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PURIFICAÇÃO DO NaCl IMPURO (SAL GROSSO)

Purificação Do NaCl

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  • PURIFICAO DO NaCl IMPURO (SAL GROSSO)

  • INTRODUO

    O cloreto de sdio NaCl, um composto inico resultante de interaes entre o

    ction Na+ (sdio) e o nion Cl (cloro). Popularmente conhecido como sal de mesa ou sal

    de cozinha. O sal constitudo em cerca de 99% (em massa) por cloreto de sdio e diversos

    componentes, alguns dos quais em quantidades vestigirias. Entre estes se encontram

    algumas impurezas associadas ao seu processo de extrao e substncias

    propositadamente includas em sua constituio, designadas por aditivos e conservantes.[1,3]

    Sais em geral so substncias que em soluo aquosa sofrem dissociao e

    apresentam ponto de fuso (P.F) e ponto de ebulio (P.E) elevado. A estrutura cristalina

    explica tudo: as molculas esto to fortemente ligadas que preciso um intenso

    aquecimento para quebrar o arranjo do retculo cristalino, portanto, o ponto de ebulio se

    eleva. O cloreto de sdio (NaCl) formado por uma ligao inica, possui estrutura cristalina

    cbica, isto , os tomos do Cloro e do Sdio esto arranjados na forma de um cubo, como

    mostra a figura abaixo.[5,8]

    Este cubo chama-se clula unitria do NaCl. Qualquer poro de NaCl pode ser

    pensada como uma pilha destes cubos unitrios colocados lado a lado e uns sob os

    outros. A aresta do cubo designada como parmetro da rede cristalina do material.

    Quando solubilizado em gua, forma-se uma soluo onde ele o soluto e a gua o

    solvente, sendo um bom condutor de eletricidade. Possui alto ponto de fuso assim como

    toda substncia formada por ligao inica. [8,9]

    O sal de cozinha que comercializado no Brasil vem enriquecido com iodeto de

    Potssio (KI), j que a alimentao da populao em geral deficiente em Iodo, mineral

    essencial para o combate do Bcio Endmico, doena que caracteriza o mau

    funcionamento da tireoide em seres humanos, abortos prematuros e atrasos mentais no

    ser humano.[7,8.9]

    Historicamente o NaCl, ou apenas sal, estaria diretamente ligado etimologia da

    palavra salrio, a qual derivada do latim salarium argentum, que significa pagamento

  • em sal. Isso porque os soldados romanos eram remunerados com sal. O sal servia

    como um importante e quase insubstituvel conservante alimentar para a poca.

    Atualmente, o NaCl obtido da gua do mar, onde est presente em

    concentrao mdia de 26g/L, processo esse conhecido por salinas, ou de minas

    subterrneas, conhecidas por sal-gema.[2] Do total de sal atualmente extrado s cerca de

    5% so utilizados no consumo humano. As utilizaes restantes so das mais diversas:

    na sntese de produtos qumicos como fonte de sdio e cloro (produo de NaOH,

    carbonato de sdio, cloro, cloratos, cido clordrico, etc.); nas indstrias do papel,

    cermica, cosmticos, tecidos, na preparao de corantes, no fabrico de sabes, em

    metalurgia, nas misturas frigorficas, para derreter a neve, na desinfeco de piscinas, no

    fabrico de janelas pticas para espectrofotmetros UV-VIS e infravermelhos

    (monocristais), etc.. [5,6,8]

    OBJETIVO - Purificao o cloreto de sdio obtido atravs do sal grosso impuro.

    MATERIAIS E REAGENTES

    MATERIAIS REAGENTES

    Balana analtica NaCl impuro

    Bquer 250 mL Hidrxido de sdio (NaOH 6 mol.L-1)

    Basto de vidro Carbonato de sdio (Na2CO3 1 mol.L-1)

    Funil de Buchner cido clordrico (HCl 6 mol.L-1 )

    Papel filtro gua destilada

    Lamparina

    Pipeta e pera

    Vidro relgio

    Fsforo

    Papel indicador

    Garra

    Almofariz e pistilo

    Tubo de ensaio

  • PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    Procedimento I

    Em uma balana analtica foi pesado o papel filtro e posteriormente 5g de sal grosso

    previamente modo em gral.

