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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO JANAÍNE SOARES DA SILVA CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM FÓSFORO NOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE Vitória de Santo Antão 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

JANAÍNE SOARES DA SILVA

CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM FÓSFORO NOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Vitória de Santo Antão

2016

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JANAÍNE SOARES DA SILVA

CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM FÓSFORO NOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob orientação da Professora Dra Marina de Moraes Vasconcelos Petribú e Co-orientação da Professora Dra Eduila Maria Couto Santos.

Vitória de Santo Antão

2016

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Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.

Bibliotecária Jaciane Freire Santana, CRB4: 2018

S586c Silva, Janaíne Soraes da

Consumo de alimentos ricos em fósforo nos pacientes renais crônicos em hemodiálise/ Janaíne Soraes da Silva. Vitória de Santo Antão, 2016.

48 folhas: tab.

Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

Coorientadora: Eduila Maria Couto Santos

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado em Nutrição, 2016.

Inclui referências e anexo.

1. Dietética. 2. Paciente renal. I. Petribú, Marina de Moraes Vasconcelos (Orientadora). II. Santos, Eduila Maria Couto (Coorientadora). III. Título.

613.2 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-02/2017

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Folha de aprovação

Nome do aluno(a) JANAÍNE SOARES DA SILVA

Titulo: CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM FÓSFORO NOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação

em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de

Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel

em Nutrição

Data:

Nota:

Banca Examinadora:

____________________________________

Prof. Luciana Gonçalves de Orange

____________________________________

Prof. Eduila Maria Couto Santos

____________________________________

Nutricionista, Especialista: Suzy Rodrigues Soares

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Aos meus pais, Antonio e Edneide, por todo apoio e incentivo para a realização do

meu sonho; e aos meus irmãos, Jobson e Janderson, por toda força e

companheirismo.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que sempre está presente em minha vida e o responsável

por todas minhas conquistas, a quem sou grata por tudo.

Aos meus pais, Antonio Soares e Edneide Cosme, por todo apoio e incentivo para

os meus estudos, além de todo carinho, amor, dedicação e compreensão em todos

os momentos de minha vida, por sempre estarem presentes tanto nos momentos

mais difíceis quanto nos de maior felicidade e por sempre desejarem e fazerem o

melhor para mim.

Aos meus irmãos, Jobson Soares e Janderson Soares, por toda força e esforço

exercidos para me ajudar na realização dos meus sonhos, além de todo

companheirismo, amizade e amor que me proporcionam todos os dias e pelos

momentos de extrema alegria.

A todos meus familiares e amigos que de certa forma colaboraram tanto com

palavras de incentivo quanto torcendo para a realização de meus sonhos...

A minha orientadora, Marina Petribú, pela colaboração, paciência, dedicação e

ensinamentos.

A Eduila Couto, co-orientadora, por toda paciência, colaboração, dedicação,

ensinamentos e enriquecimento.

Aos responsáveis e funcionários da Clínica do Rim de Vitória por aceitarem a

realização da pesquisa e por toda ajuda e disponibilidade.

A todos os professores presentes durante a graduação por todos os ensinamentos e

conhecimentos compartilhados.

A todos meus colegas- amigos da universidade pela convivência que fizeram com

que os dias fossem mais divertidos e alegres.

As minhas amigas Jéssica e Merielly, presentes que a graduação me proporcionou

para a vida; por toda convivência, paciência e alegria que dedicaram a mim durante

o curso.

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“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o de todo

coração, em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”

(Colossenses 3: 17 e 23)

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RESUMO

O presente estudo teve o objetivo de avaliar o consumo dietético de fósforo natural e

aditivo, relacionando-o com a presença de hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo

secundário nos pacientes renais crônicos em hemodiálise da Clínica do Rim de

Vitória, Vitória de Santo Antão-PE. Para tanto foi realizada coleta de dados que

ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2016, foram coletados dados de

consumo alimentar através da aplicação do questionário de frequência alimentar de

fósforo (QFA) da Sociedade Brasileira de Nefrologia (2011) e os dados séricos de

PTH e fósforo. A frequência de hiperparatireoidismo e hiperfosfatemia foi de 45,5% e

26,3%, respectivamente. O consumo de alimentos ricos em fósforo de origem

natural e aditivo mostrou-se adequado na maioria dos pacientes, sendo relatado

como “nunca ou quase nunca”. Por outro lado, ao relacionar os dados da frequência

alimentar com a presença de hiperparatireoidismo, observou-se associação

significativa com o consumo de alimentos industrializados. Já a hiperfosfatemia não

se associou com o consumo dos alimentos ricos em fósforo. Os alimentos

industrializados são compostos principalmente por fósforo aditivo que apresenta

uma biodisponibilidade de 90 a 100%. Em adição, o fósforo tem atuação tanto direta

quanto indireta no paratormônio (PTH) e o consumo deste pode interferir no

hiperparatireoidismo secundário. Portanto, é de fundamental importância a adoção

de uma dieta de ingestão controlada em fósforo, principalmente aqueles presentes

nos aditivos alimentares, para a diminuição das complicações que ocorrem nos

pacientes, como a hiperfosfatemia e em particular o hiperparatireoidismo secundário.

Palavras-chave: Alimentos industrializados. Fósforo. Hemodiálise. Hiperfosfatemia.

Hiperparatireoidismo secundário. Insuficiência renal crônica.

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Abstract

The present study aimed to evaluate the dietary intake of natural phosphorus and

additive, correlating it with the presence of hyperphosphatemia and secondary

hyperparathyroidism in chronic kidney patients on hemodialysis at the Rim Clinic in

Vitória, Vitória de Santo Antão-PE. For this purpose, data collection was carried out

in the months of September and October 2016, food consumption data were

collected through the application of the phosphorus feeding frequency questionnaire

(FFA) of the Brazilian Society of Nephrology (2011) and serum PTH and phosphorus

data. The frequency of hyperparathyroidism and hyperphosphatemia was 45.5% and

26.3%, respectively. The consumption of foods rich in natural phosphorus and

additive was found to be adequate in most patients, being reported as "never or

almost never". On the other hand, when correlating food frequency data with the

presence of hyperparathyroidism, there was a significant association with the

consumption of processed foods. Hyperphosphataemia was not associated with the

consumption of foods rich in phosphorus. Processed foods are composed mainly of

phosphorus additive which has a bioavailability of 90 to 100%. In addition,

phosphorus has both direct and indirect action on parathyroid hormone (PTH) and its

consumption may interfere with secondary hyperparathyroidism. Therefore, it is of

fundamental importance to adopt a diet of controlled intake in phosphorus, especially

those present in food additives, to reduce the complications that occur in patients,

such as hyperphosphatemia and in particular secondary hyperparathyroidism.

Key words: Industrialized foods. Phosphorus. Hemodialysis. Hyperphosphatemia.

