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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
Maria Julia Lyra da Silva
Qualidade do sono e Sonolência Diurna em Adolescentes: Uma
análise de componentes e as respostas individuais ao Treinamento
de Força
Camaragibe
2018
Maria Julia Lyra da Silva
Qualidade do sono e Sonolência Diurna em Adolescentes: Uma
análise de componentes e as respostas individuais ao Treinamento
de Força
Dissertação apresentada à Universidade de
Pernambuco, Campus Camaragibe para
obtenção do título de Mestre em Hebiatria, na
Linha de Pesquisa Promoção, Proteção e
Recuperação da Saúde na Adolescência.
Orientador: Prof. Dro. Marcos André Moura dos
Santos
Co-Orientador: Prof. Dra. Monica Heimer
Camaragibe
2018
Dedico este trabalho à minha Mãe Aline Lyra, minha irmã Carolina Lyra e minha avó
Lucidalva Lyra.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Marcos André, pela orientação, por todo apoio, por compartilhar de seus
conhecimentos, por se mostrar sempre disponível e acolhedor, por ser um exemplo
de comprometimento e trabalho sério.
À Prof.ª Dr. Monica Heimer, pela co-orientação por toda a contribuição para a
realização deste trabalho.
À Prof.ª Dr. Ana Patrícia, por todo o apoio, por prestar preciosas informações para a
realização deste trabalho, por ser o principal elo de comunicação com o Instituto
Federal Campus Vitória, sem o seu apoio, a realização deste trabalho não seria
possível.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pelo
suporte financeiro.
À Ladyodeyse Santiago, minha companheira de trabalho, pelo apoio, pela parceria,
pela mão amiga, por sempre estar ao meu lado em todos os momentos, por ser um
ombro amigo em todas as situações, por todos os conselhos, sem sua parceria este
trabalho não seria possível.
Á Henrique Soares, que ao final de tudo isso se tornou um grande amigo, sempre
disposto a ajudar, ensinar, ouvir e aconselhar.
Ao Prof.ª Dr. Rafael Tassitano por sempre nos auxiliar com suas preciosas
contribuições e disponibilidade em ajudar.
Aos colegas do GPCDEN, em especial Daniel, Arthur, Victor, Túlio.
Aos estudantes, professores e servidores do IFPE-Campus Vitória.
Á todos os docentes que passaram por toda minha vida acadêmica.
Á Laura e Túlio, meus mestres Jedi, que nossa parceria seja para toda a vida,
obrigada pelo ombro amigo e pela companhia nesses dois anos.
Á Eudes e Jordana, meus amigos, desde a graduação não nos desgrudamos,
obrigada por sempre estarem comigo em todos os momentos e por torcerem por
mim.
À Aline Lyra, que inspirou por toda a minha vida, por ser meu melhor e preferido
exemplo de mulher, profissional, de compromisso, dedicação, amor, força, por me
impulsionar sempre, por me apoiar em todas as etapas em todos os momentos por
ser a pessoa em que pude me espelhar! Amo-te mais que tudo, sempre serei grata.
Esta conquista também é sua!
À Carolina Lyra, minha gêmea e companheira de sempre, nossas personalidades
diferentes sempre me inspiraram a ser mais forte a me superar, a buscar e realizar
meus sonhos, mesmo que parecessem impossíveis.
Á Vovó e vovô, sem o apoio de vocês, tudo teria sido mais difícil.
Á Marco Lustosa, meu companheiro de vida, por me apoiar e me acompanhar em
todos os meus sonhos, por sempre estar ao meu lado, independente de qualquer
dificuldade, obrigada pela paciência, carinho, companheirismo, amor, por entender o
quão importante são os meus sonhos.
Por fim, obrigada a toda a minha família e meus amigos pela paciência e apoio.
Obrigada!
―Nem sempre terás o que desejas, mas enquanto estiveres ajudando aos outros
encontrarás os recursos de que precisas‖
(Chico Xavier)
RESUMO
Objetivo: O presente estudo teve como objetivos: a) Analisar o efeito de
quatro semanas de treinamento de força sobre a qualidade do sono e sonolência
diurna de adolescentes institucionalizados; b) Realizar uma Análise Fatorial e
Fatorial Confirmatória do Escore do PSQI; e c) Correlacionar à forma de avaliação
do PSQI com as características sociodemográficas e de composição corporal.
Método: Foram incluídos neste estudo, estudantes internos matriculados no IFPE
campus Vitória/PE. Avaliações antropométricas e de composição corporal foram
realizadas. O Teste de 1 Repetição Máxima foi utilizado na determinação da carga
de treino. Para avaliação dos parâmetros de sono foram utilizados os questionários
Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) e o Epworth Sleepiness Scale (ESS). A
intervenção foi realizada durante quatro semanas com duas sessões semanais e
seguiu recomendações especificas para esta população. Resultados: Estudo 1- Foi
observada uma diminuição no escore do PSQI (10,3±3,3 vs. 8,8±4,0; p=0,006), mas
não na ESS (p>0,05) após a intervenção. As análises individuais mostraram que ~
63% dos adolescentes apresentaram redução ≥ 3 pontos no PSQI e ~58% deles
reduziram ≥ 3 pontos na ESS. A prevalência de má qualidade do sono e sonolência
diurna reduziram de 84,2% para 68,4% e para 52,6% para 31,6%, respectivamente.
As comparações entre os que foram mais e menos responsivos ao treinamento,
mostrou que os adolescentes que reduziram ≥3 pontos no escore em algum dos dois
parâmetros, foram os que apresentaram menor peso corporal, massa gorda e
percentual de gordura (p<0,05). Estudo 2 - O melhor modelo testado, composto por
dois fatores, apresentou variância explicada de 57,4% quando o componente uso de
medicamento para dormir foi excluído e obteve valores de ajuste adequados: SRMR
= 0,02; RMSEA = 0,07 e CFI = 0,95. Os valores médios no escore global PSQI
(9,5±2,3 vs. 10,5±2,2; p=0,002) e na Qualidade do Sono Percebida (8,1±1,9 vs.
9,1±2,0; p=0,000) significativamente maior nos meninos. Nenhuma relação foi
observada entre qualidade de sono, idade e indicadores de composição corporal nas
meninas (p>0,05). Já entre os meninos foi encontrada uma relação positiva e
significante de todos os escores do PSQI com a idade (p<0,05). Conclusões:
Quatro semanas de treinamento força foi suficiente para melhorar a qualidade de
sono global, mas não a sonolência diurna. As respostas ao treinamento são bastante
heterogêneas quando analisadas individualmente. Em adolescentes, foi possível
observar que o método empregado para a análise do PSQI, seja através dos dois
fatores propostos (Qualidade do Sono Percebida do Sono e Eficiência do Sono) ou
pelo escore global, não estão associados significativamente com indicadores da
composição corporal em ambos os sexos. No entanto, a idade se correlaciona
positivamente com os escores apenas nos meninos.
Palavras-Chave: Adolescência; Qualidade do Sono; Treinamento de Força;
Sonolência Diurna; Respostas Individuais; PSQI; Análise Fatorial.
ABSTRACT
Aim: The present study aimed to: a) Analyze the effect of four weeks of strength
training on sleep quality and daytime sleepiness in institutionalized adolescents; b)
Perform a Factorial and Confirmatory Factorial Analysis of the PSQI Score; and c)
Correlate the form of evaluation PSQI with sociodemographic and body composition
characteristics. Method: Were included 19 and 217, in study 1 and 2, respectively, all
institutionalized students from IFPE campus Vitória / PE. Anthropometric and body
composition evaluations were performed. The Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI)
and for the study 2, was added the Epworth Sleepiness Scale (ESS) were used to
evaluate sleep parameters. In Study 1: The intervention was performed during four
weeks with two weekly sessions composed of eight exercises, adopting as a load
75% of 1RM. Results: Study 1- A decrease in the PSQI score was observed (10.3 ±
3.3 vs. 8.8 ± 4.0, p = 0.006), but not in ESS (p> 0.05) after the intervention. Individual
analyzes showed that ~ 63% of the adolescents presented reduction ≥ 3 points in the
PSQI and ~ 58% of them reduced ≥ 3 points in the ESS. The prevalence of poor
sleep quality and daytime sleepiness decreased from 84.2% to 68.4% and to 52.6%
to 31.6%, respectively. The comparisons between those who were more and less
responsive to the training showed that the adolescents who reduced ≥3 points in the
score in any of the two parameters had the lowest body weight, fat mass and fat
percentage (p <0.05 ). Study 2 - The best model tested was the two factors: Factor 1:
named perceived sleep quality (QSP), composed of the components Subjective
quality of sleep, sleep latency Sleep disorders Daytime dysfunction and Factor 2:
named Efficiency (ES), composed of the following components: sleep duration and
habitual sleep efficiency, with the exclusion of the component referring to the use of
sleeping pills, presented explained variance of 57.4% and obtained adequate
adjustment values: SRMR = 0 , 02; RMSEA = 0.07 and CFI = 0.95. Mean values in
the overall PSQI score (9.5 ± 2.3 vs. 10.5 ± 2.2; p = 0.002) and QSP (8.1 ± 1.9 vs.
9.1 ± 2.0; p = 0.000) significantly higher in boys. No relationship was observed
between sleep quality, age and body composition indicators in girls (p> 0.05). Among
boys, a positive and significant relationship was found between all PSQI scores and
age (p <0.05). Conclusions: Four weeks of strength training was sufficient to
improve overall sleep quality but not daytime drowsiness. The responses to training
are quite heterogeneous when analyzed individually. In adolescents, it was possible
to observe that the method used for PSQI analysis, whether through the two
proposed factors (Sleep Perceived Sleep Quality and Sleep Efficiency) or the overall
score, are not significantly associated with body composition indicators in both the
sexes. However age correlates positively with scores only in boys.
Keywords: Adolescence; Sleep Quality; Strength Training; Daytime Sleepiness;
Individual Responses; PSQI; Factor analysis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Estágios do sono através do EEG, Slow sleep waves (SSW), trad.
Sono de ondas lentas, correspondentes aos estágios 3,4 do sono
NREM………………………..................................................................................
16
Figura 2. Efeitos da privação do sono nos níveis de leptina e
grelina………………............................................................................................
20
Figura 3. Delineamento do Estudo……............................................................. 23
Artigo 1: Individual and Average Responses of Sleep Quality and Daytime
Sleepiness After Four Weeks of Strength Training in Adolescents
Figure 1- The average changes in PSQI and ESS scores from pre- to post-
intervention……………………………………………………………………………...
34
Figure 2- Pre-to post PSQI (Panel A) and daytime sleepiness (Panel B)
individual changes after four weeks of resistance
training………………………………………...............................................................
35
Artigo 2: Escores de avaliação da qualidade do sono em adolescentes: uma análise
fatorial confirmatória e correlacional entre indicadores de composição corporal.
Figura 1. Melhor modelo, composto por dois fatores, com a exclusão do
componente sobre o uso de medicamento para dormir, obtido através da análise
confirmatória……....................................................................................................
49
Figura 2. Escores de acordo com o sexo………………......................................... 50
LISTA DE TABELAS
Artigo 1: Individual and Average Responses of Sleep Quality and Daytime
Sleepiness After Four Weeks of Strength Training in Adolescents.
Table 1- General characteristics of the adolescents included in this study (n=19) 34
Table 2- Comparison of the general characteristics between adolescents who
presented or did not present reductions ≥3 points in the score of at least one
sleep parameters………………………………………………………………………… 35
Artigo 2: Escores de avaliação da qualidade do sono em adolescentes: uma
análise fatorial confirmatória e correlacional entre indicadores de composição
corporal.
