88
Universidade Eduardo Mondlane Comissão da Reforma Curricular Quadro Curricular Para a Graduação Maputo, Outubro de 2011

Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

  • Upload
    others

  • View
    6

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

Universidade Eduardo Mondlane

Comissão da Reforma Curricular

Quadro Curricular Para a

Graduação

Maputo, Outubro de 2011

Page 2: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

ii

Ficha Técnica

Título: Quadro Curricular Para a Graduação

Editor: Direcção Pedagógica (UEM)

Comissão Da Reforma Curricular

Maquetização e Impressão: Imprensa Universitária – UEM

Tiragem: ----- Exemplares

Nrº do Registo: 0000/RLINLD/2011

Data da Publicação: 2011

Page 3: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

iii

COMISSÃO DA REFORMA CURRICULAR

Prof. Doutora Eng. Maida Abdulssatar Khan – DP

Prof. Doutora Leda Hugo - DP

Prof. Doutor Firmino Mucavele – GRAIR

Prof. Doutor José Leopoldo Nhampossa- DRA

Arq. Anselmo Cani- FAPF

Prof. Doutora Vitória Branco Neves – FM

Prof. Doutora Eunice Cavane - FAEF

Doutor Eng. Gabriel Amos – FEUEM

Prof. Doutor Samuel Quive - FLCS

Prof. Doutor Salvador Mondlane Júnior, FC

Dr . Ernesto Mandlate, FACED

Dr. Jose Camilo, DC

Prof. Doutor Armando Dimande – FD

Page 4: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

iv

Lista Abreviaturas

DP- Direcção pedagógica

DC – Direcção Científica

DRA – Direcção do registo Académico

FACED – Faculdade de Educação

FAEF – Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal

FAPF – Faculdade de Arquitetura e Planeamento Físico

FC – Faculdade de Ciências

FD – Faculdade de Direito

FLCS – Faculdade de letras e Ciências Sociais

FM – Faculdade de Medicina

GRAIR – Gabinete da Reforma Académica e Integração Regional

MINED – Ministério da Educação

PEC – Plano Estatal Central

SPA – Sistema Ponderado de Avaliação

SNATCA – Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de

créditos Académicos

SNE – Sistema Nacional de Educação

UEM – Universidade Eduardo Mondlane

Page 5: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

v

Índice

1. Introdução ……………………………………………………... 1

2. Admissão na UEM

2.1. Historial do processo de ingresso na UEM ........................... 5

2.2. Exames de Admissão: Evolução .......................................... 7

2.3. Exames de Admissão: Objectivos ........................................ 8

2.4. Exames de Admissão: Nota mínima .................................... 9

2.5. A Comissão de Exames de Admissão ................................ 10

2.6. Os Exames de Admisaão actuais e propostas para o futuro

...................................................................................... 10

3. Filosofia Curricular …………………………………………... 15

3.1. Estrutura dos programas de estudo..................................... 15

3.1.1. O Modo de Ensino ..................................................... 15

3.1.2. O ano académico na UEM .......................................... 16

3.1.3. Qualificações (graus), designações e programas de

estudos (cursos) ........................................................ 20

3.1.4. Perfil geral dos graduados .......................................... 22

3.1.5. Objectivos gerais dos programas de estudos ................ 24

3.1.6. Estrutura dos planos de estudos .................................. 24

3.1.7. Duração dos programas de estudos ............................. 25

3.1.8. Formas de culminação de estudos ............................... 28

3.2. Condições para implementação do Quadro Curricular

...................................................................................... 29

3.3. Disposições transitórias .................................................... 34

Page 6: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

vi

4. Guião para a uniformização na apresentação dos curricula . 35

4.1. Preâmbulo ....................................................................... 35

4.2. Introdução ....................................................................... 35

4.3. Relevância do Curso ......................................................... 36

4.4. Descrição do Campo Profissional (opcional) ...................... 36

4.5. Grupo Alvo ...................................................................... 37

4.6. Objectivos do Curso ......................................................... 37

4.6.1. Objectivos gerais do curso ......................................... 37

4.6.2. Objectivos específicos do curso .................................. 37

4.7. Perfil do Graduado ........................................................... 38

4.7.1. Perfil Ocupacional do graduado .................................. 38

4.7.2. Perfil Profissional do graduado ................................... 39

4.8. Filosofia de Formação ...................................................... 39

4.9. Estrutura e Duração do curso ............................................ 40

4.10. Conteúdo do curso e Plano de Estudos ............................. 41

4.11. Formas de culminação dos estudos .................................. 42

4.12. Sobre o tronco comum .................................................... 43

4.13. Classificação final do curso ............................................. 44

4.14. Tabela de Precedências ................................................... 44

4.15. Plano de transição........................................................... 45

4.15.1. Transição gradual .................................................... 45

4.15.2. Transição brusca ...................................................... 46

4.16. Programas temáticos das disciplinas ................................ 47

4.17. Programas analíticos das disciplinas ................................ 48

Page 7: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

vii

5. Guião Prático para a Implementação do Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de Créditos Académicos … 54

5.1. Preâmbulo ....................................................................... 54

5.2. Introdução ....................................................................... 54

5.3. Definições e termos usados no âmbito da aplicação do

SNATCA ....................................................................... 55

5.4. Principais instrumentos e características dos sistemas de

acumulação e transferência de créditos académicos. .......... 57

5.5. Condições gerais que devem ser criadas para a utilização

do Créditos Académicos. ................................................. 59

5.5.1. Compromisso institucional ......................................... 59

5.5.2. Transparência, flexibilidade e confiança mútua,

particularmente para a resolução de problemas

decorrentes da implementação do SNATCA. .............. 60

5.5.3. Mecanismos de atribuição de créditos à disciplinas

ou módulos .............................................................. 60

5.6. Introdução do Sistema Ponderado de Avaliação

(SPA)-Grade Point Average ............................................ 66

5.6.1. Diferença entre atribuição de créditos a disciplinas ou

módulos e atribuição de créditos a estudantes ............. 71

5.6.2. Como proceder nos casos em que o estudante visitante

não está em condições de se apresentar ao exame? ...... 71

5.6.3. Como proceder se o exame da instituição de origem

não puder ser substituído? ......................................... 72

5.7. Avaliação de trabalhos de culminação de estudos. .............. 72

5.8. Transferência de Créditos Académicos .............................. 73

5.8.1. O que é a transferência de créditos académicos? .......... 73

5.8.2. Como se procede a transferência de créditos

académicos? ............................................................. 74

Page 8: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

viii

5.9. Métodos de transferência usados ..................................... 74

5.9.1. Considerações de ordem prática .................................. 75

5.9.1. Coordenadores dos Créditos Académicos .................... 76

5.9.3. Dossier de Informação ............................................... 78

Page 9: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

ix

Page 10: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

1

1. Introdução

Em 2008, o Conselho Universitário da Universidade Eduardo

Mondlane (UEM) aprovou o seu Plano Estratégico (2008-2012). Este

instrumento fundamental para a vida da instituição apresenta a visão

geral que se almeja atingir durante o quinquénio. Partindo da análise

da situação da altura, tal documento apresenta as potencialidades, as

vulnerabilidades, os constrangimentos, a missão e os objectivos

previstos.

Foi neste contexto geral que, em 2008, se iniciou a Reforma

Curricular. No intuito de operacionalizar a Reforma, foi criado o

Gabinete para a Reforma Académica e Integração Regional

(GRAIR). Paralelamente, foi promulgada a nova Lei do Ensino

Superior em 2009, instrumento legal que suporta todo o processo

estrutural de mudança e ajustamento do Ensino Superior em

Moçambique em relação à região e ao mundo em geral.

Este ambiente criou condições para que a Reforma Académica se

concretizasse ao nível das políticas governamentais e em consonância

com as actividades em curso na UEM. Através do Despacho Reitoral

Nº 184/RT/2009 foi criada, em Dezembro de 2009, a Comissão para

a Preparação do Quadro Curricular da UEM e do Guião de

Uniformização dos Currículos da UEM, fazendo parte desta não só

membros da Direcção Pedagógica, Direcção Científica, Direcção do

Registo Académico, como também Professores de reconhecido

mérito das de diversas áreas científicas e com experiência na Gestão

Universitária.

Como órgão de assessoria à Vice-Reitoria Académica da

Universidade, a Comissão para a Preparação do Quadro Curricular,

coordenada pelo Vice-Reitor Académico, tinha a missão de preparar,

Page 11: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

2

conduzir e realizar todas as actividades relevantes que culminariam

com a produção do Quadro Curricular, do Guião para a

Uniformização e apresentação dos currículos e do Guião Prático para

a Implementação do Sistema Nacional de Acumulação e

Transferência de Créditos Académicos conforme preconizavam os

termos de referência emanados do despacho reitoral que criava a

Comissão.

O trabalho da Comissão foi dividido em três etapas. Na primeira, foi

recolhida a informação e documentação relevante para o

desenvolvimento curricular na UEM. Adicionalmente, foram

recolhidas e analisadas as experiências e os modelos curriculares de

instituições de ensino superior de países da região da África Austral,

incluindo a consulta de documentos sobre as perspectivas de

desenvolvimento do ensino superior na União Europeia. Na segunda

etapa, foi feita uma consulta às diversas unidades académicas da

UEM. Este exercício forneceu alguns elementos relevantes que

permitiram não só captar a sensibilidade e a pulsação da instituição

sobre matéria como também sugestões tão valiosas que tornaram o

quadro curricular mais inclusivo e realista. Na terceira etapa, e como

resultado das actividades descritas nas etapas anteriores, foi

produzida a versão preliminar deste Quadro Curricular da UEM. Este

um documento de trabalho que foi apresentado ao Conselho de

Directores e enviado às unidades orgânicas para discussão e recolha

de contribuições. O Quadro Curricular que se apresenta em seguida

foi desenvolvido pela Comissão ora mencionada, num processo de

consulta e reflexão permanente com as unidades académicas. O

Quadro Curricular aplica-se ao nível de graduação e abrange os

cursos oferecidos quer em regime laboral quer em regime pós-

laboral.

Page 12: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

3

O presente Quadro Curricular constitui a base que permitirá, por um

lado, levar a cabo as reformas específicas nas unidades académicas e,

por outro, onde necessário, a produção de regulamentos mais

ajustados à visão e missão da UEM em sintonia com a região e o

mundo.

O documento estrutura-se do seguinte modo: a primeira parte trata

dos ingressos na UEM; a segunda apresenta a filosofia curricular; a

terceira constitui o guião para a uniformização dos currículos;

finalmente, a quarta constitui o guião para a implementação do

sistema de créditos académicos.

Page 13: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade
Page 14: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

5

2. Admissão na UEM

2.1. O processo de ingresso na UEM

Desde a independência nacional, o processo de ingresso na

Universidade Eduardo Mondlane (UEM), tem apresentado diferentes

formatos. Um breve olhar sobre os ingressos, mostra que, até 1977, a

frequência dos cursos da UEM não estava condicionada à realização

de qualquer prova de admissão, sendo o único critério a conclusão,

com sucesso, do ensino pré-universitário. A partir dessa altura os

estudantes passaram a ser encaminhados para as instituições públicas

do Ensino Superior com base num regime de afectação. Este processo

baseava-se na compatibilização das necessidades estratégicas do

Governo de Moçambique no âmbito do Plano Estatal Central (PEC).

Pela primeira vez, em 1985, é introduzido na UEM o semestre

"zero". Mais tarde, este semestre passou a ser designado semestre

―básico‖ com vista ao melhor enquadramento académico dos

estudantes recém ingressados. O desenrolar do processo de ingresso

na UEM associado ao aumento de novos cursos e a procura crescente

de vagas para o Ensino Superior, são introduzidos em 1991, os

exames de admissão.

Os exames de admissão e o semestre ―básico‖ eram duas

componentes que integravam o processo de ingresso e que atendiam

resumidamente à duas questões fundamentais que se colocavam, a

saber:

Número de vagas inferior ao número de candidatos;

Conhecimentos e habilidades, em geral, dos candidatos,

aquém das exigências do Ensino Superior.

Quanto à primeira questão, deve ser tomado em conta o grande

desequilíbrio entre a oferta e a procura de certos cursos de nível

Page 15: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

6

superior. Normalmente, a escolha era feita em função de uma

percepção que se tinha do curso, da expectativa que os candidatos

tinham sobre a carreira profissional e as facilidades de acesso ao

mercado de trabalho.

Presentemente, o cenário afigura-se mais complexo ainda, pois há

estudantes que simplesmente ingressam no Ensino Superior sem

terem reflectido sobre as habilidades que deverão desenvolver de

modo a frequentar e concluir o curso com sucesso e em tempo útil.

Esta situação deve ser analisada no contexto actual, o qual impõe

uma série de questões cujas soluções exigem uma acção concertada

entre a UEM e o Ministério de Educação (MINED). Por um lado,

nota-se que os graduados da 12ª classe ou equivalente, de um modo

geral, ingressa no Ensino Superior com lacunas de natureza diversa,

devendo ser da responsabilidade do Sistema Nacional de Educação

(SNE), como um todo, corrigir esta situação.

