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Define o teu objectivo e, só depois, opta pelo curso que te vai permitir alcançar o sucesso profissional! FORMAR COM QUALIDADE FORMAR PARA A REALIDADE BOLETIM Nº1 Ano 2016 Janeiro | Fevereiro | Março WWW.PNFQ.GOV.AO Tiragem: 5.000 exemplares Distribuição Gratuita. Venda Proibida. QUALIFICAR Escolhe a Formação certa! Entrevista com o Director do Ensino Técnico Profissinal, Nascimento Alexandre Retratos CENTRO TEC. NACIONAL A relevância para o desenvolvimento industrial ITEL A formar os comunicadores do futuro Professores com Paixão Mateus Padoca Calado 40 Anos de Evolução Os números da Educação e da Formação Formação Profissional A ferramenta que faz o futuro Global Profissões Verdes Vida no Activo A arte de bem servir Orientação Profissional 40 profissões com futuro

Qualificar - Gov...iFaL huaMbO FORMOu 580 técNicOs Em 2015 boletiM inForMatiVo PnFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 5 DESEMPEnhO DO PnFQ rElatóriO dE mONitOrizaçãO o encontro de trabalho

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Define o teu objectivo e, só depois, opta pelo curso que te vai permitir

alcançar o sucesso profissional!

Formar com qualiDaDeFormar para a realiDaDe

boletim nº1Ano 2016

Janeiro | Fevereiro | março

www.pnFq.gov.Ao

Tiragem: 5.000 exemplares Distribuição Gratuita.

Venda Proibida.

Qualificar

Escolhe a Formação certa!

Entrevistacom o Director do Ensino Técnico profissinal,Nascimento alexandre

retratosCentro teC. naCional a relevância para o desenvolvimento industrial

itela formar os comunicadores do futuro

Professores com Paixão mateus padoca calado

40 anos de Evolução os números da educação e da Formação

formação Profissionala ferramenta que faz o futuro

Globalprofissões Verdes

Vida no activoa arte de bem servir

OrientaçãoProfissional40 profissões com futuro

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P.6Entrevistacom o Director do Ensino Técnico profissional

P.10retratos PNfQceNTro Tec. NacioNal a relevância para o desenvolvimento industrial

P.12 iTel: a formar os comunicadores do futuro

P.20Vida no activoa arte de bem servir

P.8 Em dEstaQuE40 profissões que se vão

destacar em angola

P.14 40 aNOs dE EVOluçãO

 Os números da Educação e da Formação

P.22 PrOfEssOrEs cOm PaixãO

 Mateus Padoca Calado

P.26 fOrmaçãO PrOfissiONal

Do ciNFoTec para a vida real

P.28 informações que podem ajudá-lo a ser um profissional

diferenciado

Ficha TécnicaTítulo: Qualificar. Tiragem: 5.000 exemplares Periodicidade: TrimestralEdição: UTG/PNFQ - Unidade Técnica de Gestão do Plano Nacional de Formação Profissional Impressão: Imprimarte

© Todos os direitos reservados a UTG/PNFQ 2016 www.pnfq.gov.ao | (+244) 222 704 921

Índice

a QualidadE Na fOrmaçãO dE QuadrOs Em aNGOla

“Precisamos de mais

e melhores professores, de melhorar os métodos de ensino

e de avaliação mais rigorosa

e objectiva nos cursos de ensino médio e

profissional, em particular, e no ensino

superior”.

engenheiro José eduardo dos santosPresidente da rePública de angola

o Plano nacional de Formação de Quadros (PnFQ) decorre da formu-lação da Política nacional de Pro-moção do emprego, capacitação e Valorização dos recursos Humanos nacionais, enunciada no Plano nacio-nal de desenvolvimento (2013-2017) que, por sua vez, concorre para o al-cance da estratégia de desenvolvi-mento de longo Prazo “angola 2025”. nestes termos, o PnFQ é o principal instrumento de implementação da Estratégia Nacional de Formação de Quadros, concebido para colma-tar as necessidades quantitativas de quadros nacionais e assegurar a sua mais elevada qualificação, dotando-os das competências requeridas pelos diversos sectores da economia nacional. a sua implementação está a cargo de uma comissão intermi-nisterial.

neste sentido, para além da preocu-pação em formar quadros em quan-tidade para suprir as necessidades nacionais, as instituições implemen-tadoras (centros de Formação Pro-fissional, institutos Médios-técnicos, institutos superiores e Universidades), públicas e privadas, têm vindo a adop-tar mecanismos e dispositivos para melhorar paulatinamente a quali-dade da formação e do ensino, já que esta é a dimensão que melhor satis-faz as exigências dos empregadores e confere credibilidade social a essas instituições.

estas medidas são congruentes com o desafio colocado em 2014 pelo Presidente da república, engenheiro José eduardo dos santos ao afirmar que “esta verdadeira revolução quanti-tativa carece agora de uma revolução qualitativa”.

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- revisão e actualização curricular de 24 dos actuais 72 cursos técnico-profissionais existentes e dos cursos de Mecânica, agri-cultura, Pescas e indústrias alimentares ao nível da Formação Profissional básica;

- Preparação de uma proposta de sistema de avaliação da qualidade dos cursos de formação de professores de nível secun-dário que são ministrados nas escolas de Formação de Professores.

b) NO âmbitO dO subsistEma dO ENsiNO técNicO PrOfissiNal

a título exemplificativo, podem ser citadas as seguintes iniciativas em curso:

- institucionalização de um siste-ma de garantia de Qualidade, sob a responsabilidade do ins-tituto nacional de avaliação, acreditação e reconhecimento de estudos do ensino superior (inaarees), para proceder à avaliação das instituições de ensino superior (ies).

- revisão curricular de planos de estudo de vários cursos das universidades públicas no sentido de adequar os perfis de saída às exigências dos contextos de trabalho e dos empregadores;

- realização de cursos de agre-gação pedagógica para docen-tes do ensino superior para ele-var a sua competência didáctica e metodológica.

c) NO âmbitO dO subsistEma dO ENsiNO suPEriOr

- selecção de candidatos a cursos de doutoramento, em instituições estrangeiras reputadas, para as áreas de incidência da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e inovação (Pncti) no âmbito da implementação do Programa na-cional de Formação doutoral, sob responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, de modo a qualificar os investigadores e es-pecialistas nacionais das várias instituições (não universitárias) de investigação científica, desenvol-vimento tecnológico e inovação.

- criação do departamento de supervisão e Qualidade, no ineFoP, com a missão de promover, controlar e avaliar a qualidade das acções de formação, dos materiais de formação e dos formadores;

- implementação do sistema de gestão de Qualidade;- obrigatoriedade de formação inicial e contínua dos for-

madores e exigência de certificação pedagógica inicial para o acesso à carreira de formador, cuja progressão depende da avaliação periódica do desempenho, já instituída.

- criação da Unidade técnica de apoio à Formação de gestores e Formadores – UtaForgeF, com objectivo de garantir a capacitação técnica e contínua dos for-madores, desenvolver acções de capacitação em ti, elaborar Planos de Formação para os gestores das uni-dades de formação, estruturar os conteúdos para a capacitação técnica dos formadores e avaliar o de-sempenho dos formadores.

a) NO âmbitO dO sistEma NaciONal dE fOrmaçãO PrOfissiONal

boletiM inForMatiVo PnFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 3

d) NO âmbitO dO sistEma NaciONal dE ciêNcia, tEcNOlOGia E iNOVaçãO

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4 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

Professores com PaixãoNotícias

EnQGEO ValOrizar Os rEcursOs HumaNOs, Para dEsENVOlVEr Os rEcursOs miNErais

a capital angolana acolheu no dia 30 de Junho de 2015 o primeiro encontro nacio-nal de Quadros de Geociências, Geo-Engenharias e Ciências Afins, congregando cerca de 450 profissionais do sector. dentre as temáticas abordadas, concluiu-se que com vista a melhorar a capacidade de intervenção das empresas, e gerar novos empregos em função das várias fases de implementação de projectos mineiros, o Planageo exige a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e diversificada, desde o nível básico ao superior. Sendo necessário, nomeadamente,  assumir dois compromissos: Garantir a transferência de conhecimentos e tecnologia para dotar o país de capacidade científica e tecnológica com vista a que os próximos projectos do Planageo sejam geridos e controlados por quadros nacionais. e ainda, reforçar as relações entre universidades e empresas industriais para a promoção de talentos nas áreas das geociênciais e para a investigação geocientífica aplicada.