Secondary hyperparathyroidism. Renal insufficiency chronic.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Relação fósforo- proteína de alguns alimentos 22

Quadro 2 – Tipos de aditivos e funções em diferentes alimentos industrializados 23

Gráfico 1 – Frequência de hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo nos pacientes em

tratamento hemodialítico na Clínica do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE,

2016 29

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características laboratoriais de pacientes submetidos à hemodiálise na

Clínica do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE, 2016 29

Tabela 2 – Frequência de consumo de alimentos ricos em fósforo pelos pacientes

em hemodiálise da Clínica do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE, 2016 30

Tabela 3 – Associação do consumo de alimentos ricos em fósforo com a presença

de hiperparatireoidismo e hiperfosfatemia nos pacientes em hemodiálise da Clínica

do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE, 2016 31

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADP Adenosina Difosfato

APD Diálise Automatizada

ASG Avaliação Subjetiva Global

ATP Adenosina Trifosfato

CAPD Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua

CaR Receptor Sensível ao Cálcio

DRC Doença Renal Crônica

FGF-23 Fator de Crescimento de Fibroblasto-23

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

HPTS Hiperparatireoidismo Secundário

IRCT Insuficiência Renal Crônica Terminal

Kt/V Índice de Adequacidade Dialítica

P Fósforo

PTH Paratormônio

QFA Questionário de Frequência Alimentar

SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

VDR Receptor da Vitamina D

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS............................................................................................................. 15

2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................... 15

3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 16

4 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................... 17

4.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)........................................................................ 17

4.1.1 HEMODIÁLISE........................................................................................................ 18

4.2 HIPERFOSFATEMIA............................................................................................... 19

4.3 HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO (HPTS).............................................. 20

4.4 TRATAMENTO NUTRICIONAL............................................................................... 21

4.5 BIODISPONIBILIDADE DO FÓSFORO.................................................................. 25

5 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................ 26

5.1 DESENHO, AMOSTRAGEM E LOCAL DO ESTUDO............................................ 26

5.2 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE........................................................................... 26

5.3 DESCRIÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS.................................. 26

5.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS..................................................... 27

5.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS.................................................................................... 28

6 RESULTADOS......................................................................................................... 29

7 DISCUSSÃO............................................................................................................ 32

8 CONCLUSÕES........................................................................................................ 37

REFERÊNCIAS................................................................................................................... 38

APÊNDICE.......................................................................................................................... 45

ANEXOS............................................................................................................................. 47

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1 INTRODUÇÃO

A doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e

irreversível das funções renais que ocorre de forma lenta, sendo dividida em seis

estágios, que compreendem desde a fase zero em que os pacientes não possuem

lesão renal e a função renal está normal, mas são pertencentes ao chamado grupo

de risco, até a fase cinco, de lesão renal com insuficiência renal terminal ou dialítica

(BRASIL, 2006).

A hemodiálise é uma terapia dialítica intermitente utilizada em pacientes que estão

na fase cinco. Esta terapêutica possui uma grande problemática, tendo como

principais consequências nutricionais, o acúmulo de metabólitos entre as sessões

dialíticas e a perda de nutrientes durante o processo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL, 2011). Além disto, também existe alteração

da qualidade de vida, pois este tratamento provoca diversas limitações, como as

restrições hídricas e alimentares (REIS, 2008).

Nos pacientes que estão em tratamento hemodialítico, ocorre a excreção de

metabólitos, porém este tratamento não é eficaz na eliminação do fósforo (P), uma

vez que apenas 250mg de fósforo são removidos durante cada sessão, não sendo

portanto suficientes para manter os níveis séricos abaixo de 5,5mg/dL. Assim, é

necessário adotar uma dieta hiperprotéica com restrição de fósforo e devido a isto,

existe a maior dificuldade em adequação da dieta, visto que os alimentos ricos em

proteínas também são ricos em fósforo (FORNASARI, 2015; SILVA, 2013),

ocasionando a hiperfosfatemia e o hiperparatireoidismo secundário (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2013).

A hiperfosfatemia é uma das causas indiretas da mortalidade dos pacientes com

insuficiência renal crônica, pois esta manifestação atua alterando os níveis de cálcio

sérico e paratormônio (PTH), inibindo a atividade da 1α-hidroxilase, causando a

diminuição da produção do calcitriol, podendo desta forma desencadear o

hiperparatireoidismo secundário (RIELLA, 2003; SAMPAIO et al, 2008).

O hiperparatireoidismo secundário é uma causa significativa de morbidade na

população em diálise visto que afeta diretamente a função de quase todos os órgãos

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corporais por ser um fator importante no desenvolvimento da descalcificação óssea

e da calcificação extra-óssea (SILVER E LEVI, 2005).

Devido às alterações e complicações ocasionadas pela retenção de fósforo torna-

se indispensável adesão a uma dieta restrita em fósforo, sendo este advindo de

alimentos naturais ou de alimentos com aditivos a base de fósforo e a utilização de

quelantes de fosfato para o controle sérico do fósforo. É necessário que o paciente

esteja consciente da importância do tratamento, para que estando motivado e

determinado, adote as alterações dietéticas e a utilização de quelantes (NERBASS

et al., 2010).

O fósforo está presente em alimentos ricos em proteínas, como os produtos

lácteos, carnes, peixes, ovos, leguminosas, nozes e grãos integrais (BENINI et al.,

2011). Por isso, no consumo de alimentos protéicos deve-se atentar para a escolha

de alimentos com a baixa razão fósforo-proteína. E deve-se alertar também aos

alimentos com aditivos alimentares contendo fósforo que são utilizados pela

indústria de alimentos, existindo a importância da realização da leitura dos rótulos

dos alimentos para saber todos os ingredientes utilizados para a produção dos

mesmos (FORNASARI, 2015).

Os aditivos de fósforo são utilizados em produtos como carnes, embutidos, peixes

congelados, produtos lácteos, como os queijos processados, em refrigerantes,

principalmente os que são a base de cola, nos produtos de padaria, além disso, são

utilizados nos pós, como o café instantâneo em pó e pudim em pó com a finalidade

de evitar a aglomeração dos pós de alimentos (KARP, 2013).

O fósforo aditivo contribui de forma maior para a elevação do fósforo sérico no

organismo quando comparado ao fósforo natural dos alimentos, pois este é

altamente biodisponível, tendo absorção de aproximadamente 100%, enquanto o

fósforo natural advindo dos alimentos possui absorção entre 40 e 60% (SILVA,

2013).

Considerando a alta prevalência de hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo

secundário em pacientes renais crônicos em hemodiálise e ao difícil controle do

consumo de fósforo dietético, principalmente o de aditivos e ao alto consumo de

industrializados pela população em geral, acredita-se que a hiperfosfatemia e o

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hiperparatireoidismo estão fortemente relacionados ao alto consumo de fósforo

dietético natural e aditivo.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o consumo dietético de fósforo nos pacientes renais crônicos em

hemodiálise da Clínica do Rim de Vitória.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o consumo de fontes dietéticas de fósforo natural e aditivo.

Determinar a frequência de hiperparatireoidismo secundário e

hiperfosfatemia.

Associar o consumo alimentar de fósforo com a presença de hiperfosfatemia

e hiperparatireoidismo secundário.

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3 JUSTIFICATIVA

O alto consumo de alimentos ricos em fósforo é bastante prevalente em toda a

população, através de alimentos fonte de fósforo natural, bem como pelo consumo

de industrializados com aditivos de fósforo que possuem o fósforo em sua forma

inorgânica, mais facilmente absorvida. O alto consumo destes alimentos pelos

pacientes em tratamento dialítico é bastante preocupante visto que este fósforo é um

dos principais causadores das alterações nos níveis de fósforo e paratormônio

séricos, ocasionando a hiperfosfatemia e o hiperparatireoidismo secundário. As

mesmas são manifestações muito frequentes em pacientes com insuficiência renal

crônica em tratamento dialítico e são causas indiretas de mortalidade nesses

pacientes. Portanto, faz-se necessário um estudo sobre o consumo alimentar de

fósforo natural e aditivo na população em estudo e a sua relação com a presença de

hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo secundário.

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4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)

Em julho de 2014, o Brasil possuía o número total estimado de 112.004 pacientes

em tratamento dialítico, sendo este, um número crescente ao longo dos anos e que

evidencia a DRC como um problema de saúde pública no Brasil (SESSO et al,

2016).

A doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e

irreversível das funções renais que ocorre de forma lenta. Sendo dividida em seis

estágios, a DRC é classificada de acordo com a função renal do paciente (BRASIL,

2006).

O primeiro estágio é denominado fase zero e neste os pacientes não possuem

lesão renal e a função renal está normal, mas são pertencentes ao chamado grupo

de risco. Na fase 1 existe lesão renal com sua função preservada, com filtração

glomerular acima de 90 mL/ min/1,73m², porém está associada com fatores de risco

(ROMÃO JÚNIOR, 2004).