Entretanto, cabe à UEM o desafio de criar as condições mínimas

necessárias para que o estudante recém-ingressado adquira, o mais

rápido possível, um nível de conhecimentos e habilidades que lhe

permitam um desempenho aceitável ao longo da sua formação para

que termine com sucesso, dentro do prazo previsto, o seu curso. Por

outras palavras, significa que as habilidades gerais de estudo, de

leitura, escrita, saber trabalhar em grupo e outras, devem ser

complementos reais do perfil de um candidato aos cursos da

Universidade.

Page 16: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

7

2.2. Exames de Admissão: Evolução

Como se referiu anteriormente, desde 1991 que o acesso às

instituições públicas de Ensino Superior em Moçambique é feito com

base na prestação de exames de admissão, de acordo com o Diploma

Ministerial 86/90 de 20 de Outubro. O mesmo Diploma ressalta a

fraca capacidade das instituições do Ensino Superior de admitir os

graduados do ensino pré-universitário, cujo número vinha crescendo

anualmente. Portanto a introdução dos exames de admissão resultou

da necessidade de normalizar e harmonizar as condições e critérios

de acesso ao Ensino Superior de forma a garantir a igualdade de

oportunidades a todos os cidadãos e seleccionar com maior rigor os

candidatos para os diferentes cursos.

O sistema de exames de admissão à UEM assenta nos seguintes

princípios básicos:

1. A selecção, em quantidade e qualidade, para os novos

ingressos das várias Faculdades da UEM, sendo introduzido

"numerus clausus";

2. Os testes de exame constituem fundamentalmente uma forma

de selecção por área científica e não especificamente por

curso.

3. O teste por disciplina é único e válido para todos os cursos da

instituição que tenham essa disciplina nuclear;

4. A organização e coordenação de todo o processo dos exames

de admissão é da responsabilidade da UEM, nomeadamente,

da Direcção Pedagógica;

5. O sistema de exames é um sistema de concurso anual,

aplicado igualmente para os candidatos de todas as regiões

Page 17: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

8

do País, não se prevendo, na sua aplicação, qualquer forma

de discriminação seja ela positiva ou negativa.

Decorridos 20 anos, a aplicação do princípio (2) mostra que para, as

várias áreas científicas, ele não tem permitido a selecção de

candidatos que satisfaçam as exigências específicas dos respectivos

cursos. Por exemplo, um candidato ao curso do Direito e ao de

Linguística e Literatura fazem exactamente o mesmo teste de

admissão, sendo a única diferença o peso das disciplinas. Por isso,

impõe-se cada vez mais uma diferenciação dos testes de admissão de

acordo com a especificidade do curso.

Em relação ao princípio (3), a actual experiência mostra a

necessidade de a Direcção Pedagógica dialogar mais com as

faculdades e escolas, para a definição dos conteúdos dos testes de

admissão com vista a responder com exactidão às exigências dos

cursos. No tocante ainda ao princípio (3), com o decorrer do tempo,

foram aparecendo muitas formas paralelas de admissão à UEM que

contrastam com aquele principio. Refira-se a este propósito, às cotas

de candidatos por província; a repescagem de candidatos para os

cursos com insuficiência de candidatos, particularmente com a

introdução dos cursos em regime pós-laboral; a admissão de

candidatos através de acordos de parceria entre a UEM e outras

instituições governamentais, etc. Isto significa que através destas

formas paralelas de admissão há, de facto, uma discriminação

positiva de certos grupos que provavelmente influenciam a qualidade

dos candidatos à UEM. Note-se que, actualmente, as cotas

provinciais perderam a sua razão com a criação de outras instituições

de ensino superior públicas e privadas nas províncias.

2.3. Exames de Admissão: Objectivos

Page 18: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

9

O Diploma Ministerial 86/90 de 20 de Outubro de 1990 traça as

linhas gerais sobre as quais assenta o processo dos exames de

admissão, nomeadamente:

1. Seleccionar a quantidade de novos ingressos previstos para

cada curso, de acordo com o número de vagas previstas,

atendendo a capacidade específica de cada Faculdade;

2. Seleccionar os candidatos que demonstrarem capacidades e

habilidades consideradas importantes para a frequência com

sucesso de cursos do Ensino Superior;

3. Seleccionar os candidatos que demonstrarem ter apreendido

os conteúdos básicos fundamentais das áreas (ou disciplinas)

consideradas nucleares para cada curso de Ensino Superior.

2.4. Exames de Admissão: Nota mínima

De 1991 a 1993, priorizou-se o preenchimento das vagas

estabelecidas para cada curso, pelo que os critérios não foram

definidos na base das notas obtidas nos exames, mas pela relação

entre o número de candidatos e o número de vagas. Por exemplo, em

1992, para certos cursos, o critério de admissão consistiu em ter

obtido "nota diferente de zero". Para ser admitido bastava ter estado

presente no exame.

Porém, a partir de 1994, foi decidido exigir, para todos os cursos,

pelo menos nota positiva em ambas as disciplinas nucleares, como

critério de admissão. Embora se tenha estabelecido este critério,

presentemente, com a introdução de novos cursos, alguns dos quais

ainda pouco divulgados, outros funcionando em regime pós-laboral, a

prática mostra que nem sempre este critério é aplicável, pois o

critério principal para o acesso é ter concluído a 12ª classe ou o

equivalente, como reza a Lei do Ensino Superior.

Page 19: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

10

Assim, tendo em conta o exposto anteriormente, a UEM deveria

associar, entre outros factores, a média aritmética da nota do Exame

de Admissão à média final da 12ª classe para seleccionar os seus

candidatos, como forma de estimular os melhores alunos.

2.5. A Comissão de Exames de Admissão

A Comissão de Exames de Admissão ou Departamento de

Admissões deve ser um sector permanente, especializado e

responsável pela gestão de todo o processo de ingressos. Os membros

devem ser seleccionados entre as diversas unidades académicas da

UEM (faculdades e escolas superiores) e para a garantir a

rotatividade necessária, estes membros devem ter um mandato,

claramente definido pela Direcção Pedagógica.

2.6. Os Exames de Admissão: actuais e propostas para o futuro

Presentemente, os Exames de Admissão decorrem apenas numa e

única época. Esta medida foi tomada visando corrigir algumas

situações que ocorriam no período em que o exame de admissão era

feito em duas épocas, nomeadamente, o facto de ser considerado

pouco justo, caro e bastante moroso. Há ainda a referir que o tempo

de preparação e realização dos exames de admissão e o início do ano

lectivo que é curto, havendo a necessidade de se repensar no assunto.

Os exames de Admissão decorrem na UEM na primeira semana de

Janeiro todos os anos.

A falta de uniformidade nos exames, que de ano para ano mudam

quanto ao estilo, aos conteúdos avaliados e o equilíbrio entre os

conhecimentos e as habilidades faz com que o exame de admissão

seja um instrumento para medir tendências ao longo do tempo (os

resultados em anos diferentes não são comparáveis). Contudo,

Page 20: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

11

presentemente esta situação ficou ultrapassada porque os exames de

admissão são elaborados pelos docentes das faculdades na base dos

tópicos de conteúdos programáticos fornecidos à Comissão de

Exames de Admissão pelo MINED. Esta situação permite que haja

maior envolvimento de professores com experiência e formação na

elaboração de testes, associado ao maior envolvimento das

Faculdades no processo de Exames de Admissão.

Embora tenham sido colmatadas algumas situações, reconhece-se,

igualmente, que os testes actuais ainda não medem os conhecimentos

e as capacidades considerados essenciais para a integração do

estudante nos cursos da UEM.

A existência de um manual de exames de admissão e a brochura

sobre os cursos oferecidos pela UEM ao nível das faculdades visa

munir os candidatos de mais informação sobre a UEM. Contudo,

reconhece-se que mais medidas deviam ser tomadas e implementadas

para diminuir o défice de informação no seio dos alunos do ensino

secundário relativamente aos cursos oferecidos pela UEM.

No intuito de resolver a morosidade no processo de correcção dos

exames, introduziu-se o sistema de correcção electrónica dos

mesmos. Reconhece-se que este sistema de correcção é rápido, mas

há habilidades que presentemente este sistema não avalia em algumas

disciplinas. Estão neste caso, por exemplo, a composição escrita, os

métodos de estudos, a capacidade de trabalhar em equipa, etc. Esta

situação, impõe um desafio aos professores que elaboram os exames

sobre as diversas possibilidades de avaliação das habilidades que, até

ao momento, não são avaliadas no sistema de exame actual.

Reconhece-se, por vezes, que há um desfasamento entre a definição

de disciplinas nucleares e o teor dos cursos. Por isso, deviam ser

elaborados exames de admissão por orientação da área científica

nuclear, com o apoio da Faculdade de Educação da UEM. Isto

Page 21: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

12

significa, por outras palavras, que na constituição do Departamento

de Exames de Admissão deverão ser incluídos docentes da Faculdade

de Educação especializados nestas matérias, através do Centro de

Desenvolvimento Académico (CDA).

A avaliar pela dinâmica actual do processo de ingresso e pelo

percurso do estudante durante o curso, torna-se necessário equacionar

a possibilidade de a nota da conclusão do ensino secundário vir a ser

considerada na selecção dos estudantes. Esta nota, deverá ter um peso

não superior ao do exame de admissão. Reconhece-se a

complexidade do assunto, pois exige uma acção mais concertada com

o MINED e até mesmo com o envolvimento dos futuros candidatos..

Face aos problemas verificados nos estudantes recém ingressados na

UEM, dever-se-á criar uma plataforma de superação das lacunas do

ensino secundário, através da obrigatoriedade da frequência nas

disciplinas gerais ou do tronco comum, como as de Línguas

Portuguesa e Inglesa e a disciplina de Métodos de Estudo para todos

os cursos. Esta fase poder-se-ia considerar de um ano de

enquadramento.

Há que reconhecer o papel que o BUSCEP teve na preparação de

estudantes para os cursos das ciências naturais/exactas. Actualmente,

esta tarefa devia ser apropriada pelo Centro de Desenvolvimento

Académico da Faculdade de Educação, como instrumento alternativo

para melhorar os resultados académicos dos estudantes, no contexto

do 1º ciclo universitário. Reconhecendo-se que a conjuntura actual é

diferente daquela em que surgiu o BUSCEP, a UEM, como um todo,

deverá adoptar estratégias apropriadas visando colmatar os desafios

que surgem com os novos ingressos, bem como a garantia de

excelente qualidade dos graduados que esta instituição coloca no

mercado actualmente.

Page 22: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

13

Por outro lado, a UEM deverá apostar na divulgação, nas escolas

secundárias, dos cursos que ministra. Nesta medida, poderão

desempenhar papel de relevo, não só os órgãos apropriados, de nível

central, como também as escolas superiores.

Page 23: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade
Page 24: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

15

3. Filosofia curricular

3.1. Estrutura dos programas de estudo

3.1.1. O modo de ensino

O universo da aprendizagem inclui um espectro bastante amplo de

práticas com diferentes objectivos educacionais e profissionais. A

distinção entre estas práticas nem sempre é clara e definida.

Numa extremidade encontra-se a chamada educação geral,

organizada em áreas e disciplinas científicas e, que muitas vezes tem

lugar em instituições específicas de formação. Os programas de

educação geral preparam os seus graduados para o mercado de

trabalho conferindo-lhes competências cognitivas desenvolvidas,

competências de comunicação, competências de liderança,

competências de adaptação à mudança e, claramente, conhecimentos

e competências de aplicação dos conhecimentos científicos próprios

da área de especialidade.

No outro extremo encontra-se a chamada educação profissional ou

vocacional onde os conhecimentos, destreza e habilidades

necessárias para a prática competente de uma profissão são

adquiridas pela exposição orientada do graduado ao ambiente de

trabalho, resolvendo os problemas reais com os constrangimentos

reais e em tempo real. Na sua forma mais pura, estes programas de

formação têm lugar nos locais de trabalho/produção.

Entre estes dois extremos podem-se encontrar variadas combinações

dos dois modos em diferentes proporções.

A UEM reconhece o valor e legitimidade de todos os modos de

ensino como instrumentos de preparação dos graduados para o

mercado de trabalho. No entanto, a UEM gradualmente adoptará as

Page 25: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

16

metodologias de ensino centradas no estudante como modo de ensino

de eleição.

Por tradição, na UEM, o modo dominante ou principal de ensino é a

educação geral. Outros modos ou combinações de modos poderão

existir, como são os casos dos programas da Escola de Hotelaria e

Turismo, da Escola de Comunicação e Artes, da Faculdade de

Medicina, entre outros. O documento aqui apresentado refere-se à

estrutura dos cursos no modo dominante de ensino.

3.1.2. O ano académico na UEM

Para todos os programas, o ano académico tem o seu início em

Fevereiro e termina em Dezembro, cabendo à Vice-Reitoria

Académica fixar, em cada ano, as datas exactas de início e fim. O

Decreto n 32/2010 do Conselho de Ministros, que cria o Sistema

Nacional de Acumulação e Transferência de Créditos Académicos,

fixa que o ano académico deverá ter a duração normal máxima de 38

semanas com uma carga de trabalho do estudante máxima de 40

horas semanais. Ou seja o volume anual de trabalho do estudante

máximo é de 1500 horas. O volume de trabalho do estudante deve

incluir as horas de contacto e as horas destinadas ao estudo

individual, elaboração de trabalhos, preparação e realização de

exames e dos trabalhos de culminação do curso. Estas horas devem

ser calculadas de acordo com o tipo de actividade de ensino

aprendizagem, podendo ser especificadas pelo docente de acordo

com o tipo de actividade.

