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Artigo Foto: Drawlio Joca Foto: Secretaria de Imprensa – SEEB/CE A classe trabalhadora quer debater o futuro do Brasil com o governo e os empresários. Chega de medidas paliati- vas! Está mais do que na hora de traçar estratégias de longo prazo para todos os setores da economia, independentemente da crise econômica do momento. Crises, sabemos todos, são cíclicas e a próxima será sempre a mais grave de todas as que já foram registradas. Os trabalhadores, eternos reféns dos efeitos das crises financeiras inter- nacionais, como a última, que começou com a quebradeira de bancos nos EUA e na Europa em 2008, exigem que suas propostas sejam levadas em consideração pelo governo federal. Queremos mais que a manutenção dos empregos. Queremos continuar o processo de distribuição de renda via massa salarial e a valorização do trabalhador, iniciados no governo do ex-presidente Lula. É preciso proteger a indústria na- cional, justifica o governo quando divulga medidas para estimular a economia, au- mentar a competitividade e a produtividade das empresas. Com este argumento, aos poucos e sem alarde, o governo já atendeu várias das 101 medidas que a CNI propôs alegando que é preciso modernizar as re- lações trabalhistas. Entre as medidas que o governo já concedeu estão benefícios fiscais, redução de custos para contratar e financiamento mais barato. Os empresários parecem ignorar que o Brasil só passou pela crise porque houve fortalecimento do mercado interno, especialmente via valorização do salário mínimo, conquistado depois de muita pressão e mobilização capitaneadas pela CUT, durante o governo do ex-presidente Lula. Concordamos que é preciso proteger nossa indústria e garantir o emprego e apoiamos os estímulos tributários e financiamentos mais baratos, entre outros, desde que o objetivo seja priorizar o Brasil e levar em consideração os interesses da classe trabalhadora. O que não admitimos é que a classe trabalhadora não receba do governo o mesmo tratamento dado aos empresários. Digo isto porque a pauta de reivindicações da classe trabalhadora, até agora, ainda não foi levada em consideração pelo governo. Para nós, a crise econômica internacional serve de desculpa para o governo engavetar todas as propostas. Já para os empresários, serve para atender várias reivindicações. Enquanto isso, os trabalhadores esperam, desde 1º de maio deste ano, que o governo cumpra a promessa que fez, em praça pública, de isenção de imposto de renda a PLR - Participação nos Lucros e Resultados. O fim do Fator Previdenciário é outra reivindicação dos trabalhadores que não faz parte das prioridades da equi- pe econômica. A Câmara dos Deputados está pronta para votar e aprovar, mas por pressão do governo federal, a pauta saiu, mais uma vez, da ordem do dia. Os trabalhadores são protagonistas do processo de desenvolvimento do País e exigem participar da discussão sobre os rumos da economia. Queremos atuar diretamente no processo de decisão e não ser atores indiretos ou ignorados. Vagner Freitas Presidente da CUT Nacional Queremos negociar com transparência e seriedade Decon, Procon e PF vão multar bancos por descumprimento da Lei de Segurança Bancária Durante audiência de conciliação, dia 10/12, apenas o Banrisul levou cronograma de adequação (pág. 3) Funcionários do BNB debatem ponto eletrônico Na última quarta-feira, 12/12, o Sindicato dos Bancários realizou uma reunião com os funcionários do BNB, no Passaré, para debater questões específicas do ponto eletrônico. Na ocasião, os funcionários puderam tirar suas dúvidas e levantar questionamentos a respeito do sistema de Registro Eletrônico de Ponto (REP), implantado pelo Banco no último dia 26/11 (pág. 4) • MTE quer reversão das demissões no Santander. As dispensas imotivadas reabrem as discussões a respeito da ratificação da Convenção 158 da OIT (pág. 2 e 3) • Alunos elogiam curso preparatório ao concurso do BB. A iniciativa do Sindicato é uma parceria com o Master Concursos e reúne mais de 60 participantes (pág. 2) • Sindicato protocola mais três lotes para execução da ação do Anuênio do Banco do Brasil. Valor total das causas já supera os R$ 2 mi (pág. 5) • Reunião do GT Saúde do Trabalhador debate destino do superávit do Saúde Caixa. As discussões estão previstas no acordo coletivo 2012-2013 dos empregados da CEF (pág. 6)

Queremos bancos por descumprimento da Lei de ... - SEEB/CE · • Alunos elogiam curso preparatório ao concurso do BB. A iniciativa do Sindicato é uma parceria com o Master Concursos

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Page 1: Queremos bancos por descumprimento da Lei de ... - SEEB/CE · • Alunos elogiam curso preparatório ao concurso do BB. A iniciativa do Sindicato é uma parceria com o Master Concursos

Artigo

Foto: Drawlio Joca

Foto: Secretaria de Imprensa – SEEB/CE

A classe trabalhadora quer debater o futuro do Brasil com o governo e os empresários. Chega de medidas paliati-vas! Está mais do que na hora de traçar estratégias de longo prazo para todos os setores da economia, independentemente da crise econômica do momento. Crises, sabemos todos, são cíclicas e a próxima será sempre a mais grave de todas as que já foram registradas.

Os trabalhadores, eternos reféns dos efeitos das crises fi nanceiras inter-nacionais, como a última, que começou com a quebradeira de bancos nos EUA e na Europa em 2008, exigem que suas propostas sejam levadas em consideração pelo governo federal. Queremos mais que a manutenção dos empregos. Queremos continuar o processo de distribuição de renda via massa salarial e a valorização do trabalhador, iniciados no governo do ex-presidente Lula.

É preciso proteger a indústria na-cional, justifi ca o governo quando divulga medidas para estimular a economia, au-mentar a competitividade e a produtividade das empresas. Com este argumento, aos poucos e sem alarde, o governo já atendeu várias das 101 medidas que a CNI propôs alegando que é preciso modernizar as re-lações trabalhistas. Entre as medidas que o governo já concedeu estão benefícios fi scais, redução de custos para contratar e fi nanciamento mais barato.

Os empresários parecem ignorar que o Brasil só passou pela crise porque houve fortalecimento do mercado interno, especialmente via valorização do salário mínimo, conquistado depois de muita pressão e mobilização capitaneadas pela CUT, durante o governo do ex-presidente Lula. Concordamos que é preciso proteger nossa indústria e garantir o emprego e apoiamos os estímulos tributários e fi nanciamentos mais baratos, entre outros, desde que o objetivo seja priorizar o Brasil e levar em consideração os interesses da classe trabalhadora.

O que não admitimos é que a classe trabalhadora não receba do governo o mesmo tratamento dado aos empresários. Digo isto porque a pauta de reivindicações da classe trabalhadora, até agora, ainda não foi levada em consideração pelo governo. Para nós, a crise econômica internacional serve de desculpa para o governo engavetar todas as propostas. Já para os empresários, serve para atender várias reivindicações.

Enquanto isso, os trabalhadores esperam, desde 1º de maio deste ano, que o governo cumpra a promessa que fez, em praça pública, de isenção de imposto de renda a PLR - Participação nos Lucros e Resultados. O fi m do Fator Previdenciário é outra reivindicação dos trabalhadores que não faz parte das prioridades da equi-pe econômica. A Câmara dos Deputados está pronta para votar e aprovar, mas por pressão do governo federal, a pauta saiu, mais uma vez, da ordem do dia.

Os trabalhadores são protagonistas do processo de desenvolvimento do País e exigem participar da discussão sobre os rumos da economia. Queremos atuar diretamente no processo de decisão e não ser atores indiretos ou ignorados.

