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Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo www.pucsp.br PUC-SP cria Cátedra Universidade é pioneira entre católicas brasileiras Medicina Alunos orientam para a alimentação saudável PUC-SP define recesso de final de ano Cultura Judaica Na manha de 7/11, alunos do 1º ano de Medicina realizaram, em Sorocaba, o projeto Domingo Sau- dável . Cerca de 200 pessoas pude- ram ter sua pressão arterial aferida, submeterem-se ao teste de glicemia e receberem orientações para uma alimentação mais saudável. A PUC-SP se tornou a primeira universidade católica do Brasil a implementar uma Cátedra de Cul- tura Judaica. A nova unidade é diretamente ligada à Reitoria e pretende rea- lizar, a partir do ano que vem, di- versas atividades como palestras, cursos e ações culturais ligadas ao tema do judaísmo. “Também queremos incentivar pesquisas, obter e oferecer apoio de instituições desta área, colo- cando a PUC-SP no circuito bra- sileiro e internacional relacionado à cultura judaica”, afirma o prof. José Luiz Goldfarb, presidente da Cátedra. Já na instalação da nova unida- de, em novembro, esta idéia co- meçou a se concretizar, tanto com a vinda do professor Isaiah Arkin – o vice-presidente da Universida- de Hebraica de Israel realizou pa- lestra na ocasião –, quanto com o apoio obtido para o evento, junto à Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jeru- salém. Além de Goldfarb, outros cinco professores são responsáveis pela Cátedra: Ari Rehfeld, Julio Wainer, Luiz Felipe Ponde, Mathias Grenzer e Michele Aguiar Kakon. Durante a cerimônia de insta- lação, o reitor Dirceu de Mello afirmou que a existência da nova unidade fortalece a independência e o espírito ecumênico da Universi- dade. “Ela também vem se somar a outras que a PUC-SP já possui, o que muito nos orgulha”, ressaltou Dirceu, se referindo às cátedras “Joel Martins”, “Paulo Freire” e “Sérgio Vieira de Mello”. |pág. 2 Natal e Ano Novo A PUC-SP estará em recesso ad- ministrativo a partir das 12h do dia 23/12 – não serão suspensas as atividades consideradas essenciais pelas chefias da Secretaria de Admi - nistração Escolar (SAE) e da Coorde- nadoria de Vestibulares e Concursos, para realização das matrículas aca- Ano 2 Número 28 1ª e 2ª quinzenas novembro - 2010 Além disso houve degustação de receitas acessíveis, práticas e nutriti- vas. O projeto surgiu dentro das ati- vidades desenvolvidas pela disciplina de Prática e Atenção à Saúde (PAS), na qual os alunos são estimulados a desenvolver projetos de promoção à saúde. |pág. 7 Condephaat tomba prédio do campus Consolação Quem nunca foi ao campus Con- solação não conhece ainda uma das obras arquitetônicas mais in- teressantes da cidade de São Pau- lo. Inaugurado em 1942, o prédio tem a assinatura do arquiteto pau- lista Rino Levi (1901-1965), nome da vanguarda modernista. No início de novembro, sete obras de Levi foram tombadas pelo Conselho de Defesa do patri- mônio Histórico, Artístico, Arqueo- lógico e Turístico (Condephaat). O arquiteto, que fez seus estudos na Itália – passou pela Academia de Brera, em Milão, e se formou na Escola Superior de Arquitetura em Roma –, desenhou salas claras e espaçosas, anfiteatro, laborató- rios, biblioteca, ambiente para es- tudos e belos jardins tropicais pro- jetados por Burle Marx. |pág. 8 Patrimônio Bruna Pretel Thaís Polato e Priscila Lacerda Competidores e platéia vibram com desempenho de robôs Thiago Pacheco / DCI dêmicas. Também serão mantidas as atividades consideradas essen- ciais pelas direções do Hospital San- ta Lucinda e da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Co- municação (Derdic). A Universidade volta a funcionar normalmente a partir do dia 3/1/2011. Alunos das Engenharias criam robôs para competição Tecnologia Fios, porcas, parafusos, circuitos, botões, pneus... Alunos dos três cursos de Engenharia da PUC-SP (Elétrica, Biomédica e de Produção) foram convidados a animar esses materiais. Divididos em equipes, trabalham e criam robôs para a competição que fecha a Semana de Tecnologia da Faculdade de Ciências Exatas e Tec- nologia (FCET). Este ano, 64 alunos aceitaram o desafio de aliar tecnologia à questão da acessibilidade. “Nosso objetivo é incentivar os estudantes a desen- volverem projetos desde o início da graduação”, explica o professor Luiz Carlos de Campos, diretor da FCET. “Para a competição de 2010, o coor- denador da atividade teve a idéia de agregar a ela o tema da acessibili- dade. Incluímos como foco as tecno- logias assistivas porque esperamos despertar nos alunos o interesse em projetar equipamentos eletromédi- cos que auxiliem pessoas com defi- ciência motora”. |pág. 7 Evento internacional reúne juristas 3º CID Dias 2 e 3/12, a Faculdade de Direito da PUC-SP, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Portugal) e a Comunidade de Ju- ristas de Língua Portuguesa (CJLP) promovem o 3º Congresso Inter- nacional de Direito Brasil-Europa (3º CID). O evento se realiza no auditório “Prof. Paulo de Barros Carvalho” (sala 239, 2º andar, prédio novo, campus Perdizes). Neste ano, o tema em debate é Internacionalização do Direito, Cortes Internacionais e as formas de resolução de conflitos no mun- do globalizado. OBJETIVOS – O Congresso In- ternacional de Direito Brasil-Euro- pa é um evento internacional, que tem por objetivo congregar juristas do Brasil e da Europa, para estu- dos e debates sobre a Ciência Jurí- dica Comparada. Os encontros alternam-se en- tre Brasil e Portugal. O primeiro (2008) aconteceu no Brasil e o segundo (2009), naquele país da Europa. Dirigido a estudantes da gradu- ação e de pós-graduação, além de profissionais da área do Direi- to (docentes, juristas, advogados, procuradores, juízes, desembarga- dores, ministros e embaixadores), o evento tem como convidados do- centes da PUC-SP, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e de outras instituições da Europa. Para conhecer a programação e saber como participar, acesse www. cidbrasileuropa.com. Informações e inscrições: (11) 2959-1535. Prédio de vanguarda e jardins de Burle Marx, no campus Consolação Acervo DCI

PUC-SP cria Cátedrablog.pucsp.br/tmd/files/2010/12/tombamento.pdf · Cultura Judaica Na manha de 7/11, alunos do 1º ano de Medicina realizaram, em Sorocaba, o projeto Domingo Sau-dável

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Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

www.pucsp.br

PUC-SP cria CátedraUniversidade é pioneira entre católicas brasileiras

Medicina

Alunos orientam para a alimentação saudável PUC-SP define recesso de final de ano

Cultura Judaica

Na manha de 7/11, alunos do 1º ano de Medicina realizaram, em Sorocaba, o projeto Domingo Sau-dável. Cerca de 200 pessoas pude-ram ter sua pressão arterial aferida, submeterem-se ao teste de glicemia e receberem orientações para uma alimentação mais saudável.

A PUC-SP se tornou a primeira universidade católica do Brasil a implementar uma Cátedra de Cul-tura Judaica.

A nova unidade é diretamente ligada à Reitoria e pretende rea-lizar, a partir do ano que vem, di-versas atividades como palestras, cursos e ações culturais ligadas ao tema do judaísmo.

“Também queremos incentivar pesquisas, obter e oferecer apoio de instituições desta área, colo-cando a PUC-SP no circuito bra-sileiro e internacional relacionado à cultura judaica”, afirma o prof. José Luiz Goldfarb, presidente da Cátedra.

