura de corte no Brasil evoluiu com a expansão da fronteira

agropecuária e um grande aumento do rebanho, porém nos dias atuais surgem

iniciativas que visam melhorar a capacidade produtiva dos sistemas e da

unidade de produção, baseada em modelos produtivos compatíveis com a

realidade do local ou da região. Esse sistema encontra-se em constante

evolução (Paixão et al., 2006).

Atualmente, a suplementação alimentar dos rebanhos bovinos se encontra

em amplo crescimento, tendo em vista a necessidade da pecuária se tornar

mais competitiva, tanto na questão zootécnica quanto do ponto de vista

econômico. Segundo Valadares Filho et al. (2002) uma das grandes aplicações

do conhecimento de nutrição de ruminantes no Brasil foi a implantação da

suplementação a pasto.

Estratégias de suplementação que visam o fornecimento de ingredientes

volumosos para bovinos em situações restritas de pastejo, têm efeito positivo

em termos de manejo dos animais, uma vez que o fornecimento desses

suplementos possibilita que a massa de forragem pré-pastejo seja utilizada por

um maior número de animais, ou seja, a taxa de lotação da pastagem pode ser

aumentada em função da indução do efeito substitutivo da suplementação

(Paulino et al., 2004). Contudo, de forma geral tais estratégias de

suplementação devem ser avaliadas quanto à sua duração, número de animais

a serem suplementados e custos da suplementação, uma vez que se considera

que o adequado manejo e disponibilização de gramíneas forrageiras em

quantidade e qualidade mínimas são premissas básicas para estratégias de

suplementação de bovinos a pasto.

Segundo a Instrução Normativa nº 15, de 26.05.2009 do MAPA,

Suplemento: é a mistura composta por ingredientes ou aditivos, podendo

conter veículo ou excipiente, que deve ser fornecida diretamente aos animais

ou ser indicada para diluição, para melhorar o balanço nutricional.

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A utilização de suplementação tem por objetivo atender as exigências

nutricionais dos animais, complementando o valor nutritivo da forragem, a fim

de se alcançar o desempenho desejado, podendo alcançar melhores índices de

produção (Euclides & Medeiros, 2005).

Lana (2002) diz que as principais vantagens de suplementar, são: suprir

os nutrientes para os animais, utilizar as pastagens de modo mais adequado,

evitar a subnutrição, melhorar a eficiência alimentar, auxiliar na desmama

precoce, reduzir a idade do primeiro parto, reduzir o intervalo entre partos,

diminuir a idade de abate, aumentar a taxa de lotação das pastagens e auxiliar

na terminação de animais de descarte.

A necessidade de se suplementar os animais e as quantidades utilizadas

depende do objetivo esperado no sistema, o desafio é prenunciar com

eficiência o impacto que a suplementação terá no desempenho animal. Deste

modo uma estratégia de suplementação eficiente será aquela destinada a

maximizar o consumo e a digestibilidade da forragem disponível na pastagem

(Reis et al., 1997).

Para que a prática da suplementação seja iniciada deve haver um

conhecimento geral de todos os aspectos relacionados às pastagens e às

exigências nutricionais dos animais. Tais exigências podem ser afetadas pela

idade, tamanho do corpo do animal, taxa de crescimento, gestação e lactação,

atividade muscular, relação com outros nutrientes e fatores do meio ambiente,

tais como: temperatura, umidade, intensidade solar e velocidade do vento

(NRC, 1981).

CO-PRODUTOS

No beneficiamento de matérias-primas vegetais para a obtenção de um

produto principal, geralmente são obtidos outros materiais secundários os

quais, até pouco tempo atrás, eram denominados de subprodutos (produtos

com menos importância em relação ao faturamento) e resíduos (produtos sem

mercado definido).

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No entanto, vários estudos têm demonstrado que estes produtos

secundários podem ser usados como matéria-prima para extração e inter-

conversão em outros produtos de maior valor agregado. Nesse sentido,

atualmente o conceito de co-produto tem ganhado força, uma vez que estes

produtos podem ser tão importantes industrial e comercialmente, como o

produto principal objetivado no processamento (Retore, 2009).