Tabela 1. Características gerais dos adolescentes (n=217)…............................... 47
Tabela 2. Matriz dos componentes de dois fatores e matriz da correlação dos
componentes........................................................................................................... 48
Tabela 3. Relação entre idade, composição corporal e qualidade do sono
avaliado por meio de diferentes escores do PSQI em adolescentes,
estratificados por sexo com os fatores do PSQI (n = 217)..................................... 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
GH – Growth Hormone
PSG - Polissonografia
PSQI - Pittsburgh Sleep Quality Index
Hz – Unidade de Medida Hertz
NREM - Non-Rapid Eyes Movement
N1 – Fase 1 do sono Non-Rapid Eyes Movement
N2 – Fase 2 do sono Non-Rapid Eyes Movement
N3 - Fase 3,4 do sono Non-Rapid Eyes Movement
REM- Rapid Eyes Movement
R – Sono REM
EEG- Eletroencefalograma
CVS – Ciclo Vigília Sono
SSW – Slow Sleep Waves
EOG – Eletroculograma
EMG- Eletromiograma
ESS - Epworth Sleepiness Scale
IMC – Índice de Massa Corporal
CGPE – Coordenação Geral de Assistência ao Estudante
IFPE – Instituto Federal de Pernambuco
1RM - One repetition maximum test
OMNI-RES - OMNI - Resistance Exercise Scale
CONEPE – Comitê Nacional de Ética e Pesquisa
FIPE - Federal Institute of Pernambuco
RMSEA – Root Mean Square Error of Aproximation
SRMR - Standardized Root Mean Square Residual
CFI - Comparative Fit Index
CDC – Center of Disease Control and Prevention
QSP – Qualidade do Sono Percebida
ES – Eficiência do Sono
SUMÁRIO
1.1. Objetivos .................................................................................................................................. 3
1.2. Estrutura da dissertação ......................................................................................................... 4
2. REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................... 5
2.1. Sono: estrutura, fases e avaliação. ......................................................................................... 5
2.2. O sono na adolescência .......................................................................................................... 8
2.3. Exercício físico e sono em adolescentes. ............................................................................. 11
3. MÉTODO ................................................................................................................................... 12
3.1. Amostra ................................................................................................................................. 12
3.2. Delineamento do estudo ....................................................................................................... 13
3.3. Descrição e operacionalização das variáveis ....................................................................... 14
3.3.1. Antropometria e Composição corporal .................................................................................. 14
3.3.2. Avaliação da Qualidade de Sono e Sonolência Diurna ........................................................ 15
3.4. Teste de 1 Repetição Máxima (1RM) .................................................................................... 16
3.5. Treinamento físico (intervenção 4 semanas) ........................................................................ 16
3.6. Aspectos éticos ..................................................................................................................... 17
3.7. Análise de dados ................................................................................................................... 17
4. RESULTADOS .......................................................................................................................... 18
Artigo 1: Individual and average responses of sleep quality and daytime sleepiness after four
weeks of strength training in adolescents ....................................................................................... 19
Artigo 2: Escores de avaliação da qualidade do sono em adolescentes: uma análise fatorial
confirmatória e correlacional entre indicadores de composição corporal. .................................. 34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 50
APÊNDICE A ........................................................................................................................................ 52
APÊNDICE B ........................................................................................................................................ 55
APÊNDICE C ........................................................................................................................................ 57
APÊNDICE D ........................................................................................................................................ 58
ANEXO B .............................................................................................................................................. 61
ANEXO C .............................................................................................................................................. 62
ANEXO D .............................................................................................................................................. 64
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 65
1
1. INTRODUÇÃO
O sono é considerado um dos processos fisiológicos fundamentais para a
vida do ser humano e indispensável para a manutenção de uma vida saudável.
Durante o sono ocorrem inúmeras funções importantes para a manutenção da
saúde, entre elas a restauração corporal, mental, alterações fisiológicas e
comportamentais (processos cognitivos e de aprendizagem), além da consolidação
da memória (Carskadon and Rechtschaffen 2000, Seixas 2009). A manutenção de
um equilíbrio entre os diferentes estágios do sono é necessária para favorecer o
padrão de sono normal, considerado como reparador, em que há sensação de
descanso e bem estar (Fernandes 2006).
Neste contexto, alguns estudos têm demonstrado que a privação do sono, de
forma total ou parcial, pode provocar alterações fisiológicas e comportamentais que
podem levar a prejuízos à saúde, tendo em vista que o baixo tempo de sono está
associado negativamente com diversos comportamentos os quais destacamos:
valorização da vida, desequilíbrio nutricional, controle do estresse, menor
envolvimento em exercícios físicos (Chen, Wang et al. 2006), mudanças no
metabolismo cerebral e cognição (Killgore, Kahn-Greene et al. 2008). Além disto,
alguns estudos têm reportado que o baixo tempo de sono pode acarretar em
alterarações nos níveis dos hormônios relacionados à fome e saciedade, (Seixas
2009, Kruger, Reither et al. 2014, Gonzaga, SENA et al. 2016, Kahlhöfer, Karschin et
al. 2016), responsáveis pelo equilíbrio energético, controle do peso corporal e da
insulina (Kruger, Reither et al. 2014, Gonzaga, SENA et al. 2016). Por outro lado, o
tempo de sono adequado está associado a menor frequência de obesidade entre
adolescentes (Chen, Wang et al. 2006).
A Academia Americana de Pediatria reconhece que o sono insuficiente de
forma crônica é um problema de saúde pública, que têm se tornado frequente
durante a adolescência (ADOLESCENT SLEEP WORKING GROUP 2014). Por
exemplo, adolescentes mais velhos têm maior chance de apresentar baixa duração
do sono, em relação aos mais novos (Felden, Filipin et al. 2016). Nos Estados
Unidos, a Fundação Nacional do Sono, através de um levantamento de cunho
epidemiológico, identificou que 61% dos estudantes americanos entre 13 e 18 anos
2
de idade, têm duração do sono inferior ao estabelecido para idade (i.e., >8h/noite) e
46% relataram que nunca ou raramente tinham uma boa noite de sono (Foundation
2011 ). Não obstante a relevância e alerta destes resultados, destaca-se que na
adolescência o sono exerce um papel importante no processo de crescimento e
desenvolvimento (Fernandes 2006, Seixas 2009), uma vez que durante o sono
ocorre uma maior produção e liberação do hormônio do crescimento (Growth
Hormone - GH) (Takahashi, Kipnis et al. 1968).
Neste contexto, considerando a importância e necessidade em identificar
problemas relacionados ao sono e possíveis distúrbios, principalmente em
adolescentes, alguns instrumentos têm sido utilizados. A ferramenta considerada
padrão ouro para identificar os eventos que ocorrem durante o sono é a
polissonografia (PSG), que realiza a avaliação do sono de forma direta, por meio do
registro de diversas atividades elétricas presentes no corpo durante o sono (Pace-
Schott and Hobson 2002). No entanto, a PSG é um instrumento operacionalmente
complexo e oneroso, o que limita a sua utilização em ampla escala. Deste modo,
uma alternativa neste diagnóstico é a utilização de questionários, a exemplo do
Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), desenvolvido por Buysse para verificar a
qualidade do sono no último mês (Buysse, Reynolds et al. 1989). Contudo, este
questionário estabelece uma condição baseada em um único escore, que não
parece ser capaz de avaliar as multifaces que cercam o sono, sua qualidade e seus
distúrbios (Cole, Motivala et al. 2006, Magee, Caputi et al. 2008, Passos, Silva et al.
2017). Por exemplo, em um estudo recente nós observamos em adolescentes que
os componentes do PSQI apresentaram correlação positiva significativa entre os
meninos, porém não houve qualquer relação nas meninas (Santiago, Batista et al.
2017). Em um estudo de validação deste instrumento para adolescentes, Passos,
Silva et al. (2017) sugerem que o modelo composto por dois fatores, com exclusão
do componente sobre uso de medicamentos para dormir, é a melhor forma de
avaliação do PSQI.
Para além destes aspectos, o exercício físico tem se mostrado como um fator
importante no seio destas relações seja para a melhoria e/ou manutenção de uma
boa qualidade do sono (Mello, Fernandez et al. 2000, De Mello 2013, Santiago, Lyra
et al. 2015). Além, do controle de fatores associados como: peso corporal,
3
percentagem de massa gorda e massa isenta de gordura (Boscolo, Sacco et al.
2007). Neste contexto, Barbieri and Zaccagni (2013) relatam que em adolescentes, o
treinamento de resistência melhorou proporcionalmente a massa gorda, massa livre
de gordura, e promoveu o aumento da saúde óssea.
No entanto, as respostas aos estímulos advindos do exercício podem ser
bastante heterogêneas, uma vez que alguns indivíduos podem responder de forma
diferente ao exercício (Bouchard, An et al. 1999, Chmelo, Crotts et al. 2015,
Churchward-Venne, Tieland et al. 2015). Assim, é possível que alguns indivíduos
respondam positivamente ao exercício, enquanto outros apresentem respostas
mínimas ou opostas ao treinamento (Lima, Miranda et al. 2015). Portanto, as
diferenças biológicas e individuais parecem ser fatores que podem mediar estas
respostas. Este é um aspecto interessante na investigação, quando se leva em
consideração os benefícios que o exercício pode trazer à saúde dos adolescentes.
Apesar de ainda serem inconclusivos os motivos pelo qual o exercício
melhora a qualidade de sono, especificamente em adolescentes, o tipo, a
intensidade do exercício, os horários de realização, bem como fatores individuais,
parecem determinar estes benefícios. Este talvez seja um dos pontos relevantes a
ser descoberto, uma vez que o entendimento dos mecanismos subjacentes a estes
efeitos pode favorecer na melhor adequação dos exercícios nesta faixa etária e que
poderá atuar como um fator de proteção à saúde dos adolescentes. Vale destacar
que a adolescência é entendida como uma janela temporal impar para mergulhar o
olhar na pluralidade de mudanças de foro biológico, cognitivo e psicossocial; acresce
a aquisição e desenvolvimento de hábitos e estilos de vida, cuja persistência pode
ter implicações significativas na saúde (Ulijaszek 2006, Alberga, Sigal et al. 2012).
1.1. Objetivos
Analisar o efeito de quatro semanas de treinamento de força sobre a
qualidade do sono e sonolência diurna de adolescentes em regime de internato.
Realizar uma Análise Fatorial e Fatorial Confirmatória do Escore do PSQI e
Correlacionar à forma de avaliação do PSQI às características sociodemográficas e
de composição corporal.
4
1.2. Estrutura da dissertação
Esta dissertação está estruturada em cinco partes. A primeira parte trata da
introdução geral e a fundamentação, os objetivos do estudo e a estrutura da
dissertação. A segunda parte é composta pela Revisão da Literatura. Esta parte foi
construída a partir de três tópicos principais: (1) Sono: estrutura, fases e avaliação;
(2) O sono na adolescência e (3) Exercício físico e sono em adolescentes. Na
terceira parte é apresentada toda a metodologia empregada no estudo. A quarta
parte reúne os resultados em forma de dois artigos originais, sendo um publicado na
Revista Motriz (Qualis Periódicos Capes B1- Interdisciplinar) em uma edição
especial sobre adolescência e outro que será submetido à Revista Brasileira de
Medicina do Esporte (Qualis Periódicos Capes B1- Interdisciplinar), em concordância
com as normas das revistas para onde foi e será submetido e buscam responder
aos objetivos propostos para esta dissertação. Por fim, na quinta parte são
apresentadas as principais conclusões finais desta dissertação com perspectivas de
trabalhos futuros.
5
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Sono: estrutura, fases e avaliação.
O sono é essencial para uma vida saudável, cerca de aproximadamente um
terço de nossas vidas passamos dormindo. Contudo, o motivo e a finalidade que
precede o ato de dormir ainda permanecem bastante inconclusivos (Bear, Connors
et al. 2015). O avanço das pesquisas acerca do sono, tanto de forma experimental,
quanto clínica alcançou maior destaque durante o século XX com os registros das
ondas cerebrais, possibilitando a diferenciação dos estados de vigília e sono e desta
forma, auxiliando no entendimento sobre a fisiologia do sono e uma caracterização
fidedigna de seus possíveis distúrbios (Fernandes 2006, da Mota Gomes,
Quinhones et al. 2010). Em termos gerais, o sono pode ser classificado como um
estado fisiológico definido pela diminuição de respostas a estímulos ambientais
(Bear, Connors et al. 2015), com atividade cerebral normal e regular e alteração do
estado de consciência, associados a peculiaridades motoras e posturais (da Mota
Gomes, Quinhones et al. 2010).
Os padrões de sono e sua estruturação são definidos/conhecidos através das
frequências e intervalos das ondas cerebrais, as quais são classificadas em Hertz
(Hz). Assim através do Eletroencefalograma (EEG), é possível identificar os períodos
do sono e dividi-los em: sono Non-Rapid Eyes Movement (NREM) com suas fases
N1, N2, N3 e Sono R referente ao estágio Rapid Eyes Movement (REM) (Martins,
Mello et al. 2001, Keenan and Hirshkowitz 2011). Anteriormente, o estágio NREM se
dividia em Estágio 1, 2, 3, 4 e REM (Keenan and Hirshkowitz 2011).