Já na instalação da nova unida-de, em novembro, esta idéia co-meçou a se concretizar, tanto com

a vinda do professor Isaiah Arkin – o vice-presidente da Universida-de Hebraica de Israel realizou pa-lestra na ocasião –, quanto com o apoio obtido para o evento, junto à Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jeru-salém.

Além de Goldfarb, outros cinco professores são responsáveis pela Cátedra: Ari Rehfeld, Julio Wainer, Luiz Felipe Ponde, Mathias Grenzer e Michele Aguiar Kakon.

Durante a cerimônia de insta-lação, o reitor Dirceu de Mello afirmou que a existência da nova unidade fortalece a independência e o espírito ecumênico da Universi-dade. “Ela também vem se somar a outras que a PUC-SP já possui, o que muito nos orgulha”, ressaltou Dirceu, se referindo às cátedras “Joel Martins”, “Paulo Freire” e “Sérgio Vieira de Mello”. |pág. 2

Natal e Ano Novo

A PUC-SP estará em recesso ad-ministrativo a partir das 12h do dia 23/12 – não serão suspensas as atividades consideradas essenciais pelas chefias da Secretaria de Admi-nistração Escolar (SAE) e da Coorde-nadoria de Vestibulares e Concursos, para realização das matrículas aca-

Ano 2 • Número 281ª e 2ª quinzenasnovembro - 2010

Além disso houve degustação de receitas acessíveis, práticas e nutriti-vas. O projeto surgiu dentro das ati-vidades desenvolvidas pela disciplina de Prática e Atenção à Saúde (PAS), na qual os alunos são estimulados a desenvolver projetos de promoção à saúde. |pág. 7

Condephaat tomba prédio do campus ConsolaçãoQuem nunca foi ao campus Con-

solação não conhece ainda uma das obras arquitetônicas mais in-teressantes da cidade de São Pau-lo. Inaugurado em 1942, o prédio tem a assinatura do arquiteto pau-lista Rino Levi (1901-1965), nome da vanguarda modernista.

No início de novembro, sete obras de Levi foram tombadas pelo Conselho de Defesa do patri-mônio Histórico, Artístico, Arqueo-lógico e Turístico (Condephaat).

O arquiteto, que fez seus estudos na Itália – passou pela Academia de Brera, em Milão, e se formou na Escola Superior de Arquitetura em Roma –, desenhou salas claras e espaçosas, anfiteatro, laborató-rios, biblioteca, ambiente para es-tudos e belos jardins tropicais pro-jetados por Burle Marx. |pág. 8

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Thaís Polato e Priscila Lacerda

Competidores e platéia vibram com desempenho de robôs

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dêmicas. Também serão mantidas as atividades consideradas essen-ciais pelas direções do Hospital San-ta Lucinda e da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Co-municação (Derdic). A Universidade volta a funcionar normalmente a partir do dia 3/1/2011.

Alunos das Engenharias criam robôs para competição

Tecnologia

Fios, porcas, parafusos, circuitos, botões, pneus... Alunos dos três cursos de Engenharia da PUC-SP (Elétrica, Biomédica e de Produção) foram convidados a animar esses materiais.

Divididos em equipes, trabalham e criam robôs para a competição que fecha a Semana de Tecnologia da Faculdade de Ciências Exatas e Tec-nologia (FCET).

Este ano, 64 alunos aceitaram o desafio de aliar tecnologia à questão da acessibilidade. “Nosso objetivo é incentivar os estudantes a desen-volverem projetos desde o início da graduação”, explica o professor Luiz Carlos de Campos, diretor da FCET. “Para a competição de 2010, o coor-denador da atividade teve a idéia de agregar a ela o tema da acessibili-dade. Incluímos como foco as tecno-logias assistivas porque esperamos despertar nos alunos o interesse em projetar equipamentos eletromédi-cos que auxiliem pessoas com defi-ciência motora”. |pág. 7

Evento internacional reúne juristas

3º CID

Dias 2 e 3/12, a Faculdade de Direito da PUC-SP, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Portugal) e a Comunidade de Ju-ristas de Língua Portuguesa (CJLP) promovem o 3º Congresso Inter-nacional de Direito Brasil-Europa (3º CID).

O evento se realiza no auditório “Prof. Paulo de Barros Carvalho” (sala 239, 2º andar, prédio novo, campus Perdizes).

Neste ano, o tema em debate é Internacionalização do Direito, Cortes Internacionais e as formas de resolução de conflitos no mun-do globalizado.

OBJETIVOS – O Congresso In-ternacional de Direito Brasil-Euro-pa é um evento internacional, que tem por objetivo congregar juristas

do Brasil e da Europa, para estu-dos e debates sobre a Ciência Jurí-dica Comparada.

Os encontros alternam-se en-tre Brasil e Portugal. O primeiro (2008) aconteceu no Brasil e o segundo (2009), naquele país da Europa.

Dirigido a estudantes da gradu-ação e de pós-graduação, além de profissionais da área do Direi-to (docentes, juristas, advogados, procuradores, juízes, desembarga-dores, ministros e embaixadores), o evento tem como convidados do-centes da PUC-SP, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e de outras instituições da Europa.

Para conhecer a programação e saber como participar, acesse www.cidbrasileuropa.com. Informações e inscrições: (11) 2959-1535.Prédio de vanguarda e jardins de Burle Marx, no campus Consolação

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www.pucsp.br

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Cátedra de Cultura Judaica

PUC-SP é pioneira entre as católicas

Dia 7/12, a partir das 20h, a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) promove seu tradicional Jantar dançante. Saiba como participar em www.pucsp.br/derdic.

Derdic promove Jantar dançante

Vice-presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém participou da instalação

Neste mês de novembro, a PUC-SP se tornou a primei-ra universidade católica do Brasil a implementar uma Cátedra de Cultura Judaica.

Diretamente ligada à Rei-toria, a nova área foi insta-lada no dia 17/11, no au-ditório “Paulo Freire” (Tuca, campus Perdizes).

Já em sua inauguração, a Cátedra realizou uma das atividades que, pretende, sejam regulares a partir do ano que vem: uma palestra com professor e pesquisa-dor convidado, com tema ou instituição de origem que tenha ligação com a ques-tão judaica. Na solenidade de estréia, o palestrante foi o vice-presidente da Univer-sidade Hebraica de Jerusa-lém, Isaiah Arkin, que falou sobre o tema Salt and acid transport in human path-gens.

Durante a instalação da Cátedra, o reitor Dirceu de Mello afirmou que a exis-tência da nova unidade fortalece a independência e o espírito ecumênico da Universidade. “Ela também vem se somar a outras que a PUC-SP já possui, o que muito nos orgulha”, ressal-tou Dirceu, se referindo às

cátedras “Joel Martins” (área da Psicologia da Educação), “Paulo Freire” (Educação) e “Sérgio Vieira de Mello” (Re-lações Internacionais).

Representando o grão-chanceler Dom Odilo Pedro Scherer, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom João Ma-mede, reafirmou a impor-tância da Cátedra. “Sem dúvida, este é um momento solene por abrir espaço para uma cultura como a judaica, com longa história e profun-didade de conhecimento”.

O vereador Floriano Pe-saro (PSDB), falando em nome do prefeito Gilberto Kassab, considerou “um privilégio assistir a uma das mais prestigiosas casas de ensino deste país instaurar a Cátedra de Cultura Judaica e ver ratificada e reconheci-da a relevância da história da cultura, da tradição e da influencia religiosa do ju-daísmo no mundo contem-porâneo”.

Já o cônsul geral de Isra-el em São Paulo, Ilan Sztul-man, ligou a instalação da Cátedra a um ato de de-mocracia. “É uma forma de educar essa geração nova de brasileiros para um mun-do mais democrático. Eu, como judeu, fico muito gra-to”, afirmou.