Nos estágios 2, 3 e 4 existe tanto a lesão renal como também a insuficiência renal,

podendo esta ocorrer de forma leve, moderada ou severa, possuindo filtração

glomerular entre 60 a 89, 30 a 59 e 15 a 29 mL/ min/1,73m², respectivamente

(BRASIL, 2006).

Estes estágios que variam de 0 a 4 possuem o tratamento conservador como

medida terapêutica recomendada, este é composto por intervenções precoces,

manejo dos fatores de risco e das complicações inerentes à doença, mudanças no

estilo de vida, e adoção de dietas hipoprotéicas e restritas em fósforo, sendo

caracterizado também por preparar o paciente ao tratamento dialítico posterior

(BASTOS et al., 2010).

Já no estágio cinco, ocorre a lesão renal com insuficiência renal terminal ou

dialítica, que possui como diagnóstico a filtração glomerular menor que 15 mL/

min/1,73m². Esta insuficiência apresenta quadro clínico bastante complexo,

envolvendo distúrbios hidroeletrolíticos, acido-básicos, endocrinológicos e

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nutricionais tornando-se necessário o tratamento substitutivo (BRASIL, 2006; FAVA

et al, 2006 apud SOARES et al, 2003).

No tratamento substitutivo, existem duas terapêuticas, sendo primeiramente, o

tratamento dialítico que é realizado através da substituição da função renal por um

sistema artificial, sendo este, utilizado continuamente durante toda a vida do

paciente e possui como recursos técnicos a hemodiálise, diálise automatizada (APD)

e a diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD). Como segunda terapêutica,

existe o transplante renal que proporciona uma melhor qualidade de vida ao

paciente, deixando-o independente dos sistemas artificiais e suas consequências

(MATTA, 2000).

4.1.1 HEMODIÁLISE

A hemodiálise é uma técnica terapêutica capaz de remover os metabolitos tóxicos

acumulados no sangue e outras substâncias em excesso no organismo, podendo

também realizar a reposição de substâncias em carência, como o cálcio e o

bicarbonato de cálcio (RIELLA, 2003).

A técnica consiste na circulação extracorpórea do sangue em tubos ou

compartimentos feitos de uma membrana semipermeável e constantemente

banhados por uma solução eletrolítica apropriada. Sendo o sangue, fluido através

dos tubos para o dialisador que possui a função de filtrar os resíduos e o excesso de

líquidos, após isto, o sangue retorna para o organismo do paciente através de outro

tubo. A hemodiálise é realizada, geralmente, em 3 sessões de 4 horas, podendo

existir alterações no tempo e na frequência dessas sessões de acordo com o estado

clínico do paciente (TERRA, 2010).

Esta terapêutica, responsável por remover metabólitos e substâncias em excesso,

é eficaz em reduzir o excesso de fósforo sérico, tendo-se a remoção em média de

250mg de fósforo durante cada sessão, não sendo na maioria das vezes suficientes

para manter os níveis abaixo de 5,5 mg/dL (SILVA, 2013 apud KALANTAR-ZADEH

E KOPPLE, 2006).

A remoção inadequada do fósforo pela hemodiálise decorre de sua própria

cinética. Como o fósforo é um elemento predominantemente intracelular, na primeira

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hora de uma sessão de hemodiálise ocorre uma rápida remoção de fósforo, que

atinge o seu pico por volta dos 120 minutos sendo removido o fósforo do

compartimento extracelular, em seguida a taxa de remoção cai e se mantém em

torno da metade daquela da fase inicial e ocorre um fluxo de fósforo do meio intra

para o extracelular, o que mantém seu nível sérico constante ao longo do restante

do tratamento (CARVALHO E CUPPARI, 2008a).

4.2 HIPERFOSFATEMIA

A hiperfosfatemia é um distúrbio comum em pessoas com insuficiência renal

crônica que é ocasionada devido ao descontrole do balanço cálcio-fósforo

decorrente do declínio gradual na depuração renal de fósforo que acarreta em um

aumento das concentrações séricas de fósforo (PINTO, 2009). Estes níveis séricos

elevados de fósforo são resultantes de três fatores principais como a ingestão

excessiva de fósforo, a redução da depuração de fósforo além do estado de

remodelação óssea (CARVALHO E CUPPARI, 2008a).

A retenção de fósforo presente desde os primeiros estágios da DRC, é

compensada por aumento da secreção do fator de crescimento de fibroblasto-23

(FGF-23) e do PTH, que promovem fosfatúria pelos néfrons remanescentes. Porém

quando a taxa de filtração glomerular cai abaixo de aproximadamente 25ml/minuto,

esse mecanismo compensatório não é mais suficiente para manter os níveis de

fósforo dentro da normalidade, surgindo então a hiperfosfatemia (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2013).

A hiperfosfatemia pode resultar em diversas complicações como o

hiperparatireoidismo secundário que pode determinar o desenvolvimento de doença

óssea, o agravamento da calcificação vascular e maior risco de morbidade

cardiovascular influenciando assim na velocidade de progressão da DRC e por isto é

um alto preditor de mortalidade nos pacientes (PINTO, 2009; SAVICA, 2009;

SHINABERGER et al, 2008). Devido a isso, a correção e prevenção da

hiperfosfatemia é essencial para o controle da DRC e é realizada através da

administração de quelantes de fósforo e pela limitação da ingestão dietética de

fósforo (SHINABERGER et al, 2008).

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Os quelantes de fósforo são compostos que reduzem a absorção do fósforo, estes

se ligam ao fósforo do alimento no intestino dificultando sua absorção. A dose

prescrita de quelantes depende da quantidade de fósforo contido na alimentação e

deve estar de acordo com a quantidade de fósforo contida na refeição (CARVALHO

E CUPPARI, 2008b; PINTO, 2009).

4.3 HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO

O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma doença causada pela alta

produção do PTH que ocorre devido a hipertrofia e hiperplasia das glândulas

paratireóides ocasionada pela prévia hiperestimulação crônica do PTH

(GONÇALVES E RODRIGUES, 2002).

O PTH atua principalmente nos tecidos do osso e no rim, ele estimula os

osteoclastos e faz com que ocorra a reabsorção óssea, resultando num aumento na

concentração sérica do cálcio e do fósforo, com isso, como resultado do HPTS

ocorre o desenvolvimento de doença óssea e calcificação vascular (SALIBA E EL-

HADDAD, 2009).

Os fatores associados a patogênese do HPTS que se destacam são a retenção de

fósforo e hiperfosfatemia, o déficit de vitamina D, a hipocalcemia, as anormalidades

do receptor sensível ao cálcio (CaR) e do receptor da vitamina D (VDR) das

paratireóides, a resistência óssea à ação do PTH e níveis elevados do hormônio

fator de crescimento de fibroblasto-23 (FGF-23) (CAMPOS et al, 2012).

A retenção de fósforo na DRC compromete direta e indiretamente as glândulas

paratireóides contribuindo para o HPTS. Os mecanismos envolvidos compreendem

a redução do calcitriol, hipocalcemia, resistência óssea ao PTH e a influência direta

na função e crescimento glandular, além disso existe o fator fosfatúrico, o fator de

crescimento de fibroblasto-23 (FGF-23) (SAMPAIO et al, 2008).

O mecanismo envolvido na redução da capacidade renal de produzir 1,25-

dihidroxivitamina D3 (calcitriol) ocorre devido a ação inibitória sobre a 1 α-hidroxilase

renal, como consequência desta diminuição do calcitriol ocorre a redução na

absorção intestinal e na reabsorção óssea de cálcio e com isso, a hipocalcemia

(RIELLA, 2003).

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A hipocalcemia é o principal fator determinante da hipersecreção do PTH e da

proliferação das células paratireoideanas, visto que o CaR da glândula paratireóide é

o principal regulador da secreção do PTH e sua modulação ocorre pelo estímulo

fisiológico primário do cálcio extracelular sobre a secreção do PTH, em condições

em que o cálcio sérico diminui, o CaR é inibido e as vesículas contendo PTH se

movem para a membrana celular e o liberam na circulação (SILVER et al, 2002).