Vagner Freitas Presidente da CUT Nacional

Queremos negociar com

transparência e seriedade

Decon, Procon e PF vão multar bancos por descumprimento da

Lei de Segurança Bancária

Durante audiência de conciliação, dia 10/12, apenas o Banrisul levou cronograma de adequação (pág. 3)

Funcionários do BNB debatem ponto eletrônicoNa última quarta-feira, 12/12, o Sindicato

dos Bancários realizou uma reunião com os funcionários do BNB, no Passaré, para debater

questões específi cas do ponto eletrônico. Na ocasião, os funcionários puderam tirar

suas dúvidas e levantar questionamentos a respeito do sistema de Registro Eletrônico de Ponto (REP), implantado pelo Banco no último

dia 26/11 (pág. 4)

• MTE quer reversão das demissões no Santander. As dispensas imotivadas reabrem as discussões a respeito da ratifi cação da Convenção 158 da OIT (pág. 2 e 3)

• Alunos elogiam curso preparatório ao concurso do BB. A iniciativa do Sindicato é uma parceria com o Master Concursos e reúne mais de 60 participantes (pág. 2)

• Sindicato protocola mais três lotes para execução da ação do Anuênio do Banco do Brasil.

Valor total das causas já supera os R$ 2 mi (pág. 5)

• Reunião do GT Saúde do Trabalhador debate destino do superávit do Saúde Caixa. As discussões estão previstas no acordo coletivo 2012-2013 dos empregados da CEF (pág. 6)

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Home Page: www.bancariosce.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Telefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996 – Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará

Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: José Eduardo Marinho – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JPEstagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfi ca – Tiragem: 11.500 exemplares

FORMAÇÃO

AUDIÊNCIA

O sistema financeiro nacional gerou 2.876 novos empregos en-tre janeiro e setembro de 2012, o que representa uma queda de 84,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Embora pequeno, o saldo posi-tivo deve-se às contratações dos bancos públicos. Nas instituições privadas, houve fechamento de 7.286 postos de trabalho nos primeiros nove meses do ano, não contabilizadas aí as mais de duas mil demissões efetuadas pelo Santander em dezembro.

A rotatividade de mão-de-obra continua sendo utilizada pelos bancos para reduzir os salários. Nos primeiros três tri-mestres de 2012, o salário médio dos trabalhadores contratados foi 38,65% inferior ao dos desliga-dos. E as mulheres continuam ganhando menos que os homens nas instituições financeiras.

Essas são as principais con-clusões extraídas do cruzamento das demonstrações financeiras dos bancos de janeiro a setembro com os resultados da 15ª edição da Pesquisa de Emprego Ban-cário, realizada trimestralmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeco-nômicos (Dieese), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Mi-nistério do Trabalho e Emprego.

Entre janeiro e setembro, os bancos desligaram 32.073 traba-lhadores e contrataram 34.949, o que resulta na criação das 2.876 vagas. No mesmo período do ano passado, no entanto, o saldo positivo de empregos nos bancos foi de 18.167 postos. Foi uma queda brusca de 84,2%. Os bancos foram responsáveis por apenas 0,6% do 1,25 milhão de novos empregos gerados pela economia brasileira nos primei-ros nove meses de 2012.

“É inadmissível que o setor

Geração de emprego tem queda de 84,2% no

setor fi nanceiro

financeiro, particularmente o que mais lucra nesse País, esteja entre os que menos gera emprego e renda, contrariando a postura do governo federal de promo-ver o desenvolvimento social”, analisa o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra. “É justamente por isso que uma de nossas principais bandeiras de luta é a proteção ao emprego bancário, com condições dignas de traba-lho”, complementa.

As informações do Caged aqui disponibilizadas mostram apenas a evolução do emprego no setor de atividade e não por empresa, já que este dado é mantido em sigilo pelo Ministério do Trabalho. As demonstrações contábeis dos bancos, porém, mostram que as instituições fi-nanceiras públicas apresentam saldo positivo de emprego nos três trimestres do ano e que o fechamento de postos de traba-lho está concentrado nos grandes bancos privados, especialmente no Itaú Unibanco.

“A sociedade brasileira não pode aceitar que os bancos privados, que são o setor mais rentável da economia, boicotem os esforços do governo e dos outros setores de incentivar o crescimento econômico, a ge-ração de emprego e a inclusão social. Essa postura irresponsável e mesquinha contribui para a concentração da riqueza num País que já é um dos 12 mais desiguais do planeta”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, informando que a entidade já encaminhou ofício ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, solicitando audiência para discutir o processo de rees-truturação no sistema financeiro, buscando medidas para garantir a proteção do emprego dos ban-cários e a defesa dos interesses da sociedade brasileira.

Rotatividade reduz sa-

lários – De acordo com a pesqui-sa Contraf-CUT/Dieese, a remu-neração média dos trabalhadores admitidos foi de R$ 2.693,79 e a dos desligados de R$ 4.390,87 nos primeiros três trimestres – uma diferença de 38,65%. Na econo-mia brasileira como um todo, a diferença entre a média salarial dos contratados é 7% inferior à média salarial dos demitidos. “Isso demonstra claramente mais uma vez a estratégia cruel dos bancos de utilizar a rotatividade para reduzir a despesa de pessoal”, critica Carlos Eduardo.

“Essa é uma política extre-mamente prejudicial à categoria, porque além de rebaixar a mé-dia salarial deixa os bancários permanentemente em tensão por medo de demissões. Isso é uma violência, porque o sistema financeiro não enfrenta nenhuma dificuldade. Pelo contrário, só os cinco maiores bancos registraram um lucro líquido de R$ 36 bilhões nos primeiros nove meses do ano”, critica Carlos Cordeiro.

A análise do saldo de empre-gos por faixa de remuneração deixa mais clara essa política dos bancos. O resultado foi positivo apenas para as faixas até três salá-rios mínimos, enquanto as faixas salariais acima desse patamar apresentaram saldos negativos. O maior saldo aconteceu na faixa de remuneração entre dois a três mínimos, que teve crescimento de 17.521 vagas.

Mulheres discriminadas – A pesquisa Contraf-CUT/Dieese também demonstra com clareza a discriminação que as mulheres sofrem nos bancos. A média salarial das bancárias desligadas (R$ 3.759,23) é 24,5% inferior à dos bancários (R$ 4.978,38) que saíram. As mulheres já entram nos bancos ganhando menos que os homens. O salário médio delas, no ingresso, é de R$ 2.322,88 e o dos homens de R$ 3.031,86 – uma diferença de 23,4%.

EVOLUÇÃO DO EMPREGO BANCÁRIO

Bancos dez/11 mar/12 jun/12 set/12

Banco do Brasil 113.810 113.404 113.996 114.480 670

Caixa Econômica 85.633 86.983 89.085 89.737 4.104

Bradesco 104.684 105.102 104.531 104.100 -440

Itaú 98.258 96.294 92.517 90.427 -7.831

Santander 54.602 55.053 54.918 55.120 518

HSBC Bank* 21.776 ____ 23.052 ____ 1.276

Citibank** 6.767 6.133 6.124 6.102 -440

Total 440.530 440.745 440.223 440.018 -2.512

Fonte: Demonstrações Financeiras dos Bancos | Elaboração: Dieese - Rede Bancários*O HSBC publica apenas relatórios semestrais. ** O Citibank não fornece o número de empregados em seu Relatório de Administração. O dado utilizado por retirado do Ranking dos 50 maiores bancos publicado pelo Banco Central do Brasil.