Os co-produtos podem ser originados após a extração do óleo de

sementes de oleaginosas (tortas e farelos) e após o processo de conversão de

triglicerídeos em biodiesel por meio de transesterificação (glicerina bruta), os

quais, em conjunto, representam mais de 50% da massa inicial de sementes

utilizada na cadeia agroindustrial. Segundo Abdalla et al. 2008 o Brasil possui

varias culturas oleaginosas com características e potencial para produção de

biodiesel (Tabela 1) que gera co-produtos para alimentação animal como soja

(Glycine max), o girassol (Helianthus annuus), a mamona (Ricinus communis),

o dendê (Elaeis guineensis), o pinhão-manso (Jatropha curcas), o nabo

forrageiro (Raphanus sativus), o algodão (Gossypium spp. L.), o amendoim

(Arachis hypogaea), a canola (Brassica napus), o gergelim (Sesamum

arientale), o babaçu (Orrbignya speciosa) e a macaúba (Acrocomia aculeata).

De acordo com Pereira et al. (2009) o Brasil também possui uma grande

variedade de frutas que através do seu processamento nas agroindústrias gera

grandes quantidade de co-produtos (Tabela 2) como: abacaxi (Anamas

comosus), acerola (Malpighia glaba), caju (Anacardium occidentalis L.), goiaba

(Psidium guajava L.), graviola (Annoma muricata), jaca (Artocarpus

heterofhyllus Lamb.), laranja (Citrus sinensis), maçã (Pyrus malus), manga

(Manguifera edulis F.), Maracujá (Passiflora ligularis), melão (Cucumis melo

L.), pêssego (Prumus persica), pitanga (Eugenia uniflora L.), tamarindo

(Tamarindus indica L.), umbu (Spondias tuberosa Arruda), uva (Vitis vinifera

L.).

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Tabela 1. Teor de óleo (%), produtividade (Kg/ha/ano) e produção de óleo (Kg/ha/ano) de algumas oleaginosas com potencial para produção de biodiesel no Brasil. Espécie Teor de óleo (%) Produtividade

(kg/ha/ano)

Produção de óleo

(kg/ha/ano)

Amendoim 49 1800 882

Babaçu 4 15000 600

Canola 38 1800 684

Caroço de algodão 15 1800 270

Dendê/Palma 20 10000 2000

Gergelim 39 1000 390

Girassol 43 1600 672

Mamona 44 1500 660

Nabo forrageiro 29 500 145

Pinhão-manso 40 8000 3200

Soja 19 2200 418

Adaptado de: Abdalla et al.,2008.

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Tabela 2. Total de co-produtos provenientes do beneficiamento industrial e/ou processamento secundário de produtos agrícolas. Fruta Total de co-produto

abacaxi (Anamas comosus) 40 a 50 %

acerola (Malpighia glaba) 27 a 41 %

caju (Anacardium occidentalis L.) 40%

goiaba (Psidium guajava L.) 13 a 20 %

graviola (Annoma muricata) 35%

jaca (Artocarpus heterofhyllus Lamb.) 70 %

laranja (Citrus sinensis) 42 a 50 %

maçã (Pyrus malus) 25 a 35%

manga (Manguifera edulis F.) 60 a 70 %

Maracujá (Passiflora ligularis) 54 a 70 %

melão (Cucumis melo L.) 45 %

pêssego (Prumus persica) 25 a 30 %

pitanga (Eugenia uniflora L.) 70 %

tamarindo (Tamarindus indica L.) 50 a 60 %

umbu (Spondias tuberosa Arruda) 45 %

uva (Vitis vinifera L.) 20 a 30 %

Adaptado de: Pereira et al. (2009).

