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COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO
Direcção de Serviços de Monitorização Ambiental
Divisão de Monitorização Ambiental
Elaborado por
Luís Pereira
Lisboa, Dezembro de 2004
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MINISTÉRIO DAS CIDADES, ADMINISTRAÇÃO LOCAL, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Qualidade das águas superficiais
na
bacia hidrográfica do rio Almonda
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
Índice AGRADECIMENTOS................................................................................................................... 3
RESUMO ..................................................................................................................................... 4
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 5
2 PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TEJO (PBH TEJO) ......................................... 5 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE HOMOGÉNEA DE PLANEAMENTO (UHP) 7 -
ALMONDA/ALVIELA/MAIOR.............................................................................................. 7 2.2 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO .............................................................................................. 8 2.3 SANEAMENTO BÁSICO........................................................................................................ 8 2.4 ÁREAS COM ESTATUTO ESPECIAL DE PROTECÇÃO ................................................................. 9
3 RESERVA NATURAL DO PAUL DE BOQUILOBO................................................................ 10 3.1 HISTÓRIA......................................................................................................................... 10 3.2 CARACTERIZAÇÃO .......................................................................................................... 10 3.3 VALORES NATURAIS.......................................................................................................... 11 3.4 SISTEMA HÍDRICO ............................................................................................................. 12 3.5 FONTES DE POLUIÇÃO ...................................................................................................... 12
4 REDE DE MONITORIZAÇÃO DE QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL............................ 13 4.1 ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM ............................................................................................ 13 4.2 PARÂMETROS ANALISADOS............................................................................................... 15
5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA........................................................................ 17 5.1 OBJECTIVOS AMBIENTAIS DE QUALIDADE MÍNIMA PARA AS ÁGUAS SUPERFICIAIS .................... 17 5.2 GRELHAS DE AVALIAÇÃO PARA USOS MÚLTIPLOS DO INSTITUTO DA ÁGUA (INAG)................ 20 5.3 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS..................................................................................... 23
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 24
7 RECOMENDAÇÕES / SUGESTÕES ................................................................................... 25
8 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 26
APÊNDICE I - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ACORDO COM O ANEXO XXI DO
DECRETO-LEI N.º 236/98. ................................................................................................................. 27
APÊNDICE II - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ACORDO COM A GRELHA DO INAG... 29
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
Agradecimentos
Agradecemos a Abílio Dias, autor da fotografia do rio Almonda, mostrada na capa, a
permissão que nos concedeu na sua utilização. A fotografia foi retirada do site
www.olhares.com.
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Resumo Neste trabalho avaliou-se a qualidade da água superficial na bacia hidrográfica do rio
Almonda (afluente da margem direita do rio Tejo), entre Janeiro de 1999 (Novembro de
1993 para uma estação de amostragem) e Setembro de 2004. Dos sete pontos de
amostragem actualmente existentes nesta bacia, cinco estão localizados na Reserva
Natural do Paul do Boquilobo (RNPB), única área do nosso país integrada na rede
internacional de Reservas da Biosfera.
Os resultados de qualidade da água foram avaliados com base em dois critérios
diferentes: Anexo XXI do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, que define os objectivos
ambientais mínimos de qualidade para as águas superficiais e uma grelha para usos
múltiplos definida pelo Instituto da Água (INAG), que foi utilizada na elaboração dos
Planos de Bacia e no Plano Nacional da Água.
Da apreciação dos resultados notou-se uma melhoria, em termos gerais, na qualidade
da água desta bacia hidrográfica, mas ainda existem problemas de poluição que só
serão minimizados se houver um controlo mais eficaz das fontes poluidoras. A estação
que apresentou piores resultados foi Pt. Pereiro, localizada na Vala do Pereiro, à entrada
da Reserva e portanto condicionando todos os resultados analíticos que se obtenham no
interior desta.
Em relação ao número de estações de amostragem localizadas na área da RNPB,
propôs-se uma redução do seu número, uma vez que todas as estações se localizam
numa área geográfica muito reduzida, apresentam um padrão de evolução de
qualidade da água similar e, salvo melhor opinião, não resulta daí nenhum ganho
adicional de informação.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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1 Introdução A qualidade da água no meio hídrico pode ser afectada por muitos factores. As
condições de equilíbrio sofrem frequentemente flutuações, principalmente devido a
pressões externas, o que justifica a necessidade de implementar um programa de
monitorização sensível a essas alterações, permitindo posteriormente inferir tendências
sobre a evolução da qualidade da água. De facto, por vezes a água torna-se
inaceitável para alguns usos, muito embora outros possam ainda ser satisfeitos.
Com este trabalho pretende-se estudar as alterações e tendências verificadas na
evolução da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Almonda, com base nos
dados obtidos no âmbito das redes de monitorização de qualidade das águas
superficiais, geridas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de
Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).
Para avaliar a qualidade da água atendeu-se aos objectivos ambientais de qualidade
mínima para as águas superficiais, tal como definidos no Anexo XXI do Decreto-Lei n.º
236/98, de 1 de Agosto, e a uma grelha paramétrica para usos múltiplos proposta pelo
Instituto da Água (INAG), utilizada na elaboração dos Planos de Bacia Hidrográfica e no
Plano Nacional da Água.
Em termos de zonas com estatuto especial de protecção, na bacia do rio Almonda
destaca-se a Reserva Natural do Paul de Boquilobo (RNPB). Aliás, à excepção de uma
estação de amostragem, todas as outras têm como finalidade auxiliar a caracterização
dos recursos hídricos superficiais desta importante área natural.
2 Plano de Bacia Hidrográfica do rio Tejo (PBH Tejo)
Para a elaboração e definição de objectivos dos Planos de Bacia, que visam o
cumprimento do disposto no Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro, foram criadas sub-
regiões de carácter operativo, denominadas Unidades Homogéneas de Planeamento
(UHP), em função do apuramento e análise de critérios hidrológicos, socio-económicos e
ambientais. A sub-bacia do rio Almonda constitui a UHP 7, conjuntamente com as dos rios
Alviela e Maior - Figura 1.
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Figura 1 - UHP definidas no PBH Tejo.
O rio Almonda é um afluente da margem direita do Tejo, localizado entre o Alviela e o
Zêzere, com uma área de 228.6 km2 - Figura 2 - não sendo dos mais importantes na
contribuição para a área total da bacia.
Recorda-se que a bacia do rio Tejo cobre uma superfície de cerca de 80500 km2, dos
quais apenas 24650 km2 (31%) se situam em território português.
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Figura 2 - Sub-bacias hidrográficas principais do PBH Tejo.