Saldo dez/11-set/12

Curso promovido pelo Sindicato ganha destaque entre

“concurseiros”

Ministério do Trabalho propõe suspender demissões do Santander

em todo PaísEm audiência de mediação

ocorrida na quinta-feira (13/12) entre a Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de São Paulo com o Santander, em Brasília, o secre-tário de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias, propôs a suspensão das demissões efetua-das em dezembro, conforme liminar concedida no TRT-SP, e abrir um processo de diálogo e negociação coletiva, resguardando as medi-das já tomadas pelas entidades sindicais.

O advogado Alencar Rossi, representante do banco espanhol, fi cou de consultar a instituição sobre a proposta apresentada e encami-nhar uma resposta ao MTE. A partir da manifestação do banco, o Minis-tério convocará uma nova audiência entre as partes nos próximos dias.

A reunião foi realizada após carta enviada no último dia 5/12 pela Contraf-CUT ao ministro do Trabalho e Emprego.

Os dirigentes sindicais ressalta-ram que ocorreram demissões em massa em todo País, sem qualquer discussão prévia e sem nenhuma justifi cativa, sobretudo diante do lucro gerencial de R$ 4,7 bilhões até setembro, que representa 26% do resultado mundial do banco. Mais de mil funcionários foram dispensados às vésperas do Natal, muitos com mais de 10 anos de casa, oriundos de bancos adquiridos e próximos da aposentadoria. O representante do Santander disse que não é possível reverter as dispensas.

Messias salientou o esforço do

MTE para combater a rotatividade, reafi rmando o compromisso assu-mido pelo ministro Brizola Neto, durante a 14ª Conferência Nacional dos Bancários, em Curitiba. O se-cretário do Ministério anunciou que as demissões do Santander foram denunciadas ao Ponto de Contato Nacional (PCN).

MPT – Em audiência de me-diação no Ministério Público do Trabalho, solicitada pela Contraf-CUT e realizada na quarta-feira (12/12), em Brasília, a procuradora regional do Trabalho da 10ª Região, Ana Cristina Tostes Ribeiro, solicitou ao Santander o detalhamento das informações sobre as demissões efetuadas em novembro e dezembro em todo País, bem como cópia das informações prestadas mensalmen-te ao Cadastro Geral de Emprega-dos e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em 2012. O advogado do Santander repetiu o discurso do banco de que as demissões ocorri-das estão “dentro da normalidade”, informando que foram mil dispensas em dezembro e que não haverá outras nesse mês.

A Contraf-CUT defendeu a re-versão de todos os desligamentos ocorridos em dezembro e cobrou a abertura de um processo de negociação sobre emprego com o Santander. Não foi marcada nova audiência de mediação no MPT por causa da posição intransigen-te do Santander, que não aceitou discutir a reversão das dispensas efetuadas.

Em parceria com o Master Con-cursos, o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEBCE/CE) promove, desde o dia 15 outubro, um curso preparatório para o concurso do Banco do Brasil. As aulas aconte-cem na sede da entidade e reúnem mais de 60 alunos nas noites de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h e sábado, de 8h às 11h. A Se-cretaria de Formação do Sindicato já sinaliza que organizará outros cursos de interesse da categoria.

Segundo a diretora do Sin-dicato e titular da secretaria, Iêda Marques, cerca de 80% dos alunos já é bancário. “Esta par-ceria foi mais uma iniciativa do Sindicato em favor da categoria. Além da defesa pelos direitos dos trabalhadores, também é papel da entidade promover a qualifi cação do público bancário. A intenção é realizar outros cursos, como de segurança e previdência, no decorrer do próximo ano”, afi rma.

Diana Rodrigues, aluna do curso, elogia o nível das aulas: “Já tentei outros concursos e, em relação aos outros cursos que já fi z, esse está sendo muito bom, o nível está ótimo. Está sendo muito proveitoso apesar do pouco tempo que tenho para estudar”, conta. A colega advogada Anne Gabriele, mais experiente em concursos na

área do Direito, também elogia a qualidade das aulas e destaca o desempenho dos professores. “Os professores são muito bons, dão as aulas conforme o esperado. Essa iniciativa foi excelente porque, imagina, um curso que custa R$ 900 ,00 e a gente pagar R$ 300,00 e pouco?”, diz.

Por conta da parceria, bancá-rios sindicalizados e seus depen-dentes tiveram acesso a descontos especiais no valor do curso: 30% para sindicalizados e 20% para dependentes. As aulas vão até dia 8/1 e a prova acontece no dia 13/1.

Anne Gabriele

Diana Rodrigues

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. 3Estatuto de Segurança Bancária DISPENSAS IMOTIVADAS

NOTAS

Demissões no Santander reabrem debate sobre Convenção 158 da OIT

“A conclusão que nós chega-mos é: vamos fiscalizar. O que nos compete é fazer cumprir o Estatuto. Não adianta mais reu-nião nem novos prazos. Vamos fiscalizar de acordo com o que diz a lei”. Essa foi a decisão ta-xativa anunciada pela Secretária Executiva do Decon/CE, Ann Celly Sampaio, ao final da terceira reunião sobre a adequação dos bancos ao Estatuto de Segurança Bancária de Fortaleza, quando os bancos deveriam apresentar os prazos que necessitariam para cumprir a lei. Apenas o Banrisul apresentou seu cronograma.

No último dia 12/11, durante a segunda reunião, ficou esta-belecido um prazo de 20 dias para que os bancos respondes-sem, por escrito, como iriam se adequar à lei. O Estatuto prevê vários itens de segurança, mas nessa reunião ficou definido que os bancos teriam que fazer, prioritariamente, a instalação de portas de segurança, biombos, câmeras de monitoramento in-terno e externo, vigilantes no autoatendimento e que os trans-portes de valores não sejam no mesmo horário do expediente ao público.

“O papel do Decon é cumprir o Estatuto de Segurança Bancária. Concordei em tentar esse papel conciliador, mas sempre disse: a lei está aí e tem que ser cumprida e nós vamos fazer cumprir a lei”, completou Ann Celly Sampaio esclarecendo que agora não há mais margem para se discutir a viabilidade da lei, mas o seu efetivo cumprimento.

Um dos itens mais questio-nados pelos representantes dos bancos foi a viabilidade de um horário alternativo para o trans-porte de valores. Entretanto, a titular da Delegacia de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal (Delesp), doutora Elisa Maria, esclareceu que um parecer da PF afirma que em nenhum momento o Estatuto de Segu-

Bancos não se pronunciam e Decon/CE decide

intensifi car fi scalização

rança contraria a lei 7.102/83 e que esses novos elementos não entram em conflito com os itens obrigatórios presentes na lei federal.

“Existe uma lei que diz que ninguém pode fumar em ambiente fechado e as pessoas cumprem, inclusive nos bancos, e a lei de proibição do celular, por exemplo, gera multa porque não é cumprida? A responsabili-dade é dos bancos. Sequer uma cópia da lei, item simples que consta no Estatuto, nós estamos encontrando nas unidades. É por isso que se faz necessário nós partirmos para o próximo passo: a fiscalização e a exigência do cumprimento da lei”, con-cluiu o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.

O secretário titular do Procon Municipal, João Ricardo Vieira, analisou que a época de debates sobre a lei já passou e não faz sentido realizar reuniões para os bancos discutirem o que po-dem e o que não podem fazer. “A Abance e a Febraban, como representantes dos bancos, fo-ram convocadas para todos os debates quando da elaboração da lei, mas não compareceram. Aquele era o momento adequa-do de levar pareceres técnicos, mostrar inviabilidades. Hoje, passado todo o período legal de adequação, não há mais o que argumentar. O caminho agora é cumprir a lei e o nosso papel é fiscalizar seu cumprimento e nós vamos fazer isso”, afirma.