CO-PRODUTO DO ALGODÃO (CAROÇO E FARELO)

O caroço de algodão compreende o grão e as cascas. Nele ficam ainda as

fibras curtas presas ao grão denominadas línter, cujo teor pode variar de 4% a

8% no caroço, que também servem como fonte de fibra facilmente digestível

para os ruminantes, além de ser efetiva, com real capacidade de estimular o

rúmen (Fernandes et al., 2002). Embora grande parte do caroço seja

prensada para produção de óleo, é bastante expressivo o seu uso na

alimentação de ruminantes na forma integral.

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Apresentando um fator antinutricional denominado de gossipol, o qual

confere ao caroço de algodão um determinado grau de resistência às pragas e

às doenças fúngicas (Carvalho, 1996).

O teor de gossipol total presente no caroço de algodão varia entre 0,59%

a 2,35%, não sendo considerado tóxico ao ruminante em conseqüência da

ligação do gossipol a proteínas solúveis no rúmen, que previne a absorção do

gossipol no intestino delgado, entretanto este poderá interferir na consumo de

MS total das dietas (Zeoula, 2002).

Paulino et al. (2002) relataram que o caroço de algodão pode ser

fornecido como ingrediente de suplementos múltiplos concentrados (misturas

múltiplas), como suplemento único ou misturado a dietas completas. Estes

autores ao fornecerem suplementos múltiplos constituídos por soja grão e

caroço de algodão inteiros em relação a suplemento padrão de milho mais

farelo de soja para 12 novilhos mestiços Holandês-Zebu de 361 kg terminados

a pasto de Brachiaria decumbens, durante a época seca, consumindo 4

kg/animal/dia de suplemento, verificaram que o emprego de grão de soja ou

caroço de algodão em suplementos balanceados para 20% de PB na matéria

natural propiciou desempenho animal semelhante ao obtido com o uso do

farelo de soja, considerando ganho médio diário de peso, rendimento de

carcaça e peso de carcaça quente.

O caroço de algodão é uma fonte de gordura muito utilizada em fazendas

especializadas na produção de leite e de carne como ingrediente da dieta de

bovinos, pois este apresenta valores de 82% de nutrientes digestíveis totais

(NDT), 23% de proteína bruta (PB), 44% de fibra em detergente neutro (FDN)

e 19% de extrato etéreo (Valadares Filho et al., 2006).

Zeoula et al., 2004 avaliarão a degradabilidade in situ da matéria seca e

proteína bruta de três concentrados diferentes, os concentrados continham

alto teor de amido (AMI) foi utilizado o milho como fonte de amido; contendo

alto teor de óleo (OLE) onde utilizou-se caroço de algodão e um composto

contendo amido e óleo (A+O) que foi constituído pela mistura dos

concentrados AMI e OLE.

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Os autores observaram (Tabela 3) maior degradabilidade potencial (DP)

para o concentrado AMI seguido pelos concentrados A+O e OLE. Quanto à

degradabilidade efetiva (DE), o mesmo comportamento se repete. Para as três

taxas de passagem (2%, 5% e 8%/h), o concentrado AMI foi superior aos

demais, o OLE inferior e A+O intermediário. Para a proteína bruta observa-se

que a DP, quando o fator tempo não é limitante, foi semelhante para todos os

concentrados, porém, a DE da PB, para as taxas de passagem 2 e 5%/h do

concentrado AMI, foi superior ao concentrado A+O, não diferindo do

concentrado OLE, que apresentou DE da PB intermediária, não diferindo das

demais. Para uma maior ingestão, isto é, para uma taxa de passagem de

sólidos de 8%/h a DE da proteína do concentrado AMI foi superior a OLE e

A+O, as quais não diferiram entre si.

Tabela 3. Degradabilidade potencial (DP) e degradação efetiva (DE) da matéria seca (MS) e da proteína bruta (PB) dos concentrados para taxas de passagem de 2%, 5% e 8%/h.

Concentrado DP da MS DE(%) MS

2%/h 5%/h 8%/h

AMI 94,76 A 80,88 a 69,17 a 62,30 a

OLE 77,63 C 63,45 c 52,99 c 47,36 b

A+O 84,38 B 72,03 b 61,15 b 54,56 b

DP da PB DE(%) PB

AMI 94,89 a 86,98 a 79,42 a 74,55 a

OLE 93,31 a 82,83 ab 73,59,ab 67,50 b

A+O 92,24 a 80,24 b 69,41 b 62,71 b

AMI: Concentrado rico em amido, OLE: Concentrado rico em óleo, A+O: Concentrado de amido+óleo. Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna são diferentes pelo teste Tukey (p<0,01). Adaptado de Zeoula et al. (2004).