O Decreto acima citado prevê, também, que o volume anual de

trabalho do estudante possa ser excepcionalmente aumentado até um

limite de 1800 horas distribuídas por 45 semanas mas à mesma razão

de 40 horas semanais no máximo.

Page 26: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

17

Na UEM, o ano académico organiza-se em semestres lectivos.

Considerando o prescrito na lei e comprovada pela experiência a

necessidade de mais tempo de trabalho, na UEM o calendário

normal terá a duração de 16 (dezasseis) semanas de contacto

directo por semestre, 1 (uma) semana de preparação para as

avaliações e 4 (quatro) semanas para a realização de avaliações

finais, o que totaliza 21 semanas por semestre.

Contudo, atendendo à necessidade curricular de realização de práticas

ou trabalhos de campo a decorrerem fora das premissas da UEM e

em regime de dedicação a tempo inteiro que certos cursos têm, para

esses cursos e somente nos anos em que essas actividades têm lugar,

poderá ser aplicável o calendário com actividades de Julho (AJU’s)

que se compõe de um período lectivo de 15 semanas semestrais mais

duas semanas de práticas.

Devem-se notar as seguintes particularidades:

1. Para qualquer um dos calendários académicos, os semestres

lectivos terão uma semana de interregno de actividades

chamada semana intercalar. Este período não conta para o

cálculo do volume anual de trabalho.

2. No calendário com AJU’s não haverá a semana de

preparação de exames.

3. No calendário normal haverá um período de uma semana em

cada semestre para a preparação dos exames. Este período

deve ser contabilizado para o volume anual de trabalho à

razão de 40 horas de trabalho semanal no máximo, o que

corresponde à 8 horas diárias durante 5 dias por semana. Os

cursos cujo volume total de trabalho seja superior à 40 horas

poderão, com fundamentação, submeter os seus currículos

Page 27: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

18

para aprovação e posterior solicitação de autorização ao

Ministro superintendente.

4. Todas as actividades curriculares programadas e obrigatórias

nos planos de estudo deverão ser encaixadas no período

lectivo oficial. Quer isto dizer que, em princípio, são

proibidas todas as actividades que contribuem para o

aumento efectivo do ano académico. São exemplo as actuais

Práticas de Produção, AJAs e outras quando fora do

calendário regular.

O quadro seguinte mostra a distribuição dos calendários académicos

normal e com AJU’s ao longo do ano.

Page 28: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

Quadro 1. Calendário Académico

Semanas do ano calendário

PrimeiroSemestre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Calendário c/

AJU’s

Total 42 semanas

Calendário normal

Total 42 semanas

Segundo Semestre 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52

Práticas/Estágios Período de exames

Período de aulas Preparação para exames

Semana Intercalar

Page 29: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

20

O regime de funcionamento é semestral, querendo dizer que no fim

de cada semestre deverão ser realizados os exames finais das

unidades curriculares que tiveram lugar. Excepcionalmente, poderão

ser leccionadas unidades curriculares com duração anual, devendo

para tal justificar-se a necessidade.

Na UEM, o volume anual máximo de trabalho fixa-se em 1680 horas,

correspondentes a 42 semanas à razão de 40 horas por semana. Este

tempo inclui as horas de contacto efectivo (tempo real de contacto

directo) com os professores e o tempo dedicado ao estudo individual,

preparação para os exames e realização dos exames.

Uma unidade de crédito corresponde a entre 25 a 30 horas

normativas de aprendizagem, segundo a regulamento do SNATCA.

Na UEM, uma unidade de crédito corresponde a 30 horas

normativas. As actividades de contacto organizam-se por tempos

lectivos. É fixada, em toda a UEM, a duração de um tempo lectivo

em 50 minutos havendo um intervalo de pelo menos 10 minutos entre

dois tempos lectivos sucessivos.

3.1.3. Qualificações (graus), designações e programas de

estudos (cursos)

Uma qualificação é o reconhecimento formal e a certificação de se

ter atingido um determinado nível de aprendizagem conferidos por

uma instituição de ensino-aprendizagem. As qualificações são

definidas no Quadro Nacional de Qualificações e prescritas na lei.

A UEM, como instituição de aprendizagem, confere aos seus

graduados através dos seus programas, as qualificações de

Licenciado, Mestre e Doutor.

Page 30: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

21

A UEM reconhece que as organizações sócio-profissionais detêm um

papel importante e previsto na lei, na definição dos atributos e

competências necessárias para o exercício das profissões e na

definição e controlo das normas de conduta e de ética profissionais.

Neste âmbito, as associações sócio-profissionais determinam se uma

qualificação específica oferecida por uma instituição de

aprendizagem reúne os requisitos necessários para o exercício

profissional dos graduados. No entanto, esta questão é distinta da

definição das qualificações.

A UEM reconhece e valoriza a participação dos vários agentes

sociais na determinação dos programas de estudos como um

instrumento fundamental para a satisfação plena das necessidades de

competências e habilidades profissionais do mercado de trabalho e

economia no geral.

Para a Licenciatura, a designação destas qualificações ou graus

obedecerá ao seguinte: A designação poderá conter no máximo dois

qualificadores. O primeiro descreve a área científica genérica e o

segundo qualifica a especialização dentro da área genérica. São

exemplos: Licenciado em Ciências Físicas, Licenciado em Direito,

Licenciado em Ciências Sociais, Licenciado em Engenharia

Mecânica, etc. As abreviaturas a usar são: Lic.(eng), Lic (Med), Lic.

(Antr).

Os programas de estudos ou cursos são um conjunto estruturado,

sequencial e com um propósito único de experiências e actividades

de aprendizagem que conduzam à uma qualificação. Na UEM, os

programas de estudo têm um ponto de entrada e um ponto de saída.

Somente àqueles que concluem um programa de estudos pode ser

atribuída uma qualificação correspondente. De forma alguma é

permitido na UEM atribuir uma qualificação por defeito ou como

resultado do insucesso na qualificação superior.

Page 31: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

22

Aos estudantes que por qualquer que seja o motivo não concluam um

programa de estudos pode ser passado um certificado das unidades

curriculares feitas na instituição.

3.1.4. Perfil geral dos graduados

O perfil geral do graduado é uma referência para a definição dos

perfis dos diferentes níveis de graduação numa perspectiva de

integração e acumulação e orientará a definição dos perfis específicos

dos diferentes cursos.

Perfil do Graduado com a Qualificação de Licenciado

O que o graduado deve saber:

Falar e redigir correctamente em língua portuguesa;

Ler, escutar, compreender e analisar criticamente diferentes

tipos de discurso na sua disciplina ou área de especialidade;

Raciocinar de uma maneira abstrata e lógica, e apresentar

argumentos bem fundamentados;

Compreender e aplicar com rigor os conceitos e

procedimentos metodológicos da sua área de formação;

Compreender e utilizar devidamente informação quantitativa

para representar a realidade;

Distinguir entre a ciência e outros tipos de discurso e de

pesquisa;

Compreender os métodos e procedimentos da ciência

moderna;

Compreender os efeitos da ciência e da tecnologia no meio-

ambiente natural e social;

Page 32: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

23

Conhecer os principais debates e paradigmas teóricos da sua

área nuclear e áreas adjacentes à sua formação.

O que o graduado deve saber fazer:

Recolher, analisar, interpretar e descrever informação

relevante à solução de problemas na sua área de

especialidade recorrendo a diferentes formas de

representação;

Analisar, interpretar e descrever informação quantitativa e

qualitativa por meio de gráficos, tabelas, modelos,

diagramas, esquemas ou outras formas de representação

abstracta;

Estudar e actualizar continuamente os conhecimentos ao

longo da vida;

Utilizar os novos meios de informação e comunicação na

resolução de problemas;

Definir metas e saber como alcançá-las.

O que o graduado deve ser:

Auto-confiante e disponível para trabalhar em equipa e

partilhar experiências;

Apto a gerir a mudança no seu local de trabalho e na

sociedade em geral, tomando iniciativas e assumindo

responsabilidades pelas suas opções;

Possuir uma consciência histórica e cultural sobre o mundo

em geral e Moçambique em particular;

Capaz de formular juízos éticos e estéticos informados e

relevantes ao domínio da sua actuação profissional;

Page 33: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

24

Capaz de tomar iniciativa, fazer opções e assumir

responsabilidades pelas suas opções;

Possuir um espírito empreendedor.

3.1.5. Objectivos gerais dos programas de estudos

O propósito da qualificação e dos programas de estudos é o de

providenciar graduados com uma base sólida de conhecimentos

científicos amplos, da teoria e metodologias das disciplinas

respectivas que lhes permitam integrar-se no mercado de trabalho

com iniciativa e responsabilidade. Assume-se, portanto, que a

teoria e as metodologias constituem, e são universalmente

reconhecidas como tal, uma base sólida de ingresso para o

mercado de trabalho. É, portanto, a primeira entrada de nível

superior para o mercado de trabalho.

3.1.6. Estrutura dos planos de estudos

Entende-se por unidade curricular uma unidade de aprendizagem

com objectivos próprios e que é objecto de inscrição administrativa e

avaliação traduzida numa classificação final.

Os programas de estudos, como um conjunto estruturado de

actividades de aprendizagem, deverão conter um núcleo central de

unidades curriculares da especialidade. Este subconjunto de unidades

curriculares reparte-se em unidades curriculares básicas específicas

e unidades curriculares da especialidade e confere ao graduado a

teoria e metodologias próprias das respectivas áreas de

conhecimento.

Para além das unidades curriculares nucleares, os programas de

estudos poderão conter actividades de aprendizagem de natureza

geral e actividades de aprendizagem de natureza fundamental ou

Page 34: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

25

básica. Constituem unidades curriculares gerais aquelas que não

sendo de natureza técnica da especialidade, contribuem para o

desenvolvimento da cultura geral do graduado, da compreensão e do

saber estar na sociedade e de aptidões não técnicas da especialidade.

São exemplos as unidades curriculares como Introdução à

Informática, Inglês, Técnicas de Comunicação, História da

Matemática, etc.

São unidades curriculares básicas aquelas que constituem os

fundamentos científicos gerais da área de conhecimento. Estas

correspondem, muitas vezes, às unidades curriculares fundamentais

das ciências. A inclusão destas unidades curriculares nunca deve ser

justificada pela necessidade de correcção de defeitos de formação no

ensino secundário, mas sim, pela necessidade imperiosa de se

aprofundarem os conhecimentos científicos elementares como

condição preparatória para o ciclo das unidades curriculares

nucleares.

Os planos de estudos poderão conter unidades curriculares optativas.

3.1.7. Duração dos programas de estudos

A duração dos programas de estudo é determinada pelo volume de

trabalho de aprendizagem que se espera que o estudante realize para

atingir os objectivos preconizados na qualificação respectiva. Na

UEM, o volume de trabalho é quantificado por créditos, seguindo a

metodologia de cálculo de créditos recomendada pelo SNATCA e

obedecendo aos limites expressos na lei do ensino Superior.

A duração dos programas de estudos resulta, em geral, das

qualificações médias dos estudantes no ingresso, dos objectivos do

programa de estudos e do modo de ensino adoptado na instituição. As

qualificações dos estudantes no ingresso referem-se às competências

de saída do nível de ensino que dá acesso à UEM.

Page 35: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

26

No concernente às qualificações no ingresso destacam-se duas

situações na UEM:

As qualificações em média ajustam-se às exigências para os

programas de ensino superior muito embora os estudantes

apresentem deficiências de preparação no ensino secundário

geral (é o caso da maioria dos programas oferecidos pela

UEM);

As qualificações não satisfazem os requisitos para os

programas de ensino superior e necessitam de um maior

aprofundamento antes de se iniciar o ciclo das especialidades

dos programas de estudos (são os casos dos programas de

estudos de engenharia, teatro).

Em relação ao modo de ensino, e conforme referido anteriormente,

existem diferentes sistemas em vigor na UEM, que, de um modo

geral, podem-se agrupar em duas grandes categorias:

A primeira diz respeito ao programas de estudos com uma

componente de aprendizagem no ambiente de trabalho, isto

é, uma componente da chamada educação profissional,

bastante considerável. Tais são os casos dos programas de

estudos de Medicina, Arquitectura, Hotelaria e Turismo,

entre outros.

A segunda refere-se aos programas de estudos

essencialmente baseados no modo de ensino de educação

geral.

Como resultado desta realidade, os cursos que necessitam de

aprofundar as qualificações médias dos estudantes no ingresso usarão

parte considerável do tempo de estudos nesta actividade, que por si

não constitui o objectivo do programa de estudos. Ou seja, estes

programas de estudos terão ciclos das unidades curriculares básicas

Page 36: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

27

mais longos que a média. Assim, para estes programas a UEM, em

função de uma fundamentação e a pedido expresso das unidades

orgânicas, permitirá que o volume de trabalho do estudante prescrito

para a conclusão da qualificação seja relativamente longo. Nestes

casos, o número de créditos para estes cursos poderá ser maior que o

máximo recomendado na legislação.