Quando adormecemos, iniciamos o sono no estágio N1 e vamos passando
para os estágios seguintes do sono NREM. Na medida em que a noite avança, a
duração do sono NREM reduz e os períodos REM aumentam. Os períodos mais
extensos chegam à média de 30min a 50min e estes ocorrem obrigatoriamente após
um intervalo de 30min de estágio REM (Bear, Connors et al. 2015). Ao todo, a fase
NREM compreende de 75% a 80% do tempo de sono em uma noite e o restante
(20% a 25%) é equivalente ao sono REM (Baleia 2015). Estas fases alternam-se em
ciclos ultradianos periódicos durante o período de sono (Bear, Connors et al. 2015) e
são observados normalmente de quatro a cinco vezes por noite com duração de
6
aproximadamente 90 minutos (Martins, Mello et al. 2001, De Mello 2013, Baleia
2015). A figura 1 ilustra as passagens entre os estágios e fases do sono.
Figura 1. Estágios do sono através do EEG, Slow sleep waves (SSW), trad. Sono de
ondas lentas, correspondentes aos estágios 3,4 do sono NREM (Bear, Connors et
al. 2015).
O ciclo Vigília/Sono (CVS) é um estado cerebral ativo resultante de diversos
mecanismos que irão definir suas particularidades, proporção e disposição durante
todo o dia. Ele é controlado por dois mecanismos: o homeostático, que irá
estabelecer a duração, profundidade e a qualidade do período de sono
(ADOLESCENT SLEEP WORKING GROUP 2014), e o ciclo circadiano (Smith,
Folkard et al. 2002), que determina e/ou ajusta o CVS através dos sincronizadores
externos e internos. Dentre os sincronizadores externos destacam-se: a oscilação da
temperatura do ambiente, luminosidade e os sons, característicos da passagem
entre o dia e a noite (Martins, Mello et al. 2001, Fernandes 2006, da Mota Gomes,
Quinhones et al. 2010, ADOLESCENT SLEEP WORKING GROUP 2014). Dentre os
sincronizadores internos a secreção de neurotransmissores (hipocretina), hormônios
(testosterona, hormônio do crescimento (GH), antidiurético, hormônio tireoidiano,
insulina e cortisol), peptídeos (colecistocinina e bombesina) e as atividades nos
centros encefálicos (Fernandes 2006).
Nas atividades dos centros encefálicos, destaca-se a ação do núcleo
supraquismático, encontrado no hipotálamo, que organiza a periodicidade e tempo
do CVS. Este é influenciado pela luminosidade do ambiente via feixe retino-
hipotalâmico, ativando a glândula pineal que irá secretar a melatonina (Martins,
SSW
7
Mello et al. 2001, Fernandes 2006, da Mota Gomes, Quinhones et al. 2010). Durante
a noite, período que há maior secreção de melatonina, associa-se ao início e
manutenção do sono. A luminosidade atinge também outras áreas do hipotálamo,
como a zona supra-paraventricular e núcleo dorsomedial, que também fazem parte
da regulação do CSV (Martins, Mello et al. 2001, Fernandes 2006, da Mota Gomes,
Quinhones et al. 2010).
Métodos de avaliação da qualidade do sono
Ao considerarmos a importância e necessidade de identificar problemas
relacionados ao sono e sua qualidade, alguns instrumentos e métodos têm sido
referidos e utilizados. Estes métodos podem ser classificados como indiretos, por
meio de uma avaliação subjetiva com o auxílio de questionários, como de forma
direta através dos registros da PSG e da actigrafia. A ferramenta considerada
padrão ouro para identificar os eventos que ocorrem durante o sono é a PSG, que
por meio dos registros do eletroencefalograma (EEG) descreve as atividades
elétricas do encéfalo, o eletromiograma (EMG) que examina a atividade muscular
esquelética e do eletrooculograma (EOG), que examina as atividades extraoculares
(Pace-Schott and Hobson 2002). No entanto a PSG é um instrumento que requer
tanto uma estrutura física apropriada para sua realização, além de treinamento
especifico para na sua operacionalização, o que pode ser bastante oneroso. A
actigrafia é outro método direto de avaliação do sono que consiste no
monitoramento por meio de aparelho (Actígrafo) no punho, o qual detecta
movimentos tri-axiais, que serão digitalizados e transferidos para computador. Para
esta forma de avaliação, é necessário que o registro seja feito por vários dias para
obter dados como: o tempo total de sono, tempo total acordado, a quantidade de
despertares e a latência para o sono (Togeiro and Smith 2005).
Para avaliar o sono de forma indireta, os questionários se apresentam como
uma alternativa de baixo custo e boa confiabilidade. Eles podem ser específicos
para a avaliação de um determinado distúrbio, como a Epworth Sleepness Scale
(ESS) usada para avaliar a sonolência diurna, ou de forma geral, como é o caso do
Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), que tem sido bastante utilizado por oferecer
8
uma visão ampla de natureza quantitativa e qualitativa da qualidade do sono
(Bertolazi, Fagondes et al. 2011). O PSQI foi desenvolvido por Buysse, Reynolds et
al. (1989) e este instrumento verifica a qualidade do sono no último mês, fornecendo
um índice de gravidade e natureza do distúrbio. Trata-se de um questionário
autorrelatado, com 19 questões agrupadas em sete componentes, provenientes de
dificuldades relacionadas ao sono: qualidade subjetiva do sono; latência do sono;
duração do sono; eficiência habitual do sono; distúrbios do sono; uso de
medicamentos para dormir e disfunção diurna. Estes componentes são avaliados em
conjunto como um fator único da qualidade do sono através de um escore global
(Cole, Motivala et al. 2006) e classifica os indivíduos em bons ou maus dormidores.
Contudo, ao considerarmos a natureza multifacetada dos elementos que
cercam a qualidade do sono e seus distúrbios, alguns estudos realizados em
populações específicas, perceberam que um único escore pode não ser capaz de
avaliar a natureza dos distúrbios do sono. Desta forma, através da análise fatorial
foram propostos modelos de pontuação com mais de um fator (Cole, Motivala et al.
2006, Magee, Caputi et al. 2008, Passos, Silva et al. 2017). Em adolescentes, o
PSQI foi validado por Passos, Silva et al. (2017), o qual também considerou a
análise por dois fatores com exclusão do componente 6 (uso de medicamento para
dormir), como mais adequado para a avaliação da qualidade do sono em
adolescentes.
2.2. O sono na adolescência
Em particular na adolescência, é possível observar alterações importantes no
CSV. A exemplo, das modificações que ocorrem nos mecanismos que sincronizam
os ritmos circadianos com o avançar da adolescência, tornado cada vez mais difícil o
adormecer no início da noite (Bear, Connors et al. 2015). Esta particularidade é
denominada de atraso de fase, definido por horários de dormir e acordar mais
tardios, e que pode ser intensificado por comportamentos como o uso de mídias
eletrônicas durante a noite, atrasando o início da liberação de melatonina, alongando
o ciclo circadiano (Felden, Filipin et al. 2016, Malone, Zemel et al. 2016).
Este processo ocorre ao mesmo tempo em que os adolescentes estão
iniciando o ensino médio, quando necessita adequar o tempo de sono para que seja
possível realizar suas atividades no início da manhã (Bear, Connors et al. 2015,
9
Chandrakar 2017). O atraso de fase, quando somado aos elementos sociais da
rotina dos adolescentes, pode levar a uma diminuição crônica do sono,
configurando-se como um estado não saudável. Durante o período escolar, em que
há uma diminuição do tempo de sono durante os dias úteis (dormir mais tarde e
acordar cedo) leva a uma tentativa compensatória nos finais de semana (Collado
Mateo, Díaz-Morales et al. 2012, Chandrakar 2017). A diferença entre as horas
dormidas nos dias de semana e nos finais de semana é denominada de jet leg social
(Wittmann, Dinich et al. 2006, Collado Mateo, Díaz-Morales et al. 2012, Chandrakar
2017), que exerce um impacto negativo sobre o desempenho acadêmico e a
capacidade cognitiva em estudantes, principalmente nas meninas (Díaz-Morales and
Escribano 2015). A ocorrência de jet leg social e a baixa duração do sono, pode
contribuir para o aparecimento de patologias relacionadas ao aumento de peso,
desta forma contribuindo para o aumento da epidemia de excesso de peso e
obesidade (Roenneberg, Allebrandt et al. 2012).
A influência do sono na composição corporal em adolescentes
Fisiologicamente, a regulação da massa corporal acontece por meio dos
sinais fisiológicos centrais e periféricos, que se relacionam com fatores ambientais,
como a oferta e composição de alimentos que compõe a dieta e a prática de
exercícios físicos, além da própria predisposição genética. Sabe-se que a obesidade
tem aumentado de forma expressiva nas últimas décadas, estando associada às
mudanças ambientais e do estilo de vida, composição do alimento consumido e a
diminuição da atividade física. Além destes fatores, as alterações no tempo do sono
têm sido associadas a descontroles na ingestão alimentar e obesidade (Crispim,
Zalcman et al. 2007).
Neste cenário, o sono exerce papel imprescindível na regulação do balanço
energético, influenciando o apetite através das alterações nas concentrações de
hormônios como a leptina e a grelina, que estão relacionados à saciedade, fome,
controle da massa corporal e equilíbrio energético (De Mello 2013, Kruger, Reither et
al. 2014, Gonzaga, SENA et al. 2016). O tempo de sono, afeta também o
comportamento alimentar e o horário da ingestão calórica (Baron, Reid et al. 2011).
10
Em situações de privação sono, a leptina, relacionada ao controle da saciedade, tem
seus níveis diminuídos, devido ao aumento da necessidade de calorias pela
elevação do tempo em vigília. Já a grelina, relacionada à sensação de fome tem
seus níveis aumentados (Crispim, Zalcman et al. 2007, Cao, Zhu et al. 2015), e
desta forma, aumentando a fome, o apetite, ingestão de carboidratos e alimentos de
alto teor calórico (Seixas 2009, Kruger, Reither et al. 2014, Gonzaga, SENA et al.
2016, Kahlhöfer, Karschin et al. 2016). A figura 2 apresenta através de um esquema
ilustrativo, o desequilíbrio dos hormônios Leptina e Grelina, decorrente da privação
do sono.
Figura 2 - Efeitos da privação do sono nos níveis de leptina e grelina.
Adaptada Crispim, Zalcman et al. (2007).
Além disto, alguns estudos têm relatado que maiores períodos em vigília
oportunizam um maior tempo para comportamentos específicos, como o baixo
consumo de frutas, verduras, legumes e menores níveis de atividade física (Crispim,
Zalcman et al. 2007, Cao, Zhu et al. 2015). Não obstante o consumo de nutrientes
com alto teor calórico à noite, os maiores períodos de vigília também estão
associados a um Índice de Massa Corporal (IMC) mais elevado(Baron, Reid et al.
2011). Além disto, em meninas a ingesta total de gorduras está associada à redução
11
do sono REM (Awad, Drescher et al. 2013). Sabendo-se que a diminuição do tempo
de sono está associado à elevação da massa corporal e que este aumento contribui
para problemas relacionados ao excesso de tecido adiposo (i.e., doenças
cardiovasculares, dislipidemias, resistência a insulina e diabetes tipo 2), é possível
destacar que a restrição de sono é um elemento independente que pode causar
alterações metabólicas capazes de contribuir para o desenvolvimento destes
desfechos negativos de saúde (De Mello 2013).
2.3. Exercício físico e sono em adolescentes.
A relação entre o exercício e o sono parece estar bem estabelecida,
configurando-se como uma forma eficaz e não medicamentosa para a melhora de
sua qualidade. Dentre os modelos teóricos que buscam explicar os efeitos do
exercício sobre o sono destacam-se três hipóteses: a hipótese termorregulatória, da
conservação de energia e da restauração corporal. Na primeira, o aumento da
temperatura corporal decorrente do exercício físico parece favorecer ―o disparo‖ do
sono, através da estimulação de mecanismos de dissipação de calor corporal
controlados pelo hipotálamo e ao aumento do sono de ondas lentas, fase mais
profunda do sono em que há a restauração física. Na hipótese da conservação de
energia, há elevação do gasto energético, decorrente da prática de exercícios
físicos. Esse aumento leva o indivíduo a necessitar de sono como um meio
reparador ao balanço energético. A hipótese da restauração corporal, em que o
aumento do catabolismo decorrente dos exercícios físicos durante os períodos
acordados leva a uma diminuição das reservas energéticas, resultando em um
aumento da necessidade do sono para que se proporcione o anabolismo (Martins,
Mello et al. 2001, De Mello 2013). Assim, tanto a teoria da conservação de energia
como a da restauração corporal apoiam-se nos mecanismos homeostáticos
reguladores do sono, visto que ambas as teorias afirmam que a duração total do
sono, como também a quantidade de sono de ondas lentas, aumenta em função do
aumento do gasto energético (Driver and Taylor 2000).