Moraes et al. (2006) avaliaram diferentes fontes protéicas (GS – grão de

soja ou CA - caroço de algodão inteiros) e energéticas (FT - farelo de trigo ou

FA - farelo de arroz) em suplementos múltiplos sobre o desempenho de 20

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novilhos mestiços Holandês x Zebu na fase de recria em pastagem de

Brachiaria brizantha, no período da seca, consumindo diariamente suplemento

na proporção de 0,75% do peso corporal, não verificaram diferenças no ganho

médio diário, no peso vivo final e no ganho de peso total. Diante disso,

concluíram que a opção por uma das fontes protéicas ou energéticas estudadas

depende, principalmente, do preço e da disponibilidade no mercado pelo fato

de não ter verificado diferenças no desempenho dos animais que receberam

suplementação.

Júnior et al. (2008) relataram que grande parte da proteína do algodão é

degradada no rúmen (77%), o que é uma característica interessante do ponto

de vista nutricional, considerando a disponibilidade do nitrogênio desse

alimento para síntese de proteína microbiana. Alem disso, 80% da proteína

não degradada no rúmen desse alimento é aproveitada pelo animal.

Costa (2009) objetivando avaliar o efeito da inclusão de diferentes níveis

(0; 14,35; 27,51 e 34,09%) de caroço de algodão na terminação em

confinamento de bovinos Nelore não castrados, sobre a composição

centesimal, maciez, cor e oxidação lipídica da carne de no vilhos Nelore,

verificou que o aumento nos níveis de caroço de algodão na alimentação de

novilhos Nelore não modificou a concentração de ácido linoléico conjugado, dos

ácidos graxos saturados e dos insaturados totais. Contudo, o aroma e sabor da

carne são alterados negativamente pela inclusão de caroço de algodão acima

de 14,35 e 27,51% da dieta, respectivamente.

Zanin (2009) avaliou níveis de substituição da proteína oriunda do farelo

de soja pela proteína do farelo de algodão de alta energia em suplementos

múltiplos (2,0 kg/animal/dia - 0,5% PC) para novilhos da raça Nelore em

pastejo no período seco do ano, sobre os ganhos de peso total (GP Total),

GMD e viabilidade econômica. Na Tabela 4 tem-se a composição percentual

dos suplementos com base na matéria natural. Verifica-se através dos

resultados apresentados na Tabela 5 que o desempenho animal foi influenciado

positivamente pelo aporte protéico ofertado aos animais via suplementação.

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Tabela 4. Composição percentual do suplemento controle (SAL) e dos suplementos com diferentes níveis de inclusão do farelo de algodão de alta energia: (0FA; 25FA; 50FA) expressa com base na matéria natural.

Ingredientes

Suplementos

MM 0FA2 25FA3 50FA4

Casquinha de soja - 49,0 42,7 36,5

Farelo de Soja - 42,0 31,5 21,0

Farelo de Algodão de alta energia - - 16,5 33,0

Uréia/Sulfato de Amônia 9:1 - 4,0 4,3 4,5

Sal mineral 1 100,0 5,0 5,0 5,0 1Mistura mineral comercial; 20% da proteína do farelo de soja pelo farelo de algodão de alta energia; 325% da proteína do farelo de soja pelo farelo de algodão de alta energia; 450% da proteína do farelo de soja pelo farelo de algodão de alta energia. Fonte: Adaptado de Zanin (2009).

Tabela 5. Peso corporal inicial, peso corporal final, valores médios para ganho de peso total e ganho médio diário em função do grupo controle (SAL) e dos níveis de inclusão do farelo de algodão de alta energia substituindo farelo de soja nos suplementos.