A retenção de fósforo é um dos fatores predisponentes para a resistência óssea à

ação do PTH, esta resistência faz com que níveis mais altos de PTH sejam

requeridos para manter a calcemia e a remodelação óssea normais (SAMPAIO et al,

2008).

O efeito direto do fósforo na secreção do PTH e também no desenvolvimento da

hiperplasia paratireoideana não está totalmente esclarecido, porém, sabe-se que a

ação do fósforo sobre a síntese do PTH é pós-transcripcional, o fósforo aumentaria a

estabilidade do RNAm do PTH resultando em aumento de sua expressão, sendo

este efeito independente dos níveis séricos de cálcio e vitamina D (SLATOPOLSKY

et al, 1996; NECHAMA et al, 2009). Além disso, o fósforo também atua nos níveis

séricos do fator fosfatúrico, o FGF-23, através do nível sérico de fósforo e pela carga

de fósforo proveniente da dieta (FERRARI, BONJOUR E RIZZOLI, 2005).

O FGF-23 é um importante fator para a homeostase do fósforo, este possui ação

fosfatúrica e supressora da atividade da 1α-hidroxilase renal, os níveis de FGF-23

aumentam progressivamente com o declínio da função renal, o que prediz uma

atuação em sincronia com o PTH para aumentar a fosfatúria (LIU E QUARLES,

2007; OLIVEIRA E MOYSÉS, 2010). Porém o FGF-23 atua inibindo a atividade da

1α-hidroxilase renal e com isso a produção do calcitriol, assim a restrição dietética

de fósforo poderia levar a um aumento dos níveis do calcitriol na DRC já que, nessa

circunstância, os níveis de FGF-23 diminuem. Além disso, o FGF-23 possui efeito

estimulatório na função paratireoideana. Na DRC, há uma forte associação entre

níveis elevados de FGF-23 e a gravidade do HPTS (OLIVEIRA E MOYSÉS, 2010).

4.4 TRATAMENTO NUTRICIONAL

O tratamento nutricional na doença renal crônica é de extrema importância e visa

controlar distúrbios hidroeletrolíticos, síndrome urêmica, doenças metabólicas

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correlatas como hiperparatireoidismo secundário e desnutrição, além disso, o

processo dialítico exige orientações nutricionais específicas para a melhoria das

condições nutricionais do paciente e otimização da resposta terapêutica (CUPPARI,

2005).

Para este tratamento, deve ser considerado o estágio que o paciente se encontra.

A partir do estágio 3 é recomendado a adoção de uma dieta hipoprotéica com 0,6 a

0,8g de proteína e em torno de 800 mg ou 10 a 12 mg/kg de fósforo por dia, em

casos que houver fósforo sérico acima de 4,6mg/dL, caracterizado como

hiperfosfatemia nos estágios 3 e 4 ou quando o PTH sérico estiver acima do nível

recomendado para o estágio da doença, a ingestão dietética de fósforo

recomendada é de até 700mg/dia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO

PARENTERAL E ENTERAL, 2011; CARVALHO E CUPPARI, 2008a).

A conduta é totalmente modificada quando o paciente evolui do tratamento

conservador para a diálise visto que o plano dietético se altera de hipoprotéico para

hiperprotéico (50% de alto valor biológico), porém a restrição de fósforo é mantida

(SILVA, 2013). A recomendação do consumo de fósforo é que este seja entre 800 e

1000 mg ao dia, esta recomendação associada a necessidade de uma dieta

hiperprotéica pelos pacientes causa uma problemática devido ao fato do fósforo ser

encontrado principalmente nos alimentos ricos em proteína, já que está presente em

importantes componentes estruturais, de produção de energia, e armazenamento,

tais como fosfoproteínas, cretinina-fosfato, adenosina trifosfato (ATP) e adenosina

difosfato (ADP) (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2003; KALANTAR-ZADEH et

al, 2010).

O conteúdo proteico da dieta está associado ao conteúdo de fósforo visto que os

alimentos com altos teores de proteína podem conter de 12 a 16 mg de fosfato por

grama de proteína o que já ultrapassa sua recomendação diária (FOUQUE et al,

2007). Devido a isto deve-se ter o cuidado na escolha dos alimentos quanto a sua

razão fósforo-proteína, dando preferência aos de menor relação (NATIONAL

KIDNEY FOUNDATION, 2003). No quadro 1 é possível verificar a relação fósforo-

proteína de alguns alimentos.

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Quadro 1 – Relação fósforo- proteína de alguns alimentos.

ALIMENTO Quantidade

(g)

Medida

caseira P (mg) PTN (g)

P/PTN

(mg/g)

Carne de frango 80 1 filé de

peito médio 150 23,0 6,5

Carne de porco 80 1 bisteca

média 147 21,2 6,9

Carne bovina 85 1 bife médio 209 26,0 8,0

Pescada branca 84 1 filé médio 241 20,6 11,7

Ovo inteiro 50 1 unidade 90 6,0 15

Clara de ovo 30 1 unidade 4,3 3,3 1,3

Fígado de boi 85 1 bife médio 404 22,7 17,8

Sardinha 34 1 unidade 170 8,4 20,2

Presunto 48 2 fatias

médias 136 14 9,7

Queijo prato 30 2 fatias

finas 153 7,5 20,4

Iogurte 120 1 pote

pequeno 159 6,3 25,2

Leite 150 1 pote

americano 140 4,9 28,6

Feijão cozido 154 1 concha

média 133 6,9 19,3

Soja cozida 54 5 colheres

de sopa 130 9 14,5

Amendoim 50 1 pacote

pequeno 253 13 19,5

Chocolate 40 1 barra

pequena 92 3 30,7

Fonte: CARVALHO E CUPPARI, 2008a apud UNITED STATES OF AMERICA.

Também é importante no momento da escolha do alimento, se informar quanto a

origem do alimento que pode ser vegetal ou animal e ao tipo de fósforo contido no

alimento, que pode ser orgânico quando encontrado naturalmente nos alimentos ou

inorgânico que é geralmente encontrado nos alimentos industrializados na forma de

aditivo (DIAS, 2012).

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Os aditivos de fósforo são utilizados nos produtos alimentícios com diversas

finalidades. São estas a de prolongar a vida de prateleira, reter a umidade e

melhorar a cor, sabor, textura, emulsificação, acidificação, levedação dos alimentos,

ação anti-aglomerante, antimicrobiana, estabilidade de cor e de congelamento dos

produtos alimentícios. São comumente utilizados em carnes, embutidos, peixes

congelados, queijos processados, em refrigerantes, nos produtos de padaria, no

café instantâneo em pó e pudim em pó (KARP, 2013). No quadro 2 é possível

observar alguns aditivos de fósforo e suas funções e utilizações em alguns produtos

alimentícios.

Quadro 2 – Tipo e funções dos aditivos em produtos industrializados.

TIPO DE ALIMENTO ADITIVO FUNÇÃO

Refrigerante a base de cola Ácido fosfórico Acidulante

Leite achocolatado Pirofosfato tetrassódico Homogeneizante

Bebidas em pó Fosfato tricálcico Umidificante

Suco de frutas naturais Fosfato tricálcico Fortificante Ca e P

Leite U.H.T.*, sorvetes Fosfato dissódico Estabilizante proteína

Queijos processados Fosfato dissódico Emulsificante

Queijo ralado Fosfato tricálcico Manter partículas

Frutas enlatadas Fosfato monocálcico Manter firmeza

Amendoim Tripolifosfato Amaciante

Presunto e embutidos,

nuggets, hambúrguer,

carnes temperadas prontas

Tripolifosfato de sódio Manter umidade

Massas instantâneas Tripolifosfato de sódio Melhorar textura

Batata chips assada Fosfato monocálcico Bolhas na superfície

Fonte: FORNASARI, 2015 apud INTERNATIONAL FOOD ADDITIVE COUNCIL,

2011.