No entanto, dados objetivos e confiáveis desta relação entre sono e
exercício físico ainda necessitam ser melhor esclarecidos, principalmente em
12
adolescentes. Achados apontam que níveis mais elevados de atividade física
favorecem o tempo de sono total mais prolongado, menor despertar durante a noite,
sintomas de insônia e melhor qualidade do sono. Sendo considerada uma condição
positiva não apenas para a saúde física, mas também para a saúde mental de
adolescentes (Lang, Brand et al. 2013). Um estudo realizado por Santiago, Lyra et
al. (2015) observou que após a realização de uma sessão de treinamento de força,
foi suficiente para promover melhoras na qualidade do sono de adolescentes. Da
mesma forma, no estudo de Mendelson, Borowik et al. (2016) adolescentes obesos
apresentaram respostas positivas após doze semanas de treinamento combinado
(resistência e aeróbio), resultando no aumento da duração e eficiência do sono.
Ademais, em adultos um estudo realizado por Loprinzi and Loenneke (2015),
demonstrou que o envolvimento em exercícios de força aumentou em 19% a chance
dos sujeitos atenderem as diretrizes do tempo total de sono (7-8 horas/noite)
É inegável, que os protocolos adotados para a realização dos exercícios
parecem ser um elemento importante a destacar, bem como fatores individuais como
idade, sexo e nível de aptidão, necessitando de mais investigações para uma melhor
compreensão desta relação. Contudo, o exercício físico parece ser um elemento
adicional em promover uma melhora e manutenção da qualidade do sono,
repercutindo em benefícios para a composição corporal, podendo ser considerado
um importante fator de proteção do estado de saúde.
3. MÉTODO
3.1. Amostra
Participaram deste estudo adolescente de ambos os sexos, moradores internos
do Instituto Federal de Educação (IFPE) - Campus Vitória Santo Antão -
Pernambuco. Todos os sujeitos são residentes permanentes do IFPE em regime de
internato, de segunda à sexta feira, conforme normas da instituição e em
conformidade com o calendário acadêmico. A coordenação geral de assistência ao
estudante (CGPE) do Campus realiza uma divisão dos alunos por quarto, onde são
alocados seis a oito estudantes em cada dependência e divido em dormitórios
femininos e masculinos.
13
Todos os adolescentes foram convidados a participar voluntariamente do
estudo. A convocação dos estudantes foi realizada através de avisos em salas de
aula e cartazes com informes sobre a descrição do estudo. Em seguida, os
adolescentes interessados em participar do estudo receberam o PSQI, para
identificação dos sujeitos que apresentariam má qualidade ou distúrbios do sono e
em seguida foi aplicado a ESS, com intuito de identificar se os adolescentes
apresentavam sonolência diurna.
O IFPE Campus Vitória de Santo Antão, mantém todos os estudantes sob o
mesmo regime e condições, ou seja: todos são acordados por volta das 6h, realizam
higiene pessoal e se dirigem ao refeitório onde recebem um café da manhã padrão
(pães, ovos, queijo, suco, leite e frutas). Neste estudo, não houve qualquer
interferência quanto à quantidade e tipo de alimento consumido. Considerando o
caráter exploratório e de intervenção deste estudo, conforme os horários
estabelecidos para realização da sessão de treinamento foram feitas adequações na
rotina das atividades diárias dos sujeitos do estudo. O horário de recolhimento dos
internos ocorre sempre as 22h00min (momento em que são orientados a dormir),
estabelecido pelas normas internas da instituição.
Além da identificação de problemas relacionados ao sono, foram estabelecidos
os seguintes critérios de inclusão: i) apresentar queixas de sono não reparador (má
qualidade do sono e distúrbio do sono), ii) ter entre 14 e 19 anos; iii) responder
corretamente aos questionários; iv) não ter realizado atividade física moderada ou
vigorosa nas 12 horas que precederam à avaliação.
3.2. Delineamento do estudo
Este estudo de caráter transversal apresenta dois designs (delineamentos). O
primeiro com uma intervenção de grupo único e o outro com um caráter exploratório
(Análise fatorial do PSQI) e correlacional. (Figura 3)
14
Figura 3. Representação dos delineamentos do estudo
3.3. Descrição e operacionalização das variáveis
3.3.1 Antropometria e Composição corporal
A massa corporal foi obtida através de uma balança de plataforma (Welmy,
Brasil), com carga máxima de 150 kg e escala de precisão de 0,1 kg, com os
sujeitos descalços e usando roupas leves. Para a medida da estatura foi utilizado um
estadiômetro de madeira com precisão de 0,1 cm. O índice de massa corporal foi
calculado dividindo-se a massa corporal pela estatura em metros ao quadrado
[Massa (kg)/Altura2(m)]. Para estimativa da composição corporal, foi utilizado o
modelo de dois compartimentos (massa gorda e massa magra) adotando-se as
medidas de espessuras de dobras cutâneas, utilizando-se adipômetro cientifico
(Lange®, Cambridge Scientific Instruments, Cambridge, Maryland), com pressão
constante de 10 g/mm2, precisão de 1 mm (Deurenberg, Weststrate et al. 1991). Os
pontos das medidas foram tríceps e subescapular e seguiram as recomendações
15
descritas previamente (Slaughter, Lohman et al. 1988). As medidas foram realizadas
em triplicata e o valor mediano foi adotado.
3.3.2 Avaliação da Qualidade de Sono e Sonolência Diurna
3.3.2.1 Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI)
Para análise da qualidade do sono, foi utilizado o questionário Pittsburgh Sleep
Quality Index (PSQI) (Buysse, Reynolds III et al. 1989), que verifica a qualidade do
sono no último mês, fornecendo um índice de gravidade e natureza do distúrbio
(Togeiro and Smith 2005). Este instrumento oferece uma visão ampla de natureza
quantitativa e qualitativa da qualidade do sono (Bertolazi, Fagondes et al. 2011). O
PSQI conta com 19 questões agrupadas em sete componentes, que consideram
dificuldades relacionadas ao sono, (1) qualidade subjetiva do sono, (2) latência do
sono, (3) duração do sono, (4) eficiência habitual do sono, (5) distúrbios do sono, (6)
uso de medicamentos para dormir e (7) disfunção diurna (Cole, Motivala et al. 2006).
Para cada questão são atribuídas pontuações de 0-3, e a soma dos valores de cada
domínio compõe um único escore. Assim, pontuações de zero - quatro indicam boa
qualidade do sono, de 5 -10 qualidade ruim e acima de 10, distúrbios do sono. Esse
instrumento foi recentemente validado na versão em português para adolescentes
por Passos, Silva et al. (2017).
3.3.2.1 Epworth Sleepness Scale (ESS)
A sonolência Diurna foi avaliada usando a escala de sonolência de Epworth
(ESS). Este instrumento foi desenvolvido pelo médico Australiano Johns Murray W
(1993), trata-se de um questionário fácil, auto aplicado, com o objetivo de quantificar
a propensão de o indivíduo adormecer em oito situações rotineiras. O entrevistado
atribui pontos de zero a três, para quantificar a sua tendência (probabilidade) de
pegar no sono. O somatório dos pontos pode atingir o valor máximo de 24 pontos. O
ponto de corte estabelecido é de 10, no qual pontuações acima deste valor apontam
a presença de sonolência diurna excessiva (Bertolazi, Fagondes et al. 2009). Esta
escala foi validada para o português por Bertolazi, Fagondes et al. (2009) e vem
16
sendo amplamente utilizada em adolescentes (Gibson, Powles et al. 2006, Souza,
Souza et al. 2007, Pereira, Teixeira et al. 2010).
3.4. Teste de 1 Repetição Máxima (1RM)
A carga para a realização de cada exercício foi prescrita com base no teste de
1RM. O teste foi aplicado para a avaliação da força máxima nos exercícios utilizados
no programa experimental. Em cada exercício, o teste foi iniciado com aquecimento
(10 repetições), utilizando-se aproximadamente 50% da carga estimada para a
primeira tentativa de 1-RM. Após dois minutos de intervalo, os sujeitos eram
orientados a realizarem duas repetições com a carga estimada para 1-RM. Caso
mais de uma repetição fosse realizada adequadamente ou o sujeito não
conseguisse completar uma única repetição, a carga era ajustada para a segunda
tentativa. Para cada exercício foi estipulada até quatro tentativas para a
determinação da carga de 1-RM, com intervalo de três a cinco minutos entre as
tentativas. Pesquisadores envolvidos neste estudo passaram por treinamento prévio
para a devida aplicação do protocolo de exercícios.
Todos os indivíduos foram orientados a não praticarem atividades físicas e
manterem suas rotinas no internato ao longo das 24 horas antecedentes à
realização dos testes. Para minimizar possíveis erros na identificação das cargas, as
seguintes estratégias foram adotadas: a) a técnica dos movimentos foi explicada e
demonstrada pelos avaliadores antes de cada exercício, b) a técnica do movimento
de cada exercício foi monitorada e corrigida quando necessário e c) todos os
sujeitos receberam incentivo verbal durante a realização dos testes.
3.5. Treinamento físico (intervenção 4 semanas)
A intervenção foi realizada por um período de quatro semanas com intervalo de
1 dia entre cada sessão (segunda e quarta), de modo que houvesse um intervalo de
pelo menos 24 a 48 horas da sessão realizada. Para evitar perdas relativas à
frequência de realização da sessão de treino, foi disponibilizado mais um dia na
semana para realização da sessão de treino. Os horários estabelecidos para
17
realização das sessões de treino foram baseados em nossos achados recentes com
esta população. Desta forma as intervenções foram realizadas no período da manhã
ou tarde (Santiago, Lyra et al. 2015).
3.6. Aspectos éticos
O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade de Pernambuco e seguiu as normas estabelecidas pelo Comitê
Nacional de Ética e Pesquisa (CONEP) Resolução 466/12 sobre pesquisa
envolvendo seres humanos, protocolo CAAE Nº 02289512.8.0000.5207 (ANEXO C).
Todos os participantes, após os esclarecimentos sobre os procedimentos e riscos
aos quais foram submetidos, receberam o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (APÊNDICE A) para que seu responsável legal o assinasse, autorizando
a participação do adolescente no estudo, assim como aos adolescentes maiores de
18 anos. Os sujeitos menores de 18 anos receberam o Termo de Assentimento
(APÊNDICE B).
3.7. Análise de dados
Os procedimentos estatísticos previstos para esta dissertação serão
apresentados de acordo com o que está proposto em cada um dos artigos na
sessão de resultados.
18
4. RESULTADOS
Os resultados deste estudo serão apresentados sob a forma de dois artigos
originais. O Artigo 1 Intitulado: Individual and average responses of sleep quality and
daytime sleepiness after four weeks of strength training in adolescents. Foi publicado
na Revista Motriz como artigo original. O Segundo artigo intitulado: Escores de
avaliação da qualidade do sono em adolescentes: uma análise fatorial confirmatória
e correlacional entre indicadores de composição corporal. Será submetido como
artigo original à Revista Brasileira de Medicina do Esporte, conforme
regulamentação do Colegiado de Pós-Graduação em Hebiatria da UPE.
1º Artigo - Intitulado: ―Individual and average responses of sleep quality and daytime
sleepiness after four weeks of strength training in adolescents‖. Publicado na
Revista: Motriz: Revista de Educação Física. Vol.23 no. Spe2. Rio Claro 2017. Epub
Jan 08, 2018 On-line version. ISSN 1980-6574 http://dx.doi.org/10.1590/s1980-
6574201700si0088
2º Artigo: intitulado: ―Escores de avaliação da qualidade do sono em adolescentes:
uma análise fatorial confirmatória e correlacional entre indicadores de composição
corporal‖.
19
Artigo 1: Individual and average responses of sleep quality and daytime sleepiness after four weeks of strength training in adolescents
Motriz: Revista de Educação Física. Vol.23 no. Spe2 Rio Claro 2017 Epub Jan 08,
2018 On-line version. ISSN 1980-6574 http://dx.doi.org/10.1590/s1980-
6574201700si0088
Maria Julia Lyra1
Antonio Henrique Germano-Soares2
Ladyodeyse da Cunha Silva Santiago1
Daniel da Rocha Queiroz2
Rafael Miranda Tassitano2, 3
Ana Patrícia Siqueira Tavares Falcão4
Rodrigo Pinto Pedrosa2, 5
Mônica Vilela Heimer1
Marcos André Moura dos Santos1, 2
1 Universidade de Pernambuco, UPE, Camaragibe, PE, Brazil.
2 Universidade de Pernambuco, UPE, Recife, PE, Brazil.
3 Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, Recife, PE, Brazil.