EnaD E iSEP REaLiZaM cursO sObrE lidEraNça ajudar os líderes a conhecerem as suas qualidades, bem como adquirir compe-tências e ferramentas novas para resol-verem desafios profissionais específicos foram os objectivos da formação sobre “liderança eficaz através do pensamento, acções e Influências Estratégicos”. O curso contou com a dissertação de vários profes-sores experientes nas áreas de gestão e de liderança, como clemson g. turrega-no e Katie dardagan. a acção de formação enquadrou-se no âmbito do Plano nacional de Formação de Quadros (PnFQ) para o sector empresarial público e foi realizada pela escola nacional de administração enad, em parceria com o instituto para o sector empresarial Público – iseP e o cen-ter for creative leadership.Participaram na formação, diversos Presi-dentes e Membros dos conselhos de admi-nistração das empresas públicas.durante o curso foram abordadas matérias como ‘os desafios estratégicos das empresas’, ‘a gestão da polaridade’, ‘desafiando pres-supostos’, ‘liderando estrategicamente’, ‘liderança inovadora’, ‘criar uma cultura centrada no cliente’, ‘liderança que atra-vessa fronteiras’, ‘liderar durante a transi-ção’ e ‘Factor R, a resistência à mudança’.o programa visou ajudar os líderes a conhe-cerem os seus pontos fortes e fracos, definir estratégias de liderança das suas empresas e adquirir competências e ferramentas no-vas para resolverem desafios profissionais específicos.

o instituto de Formação da administração local (iFal) formou 220 técnicos, no primeiro semestre deste ano e, segundo severino gomes, director do centro regional do iFal no Huambo, formou mais 360 técnicos administrativos no segundo semestre.o director do instituto revelou que as formações incidiram sobre a gestão de águas e saneamento básico, gestão municipal de energia, redacção e elaboração de documentos administrativos, gestão de recursos humanos, secretariado executivo de médios dirigentes, gestão municipal de saúde, gestão e fiscalização de mercados e feiras.

iFaL huaMbO FORMOu 580 técNicOs Em 2015

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boletiM inForMatiVo PnFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 5

DESEMPEnhO DO PnFQ rElatóriO dE mONitOrizaçãOo encontro de trabalho entre a Unidade técnica de gestão do Plano nacional de Formação de Quadros (Utg/PnFQ), gabinetes de recursos Humanos, os gabinetes de estudos, Planeamento e estatística e chefes de departamento de Formação de vários Ministérios, serviu para apresentar e discutir os resultados do relatório de Monitorização da oferta Formativa do PnFQ 2013 e 2014.no encontro, que contou com a presença de 184 participantes, foi apresentado o relatório que per-mite conhecer e acompanhar o grau de concretiza-ção das metas do PnFQ no biénio 2013-2014 tomando por referência as metas preconizadas para 2020. os participantes puderam desta forma, reflectir so-bre a estratégia e o processo de implementação dos 8 Programas de acção, bem como a adopção futura de medidas que garantam a boa execução do PnFQ. apresenta-se neste quadro a síntese geral dos re-sultados obtidos pelo processo de monitorização, nomeadamente: o número dos quadros formados nos anos de 2013 e 2014 em cada um dos Progra-mas de acção, a taxa de execução em relação às metas, bem como as medidas prioritárias a adoptar nos anos 2016 e 2017, com vista a alcançar as metas previstas pelo PnFQ.

Programas dE acção ExEcução (%) 2013 e 2014 mEta 2020

Pa1 fOrmaçãO dE QuadrOs suPEriOrEs

25.576quadros Superiores Formados

(21%)

121.350 Diplomados

Pa2 fOrmaçãO dE QuadrOs médiOs-técNicOs

39.611quadros médios Formados

(13,9%)

284.800 Diplomados

Pa3 fOrmaçãO PrOfEssOrEs ENsiNO suPEriOr E iNVEstiGadOrEs sNcti (sistEma NaciONal dE ciêNcia E tEcNOlOGia)

mestrados : 53 cursos (1.056 matriculados)

Doutoramento: 4 cursos (> 341 matriculados)

4.800 mestres

1.500 Doutores

140 Doutores SNcTi

Pa4fOrmaçãO dE dOcENtEs ENsiNO PrimáriO E médiO E dE EsPEcialistas E iNVEstiGadOrEs Em EducaçãO

13.024 Docentes Formados

pré-escolar: 99primário: 2.243

i ciclo: 8.336 ii ciclo: 2.346

Processo de Definição de metas iniciado

Pa5fOrmaçãO dE QuadrOs admiNistraçãO PÚblica

50.609 quadros capacitados

(29,17%)

173.466 quadros ap(administração pública central

e local)

Pa6fOrmaçãO dE QuadrOs EmPrEENdEdOrismO E dEsENVOlVimENtO EmPrEsarial

64.687quadros empreendedores

capacitados(36,9%)

175.000 empreendedores

e Gestores

Pa7aPOiO À PrOcura dE fOrmaçãO suPEriOr: POlÍtica dE bOlsas dE EstudO

Bolseiros internos: 18.217 Bolseiros externos: 7.793

(88,6% licenciaturas4% mestrados

7,32% Doutoramentos)

inverter a política de atribuição de Bolsas de estudo priorizando a Formação avançada

em Domínios estratégicos

Pa8fOrmaçãO PrOfissiONal Para O EmPrEGO

53.662 quadros capacitados

Metas a Definir anualmente

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6 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

entrevista

cOM TécnicOS a PRODuTiviDaDE cREScE

ENsiNO técNicO PrOfissiONal uma OPçãO cOm futurO

Que avaliação faz sobre o Ensino técnico Profissional em angola?Fazendo uma retrospectiva e avaliação do ensino técnico Profissional em angola, devo referir que aquando da proclamação da nossa inde-pendência nacional, em 1975, o país dispunha apenas de 16 escolas técnicas, sendo 1 agrária, 4 de administração, gestão e serviços, e 11 politécnicas, maioritariamente nas zonas do litoral, centro e sul do país. com o alcance da paz foi possível expandir a rede de escolas técnicas no período de 2006 a 2009, com a construção e ape-trechamento de 34 escolas técnicas. Posteriormente, de 2010 até ao presente ano, o país construiu mais 58 escolas técnicas, perfazendo um total de 108 escolas técnicas públicas a nível nacional. Para o alcance da qualidade que se pretende, este subsistema iniciou uma reforma em 2001, tendo elaborado novos currículos com novas modalidades de avaliação das aprendizagens, promovido acções de formação, quer para professores, quer para gestores, apetrechado os laboratórios e as oficinas, incorporadas em todos os currículos, as disciplinas de formação de atitudes integradoras, informática, empreendedorismo e projecto tecnológico conducente à prova de aptidão profissional para a certificação dos alunos e a criação de um gabinete de inserção na Vida activa (giVa).

Quantas instituições de Ensino técnico Profissional, não universitário, existem em todo país?o País conta actualmente com 201 escolas técnicas, sendo 108 públicas e 93 privadas, destas, apenas 24 servem exclusivamente o subsistema do ensino técnico Profissional e as restantes ministram em simultâneo, outros níveis e subsistemas de ensino.

Qual o peso de sector público e do sector privado no Ensino técnico Profissional?o sector público tem um peso de 53.7% e o privado, 46.7%. o sector privado tem forte presença em luanda e benguela. não existem es-colas privadas em 11 Províncias, nomeadamente, bengo, bié, cuan-do cubango, cuanza norte, cunene, lunda norte, lunda sul, Malanje, Moxico, namibe e Zaire.

Qual é a oferta formativa, neste momento? cresceu nos últimos cinco anos? luanda ainda é a cidade que alberga a maior parte das instituições de Ensino técnico Profissional?até 2013, o país contava com uma oferta formativa de 61 cursos da formação média técnica. em 2014 e já no âmbito da implementação do PnFQ, foram lançados 11 cursos. em 2015 dos 35 planificados para lançamento e dos 9 para alargamento, não foram lançados 5 cursos nem alargados 6 cursos devido aos constrangimentos econó-micos com que nos deparamos. importa também referir que que para o domínio das artes, foram lançados 23 cursos perfazendo 65.7%.

EntrEvista Exclusiva director do ensino técnico ProFissional antónio doMinguez do nasCiMento alexandre

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no caso da Província do Moxico (a maior do país), possui apenas duas escolas técnicas públicas (administração, gestão e serviços; e saúde), e estava prevista a entrada de 9 escolas técnicas públicas que não foi possível devido à falta de docentes). a Província de luanda continua a liderar o maior número de escolas técnicas assim como a maior oferta formativa, com 28.7% de escolas públicas e 86% de escolas privadas.

Quantos cursos estão disponíveis e quais são as áreas que registam maior aderência?actualmente o ensino técnico Profissional possui uma oferta formativa de 102 cursos em 18 domínios ou também chamados áreas de forma-ção. o sector privado acolhe preferencialmente os cursos da área de administração, gestão e serviços, com um número bastante reduzido no sector industrial e sem oferta nas áreas da agricultura, pescas e indústrias alimentares, assim como na área das artes.Em termos de aderência aos cursos técnicos, o quadro reverteu-se para os cursos da saúde e do ramo industrial, pois, os alunos aperceberam-se que são estes que encontram melhores respostas na captação de emprego. referimo-nos aos cursos das áreas da saúde; electricidade, electrónica e telecomunicações; indústrias extractivas; construção civil; mecânica e química.

Qual é a taxa de empregabilidade e os profissionais que mais rapidamente são absorvidos pelo mercado de trabalho?relativamente à taxa de empregabilidade, ainda estamos longe de atingir os índices satisfatórios, pois, a maior parte dos jovens estudantes preferem prosseguir os estudos no ensino superior. a taxa estimada é de 70% que pros-seguem os estudos no ensino superior.os cursos que o mercado de trabalho oferece mais, residem no sector secundário da vida económica: sector da indústria.

Quais as garantias de qualidade da formação no Ensino técnico Profissinal?Quanto à qualidade da formação, aquisição de competências e programas de estágios no ensino técnico Profissional é boa mas ainda não estamos sa-tisfeitos. as escolas estão dotadas de laboratórios e oficinas de grande qua-lidade. neste momento estamos a elaborar um programa de exercício de auto-avaliação da gestão escolar para que as escolas possam responder sobre a visibilidade de uma preocupação comum que é a de saber como é que a escola se vê a si própria no momento de prestar contas à comunidade escolar e à comunidade envolvente sobre os seus resultados efectivos, quer no sucesso das aprendizagens dos alunos, quer na sua integração no mundo do trabalho, assim como, no modo como a comunidade envolvente reconhece a instituição como modelo de referência pelas suas actividades em prol da mesma, e como as Províncias encaram as Políticas e prioridades para o desenvolvimento territorial, numa visão do “angola 2025” e sua con-cretização no Pnd 2013 – 2017, alinhadas com o PnFQ 2013 – 2020.