Professores, alunos, fun-cionários, familiares e amigos, na tarde de 9/11, reunidos para mais uma homenagem à professora Tereza Maria Azevedo Pires Sério, a Téia. Falecida em maio deste ano, a docen-te passa a nomear a sala T-41, local onde deu suas últimas aulas.

A homenagem, que havia

Thaís Polato e Priscila Lacerda

Uma sala para Téia

sido aprovado pelo Conse-lho Universitário (Consun), contou com a presença do reitor Dirceu de Mello, do pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias, professor Hélio Roberto De-liberador, e da diretora da Faculdade de Ciências Hu-manas e da Saúde, profes-sora Maria Amalia Pie Abib Andery.

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ORIGEM – A criação da Cátedra de Cultura Judai-ca da PUC-SP foi aprovada no Conselho Universitário (Consun) do mês de outu-bro, por unanimidade. O processo de sua criação, no entanto, vem se desenrolan-do desde o final do ano pas-sado, quando o secretário-executivo da Fundação São Paulo, padre José Rodolpho Perazzolo, esteve em Roma num encontro e a questão foi levantada. De volta ao Brasil, em conjunto com o reitor, iniciou o processo de criação de uma área de estudos judaicos na PUC-SP. “O pioneirismo desta cátedra, entre as universi-dades católicas brasileiras, coloca nossa Universidade, mais uma vez, na posição de protagonista no âmbito do ensino superior”, afirma Perazzolo. Para o secretário executivo, há ainda dois ou-tros grandes motivos para a implantação dessa área de estudos na PUC-SP: “o fato de judeus e cristãos parti-lharem valores religiosos e morais, tornando interes-sante para a Universidade pensar isto também cientifi-camente; e a oportunidade que se cria para a Catedra de se tornar uma espécie de observatório, na América

Latina, para a questão do anti-judaísmo”, afirma Pe-razzolo, considerando este um movimento crescente e preocupante, principalmen-te na Europa.

OBJETIVOS – Segundo o presidente da nova Cátedra, professor José Luiz Goldfarb (Pós em História da Ciência), o objetivo é realizar, a partir do ano que vem, diversas atividades como palestras, cursos e ações culturais. “Também queremos incen-tivar pesquisas, obter e ofe-recer apoio de instituições desta área, colocando a PUC-SP no circuito brasilei-ro e internacional relaciona-do à cultura judaica”, afirma Goldfarb. Já na instalação da nova Cátedra, esta idéia começa a se concretizar e se tornar visível, tanto com a vinda do professor Isaiah Arkin, quanto com o apoio obtido para o evento, junto à Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Além de Goldfarb, outros cinco professores da Univer-sidade integram a comissão responsável pela Cátedra: Ari Rehfeld, Julio Wainer, Luiz Felipe Ponde, Mathias Grenzer e Michele Aguiar Kakon.

EditorialNo início de dezembro, as melhores pesquisas produzidas por

estudantes da graduação serão premiadas no Tuca. Os traba-lhos foram apresentados no final de outubro, durante o 19º Encontro de Iniciação Científica. A cerimônia de premiação é uma chance de conhecer pesquisas interessantes, realizadas nas mais diversas áreas do saber.

Nesta edição do PUC em Notícias, também é possível conhe-cer um pouco destes trabalhos. Para isso, entrevistamos estu-dantes pesquisadores do curso de Direito, Economia e do curso superior de tecnologia em Gestão Ambiental. Eles falaram so-bre as resultados obtidos em suas investigações científicas e o cotidiano que estabeleceram para realizar as pesquisas – em meio às tantas atividades já exigidas durante a graduação.

Podemos dizer que a estudante Aline Baldini Gutierrez, au-tora da pesquisa Avaliação da contaminação de aqüíferos no Estado de São Paulo decorrente de atividades industriais, em parceria com Bruno Cesar Trostdorf, resumiu ao repórter Thiago Pacheco o “espírito” de se realizar Iniciação Científica: “Para o aluno, a produção de uma pesquisa permite ganhar conhe-cimentos específicos sobre um assunto de interesse e ganhar maturidade. Para a sociedade científica, uma pesquisa se torna um material a mais que pode viabilizar sua evolução”.

Vale a pena conferir o que mais os estudantes revelaram, na reportagem que ocupa as páginas centrais desta edição.

Boa leitura!

Grão-Chanceler: Dom Odilo Pedro SchererReitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-Reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada)Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Graziela Feldmann (Graduação)Chefe de Gabinete: Claudio José Langroiva Pereira Diretora da Divisão de Comunicação Institucional: Eveline Denardi (MTb 27.655)Editora: Thaís Polato (MTb 30.176)Reportagem: Bete AndradeEveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera LucasProjeto Gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SPCEP 05014-901Tel.: (11) 3670-8196E-mail: [email protected]

1ª e 2ª quinzenas de novembro - 2010

Derdic

É possível deduzir 100% do valor

Pessoas físicas e jurídicas podem doar parte de seu Imposto de Renda a dois projetos da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comuni-cação (Derdic) aprovados pelo Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad).

A doação será 100% de-duzida do imposto de ren-da devido (6% do modelo completo, para pessoas físicas, e 1% para pessoas jurídicas). Os dois progra-

Projetos recebem doação pelo Imposto de Renda

Da Redaçãomas da Derdic que parti-cipam do Fumcad são o Projeto Cidadania: surdez e o mundo do trabalho (que beneficia 70 ado-lescentes surdos de baixa renda, com atividades re-lacionadas ao mercado de trabalho) e o Projeto saú-de auditiva em crianças e adolescentes (que oferece atendimento em saúde auditiva a 200 crianças e adolescentes economi-camente desfavorecidos). Para saber mais sobre os projetos e sobre como doar, basta acessar o site www.derdic.com.br.

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Devido ao recesso acadêmico administrativo de final de ano, a Divisão de Recursos Humanos (DRH) alterou o cronograma para entrega de documentos. Saiba mais em: www.pucsp.br.

Visa Vale, auxílio escola e vale transporte

www.pucsp.br

03Pesquisa

Edição 2010 de Pesquisas PUC-SP reúne 389 estudos, 140 a mais que o anterior

Coletânea apresenta trabalhos científicos produzidos pelos professores da PUC-SP

As pró-reitorias de Gradua-ção, Pós-Graduação e Edu-cação Continuada acabam de lançar a nova edição do catálogo Pesquisas PUC-SP. A publicação deste ano reúne 389 trabalhos científicos de-senvolvidos por docentes da Universidade – a versão 2009 do catálogo apresentou 249 pesquisas.

O lançamento foi realizado em 26/10, no campus Perdi-zes, com a presença de mem-bros da Reitoria, da equipe envolvida no projeto, profes-sores, alunos e funcionários da Universidade. Na ocasião, foram entregues exemplares da coletânea aos pesquisa-dores que participaram do catálogo deste ano. Foi com “satisfação grande”, como fez questão de ressaltar, que o reitor Dirceu de Mello se refe-riu ao catálogo: “Trata-se de um momento oportuno, logo

após recente avaliação do Ministério da Educação (para renovação do reconhecimen-to da instituição) que apontou para a PUC-SP a nota má-xima em ensino, pesquisa e extensão”, declarou. “Pelo se-gundo ano, a publicação re-flete uma das faces de nossa atuação acadêmica, que é a pesquisa. É este tipo de ativi-dade que faz grande a nossa

Universidade”.O professor André Ramos

Tavares, pró-reitor de Pós-Graduação, ressaltou a im-portância de produzir uma nova edição da coletânea, dando continuidade ao tra-balho iniciado em 2009: “Ao reunir e divulgar estas pesqui-sas, a publicação permite que os professores saibam o que seus colegas estão investigan-

Thiago Pacheco do”, afirmou. Já a professora Marina Gra-

ziela Feldmann, pró-reitora de Graduação, falou sobre a im-portância de tornar públicos os trabalhos acadêmicos dos docentes, permitindo o surgi-mento de redes e conexões e o diálogo com a sociedade e outras universidades. “É um estímulo para que a pesquisa, na PUC-SP, seja cada vez mais a linha mestra da produção e da renovação do conheci-mento”, completou.