4 Instituto Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, IFPE, PE, Brazil.
5Hospital Metropolitano Sul Dom Helder Câmara, IMIP Hospitalar, Cabo de Santo
Agostinho, Brasil.
Endereço para correspondência: *Marcos André Moura dos Santos. Mailing address:
Arnóbio Marques Street, 310. Escola Superior de Educação Física, Santo Amaro,
Recife, PE. Email: [email protected].
20
Abstract — Aims: To analyze the average and individual responses of sleep quality
and daytime sleepiness in adolescents after four weeks of strength training.
Methods: 19 adolescents with sleep problems recruited in the Federal Institute of
Pernambuco, were subject to anthropometric evaluations as well as those for body
composition assessment, a 1 repetition maximum test, the sleep parameters
(Pittsburgh Sleep Quality Index—PSQI and Epworth Sleepiness Scale—ESS) and
were submitted to four weeks of strength-training, performed alternately by segment,
two sessions per week, according to recommendations for this population. Results:
A decrease in the average PSQI score was observed (10.3±3.3 vs 8.8±4.0; p=0.006),
but not in ESS (p>0.05), after intervention. The individual analyses demonstrated that
~63% of adolescents experienced reductions ≥ 3 points in the PSQI and ~58% of
them experienced reductions ≥ 3 points in the measure of daytime sleepiness. The
prevalence of poor sleep quality and daytime sleepiness reduced from 84.2% to
68.4% and from 52.6% to 31.6%, respectively. The comparisons of high and low
responders to exercise training show that adolescents who reduced ≥3 points in the
score of a least one sleep parameter presented lower weight, fat mass, and fat
percentage (p<0,05) Conclusion: A short-term strength-training program is able to
improve global sleep quality, but not daytime sleepiness in adolescents. Furthermore,
the changes after training are highly heterogeneous. Further studies are required to
better understand the effects of strength training on sleep parameters of adolescents.
Keywords: adolescence; sleep quality; strength training; daytime sleepiness;
individual responses
21
Introduction
Sleep is an important component of daily circadian rhythm and plays a pivotal
role in the promotion of health 1. It is even more important during adolescence as this
period is characterized by a series of biological and psychosocial changes that may
affect adolescent sleep patterns (i.e. insufficient sleep duration and poor quality of
sleep) 2, 3, resulting in a number of negative consequences (e.g. low academic
achievement, impaired cognitive function, obesity) 4, 5.
Therefore, improvements in sleep quality and duration should be targeted for
improving adolescents’ health. It has been shown that physical activity is associated
with longer sleep duration and better sleep quality in adolescents 6. Moreover, a
previous systematic review showed that aerobic exercise training improves overall
sleep quality (ie. reduced latency to fall asleep, increased sleep time) 7, suggesting
that, despite the benefits of aerobic exercise, little attention has been given to other
types of exercise (ie. strenght training).
Interestingly, Loprinzi and Loenneke 8 have shown that engagement in
muscular strengthening activities is associated with a 19% greater chance to meet
sleep duration guidelines (7-8 hours/night) in adults; however, whether regular
practice of strength exercise improves sleep parameters of adolescents remains
unknown. Interestingly, there is some evidence indicating that there is a substantial
interindividual variability in response to exercise training 9, 10, suggesting that some
individuals may experience significant responses, while others show minimal or even
opposite responses to training. Therefore, examining the individual and average
effect of strength training on sleep parameters of adolescents would be important for
having a more complete evaluation of the efficacy of this mode of exercise in
improving health in this population.
Thus, the aim of this present study was to analyze the average and individual
responses of sleep quality and daytime sleepiness in adolescents after four weeks of
strength training.
METHODS
Sample
22
Nineteen adolescents of both genders (6 girls; 13 boys), recruited at the
Federal Institute of Pernambuco (FIPE), participated in the present study. FIPE is
located in an economically poor, rural zone of the state of Pernambuco, in
northeastern Brazil. All students stay at FIPE from Monday to Friday. Males and
females are housed separately, and have similar routines such as dining, class time,
and bed time. In addition, alcohol and tobacco consumption is forbidden. The
Research Ethics Committee of the University of Pernambuco approved the study
procedure, which followed the established norms of the National Research Ethics
Commission (CONEP: No. 89.701), and each adolescent who participated provided a
written informed consent form.
The inclusion criteria were as follows: i) complaints of non-restorative sleep
(poor sleep quality and sleep disturbance), ii) daytime sleepiness, iii) not involved in
physical exercise programs, iv) no presence of any muscular or orthopedic injuries
that might compromise the performance of the intervention sessions, v) did not
perform moderate or vigorous physical activity during the 12 hours prior to the
evaluation, vi) no use of sleeping drugs.
Anthropometry and body composition
Weight and height were measured by a digital scale (to the nearest 0.1kg;
Filizola, São Paulo, Brazil) and a portable stadiometer (to the nearest 0.5cm; Sanny,
São Paulo, Brazil), respectively. Measurements were taken with shoes off, feet
together, and head in the Frankfurt horizontal plane 11. Body mass index was
calculated by my dividing weight (kg) by the square of height (m²). To estimate the
body composition, the two-compartment model (fat mass and lean mass) was
adopted measuring skinfold thickness using a scientific adipometer (Lange®,
Cambridge Scientific Instruments, Cambridge, Maryland), with a constant pressure of
10 g/mm2, and an accuracy of 1 mm. The collection points were biceps, triceps,
subscapular, and suprailiac and followed the recommendations previously described.
The measurements were performed in triplicate and the median value was adopted.
Relative body fat was estimated from the mathematical model proposed by
Deurenberg, Weststrate, Seidell12.
One repetition maximum (1RM) test
23
Prescription of the load in each exercise was based on the 1RM test. This test
aims to evaluate the maximum force in the exercises used in the experimental
program. In each exercise, the test was started with a warm-up (ten repetitions),
using approximately 50% of the load established for the first 1RM attempt. After a
two-minute interval, the adolescents were instructed to perform two replicates with
the estimated 1RM load. If more than one repetition was performed correctly or if the
participant failed to complete one repetition, the load was adjusted for a second
attempt. For each exercise, participants had four attempts, with intervals of three to
five minutes between attempts, to determine the 1RM load. To reduce possible faults
in the identification of loads, strategies were adopted such as: explanation and
technical demonstration of movements by the evaluators, before each exercise;
correction and monitoring of the movement technique of each exercise, when
necessary; and verbal encouragement during the test 13, 14.
Sleep parameters
The Sleep Quality Index Questionnaire (Pittsburgh Sleep Quality Index—
PSQI) The PSQI was used to assess the quality of sleep, which determines an index
of the severity and nature of the sleep disturbance15. The PSQI is a seven-domain
(19 questions), selfrated questionnaire evaluating sleep habits during the last month.
The seven-domain scores combine to provide an overall sleep quality index
including: subjective sleep quality, sleep latency, sleep duration, habitual sleep
efficiency, sleep disturbance, use of sleeping drugs, and daytime dysfunction. The
possible scores range from zero to 21 and the higher the score, the worse the quality
of sleep. For this study, a PSQI score > 5 revealed that the individual had poor
quality sleep and > 10 indicated that the participant had a sleep disorder. This
instrument had good reliability and high internal consistency (α = 0.83) and good test-
retest reliability (r = 0.85)15, 16. This instrument was duly validated in Portuguese for
adolescents17.
Epworth Sleepiness Scale (ESS)
Daytime sleepiness was evaluated by using the Epworth Sleepiness Scale
(ESS-BR), which has been widely used in adolescents 18-20. This self-administered
questionnaire aims to quantify the propensity to fall asleep during eight routine
situations. The answers reach values between zero and 24 points, with 10 being the
24
cut-off point. The interviewee should provide points from zero to three, quantifying
their tendency (probability) to fall asleep 21. The points given to each of the questions
are added together. A total of 10 or more points is indicative of the presence of
excessive daytime sleepiness 21.
Strength Training Session
The training session was composed of eight exercises (leg extension,
hamstring curls, calf raises, 45° leg press, bench press, biceps curl, triceps pulley
and lat pull-down) performed alternately by segment, at two sessions per week, for
four weeks, following recommendations for this population 22. 75% of 1 RM test was
used as the load. For the Subjective Perception of Straining, OMNI-RES scale (OMNI
- Resistance Exercise Scale) 23 was used. Each volunteer was asked to point to the
scale immediately after the end of the series. The recommendation was that the
sense of straining stayed between eight and nine and if the number pointed to was
below or above these numbers, the load would be reevaluated.
Statistical analysis
All analyses were performed using SPSS software, version 21.0. The
normality and homogeneity of the data were confirmed by the Shapiro-Wilk and
Levene tests. Considering a power analysis of 80%, an alpha error of 5%, and an
effect size of 0.4, the sample size required was 19 adolescents. The two-way
ANOVA was employed to compare the average changes on PSQI and ESS, between
boys and girls. Comparisons of average changes on PSQI and ESS scores from pre-
to post-intervention were performed by using the paired Student’s t-test. Individual
responses were obtained by calculating the absolute changes for each score (Δ=
post-intervention – pre-intervention), and the Independent Student’s t-test was
employed to compare general characteristics between adolescents who did or did not
present reductions ≥3 points in at least one sleep parameter, which represents 14%
or higher of the total score. Statistical significance was set at p value ≤0.05.
25
Results
The general characteristics of the adolescents are presented in Table 1.
Table 1. General characteristics of the adolescents included in this study (n=19)
Variables Values
Age (years) 16±2
Height (m) 1.67±0.70
Weight (kg) 62.9±11.9
Body mass index (kg/m²) 22.4±3.2
Fat mass (kg) 20.7±9.8
Lean mass (kg) 42.2±5.8
Fat percentage (%) 32.1±9.9
Averaged PSQI 7.6±3.2
Averaged daytime sleepiness 10.3±3.3
Data presented as mean and standard deviation
Since we showed no interaction between sex and time for both PSQI (mean =
-1.17 [CI95%: -3.69 to 1.35] for girls and -2.46 [CI95%: -4.33 to -0.59] for boys;
p=0.380) and ESS (mean = -1.17 [CI95%: -5.54 to 3.21] for girls and -1.69 [CI95%: -
4.34 to 0.96] for boys; p=0.808), the subsequent analyses were performed with boys
and girls together. The average changes in PSQI and ESS scores from pre- to post-
intervention are presented in Figure 1. A decrease in the PSQI score (7.6±3.2 vs
5.8±2.4; p=0.006) was observed, while no changes for ESS score after strength
training (10.3±3.3 vs 8.8±4.0; p=0.131) were observed.
26
The individual analyses are presented in figure 2. From the 19 adolescents
submitted to exercise training, eight of them experienced reductions ≥ 3 points in the
PSQI score (~42%), while seven experienced reductions ≥ 3 points in the daytime
sleepiness score (~37%). Moreover, the prevalence of poor sleep quality and
daytime sleepiness reduced from 84.2% to 68.4% and from 52.6% to 31.6%,
respectively, after the training.
Figure 2. Pre-to post PSQI (Panel A) and daytime sleepiness (Panel B) individual
changes after four weeks of resistance training.
The comparisons of the general characteristics between high responders and
low responders to exercise training are presented in Table 2. The adolescents who
reduced ≥3 points in the score of at least one sleep parameter presented lower
weight, fat mass, and fat percentage (p<0.05); furthermore, there was a trend to have
lower body mass index (p=0.068).
27
Table 2. Comparison of the general characteristics between adolescents who
presented or did not present reductions ≥3 points in the score of at least one sleep
parameters
Adolescents who did not
present reductions
(<3 points)
Adolescents who
presented reductions
(≥3 points)
P
value
Age (years) 16±2 17±2 0.384
Height (m) 1.70±0.67 1.65±0.68 0.261
Weight (kg) 70.4±13.9 58.6±8.5 0.045
Body mass index
(kg/m²)
24.2±3.7 21.4±2.5 0.068
Fat mass (kg) 37.8±8.3 28.8±9.4 0.036
Lean mass (kg) 43.0±4.8 41.8±6.5 0.967
Fat percentage
(%)
27.4±11.3 16.8±6.5 0.016
Data presented as mean and standard deviation
Discussion
This is perhaps the first study examining the effects of a short-term strength-
training program on sleep parameters of adolescents. The findings of this study
indicated that four weeks of strength training induced improvements in both global
sleep quality and daytime sleepiness in the majority the adolescents. Furthermore,
such improvements are related to body mass index, body fat, and fat percentage in
this subgroup.