Mesmo os aditivos sendo utilizados com bastante frequência nos produtos

alimentícios este mineral não é quantificado nos rótulos e não existe uma exigência

legal que obrigue os fabricantes a apresentarem estas quantidades nas embalagens.

Com isso as quantidades exatas de fósforo em alimentos são dificilmente

determinadas e os aditivos só são listados nas informações de ingredientes dos

rótulos (WATANABE, 2015).

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Diante desta adversidade é aconselhado e considerado bastante importante a

realização da leitura dos rótulos dos alimentos para saber os ingredientes utilizados

para a produção dos mesmos e com isso saber se o alimento é adicionado de

fósforo (LEÓN et al, 2013).

4.5 BIODISPONIBILIDADE DO FÓSFORO

O fósforo apresenta-se na alimentação em sua forma orgânica como fosfolipídios e

fosfoproteínas e na sua forma inorgânica através dos aditivos sob a forma,

principalmente, de polifosfatos (WATANABE, 2015).

Nos alimentos ricos em proteínas de origem animal ou vegetal, o fósforo orgânico

é encontrado naturalmente. Entre as fontes de fósforo de origem vegetal estão os

alimentos do grupos das leguminosas, cereais e oleaginosas. Enquanto as principais

fontes de fósforo de origem animal são as carnes, ovos, peixes, o leite e derivados

(BENINI et al, 2011).

Nos alimentos de origem vegetal, o fósforo possui biodisponibilidade baixa, inferior

a 50%, isto ocorre porque o fósforo presente nos vegetais está principalmente na

forma de fitato ou ácido fítico. Estes compostos não são facilmente hidrolisados no

organismo humano em decorrência da ausência da enzima fitase, esta enzima é

responsável pela degradação destes compostos e consequente liberação do fósforo

para absorção (URIBARRI, 2007).

Já o fósforo presente nos alimentos de origem animal é encontrado nos

compartimentos intracelulares de fácil degradação e com isso possui absorção em

sua forma inorgânica, sendo esta superior ao dos vegetais, possuindo digestibilidade

entre 40 e 60% (KALANTAR-ZADEH et al, 2010).

O fósforo inorgânico é encontrado em vários alimentos industrializados que são

muito consumidos pela população em geral e pelos pacientes com DRC o que é

bastante preocupante pelo fato do conteúdo de fósforo nos alimentos processados

ser bastante superior ao dos alimentos naturais e por este ser altamente

biodisponível, por ser facilmente dissociado e assim possui absorção de cerca de 90

a 100% (URIBARRI, 2007, 2009).

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5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 DESENHO, AMOSTRAGEM E LOCAL DO ESTUDO

Estudo do tipo transversal com os pacientes renais crônicos em hemodiálise da

Clínica do Rim de Vitória no município de Vitória de Santo Antão- PE. A clínica

atualmente atende cerca de 300 pacientes, de ambos os sexos, que realizam a

diálise três vezes por semana com sessões de duração aproximada de 3 a 4 horas.

Estes pacientes são divididos em dois grupos de acordo com os dias da semana

que fazem hemodiálise sendo um grupo que realiza a hemodiálise na segunda,

quarta e sexta e o outro na terça, quinta e sábado, divididos em três turnos diários

com horários de início de 6:00, 10:00 e 14:00 horas.

A pesquisa teve duração de aproximadamente 2 meses e ocorreu nos meses de

setembro e outubro de 2016, sendo coletados dados de 38 pacientes pertencentes

ao segundo turno de hemodiálise da clínica, sendo este turno selecionado por

conveniência.

5.2 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Foram incluídos no estudo os indivíduos que possuíam doença renal crônica em

terapia renal substitutiva do tipo hemodiálise e que se encontravam estáveis há mais

de seis meses e com capacidade cognitiva preservada, que aceitaram participar do

estudo por intermédio de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APÊNDICE A). Foram excluídos do estudo os pacientes que apresentavam

limitações físicas e cognitivas e que possuíam doenças que interferem na absorção

intestinal.

5.3 DESCRIÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS

Foi realizada a análise descritiva das características gerais da população do

estudo com os seguintes dados: sexo, idade e etiologia da doença nos pacientes.

Foi utilizado o cálculo do Kt/V de ureia, sendo considerados adequados valores

iguais ou superiores a 1,2 (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2006).

Para a realização da associação entre o consumo dietético de fósforo e a

prevalência de hiperparatireoidismo e hiperfosfatemia foram coletados dados de

consumo alimentar por meio do preenchimento de questionário de frequência

alimentar e dados bioquímicos de fósforo e paratormônio séricos.

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Foi utilizado o “Questionário de frequência alimentar para fósforo” (ANEXO A) da

Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2011, que é composto por 13 grupos de

alimentos contendo alimentos naturais e industrializados que possuem altos teores

de fósforo em sua composição. São esses grupos: Carnes (bovina, aves, peixes,

suína, miúdos); Ovo, Produtos lácteos (leite, iogurte, queijos); Embutidos (salsicha,

linguiça, mortadela, presunto, etc); Produtos industrializados (salgadinhos de pacote,

nuggets, hambúrguer, sopas, etc); Temperos industrializados; Enlatados (atum,

sardinha, milho, ervilha, etc); Oleaginosas (castanhas, nozes, amendoim); Salgados

(pizza, coxinha, empada e etc); Refrigerante; Doce de amendoim; Chocolate e o

grupo Bacon, Toucinho e Torresmo. A partir deste, foram coletados dados

qualitativos sobre a ingestão alimentar com o foco nos alimentos ricos em fósforo

natural e aditivo.

Os dados bioquímicos dos pacientes foram coletados nos prontuários da clínica.

Utilizou-se como referência o National Kidney Foundation (NATIONAL KIDNEY

FOUNDATION, 2003) que estabelece a concentração normal de fósforo entre 3,5 e

5,5 mg/dl e determina a concentração sérica normal de PTH, valores inferiores a 300

pg/dl.

5.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tabulados no programa Excel e as análises estatísticas foram

realizadas no programa SPSS, versão 13.0. Com o objetivo de avaliar o

comportamento das variáveis segundo o critério de normalidade da distribuição foi

utilizado o teste de Shapiro-Wilk. As variáveis que apresentaram distribuição normal

foram apresentadas na forma de média e desvio padrão e, aquelas sem distribuição

normal, na forma de mediana e intervalos interquartílicos. Os dados categóricos

foram apresentados como frequência. As comparações entre as medianas do

consumo alimentar de fósforo foram realizadas pelo teste U de Mann-Whitney.

Foram considerados significativamente associados os fatores para os quais o valor

de p foi inferior a 0,05.

Na avaliação dos scores do consumo alimentar de fósforo foi considerada a

mediana de 3 nos casos em que o consumo era realizado mais de 3 vezes ao dia,

2,5 nos casos em que o consumo era realizado de 2 a 3 vezes ao dia,1 nos casos

que o consumo era de 1 vez por dia, 0,73 para o consumo de 5 a 6 vezes por

semana, 0,4 para o consumo de 2 a 4 vezes por semana, 0,13 para o consumo de 1

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vez por semana, 0,07 para o consumo de 1 a 3 vezes no mês e 0,00 quando o

alimento era raramente consumido ou não consumido.

5.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de Ciências da

Saúde/ UFPE (CCS/ UFPE), sob protocolo nº 58389916.0.0000.5208 /2016 em 15

de setembro de 2016 (ANEXO B). Inicialmente os pesquisadores explicaram os

objetivos da pesquisa, bem como a confidencialidade dos dados, e todos os

pacientes que concordaram em participar da pesquisa assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).

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6 RESULTADOS

O presente estudo foi realizado com 38 indivíduos. Houve um predomínio de

homens (57,9%, n=22) e a idade média dos participantes foi de 51,65±13,62 anos.

Quanto à etiologia da DRC nos pacientes, a principal causa da doença na população

em estudo foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (35,9%, n=14), seguida de

etiologia desconhecida (25,6%, n=10). Na tabela 1, podem-se observar os exames

laboratoriais dos pacientes.

