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Queixa-Crime Agora veremos a queixa-crime. Novamente precisaremos do quadro para entendermos melhor. A queixa-crime é uma ação promovida pelo particular. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá- lo caberá intentar a ação privada. O próprio código irá dizer quando a queixa será aplicada. Novamente verificar o final do artigo ou capítulo. Tipos de Ação Penal Privada: Propriamente dita: envolve os crimes contra a honra [Código Penal]. -Calúnia [dica: C de CRIME] Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.

Queixa Crime e Resposta a Acusação

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Page 1: Queixa Crime e Resposta a Acusação

Queixa-CrimeAgora veremos a queixa-crime.Novamente precisaremos do quadro para entendermos melhor.

A queixa-crime é uma ação promovida pelo particular. 

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.

O próprio código irá dizer quando a queixa será aplicada. Novamente verificar o final do artigo ou capítulo. 

Tipos de Ação Penal Privada:

Propriamente dita: envolve os crimes contra a honra [Código Penal].

-Calúnia [dica: C de CRIME]Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.Fere a honra objetiva [imagem de uma pessoa diante da sociedade].

-Difamação [dica: diFAMAção]Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.Inclusive fato verdadeiro. Fere a honra objetiva.

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-Injúria:Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.Fere a honra subjetiva [pessoal]. Geralmente são xingamentos.

Personalíssima:Ocorre apenas em um caso.CP:Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior.Se o cônjuge morrer, ninguém poderá substitui-lo na ação. O prazo é o de 6 meses.

Subsidiária da Pública:   É o caso do art. 29 do CPP.Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Ou seja, esta ação caberá caso o MP restar inerte dentro do prazo legal. O MP perderá a titularidade da ação. Mesmo assim, ainda poderá ser interveniente adesivo obrigatório, isto é, irá acompanhar a ação.

É preciso, ainda, verificar os casos de perempção no CPP. 

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

Requisitos da queixa:-Fato criminoso-Qualificação do acusado-Classificação do crime-Rol de testemunhas

Ob. pode haver procurador com poderes especiais.

Hipóteses de rejeição da queixa [CPP]:

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Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Agora vejamos um modelo:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de _______________

Se houver IP colocar aqui.Pular de 10 linhas

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado à ______________, n.º___, por seu advogado que esta subscreve (mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 30 do Código de Processo Penal, apresentar Queixa-Crime em face de nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado à ______________, n.º___, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

1. DOS FATOSNarrar o problema sem inventar dados. 

2. DO DIREITOMostrar o preenchimento dos requisitos legais para a queixa.

3. PEDIDOSAnte o exposto, requer a V. Senhoria que a presente queixa-crime seja recebida e autuada, determinando-se a citação do querelado, requerendo desde já sua condenação nas penas previstas no art. ___ do CP, para que seja processado nos termos do art. ___ do CP, por ser medida de justiça.Requer ainda que sejam arroladas as seguintes testemunhas:1.2.3.Neste ato, o querelante junta comprovante de recolhimento das custas iniciais nos termos da Lei Estadual.

Nestes termos,pede deferimento.

Local e data

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AdvogadoOAB n.

Resposta à AcusaçãoHoje veremos a peça processual Resposta à Acusação.Mas, antes disso, precisamos entender um pouco do procedimento, para saber em que momento aplicá-la.

Lembretes:O IP é dispensável. Está baseado no art. 4o a 23, CPP e art. 144, CF.A ação penal está baseada no art. 24 a 62, CPP, art. 106 a 106, CP e art. 129, CF.O juiz poderá rejeitar liminarmente a ação penal nos termos do art. 395 do CPP.A maior parte da doutrina e jurisprudência entendem que se o juiz não rejeitar liminarmente a ação penal, ocorrerá automaticamente a interrupção da prescrição [STJ: HC 119226 e 138089; art. 117, I, CP].O início do processo se dá com a citação válida.A citação está prevista no art. 351 a 369 do CPP; súmula 351 e 366 do STF; súmula 415 e 455 do STJ.

Resposta à Acusação

Você saberá que vai haver resposta à acusação quando houver processo, não houver sentença, muito menos trânsito em julgado. 

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

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Peça: apenas uma.Dica: quando houver um prazo, uma peça. Quando houver dois prazos, duas peças.

Competência:-Juiz de Direito - Justiça Comum Estadual-Juiz Federal - Justiça Comum Federal [art. 109, CF]-Vara Criminal [crimes comuns]-Vara do Júri [crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, ou a eles conexos; art. 5o, XXXVIII, d, CF e art. 74, CP]Dica: juiz de direito - comarca; juiz federal - subseção judiciária

Fundamentação-Vara criminal - art. 396-A, CPP.-Vara do juúri - art. 406, CPP.

Prazo: 10 dias do dia após a citação [súmula 710 do STF e art. 798, §1o, CPP].Começa-se a contar do próximo dia útil seguinte.Conta-se sábado e domingo, prazo corrido.

Teses:-Preliminares: afronta a princípio constitucional ou à letra da lei, nulidades.-Mérito: são as hipóteses de absolvição sumária.

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Pedidos:-Pedir absolvição sumária com fundamentação.-Arrolar testemunhas: 8 para o rito ordinário e do júri; 5 para o rito sumário [para cada fato imputado na inicial acusatória].

Exemplo:X roubou 4 cd's de uma loja especializada, custando 25 reais cada. Duas testemunhas presenciaram o fato. Devolveu os cd's. Foi citado e denunciado.

Endereçamento:Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de ________Previsão legal: art. 396-A.

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Teses:Não há tese preliminar.Há tipicidade formal [155, caput] ms nào há tipicidade material [não causou prejuízo à vítima], portanto, o fato é atípico, sendo furto insignificante.Assim, ele será absolvido sumariamente.

Pedidos:-Absolvição sumária.-Oitiva das testemunhas cujo rol segue abaixo.Ob. mesmo que o problema não traga testemunhas, escreva "nome, qualificaçào".