It`s well recognized that insufficient sleep is a relevant public health problem in
adolescents. In fact, it has become increasingly common and frequent 24, causing an
increase in the prevalence of poor sleep quality and daytime sleepiness with
advancing age 25, 26. This is further important since these problems are associated
with an increased risk for cardiometabolic diseases (i.e. hypertension, diabetes,
28
obesity). It also affects the process of growth and development 27-29, and negatively
impact the academic success of adolescents30.
In accordance with previous studies 31, 32, the current study showed that four
weeks of strength training provoked an average reduction of the PSQI score,
indicating an improvement in global sleep quality of the adolescents. In fact, Ferris,
Williams, Shen, O’Keefe, Hale31 showed reductions on PSQI score after three
months of strength training in older adults. Moreover, SilvaBatista et al. 33 found that
12 weeks of strength training was able to reduce the PSQI score in healthy
individuals, as well as in individuals with Parkinson’s disease. Interestingly, the
current study showed that even a short-term strength-training program (i.e. four
weeks of training) was able to improve global sleep quality. Since we have previously
demonstrated that a single session of strength exercise is able to improve sleep
quality in adolescents, the results of the current study expand to the literature that
this mode of exercise also has chronic effects 13. Taken together, these results
highlight the beneficial effects of strength training on sleep quality in different age
groups.
Despite the improvements on average PSQI score, no changes were
observed in the average daytime sleepiness after training. The likely explanation is
that sleep quality is a wider indicator that may be influenced not only by the daytime
sleepiness, but also by hours of sleep, depth of sleep, numbers of awakenings,
however, despite the lack of changes in the average score, the analysis of individual
data showed a high heterogeneity in the changes in both PSQI and ESS. In total,
42.1% and 36.8% of the adolescents experienced reductions ≥3 points in the PSQI
and ESS, respectively. Moreover, 63.2% of the adolescents reduced ≥3 points in at
least one of these parameters, suggesting that the majority of the adolescents may
benefit from the strength training.
Differences in sample characteristics may explain, at least in part, such
interindividual variability in response to exercise training. In fact, adolescents who
reduced ≥3 points in at least one of the sleep parameters presented lower weight, fat
mass and fat percentage in comparison with adolescents who did not present
reductions. Thus, these aspects allow us to speculate that adolescents with a higher
fat percentage are less likely to present sleep benefits after a short-term strength-
29
training program. Corroborating this hypothesis, previous studies have shown that
the frequency of daytime sleepiness is higher among obese individuals 35.
Furthermore, values of body mass index are associated with impaired daytime
sleepiness in obese adolescents 36. Although the cutoff point of ≥3 points in the score
was able to identify the characteristics of adolescents that responded and did not
respond to training, further studies are warranted to examine whether changes of
such magnitude are associated with adverse outcomes. Likewise, future studies are
necessary to identify the mechanisms underlying the differences on sleep parameter
changes between normal weight and obese adolescents following strength training
programs. However, in this context, Loprinzi, Loenneke8 reported that sleep may help
the body repair exercise-induced tissue damage occurring during wakefulness.
Future mechanistic work is needed, mainly in adolescents, but the present findings
suggest that, the engagement in muscular strengthening activities is associated with
optimal sleep duration. This is an encouraging finding as, if corroborated by future
prospective and experimental work, muscular strengthening activities may serve as a
non-pharmacological, behavioralbased alternative to aerobic physical activity to help
facilitate improved sleep among individuals.
From a practical point of view, the results of the current study showed the
beneficial effects of a short-term strengthtraining program on global sleep quality and
daytime sleepiness in adolescents. These improvements are important in view of the
role of sleep on the changes that are experienced in this life period, which affect not
only the risk for the onset of diseases, but also psychosocial health and school
performance of the adolescents. Interestingly, we found that the adolescents with a
higher percentage of body fat were less likely to benefit from resistance training, and
therefore, the association of regular exercise practice with other strategies to improve
body composition may be helpful in this subset.
The lack of a control group without exercise is definitively the main limitation of
this study. Nevertheless, our results are comparable to other studies investigating
sleep quality, daytime sleepiness and their consequences. Another potential
limitation is the lack of objective tools to measure sleep, such as a sleepwake diary
or actigraphy data, in association to references and concerns surrounding delayed
sleep phase disorder. Despite having similar nutrition, the quantity or frequency of
30
ingested caffeinated food was not evaluated, which may also have an influence on
the results. Finally, the specific characteristics of the sample (i.e. institutionalized
adolescents) may limit the generalizability of the results to other adolescents.
In conclusion, a short-term strength-training program is able to improve global
sleep quality, but not daytime sleepiness in adolescents. Furthermore, the changes
after training are highly heterogeneous. Further studies are required to better
understand the effects of the strength training on sleep parameters of adolescents.
Acknowledgments
This study was supported by National Council for Scientific and Technological
Development (CNPq) and Coordination for the Improvement of Higher Education
Personnel (CAPES).
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34
Artigo 2: Escores de avaliação da qualidade do sono em adolescentes: uma análise fatorial confirmatória e correlacional entre indicadores de composição corporal.
Autores: Maria Julia Lyra1, Mônica Vilela Heimer1, Marcos André Moura dos
Santos1,2
1Programa de Pós-Graduação em Hebiatria. Universidade de Pernambuco,
Camaragibe-PE, Brasil. 2Programa Associado de Pós-Graduação em Educação
Física. Universidade de Pernambuco, Recife/PE, Brasil.
Autor correspondente: Marcos André Moura dos Santos
Rua: Arnóbio Marques, 310. Escola Superior de Educação Física, Santo Amaro,
CEP: 50100-130 - Recife, PE; E-mail: [email protected]
35
RESUMO
Objetivos: (a) analisar a estrutura fatorial dos componentes do PSQI de
adolescentes em regime de internato e (b) examinar se a relação entre qualidade de
sono, idade, sexo, IMC e % de gordura e o escore global de avaliação do PSQI e os
respectivos fatores. Método: Foram incluídos neste estudo, 217 adolescentes (14 a
19 anos de idade) de ambos os sexos residentes no Instituto Federal de Educação
de Pernambuco Campus Vitória. Foram avaliadas a composição corporal e a
qualidade de sono por meio do PSQI. Resultados: A amostra foi representada por
120 (55,3%) escolares do sexo masculino e 97 (44,7%) do sexo feminino. Média de
idade foi de 15,8 (±1,4) anos. O melhor modelo testado, composto por dois fatores:
Qualidade do Sono Percebida e Eficiência do Sono, com a exclusão do componente
6, relativo ao uso de medicamento para dormir, apresentou variância explicada de
57,4%. A média no escore global do PSQI (9,5±2,3 vs. 10,5±2,2; p=0,002) e na
Qualidade do Sono Percebida (8,1±1,9 vs. 9,1±2,0; p=0,000) foram maiores no sexo
feminino em relação ao masculino. Não foi observada relação entre qualidade de
sono e indicadores de composição corporal em ambos os sexos (p>0,05). Apenas
no sexo masculino foi possível observar uma relação positiva e significante de todos
os escores do PSQI com a idade (p<0,05). Conclusão: Foram observadas
diferenças entre os sexos em relação ao PSQI e QSP, porém estas diferenças não
são observadas no ES. As análises de correlação demonstraram que entre os
meninos a idade está correlacionada positivamente com os diferentes escores de
avaliação da qualidade do sono.
36
INTRODUÇÃO
As disfunções do sono são um problema crescente de saúde pública,
diagnosticados de modo habitual através do exame de Polissonografia (PSG). No
entanto, como o acesso ao PSG pode ser limitado, os questionários de saúde do
sono são frequentemente empregados como uma primeira etapa de avaliação (Wells
and Vaughn 2012). Dos questionários de avaliação da saúde do sono, o mais
comumente empregado é o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI)
(Buysse, Reynolds et al. 1989). Este instrumento é utilizado como uma medida geral
de saúde do sono e não é específico para detecção de distúrbios do sono primário
(Mondal, Gjevre et al. 2013).
O pressuposto do PSQI baseia-se essencialmente em fornecer uma ideia
qualitativa e quantitativa sobre a qualidade do sono. Embora, este instrumento seja
amplamente traduzido e empregado, tanto na prática clínica, como em estudos
epidemiológicos (Escobar-Cordoba and Eslava-Schmalbach 2005, Shochat,
Tzchishinsky et al. 2007, Bertolazi, Fagondes et al. 2011, Chong and CHEUNG
2012), inclusive entre adolescentes (Santiago, Lyra et al. 2015, Eliacik, Bolat et al.
2016, Pucci and da Graça Pereira 2016, Lyra, Germano-Soares et al. 2017,
Santiago, Batista et al. 2017). Recentemente, em um estudo de validação do PSQI
em adolescentes brasileiros, o questionário obteve erro padrão da medida = 1,12 e
mudança mínima detectável = 3,10. O α de Cronbach foi de 0,71 e o coeficiente de
correlação intraclasse de 0,65 (CI95% = 0,21- 0,85). As análises fatoriais apontaram
como melhor modelo de componentes o composto por dois fatores (i.e., fator 1:
Qualidade subjetiva do sono, Latência do sono, Distúrbios do sono, Disfunção
diurna; fator 2: Duração do Sono e Eficiência habitual do sono), com exclusão do
componente sobre uso de medicamentos para dormir (Passos, Silva et al. 2017).
De acordo com a perspectiva sobrescrita e da importância do escore global
do PSQI na avaliação da qualidade de sono, não se sabe ao certo o quanto dos
correlatos biológicos individuais na população de adolescentes pode modificar e/ou
alterar a ordem de importância da estrutura dos componentes do questionário. Por
exemplo, um estudo realizado em adolescentes (n=210; 15,7 ± 1,2 anos), a má
qualidade do sono esteve presente em 137 (65,3%), sendo as meninas mais
afetadas que os meninos (PSQI = 76,3 vs 55,8%; p <0,001), respectivamente. Neste
37
estudo, foram observadas correlações positivas entre os componentes do PSQI
(latência do sono: r = 0,23; p = 0,02; duração do sono: r = 0,28; p <0,01 e qualidade
geral do sono: r = 0,21; p = 0,03) e a idade entre os meninos, mas não entre as
meninas (Santiago, Batista et al. 2017).
Ainda que subsista alguma divergência quanto ao número exato de fatores a
serem adotados como necessários no estabelecimento de uma boa ou má boa
qualidade do sono, não é do nosso conhecimento prévio que haja um estudo
qualquer que investigou se os diferentes escores obtidos a partir dos fatores de uma
análise fatorial e o escore global do PSQI, em adolescentes, estão associados ou
respondem de forma distinta, seja em sentido ou magnitude, ao considerarmos
correlatos biológicos individuais (i.e., idade, sexo, IMC, % de gordura). Esta é uma
importante lacuna a ser investigada, dada a variabilidade interindividual destes
componentes na adolescência. Assim, o propósito deste estudo foi: (a) analisar a
estrutura fatorial dos componentes do PSQI de adolescentes em regime de internato
e (b) examinar se a relação entre qualidade de sono, idade, sexo, IMC e % de
gordura e o escore global de avaliação do PSQI e os respectivos fatores.
MÉTODOS
Participantes
Foram incluídos neste estudo, 217 adolescentes (14 a 19 anos de idade) de
ambos os sexos residentes no Instituto Federal de Educação de Pernambuco
Campus Vitória (IFPE-Campus Vitória/PE), localizado na Zona da Mata Sul do
estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. O IFPE Campus Vitória mantém todos
os estudantes sob o mesmo regime e condições. Ou seja, são acordados por volta
das 6h:00min e orientados a se recolher e dormir as 22h:00min. Os estudantes são
distribuídos em grupos de seis alunos por quarto. Dado o regime de internato, a
oferta de alimentos é à mesma para todos, não havendo neste estudo qualquer
interferência dos pesquisadores quanto ao controle do tipo e quantidade da ingesta
calórica diária. Além disto, é terminantemente proibido o consumo de tabaco e
álcool. O termo de assentimento foi previamente assinado pelos participantes do
estudo, sendo devidamente informados sobre todos os procedimentos e suas
implicações. Ademais, todos receberam o termo de consentimento livre e
38
esclarecido para ser assinado por seus responsáveis legais. O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Pernambuco (CONEP nº
89.701).
Antropometria e composição corporal
As mensurações antropométricas foram efetuadas de acordo com
procedimentos estandardizados (Lohman 1986). A massa corporal foi medida numa
balança com precisão de 100g (Filizola, São Paulo, Brasil), e a estatura com um
estadiômetro portátil com precisão de 0,1 cm (Sanny, São Paulo, Brasil). O índice de
massa corporal (IMC) foi calculado dividindo-se a massa corporal pela estatura ao
quadrado [Massa (kg)/Altura(m)2]. A massa corporal total foi fracionada em dois
compartimentos para estimar os valores de Gordura Relativa (%Gord) e massa
isenta de gordura (MIG) (Lohman and Going 2006). Para tanto, recorreu-se à
mensuração de dobras cutâneas (tricipital e subescapular) com um adipômetro cuja
precisão é de 0.5 mm de marca Lange (Lange, Santa Cruz, Califórnia).