Por outro lado, reconhece-se que os créditos a atribuir às actividades

de aprendizagem que decorrem no ambiente de trabalho não estão em

proporção directa do tempo de duração da exposição ao trabalho. Isto

equivale a dizer que nem sempre e nem todas as actividades

realizadas no ambiente de trabalho exigem do estudante esforço de

aprendizagem direccionado ao objectivo do programa de estudos.

Portanto, cada unidade orgânica, deverá estabelecer os critérios de

atribuição de créditos às actividades de aprendizagem no ambiente de

trabalho apropriados.

Mais ainda, e para estes casos de aprendizagem profissional, a UEM

reconhece que os processos laborais possuem a sua dinâmica própria

e fora do controle das instituições de aprendizagem. Portanto, a

duração calendarizada destas actividades pode ser longa e, desta

forma, o período de tempo necessário para a conclusão da

qualificação também alongar-se.

Em conclusão, na UEM o volume de trabalho de aprendizagem,

medido em créditos e o tempo no calendário de duração dos

programas de estudos são os do chamado programa de duração

normal, sendo que na UEM, a duração normal dos programas

conducentes ao grau de Licenciatura estabelece-se em 4 (quatro)

anos, podendo as unidades orgânicas que o pretendem, propor

programas com duração de 3 (três) anos.

São, no entanto, permitidas excepções devidamente justificadas e

aprovadas por entidade competente segundo a lei. Os programas de

Page 37: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

28

duração normal carecem de aprovação dos Conselhos Académico e

Universitário e os de duração extraordinária requerem adicionalmente

a aprovação pelo Ministro Superintendente. Na tabela 1, apresentam-

se os dois tipos de programa possíveis na UEM, nomeadamente os

programas de duração normal e os programas de duração

extraordinária.

Tabela 1. Volume de trabalho de aprendizagem

Licenciatura Créditos Anos

Programas de duração normal 240 (180) 4 (3)

Programas de duração

extraordinária > 240 > 4

O número de créditos por ano é de 60 unidades. Na atribuição de

créditos, o núcleo central (nuclear) de unidades curriculares da

respectiva área científica deverá corresponder obrigatoriamente a

pelo menos 70% do total de créditos.

3.1.8. Formas de culminação de estudos

Os programas de estudos na UEM preparam os graduados para o

exercício profissional. Sendo assim, a culminação de estudos deverá

constituir uma oportunidade para que os graduados exercitem, sob

orientação de tutores, os elementos principais que caracterizam a

actividade profissional da respectiva disciplina científica.

Por conseguinte, a forma preferencial de culminação de estudos é o

estágio orientado com avaliação final. Outras formas permitidas de

culminação de estudos incluem exames de estado e monografias.

Page 38: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

29

A realização de trabalhos de investigação científica, mesmo que

ajustados ao nível de conhecimentos dos estudantes e ao tempo

disponível não é recomendável como trabalho de fim de curso para os

estudantes de licenciatura.

3.2. Condições para implementação do Quadro Curricular

O presente Quadro Curricular para a Graduação (QuC) resulta de

pressupostos previstos no Plano Estratégico da UEM, o qual orienta a

revisão e reforma dos programas curriculares sempre que o

desenvolvimento do país e da região se colocarem, como condições

necessárias para a melhoria permanente da qualidade dos processos

de ensino- aprendizagem e investigação científica.

Para a implementação QuC com sucesso, há determinantes de

natureza política, estratégica, organizacional, estrutural e académica

que devem ser tomados em consideração. Estes determinantes

impõem-se à diversos níveis. Ao nível do governo deve haver clareza

nos instrumentos orientadores e a sua divulgação deve ser

massificada. A legislação emanada pelo governo deve vincular todas

as instituições de ensino superior sem colocar em questão a sua

autonomia académica, dentro de um cronograma concertado, pois há

questões levantadas pela reforma curricular, que exigem o

envolvimento de todas instituições de ensino superior. Neste âmbito,

destaca-se a implementação do Sistema Nacional de Acumulação e

Transferência de Créditos Académicos, previsto no presente novo

quadro curricular. Para a UEM, a implementação deste sistema impõe

a criação de programas curriculares flexíveis e a existência de um

Sistema de Registo Académico à altura, com recursos humanos

qualificados e competentes. As unidades académicas precisam de

restruturar-se nesta área para que tenham uma base de dados fiável da

Page 39: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

30

sua população estudantil e com capacidades para gerir a mobilidade

dos estudantes.

Além disso, há que considerar o sistema de avaliação de qualidade e

a possibilidade de acreditação dos cursos, resultantes da actual

reforma curricular, para a sua equiparação com outros cursos de

graduação dentro e fora do país. Um outro aspecto importante a

considerar neste processo de reforma está directamente relacionado

com a melhoria das condições de estudo independente pelo estudante

e a estabilização dum corpo docente qualificado, e em contínua

capacitação para se adequar às metodologias de ensino e

aprendizagem centradas no estudante. Isto passa por melhorar o

acesso dos estudantes e docentes à literatura e materias académicos,

incluindo bibliotecas virtuais. Assim, a UEM deve definir uma

estratégia eficaz de actualização de infra-estruturas de ensino,

formação e aperfeiçoamento permanente do corpo docente.

Parte indispensável da evolução/melhoria académica do corpo

docente depende profundamente do fomento permanente da

investigação científica e pesquisa aplicada para alimentar o processo

de ensino e aprendizagem, diferentemente da mera prestação de

serviços de consultoria a troco de compensações materiais ou

financeiras. Para tal, é importante que as políticas de investigação

não se limitem apenas em desenvolver programas gerais e a dar

respostas à demanda dos doadores, mas que fomentem a

interdisciplinaridade e sejam sensíveis à acomodação individual do

corpo docente, particularmente acompanhado e interessando-se pelos

percursos académicos individuais e tomando as práticas de

investigação e extensão como factores importantes de promoção na

carreira docente.

O sucesso reforma curricular depende, em grande medida, da

melhoria significativa das condições do acesso à UEM na medida em

Page 40: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

31

que, actualmente, há, cada vez mais, estudantes que simplesmente

ingressam no Ensino Superior sem terem reflectido sobre as

habilidades que deverão desenvolver, de modo a frequentar e

concluir o curso em tempo útil. Por outro lado, nota-se que a

qualidade dos graduados da 12ª classe ou equivalente, de um modo

geral, ingressa no Ensino Superior com lacunas de natureza diversa,

devendo ser da responsabilidade do Sistema Nacional de Educação

(SNE) – MINED - e da UEM dentro das suas competências sanarem

essas lacunas.

Como forma fortalecer os conhecimentos e habilidades que os

estudantes trazem do ensino secundário geral, os cursos na UEM

devem ter conteúdos de carácter geral/básico que permitem, que

durante o primeiro ano, o estudante adquira um nível de

conhecimentos e habilidades que lhe permitam um desempenho

aceitável ao longo da sua formação. Por outro lado, para ajudar o

estudante a reflectir e tomar decisão sobre o curso superior a seguir, a

UEM deve organizar campanhas/feiras de divulgação, dos cursos

oferecidos na UEM assim como os requisitos para a frequência dos

mesmos, junto às escolas secundárias.

Igualmente importante é o papel da Direcção Pedagógica no processo

de avaliação das propostas de programas curriculares, no desenho e

na concepção dos exames de admissão, para que estes, cada vez mais,

correspondam às exigências dos novos planos curriculares.

Além disso, na UEM o Regulamento Pedagógico deve ser adequado

às exigências da nova Lei do Ensino Superior e o mesmo, deve ser

implementado com mais rigor e uniformemente dentro da UEM.

Aqui há a destacar a implementação do sistema de créditos

académicos e o tempo máximo de frequência de um curso. Embora

elaborado á luz da nova lei do ensino superior para melhor

Page 41: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

32

operacionalização do ano académico na UEM, impõe-se uma

actualização do actual Regulamento Pedagógico.

O sucesso da reforma curricular depende também, em certa medida,

do funcionamento em pleno dos órgãos Pedagógicos e Científicos,

tais como os tutores de turma, Conselhos Pedagógicos e Científicos

das unidades académicas. Os tutores de turma teriam a tarefa de

monitorar contínua e sistematicamente o processo de ensino e

aprendizagem nas respectivas turmas e garantir um diálogo

permanente com os respectivos docentes e discentes. Os conselhos

Pedagógicos teriam o papel central de avaliar a implementação dos

planos temáticos, através dos planos analíticos, e também avaliar o

corpo docente que vai implementar esses planos. O Conselho

Científico da Unidade iria aprovar a reforma, revisão ou ajustamento

dos planos curriculares, assim como a progressão na carreira docente.

Este seria um espaço de perspectivação estratégica do

desenvolvimento académico e científico das respectivas unidades.

A autonomia das unidades académicas constitui outra importante

condição do sucesso da implementação do QuC, pois estas é que

verdadeiramente levam acabo a reforma. Para tal, a descentralização

académica – que inclui responsabilidades acrescidas para as unidades

académicas, em termos de capacidades financeiras e de decisão sobre

política académica – tem que ir para além dos discursos formais e

tornar-se uma realidade e cultura na UEM. Para tal, as unidades antes

de proporem a introdução de novos cursos devem provar a existência

de condições, físicas – em termos de infraestruturas – materiais e

humanos para a implementação do mesmo.

O problema de infra-estruturas é sério neste momento e sem uma

solução de curto prazo à vista. Contudo, este problema poder ser

minimizado com a existência de um Plano Director de

Desenvolvimento (PDD) do Campus Universitário por um lado, mas

Page 42: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

33

também com a reactivação de planos directores de utilização de

espaços por parte das Faculdades, assim como pela adopção de novos

horários que incluam a utilização em três turnos das instalações

universitárias, com melhores condições de segurança e de trabalho.

Dado que a precariedade das condições actuais contribui para os

níveis de absentismo sentidos, é necessário requalificar os espaços de

trabalho, abandonar-se a ideia de gabinetes separados para cada

docente, caminhar-se para o ―open space‖ com ilhas abertas. Esta

solução permite a acomodação de muitos docentes no mesmo espaço

e com alguma privacidade. Além disso, é necessário continuar-se

com a melhorias dos espaços de lazer com preços socialmente

aceitáveis, para que o corpo discente, docente, técnico e

administrativo passa ser mais produtivo.

Os órgão colegiais centrais deverão redefinir o seu âmbito de

actuação no quadro da reforma curricular com base numa filosofia de

reforço dos órgãos colegiais das unidades académicas, supervisão das

mesmas, assim como reservarem-se ao papel de reflexão sobre

questões mais gerais de desenvolvimento da Universidade.

Acrescente-se que as transformações preconizadas no presente novo

quadro curricular dependem também de um corpo técnico e

administrativo (CTA) qualificado, competente e eficaz. Neste

sentido, é importantíssimo que as unidades académicas, incluindo o

nível central da UEM, dediquem especial atenção à formação

académica, a capacitação em exercício do seu CTA. A formação

académica e a capacitação em exercício do CTA devem ser em áreas

que venham a criar capacidade de desenvolvimento da respectiva

unidade académica ou sector de trabalho. Para tal, as unidades devem

dispôr de um plano de formação baseado nas suas necessidades em

termos de desenvolvimento dos recursos humanos.

Page 43: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

34

Para terminar, a reforma curricular deve ocorrer tendo em conta a

maturidade do respectivo programa curricular, pelo menos de 5 anos,

após o qual será sujeito à avaliação para efeitos de revisão ou

ajustamento ou até a uma reforma pontual.

3.3. Disposições transitórias

Dado que o Novo Quadro Curricular foi aprovado depois de grande

parte dos programas curriculares da UEM terem sido aprovados pelo

Conselho Universitário impõe-se o ajustamento destes currículos em

termos do plano de estudos, cálculo da Unidade de Crédito

Académico, Volume Anual máximo de Trabalho, formas de

culminação, bem como no que se refere ao conceito de hora efectiva

e nominal de aula, como preconizado no presente documento.

Importa salientar que a hora efectiva de trabalho lectivo a ser usada

na UEM é de 50 minutos por aula e uma unidade de crédito

corresponde á 30 horas normativas .

As unidades devem avaliar a aplicabilidade dos programas

curriculares em causa, para garantir a harmonia académica necessária

e a integração regional do ensino superior, almejado. A qualidade do

ensino e do graduado da UEM, assim como o grau de satisfação dos

estudantes, em última instância, devem ser salvaguardados.

Page 44: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

35

4. Guião para a uniformização na apresentação dos curricula

4.1. Preâmbulo

O presente guião tem por intenção fornecer instruções sobre as

diferentes componentes e sua sequência na apresentação dos

curricula. Contudo, reconhecendo-se que o processo de planificação

curricular é complexo, não linear e guiado pelo contexto, é

importante que os proponentes dos curricula saibam ajustar as

directrizes aqui avançadas às reais características e necessidades dos

seus cursos.