Quais são as perspectivas para o subsector para os próximos anos e o que está a ser feito para serem alcançadas?O Encontro Nacional do Ensino Técnico Profissional, realizado no mês de Novembro de 2015, serviu para os 319 participantes reflectirem sobre as pers-pectivas de melhoria do sistema de formação técnico profissional, tendo como referência, o PNFQ 2013-2020. As importantes Conclusões, Recomendações e desafios, saídos do encontro, são certamente os elementos catalisadores para o contínuo desenvolvimento do ensino técnico Profissional. Um dos nossos grandes desafios será a valorização social do ensino técnico, transformando-o num paradigma de sucesso, de modo a promover a competitividade e a concor-rência saudável entre as escolas técnicas do mesmo ramo, oferecendo à socie-dade angolana, serviços e produtos de qualidade como resultados das aprendi-zagens dos alunos.

EM 1975, anGOLa Tinha 16 EscOlas técNicas

actualmENtE ExiSTEM 201 EScOLaS TécnicaS, SEnDO 108 PÚblicas E 93 PriVadas

PESO DE sEctOr PÚblicO E PriVadO nO EnSinO

técNicO PrOfissiNal:

SEcTOR PúbLicO: 53.7%SEcTOR PRivaDO, 46.7%

ExiSTEM 102 cuRSOS

DE FORMaçãO média técNica

EM 18 árEas dE fOrmaçãO

nO DOMíniO DaS artEs, FORaM LançaDOS 23 cursOs

SEcTOR Da inDúSTRia é O DE MaiOR EMPREGabiLiDaDE PaRa a FORMaçãO

TécnicO-PROFiSSiOnaL

ÁREaS DE fOrmaçãO cOM mElHOr RESPOSTa

DE EmPrEGO:construção civil

Electricidade, Electrónica E Telecomunicaçõesindústrias Extractivas

Mecânica QuímicaSaúde

70% DOS EstudaNtEs PROSSEGuEM OS ESTuDOS nO ENsiNO

suPEriOr

luaNda REPRESEnTa 28.7% DE EScOLaS PÚblicas

E 86% DE EScOLaS PriVadas

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8 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

em destaque

1. Controlador de tráfego aéreo 2. operador de telecomunicações3. técnico operacional e Controlador

de transportes Marítimos e aéreos4. técnico de aviação Civil e Comercial5. engenheiro de Planeamento

e de operações de transportes6. engenheiro de sistemas de transportes7. engenheiro de operações logísticas8. engenheiro naval9. engenheiro aeronáutico

10. Piloto (de aeronaves, de barra)

40 PrOfissõEs cOm futurO

ViVemos num mundo em que as mudanças e as transfor-mações sociais são cada Vez mais aceleradas, quer na Vida social, económica e política. entre outras, a grande razão destas mudanças é sem sombra de dúvidas, o conhecimento. Hoje, todos nós podemos facilmente aceder e nos apropriarmo-nos do grande ma-nancial de conhecimento disponível, tanto na sua forma mais teórica (é o caso dos livros, revistas, jornais, artigos etc., incluindo o acesso a outros formatos via web), como por meio de produtos e serviços resultantes da sua aplicação (é o caso dos produtos alimentares, carros, computadores, telemóveis, aplicativos para dispositivos electrónicos, redes sociais, etc.).

1. técnico de Manutenção Mecânica 2. técnico de instalações eléctricas3. técnico de energias renováveis 4. técnico de electricidade5. técnico de gestão de resíduos6. engenheiro electrotécnico

de sistemas energéticos7. engenheiro de energia renováveis8. engenheiro Mecânico de automação

e Controlo9. engenheiro Civil hidráulico

10. engenheiro Civil sanitário

EnErgia E Águas

TransporTE E LogísTica

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boletiM inForMatiVo PnFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 9

Como se pode notar, o leque de escolhas profissionais é relativamente vasto, considerando também a existência de outras profissõe s complementares que, em determinadas regiões do nosso país, venham a revelar-se necessárias nos próximos anos.

PrEParE O sEu futurO, bOa EscOlHa!

1. técnico especialista em Cultura do algodão

2. técnico especialista em Cultura do Café3. técnico de Produção Pecuária4. técnico de Produção agrícola5. técnico de Produção hortoflorícola 6. Biotecnólogo7. engenheiro agro-alimentar8. engenheiro agrónomo (produção

agrícola/animal)9. gestor agrícola

10. Médico veterinário

1. desenhador-projectista2. Medidor orçamentista3. serralheiro Mecânico4. técnico de restauro e Conservação5. técnico de Planeamento e ordenamento

do território6. técnico de instalações eléctricas

(habitacionais)7. arquitecto8. arquitecto Paisagista9. engenheiro Civil de estruturas

10. engenheiro Mecânico de ventilação e Climatização

HabiTação

aLimEnTação E Agro-IndústrIA

tais mudanças e transformações influenciam fortemente a nossa maneira de ser e de estar numa determinada sociedade, a maneira como perspectivamos e nos preparamos para o futuro. é assim que, num mundo que é cada vez mais global, escolher uma determinada profissão não é tarefa fácil. na nossa realidade, o governo de angola tem vindo a levar a cabo um conjunto de grandes mudanças e transformações de natureza social e económica, inscritas no Plano nacional de desenvolvi-mento, também designado “Pnd, 2013-2017”, que tem como grande objectivo construir uma sociedade moderna, desenvolvida e sustentável, capaz de proporcionar um bem-estar económico e social a todos os angolanos. Uma das várias formas de captar a dinâmica do mundo das profissões é considerar as perspectivas

de desenvolvimento de uma determinada sociedade. neste senti-do, para quem se encontra em fase de decidir que profissão esco-lher, ou até mesmo para quem esteja a pensar em optar por uma mudança de percurso profissional, é importante que tenha em consideração os Projectos estruturantes em carteira e em imple-mentação no nosso país.estes Projectos abrangem um conjunto de áreas profissionais prioritárias ao nível da formação profissional, de nível médio técnico e de nível superior, ligadas aos seguintes sectores de actividades: energia e Águas, alimentação e agro-indústria, Habitação, transportes e logística. ao lado, enumeram-se um conjunto de dez profissões estratégicas de futuro para o nosso país, para cada um destes sectores prioritários.

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10 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

Professores com Paixãoretratos

centro Tecnológico nacional LabORaTóRiO DE TESTES nãO DESTRuTivOS

a rElEVâNcia Para O dEsENVOlVimENtO iNdustrialo investimento que o executivo está a fazer para a formação de quadros que tenham as competências necessárias para trabalharem num contexto muito exigente, como é o caso do laboratório de Testes Não Destrutivos, abre caminho ao aceleramento do desenvolvimento da indústria e da economia angolana. os testes não destrutivos são realizados em diferentes sectores que necessitam deste tipo de monitorização para aumentar a confiabilidade dos seus equipamentos e dos processos inerentes à sua actividade. Serão os jovens angolanos, através da sua ambição e capacidade de trabalho, os obreiros do futuro do país.

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em angola existe um laboratório de testes não destrutivos em funcionamento desde 2007. este laboratório, que contou com o apoio da Agência de Energia Atómica Internacional, é constituído por uma equipa de seis técnicos de nível ii. actualmente, carece de técnicos qualificados em diferentes variantes, como é o caso da variante de partículas magnéticas, que conta apenas com Maymbemba Pedro.Desta forma, a capacitação e formação de técnicos com competências para trabalharem em laboratórios de testes não-destrutivos é uma iniciativa muito importante para o crescimento do sector industrial angolano.Maymbemba Pedro, professor de física e de matemática na Universidade Metropolitana do Morro bento, é o investigador responsável pela formação destes técnicos. o professor é o único inves-tigador do centro tecnológico nacional com certificação de nível ii, obtida no centro nuclear de Marrocos. ainda assim, pretende aprofundar os seus conhecimentos, através de um mestra-do em mecânica, que considera muito útil para prosseguir os seus trabalhos de investigação.

formação, capacitação e certificaçãoa formação inteiramente gratuita para os formandos, tem sido ministrada no laboratório de testes não destrutivos do centro tecnológico nacional através de aulas teóricas e práticas, a partir das quais os jovens podem ter contacto com equipamentos utilizados pelas empresas mais com-petitivas. organizada em quatro módulos, cada um dos quais correspondendo a uma técnica: líqui-dos penetrantes; partículas magnéticas (electroíman e lâmpada ultravioleta); radiografia indus-trial (raios x e tubo rx); e ultra-sons (técnica de volume).após estas aulas, que terminarão em 2016, os alunos terão que, para obterem o certificado interna-cional, estagiar no centro de energia atómica do brasil. a razão pela qual as autoridades angolanas escolheram um centro no brasil relaciona-se com o facto de possuir o mesmo idioma, o que ajudará sobremaneira a aprendizagem dos alunos. Os doze jovens que têm beneficiado desta formação, na sua maioria com idades compreendidas entre os 19 e os 23 anos, foram seleccionados junto das escolas técnicas de Luanda, tendo concluí-do a 12ª classe nas áreas de ciências físicas, biológicas, mecânica e electricidade. Todos eles estão conscientes da oportunidade única que estão a ter, e que lhes permitirá tornarem-se em técnicos com elevadas competências.Os custos inerentes à primeira turma são totalmente suportados pelo Ministério da Ciência e Tecnolo-gia, que pretende ver o recrutamento ser alargado a todo o país, já a partir do próximo ano. se somar-mos todos os custos associados, nomeadamente os custos de certificação e os custos de ministração de cada técnica, estaremos próximos de um valor a rondar os quinze mil dólares por aluno.

O que é um laboratório de testes Não destrutivosUm laboratório de testes não destrutivos é um espaço onde são utilizadas um conjunto de técnicas para detectar e dimensionar as descontinuidades dos materiais (possíveis defeitos), que não são visíveis a olho nu, sem destruir ou danificar as peças testadas.neste tipo de laboratórios trabalham profissionais altamente competentes e especializados em diferentes áreas do conhecimento, nomeadamente na física, na química e na engenharia. trabalham de forma coordenada com o intuito de apresentarem soluções para grandes estruturas industriais, nomeadamente petrolíferas. Para isto, são utilizadas várias técnicas de ensaio que fornecem os elementos necessários para avaliar rigorosamente a qualidade de determinada construção.