Índice de Qualidade do Sono
Para avaliar a qualidade do sono foi utilizado o Índice de Qualidade do Sono
de Pittsburg (Pittsburgh Sleep Quality Index—PSQI) (Buysse, Reynolds et al. 1989).
O PSQI possui 19 questões, agrupadas em sete componentes com distribuição de
pesos que variam de 0 a 3. Estes são classificados quanto às queixas relativas ao
sono, i.e., qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência
habitual do sono, distúrbio do sono, uso de medicamentos para dormir e a disfunção
diurna (Bertolazi, Fagondes et al. 2011). Este instrumento foi devidamente validado
em sua versão em português para adolescentes (Passos, Silva et al. 2017).
Estratégia de análise
A análise do dinamismo da mudança e a validade dos componentes do PSQI
foram efetuadas com recurso a análise fatorial exploratória com rotação ortogonal
varimax, com a amostra de 217 adolescentes. Para esta análise, foram
considerados valores maiores que 0,364, como indicadores de forte carga fatorial.
Tal como é referido na literatura (Field 2009, Stevens 2012). Em segundo lugar foi
39
feita ainda uma análise fatorial confirmatória, dos modelos obtidos a partir da análise
fatorial exploratória. A adequação do modelo foi avaliada com base nos critérios de
ajuste: Standardized Root Mean Square Residual (SRMR) com valores ≤ 0,08,
Comparative Fit Index (CFI) ≥ 0,95 e Root Mean Square Error of Aproximation
(RMSEA) com valores entre 0,05 e 0,08 (Hu and Bentler 1999, Schumacker and
Lomax 2004). Em terceiro lugar, os testes de Kolmogorov–Smirnov e Levene foram
utilizados para testar a normalidade e homogeneidade dos dados, respectivamente.
O teste de Man-Whitney U foi utilizado para a comparação dos escores de análise
da qualidade sono de acordo com o sexo. O coeficiente de correlação de Spearman,
foi utilizado para examinar a correlação entre os escores do PSQI e os respectivos
fatores encontrados, aqui nomeados de Qualidade subjetiva do sono (QSP) e
eficiência do sono (ES), a idade, índice de massa corporal (IMC), %Gord. e a MIG.
Todos os procedimentos foram realizados utilizando o software SPSS versão 21.0.
Valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos.
RESULTADOS
Neste estudo foram estudados 55,5% dos estudantes matriculados no IFPE
em regime de internato, sendo 120 (55,3%) adolescentes do sexo masculino e 97
(44,7%) do sexo feminino. Inicialmente, foram observadas diferenças na altura,
massa corporal e MIG com valores mais elevados entre os meninos. No entanto,
estas diferenças não se refletem no IMC e Gordura relativa. Relativamente, ao o IMC
observa-se que os valores médios se encontram dentro do esperado das referências
internacionais de crescimento (Center for Disease Control and Prevetion – CDC)
(Kuczmarski, Ogden et al. 2000). Na plotagem realizada em cartas percentílicas da
gordura relativa, os valores médios encontram-se entre o percentil 85 e 95, das
posições esperadas para a idade e sexo, com valores mais elevados entre os
meninos (McCarthy, Cole et al. 2006). No que se refere à qualidade do sono,
existem diferenças entre os sexos e os valores encontrados indicam má qualidade
do sono entre os adolescentes estudados.
40
Tabela 1. Características gerais dos adolescentes (n=217)
Variáveis Antropométricas Feminino Masculino P
Sexo n (%) 44,7 55,3 -
Idade 15,7±1,2 15,9±1,5 0,368
Altura (m) 1,59±0,0 1,69±0,0 0,000
Massa Corporal (kg) 56,6±12,4 62,7±11,8 0,007
Índice de Massa Corporal (kg/m²) 22,0±4,4 21,7 ± 3,5 0,661
Massa Magra (kg) 42,1±5,4 45,0±5,7 0,010
Gordura Relativa (%) 24,1±8,8 27,1±8,0 0,075
Escore global – PSQI 10,54±2,3 9,53±2,2 0,002
Análise fatorial exploratória
Inicialmente foram identificados dois modelos de componentes na análise
fatorial exploratória do PSQI, feita com a amostra de 217 adolescentes. O valor da
medida de adequação da amostra Kaiser-Meyer-Olkin foi de 0,70, indicando boa
adequação
dos dois modelos avaliados. O teste de esfericidade de Bartlett-qui-quadrado teve
um 2 aproximado = 169.915 (p = <0,001) e demonstrou análise fatorial exploratória
adequada para os modelos. O primeiro modelo testado, composto por dois fatores,
Qualidade do Sono Percebida (QSP) e Eficiência do Sono (ES), apresentou
variância explicada de 50,3%. No entanto, o componente sobre o uso de
medicamento para dormir (C6), apresentou pobre carga fatorial [QSP (0,344) e ES
(0,001)], não se alocando em nenhum fator. Com a exclusão deste componente o
modelo apresentou uma maior variância explicada (i.e., 57,4%) (tabela 2).
41
Tabela 2. Matriz dos componentes de dois fatores e matriz da correlação dos
componentes com os fatores do PSQI (n = 217).
Componente
Modelo de 2 fatores com exclusão do C6
Carga Fatorial Correlação
QSP ES QSP ES
Qualidade subjetiva do sono 0,71 0,13 0,70 0,19
Latência do sono 0,57 0,30 0,67 0,20
Duração do sono 0,18 0,79 0,26 0,87
Eficiência habitual do sono 0,08 0,85 0,18 0,71
Alterações do sono 0,77 0,04 0,66 0,11
Uso de medicamentos para dormir - - - -
Disfunção diurna 0,70 0,84 0,69 0,20
Variância explicada (%) 39,1 18,3 Total: 57,4
Análise fatorial confirmatória
Com base na análise fatorial exploratória, foi realizada uma análise fatorial
confirmatória considerando os fatores encontrados (i.e. qualidade de sono percebida
e eficiência do sono). O modelo composto por dois fatores, com a exclusão do ―C6‖
obteve os valores SRMR = 0,02; RMSEA = 0,07e CFI = 0,95 (fig. 1).
42
Figura 1. Modelo composto por dois fatores, com a exclusão do C6, obtido através da
análise confirmatória. As representações ovais mostram os fatores encontrados, enquanto
os quadrados representam os componentes do questionário. Os valores próximos aos
fatores representam as cargas fatoriais. Os valores nos círculos representam os erros da
medida.
A figura 2 apresenta os resultados das comparações entre o escore global
PSQI, QSP e ES entre os sexos. Foram observadas diferenças significativas entre
os valores médios do escore global PSQI (9,5±2,3 vs. 10,5±2,2; p=0,002) e na QSP
(8,1±1,9 vs. 9,1±2,0; p=0,000) e as meninas apresentam maiores valores médios.
Por outro lado, nenhuma diferença foi observada na ES (figura 2).
Figura 2. Escores de acordo com o sexo.
As análises de correlação são apresentadas na tabela 3. Foram observadas
correlações significativas apenas entre a idade e os indicadores de qualidade do
sono, apenas entre os meninos (p<0,05). Nas demais variáveis estas correlações
não foram evidenciadas.
Tabela 3. Relação entre idade, composição corporal e qualidade do sono
avaliado através dos escores do PSQI, QSP e ES em adolescentes,
estratificados por sexo.
FEMININO MASCULINO
43
DISCUSSÃO
Avaliar a qualidade de sono de adolescentes de forma precisa tem relevância
clínica e em saúde pública. Este estudo analisou a estrutura fatorial do PSQI, em
adolescentes brasileiros institucionalizados, além de examinar a sua relação com
indicadores sóciodemográficos (i.e., sexo, idade) e de composição corporal (i.e., IMC
e % de gordura). Os achados da análise fatorial exploratória indicaram dois modelos,
estes apresentaram valores de adequação da amostra, modelo fatorial apropriado,
além de valores de ajuste aceitáveis. O primeiro modelo foi descartado porque o
componente 6, referente ao uso de medicamento para dormir, apresentou baixa
carga fatorial, não se alocando em nenhum fator. O segundo modelo testado, com a
exclusão do componente 6, obteve melhor valor na variância explicada do modelo.
O segundo modelo composto por dois fatores, foram no presente estudo
nomeados de Qualidade Percebida do sono e Eficiência do Sono, este foi
considerado o modelo mais adequado para avaliar as diferentes características do
sono nessa população. De fato, os achados do presente estudo, demonstram nos
modelos propostos com base nas análises fatorais que a quantidade de fatores pode
diferir de acordo com a população estudada. Este fato tem sido reportado em alguns
estudos, indicando o uso de mais de um Fator para a análise do PSQI e inclusão de
componentes distintos (Magee, Caputi et al. 2008, Koh, Lim et al. 2015, Otte, Rand
et al. 2015, Passos, Silva et al. 2017).
PSQI QSP ES PSQI QSP ES
Idade 0,100
(0,328)
0,127
(0,215)
0,059
(0,564)
0,208
(0,023)
0,188
(0,040)
0,251
(0,006)
Peso 0,210
(0,117)
0,144
(0,284)
-0,044
(0,747)
-0,061
(0,639)
-0,039
(0,764)
-0,049
(0,703)
ÍMC (kg/m²) -0,055
(0,686)
-0,155
(0,256)
-0,030
(0,827)
-0,015
(0,908)
0,002
(0,989)
0,100
(0,442)
Massa Magra
(kg)
-0,099
(0,482)
-0,127
(0,366)
-0,209
(0,133)
-0,051
(0,723)
-0,040
(0,783)
-0,061
(0,671)
% Gord 0,108
(0,441)
0,025
(0,860)
-0,039
(0,797)
-0,005
(0,970)
-0,011
(0,936)
0,057
(0,689)
44
Portanto, os achados deste estudo, são consistentes e corroboram com os
resultados reportados por Passos, Silva et al. (2017), em adolescentes e que
também referiu baixas cargas fatoriais ao C6, em ambos os fatores, indicando, que
este componente não é uma medida importante para a avaliação da qualidade de
sono em adolescentes. No presente estudo, uma possível explicação da baixa carga
fatorial para este componente, pode ser explicada, ao menos em parte, se
considerarmos que 95,4% dos adolescentes desta amostra relataram não fazer o
uso de medicamentos para dormir. Além disto, tem sido reportado, que entre
adolescentes o uso de medicamentos para dormir apresenta uma baixa prevalência
(3,6%) (Passos, Silva et al. 2017).
Na adolescência o atraso de fase do sono é a principal alteração referente ao
sono. Este é decorrente do tardamento no início da liberação de melatonina,
resultando num alongamento do ciclo circadiano (Felden, Filipin et al. 2016, Malone,
Zemel et al. 2016). As primeiras alterações do sono entre os sexos aparecem no
inicio da adolescência por volta dos 13 e 14 anos (Roenneberg, Kuehnle et al. 2007,
Collado Mateo, Díaz-Morales et al. 2012). No presente estudo, as meninas
apresentaram médias mais altas no escore global e na QSP em relação aos
meninos, um resultado negativo tendo em vista que maiores escores indicam pior
qualidade do sono. As diferenças entre os sexos durante a adolescência podem ser
atribuídas a mecanismos fisiológicos, tendo em vista que a adolescência se
configura como um processo de desenvolvimento para ambos.
No sexo feminino, verifica-se uma maior frequência de queixas relativas ao
sono, e estas, podem ser decorrentes de diversos fatores e as alterações hormonais
ao longo da vida como a puberdade e a menopausa (Phillips, Collop et al. 2008) é
um destes. Relativamente, ao desenvolvimento puberal das meninas, as mudanças
na secreção dos hormônios gonadais parecem influenciar no ciclo vigília/sono
(Knutson 2005, Mong, Baker et al. 2011). Desta forma, assim como ocorre na
maturação sexual, o inicio do atraso de fase também ocorre de forma mais precoce
nas meninas atingindo o seu atraso máximo por volta dos 19,5, enquanto nos
meninos estes atrasos ocorrem mais tardiamente, e permanecem mais tempo
atrasando, até cerca dos 21 anos de idade (Roenneberg, Kuehnle et al. 2007).