Um currículo deve incluir as seguintes componentes:

4.2. Introdução

A introdução do documento do currículo dum curso deve descrever,

de forma geral e resumida, o objecto, a importância e a inserção do

curso no contexto real do país. De forma resumida, deve também

explicitar o nível académico do mesmo, as áreas de actuação dos

futuros graduados, a estrutura do curso e as estratégias de ensino que

concorrem para a formação do tipo de graduado que se pretende.

Se o documento curricular representar uma nova concepção de um

curso em vigor, é importante trazer uma indicação sobre as grandes

mudanças que se vão operar nesse curso, em comparação com a

concepção anterior. Esta descrição deve incluir a fundamentação da

necessidade das mudanças que os proponentes do documento

pretendem introduzir, assim como de qualquer opção por eles feita.

O texto de introdução deve ser motivante para o leitor, com destaque

para os potenciais estudantes e docentes do curso em apreço. No

essencial, a introdução responde à quatro perguntas fundamentais: o

Page 45: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

36

quê (objecto de estudos), porquê (necessidade e importância), para

quê (utilidade e relevância) e como (estratégias de formação).

Para além das quatro perguntas fundamentais, uma boa introdução é

aquela que prepara o leitor para acolher as ideias centrais dos

capítulos subsequentes do documento curricular, de forma simples e

resumida.

4.3. Relevância do Curso

Neste capítulo os proponentes devem descrever de forma clara a

relevância do curso para o país, para a região (SADC) e, se aplicável,

para o mundo. Ainda no âmbito da relevância do curso é importante

apresentar de forma resumida as necessidades do país em termos de

graduados do mesmo.

Onde se justificar, os proponentes podem indicar dados estatísticos

e/ou projecções sobre a integração dos futuros graduados no sector

produtivo do país.

O subcapítulo da relevância do curso constitui-se numa preparação

para a descrição do perfil ocupacional do curso.

4.4. Descrição do Campo Profissional (opcional)

Este subcapítulo pode ser importante especialmente para os cursos

baseados em competências profissionais num determinado sector ou

subsector de actividade económica. Esta parte descreve o que

acontece no campo profissional relacionado com o curso, as

profissões mais representativas e seus propósitos, assim como as

projecções de desenvolvimento científico-tecnológico nesse campo.

Page 46: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

37

4.5. Grupo Alvo

Este subcapítulo especifica os pré-requisitos do curso em causa, ou

seja, as qualidades dos candidatos a que se destina o curso em termos

de habilitações literárias, saberes nucleares, competências-chave,

entre outros elementos julgados necessários para que o candidato

tenha grandes probabilidades de sucesso na frequência do mesmo.

4.6. Objectivos do Curso

Um parágrafo introdutório deve anteceder a apresentação dos

objectivos gerais e específicos.

4.6.1. Objectivos gerais do curso

Os objectivos gerais devem descrever de uma forma geral os

objectivos da formação do curso, devendo estes estar alinhados com

os princípios gerais aprovados para a formação universitária na

UEM.

4.6.2. Objectivos específicos do curso

De forma clara, os objectivos específicos do curso devem ser

apresentados nesta secção. Estes devem versar sobre as funções que

os futuros graduados irão adquirir/desenvolver ao longo do processo

de formação, de acordo com as áreas ou orientações do curso.

Page 47: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

38

4.7. Perfil do Graduado

O perfil do graduado compõe-se fundamentalmente em duas partes: o

perfil ocupacional e o perfil profissional do graduado.

O perfil do graduado dá uma imagem ordenada e precisa das funções,

dos conhecimentos, capacidades, atitudes, ou competências, que os

futuros graduados irão adquirir/desenvolver ao longo do processo de

formação.

Este subcapítulo é a base (bússola de orientação) para a preparação

dos planos de estudos, pois os planos de estudos apresentam, de

forma esquemática, todas as actividades curriculares que visam

formar um graduado com as características descritas no perfil do

graduado.

O quadro curricular da UEM apresenta um perfil geral do graduado

desta instituição académica. Assim, a definição do perfil do graduado

de um determinado curso deve privilegiar a componente específica

do perfil do graduado da UEM.

4.7.1. Perfil Ocupacional do graduado

Esta parte explicita onde é que o graduado do curso proposto pode

desenvolver as suas actividades. Esta descrição é baseada na relação

entre o curso e as necessidades e características dos sectores de

actividade económica, no conhecimento que se tem sobre grandes

projectos de desenvolvimento no país e nas necessidades das várias

instituições do sector público e privado. O perfil ocupacional fala das

grandes linhas de emprego mais prováveis para o graduado do curso.

Page 48: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

39

4.7.2. Perfil Profissional do graduado

O perfil profissional apresenta os resultados da formação, que

permitem ao graduado desempenhar com eficácia determinadas

funções profissionais. Na sua definição consideram-se 3 categorias:

a) O que o graduado do curso deve saber (conhecimentos);

b) O que o graduado do curso deve saber fazer (capacidades);

c) O que o graduado do curso deve ser (valores, atitudes, saber

ser e estar).

Nota: normalmente, os curricula baseados em competências não

obedecem a esta forma de categorização, pois competência é a

integração das três categorias anteriormente apresentadas na

realização de uma certa tarefa profissional. Por isso, as categorias do

perfil profissional num currículo baseado em competências

dependem das funções ou tarefas profissionais chave do campo

profissional. Ou seja, cada categoria compõe-se das competências

que concorrem para o bom desempenho nessa mesma categoria

(função ou tarefa chave).

4.8. Filosofia de Formação

Na parte reservada à filosofia de formação, deve-se descrever as

estratégias e metodologias que serão usadas no processo de ensino-

aprendizagem, para se garantir a formação, de um graduado com as

características descritas no perfil do graduado. Esta parte deve tomar

em conta que toda a filosofia de formação na UEM assenta sobre

uma mesma plataforma, a do ensino centrado no estudante, ou seja na

aplicação de métodos activos de aprendizagem.

Page 49: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

40

Os cursos que optem por modelos curriculares específicos do ensino

centrado no estudante, como formação baseada em competências ou

formação baseada em problemas devem explicitar esta escolha assim

como explicar as suas especificidades.

O subcapítulo pode também tratar de estratégias de avaliação de

forma geral, pois as estratégias específicas serão definidas pelos

docentes nos planos analíticos de cada disciplina ou módulo.

A discussão sobre a filosofia de formação deverá prestar especial

atenção aos ambientes de aprendizagem mais característicos do curso

em causa, através do cruzamento de metodologias, meios de ensino,

espaços físicos e formas de avaliação, que melhor contribuem para se

atingir os resultados definidos no perfil do graduado.

No caso de um currículo correlacionado, a discussão da filosofia de

formação deverá considerar as duas etapas, a de formação geral

(tronco comum) e a de formação específica (ver o subcapítulo que se

segue).

4.9. Estrutura e Duração do curso

A duração dos cursos deve obedecer aos ciclos definidos na UEM,

que estão em consonância com a Nova Lei do Ensino Superior em

Moçambique (Lei n° 27/2009 de 29 de Setembro).

Para além da duração do curso, este subcapítulo deve esclarecer

como é que as diferentes fases do curso se organizam no contexto

geral do currículo. Por exemplo, alguns cursos podem optar por um

modelo correlacionado de estruturação da sua formação que

pressupõe a existência de duas fases. Um tronco comum, que

representa a 1ª fase do processo de ensino, (que vai compreender

basicamente disciplinas ―gerais‖ e básicas) e a 2ª fase de

aprendizagem com características mais específicas da área de estudos

Page 50: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

41

ou campo profissional. Enquanto que a primeira fase está mais virada

para a provisão de conhecimentos (mais informação), a segunda

enfatiza a aquisição de capacidades e atitudes da área do curso ou o

desenvolvimento de competências profissionais (no caso de curricula

baseado em competências).

Os curricula organizados em blocos devem aclarar a lógica da sua

organização. Este subcapítulo do documento curricular pode resgatar

a discussão iniciada no subcapítulo anterior sobre métodos e meios

de ensino, distribuição da carga horária, formas de avaliação, e sua

articulação nas diferentes etapas de formação.

No caso dos curricula baseados em competências, o currículo

estrutura-se em torno de grandes funções profissionais ou tarefas-

chave e a estrutura depende da definição dessas funções ou tarefas-

chave.

Para os curricula baseados em disciplinas, a estrutura pode ser explicada

através do agrupamento das diferentes disciplinas por categorias, grupos

de disciplinas, ou áreas curriculares, que contribuem para o

desenvolvimento do perfil do graduado pretendido.

4.10. Conteúdo do curso e Plano de Estudos

O conteúdo do curso deve ser definido a partir dos conhecimentos,

capacidades e atitudes ou a partir das competências-chave do perfil

do graduado. Os conteúdos são expressos através de disciplinas ou

módulos (estruturados ou não em blocos de formação).

O plano de estudos deverá ser apresentado no formato de leitura fácil

(ver anexo), onde se indica a distribuição das unidades curriculares

(disciplina, módulo ou actividade curricular), carga horária semanal e

por semestre e valor de crédito de cada unidade curricular.

Page 51: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

42

Onde for viável, deve-se pensar numa forma de diferenciar, na tabela

onde se apresenta o plano de estudos, os diferentes tipos de

disciplinas (básicas, gerais, específicas, de opção, etc) ou módulos

(básicos, gerais, específicos, de opção, etc), por exemplo, usando

cores diferentes para os diferentes tipos de disciplinas ou módulos.

Tal deve ser feito sem perder de vista a simplicidade que deve

caracterizar o formato da tabela, para facilitar a leitura da informação

nela contida.

Os planos de estudo devem ter em conta que certas unidades

curriculares (disciplinas ou módulos) poderão ser de interesse (ou

serem obrigatórias) para estudantes de cursos de outros

departamentos, Faculdades ou Escolas da UEM. O sistema de

transferência de créditos permite esta articulação e

complementaridade entre diferentes cursos.

4.11. Formas de culminação dos estudos

Neste subcapítulo o documento curricular deve apresentar todas as

alternativas consideradas válidas para o processo de culminação de

estudos. Atendendo à duração e ao nível do ciclo, há que considerar

formas mais apropriadas, mas flexíveis, de culminação de estudos.

Quanto mais opções forem oferecidas aos estudantes, maior será o

sucesso dos cursos em graduar mais estudantes. Deve-se evitar as

situações em que um número assinalável de estudantes, após terminar

com sucesso a parte curricular, fica retido na UEM por causa do

trabalho de culminação de estudos. As formas de culminação de

estudos propostos devem corresponder à capacidade humana da

Faculdade (Departamento) ou Escola em termos de acompanhamento

e avaliação dos trabalhos dos estudantes.

Page 52: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

43

4.12. Sobre o tronco comum

Este subcapítulo serve para orientar e encorajar as faculdades a

optimizar o uso do quadro docente da UEM, através da criação de um

corpo de disciplinas ou módulos comuns a dois ou mais cursos.

Normalmente, esta opção é mais viável nos primeiros anos de

estudos, onde a função primordial das disciplinas ou módulos é o de

criar uma plataforma geral sólida para assentar as disciplinas ou

módulos mais específicos do curso.

Na realidade actual, faculdades como a de Ciências, a de Engenharia

e a de Letras, têm mais possibilidades de conceber troncos comuns

nos seus curricula, pelo facto de administrarem certos cursos que,

embora diferentes, apresentam muitas afinidades. Nestes casos, os

proponentes devem esforçar-se em definir um conjunto de

actividades curriculares que sejam relevantes para mais do que um

curso, constituindo assim o tronco comum desses cursos.

As faculdades que fornecem serviços a mais de uma faculdade,

deverão conceber as suas disciplinas (ou módulos) de modo que estas

possam servir o maior número possível de Faculdades e cursos.

O tronco comum não deve ser interpretado de forma rígida como

representando um conjunto de actividades curriculares obrigatórias

para certos cursos. Ele pode englobar um conjunto de actividades

obrigatórias para um determinado número de cursos, normalmente

cursos de áreas afins, mas deve ser suficientemente flexível para

permitir que outros cursos possam beneficiar de partes do serviço

oferecido no âmbito desse tronco comum, que serão escolhidas em

função dos interesses de cada faculdade.

Page 53: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

44

4.13. Classificação final do curso

A classificação final do curso é a média ponderada das classificações

obtidas pelo estudante nas disciplinas e outras actividades

curriculares constantes do plano de estudos, incluindo a forma de

culminação de estudos.

Para o cálculo da classificação final do curso atribui-se a cada

disciplina um peso relativo. Este deve constar na proposta de

currículo que vai ser submetido para aprovação pelos órgãos

competentes da UEM.

Na atribuição da classificação final do curso far-se-á corresponder a

escala numérica às seguintes classificações:

19-20 valores: Excelente

17-18 valores: Muito Bom

14-16 valores: Bom

10-13 valores: Suficiente

4.12. Tabela de Precedências

A relação de precedências entre disciplinas deve ser mínima na

concepção dos curricula. Ela só deve aparecer em casos bem

justificados. Os curricula modulares, por definição não pode

estabelecer precedências lineares.

A sua apresentação pode ser feita na forma de um diagrama. Por

exemplo, pode-se listar as disciplinas de cada ano do plano de

estudos na horizontal, ligando depois as disciplinas precedentes às

subsequentes por meio de setas.