Com as informações resu-midas sobre os estudos, Pes-quisas PUC-SP explicita as convergências entre as áreas de conhecimento e os possí-veis pontos de articulação en-tre as pesquisas.

Além dos resumos, o catá-logo traz objetivos, palavras-chave, aplicações e as fases em que as investigações se encontram, nomes e contatos dos responsáveis, equipe, os financiamentos e apoios utili-zados em cada projeto.

EDUCAÇÃO CONTINU-ADA – A partir deste ano, a produção do catálogo já conta com a participação da Pró-Reitoria de Educação Continuada. De acordo com a pró-reitora da área, pro-fessora Haydée Roveratti, o objetivo é introduzir de ma-neira sistemática a pesquisa na educação continuada, por meio das monografias das es-pecializações.

“Pretendemos também con-seguir incentivo e apoio das agências de fomento para subsidiar as pesquisas realiza-das nos cursos de educação continuada”, afirmou a pro-fessora Haydée.

Neste ano, a elaboração do catálogo Pesquisas PUC-SP foi coordenada pelos professores Ana Maria Alfonso-Goldfarb e Maria Luiza Andreozzi (as-sistentes especializadas, res-pectivamente, das Pró-Reito-rias de Pós-Graduação e de Graduação) e Luiz Guilherme Arcaro Conci (responsável

pela Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoa-mento e Extensão e assistente especializado da Pró-Reitoria de Educação Continuada) e Ely Dirani (coordenador de Pesquisa), com assessoria das funcionárias Ana Maria Ma-lagutti (coordenação técnica de apoio à pesquisa), Magali Fernandes (coordenação edi-torial), Adriana Marangoni e Elzanice Oleski (coleta de dados e operacionalização) e colaboração de Kátia Pe-reira, Rita de Cássia Miyagui e Sandra Acosta Soares. Para a coleta das informações, a equipe elaborou um peque-no roteiro que foi enviado aos professores; em alguns casos, o questionário foi reenviado para adaptar as respostas ao espaço editorial.

ACESSE – O Pesquisas PUC-SP está disponível na bi-blioteca e, na versão online, pelo endereço www.pucsp.br/pesquisas-seleta.

Lançamento do catálogo, no campus Perdizes

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Na noite de 8/11, a Liga de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas e da Saú-de organizou palestra com o tema A situação atual da pe-diatria no Brasil.

O grupo convidou o médico Eduardo Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pedia-tria (SBP) para falar a alunos, docentes, residentes e médi-

Eduardo Vaz conversou com estudantes

Médico fala sobre PediatriaPalestra

Bruna Pretel cos, no campus Sorocaba. Em sua apresentação, Vaz

abordou a situação atual da Pediatria no Brasil e disse que o profissional com este perfil está sendo cada dia mais va-lorizado, em decorrência da importância da figura infantil para a sociedade contempo-rânea.

Coordenadora da Liga de Pediatria da PUC-SP, a pro-fessora Izilda Tâmega afimou que os alunos participam de várias ações de atualização. “Temos que mostrar, desde o primeiro ano do curso, o que é a Pediatria. Talvez esta seja uma das palestras mais im-portantes para aqueles que desejam seguir a carreira”, disse.

Para a presidente da Liga, a aluna Fernanda Trani, a pa-lestra mostrou a magnitude da Liga de Pediatria da Uni-versidade na representação dos alunos em relação à so-ciedade brasileira.Vaz, presidente da SBP

Estudantes cursarão primeiro semestre de 2011 na Europa

Alunos bolsistas do ProUni farão intercâmbio em PortugalMobilidade internacional

No primeiro semestre de 2011, três alunos de gradu-ação, bolsistas do ProUni, participam de intercâmbio internacional: José Maciel de Medeiros, do curso de Rela-ções Internacionais, Isaque de Araújo, do Direito, e Janne Alves de Souza, graduanda em Publicidade e Propagan-da. Todos foram contempla-dos pelo programa Fórmula Santander de Bolsas de Mo-bilidade Internacional. Junto com outros estudantes de gra-duação participantes do TOP UK Santander (leia mais na edição 27), Medeiros, Araújo e Janne foram recebidos pelo reitor Dirceu de Mello, no iní-cio de novembro.

Medeiros irá para a Univer-sidade de Coimbra, Araújo e Janne vão para a Universida-de do Porto, ambas em Portu-gal. A seleção realizada levou

em conta critérios acadêmicos e sócio-econômicos.

Esta é a primeira vez que o Fórmula é oferecido no Brasil. Na Espanha e na Inglaterra ele já é realizado anualmente. O objetivo é promover a mo-bilidade internacional de cem estudantes de diversas re-giões do país. Para o reitor, a iniciativa do banco abre uma oportunidade magnífica aos estudantes. “Com o processo de globalização, não pode-mos ficar restritos às nossas fronteiras. Conhecer outras culturas tem uma importância extraordinária”, disse Dirceu, aos alunos contemplados.

Medeiros espera que a nova experiência seja um marco em sua carreira profissio-nal e amplie seus horizontes acadêmicos. “A mobilidade estudantil vem crescendo em todo o mundo, mas ela não é só uma tendência, é uma exi-gência a todos os estudantes que buscam maior aperfeiço-

amento pessoal e profissio-nal”, ressaltou o estudante.

A professora Renée Zic-man, assessora de assuntos internacionais e institucionais da PUC-SP, considera que o Fórmula amplia as oportuni-dades de internacionalização dentro da Universidade. “A iniciativa do programa é mui-to importante porque permi-te mobilidade a alunos cuja condição econômica não per-mitiria realizar intercâmbio, se não houvesse este tipo de apoio”, afirma. Pelo progra-ma, cada aluno recebe uma

bolsa de 5 mil euros, para arcar com os custos de trans-porte aéreo, hospedagem e despesas pessoais durante um semestre acadêmico. Os contemplados também terão a possibilidade de realizar estágios formativos no San-tander.

Sérgio Kogima, representan-te do Santander, reafirmou a busca do banco pela respon-sabilidade social. “Queremos contribuir com a educação, e é com orgulho que proporcio-namos essas oportunidades”, disse Kogima.

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Bolsistas são recebidos pelo reitor Dirceu de Mello

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www.pucsp.br

04Conhecimento

Durante o ano inteiro, alunos de todos os cursos da Universidade investi-gam. Eles buscam infor-mações em livros, filmes, jornais, assistem a aulas e palestras, participam de trabalhos de campo, visitam instituições diver-sas e conversam com seus orientadores. Até que, fi-nalmente, chega a hora de apresentar os resultados alcançados, durante o En-contro Anual de Iniciação Científica, que neste ano chegou a sua 19ª edição.

Realizado no dia 27/10, o Encontro reuniu 334 pesquisas, 469 estudantes e 253 docentes orientado-res, no campus Perdizes. Os trabalhos foram ex-postos em pôsteres (loca-lizados nos 1º, 2º, 3º e 4º andares do prédio novo) e em 45 sessões coordena-das.

