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1 ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLÓGICO DO PIAUÍ CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI CURSO DE MEDICINA MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA PALOMA CARVALHO PINHEIRO QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO Teresina - Piauí 2019

QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO PRIMEIRO E … · 2020. 6. 15. · assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo A). Tendo sido usado como critério

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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLÓGICO DO PIAUÍ

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

CURSO DE MEDICINA

MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA

PALOMA CARVALHO PINHEIRO

QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO

PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO

UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO

Teresina - Piauí

2019

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MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA

PALOMA CARVALHO PINHEIRO

QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO

PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO

UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Medicina do

Centro Universitário UNINOVAFAPI, como requisito parcial para obtenção do

título de graduado em Medicina.

Orientador (a): Cíntia Maria de Melo Mendes

Teresina - Piauí

2019

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QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO PRIMEIRO E ÚLTIMO

PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI: UM ESTUDO

COMPARATIVO

QUALITY OF LIFE OF MEDICAL STUDENTS OF THE FIRST AND LAST PERIOD OF

THE UNIVERSITY CENTER UNINOVAFAPI: A COMPARATIVE STUDY

CALIDAD DE VIDA DE LOS ESTUDIANTES DE MEDICINA DEL PRIMER Y ÚLTIMO

PERÍODO DEL CENTRO UNIVERSITARIO UNINOVAFAPI: UN ESTUDIO

COMPARATIVO

1MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA

2PALOMA CARVALHO PINHEIRO

3CÍNTIA MARIA DE MELO MENDES

1 Acadêmica de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi, Bloco 12. Endereço: Rua São Pedro, 3274,

Bairro: Frei Serafim, CEP: 64001-914, Teresina - Piauí. E-mail: [email protected]

2 Acadêmica de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi, Bloco 12. Endereço: Rua César Leal, 5642.

Bairro: Santa Isabel, CEP: 64053-110, Teresina - Piauí. E-mail: [email protected]

3 Professora no Centro Universitário Uninovafapi. Endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes, 6123, Bairro

Uruguai, CEP: 64073-505, Teresina – Piauí. E-mail: [email protected]

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QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO

PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO

UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO

RESUMO

Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações. Este trabalho tem como objetivo comparar a QV de estudantes de medicina do

primeiro e último período do UNINOVAFAPI. É uma pesquisa observacional, descritiva,

quantitativa, comparativa e transversal. Foi utilizado o questionário de Whoqol-bref adaptado,

que abrange domínios: físico, psicológico, social, meio ambiente e hábitos. Os resultados

identificaram uma diferença no escore de qualidade de vida, de saúde, de domínio físico,

psicológico, social e ambiental, com médias maiores no primeiro período do que no último,

corroborando a influência do curso de Medicina nos diversos âmbitos da vida do estudante.

Descritores: Qualidade de vida, Estudantes de medicina, Estudo comparativo.

ABSTRACT

Quality of life is the individual's perception of their position in the context of the

culture and value system in which they live and in relation to their goals, expectations,

standards and concerns. This study aims to compare the QoL of medical students of the first

and last period of UNINOVAFAPI. It is an observational, descriptive, quantitative,

comparative and cross-sectional research. The adapted Whoqol-bref questionnaire was used,

covering domains: physical, psychological, social, environment and habits. The results

identified a difference in the quality of life, health, physical, psychological, social and

environmental score, with averages higher in the first period than in the last one,

corroborating the influence of the medical course in the different areas of the student's life.

Descriptors: Quality of life, Medical students, Comparative study..

RESUMEN

La calidad de vida es la percepción del individuo de su posición en el contexto de la

cultura y el sistema de valores en los que vive y en relación con sus objetivos, expectativas,

patrones y preocupaciones. Este trabajo tiene como objetivo comparar la CV de estudiantes de

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medicina del primer y último período del UNINOVAFAPI. Es una investigación

observacional, descriptiva, cuantitativa, comparativa y transversal. Se utilizó el cuestionario

de Whoqol-bref adaptado, que abarca ámbitos: físico, psicológico, social, medio ambiente y

hábitos. Los resultados identificaron una diferencia en la puntuación de calidad de vida, de

salud, de dominio físico, psicológico, social y ambiental, con promedios mayores en el primer

período que en el último, corroborando la influencia del curso de Medicina en los diversos

ámbitos de la vida del estudiante.

Descriptores: Calidad de vida, Estudiantes de medicina, Estudio comparativo.