Tabela 1 – Características laboratoriais de pacientes submetidos à hemodiálise na

Clínica do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE, 2016.

Variáveis Valores

Kt/V (média ± desvio padrão) 1,62 ± 0,34

Fósforo (média ± desvio padrão) 4,9 ± 1,9 mg/dl

PTH (mediana e IQ 25 – 75%) 249,45 (78,6 - 688,2 pg/dl).

Kt/V= índice de adequacidade dialítica; PTH=Paratormônio

No gráfico 1, observa-se a frequência de hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo

nos pacientes em tratamento hemodialítico na Clínica do Rim de Vitória.

Gráfico 1 – Frequência de hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo nos pacientes em

tratamento hemodialítico na Clínica do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE,

2016.

26,30%

45,50%

73,70%

54,50%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Hiperfosfatemia Hiperparatireoidismo

Presente Ausente

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Resultados quanto à frequência de consumo de alimentos ricos em fósforo estão

descritos na tabela 2. Dos alimentos listados, as carnes foram as que apresentaram

maior frequência de consumo pela população, com consumo de 2 a 3 vezes por dia,

enquanto que o consumo de bacon, torresmo e toucinho foi relatado como “nunca ou

raro” em 92,10% dos pacientes.

Tabela 2 – Frequência de consumo de alimentos ricos em fósforo pelos pacientes

em hemodiálise da Clínica do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE, 2016.

Alimentos

>3

x/dia

2 a 3

x/dia

1x /

dia

De 5

a 6x /

sem

2 a

4x /

sem

1x/

sem

1 a 3

x/

mês

Nunca

ou

Quase

nunca

% % % % % % % %

Carnes 0 57,89 21,05 2,63 15,78 2,63 0 0

Ovos 0 0 15.78 0 31,57 26,31 10,52 15,78

Lácteos 2,63 7,89 13,15 10,52 34,21 21,05 5,26 5,26

Embutidos 0 0 7,89 2,63 21,05 7,89 13,15 47,36

Industrializados 0 5,26 7,89 5,26 15,78 18,42 7,89 39,47

Temperos

industrializados 0 5,26 13,15 2,63 7,89 5,26 2,63 63,15

Enlatados 0 0 2,63 0 7,89 15,78 23,68 50

Oleaginosas 0 0 0 0 2,63 5,26 26,31 65,8

Pizza, Coxinha,

Empada, etc 2,63 2,63 2,63 2,63 10,52 10,52 34,21 34,21

Refrigerantes 0 5,26 7,89 0 23,68 10,52 10,52 42,10

Doce de

amendoim 0 0 0 0 0 2,63 7,89 89,47

Chocolate 0 0 0 2,63 10,52 0 15,78 71,05

Bacon,

Toucinho e

Torresmo

0 0 0 0 0 2,63 7,89 92,10

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A relação entre o consumo alimentar de fósforo com a hiperfosfatemia e o

hiperparatireoidismo é apresentada na tabela 3. Observa-se maior consumo de

alimentos industrializados nos pacientes com PTH > 300 pg/dl (p=0,043).

Tabela 3 – Associação do consumo de alimentos ricos em fósforo com a presença

de hiperparatireoidismo e hiperfosfatemia nos pacientes em hemodiálise da Clínica

do Rim de Vitória, Vitória de Santo Antão-PE, 2016.

Alimentos P sérico

normal

P sérico

elevado

p-

valor

PTH

normal

PTH

elevado

p-

valor

Carnes 2,5 2,50 0,462 1,75 1,00 1,000

Ovos 0,13 0,40 0,244 0,40 0,13 0,314

Lácteos 0,40 0,40 0,244 0,26 0,56 0,159

Embutidos 0,07 0,03 0,757 0,07 0,23 0,974

Industrializados 0,07 0,26 0,334 0,03 0,40 0,043*

Temperos 0,00 0,00 0,386 0,00 0,00 0,974

Enlatados 0,00 0,07 0,423 0,03 0,03 0,923

Oleaginosas 0,00 0,03 0,351 0,07 0,00 0,203

Pizza, Coxinha,

Empada, etc 0,07 0,07 0,302 0,07 0,07 0,771

Refrigerantes 0,13 0,03 0,660 0,07 0,13 0,456

Amendoim 0,00 0,00 0,602 0,00 0,00 0,809

Chocolate 0,00 0,00 0,546 0,00 0,00 0,771

Bacon,

Toucinho e

Torresmo

0,00 0,00 0,961 0,00 0,00 0,456

*p<0,05

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32

7 DISCUSSÃO

A população em estudo apresentou características semelhantes às encontradas

por vários estudos realizados com indivíduos em hemodiálise. A prevalência do sexo

masculino é uma destas, sendo possível observar maior prevalência de homens em

diálise tanto no Brasil quanto em outros países (FREITAS, BASSOLI E VANELLI,

2013; TEIXEIRA, 2015, GUNEY et al, 2012; COSTA, 2014). Acredita-se que o

gênero masculino possa ser mais um fator de risco para a DRC, assim como outros

fatores demográficos (RIBEIRO et al, 2015 apud FERRAZ, CARVALHO E SOUZA,

2010).

A idade média presente nesta população foi bastante aproximada a encontrada

por outros autores como Rodrigues, Bento e Silva, 2015; Guney et al, 2012; Freitas,

Bassoli e Vanelli, 2013 e Costa, 2014; os quais relataram idade média de 51 ±15,17

anos, 48,7 ±15,4 anos, 55,86 ±15,37 e 52,2 ±14,2 anos; respectivamente. Na

literatura está descrito que a filtração glomerular cai na faixa de 0,08 ml por ano a

partir dos 40 anos, com isto, obtém-se uma maior vulnerabilidade no sistema renal e

o paciente perde a capacidade de manter a homeostase renal (RIBEIRO et al., 2008

apud SCHOR, 1998).

A principal causa da doença renal neste grupo foi a HAS. Resultados similares

foram descritos por Sesso, 2016 no “Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2014”,

realizado com 48.834 pacientes em diálise em 312 unidades de todo o país durante

o segundo semestre de 2014, em que a HAS foi a causa em 35% dos pacientes. A

hipertensão pode levar à uma doença renal crônica nas formas acelerada (maligna)

ou crônica (benigna); a primeira pode determinar um quadro grave de lesão renal

que pode evoluir de forma rápida para um quadro de insuficiência renal crônica

terminal (IRCT), enquanto a segunda, é de evolução mais lenta e menos agressiva,

mas que também pode determinar um quadro de lesão renal que pode levar à IRCT.

As formas maligna e benigna de nefrosclerose, que, em conjunto, são denominadas

nefrosclerose hipertensiva, determinam um importante contingente de portadores de

disfunção renal (BORTOLOTTO, 2008).

A hiperfosfatemia é um distúrbio bastante comum em pacientes renais crônicos,

sendo considerada um desafio no tratamento dos pacientes, uma vez que níveis

elevados de fósforo sérico são preditores de mortalidade tanto direta quanto

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33

indiretamente (NISIO et al, 2007). Em 2014, 32% dos pacientes em hemodiálise no

Brasil possuíam valores de fósforo sérico acima de 5,5 mg/dl (SESSO et al, 2016). A

alta prevalência de pacientes com hiperfosfatemia também tem sido apresentada no

estudo de Young et al, 2004, realizado nos países desenvolvidos da Europa, nos

Estados Unidos e Japão durante dois períodos, o primeiro realizado entre os anos

de 1996 a 2001 com prevalência de 51,6% e o segundo, no período de 2002 a 2004,

atingindo 46,7% dos pacientes estudados. Entretanto, uma baixa frequência de

hiperfosfatemia foi observada neste casuística. Dias, em 2012, também relatou baixa

prevalência, alcançando apenas 16,9% de pacientes hiperfosfatêmicos.