Os estudos foram rea-lizados em todas as áre-as de saber existentes na Universidade. Na área da Saúde, alunas expuseram um balanço (característi-cas epidemiológicas, clí-nicas e laboratoriais) dos casos de dengue notifica-dos em Sorocaba, entre 2002 e 2007; outros dis-cutiram a correlação entre

Thiago Pacheco

Para alunos, pesquisa na graduação permite ir além dos conteúdos ministrados nos currículos dos cursos; confira nestas duas páginas alguns dos trabalhos apresentados durante o evento

19º Encontro de Iniciação Científica reúne trabalhos de jovens pesquisadores da PUC-SP

Painéis de exposição de trabalhos científicos, durante a Semana Acadêmica

Dia 2/12, às 12h, na biblioteca do campus Perdizes, se realiza recital de Natal com o cantor lírico Paulo Menegon e a pianista Cristina de Campos. Haverá arrecadação de brinquedos novos para a Campanha Natal dos Sonhos.

Recital de Natal: voz e piano na Biblioteca

a classe social e a prática de atividade física, o de-senvolvimento de técnicas para a aprendizagem de crianças surdas no ensino fundamental, entre outros temas.

Em Antropologia, foram investigadas, por exemplo, as perspectivas da política indigenista brasileira e as ações estético-culturais e as práticas políticas de jo-vens urbanos.

Estudantes de Relações Internacionais pesquisa-ram o peso do lobby pró-Israel para os interesses estratégicos norte-ameri-canos no Oriente Médio, a migração boliviana para o Brasil e os Direitos Huma-nos, a integração na fron-teira Brasil-Paraguai por meio das cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Cabal-lero, entre outros temas.

Nas Ciências Exatas, alu-nos de Engenharia Biomé-dica estudaram e propuse-ram sensores poliméricos para detecção de toxici-dade de álcool e tabaco e estudantes de licenciatura em Matemática se envol-veram com o ensino de modelos matemáticos de cálculo para economistas.

FORMAÇÃO – Entre as diversas pesquisas, PUC em Notícias destaca três: uma de Direito, uma de Economia e uma do curso superior de tecnologia em

Gestão Ambiental. Além de ouvir os pesqui-

sadores sobre seus traba-lhos científicos (leia mais na página ao lado), per-guntamos a eles sobre a importância de pesquisar desde a graduação.

“Ao realizar um estudo durante a graduação, po-demos aprofundar os es-tudos em um tema de in-teresse, e obter uma visão que provavelmente não será dada no currículo ordinário da Faculdade”, consideram Douglas Ma-cera Ray e Bruno Borges da Silva, alunos do último ano do Direito, que inves-tigaram A Função Social da Propriedade e o Direi-to ao Patrimônio Mínimo na Constituição de 1988. “Além disso, com a pesqui-sa, desenvolvem-se habili-dades que inexoravelmen-te auxiliarão o estudante durante a sua formação, e em sua vida profissional”, completam.

William Marconi da Sil-va, estudante do sétimo semestre de Ciências Eco-nômicas, concorda com o fato que a iniciação cien-tífica é uma oportunidade de ir além da formação curricular do curso. Ele, que estudou a Participa-ção do Brasil nos Projetos de Infra-Estrutura Regional da América do Sul, afirma: “[A pesquisa] abriu meus horizontes sobre a impor-

tância do Estado para o crescimento e progresso da sociedade. Tive que ler livros que passariam des-percebidos e tive a opor-tunidade de ter uma ex-periência acadêmica que agregou muito conheci-mento à minha formação. O trabalho de iniciação científica é estressante em alguns momentos, na re-dação dos relatórios, mas depois de terminar você fica ansioso pela avalia-ção”.

Silva considera a expe-riência tão importante que pretende se dedicar nova-mente à iniciação cientí-fica. “Você fica pensando em estudar com maior profundidade muitos te-mas em uma IC. Mesmo depois de todo o trabalho da primeira, estou prepa-rando o projeto para uma próxima pesquisa”, con-ta. “Todos que tiverem a oportunidade devem fazer. Esse trabalho ajuda na formação, abre horizontes e agrega valor no currícu-lo. E para os estudantes de Economia, também ajuda na monografia”.

Já Aline Baldini Gutierrez, que fez a pesquisa Avalia-ção da contaminação de aqüíferos no Estado de São Paulo decorrente de atividades industriais, com Bruno Cesar Trostdorf, ex-plica que decidiu fazer a IC porque se trata de um

“algo a mais” no currículo acadêmico. “Hoje um cur-rículo básico não basta, as empresas procuram alu-nos que desenvolvem ati-vidades extracurriculares”, avalia.

Ela também mencionou os desdobramentos que o estudo pode proporcionar – tanto para o pesquisador como para a Academia: “Para o aluno, a produção de uma pesquisa permite ganhar conhecimentos es-pecíficos sobre um assunto de interesse e ganhar ma-turidade. Para a sociedade científica, uma pesquisa se torna um material a mais que pode viabilizar sua evolução”, avalia. No seu caso, a pesquisa desper-tou interesse nessa área “e, por causa dela, hoje eu curso Engenharia Agro-nômica, visando ganhar mais conhecimento técni-co”.

PREMIAÇÃO – No dia 7/12, às 18h30, será re-alizada no Tuca a cerimô-nia de premiação das pes-quisas apresentadas no 19º Encontro de Iniciação Científica.

Serão premiados alunos e professores orientado-res, com melhor trabalho e menção honrosa.

Os melhores trabalhos recebem convite para par-ticipar da Jornada Nacio-nal de Iniciação Científica, que se realiza no encontro anual da Sociedade Brasi-leira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Em 2011, o evento será

na Universidade Federal de Goiás.

SEMANA ACADÊMICA – O 19º Encontro de Ini-ciação Científica foi um dos eventos da 7ª Semana Acadêmica, que neste ano aconteceu entre os dias 25 e 29/10.

Durante a Semana, reali-zaram-se também os 115 simpósios do 4º Congres-so de Pesquisa Discente. Durante as atividades, coordenados por profes-sores-doutores da Univer-sidade, foram apresenta-dos estudos realizados por cerca de 500 alunos de graduação e de pós-gra-duação stricto (mestrado e doutorado) e lato sensu (especialização), nas mais diversas áreas do saber.

Sessões coordenadas... ... também integraram a Semana Acadêmica

Cartaz do Encontro

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Aluno: William Marconi da Silva

Orientadora: Profa. Re-gina Gadelha

Curso: Ciências Econômi-cas

Como surgiu a idéia, e como você desenvolveu esse problema inicial?

A idéia de fazer uma IC foi estimulada por diversos pro-fessores, todos eles ressalta-vam a necessidade de nos aprofundarmos nos estudos para termos uma formação com maior solidez. As pri-meiras conversas de como desenvolver e determinar o tema de uma IC tive com o

professor José Geraldo Por-tugal. Inicialmente eu tinha a intenção de fazer iniciação sobre crédito para as classes baixas e conversei com o pro-fessor Giuliano Contento de Oliveira, mas ele teve que se afastar da PUC-SP para con-cluir o doutorado.

Em uma conversa com a professora Regina Gadelha, comentei sobre a vontade de fazer uma IC. Ela já tinha uma linha de pesquisa no CNPq, vinha estudando a integração da America Latina, a Iniciativa para Integração da Infraestru-tura Regional Sul-Americana (IIRSA), e iria começar a estu-dar o Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC).

O objetivo da pesquisa foi o de analisar as políticas ma-croeconômicas e a falta de coordenação no Brasil para efetivação do Programa, pri-

meiro fazendo uma leitura de clássicos do assunto e depois levantando dados sobre o PAC.

Como foi fazer a pesqui-sa, como era seu cotidia-no de trabalho?

Para o meu trabalho de IC foi necessária a leitura de al-guns clássicos da economia sobre planejamento e desen-volvimento. Nos anos 1950 e 60 foram escritas muitas obras sobre o assunto, eram livros sobre teoria e sobre a experiência brasileira no as-sunto. Li Celso Furtado, Key-nes, Betty Mindlin, Carlos Les-sa, Darc Costa e outros. Essas obras foram a base para a construção inicial do meu co-nhecimento sobre o assunto, a importância de um projeto de desenvolvimento e como se estrutura o planejamento.

