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4 Brasília, terça-feira, 13 de novembro de 2007 • CORREIO BRAZILIENSE POLÍTICA Mais uma prova de fogo para Renan Calheiros QUEBRA DE DECORO Conselho de Ética votará amanhã dois dos três processos contra o senador alagoano. Pareceres pela cassação podem ir a plenário dia 22 C M Y K C M Y K C omo de hábito, o aniversário da República passará sem que as autoridades se dêem ao trabalho de co- memorar a passagem com a solenidade que merece. E o esquecimento da Proclamação da República não é solitário. Jogar datas importantes no arquivo morto virou esporte nacional. É incompreensível, por exemplo, que o Brasil não comemore com entusiasmo, em todo dia 8 de maio, o aniversário da vitória dos aliados contra o nazi-fas- cismo na Segunda Guerra Mundial. O descaso com datas relevantes de nossa história tem raí- zes nos anos 70 do século passado, quando os governos mili- tares buscavam apropriar-se dos símbolos patrióticos. Sur- giu daí, como forma de uma suposta resistência antiditato- rial, certa tendência historiográfica marcada pelo niilismo e pela negação pura e simples do que seria a história dita ofi- cial do Brasil. Numa esdrúxula aliança do pensamento libe- ral com o petismo acadêmico, humanizar os personagens de nosso passado transformou-se em expediente para ridicula- rizá-los e caricaturizá-los. Em qualquer país, e em qualquer período, a história é fei- ta por homens e mulheres cheios de defeitos e fraquezas. O que isso permite concluir? Nada. Países com elevada auto- estima (expressão tão ao gosto do presidente da República) não voltam as costas a seus heróis a pretexto de dissecá-los criticamente. Também por uma razão simples: conhecer e valorizar os símbolos que ficaram para trás é essencial para reduzir o custo embutido na ultrapassagem dos obstáculos que estão pela frente. Um bom exemplo é a República. Os críticos habitua- ram-se nos últimos anos a vender a idéia de que ela teria sido apenas produto de um golpe de mão, dado inclusive com o apoio de ex-senhores de escravos amuados com a Abolição de um ano an- tes. E ponto final. Ati- ra-se com isso no bura- co negro das coisas in- servíveis mais de um século de luta republi- cana, anterior inclusi- ve à Independência. Há 119 anos, o poder imperial era removido e instalava-se a Repúbli- ca. Regime que só se completou na Revolu- ção de 1930, quando o voto praticamente uni- versalizou-se e as elei- ções deixaram de ser decididas no bico de pe- na. É verdade, porém, que institutos da Repú- blica Velha (1889-1930) subsistem entre nós, mesmo que com nomes diferentes. A Comissão de Verificação de Poderes, por exemplo, está bem viva nos conselhos de ética e nos processos de perda de mandato por quebra de decoro. Hoje, como ontem, outorga-se à maioria parlamentar o poder de amputar, desde que lhe convenha (e à opinião pú- blica), mandatos populares obtidos legitimamente na urnas. Mas esse e outros pequenos defeitos da República brasi- leira não devem nos levar a reduzir sua importância. Não se inventou até hoje mecanismo melhor de governo do que consultar periodicamente a sociedade sobre como, afinal, deve ser conduzida a coisa coletiva. Sempre haverá, por cer- to, quem discorde do que a maioria decidiu. Paciência. A maioria pode até errar. Mas, estatisticamente, é sempre me- lhor que decidam mais do que menos. Isso foi também o que concluiu o povo brasileiro no ple- biscito de 14 anos atrás, quando rejeitou a volta da monar- quia e manteve o presidencialismo. Foi uma nova proclama- ção da República. Mais uma. Resistente, essa moça. Por mais que falem mal dela, sempre que o eleitor é chamado para julgá-la ela se sai bem. Quem sabe essas repetidas manifestações de apreço do cidadão pelo seu direito de escolher livremente os chefes de Estado e de governo não sensibilizam nossas autoridades? Seria bom. Até porque, convenhamos, o risco maior que cor- remos não é interpretar erradamente os símbolos de nossa história, mas — como dito no início desta coluna — vê-los desaparecerem na sombra do esquecimento. Volto às comemorações do Dia da Vitória. Está na hora de fazer com que deixem de ser apenas festas dos próprios pracinhas e de seus familiares. Até porque, convenhamos, O tempo implacável fará chegar o dia em que, infelizmen- te, não mais teremos entre nós remanescentes da heróica participação brasileira na Segunda Guerra Mundial. Será uma pena se no dia em que os pracinhas não mais estive- rem aqui a memória daquela gloriosa jornada de luta dos brasileiros tiver partido com eles. NAS ENTRELINHAS por Alon Feuerwerker E quando não houver pracinhas? e-mail [email protected] SERÁ UMA PENA SE NO DIA EM QUE OS PRACINHAS NÃO MAIS ESTIVEREM AQUI A MEMÓRIA DAQUELA GLORIOSA JORNADA DE LUTA DOS BRASILEIROS TIVER PARTIDO COM ELES FERNANDA ODILLA DA EQUIPE DO CORREIO O Conselho de Ética da Câ- mara analisa hoje o parecer do deputado José Carlos Araújo (PR-BA), relator do processo contra o deputado Olavo Ca- lheiros (PMDB-AL). O relator Câmara vota caso Olavo Paulo H. Carvalho/CB - 30/10/07 EDSON LUIZ DA EQUIPE DO CORREIO O destino do presidente li- cenciado do Senado, Re- nan Calheiros (PMDB- AL), começa a ser decidi- do amanhã, dia marcado pelo presidente do Conselho de Ética da Casa, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), para serem votados dois dos três processos contra o senador. O primeiro, relatado pe- lo senador Jefferson Péres (PDT- AM), analisa a compra de duas emissoras de rádio por Renan, enquanto que seu colega João Pedro (PT-AM) entrega o relató- rio sobre suposto favorecimento da cervejaria Schincariol. On- tem, o presidente interino do Se- nado, Tião Viana (PT-AC), disse que quer definir uma agenda pa- ra a votação dos pareceres. Ele afirmou que, caso sejam votados nesta quarta-feira, poderá levá- los à plenário no dia 22. Jefferson Péres pode ter volta- do a Brasília com pelo menos um esboço do que será seu pare- cer, enquanto que João Pedro aguardava documentos do Insti- tuto Nacional de Seguro Social (INSS) para complementar seu relatório, mas promete entregá- lo nesta quarta-feira. Hoje, Péres deve ouvir as últimas três impor- tantes testemunhas do caso, que são o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB) e os em- presários Sérgio Luiz Ferreira e Nazário Pimentel, respectiva- mente ex-diretor e ex-dono de O Jornal, que teria sido comprado por Renan em sociedade com seu ex-aliado e hoje desafeto, o usineiro João Lyra. Os dois relatores estão evi- tando comentar seus parece- res. Enquanto Péres dá sinais de que pode acusar Renan de ter quebrado o decoro parla- mentar, João Pedro fala apenas dos papéis que analisou, sem de- monstrar quais serão os rumos de seu relatório. Ao mesmo tem- po, o presidente interino do Se- nado procura dar prosseguimen- to aos processos contra Renan, que dependerá mais do Conse- lho de Ética da Casa. Segundo Tião Viana, não haverá objeção de sua parte para que o plenário analise os processos, que só se- guem esse ritual se os votos do Conselho forem pela cassação. “Estou fazendo um apelo para que dia 22 tenhamos essa deci- são”, afirmou Viana. Depois destes dois processos, restará apenas o que está sendo relatado pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE). Ele apura o envolvimento do presidente li- cenciado do Senado com a libe- ração de verbas, depois de o es- quema ter sido denunciado à Polícia Federal por um advoga- do. Almeida Lima, que é aliado de Renan, já deu sinais de que poderá pedir o arquivamento do processo, também investigado pela Polícia Federal, mas ainda sem ter indícios de ligações de Renan com o caso. Mas os problemas do senador alagoano não vão parar por aí. Um outro processo espera no Conselho de Ética do Senado. É o que apura supostas espionagens a mando de Renan contra sena- dores de Goiás. Almeida Lima ainda não definiu quando ele se- rá colocado em votação e nem foi determinado quem será seu relator. De todos os processos respondidos por Calheiros, o que está sendo relatado por Jefferson Péres é onde Renan corre maior risco de cassação. Nos demais, relatados por João Pedro e Al- meida Lima, as chances de o se- nador ser absolvido são altas. faz mistério sobre seu voto. Mas quem acompanhou a in- vestigação de Araújo garante que faltam provas contra o de- putado, irmão do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “Não há absolutamente nada de concreto contra o Olavo”, afir- ma Moreira Mendes (PPS-RO), que participou de praticamen- te todas as audiências com o relator. Acusado de quebra de deco- ro em representação do PSol, Olavo Calheiros é suspeito de tráfico de influência em favor da fábrica de cervejas Schin- cariol, bem como de envolvi- mento em fraudes de licitação com a construtora Gautama. Além de apresentar emendas favorecendo a construtura, o deputado teria usado o cargo para livrar a cervejaria de dívi- das de mais de R$ 100 milhões junto ao INSS. De acordo com a Schinca- riol, a dívida está sendo ques- tionada. Refere-se a uma em- preiteira, contratada para fa- zer uma obra para a cervejaria, que não quitou o débito com ela. A Schincariol foi classifi- cada como devedora solidária. O documento repassado pela Receita Federal ao relator José Carlos Araújo está sendo man- tido sob sigilo absoluto. Pode ser esse o único item do rela- tório que compromete Olavo Calheiros. Araújo descarta que a compra da fábrica foi super- faturada, bem como que a cer- vejaria seja inativa. ESTOU FAZENDO UM APELO PARA QUE DIA 22 TENHAMOS ESSA DECISÃO Tião Viana (PT-AC),presidente interino do Senado ❛❛ ❛❛ PARA VIANA, PROSSEGUIMENTO DOS PROCESSOS CONTRA RENAN DEPENDERÁ DO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO A - 4 A - 4 Cobertura de ofertas válidas para preços praticados por concessionárias Volkswagen do Distrito Federal e publicadas nos jornais da cidade. Financiamento sujeito à aprovação cadastral.Validade 17/11/2007. SIA TRECHO 4 - 2107 1717 WWW.BRAVESA.COM.BR GOL E FOX COM PRONTA ENTREGA E BÔNUS IMPERDÍVEIS. POLO, BORA E JETTA COM BANCO DE COURO GRÁTIS. TAXAS ESPECIAIS COM ZERO DE ENTRADA EM ATÉ 72 MESES E A 1ª PRESTAÇÃO, VOCÊ SÓ PAGA DEPOIS DO CARNAVAL.