OnDE PODE TRabaLhaR

O TécnicO ESPEciaLiSTa EM

TESTES nãO DESTRuTivOS?

indústria PetrolíFera: oleoDuToS, reFiNariaS aBasteCiMento de Água Construção Civil: GraNDeS iNFraeSTruTuraS, eSTaleiroS indústria QuíMiCa, aeroesPaCial, siderúrgiCa, naval, eleCtroMeCâniCa, PaPel e Celulose

O QuE dizEm Os fOrmaNdOs?

Edgar Júnior | 19 anOS Habilitações: 12º classeEnergia, instalações Eléctricas e computação Electrónica Instituto Médio Politécnico Nova Vida

Laurinda andré | 20 anOS Habilitações: 12ª classe ciências Físicas e biológicasPUNIV de Cacuaco

“A minha perspectiva de vida mudou, posso ver que terei várias

oportunidades de emprego pela obtenção

de uma Certificação”

“Pensava que deveria ir de imediato para a universidade, mas agora, com a formação que estou a realizar,

o entusiasmo pelo conhecimento abriu novas opções que me permitirão ingressar no mercado de trabalho. Poderei conciliar o trabalho com uma formação superior adequada ao ramo profissional que já escolhi mais conscientemente“

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iTEL, instituto nacional de Telecomunicações

a fOrmar Os cOmuNicadOrEs dO futurOa funcionar num edifício que outrora foi uma estação de rádio, a formação média técnica em electrónica, Telecomunicações e informática, não podia estar em melhor local. Ao percorrer os corredores do Instituto Nacional de Telecomunicações (ITEL), constata-se a disciplina, ordem e alegria dos alunos e docentes, que transmitem a convicção de que estamos num lugar privilegiado para a aprendizagem.

Criado em 1985, o ITEL, Instituto Nacional de Telecomunicações, é uma escola técnica da rede pública (corresponde à 10ª , 11ª e 12ª classe), iniciou a sua actividade dedicada ao ensino no ano de 1990, prestando formação nos domínios da electrónica, das telecomunica-ções e da informática.sob a tutela do Ministério das telecomunicações e tecnologias de informação e do Ministério da educação, é um espaço que assume uma visão consonante com a realidade da economia global, onde o foco está no estímulo ao desenvolvimento humano e tecnológico. de facto, a estratégia do itel passa por prever e antecipar a evolução do mercado de trabalho, adequando as valências do capital humano ao ensino técnico Profissinal, dotando os seus alunos de uma mais-valia de relevo para a empregabilidade.neste sentido, projectos estruturantes do governo, como o “cabo submarino” e o “Programa espacial” que visa a construção de um Satélite Angolano, encontram, neste instituto, resposta à demanda de técnicos do sector.ao longo dos últimos anos, o itel tem reforçado parcerias externas, conjugando esforços e alinhado numa estratégia de desenvolvimento colectivo. Desta forma, os seus profissionais têm cooperado com o executivo, orientando-se pelas seguintes políticas: Plano nacional de desenvolvimento; Plano nacional de Formação de Quadros; Plano nacional de desenvolvimento da Juventude; livro branco das tic´s; lei de bases do sistema de educação; e o estatuto do subsistema do ensino técnico Profissinal.

retratos

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boletiM inForMatiVo PnFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 13

um crescimento prometedordesde 2012, o itel conta com um centro de Formação tecnoló-gica (ceFitel), onde são ministrados cursos de formação profis-sional de alto nível. o centro tem acordos com instituições e em-presas de prestígio internacional, permitindo-lhe trocar experiências e evoluir de acordo com as melhores práticas existentes.também no ano de 2012, nasceu o núcleo de desenvolvimento tec-nológico (nUditel). este núcleo funciona como elemento catalisador de pesquisa aplicada, procurando estender importantes conheci-mentos científicos à sociedade. Possui três segmentos: elec-trónica; informática; e telecomunicações. o segmento da electrónica foi responsável pela projecção e pelo desenvolvimento do portão auto-mático do edifício, assim como por um sistema de iluminação auto-mática. Já o segmento da informática desenvolveu a página do itel e um conjunto de aplicações orientadas para a gestão académica. o nUditel conta, ainda, com um laboratório de calibração e de manutenção.Falta referir outro braço importante do itel, designado por núcleo de empreendedorismo (nei). este núcleo visa apoiar os empreen-dedores formados no instituto nacional de telecomunicações, através de parcerias com os sectores público e privado, à luz do Estatuto do Ensino Técnico Profissinal. Conta já com três empresas constituídas e vai evoluir para uma incubadora de empresas com o apoio da direcção do MTTI.  uma instituição virada para o futuroa educação é o maior factor de progresso a longo prazo. Por isso, qualquer pessoa que visite o complexo, sai com uma esperança re-novada. os cinquenta docentes que integram este estabelecimento de ensino trabalham diariamente para dotar angola de recursos hu-manos capazes de levar o país para novos patamares de desenvolvi-mento. Já foram formados mais de 3350 técnicos, incluindo José carvalho da rocha, ministro das telecomunicações e tecnologias de Informação e muitos outros, que pela competência e dedicação, acabam por ser convidados a leccionar no próprio itel.

a educação é o maior factor de progresso

a longo prazo. Por isso, qualquer pessoa que visite o iTEL, sai com

uma esperança renovada.

www.itel.gov.ao

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OS núMEROS Da EDucaçãO E Da FORMaçãO EM anGOLa40 aNOs dE EVOluçãO

ao longo das últimas quatro décadas, o esforço da política governamental para a formação dos quadros do país é notório, tendo-se verificado um crescente número das instituições de ensino e formação, trazendo consigo um maior número de oportunidades e acesso à escolaridade, formação profissional e vida académica. em 2013, o plano Nacional de Formação de quadros, alinhado com o plano Nacional de Desenvolvimento 2013/2017, iniciou um novo ciclo na história dos sistemas de educação e de formação do país. assente num conjunto de orientações do Governo, que decorrem da estratégia Nacional de Formação de quadros (eNFq), o pNFq incide sobre a qualificação de quadros nacionais, visando o desenvolvimento do potencial humano de angola, através da formação em domínios estratégicos.

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Evolução do número de bolseirosinternos ExternosTotal

ano Licenciatura Licenciatura Mestrado Doutoramento1975 - - - - -1976 1992 - 1.291 68 105 1.4641993 2002 - 1.347 209 250 1.8062003 2014 30.169 5.362 595 563 6.520total 30.169 8.000 869 918 11.577

Fonte: Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo – Ministério do Ensino Superior

instituições de Ensino superior

ano

PúblicasPrivadas

Total

universidades institutosEscolas

Superioresuniversidades institutos

1975 1 - - - - 1

19761992

- - - - - -

19932002

- - - 2 - 2

20032014

6 11 4 8 30 59

Total 7 11 4 10 30 62

Fonte: Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística – Ministério do Ensino Superior

ENsiNO suPEriOra Universidade agostinho neto (Uan) foi, durante 25 anos, a única instituição de ensino superior pública angolana. a partir de 2003, assistiu-se a um franco cresci-mento, traduzindo-se em 22 instituições de ensino superior Públicas.em 2002 foram abertas duas universida-des privadas.entretanto, até 2014, abriram mais oito instituições, ou seja, quintupli-cou. o aumento com maior expressão foi o dos institutos do ensino superior Priva-do, onde entre 1975 e 2002 o número era nulo. de 2003 até 2014, abriram 30 esta-belecimentos.em termos gerais, no universo de institui-ções de ensino superior (Públicas e Priva-das), passados 40 anos de independência, angola conta com 62 instituições de ensi-no superior, o que gera um impacto social que se vem reflectindo em diferentes sectores da vida nacional.

diplomados formados dentro do país Em 1975 havia 122 licenciados. Após 1975 até 1992, esse número aumentou mais de 20 vezes, traduzindo-se em 2.503 licenciados. desse período até 2002, o crescimento não foi tão expressivo. no período de 2003 a 2014 registou-se a subida mais acentuada, cerca de 444 vezes mais do que em 1975. Ou seja, 59.772 licenciados em 2014. No que se refere aos diplomados com mestrado e doutoramento, feitos no país, dados es-tatísticos recentes apontam para 424 mestres e 2 doutores até 2014.

19921975 20152002 2014

59.772

2.503122

2.851

Licenciados

diPlOmadOs fOrmadOs dENtrO dO PaÍs

Fonte: Universidade Agostinho Neto; Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística – Ministério do Ensino Superior

424 mestres e 2 doutorados

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Professores com Paixão

Evolução da formação de Quadros 1998 a 2015

aNOmatriculadOs aPtOs

M F tOtal M F tOtal

1998 5.600 1.992 7.592 3.143 450 3.593

1999 6.282 3.312 9.594 5.520 2.919 8.439

2000 7.843 1.779 9.622 6.383 1.118 7.501

2001 8.262 1.188 9.450 7.699 1.029 8.728

2002 6.321 4.215 10.536 5.309 3.534 8.843

2003 9.329 3.982 13.311 6.610 3.026 9.636

2004 11.393 5.111 16.504 10.383 4.756 15.139

2005 20.801 1.841 22.642 19.988 1.400 21.388

2006 24.400 9.041 33.441 22.341 8.176 30.517

2007 24.295 10.045 34.340 21.479 8.837 30.316

2008 24.189 12.549 36.738 20.616 10.998 31.614

2009 43.297 15.904 59.201 37.234 14.808 52.042

2010 34.401 13.404 47.805 33.714 13.136 46.850

2011 30.367 14.158 44.525 23.175 11.052 34.227

2012 26.599 12.117 38.716 20.714 10.662 31.376

2013 24.991 10.125 35.116 18.625 7.948 26.573

2014 24.400 8.839 33.239 19.530 7.489 27.019

2015 26.843 11.200 38.043 21.490 9.349 30.839

total 359.613 140.802 500.415 303.953 120.687 424.640

Fonte: INEFOP – Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, 2015.