Para levantar os dados sobre o PAC foi necessário recorrer a fontes de governo, os balan-ços trimestrais, e usar jornais e sites (Valor Econômico, O Estado de S.Paulo, ministérios do governo federal...). A atua-lidade do assunto tornou mais complexa a pesquisa.

Quais os resultados a que você chegou?

Ficou claro que o Programa está aquém das necessidades para o crescimento do Bra-sil, em alguns setores teria que ser dez vezes maior para atender a demanda. Também que as atuais políticas ma-croeconômicas inviabilizam o crescimento do país no longo prazo, tornando o atual cres-cimento atípico. Vimos que o Governo distorce a realidade, ou seja, manipula os resulta-dos para apresentar o Progra-

ma como satisfatório; mas na realidade, muitas obras estão atrasadas e ficarão prontas ao longo dos pró-ximos quatro anos – quan-do o plano inicial era con-cluir todas as obras agora em 2010.

O Brasil precisa adotar políticas macroeconômicas que favoreçam nosso cres-cimento no longo prazo e não favoreçam apenas o capital internacional que vem especular no nosso país. O Governo Lula teve sorte de bom momento da economia mundial, tive-mos progressos em todo o país, mas pequenos com-parados com o potencial que o Brasil apresenta. O Estado deve atuar favore-cendo o crescimento da sociedade, reduzindo as crises cíclicas.

A TV PUC-SP foi contemplada novamente no programa História dos bairros, e produzirá um filme sobre o Butantã, com financiamento de R$ 100 mil (valor concedido pela Prefeitura paulistana).

TV PUC vence mais um concurso

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Para alunos, pesquisa na graduação permite ir além dos conteúdos ministrados nos currículos dos cursos; confira nestas duas páginas alguns dos trabalhos apresentados durante o evento

19º Encontro de Iniciação Científica reúne trabalhos de jovens pesquisadores da PUC-SP

Participação do Brasil nos Projetos de Infra-Estrutura Regional da América do Sul

Alunos: Douglas Mace-ra Ray e Bruno Borges da Silva

Orientador: Prof. Luiz Alberto David Araújo

Curso: Direito

Como surgiu a idéia, e como vocês desenvol-veram esse problema inicial?

Tínhamos interesse em pesquisar individualmente temas correlatos. O Bru-no iria desenvolver sua IC

a respeito da Função Social da Propriedade na Constitui-ção de 1988 e eu, Douglas, pesquisaria sobre o Mínimo Existencial na Constituição de 88. Aconselhados pelo orien-tador, percebemos que os te-mas tinham muitos pontos de conexão, e ficaria interessante estudá-los conjuntamente. As-sim, resolvemos unir esforços e desenvolver um só projeto abrangendo as duas temáti-cas, que acabaram se com-plementando.

Como foi fazer a pes-quisa, como era seu co-tidiano de trabalho?

A pesquisa consistiu, ma-joritariamente, na leitura de obras doutrinárias que analisavam as normas constitucionais a partir de uma visão social, focalizan-do o estudo na importância da propriedade rural e na sua função social para al-cançar uma sociedade me-nos desigual, garantindo o mínimo existencial aos indivíduos. Ademais, foram pesquisadas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas a essa temática, buscando com-preensão sobre o papel da Suprema Corte brasileira na solução dos litígios en-volvendo a propriedade rural.

Quais os resultados a que vocês chegaram?

Concluímos, após o de-senvolvimento do estudo, que a função social da propriedade rural funcio-na como instrumento há-bil a possibilitar o acesso ao direito de propriedade que, por sua vez, garante o patrimônio mínimo, indis-pensável a uma vida com dignidade.

Alunos: Aline Baldini Gutierrez e Bruno Cesar Trostdorf

Orientador: Prof. Murilo Damato

Curso: Gestão Ambiental

Como surgiu a idéia, e como você desenvolveu esse problema inicial?

Eu iniciei o curso de Ges-tão Ambiental com o intui-to de trabalhar com áreas degradadas. Procurei en-tão o meu orientador, o professor Murilo, e ele indi-cou trabalhar com alguns municípios de importância industrial como São Pau-lo, Paulínia, São José dos Campos e Cubatão. Eu selecionei Paulínia e São José dos Campos, e meus outros colegas escolheram São Paulo e Cubatão. Por-tanto esse estudo não foi esboçado em nenhum ou-tro já feito.

Como foi fazer a pes-quisa, como era seu co-tidiano de trabalho?

Foi uma pesquisa difícil, pois demandava conheci-mento técnico e o curso da PUC-SP tem uma ênfase

na área de Humanas. No geral o meu trabalho era ir ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), à Com-panhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para ler alguns documentos e, baseado neles, eu desenvol-via os textos apresentados nos relatórios da pesquisa. Eu conhecia a região na qual meu estudo foi desen-volvido, mas também usei o programa de satélite para identificar características das áreas contaminadas que es-tavam em estudo.

Quais os resultados a que você chegou?

Em uma visão geral eu pude constatar, nas áreas contaminadas, a relação entre seus fatores físicos, os contaminantes ali presentes e a condição sanitária da população em torno das áreas.

Especificamente falando constatei que, em algumas áreas de Paulínia, tanto a população moradora como a de trabalhadores teve sua qualidade de vida alterada. Na maioria dos casos a exposição é crônica, resul-

Avaliação da contaminação de aqüíferos no Estado de São Pau-lo decorrente de atividades industriais

A Função Social da Propriedade e o Direito ao Patrimônio Míni-mo na Constituição de 1988

tando em sintomas como dores de cabeça. As prin-cipais rotas de exposição nas áreas do município se dão pela inalação de contaminantes voláteis e ingestão de águas subter-râneas, principalmente em chácaras e unidades fabris, abastecidas por poços lo-cais. As principais causas de contaminação das áre-as foram: disposição ina-dequada de resíduos pe-rigosos e falha no sistema de proteção sanitária de poços. São José dos Cam-pos se mostrou uma região muito vulnerável à conta-minação de águas subter-râneas, correspondendo a 92% das áreas contamina-das. Sua ocupação espa-cial forma um mosaico de zonas industriais, residen-ciais e comerciais, e dessa forma uma área contami-nada facilmente compro-mete a qualidade de vida da população adjacente. Como a ingestão de águas subterrâneas comprome-tidas é a principal rota de exposição, o abastecimen-to público evita o consumo dessas águas.

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Pós-graduação

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Na manha de 7/11, cer-ca de 20 alunos do 1º ano de Medicina realizaram na Praça Laudelino do Amaral, no bairro Nova Sorocaba, o projeto Domingo Saudável. Cerca de 200 pessoas passa-ram pelo local e puderam ter sua pressão arterial aferida, submeterem-se ao teste de glicemia e receberem orien-tações para uma alimentação mais saudável. Além disso houve degustação de receitas acessíveis, práticas, saudáveis e nutritivas.

A idéia do projeto surgiu dentro das atividades desen-volvidas pela disciplina de Prática e Atenção à Saúde

Clotilde Perez (Depto. Administração) acaba de lançar o livro Mascotes, semiótica da vida imaginária (ed. Cengage Learning). A obra é resultado de seu pós-doutorado e de alguns anos de pesquisa.

Professora lança livro sobre mascotes

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(PAS), onde os alunos são es-timulados a desenvolver pro-jetos de promoção à saúde, a partir de dificuldades enfren-tadas por determinadas co-munidades. “O objetivo é que

os alunos façam um diagnós-tico da saúde pelo bairro”, ex-plica a professora responsável pela ação, Edith Di Giorgi.