Page 54: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

45

A indicação das disciplinas precedentes deve restringir-se à aquelas

disciplinas fundamentais e não a disciplina que, de alguma forma,

contribui para a disciplina subsequente. Pretende-se com isto evitar

criar um sistema complicado de precedências que acabará se

tornando num sistema impeditivo para os estudantes.

4.15. Plano de transição

O plano de transição deve ser concebido de forma a permitir uma

gestão simples dos processos que por força de circunstância acabarão

transitando para o novo currículo.

Este plano deve conter uma tabela com a listagem das disciplinas ou

módulos equivalentes, na equiparação entre o antigo e o novo

currículo. Na implementação dos novos curricula são de prever dois

modelos de transição do antigo para o novo currículo.

4.15.1. Transição gradual

1. Os planos de transição devem introduzir o novo currículo de

forma gradual, isto é, em cada ano deve ser introduzido um

nível;

2. Por exemplo, os cursos que actualmente têm a duração de 5

anos, poderão completar o período de transição quatro anos

após o início do novo currículo. Um quinto ano de transição

pode ser necessário para resolver os ―casos particulares‖ do

processo.

3. O processo deve incluir a previsão de possíveis problemas e

o ensaio das soluções para esses problemas. Isto inclui a

questão das precedências, reprovações e excepções;

Page 55: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

46

4. A tabela que se segue ilustra o processo de transição para um

curso que inicie em 2011:

2011 2012 2013 2014 2015

1º Ano

2º Ano

3º Ano

4º Ano

Novo Currículo

Antigo Currículo

Resolução de casos pendentes ou omissos

4.15.2. Transição brusca

A transição brusca é aquela em que os estudantes do currículo antigo

através de um processo de equivalências passam a usar o novo

currículo. Ainda que esta modalidade tenha o nome de ―transição

brusca‖, na realidade é um processo que pode levar até dois anos para

acomodar todos os casos existentes.

Page 56: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

47

4.16. Programas temáticos das disciplinas

Os programas temáticos são apresentados no formato habitualmente

usado na instituição, apresentados em anexo a este guião. Eles

compõem-se de:

(a) um cabeçalho com dados característicos da disciplina ou

módulo;

(b) uma curta introdução, que explica a essência da disciplina ou

módulo;

(c) resultados de aprendizagem, que podem ser objectivos a

atingir ou competências a desenvolver;

(d) lista de conteúdos (em forma de tópicos-chave);

(e) metodologias de ensino

(f) estratégias de avaliação

(g) bibliografia de base.

A formulação dos resultados da disciplina ou outro tipo de actividade

curricular deve obedecer à forma como se define o perfil do

graduado. Devem ser definidos em termos de (1) conhecimentos, (2)

capacidades e (3) atitudes ou, nos casos dos curricula baseados em

competências, em termos de competências, que se espera que o

estudante tenha adquirido ou desenvolvido no final da disciplina ou

módulo em causa.

A apresentação da bibliografia deve dar ênfase às referências

bibliográficas para os livros e para os documentos electrónicos, de

forma a uniformizar a bibliografia recomendada nos programas

temáticos dos curricula.

Page 57: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

48

4.17. Programas analíticos das disciplinas

Não é exigida a apresentação dos programas analíticos, na altura da

apresentação dos curricula para aprovação. Os mesmos poderão ser

preparados posteriormente, após aprovação do currículo, pelo

Conselho de faculdade ou outros órgãos competentes da UEM.

Os programas analíticos devem ser usados como forma de controlo

interno do processo de ensino numa determinada disciplina (ou

módulo) ou ainda para facilitar o trabalho de qualquer outro docente

que tenha de leccionar essa mesma unidade curricular.

O plano analítico é a apresentação detalhada do plano temático, mas

ele (o plano analítico) é mais flexível, pois pode ser revisto numa

base anual, de modo a incorporar as aprendizagens do docente na

implementação da sua disciplina ou novos desenvolvimentos na área

científica da mesma. Tal acção destina-se a retirar uma certa rigidez

ao processo de ensino que, em alguns casos, impede mudanças

tendentes a melhorar o ensino de uma certa disciplina ou a introdução

de aspectos modernos sobre um determinado tema, pelo facto de o

docente estar amarrado a um programa analítico, que só pode ser

mudado quando tiver lugar a próxima revisão ou reforma curricular.

Caso se pretenda introduzir alterações no programa analítico de

uma determinada disciplina (ou determinado módulo), com o fim

de melhorar o ensino dessa disciplina, o regente da cadeira

deverá preparar a fundamentação da necessidade de mudança

assim como as alterações a introduzir para aprovação pelo

Conselho de Faculdade ou Conselho Científico da Faculdade ou

órgão com competências similares do departamento, no caso de

departamentos que administram cursos independentes como os

departamentos das faculdades de Ciências, Engenharia e Letras.

Page 58: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

49

ANEXOS

Page 59: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

50

ANEXO 1: Descrição da disciplina ou módulo

DISCIPLINA (OU MÓDULO): CÓDIGO:

ANO DE

ESTUDOS:

HORAS DE

CONTACTO

DIRECTO:

HORAS DE ESTUDO

INDEPENDENTE:

CRÉDITOS:

Introdução:

(A introdução inclui a justificação da disciplina no contexto do currículo)

Resultados de aprendizagem:

(os resultados são colocados em forma de OBJECTIVOS ou de

COMPETÊNCIAS)

Contacto Directo Estudo Independente Total

AT AP/LAB S CD L G P EI T

Page 60: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

51

Metodologias de Ensino

Estratégias de Avaliação

Literatura básica

AT = Aulas teóricas; AP/LAB = Aula prática ou laboratorial; S = Seminários; CD = Total de horas de contacto directo; L = Uso de

literatura; G = trabalhos de grupo P = Elaboração de projectos; EI = Total horas de estudo independente; T = soma das horas de

contacto directo e de estudo independente.

Tendo em conta a dificuldade no acesso aos elementos bibliográficos, em algumas obras referenciadas nos planos curriculares, ainda

em fase de aquisição, para uniformizar a forma de apresentação de referências bibliográficas de livros, nos programas temáticos dos

curricula, sugere-se para a um dos modelos apresentados a seguir.

Page 61: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

52

Opção a)

AUTOR. Título: subtítulo. Menção da edição1Local de publicação

(cidade): Editora, ano.

Exemplos:

1. BERTRAND, Yves; GUILLEMET, Patrick. Organizações: Uma

abordagem sistémica. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

2. BLUM, Deborah; KNUDSON, Mary, ed. A Field guide for

science writers. Oxford: Oxford University Press, 1997.

3. DAVIS, Martha. Scientific papers and presentations. London:

Academic Press, 1997.

Opção b)

Autor. Título: subtítulo. (data). Menção da edição1. Local de

publicação (cidade): Editora.

Exs.:

1. Bertrand, Yves; Guillemet, Patrick. (1994). Organizações: Uma

abordagem sistémica. Lisboa: Instituto Piaget.

2. Blum, Deborah; Knudson, Mary, ed. (1997). A Field guide for

science writers. Oxford: Oxford University Press.

Davis, Martha. (1997). Scientific papers and presentations London:

Academic Press.

Page 62: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

53

ANEXO 2: Proposta de grelha do plano de estudos

Ano de

Estudos Semestre Disciplina

Horas por

semana

Carga horária semestral Total Nº de

Créditos

Horas de contacto

Directo

Horas de estudo

Individual

Page 63: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

54

5. Guião Prático para a Implementação do Sistema Nacional de

Acumulação e Transferência de Créditos Académicos

5.1. Preâmbulo

O presente guião foi elaborado para ajudar os potenciais utilizadores

do Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de Créditos

Académicos (SNATCA), nomeadamente docentes, estudantes e

gestores académicos, a aplicar este sistema na prática. Neste,

apresentam-se os objectivos do SNATCA e os seus principais

elementos, bem como os procedimentos e as condições que a UEM e

instituições de ensino superior parceiras, devem ter criadas para a sua

aplicação.

5.2. Introdução

O Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de Créditos

Académicos (SNATCA) visa incentivar a cooperação inter-

universitária com o objectivo de melhorar a qualidade do ensino, em

prol dos estudantes e das instituições do ensino superior. A

mobilidade estudantil é um elemento essencial desta cooperação e o

reconhecimento dos cursos e dos diplomas destas instituições do

ensino superior é a condição prévia para a mobilidade de estudantes

(e docentes). Daí que, o SNATCA, é antes de mais um instrumento

destinado a criar transparência, a estabelecer as condições necessárias

para a aproximação entre instituições do ensino superior e a ampliar a

gama de opções propostas aos estudantes.

A aplicação do SNATCA pelas instituições do ensino superior vai

facilitar o reconhecimento e a atribuição de equivalências dos

resultados académicos dos estudantes nacionais e estrangeiros, graças

à utilização de medidas compreendidas da mesma forma por todos

Page 64: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

55

através de uma grelha de interpretação dos vários sistemas nacionais

do ensino superior, o que facilita a leitura e a comparação de

programas de formação.

O SNATCA tem também o mérito de poder auxiliar as instituições

do ensino superior na organização e revisão dos seus programas de

formação, na aposta em programas relevantes e métodos de ensino

mais atractivos para os estudantes.

5.3. Definições e termos usados no âmbito da aplicação do

SNATCA

Crédito académico - segundo a lei do Ensino Superior, o Crédito

académico é a unidade de medida do trabalho realizado com sucesso

pelo estudante, sob todas as suas formas, para alcançar os resultados

de aprendizagem previstos numa disciplina ou módulo. O crédito

inclui sessões de ensino de natureza colectiva, sessões de orientação

pessoal de tipo tutorial, estágios, projectos, trabalhos no terreno,

estudo e avaliação.

O crédito académico é a principal unidade de comparação e de

avaliação académica do desempenho do estudante. É através do

crédito académico que as universidades analisam os sistemas de

ensino, avaliam os conhecimentos adquiridos pelos estudantes e o

trabalho realizado na academia.

O sistema de créditos – é a forma sistemática de descrever um

programa de formação através da atribuição de créditos académicos

às suas unidades curriculares ou componentes. Na fixação do número

de créditos de cada ciclo de estudos para as diferentes áreas de

formação, a UEM adopta valores similares aos de instituições de

referência de ensino universitário, tendo em vista assegurar aos

estudantes da Universidade Eduardo Mondlane condições de

mobilidade e de formação e de integração profissional semelhantes,

Page 65: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

56

em duração e conteúdo, às dos restantes universidades de referência

na região e no mundo.

Quadro de créditos académicos - o quadro geral padronizado,

aplicável a todos os programas de ensino superior, subdivididos em

unidades discretas, mas interligadas (disciplinas e módulos) que

podem ser descritas em termos de volume de trabalho, conteúdos,

nível académico, resultados de aprendizagem, métodos de ensino e

critérios de avaliação.

Volume de trabalho orientado do estudante – é a estimativa de

tempo ideal que, em média, se espera que os estudantes necessitam

para estudar (ou completar as actividades planificadas tais como

assistência às aulas, seminários, estudo independente e ou privado,

preparação de projectos e exames) a fim de alcançarem determinados

resultados de aprendizagem. O volume de trabalho anual ou

semestral reflecte o tempo ideal para se alcançarem os resultados de

aprendizagem correspondentes à totalidade das disciplinas ou

módulos desse ano ou semestre.

Transparência – é o grau de visibilidade e compreensão da natureza

e complexidade dos programas de estudos e das disciplinas ou

módulos que os compõem, através da descrição dos respectivos

conteúdos, resultantes de aprendizagem, métodos de ensino e

critérios de avaliação.

Flexibilidade dos cursos – é o grau de liberdade que os estudantes

têm para escolher as disciplinas ou módulos integrantes do

curso/programa que pretendem seguir e onde desejam frequentá-los;

Mobilidade – é a possibilidade de movimentação dos estudantes

entre programas/cursos de ensino superior ou de frequência de

disciplinas ou módulos relevantes de outros programas/cursos ou

faculdades, dentro da mesma instituição de ensino superior ou de

outras instituições nacionais e estrangeiras;

Page 66: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

57

Procedimentos – são mecanismos decorrentes na instituição para o

reconhecimento de graus académicos e outras aprendizagens

realizadas dentro e fora da instituição;

Ciclo de formação – é o período de aprendizagem que através da

acumulação de um conjunto de créditos académicos permite adquirir

determinados conhecimentos, habilidades e competências,

conducentes a um grau académico.

Grau académico - é a qualificação conferida por uma Instituição de

Ensino Superior após a conclusão com êxito de um ciclo de

formação.

Nota de avaliação – é o valor numérico, expresso no sistema

local/nacional de avaliação que o estudante obtém como medida do

seu desempenho e que é resultado de aprendizagem de uma disciplina

ou módulo. Num sistema de créditos académicos nos casos de

transferência os créditos académicos concedidos aos estudantes

adicionam-se à sua nota de classificação.

Disciplina ou módulo – é a unidade curricular mais pequena através

da qual se estima o alcance de resultados de aprendizagem.

5.4. Principais instrumentos e características dos Sistemas de

Acumulação e Transferência de Créditos Académicos.