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4 • Brasília, terça-feira, 13 de novembro de 2007 • CORREIO BRAZILIENSE

POLÍTICA

Mais uma prova de fogopara Renan Calheiros

QUEBRA DE DECOROConselho de Ética votará amanhã dois dos três processos contra osenador alagoano. Pareceres pela cassação podem ir a plenário dia 22

C M Y K C M YK

C omo de hábito, o aniversário da República passarásem que as autoridades se dêem ao trabalho de co-memorar a passagem com a solenidade que merece.E o esquecimento da Proclamação da República não

é solitário. Jogar datas importantes no arquivo morto virouesporte nacional. É incompreensível, por exemplo, que oBrasil não comemore com entusiasmo, em todo dia 8 demaio, o aniversário da vitória dos aliados contra o nazi-fas-cismo na Segunda Guerra Mundial.

O descaso com datas relevantes de nossa história tem raí-zes nos anos 70 do século passado, quando os governos mili-tares buscavam apropriar-se dos símbolos patrióticos. Sur-giu daí, como forma de uma suposta resistência antiditato-rial, certa tendência historiográfica marcada pelo niilismo epela negação pura e simples do que seria a história dita ofi-cial do Brasil. Numa esdrúxula aliança do pensamento libe-ral com o petismo acadêmico, humanizar os personagens denosso passado transformou-se em expediente para ridicula-rizá-los e caricaturizá-los.

Em qualquer país, e em qualquer período, a história é fei-ta por homens e mulheres cheios de defeitos e fraquezas. Oque isso permite concluir? Nada. Países com elevada auto-estima (expressão tão ao gosto do presidente da República)não voltam as costas a seus heróis a pretexto de dissecá-loscriticamente. Também por uma razão simples: conhecer evalorizar os símbolos que ficaram para trás é essencial parareduzir o custo embutido na ultrapassagem dos obstáculosque estão pela frente.

Um bom exemplo é a República. Os críticos habitua-ram-se nos últimos anos a vender a idéia de que ela teriasido apenas produto de um golpe de mão, dado inclusivecom o apoio de ex-senhores de escravos amuados com aAbolição de um ano an-tes. E ponto final. Ati-ra-se com isso no bura-co negro das coisas in-servíveis mais de umséculo de luta republi-cana, anterior inclusi-ve à Independência.