    Em um bquer adicionou-se 20 mL de gua destilada e 5g de sal grosso. A mistura foi

    homogeneizada com o auxilio de um basto e em seguida filtrada, sendo adicionado

    posteriormente 2 mL de NaOH 6 mol.L-1 gota a gota at a precipitao completa do Mg2+.

    A soluo foi aquecida brandamente e em seguida filtrada.

    Procedimento II

    Aps o recolhimento do filtrado foi adicionado amostra 1 mL de Na2CO3 mol.L-1 gota a

    gota at cessar a precipitao do Ca2+.

    Aqueceu-se levemente a soluo, deixando-a sedimentar. Em seguida filtrou-se

    novamente a soluo.

    Utilizando o papel indicador foi medido o pH da soluo em torno de 13, fazendo-se

    necessrio o uso de 14 mL de soluo de cido clordrico (HCl 6 mol.L-1 ) para que

    obtivssemos o pH da soluo igual a 7.

    A soluo foi aquecida at princpio de turvao. O bquer contendo a soluo foi

    arrefecido em um recipiente contendo gelo e gua fria, podendo ento ser observado

    formao de cristais NaCl puro no fundo do bquer. Em seguida filtrou-se e repetiram-se

    as operaes de concentrao e cristalizao do filtrados resultantes trs vezes.

    Foi feita a secagem do NaCl puro obtido em estufa e posteriormente efetuou-se a

    pesagem.

    Procedimento III

    Em um bquer lavou-se o NaCl puro contido no papal filtro com gua destilada. Em

    seguida a soluo da lavagem foi dividida em dois tubos de ensaio. Ao primeiro tubo

    acrescentou a soluo Na2CO3 e ao segundo a soluo de NaOH. Sendo feitas as devidas

    observaes.

  • RESULTADO E DISCUSSO

    O produto de solubilidade, Kps, corresponde ao produto das concentraes

    presentes, associadas a uma determinada espcie. Quanto menor o seu valor, menor a

    solubilidade da espcie correspondente. O Kps mais relevante no caso de substncias

    pouco solveis em gua. Outro parmetro importante a solubilidade de uma substncia,

    em gramas da substncia em 100 mL de gua pura. A solubilidade de uma substncia varia,

    em geral, com a temperatura.

    Tabela 1 Dados referentes solubilidade de alguns sais:

    Sal Kps Solubilidade (g/100 mL de H2O)

    A frio A quente

    NaCl --------- 35,7(0C) 39,12 (100C)

    Mg(OH)2 8,9 x 10-12 (25C) 0,0009 (18C) 0,004 (100C)

    Ca(OH)2 5,5 x 10-6 0,185 (0C) 0,077 (100C)

    MgCO3.5 H2O 2,6 x 10-5 (12C) 0,176(7C) 0,375 (20C)

    CaCO3 (calcita) 8,7 x 10-9 (25C) 0,0014(25C) 0,0018 (75C)

    Com base nas tabelas acima, procedemos eliminao do Mg2+ e do Ca2+ atravs

    da adio de solues de NaOH e de Na2CO3, respectivamente, conforme descrito na

    metodologia utilizada, bem como a eliminao do excesso das solues de NaOH e de

    Na2CO3 atravs da adio de HCl.

    A purificao NaCl(s) impuro, consiste na eliminao do magnsio (Mg+) e do clcio

    (Ca+), atravs da precipitao dos sais dos elementos. A eliminao do magnsio feita ao

    adicionarmos a soluo de hidrxido de sdio (NaOH) 6mol.L-1 at a completa precipitao

    do Mg2+, pode-se observar a formao de um precipitado gelatinoso, com colorao branca.

    O NaCl frequentemente contaminado com pequenas quantidades de MgCl2. O sal de

    magnsio higroscpico, ou seja, absorve a gua do ar e, ao faz-lo, causa a agregao do

    NaCl. A adio do NaOH 6mol.L-1 converte o Mg2+ em:

    2NaOH(aq) + Mg+

    (aq) Mg(OH)2 (s)+ 2Na+

    A equao molecular seria:

    MgCl2(aq) + 2 NaOH(aq) Mg (OH)2(s) + 2 NaCl(aq)

  • Mg+2 + 2Cl- + 2Na+ + 2OH Mg (OH)2 + 2Na + + 2Cl.