2.1 Caracterização da Unidade Homogénea de Planeamento (UHP) 7 - Almonda/Alviela/Maior
De acordo com a informação disponível no PBH Tejo, esta UHP, constituída
predominantemente pelas bacias dos rios Almonda, Alviela e Maior, apresenta níveis de
tratamento de águas residuais ainda incipientes, com poluição industrial importante
(alimentar, óleos e álcool no Almonda, curtumes no Alviela e suiniculturas e alimentar no
Maior).
O solo é constituído por rochas calcárias fracturadas, que contribuem para uma
escorrência dominantemente subterrânea, e por rochas arenosas recentes, formações
com elevada vulnerabilidade à poluição das áreas subterrâneas.
A UHP integra-se predominantemente na NUT III Lezíria do Tejo embora abranja, a norte,
parte do Médio Tejo. Analogamente, abrange, fundamentalmente, a região agro–
ecológica Lezíria do Tejo e, em parte, o Médio Tejo.
Regista-se a existência da origem de água na bacia do Alviela (Olhos de Água)
associada ao Sistema da EPAL.
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2.2 Evolução da população
A população residente era, em 1998, de aproximadamente 45000 habitantes – Figura 3. A
taxa de crescimento anual médio na bacia do rio Almonda, entre 1950-1998 e 1991-1998,
foi de 0.29% e 0.69%, respectivamente.
3200034000360003800040000420004400046000
1970 1981 1991 1995 1998
Pop.
Res
iden
te (h
ab.)
Figura 3 - Evolução da população na bacia do Almonda, entre 1970 e 1998. (Fonte: PBH Tejo)
Dentro da bacia hidrográfica do rio Tejo, a do rio Almonda foi a que apresentou uma das
maiores taxas de crescimento ao longo do tempo.
2.3 Saneamento básico
É muito reduzida a informação disponível acerca da exploração real das infra-estruturas
existentes na área do PBH Tejo, embora resulte claro o deficiente “acompanhamento” de
muitas ETAR, já que, no que respeita à exploração das redes de drenagem e dada a sua
maior simplicidade, se afigura que ela se vai desenrolando, sem problemas de grande
destaque.
No que diz respeito à exploração das ETAR, as informações e as visitas efectuadas a
algumas das instalações pelas equipas responsáveis pela elaboração do PBH Tejo,
permitiram concluir que, a ETAR da Golegã se encontra em situação de capacidade
ultrapassada ou em vias de o ser. Note-se que no âmbito dos Planos de Bacia só foram
consideradas as que envolviam uma população residente superior a 1 000 hab.
Da informação recolhida por inquérito na bacia do Almonda, sobre as sedes de
concelho, só existem dados disponíveis para Torres Novas - Tabela 1.
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Tabela 1 - Dados sobre a situação do tratamento das águas residuais urbanas.
Bacia Principal ALMONDA Sede de concelho Torres Novas Tipo de tratamento/data de entrada em funcionamento Secundário / 1993 Pop. Servida actual. (hab.) 9700 Pop. Servida actual (hab.-equiv.) 12000 Pop. Dimension. no horizonte de projecto (hab.-equiv.) 50000 (inclui industrias)
Durante o ano de 2001 foi ainda inaugurada a ETAR de Riachos, responsável até então
por alguma contribuição para a degradação da qualidade da água nesta zona.
2.4 Áreas com estatuto especial de protecção
Na Figura 4 mostram-se as áreas especiais de protecção, com estatuto legal, na bacia
hidrográfica do rio Tejo. Quase todas as áreas mencionadas incluem meios hídricos e o
seu valor conservacionista advém principalmente da existência de ecossistemas
aquáticos e ribeirinhos. A Reserva Natural do Paul do Boquilobo tem a sua área
completamente integrada no PBH Tejo.
Figura 4 - Áreas com protecção especial incluídas no PBH Tejo.
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3 Reserva Natural do Paul de Boquilobo
3.1 História
A Quinta da Nossa Senhora da Graça do Paul do Boquilobo ou Quinta do Paul do
Boquilobo, nome por que geralmente se conhece, é um dos mais importantes latifúndios
de Portugal. Pertenceu à Ordem do Templo e à Ordem de Cristo até ao séc. XV, após o
qual foi doado de sesmaria por D. João I ao infante D. Henrique em 1432, «por haver 40
anos que não era aproveitado».
Em 1436, o mesmo infante cede o Paul a D. Fernando de Castro, administrador da sua
casa em troca do de Travas, que este possuía também de sesmaria, com a condição
imposta pelo infante de o Paul do Boquilobo «andar sempre indiviso, por demonstrar a
experiência que pauis divididos são perdidos, por os herdeiros não fazerem as valas». O
seu novo proprietário cedo o tornou «terra de lavradio», resultando assim grande
benefício para o fim em vista. A zona mais alagadiça, no entanto, permaneceu como
paul, sendo utilizada para caça pelos reis e nobreza de então.
O Paul do Boquilobo passou por situações várias quer quanto à posse quer quanto ao seu
aproveitamento, acabando por vir a ser propriedade da família Margiochi e dos seus
descendentes, após ter sido comprada pelo Dr. José Maria Eugénio de Almeida. Num
passado recente, as culturas de cânhamo e arroz estavam largamente difundidas na
área, substituídas a partir dos anos 70 por milho e girassol.
3.2 Caracterização
A Reserva Natural do Paúl do Boquilobo foi criada pelo Decreto-Lei n.º 198/80, de 24 de
Junho, e reclassificada pelo Decreto Regulamentar n.º 49/97, de 20 de Novembro. Ocupa
uma área de 554 ha e é constituída por duas zonas, com regulamentações específicas:
a) Zona de Protecção Integral (196 ha), onde é interdito o acesso de pessoas, bem
como de qualquer tipo de actividade, excepto as relativas à conservação da
natureza;
b) Zona de Uso Extensivo (358 ha), que funciona como zona tampão, amortecendo
eventuais impactos de usos e actividades que ameaçam a Zona de Protecção
Integral.
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A Reserva Natural do Paul do Boquilobo localiza-se na bacia hidrográfica do Rio
Almonda, afluente da margem direita do Tejo.
A planície aluvial é recortada por galerias ripícolas em que predominam o freixo e os
salgueiros, acompanhando uma complexa rede de linhas de água, valados e valas de
drenagem, bem como o próprio rio Almonda. Toda a área da Reserva Natural está
inserida na Freguesia de Azinhaga. Na envolvente da Reserva Natural os aglomerados
mais próximos são a Golegã e Azinhaga (Concelho da Golegã), Riachos, Alcorochel,
Brogueira e Boquilobo (Concelho de Torres Novas), Pombalinho e Mato de Miranda
(Concelho de Santarém). Entroncamento, Torres Novas e Santarém são as cidades mais
próximas.