Nos primeiros anos da independência, o modelo de formação profissional exis-tentente caracterizava-se pelo funciona-mento no seio das empresas ou unidades fabris de secções de Formação Profissio-nal destinadas a capacitar os respectivos trabalhadores. Em 1998, foi estabelecido um Sistema Universal de Formação Profissional virado essencialmente para o mercado de traba-lho e do empego, tutelado pelo MaPtss. na época contava, com 13 centros de Formação tutelados pelo instituto nacio-nal do emprego e Formação Profissional (ineFoP). De 1998 a 2002, a rede de Centros de Formação aumentou de 13 para 214 uni-dades. em 2008, o número de centros de Forma-ção elevou-se para 395 entre públicos e privados, com destaque para o incre-mento de 108 Unidades Formativas do ineFoP. o aumento deveu-se à imple-mentação do Programa nacional de ca-pacitação em artes e ofícios, assim como à construção de 13 centros integrados de Formação Profissional, 35 centros Mó-veis e um centro de Formação tecnológi-ca (cinFotec). de 2012 a 2015, o núme-ro de centros de Formação aumentou de 471 para 595.

fOrmaçãO PrOfissiONal

aNO

unidades formativas

inEFOPOutros

Organismos Públicos

Privados tOtal

1998 8 5 - 132002 25 19 170 2142008 133 21 241 3952012 135 35 301 4712015 139 35 421 595

Fonte: INEFOP – Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, 2015.

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PrOVÍNcias

cENtrOs dE fOrmaçãO PrOfissiONal PÚblicOs E PriVadOsinEFOP

Outros Organismos

Públicos

Organismos Privados

TOTaiS

centros de Formação

Profissional

centros integrados de Emprego e

Formação rofissional

unidades Móveis

Pavilhões de artes e Ofícios

bENGO 3 1 1 4 0 4 13bENGuEla 4 0 4 5 8 49 70bié 1 0 2 3 0 1 7cabiNda 1 1 0 3 1 9 15c. cubaNGO 0 1 0 3 0 9 13cuaNza NOrtE 2 1 2 2 0 6 13cuaNza sul 1 0 3 3 1 3 11cuNENE 1 1 2 3 0 12 19HuambO 0 0 2 3 1 9 15Huila 1 0 2 3 3 18 27luaNda 11 4 4 14 15 269 317luNda NOrtE 0 1 2 2 1 2 8luNda sul 1 0 4 0 0 2 7malaNjE 0 1 2 2 2 3 10mOxicO 1 0 1 2 1 4 9NamibE 2 1 0 3 2 10 18uÍGE 1 0 2 4 0 7 14zairE 0 1 2 2 0 4 9tOtal 30 13 35 61 35 421 595

Fonte: INEFOP – Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, 2015.

maPa dE lOcalizaçãO

GEOGráfica dOs cENtrOs dE fOrmaçãO

PrOfissiONal tutEladOs PElO iNEfOPFonte: INEFOP – Ministério da Administração Pública, Trabalho

e Segurança Social, 2015.

26 centros de Formação Profissional

1 centro de Formação tecnológica

3 escolas rurais de capacitação e ofícios

13 centros integrados de emprego e Formação Profissional

35 Unidades Móveis

61 Pavilhões de artes e ofícios

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18 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

citando o relatório da Unesco de 2013, o desempenho de angola em termos de produção científica por milhão de habitantes registou entre 1995 e 2005 uma percentagem 1,4%, enquanto que de 2005 a 2013 observou-se um aumen-to de 18,8%. O sector da Ciência e Tecnologia tem orientado as suas principais acções, visando o reforço da capacidade de investigação científica, desenvolvimento e inovação em nove áreas de incidência estabelecidas na Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, designadamente: Educação, Cultura e Formação Profissional; ensino superior; agricultura e Pescas; telecomu-nicações e tecnologias de informação; indústria, Petróleo, gás e recursos Minerais; saúde; recursos Hídricos; energia; e ambiente. em 2014, os dados estatísticos indicam que nas instituições de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação, foram registados 259 investigadores científicos, dos quais 133 são Licenciados, 76 Mestres e 50 Phd (doutores).

ciêNcia E tEcNOlOGia

2014dados estatísticos

do nº de investigadores do “sNcti”Licenciados Mestres Doutores

Engenharias e Tecnologias 26 7 3

ciências Médicas e da Saúde 28 10 7

ciências agrárias 44 21 12ciências Sociais 3 0 3humanidades 2 2 8

Outras ciências 30 36 17total 133 76 50

Fonte: Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística – Ministério da Ciência e Tecnologia, 2015.

Relativamente ao número de matriculados no período de 1998 a 2015 é de 500.415 dos quais 359.613 do sexo masculino e 140.802 do sexo feminino. neste período foram formados nas 111 especialidades disponíveis no sistema nacional de Formação Profissional, 424.640 cidadãos dos quais 303.953 do sexo masculino e 120.687 do sexo feminino.No ano base de referência (1998), o sistema tinha disponíveis 16 cursos diversos. Com o incremento de unidades formativas, a demanda do mercado do trabalho e a dinâmica da evolução tecnológica, permitiu que em 2015 fossem disponibilizados 111 cursos, nas mais diversas especialidades.a partir de 2002, apesar das limitações e adversidades que o país conheceu resultado de longos e destrutivos anos de conflito armado, o executivo angolano definiu políticas públicas que permitiram organizar gradualmente o sistema de Formação Profissional e que têm garantido o ajuste da oferta formativa do sistema nacional de Formação Profissional às necessidades das empresas e aos projectos estruturantes do país.

1998 2015

aluNOs matriculadOs E aPtOs

Fonte: MAPTSS – Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional.

33.511

424.640

7.5923.593 39.202

500.415

2002

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o sistema educativo do país tem registado um crescimento expressivo no que se refere à expansão da rede escolar, que inclui um aumento conside-rável do número de alunos matriculados no ensino Médio técnico. em 1978, havia apenas 1075 alunos, número que entre 1979 e 2002, passou para 53 mil alunos. no entanto, a subida mais considerável verificou-se entre 2003 e 2014, com o valor expressivo de mais de um milhão de alunos matriculados. de 2012 a 2014, cerca de 40 mil técnicos médios foram formados nas escolas profissionais.Em 1975, o país dispunha de 16 escolas técnicas, uma agrária, quatro de administração e gestão e as demais politécnicas. Já em período de paz, entre 2006 e 2009, verificou-se a expansão da rede escolar, com a construção de 34 escolas técnicas, e foram reforçadas as acções de formação para professores e gestores. de 2010 até ao presente, o país construiu mais 58 escolas técnicas, perfazendo 108 escolas técnicas públicas a nível nacional. Paralelamente, o sector privado conta com 97 escolas técnicas nas áreas industrial, saúde, administração e gestão e ainda nas áreas de hotelaria e turismo.

ENsiNO técNicO PrOfissiONal

aNOEscOlas técNicas

PÚblicas

1975 16

2006 – 2009 34

2010 – 2015 58

total 108

Fonte: Direcção Nacional do Ensino Técnico Profissional & Gabinete de Estudos, Planeamento

e Estatística – Ministério da Educação, 2015.

aluNOs matriculadOs E diPlOmadOs

Fonte: Direcção Nacional do Ensino Técnico Profissional & Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística – Ministério

da Educação, 2015.

1978/79 1991/92 2002 2014

3.6767.24312.116

53.018

1.075

180.353

17.830

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20 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

Professores com Paixãovida no activo

SEcTOR hOTELaRia E RESTauRaçãO, EM cRESciMEnTO nO PaíS

a artE dE bEm sErVir

o sector do tUrisMo eM angola teM registado UM cresciMento signiFicatiVo e é UM dos Mais ProMissores eM terMos de eVolUção e eMPregabilidade. as PreVisões aPontaM Para QUe, até 2020, o núMero de Visitantes estrangeiros cHegUe aos 4,7 MilHões, QUase cinco VeZes o Valor registado actUalMente. os oPeradores tUrísticos estão conFiantes e continUaM a inVestir na criação de inFra-estrUtUras Hoteleiras. MÁrio dUarte, gerente do restaUrante looKal assador, eM lUanda, PersoniFica o cliMa de conFiança no sector.

Em Angola há seis anos, este português começou a trabalhar aos 13 numa pastelaria para comprar uma cana de pesca, hoje, aos 41 anos, gere uma equipa de 94 funcionários, num dos mais badalados “grills” de luanda.num percurso que começa no “Passos Perdidos” em lisboa, chegou a ser “stewart” nos famosos Ferrys entre o reino Unido e França, onde fazia de tudo um pouco, passou por restaurantes de luxo como o “Mónaco” e “bambino de ouro”.

a diversidade de funções desempenhadas por Mário duarte, conferi-ram-lhe valências e recursos capazes de responder às exigências desta profissão.

a importância da formaçãoo gerente conta que o percurso profissional permitiu-lhe realizar al-guns cursos práticos que acrescentaram mais-valias às suas compe-tências. Por exemplo, o curso em “Primeiros Socorros e Segurança básica Marítima” tem-se revelado vital por trabalhar num restaurante junto ao mar, com um caso de salvamento que ocorreu recentemente, conta. Já o curso em “agro-Pecuária” permitiu-lhe um conhecimento mais profundo sobre a cadeia alimentar, plantações e colheitas, o pro-cesso de produção do vinho, a qualidade da carne, entre outros as-pectos, que Mário duarte transmite com forte sentido didático aos seus pupilos.o exemplo deste responsável de restauração materializa a importân-cia da qualificação no sector.