Há 119 anos, o poderimperial era removido einstalava-se a Repúbli-ca. Regime que só secompletou na Revolu-ção de 1930, quando ovoto praticamente uni-versalizou-se e as elei-ções deixaram de serdecididas no bico de pe-na. É verdade, porém,que institutos da Repú-blica Velha (1889-1930)subsistem entre nós,mesmo que com nomesdiferentes. A Comissãode Verificação de Poderes, por exemplo, está bem viva nosconselhos de ética e nos processos de perda de mandato porquebra de decoro.

Hoje, como ontem, outorga-se à maioria parlamentar opoder de amputar, desde que lhe convenha (e à opinião pú-blica), mandatos populares obtidos legitimamente na urnas.

Mas esse e outros pequenos defeitos da República brasi-leira não devem nos levar a reduzir sua importância. Não seinventou até hoje mecanismo melhor de governo do queconsultar periodicamente a sociedade sobre como, afinal,deve ser conduzida a coisa coletiva. Sempre haverá, por cer-to, quem discorde do que a maioria decidiu. Paciência. Amaioria pode até errar. Mas, estatisticamente, é sempre me-lhor que decidam mais do que menos.

Isso foi também o que concluiu o povo brasileiro no ple-biscito de 14 anos atrás, quando rejeitou a volta da monar-quia e manteve o presidencialismo. Foi uma nova proclama-ção da República. Mais uma. Resistente, essa moça. Por maisque falem mal dela, sempre que o eleitor é chamado parajulgá-la ela se sai bem.

Quem sabe essas repetidas manifestações de apreço docidadão pelo seu direito de escolher livremente os chefes deEstado e de governo não sensibilizam nossas autoridades?Seria bom. Até porque, convenhamos, o risco maior que cor-remos não é interpretar erradamente os símbolos de nossahistória, mas — como dito no início desta coluna — vê-losdesaparecerem na sombra do esquecimento.

Volto às comemorações do Dia da Vitória. Está na horade fazer com que deixem de ser apenas festas dos própriospracinhas e de seus familiares. Até porque, convenhamos,O tempo implacável fará chegar o dia em que, infelizmen-te, não mais teremos entre nós remanescentes da heróicaparticipação brasileira na Segunda Guerra Mundial. Seráuma pena se no dia em que os pracinhas não mais estive-rem aqui a memória daquela gloriosa jornada de luta dosbrasileiros tiver partido com eles.

NAS ENTRELINHAS

por Alon Feuerwerker

E quando não houver pracinhas?

e-mail [email protected]

SERÁ UMA PENA SENO DIA EM QUE OSPRACINHAS NÃOMAIS ESTIVEREMAQUI A MEMÓRIADAQUELA GLORIOSAJORNADA DE LUTADOS BRASILEIROSTIVER PARTIDO COM ELES

FERNANDA ODILLADA EQUIPE DO CORREIO

O Conselho de Ética da Câ-mara analisa hoje o parecer dodeputado José Carlos Araújo(PR-BA), relator do processocontra o deputado Olavo Ca-lheiros (PMDB-AL). O relator

Câmara votacaso Olavo

Paulo H.Carvalho/CB - 30/10/07EDSON LUIZDA EQUIPE DO CORREIO

Odestino do presidente li-cenciado do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB-AL), começa a ser decidi-

do amanhã, dia marcado pelopresidente do Conselho de Éticada Casa, Leomar Quintanilha(PMDB-TO), para serem votadosdois dos três processos contra osenador. O primeiro, relatado pe-lo senador Jefferson Péres (PDT-AM), analisa a compra de duasemissoras de rádio por Renan,enquanto que seu colega JoãoPedro (PT-AM) entrega o relató-rio sobre suposto favorecimentoda cervejaria Schincariol. On-tem, o presidente interino do Se-nado, Tião Viana (PT-AC), disseque quer definir uma agenda pa-ra a votação dos pareceres. Eleafirmou que, caso sejam votadosnesta quarta-feira, poderá levá-los à plenário no dia 22.

Jefferson Péres pode ter volta-do a Brasília com pelo menosum esboço do que será seu pare-cer, enquanto que João Pedroaguardava documentos do Insti-tuto Nacional de Seguro Social(INSS) para complementar seurelatório, mas promete entregá-lo nesta quarta-feira. Hoje, Péresdeve ouvir as últimas três impor-tantes testemunhas do caso, quesão o governador de Alagoas,Teotônio Vilela (PSDB) e os em-presários Sérgio Luiz Ferreira eNazário Pimentel, respectiva-mente ex-diretor e ex-dono de OJornal, que teria sido compradopor Renan em sociedade comseu ex-aliado e hoje desafeto, ousineiro João Lyra.