Variaveis

Suplementos

MM 0FA 25FA 50FA

Peso corporal inicial kg 354,20 349,8 350,8 350,20

Peso corporal final kg 352,60 394,00 423,80 400,40

Ganho de peso total kg -1,60 44,20 63,00 50,20

Ganho médio diário kg/animal/dia -0,02c 0,53b 0,75a 0,60b

Valores seguidos de letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste SNK a 10% de significância. Fonte: Adaptado de Zanin (2009).

Outro fator favorável a utilização de com-produtos de algodão, disrespeito

ao farelo de algodão que pode ser utilizado como fonte de proteína verdadeira

em suplementos múltiplos, pois proporciona desempenhos condizentes com

aqueles preconizados para bovinocultura de ciclo curto em pastagem em

condições de seca, esse fato tem grande importância por ocasião da decisão de

quais ingredientes serão utilizados na composição dos suplementos múltiplos,

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a suplementação com farelo de algodão pode reduzir a digestibilidade total da

FDN e dos carboidratos totais, possivelmente devido aos maiores níveis de

componentes fibrosos desse suplemento (Machado et al., 2011).

Paula et al. (2010) avaliando desempenho econômico de freqüência de

suplementação e fontes de proteína para recria de bovinos em pastejo no

período seco, perceberam que o farelo de algodão, aliado à suplementação 3

vezes/semana proporcionou os melhores resultados, as variações no custo da

suplementação atribuídas às fontes protéicas e à freqüência de fornecimento

constituíram-se o grande diferencial na remuneração do capital investido,

tornando então o farelo de algodão uma fonte viável para a suplementação.

O farelo do algodão é o coproduto resultante da extração, em duas

etapas, do óleo contido no grão, que primeiramente é esmagado dando origem

à chamada torta, e depois submetida à extração com solventes, moagem e

peletização. Em função do tipo da extração, podem-se produzir dois tipos de

produtos: a torta gorda (5% de óleo residual) mais energética, proveniente

apenas da prensagem mecânica, porém com menor teor de proteína; torta

magra (menos de 2% de óleo residual) oriunda da extração por solventes, que

apresenta concentração relativamente maior de proteína.

No Brasil são comercializados dois diferentes tipos de farelos com teores

de proteína bruta de 28 ou 38%, porém ambos possuem níveis nutricionais

inferiores aos encontrados no farelo de soja especialmente no que se refere ao

farelo de algodão com 28% de PB. Isto provavelmente se deve a incorporação

de maior proporção de cascas do caroço aos farelos de algodão. A utilização do

farelo de algodão de alta energia em suplementos múltiplos em substituição ao

farelo de soja é satisfatória, principalmente do ponto de vista econômico.

CASCA DE SOJA

A substituição de grãos de cereais, em especial o milho, por outras fontes

de energia na alimentação de ruminantes torna-se de grande importância uma

vez que se possa baratear o custo de produção animal e evitando utilização de

alimentos usada na alimentação humana. Entre as possibilidades, a casca de

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soja (CS) constitui alternativa interessante para substituir, em parte, o milho

em grão em dietas para ruminantes, esse co-produto é composto

principalmente de fibras, que tem pouco valor na alimentação humana e no

uso industrial. No entanto, suas características físico-químicas, a facilidade de

aquisição em algumas regiões e seu preço competitivo torna a CS um

ingrediente atrativo para uso em rações para ruminantes (Pedroso et al.,

2007).

Ao avaliarem o desempenho de ovinos com níveis crescente (0, 4, 8, 12 e

16%) da casca proteinada de soja Peripolli et al. (2011) perceberam que o

níveis de inclusão não afetaram o ganho médio diário e a conversão alimentar

dos animais (Tabela 6), segundo os autores a casca proteinada de soja é

ingrediente alternativo ao farelo de soja, pois não altera o consumo de matéria

seca, ganho de peso e conversão alimentar dos animais.

Tabela 6. Desempenho de ovinos alimentados com níveis crescentes de casca proteinada de soja na dieta.