Participaram da reunião pelos bancos representantes do Banrisul, Santander, BNB, BB e Bradesco. Itaú, Caixa e HSBC não mandaram representação.

Além dos bancos, comparece-ram pela Polícia Federal, a delega-da Elisa Maria; Procon municipal, secretário João Ricardo Vieira; o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Acrísio Sena (PT); Antônio Carlos Azevedo

Costa, pelo Ministério Público do Ceará e um representante da empresa Nordeste Segurança.

O Estatuto – O projeto da Lei de Segurança Bancária, o Estatuto Municipal de Segu-rança Bancária, foi iniciativa do Sindicato dos Bancários do Ceará diante do preocupante cenário de insegurança bancária. A proposta foi aprovada pela Câmara Municipal de Fortaleza. O Sindicato avalia que algumas agências da capital cearense avançaram quanto à adequação ao Estatuto, mas nenhuma está cumprindo plenamente todos os itens da Lei.

O que diz a lei – A partir da data em que a Lei nº 9.910 foi publicada no Diário Oficial do Município (25/6), os bancos tiveram 120 dias para se adequar às exigências. O prazo legal terminou no 25/10 e o Sindicato constatou que os bancos ainda hoje continuam descumprindo as exigências da Lei. O descumpri-mento do Estatuto de Segurança Bancária pode acarretar sanções que vão desde advertência, pas-sando por aplicação de multa e chegando à cassação do alvará. A multa varia de R$ 100 mil, na primeira infração, até R$ 200 mil em caso de reincidência.

O que exige a Lei – En-tre os pontos da Lei que são obrigatórios aos bancos estão: porta giratória com detector de metais, biombos e divisórias nos caixas e no autoatendimento, bloqueador de sinal de telefo-nia móvel, fachada blindada, sistema de monitoramento e gravação eletrônica em tempo real, coletes à prova de bala para os vigilantes e proibição do uso de capacetes e outros acessórios (óculos escuros, bonés, toucas, dentre outros) que atrapalhem a identificação das pessoas dentro das agências.

Foto: Drawlio Joca

Ao deferir liminar solicitada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, que suspendeu as demissões do Santander na base territorial da entidade, a desembargadora Rilma Hemetério, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (capital e região metropolitana de São Paulo), referiu-se à Convenção 158 da Or-ganização Internacional do Trabalho (OIT) que coíbe dispensas imotivadas por parte do empregador.

Segundo a juíza, o fato de grande parte dos países europeus, inclusive a Espanha, serem signatários dessa convenção, impede que as empresas promovam demissões em massa.

É o que o banco espanhol tem feito no Brasil. Desde segunda-feira 3/12, a instituição fi nanceira admitiu que fez mil desligamentos no País, mas, segundo levantamento da Contraf-CUT, as dispensas podem já ter chegado a 2 mil. “Somente no Ceará foram onze demissões em uma semana. Tudo isso foi feito sem nenhuma comunicação às entidades representantes dos bancários”, informa o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Eugênio Silva.

Em sua decisão, a desembar-gadora afirmou que, embora os trabalhadores brasileiros não contem com essa garantia, o emprego deve ser visto como um direito social, es-tabelecido pela Constituição.

A Convenção 158 – A ratifi -cação da Convenção 158 da OIT é uma das principais bandeiras do movimento sindical brasileiro. A me-dida obriga as empresas a justifi car a necessidade das demissões. Isso signifi ca que o empregador deve provar, com dados do balanço da empresa, a impossibilidade de manter os postos de trabalho.

Atitude que abre canal de diá-logo com a entidade representativa dos trabalhadores e a possibilidade, inclusive, de se chegar a alternativas que evitem as demissões. Impede, portanto, medidas unilaterais e autoritárias como a adotada pelo Santander.

“Mesmo diante de crises, como a que passa a Europa, os trabalhadores de países signatários da 158 têm proteção no que se refere a dispen-sas”, reforça o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício.

“O que o Santander está fazendo aqui é prática antissindical. E que essa vitória dos bancários de São Paulo sirva de referência para as entidades de outros estados e outras

categorias”, disse destacando que a aprovação da Convenção 158 no País faz parte da pauta de lutas da CUT.

João Felício lembra que a legislação brasileira protege direi-tos trabalhistas importantes com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas por outro lado não apresenta mecanismos para impe-dir a rotatividade que, segundo ele, é muito alta no País. “Aqui não há lei protetora do emprego, e essa lei seria a 158. Por não sermos signa-tários, a rotatividade, uma agressão aos direitos humanos, permanece alta no Brasil”.

“Hoje no Brasil, principalmente no sistema fi nanceiro, o índice de rotatividade no emprego é muito alto. Os bancos demitem aqueles funcionários com salários mais altos, com mais tempo de serviço e contratam outro para fazer o mesmo trabalho ganhando praticamente a metade do que era pago ao trabalha-dor antigo. Isso precariza o trabalho bancário e nós precisamos de uma medida protetiva no País”, explica Eugênio Silva.

Legislativo – A ratifi cação da Convenção 158 da OIT foi enviada como mensagem do Executivo ao Legislativo em 2008, no governo do presidente Lula. A Mensagem nº 59/2008 tramita na Câmara dos Deputados. Ela foi rejeitada pelos parlamentares nas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Na-cional e na de Trabalho, de Adminis-tração e Serviços Público e tramita agora na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), onde recebeu parecer favorável do relator, deputado Ricardo Berzoini (PT/SP). O parecer ainda não foi votado pelos demais deputados que compõem a CCJC.

Na Espanha – A coordenadora por parte dos trabalhadores na mesa de negociação com o Santander, Rita Berlofa, destaca que o grupo Santander não demite na Espanha, apesar da crise, mas demite no Brasil, em que pese o País ser responsável por 26% do lucro global do grupo. Segundo ela, não há, portanto, jus-tifi cativa para as demissões no País, onde a empresa lida com resultados excelentes. “Acreditamos que o corte de milhares de postos de trabalho deva-se à necessidade de remessa de lucros para a Espanha. Lá não há demissões porque existe mais proteção aos empregos, por isso o Santander quer demitir aqui. Não vamos aceitar”, conclui.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) esclarece o atendimento bancário em relação aos feriados do fi m de ano. Nos feriados nacionais dias 25/12 (Natal) e 01/01 (Dia Mundial da Paz) os bancos fecham. Já no dia 31/12 não haverá atendimento ao público. No dia 24/12 os bancos abrem somente até às 12h.

Funcionamento dos bancos durante o Natal e o Ano Novo

A população pode utilizar os canais alternativos de atendimento para realizar operações bancárias, como caixas eletrônicos, Internet e correspondentes. As contas de consumo (água, luz, telefone e TV a cabo, por exemplo) e os carnês que vencerem nestas datas poderão ser pagas no próximo dia útil (26/12 e 02/01), sem a incidência de multa.

O Coral do Sindicato dos Bancários do Ceará se apresentará na sexta-feira, 21/12, às 19h, no Teatro da Caixa Cultural, como parte da programação do Natal em Canto. Se apresentarão ainda os corais da ACEA, AFABEC, BS PAR, CERBRAS, MARISOL, Rachel de Queiroz (Quixadá), além do Quarteto de Cordas Daleruan e a banda Designo. A entrada é franca. A Caixa Cultural fi ca na Avenida Pessoa Anta, 287 (Praia de Iracema).