INTRODUÇÃO

O significado conceitual de qualidade de vida (QV) começou a ser estudado por volta

da década de 70, decorrente de uma convergência de interesses das ciências sociais, humanas,

econômicas e da saúde, conforme FLECK MP. (2008). Segundo FIEDLER PT (2008), a

Organização Mundial de Saúde (World Health Organization – WHO) criou um Grupo de

Qualidade de Vida (Quality of life – QOL), o The WHOQOL Group, que a caracteriza como

sendo a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de

valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações (WHOQOL Group, 1994, p.28).

De acordo com ALVES et. al (2010), a QV tem um conceito bastante abrangente,

influenciado de forma complexa pelo estado psicológico, nível de independência, saúde física,

relações sociais – trabalho, família, amigos - e com o meio ambiente do indivíduo, estando

relacionada tanto a fatores biológicos e comportamentais, quanto a aspectos sócio

demográficos e culturais. Além de condições de existência de uma população, do seu acesso a

certos bens e serviços econômicos e sociais, como emprego, renda, educação básica,

alimentação adequada, acesso a bons serviços de saúde, habilitação e transporte, segundo

GORDIA et. al (2011).

GORDIA et. al (2010) demonstrou que a qualidade de vida dos estudantes de

Medicina, recentemente, tem ganhado atenção dos pesquisadores científicos no Brasil, tanto

pelo crescente receio individual e coletivo com a saúde e o bem-estar da população geral,

como pelo fato desse curso ter o conceito de ser um dos mais trabalhosos do mercado devido

a sua considerável exigência, que requer dos alunos dedicação, resistência física e emocional,

esforço, sacrifício. Todos esses fatores são progressivamente agravados com o decorrer do

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curso. Inevitavelmente, a exigência do ensino cresce, o que acaba sobrecarregando o cotidiano

do estudante ainda mais. O aumento da carga horária e da quantidade de provas, a pressão de

concluir o curso e entrar no mercado de trabalho e em programas de residência médica afetam

o ser humano bem mais do que apenas emocionalmente, de acordo FIOROTTI et. al (2010).

Ao avaliar a qualidade de vida dos estudantes de Medicina nota-se uma influência

marcante da profissão e da estrutura do currículo do curso em suas vidas em diversos âmbitos.

Esse é um dos aspectos de destaque dos recentes estudos sobre a qualidade de vida desse

grupo, visto que este será o responsável pelo cuidado da saúde da população no futuro.

Dessa forma, o trabalho em estudo tem como objetivo geral avaliar e comparar a

qualidade de vida de estudantes de medicina do primeiro e do último período do Centro

Universitário UNINOVAFAPI, e como objetivo específico caracterizar a população estudada

quanto ao gênero e idade, e observar a percepção acerca da sua qualidade de vida e de saúde.

METODOLOGIA

O trabalho em questão trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva,

quantitativa, comparativa e transversal. O estudo busca expor, classificar, interpretar,

definir semelhanças e diferenças entre fatos, fazendo a análise mais precisa possível, sem

interferência pessoal dos pesquisadores.

Este estudo foi iniciado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro

Universitário UNINOVAFAPI (CAAE: 97585218.3.0000.5210) (Anexo 2) e após

consentimento da instituição, em consonância com a Resolução 466/2012 do Conselho

Nacional de Saúde que regulamenta as questões operacionais e éticas dos trabalhos

científicos envolvendo seres humanos.

A seleção dos indivíduos foi feita por amostragem aleatória simples e os critérios

de inclusão foram os estudantes do primeiro e do décimo segundo período do curso de

Medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI que aceitaram participar da pesquisa

assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo A). Tendo sido

usado como critério de exclusão os alunos com menos de 18 anos de idade.

Para o cálculo do tamanho da amostra (n), foi considerada uma margem de erro de

5% (E), com nível de significância de 95% (Z = 1,96) e valor do parâmetro (P) de 0,50.

Assim, para uma população (N) finita de 167 discentes (109 alunos do primeiro período e

58 do décimo segundo), utilizou-se a seguinte fórmula:

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n =𝑍2. 𝑃. (1 − 𝑃). 𝑁

𝐸2. (𝑁 − 1) + 𝑍2. 𝑃. (1 − 𝑃)

Na qual, obteve-se n = 117. Dessa forma, por meio de uma amostragem não

probabilística do tipo intencional, a população em análise foi composta de 76 graduandos

do primeiro período e 41 alunos do último período do curso de Medicina do Centro

Universitário UNINOVAFAPI.

O levantamento de dados foi realizado no Centro Universitário UNINOVAFAPI,

localizado na cidade de Teresina - PI, durante os meses de março a abril de 2019, através

da aplicação de um questionário (APÊNDICE A) em que foi feito uma caracterização do

sujeito, com idade e gênero, e avaliação da qualidade de vida através do Questionário de

Whoqol-bref adaptado.