O SNATCA assenta sobre cinco elementos de base, nomeadamente:

a informação (sobre os programas de estudo e os resultados obtidos

pelo estudante), o acordo mútuo (deve ser estabelecido entre

instituições de ensino superior parceiras), a utilização de créditos

académicos (valores que indicam o volume de trabalho efectivo do

estudante), o contrato de formação (deve ser celebrado entre o

estudante e o Conselho Académico da instituição de ensino superior

Page 67: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

58

em causa) e a ficha de rendimento académico (lista de disciplinas

feitas e os créditos obtidos pelo estudante).

Elementos

fundamentais do

SNATCA

Conteúdo Documentos

necessários

Informação Sobre os programas de

estudo e os resultados do

estudante

Dossier de informação

Acordo mútuo Entre os estabelecimentos

parceiros e o estudante

Formulário de

candidatura

Utilização de créditos

académicos

Valores que indicam o

volume de trabalho do

estudante

Dossier de avaliação

Contrato de

formação/estudos

Lista das disciplinas a serem

feitas e os créditos

académicos a serem

atribuídos a cada uma das

disciplinas ou módulos.

Contrato de

Formação/Estudos

Ficha de rendimento

académico do estudante

A lista de disciplinas feitas e

os créditos obtidos, emitida

pela instituição de origem.

Ficha de rendimento

académico do estudante

Características gerais:

1. O acordo mútuo deve ser estabelecido entre instituições de ensino superior

parceiras;

2. Os créditos indicam, sob forma de valor numérico atribuído a cada disciplina, o

volume de trabalho a efectuar pelo estudante para os completar.

3. O Dossier de informação fornece informações úteis ao estudante sobre os

estabelecimentos de ensino, as faculdades/departamentos, a organização e a

estrutura dos estudos;

4. O Registo académico apresenta de forma clara, completa e compreensível por

todos, os resultados académicos do estudante;

5. O Contrato de estudos descreve o programa de estudos que o estudante irá

seguir, bem como os créditos que lhe serão atribuídos depois de preenchidas as

condições necessárias. Este contrato vincula os estabelecimentos de origem e de

acolhimento, bem como o próprio estudante.

Page 68: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

59

5.5. Condições gerais que devem ser criadas para a utilização do

Créditos Académicos.

5.5.1. Compromisso institucional

O SNATCA só poderá funcionar com êxito se houver uma vontade

de transparência e de flexibilidade e um clima de confiança

voluntária e mútua entre as instituições do ensino superior. Além

disso, tem que haver o compromisso institucional e dos órgãos

institucionais e meios de coordenação do sistema dos créditos, bem

como, pessoal formado e informado para aplicar os princípios e os

mecanismos dos créditos académicos. Concretamente, é necessário:

a) Constituir órgãos de coordenação institucional;

b) Constituir órgãos de coordenação ao nível de todos os

departamentos/faculdades que prevejam utilizar os créditos

académicos;

c) Atribuir créditos académicos a todas as disciplinas, módulos

ou outras unidades curriculares;

d) Elaborar um dossier de informação em todas as

matérias/disciplinas ou outras unidades curriculares onde se

preveja a utilização dos créditos académicos. Este dossier

deverá ser publicado em português e em inglês e publicado

também na Internet;

e) Elaborar os formulários de candidatura do estudante, os

boletins de avaliação dos estudantes e os contratos de estudo

entre a instituição de ensino superior em causa e o estudante.

Page 69: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

60

5.5.2. Transparência, flexibilidade e confiança mútua,

particularmente para a resolução de problemas

decorrentes da implementação do SNATCA.

As instituições de ensino superior que assumam o compromisso de

aplicar o SNATCA verificarão que a transparência e a disciplina

impostas por esta metodologia proporcionam um sistema de

reconhecimento académico relativamente simples, que permite tomar

decisões claras com base em informações fiáveis, quer se trate de

decisões académicas ou de simples decisões de ordem prática, muitas

delas poderão ter uma importância primordial para o futuro dos

estudantes em causa. Por exemplo, uma das regras básicas dos

SNATCA é que tais decisões terão de ser tomadas de acordo com o

princípio de «tratar o estudante visitante como qualquer outro

estudante da instituição.‖

5.5.3. Mecanismos de atribuição de créditos à disciplinas ou

módulos

O processo da definição de créditos académicos às disciplinas ou

módulos tem duas dimensões: a dimensão vertical ao longo dos

ciclos, e a dimensão horizontal dentro do ciclo e das disciplinas do

curso. A dimensão vertical, a dos ciclos, contabiliza o tempo

necessário para o grau da licenciatura o qual se adquire uma vez

obtidos com sucesso 180 a 240 créditos académicos, o grau de mestre

entre 90 a 120 créditos académicos após a licenciatura, e o grau de

doutor entre 180 a 240 créditos académicos após o grau de mestre.

O ano académico conta para 60 créditos académicos. Segundo o

regulamento do SNATCA, o crédito académico varia de 25 a 30

horas de trabalho académico do estudante consoante a natureza do

curso. Na UEM, um crédito Académico corresponderá a 30 horas

Page 70: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

61

de trabalho incluindo as horas efectivas de contacto directo e as

horas de estudo individual.

A definição de créditos começa com a avaliação do perfil do

graduado que constitui as possíveis áreas de trabalho onde o

graduado pode ser empregue e definem-se quatro fases de processo

nomeadamente:

a) Definição do perfil ocupacional;

b) Definição de competências (do saber, do saber fazer e do

saber estar);

c) Dimensionamento de atitudes; e

d) Formas de estar e de ser na profissão.

Uma vez definido o perfil ocupacional devem ser definidas as

competências a adquirir em cada ciclo académico. Isto é, em cada

curso da UEM, devem ser definidas competências do saber, do saber

fazer e do saber estar para o grau de Licenciatura, Mestre e Doutor. A

partir das competências definem-se as disciplinas ou módulos

―nucleares‖ que em princípio irão constituir entre 70% do tempo de

formação do graduado e como tal terão maior número de créditos

variando de curso para curso.

A definição de disciplinas complementares e opcionais visa o

dimensionamento das atitudes e da forma de estar do graduado que

vão contar para 30 % dos créditos.

Page 71: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

62

O que o graduado deve saber inclui:

Falar e redigir correctamente em língua portuguesa;

Ler, escutar, compreender e analisar criticamente diferentes

tipos de discurso na sua disciplina ou área de especialidade;

Raciocinar de uma maneira abstracta e lógica, e apresentar

argumentos bem fundamentados;

Compreender e aplicar com rigor os conceitos e

procedimentos metodológicos da sua área de formação;

Compreender e utilizar devidamente dados numéricos para

representar a realidade;

Distinguir entre a ciência e outros tipos de discurso e de

pesquisa;

Compreender os métodos e procedimentos da ciência

moderna e das ciências sociais e humanas;

Compreender os efeitos da ciência e da tecnologia no meio-

ambiente natural e social;

Conhecer os principais debates e paradigmas teóricos da sua

área nuclear e áreas adjacentes à sua formação.

O que o graduado deve saber fazer:

● Recolher, analisar, interpretar e descrever informação

relevante para a solução de problemas na sua área de

especialidade recorrendo à diferentes formas de

representação;

● Analisar, interpretar e descrever informação quantitativa e

qualitativa por meio de gráficos, tabelas, modelos,

Page 72: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

63

diagramas, esquemas ou outras formas de representação

abstracta;

● Estudar e actualizar continuamente os conhecimentos ao

longo da vida;

● Utilizar os novos meios de informação e comunicação na

resolução de problemas.

● Definir metas e saber como alcançá-las.

O que o graduado deve ser:

● Auto-confiante e disponível para trabalhar em equipa e

partilhar experiências;

● Apto a gerir mudanças no seu local de trabalho e na

sociedade em geral, tomando iniciativas e assumindo

responsabilidades pelas suas opções;

● Possuidor de uma consciência histórica e cultural sobre o

mundo em geral e Moçambique em particular;

● Capaz de formular juízos éticos e estéticos informados e

relevantes ao domínio da sua actuação profissional;

● Capaz de tomar iniciativa, fazer opções e assumir

responsabilidades pelas suas opções;

● Possuidor de um espírito empreendedor.

O perfil geral do graduado é referência para a definição dos perfis

dos diferentes níveis de graduação (licenciatura, mestre e doutor)

numa perspectiva de integração e acumulação, e orientará a definição

dos perfis específicos dos diferentes cursos.

Page 73: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

64

A introdução de créditos ao nível das disciplinas e módulos de

formação obedece às horas das actividades curriculares conforme os

objectivos. A seguir, apresenta-se um pequeno exemplo de cálculo de

créditos académicos na disciplina de Economia Agrária leccionada

geralmente nos cursos de agricultura.

Page 74: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

65

Exemplo: Disciplina de Economia Agrária nos cursos de Agricultura -Conversão de Horas em

Créditos Académicos

Temas Teórica Seminário Computação Leitura Projectos Campo Total

1.Conceitos, fundamentos e

princípios de economia

agraria.

2 0 10 0 0 12

2. Papel económico, social,

institucional, ambiental e

político da agricultura.

6 2 0 15 0 0 26

3.Factores de produção

agrária (a terra, a força de

trabalho e o capital

10 4 10 28 10 12 76

4. Teoria do mercado 10 0 10 40 5 0 65

5. Segurança alimentar e os

efeitos da ajuda alimentar.

6 4 0 24 2 2 38

Total 34 10 20 118 17 14 217

Créditos 9

Page 75: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

66

Neste exemplo, a disciplina de economia agrária é uma disciplina

nuclear dos cursos de agricultura e ocupa 64 horas de contacto

directo efectivas incluindo aulas, seminários e actividades de

computação. O trabalho independente inclui a leitura (118 horas), a

realização de trabalhos em forma de projectos (17 horas) e

actividades de campo (14 horas) num total de 217 horas que

correspondem a 7 créditos (217h/30h = 7,1 créditos académicos).

Saliente-se que uma hora efectiva de contacto directo é de 50

minutos da UEM. No cálculo do número de créditos, as horas de

contacto directo a considerar deverão ser as horas efectivas de

contacto directo com os docentes e não as horas normativas.

5.6. Introdução do Sistema Ponderado de Avaliação (SPA)-Grade

Point Average

A introdução dos créditos académicos possibilita a ponderação da

avaliação final do ciclo onde o denominador é o número de créditos

obtidos pelo estudante. A fórmula é a seguinte:

SPA= (∑avaliação *n. Créditos) /∑Créditos

Exemplo: Dois estudantes frequentaram duas disciplinas, uma

nuclear (Economia Agrária) e outra complementar (Sociologia

Rural). As avaliações foram como demonstra o quadro seguinte:

Page 76: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

67

Estudante Econ. Agrária

(6 créditos)

Soc. Rural

(3 créditos)

Média Actual SPA

Kamboco

Bene

16 10 (16+10)/2=13 [(16*6)+(10*3)]/(6+3)=

14

Tico Raso 10 16 (10+16)/2=13 [(10*6)+(16*3)]/(6+3)=

12

Como se pode notar neste exemplo, as disciplinas nucleares geralmente têm mais créditos do que as

complementares ou opcionais. Nas condições actuais na UEM, os dois estudantes teriam a mesma média: 13

valores. Com o SPA, o estudante Kamboco Bene que teve 16 na disciplina nuclear tem a média de 14 valores

enquanto o Tico Raso que teve 10 valores na disciplina nuclear tem a média de 12 valores.

Page 77: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade
Page 78: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

69

Algumas considerações importantes:

Em seguida, apresentamos a maioria das questões que os potenciais

utilizadores do SNATCA gostariam de ver respondidas no dossier de

informação. É evidente que determinados aspectos são decisivos para

a execução do SNATCA, a saber:

— descrição das disciplinas ou módulos;

— características dos sistemas de exame e de classificação;

— créditos.

a) Ainda que matematicamente correcto, o recurso às decimais

deve ser evitado porque pode complicar os procedimentos de

atribuição de créditos.

b) Deve-se atribuir créditos à todas disciplinas ou módulos

disponíveis — quer se trate de disciplinas obrigatórias ou

opcionais. Deve-se também ser atribuir créditos aos trabalhos

práticos, projectos de fim de estudos e estágios em empresas,

se estas actividades fizerem parte do programa de estudos

oficial, incluindo estudos de pós-graduação e se os trabalhos

do estudante forem objecto de avaliação.

c) Os créditos não têm nenhuma relação com o nível ou o grau

de dificuldade de uma disciplina ou módulo. O nível de uma

disciplina ou módulo não pode, de modo nenhum, traduzir-se

em créditos. O âmbito do SNATCA pressupõe o

estabelecimento de acolhimento e a descrição o nível de uma

disciplina ou módulo no dossier de informação. Para este

efeito, o dossier mencionará os objectivos, as finalidades e o

teor do curso, os conhecimentos prévios necessários, os

métodos de ensino e de aprendizagem e as modalidades de

avaliação.

d) Existe uma relação entre os créditos e as horas de frequência.

Page 79: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

70

Todavia, os créditos SNATCA não assentam no número de

horas de frequência propriamente ditas, mas sim no volume

global de trabalho que implicam.

e) A atribuição de créditos às disciplinas ou módulos

facultativos ou opcionais deve ser feita nas condições

descritas para uma disciplina ou módulo de base ou

obrigatório., Ou seja com base no volume de trabalho que

representa relativamente ao volume global de trabalho de um

ano de estudos. Uma disciplina ou módulo opcional ou

facultativo num estabelecimento pode muito bem ser uma

disciplina ou módulo de base ou obrigatório num outro.