    O Na+ e Cl- na equao acima so chamados ons do espectador, pois so cancelados,

    restando apenas a seguinte equao:

    Mg+2 + 2OH Mg (OH)2

    Ao adicionarmos Na2CO3 observou-se um precipitado coloidal, com tonalidade

    branca. Para neutralizar a soluo que estava com seu pH em torno de 13, adicionou-se 14

    mL de soluo de cido clordrico (HCl 6 mol.L-1 ) para a obteno do pH igual a 7( neutro).

    HCl + NaOH NaCl + H2O

    H+ + OH- Na+ +Cl- + H2O

    Reao obtida ao misturarmos o Na2CO3 com a soluo para eliminao de Ca+:

    Ca+ + Na2CO3 CaCO3 + 2Na+

    A equao molecular:

    CaCl2 + Na2CO3 CaCO3 + 2NaCl

    Ca+ + 2Cl + 2Na+ + CO3- CaCO3 + 2Na+ + 2Cl

    Ca+ + CO3- CaCO3

    Repetiram-se os processos de concentrao e recristalizao do filtrado resultante

    por trs vezes para a obteno do NaCl puro. O NaCl puro contido no papel filtro foi seco na

    estufa para a realizao do clculo de rendimento da purificao do sal:

    Para calcular o rendimento (R) da purificao do sal temos:

    Massa do sal impuro Massa do papel filtro + NaCl puro Massa NaCl puro obtido

    5g 0,59g 0,10g

    O rendimento dado por:

    5g sal impuro--------------100%

    0,10g sal puro-------------R

    R =

    = R =

    = 2% de rendimento.

    Pode-se observar que o rendimento foi muito baixo, o que indica a eliminao de

    impurezas atravs da adio de reagentes e do processo de recristalizao. O filtrado

    resultante que foi descartado provavelmente continha NaCl dissociado na forma dos ons

  • Na+ e Cl- , o que contribuiu para o baixo rendimento do NaCl puro, alm dos erros do

    experimentador.

    Na terceira etapa, dividiu-se a gua da lavagem do papel filtro contendo o NaCl

    puro em dois tubos de ensaios. Ao primeiro tubo, adicionou-se a soluo Na2CO3, j no

    segundo tubo, adicionou-se a soluo de NaOH, visualmente as amostras apresentavam-se

    transparentes e suas composies aparentemente homogneas, o que indica um certo grau

    de pureza.

    CONCLUSO

    O objetivo da prtica foi alcanado, pois foi feita a purificao de uma amostra de

    NaCl impuro atravs da adio de reagentes e do processo de recristalizao, obtendo

    assim uma amostra de NaCl puro.

    O emprego destes tipos de mtodos permite a produo de uma composio mais

    homognea e com maior grau de pureza, entretanto faz-se necessrio o conhecimento das

    diferentes afinidades entre solutos e solventes e a solubilidade das provveis impurezas

    envolvidas, bem como conhecimento das diversas etapas associadas ao preparo,

    purificao e caracterizao das substncias envolvidas.

    O NaCl puro que obtivemos teve uma concentrao significativa de impurezas

    retiradas, lembrando que este um produto que necessita da presena de alguns aditivos e

    conservantes necessrios para a sade.

    .

  • REFERNCIAS

    [1]LEE, J.D. Qumica inorgnica no to concisa, traduo da 5 edio inglesa/ Henrique E.

    Toma, Koiti Araki, Reginaldo C. Rocha So Paulo: Blucher, 1999.

    [2] MELLOR, J.W.,Qumica Inorgnica Moderna, 3 edio, Editora, Globo, Porto

    Alegre,1955

    [3] RUSSEL, John Blair. Qumica Geral, 2. ed. So Paulo: Pearson Education do Brasil,

    1994.

    [4] SHRIVER, D.F. ATKINS, P.W.Qumica Inorgnica. 3 edio. Porto Alegre:Bookman,

    2003.

    [5] . Acesso em 14/03/2014 s

    15h 55min

    [6] Acesso em 14/03/2014 s 17h

    23min

    [7]. Acesso em

    13/03/2014 s 10h 17min

    [8] . Acesso em 13/03/2014

    s 09h 12min

    [9] Acesso em 13/03/2014 s

    08h24min

    [10] Acesso em

    13/03/2014 s 13h 49min