Este questionário contém 25 perguntas, duas delas sendo questionamentos gerais

sobre a qualidade de vida e avaliação da saúde, e o restante abrangendo os domínios:

físico, com 6 questões, com ênfase nas facetas: dor e desconforto, energia e fadiga, sono e

repouso, mobilidade, atividades da vida cotidiana, dependência de medicação ou de

tratamentos e capacidade de trabalho; psicológico, com 5 questões, focalizando as

seguintes facetas: sentimentos positivos, pensar, aprender, memória e concentração, auto-

estima, imagem corporal e aparência, sentimentos negativos; relações sociais, com 2

questões abordando as facetas: relações pessoais, suporte (apoio) social, atividade sexual;

meio ambiente, com 2 questões, abrangendo as facetas: ambiente no lar, oportunidades de

recreação/lazer, e ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima e transporte); hábitos,

com 8 questões, discorrendo sobre as facetas: alimentação (consumo de frutas e verduras,

fast food, alteração do hábito alimentar), consumo de substâncias para manter-se acordado

ou para dormir.

O instrumento Whoqol-bref adaptado considera o último mês vivido pelos

respondentes, e o tempo médio de seu preenchimento foi de cerca de dez minutos. As

respostas às questões são dadas numa escala com um único intervalo de 0 (zero) a 5

(cinco), segundo a metodologia proposta pelo instrumento.

A OMS sugere uma equação para estimativa de escores de cada domínio, em que

serão calculados pela média de cada faceta dentro de cada domínio. Tendo como uma

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classificação final como: III. Necessita melhorar (quando média 1 até 2,9); IV. Regular

(quando média 3 até 3,9); V. Boa (média 4 até 4,9); VI. Muito boa (média 5).

Os dados foram adquiridos depois de fornecidas as informações e esclarecimentos

acerca da pesquisa e após assinatura do TCLE pelos estudantes. Posteriormente, os

questionários preenchidos foram criticados pelos autores afim de verificar falhas no

preenchimento, e em seguida foram registrados numa planilha no Microsoft Excel e

exportados para o programa IBM SPSS Statistics 20.0 que processou os dados e realizou

os testes estatísticos.

A análise estatística foi descritiva e inferencial. A parte descritiva foi pautada em

leitura de frequências absolutas (Nº) e relativas (%) quando a variável era qualitativa, e

em leitura da estatística de posição (média e mediana) e de dispersão (desvio padrão)

quando a abordagem era de variáveis quantitativas.

Para detectar as diferenças estatísticas na qualidade de vida entre os dois períodos

estudados, foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk que rejeitou a hipótese de

que os escores seguem a curva normal, dessa forma, tendo sido necessário o teste não

paramétrico de Mann-Whitney. O nível de significância do teste foi de 5% (P < 0,05). Os

resultados coletados estão apresentados em forma de tabelas e gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Considerando um universo de 109 discentes do primeiro e 58 discentes do último

período do curso de medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI, foi calculada uma

amostra de 117 estudantes, tendo sido entrevistados 76 alunos do primeiro período e 41

alunos do décimo segundo.

Observou-se que o perfil predominante dos indivíduos estudados corresponde ao

sexo feminino com 60,6% e de idade entre 18 e 25 anos com 71,8%, tanto nos estudantes

do primeiro como nos do décimo segundo período (Gráfico 1, 2 e 3).

Gráfico 1. Gênero dos alunos do 1º período

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Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.

Gráfico 2. Gênero dos alunos do 12º período

Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.

Gráfico 3. Idade dos Alunos do 1º e 12º períodos

46%

54%

Masculino Feminino

27%

73%

Masculino Feminino

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Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.

Em relação à primeira questão respondida – como o participante avaliava sua

qualidade de vida -, os alunos do primeiro período apresentaram melhores resultados, com

57,8% avaliando-a como boa, 22,3% como muito boa e 19,7% como nem ruim nem boa,

obtendo uma média de 4,0 pontos (em que os parâmetros inferiores e superiores vão de 1,0 a

5,0 respectivamente) (Tabela 1). Enquanto os alunos do décimo segundo período

apresentaram resultados inferiores, com 41,4% considerando a sua qualidade de vida como

boa, 36,5% como nem ruim nem boa, 12,1% como ruim e 7,3% como muito ruim, alcançando

uma média de 3,2. Nesse âmbito, houve diferença de escore entre os dois períodos

supracitados, com P=0,000.