3.3 Valores naturais
A importância dos valores naturais desta área foi reconhecida pela UNESCO, através do
Programa MAB (Man And Biosphere), com a sua integração na Rede de Reservas da
Biosfera. O Programa MAB tem como principal objectivo a conciliação da conservação
da natureza com o desenvolvimento tecnológico e a utilização dos recursos naturais. O
Paul do Boquilobo é ainda uma Zona Húmida de Importância Internacional (Convenção
de RAMSAR) de grande interesse de conservação, conhecida desde há muito como
refúgio de eleição para anatídeos e aves aquáticas, sobretudo durante o Inverno. Na
Primavera, é igualmente importante como local de nidificação para algumas destas
espécies e outras, nomeadamente ardeídeos e colhereiros. Apresenta também outros
valores faunísticos e florísticos característicos deste tipo de áreas, que vão sendo mais
escassas e reduzidas, em particular na região mediterrânea, sobretudo devido à pressão
humana para utilização dos terrenos, de alta produtividade. Merece particular destaque
a presença de uma dezena de habitats do Anexo I da Directiva 92/43/CEE, relativa à
conservação dos habitats naturais, da fauna e da flora selvagens, bem como a
ocorrência de espécies de fauna do Anexo II e IV da mesma Directiva e do Anexo II e III
da Convenção de Berna e Anexo I da Convenção de Cites. Em 1999, ao abrigo da
Directiva n.º 79/409/CEE, relativa à conservação das aves selvagens, foi criada a Zona de
Protecção Especial do Paul do Boquilobo, a qual alberga uma das mais importantes
colónias de ardeídeos da Península Ibérica. São várias as espécies inventariadas que se
encontram incluídas no Anexo I da directiva relativa à conservação das aves selvagens,
destacando-se Acrocephalus paludicola (Felosa-aquática), por tratar-se de uma espécie
considerada prioritária. As formações vegetais são dominadas por espécies associadas a
ambientes húmidos, verificando-se variações na sua distribuição consoante o regime
hídrico. As espécies de flora inventariadas, num total de 317, são de forma geral pouco
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notáveis, sendo apenas de referir por se tratarem de espécies endémicas incluídas no
Livro Vermelho das Plantas de Portugal Salix salvifolia ssp. australis (Borrazeira-branca),
Prunus spinosa ssp. institioides (Abrunheiro-bravo), Ruscus aculeatus (Gilbardeira) e
Narcisus bulbocodium.
3.4 Sistema hídrico
O Paul do Boquilobo, com cotas mais baixas que as áreas circundantes, está sujeito a
grandes flutuações sazonais do nível de água, o que permite manter determinadas
várzeas inundadas em grande parte do ano e outras permanentemente.
A extensão, níveis e períodos de inundação dependem da queda pluviométrica, do
caudal e transbordo dos rios Almonda e Tejo, e da abertura e fecho das comportas
existentes (portas de água). É ainda de referir a existência de nascentes superficiais
designadas por “olhos de água”. Com excepção de uma pequena área de montado e
inculto a norte do Braço do Cortiço, de cota mais elevada, toda a Reserva se inclui no
Domínio Hídrico. O Paul do Boquilobo, tal como qualquer zona húmida, tem uma elevada
importância na regulação hídrica da região, dado que funciona como área de retenção
e acumulação do excesso de água durante as cheias e recarga dos lençóis freáticos no
período seco.
3.5 Fontes de poluição
Os níveis de poluição existentes no Paul do Boquilobo resultam dos efluentes urbanos e
industriais das povoações de Riachos, Entroncamento e Golegã, que drenam
directamente para a parte leste do paul e da poluição de origem agrícola. Há que referir
ainda as oscilações acentuadas na qualidade da água do rio Almonda, por deficiente
funcionamento das estações de tratamento de águas residuais de Torres Novas. À
excepção da actividade agrícola, todas as fontes poluidoras se encontram fora dos
limites da RNPB.
No Paul de Boquilobo, onde as águas são mais calmas, tem-se constatado a presença
de infestantes aquáticas, nomeadamente o “jacinto de água”, favorecidas, em parte,
pelas quantidades de nutrientes transportados pelas águas que entram na Reserva,
através da Vala do Pereiro.
Existem fontes de poluição tópica de origem industrial que não dispõem de sistemas de
tratamento de efluentes ou que apresentam níveis de tratamento insuficiente, lançando
elevadas cargas orgânicas e substâncias perigosas para o meio hídrico, com a total
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ausência de auto-controlo, sendo de salientar que se verifica, com frequência,
descargas não licenciadas - Figura 5.
Figura 5 - Fontes de poluição mais significativas identificadas na BH Tejo.
4 Rede de monitorização de qualidade da água superficial
4.1 Estações de amostragem
A amostragem da qualidade da água superficial na bacia hidrográfica do rio Almonda
foi iniciada em Novembro de 1993, num único ponto de amostragem (Pt. Nova),
localizado no concelho de Torres Novas, umas centenas de metros a jusante desta
povoação.
Em Janeiro de 1999 foram adicionados, por solicitação do Instituto de Conservação da
Natureza (ICN), mais cinco novos locais, com o propósito de estudar mais
especificamente a qualidade da água na Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB).
Destes, quatro situam-se dentro da área da própria Reserva (Pt. Himalaia, Braço do
Cortiço, Limnígrafo e Qt. Broa Norte) e outro na Vala do Pereiro (Pt. Pereiro), a montante.
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Em Outubro de 1999 foi ainda iniciada a monitorização num outro local, Alverca da
Golegã, uma represa de água localizada junto à povoação da Golegã, a montante da
Reserva, mas sem ligação directa a esta, pelo menos durante a época seca.
A identificação e localização das estações de amostragem encontra-se na Tabela 2 e na
Figura 6, respectivamente.
Tabela 2 - Estações de amostragem de qualidade da água.
Curso de Água Nome da estação Código M (m) P (m) Carta
Militar Concelho Início da amostragem
Rio Almonda Pt. Nova RQDT 018 166 130 277 580 329 Torres Novas Nov/93
Vala do Pereiro Pt. do Pereiro RQDT 093 166 500 270 250 329 Golegã Jan/99
Rio Almonda Pt. do Himalaia RQDT 094 165 175 269 875 341 Golegã Jan/99
Paúl Boquilobo Limnígrafo RQDT 095 165 725 268 963 341 Golegã Jan/99
Paúl Boquilobo Braço do Cortiço RQDT 096 165 000 268 875 341 Golegã Jan/99
Rio Almonda Qt. da Broa (Norte) RQDT 097 165 525 267 300 341 Golegã Jan/99
- Alverca da Golegã RQDT 103 169 100 270 225 330 Golegã Out/99
Os critérios que presidiram à escolha dos cinco locais de amostragem na RNPB
basearam-se no facto de, em tempos, estes terem sido incluídos numa série de
campanhas realizadas pelo ICN.