Por outro lado, o hiperparatireoidismo apresentou porcentagens significativas no

presente estudo, atingindo 45,5% dos pacientes estudados. Souza et al, 2010 e

Tomich et al, 2015 descreveram prevalências de 56,1% e 57,4%, respectivamente.

O hiperparatireoidismo secundário é uma complicação frequente em pacientes com

DRC e está relacionado ao elevado risco de doença óssea, de calcificações

cardiovasculares e de mortalidade (MENDONÇA, LOBÃO E CARVALHO, 2002;

ROMÃO JUNIOR, 2013).

A mediana dos níveis de PTH foi considerada normal, sendo que 25% dos

pacientes apresentaram valores inferiores a 78,6 pg/dl e 25%, valores superiores a

688,2 pg/dl, considerado bastante preocupante visto que níveis séricos de PTH

reduzidos ou elevados estão associados ao aumento da mortalidade nos pacientes

em diálise (RHEE et al, 2014).

Os valores séricos de fósforo e PTH são resultantes, dentre outros fatores, da

eficiência da diálise, da ingestão alimentar de fósforo e da utilização de quelantes

pelos pacientes (NERBASS et al, 2010).

O Kt/V médio de 1,62 ± 0,34 esteve dentro do preconizado pelo KDOQI, que

recomenda, para três sessões por semana, um Kt/V maior ou igual a 1,2 indicando

desta forma que a diálise é eficiente (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2006).

Diversos estudos também apresentaram Kt/V superior a 1,2: estudo de Dias, em

2012, apresentou Kt/V de 1,62 ± 0,28; Vegine et al, 2010; Silva 2013; Nisio et al,

2007 e Nerbass et al, 2010 encontraram valores respectivos de 1,4 ± 0,6; 1,69 ±

0,34; 1,34 ± 0,28 e 1,33 ± 0,23. No ano de 2014, os dados de Kt/V eram iguais ou

superiores a 1,2 em 81% dos pacientes estudados no Inquérito Brasileiro de Diálise

Crônica 2014 (Sesso et al, 2016).

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Quanto ao consumo de alimentos ricos em fósforo, os pacientes apresentaram

frequência de consumo de alimentos em sua maioria adequada, visto que os

alimentos mais consumidos pela população foram em sua maioria os que

apresentaram uma baixa relação fósforo-proteína, ou seja, com baixa quantidade de

fósforo e maior teor proteico (CARVALHO E CUPPARI, 2008a).

O consumo de carnes de 2 a 3 vezes por dia foi descrito por 57,89% dos

pacientes. O primeiro censo do estado nutricional de pacientes em hemodiálise da

Sociedade Brasileira de Nefrologia referente ao ano de 2010 também apresentou

resultado semelhante, com 44,8%. Outros resultados similares foram a frequência

de consumo dos alimentos embutidos (52,4%), produtos industrializados (69,8%),

temperos industrializados (55,6%), enlatados (65,1%), oleaginosas (76,2%),

refrigerante (55,6%), doce de amendoim (96,8%), chocolate (76,2%), e o grupo do

bacon (91,8%) com frequência de consumo de nunca ou quase nunca.

O consumo de ovos e produtos lácteos no estudo foi relatado na frequência de 2 a

4 vezes por semana. O consumo destes alimentos é importante visando além do

consumo de proteína de alto valor biológico, o consumo de outros nutrientes como

vitaminas e minerais. Porém o consumo destes deve ser cauteloso e de forma

orientada por nutricionista em pacientes renais crônicos visto que possuem altos

teores de fósforo e uma alta relação fósforo- proteína, sendo recomendado desta

forma, a escolha por outras opções alimentares com baixa relação fósforo-proteína

(KARP, 2013).

A baixa frequência de consumo dos alimentos embutidos, produtos

industrializados, temperos industrializados, enlatados, oleaginosas, doce de

amendoim, chocolate e do grupo do bacon estão de acordo com o recomendado

porque estes alimentos apresentam uma elevada relação fósforo-proteína. Quanto

ao consumo de salgados referido como 1 a 3 vezes ao mês ou de nunca ou quase

nunca, deveria ser orientada a ingestão prioritariamente de nunca ou quase nunca

(CARVALHO E CUPPARI, 2008a). Os alimentos industrializados devem ser evitados

entre a população com IRCT visto que estes alimentos possuem aditivos alimentares

e estes aditivos além de aumentarem de forma significativa a carga de fósforo dos

alimentos, também são fontes de fósforo inorgânico que são os mais prejudiciais já

que são quase que totalmente absorvidos no organismo (WATANABE, 2015).

Silva, 2013 relatou que maiores concentrações séricas de fósforo refletia uma

menor adesão as restrições dietéticas e ao uso de quelantes. Os indivíduos com

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maior consumo de fósforo apresentaram fósforo sérico maior que 5,5mg/dL quando

comparados aos indivíduos com fósforo sérico menor ou igual a 5,5mg/dL.

Entretanto, no presente estudo não ocorreu associação entre o consumo de fósforo

e hiperfosfatemia, porém a baixa prevalência de hiperfosfatemia foi acompanhada

da baixa frequência de consumo de alimentos ricos em fósforo pelos pacientes em

estudo.

Nos casos de hiperparatireoidismo, observou-se associação com o consumo de

alimentos industrializados. O impacto dos aditivos de fosfato na saúde óssea da

população geral foi relatada por Calvo e Kumar que utilizaram alimentos comuns de

mercearia, enfatizando que a dieta de teste reflete a carga comum de fósforo da

dieta americana, especialmente entre os jovens adultos, que consomem muitos

industrializados (MURPHY-GUTEKUNST, 2007 apud CALVO E KUMAR, 1988,

1990). Nesta pesquisa, os autores avaliaram oito homens e oito mulheres, que na

primeira semana, consumiram uma dieta equilibrada em cálcio e fósforo. Já na

semana seguinte, a dieta, foi alterada para fornecer quatro vezes mais fósforo do

que cálcio, utilizando alimentos comuns de mercearia que incluíam os

industrializados. O resultado obtido mostrou o aumento do paratormônio e fósforo no

sangue. Em seu outro estudo, realizado com 15 mulheres que comiam uma dieta

equilibrada durante 28 dias e após esse período, consumiram outra dieta com 1700

mg de fósforo e 400 mg de cálcio por mais 28 dias, resultando em aumento

significativo dos níveis séricos do PTH (MURPHY-GUTEKUNST, 2007 apud CALVO

E KUMAR, 1988, 1990).

O fósforo de alimentos industrializados são facilmente absorvíveis visto que ele

está em sua forma inorgânica e esta forma possui digestibilidade de 90 a 100%. O

fósforo atua indiretamente no PTH, através da inibição da hidroxilase e consequente

produção de calcitriol e atua aumentando a resistência óssea ao PTH ocasionando a

hipocalcemia. Além disso o fósforo possui atuação direta na secreção do PTH e

também no desenvolvimento da hiperplasia paratireoidea (URIBARRI, 2007; SILVER

et al, 2002; SAMPAIO et al, 2008; SLATOPOLSKY et al, 1996; NECHAMA et al,

2009). O mesmo também atua no FGF-23 que possui uma forte associação com o

hiperparatireoidismo secundário (OLIVEIRA E MOYSÉS, 2010). Nakanishi et al,

2005 em estudo realizado com 103 pacientes em hemodiálise, notaram que os

pacientes que no início do estudo tinham níveis elevados de FGF-23, desenvolviam

formas mais graves de hiperparatireoidismo secundário ao final de 2 anos.

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Nerbass et al, 2008 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o impacto da

intervenção e acompanhamento nutricional nos pacientes renais crônicos em

hemodiálise com hiperfosfatemia de dois centros da cidade de Joinville, SC. Neste

estudo obteve-se uma diminuição significativa no valor do fósforo sérico de 7,53

mg/dl ± 1,38 para 6,20 mg/dl ± 1,37 após o acompanhamento nutricional, o que

evidencia a importância da orientação alimentar visto que ele apresenta resultados

efetivos na diminuição dos valores séricos de fósforo.