Variável Nível de casca proteinada de soja (%)

Média CV (%) 0 4 8 12 16

Consumo de MS (g dia -1) 0,93 0,82 0,82 0,83 0,89 0,85 10,74

Ganho de peso (kg) 9,37 8,31 7,57 5,85 6,22 7,46 20,10

Ganho médio (g dia -1) 0,16 0,15 0,13 0,10 0,11 0,13 20,07

Conversão alimentar 7,99 7,92 9,32 11,19 11,22 9,53 26,31

CV: coeficiente de variação. Fonte: Peripolli et al. (2011).

Paris et al. (2005) trabalharam com suplementação de bovinos em

pastagem de Coastcross no período das águas, foram utilizados duas fontes de

energia para formulação do suplemento que foi a casca de soja (CS) e o grão

de aveia (AV), foi feito quatro tratamentos. Ao avaliarem o ganho médio diário

(GMD) dos animais (Tabela 7) viram que as fontes de energia utilizadas na

formulação dos suplementos não influenciaram no desempenho dos animais, já

o ganho de peso vivo por há-1 foi diminuindo com o avanço dos períodos

experimental, os autores concluíram que o desempenho animal em pastagem

de Coastcross durante o período das águas está diretamente relacionado com

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a massa de forragem, assim como com a massa de lâminas foliares, já que a

suplementação com grãos de aveia preta ou casca de soja, não refletiu

melhoria no ganho médio diário e ganho de peso vivo por hectare.

Tabela 7. Ganho de peso vivo médio diário (GMD) e ganho de peso vivo por área (GPV/ha) dos animais que receberam suplementos energéticos em pastagem de Coastcross durante o período das águas. Tratamentos CV (%)

SS CS AV CSAV Média

GMD (kg) 0,667 0,840 0,838 0,833 0,795 14,60

GMD P1 0,838 1,005 1,042 1,185 1,017 a

GMD P2 0,804 1,103 0,875 0,777 0,890 a

GMD P3 0,746 0,681 0,879 0,815 0,780 a

GMD P4 0,282 0,574 0,556 0,556 0,492 b

GPV/ha (kg) 159,1 207,8 214,8 212,0 198,4 14,33

GPV/ha P1 187,7 225,1 233,4 265,4 227,9 a

GPV/ha P2 180,1 278,0 220,5 195,8 218,6 a

GPV/ha P3 192,5 188,6 254,9 236,4 218,1 a

GPV/ha P4 76,1 139,5 150,1 150,1 129,0 b

(Períodos: 1- 24/11 a 21/12; 2- 21/12 a 18/01; 3- 18/01 a 16/02; 4- 16/02 a 15/03); SS: sem suplementação; CS: casca de soja à 0,6%PV; AV: aveia preta 0,6%PV; AVCS: aveia + casca de soja à 0,6%PV. Médias com letras diferentes na mesma linha ou coluna apresentam diferenças significativas pelo teste Tukey (P<0,05). Fonte: Paris et al. 2005.

TORTA DE GIRASSOL

A torta de girassol é o resultado do processo de prensagem a frio dos

grãos de girassol, por meio de prensas mecânicas (Figura 1). O outro produto

resultante é o óleo de girassol bruto ou virgem. A torta é obtida apenas por

meio da prensagem a frio. O farelo, pela prensagem e pelo uso de calor e de

solventes químicos. Dessa forma, a torta contém certa quantidade de óleo, ao

passo que o farelo possui apenas de 0,5 a 5% de óleo. A composição

bromatológica da torta pode variar, dependendo do tipo de prensa, bem como

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da sua regulagem. Por exemplo, prensas que extraem mais óleo dão tortas

com menos gordura, mas com teor maior de proteína (Oliveira et al., 2003).

Figura 1. Fluxograma de extração da torta de girassol em pequena escala, e em prensagem a frio utilizando-se semi prensa. Adaptado de Oliveira et al. (2003).