Quanto à segunda questão – satisfação dos acadêmicos quanto a sua saúde -, também

houve uma diferença estatística de P=0,012, com o primeiro período pontuando uma média de

3,6 (Tabela 1), com 43,4% dos discentes avaliando sua saúde como boa, 31,5% como nem

ruim nem boa, 15,7% como muito boa, 6,5% como ruim e 2,6% como muito ruim. Enquanto

que nos alunos do décimo segundo, 34,1% estimou sua saúde como boa, 29,2% como ruim,

26,8% como nem ruim nem boa, apenas 7,3% como muito boa e 2,4% como muito ruim,

totalizando uma média de 3,1 (Tabela 1).

80,30%

56%

15,70%

29,20%

4,00%

14,60%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

1º período 12º período

18 - 25 25 - 30 > 30

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Tabela 1. Média dos escores por domínio e período Teresina

(PI), 2019

Período

1º 12º

Média Média

Qualidade de vida 4,0 3,2

Qualidade da saúde 3,6 3,1

Domínio físico 3,2 2,6

Domínio psicológico 3,3 3,0

Relações sociais 3,7 3,3

Meio Ambiente 3,4 2,9

Hábitos 3,5 3,4

Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.

Em relação aos escores de cada domínio separadamente, o físico foi o de menor média

nos dois períodos em questão, e apresentou, ainda, maiores escores nos estudantes do

primeiro período em relação aos do décimo segundo (Tabela 1), com um intervalo de

confiança no primeiro período de [3,03; 3,33] (Tabela 2) e no último de [2,42 ; 2,86].

De acordo com SANTOS et. al. (2012), dentro do domínio físico, as práticas de

exercícios são indicadores de saúde positivos, e contribuem para avaliação da qualidade de

vida à medida que possibilitam a melhoria de funções cognitivas, capacidades

cardiorrespiratória e muscular, o controle de massa corporal, a diminuição da depressão e da

ansiedade. Segundo MOTA et. al. (2012) e MACHADO et. al. (2013), esse hábito previne

doenças e obesidade e controla comorbidades que possam existir, contribuindo para o bem-

estar do sono e prolongando a expectativa de vida.

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Tabela 2. Intervalo de confiança de 95% para a média por domínio

Domínio Intervalo de Confiança – IC 95%

Qualidade de vida [ 3,88 ; 4,18 ] [ 2,89 ; 3,50 ]

Qualidade de saúde [ 3,42 ; 3,84 ] [ 2,83 ; 3,47 ]

Físico [ 3,03 ; 3,33 ] [ 2,41 ; 2,86 ]

Psicológico [ 3,20 ; 3,46 ] [ 2,85 ; 3,23 ]

Social [ 3,48 ; 3,83 ] [ 3,04 ; 3,62 ]

Meio Ambiente [ 3,27 ; 3,60 ] [ 2,65 ; 3,13 ]

Hábitos [ 3,29 ; 3,63 ] [ 3,19 ; 3,56 ]

Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.

De acordo com inúmeras pesquisas na área de educação médica, incluindo MOTA et.

al. (2012), a natureza integral do curso de Medicina pode ser o maior obstáculo para o não

cumprimento de atividade física diariamente, caracterizando um estilo de vida sedentário, o

qual tem alta prevalência entre os estudantes de medicina e residentes médicos. Segundo

pesquisa de FIGUEIREDO et. al. (2014), alunos de uma universidade brasileira de Medicina

apontaram que a falta de horários compatíveis para frequentar academias e a carga horária

extensa atrapalhavam o desejo e a necessidade de praticar esportes. Essa “falta de tempo” é

tida como a responsável pelo impedimento de horas de descanso, de lazer, de trabalho e até

mesmo de alimentação, o que acaba por prejudicar diversos âmbitos da vida do aluno. Fato

esse comprovado no presente estudo visto que, com o decorrer do curso, a disponibilidade de

tempo torna-se ainda mais reduzida, refletindo na piora da qualidade do âmbito físico dos

alunos do primeiro para o décimo segundo período.

O trabalho de CARDOSO et. al. (2009) evidenciou que a qualidade do sono também é

fator importante na manutenção da QV, tendo em vista que o sono é imprescindível na

consolidação da memória, na conservação e restauração da energia e na renovação do

metabolismo energético cerebral, de forma que interferências nesse repouso podem levar a

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alterações importantes no funcionamento físico, cognitivo e social do indivíduo,

comprometendo consideravelmente a qualidade de vida.

Neste mesmo estudo de CARDOSO et. al. (2009) foram avaliados os hábitos de sono

de estudantes de medicina numa universidade brasileira pública, e constatou-se o sono como

um problema para a QV desses indivíduos. A média de horas de sono dos graduandos

estudados (6,13h) foi menor do que a população adulta (7 a 9h), e caracterizaram a qualidade

do sono como ruim, com excessiva sonolência diurna, comprometendo o desempenho na

universidade.