Note-se ainda que a estação Limnígrafo se situa no centro da Reserva, e que no Inverno,
devido à ocorrência de cheias e inundações, este local fica por vezes inacessível,
impossibilitando a realização de algumas colheitas.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Figura 6 - Estações de amostragem de qualidade da água.
(Área verde - Reserva Natural do Paul do Boquilobo; Pontos vermelhos – estações de amostragem)
4.2 Parâmetros analisados
O programa de amostragem actualmente em curso contempla, em todas as estações,
um conjunto de 28 parâmetros, com as frequências definidas na tabela seguinte. Em 1991
e 1992 foram efectuadas algumas campanhas de amostragem pelo ICN, mas esses
dados não se encontram disponíveis.
A CCDR-LVT tem um programa específico constituído por uma matriz mínima aplicada a
todas as estações de amostragem (com algumas adaptações para as águas costeiras),
onde se incluem praticamente todos os parâmetros do Anexo XXI do Decreto-Lei n.º
236/98 (na verdade são 17), à excepção dos pesticidas, PCB, clorofenóis e níquel.
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Tentou-se que esta matriz mínima incorporasse o maior número possível de parâmetros,
tendo sempre presente que todos fossem analisados no próprio laboratório, de modo a
eliminar a dependência externa da emissão dos boletins completos. Na estação Alverca
da Golegã é analisado um conjunto extra de parâmetros, além da matriz mínima, com o
objectivo de estudar o estado trófico das suas águas: transparência, analisada 12x/ano e
clorofila-a, feopigmentos e fitoplâncton analisados 4x/ano. O frequência de amostragem
do azoto total foi também aumentada para 12x/ano.
Tabela 3 - Parâmetros analisados actualmente e respectiva frequência de amostragem.
Parâmetro Frequência Azoto amoniacal CBO5 Cloretos Coliformes fecais Coliformes totais Condutividade Cor Fosfatos Fósforo total Nitratos Nitritos Oxidabilidade Oxigénio dissolvido PH SST Temperatura
12x/ano
Azoto total Sulfatos
6x/ano
Cádmio Chumbo Cianetos Cobre COT Crómio total Detergentes Ferro Manganês Zinco
3x/ano
Tendo em conta os desenvolvimentos que entretanto se verificaram no domínio da
monitorização dos recursos hídricos superficiais, principalmente na aplicação da directiva
76/464/CEE, relativa às substâncias perigosas, foi abandonada a análise dos pesticidas a
partir do ano hidrológico 2001/02, uma vez que o INAG definiu uma rede de amostragem
a nível nacional especificamente com aquele propósito. Além disso, dos dados
disponíveis até então, nunca se tinha detectado a presença de quaisquer das
substâncias analisadas, facto que evidencia provavelmente a sua inexistência nesta
área.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Na figura seguinte mostra-se o número de colheitas efectuadas anualmente em cada
ponto de amostragem. Idealmente, e de acordo com o especificado na tabela anterior,
este número deveria ser igual ou superior a 12 (frequência mais exigente de entre os
vários parâmetros), mas como já referido isso nem sempre é possível.
0
2
4
6
8
10
12
14
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
N.º
de c
olhe
itas
efec
tuad
as
Pt. Nov a Pt. Pereiro Pt. Himalaia Limnígrafo Braço do Cortiço Qt. da Broa Norte Alv erca da Golegã
Figura 7 - N.º de colheitas efectuadas em cada estação de amostragem.
Deve ainda ser realçado que os últimos resultados analíticos de 2004 são do mês de
Setembro e portanto, como se optou por uma avaliação por ano civil, neste ano só
existem 9 amostras, no máximo. Apesar de ainda faltarem três, preferimos fazer o
tratamento destes dados, em vez de esperar pelas restantes, fazendo a ressalva de que
as conclusões para 2004 são provisórias e podem ser diferentes das apresentadas em
trabalhos posteriores.
5 Avaliação da qualidade da água Neste capítulo procedeu-se a uma análise da qualidade da água com base em dois
critérios de avaliação: Anexo XXI do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, que define os
objectivos ambientais de qualidade mínima para as águas superficiais; e numa grelha
paramétrica para usos múltiplos, proposta pelo INAG, utilizada na elaboração dos Planos
de Bacia e no plano Nacional da Água.
5.1 Objectivos ambientais de qualidade mínima para as águas superficiais
Enquanto não for publicada e aplicada a Directiva Quadro da Água, onde figurarão,
para cada bacia hidrográfica, os objectivos de qualidade da água que devem ser
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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satisfeitos em cada curso de água ou troços dos mesmos, de acordo com o Decreto-Lei
n.º 236/98, de 1 de Agosto, devem ser utilizadas as normas constantes do seu Anexo XXI
(objectivos ambientais de qualidade mínima para as águas superficiais).
Antes de se efectuar a avaliação da qualidade da água propriamente dita,
apresenta-se na Figura 8 a evolução do número de parâmetros analisados ao longo do
tempo. É visível o esforço que a CCDR-LVT realizou nos últimos anos, no sentido de
aumentar o conhecimento do estado de qualidade dos recursos hídricos superficiais, que
mais do que duplicou os parâmetros analisados entre 2000 e 2003.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
N.º
tota
l de
parâ
met
ros
anal
isado
s
Pt. Nov a Pt. Pereiro Pt. Himalaia Limnigrafo Braço Cortiço Qt. Broa Norte Alv erca da Golegã
Figura 8 - N.º total de parâmetros analisados por ano1.
A avaliação de conformidade com base nestas normas foi efectuada por ano civil e o
resultado corresponde ao pior ou piores dos parâmetros avaliados. Como no decreto
mencionado nada é dito em relação ao critério de avaliação, optou-se por considerar
uma percentagem de conformidade de 90% (em doze análises anuais apenas uma pode
ultrapassar o limite), para cada um dos parâmetros - Figura 9. Os resultados mais
detalhados encontram-se no Apêndice I.
Apesar das lacunas de informação já referidas, em termos gerais podemos observar uma
tendência no sentido de uma melhoria gradual da qualidade da água. Ainda assim, só
houve uma estação de amostragem que obteve 100% de conformidade anual em todos
os parâmetros, durante o período de 1997 a 2003.
1 Deve notar-se que o número de parâmetros só se refere ao universo dos considerados no Anexo XXI do
Decreto-Lei n.º 236/98, que são 17, à excepção dos pesticidas, PCB, clorofenóis e níquel.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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O ano de 2000 foi, para algumas estações, aquele em que se verificou o maior número
de parâmetros com incumprimentos. De entre todas as estações, Pt. do Pereiro parece
ser aquela onde a qualidade da água se encontra mais degradada, não conseguindo ir
além dos 60% de conformidade. Acrescenta-se que esta estação está localizada à
entrada da Reserva e acaba por influenciar a qualidade da água no seu interior, devido
ao sistema de canais existente.