Segundo Leite et al. (2007), em média, para cada tonelada de grão, são

produzidos 400 kg de óleo, 250 kg de casca e 350 kg de torta, com 45 a 50%

de proteína bruta (dependendo do processo de extração) sendo este co-

produto, basicamente, aproveitado na produção de ração, em misturas com

outras fontes de proteína. O valor nutricional da torta de girassol é dependente

do seu processo de extração, podendo o mesmo apresentar valores de

proteína bruta inferiores, porém elevados teores de extrato etéreo.

Oliveira (2010) avaliando a produção de leite (PL) de 16 vacas em

lactação mestiças holandês/zebu relata que a inclusão da TG provocou redução

linear na produção de leite. Entretanto, deve ter havido aumento na proporção

de gordura, pois se admitindo a correção para 3,5% não foi observada

diferença significativa na produção de leite com a inclusão de até 72% da TG

(Tabela 8).

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Tabela 8. Produção de leite (Kg/dia) e produção de leite corrigida para 3,5% de gordura (Kg/dia) de vacas recebendo torta de girassol em diferentes níveis de inclusão na ração concentrada. Variável Tratamentos 1

Média CV2 P3

T0 T24 T48 T72 L Q

PL (kg/dia) 17,4a 17,6ª 16,2ab 14,8b 16,5 5,4 <0,0001** ns

LCG 3,5%

(kg/dia)

17,5a 17,3a 16,5a 16,0a 16,8 5,6 Ns ns

Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). PL=produção de leite; LCG 3,5%=Produção de leite corrigida para 3,5% de gordura. ¹T0=Tratamento controle; T24, T48 e T72, inclusão de 24, 48 e 72 da TG na MS dos concentrados. ²CV=coeficiente de variação. ³P=probabilidade dos contrastes ortogonais (linear e quadrático). Fonte: Oliveira (2010).

Porem Cerilo (2010), trabalhando com torta de girassol em substituição ao

farelo de soja em suplementos para novilhas nelores terminadas a pasto

durante a estação seca mostra (Tabela 9) que a utilização de concentrados

contendo torta de girassol aumentou o ganho médio diário das novilhas em

pastejo. A condição corporal (CC) dos animais também melhorou com a

substituição do farelo de soja pela torta de girassol, onde os animais

suplementados com torta de girassol apresentaram a melhor CC final (4,0, 4,0

e 3,7) para os níveis de substituição de 20, 40e 60%, respectivamente. Os

animais suplementados com milho e soja apresentaram CC final 3,6.

CONCLUSÕES

Existem diversos co-bprodutos da indústria do biodiesel com potencial

muito significativo e rentável para serem utilizados em suplementos para

bovinos. Desde que haja disponibilidade na região e conhecimento desses

subprodutos eles podem beneficiar as indústrias, que visam dar destino a

esses produtos sem causar impacto ambiental, e produtores que buscam

alternativas para diminuir o custo de produção.

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Tabela 9. Valores médios para peso vivo inicial (PVI) e final (PVF), ganho de peso diário (GDP), condição corporal inicial (CCI), condição corporal final (CCF), consumo de matéria seca do suplemento (CSUPL), forragem (CMSF) e total (CMST) dos animais.

Item

Substituição de farelo de soja Média CV(%)

00 20 40 60

PVI (kg)ns 318,6 313,8 305,2 308 311,4±23,35 7,9

PVF (kg)ns 344 357 351,4 341,4 348,5±30,07 9,2

GPD (kg/dia)*** 0,242b 0,411a 0,440a 0,320a 0,350±0,14 36,4

CCIns 2,1 2,2 2,5 2,2 2,3±0,34 14,9

CCF** 3,6b 4,0a 4,4a 3,7ab 3,8±0,29 6,5

CSUPL (kg/dia) 2,65 2,68 2,63 2,60 - -

CMSF (kgMS/dia)ns 8,30 10,90 9,47 3,07 7,9±28,9 44,6

CMST (kgMS/dia)ns 10,9 13,6 12,1 5,7 10,5±28,9 68,3

CMST (%PV) 3,3 4,0 3,6 1,75 - -

*** Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10% de probabilidade. ** Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ns=não significativo (P>0,10). Fonte: Cerilo (2010).

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