Em outro estudo, de FRANK et. al. (2006), numa universidade dos Estados Unidos,

foi observada piora da condição do sono conforme a evolução do curso, no qual a média de

horas de sono de estudantes de medicina diminuiu de forma significante do ingresso da

universidade (média de 7 horas por noite), para o início das práticas hospitalares (6,6-6,7

horas por noite) e para o último ano (6,8 horas por noite).

No domínio dos hábitos, não houve diferença entre os escores dos alunos do primeiro

e do décimo segundo período, com P=0,336, tendo sua média do primeiro período em 3,5

(Tabela 1), com intervalo de confiança [3,29 ; 3,63] (Tabela 2) e no último período com

média de 3,4 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,19 ; 3,56] (Tabela 2).

Dentro desse domínio, o ponto mais impactante negativamente na qualidade de vida é

a alimentação. De acordo com MOTA et. al. (2012) a formação do profissional médico impõe

algumas modificações de rotina que acabam sendo nocivas ao estilo de vida, predispondo o

ganho de peso. Dentre essas modificações, está o consumo em quantidades exageradas e o

predomínio da dieta ocidental – rica em gorduras, açúcares e alimentos refinados, com

quantidade menor de carboidratos complexos e vegetais – entre os estudantes e médicos,

devido à facilidade de acesso e praticidade dessas refeições rápidas que são escolhas frente

aos horários disponíveis reduzidos. Associa-se ainda à decaída progressiva da prática de

exercícios físicos desse grupo, o que tem cooperado para o aumento do sobrepeso e da

obesidade nas últimas décadas, segundo FIGUEIREDO et. al. (2014).

Trevisol e Luca avaliaram 76% de estudantes de medicina que relataram mudanças

negativas em seu padrão alimentar após o ingresso na universidade, informando ingestão

frequente de frituras, embutidos, doces, balas e bolos, e 27,7% dos graduandos revelaram

comer todos os dias pelo menos um desses alimentos. Além do mais, 64% dos estudantes

informaram trocar, com frequência, o almoço ou o jantar por lanches rápidos. O que é

corroborado no trabalho em questão, visto que mesmo sem haver diferenças entre os escores

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do primeiro e último período, a média do domínio de hábito é 3,5 e 3,4 respectivamente,

sendo classificada como regular. Dado esse que infelizmente, demonstra um paradoxo na

qualidade de vida do profissional de saúde, visto que este deveria ser o responsável por

promover a saúde da população, mas não aplica as orientações na própria vida.

O domínio psicológico apresentou uma diferença entre os escores dos alunos do

primeiro e do décimo segundo período, com P=0,013, tendo sua média do primeiro período

em 3,3 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,20 ; 3,46] (Tabela 2) e no último período

com média de 3,4 (Tabela 1), com intervalo de confiança [2,85 ; 3,23] (Tabela 2).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a importância do estudo da saúde

mental, refletindo na definição de saúde não como apenas ausência de doença ou

enfermidade, mas como estado completo de bem-estar físico, mental e social, tornando-se

assim imprescindível para manutenção da qualidade de vida, conforme mostra estudo de

CUNHA et. al. (2009).

Nesse contexto, a saúde mental dos estudantes de medicina há muito tempo vem sendo

objeto de atenção e estudo em pesquisas, pois mesmo tendo conhecimento de que a promoção

da qualidade de vida dos indivíduos está atrelada tanto as suas condições físicas, como

também à condição psicológica, nem sempre aplicam tal estratégia em benefício próprio, de

acordo com FIGUEIREDO et. al. (2014).

CHAZAN et. al. (2013) comprovou em seu estudo que estresse, problemas mentais

como ansiedade e depressão são referidos nesse meio, relacionando-se com baixo rendimento

acadêmico. Usando o questionário Whoqol-bref, um estudo de ALVES et al. (2010)

evidenciou uma queda nos escores do domínio psicológico entre os acadêmicos de medicina

do início do curso com os do final. Da mesma forma que o evidenciado neste trabalho em

estudo (Tabela 1).

Muitos são os fatores considerados desencadeantes desse comprometimento

psicológico: pressão para aprender, grande volume de matérias, competição entre os

estudantes, experiência de contato com a morte, rotina e carga horária extenuantes, sentimento

de desamparo dos estudantes frente ao poder dos professores, dilemas éticos, descoberta de

que o médico não é onipotente, insegurança em relação ao ingresso no mercado de trabalho,

cobrança da sociedade e da instituição de ensino além de auto cobrança, plantões no internato,

escolha da especialidade, receio com a não aprovação na residência médica, conforme

CUNHA et. al. (2009) e QUERIDO et. al. (2016). Em consequência dessas condições,

observa-se um aumento na prevalência de suicídio, depressão, ansiedade, uso de drogas,

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disfunção profissional entre os estudantes de medicina e médicos, o que acaba por afetar o

cuidado com o paciente.