A Portaria SAS/MS nº 845, desde 2002 recomenda a avaliação e aconselhamento

com nutricionista. Na clínica estudada, este aconselhamento é realizado de forma

individualizada aos pacientes logo que eles são admitidos e de forma periódica,

sendo de suma importância para o controle da hiperfosfatemia e demais

complicações, o que pode ter auxiliado para a menor incidência de hiperfosfatemia

nesta amostra.

Adicionalmente, os quelantes de fosfato podem ter interferido neste estudo, tanto

nos valores séricos de fósforo de forma direta, quanto indiretamente nos valores

séricos de paratormônio (CARVALHO E CUPPARI, 2008b), visto que grande parte

dos pacientes relataram sua utilização. Entretanto, não foi possível avaliar o uso de

quelantes nesta casuística.

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8 CONCLUSÕES

A frequência de consumo de alimentos ricos em fósforo de origem natural deste

questionário de frequência alimentar estava, em sua maioria, adequada. O consumo

relatado de alimentos ricos em fósforo aditivo também se apresentou adequado na

maioria dos pacientes, na frequência de nunca ou quase nunca.

É de fundamental importância a adoção de uma dieta de ingestão controlada em

fósforo, principalmente aqueles presentes nos aditivos alimentares, para a

diminuição das complicações que ocorrem nos pacientes, como a hiperfosfatemia e

em particular, o hiperparatireoidismo secundário. O aconselhamento nutricional pode

ainda, reduzir a necessidade do uso de quelantes, minimizando a carga de

medicamentos utilizadas pelos pacientes e seus efeitos colaterais.

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APÊNDICE

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS - Resolução 466/12)

Convidamos o (a) Sr. (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa “A influência da

arteterapia no estado nutricional, consumo alimentar e qualidade de vida de pacientes

renais crônicos em hemodiálise.”, que está sob a responsabilidade da pesquisadora Eduila Maria

Couto Santos, Endereço: Rua do Alto do Reservatório, s/n, Bela Vista, CEP: 55608-680, Telefone: (81)

98801-8126, e-mail: [email protected]. Também participam desta pesquisa os pesquisadores:

Jéssica de Oliveira Campos, Telefone para contato: (81) 98994-1724 e Eduila Maria Couto Santos,

Telefone: (81) 9291-5781, e-mail: [email protected].

Caso este Termo de Consentimento contenha informações que não lhe sejam compreensíveis,

as dúvidas podem ser tiradas com a pessoa que está lhe entrevistando e apenas ao final, quando

todos os esclarecimentos forem dados, caso concorde com a realização do estudo pedimos que

rubrique as folhas e assine ao final deste documento, que está em duas vias, uma via lhe será

entregue e a outra ficará com o pesquisador responsável.

Caso não concorde, não haverá penalização, bem como será possível retirar o consentimento a

qualquer momento, também sem nenhuma penalidade.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Descrição da pesquisa: O estudo tem como objetivo avaliar a influência da arteterapia

sobre a saúde de pacientes renais crônicos em hemodiálise atendidos na clínica do rim

de Vitória no município da Vitória de Santo Antão – Pernambuco, analisando o

consumo de alimentos, o nível de qualidade de vida e o estado nutricional, antes e

após a implementação de um programa de arte.

A pesquisa terá duração prevista de aproximadamente 2 meses e ocorrerá no período

de novembro a dezembro de 2016.

O risco direto para o voluntário que pode ocorrer é o constrangimento durante o

desenvolvimento das atividades, sendo realizada de forma individual para minimizar

esse risco. Um hematoma no local da coleta de sangue pode ocorrer, entretanto a

coleta é realizada de forma rotineira na clínica por técnicos especializados, sendo

realizados todos os procedimentos necessários à prevenção e tratamento.

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O presente estudo contribuirá de forma positiva para o tratamento dos pacientes

através da arteterapia e acrescentará conhecimentos a comunidade cientifica á cerca da

relação entre a arteterapia e o estado nutricional, consumo alimentar e qualidade de

vida de pacientes renais crônicos em hemodiálise.

Todas as informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos

ou publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não ser entre os

responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o sigilo sobre a sua participação. Os dados coletados

nesta pesquisa (questionários e dados do prontuário), ficarão armazenados em pastas de arquivo,

sob a responsabilidade do orientador, no endereço acima informado, pelo período de no mínimo 5

anos.

Nada lhe será pago e nem será cobrado para participar desta pesquisa, pois a aceitação é

voluntária, mas fica também garantida a indenização em casos de danos, comprovadamente

decorrentes da participação na pesquisa, conforme decisão judicial ou extra-judicial. Se houver

necessidade, as despesas para a sua participação serão assumidas pelos pesquisadores

(ressarcimento de transporte e alimentação).

Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o

Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no endereço: (Avenida da

Engenharia s/n – 1º Andar, sala 4 - Cidade Universitária, Recife-PE, CEP: 50740-600, Tel.: (81)

2126.8588 – e-mail: [email protected]).

___________________________________________________

(Assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A)

Eu, _____________________________________, CPF _________________, abaixo assinado, após a

leitura (ou a escuta da leitura) deste documento e de ter tido a oportunidade de conversar e ter

esclarecido as minhas dúvidas com o pesquisador responsável, concordo em participar do estudo “A

influência da arteterapia no estado nutricional, consumo alimentar e qualidade de vida de

pacientes renais crônicos em hemodiálise”, como voluntário (a). Fui devidamente informado (a) e

esclarecido (a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim

como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade (ou

interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento).

Local e data __________________

Assinatura do participante: __________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa

e o aceite do voluntário em participar. (02 testemunhas não ligadas à equipe de pesquisadores):

Nome: Nome:

Assinatura: Assinatura:

Impressão

digital

(opcional)

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ANEXOS

ANEXO A – Questionário de frequência alimentar para fósforo da Sociedade

Brasileira de Nefrologia.

PRODUTOS

Mais de 3

vezes por dia

De 2 a 3

vezes por dia

1 vez por dia

De 5 a 6 vezes

por semana

De 2 a 4 vezes

por semana

1 vez por

semana

1 a 3 vezes

por mês

Nunca ou

Quase nunca

Carnes (Bovina/Aves/Peixes/Suína/Miúdos)

Ovo

Produtos lácteos (Leite/Iogurte/Queijos)

Embutidos (Salsicha/Linguiça/Mortadela/Presunto

etc)

Produtos industrializados (Salgadinhos de pacote/

Nuggets/Hambúrguer/Sopas etc)

Temperos industrializados

Enlatados (Atum/Sardinha/Milho/Ervilha, etc)

Oleaginosas (Castanhas/Nozes/Amendoim)

Pizza/Coxinha/Empada etc

Refrigerante

Doce de amendoim

Chocolate

Bacon/Toucinho/Torresmo

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ANEXO B – Comprovante de Envio do Projeto

COMPROVANTE DE ENVIO DO PROJETO

Dados do Projeto de pesquisa

Título da Pesquisa: A INFLUÊNCIA DA ARTETERAPIA NO ESTADO NUTRICIONAL,

CONSUMO ALIMENTAR E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES RENAIS

CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Pesquisador: EDUILA MARIA COUTO SANTOS

Versão: 1

CAAE: 58389916.0.0000.5208

Instituição Proponente: Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão

DADOS DO COMPROVANTE

Número do Comprovante: 076472/2016

Patrocinador Principal: Financiamento próprio

Informamos que o projeto A INFLUÊNCIA DA ARTETERAPIA NO ESTADO

NUTRICIONAL, CONSUMO ALIMENTAR E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES

RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE que tem como pesquisador responsável EDUILA

MARIA COUTO SANTOS, foi recebido para análise ética no CEP Universidade Federal de

Pernambuco Centro de Ciências da Saúde / UFPECCS em 05/08/2016 às 08:47.