DIETA – Para realizar o

Alunos da Medicina orientam população de Sorocaba sobre alimentação saudável Saúde

Bruna Pretel

Estudantes atendem moradores de Sorocaba

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projeto, os alunos envolvidos visitaram as residências de pessoas com casos de hiper-tensão e diabetes na família e notaram que a principal dificuldade é controlar a dieta alimentar. “Por isso, resolver-mos fazer esse evento na pra-ça e divulgar para as pessoas a possibilidade de uma ali-mentação saudável e barata”, afirma a professora.

Segundo a estudante Na-thália Duarte Corbera, mui-tas das famílias visitadas não faziam o controle adequado das doenças, principalmente no que se referia ao regime alimentar. “O excesso de sal e açúcar na alimentação dessas famílias prova a desorienta-ção, por isso trouxemos recei-tas com baixo custo e muito

Semana de Tecnologia

Atividade realizada anualmente na Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia teve foco, em 2010, no tema da acessibilidade

Fios, porcas, parafusos, cir-cuitos, botões, pneus... Todos os anos, os alunos de primei-ro ano dos três cursos de En-genharia da PUC-SP (Elétrica, Biomédica e de Produção) são convidados a animar esses materiais inanimados. Dividi-dos em equipes de até quatro pessoas, eles começam a tra-balhar e a criar os robôs que irão representá-los na compe-tição que fecha a Semana de Tecnologia da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FCET).

Neste ano, 64 alunos (16 equipes) aceitaram o desafio. “Nosso objetivo é incentivar os estudantes a desenvolverem projetos desde o início da gra-duação”, explica o professor Luiz Carlos de Campos, dire-tor da FCET. “Para a competi-ção de 2010, o coordenador da atividade teve a idéia de agregar a ela o tema da aces-sibilidade. Incluímos como foco as tecnologias assistivas porque esperamos despertar nos alunos o interesse em projetar equipamentos eletro-médicos que auxiliem pessoas com deficiência motora”.

Segundo o professor Luiz Augusto Lopes, coordenador da atividade, trata-se de uma competição de criatividade

em que os participantes de-vem construir objetos que respondam às necessidades do evento. “Parece simples, mas é um cenário parecido com a vida profissional do engenheiro. Há um problema para resolver, é preciso traba-lhar em equipe, com um líder. Eles deverão discutir e decidir a maneira mais adequada de solucionar a questão e, além disso, precisarão de embasa-mento técnico para resolver a tarefa, montando o conjunto dentro de uma restrição fi-nanceira e de material”, com-pleta.

De início, diz Campos, os alunos “não dão muita bola” para o evento – até que a competição vai se aproxi-mando. “Aí eles começam a se empolgar, vão atrás de material, pensam em como melhorar os protótipos...” No dia do evento (neste ano, a noite de 29/10, véspera de feriadão), após a checagem das configurações de cada robô, os equipamentos são apresentados na arena mon-tada no palco do auditório do campus Consolação. Desfile de estilos, cada um exibe algo que o destingue dos demais: um é todo preto, outro osten-ta uma carroceria de cami-nhonete plástica e um cavalo na caçamba, um apresenta cobertura verde, outro uma

haste controlada que sobe, desce e dança (controlado pelo representante da equipe) junto com a música que toca no auditório...

Daí em diante a competição toma o espaço da criatividade e a empolgação passa a ter um caráter mais sonoro. Du-rante a primeira etapa, classi-ficatória, o clima está morno. Nesse momento inicial, os carrinhos devem ultrapassar um obstáculo de madeira e contorná-lo em seguida, vol-tando ao ponto de partida; o tempo é medido e serve para emparelhar as disputas da se-gunda fase, eliminatória.

É a partir desta etapa que, para competidores e torcedo-res, a atividade vai ganhando contornos épicos. Os embates ao estilo “mata-mata” neces-sariamente opõem as equipes e fazem subir a temperatura

da competição. Agora, cada robô precisa passar por obs-táculos, subir uma rampa e posicionar-se sobre uma mar-ca quadrada; vence aquele que permanecer no local (ou estiver mais perto dele) ao final da contenda de um mi-nuto e meio. Vez ou outra, a situação esquenta para o professor Lopes. Cumprindo seu papel de mestre de ceri-mônias com a solenidade que a ocasião exige, o docente vê sua eqüidistância em relação aos competidores ser ques-tionada toda vez em que a comissão organizadora (ele e mais dois alunos) é instada a se debruçar sobre alguma questão não prevista no regu-lamento – como o desempate no caso de os dois protótipos saírem do espaço delimitado para a arena.

Após cada partida, as equi-

Equipes realizam últimos ajustes antes da disputa

pes perdedoras dão nova configuração às torcidas. Aos poucos, o número de partici-pantes vai diminuindo e dois grandes grupos se formam: aquele que quer a vitória dos alunos de Engenharia de Produção versus aquele inte-grado por alunos dos cursos de Biomédica e Elétrica. Coi-sas do destino, classificam-se para a final justamente uma equipe de cada torcida; uma melhor de três aponta a vitória do robô dos 666 from Hell so-bre o protótipo dos Canabi’s (a equipe Zangief ficou em terceiro lugar). Uma parte do auditório comemora – fazia três edições que uma equipe da Engenharia Elétrica não le-vava a competição – enquan-to a outra deixa o local.

Definido o quarteto vence-dor (Victor Galceron, Dani-lo Martins da Silva, Magdiel Santos de Lima e Luiz Gustavo Telles, mais o “quinto elemen-to” Fabio Luis Fernandes Aza-rias, que ajudou a equipe), o espírito esportivo e o cavalhei-rismo aos poucos retornam ao auditório, o que leva as duas equipes a se abraçarem. O diretor Campos anuncia: cada um dos quatro mem-bros do grupo 666 from Hell receberá um prêmio de mil reais, verba obtida junto ao Conselho de Administração da Universidade (Consad). O

Centro Acadêmico de Ciên-cias Exatas também distribuirá recompensas, “para incenti-var o aluno ingressante a par-ticipar do evento e se integrar no mundo da Engenharia”, de acordo com Fernando Henri-que Lopes, membro da Dire-toria. Para os vencedores, um aparelho de GPS; aos vices, um aparelho de MP4; e para a equipe que ficou em terceiro lugar, um pen drive de 8G.

Ao final, no palco, o repór-ter tenta uma declaração dos vencedores. Nenhum, porém, consegue pensar em algo a dizer – naquele momento, a criatividade deles finalmente descansava.

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Thiago Pacheco

Alunos das Engenharias criam robôs para competição

saudáveis para portadores de diabetes e hipertensão, como suco de couve, patê de be-rinjela, gelado de melancia”, conta. Também foram distri-buídas cartilhas com receitas e dicas para adequar os há-bitos alimentares.

APROVADO – Para a comunidade, o evento foi aprovado. Os participantes garantiram que colocarão em prática tudo o que apren-deram. “Vou fazer tudo em casa, pois meu marido é hi-pertenso e essas dicas vão nos ajudar muito”, afirmou Selma Rodrigues, moradora do bairro. Já Maria Estela da Cruz, aprovou e sugeriu que eventos para orientar a popu-lação aconteçam com mais

freqüência. “Adorei tudo o que aprendi aqui e acho que isso devia acontecer sempre, pois é uma forma de cons-cientizar a população e mos-trar opções de um cardápio variado”.

O evento Domingo Saudá-vel contou com a parceria da Universidade Paulista (Unip), através de docente e alunos de Nutrição; equipes do Sesi Sorocaba, com palestras sobre hábitos saudáveis de alimentação; Prefeitura Muni-cipal, com o Ônibus da Mu-lher e o Ônibus do Homem e Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com a doação de mudas (ipê roxo, ipê amarelo e amora) e orientações sobre como montar uma horta em casa.