Pt. Nova
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Pt. Pereiro
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Pt. Himalaia
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Limnigrafo
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Braço do Cortiço
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Qt. Broa Norte
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Alverca da Golegã
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
NC
C
Figura 9 – Avaliação da qualidade da água de acordo com os objectivos ambientais de qualidade mínima para as águas superficiais (Decreto-Lei n.º 236/98).
(C - % parâmetros conformes; NC - % parâmetros não conformes)
A análise destes resultados deve ser apenas encarada como uma indicação geral sobre
a estado de qualidade das águas, porque não nos podemos esquecer de que o número
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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de colheitas anuais é diferente para cada uma das estações e número de parâmetros
variou ao longo do tempo, fruto da reestruturação e optimização da rede de
monitorização.
A aplicação destas normas merece alguns comentários. Em primeiro lugar, o programa
de amostragem incluía, até Outubro de 2001, apenas alguns dos parâmetros
apresentados no Anexo XXI do Decreto-Lei n.º 236/98, data a partir da qual esta situação
foi ajustada. Por outro lado, uma crítica recorrente a estes objectivos mínimos de
qualidade prende-se com os valores das normas, que representando requisitos mínimos
são, nalguns casos, mais exigentes do que determinados usos.
5.2 Grelhas de avaliação para usos múltiplos do Instituto da Água (INAG)
Esta grelha permite caracterizar a evolução da qualidade da água com base num
conjunto de 27 parâmetros - Tabela 4 – e foi a metodologia usada na elaboração dos
Planos de Bacia. A avaliação materializa-se em cinco classes de qualidade - Tabela 5.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Tabela 4 - Grelha do INAG para avaliar a qualidade da água para usos múltiplos.
Classe Parâmetro
A B C D E
pH2 6,5−8,5 - 6,0−9,0 5,5−9,5 - Temperatura (° C) ≤ 20 25 28 30 > 30 Condutividade (µS/cm, 20°C) ≤ 750 1 000 1 500 3 000 > 3 000 SST (mg/l) ≤ 25 30 40 80 > 80 Sat. OD (%) ≥ 90 70 50 30 < 30 CBO5 (mg O2/l) ≤ 3 5 8 20 > 20 CQO (mg O2/l) ≤ 10 20 40 80 > 80 Oxidabilidade (mg O2/l) ≤ 3 5 10 25 > 25 Azoto amoniacal (mg NH4/l) ≤ 0,1 1 2 5 > 5 Nitratos (mg NO3/l) ≤ 5 25 50 80 > 80 Fosfatos (mg P2O5/l) ≤ 0,54 - 0,94 > 0,94 - Coliformes Totais (/100 ml) ≤ 50 5 000 50 000 > 50 000 - Coliformes Fecais (/100 ml) ≤ 20 2 000 20 000 > 20 000 - Estrep. Fecais (/100 ml) ≤ 20 2 000 20 000 > 20 000 - Ferro (mg/l) ≤ 0,5 1 1,5 2 > 2 Manganês (mg/l) ≤ 0,1 0,25 0,5 1 > 1 Zinco (mg/l) ≤ 0,3 1 5 - > 5 Cobre (mg/l) ≤ 0,02 0,05 1 - > 1 Crómio (mg/l) ≤ 0,05 - - - > 0,05 Selénio (mg/l) ≤ 0,01 - - - > 0,01 Cádmio (mg/l) ≤ 0,001 - 0,005 - > 0,005 Chumbo (mg/l) ≤ 0,05 - 0,1 - > 0,1 Mercúrio (mg/l) ≤ 0,0005 - 0,001 - > 0,001 Arsénio (mg/l) ≤ 0,01 0,05 - 0,1 > 0,1 Cianetos (mg/l) ≤ 0,01 - 0,05 - > 0,05 Fenóis (mg/l) ≤ 0,001 0,005 0,01 0,1 > 0,1 Agentes Tensioac. (LAS mg/l) ≤ 0,2 - 0,50 - > 0,5
Tabela 5 - Grelha do INAG: Significado das classes de qualidade.
Classe Significado
A - Sem poluição Águas consideradas como isentas de poluição, aptas a satisfazer potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade.
B - Fracamente poluído Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas podendo também satisfazer potencialmente todas as utilizações (equivalente à classe 1B francesa).
C - Poluído
Águas com qualidade “aceitável”, suficiente para irrigação, para usos industriais e produção de água potável após tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto directo.
D - Muito poluído Águas com qualidade “medíocre”, apenas potencialmente aptas para irrigação, arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória.
E - Extremamente poluído Águas ultrapassando o valor máximo da classe D para um ou mais parâmetros. São consideradas como inadequadas para a maioria dos usos e podem ser uma ameaça para a saúde pública e ambiental.
2 O pH, sendo um parâmetro muito dependente de características geomorfológicas, pode apresentar valores
fora deste intervalo, sem contudo significar alterações de qualidade devidas à poluição.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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O resultado da aplicação desta metodologia é mostrado na figura seguinte. As
percentagens referem-se ao número de parâmetros incluídos em cada classe,
relativamente ao número total de parâmetros considerados. No Apêndice II apresenta-se
esta informação mais detalhadamente.
Tal como no critério anterior, considerou-se que um parâmetro pertence a uma
determinada classe se 90% dos valores das análises cumprirem os limites definidos para
essa classe. A avaliação final apresentada foi determinada como a do pior ou piores
parâmetros avaliados.
Tal como mostrado na figura, verifica-se que a qualidade da água oscilou entre
Extremamente poluído e Muito Poluído, para todas as estações. Contudo, se
adicionarmos a percentagem de parâmetros das classes A e B (correspondente às áreas
azul e verde da figura seguinte), que poderão ser consideradas águas isentas de
poluição ou apenas ligeiramente poluídas, notamos, à semelhança do critério anterior,
que no ano 2000 houve uma degradação generalizada da qualidade da água. Em
termos globais, à excepção da estação Limnígrafo (localizada no centro da Reserva),
constata-se uma melhoria da qualidade (soma das classes A e B).
A estação Pt. do Pereiro é a que evidencia mais problemas de qualidade da água. Só os
parâmetros da classe E representam aproximadamente 40%, embora tenha vindo a
diminuir nos últimos anos e as classes de melhor qualidade indiciem também uma
melhoria, principalmente a partir do ano de 2000.
Concluindo, na generalidade parece haver uma tendência para a melhoria gradual da
qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Almonda, mas isso não deve impedir a
continuação ou implementação de programas de medidas com vista à redução da
poluição que possa afectar a qualidade dos recursos hídricos.