Coral do Sindicato se apresenta na Caixa Cultural

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ocaSindicato quer negociar com

BNB pendências específi casO Sindicato dos Bancários do

Ceará realizou na última quarta-feira, dia 12/12, uma reunião com os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, no Passaré, para debater questões específi cas da implantação do ponto eletrônico. O sistema de Registro Eletrônico do Ponto (REP) foi implantado no BNB no último dia 26/11 e está previsto na Portaria 1510, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Desde a sua implantação, o sistema tem gerado uma série de dú-vidas por parte dos funcionários, mas queremos lembrar que esse sistema de REP não é fruto de acordo com o Sindicato nem com a Contraf-CUT. Ele é uma decisão de gestão do Ban-co”, esclarece o diretor do SEEB/CE e coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino. Ele completa afi rmando que o Sindicato quase chegou a assinar um acordo específi co do ponto eletrônico há alguns anos atrás, mas diante da portaria do governo, o Banco recuou. “O ponto que nós defendemos se baseava no travamento do sistema ao fi nal da jornada de trabalho. Era diferente desse que aí está e previa, inclusive, a fl exibilização em casos

de exceção”, explica.Tomaz ressaltou ainda que o

princípio maior do Sindicato é a de-fesa da jornada de seis horas, uma conquista histórica dos bancários. “Nós não defendemos extrapolação de jornada, o que nós queremos é concurso público e convocação de mais funcionários. Extrapolação de jornada deve ser paga. Agora, como sempre, estamos abertos à negociação e se o Banco apresentar uma proposta de compensação de horas extras, nós iremos analisar e vamos submeter ao funcionalismo

em assembleia para que tomem a decisão fi nal”, disse.

“Se o funcionalismo lotado no Passaré está descontente com a realidade que aí está não há outra saída a não ser pressionar o Banco. Só com mobilização e pressão para o Banco atender nossas reivindica-ções, sempre foi assim. E nós vamos pressionar e cobrar da direção do BNB que negocie e que se posicione a respeito dos problemas que surgiram com a implantação do ponto eletrô-nico por ato exclusivo de gestão do Banco”, fi naliza Tomaz.

Na segunda-feira, 10/12, o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) realizou plenária com os benefi ciários da Ação de Equiparação das Funções em Comissão do BNB às do BB. O objetivo foi atualizar as informações sobre o andamento do processo judicial e lançar um folder informativo sobre os quase 25 anos de espera dos benefi ciários.

A juíza da 3ª Vara da Justiça do Trabalho do Ceará, que está à frente do processo, determinou ao Sindicato refazer os cálculos com base nas tabelas ofi ciais disponibilizadas, por via judicial, pelo Banco do Brasil e do BNB – já que os cálculos iniciais foram considerados inválidos pela juíza por não possuírem embasa-mento técnico.

Os novos cálculos já foram rea-lizados antes do prazo dado de 120 dias e entregues ofi cialmente pelo Sindicato, que agora aguarda o po-sicionamento do Banco. Os cálculos contemplam os 1.178 funcionários que a direção do BNB reconhece como benefi ciários da ação e ad-mitiu entrar em acordo ou liquidar o processo judicialmente. Os demais 460 continuam dentro da ação, pois constam na lista inicial do Sindicato, que possui 1.638 benefi ciários.

“O fato de o Banco achar que uma pessoa não tem direito não quer dizer nada. Para o Sindicato todos os 1.638 da lista inicial fazem parte da ação. Mas quem vai determinar quem é be-nefi ciário ou não é a Justiça. Portanto, ninguém precisa se preocupar por estar fora da lista do Banco”, afi rma Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato e coordenador da CNFBNB. O Sindi-cato já solicitou à juíza que também obrigue o Banco a fornecer as outras tabelas para calcular os valores dos que estão fora da lista do Banco e juntá-los ao processo.

O grande obstáculo desde o início das tentativas de acordo é a contestação do Banco sobre a questão das horas extras, alegando que do valor das diferenças entre as funções em comissão do BNB e do BB deveriam ser deduzidas as horas extras, pois os comissionados do BB não recebiam remuneração pelo trabalho extraordinário, uma vez que este valor, segundo o BNB, estaria incorporado no adicional de função em comissão pago aos funcionários do BB.

Embora discordando dessa posição do Banco, até por razões jurídicas, a assessoria técnica do Sindicato preparou os cálculos da equiparação em dois períodos dis-tintos, sendo o primeiro de 31/10/88 (início da equiparação) até 30/11/92 (49 meses), e o outro que vai de 01/12/92 a 31/08/94 (21 meses), data em que se encerra o período a ser indenizado da equiparação, uma vez que a partir de 01/09/94 esta foi encerrada com a implantação de um novo Plano de Funções em Comissão do BNB que equiparou as funções, conforme acordo homologado pelo TST no Dissídio Coletivo daquele ano.

Em plenária, Sindicato atualiza benefi ciários sobre o processo da

Ação de EquiparaçãoNo primeiro período, cujo cálcu-

lo da indenização totalizou R$ 705 milhões, a preços de 01/12/12, de fato os comissionados do BB não recebiam horas extras, como alega o BNB. Porém, a partir de 01/12/92 os comissionados do BB também passaram a ter a remuneração das horas extras, situação essa que perdurou até o fi nal da equiparação. “Portanto, nesse segundo período de 21 meses não há o que ser contestado pelo BNB e os valores calculados são incontroversos, to-talizando R$ 253 milhões”, garante o assessor técnico do Sindicato, Sousa Júnior.

Na hipótese de um acordo tendo por base o valor calculado para o se-gundo período, a indenização média para cada benefi ciário seria de R$ 215 mil. O Sindicato só poderá divulgar os valores individuais após o reconheci-mento e autorização da Justiça.

Para entender – Há quase 25

anos, o BNB se aproveita da lentidão da Justiça e não cumpre o Acordo Coletivo de Trabalho de 1988 que obriga o Banco a equiparar o seu Plano de Funções em Comissões ao plano correspondente do Banco do Brasil. A equiparação nunca foi feita e, em agosto de 1991, o Sindicato ingressou na Justiça para cobrar o direito não cumprido.

Todo processo judicial é com-posto por duas fases: na primeira, acontece o julgamento do mérito e na segunda, a fase de execução, onde ocorre a liquidação após esgotarem todas as possibilidades de negociação entre as partes e o juiz arbitra o valor a ser pago. No caso da Ação de Equiparação, o processo já passou pela primeira fase, ou seja, a dívida do Banco é inquestionável, e agora Banco e Sindicato negociam um acordo em termos de valores a serem pagos a cada benefi ciário da ação.

Mobilização – O Sindicato está articulando uma reunião com o diretor administrativo de Recursos Humanos do BNB sobre essa questão especifi ca da Ação de Equiparação. A expectativa é que o encontro ocorra ainda neste ano ou, no máximo, em janeiro próximo. O objetivo é construir um diálogo para que, quando a Jus-tiça determinar a primeira audiência, possa ser apresentada uma proposta consensualizada.

“Esse é o melhor dos cenários. Mas existe a possibilidade do Banco dizer que não concorda com nenhum dos valores, contestar tudo e não querer acordo. Então, a Justiça é que deve decidir o valor que ele deve pagar, que pode ser igual, menor ou maior ao que calculamos”, afi rma o diretor.

Foram impressos 10 mil folders informativos sobre a longa e amarga espera dos 1.638 trabalhadores. A intenção é multiplicar essa luta e distribuí-los para tornar pública a situação para toda a sociedade.

