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ARAUTO | Sexta-feira, 15 de junho de 2018 03 Quando a razão de sorrir é o do outro FOTO ARAUTO Amar. No dicionário, ter amor, ser ena- morado. Ter sentimento mútuo de amor. Na vida, mais do que isso. Ser companheiro, ami- go, estar ao lado o tempo todo, cuidar. Anita da Silveira e Albino Carvalho redescobriram o amor há três anos. Ela viúva e ele separado da primeira esposa, os dois moram no Lar da Lena, em Rincão da Serra. Ali, almoçam jun- tos, conversam, tomam chimarrão, dançam. Essa última atividade, aliás, rendeu aos dois uma nova fase da vida. Foi num baile, dentro do próprio lar de idosos, que eles trocaram olhares e resolveram insistir numa relação mais próxima. Deu certo. Hoje, Albino, aos 71 anos, ajuda Anita, de 75, em quase tudo. Descasca as frutas, enche o chimarrão, alcança a escova de dente, faz companhia. E Anita adora. Mesmo na cadeira de rodas, a mãe de qua- tro filhos, avó de seis netos e bisavó de quatro bisnetos, não esconde o sorriso. Gosta de con- versar, de receber visita, de ser paparicada. Seu Albino também. Pai de uma filha e avó de uma neta, ele está no Lar da Lena há dez anos. É feliz. “Nunca pensei que ia arrumar uma namorada aqui”, confidencia ele, que não deixa de lado a alegria quando fala que responderia “sim” se a Anita o pedisse em casamento. “Eu também diria sim. O quanto antes, melhor”, dispara ela. O amor dos dois se fortalece a cada dia. Ligados pelo desejo de ser feliz, comparti- lham de alguns hobbies. Gostam de assistir novelas, filmes, de estarem próximos. Apesar da dificuldade em se locomover, Anita não perde um baile. Só fica com ciúmes de Albino caso ele dance com alguém. “Eu xingo, se precisar”, brinca ela. “Eu não tenho ciúmes”, acrescenta o aposentado, apaixonado pela companheira que a vida lhe deu. VAI TER FESTA O mês de junho é de pura alegria ao casal Anita e Albino. O dia 12 passou e foi o mo- mento de celebrar o Dia dos Namorados e de Santo Antônio, o santo casamenteiro. No fim do mês, além da festa junina - que será no dia 24 de junho - os dois fazem aniversário, em diferença de poucos dias. Assim, a festa da pipoca e do pinhão será também para cantar parabéns a eles, que já contam os dias para a festança. A animação, com certeza, será geral. FOI AMOR Anita e Albino já alcançaram uma boa idade. Tiveram filhos, formaram família e há alguns anos ganharam uma nova casa. Vivem esbanjando carisma e agradecendo a cada visita recebida no lar. Na terça-feira, quando o Jornal Arauto foi conversar com os dois, dona Anita até de maquiagem estava. Tudo para ficar bonita na foto. Alegres, eles contaram um pouco do amor que sentem, do baile que os uniu, do carinho recíproco entre um e outro e da felicidade que sentem estando juntos. “Por mim, este namoro não vai terminar”, disse ele. “Por mim também não”, arrematou Anita. Os emancipacionistas e o vigário ARQUIVO MUNICIPAL Mais uma aula de história que o vera-cruzense Angelo Hoff compartilha pelas redes sociais, na semana em que Vera Cruz comemorou seus 59 aniversários. Não apenas relembrou a co- ragem dos emancipacionistas (Jacob Blész, Arno Hepp, Alvino Schmitt, Ary Gruendling, Ilgo Henn, Norberto Wild e Armindo Losekann, secretariados por Osvaldo Kurz) e o episódio do plebiscito de novembro de 1958, que teve 1.198 votos SIM, 424 votos não, 4 votos em branco e 12 nulos. Mas trouxe um fato desconhecido por muitos. “A campanha do SIM e do NÃO seguia apertada naquele outubro de 1958, véspera do plebiscito. Os líderes emancipacionistas encontravam difi- culdades e resistências para angariar apoio da comunidade. Lideranças locais, comerciantes e industriários eram céticos quanto ao futuro de soberania e liberdade. Famílias se divi- diam quanto ao veredito, discussões acaloradas se davam em todos os espaços da Vila Teresa, o momento era decisivo, relatam ainda hoje os presenciadores da campanha. Neste contexto dividido, uma liderança resolve assumir posição e dar impulso à campanha do SIM. Uma liderança que, segundo os observadores da época, tinha poderes quase absolutistas, em uma sociedade conservadora e muito religiosa. O fato pitoresco é que o vigário da paróquia Santa Teresa, Cônego José Maria Kroetz, assume um lado e passa a fazer campanha pela emancipação na comunidade. Curioso, busquei detalhes com testemunhas da época e ouvi que a campanha dele não foi nada discreta, ao contrário. No púlpito, durante os sermões das celebrações das missas em todas as comunidades da pa- róquia, fazia apologia à emancipação e pedia apoio de toda a comunidade religiosa”, disse o filho do Prefeito. FOI NOTÍCIA HÁ 30 ANOS Na edição de 7 de ju- nho de 1988, um triste episódio foi notícia, ainda que a edição fosse comemorativa pelo aniversário de Vera Cruz. O faleci- mento do empresário Arcido Meert, em acidente de trânsi- to, deixou Vera Cruz de luto. Desportista conhecido na comuni- dade e idealizador da Arcido Auto Peças, ele deixou saudades . carinho

Quando a razão de sorrir Os emancipacionistas é o do outro ...admv2.sizing.com.br/projetos/arauto/images/PagMat/Pag056573/MAIS... · diam quanto ao veredito, discussões acaloradas