Enquanto a disciplina ou módulo opcional faz parte do curso,

havendo alternativas na escolha do tema, a disciplina ou

módulo facultativo em certos estabelecimentos não é

considerado no programa de estudos normal, podendo ser

seguido a título complementar. Neste caso, convém atribuir

créditos às disciplinas ou módulos segundo o volume de

trabalho que representariam se estivessem incluídos no

programa.

f) Em certos casos, o tempo médio necessário para os

estudantes concluírem os seus estudos é superior à duração

oficial dos estudos. Os créditos devem sempre ser atribuídos

de acordo com a duração oficial do programa e não segundo

o tempo médio de que os estudantes do estabelecimento de

acolhimento necessitam para os levar a cabo.

Page 80: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

71

5.6.1. Diferença entre atribuição de créditos a disciplinas ou

módulos e atribuição de créditos a estudantes

Os créditos SNATCA são atribuídos às disciplinas ou módulos,

apenas nos casos em que o estudante tenha aproveitamento. Note-se,

que não é suficiente assistir às aulas ou passar algum tempo noutro

curso ou instituição de ensino superior, quer local ou estrangeira,

para que se atribuam créditos SNATCA ao estudante. Noutros

termos, os estudantes devem conformar-se com as regras de

avaliação prescritas pelo estabelecimento de acolhimento e, deste

modo, demonstrar que correspondem aos objectivos pedagógicos

fixados para a disciplina ou módulo em causa.

5.6.2. Como proceder nos casos em que o estudante visitante

não está em condições de se apresentar ao exame?

Certos cursos compõem-se de disciplinas ou módulos integrados

repartidos por mais de um ano de estudos, tendo o estudante que

completar todos os elementos antes de poder apresentar-se ao exame

final. Este sistema pode levantar alguns problemas ao estudante

visitante que apenas pretende passar um semestre ou um ano no

estabelecimento de acolhimento. Os estudantes nesta situação só

poderão seguir uma parte da disciplina ou módulo e não terão a

possibilidade de ser avaliados relativamente a essa unidade nem tão

pouco de receber créditos SNATCA por parte do estabelecimento de

acolhimento por não terem terminado o curso.

Alternativamente, as instituições que encontrem esta situação

poderão optar por uma solução que consista em adaptar os seus

cursos por forma a torná-los mais acessíveis aos estudantes visitantes.

Page 81: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

72

Contudo, se decidirem manter o status quo, poderão criar

mecanismos para dar uma certa flexibilidade à atribuição dos créditos

académicos, como por exemplo, atribuir créditos às diferentes partes

da disciplina ou módulo e organização de procedimentos de avaliação

intercalares para estes estudantes.

5.6.3. Como proceder se o exame da instituição de origem não

puder ser substituído?

Como já se referiu, no sistema de créditos, o reconhecimento

académico total exige não só que o período de estudos noutro curso

ou instituição substitua um período de estudos comparável no curso

ou instituição de origem, mas também que o exame (ou qualquer

outra forma de avaliação) no curso ou instituição de acolhimento

substitua o exame do curso ou instituição de origem.

A prática costuma ser de a maioria das instituições concederem

reconhecimento académico total aos estudantes. No entanto, podendo

acontecer que o exame do curso ou da instituição de origem cubra um

leque mais vasto de matérias e não possa ser substituído oficialmente

(exames intercalares e finais), então, neste caso o curso ou a

instituição de origem deve garantir ao estudante que o exame do país

de acolhimento será tido em conta da forma mais completa possível,

concedendo-lhe, por exemplo, dispensas parciais dos exames do

estabelecimento de origem.

5.7. Avaliação de trabalhos de culminação de estudos.

Para além das disciplinas ou módulos, o dossier de informação deve

descrever os objectivos académicos e os métodos de avaliação. Nestes

casos, é possível considerar aplicáveis as regras do estabelecimento de

Page 82: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

73

acolhimento ou prever uma avaliação conjunta pelos estabelecimentos

de origem e de acolhimento (e, eventualmente, pela empresa).

Note-se que o número de créditos atribuídos ao estudante não

depende da eventual obtenção de boas notas. O número de créditos

atribuídos ao estudante por uma determinada disciplina ou módulo é

um número fixo, idêntico para todos os estudantes que obtenham

aproveitamento nas avaliações. A qualidade do trabalho efectuado

pelo estudante no âmbito do programa de estudos é expressa em

notas (ver sistema nacional de avaliações e classificação).

5.8. Transferência de Créditos Académicos

5.8.1. O que é a transferência de créditos académicos?

A transferência de créditos académicos compreende a possibilidade

dos estudantes frequentarem disciplinas ou módulos fora da

instituição de ensino superior em que estão matriculados, podendo

estes acumular e transferir créditos de um programa para outro, do

mesmo nível, da mesma instituição ou entre diferentes instituições,

nacionais e estrangeiras.

Tendo em vista a facilitar a mobilidade estudantil, estas instituições

deverão celebrar acordos de reconhecimento mútuo e transferência de

créditos académicos. Os acordos de acumulação e transferência de

créditos académicos, quando devidamente subscritos pela instituição

de ensino de acolhimento, têm o valor de aceitação da inscrição no

curso e nas disciplinas ou módulos mutuamente acordados.

Page 83: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

74

5.8.2. Como se procede a transferência de créditos

académicos?

a) As instituições de origem e de acolhimento preparam e

trocam os boletins de notas (fichas de rendimento

académico) de cada estudante que requeira a transferência de

créditos SNATCA, antes e após o período de estudos

realizados numaoutra instituição e, aos estudantes são

entregues cópias destes boletins para que estes possam

completar o seu dossier pessoal;

b) A instituição de origem reconhece o número de créditos

obtido pelos seus estudantes na instituição de acolhimento,

local ou estrangeira, por cada disciplina ou módulo

específico, por forma a que os créditos relativos à disciplina

ou módulo seguido substituam efectivamente os créditos que

teriam sido obtidos no estabelecimento de origem;

c) O contrato de estudos permite ao estudante ter à partida a

garantia da transferência efectiva dos créditos que venha a

obter no âmbito do programa de estudos acordado (ver

«Formulário de candidatura do estudante e Contrato de

estudos, em anexo»).

5.9. Métodos de transferência usados

Existem dois métodos de transferência de créditos satisfatórios e de

uso corrente:

Método 1: Entre instituições cuja estrutura dos cursos assenta num

padrão anual ou semestral, o contrato de estudos entre as instituições

parceiras e o estudante indicará as disciplinas ou módulos

seleccionados do curso da instituição de acolhimento para substituir o

Page 84: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

75

ano ou o semestre da instituição de origem. Ao regressar, o estudante

que tiver obtido aproveitamento nos exames receberá um conjunto de

créditos que poderá figurar tal e qual no boletim de avaliação do

estudante, em vez de uma lista de disciplinas ou módulos,

individuais, feitos.

Método 2: Em instituições de origem, onde a estrutura do ensino

assenta numa lista de disciplinas ou módulos que o estudante deve

concluir num certo número de anos, o contrato de estudos estabelece

a lista das disciplinas ou módulos que correspondem às disciplinas ou

módulos do estabelecimento de origem na instituição de acolhimento,

para os quais o reconhecimento académico será concedido. Neste

caso, no regresso, o estudante que tiver obtido aproveitamento nos

exames obtém os créditos correspondentes às disciplinas ou módulos

do estabelecimento de origem. O número total de créditos

reconhecidos desta forma deve ser igual ao número total de créditos

concedidos pelo estabelecimento de acolhimento.

Note-se que em qualquer um dos métodos, o estudante pode escolher

disciplina ou módulo facultativo para satisfazer às exigências do

programa de estudos da instituição de origem. De facto, as

instituições podem desta forma associar mobilidade estudantil e

créditos académicos para alargar o leque de possibilidades oferecidas

aos seus estudantes.

5.9.1. Considerações de ordem prática

a) A instituição de acolhimento é a única responsável pela

atribuição dos créditos, e deverá transferir os créditos

relativos a todas as disciplinas ou módulos em que o

estudante tenha tido aproveitamento;

b) Nos casos de insucesso parcial, por parte do estudante, só a

instituição de origem pode admitir o estudante à sua própria

Page 85: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

76

reavaliação antes de lhe conceder os créditos

correspondentes;

c) Nos casos de insucesso total, o estudante poderá ter de

recomeçar o período de estudos no estabelecimento de

origem, o que prolongará a duração dos estudos;

d) Os casos de insucesso, quer parcial quer total, seria

conveniente que a instituição de acolhimento propusesse ao

estudante uma segunda oportunidade em termos de

avaliação. Contudo, deve ter em conta que concluídos os

procedimentos da transferência dos créditos académicos, só a

instituição de origem está em condições de avaliar, de acordo

com as suas próprias regras, os progressos efectuados pelo

estudante.

5.9.2. Coordenadores dos Créditos Académicos

Cada instituição que utiliza o SNATCA nomeia um órgão ou uma

entidade de coordenação institucional (central) e órgãos ou entidades

de coordenação departamental ou de Faculdade. A estes órgãos ou

entidades, para além de prestarem aconselhamento aos estudantes,

compete gerir as modalidades administrativas e académicas. As

normas de funcionamento destes coordenadores serão regidas por

regulamento próprio.

Em termos gerais, o papel dos coordenadores SNATCA é

estabelecido pela própria instituição, tendo em conta a partilha de

tarefas com órgãos institucionais e entidades responsáveis pelas

relações públicas e relações internacionais.

Assim, compete à Coordenação institucional (central) do SNATCA:

a) Garantir o empenho da instituição na aplicação dos

princípios e dos mecanismos do SNATCA;

Page 86: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

77

b) Promover o SNATCA tanto no interior como no exterior da

instituição;

c) Facilitar a aplicação prática do SNATCA;

d) Apoiar os coordenadores departamentais ou de Faculdade;

e) Informar os estudantes sobre o SNATCA;

f) Coordenar, com os coordenadores departamentais ou de

Faculdades, a preparação, a publicação e a distribuição dos

dossiers de informação aos parceiros; e

g) Estabelecer e constituir disposições contratuais com os

parceiros e estudantes.

Em termos estruturais, o coordenador institucional deve estar numa

posição que lhe permita beneficiar de relações próximas tanto com os

membros da administração como com os docentes.

Compete aos Coordenadores Departamentais ou de Faculdades do

SNATCA:

a) Manter o contacto com os estudantes e com o pessoal do

departamento ou da Faculdade sobre o SNATCA;

b) Operacionalizar os aspectos académicos inerentes à execução

do SNATCA;

c) Informar os estudantes sobre os aspectos práticos do

SNATCA;

d) Entregar aos estudantes uma cópia dos dossiers de

informação preparados pelos estabelecimentos parceiros;

e) Ajudar os interessados a preencher os formulários de

candidatura e explicar-lhes o funcionamento dos processos

de reconhecimento académico e os documentos necessários

para esse efeito;

Page 87: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

78

f) Orientar e aconselhar o estudante no momento da elaboração

do programa de estudos, para que este corresponda

simultaneamente às exigências académicas e aos interesses

pessoais do estudante;

g) Assegurar a comunicação normal entre as instituições de

origem de acolhimento através, da troca de formulários de

candidatura, negociação de programas de estudos e

preparação de boletins de avaliação dos estudantes que vão

partir e dos que reingressam na instituição de origem;

h) Informar os colegas, docentes e corpo técnico-administrativo,

sobre a utilização do SNATCA e as implicações da

atribuição de créditos aos cursos do Departamento e/ou

Faculdade;

i) Velar pela boa integração dos estudantes visitantes; e

j) Fazer o acompanhamento do progresso dos estudantes no

estrangeiro através de contactos regulares.

5.9.3. Dossier de Informação

Cada estabelecimento utilizador do SNATCA elabora dossiers de

informação destinados aos potenciais parceiros, nomeadamente, aos

respectivos estudantes e pessoal, onde constam informações sobre os

custos, os programas e as disposições académicas e administrativas.

Os dossiers de informação destinam-se a facilitar a transparência dos

programas e a apoiar os professores enquanto conselheiros e

assistentes dos estudantes, por ocasião da elaboração do programa ou

da organização da estadia no estrangeiro. Susceptíveis de constituir o

primeiro contacto do estudante ou do coordenador com um

estabelecimento estrangeiro, os dossiers de informação devem ser

Page 88: Quadro Curricular Para a Graduação - spid404.uem.mz€¦ · 2. Admissão na UEM 2.1. O processo de ingresso na UEM Desde a independência nacional, o processo de ingresso na Universidade

79

concisos e claros e fornecer todas as informações práticas aos

interessados.

Os dossiers de informação devem ser sistematicamente actualizados

todos os anos e ser facilmente acessíveis aos utilizadores, estudantes

e professores, em papel ou em disquete. A utilização das redes de

comunicação electrónica pelos estabelecimentos parceiros revelou-se

um instrumento eficaz na distribuição dos documentos