Os dois relatores estão evi-tando comentar seus parece-res. Enquanto Péres dá sinaisde que pode acusar Renan deter quebrado o decoro parla-mentar, João Pedro fala apenasdos papéis que analisou, sem de-monstrar quais serão os rumosde seu relatório. Ao mesmo tem-

po, o presidente interino do Se-nado procura dar prosseguimen-to aos processos contra Renan,que dependerá mais do Conse-lho de Ética da Casa. SegundoTião Viana, não haverá objeçãode sua parte para que o plenárioanalise os processos, que só se-guem esse ritual se os votos doConselho forem pela cassação.“Estou fazendo um apelo paraque dia 22 tenhamos essa deci-

são”, afirmou Viana.Depois destes dois processos,

restará apenas o que está sendorelatado pelo senador AlmeidaLima (PMDB-SE). Ele apura oenvolvimento do presidente li-cenciado do Senado com a libe-ração de verbas, depois de o es-quema ter sido denunciado àPolícia Federal por um advoga-do. Almeida Lima, que é aliadode Renan, já deu sinais de que

poderá pedir o arquivamento doprocesso, também investigadopela Polícia Federal, mas aindasem ter indícios de ligações deRenan com o caso.

Mas os problemas do senadoralagoano não vão parar por aí.Um outro processo espera noConselho de Ética do Senado. É oque apura supostas espionagensa mando de Renan contra sena-dores de Goiás. Almeida Limaainda não definiu quando ele se-rá colocado em votação e nemfoi determinado quem será seurelator. De todos os processosrespondidos por Calheiros, o queestá sendo relatado por JeffersonPéres é onde Renan corre maiorrisco de cassação. Nos demais,relatados por João Pedro e Al-meida Lima, as chances de o se-nador ser absolvido são altas.

faz mistério sobre seu voto.Mas quem acompanhou a in-vestigação de Araújo garanteque faltam provas contra o de-putado, irmão do presidentelicenciado do Senado, RenanCalheiros (PMDB-AL). “Nãohá absolutamente nada deconcreto contra o Olavo”, afir-ma Moreira Mendes (PPS-RO),que participou de praticamen-te todas as audiências com orelator.

Acusado de quebra de deco-ro em representação do PSol,

Olavo Calheiros é suspeito detráfico de influência em favorda fábrica de cervejas Schin-cariol, bem como de envolvi-mento em fraudes de licitaçãocom a construtora Gautama.Além de apresentar emendasfavorecendo a construtura, odeputado teria usado o cargopara livrar a cervejaria de dívi-das de mais de R$ 100 milhõesjunto ao INSS.

De acordo com a Schinca-riol, a dívida está sendo ques-tionada. Refere-se a uma em-

preiteira, contratada para fa-zer uma obra para a cervejaria,que não quitou o débito comela. A Schincariol foi classifi-cada como devedora solidária.O documento repassado pelaReceita Federal ao relator JoséCarlos Araújo está sendo man-tido sob sigilo absoluto. Podeser esse o único item do rela-tório que compromete OlavoCalheiros. Araújo descarta quea compra da fábrica foi super-faturada, bem como que a cer-vejaria seja inativa.

ESTOU FAZENDO UM APELO PARA QUE DIA 22 TENHAMOS

ESSA DECISÃO

Tião Viana (PT-AC), presidente interino do Senado

❛❛

❛❛PARA VIANA, PROSSEGUIMENTO DOS PROCESSOS CONTRA RENAN DEPENDERÁ DO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO

A - 4A - 4

Cobertura de ofertas válidas para preços praticados por concessionárias Volkswagen do Distrito Federal e publicadas nos jornais da cidade. Financiamento sujeito à aprovação cadastral.Validade 17/11/2007.

SIA TRECHO 4 - 2107 1717WWW.BRAVESA.COM.BR

GOL E FOX COM PRONTAENTREGA E BÔNUSIMPERDÍVEIS.

POLO, BORA E JETTACOM BANCO DE COUROGRÁTIS.

TAXAS ESPECIAIS COM ZERODE ENTRADA EM ATÉ 72 MESESE A 1ª PRESTAÇÃO, VOCÊ SÓPAGA DEPOIS DO CARNAVAL.