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ARAUTO | Sexta-feira, 15 de junho de 2018 03

Quando a razão de sorrir é o do outro

FOTO

ARA

UTO

Amar. No dicionário, ter amor, ser ena-morado. Ter sentimento mútuo de amor. Na vida, mais do que isso. Ser companheiro, ami-go, estar ao lado o tempo todo, cuidar. Anita da Silveira e Albino Carvalho redescobriram o amor há três anos. Ela viúva e ele separado da primeira esposa, os dois moram no Lar da Lena, em Rincão da Serra. Ali, almoçam jun-tos, conversam, tomam chimarrão, dançam. Essa última atividade, aliás, rendeu aos dois uma nova fase da vida. Foi num baile, dentro do próprio lar de idosos, que eles trocaram olhares e resolveram insistir numa relação mais próxima. Deu certo. Hoje, Albino, aos 71 anos, ajuda Anita, de 75, em quase tudo. Descasca as frutas, enche o chimarrão, alcança a escova de dente, faz companhia. E Anita adora.

Mesmo na cadeira de rodas, a mãe de qua-tro fi lhos, avó de seis netos e bisavó de quatro bisnetos, não esconde o sorriso. Gosta de con-versar, de receber visita, de ser paparicada. Seu Albino também. Pai de uma fi lha e avó de uma neta, ele está no Lar da Lena há dez anos. É feliz. “Nunca pensei que ia arrumar uma namorada aqui”, confi dencia ele, que não deixa de lado a alegria quando fala que

responderia “sim” se a Anita o pedisse em casamento. “Eu também diria sim. O quanto antes, melhor”, dispara ela.

O amor dos dois se fortalece a cada dia. Ligados pelo desejo de ser feliz, comparti-lham de alguns hobbies. Gostam de assistir novelas, fi lmes, de estarem próximos. Apesar da difi culdade em se locomover, Anita não perde um baile. Só fi ca com ciúmes de Albino caso ele dance com alguém. “Eu xingo, se precisar”, brinca ela. “Eu não tenho ciúmes”, acrescenta o aposentado, apaixonado pela companheira que a vida lhe deu.

VAI TER FESTAO mês de junho é de pura alegria ao casal

Anita e Albino. O dia 12 passou e foi o mo-mento de celebrar o Dia dos Namorados e de Santo Antônio, o santo casamenteiro. No fi m do mês, além da festa junina - que será no dia 24 de junho - os dois fazem aniversário, em diferença de poucos dias. Assim, a festa da pipoca e do pinhão será também para cantar parabéns a eles, que já contam os dias para a festança. A animação, com certeza, será geral.

FOI AMORAnita e Albino já alcançaram uma boa idade. Tiveram filhos, formaram família e há alguns anos ganharam uma nova casa. Vivem esbanjando carisma e agradecendo a cada visita recebida no lar. Na terça-feira, quando o Jornal Arauto foi conversar com os dois, dona Anita até de maquiagem estava. Tudo para ficar bonita na foto. Alegres, eles contaram um pouco do amor que sentem, do baile que os uniu, do carinho recíproco entre um e outro e da felicidade que sentem estando juntos. “Por mim, este namoro não vai terminar”, disse ele. “Por mim também não”, arrematou Anita.

Os emancipacionistas e o vigário

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Mais uma aula de história que o vera-cruzense Angelo Hoff compartilha pelas redes sociais, na semana em que Vera Cruz comemorou seus 59 aniversários. Não apenas relembrou a co-ragem dos emancipacionistas (Jacob Blész, Arno Hepp, Alvino Schmitt, Ary Gruendling, Ilgo Henn, Norberto Wild e Armindo Losekann, secretariados por Osvaldo Kurz) e o episódio do plebiscito de novembro de 1958, que teve 1.198 votos SIM, 424 votos não, 4 votos em branco e 12 nulos. Mas trouxe um fato desconhecido por muitos. “A campanha do SIM e do NÃO seguia apertada naquele outubro de 1958, véspera do plebiscito. Os líderes emancipacionistas encontravam difi-culdades e resistências para angariar apoio da comunidade. Lideranças locais, comerciantes e industriários eram céticos quanto ao futuro de soberania e liberdade. Famílias se divi-diam quanto ao veredito, discussões acaloradas se davam em todos os espaços da Vila Teresa, o momento era decisivo, relatam ainda hoje os presenciadores da campanha. Neste contexto dividido, uma liderança resolve assumir posição e dar impulso à campanha do SIM. Uma liderança que, segundo os observadores da época, tinha poderes quase absolutistas, em uma sociedade conservadora e muito religiosa. O fato pitoresco é que o vigário da paróquia Santa Teresa, Cônego José Maria Kroetz, assume um lado e passa a fazer campanha pela emancipação na comunidade. Curioso, busquei detalhes com testemunhas da época e ouvi que a campanha dele não foi nada discreta, ao contrário. No púlpito, durante os sermões das celebrações das missas em todas as comunidades da pa-róquia, fazia apologia à emancipação e pedia apoio de toda a comunidade religiosa”, disse o filho do Prefeito.

FOI NOTÍCIA HÁ 30 ANOS

Na edição de 7 de ju-nho de 1988, um triste episódio foi notícia, ainda que a edição fosse comemorativa pelo aniversário de Vera Cruz. O faleci-mento do empresário Arcido Meert, em acidente de trânsi-to, deixou Vera Cruz de luto. Desportista conhecido na comuni-dade e idealizador da Arcido Auto Peças, ele deixou saudades .

carinho