Foto: Secretaria de Imprensa | SEEB-CE

Difi culdade para entrar até no autoatendimento, lotação extrema e muita espera, além da máquina da senha quebrada. Essa é a rea-lidade de quem busca atendimento na agência do Banco do Nordeste do Brasil na Av. Bezerra de Mene-zes. Enquanto isso, funcionários enfrentam as condições precárias para tentar prestar um atendimento, pelo menos razoável, à população.

Foi essa situação caótica que o Sindicato dos Bancários do Ceará denunciou em manifestação realizada na última terça-feira, dia 11/12. O que a entidade comprovou foi que às 15h, a unidade ainda se encontrava completamente lotada, sem condições de atender todas as pessoas até às 16h.

O cabeleireiro João Batista estava há duas horas esperando atendimento. “Eu vim aqui fazer uma retirada porque meu cartão estava bloqueado. Cheguei aqui às 13h30 e já são 15h30 e ainda tem esse mundo de gente na minha frente. Sempre quando eu venho aqui tem muita gente, mas hoje está pior, precário mesmo”, relatou ele apon-tando que a situação melhoraria se a agência fosse para um prédio maior e se fossem contratados mais funcionários. “Ainda há pouco só havia uma pessoa atendendo e de repente, esse funcionário teve que se ausentar por quase 20 minutos e a fi la fi cou parada”, disse.

“É preciso dar condições de trabalho adequadas aos bancários para que também se possa prestar um bom atendimento ao cliente, o que não vem acontecendo no BNB. Os próprios bancários vêm denunciando essas irregularidades.Estamos chamando a população também para denunciar porque esse absurdo não pode continuar”, afi rma o diretor do Sindicato, Océlio Silveira, ressaltando que as mani-festações devem continuar até que o BNB tome providências.

O diretor Pedro Moreira lembrou ainda que o Banco está desres-peitando a lei estadual das fi las que determina que o atendimento deve ser feito em 15 minutos em

SEEB-CE denuncia superlotação na agência do BNB da Bezerra de Menezes

dias normais e em 30 minutos em dias de pico. “Isso que está se pas-sando dentro das agências do BNB no Ceará é um desrespeito. Esse tipo de coisa não pode acontecer, é um desrespeito com o ser humano, tanto aos trabalhadores quanto aos clientes. Quantas pessoas passam o dia aqui para ser atendidas? Nós não podemos aceitar isso”, disse.

“A direção do Sindicato está empenhada em solucionar esses pro-blemas. Nós sempre lutamos para que cada cidadão tenha seus direitos asse-gurados. No Ceará, particularmente, nós estamos passando por um caos bancário onde se vê todos os bancos sem a mínima condição de prestar um atendimento digno à sociedade cearense. No BNB não é diferente. Infelizmente, o Banco não cresceu estruturalmente como deveria e as agências não comportam a demanda. Então, o Sindicato está cobrando do BNB a abertura de mais unidades, que o Banco amplie suas agências e, aci-ma de tudo, contrate mais profi ssionais para prestar um bom atendimento à sociedade”, completou o diretor do Sindicato, Telmo Nunes.

Não só abrir novas agências, mas solucionar velhos proble-mas – O diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino, informou que o BNB confirmou a inauguração de 28 novas agências bancárias no Ceará durante o próximo ano e até o fi nal

de 2012 três novas unidades serão inauguradas: Pacajus, Acopiara e Barbalha. Além disso, o Banco informou que deve convocar mais turmas de aprovados no concurso de 2010. “Mas ao mesmo tempo eu questiono: enquanto o BNB anuncia novas agências e as inaugura com prédios funcionais, que realmente dão condições de atendimento, o que o Banco está fazendo para melhorar a vida dos bancários e dos clientes das agências antigas que estão sem a mínima condição de funcionamento? O Sindicato dos Bancários vai continuar incansável na sua luta, denunciando essas péssimas condições”.

Tomaz informou ainda que o Sindicato já instaurou junto ao Ministério Público do Trabalho um pedido para que sejam tomadas as providências. “Nós queremos nos solidarizar com os clientes e com os funcionários dessa agência do BNB e dizer: contem com o Sindi-cato porque a luta dessa entidade não é só para defender os salá-rios nem as conquistas dos seus trabalhadores, mas também para defender a dignidade e a decência no tratamento à população”.

Foto: Drawlio Joca

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BB: JURÍDICO

A Contraf-CUT em conjunto com o Sindicato dos Bancá-rios de Brasília, participou na segunda-feira, 10/12, de au-diência com o Banco do Brasil, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília, para tratar de ilegalidade na jornada de trabalho, passivo tra-balhista e descomissionamentos por “ato de gestão”, bem como sobre as práticas antissindicais que o banco vem tomando e as perseguições que funcionários vêm sofrendo.

A reunião aconteceu duas semanas após o movimento sindical denunciar os abusos do BB e solicitar a atuação do ministro do MTE, Brizola Neto. Os bancários também já procuraram a Secretaria-Geral da Presidência da República e o Ministério Público do Tra-balho (MPT).

Uma das práticas questiona-das pelo movimento sindical é o fato de o banco descomissionar o trabalhador após este garantir na Justiça o direito de receber a 7ª e 8ª hora como horas extras. “Logo após o trabalhador ganhar na Justiça, o banco desvirtua a ordem judicial descomissionan-do o bancário, fazendo com que ele perca o seu direito”, explica Eduardo Araújo, diretor do Sin-dicato dos Bancários de Brasília, representante da entidade na audiência. Mas, assim como já havia feito no MPT no último dia 3/12, o banco não se mostrou disposto à mediação.

Novas funções – Outro

BB recusa mediação no Ministério do Trabalho e mostra que é antissindical

ponto que o banco insiste em não negociar é em relação às novas funções comissionadas de seis horas, que devem ser implan-tadas até 31 de janeiro de 2013. O BB anunciou ao secretário de Relações do Trabalho do MTE, Manoel Messias Nascimento Melo, que irá implantar as novas funções até janeiro de 2013, mas sem estabelecer nenhum diálogo e negociação com o movimento sindical.

“O que queremos é discutir

como tal processo será feito. O próprio MTE sugeriu ao banco que seria interessante uma ne-gociação com a representação sindical sobre as novas funções, como ocorreu em outras empre-sas públicas, mas o BB nova-mente desconsiderou a proposta e a mediação do Ministério do Trabalho também não avançou”, afirma William Mendes, coorde-nador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. Ao que parece, a direção de gestão

Na última semana, o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) protocolou mais três lotes de ações para a execução do Anuênio dos funcionários do Banco do Brasil. Somando-se à ação ajuizada no dia 7/12, 80 cálculos já foram enviados à 1ª Vara do Trabalho de Fortaleza, responsável pelo processo. O valor total das causas já supera R$ 2 milhões.

Veja a seguir as dúvidas mais frequentes:

Já entreguei meus documen-tos. O que devo fazer?

Não é necessária mais ne-nhuma providência. A entidade preparou um banco de dados com os documentos que já foram entre-gues por cada bancário. Os cálculos referentes a estes documentos já estão sendo atualizados. Tão logo o perito calculista entregue o lote de cálculos prontos, a entidade entra com a respectiva ação.

Ainda não entreguei os do-cumentos. Como faço?

O bancário deve solicitar ao BB, por escrito, os contracheques do período lesionado (compreendido entre setembro de 1999 e junho de 2009). Caso o banco negue,

Sindicato ajuíza mais ações para pagamento do Anuênio

o bancário deve enviar, de prefe-rência digitalizadas, para o e-mail [email protected] as seguintes informações: carta negatória por parte do banco e todas as anotações da CTPS.