45
Diferenças nas médias entre os sexos da ES não foram observadas. É
interessante observar que o fator ES é constituído por dois componentes: Duração
do Sono (i.e., tempo que o indivíduo permanece dormindo) e a Eficiência Habitual do
Sono (i.e., expressa através da relação entre o número de horas dormidas e o tempo
de permanência no leito, não necessariamente dormindo). Contudo tem sido referido
que em geral os adolescentes apresentam baixo tempo de sono em relação ao
estabelecido para idade o que pode influenciar na inexistência destas diferenças
(Foundation 2011 , Felden, Filipin et al. 2016). Assim os elementos que compõem a
ES parecem ser comuns aos sexos, estes resultados também foram observados em
outro estudo com adolescentes, no qual também não foram encontradas diferenças
significativas entre os sexos referentes à duração do sono (John 2014). Desta forma
nota-se que a idade se torna uma possível condição, até mais determinante que o
sexo, quando se considera o tempo de sono (elemento indispensável para a
construção do fator).
A relação entre uma baixa duração do sono (BDS) e a composição corporal já
é bem estabelecida na literatura. Um estudo de metanálise observou que a relação
entre estas duas variáveis, demonstrou que a presença de BDS em adolescentes
aumenta em aproximadamente duas vezes as chances (OR 1.89; IC 1.46 - 2.43; P <
0.0001) de apresentar obesidade (Cappuccio, Taggart et al. 2008). Contudo, a
associação entre a qualidade do sono global e a composição corporal parece ser
menos explorada. De fato, no presente estudo, foram utilizados os escores do PSQI
e não a duração do sono, isto pode explicar o fato de não termos encontrado
associações entre estas variáveis. Assim, o PSQI parece não ser um instrumento
sensível para analisar a associação entre os aspectos da composição corporal e a
qualidade do sono global, em adolescentes normopesos.
Vale ressaltar que o PSQI é uma medida geral, não objetiva de avaliação da
qualidade do sono, bem como as análises estatísticas e o desenho do estudo não
tem o poder de exprimir uma relação de causalidade e conclusões definitivas,
ademais, alguns instrumentos utilizados como o IMC e o PSQI fornecem dados
indiretos, não obstante todas as medidas são suficientemente precisas e amplamente
utilizadas nesta população, além de elementos relativos à maturação sexual não
46
terem sido avaliados. Além disso, esta amostra foi composta por estudantes
institucionalizados da rede federal de ensino, portanto, os resultados podem não ser
generalizáveis para todos os estudantes adolescentes brasileiros.
Este estudo contribui à literatura impulsionando e encorajando futuras
pesquisas que visem observar estas relações entre a avaliação da qualidade de
sono e de fatores, relacionados às diferenças e aproximações entre os sexos em
adolescentes.
CONCLUSÃO
A análise fatorial permitiu identificar dois fatores de avaliação do PSQI, a QSP
e o ES. Além disto, foram observadas diferenças entre os sexos em relação ao PSQI
e QSP, porém estas diferenças não são observadas no ES. As análises de
correlação demonstraram que entre os meninos a idade está correlacionada
positivamente com os diferentes escores de avaliação da qualidade do sono.
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50
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como finalidade analisar o efeito de quatro semanas de
treinamento de força sobre a qualidade do sono e sonolência diurna de adolescentes
em regime de internato. Já no segundo momento, analisou-se o Pittsburgh Sleep
Quality Index—PSQI através de uma Analise Fatorial, na qual foram encontrados
dois fatores para a avaliação do instrumento e a correlação entre o escore total e os
dois fatores encontrados.
Artigo original – 1
Individual and average responses of sleep quality and
daytime sleepiness after four weeks of strength
training in adolescents
1) O programa de treinamento de força em curto
prazo é capaz de melhorar a qualidade global
do sono, mas não a sonolência diurna em
adolescentes. Além disso, as respostas após o
treinamento são altamente heterogêneas.
2) São necessários mais estudos para entender
melhor os efeitos do treinamento de força nos
parâmetros do sono de adolescentes.
Artigo original – 2 Escores de avaliação da qualidade do sono em
adolescentes: uma análise fatorial confirmatória e
correlacional entre indicadores de composição
corporal.
1) Apesar de estudos prévios em diversas
populações sugerirem a análise do PSQI através de
fatores. Em adolescentes, a análise fatorial permitiu
identificar dois fatores de avaliação do PSQI, a
Qualidade do Sono Percebida e a Eficiência do Sono
51
excetuando-se o componente (6).
2) foram observadas diferenças entre os sexos em
relação ao PSQI e QSP, porém estas diferenças
não são observadas no ES.
3) Os escores não se associam com indicadores
da composição corporal em ambos os sexos.
4) As análises de correlação demonstraram que
entre os meninos a idade está correlacionada
positivamente com os diferentes escores de
avaliação da qualidade do sono.
52
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Elaborado de acordo com a Resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde e
legislação complementar da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa)
Convido (amos) V.Sa. a participar da pesquisa: Treinamento de força e
qualidade do sono em adolescentes: um estudo de intervenção, sob
responsabilidade do pesquisador Dr. Marcos André Moura dos Santos que tem por
objetivo: Investigar o efeito de 12 semanas de treinamento de força sobre a
qualidade do sono de adolescentes, de ambos os sexos estudantes em regime de
internato do Instituto Federal de Educação (IFPE) da Cidade de Vitória de Santo
Antão –PE, Brasil.
Para a realização deste trabalho será (ão) utilizado(s) o(s) seguinte(s)
método(s): (1) avaliação de parâmetros antropométricos (peso, altura, percentual de
gordura corporal e frações), (2) avaliação da carga de treinamento através do teste
de 1RM, (3) avaliação da qualidade do sono baseada na aplicação de 3
questionários (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, Escala de sonolência de
Epworth e o questionário de Berlin), (4) a avaliação do estágio de maturidade
biológica, será realizada através de questionários e determinação do Pico de
Velocidade de Crescimento, (5) avaliação da pressão arterial, (6) exame de
polissonografia para investigação de apneia do sono.Esclareço (cemos) ainda que
após a conclusão da pesquisa todo material a ela relacionado, de forma gravada,
filmada ou equivalente será destruído, não restando nada que venha a comprometer
o anonimato de sua participação agora ou futuramente.
Quanto aos riscos e desconforto, as baterias de testes e os questionários não
incorrem em riscos para os avaliados, pois os testes e avaliações não são invasivos
e não implicam na utilização de materiais que possam trazer riscos aos avaliados.
Na verificação da pressão arterial, talvez o equipamento que insufla aperte um
pouco, mas assim que desinflar o desconforto passa. Para verificar a índice de
apneia do sono, será utilizado o exame de polissonografia portátil a ser realizado na
própria instituição numa sala reservada, que irá promover uma mínima sensação de
53
desconforto devido o uso da cânula no nariz durante a noite de aplicação do exame,
mas assim que dormir o desconforto passa. Caso o sujeito venha a sentir algo além
desses padrões, comunicar imediatamente ao pesquisador para que sejam tomadas
as devidas providências, para isto, informar imediatamente aos responsáveis pelo
estudo. Os benefícios esperados com o resultado desta pesquisa envolvem a
apresentação de uma ferramenta não farmacológica sobre a qualidade do sono de
adolescentes, visando sensibilizar as autoridades por melhores condições de saúde,
com vistas à melhoria da qualidade de vida de indivíduos jovens utilizando a prática
de exercícios.
O (A) pesquisado (a) terá os seguintes direitos: a garantia de esclarecimento
e resposta a qualquer pergunta; a liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer
momento sem prejuízo para si ou para seu tratamento (se for o caso); a garantia de
privacidade à sua identidade e do sigilo de suas informações; a garantia de que caso
haja algum dano a sua pessoa (ou o dependente), os prejuízos serão assumidos
pelos pesquisadores ou pela instituição responsável inclusive acompanhamento
médico e hospitalar. Caso haja gastos adicionais, os mesmos serão absorvidos pelo
pesquisador. Destaco que a participação na pesquisa é voluntária e não incorre em
pagamentos ou gratificações por sua participação. Nos casos de dúvidas e
esclarecimentos o (a) senhor (a) deve procurar os pesquisadores: Marcos André
Moura dos Santos, Ladyodeyse da Cunha Silva Santiago ou Ana Patrícia Falcão -
Escola Superior de Educação Física - Universidade de Pernambuco Rua: Arnóbio
Marques s/n Santo Amaro – Recife – PE (81) 97934897.
Caso suas dúvidas não sejam resolvidas pelos pesquisadores ou seus
direitos sejam negados, favor recorrer ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Pernambuco, localizado à Av. Agamenon Magalhães, S/N, Santo
Amaro, Recife-PE ou pelo telefone 81-3183.3775 ou através do e-mail:
comitê[email protected]
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu____________________________________ nome completo do pesquisado,
após ter recebido todos os esclarecimentos e ciente dos meus direitos, concordo em
participar desta pesquisa, bem como autorizo a divulgação e a publicação de toda
informação por mim transmitida em publicações e eventos de caráter científico.
54
Desta forma, assino este termo, juntamente com o pesquisador, em duas vias de
igual teor, ficando uma via sob meu poder e outra em poder do (s) pesquisador (a)
(es).
Local: Data: ____/____/____
___________________________________ _______________________________
Assinatura do Sujeito (ou responsável) Assinatura do Pesquisador
Para menores de 18 anos a autorização é assinada pelo Pai ou Responsável
55
APÊNDICE B
TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Elaborado de acordo com a Resolução 196/1996 do Conselho
Nacional de Saúde e legislação complementar da Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa)
Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa
―TREINAMENTO DE FORÇA E QUALIDADE DO SONO EM ADOLESCENTES:
UM ESTUDO DE INTERVENÇÃO‖. Nesta pesquisa pretendemos analisar o efeito
de 12 semanas de treinamento de força (musculação) sobre a qualidade do sono de
adolescentes (ambos os sexos) com idade entre 14 a 19 anos. O motivo que nos
leva a estudar esse assunto é a alta presença de distúrbios do sono em
adolescentes, suas implicações na saúde e no processo de aprendizagem e se o
exercício pode trazer benefícios sobre a qualidade do sono.
Para esta pesquisa adotaremos o(s) seguinte(s) procedimento(s): Você
precisará participar das avaliações antes e ao término da pesquisa,como:
parâmetros antropométricos (peso, altura, percentual de gordura corporal e frações),
avaliação da carga de treinamento através do teste de 1RM, avaliação da qualidade
do sono que será constituída por 3 questionários (Índice de Qualidade do Sono de
Pittsburgh, Escala de sonolência de Epworth e o questionário de Berlin), a avaliação
do estágio de maturidade biológica através de questionários, avaliação da pressão
arterial, exame de polissonografia caso apresente indicativos de apneia do sono,
comparecer fielmente aos treinos de força e não estar ligado à qualquer atividade
física que não seja a nossa.
Para participar desta pesquisa, o responsável por você deverá autorizar e
assinar um termo de consentimento. Você não terá nenhum, nem receberá qualquer
vantagem financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos
provenientes desta pesquisa, você tem assegurado o direito à indenização. Você
será esclarecido (a) em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar
ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou
interromper a sua participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária
56
e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na
forma em que é atendido (a) pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com
padrões profissionais de sigilo. Você não será identificado em nenhuma publicação.
Os riscos envolvidos na pesquisa consistem em ―riscos mínimos‖, a pesquisa
contribuirá para a apresentação de uma ferramenta não farmacológica sobre a
qualidade do sono de adolescentes, visando sensibilizar as autoridades para
oferecerem condições de prevenção e tratamento de doenças, com vistas à melhoria
da qualidade de vida de indivíduos jovens.
Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o
material que indique sua participação não será liberado sem a permissão do
responsável por você. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão
arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 anos, e após esse
tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se impresso em
duas vias originais: sendo que uma será arquivada pelo pesquisador responsável, e
a outra será fornecida a você. Os pesquisadores tratarão a sua identidade com
padrões profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira (Resolução Nº
466/12 do Conselho Nacional de Saúde), utilizando as informações somente para os
fins acadêmicos e científicos.
Eu, __________________________________________________, portador (a)
do documento de Identidade ____________________, fui informado (a) dos
objetivos da presente pesquisa, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu
responsável poderá modificar a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o
consentimento do meu responsável já assinado, declaro que concordo em participar
dessa pesquisa. Recebi o termo de assentimento e me foi dada a oportunidade de
ler e esclarecer as minhas dúvidas.
Local: Data: ____/____/____
____________________________ __________________________
Assinatura do (a) menor Assinatura do pesquisador (a)
57
APÊNDICE C
58
APÊNDICE D
59
ANEXO A
60
61
ANEXO B
62
ANEXO C
63
64
ANEXO D
65
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