Espírito de equipa

Desde Janeiro que o assador lookal tem feito as delícias dos

angolanos que ali passam a conhecer e a saborear o paladar único

das carnes uruguaias e argentinas, importadas directamente do seu

país de origem.

para manter o elevado padrão de qualidade do assador, mário

Duarte destaca a estratégia base que assenta na formação “on-job”

e o constante estímulo de interajuda dos 65 funcionários que

compõem a equipa.

Muitos chegaram sem nenhuma experiência, mas o forte sentido

didáctico do gerente mário Duarte permitiu-lhe formar uma equipa

atenta aos detalhes, gerando um espírito de partilha que se torna

numa mais valia, visível para o cliente.

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QuEm: empreGaDo De meSa/Bar

ondE: restaurantes e bares inseridos em estabelecimentos

hoteleiros, clubes, empresas de catering, cafetarias,

barcos de cruzeiro, entre outros.

VantagEns dE trabalhar Em rEstauração:

quantidade de postos de trabalho

Vasta aprendizagem

Desenvolvimento de competências inter-pessoais

Financeiramente apelativo: as gorjetas são mais um ordenado

e se tiver criatividade pode fazer extras para serviços privados

PErFil do EmPrEgado dE mEsa/bar

• Activo, cortês e dedicado

• Boa apresentação, higiene e postura

• Vontade de aprender – a melhor formação é aprender

com os colegas e chefes mais antigos

• Gostar do que faz (estar sempre com boa cara e satisfeito

é garantir a satisfação do cliente e uma boa gorjeta)

• Atrai e fixa os clientes, graças ao bom acolhimento, cortesia

dum serviço de mesa esmerado

• Aconselha a escolha de pratos e bebidas, pequenas

refeições e aperitivos• Pode executar serviços de buffets, banquetes, cocktails,

coffee-breaks e welcome drinks.

sErVir cOm ExcElêNcia

neste sentido, a formação hoteleira e turística em angola constitui uma premissa fundamental, por se tratar de políticas que permitem conferir competências técnico-profissionais e académicas às comu-nidades mais jovens, visando alavancar a qualidade na prestação dos serviços hoteleiros e turísticos.

mercado em franco crescimentoo conjunto da indústria Hoteleira e similares mostra, nos últimos anos, uma notável expansão, ao mesmo tempo que o turismo caminha para se tornar um sector indispensável para a diversificação da economia. actualmente, a indústria hoteleira e turística revela uma taxa de em-pregabilidade considerável e um crescente número de trabalhadores, de ambos os sexos. de acordo com os dados do governo, trabalham no sector hoteleiro e turístico 202 mil e 776 pessoas, sendo 53% do sexo masculino e 47% do sexo feminino.Mário duarte confessa com orgulho que tem recebido muitos elogios sobre os seus funcionários e destaca os traços de caracter fundamen-tais para o sucesso na profissão: ser cumpridor, diligente, discreto.Até 2020, o Executivo prevê gerar mais um milhão de postos de traba-lho, directos e indirectos, no sector da Hotelaria. o Plano director do Turismo de Angola, aprovado recentemente, prevê também, até ao referido período, arrecadar 4.7 biliões de dólares, e espera registar 4.6 milhões de turistas em todo o país, sendo a maioria angolana (60%). a previsão de construção de seis hotéis-escolas, nas províncias de benguela, da Huíla, do Huambo, de luanda, do Moxico e do Uíge, está também em linha com os projectos do Plano director do turismo de angola, em paralelo com o Plano nacional de desenvolvimento (Pnd).

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Professores com Paixão

desenvolveu um trabalho cujo título é “sistema de apoio ao serviço Nacional de saúde”. Qual a relevância que atribui à informática para a qualidade da prestação de cuidados de saúde?bem, essa questão é muito pertinente. se exis-te área da sociedade em que o uso da compu-tação pode passar de certa forma despercebi-do aos cidadãos é a da saúde, uma vez que o seu uso nem sempre é visível aos utentes. no entanto, dá um contributo muito importan-te, que advém da capacidade em gerir grandes quantidades de informação, em extrair padrões e conhecimentos mais significativos e em aumentar a eficácia das tecnologias de diagnós-tico e tratamento médico existentes, ou tornar possível o surgimento de novas tecnologias. tudo isto permite uma maior eficácia dos trata-mentos disponibilizados aos pacientes e um aumento da eficiência na prestação dos cuida-dos de saúde.Pode dizer-se que as pessoas tomam a maior parte destas possibilidades como tão funda-mentais que não se pensa na ciência e tec-nologia que as suportam. no entanto, a relevância da computação para a qualidade dos cuidados de saúde reveste-se de várias formas e é difícil enumerá-las todas aqui, mas posso apontar algumas,

como por exemplo a utilização de sistemas informáticos pelas entidades prestadoras de cuidados de saúde para auxiliar os pro-cessos de administração hospitalar, de ges-tão da informação, gestão de pacientes e de recursos humanos ou materiais. outra área fundamental é a do diagnóstico e imagem médicas, como ressonâncias e tacs. Pode-mos também referir os sistemas de infor-mação que apoiam a tomada de decisão médica, a telecirurgia, o apoio à medicina à distância e ao ensino médico. também existe uma influência indirecta, que se ma-nifesta na enorme utilidade da computação no apoio à investigação científica na área da saúde, que depois permite inovações significativas nos tratamentos médicos disponibilizados.

foi essa relevância que o levou a desenvolver um projecto para apoio às emergências médicas em angola?O Sistema Integrado de Emergências Médi-cas angolano, um projecto que, se imple-mentado, terá fortes impactos sociais, tem como objectivo melhorar o acesso aos servi-ços de emergência médica dos cidadãos, bem como optimizar os recursos hospitala-res e fornecer informações aos utentes e às entidades de saúde.

o sieMa foi desenvolvido não só motivado pela importância da computação para a qualidade do acesso e da prestação dos cuidados de emergência médica, mas também porque se identificou nesta área uma lacuna muito grave e prejudicial para utentes e para entidades hospitalares do nosso país.

considera que as autoridades angolanas compreendem o papel da informática nos principais domínios da nossa sociedade, designadamente na saúde? bem, esta compreensão tem conhecido avanços, mas é preciso fazer cada vez mais, porque a informatização pode melhorar os serviços que o estado presta aos cidadãos e, agora pensando no caso concreto da saúde, ajudar a salvar vidas. a nível governamental existem dois Ministérios, o da Ciência e Tec-nologia e o das telecomunicações e tecno-logias de informação, que se debruçam so-bre esta temática, o que mostra a percepção da relevância que a computação tem para a sociedade por parte das autoridades. no en-tanto, é preciso não só compreender o papel da computação, mas também que as autori-dades angolanas invistam no uso das tecno-logias de informação e comunicação para alavancar o desenvolvimento do país.

PROF. MaTEuS PaDOca caLaDO

“a iNfOrmatizaçãO ajuda a salVar Vidas”a acompanhar o crescimento económico e social angolano, as Tecnologias de comunicação e de informação (Tic) materializam a inovação e desenvolvimento do país. cada vez mais enraizadas nos jovens, estas competências são uma realidade imprescindível à formação académica e posterior empregabilidade. mateus padoca calado, Docente e chefe do Departamento de Ciências da Computação da Faculdade de Ciências da Universidade agostinho Neto, reflecte sobre a importância das Tic para o desenvolvimento de angola e vê com bons olhos o “triunfo da tecnologia” para o engrandecimento do Homem.

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a sociedade das tecnologias de comunicação e de informação veio substituir, pelo menos em parte, a sociedade industrial. como considera a forma pela qual angola tem lidado com esta mudança a nível global?essa passagem da sociedade industrial para a sociedade da informação não tem sido tran-quila. a mudança gera ansiedade nas pes-soas. Quem necessita de utilizar as tecnolo-gias no seu ambiente de trabalho nem sempre tem a visão da utilidade das tecnologias de informação e comunicação no contexto do desempenho das tarefas profissionais e ques-tiona se será prudente mudar. Por vezes tam-bém podem existir dificuldades na integração dessas tecnologias nas empresas e institui-ções. este facto resulta essencialmente da falta de comunicação, ou da implementação de sistemas que não são os mais adequados para as necessidades que deveriam suprir. daí a necessidade de ter profissionais da área da computação com sólida formação, capazes de trabalhar em grupo e com capacidades de relacionamento interpessoal.

Pensa que a “exclusão digital” é um problema para o país ou pensa que, de forma geral, essa é uma matéria que está salvaguardada? de momento ainda é um problema, que irá permanecer durante algum tempo, até por-que radica em questões e dificuldades mais profundas. basta recordarmo-nos da eleva-da taxa de analfabetismo da população, que por si só impossibilita a utilização concreta das tecnologias de informação e comunica-ção, e das dificuldades no acesso aos recur-sos e à internet. Projectos como o ‘Meu Kamba’ do Ministério da educação são uma boa iniciativa, que deve ser expandida a todo o país, especialmente nas áreas mais desfa-vorecidas. a exclusão digital deve ser a luta dos próximos anos. a minha esperança está nas gerações mais novas, que manifestam apetência pela utilização das novas tecnolo-gias, apesar de por vezes terem uma visão muito redutora acerca das mesmas, confun-dindo-as com as redes sociais. Penso que o estado deve ter um papel forma-dor, nomeadamente ao nível do ensino mé-dio, por exemplo implementando disciplinas ou conteúdos específicos para a temática da computação. também as Universidades que têm cursos nesta área do conhecimento po-dem ter um papel mais activo na divulgação da mesma, até porque assim conseguiriam motivar e cativar alunos do ensino médio para as suas licenciaturas.