No domínio de relações sociais, houve uma diferença entre os escores dos alunos do

primeiro e do décimo segundo período, com P=0,036, tendo a média do primeiro período em

3,7 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,48 ; 3,83] (Tabela 2) e no último período com

média de 3,3 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,04 ; 3,62] (Tabela 2), apontando que,

com o desenrolar do curso, as relações interpessoais ficam ainda mais prejudicadas, refletindo

negativamente na saúde mental, e, consequentemente, na qualidade de vida.

Na esfera ambiental, a diferença estatística entre os escores dos alunos do início do

curso e dos concludentes foi com P 0,001, com uma média do primeiro período em 3,4

(Tabela 1), com intervalo de confiança [3,27 ; 3,60] (Tabela 2) e no último período com

média de 2,9 (Tabela 1), com intervalo de confiança [2,65 ; 3,13] (Tabela 2), concluindo-se

que o lazer dessa população é restrito, como já foi evidenciado, tanto pelas poucas horas de

tempo livre, como pelo cansaço do dia-a-dia do estudante de medicina. Como agravante, nas

escassas oportunidades de distração, tanto os médicos como os graduandos levam trabalhos e

estudos para casa, tornando ainda mais difícil o descanso.

No que diz respeito ao ambiente de estudo, diversas vezes, este coincide com o

ambiente de trabalho, onde o estudante, principalmente os dos últimos anos de curso, acaba

sendo obrigado a estudar em plantões ou nos tempos livres entre atividades do estágio,

resultando em um ambiente de estudo caótico e inadequado para a qualidade da

aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, pelo estudo realizado neste trabalho com instrumento Whoqol-bref

adaptado, a qualidade de vida dos estudantes de Medicina sofre desgastes nos domínios físico,

psicológico, social e ambiental no decorrer da graduação médica. Nossos dados indicam que,

antes da conclusão do curso, o médico já sofre prejuízos em diversos âmbitos da qualidade de

vida que se agravam progressivamente nos 6 anos de curso, o que implica negativamente na

saúde futura desse profissional. Logo, esse é um tópico prioritário para os educadores da área

de saúde, ainda que novos estudos, com desenhos de coorte, sejam necessários para identificar

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16

os fatores que determinam essas alterações na qualidade de vida dos estudantes de Medicina

durante a graduação.

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APÊNDICE

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20

APÊNDICE A

‘’QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO PRIMEIRO

E DO ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI: UM

ESTUDO COMPARATIVO”

QUESTIONÁRIO

I. Caracterização do sujeito

1) Idade: __________

2) Peso: ___________

3) Altura: __________

4) IMC: ____________

5) Qual o seu gênero? ( ) Masculino ( ) Feminino

6) Qual seu semestre na faculdade de Medicina?

( ) 1º período

( ) 12º período

7) Você possui alguma doença crônica?

( ) Depressão

( ) HAS

( ) Cardiopatia

( ) Diabetes mellitus

( ) Doença reumática

( ) Doença respiratória

( ) Outros: ____________

8) Sua doença está em tratamento farmacológico? ( ) Sim ( ) Não

II. Aspectos da Qualidade de vida – Questionário Whoqol-bref adaptado.

Instruções:

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,

saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem

certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que

lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor,

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tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando

o que você acha de sua vida, tomando como como referência o último mês.

M

uito ruim

R

uim

Nem

ruim, nem boa

B

oa

M

uito boa

1 Como você avaliaria sua

qualidade de vida? 1 2 3 4 5

Muit

o insatisfeito

In

satisfeito

Nem

satisfeito, nem

insatisfeito

S

atisfeito

M

uito

satisfeito

2

Quão satisfeito

(a) você está com a sua

saúde?

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas no último

mês.

N

ada

M

uito

pouco

M

ais ou

menos

B

astante

Extre

mamente

3

Em que medida você acha que

sua dor (física) impede você de fazer o

que você precisa?

1 2 3 4 5

4 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5

5 O quanto você consegue se

concentrar? 1 2 3 4 5

6

Quão saudável é o seu

ambiente físico (clima, barulho,

poluição, atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é

capaz de fazer certas coisas no último mês.

