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Queria desistir, mas não consigo. Queria poder arriar o fardo dos dissabores, bradar ao mundo os desamores, refutar todos os meus valores e acreditar que não a nada mais por vir. Pois já não sei mais quantas marcas trago em meu peito, e a quanto tempo já me faltam lágrimas. Ou quantos dos meus sonhos hoje são desfeitos, e dos que ainda restam, não sei mais nada. Também não sei quantas vezes já perdi o rumo, quantos nãos já me ofertaram. Quantas pessoas me prometeram um prumo e quantas delas me abandonaram. Por isso queria desistir. Mas parece que a cada atropelo me renovo, diante dos destemperos, me controlo, perante os tiranos nunca imploro, pois podia desistir, mas vou até o fim. Hoje sei que dos meus olhos turvos, brilhará a gloria, do meu peito marcado, retumbará a força, o meu espírito sofrido renascerá do luto, pois da minha fé, brotará a vitória. E às pessoas que me deram as costas, desejarei paz e acalanto sempre, pois se me ofertam a procela ardente, devolverei a mansidão da aurora. Que não se iludam com esse rosto amargo, nem me exijam sorrisos francos, pois fui talhado a ferro e fogo, nos calabouços que não enxergam os santos.

Queria Desistir, Mas Não Consigo

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Queria Desistir, Mas Não Consigo

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Page 1: Queria Desistir, Mas Não Consigo

Queria desistir, mas não consigo.

Queria poder arriar o fardo dos dissabores,bradar ao mundo os desamores, refutar todos os meus valorese acreditar que não a nada mais por vir.

Pois já não sei mais quantas marcas trago em meu peito,e a quanto tempo já me faltam lágrimas.Ou quantos dos meus sonhos hoje são desfeitos,e dos que ainda restam, não sei mais nada.

Também não sei quantas vezes já perdi o rumo,quantos nãos já me ofertaram.Quantas pessoas me prometeram um prumoe quantas delas me abandonaram.

Por isso queria desistir.

Mas parece que a cada atropelo me renovo,diante dos destemperos, me controlo,perante os tiranos nunca imploro,pois podia desistir, mas vou até o fim.

Hoje sei que dos meus olhos turvos, brilhará a gloria,do meu peito marcado, retumbará a força,o meu espírito sofrido renascerá do luto,pois da minha fé, brotará a vitória.

E às pessoas que me deram as costas,desejarei paz e acalanto sempre,pois se me ofertam a procela ardente,devolverei a mansidão da aurora.

Que não se iludam com esse rosto amargo,nem me exijam sorrisos francos,pois fui talhado a ferro e fogo,nos calabouços que não enxergam os santos.

E eis que é chegada a minha hora,pois na luta justa talhei meu manto,que usarei ao sabor dos ventos,quando entoarem a minha vitória. Geovane Moraes