de facto, muitos dos países com altos índices de desenvolvimento, como é o caso dos países escandinavos, apostaram fortemente nas

tecnologias de informação e de comunicação. Há algum modelo particular que considera poder servir de exemplo para angola?se por um lado penso que não há necessidade de inventar a roda, por outro lado cada país deve criar a sua solução. não podemos im-portar modelos que depois não são adequa-dos à nossa realidade social e económica. é imprescindível ter bem presente que a im-plementação de tecnologias da informação e comunicação assenta em bases concretas e, utilizando uma analogia, se as bases são tão diferentes, é perigoso construir dois edifícios iguais porque um deles vai acabar por ruir. considerando outra abordagem, devíamos aproveitar as pessoas que angola formou nesta área pelo mundo fora, que conhecem as soluções de diversos países, e juntar esfor-ços para criar o nosso modelo, aprendendo com a experiência dos outros países. Nin-guém conhece melhor do que nos, os proble-mas de angola nesta matéria para propor so-luções mais adequadas. temos que ter essa ambição.

a juventude angolana tem mostrado uma adaptação muito interessante à evolução das novas tecnologias. Esta adaptação poderá garantir que a sociedade angolana será, dentro de uma ou duas gerações, uma sociedade informatizada?diria que não podemos esperar tanto tempo. a informatização da sociedade angolana não depende apenas da adaptação dos jovens às

novas tecnologias, o que de facto é importante, mas também da motivação do tecido empre-sarial e económico, dos líderes nos vários sec-tores da sociedade, dos agentes do ensino, da vontade do governo em acelerar a informatiza-ção. Para informatização da nossa sociedade não basta comprar os computadores é preciso automatizar os processos das empresas e das instituições estatais. Por outro lado, temos que deixar de ser apenas consumidores importan-do tecnologias e passar a desenvolver local-mente os sistemas que precisamos.

Vê no apego dos mais jovens às novas tecnologias, um perigo para outras áreas do conhecimento, designada-mente para as áreas que integram o universo das ciências sociais?não, de forma alguma. as novas tecnologias apoiam outras áreas do conhecimento, como bem se sabe, são um facilitador e não um substituto dessas áreas. actualmente é inevi-tável o uso destas tecnologias nas ciências sociais. se por um lado o interesse dos jovens nos cursos da área das tecnologias de infor-mação e comunicação tem aumentado, o que se manifesta por exemplo no número cres-cente de candidatos aos cursos de engenha-ria informática da Faculdade de engenharia e Ciências da Computação da Faculdade de Ciências da UAN, por outro lado, o interesse nos cursos da área das Ciências Sociais é de longe o mais elevado em angola, e penso que assim continuará. O apego que os jovens têm em relação às novas tecnologias é enquanto consumidores finais das mesmas.

Projectos como o ‘Meu Kamba’ do Ministério da Educação são uma

boa iniciativa, que deve ser expandida a todo o país,

especialmente nas áreas mais desfavorecidas. a exclusão digital deve ser a luta dos próximos anos.

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Professores com Paixão

um docente universitário assume duas funções fundamentais: leccionar e investigar. Qual destas duas lhe dá mais prazer e porquê?não consigo decidir-me por uma ou outra, gosto de leccionar, gosto de investigar e no ensino superior ambas podem estar relacio-nadas. o interesse em descobrir soluções e divulgá-las através de artigos e conferên-cias, em responder aos desafios, está muito presente na investigação. investigar é uma actividade que me dá muito prazer, e que desenvolvi no Instituto de Ciência Aplicada e tecnologia da Universidade de lisboa no la-boratório de Modelação de agentes e no gUess. Por outro lado, gosto também muito de dar aulas, de procurar corresponder incutir nos alunos a vontade de aprender, de querer fazer melhor, enfim, acho que este lado huma-no que a leccionação tem é muito importante, mas também existe na investigação. aquela imagem antiga do investigador fechado num

laboratório a criar, a investigar, é completa-mente falsa actualmente. a investigação científica é feita em rede, trocam-se ideias, colabora-se com outros investigadores e isso é indispensável para o avanço da ciência.não posso deixar de salientar a importância da investigação para concretizar as esperanças e ambições da minha área da intervenção. Para que angola possa ter um papel no âmbito da tecnologia e para reduzir o défice de inovação que ameaça o nosso desenvolvimento tecno-lógico, há necessidade de se fazer uma aposta ainda mais forte e clara na investigação.

a universidade agostinho Neto (uaN), onde lecciona, é a mais prestigiada instituição de ensino em angola. como classifica a evolução da “sua” universidade ao longo dos últimos anos?a evolução tem sido positiva. a Uan tem vários indicadores que comprovam esta evolução. Por exemplo, temos mais docentes com o grau de doutor e Mestre; recebemos mais alunos e, como seria de esperar, mais alunos são licen-ciados pela Uan. este aumento no número de alunos só é possível devido às novas infra-estruturas que a Universidade tem no cam-pus de camama. Já existem cursos de mes-trado. temos dois doutorados pela Uan. existem cursos de agregação pedagógica que dão formação aos docentes nessa área.também tem sido feito um trabalho de divul-gação da Uan em eventos nacionais e inter-nacionais, por exemplo através da participa-ção na Feira do inventor e criador angolano, ou na Feira iena, na alemanha. na iena fo-ram submetidos os projectos sieMa e ango-compiler a concurso em 2014, e mereceu a distinção de 2 medalhas de bronze. existe um crescente envolvimento dos alu-nos com a Universidade agostinho neto através de actividades como o processo de exames de acesso em que, para além de contar com o apoio destes, a aplicação foi desenvolvida por docentes e alunos da Uan. isto faz com que haja uma maior interacção entre alunos e docentes. no entanto, existem várias oportunidades que devem ser aproveitadas, tais como au-mentar o número de docentes na área das ciências exactas que têm um grande défice de docentes, ou o aumento da investigação científica levada a cabo na Universidade.

relativamente aos alunos, embora constituam um universo muito diferenciado, pensa que, em termos gerais, compreendem bem o significado de frequentar um espaço de ensino superior?sim, de facto é perigoso fazer generaliza-ções, neste caso sob pena de ser injusto com alguns alunos, mas uma porção signi-ficativa de alunos não compreende as

Temos que deixar de ser

apenas consumidores

importando tecnologias

e passar a desenvolver

localmente os sistemas

que precisamos.

um professor inesquecível mateus padoca calado licenciou-se (2000) e obteve o grau de mestre (2006) em informática pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. Tem uma pós-graduação de Especialização em Informática

(2003) e é doutorado em Engenharia Informática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, portugal. mas em criança, mateus padoca calado tinha outros planos. “quando cresci queria ser médico,

mas ao terminar a 8ª classe, fui encaminhado para contabilidade no ensino médio. Nessa altura dava explicações de matemática aos meus colegas, mas não pensava em ser professor. esta paixão pelo ensino

nasceu quando frequentava a minha licenciatura na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e foi inspirada, penso mesmo que apoiada, pelo professor Hélder coelho. quando os professores conseguem

passar a paixão pelo conhecimento, pela ciência, de facto fazem muita diferença na vida dos alunos. É provável que não nos lembremos de todos os professores que tivemos, mas aqueles que nos inspiraram

não esquecemos.” com certeza é recordado por muitos alunos. No percurso de ensino, é docente na Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto desde 2008 e na Faculdade de Economia

desde 2010. Chefe do Departamento de Ciências da Computação da Faculdade de Ciências desde 2013, foi coordenador do curso de Ciências da Computação entre 2008 e 2013. Como docente também leccionou

na Escola Superior de Ciência e Tecnologia de Lunda Sul, Angola (2005-2006) e na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal (2001-2003). Mas é do curso de Ciências

da computação, recém-criado na universidade agostinho Neto, que mateus padoca calado fala com um entusiasmo especial. “Tem sido muito gratificante fazer este percurso na universidade agostinho

Neto e sentir que podemos fazer a diferença na formação de quadros nesta área do saber.”

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responsabilidades de frequentar o ensino superior. Não reflectiram sobre o porquê de lhes exigirmos mais rigor, um pensamento mais crítico, mais dinamismo e mais inte-resse em aprender e em inovar, em fazer di-ferente, em participar de forma construtiva. O nível de exigência é grande, e assim tem que ser. no ensino superior esperamos que os alunos dêem o seu melhor. Brevemente estarão integrados no mercado de trabalho, nós queremos formar bons profissionais, mas queremos também formar líderes.

Existem diferenças significativas entre os alunos que hoje frequentam a universidade e os que encontrou quando iniciou a sua vida como Professor?diferenças significativas, penso que não. a maior diferença não é nos alunos, mas sim no aumento da possibilidade de conseguirem informação mais diversificada, menos ba-seada nos livros. Por exemplo, muitas maté-rias dos cursos estão disponíveis na internet. os alunos podem também tirar partido das vantagens das redes sociais. a informação está disponível. no entanto, verifico que es-sas vantagens são pouco aproveitadas pelos alunos. também constato que existe um aumento da motivação prática para ter um diploma, quando deveria existir um grande interesse em aprender. digamos que parece que o foco está quase todo colocado no destino, e pou-co no caminho de aprendizagem imprescin-dível para chegar a esse destino, portanto, deixa-me triste ver os alunos andarem atrás do diploma e não do conhecimento.