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N

ada

M

uito pouco

M

édio

M

uito

Compl

etamente

7 Você tem energia suficiente para seu

dia-a-dia? 1 2 3 4 5

8 Você está satisfeito com sua aparência

física? 1 2 3 4 5

9 Em que medida você tem

oportunidades de atividade de lazer? 1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a

respeito de vários aspectos de sua vida no último mês.

M

uito

insatisfeito

In

satisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

S

atisfeito

M

uito

satisfeito

1

0

Quão satisfeito(a)

você está com o seu sono? 1 2 3 4 5

1

1

Quão satisfeito(a)

você está com sua

capacidade de desempenhar

as atividades do seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

1

2

Quão satisfeito(a)

você está com sua capacidade

para o estudo?

1 2 3 4 5

1

3

Quão satisfeito(a)

você está consigo mesmo? 1 2 3 4 5

1

4

Quão satisfeito(a)

você está com suas relações

pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas)?

1 2 3 4 5

1

5

Quão satisfeito(a)

você está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5

1

6

Quão satisfeito(a)

você está com sua

alimentação?

1 2 3 4 5

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As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou

certas coisas no último mês.

N

unca

A

lgumas

vezes

Freque

ntemente

Muito

frequentemente

S

empre

1

7

Com que frequência

você tem sentimentos

negativos tais como mau

humor, desespero, ansiedade,

depressão?

1 2 3 4 5

1

8

Com que frequência

você consome substâncias

para dormir?

1 2 3 4 5

1

9

Com que frequência

você consome substâncias

(remédios, café, cafeína,

energético...) para se manter

acordado?

1 2 3 4 5

2

0

Com que frequência

você deixa de dormir para

estudar?

1 2 3 4 5

2

1

Com que frequência

você troca refeições principais

por lanches rápidos?

1 2 3 4 5

2

2

Com que frequência

você deixa de se alimentar

(pula refeições) por causa da

rotina da faculdade?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou

certas coisas no último mês.

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24

N

unca

2

vezes na

semana

3 -

4 vezes na

semana

5 –

6 vezes na

semana

T

odo

dia

2

3

Com que frequência você

pratica atividade física? 1 2 3 4 5

2

4

Com que frequência você

consome verduras, frutas, alimentos

integrais?

1 2 3 4 5

2

5

Com que frequência você

consome fast-foods, enlatados,

frituras, refrigerantes?

1 2 3 4 5

Esse questionário é composto de 25 perguntas (sendo as perguntas número 1 e 2 sobre

a qualidade de vida geral), as respostas seguem uma escala de 1 a 5, em que quanto maior a

pontuação, melhor a qualidade de vida. Fora essas duas questões (1 e 2), o instrumento tem

mais 23 facetas, as quais compõem 4 domínios que são: físico, psicológico, relações sociais,

meio ambiente e de hábitos.

Neste instrumento terá que aparecer o resultado somente em média (1 a 5) por domínio

e por faceta.

Atenção: neste instrumento é necessário também recodificar o valor das questões 17,

18, 19, 20, 21, 22, 25 (1=5) (2=4) (3=3) (4=2) (5=1).

As perguntas 1 e 2 deverão aparecer da seguinte forma.

1 – Percepção da qualidade de vida (resultado em média 1 a 5);

2 – Satisfação com a saúde (resultado em média 1 a 5)

Cada faceta é só somar os valores da entrevista (de 1 a 5) e dividir pelo número de

participantes e fazer uma média onde o resultado vai ser de 1 até 5.

Abaixo estão os domínios e suas facetas correspondentes. Cada faceta com um número

identificador conforme o questionário.

Domínio 1: Domínio Físico

3. Dor física

7. Sono e repouso

10. Atividades da vida cotidiana

11. Dependência de medicação ou tratamentos

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12. Capacidade de estudo

23. Frequência de realização de atividade física

Para calcular o domínio físico é só somar os valores das facetas e dividir por 6.

(Q3, Q7, Q10, Q11, Q12, Q23) /6

Domínio 2: Domínio Psicológico

4. Sentimentos positivos

5. Autoestima

8. Imagem corporal e aparência

13. Sentimentos negativos

17. Espiritualidade/religião/crenças pessoais

Para calcular o domínio psicológico é só somar os valores das facetas e dividir

por 5. (Q4, Q5, Q8, Q13, Q17) /5

Domínio 3: Relações Sociais

14. Relações pessoais

15. Atividade sexual

Para calcular o domínio relações sociais é só somar os valores das facetas e

dividir por 2. (Q14, Q15) /2

Domínio 4: Meio Ambiente

6. Ambiente no lar

9. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades

Para calcular o domínio do meio ambiente é só somar os valores das facetas e

dividir por 2. (Q6, Q9) /2

Domínio 5: Hábitos:

16. Alimentação

18. Uso de substâncias para controle do sono

19. Uso de substâncias para controle do sono

20. Interferência dos estudos no sono

21. Interferência dos estudos na alimentação

22. Interferência dos estudos na alimentação

24. Qualidade da alimentação

25. Qualidade da alimentação

Para calcular o domínio de hábitos é só somar os valores das facetas e dividir

por 8. (Q16, Q18, Q19, Q20, Q21, Q22, Q24, Q25) /8.