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Pt. Nova
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Pt. Pereiro
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Pt. Himalaia
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Limnigrafo
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Braço Cortiço
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Qt. Broa Norte
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Alverca Golegã
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
E
D
C
B
A
Figura 10 – Avaliação da qualidade da água de acordo com a grelha do INAG.
5.3 Comparação dos resultados
Na tabela seguinte comparam-se os resultados obtidos através da aplicação dos critérios
atrás descritos. Como já referido, a análise foi efectuada por ano civil.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Tabela 6 - Comparação da avaliação de conformidade com base nos dois critérios descritos.
Estação Critério 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 DL 236/98 NC NC NC C NC NC NC NC NC C NC Pt. Nova INAG E E E E E D E E E D D DL 236/98 - - - - - NC NC NC NC NC NC Pt. Pereiro INAG - - - - - E E E E E E DL 236/98 - - - - - NC NC NC NC NC NC Pt. Himalaia INAG - - - - - E D D E E E DL 236/98 - - - - - NC NC NC NC NC NC Limnígrafo INAG - - - - - E E E E E E DL 236/98 - - - - - NC NC NC NC NC NC Braço Cortiço INAG - - - - - E E E E E E DL 236/98 - - - - - NC NC NC NC NC NC Qt. Broa
Norte INAG - - - - - E E E E E E DL 236/98 - - - - - NC NC NC NC NC NC Alverca da
Golegã INAG - - - - - E E E E D D
NOTA: C – Conforme; NC – Não conforme.
Sem ignorar a importância da RNPB para os ecossistemas locais, comparativamente com
outras bacias hidrográficas existe uma grande concentração de pontos de amostragem
numa área relativamente reduzida, sem que haja, como se pode observar um ganho
evidente em termos de informação sobre a qualidade dos recursos hídricos.
Genericamente, as estações de amostragem na área da RNPB apresentaram um padrão
semelhante, em termos de evolução de qualidade da água. Julga-se que seria oportuno
ponderar a redução do número de estações de amostragem, concentrando esforços
noutras bacias, eventualmente onde se devesse obter uma imagem da qualidade da
água mais completa. Essa redução pode incluir, por exemplo, as estações localizadas no
centro da RNPB (Pt. Himalaia, Limnígrafo e Braço do Cortiço), mantendo a Pt. Pereiro, que
fornece informação à entrada e Qt. Broa Norte, à saída.
6 Conclusões Antes de se apresentar qualquer conclusão, convém recordar algumas das ressalvas já
referidas anteriormente neste documento: para que o estudo de qualidade da água
fosse efectivamente equivalente em todas as estações de amostragem dever-se-ia
dispor, pelo menos, do mesmo número de análises em todas as estações para os
parâmetros avaliados. Esta nota realça a importância de se manter uma boa gestão da
rede de monitorização, que começa na programação das colheitas e termina com a
emissão dos boletins de laboratório. Ainda assim, é possível retirar algumas conclusões,
mesmo que estas se revistam de carácter geral.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Em termos genéricos, verificou-se que a qualidade da água na bacia hidrográfica do rio
Almonda se encontra bastante degradada, facto que ficou também evidenciado
aquando da elaboração do respectivo Plano de Bacia do Tejo. Contudo, analisando os
dados mais em detalhe, através da aplicação dos dois critérios utilizados (objectivos de
qualidade mínima e grelha de usos múltiplos), podemos notar uma tendência global
para o aumento do número de parâmetros nas classes de melhor qualidade, ao longo
do tempo. Esta tendência favorável só pode contudo acentuar-se se houver um esforço
continuado de controlo das fontes de poluição pontuais e difusas que afectem a
qualidade da água naquela bacia hidrográfica. Não nos podemos esquecer que, pelas
razões já expostas, a RNPB merece uma atenção mais dedicada, que passa obviamente
pelos melhoramentos nos sistemas de saneamento básico municipais e industriais mais
influentes naquela área.
De qualquer modo, observa-se que a estação de amostragem Pt. Pereiro é aquela onde
a qualidade da água se apresenta mais degradada. Esta estação está localizada na
Vala do Pereiro, à entrada da Reserva, e enquanto este problema não for minimizado a
qualidade da água no seu interior ficará sempre condicionada pela carga poluente que
recebe por aquela via.
7 Recomendações / Sugestões Tendo em conta o anteriormente exposto e salvo melhor opinião, julgamos não ser
necessário manter o actual número de pontos de colheita numa área geográfica tão
reduzida, ainda que seja importante, uma vez que o ganho de informação não é
significativo, porque as estações de amostragem apresentam um padrão semelhante de
evolução do estado de qualidade da água. Neste sentido, propõe-se que sejam
desactivadas as estações Pt. Himalaia, Limnígrafo e Braço do Cortiço, mantendo as
restantes, Pt. Pereiro e Qt. Broa, que fornecem informação à entrada e à saída da RNPB.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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8 Bibliografia PEREIRA, Luís A. M., Qualidade das águas superficiais - Bacia hidrográfica do rio
Almonda, DRAOT-LVT/DSA/DRH, Lisboa, Janeiro/2002;
PEREIRA, Luís A. M., Rede de qualidade das águas superficiais – Programa de
monitorização – Ano hidrológico 2000/2001, DRAOT-LVT/DSA/DRH, Lisboa,
Setembro/2000;
SOARES, C., NUNES, F., Qualidade das águas superficiais – Plano de monitorização
– Ano Hidrológico 2002/2003, DRAOT-LVT/DSMA/DMA, Lisboa, Setembro/2002;
SOARES, C., NUNES, F., Qualidade das águas superficiais – Plano de monitorização
– Ano Hidrológico 2003/2004, DRAOT-LVT/DSMA/DMA, Lisboa, Agosto/2003;
SOARES, C., NUNES, F., Qualidade das águas superficiais – Plano de monitorização
– Ano Hidrológico 2004/2005, CCDR-LVT/DSMA/DMA, Lisboa, Setembro/2004;
Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas
Residuais (2000-2006), MAOT, Abril/2000;
PBH Tejo – Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo, em www.inag.pt;
PNA – Plano Nacional da Água, em www.inag.pt.
Sites internet: www.icn.pt; www.inag.pt.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Apêndice I - Avaliação da qualidade da água de acordo com o Anexo XXI do Decreto-Lei n.º 236/98.
Estação de Amostragem Ano Temp. pH OD CBO5 NH4 NK P. tot SO4 Det. Cloret. CN Cu Zn Cr Cd Pb Hg As Ni Parâm.
analis. Parâm.
C Parâm.