Para estas pessoas poderão ser realizados cálculos estimados baseados em detalhes sobre o perfi l de cada um. O bancário ainda terá de assinar um documento dando ciência de que os dados serão es-timados, ou seja, o valor calculado não será necessariamente o valor recebido. O bancário, porém, pode-rá optar por solicitar judicialmente, na mesma ação do Sindicato, os espelhos para o cálculo devido. No caso das pessoas que conseguiram entregar os documentos, os cálculos serão precisos.

Número dos processos enca-minhados até quinta-feira, 13/12:

0010070-39.2012.5.07.00010010044-41.2012.5.07.00010010042.71.2012.5.07.00010010001-07.2012.5.07.0001Para mais informações ou

dúvidas, entre em contato com o Departamento Jurídico do Sindi-cato (pelo telefone 3252-4266) ou através do e-mail [email protected].

licenças, tanto o BB quanto o movimento sindical decidiram não tratar sobre esse tema no MTE, deixando essa discussão no âmbito do MPT, como já vem ocorrendo.

Em audiência realizada pelo MPT, no dia 3/12, o banco se manteve intransigente e recusou a proposta da procuradora de voltar atrás na decisão de cance-lar unilateralmente férias, abonos e licenças já programados dos trabalhadores que participaram da greve. “O MPT havia sugeri-do ao BB que alterasse o item 4.5.4 da IN361 que dá margem ao banco para prejudicar férias, licenças e abonos dos bancários grevistas. A ousadia do BB é tanta que, antes do prazo dado pelo MPT (10/12) para que o BB apresentasse uma solução, o banco, além de não atender à procuradora, soltou na sexta-feira (7/12) boletim insistindo e incentivando a prática de pressão e assédio, mostrando total desres-peito aos bancários, às entidades sindicais e aos órgãos públicos”, aponta William.

No mesmo dia, a Contraf-CUT protocolou no MPT o bole-tim que o banco fez e pediu para que o órgão abra procedimento investigatório contra o BB em razão da prática de improbidade administrativa da “Direção Exe-cutiva” do banco que assinou esse material. Também instou o MPT que promova ação civil pública para a preservação dos direitos individuais e homogê-neos e dos direitos coletivos dos funcionários.

de pessoas do BB não tem a mínima vontade de negociar e só atua através de ação judicial e de pressão sindical.

Perseguições aos grevis-tas – Em relação às denúncias encaminhadas pelos represen-tantes dos trabalhadores sobre a perseguição para a compensa-ção das horas aos trabalhadores que exerceram neste ano o seu legítimo direito de greve, suspendendo férias, abonos e

SEEB-CE participa da posse de 72 novos empregados da Caixa

O Sindicato dos Bancários do Ceará compareceu ao seminário de integração de 72 novos empregados da Caixa Econômica Federal. Desses, 44 serão lotados no Ceará, 18 no Piauí e 9 no Maranhão. Os diretores Ricardo Dantas, Gustavo Tabatinga, Carlos Rogério e Rochael Almeida deram as boas-vindas aos novos empregados e falaram da importância da sindicalização e da mobilização dos bancários para a conquista de mais direitos.

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Caixa CONDIÇÕES DE TRABALHOSindicato dos

Empregados em Estabelecimentos

Bancários no Estado do Ceará

Rua 24 de Maio, 1289 – Centro – CEP

60.020-001A Contraf-CUT, federações e

sindicatos retomaram na terça-feira (12/12) com a Caixa Econômica Fe-deral, em Brasília, a reunião do Grupo de Trabalho Saúde do Trabalhador e iniciaram na quarta-feira (13/12) as discussões do Grupo de Trabalho Saúde Caixa, ambos previstos no acordo aditivo 2012-2013 assinado pelas entidades sindicais e o banco.

A Caixa apresentou balanço fi -nanceiro do Saúde Caixa. De acordo com o banco, até 31 de agosto de 2012 o plano possui saldo positivo de R$ 56,262 milhões, tendo a previsão de atingir entre R$ 65 e 70 milhões até 31 de dezembro, considerando a par-ticipação dos empregados (30%) e da Caixa (70%), além da remuneração da taxa Selic. O banco apresentou ainda o valor da reserva técnica até 31 de agosto de 2012, no valor de R$ 309,118 milhões. A previsão é que alcance R$ 360 milhões até 31 de dezembro de 2012.

Na última reunião do Conselho dos Usuários, que aconteceu no fi nal de novembro, o banco já havia apresentado relatório fi nanceiro do Saúde Caixa com posição até 31 de outubro de 2012, considerando apenas os resultados dos empre-gados (30%), sem computar a parte da Caixa (70%) e a remuneração da taxa Selic. Para o período há um saldo positivo de R$ 20,675 milhões, com uma projeção por volta de R$ 23 milhões até 31 de dezembro de 2012. Tal relatório da Caixa mostra uma receita de R$ 621 milhões e despesa de R$ 600 milhões.

“Isso reforça que o Saúde Cai-xa continua sólido, com uma série histórica de superávit de cinco anos consecutivos. Precisamos urgen-temente defi nir o que vamos fazer com estes valores embasados em estudos técnicos. Temos que defi nir também o que será feito do fundo de reservas que deve chegar perto da casa dos R$ 400 milhões até fi nal de 2012”, alerta Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT. Plínio afi rma que tanto a Caixa quanto o movimento sindical têm acordo em relação à necessidade urgente de se defi nir o destino dos recursos. Para isso, o tema já foi pré pautado para a próxima reunião do Saúde Caixa, com data a ser marcada para o começo de março de 2013, ocasião em que as partes deverão apresentar propostas com esse fi m.

Contraf-CUT cobra decisão para destino do superávit do Saúde Caixa

Curso de Cipa – No Grupo Saúde do Trabalhador foi debatido o curso de educação à distância para os designados da CIPA, uma conquista da Campanha Nacional 2012. “Incluímos no aditivo que os empregados devem discutir com a Caixa o curso. Acordamos que o banco vai encaminhar ao movimento sindical o conteúdo ministrado hoje via Universidade Caixa, de modo que possa opinar. Vamos fazer uma leitura crítica tanto do conteúdo como da abordagem dos temas”, afi rma Plínio. O movimento sindical deve dar um retorno antes da próxima reunião.

PCMSO – Outra questão deba-tida pelo GT Saúde do trabalhador foi o fato de a Caixa ter assumido o compromisso de apresentação do relatório anual nacional do PCMSO. O banco realiza relatórios por unidade, mas não há um levantamento nacio-nal que proporcione um mapa epide-miológiconacional, objetivo primordial da NR 7 do MTE, de modo que se possa traçar diretrizes e políticas de prevenção em relação aos tipos de adoecimento que afetam os emprega-dos da Caixa. O banco afi rmou que já foi encaminhada demanda para elaboração de sistema específi co à área de TI, a qual começará seu desenvolvimento logo no início de 2013. A Contraf-CUT solicitou ainda estatísticas sobre adoecimento dos empregados. A Caixa deve avaliar o pedido.

Papéis das instâncias de dis-cussão – No âmbito do GT Saúde Caixa, houve a discussão sobre o papel e o funcionamento do Grupo de Trabalho, do Conselho de Usuários e dos Comitês de Acompanhamento da Rede Credenciada. Segundo

Plínio, havia uma confusão sobre o entendimento das funções destes espaços. Ficou entendido entre as partes que o GT Saúde Caixa é um grupo vinculado à mesa de nego-ciação, portanto não é um fórum de deliberação, mas de aprofundamento dos temas relacionados ao Saúde Caixa. Em relação ao Conselho de Usuários, também não é instância deliberativa. Ele deve fazer o acom-panhamento da gestão do Saúde Caixa e dos resultados fi nanceiros do plano, entre outras funções. Já os Comitês de Acompanhamento, um por Gerência de Filial de Pes-soal (GIPES), têm o papel de discutir exclusivamente credenciamento e descredenciamento, além de auxiliar tais processos.