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Todos os resultados vão ser em média tanto no domínio quanto nas facetas.

A classificação será:

III. Necessita melhorar (quando for 1 até 2,9);

IV. Regular (3 até 3,9);

V. Boa (4 até 4,9);

VI. Muito boa (5)

Os dados tabulados devem ser compatíveis para importação para o Microsoft Excel,

caso seja necessário.

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ANEXOS

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ANEXO 1

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E

TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ - UNINOVAFAPI

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado participante,

Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa “Qualidade de vida de

estudantes de medicina do primeiro e último período do Centro Universitário

UNINOVAFAPI: um estudo comparativo”, desenvolvida por Mariá Soares Leal de Moura

e Paloma Carvalho Pinheiro, discentes do curso de Bacharelado em Medicina do Centro

Universitário Uninovafapi, sob orientação do Professora Cíntia Maria de Melo Mendes.

O objetivo central do estudo é comparar a qualidade de vida de estudantes de medicina

do primeiro e último período do Centro Universitário Uninovafapi. A importância desse

trabalho está relacionada com a compreensão de como o curso de Medicina pode influenciar a

vida do estudante e de como essa influência vai se intensificando a medida que a exigência da

faculdade progride.

Sua participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia

para decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer momento.

Você não será penalizado caso decida não participar da pesquisa ou, tendo aceitado, desistir

desta.

Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você

prestadas. Os questionários preenchidos serão recolhidos em grupo e de forma aleatória, a fim

de garantir o anonimato dos participantes.

Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da

pesquisa, e os questionários serão armazenados em local seguro e só terão acesso as

pesquisadoras e sua orientadora.

Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5 anos,

conforme Resolução 466/12 e orientações do CEP/UNINOVAFAPI.

O benefício relacionado com a sua colaboração nesta pesquisa é o de possibilitar um

melhor conhecimento acerca da qualidade de vida desses indivíduos para vestibulandos,

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acadêmicos e profissionais médicos e a partir desses dados subsidiar ações que possam

melhorar esses hábitos de vida, o que pode proporcionar melhor desempenho profissional no

atendimento prestado à população.

Você estará submetido ao risco de constrangimento e dano emocional durante o

preenchimento do questionário por tratar-se de questões subjetivas. Além de existir a

possibilidade de gerar transtornos psicológicos, desencadeados pela avaliação dos domínios

psicológico e social do questionário.

Os resultados serão divulgados em apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso e

artigos científicos.

Ressalta-se que os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano

previsto ou não no termo de consentimento e resultante de sua participação no estudo, além

do direito à assistência integral, têm direito à indenização, conforme itens III.2.0, IV.4.c, V.3,

V.5 e V.6 da Resolução CNS 466/12.

Este termo é redigido em duas vias, sendo uma para o participante e outra para o

pesquisador. Todas as páginas deverão ser rubricadas pelo participante da pesquisa e pelo

pesquisador responsável.

Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê

de Ética em Pesquisa do UNINOVAFAPI, no endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes,

6123 – Uruguai, CEP: 64073-505 - Teresina – Piauí, Tel - (086) 2106-0738, e-mail:

[email protected]. O Comitê de Ética em Pesquisa é a instância que tem por objetivo

defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para

contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê

tem o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os

princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da não

maleficência, da confidencialidade e da privacidade.

______________________________________________

Cíntia Maria de Melo Mendes – CPF: 553.691.203-82

Pesquisadora Responsável

______________________________________________

Mariá Soares Leal de Moura – CPF: 054.996.833-44

Pesquisador Participante

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_______________________________________________

Paloma Carvalho Pinheiro - CPF: 059.386.753-08

Pesquisadora Participante

Contato com a pesquisadora responsável:

Telefone Institucional: (086) 2106-0700

e-mail: [email protected]

LOCAL E DATA _______________________________________________

Declaro que entendi os objetivos e condições de minha participação na pesquisa e

concordo em participar.

_________________________________________

(Assinatura do participante da pesquisa)

Nome legível do participante: ______________________________________

RG e CPF: _________________________________

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ANEXO 2

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