NC 1993 C C NC NC C - C - - C - C C - C - C - - 11 9 2
1994 C C NC C NC - C - - C - C C - C - C - - 11 9 2
1995 C C NC C NC - C - - C - C C - C - C - - 11 9 2
1996 C C NC C C - C - - C - C C - C - C - - 11 10 1
1997 C C C C C - C - - C - C C - C - C - - 11 11 -
1998 C C NC C NC - C - - C - C C - - - - - - 9 7 2
1999 C C NC C C - C - - - - - C - - - - - - 7 6 1
2000 C C NC NC NC - - - - - - - - - - - - - - 5 2 3
2001 C C NC C NC - C C - C - - - - - - - - - 8 6 2
2002 C C C C NC - C C C C C C C C C NC - - - 15 13 2
2003 C C C C C - C C C C C C C C C C - - - 15 15 -
Pt. Nova
2004 C C NC NC NC - C C C C - C C C C C - - - 14 11 3
1999 C C NC NC NC - NC - - C - - C C - - - - - 9 5 4
2000 C C NC NC NC - - - - C - - - C - - - - - 7 4 3
2001 C C NC NC NC - NC C - C - - - C - - - - - 9 5 4
2002 C C NC NC NC - NC C NC C C C C C C C - - - 15 10 5
2003 C C NC NC NC - NC C NC C C C C C C C - - - 15 10 5
Pt. Pereiro
2004 C C NC NC NC - NC C C C - C C C C C - - - 14 10 4
1999 C C NC NC NC - NC - - C - - C C - - - - - 9 5 4
2000 C C C NC NC - - - - C - - - C - - - - - 7 5 2
2001 C C NC NC NC - NC C - C - - - C - - - - - 9 5 4
2002 C C NC NC NC - NC C C C C C C C C C - - - 15 11 4
2003 C C NC NC NC - NC C C C C C C C C C - - - 15 11 4
Pt. Himalaia
2004 C C NC NC NC - NC C C C - C C C C C - - - 14 10 4
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Apêndice I (Cont.)
Estação de Amostragem Ano Temp. pH OD CBO5 NH4 NK P. tot SO4 Det. Cloret. CN Cu Zn Cr Cd Pb Hg As Ni Parâm.
analis. Parâm.
C Parâm.
NC 1999 C C NC NC C - NC - - C - C C C - - - - - 10 7 3
2000 C C NC NC C - - - - C - - - C - - - - - 7 5 2
2001 C C C NC C - C - - C - - - C - - - - - 8 7 1
2002 C C NC NC C - NC C - C C C C C C C - - - 14 11 3
2003 C C C NC NC - NC C C C C C C C C C - - - 15 12 3
Limnígrafo
2004 C C NC NC C - NC - - C - - - - - - - - - 7 4 3
1999 C C C NC C - NC - - C - C C C - - - - - 10 8 2
2000 C C NC NC NC - - - - C - - - C - - - - - 7 4 3
2001 C C NC NC C - C - - C - - - C - - - - - 8 6 2
2002 C C C NC C - C NC C C C C C C C C - - - 15 13 2
2003 C C C NC C - C C C C C C C C C C - - - 15 14 1
Braço Cortiço
2004 C C NC NC C - NC C - C - - - - - - - - - 7 5 2
1999 C C NC NC NC - NC - - C - - C C - - - - - 9 5 4
2000 C C NC NC NC - - - - C - - - C - - - - - 7 4 3
2001 C C NC NC C - NC C - C - - - C - - - - - 9 6 3
2002 C C NC NC C - NC C C C C C C C C C - - - 15 12 3
2003 C C NC NC NC - NC C C C C C C C C C - - - 15 11 4
Qt. Broa Norte
2004 C C NC NC NC - NC C C C - C C C C C - - - 14 10 4
1999 C C NC NC NC C NC - - - - - - - - - - - - 8 4 4
2000 C C NC NC NC NC NC - - - - - - - - - - - - 7 2 5
2001 C C C NC C NC C C - C - - - - - - - - - 9 7 2
2002 C C C NC C - C C C C C C C C C C - - - 15 14 1
2003 C C C NC C - C C C C C C C C C C - - - 16 14 2
Alverca da Golegã
2004 C NC C NC C - C C C C - C C C C C - - - 14 12 2
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Apêndice II - Avaliação da qualidade da água de acordo com a grelha do INAG.
pH Temp. Cond. SST OD CBO5 CQO Oxid. NH4 NO3 P2O5 CT CF EF Fe Mn Zn Cu Cr Se Cd Pb Hg As CN Fen. Det. 1993 A-2 A-2 A-2 A-2 E-2 E-2 - D-2 B-2 A-2 A-2 D-2 D-2 - - - A-2 A-2 - - A-2 - A-2 - - - - 1994 A-12 B-11 A-12 D-12 E-11 C-10 - C-12 D-12 B-12 D-12 D-6 D-6 - - - A-8 A-8 - - A-8 - A-8 - - - - 1995 C-11 B-11 B-9 C-11 E-11 C-10 - C-11 D-11 B-11 D-11 D-9 C-10 D-1 - - A-5 A-5 - - A-5 - A-8 - - - - 1996 A-12 B-12 A-12 A-12 E-12 B-12 - C-12 C-12 B-12 D-12 - - - - - A-6 A-6 - - A-6 - A-5 - - - - 1997 A-11 B-12 A-12 A-12 E-12 B-11 - C-12 D-12 B-12 D-12 C-3 C-3 - - - A-6 A-6 - - A-6 - A-6 - - - - 1998 A-11 B-11 A-11 E-11 E-10 D-11 - C-11 D-11 B-11 D-11 - D-6 - - - A-7 A-1 - - - - - - - - - 1999 A-12 B-12 A-12 A-12 D-12 C-12 - C-12 C-12 B-12 C-12 - D-12 - - - A-9 - - - - - - - - - - 2000 A-13 B-13 A-13 D-13 E-13 C-12 C-1 C-13 C-13 B-12 D-12 D-3 D-12 - - - - - - - - - - - - - - 2001 A-10 B-10 A-10 C-10 E-10 D-10 - C-10 E-10 B-10 D-10 D-10 D-10 - - - - - - - - - - - - - - 2002 A-12 B-12 A-12 D-12 E-12 B-12 - C-12 D-12 B-12 D-12 D-12 D-12 - B-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 C-3 - - A-1 - A-1 2003 A-8 B-8 A-8 D-8 B-8 B-7 - C-8 B-8 B-8 A-8 D-8 D-7 - A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-3 - A-3