Gostaria que partilhasse a sua visão sobre as consequências do “triunfo da tecnologia” para o ser humano. muitos pensadores e analistas, temem que o desenvolvimento tecnológico possa desumanizar as sociedades. crê que este receio tem algum fundamento ou, pelo contrário, não vê qualquer razão para se recear as transformações que a tecnologia traz?não devemos recear as transformações que a tecnologia trás. na minha opinião o desenvolvimento tecnológico não desuma-niza o Homem, apenas o Homem o pode fazer. Quando as pessoas culpam o desen-volvimento tecnológico, não assumem a responsabilidade que deveriam e estão a alienar a sua própria capacidade de contribuir para o bem da sociedade. a tecnologia trás as mudanças que o ser humano quiser, tem que se manter um es-pírito crítico em relação ao uso que se faz da tecnologia, mas essa preocupação existe desde que o Homem começou a re-flectir no assunto.

finalmente, acabo esta entrevista com um olhar sobre o futuro. adivinhar aquilo que a tecnologia nos poderá trazer é um exercício de ficção bastante complexo, embora empolgante. O Professor, como reconhecido especialista nas áreas das tecnologias de informação e de comunicação, consegue traçar-nos uma perspectiva daquilo que estas tecnologias se tornarão dentro de uma década?

na minha opinião, a criatividade humana não pára de nos surpreender. Quando se pensa que já se evoluiu tanto que não será possível inovar, mas apenas aperfeiçoar, a realidade mostra-nos que não é assim. como referiu, perspectivar o que o futuro nos pode trazer nesta área é um exercício de ficção. direccionando a atenção para as tecnologias de informação e comunica-ção, na minha opinião continuaremos a as-sistir a uma cada vez maior integração e interligação entre as várias tecnologias desta área. a mobilidade e ubiquidade se-rão mais acentuadas, os computadores de secretária serão quase uma excepção. a capacidade de processamento computa-cional aumentará exponencialmente com o uso de um novo paradigma de com-putação quântica. os termos terabytes, petabytes e eventualmente exabytes se-rão banalizados. a segurança informática será uma preocupação maior, em virtude de uma crescente conectividade. acredito que será aprofundada uma relação entre as pessoas e a tecnologia contribuirá para colmatar as nossas lacunas e as respos-tas que as tecnologias darão serão mais customizadas, feitas à medida das neces-sidades pessoais dos utilizadores que são bastante diferentes umas das outras. A bioinformática terá um ênfase crescen-te, e aqui aproveito para voltar a salientar a importância da computação para a área da saúde em aspectos como os computado-res controlados pela transmissão de pen-samento ou as neurociências que interli-gam computadores e cérebro humano.considerando a expansão e evolução das tecnologias e paradigmas existentes e as possibilidades que se abrem e que, acredi-to, serão surpreendentes, o crescimento é infinito.

a investigação científica é

feita em rede, trocam-se ideias,

colabora-se com outros

investigadores e isso é

indispensável para o avanço

da ciência.

inclusão digital premiada internacionalmente

a universidade agostinho Neto (uaN) foi distinguida com duas medalhas de bronze na categoria de instituição de ensino superior

na Feira ieNa 2014, mostra de tecnologia mundial, que decorreu na cidade

de Nuremberga, alemanha. um dos projectos medalhados

foi o ‘angocompiler, desenvolvido por adário muatalembe, Kissema eduardo e coordenado

pelos docentes lufialuiso Sampaio Velho e padoca calado.

este projecto promove a inclusão digital, facilita a qualificação de recursos humanos na área

de Ciências e aproxima os alunos desta categoria.Tecnicamente o angocompiler da u.a.N,

é um compilador de algoritmos para português, francês, inglês e línguas nacionais,

com tradução para Visual Basic e c#, sendo possível com o mesmo, a construção

de funções recursivas.

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26 | Jan. Fev. Mar. 2016 boletiM inForMatiVo PnFQ

a fErramENta QuE faz O futurOmuitos dos candidatos ao primeiro emprego têm formação em Ciências Sociais e Humanas. No entanto, a realidade laboral é outra e as ofertas de trabalho procuram valências diferentes. as vantagens dos cursos técnicos e profissionais são cada vez mais reais e respondem às exigências do mercado de trabalho angolano. Competências como matemática, Física, química, mecânica e construção civil são as mais requisitadas pelas empresas.

leonel bernardo, director nacional do trabalho e Formação Profis-sional (snFP) destaca a importância da Formação Profissional no panorama da empregabilidade angolana, argumentando com o facto dos profissionais formados no snFP responderem as exigências das empresas. O responsável do SNFP refere que as entidades empregadoras afirmam que os profissionais respondem aos desafios do sector privado e que nesta lógica de emprega-bilidade, é importante continuar a investir na formação profis-sional dos jovens angolanos para que a economia seja forte, competitiva e orientada para o crescimento.Para reforçar as necessidades do mercado de trabalho, leonel bernardo realça a complementaridade entre o MaPtss e o Med em que o cidadão pode obter os seus conhecimentos académicos, por via do sistema nacional do ensino e enriquecer a sua forma-ção, obtenção os conhecimentos práticos através da Formação Profissional.

a importância da Nova lei Geral do trabalhono novo documento legislativo existem aspectos que fomen-tam a formação profissional, como consta no 42º, da lei nº/2015 – lei geral do trabalho. na mesma lei, nomeadamente no ar-tigo 32º está previsto o contrato de aprendizagem e de estágio

dr. leonel Bernardodirector nacional do trabalHo e ForMação ProFissional

SiSTEMa naciOnaL DE FORMaçãO PROFiSSiOnaL

entrou eM vigor eM 1992

1998-2015: 500.415 MatriCulados 424.640 aPtos

cEnTROS DE FORMaçãO PROFiSSiOnaL

rede Pública: 174 (nas 18 províncias do país)

rede Privada: 595 (em quase todos os municípios do país)

1.253 formadores em pleno exercício no SNFp

+ de 45.000 postos formativos instalados

+ de 111 especialidades formativas

EmPrEGOs GEradOs Em 2014 e 2015sEctOrEs

dE actiVidadE EcONómica

2014 % 2015 %

Empresarialcomércio 84 785 28% 47 762 18%

agricultura 4 144 1% 26 506 10%Pescas 671 0% 1 527 1%

transportes 40 599 13% 70 459 27%Geologia e minas

i indústria 6 755 2% 20 675 8%

Energia e águas 57 349 19% 50 064 19%urbanismo

e construcção 19 078 6% 3 744 1%

Hotelaria e turismo 29 288 10% 16 371 6%

saúde 4 137 1% 5 160 2%Educação 20 059 7% 1 924 1%Empresas

de seguranças n.a n.a 15 539 6%

administração Pública e Outrosfuncionários

Públicos 30 396 10% 40 0%

Projectos de Geração de Emprego

9 416 3% 1 328 1%

total 306 677 261 099Fonte: GTME - Grupo Técnico para Tratamento dos Dados Numéricos sobre o Emprego

Formação Profissional

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EELias FranCisCo | 34 anOS formação: telecomunicaçõesEstágio: Empresa de instalação de centrais de dadosPosição actual: negócio próprio

david Kaninda | 30 anOSformação: telecomunicaçõesEstágio: velonet, Empresa de TelecomunicaçõesPosição actual: analista de redes

PauLo gomEs rosa | 32 anOSformação: ElectricidadeEstágio: barragem do LaúcaPosição actual: Odebrecht

WiLLiam PauLo João | 21 anOSformação: mecânica de manutenção industrial Estágio: barragem do LaúcaPosição actual: não obstante as boas propostas que recebeu para trabalhar em empresas do sector industrial, frequenta o curso Superior Engenharia Mecânica

“Durante o tempo que estive empregado, fiz poupanças, e estas serviram para um investimento de 235 mil kwanzas na aquisição do material necessário

para dar início ao meu negócio, melhorar a minha condição de vida e ainda

prestar um serviço útil à sociedade”

“A realização profissional está

a ser determinante para a minha vida,

e o CINFOTEC mudou a minha vida

e o meu futuro”

“Esta formação teve um grande impacto na minha vida, hoje tenho valor no mercado, porque o trabalho que sei fazer é importante. Este trabalho é a minha

fonte de rendimento e é decisivo para a minha vida”

dO ciNfOtEc Para a Vida rEal

Profissional. esta lei é um instrumento de regula-mentação das relações laborais cuja finalidade é pro-mover o mérito e consequentemente, um impacto positivo na produtividade e empregabilidade das empresas.formação reconhecidaexemplo de formação técnica e profissional que res-ponde às exigências do mercado de trabalho angolano, o cinFotec é uma instituição de formação que dispo-nibiliza uma oferta formativa em áreas técnicas como a mecânica, tecnologias da informação e da comuni-cação, ou a mecatrónica. equipado com tecnologia de última geração, o cinFotec já capacitou, desde a sua inauguração, largos milhares de técnicos, que trabalham actualmente no sector industrial nacional. neste contexto, esta instituição tem-se revelado um suporte fundamental para as em-presas angolanas e estrangeiras instaladas no país e para estas conseguirem alcançar elevados níveis de qualificação dos seus recursos humanos.

Page 28: Qualificar - Gov...iFaL huaMbO FORMOu 580 técNicOs Em 2015 boletiM inForMatiVo PnFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 5 DESEMPEnhO DO PnFQ rElatóriO dE mONitOrizaçãO o encontro de trabalho

cOlOcaçãO mais ráPida NO mErcadO dE trabalHO

2

Os cursOs técNicOs têm curta duraçãO, GEralmENtE a Partir dE 3 mEsEs

4

a cOmPONENtE Prática dE alGuNs cENtrOs dE fOrmaçãO é assEGurada atraVés dE ParcErias cOm EmPrEsas

5

SEja uM PROFiSSiOnaL DiFEREnciaDO

Os benefícios de uma formação Profissional ou técnico-Profissional:

cONsElHO PráticO:

o aluno ou formando deVe dedicar-se aos estudos. Se ele se empenhar e aproveitar todas as oportunidades oferecidas, será um profissional diferenciado e com mais possibilidades de entrar no mercado de trabalho.

fOrmar PrOfissiONais Para atENdEr camPOs EsPEcÍficOs dO mErcadO dE trabalHO

1

Em alGuNs casOs, Os OrdENadOs sãO suPEriOrEs Em rElaçãO aOs licENciadOs

3

COMISSÃO INTERMINISTERIAL DO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS

Quais Os rEQuisitOs E QualidadEs QuE Os EmPrEGadOrEs mais ValOrizam:

ForMação téCniCa CoMPetênCias eFeCtivas

(saBer Fazer) Pontualidade atitude Positiva haBilidade CoM CoMPutadores étiCa no traBalho