Robô de uma das equipes

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Quem nunca foi ao cam-pus Consolação, na rua Marquês de Paranaguá, 111, não conhece ainda uma das obras arquitetô-nicas mais interessantes da cidade de São Paulo.

Inaugurado em 1942, o prédio tem a assinatura do arquiteto paulista Rino Levi (1901-1965), nome da vanguarda modernis-ta e responsável por obras como o Teatro Cultura Artís-tica, Hospital Albert Einstein e o prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

No início de novembro, sete obras de Levi, incluin-do o campus da PUC-SP, foram tombadas pelo Con-selho de Defesa do patri-mônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat).

O edifício foi encomenda-do ao arquiteto pelas Cô-negas de Santo Agostinho, para abrigar o Instituto “Se-des Sapientiae” (leia box ao lado). Instituto educacional para mulheres, fundado em 1933, o “Sedes Sapien-tiae” abriu as portas com apenas oito alunas. No início da década de 40, o número de matriculados estava na casa dos 300 e

Prédio é de autoria de Rino Levi e foi considerado patrimônio, em conjunto com outras seis obras do arquiteto

Campus Consolação é tombado pelo Condephaat Patrimônio

as instalações do Colégio Des Oiseaux, na rua Caio Prado, paralela à Marquês de Paranaguá, ficaram pe-quenas.

As freiras, então, pedi-ram a Levi, conhecido por valorizar o funcionalismo sem descuidar da estética, que fizesse o projeto de um novo prédio para abrigar suas atividades.

O arquiteto, que fez seus estudos na Itália – passou pela Academia de Brera, em Milão, e se formou em 1926, na Escola Superior de Arquitetura em Roma –, desenhou salas de aula claras e espaçosas, anfite-atro, laboratórios, bibliote-ca, ambiente para estudos e belos jardins, além da ala de internato, para as estudantes que vinham do interior.

CRIATIVIDADE – A cria-tividade de Rino Levi foi essencial para contornar as circunstâncias da época da construção do prédio – em plena Segunda Guerra Mundial, quando era quase impossível obter materiais como aço em larga esca-la –, e conseguir erguer o edifício que virou referência arquitetônica no país.

Como forma de com-pensar a falta de aço, ele projetou dobras para a

estrutura, conseguindo de maneira alternativa, a rigi-dez necessária à laje, que ganhou um desenho ino-vador.

Os pilares também são maiores do que o comum.

Para obter luminosidade no edifício, característica marcante em suas obras, Levi também teve que adaptar-se às condições da época. Os enormes planos de vidro do prédio são, na verdade, compostos por pequenos elementos. Feitos em concreto, os quadrados que sustentam os vidros não têm aço dentro, mas arame. O elemento vazado é feito de areia, cimento e vidros pequenos, materiais acessíveis no Brasil naquele momento. A estrutura é re-petida inúmeras vezes e o resultado, além de estético, permite a entrada de luz no ambiente.

A busca da simplicidade nas formas é evidente. Levi opta por valorizar a super-fície sem elementos deco-rativos, embora haja corri-mãos e os grandes planos de elementos vazados tam-bém valorizem o prédio. “Era uma intenção plástica. Houve a troca de elementos decorativos clássicos da ar-quitetura dos anos 20 e 30 por uma arquitetura des-pojada”, afirma o arquiteto Paulo Bruna, que trabalhou como estagiário no escri-tório de Levi, em 1962, e como profissional, entre

Dia 7/12, às 20h, no Tucarena, dentro do projeto Encontros de Dança, a Cia. Domínio Público apresenta o espetáculo Um corpo impossível. Entrada franca.

Encontros de dança

feliz interpretação arquite-tônica para uma pedagogia que também se pretendia inovadora e aberta. Essa simbiose perfeita é que lhe dá importância”.

As fotos da época mos-tram as alunas estudando ou conversando, sempre em clima de descontração. “Tenho certeza de que a arquitetura do local influen-ciou nesse clima leve entre as pessoas. Ainda hoje, o local conserva em boa par-

Edifício foi doado à PUC-SP em 1971

O Instituto “Sedes Sapientiae” agregou-se à Universi-dade, em 1947, assim como já vinham fazendo outras instituições de ensino superior. O “Sedes Sapientiae” havia sido criado para dar formação universitária às filhas da elite paulista. Uma publicação do Instituto, da época em que foi criado, demonstra bem esse espírito: “...diante da instabilidade e da confusão do mundo moderno, cumpre à mulher aparelhar-se de recursos que lhe permitam arrostar a luta pela existência, sem abandonar por isso as preocupações de uma ‘cultu-ra desinteressada’, pois será esta ‘o melhor preparo à sua vocação’”. O texto lembra que “em época mais afastada, se bem que relativamente próxima, foi impossível a mui-tas realizar, como seria seu desejo, o desenvolvimento superior de suas faculdades: a isto se opunha a falta de um ambiente propício à conservação de sua fé re-ligiosa e de sua formação moral. Estão hoje afastados esses perigos; e para tornar a mulher mais consciente de sua responsabilidade é-lhe oferecido o estudo em uma Faculdade Superior Feminina...”. No início da década de 70, a PUC-SP convidou as faculdades agregadas, que se subordinavam apenas ao Conselho Universitário, a se ligarem também ad-ministrativamente. O “Sedes” foi uma das instituições que aceitou a proposta. A sua incorporação incluiu a doação à Universidade do belo prédio construído por Rino Levi.

1971 e 1991.O campus Consolação foi

o ponto de partida para a segunda fase do conjunto da obra de Levi. Depois de projetar as obras como o cine Art Palácio, também na região central de São Pau-lo, que misturavam as in-fluências de sua formação acadêmica italiana a uma inspiração na arquitetura alemã, ele, apesar da es-cassez de materiais da épo-ca, se renova, característica marcante de sua persona-lidade e de sua trajetória profissional.

PROJETO INOVADOR – Até os anos 40, as escolas foram projetadas no Brasil com idéias concebidas no século 19. Eram grandes edifícios marcados pela simetria: um hall de entra-da que levava a corredo-res laterais com salas de aula em ambos os lados. Um exemplo desse tipo de construção é o colégio Ca-etano de Campos, na Pra-ça da República. Rino Levi, por ter estudado na Itália e representar novas correntes de pensamento, abandona essa forma pré-concebida. Idealiza seus projetos para atender às atividades a que serão destinados, com o máximo de funcionalidade.

O arquiteto Paulo Bruna diz que Levi planejou o edi-fício “Sedes Sapientiae” de acordo com o programa di-dático da escola. “Foi uma

Criatividade para driblar escassez levou arquiteto a criar dobras na estrutura e pilares largos

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te seu frescor e luminosida-de, clareza de circulação e as proporções corretas para suas atividades”, res-salta Paulo Bruna.

Também foi no prédio que Levi realizou pela primeira vez a experiência de utilizar elementos que protegem a construção contra a ex-cessiva incidência solar. O prédio foi beneficiado por temperatura agradável e circulação de ar constante.

As salas de aula são re-lativamente grandes e têm portas altas. Para evitar que ficassem muito expostas ao sol, Levi posicionou o pré-dio numa orientação na qual, à tarde, o sol chega somente aos corredores. As salas de aula recebem o sol da manhã e não es-quentam demais. Cuidados e detalhes que eram inova-dores para aquela época. “Atualmente, eles estão es-tabelecidos, são básicos e indiscutíveis”, afirma Paulo Bruna.

A convivência no campus também é valorizada pela vegetação que circunda o prédio: um belo jardim tropical projetado pelo pai-sagista Burle Marx (1909-1994).

Thaís Polato

Rino Levi valorizou luminosidade natural para os ambientes

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