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2004 A-9 B-9 A-9 A-9 D-9 C-9 - C-9 D-9 B-9 C-9 D-8 D-8 - A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - - - A-1 1999 A-12 B-11 C-12 E-12 E-12 E-12 E-3 E-12 E-12 C-12 D-12 - D-9 D-9 - - A-9 - A-10 - - - - - - D-8 - 2000 C-12 B-12 C-12 E-12 E-11 E-8 E-12 E-12 E-12 C-12 D-12 D-2 D-11 D-11 - - - - A-6 - - - - - - D-8 - 2001 A-9 B-9 D-9 E-9 E-9 E-9 E-7 E-9 E-9 B-9 D-9 D-8 D-9 D-7 - - - - A-4 - - - - - - D-7 - 2002 A-12 B-12 D-12 E-12 E-10 E-11 E-12 E-12 A-12 D-12 D-12 D-12 - B-3 B-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-1 - E-1 2003 A-8 B-8 C-8 E-8 E-7 E-7 E-8 E-8 B-8 D-8 D-7 D-7 - E-3 B-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-3 - E-3 Pt
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2004 A-9 B-9 C-9 E-9 E-7 E-7 - E-9 E-9 A-9 D-9 D-9 D-9 - C-3 B-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - - - A-1 1999 A-12 B-11 B-12 E-12 E-12 E-12 D-3 D-12 E-12 B-12 D-12 - D-9 D-9 A-9 A-10 D-9 2000 A-11 B-11 A-11 D-11 D-11 C-10 C-11 C-11 D-11 B-11 D-11 D-2 D-11 C-11 A-6 C-8 2001 A-8 B-8 A-8 B-8 D-8 D-7 C-6 C-8 C-8 B-8 D-8 D-8 D-8 C-6 A-3 C-6 2002 A-12 B-12 B-12 E-12 E-12 D-12 D-12 C-12 B-12 D-12 D-12 D-12 A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 A-1 A-1 2003 A-6 B-6 B-6 D-6 E-6 D-5 D-6 C-6 B-6 D-6 D-5 C-5 B-2 A-2 A-2 A-2 A-2 A-2 A-2 A-2 A-2 Pt
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2004 A-9 B-9 B-9 D-9 E-8 E-8 - D-9 E-9 B-9 D-9 D-9 D-9 - A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - - - A-1 1999 C-12 B-11 B-12 E-12 E-12 E-12 E-3 E-12 D-12 A-12 D-12 - D-9 C-9 A-9 A-1 A-10 D-9 2000 A-10 B-10 C-10 E-10 E-10 D-5 E-10 D-10 A-10 A-10 D-10 C-2 B-10 B-10 A-6 C-8 2001 A-2 A-2 A-2 E-2 B-2 E-2 C-1 E-2 B-2 A-2 A-2 B-2 B-2 B-1 A-1 B-1 2002 A-8 B-8 B-8 E-7 E-8 E-8 E-8 B-8 B-8 C-8 C-8 B-8 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 2003 A-3 C-3 A-3 E-3 A-3 E-3 E-3 D-3 A-3 A-3 D-3 D-3 B-1 B-1 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 A-1 Lim
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2004 A-2 C-2 A-2 D-2 E-2 D-2 - D-2 B-2 A-2 D-2 C-2 B-1 - - - - - - - - - - - - - -
Nota : “Letra - N.º”, significa que o parâmetro em causa foi avaliado na classe “Letra”, para aquele ano, com base em “N.º” resultados.
CCDR-LVT Qualidade das águas superficiais na Divisão de Monitorização Ambiental bacia hidrográfica do rio Almonda
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Apêndice II (Cont.)
pH Temp. Cond. SST OD CBO5 CQO Oxid. NH4 NO3 P2O5 CT CF EF Fe Mn Zn Cu Cr Se Cd Pb Hg As CN Fen. Det. 1999 A-10 B-9 B-10 E-10 E-10 E-10 D-2 E-10 D-10 B-10 A-9 - C-7 B-7 - - A-8 A-1 A-9 - - - - - - D-8 - 2000 A-11 C-11 B-11 E-11 E-11 E-8 E-11 E-11 D-11 B-11 A-11 B-2 C-11 B-11 - - - - A-6 - - - - - - C-9 - 2001 A-9 B-9 A-9 E-9 D-9 E-8 E-7 E-9 B-9 A-9 A-9 C-9 B-8 B-7 - - - - A-5 - - - - - - C-7 - 2002 A-8 C-7 C-8 E-8 C-7 D-6 E-8 B-8 A-8 A-8 D-7 C-7 - C-3 C-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-1 - A-1 2003 A-7 C-7 B-7 E-7 C-7 E-3 E-7 B-7 A-7 A-7 D-7 B-6 - E-3 D-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-3 - A-2
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2004 A-5 B-5 B-5 E-5 D-5 E-5 - E-5 B-5 A-5 A-5 B-5 B-5 - - - - - - - - - - - - - - 1999 A-12 B-11 B-12 D-12 E-12 D-12 C-3 D-12 E-12 B-12 D-12 - D-9 C-10 A-9 A-10 - - - - - - D-11 - 2000 A-12 B-12 A-12 D-12 E-12 C-11 C-12 C-12 C-12 B-12 D-12 D-3 D-12 C-12 A-6 - - - - - - C-10 - 2001 A-10 B-10 A-10 E-10 E-10 E-10 C-8 D-10 C-9 B-10 D-10 D-10 D-9 C-8 A-5 - - - - - - C-8 - 2002 A-12 B-12 C-12 B-12 E-12 D-12 D-12 D-12 B-12 D-12 D-12 D-12 A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-1 - A-1 2003 A-8 B-8 B-8 E-8 E-8 D-7 C-8 C-8 B-8 D-8 D-7 D-7 A-3 B-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-3 - A-3 Q
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2004 A-9 B-9 B-9 A-9 E-9 D-8 - D-9 D-9 A-9 D-9 D-9 D-9 - A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - C-3 A-3 - - - - A-1 1999 A-3 A-3 A-3 A-3 E-3 C-3 C-3 D-3 A-3 D-3 - D-3 C-3 - - - - - - 2000 A-12 B-12 A-12 E-12 E-12 D-11 D-12 D-12 B-12 D-12 D-3 C-12 C-12 - - - - - - 2001 C-10 C-10 A-10 E-10 C-10 D-9 D-10 C-10 A-10 C-10 C-9 C-10 B-8 - - - - - - 2002 C-12 B-12 A-12 D-12 C-12 C-11 E-12 B-12 A-12 A-12 C-12 C-12 A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-1 - A-1 2003 C-8 B-8 A-8 C-8 C-8 D-7 C-8 B-8 A-8 A-8 D-8 D-8 A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - A-3 - A-3 A
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2004 D-9 C-9 A-9 B-9 B-9 D-8 - D-9 C-9 A-9 A-9 C-9 B-9 - A-3 A-3 A-3 A-3 A-3 - A-3 A-3 - - - - A-1
Nota : “Letra - N.º”, significa que o parâmetro em causa foi avaliado na classe “Letra”, para aquele ano, com base em “N.º” resultados.