Checkup e reembolso de medicamento – O movimento sindical questionou ainda os impac-tos que terão no Saúde Caixa dois novos procedimentos implantados recentemente pelo plano: o checkup e o reembolso de medicamento de uso contínuo.

Segundo informação da Caixa, há comprometimento das receitas na ordem de 1,4% em relação ao checkup. Mas há uma contrapartida disso que é o fato de as pessoas dei-xarem de fazer uma série de exames aleatoriamente, concentrando tudo no checkup, o que representa uma economia. Em relação ao reembolso de medicamentos de uso contínuo (que deve ser feito entre 50% e 80% do valor de medicamentos não for-necidos ou subsidiádos pelo SUS), para 2012 o impacto é praticamente zero pelo fato de o programa ter sido iniciado em outubro e boa parte do reembolso incidir apenas no exer-cício de 2013.

Doe sangueO Centro de Hematologia e Hemoterapia

do Ceará (Hemoce) deu início a sua campanha de fi nal de ano, intitulada “Neste natal, doe sangue! Este é o

melhor presente”. Com os feriados de fi m de ano, o número de doações diminui.

Atualmente, o Hemoce assiste 167 hospitais públicos, 105 hospitais privados com leitos SUS contratados, 28 hospitais privados sem leitos SUS contratados e 64 agências transfusionais. O doador deve pesar mais de 50 kg e precisa apresentar

documento com foto válido em todo o território nacional, como carteira de

identidade ou habilitação de motorista. Informações: (85) 3101 2296.

Violação dos direitos humanos O número de denúncias de violações de direitos humanos, feitas por meio do Disque 100, alcançou 155.336 de janeiro a novembro deste ano. Os registros

representam aumento de 77% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registradas 87.764 denúncias. Ao todo, considerando também

as ligações com pedidos de orientações e de informações, foram feitos, de janeiro a novembro de 2012, 234.839 atendimentos. Os dados foram

divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Uma morte a cada 1h57O número de mulheres assassinadas a cada mês no Brasil saltou de 113

para 372 em 30 anos. Os índices foram levantados pelo IAB (Instituto Avante Brasil) a partir de dados do Datasus, do Ministério da Saúde. No

início da década de 1980, uma mulher era assassinada a cada 6h28m28s no País. Hoje, a cada 1h57m43s, há uma vítima de homicídio nesta parcela

da população. O IAB, criado pelo jurista Luiz Flávio Gomes, idealizou um “delitômetro” que apura em tempo real o número de homicídios de mulheres

no País. O cronômetro está disponível no site da entidade (www.institutoavantebrasil.com.br)

Vale-CulturaO projeto de lei que institui o vale-cultura foi aprovado dia 5/12 pelo

Senado. Mais cedo, a matéria passou na Comissão de Constituição e Justiça e foi levada, em regime de urgência, para votação no plenário, onde foi

aprovada simbolicamente. Pelo projeto, serão concedidos R$ 50,00 por mês aos trabalhadores contratados pelo

Regime da CLT que ganham até cinco salários mínimos. O vale dará desconto em teatros, cinemas, shows musicais e museus. Como não houve alteração em

relação ao texto original aprovado na Câmara, o projeto seguirá para sanção

presidencial.

“Novas leis econômicas, provocadas pelo neoliberalismo, fizeram a sociedade internacional retroceder a relações de trabalho vigentes no começo do século XX. Empresas ignoram direitos antes adquiridos pelos trabalhadores,

pelos aposentados e por outras categorias sociais. Governos e corporações econômicas usam o pretexto da

crise para esvaziar a democracia”

Marcelo Barros – Monge beneditino e escritor

No Brasil, as ope-rações de Empréstimos sob Penhor são reali-zadas exclusivamente pela Caixa Econômica Federal desde 1934. Por se tratar do mono-pólio de uma atividade bastante rentável, é razoável que o banco trate o serviço com zelo e organização. Mas não é o que acontece, pelo menos no Ceará. O Sin-dicato denuncia há meses o descaso com que a Caixa trata os avaliado-res no Estado. Más condições de trabalho, número insufi ciente de avaliadores e distribuição desigual dos profi ssionais são as principais reclamações.

Em Fortaleza, três agências oferecem o serviço: Pessoa Anta, onde estão lotados nove avaliado-res; Bezerra de Menezes, com seis profi ssionais; e Terra da Luz, com apenas um. A notória má distribuição dos profi ssionais precariza o aten-dimento à população nesta última unidade, localizada em região nobre da cidade e de grande demanda.

A situação na Terra da Luz se torna ainda mais crítica quando o único profi ssional se ausenta eventualmente (nas horas de al-moço, férias, atrasos ou licenças) e o serviço fi ca temporariamente suspenso – obrigando os clientes a procurarem outras unidades. O Sindicato denunciou diversas vezes o caso, inclusive, quando um avalia-dor substituto foi enviado à agência durante a ausência do titular, mas não teve a senha liberada para fazer a avaliação de jóias. O serviço foi prejudicado durante uma semana.

O Sindicato ainda entrou em contato com a gerência, que afi r-mou desconhecer a situação e se comprometeu a resolver qualquer transtorno. De fato, o avaliador da agência entrou de férias no mês de novembro e seu substituto teve a senha liberada para prestar o serviço integralmente. Porém, a morosidade no atendimento persiste já que seria necessário, pelo menos, mais um profi ssional na unidade.

Ciente do problema, a gerência geral da Pessoa Anta se solidarizou e ofereceu um avaliador para que a agência Terra da Luz fi casse com dois profi ssionais fi xos e, assim, atendes-

Descaso continua na atividade de penhor em Fortaleza

se os clientes com mais celeridade. Porém, a gerente geral não aceita a oferta, mantendo a mau atendimento.

No Ceará, somente três agên-cias possuem penhor. Todas estão localizadas na capital. Em termos comparativos, na Bahia são 21 agências com penhor. Pernambu-co, que possui cenário econômico similar ao cearense, possui seis agências com o serviço. Paraíba, estado com situação econômica e populacional inferior a do Ceará, também opera seis agências de penhor. Entre os estados citados, somente o Ceará concentra na capital as agências prestadoras do serviço. Ou seja, além do nú-mero insufi ciente de agências com penhor, o Ceará ainda sofre com a má distribuição delas.

O Sindicato e a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef) exigem que a situação do penhor no Ceará se iguale ao restante do País, onde 92% das agências que possuem o serviço operam com mais de três avaliadores. O Ceará precisa sair dos 8% dessa estatística para ter condições de prestar um atendi-mento mais digno à população. “É inadmissível a Caixa tratar uma ati-vidade exclusiva com tanto desleixo aqui no Estado. Isso prejudica não só o atendimento como as próprias condições de trabalho do avaliador. Temos outros problemas com esse grupo de empregados, como desvio de função, guichês improvisados, equipamentos de proteção irre-gulares, ausência de formação e de instrumentos na avaliação de diamantes, ausência de compostos químicos ideais para a avaliação. Continuamos pressionando o ban-co por soluções urgentes”, afi rma Áureo Júnior, diretor do Sindicato e presidente da Apcef.

Foto: Site Fenae